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ASPECTOS DO USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM

AMBIENTES DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Ronnie Edson de Souza Santos, Cleyton Vanut Cordeiro de Magalhães, Richarlyson Alves
D‟Emery
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Serra Talhada – PE – Brasil
{ronnie.gd, cleyton.vanut, ricodemery}@gmail.com

RESUMO
Na última década, a área da informática aplicada à Educação, inclusive na modalidade a distância, foi
marcada por mudanças no conteúdo dos ambientes educativos, auxiliadas pela utilização de conceitos da
Inteligência Artificial, a exemplo dos Sistemas Tutores Inteligentes, cuja popularidade cresce cada vez mais
com a aplicação de agentes inteligentes, promovendo o aprimoramento dos ambientes virtuais de
aprendizagem. O propósito deste estudo foi descrever a evolução do uso das técnicas da Inteligência
Artificial em ambientes de aprendizagem voltados para o ensino a distância, a partir de uma análise de
conteúdo realizada em publicações acadêmicas da área dos últimos nove anos. Através de uma pesquisa do
tipo desk research exploratória e descritiva pode- se concluir que a Inteligência Artificial tem sido uma das
áreas mais importante para o crescimento da educação a distância, pois é através dela que os ambientes
virtuais de aprendizagem tem evoluído nos aspectos inerentes a aprendizagem: a facilidade de uso, a
interação com o usuário, a disponibilização de feedback para o tutor e a diminuição da necessidade de
encontros presenciais.

PALAVRAS-CHAVE
Educação a Distância, Inteligência Artificial, Ambiente de Aprendizagem a Distância, Sistema
Tutor Inteligênte e Agentes Inteligentes

1. INTRODUÇÃO
O processo de aprendizagem é considerado uma das mais importantes atividades realizadas pelo ser
humano, pois lhe permite a assimilação de novos conhecimentos e a construção de idéias que possibilitam a
sua evolução. Um dos ambientes mais comuns onde se realiza a aprendizagem é a “sala de aula”, porém nos
últimos tempos, com o crescente aumento da capacidade de processamento dos computadores e a sua
popularização tem permitido o avanço de uma área que vem sendo pesquisada há mais de um século, a
Educação a Distância (EaD).
A EaD é considerada uma modalidade de ensino que possui como principal característica a distância
física ou temporal entre instrutor e aluno. Cruz e Barcia (1997) definem a EaD como uma atividade
pedagógica em que o processo ensino-aprendizagem ocorre por intermédio de recursos didáticos apoiados
por diferentes tipos de tecnologias da informação e comunicação, "transformando a sala de aula presencial
num grande „lugar‟ espalhado geograficamente.
O histórico desta modalidade de ensino permite perceber que seu desenvolvimento passou por
algumas etapas importantes caracterizadas pelo predomínio de algum tipo específico de tecnologia (EAD
Unicamp, 2002). A primeira etapa é conhecida como geração textual caracterizada pelo surgimento, em
diversos países, de cursos por correspondência direcionados a pessoas que não possuíam outra forma de
acesso a educação. Na segunda etapa, a geração analógica contemplou a combinação do ensino por
correspondência com técnicas que buscavam aumentar a interação entre professores e alunos, através de
encontros presenciais e transmissões radiofônicas. Por fim, os sistemas computacionais tornaram-se cada vez
mais acessíveis, sendo utilizados para uma infinidade de propósitos, inclusive para o desenvolvimento de
ambientes computacionais de apoio às atividades de EaD, sendo a popularização dos computadores e a
interação que estas máquinas possibilitam a marca principal da terceira geração da EaD, ou também chamada
geração digital.
Na área da informática aplicada à educação, inclusive a EaD, a última década foi marcada pela
mudança no conteúdo dos ambientes educativos, com a inserção de conceitos da Inteligência Artificial (IA).
Os Sistemas Tutores Inteligentes tornam-se cada vez mais populares com a aplicação de Agentes
Inteligentes, promovendo o aprimoramento dos sistemas. A grande característica desses aplicativos é sua
capacidade de interagir com o aluno, percebendo as ações do aprendiz, e a partir disto, atualizando sua base
de conhecimento a fim de adaptar as estratégias de ensino de acordo com o desempenho particular de cada
indivíduo (VICARRI, 1990).
A IA é uma disciplina científica que utiliza as capacidades de processamento de símbolos da
computação com a finalidade de encontrar métodos genéricos para automatizar atividades perceptivas,
cognitivas e manipulativas, por via do computador (PEREIRA, 2004). Na busca pelo entendimento e a
simulação do pensamento e do comportamento humano, esta ciência tem buscado desenvolver os mais
diferentes meios de fazer com que um computador possa realizar tarefas de forma racional, atingindo além de
um conjunto pré-programado de instruções.
O propósito deste estudo é descrever a evolução do uso das técnicas da IA em ambientes de
aprendizagem voltados para o ensino a distância, a partir de uma análise de conteúdo realizada nas
publicações acadêmicas da área dos últimos nove anos. O artigo segue organizado em cinco seções, a partir
desta introdução. A segunda seção apresenta informações conceituais acerca da temática do assunto. Na
seção seguinte é apresentada a metodologia de pesquisa adotada para realização dos trabalhos. Logo após, na
quarta seção, os resultados do estudo são apresentados e discutidos e, a quinta seção trata das considerações
finais.

