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Calvinismo, Arminianismo e a Soteriologia Batista

Eu, que estou reproduzindo este artigo de outro autor (vide fonte do artigo no final do texto),
sou luterano, mas como ex-calvinista/batista ainda tenho um particular interesse sobre as
características desse movimento legítimo da cristandade. Reproduzo o artigo com a intenção
de simples informação, não há comentário ou posicionamento meu sobre esse assunto abaixo,
apenas reprodução do artigo original do autor para informação, sem alterações, comentários,
ou acréscimos de minha parte.

Temas sempre debatidos, Calvinismo e Arminianismo fazem parte do debate teológico há cinco
séculos, nesta nomenclatura, e há mais de quinze séculos por meio de outros termos.

No afã de comprovar a eficácia de seus sistemas teológicos, estudiosos e teólogos


entricheiraram-se atrás de suas muralhas epistemológicas a anatematizaram uns aos outros.
Conseqüentemente, dualizou-se a temática da eleição sob categóricos epítetos teológicos,
podando a reflexão e criatividade teológica sob a temática, sob a sombra da excomunhão
acadêmico-teológica cristã.

Não existe só Arminianismo e Calvinismo no mundo. Há vida inteligente em outras


proposições. Suas variantes (supralapsárias, infralapsárias, amyraultianas, criptocalvinismo,
hipercalvinismo, arminianismo, hipercalvismo) já evidenciam isso.

É dever do estudioso, a releitura bibliográfica para saber o que já houve, porém faz parte de
seu compromisso, e é um de seus fatores motivacionais, a busca pela contextualização
teológica contemporânea, conhecendo os clássicos, mas não tolindo sua capacidade de
construção teológica contribuição contemporânea, buscando criação, mas sem invencionices.

Calvinismo

Estritamente, Calvinismo é o nome dado aos ensinamentos de João Calvino (1509-1564),


reformador, nascido perto de Noyon, França, do século XVI, que é muito abrangente
(principalmente sua eclesiologia e antropologia). De uma forma mais ampla, Calvinismo é o
sistema teológico que abrange os ensinamentos de Calvino e, por vezes, também de seus
seguidores.[1]Brasileiramente, muitas vezes o termo “calvinismo” é usado para referir-se não a
todo o sistema teológico calvinista, mas à perspectiva sobre a eleição, ou seja, o pensamento
teológico de que Deus elege o homem a partir de Sua soberania. Geralmente isto é feito em
contraposição ao Arminianismo.

O foco neste opúsculo é abordar as perspectivas acerca da eleição nestes sistemas teológicos e
não o sistema teológico como um todo.

Perspectiva Calvinista sobre a Eleição

A confissão Calvinista foi elaborada no Sínodo de Dort (1618-1619), atribuída a Teodoro Beza
(1519-1605), discípulo de Calvino, em resposta aos seguidores de Jacobus Arminius (1560-
1609) com seu documento Remonstrance de 1610. Percebe-se que foi elaborada após a morte
de Jacobus Arminius.

A perspectiva calvinista clássica acerca da eleição observa-se por meio de cinco itens principais:

O homem é totalmente depravado; a capacidade de querer seguir a Deus foi destruída;

Deus elegeu homens para serem salvos incondicionalmente;

Cristo morreu para salvar os eleitos;

A graça irresistível é apresentada aos eleitos;

O eleito perseverará, inevitavelmente, para a salvação final.

Estes cinco itens são apresentados em cinco temas principais: 1) Depravação Total (Ef 2.1, 3; Cl
2.13; Jo 1.12, 3.3, 6, 7, 6.65, 8.44; Rm 3.10, 11, 9.16, 8.7-9; 1Co 2.14; 2Co 3.5; Ti 1.15; Ez 36.26;
Sl 51.5); 2) Eleição Incondicional (Ef 1.5-11; Rm 8.28, 30; 1Co 1.27-29; Mt 11.27, Jo 15.16; 2Ts
2.13); 3) Expiação Limitada (Mt 1.21, Ef 1.4, 5.25; 1Co 15.3, 22; Jo 1.9, 5.21, 17.9; Rm 5.15,
9.11-13; Mc 10.45; 1Pe 3.18); 4) Graça Irresistível (Rm 9.15, 19, 21, 22; Lc 14.23; Jo 6.44) e; 5)
Perseverança dos Santos (Jo 5.24,.6.39, 40, 10.27-29, 17.12; Hb 10.14; Rm 8.16, 29, 30, 35-39;
Ef 1.13, 14; Fp 1.6; 2Tm 1.12, 2.13; 1Pe 1.5; 1Jo 5;.13; Jd 24, 25 ).

