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A MODERNA

HISTÓRIA DA PSICOLOGI
40
.d , hoje. nos E stados Unidos. Em 1855,
e dele - é conheci ª ate , . nome d e " Berkeley",
elo menos, o nom 1 Californta, com 0 .
A fama de Berkeley- ou, P . . fundou uma escoa na " h prospect of plantmg arts
d Yale U111versity, ma On t e . .
o reverendo Henry Durant, a l reconhecimento a seu poe d h course of empire takes its
b' o ou ta vez em 'd "Westwar t e
em homenagem ao bmn isp ' l" t firase muito conheci a:
. ,, 111 que se e es a
and learning in Amenca , e . ")
. , · tom.a seu rumo ·
way" ("Para 0 Ocidente o unpeno . d Locke de que todo o conhe-
d m o conceito e . , .
A percepção é a única realidade. Berkele!. co~cor aasv;i~:rgia da distinção entre as qualidadLes prkimahna
. tem origem
cimento do mundo exterior · na experiencia,
. m . árias mas somente as qua l'd d s que. ,. o c. e c a-
1 a e
e secundária. Berkeley alegava não existirem quahd~des pri~a u~a função ou dependia da expenencia ou ~a
mava de secundárias. Para Berkeley, todo o conheciment~ e b o nome de mentalismo, como expressao
percepção do indivíduo. Alguns anos mais · tard e, es sa teoria rece eu
da ênfase no fenômeno exclusivamente mental.

f - de um fenômeno mental e
Mentalismo: doutrina que considera que todo conhecimento é unçao
dependente da pessoa que o percebe ou vivencia.

Berkeley afirmava ser a percepção a única realidade da qua1 se tem c erteza · Não se pode , conhecer
. . ,..com
.
. . . . _
precisão a natureza dos objetos fisicos no umverso experimenta1 0 un iverso derivado da
. propna
E _expenenc1a d
, b
ou tendo ela como base. Tudo que sabemos e como perce emos ou sen i (mos esses objetos.
, ntao,
, sen
l od a
· o o b.~eto fimc· o nada mais e do que o acumu o as
percepção interna e subjetiva não reflete o mundo exterior.
·
sensações experimentadas ·'
simultaneamente, ·
de forma que se associem a' m ente pelo hábito. De acordo com
Berkeley, portanto, o universo das nossas experiências é o somatório das sensações. .
Não há substância material da qual possamos ter certeza, porque, se excluirmos a percepção, a qualidade
desaparecerá. Desse modo, não existe cor sem a nossa percepção de cor, a forma ou o movimento sem notar
a forma ou o movimento.
A afirmação de Berkeley não era de que os objetos reais apenas existem no universo físico quando são
por nós percebidos. Sua teoria considerava que toda nossa experiência acumulada decorre da nossa per-
cepção e que nunca conhecemos precisamente a natureza física do objeto. Contamos apenas com a própria
percepção desses objetos.
Ele reconhecia, no entanto, que havia estabilidade e consistência nos objetos do mundo material e que
eles existiam independentemente de serem percebidos e, então, tinha de achar alguma forma de comprovar
essa teoria. O argumento utilizado foi Deus; afinal, Berkeley era bispo. Deus funcionava como uma espécie
de observador permanente de todos os objetos do universo. Se a árvore caía na floresta (assim como dizia um
antigo enigma), a queda produzia um som, mesmo que não houvesse ninguém para ouvi-lo, porque Deus
estava sempre presente para percebê-lo.