2. REFERÊNCIAL CONCEITUAL
Na IA alguns conteúdos são de suma importância no suporte ao processo de ensino-aprendizagem.
Estes conceitos são importantes tópicos de estudo da área da Informática na Educação.

2.1 Sistemas Tutores Inteligentes


Os Sistemas Tutores Inteligentes (STI) são sistemas computacionais com modelos de conteúdo
instrucionais que especificam o que ensinar e estratégias de ensino que especificam como ensinar (MURRAY
apud BOLZAN e GIRAFFA, 2001). O objetivo principal destes sistemas é a modelagem e a representação do
conhecimento especialista humano para auxiliar o aprendiz através de um processo interativo.
Os STIs oferecem considerável flexibilidade na apresentação do material de estudo e uma grande
capacidade para responder às necessidades dos usuários (estudantes). Assim, procuram não somente ensinar,
mas também a melhor forma de ensinar. Conseguem absorver informações relevantes sobre o estudante,
proporcionando um aprendizado individualizado e tomando decisões pedagógicas sobre como transmitir o
material (LIMA e ROSATELLI, 2003).
Segundo Oliveira (1994), os STI possuem uma organização básica com elementos necessários para o
desenvolvimento das atividades (Fig. 1). Na organização o Módulo do Aluno é responsável pelo
armazenamento das informações de cada estudante de forma específica e individual. Este módulo deve
manter um histórico sobre como o estudante está trabalhando no sistema, além de um registro sobre os erros
frequentes. Nele são representados o conhecimento e as habilidades cognitivas do aluno em um dado
momento. Além disso, contém a representação do estado de conhecimento que o aprendiz possui ao interagir
com o STI. O STI, com o conteúdo das informações administradas pelo módulo do aluno, atualizada os dados
da base de domínio, que dará ao sistema a capacidade de inferir a melhor estratégia de ação a ser utilizada
para cada aluno.
O Módulo Tutorial, também chamado de Módulo Pedagógico, tem como função oferecer uma
metodologia eficiente para ser utilizada no processo de aprendizado. Inclui informações sobre as estratégias e
táticas das funções do aluno, sendo o Módulo do Aluno fornecedor das entradas deste módulo.
O Módulo de Domínio armazena as informações que o tutor está ensinando. Uma das suas operações
fundamentais é a modelagem do conhecimento disponibilizado pelo ambiente de aprendizagem, que utiliza o
material disponível (material instrucional, geração de exemplos, diagnósticos e simulação) para realizar a
escolha do método de ensino adequado.
E a Interface é a camada intermediária responsável pela interação entre o tutor e o aluno. A
complexidade utilizada para a construção deste módulo pode ser a mais diversa possível, podendo ser
utilizadas desde simples janelas de diálogo até linguagem natural e reconhecimento de voz, ou ainda a
aplicação de Realidade Virtual para permitir uma imersão total do estudante no sistema.