Estes temas popularizaram-se em sua versão inglesa, por formar o


acróstico TULIP (aportuguesadamente, chamado de “TULIPA”), a partir da primeira letra de
cada tema, utilizado mnemonicamente para o ensino:

Total Depravity (Depravação Total)

Unconditional Election (Eleição Incondicional)

Limited Atonement (Expiação Limitada)

Irresistible Grace (Graça Irresistível)

Perseverance of the Saints (Perseverança dos Santos)

O Sínodo de Dort não optou sobre a controvérsia supralapsoriana e infralapsoriana.[2]

Critica-se o fato de que os seguidores de João Calvino que formularam o Calvinismo, pois o
próprio Calvino não advogava uma “Expiação Limitada”, ensinando que Cristo morreu por
todos, os pecados do mundo foram expiados (Comentários de Calvino de Gálatas a
Colossenses), sendo isto uma doutrina de Teodoro Beza.

Dentre os calvinistas mais notáveis na histórica enumeram-se: Charles Hodge, Jonathan


Edwards, Charles Spurgeon, George Whitefield e R. C. Sproul. Contemporaneamente, este
sistema teológico estriba as abordagens teológicas das Igrejas Presbiterianas e Anglicanas,
dentre muitas outras.

As raízes do Calvinismo já podem ser vistas em Aurélio Agostinho (354-430 d.C.).

Arminianismo

Jacobus Arminius (1560-1609), holandês, é considerado como idealizador das reflexões que
consectuaram na elaboração dos pontos que foram redigidos por 46 ministros e leigos
holandeses em um documento chamado Remonstrance que resumia a rejeição, por Armínio e
por eles mesmos, do calvinismo rígido.

Da mesma forma como o Calvinismo, o “Arminianismo” como sistema teológico é bem mais
abrangente do que apenas a perspectiva sobre a eleição, mas costumeiramente, quando se fala
que “fulano é arminiano”, entende-se que diz respeito a sua perspectiva acerca da eleição.

Perspectiva Arminiana acerca da eleição

A proposta central do Arminianismo sobre a eleição pode ser sintetizada na sentença: “A


perspectiva arminiana sobre a eleição é a de que Deus elege o homem a partir de Sua
presciência, levando em conta, previamente, a decisão do homem, ao utilizar seu livre-
arbítrio”.

Seus itens principais reunidos no Remonstrance (1610), um ano após a morte de Arminius,
foram os seguintes:

A depravação / deformação do homem é parcial; ele ainda mantém a capacidade de poder


escolher o bem. Apesar do pecado ter deformado o homem, Deus derramou a “graça
preveniente”[3]que neutraliza o pecado e possibilita que todos possam responder (sim ou não)
ao evangelho;

Cristo morreu por todos os homens (Rm 5.6, 15; Is 53.12; Mc 14.24; Hb 5.9; Gl 5.12; Jo 1.29,
3.16, 17, 12.47; 1Jo 2.2);

O ser humano não possui graça salvadora por si mesmo, nem do seu livre-arbítrio pode fazer
qualquer coisa boa, mas é necessário que ele seja nascido de novo por meio de Cristo;

A graça pode ser resistida, ou seja, o homem pode rejeitar a graça que lhe é oferecida;

Os que foram incorporados a Cristo podem ser destituídos da graça (Mt 7.22-23; 2Pe 2.22; Ap
3.5, 22.19);

O Sínodo de Dort (1618-1619) condenou o pensamento Arminiano e excomungou os


remonstrances da Holanda. Posteriormente, para os calvinistas conservadores, os arminianos
tornaram-se sinônimo de pelagianos.[4]

Dentre arminianos famosos encontram-se John Wesley, Dwight Lyman Moody e Stanley
Horton. Contemporaneamente, este sistema teológico presentifica-se nas Igrejas Assembleias
de Deus, Metodistas, Deus é Amor, Evangelho Quadrangular, Igreja do Nazareno, dentre outras.

