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S. M. Martins e S. E. de Lucena
AV Tenente Manuel Alves, 651-Mogi das Cruzes- São Paulo- CEP:08740-260
email:s.mmartins@hotmail.com
Universidade de Taubaté – UNITAU, Taubaté – SP.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Um dos ensaios mais comuns para caracterizar o comportamento mecânico dos
materiais em cargas dinâmicas é o ensaio de impacto Charpy. No entanto, o ensaio fornece
resultados de caráter comparativo por utilizar uma pequena parte da estrutura para análise,
sendo apenas uma indicação qualitativa a respeito do comportamento dúctil-frágil dos
materiais, não relaciona as características das reações do corpo-de-prova com a
heterogeneidade da estrutura real (TÓTH, ROSSMANITH, SIEWERT, 2001).
Utilizando uma máquina de ensaio instrumentada pode-se fazer a análise dos esforços
envolvidos durante o impacto através da curva força x tempo, podendo assim algumas
informações ser aplicadas quantitativamente ao projeto estrutural (FIGUEIREDO, 2004).
Em 2000 foi apresentada no meio científico a primeira norma sobre o assunto, a ISO
14556. A norma não é clara sobre o equipamento para aquisição dos dados do ensaio,
dedica-se especialmente a implementação dos sensores no martelo de impacto.
Este projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um dispositivo eletrônico de
aquisição de dados para a instrumentação de um pêndulo de impacto Charpy convencional.
Com este dispositivo torna-se possível a realização do ensaio em uma máquina convencional
tendo as mesmas informações fornecidas por uma máquina instrumentada.
Há máquinas instrumentadas em escala comercial que executa este procedimento,
sendo elas todas importadas e de custo elevado. Não há nenhuma empresa ou instituição
que execute a instrumentação de pêndulos Charpy convencional,é um mercado amplo e de
retorno financeiro certo, disponibilizando com baixo custo às informações de um ensaio
instrumentado para instituições que possuam o pêndulo convencional sem um alto
investimento.
3 ENSAIO DE IMPACTO
O impacto representa um esforço de natureza dinâmica, a carga é aplicada repentina e
bruscamente, neste caso não é só a força aplicada que conta; outro fator é a velocidade de
aplicação da força, força associada com velocidade traduz-se em energia.
O ensaio de impacto consiste em medir a quantidade de energia absorvida por uma
amostra do material, quando submetida à ação de um esforço de choque de valor conhecido.
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O método mais comum para ensaiar os metais é o do golpe deferido por um peso em
oscilação. A máquina correspondente é o martelo pendular, o pêndulo é elevado a certa
altura, onde adquire uma energia inicial. Ao cair, ele encontra no seu percurso o corpo-de-
prova, que com o impacto do pêndulo se rompe, a sua trajetória continua até certa altura,
que corresponde à posição onde o pêndulo apresenta uma energia final. A diferença entre a
energia inicial e final corresponde à energia absorvida para o rompimento do corpo-de-prova.
A ilustração da figura 3.2 apresenta uma máquina de ensaio convencional e suas partes
principais.
(A) (B)
Dos trabalhos científicos consultados, todos, utilizam osciloscópio para fazer a leitura
do gráfico da força x tempo. Observando esta metodologia, optou-se por construir um
dispositivo eletrônico para a coleta dos dados, específico para este tipo de aplicação. Com
este equipamento não é necessário o uso do osciloscópio representando, uma grande
vantagem em relação ao custo da construção do sistema, pois um osciloscópio tem custo
elevado em relação ao coletor de dados desenvolvido. Na figura 4.2 temos o esquemático
em bloco do coletor de dados.
PIC 16F877
Conversor
Porta Serial
USART/RS
232
Banco de
Memória
LCD 2 x 16
Conversor
Este componente possui quatro bancos de memória RAM e em todos existem lacunas
que são para uso geral, somando estas lacunas temos disponíveis 368 posições de memória
livres para ser usadas, mas devido o uso de algumas posições para facilitar a programação
ficaram 352 , um numero de posições suficientes para armazenar o sinal do impacto, sendo
elas preenchidas uma a uma na seqüência de acordo com o tempo de amostragem do A/D.