Figura 1: Organização do STI


Fonte: Andrade e Zavaleta, 2003

O STI agrega as vantagens de construir o seu domínio ao longo do aprendizado, partindo de uma base
de conhecimento inicial, proporcionando incentivo ao aluno ao mostrar vários ângulos de uma mesma
solução, e ainda, fornecendo explicações sobre o motivo da escolha. Segundo Lima e Rosatelli (2003), este
tipo de ambiente de aprendizagem desempenha um importante papel na EaD, pois o tutor está mais próximo
do aluno, assumindo a função de guia e orientador, podendo auxiliar tanto as metodologias de estudo e
trabalho como também na indicação de bibliografias.

2.2 Agentes Inteligentes


Um dos campos mais abrangentes da área de IA são os Agentes Inteligentes. Buscando simular o
comportamento humano para resolver os mais diversos tipos de problema, são aplicados de forma
significativa para a resolução de diversos tipos de problemas. Os agentes podem assumir diferentes
definições, as quais vão estar associadas a diferentes pontos de vista, ou relacionadas ao contexto em que
estão sendo utilizados, bem como às funcionalidades que se deseja obter através deles.
O estudo dos agentes relaciona-se aos sistemas biológicos, que por sua vez possuem a capacidade de
interagir com o ambiente em que vivem. Assim, aproximando-se desta definição, Artero (2009) descreve os
agentes como dispositivos (hardware ou software) que através de sensores, tem a capacidade de captar
estímulos do ambiente e agir sobre o mesmo utilizando atuadores.
Do ponto de vista de pesquisadores em IA, o conceito de Agentes Inteligentes é considerado de
forma mais ampla. Braga e Pereira, 2001 (apud Wooldrige e Jennings, 1995) acreditam que determinado
sistema pode ser classificado como um agente, caso apresente: autonomia – propriedade que permite seu
funcionamento sem intervenção humana, ou seja, as ações são baseadas no conhecimento acumulado;
habilidade social – caracterizada pela comunicação entre agentes através de uma linguagem comum;
reatividade – habilidade de percepção a mudanças no ambiente e capacidade de adaptação a estas mudanças
e; pró-atividade – capacidade do agente de alcançar determinada meta, apresentando iniciativa.
Quanto à arquitetura, o modelo mais comum de um agente inteligente consiste em um dispositivo de
hardware constituído de sensores e atuadores, onde é necessário que o estímulo recebido pelos sensores
sejam entendidos e posteriormente enviados para os atuadores, para que estes por sua vez, possam executar a
tarefa solicitada (Fig. 2).

Figura 2. Arquitetura de um agente inteligente


Fonte: Artero, 2009

Sistemas formados por vários agentes distintos que podem executar diferentes funções são chamados
de Sistemas Multiagentes. Através da variedade de agentes presentes neste tipo de sistema é possível resolver
problemas complexos, os quais, muitas vezes, não podem ser resolvidos através dos tradicionais. Portanto,
segundo Artero (2009), o fato de tratar problemas complexos como um aglomerado de problemas menores
traz uma maior rapidez na resolução dos problemas, pois neste tipo de sistema é utilizada a técnica do
paralelismo.
A definição que melhor se adapta ao sistema multiagente utilizado para a construção de um STI é:
“Um agente é um sistema computacional, posicionado em algum ambiente, que é capaz de agir com
autonomia flexível visando atingir os objetivos para o qual foi projetado.” (JENNINGS apud FRIGO e
BITTENCOURT, 2004).
A cada dia, a educação incorpora mais ferramentas computacionais no processo de ensino-
aprendizagem, buscando otimizá-lo. Neste contexto surgem, portanto, os agentes inteligentes que vem sendo
utilizados principalmente em STI. Por sua vez, estes sistemas são capazes de armazenar características do
aluno a fim de proporcionar um ensino individualizado que busca aperfeiçoar o aprendizado, tomando
decisões pedagógicas de como ensinar. Assim, as pesquisas em STI ou ambientes de ensino-aprendizagem,
preocupam-se com a construção de ambientes que possibilitem um aprendizado mais eficiente. A tecnologia
dos agentes tornou os STI mais adaptados às necessidades e características individuais de cada estudante.

