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Administração, Políticas Públicas e Desenvolvimento

Aluna: Márcia Batista de Miranda - Matrícula: 201368021-8

Resenha crítica referente ao texto: Administração pública e políticas públicas (Marta


Ferreira Santos Farah).

O texto aborda o surgimento da Administração Pública (AP) como disciplina nos


Estados Unidos e no Brasil, ressaltando o distanciamento da AP das Políticas Públicas
(PP), causado pela separação entre administração e política, observada em seu
pressuposto criador, a administração científica.
Segundo a autora, nos anos de 1960 e 1970, a reformulação dos cursos e
programas de AP decorreu de movimentos que deram ênfase às políticas públicas,
fazendo com que esses cursos passassem a incluir essa disciplina, enquanto os novos
cursos incluíram disciplinas de gestão pública. No Brasil, as políticas públicas foram
incorporadas pela AP na mesma época, sendo observadas peculiaridades da disciplina,
como, por exemplo, o desenvolvimento, a valorização do planejamento, o contexto
ditatorial.
O texto aborda, ainda, a estreita relação entre AP e o direito administrativo e a
esfera política, que havia em outros países, fazendo com que a disciplina se voltasse à
formação de uma burocracia governamental, que se tornasse responsável pela execução
ou implementação de PP.
Separar políticas públicas da administração pública é inviável, pois a AP não pode
ser vista somente como um curso para formar servidores públicos, como era no princípio
de sua implantação no Brasil dos anos 30, pois envolve questões relacionadas às
políticas públicas e necessidades da coletividade, contribui para a capacidade de lidar
com novas configurações do Estado, bem como, de sua relação com a sociedade. O seu
desenvolvimento no Brasil estava relacionado ao objetivo de treinar servidores públicos e
romper com valores herdados dos tempos da monarquia, caracterizado pelo
patrimonialismo e pelo clientelismo.
O desenvolvimento da AP no Brasil ocorreu nos moldes americanos, mas
encontrou seu ponto de distanciamento na necessidade que o país apresentava de se
desenvolver através de ações prioritárias para o seu desenvolvimento, pois era um país
pobre e atrasado. Dessa forma, a AP no Brasil foi pautada na orientação para o
desenvolvimento, ao contrário do paradigma que separava administração e política que
prevalecia no momento da implantação da AP no Brasil.
Além da preocupação com o desenvolvimento do país, o curso de AP também
teve como diretriz o fato do Brasil está sob um regime ditatorial e de uma administração
centralizada que era baseada na ação de uma burocracia tecnocrática que valorizava o
planejamento como um instrumento do desenvolvimento e de resolução dos problemas
públicos. A importância dada ao planejamento marcou a AP no Brasil. Por outro lado, o
regime ditatorial vivido no país afetou significativamente as fontes de financiamento ao
desenvolvimento da disciplina de AP e a área de PP, que encontrou significativo declínio
nos anos 60 e, em 1970, o conceito que considerava a formação do administrador público
como um fator importante para o desenvolvimento, também foi abandonado.
A AP e as PP voltaram a ser tema de discussões no Brasil no momento de sua
redemocratização, pois tal fato trouxe novos desafios e, também, as questões envolvidas
na transformação do Estado vieram dar mais força ao reconhecimento de que a política
não pode ser um fator isolado no que tange à AP.
Toda essa trajetória da AP no Brasil nos mostra que administração pública,
políticas públicas e política estão intimamente relacionadas. O estudo de AP sem a
interação com esses assuntos a tornaria um curso incompleto, pois é uma ciência
multidisciplinar que se encontra com tais temas, assim como com o Direito Administrativo.
Tal interação é o que a torna capaz de resolver todos os conflitos e tensões inerentes ao
campo da administração do Estado e atender os anseios da sociedade.

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