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Prevenir é a melhor forma de evitar a dengue, zika e chikungunya. A maior parte dos focos do
mosquito está nos domicílios, assim as medidas preventivas envolvem o nosso quintal e também os
dos vizinhos.
Garrafas PET e de vidro: As garrafas devem ser embaladas e descartadas corretamente na lixeira,
em local coberto ou de boca para baixo.
Lajes: Não deixe água acumular nas lajes. Mantenha-as sempre secas.
Ralos: Tampe os ralos com telas ou mantenha-os vedados, principalmente os que estão fora de uso.
Coletor de água da geladeira e ar-condicionado: Atrás da geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por
semana, assim como as bandejas do ar-condicionado.
Calhas: Limpe e nivele. Mantenha-as sempre sem folhas e materiais que possam impedir a passagem da água.
Cacos de vidros nos muros: Vede com cimento ou quebre todos os cacos que possam acumular água.
Baldes e vasos de plantas vazios: Guarde-os em local coberto, com a boca para baixo.
Plantas que acumulam água: Evite ter bromélias e outras plantas que acumulam água, ou retire semanalmente a água
das folhas.
Suporte de garrafão de água mineral: Lave-o sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não estiver em
uso.
Falhas nos rebocos: Conserte e nivele toda imperfeição em pisos e locais que possam acumular água.
Caixas de água, cisternas e poços: Mantenha-os fechados e vedados. Tampe com tela aqueles que não têm tampa
própria.
Tonéis e depósitos de água: Mantenha-os vedados. Os que não têm tampa devem ser escovados e cobertos com tela.
Objetos que acumulam água: Coloque num saco plástico, feche bem e jogue corretamente no lixo.
Vasilhas para animais: Os potes com água para animais devem ser muito bem lavados com água corrente e sabão no
mínimo duas vezes por semana.
Objetos d’água decorativos: Mantenha-os sempre limpos com água tratada com cloro ou encha-os com areia. Crie
peixes, pois eles se alimentam das larvas do mosquito.
Lixo, entulho e pneus velhos: Entulho e lixo devem ser descartados corretamente. Guarde os pneus em local coberto
ou faça furos para não acumular água.
Lixeira dentro e fora de casa: Mantenha a lixeira tampada e protegida da chuva. Feche bem o saco plástico.Artigos
One Pensadores
TÃO PEQUENO... TÃO MORTAL!
O Psicólogo e a Jornalista
Dica: aprenda a fazer uma armadilha para o mosquito no site do You Tube: a Mosquitérica.
Edição 1959 de 20 a 26 de janeiro de 2013
Dengue deve ser vista como um problema da sociedade
Cobrar ações eficazes e rápidas dos governantes é vital para garantir a saúde e a sobrevivência dos
indivíduos. Mas a sociedade deve cobrar de si mesma mais empenho no combate ao mosquito
Ao escrever este Editorial sobre a dengue e a vida, tomamos a liberdade de expor, com a brevidade
necessária, algumas ideias do escritor e filósofo Aleksandr Herzen, o Voltaire russo do século 19,
muito bem analisado pelo filósofo inglês Isaiah Berlin no livro “Pensadores Russos”. Herzen,
apesar de sua importância — trata-se do publicista e escritor que influenciou Vladimir Lênin, o
revolucionário de 1917 —, nunca foi editado no Brasil. Sua autobiografia “Meu Passado e Meus
Pensamentos”, um clássico, merece uma edição caprichada, sobretudo agora que a literatura russa
está moda no país. Herzen, o libertário que contribuiu para a fundação do socialismo russo, temia e
denunciava, como nota Berlin, o “terrível poder das abstrações ideológicas sobre as vidas
humanas”. Mais: “Não existe nenhuma garantia de que as coisas vão ocorrer de uma maneira, e não
de outra. A morte de um único ser humano não é menos absurda e ininteligível do que a morte de
toda a espécie humana”. Ao sugerir que “a história é pura improvisação”, Herzen escreveu: “Se pelo
menos as pessoas quisessem, ao invés de salvar o mundo, salvar a si mesmas — ao invés de libertar
a humanidade, libertar a si mesmas, contribuiriam muito para a salvação do mundo e a libertação do
homem”. E acrescentou: “Nossos caminhos não são absolutamente inalteráveis. Pelo contrário, eles
mudam com as circunstâncias, com o entendimento, com a energia pessoal”.
As ideias de Herzen, um crítico perspicaz do totalitarismo, serão úteis à nossa reflexão sobre a
dengue. Sobre a doença e sobre o combate ao mosquito, seu transmissor, tende-se, em geral, a ter
um comportamento que, na falta de melhores palavras, pode ser qualificado de “mágico” e de
“irresponsável”. Fica-se com a impressão de que as pessoas, nós, esperam uma solução mágica para
o problema. Os governantes e os médicos seriam os agentes da “magia”, ou, digamos, da
mesmerização. É como se as pessoas, nós, não tivessem responsabilidade individual sobre a vida,
sobre a ocorrência dos fatos. “Não” somos nós que devemos descobrir os “criadouros” de
mosquitos em nossos quintais e em nossas calhas, com a consequente eliminação dos focos
reprodutivos, e sim as autoridades, representadas, no caso, pelos agentes de saúde dos governos. Se
pensamos assim, se avaliamos que a solução deve ser buscada exclusivamente “fora”, então vamos
colaborar, cada vez mais, para piorar o problema da dengue. Se perdermos tempo culpando e
acusando governantes e seus secretários de Saúde, escondendo nossa própria “culpa”, ou nossa
displicência com a saúde coletiva, não chegaremos a lugar algum.