Críticas em Geral

Os mesmos textos bíblicos que dão subsídios teológicos-reflexivos para uma perspectiva muitas
vezes também o fazem para outra. Assim sendo, é possível encontrar calvinistas e arminianos
defendendo, a partir do mesmo texto, suas perspectivas, mudando, apenas, a abordagem. Um
exemplo clássico é João 3.16. Enquanto o arminiano, a partir do texto bíblico, defende a
expiação universal, afirmando que Cristo morreu por todos, citando: “Deus amou o mundo”, o
calvinista lê o texto e afirma que “o mundo”, referido no texto bíblico, aponta para “os eleitos”.
Constantemente as maiores críticas ao Calvinismo giram em torno da Expiação Limitada (no
caso do Calvinismo Clássico) e da Dupla Predestinação (no caso do Hipercalvinismo).[5]

Alguns chamam o Calvinismo Clássico, com seus cinco pontos principais, de Calvinismo
Extremado, pois advogariam que o próprio João Calvino não era Calvinista (em relação à todos
os cinco pontos) por não defender a Expiação Limitada.

Afirma-se ainda que a graça é irresistível apenas para aquele que a aceita. Todos os Calvinistas
crêem na Perseverança dos Santos.

Ao Arminianismo são feitas críticas principalmente no “Decair da Graça” (popularmente


chamada de “perda da salvação”) e a um “Humanismo enrustido”, no qual, o homem
comandaria as ações. Para Calvino “o conhecimento prévio de Deus não pode ser o motivo de
nossa eleição, porque, quando Deus olha para o futuro e observa toda a humanidade, Ele
encontra a todos, do primeiro ao último, debaixo da mesma maldição”.

Variantes Calvinistas e Arminianas

No estudo do tema, diversos termos e variantes são percebidos:

Variantes Calvinistas

Calvinismo Moderado – Acredita que a imagem de Deus foi manchada pela queda, mas não
apagada, assim sendo, o homem teria a capacidade rejeitar a oferta de salvação (Mt 23.37, Jo
1.12, Dt 30.19, Js 24.15, 2Sm 24.12, Jo 8.24, 6.69, 9.36, 38, 10.25). A salvação é oferecida para
todos e não apenas para os eleitos, assim sendo, acredita na expiação ilimitada (Jo 8.34,
12.37). Uma pessoa não pode crer sem a ajuda da graça de Deus (Fp 2.13-13). Diferencia-se do
Arminianismo, principalmente, por afirmar que Deus não apenas antevê as circunstâncias, mas
as determina (At 2.23, 4.27-28; Jo 6.44, 10.17-18, Lc 22.22; 1Pe 2.8; Gn 45.8, 50.20; Rm 10.13).
Deus viu o uso de nossa liberdade, e, vendo, determinou, sempre de acordo com sua
presciência. É considerado um Arminianismo enrustido por grande parte dos Calvinistas.[6]

Hiper-Calvinismo – Supralapsário e enfatiza a dupla predestinação, ou seja, Deus predestinou


uns para o céu e outros para o inferno. O Calvinismo Clássico afirma apenas que Deus elegeu
alguns para a salvação e os outros não seriam eleitos. A diferença consiste que o “Hiper”
afirma que Deus pré-ordenou alguns para o Inferno, enquanto o Clássico afirma que Deus só
elegeu para a salvação, mas os não-eleitos não são eleitos para o inferno; simplesmente são
não-eleitos (evidentemente, conseqüentemente, os não-eleitos irão para o inferno, mas não,
necessariamente, foram eleitos para tal, eles, apenas, não são eleitos). A pessoa é coagida
interna ou internamente da própria salvação. Ela não tem escolha. No Hiper-Calvinismo
ressalta-se ainda que, se uma pessoa é eleita e de modo algum perderá a salvação, ela pode
viver desregradamente e dissolutamente, pois já está salva mesma. Nisto também difere do
Calvinismo Clássico, no qual Calvino defendia que se alguém é, realmente, um eleito,
evidenciará sua eleição por meio de uma vida de santidade, compromissado com Deus.
Cripto-Calvinismo – Calvinismo Secreto. Surge no século XVI por meio da influência do
Calvinismo no pensamento Luterano. Philip Melanchton e alguns dos seus seguidores foram
acusados de se acomodarem excessivamente às doutrinas de Calvino e, portanto, de
praticarem o Cripto-Calvinismo, fazendo com que as opiniões de Calvino estivessem sendo
secretamente sustentadas por membros da Igreja Luterana.

