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Humanização do parto.

Nasce o respeito
informações práticas sobre seus direitos
Copyright© 2015 by MPPE
É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que cola b oração
citada a fonte. Bruno Bastos
Izabela Cavalcanti Pereira
or ga ni zação
Assessoria Ministerial de Comunicação Social fotogra f i a
Projeto Humanização do Parto Mateus Sá

coorde nação a p oi o a dm i ni s trati v o


Maísa Silva Melo de Oliveira Bruna Vieira
Cátia Fonseca
re daç ão e e di ção Marli Cruz
Andréa Corradini Rego Costa
Maísa Silva Melo de Oliveira
f i cha cata lográ f i ca
re v i s ão té cni ca
Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna de
Pernambuco
Leila Katz, coordenadora da UTI Obstétrica do IMIP-Recife e
do Setor Aconchego - IMIP Recife

re v i s ão or tográ f i ca
Bruno Bastos
Jaques Cerqueira

p r odu ção e x e cu t i va
Evângela Azevedo de Andrade

p r oj e to grá f i co
Leonardo MR Dourado

Bibliotecária: Rosa Dalva Rivera de Azevedo CRB-4/931


Humanização do parto. Nasce o respeito
informações práticas sobre seus direitos

Recife, 2015
A p re s e n tA ç ã o

O parto é um momento marcado pela importância especial uma experiência plena de respeito, cuidado e
da chegada de uma nova vida. Mais que um evento acolhimento.
médico, é um acontecimento repleto de emoções e
significados. O Ministério Público de Pernambuco está trabalhando
para divulgar as informações sobre a humanização do
Como atualmente a maioria dos partos acontece em parto e promover o respeito aos direitos de todas as
unidades de saúde, é necessário que a mulher, seus pessoas envolvidas neste momento. Mulheres e famílias
familiares e o bebê sejam recebidos nesses serviços com bem informadas: este é o primeiro passo para tornar a
dignidade, promovendo um ambiente acolhedor e uma humanização do parto uma realidade em todo o Estado.
atitude ética e solidária.
Esta cartilha apresenta os principais direitos relacionados
Nesse contexto, a humanização do parto é mais que à humanização do parto. Esperamos que seja mais um
uma escolha. É um direito conquistado para que todas instrumento de cidadania para promover o respeito e a
as mães e bebês sejam respeitados no pré-natal, no dignidade do parto e nascimento no Estado de Pernam-
parto e no pós-parto, fazendo desse momento tão buco.
p e rg u n tA s e re s p o s tA s

O que é a humanização do parto? nhante escolhido pela mulher, para


lhe passar segurança e tranquilidade;
A humanização do parto é o respeito
• promover um ambiente acolhedor;
à mulher como pessoa única, em um
• respeitar cada mulher na sua indivi-
momento da sua vida em que necessita
dualidade, levando em consideração
de atenção e cuidado. É o respeito, tam-
seus medos e suas necessidades;
bém, à família em formação e ao bebê,
que tem direito a um nascimento sadio e • oferecer à mulher as melhores con-
harmonioso. Humanizar é: dições e recursos disponíveis, para
que se sinta acolhida e segura nesse
• acreditar que o parto normal é fisioló- momento tão especial;
gico e que na maioria das vezes não • prestar assistência ao parto e nas-
precisa de qualquer intervenção; cimento seguindo as evidências
• saber que a mulher é capaz de científicas e os mais altos padrões de
conduzir o processo e que ela é a qualidade, de acordo com as Normas
protagonista desse evento; Técnicas e recomendações do Minis-
• conversar, informar a mulher sobre os tério da Saúde;
procedimentos e pedir sua autoriza- • permitir o contato imediato do bebê
ção para realizá-los; com a mãe logo ao nascer, e garantir
• garantir e incentivar a presença a que permaneçam juntos durante
todo o momento de um acompa- todo o período de internação.
A humanização do parto está focada no respeito às
escolhas da mulher, no direito a um atendimento digno,
respeitoso e sem qualquer tipo de violência. Os concei-
tos da humanização do parto devem estar presentes em
todos os locais de assistência à gestante: em um hospi-
tal público, privado, em uma casa de parto e até numa
residência. O que importa é que sejam adotadas práticas
que garantam o direito à informação e às escolhas da
mulher.