A associação das sensações. Berkeley aplicou o princípio da associação para explicar como passamos a
conhecer os objetos do mundo real. Esse conhecimento é basicamente a construção ou a composição de ideias
simples (elementos mentais) unidas pelo fundamento da associação. As ideia~ complexas são formadas pela
união das simples recebidas por meio dos sentidos, como explicou em Um ensaio para a nova teoria da visão [An
essay towards a new theory ef visíon]:

Sentado na minha sala de leitura, ouço uma carruagem se aproximando pela rua; olho pela Lianela] e avisto-a;
saio de casa e entro nela. Assim, uma narrativa comum pode conduzir qualquer um a pensar que eu ouvi, vi e
tog~ei o mesmo objeto [... ] a carruagem. No entanto, apesar de afirmar serem as ideias (concebidas] por cada
sent1~0 amplamente diferentes e distintas umas das outras, quando observadas constantemente juntas, acabam
descritas como sendo um único e igual objeto. (Berkeley, 1709/1957a)
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, '"' 1 ) ., ,k 1j11s1t· dos olhos p;tra cnxngarmos os objetos de d1stanna'i d1kre11tc ~ .... e q111 111<1•11
\1111 ,,, Ili ·l ' . . •.
, i. ipi 1 j 111 ,1 ·, 11) l)ll .1t:1sL1mc1110 dos objetos Yisn,1lizados. Em outras palavras, .is contí11u.t'í <:xpnii·n ias
1 1 111
il.11 i. \ 1111 inh.ir l'lll dm·~<1o .1os objeto. ou de Jlcançá-los, ,1liadas às sensações dm mÚ'ículoc, o<. uhr ·e;,
11
• nindu :z tr t nncenc·jo da 1Jrofundidade. Quando aproximamos o objeto dos olh os, a-; pupila'í <,e
llll 111 I'· 11 •1 r · • r r ' r

11
,.
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, •
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e. qu.tndo o Jfastamos. a convergência diminui . Desse modo, a percepção de profundidade não é
um.i ,; 111 1l. l'. ·pcriê11nJ sen. orial. mas uma as ociação de ideias a ser aprendida.
lkrh·ky prosst>gum na crescente teori.1 da a ociação na filosofia empirista, tentando explicar o processo
,ur.imcntl' psicológico ou rogniti\'o com ba e na associação das sensações. Sua explicação antecipou com pre-
! 1, .. 0 •1 vis.io modern,t da percepçào de profundidade no que tange à consideração das diretrizes psicológicas
1!.t .1comotb<;fo e da convergência.

David Hartley (7705-7757)


n.ivid Hartky foi preparado para seguir a carreira do pai e tornar-se sacerdote, mas, devido às desavenças
t"omt.11Ht's com a doutrina religiosa estabelecida, abiamente resolveu dedicar-se à medicina. Teve uma vida
rr.111quila e rotineira como médico, embora não houve e completado o curso de medicina; e, por conta própria,
t"tudou ti lo. ofia. Em 1749, publicou Obscm1cc>es stJbrc o ho111em, sua estrutura, papel e expectativas [Observations on
1111111, his.fi.1111c, his d111y, 1llld his <'-'"J"'Cfc1tiC111s]. considerado por muitos estudiosos o primeiro tratado sistemático

a rt·~p iro da .1ssoci.1ção.


A associação por contiguidade e por repetição. Para Hartley, a lei fundamental da associação é a
contiguid.1de, que u ou como ba t: para explicar os processos da memorização, do raciocínio, da emoção e da
a <io \'Olunrária e involuntária. Ideias ou sen ações que ocorrem juntas, simultânea ou sucessivamente, tornam-
-se asso~i~da .. de mod~ que a o~or~ên~ia de u~-ª resulta na ocorrência da outra. Hartley ainda afirmava que
a repeuçao da. ensaçoes e das ideia e necessana para a formação das associações.

Rtpttição: noç~o ~e que, quanto mais frequente é a ocorrência de duas ideias simultâneas mais ráp'd
será sua associaçao. • ' a