Barthianismo – Afirma que em Cristo está a Eleição e a Reprovação, o sim e o não. Destarte, se
Ele leva a reprovação da humanidade sobre Ele e Ele foi aprovado por Deus, logo, nEle, a
Humanidade encontra a aprovação. Karl Barth é acusado por muitos como Universalista
(perspectiva que afirma que no final de todas as coisas, todos herdarão à salvação; semelhante
à doutrina da apokatástasis (¢pokat£stasij), que, baseando-se, principalmente, em At 3.21,
afirma que, no final, todas as coisas, até o diabo e seus anjos, serão restaurados; defendida por
Orígenes).

Variantes Arminianas

Arminianismo Extremo / Teísmo Aberto – Norman Geisler designa o Teísmo Aberto como
“Arminianismo Extremo”. Clarck Pinnock, John Sanders, John Cobb, Greggory Body, David
Basinger são nomes alinhavados nesta perspectiva. O Teísmo Aberto/Arminianismo Extremado
(também chamado de Teologia Relacional ou Neoteísmo) afirma que o amor é o principal
atributo de Deus, sobreposto aos demais. Destarte, por amar as Suas criaturas, para que elas
sejam verdadeiramente livres, Ele se autolimita a determinar suas escolhas. Ademais, o futuro
não existe. Como Deus conhece apenas o que é existente, Deus não conhece o futuro, pois ele
ainda não existe. Deus conhece apenas o que Ele determina que acontecerá. Assim também,
Deus muda. Vai de encontro a Sl 147.5; Is 46.10; Sl 139.1-6; Ef 1.4; Rm 8.29; 1Pe 1.2; At 1.20.[7]

Arminianismo Wesleyano – Desde a Queda, o homem se encontra totalmente depravado


(modifica a depravação parcial arminiana clássica). O homem não tem qualquer poder de
cooperar com a graça de Deus. A culpa do pecado original de Adão recaiu em Cristo e deste
pecado a humanidade é justificada. Por esta justificação, veio uma semente universal de vida,
uma medida da graça, e os que empregam fielmente este dom da graça serão aceitos por Deus
no dia do juízo. Os que melhoram esta graça e perseverança até o fim são ordenados para a
salvação. Deus se propõe, desde a eternidade, salvar àqueles que Ele previu perseverar assim
na fé e na santidade.

Outros termos importantes

Além das variantes de cada uma das abordagens, existem outros termos muito utilizados
dentro das perspectivas e de suas variantes que vale a pena salientar para melhor
compreensão:
Supralapsarianismo (ou Supralapsorianismo) – Termo ligado ao Calvinismo. Perspectiva que
afirma que o homem foi eleito antes da Queda. Deus cria uns para serem salvos e outros para
serem perdidos; Teodoro Beza (1519-1605) defendia este posicionamento; associado ao
Calvinismo Extremo.

Infralapsarianismo (ou Infralapsorianismo) – Perspectiva também ligada ao Calvinismo, que


afirma que a Eleição ocorreu após o fato da Queda. O Calvinismo Clássico caminha nesta
perspectiva, bem como João Calvino.

Amyraltianismo (ou Amyraldianismo ou Redenção Hipotética ou Universalismo Hipotético) –


Proposto por Moisés Amyrault (1596-1664)para ser um meio termo entre Calvinismo e
Arminianismo. Deus ama os homens e enviou Seu Filho para realizar a salvação de todos os
homens possíveis. Deus, em virtude de um decreto universal hipotético, oferece a salvação a
todos os homens, caso eles creiam em Cristo. Todos os homens têm a capacidade natural de se
arrepender e crer. Como essa capacidade natural foi obliterada por uma incapacidade moral,
Deus determinou conceder Sua graça eficaz a um número determinado entre a raça humana e
assim assegurar sua salvação.