A humanização do parto é um direito da mãe e do


bebê?
Sim, é um direito garantido pela Lei mais importante do
nosso país, a Constituição da República, que estabelece
a dignidade da pessoa humana como fundamento. Daí
vêm os direitos humanos, dentre os quais se destacam o
direito à saúde, à não violência e à maternidade segura.
É também um direito garantido internacionalmente
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que emite
documentos indicando normas de boas práticas para o
parto, e alerta para o risco de intervenções que, quando
feitas sem correta indicação, podem colocar em risco a
vida da mãe e do bebê.
Como devem agir as de forma clara, respeitando seu saber e o conhecimento
unidades de saúde? do seu corpo. Os profissionais de saúde devem explicar a
As unidades de saúde finalidade de cada intervenção, seus riscos e as alterna-
devem oferecer à mulher tivas disponíveis. Com base nessas orientações, a mulher
um ambiente acolhedor tem o direito de escolher tratamentos ou procedimen-
e criar rotinas hospitala- tos que serão feitos em seu corpo. Devem dar apoio a
res que acabem com o ela e aos familiares, monitorar o andamento do trabalho
tradicional isolamento de parto e os sinais vitais do bebê, além de prestar um
imposto às mulheres. atendimento digno, respeitoso e sem qualquer tipo de
Devem ainda proporcio- violência física ou psicológica.
nar à mulher as melhores
condições e recursos dis- A gestante tem direito a um acompanhante?
poníveis, para que se sinta A Lei 8.080/90 determina que os serviços de saúde
acolhida e segura. Isso são obrigados a permitir a presença, junto à mulher,
inclui prestar informações de um acompanhante de sua escolha durante todo o
claras sobre os procedi- período do trabalho de parto, durante o nascimento e
mentos a serem realizados no pós-parto imediato, em todos os serviços de saúde
mediante consentimento públicos e particulares. O acompanhante é a pessoa
da mulher. escolhida pela mulher para estar ao seu lado em todos
os momentos do parto. Sua presença deve ser garan-
Como devem agir os tida, seja mulher ou homem, seja a enfermaria coletiva
médicos e enfermeiros? ou individual. As unidades de saúde precisam ter um
Devem agir de forma ética aviso, em local visível, informando sobre esse direito, e
e solidária, informando a são obrigadas a cumprir a lei em todas as circunstâncias.
mulher sobre sua saúde, Alegações como a privacidade das outras mulheres ou a
evitando intervenções falta de roupa adequada para ingressar na sala de parto
desnecessárias e ouvin- ou centro cirúrgico, em caso de operação cesariana, não
do sua opinião sobre os são justificativas para o descumprimento da Lei.
procedimentos indicados,
Qual o papel das doulas? Quando o parto normal é indicado?
A doula é uma profissional que acompanha e dá suporte As mulheres, por sua própria natureza, sabem parir e,
à mulher em trabalho de parto, ajudando a cuidar do sempre que o parto for de risco habitual, não precisam
seu bem-estar físico e emocional. Ela acompanha a sofrer intervenções desnecessárias. No parto normal,
família desde o pré-parto, orientando e ajudando nas o bebê sinaliza a hora do seu nascimento, avisando
escolhas e também no trabalho de parto, colaboran- quando já está maduro, pronto para vir ao mundo. No
do com o diálogo entre a mulher e os profissionais de trabalho de parto, a mulher pode e deve andar, ingerir
saúde. A doula também ajuda a encontrar posições mais líquidos e alimentos leves e escolher a melhor posição
confortáveis para o trabalho de parto e propõe medidas para parir, respeitando seu corpo e sua cultura. A recu-
naturais que podem aliviar as dores. Ela não substitui o peração é mais rápida, com menores índices de compli-
acompanhante escolhido pela mulher, nem os profissio- cações, como hemorragias e infecções. É indicado para
nais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. as gestações de risco habitual, e mesmo nas gestações
de alto risco, contanto que haja um acompanhamento
contínuo, as mulheres e os bebês podem e merecem
usufruir dos benefícios do parto normal.