A “guerra” contra a dengue, contra o mosquito, deve ser tratada não como uma batalha exclusiva
dos governos, dos secretários de Saúde do Estado e dos municípios e dos médicos. Claro, a luta
também é deles, que têm uma responsabilidade especial, pois contam com estrutura e recursos
apropriados para o combate. Mas a “guerrilha” começa em casa, com ações específicas, no mais
vezes tarefas muito simples — como não deixar água empoçada. A guerra, portanto, é civil, dos
indivíduos, e pública, dos governantes. Só pode ser vencida — ou amenizada — se os esforços
forem somados. Se ficarmos esperando o governo, ou o “homem do fumacê”, então assistiremos,
todos os dias, alguns de nossos vizinhos, até chegar o nosso dia, adoecerem e, eventualmente,
morrerem. A dengue, por assim dizer, deveria ser vista como uma “doença da responsabilidade ou
da irresponsabilidade”.
Na edição online do Jornal Opção, o repórter Marcos Nunes Carreiro escreveu um texto relatando
uma reunião entre prefeitos e secretários da Saúde de 40 municípios — os mais atingidos pela
dengue. O jornalista frisa que, “nas duas primeiras semanas” deste ano, “já foram constatados mais
de 5 mil casos da doença, o que significa um aumento de 245,33% em relação a 2012”. Frisa-se que
“um quadro com tamanha gravidade não acontecia desde 2010”. Nesse ano, “foram registrados
mais de 115 mil casos, com quase 100 mortes”.
Em Goiânia, com uma população superior a 1 milhão de habitantes, foram registradas, em 2013,
“aproximadamente 3,5 mil ocorrências, o que faz da capital a líder, em números absolutos, do
ranking de incidência” de dengue. Ao falar para os prefeitos e secretários, o secretário da Saúde do
governo do Estado, médico Antônio Faleiros, disse que Goiás está na “iminência de ter uma nova
epidemia de dengue — assim como já está constatado em Goiânia”. Experimentado, destacou que
as ações “não dependem única e exclusivamente dos gestores públicos”.
Ao discutir o assunto com os secretários e prefeitos, Antônio Faleiros disse, porém, que o problema
da dengue, pelo menos em algumas cidades, poderia ter sido menos grave. O médico citou
explicitamente a questão política, mas sem embrenhar-se por searas partidárias e ideológicas. Sua
crítica foi geral, quer dizer, àqueles políticos que, antes de repassarem as prefeituras para seus
sucessores, demitiram os agentes de saúde — alegando, no mais das vezes, que estavam cumprindo
a Lei de Responsabilidade Fiscal. Na verdade, ao menos em alguns casos, prefeitos derrotados, ou
cujos candidatos perderam as eleições, demitiram funcionários comissionados, entre eles agentes de
saúde, com o objetivo muito mais de travar as gestões de seus sucessores, isto é, por mero
oportunismo político. Pode-se falar em maldade política parva. Políticos mesquinhos, sem visão
humanista, às vezes confundem o poder público com o poder pessoal e, quando perdem eleições,
“descontam” na população, como se estivessem punindo-a. É o caso da exoneração dos agentes de
saúde — uma atitude desnecessária e, sobretudo, perniciosa.
No encontro com Antônio Faleiros, a secretária de Saúde de Barro Alto, Adriana Rodrigues, depois
de lamentar que se trata do município com “maior incidência de dengue a cada 100 mil habitantes
(3,5% da população)” — como registra o repórter Marcos Nunes Carreiro —, criticou: “Recebemos
a prefeitura em situação crítica e a Secretaria de Saúde, em estado de calamidade”. Adriana
Rodrigues frisa que o hospital municipal funciona mal e que apenas três agentes de saúde fazem o
trabalho de prevenção à dengue — “o que é muito pouco”. A secretária afirma que a prefeitura está
fazendo um trabalho de “conscientização”. Como a cidade está sem estrutura, os casos mais graves
são transferidos para Goianésia e Goiânia.
O prefeito de Guapó, Luiz Juvêncio de Oliveira, do PMDB, responsabilizou seu antecessor, Divino
Eterno, do PP, pelo caos. “Derrotado eleitoralmente, o ex-prefeito deixou de recolher lixo durante
dois meses. Por isso, temos um princípio de epidemia na cidade.” Ele assinala que, como há
dezenas de doentes, o ambulatório está sempre cheio.
Claro que, em alguns casos, prefeitos e ex-prefeitos estão “usando” a dengue para fazer ajustes
políticos e, às vezes, para resolver pendências pessoais. Mesmo assim, é fato que alguns políticos
deixaram as prefeituras com graves problemas. Dois deles: a não coleta do lixo das ruas e a
demissão dos agentes de saúde. Picuinhas à parte, é vital entender que, para reduzir o impacto da
dengue, sobretudo para evitar mortes, é preciso unir forças. A sociedade, que não é uma coisa
abstrata, e sim um composto de todos os indivíduos, deve cobrar ação dos governantes — e menos
choradeira por verbas, porque a criatividade, no caso, é medicamento —, mas também deve fazer a
sua parte, assumindo sua responsabilidade na tarefa de preservar a saúde e, portanto, vidas.
Aos políticos que “ brincam” com a saúde das pessoas, recomendamos a leitura do princípio
fundamental de Herzen, numa síntese feliz de Berlin: “O objetivo da vida é a vida em si mesma, e
sacrificar o presente a um futuro vago e imprevisível é uma forma de ilusão que leva à destituição
de tudo o que é valioso nos homens e nas sociedades”. Então, seguindo Herzen, sugerimos que
todos nós, cidadãos ou indivíduos, assumamos nossas responsabilidades — sem, obviamente, deixar
de cobrar posicionamentos claros e decididos dos governantes. A dengue é “nossa” — não é apenas
um problema “dos” governantes e dos médicos.
JORNAL OPÇÃO
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