Monergismo – junção dos termos gregos mónos + érgon + ismós(mÒnoj + œrgon +„smÒj),
“sistema do trabalho de um”, ou seja, apenas Deus age no processo de salvação. Termo
utilizado, constantemente, para o Calvinismo Clássico.

Sinergismo – junção dos termos gregos sýn + érgon + ismós(sÚn + œrgon +„smÒj), “sistema do
trabalho em conjunto”, ou seja, há uma ação conjunta no processo de salvação. O homem dá
um passo em direção a Deus e Deus dá um passo em direção ao homem. Utilizado, geralmente,
para o Arminianismo e Calvinismo Moderado.

Graça Preveniente – Graça que Deus oferece e concede a todas as pessoas de alguma forma e é
absolutamente necessária para que os pecadores caídos – mortos em pecados e escravos da
vontade – creiam e sejam salvos. É a graça sobrenatural, auxiliadora e outorgante de Jesus
Cristo. Mas por ser preveniente (acontece antes), pode ser resistida. Se o homem aceitar esta
graça e permitir que ela opere em sua vida pela fé, ela se tornará justificadora, eficaz. Esta
perspectiva é Arminiana e Sinérgica, na qual, o homem coopera com sua vontade com esta
graça para a conversão.

Graça Salvadora – Produz Salvação (usada mais no wesleyanismo).

Graça Santificadora – Opera a santificação (usada mais no wesleyanismo).


Graça Comum – Influência do Espírito, que em maior ou menor medida é concedida a todos os
que ouvem a verdade.

Graça Especial – Graça pela qual Deus redime, santifica e glorifica seu povo. Ao contrário da
graça comum, que é dada universalmente, a graça especial é outorgada somente àqueles que
Deus elege À vida eterna, mediante Seu Filho, Jesus Cristo.

Graça Suficiente – Tipo e grau de influência do Espírito que é suficiente para levar os seres
humanos ao arrependimento, à fé e a uma vida santa.

Graça Eficaz – Influência do Espírito que é eficaz para produzir a regeneração e a conversão. É
eficaz porque é produzida por Deus e nada do que Deus faz falha.

Graça Irresistível – É a graça que não pode ser rejeitada.

Graça Cooperante – Influência do Espírito que ajuda o povo de Deus em todos os exercícios da
vida divina.

Graça Habitual – O Espírito Santo habitando os crentes; ou aquele estado mental permanente,
imanente, em virtude de sua presença e poder permanentes.

Deterministas – Aqueles que negam que, nas decisões morais, somos livres para fazer algo
diferente daquilo que fazemos. O determinista em oposição ao auto-determinista, crê que
nossos atos morais não são causados por nós mesmos, mas por alguma outra pessoa ou coisa.

Pelagianismo – Entende que nenhuma força externa, graça divina, é necessária para influenciar
o homem para aceitar a salvação de Deus. Nisto difere-se do Arminianismo, pois não advoga
uma graça preveniente.

Conforme é perceptível, há termos que são correlatos, apesar de terem uma nomenclatura
diferenciada. A graça salvadora, a graça eficaz, a graça irresistível, a graça especial querem dizer
respeito, dependendo da denominação, ao mesmo conceito: o favor de Deus outorgado para
operar a salvação.

E os Batistas? O que dizem?

Em sua declaração de fé, artigo IV, os Batistas da Convenção Batista Brasileira, dizem:
Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida
eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da Sua graça. Antes da Criação do
mundo, Deus, no exercício da Sua Soberania Divina e à luz de todas as coisas, elegeu, chamou,
predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o
dom da salvação (Gn 12.1-3; Ex 19.5-6; Ez 36.22, 23, 32; 1Pe 1.2; Rm 9.22-24; 1Ts 1.4). Ainda
que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre
arbítrio de cada um e todos os homens (Rm 8.28-30; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13-14). A salvação do
crente é eterna. Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus (Dt
30.15-20; Jô 15.16; Rm 8.35-39; 1Pe 5.10). Nenhuma força ou circunstância tem poder para
separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus (Jo 3.16, 36, 10.28; 1Jo 2.19). O novo
nascimento, o perdão, a justificação, a adoração como filhos de Deus, a eleição e o dom do
Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação (Jo 10.28; Rm 8.35-39;
Jd 2.4; Ef 4.30).[8]

Os batistas têm seus “princípios batistas”, que identificam esta denominação e, em cada
convenção (brasileira, nacional, regular, etc.) as “doutrinas batistas”.

