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Excelentíssima Senhora Juíza de Direito da Vara de Inquéritos de Belo Horizonte-MG.

Autos nº 0000000000000000000

MARIA APARECIDA DOS SANTOS, brasileira, solteira, filha de José


dos Santos e Maria de Oliveira Santos, residente na Rua da Amargura nº 174, Bairro da
Esperança, Belo Horizonte-MG, (docs.02/03) vem, por seu advogado infra-assinado,
com fulcro nos artigos 1º, III da Constituição da República; e artigo 318, V do CPP
requerer a SUBSTITUIÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA POR PRISÃO
DOMICILIAR, nos seguintes termos:

A requerente foi presa no dia 18 de janeiro de 2017, em virtude de


cumprimento de mandado de prisão temporária expedido em seu desfavor, após
comparecer espontaneamente na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Belo Horizonte e
prestar declarações no inquérito em que se apurava sua participação em crime de
extorsão, conduta capitulada no artigo 158 do Código Penal Brasileiro. (fls. 162/163 do
IP)

A prisão temporária foi convertida em prisão preventiva às folhas


192/194 do corresponde inquérito policial, ao fundamento de que esta seria necessária
para a garantia da ordem pública, pois, consoante a respeitável decisão, a medida
extrema estaria respaldada no relatório da autoridade policial apto a demonstrar:

“ o modus operandi e a violência com que os indiciados agem,


motivo pelo qual se mostra imprescindível o decreto de custódia
cautelar como forma de assegurar a ordem pública, inclusive a
integridade física das vítimas que trabalham em locais ermos, e
que são frequentados pelos indiciados”.
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Cumpre aduzir, no entanto, que a requerente é mãe de uma criança de


apenas 01 (um) ano e 06 (seis) meses, conforme cópia da certidão de nascimento anexa,
pelo que, a prisão preventiva pode ser substituída pela prisão domiciliar, nos precisos
termos do artigo 318, V do CPP, verbis: “Poderá o juiz substituir a prisão preventiva
pela domiciliar quando o agente for mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
incompletos”.

Neste sentido é a orientação do TJMG:

2 - Processo: Habeas Corpus Criminal

1.0000.16.083331-5/000

0833315-90.2016.8.13.0000 (1)

Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor de Carvalho


Data de Julgamento: 29/11/2016

Data da publicação da súmula: 05/12/2016

Ementa:
EMENTA: VOTO VENCEDOR (DES. RELATOR): "HABEAS
CORPUS" - HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO -
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA - AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO - INOCORRÊNCIA - GARANTIA DA
ORDEM PÚBLICA - CONTATO COM A JUSTIÇA
CRIMINAL - PRISÃO DOMICILIAR - PACIENTE
GENITORA DE CRIANÇAS COM IDADE INFERIOR A
DOZE ANOS - DEMONSTRAÇÃO - POSSIBILIDADE.
. A doutrina e a jurisprudência entendem que toda e qualquer
espécie de prisão, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória, tem natureza cautelar, o que significa dizer, deve
estar devidamente comprovada a necessidade de tal restrição da
liberdade.
. O reiterado contato dos pacientes com a justiça criminal é
motivo justificador da cautela provisória, pois não se pode
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perder de vista que um dos escopos da segregação na fase


cognitiva processual é, precisamente, garantir a ordem pública,
consistente tal garantia em evitar que o delinquente volte a
cometer delitos. Uma vez demonstrado o cabimento
da prisão domiciliar, diante do disposto no art. 318, V, do CPP,
sua concessão é medida de rigor.
VOTO VENCEDOR (DES. RELATOR):. ( sem grifos no
original).

Neste julgado, o eminente relator consignou em seu voto que:

“[...] da redação empregada pelo referido decreto legislativo,


incluiu-se, sem a imposição de quaisquer condicionantes, a
hipótese de concessão da prisão domiciliar a mulheres genitoras
de crianças que contem com até doze anos de idade
incompletos.” (sem grifo no original).

Não se desconhece, contudo, a existência de interpretações em sentido


contrário, a asseverar que o juiz deve levar em consideração as circunstâncias do caso
concreto para efeito de substituição da prisão preventiva pela domiciliar na hipótese em
que a mulher presa tiver um filho menor de 12 (doze) anos.

De qualquer forma, para além da primariedade e dos bons


antecedentes da requerente é preciso levar em conta que esta, ao tomar conhecimento
de que a polícia a havia procurado, compareceu espontaneamente à delegacia para
prestar declarações e só então fora cumprido o mandado de prisão temporária
expedido em seu desfavor.

E mais: A pessoa cuja periculosidade restou demonstrada na investigação


policial é Marcos Costa da Silba e sua prisão, já efetuada, afasta qualquer possibilidade
de Maria vir a molestar as ditas vítimas apontadas na investigação, pois é ele, Marcos, a
pessoa temida: Aquele que ostenta várias passagens pela polícia por crimes de extorsão,
ameaça e lesão corporal, tendo sido inclusive já condenado pela prática de alguns destes
crimes...

Maria, ao contrário, é moça do interior de minas, da cidade de XXXX,


lugarejo pobre incrustado entre os Vales do Jequitinhonha e Rio Doce, que, como
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muitas outras jovens de família humilde acabou migrando para a capital a fim de tentar
a sorte na vida... Vindo a ser cooptada pelos rufiões, caindo assim na triste realidade da
prostituição de rua...

Por fim, após tomar conhecimento de que Maria foi presa, o locador do
“barraco” onde esta morava, colocou suas coisas pessoais para fora do imóvel e as
entregou ao seu irmão Carlos, que ora apresenta declaração no sentido de que está
disposto a receber Maria em sua casa. (doc. 02/03).

Por tudo isso, pede a Vossa Excelência que se digne substituir a prisão
preventiva pela prisão domiciliar, nos termos do artigo 318, V do Código de
Processo Penal.

Belo Horizonte, 03 de fevereiro de 2017.

JOAQUIM MÁRCIO DE CASTRO ALMEIDA

OAB/MG 102157

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