Hartley concordava com Locke que todas as ideias e o conhecimento são resultantes d ·" ·
r ebemos po · d .d _ . as expenenc1as que
m d'd r ~e10 os senti os e que nao existem associações inatas nem conhecimento À
t a que a criança cresce e acumula uma variedade de ex ." . . . - ao nascermos.
meneai de crescente compl .d d D r penencias sensoriais, sao estabelecidas as conexões
ex1 a e. essa iorma, quando chegamo ' ·d d 1 ·
p n amentos já estão desenvolvidos Essa .d 1d , 1 . s a v1 a a u ta, os sistemas mais elevado de
e0 · , . · vi menta e mve mais elevado ª .
r c1ocm10 pode ser analisada ou reduzida aos elementos . , , como-º pe~samento, o Julgamento
m. Hartley foi o primeiro a aplicar a teoria da associaç- mentais 1~u as sensaçoe_s sm1ples a que deram ori-
A. ao para exp icar todos os tipos de atividade menta i .
influência do . .
>m mecan1c1smo. Assim como outros filósofos ue 0
ntal com base no mecanicismo E l q antecederam, Hartk·y CIL 't rg.1\',l o
l na t.1 . H . . m um aspecto e e ultrapassou b. . ~
tarnb' . artlcy tentou não apenas explicar os process . l' . os o ~et1vos de outro . c.·111pirisr.1s t'
"' m t nt 1· · os ps1co og1cos com ba ·• · • .
ou exp icar da mesma forma os processo fi .. I' . . .l. , st nos pnnrip10, m ·c.uuco"
,· Isto og1<..:os su )jacentes.
A MODERNA
HISTÓRIA DA PSICOLOGI
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niundo físico. Hartlcy apli-
, .. ' 10 i111p11 1so )10 ,· .
. . . ibra(aO _ tt Jlla <i a.s caractenslttas
. <
. oso. A 1cg:wa cluc os nervos co11s1st1an.. 1
1sa.1c. Newton .1firmav.1 Sl i .1 v , l . 1 i1ua110 e do s1ste111a lll rv ·1 , ·c
-)•'s dos nervos transm1t1a111
. . io rt.'rl'1to 1l • ··) • e as v1Jr,1ç ... ,
C •nt ess1 icki.1 ao func10na111lnto t . s c·t11uo ·1creditava f)escart<.:s <.. ~1t_1 Lttras mcJ1orcs, no ccrebro, que
'" .. · , . ( - tubos oco ' i · 11c10 a o · · • · j .
·111 t•srruturas sohd.1s e n.10 d . . o Essas vibraÇÕl'S e avaJl) li . , de I Jartlcy para a ps1co og1a
t outra o cot p · A • • fa doutrin.1 d I
i111nulsos de uma p:irte .1 .' 1, . d"s ideias. A importa neta e. . . ·cânico como mo e o para
r
consisti;1111 . - p sico og1cas
nas dup1icaçoes . de" usar as ideias cient1'f'icas d o universo nie
1-es1c. i e n o t~1to
• de ainda ser uma tentativa
.
a compn.·ensao - da na tureza hu1nana.

James Mil/ (7773-7836) .