Conforme visto acima, na Declaração de Fé da Convenção Batista Brasileira, os batistas crêem


que Cristo morreu por todos e elegeu soberanamente os que creriam para a salvação,
prescientemente antevendo o uso do livre-arbítrio de cada um. Aqueles que crerem são
preservados para a salvação. Assim sendo, os batistas crêem na expiação universal arminiana e
na perseverança dos santos calvinista. Seu posicionamento teológicos é um meio termo entre
Arminianismo e Calvinismo.[9]

Conclusão:

Soberania e livre-arbítrio não são incompatíveis, porém a maneira como abordarmos o assunto
será determinante para o resultado teológico que obteremos. O homem é livre e Deus é
Soberano. Deus não escraviza o homem e mantém Sua Soberania. O homem exerce seu livre-
arbítrio, mas não incorre em um Humanismo exacerbado. Interessante é ressaltar também que
tanto o Arminianismo Clássico, quanto o Calvinismo Clássico enfatizam a responsabilidade
humana e sua necessidade de expressar uma vida santa e reta como evidência de sua eleição.

É dever do cristão examinar as Escrituras e buscar aquilo o que elas trazem. Nem sempre as
respostas podem coadunar-se a um sistema teológico previamente estabelecido. Destarte,
devemos estar abertos ao diálogo e a considerações diferentes da nossa, pois na mesma Bíblia,
dependendo da abordagem, pressupostos, espaço-tempo e subjetivismo, interpretações
diferentes podem surgir.

Não devemos considerar o diferente, errado, mas apenas diferente, aprendendo a viver e
conviver fraternalmente buscando o alvo que é viver Cristo e fazê-lo conhecido.

[1] Como, por exemplo, no caso do “TULIP” acerca da eleição, nem todos os itens eram
defendidos por Calvino, conforme veremos adiante.

[2] Mais adiante o significado destes termos está explicado.


[3] A “graça preveniente” também é chamada de “graça geral” por alguns. Esta seria o favor
de Deus sobre todos os seres humanos, capacitando-os a poderem escolher. Diferiria da “graça
eficaz” ou “graça eficiente” ou “graça específica” que seria o favor de Deus para a salvação para
aquele que decidiu crer.

[4] Pelágio, monge britânico do século IV, entendia que nenhuma força externa, graça divina,
seria necessária para influenciar o homem para aceitar a salvação de Deus. Nisto difere-se do
Arminianismo, pois não advoga uma graça preveniente.

[5] O termo é esclarecido mais adiante.

[6] Apresentado detalhadamente por Geisler, em: GEISLER, Norman. Eleitos, mas livres: uma
perspectiva equilibrada entre a eleição divina e o livre arbítrio.São Paulo: Vida, 2006.
Resumidamente, esta perspectiva pode ser encontrada em: HOUSE, Wayne. Teologia Cristã em
Quadros. São Paulo: Vida, 1999, p. 106.

[7] Já existem diversas obras em língua portuguesa que combatem o ensinamento deformado
desta perspectiva. Dentre elas, citamos: PIPER, John, TAYLOR, Justin, HELSETH, Paul K.
(orgs.) Teísmo Aberto: Uma Teologia além dos limites bíblicos.São Paulo: Vida, 2006; LOPES,
Augustus Nicodemus. Teologia Relacional: suas origens, seus ensinos, suas conseqüências. São
Paulo: PES, 2008; WARE, Bruce. Teísmo Aberto: A Teologia de um Deus limitado. São Paulo:
Vida Nova, 2010.

[8] CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA. Declaração de Fé da Convenção Batista Brasileira. In:


Santificados para celebrar a vida. Agenda 2007. Rio de Janeiro: CBB, 2007, p. 32-33.

[9] Para maior detalhamento, indicamos a excelente obra de OLIVEIRA, Zaqueu Moreira
de. Um povo chamado batista: história e princípios. Recife: Kairós Editora, 2010.

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