3. METODOLOGIA
Esta é uma pesquisa do tipo desk research exploratória e descritiva, pois buscou conhecer, analisar e
explicar contribuições sobre determinado assunto, tema ou problema (VERGARA, 1997). A pesquisa
descritiva tem característica conclusiva e procura apresentar um conteúdo através de uma abordagem
qualitativa utilizada para que haja maior percepção e compreensão do contexto do problema (MALHOTRA,
2006). O estudo exploratório, segundo Vergara (1997), é realizado em área em que há pouco conhecimento
acumulado e sistematizado. Estas pesquisas são indicadas como preliminares de estudos com delineamentos
mais rigorosos para proporcionar maior familiaridade com um problema, a fim de torná-lo mais explícito.
Para a realização desta pesquisa bibliométrica optou-se por restringir a consulta aos congressos que
estivessem disponíveis de forma on-line ou em CD-ROM. Foram selecionados aqueles ligados à Sociedade
Brasileira de Computação (SBC), dada sua importância acadêmica em termos de produção e divulgação
científicas. Desta forma, foram consultados os artigos publicados nos anais do Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação (SBIE) entre os anos de 2001 a 2009.

3.1 Seleção dos artigos


Inicialmente o corpus da pesquisa foi composto por 635 artigos (Tabela 1), publicados nos Anais do
Congresso Brasileiro de Informática na Educação (SBIE) entre os anos de 2001 e 2009, que passaram por um
processo de filtragem cujo objetivo foi identificar quais dos trabalhos tinham a EaD como tema do estudo.
Posteriormente estes artigos passaram por um segundo filtro com o intuito de separar, dentre os selecionados
anteriormente, os que tinham relação com a utilização de componentes e técnicas da IA para a definição dos
objetivos específicos.
Foram identificados, entre os trabalhos publicados, 73 artigos distribuídos conforme apresentado na
Tabela 2.
Tabela 1: Corpus inicial
Meio Ano Quantidade
SBIE 2001 58
SBIE 2002 53
SBIE 2003 70
SBIE 2004 54
SBIE 2005 63
SBIE 2006 60
SBIE 2007 60
SBIE 2008 54
SBIE 2009 106

Tabela 2: Corpus final


Meio Ano Quantidade
SBIE 2001 5
SBIE 2002 21
SBIE 2003 16
SBIE 2004 6
SBIE 2005 4
SBIE 2006 3
SBIE 2007 9
SBIE 2008 3
SBIE 2009 6

3.2 Análise reflexiva


Este tipo de análise é comum em pesquisas bibliográficas de natureza exploratório-descritiva e tem o
objetivo de identificar, no contexto dos artigos, padrões que permitam agrupá-los e classificá-los em
categorias ou estilos. Nesta pesquisa buscou-se encontrar a forma como os componentes da IA estavam sendo
utilizados em cada período, para atingir os objetivos que motivaram os estudo e com isso, descrever a sua
aplicação nos trabalhos da última década.
Para organizar esta etapa da análise, os 73 artigos selecionados foram organizados em uma tabela que
identificou o título do trabalho, os seus autores, o ano de publicação, a técnica da IA utilizada e o objetivo da
aplicação (Tabela 3).
Tabela 3: Estrutura para Análise dos Artigos Selecionados

Artigo Autores Ano Técnica de IA Objetivos


... ... … … ...
Formação de Grupos no Leonardo Magela Cunha, Agentes Desenvolvimento (Ambiente
Ambiente AulaNet Utilizando Hugo Fuks, Carlos José 2002 Inteligentes de Aprendizagem – STI/
Agentes de Software Pereira de Lucena (Multiagentes) Grupos na Web)
Utilizando Análise de Diálogo
Ana Cláudia H. Vieira, Luiz Suporte (Comunidades
e Ação para Melhoria do
Antônio M. Palazzo, Patrícia 2002 Agentes Virtuais de Aprendizado/
Ensino em Comunidades
C. A. R. Tedesco Diálogo)
Virtuais de Aprendizado