Gestante de risco habitual é aquela que não apresenta características ou situações que aumentam a probabilidade
dela e/ou do bebê desenvolverem alguma complicação na gravidez, parto e pós-parto. Dentre estas, tem-se: compli-
cações graves em gestações anteriores, presença de doenças cardíacas, diabetes, HIV/aids etc.
Quando a cesariana é
indicada?
Há uma preocupação de São indicações de
todo o sistema de saúde cesariana: descolamento
do País quanto ao elevado prematuro da placenta
número de operações ce- com feto vivo (fora do
sarianas sem a indicação período expulsivo); pro-
correta, o que aumenta lapso de cordão; quando
os riscos para a mulher o bebê está em posição
e o bebê. Atualmente, a transversal durante o tra-
maioria dos brasileiros já balho de parto; gestante
nasce por cesariana (52%), soropositiva para HIV; no
sendo que este número caso de ruptura de vasa
chega a 88% no sistema praevia ou ainda herpes
privado, enquanto que genital com lesão ativa
a OMS recomenda 15% no momento em que se
como índice seguro. Não inicia o trabalho de parto,
há justificativa clínica para dentre outros.
um número tão elevado.
A cesariana é um recurso Não são indicação de ce-
que salva vidas quando sariana: cordão enrolado,
necessária, porém, sem a bebê “grande” ou “pe-
indicação adequada, ex- queno demais”, idade da
põe mães e bebês a riscos gestante, seja adolescente
maiores do que no parto ou acima de 35 anos,
normal. A operação cesa- dentre outros.
riana se faz com indicação
médica por razão de risco
à saúde da gestante e/ou
do bebê.
Procedimentos não recomendados
Alguns procedimentos são realizados de forma rotineira nos partos, mas devem ser
evitados, de acordo com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde:

Tricotomia: é a raspagem dos pelos pubianos. É consi- Soro com ocitocina para acelerar o trabalho de
derada desnecessária. parto: a ocitocina é um hormônio produzido natural-
Episiotomia (episio ou pique): corte no períneo mente pelo corpo da mulher para ajudar no trabalho do
(região entre a vagina e o ânus) feito com a intenção parto. É também conhecido como hormônio do amor,
de facilitar a saída do bebê; atualmente já se sabe que importante para a ligação entre mãe e bebê. O uso da
a episiotomia rotineira pode causar mais danos do que ocitocina artificial apenas para acelerar o parto, sem
benefícios. Por isso, seu uso deve ser limitado. uma indicação correta, não é adequado para a saúde da
mãe e do bebê, podendo trazer riscos desnecessários.
Enema: é a lavagem intestinal. É incômoda e constran-
gedora para muitas mulheres, seu uso não traz benefí- Posição da mulher deitada de barriga para cima du-
cios para o trabalho de parto. Não deve ser feita. rante o parto: é a posição mais desconfortável para a
mulher e prejudica o fluxo de sangue e oxigênio para o
Proibição de ingerir líquidos ou alimentos leves du- bebê, além de dificultar o trabalho de parto, aumentan-
rante o trabalho de parto: segundo a OMS, “o trabalho do a intensidade da dor durante as contrações e a du-
de parto requer enormes quantidades de energia. Como ração do trabalho de parto. As posições verticais, como
não se pode prever a sua duração, é preciso repor as ficar em pé, de cócoras, de quatro apoios ou deitada de
fontes de energia, a fim de garantir o bem-estar fetal lado facilitam o nascimento.
e materno”. Em uma gestante de risco habitual, com
pouca chance de precisar de anestesia geral, a ingestão Revisão rotineira, exploração do útero ou lavagem
de líquidos e alimentos leves deve ser permitida. rotineira do útero após o parto: podem causar infec-
ção, traumatismo e choque. Deve-se primeiramente
Manobra de Kristeller: é um empurrão dado na barriga examinar a placenta, para verificar se há alguma anor-
da mulher com o objetivo de levar o bebê para o canal malidade e só então, caso necessário, realizar a revisão
de parto. Esta prática pode ser perigosa para o útero e o do útero. Mais que isso, a mulher deve ser observada
bebê, não havendo evidências de sua utilidade. cuidadosamente na primeira hora após o parto, para
acompanhar a perda de sangue e a contração uterina.
tante e deve ser respeita-
A humanização deve
da. Imediatamente após
ocorrer tanto no parto
o parto deve acontecer
normal quanto na ope-
o “contato pele a pele”,
ração cesariana?
quando o bebê que nasce
Sim. A equipe que prestar bem é colocado no colo
a assistência junto à da mãe e permanece ali
mulher e sua família deve durante a primeira hora
levar em consideração de vida, momento para
diversos fatores, como a fortalecer o vínculo entre
saúde da mãe e do bebê mãe e bebê e estimular a
e os riscos envolvidos. amamentação. O cordão
O importante é que a umbilical só deverá ser
mulher seja esclarecida cortado quando parar de
pelo profissional de pulsar, para garantir que
saúde quanto aos riscos o bebê receba uma dose
existentes, possibilitando extra de oxigênio nos
uma conduta adequada primeiros momentos de
e segura. vida. Procedimentos de
rotina só deverão ser rea-
O bebê pode ficar lizados após este contato,
junto com a mãe após exceto se houver indica-
o parto? ção clínica e nos casos
de mãe HIV positivo ou
O alojamento conjunto
outra indicação médica
da mãe com o bebê é
com base em evidências
uma regra muito impor-
científicas.
Nascer no Brasil
A Pesquisa Nascer no Brasil revelou que muitas mulheres
não vêm tendo seus direitos respeitados no momento
do parto. Muitas até os desconhecem, dificultando a
identificação de situações de violação. O resultado da
pesquisa é um retrato da assistência ao parto praticada
70% das mulheres desejavam dar à luz
atualmente no Brasil e da necessidade de um esforço
conjunto para mudar essa realidade: por parto normal no início da gravidez