_. J' .t do consideravelmente suas
ue normalmente te1 ia im1 a . - 1
J ames M1·11 nasceu na Escócia, filho de um sapateiro,
-
oq .. .
~ usou a permitir isso.
Ela tinha "grandes amb1çoes para e e,
_ ,, (C ld ·
Perspectivas de carreira. No entanto, sua mae se rec . aos outros e o centro das atençoes apa i,
. d . d"tar que era superior d E
e desde o começo James foi força o a acre i . dedicasse totalmente aos estu os. sse
. f; d de outras crianças e que se
2004, p. 1). Insistia que se mantivesse a as ta o . ·d b, n1 por ele com seu filho.
.
foi definitivamente um regime espartano, a
dotado mais tar e tam e
. . d
, .
te algum tempo como clengo. uan o
Q d
. b h E ócia e servm uran •
Mill estudou na University ofE dm urg • na se ' _ b d a igreia escocesa para ganhar a
. , - t dia seus sermoes, a an onou 'J
percebeu que nmguem na sua congregaçao en en , . ' . d I' d" [H'story oJBritish India], que levou 11
. lh 1. .' · · f: oso e H1storra a n ia 1
vida como escritor. Seu traba o iterano mais am . . , A '/"·e dosfenômenos da mente humana
. · - mais· impor
anos para terminar. Sua contnbu1çao · • a ps1co1ogia e na 15
t an te para
[Analysis oJ the phenomena of the human mind] (1829).
A mente como uma máquina. James Mill aplicou a doutrina do mecanic~srr~o. à mente dhum~n~dcodm
· a 1lusao
rara objetividade e clareza. Seu objetivo era destruu · - a respeito
· d e to da a sub1ettv1dade
:.i • ou as at1v1 a es
psíquicas e demonstrar que a mente nao - passava d e uma maqmna.
' · M 1·11 n ão se convencia com a argumenta-
ção dos empiristas de que a mente era seme111ante a' maquma
' · apenas no seu funcionamento · A mente . era uma
máquina - funcionava da mesma forma previsível e mecânica de um relógio. Era colocada em funcionamento
por forças tisicas externas e operada por forças tisicas internas.
De acordo com essa perspectiva, a mente é uma entidade completamente passiva e acionada totalmente
por estímulos externos. A reação a esses estímulos é automática; a atitude não é espontânea. A teoria de Mill,
no entanto, não comportava o conceito de livre-arbítrio.
Conforme sugere o título do principal trabalho de Mill, ele propunha o estudo da mente pelo método da
análise, ou seja, reduzindo a mente em componentes básicos. É possível reconhecer nessa afirmação a doutrina
mecanicista. Por exemplo: para compreender um fenômeno complexo, seja no mundo físico ou mental, sejam
ideias ou relógios, é necessário dividi-los em partes, componentes menores. Mill afirmou "ser indispensável o
conhecimento distinto dos elementos para apurar a formação resultante da sua composição" (Mill, 1829, v. 1, p. 1).
Para Mill, sensações e ideias são as únicas espécies de elementos mentais que existem. Na linha tradicional
empirismo-associacionismo, todo conhecimento tem início com as sensações, das quais são derivadas as ideias
complexas de nível mais elevado mediante o processo da associação, que é uma questão de contiguidade ou
apenas de simultaneidade e pode ser sucessiva ou concomitante.
Mill não acreditava que a mente tivesse uma função criativa, já que a associação consistia em um processo
passivo e automático. As sensações simultâneas que ocorrem em certa ordem são reproduzidas mecanicamente
em f~rn~a ~e idei:s,_ as quai_s o~orrem na mesma ordem das sensações a que correspondem. Em outras palavras, a
assoc1açao e mecamca e as 1de1as resultantes são apenas o acúmulo ou a son1 a dos elen e t · · d" ·d ·
1 n os mentais m ivi ua1s.

John Stuart Mil/ (7806-7873)


James Mill concordava com a visão de Locke a re · d h
. d .,., . speito ªmente umana como uma folha em branco para o
reg1stro as expenencias. Quando nasceu seu filho John M'll
1
• • prometeu estabelecer quais experiências preen-
CAPÍTULO 2 As INFLU~NCIAS FILOSÓFICAS NA PSICOLOGIA 43