A Avaliação do Uso de Carla Lisiane de Oliveira


Suporte - Construção do
Chatterbots no Ensino Através Castanho, Raul Sidnei 2002 Chatterboot
Módulo
de uma Ferramenta de Autoria Wazlawick
AUXILIAR: Uma aplicação Dilermando Piva Jr., Joni de Instrução Facilitar as interações, o
de inteligência artificial que Almeida Amorin, Mauro Programada e processo de avaliação, o
possibilita a potencialização da Sérgio Miskulin, Ricardo 2002 Raciocínio redirecionamento através
aprendizagem em Ambientes Luis de Freitas, Rosana Baseado em dos conteúdos e o feedback
Colaborativos de Ensino Giaretta Sguerra Miskulin Casos da avaliação
... ... … … ...

4. RESULTADOS
A análise reflexiva realizada nos artigos possibilitou encontrar semelhanças nos objetivos que
motivaram o desenvolvimento dos estudos, onde a cada período de tempo a IA foi aplicada buscando o
suporte ou a construção de ferramentas específicas.
Durante toda a década, Agentes Inteligentes formam a principal técnica utilizada para os estudos em
ambientes virtuais de aprendizagem da EaD. Outras técnicas empregadas foram as Redes Neurais, o
Raciocínio Baseado em Casos, o Reconhecimento de Padrões e a Lógica Fuzzy.
Entre os anos de 2001 e 2002 houve muitos trabalhos envolvidos com a construção de STIs que
pudessem ser aplicados na EaD, além do fato de já serem aplicados com sucesso em atividades do ensino
presencial e por isso, os pesquisadores buscaram atingir os mesmos resultados para a EaD. O suporte as
ferramentas visavam produzir melhores resultados nos sentido de interação aluno-máquina com a melhoria
na apresentação do material instrucional e na interface dos ambientes de aprendizagem. As primeiras
pesquisas para o avanço no processo avaliativo dos sistemas de aprendizagem e da comunicação entre o
grupo de aprendizes e o tutor iniciaram-se neste período.
Desta forma, a partir de 2003 tornaram-se comum entre os ambienteis virtuais de aprendizagem à
distância a adaptabilidade e as ferramentas de chat para facilidade de comunicação. A realidade virtual
tornou-se a melhor alternativa no desenvolvimento de interfaces para concepção de ambientes virtuais com
aspectos semelhantes a realidade. A adaptabilidade envolve a aplicação de entidades autônomas inteligentes
exibindo uma variedade de comportamentos. Estas entidades podem ser objetos estáticos ou dinâmicos,
representações virtuais de formas de vida (humanos ou animais), avatares (que representam usuários no
ambiente) e outros. Estes componentes tornam-se mais atrativos por possuírem características adaptativas ao
contexto do usuário, atuando na maior parte dos casos como assistentes no sistema. Para a melhoria da
comunicação nos ambientes de aprendizagem a pesquisa em IA possibilitou a criação de chatterbots,
programas que procuram simular uma conversação, com o objetivo de levar o interlocutor a pensar que está
falando com outro ser humano.
A medida que a segunda metade da década aproxima-se surge os sistemas de recomendação,
responsáveis por reconhecer um usuário e lhe apresentar conteúdo, produtos ou ofertas personalizados. A
evolução dos métodos de interação com o usuário e a preocupação cada vez maior com as práticas
pedagógicas coloca no contexto dos STIs uma técnica emergente da IA, a “afetividade”. A computação
afetiva é uma linha de pesquisa da computação que estuda como os sistemas computacionais podem detectar,
classificar e responder às emoções humanas. Os ambientes construídos com bases afetivas têm o objetivo de
fornecer suporte emocional ao aluno, a partir da estimulação de sua motivação e encorajamento. Para se
comunicar, utiliza geralmente animações e falas, podendo inferir as seguintes emoções do aprendiz a partir
da observação de seu comportamento: alegria, tristeza, satisfação, frustração, raiva, gratidão e vergonha.
As pesquisas atuais em ambientes virtuais da EaD tem utilizado a IA para encontrar formas mais
eficientes para avaliação de questões discursivas dos alunos. A avaliação automática destas questões abertas
é uma característica almejada atualmente, pois permite ao professor avaliar de forma mais adequada o
desempenho do estudante através do sistema.