Apenas 25,2% das mulheres


70%
tiveram acesso à alimentação 25,2%
durante o trabalho de parto

91,7% 91,7% dos partos nor-


mais foram na posição
deitada (litotomia)

52% dos nascimentos


são por cesariana
52%
Apenas 5% das mulheres tiveram par-
tos sem intervenções como cesariana, 5%
episiotomia, manobra de Kristeller

88%
Apenas 26,6% dos
26,6% bebês tiveram contato
pele a pele com a mãe

53,5% logo ao nascer

Apenas 18,7% das mulheres tiveram garantida a presença


53,5% das mulheres
contínua de um acompanhante
sofreram episiotomia
de sua escolha
88% dos
nasciment
os na rede
privada
são por
cesariana
Exemplos de violência obstétrica
O que é a violência • Impedir que a mulher • Impedir que a mulher Essas atitudes
obstétrica? tenha um acompa- se movimente, beba
nhante, exigir que água ou coma alimen- podem gerar
É a violência cometida
este acompanhante tos leves durante o responsabilização
contra a gestante e sua
seja uma mulher ou trabalho de parto.
família em serviços de administrativa,
restringir os horários de
saúde durante o pré-na- • Deixar a mulher sozinha,
acompanhamento. civil e penal
tal, parto, pós-parto ou isolada ou trancada.
abortamento. Pode ser • Condicionar a presença para os
• Realizar exames de
verbal, física, psicológica do acompanhante à
toque vaginal repetidas profissionais.
e até sexual. Infelizmente, autorização do médico
vezes, sob o pretexto de
é mais comum do que se plantonista ou utilizar
“ensinar os estudantes a
imagina. Veja o quadro frases como “essa lei não
realizar o toque”.
a seguir com alguns vale aqui”.
exemplos de violência • Fazer piadas, dar bron-
• Não dar informações
obstétrica. cas, xingar ou impedir
claras sobre o estado
que a mulher se expres-
de saúde da mulher,
se durante o trabalho
realizar procedimentos
de parto. Frases como:
sem explicar ou ouvir
“Na hora de fazer
sua opinião.
tava bom, porque tá
• Não oferecer opções chorando agora?”; “Cale
para alívio da dor. a boca, você quer que
a criança nasça surda?”
são exemplos relatados
de violência obstétrica.
No caso de aborto,
quais os direitos da mu-
lher no atendimento?
Nesses casos, se faz integralmente aos casos
necessário superar a dis- de abortamento, sendo
criminação e a desumani- direito de toda mulher e
zação do atendimento às dever de todo profissional
mulheres em situação de de saúde.
abortamento, como por
exemplo a recusa da inter- O Código Penal (artigo
nação ou a longa espera 128, de 1940) prevê o
para atendimento. Em abortamento legal para
situações de urgência ou gestações resultantes
emergência, todo serviço de estupro e para o caso
de saúde deve cuidar da de risco de morte para a
mulher de modo rápido, mulher.
respeitoso e de acordo
com as normas do Minis-
tério da Saúde. As regras
da Política de Humaniza-
ção do Parto se aplicam
D i re i to s DA g e s tA n te