cheriam a mente do garoto e empreendeu um rigoroso programa de aulas particulares. Todos os dias, durante
íodo de até cinco horas, ensinava grego, latim, álgebra, geometria, lógica, história e política econôm.ica
um p er
· formulando perguntas até receber a resposta correta (Reeves, 2009).
ao me 111 110 ,
Ele era mantido afastado da distração de outras crianças, era frequentemente repreendido e corrigido por
cometer erros, e jamais era elogiado por suas realizações. Descreveu seu pai uma vez como "excessivam~ente
nhum erro esc;ipava, mesmo que pequeno; não passa nada sem ser repreendido ou punido de algum
severo. Ne
modo" (apud Capaldi, 2004, p. 10).
Em sua autobiografia, John Stuart Mill escreveu que seu pai "exigia de mim não sarnente o máximo, mas
também que era impossível de ser feito ... não havia feriados, o hábito do trabalho jamais podia ser interrom-
0
.i · como 0 gosto pela preguiça jamais podia ser adquirido" (Mill, 1873/1909, p. 10, 27). Embora tivesse
p1l o, asm11 . . . .
tido uma educação severa, ele fm bem-sucedido, aprendendo tudo que seu pai acreditou que devesse saber.
Aos 3 anos,John Stuart Mill lia Platão no original em grego. Aos 11, escreveu o primeiro trabalho acadê-
mico e aos 12 dominava com perfeição o currículo universitário padrão. Com 18 anos, descreveu a si mesmo
como uma "máquina lógica" e, aos 21, sofreu uma depressão profunda. Sobre seu distúrbio mental, disse: "Meus
nervos ficaram em estado de entorpecimento [...] toda a base sobre a qual a minha vida fora construída havia
ruído[ ...] Não havia sobrado nada por que valesse a pena continuar a viver" (Mill, 1873/ 1909, p. 83). Ele levou
muitos anos para recuperar a autoestima.
Mais tarde, em sua vida, ele culpou seus pais por seus problemas mentais; o pai devido à rigidez e a mãe,
segundo ele, por nunca ter-lhe demonstrado afeto. "Eu, na verdade, cresci com a falta de amor e na presença
do medo" Ü· S. Mill apud Kamm, 1977, p. 15).
Mill trabalhou na Companhia das Índias Orientais, lidando com a correspondência rotineira referente à
atuação do governo inglês na Índia. "Ele era tão fanático por trabalho, que, ao se sentir acalorado devido à sua
efervescente escrita, ele gradualmente se despia de suas roupas e trabalhava com a maior seriedade sem seu colete
ou suas calças, enquanto seus colegas o observavam com o espanto do decoro vitoriano" (Gopnik, 2009, p. 86).
Aos 25 anos, Mill apaixonou-se por Harriet Taylor, uma mulher linda e inteligente, porém casada, que
veio a exercer grande influência em seu trabalho e em sua vida. Os dois desenvolveram uma íntima amizade
e afeição que se transformou em um romance muito conhecido. Era um relacionamento pouco comum até
mesmo para os padrões atuais. Mesmo depois de seu marido repetidamente pedir que ela parasse de passar tanto
tempo com ele, Harriet ainda negociou um acordo. Ela e Mill continuariam a se encontrar, mas ela viveria
com seu marido, prometendo lealdade e fidelidade aos dois homens, mas abstendo-se de atividades sexuais com
eles.' Essa situ~ção continuou por 20 anos, até que seu marido faleceu. Depois dos dois anos de luto socialmente
aceitos, Harnet e John Stuart Mill puderam se casar.
Ela o ajudava tanto com seu trabalho, que se referia a ela como "dádiva-mor da miºnh · " · ,, (M "ll
1873/190 a ex1stenc1a 1
9, p. 111). Ele ficou inconsolável quando ela morreu sete anos depois e d · ;
d d d , ' , man ou construu um chale
e on e pu esse ver o seu tumulo. Escreveu: "Duvido que algum dia possa estar d l , .
ou pessoal · prepara o para a go publico
. novamente ... a pnmavera de minha vida terminou" (apud Capaldi 2004 246) . - ,
im~ortante por causa da imagem mecânica que Mill usou: a mola era um n t, fc' p. : Essa c1taçao e
~Ul~a, como relógios e autômatos, e por extensão, também os humanos Aos ~o2 or, a orça motivadora da má-
pnmavera" na filha de Harriet Helen que t1.nha 27 d .d d . anos, ele encontrou uma nova
. , , anos e 1 a e e a qual lh fc .
sua vida. Em sua carta, ele se refere a ela como se fosse sua filh e ez companhia pelo resto de
como uma governanta. "Ele tinha adorado ser dominado p ~ a,. masi na realidade, ela se comportava mais
(Kamm, 1977, p. 133). or arnet; e e gostava de ser dominado por Helen"
Mill, mais tard bl · .
su e C e, pu icou uma dissertação intitulada "A sub· u -
ho:rs ª.º dde Helen e inspirado pelas experiências do casamento d ~ Hgaça.o das mulheres", escrito a partir da
onza o com f; d e arnet com seu · · .
a saga fi . . o ato e as mulheres serem privadas dos direitos fi . pnme1ro mando. Ficou
eminina à de outros grupos de desprovidos Cond "di~ance1ros ou das propriedades e comparou
. errava a I eia da sub . -
m1ssao sexual da esposa ao desejo
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4 Ili) itibd1d.1t e ge111os. Jlla


