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O direito, em sua definição nominal (etimológica) significa o que é reto, justo. Na definição real
é o conjunto de normas de conduta social impostas coercitivamente pelo Estado para a
realização da segurança, segundo os critérios de justiça (valor supremo do direito). Segundo
Ulpiano, "é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu".
Surge, assim, da necessidade humana de ordem, equilíbrio e justiça, como expressão da vontade
social. Por isso, as leis devem ser elaboradas assimilando valores sociais, como processo de
adaptação social que necessariamente reúne FATO, VALOR e NORMA.
O fato, que emerge das relações sociais é valorado (axiologia) pelo Poder Legislativo e resulta
em uma regra imposta pelo Estado (norma abstrata). Fruto das relações jurídicas ou sociais
surge o fato jurídico ou o ato ilícito previsto na norma, que novamente será valorado, agora
pelo Poder Judiciário e resultará na sentença (norma concreta).
Em síntese, a sociedade cria o Direito e, ao mesmo tempo, se submete aos seus efeitos. O
Direito estabelecido cria a necessidade do povo adaptar o seu comportamento aos novos padrões
do ordenamento jurídico (= sistema de legalidade do Estado formado pela totalidade das normas
vigentes, que se localizam e diversas fontes e se revelam a partir da Constituição Federal).
Assim, o direito não está só contido nas leis, que são, no Brasil, a sua principal fonte. Também
está nos costumes (normas não escritas), na jurisprudência (conjunto uniforme de decisões
judiciais), na doutrina (atividade criadora, interpretativa e crítica) e nos princípios (que
orientam e estruturam determinado sistema jurídico).
A lei, em sentido amplo, é o direito escrito (legere = ler), seja uma lei, um decreto ou uma
medida provisória. Em sentido estrito, é o preceito emanado do Poder Legislativo em
procedimento regular, promulgada e publicada (art. 59 da CF/88). É apenas uma das formas de
expressão da norma jurídica (= conduta exigida ou modelo imposto de organização social, sob
pena de sanção), pois na Inglaterra, p.ex., o costume sobressai e nos Estado Unidos, a
jurisprudência.
VIGÊNCIA DA LEI: para a lei ingressar no mundo jurídico e produzir efeitos tem que
apresentar validade formal, ou seja, o processo de formação da lei tem que ser regular e ela tem
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Professora Universitária. Defensora Pública Aposentada. Mestre em Direito.
que ser publicada. Mas a sua LEGITIMIDADE depende da fonte de onde emana a norma, ou
seja, de representantes escolhidos pelo povo.
EFETIVIDADE é o atributo consistente no fato de a norma jurídica ser observada tanto por seus
destinatários quanto pelos aplicadores do direito. Não se confunde com EFICÁCIA, que
significa que a norma jurídica alcançou os resultados sociais almejados. Assim, eficácia
pressupõe efetividade.
Por mais clara que seja uma norma, ela requer sempre interpretação. Interpretar é descobrir o
sentido e o alcance da norma, procurando a significação dos conceitos jurídicos, revelando o seu
sentido apropriado para a vida real.
Ao se interpretar a norma, deve-se procurar compreendê-la em atenção aos seus fins sociais e
aos valores que pretende garantir. O ato interpretativo, portanto, não se resume a simples
operação mental, pois o intérprete deve levar em conta o coeficiente axiológico e social nela
contido, baseado no momento histórico em que se está vivendo.
3- Regulamentares: decretos