Direitos da gestante
O parto é um momento muito especial para a vida da segundo trimestre e três
mãe, do bebê e de toda a família. Quando os direitos no terceiro trimestre
do parto são respeitados, todos têm uma experiência da gestação. Não existe
prazerosa. alta no pré-natal, a mu-
lher deve ser atendida
Antes do parto: até o momento de seu
parto.
• Ter acesso ao teste de gravidez, com garantia de con-
fidencialidade, na unidade de saúde. • Ter ambiente confor-
tável para a espera,
• Realizar a primeira consulta pré-natal com até 120
e atendimento com
dias de gestação (4 meses).
orientação clara sobre
• Receber avaliação inicial imediata da saúde da mãe e sua condição e proce-
do bebê, para verificar se precisam de atendimento dimentos que serão
prioritário. realizados.
• Ter acesso a, no mínimo, seis consultas de pré-natal,
de preferência: uma no primeiro trimestre, duas no
Veja quais exames devem ser realizados no seu pré-natal

Exame Para que serve Quando


ABO-Rh Identificar tipo sanguíneo. Se a mãe tiver RH negativo e o bebê Na primeira consulta
positivo, ministrar a imunoglobulina evita problemas nas gesta-
ções futuras.

Dosagem de Hemoglobina (Hb) Verifica a presença ou não de anemia Na primeira consulta


e Hematócrito (HT)

Glicemia de jejum Se der igual ou maior que 85 e/ou tiver alguém com diabete Na primeira consulta.
na família, deve fazer o Teste de Tolerância à Glicose (TTG), para Repetir na 30ª semana
verificar diabetes gestacional.

VDRL Verifica a sífilis congênita Na primeira consulta


Repetir na 30ª semana
Urina - tipo 1 Investiga infecções. Na primeira consulta
Repetir na 30ª semana
Teste anti-HIV Busca evitar a transmissão do vírus na hora do parto. Na primeira consulta
Sorologia para hepatite B 30ª semana
(HBsAg)
Sorologia para toxoplasmose Na primeira consulta
(IgM)
Exames de imagem (ultrasso- Só são previstos como obrigatórios em caso de gestação de alto Pelo menos uma, no 2º
nografia) risco. trimestre.
No parto: toda gestante
tem direito de conhecer e
se vincular a uma ma-
ternidade para receber
Além disso, os seguintes procedimentos assistência no âmbito do
devem ser realizados: SUS (Lei nº 11.634/2007).
Mulheres e recém-nas-
cidos não podem ser
• Avaliação e acompa- recusados nos serviços e
• Vacina antitetânica (dT), nhamento odontoló- tampouco “peregrinar” em
contra hepatite B (se gico.
não vacinada) e contra busca de assistência. Se a
• Tratamento de possíveis unidade de saúde não for
gripe (durante as cam-
panhas). problemas da gestação. adequada para o tipo de
atendimento necessário, a
• Avaliação do estado • Classificação de risco gestante deverá ser assisti-
nutricional da gestante gestacional – deve da até que sejam garanti-
e tratamento dos distúr- ser realizada na pri- dos o transporte seguro e
bios nutricionais. meira consulta e nas a transferência para outra
seguintes, para diag- unidade adequada. Toda
• Prevenção ou diagnós- nosticar precocemente
tico precoce do câncer transferência deve ser feita
a gestante de risco e após a garantia de um
de colo uterino e de proporcionar o encami-
mama. leito, com atendimento
nhamento adequado. prévio e sob os cuidados
de um profissional de
saúde.
Conheça as principais práticas
de humanização do parto
Sempre que não houver problemas clínicos, mostrar o bebê ou O contato pele a
elas devem ser respeitadas: encostá-lo rapidamente
no rosto da sua mãe. pele verdadeiro