O microcontrolador tem duas portas de transmissão de dados uma paralela e outra
serial, a porta paralela será usada para interligar o LCD de 2 X 16. Este componente serve
como uma interface homem x máquina para facilitar a operação do coletor de dados No
projeto à porta serial é a mais importante; através dela que irão ser transmitidos os dados
que foram armazenados para o PC.
Na figura 4.3 temos a ilustração do protótipo do coletor de dados montado para os
ensaios como a descrição dos componentes.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para verificar o funcionamento do coletor de dados devem-se fazer alguns testes antes
de utilizá-lo diretamente no ensaio. Primeiramente testa-se à conversão do sinal analógico
para digital. Foi colocada na entrada do coletor de sinais uma onda senoidal conhecido,
fornecida por um gerador de sinais (Hewlett Parkard modelo 33120 – A). Em paralelo, a
mesma onda foi colocada na entrada do canal 1 do osciloscópio (Tektronix modelo TDS
2002). Foi feito um programa especifico para teste, que digitaliza o sinal na entrada do A/D
do microcontrolador e o transmiti pela porta paralela para um conversor D/A externo, após a
conversão foi introduzido sinal de saída do D/A no canal 2 do osciloscópio. Comparando os
sinais do canal 1 e 2 verifica-se que, não há erros na digitalização da forma de onda. Podem-
se ver estes sinais nos quadros da figura 5.1.
Observam-se algumas características importantes, uma delas é a diferença de
amplitude entre o sinal de entrada do coletor de dados e o sinal de saída . Esta pequena
diferença é causada por erro de ganho do D/A, que pode ser compensada na regulagem da
referencia de tensão. Outra observação é a defasagem do tempo entre a entrada do A/D e a
saída do D/A. Esta ocorre devido ao tempo de processamento do sinal de entrada
(amostragem, conversão A/D e conversão D/A). Este atraso é mais pronunciado nos sinais
de freqüência maiores. Os degraus no sinal de saída são característicos de uma forma de
onda digitalizada, e quanto maior a freqüência de amostragem mais evidente fica este efeito.
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entrada
entrada
saída
saída
início fim
freqüência de 100 Hz, após a isso os dados foram armazenados no banco de memória, só
então foi feita a transmissão para o PC. Na reconstrução do sinal no PC foi utilizado o
ORIGIN 50. Na figura 5.3 podem-se ver os 352 pontos adquiridos e armazenados,
evidenciando o correto funcionamento do programa para a comunicação com o PC.
250
200
150
Valor
100
50
Amostras
(a) (b)
Fig. – 5.4, (a) Sinal captado pelo coletor de dados, (b) Sinal captado pelo osciloscópio
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Após conferir o contorno do sinal captado pelo coletor de dados comparando-o com
o captado pelo osciloscópio, o sinal foi transmitido para o PC onde irá ser construida a forma
de onda da força x tempo, e assim analisar o gráfico para se obter as informações relevantes
ao ensaio, o gráfico é mostrado na figura 5.5.
25
20
Força (KN) 15
10
0
0 2 4 6 8 10 12
Tempo (ms)
Não se pode afirmar a precisão das medidas deste ensaio, porque o sensor utilizado
neste trabalho é um sensor improvisado. Contudo, com base nos bons resultados obtidos
nos testes do coletor de dados, pode-se dizer que este trabalho pode ser de grande valia, por
custo. Acredita-se que com a utilização de um sensor comercial no martelo, pode-se ter
6 CONCLUSÃO
O sensor adaptado que foi utilizado para transformar o impacto em sinal elétrico se
mostrou eficiente mas não se pode afirmar sua precisão, sendo que houve algumas
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distorções no contorno do sinal captado. Acredita-se que se for utilizado um sensor comercial
pode-se obter resultados tão precisos quantos os uma máquina instrumentada comercial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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