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llllld ( tl'lld 11.1dt1rnl p.11,I ( ' . J j j. dos S 'XO'i. f·reud (''i<,f(.'.VCU;
I' . '" '\) \ 11\ l.111 l •. 1 li M 'll . 'SIH'llll d.1 1g11.1 ( ,1( t
. '' ' ,, '· ' ' ~li' 111•1\ .1. lllll1Hl li l lo rolllt'tto de ' .1 ll . . l<H 1d.1 ,1(1or.H . 1,1· 111' J.llVCJJludc < uma esposa
·111 um'' nt' 1 11. , - 1 ·1· outn scn:in l'St.1: ser u111.1 11.111 , M 'li ·t ·1v·1 111 ·iis avançado 11<>!1 Stll>
·• 1 "' "' ' l,1 1111 i lh ' 'I 11 •lll 1'1 1 ' \l
1 1 ' . [ · ]lll' 1 l'S ' ' ' '
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lll •1111.111 1111.1t1111d.11k 1iut, ' · F. 1
- 1 ue ~ reuu
. 1 11., icihi dl'ss.1 qul'stao uo q · .
1 11 1111 11w · ·I , .
John Stuart M dl tornou se
i bordando divt'rsos toplCüS, . b
, . nental Por cws<l dos seus tra ba l 105 ª ' .
da psicologia. Ele com at1a
A •

qumuca 1 • fc u fonll'1lme11tl' na nova ocnc1a . , l


'111rib11i111c influente no qul' logo se tra1~s ormo . .' - d nente passiva gue reage mediante o est1mu o
. . . J .5 Mill ' ou
pn j <io llll'l.\lll!Clsta de st'u p.u, amt:. .
sep, a v1sao a 1
·l .
. .
a associação de ideias.
·11 t. ·xerc1a um papt: ativo n. • . . d
·tnno. P.1r.1 John Stu.1ít M t • J men e t:. , - - tório de ideias simples por meio o
· - ·d . mnlexas nao sao apenas o soma . . . l )
Em ,u,1 propost.1, atmna que 1 e1.is co r ' · . d . tes individuais (as ideias simp es .
J.. ão mais que a s11nples soma as par . l .
rn.Kl'''º dt ª''oc1a~ao. Ioc1.1s lü111p exas s
• · .- 1, •
- d s elementos simples. Por exemp o.
Por qut·? Porque acabam ad qumn d novas qua 1
d
°
l'dades antes nao encontra as no
• b
- s corretas resulta na cor ranca, u
ma qualidade completa-
1
, mistura de azul. vermelho e ver e nas proporçoe . , · tº combinação correta de
ment nova. ))e acordo com essa perspectJVa, . con h e oda como a s1ntese cria iva, a , . elementos
dl'l11l'llt0\ llll'lltais SL'mpre produz alguma qua l1.d ad e d lStlll ' . t a qu e não estava
' e presente nos propnos .

íntw! criatiria: noção de que 1de1as complexas, formadas de ideias simpl~s, adquirem novas qualida-
des; a combinação dos elementos mentais ena um conjunto maior ou diferente do que a soma dos
elementos originais.

1)esse modo, o pensa1m·nto til' John Stuart Mill foi influenciado pelas pesquisas em andamento na química,
qut proporc1011ara111 .1 ele moddos d1tl:n:ntL's das suas ideias da física e da mecânica, que forn1avam o contexto
de idi.: 1.1s do pai dele e dos precursores t:mpiristas e associacionistas. Os químicos demonstravam o conceito
d.1 :ínrcst'. que busca compo11enrt•s 4uí1111cos para mostrar atributos e qualidades não presentes nas partes ou
nos lemenros que os compôem. Por exemplo: a mistura correta dos elementos do hidrogénio e do oxigénio
produz a .ígu.1, .1 qual possui propriedade não encontradas em nenhum desses componentes. Do mesmo modo,
. : idei.1s complc-xas formad.1s pela combinação de ideias simples adquirem características inexistentes em seus
elc-menros. !vtill chamou essa reoria da associação de ideias de "química mental".
John cuarc MiJJ tamb~m contribuiu significativamente para a psicologia, alegando ser possível a realização
de um e, cudo científico da mente. Fez essa afirmação quando outros filósofos, principalmente Auguste Comte,
negavam a po_sibilidade de examiná-la por meio de métodos científicos. Além disso, Mill recomendou um
norn campo de estudos que chamou de "etologia", dedicado aos fatores que influenciam 0
desenvolvimento
da per onalidade humana.