• Corte do cordão um- acontece quando a


• Privacidade para a mãe outros procedimentos
e seu acompanhante. necessários. bilical apenas quando criança fica no colo
pararem as pulsações
• Possibilidade de se • Escolha da melhor posi- (de 1 a 3 minutos após
da mãe pela pri-
movimentar, caminhar, ção para o parto. o nascimento). meira hora de vida,
se sentar, o que facilita
• Contato imediato do • Estímulo da amamen- algumas vezes até
o parto.
bebê com a pele da sua tação na primeira hora
• Possibilidade de se mãe logo após o nasci- de vida.
já se iniciando a
alimentar com líquidos mento (se ela desejar), amamentação
ou alimentos leves. colocando-o sobre a • Realização dos proce-
sua barriga ou seios, de dimentos de rotina no nesse momento.
• Acesso a métodos para recém-nascido apenas
bruços e coberto de
alívio da dor durante após a primeira hora
forma seca e aquecida.
a evolução do parto, de vida (pesar, medir,
O contato pele a pele
desde massagens até a vacinar etc.)
deve ser garantido
analgesia.
tanto no parto normal • Se a mãe for HIV positi-
• Realização da ausculta quanto na cesárea, na vo, as regras do cordão
fetal (ouvir os batimen- primeira hora de vida umbilical e da amamen-
tos cardíacos do bebê) e antes de qualquer tação não valem, para
e o controle dos sinais procedimento de rotina, evitar a transmissão do
vitais da mãe, além dos e não significa apenas vírus para o bebê.
Em todos os Após o parto:
momentos (antes, • Alojamento conjunto
da mãe com o bebê
durante e após o e seu acompanhante
parto), a mulher desde o nascimento,
não devendo haver
tem o direito da “período de observa-
presença de um ção” no berçário sem
uma indicação clínica
acompanhante. concreta.
• Controle da luz, da
temperatura e de ruídos
no ambiente.
• Início da amamentação
ainda na primeira hora
de vida, sendo mantida
como única alimenta-
ção até o sexto mês do
bebê. Depois disso, o
bebê deve continuar
tomando leite materno,
junto a outros alimen-
tos, até os dois anos de
idade ou mais.
O que é um Plano de
Parto?
O Plano de Parto é
um texto contendo as A Resolução 368 da ainda que, sempre que a
escolhas da mulher para ANS determina que seja mulher pedir, devem ser
o seu pré-parto, parto e fornecido o cartão da divulgadas as taxas de
pós-parto. Pode ser feito gestante, um instrumen- cesariana dos profissionais
em forma de uma carta e to com os registros das e serviços credenciados
deve trazer suas preferên- consultas do pré-natal pela operadora de saúde.
cias de forma clara para que deve ser apresentado Essas ações têm o objeti-
orientar os profissionais nos estabelecimentos de vo de incentivar o parto
de saúde que acompa- saúde durante a ges- normal.
nharão o processo. Você tação e quando entrar
pode usar as informações em trabalho de parto.
desta cartilha e outras Já o partograma é um
orientações, inclusive documento gráfico onde
médicas, para escrever o profissional de saúde
o seu Plano de Parto. O registra o desenvolvimen-
texto deve ser elaborado to do trabalho de parto,
durante o pré-natal e incluindo a justificativa de
deve ser acompanhado necessidade de opera-
de orientações sobre ção cesariana e é parte
alimentação, exercícios integrante do processo
físicos e respiratórios para pagamento do
preparatórios. parto. A Resolução diz
Tive meus direitos
violados. O que devo
fazer?
• Procure o Ministério Promotoria de Justiça da • Procure a Ouvidoria Os profissionais de
Público de Pernambuco, sua cidade. Os endereços do Sistema Único de
por meio da Ouvidoria e telefones estão disponí- Saúde. saúde devem agir de
ou da Promotoria de veis no site.
Disque-saúde: 136 forma ética e solidária,
Justiça da sua cidade. O • Procure a Defensoria
seu caso será apurado Pública ou a Ordem dos informando a mulher
a fim de que outras Advogados do Brasil –
mulheres não venham OAB, para ingressar com
sobre sua saúde, evi-
a sofrer as mesmas vio- ação judicial para repa- tando intervenções
lações, pois o MPPE vai ração de danos morais e
agir para que o serviço materiais. desnecessárias e
de saúde cumpra com
as obrigações previstas Defensoria Pública ouvindo sua opinião
www.defensoria.pe.gov.br
na lei e ainda poderá 0800.081.0129 sobre os procedimen-
apurar as condutas que
sejam definidas como OAB Pernambuco tos indicados, de forma
crime. www.oabpe.org.br clara, respeitando seu
Ministério Público de • Procure os Comitês de
Pernambuco
Mortalidade Materna
saber e o conhecimen-
www.mppe.mp.br
Central de Denúncias:
e/ou de Mortalidade to do seu corpo.
0800.281.9455 Infantil de seu município
Ouvidoria: (81) 3303.1244 ou região.
Pessoalmente: procure a
As principais referências legais sobre o tema são:

Quem orienta Principais diretrizes

Organização das Nações Destaca, dentro dos Objetivos do Milênio, a necessidade de se alcançar: igualdade entre sexos e empode-
Unidas - ONU ramento da mulher; redução da mortalidade infantil; melhoria da saúde das gestantes.

