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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO

(Maria Beatriz Bogado Bastos de Oliveira)1

O direito, em sua definição nominal (etimológica) significa o que é reto, justo. Na definição real
é o conjunto de normas de conduta social impostas coercitivamente pelo Estado para a
realização da segurança, segundo os critérios de justiça (valor supremo do direito). Segundo
Ulpiano, "é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu".

O Direito é fruto da convivência social e da cultura. É criação do homem para estabelecer as


condições gerais de respeito, necessárias ao desenvolvimento da sociedade e as diretrizes para a
convivência pacífica, visando à concreção da justiça.

JUSTIÇA pressupõe SEGURANÇA, que se obtém através do respeito a certos princípios


fundamentais, relativos à organização do Estado e estruturação dos Poderes (Poder Executivo,
Legislativo e Judiciário), ao direito estabelecido (irretroatividade da lei, como regra, e clareza
das normas) e ao direito aplicado (decisões judiciais e coisa julgada)

Surge, assim, da necessidade humana de ordem, equilíbrio e justiça, como expressão da vontade
social. Por isso, as leis devem ser elaboradas assimilando valores sociais, como processo de
adaptação social que necessariamente reúne FATO, VALOR e NORMA.

O fato, que emerge das relações sociais é valorado (axiologia) pelo Poder Legislativo e resulta
em uma regra imposta pelo Estado (norma abstrata). Fruto das relações jurídicas ou sociais
surge o fato jurídico ou o ato ilícito previsto na norma, que novamente será valorado, agora
pelo Poder Judiciário e resultará na sentença (norma concreta).

Em síntese, a sociedade cria o Direito e, ao mesmo tempo, se submete aos seus efeitos. O
Direito estabelecido cria a necessidade do povo adaptar o seu comportamento aos novos padrões
do ordenamento jurídico (= sistema de legalidade do Estado formado pela totalidade das normas
vigentes, que se localizam e diversas fontes e se revelam a partir da Constituição Federal).

Assim, o direito não está só contido nas leis, que são, no Brasil, a sua principal fonte. Também
está nos costumes (normas não escritas), na jurisprudência (conjunto uniforme de decisões
judiciais), na doutrina (atividade criadora, interpretativa e crítica) e nos princípios (que
orientam e estruturam determinado sistema jurídico).

São procedimentos de integração do direito a ANALOGIA (recurso técnico que consiste em


se aplicar a uma hipótese não prevista pelo legislador a solução por ele apresentada para um
outro caso semelhante) e os PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO (princípios = ideia de
fundamento, origem, começo, razão, condição causa / direito = caráter de juridicidade)

A lei, em sentido amplo, é o direito escrito (legere = ler), seja uma lei, um decreto ou uma
medida provisória. Em sentido estrito, é o preceito emanado do Poder Legislativo em
procedimento regular, promulgada e publicada (art. 59 da CF/88). É apenas uma das formas de
expressão da norma jurídica (= conduta exigida ou modelo imposto de organização social, sob
pena de sanção), pois na Inglaterra, p.ex., o costume sobressai e nos Estado Unidos, a
jurisprudência.

VIGÊNCIA DA LEI: para a lei ingressar no mundo jurídico e produzir efeitos tem que
apresentar validade formal, ou seja, o processo de formação da lei tem que ser regular e ela tem
1
Professora Universitária. Defensora Pública Aposentada. Mestre em Direito.
que ser publicada. Mas a sua LEGITIMIDADE depende da fonte de onde emana a norma, ou
seja, de representantes escolhidos pelo povo.

EFETIVIDADE é o atributo consistente no fato de a norma jurídica ser observada tanto por seus
destinatários quanto pelos aplicadores do direito. Não se confunde com EFICÁCIA, que
significa que a norma jurídica alcançou os resultados sociais almejados. Assim, eficácia
pressupõe efetividade.

A NORMA JURÍDICA é imperativa (imposição de vontade), coercitiva (sanção), geral (atinge


a todos), abstrata (não é casuísta) e bilateral (a cada direito subjetivo - sujeito ativo -
corresponde um dever jurídico - sujeito passivo), limitando a liberdade individual.

NORMAS ÉTICAS (agir social).

INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS:

Por mais clara que seja uma norma, ela requer sempre interpretação. Interpretar é descobrir o
sentido e o alcance da norma, procurando a significação dos conceitos jurídicos, revelando o seu
sentido apropriado para a vida real.

HERMENÊUTICA é a teoria científica da arte de interpretar, contendo regras que fixam os


critérios e princípios que devem nortear a interpretação para se buscar a vontade da lei.

Ao se interpretar a norma, deve-se procurar compreendê-la em atenção aos seus fins sociais e
aos valores que pretende garantir. O ato interpretativo, portanto, não se resume a simples
operação mental, pois o intérprete deve levar em conta o coeficiente axiológico e social nela
contido, baseado no momento histórico em que se está vivendo.

A primeira técnica interpretativa é a gramatical ou literal (o hermeneuta busca o sentido literal


do texto normativo); depois o hermeneuta recorre ao processo lógico, considerando a
inteligência do texto legislativo dentro de sua unidade de pensamento, para desvendar o sentido
e o alcance da norma. A técnica interpretativa histórica baseia-se na averiguação dos
antecedentes da norma. O processo sociológico ou teleológico objetiva adaptar a finalidade da
norma às novas exigências sociais, prevista pelo art. 5º da Lei de Introdução às Normas
Brasileiras ("na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum"). O processo sistemático é o que relaciona a norma com outras
concernentes ao mesmo objeto.

HIERARQUIA DAS NORMAS:

1- Constitucionais: condicionam a validade de todas as outras normas (Constituição Federal);

2- Ordinárias: leis e medidas provisórias;

3- Regulamentares: decretos

4- Individualizadas: (atos jurídicos como o contrato, o testamento).

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