Contribuições do empirismo à psicologia


Com o urgimento do empirismo, muitos filósofos desviaram-se das abordagens iniciais do conhecimento.
Embora cratassem de algumas questões em comum, seus métodos para analiºsa' las bas · do
·
acom1smo, do mecanicismo
· · e do positivismo. - ' eavam-se nas teonas
Vejama os princípios do empirismo:

• o papel principal do processo da sensação·


• .t anáJise <la experiência consciente nos el~mentos·,
CAPÍTULO 2 AS INFLU~NCIAS FILOSÓF ICAS NA PSICOLOGIA 45

• a síntese dos elementos em experiências mentais complexas mediante o processo da associação;



0
foco nos processos conscientes.
O papel principal do empirismo na formação da nova psicologi;.i científica tornara- se evidente e foi possível
'H:orceber que as preocupações dos empiristas formavam o objeto de estudo básico da psicologia.
J Em meados do século XIX, os filósofos estabeleceram a justificativa teórica para uma ciência dedicada à
natureza humana. O passo seguinte seria a transformação da teoria em. realidade - o tratamento experimental
do mesmo objeto de estudo-, o que ocorreria logo, graças aos psicólogos, que proporcionaram o tipo de ex-
perimentação que viria a completar a fundação da nova psicologia.

Questões para discussão


1. Compare as explicações a respeito de associação apresentadas por Hartley, James Mille John Stuart

Mill.
2. Faça uma comparação e destaque os pontos divergentes das posições de James Mille de John Stuart
Mill acerca da natureza da mente. Qual dessas visões teve impacto mais duradouro na psicologia?
3. Defina o positivismo, o materialismo e o empirismo. Quais as contribuições de cada um para a nova
psicologia?
4. Descreva a definição de Locke sobre o empirismo. Discuta seus conceitos de sensação e reflexão e
o de ideias simples e complexas.
5. Explique o conceito do mecanicismo. Como esse conceito foi aplicado aos seres humanos?
6. Como as ideias de Berkeley desafiaram a visão de Locke sobre a distinção entre as qualidades primária
e secundária? O que Berkeley quis dizer com a frase "percepção é a única realidade"?
7. Qual é a explicação de Descartes para o funcionamento e a interação do corpo humano e da mente
humana? Qual é o papel do conarium?
8. Como Descartes diferenciava as ideias inatas das ideias derivadas?
9. Qual é a diferença entre a visão de Descartes a respeito da questão mente-corpo e as visões anteriores?
10. Como o trabalho de Hartley superou os objetivos dos demais empiristas e associacionistas? Como
Hartley explicava a associação?

11. Qual é.a .relação existente entre o desenvolvimento do relógio e o dos autômatos e as ideias do
determm1smo e do reducionismo?

12. O q~e é a abordagem química mental para a associação? Qual é a relação entre essa abordagem e a
noçao da mente semelhante a uma máquina?

13. Quais as implicações da máquina calculadora de Babbage na nova psicologia? Descre ·b · -


de Ad L · va a contn mçao
a ove1ace para o trabalho de Babbage.
14. Por que o pat o mecamco
" . causou tanta sensação em Paris de 1739? Q 1 '
dese 1 · · ua e a re1açao
- d.isso com o
nvo vimento de uma nova psicologia?
. fcoram considerados modelos para o universo físico?
15. Por que os re l'og1os

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