5. CONCLUSÃO
Os avanços tecnológicos e o crescimento da Internet tornaram cada vez mais simples o crescimento da
EaD mediada por computador, porém um dos grandes responsáveis por este processo de crescimento na
atualidade tem sido a IA, na qual concentra seus estudos em técnicas que permitam aos computadores
habilidades normalmente associadas aos seres humanos, como compreensão da linguagem natural, resolução
de problemas e a capacidade de aprender por si mesmos. E é esse foco dos estudos que vem possibilitando a
melhoria dos ambientes virtuais de aprendizagem, com a implementação de módulos e ferramentas que
permitam facilitar e validar processos da EaD nestes sistemas.
Assim os achados desta pesquisa possibilitaram perceber como os propósitos da concepção de
sistemas para o uso da EaD foram modificados durante a última década e como a IA foi aplicada visando
atingir estes objetivos. No início da década buscou-se a melhoria na aceitação dos STIs e a interatividade era
o foco dos pesquisadores. Com o passar do tempo a adaptabilidade dos ambientes de acordo com o perfil do
aprendiz e as ferramentas de comunicação foram melhoradas com a utilização dos agentes inteligentes de
interface e pedagógicos. Atualmente os processos avaliativos em ambientes educativos e a aplicação de
características afetivas aos sistemas têm possibilitado pesquisas em uma área relativamente nova da IA, a
computação afetiva.
Conclui-se que a IA tem sido uma das áreas mais importantes para o crescimento da educação,
inclusive na modalidade a distância, pois é através dela que os ambientes virtuais de aprendizagem tem
evoluído nos aspectos mais importantes para a aprendizagem: a facilidade de uso, a interação com o usuário,
a disponibilização de feedback para o tutor e a diminuição da necessidade de encontros presenciais, uma
questão importante neste contexto.

6. REFERÊNCIAS

ARTERO, A. O. Inteligência Artificial: Teórica e Prática. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2009.

BOLZAN, W.; GIRAFFA, L. M. M. Estudo comparativo sobre Sistemas Tutores Inteligentes


Multiagentes Web. Faculdade de Informática PUCRS, 2001.

BRAGA, B. T. R.; PEREIRA J. L. A. Agentes Inteligentes – Conceitos, Características e Aplicações.


Universidade da Amazônia - Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Belem/PA, 2001.

CRUZ, D. M.; BARCIA, R. M. Manual de Sobrevivência num Ambiente Virtual de Educação a


Distância por Videoconferência. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará. “WISE” 99 Workshop
Internacional sobre Educação Virtual: realidade e desafios para o próximo milênio. p. 207-215, 1999.

FRIGO, L. B.; BITTENCOURT G. 2004. O Papel dos Agentes Inteligentes nos Sistemas Tutores
Inteligentes. São Paulo, World Congress on Engineering and Technology Education.
LIMA, D. R.; ROSATELLI, M. C. Um Sistema Tutor Inteligente para um Ambiente Virtual de Ensino
Aprendizagem, SBC2003 – WIE, Campinas, SP, 2003.

MALHOTRA, N. K. Pesquisa De Marketing: Uma Orientação Aplicada. 4.ed. Porto Alegre, Bookman,
2006.

OLIVEIRA, F. M.. Critérios de equilibração para Sistemas Tutores Inteligentes. Tese de Doutorado,
UFRGS, Porto Alegre, 1994.

PEREIRA, L. M. 2004 [Online]. Inteligência Artificial - Mito e Ciência. Disponível em:


<http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=4681>. Acesso em: 03 ago 2004.

EAD Unicamp. 2002. [Online] Orientações Para O Desenvolvimento De Cursos Mediados Por
Computador., Disponível em:
<http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead/document/?code=24>. Acesso em: 02 ago 2010.

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo, Atlas, 1997.

VICCARI, R. Um Tutor Inteligente para a programação em Lógica – Idealização, Projeto e


Desenvolvimento. Tese de Doutorado, Universidade de Coimbra, Coimbra, 1990.

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