Ressalta que a humanização do parto é condição primeira para o adequado acompanhamento à saúde da
Ministério da Saúde (Por- mulher e do bebê, compreendendo o dever das maternidades de receber com dignidade a mulher, seus
taria/GM 569 - 2000) Pro- familiares e o bebê, o que requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde, a criação de
grama de Humanização um ambiente acolhedor e a adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompa-
do Parto e Nascimento nhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias, que embora tra-
dicionalmente realizadas, não beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam
maiores riscos para ambos.
Considera que parto e nascimento são acontecimentos de cunho familiar, social, cultural e fisiológico,
Agência Nacional de Vi- fortalecendo o compromisso com os direitos de cidadania e garantindo o acesso às informações sobre
gilância Sanitária (Anvisa) saúde. Obriga todos os serviços de atenção à saúde da gestante a adotarem os preceitos de humanização
– RDC 36/2008 do parto, descrevendo detalhadamente as medidas necessárias para a adoção de boas práticas no atendi-
mento ao parto.

Dispõe que o direito à saúde alcança os direitos reprodutivos das mulheres e os direitos das crianças,
Lei 8.080/1990 abrangendo o direito de acesso a técnicas e serviços de saúde que proporcionem atendimento digno e
Direito à Saúde seguro, durante a gravidez e o nascimento, à mãe e ao bebê.
Quem orienta Principais diretrizes
Afirma que crianças e adolescentes têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
Estatuto da Criança e do políticas sociais que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso. Determina que os
Adolescente (ECA) estabelecimentos de saúde, públicos e particulares, são obrigados a manter o alojamento conjunto, ou
seja, possibilitar que o recém-nascido permaneça todo o tempo junto de sua mãe.

Ministério da Saúde – É uma rede, criada no SUS, que promove o direito ao planejamento da reprodução (escolha de quando se
Portaria 1.459/2011 (Rede quer ter filhos) e à atenção humanizada na gravidez, parto e pós-parto.
Cegonha)

Assegura que o bebê deverá ser colocado imediatamente no colo da mãe após o nascimento (o chamado
contato pele a pele), devendo permanecer durante a primeira hora de vida, para fortalecer o vínculo entre
Ministério da Saúde – mãe e bebê e estimular a amamentação. Assegura também que o cordão umbilical só deverá ser cortado
Portaria 371/2014 quando parar de pulsar, para garantir que o bebê receba uma dose extra de oxigênio nos primeiros
momentos de vida. Procedimentos de rotina só deverão ser realizados após este contato, exceto se houver
indicação clínica.

Agência Nacional de Dispõe sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de
Saúde Suplementar - partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do parto-
Resolução 368/2015 grama, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde suplementar.
r e fe rê n c i A s

AMORIM, Melânia Maria Ramos de. Estuda, Melânia, Es- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 371, de 7 de
tuda! 2012. Disponível em: <http://www.estudamelania. maio de 2014. Institui diretrizes para a organização da
blogspot.com.br/>. Acesso em: 19 mar. 2015. atenção integral e humanizada ao recém-nascido no
Sistema Único de Saúde.
BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria. Resolução RDC nº 36, de 3 de junho de 2008. Regu- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.820, de 13 de
lamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de agosto de 2009. Dispõe sobre os direitos e deveres dos
Atenção Obstétrica e Neonatal. Disponível em: <http:// usuários da saúde.
www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/040608_1_
rdc36.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. DINIZ, C. S. G. O que nós como profissionais de saúde
podemos fazer para promover os direitos humanos
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É direito da pessoa, na
rede de serviços de
saúde, ter atendimento
humanizado, acolhe-
dor, livre de qualquer
discriminação, restrição
ou negação em virtu-
de de idade, raça, cor,
etnia, religião, orienta-
ção sexual, identidade
de gênero, condições
econômicas ou sociais,
estado de saúde, de
anomalia, patologia ou
deficiência.
Portaria nº 1.820/09 do Ministério
da Saúde
m i ni s té r i o p ú b l i co de p e rnam b u co
Rua do Imperador D. Pedro II, 473 – Santo Antônio, Recife, PE
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