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XVIII Encontro de Iniciação à Pesquisa

Universidade de Fortaleza
22 à 26 de Outubro de 2012

VIOLÊNCIA E INFÂNCIA: UMA RELAÇÃO ESCOLAR

Autor: Sabrina Maciel Rubim* (IC)


Co-autor: Diêgo Stéfano Araújo Souza (IC)
Orientador: Prof. Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco (PQ)
Universidade Estadual do Piauí – GEMPI- Licenciatura em História
e-mail:sabrinarubim@hotmail.com

Palavras-chave: violência escolar. prática pedagógica. desvio comportamental.

Resumo
A violência escolar é uma realidade inegável e complexa, diante disso cria-se a necessidade
de desenvolver o presente artigo que pretende discutir as causas e as consequências da violência no
âmbito educacional e de que maneira ela implica na pratica pedagógica do professor, enfocando
principalmente no desvio comportamental da criança como uma das principais causas de transtornos
nas escolas.

Introdução
É de fácil visibilidade que a violência é tema destaque nas mídias de massa, inclusive
mostrando o indicativo da presença da violência no ambiente educativo, lugar que tem a função de
transmitir conhecimentos e valores tem se tornado palco das mais variadas formas de violência, o
autoritarismo na infância e a indiferença preconceituosa geram casos de ordem criminosa nas escolas
mundo a fora. CANDAU et al. (1999): “ refletindo sobre os riscos de banalização da violência escolar,
denunciam a naturalização de atitudes violentas na sociedade contemporânea e sua repercussão no
interior da escola”.
A proposta deste trabalho está centrada principalmente nas implicações que a violência gera
na escola e também na prática pedagógica do professor, sabe-se da importância que a ordem e a
civilidade têm para que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma satisfatória. Nesse
sentido, durante a discussão da problemática enfocaremos alguns aspectos, tais como: as
implicações da violência na pratica do professor, onde analisamos os entraves que o professor
enfrenta; o papel da família na educação e de que maneira ela pode intervir na educação dos filhos;
pretende-se também elucidar alguns dados estatísticos sobre a violência e de que forma a mesma
vem evoluindo ao longo do tempo e por ultimo e não menos importante, os fatores que levam os
educandos a adotarem uma conduta antissocial.

A violência na escola é um fato preocupante que envolve todas as esferas: família, escola e
governo, porém a mesma não é tratada com tanta ênfase, professores e gestores deixam a violência
passar despercebidos, pensando de maneira equivocada, achando que esse desvio comportamental
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da criança são coisas da idade. Segundo SALES e SILVA 2008, p.150): “No espaço escolar essa
interação com o diferente, quando não é problematizada, se dá por meio de relações interpessoais
pautadas por conflitos, confrontos e violência”. A violência a primeira vista parece ser um ato não
intencional, executado por uma criança, mas no futuro pode deixar marcas, traumas e em casos
extremos faz com que a criança abandone a escola.

Deve-se pensar a violência, durante a elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola,


deve-se tentar remediar o problema da violência através de projetos de intervenções que
conscientizem os alunos que a violência não é legal, e que não há necessidade de usar a força bruta
ou verbal quando se pode usar o dialogo, o que nos difere dos animais é a nossa capacidade de
pensar, então não há necessidade de se valer da violência.

Metodologia
A pesquisa constitui-se de uma investigação exploratória porque nos da maiores informações
e um embasamento maior sobre o assunto abordado, e bibliográfica, pois explana o problema a partir
de referências teóricos. O principal foco deste trabalho é investigar e compreender quais os
problemas que a violência escolar vem causando mas instituições de ensino. O desenvolvimento da
pesquisa será baseada em observações, questionários e entrevistas com o intuito de esclarecer os
motivos que levam os alunos a praticarem a violência, e de que forma os professores podem intervir,
amenizando assim os impactos que a violência vem causando no âmbito escolar.

Resultados e Discussão

Durante a pesquisa notamos que violência nos últimos anos vem aumentando
significativamente, essa afirmação fica bem evidente quando assistimos aos noticiários, tornando-se
fonte de preocupação pela sociedade em geral. A criminalidade aumentou, mas agora está
avançando rumo as escolas, independente mente das classes sociais que as ocupam.

A esse respeito SPÓSITO (2001, p.90) afirma que: (...) “é preciso reconhecer que a elevação
da violência à condição de problema nacional no debate público decorre também de sua
disseminação e diversificação no âmbito da sociedade civil”.

Nos últimos quinze anos, os homicídios triplicaram no Brasil e matam-se mais


jovens em São Paulo do que em Nova Iorque, sendo esta uma das cidades mais
violentas entre as cidades de países desenvolvidos. O assassinato tem sido a
principal causa de morte de adolescentes do sexo masculino em São Paulo – em
cada 100 mil adolescentes paulistanos (...). (Folha de São Paulo. 11 nov. 1996).

CARDIA (1995) diz que: “apesar de as violações dos direitos humanos constantes no Brasil
estarem amplamente divulgados, não tem conseguido tornar-se um tema de debate social mais
amplo, com maior clamor público”.

Esses dados são alarmantes, e em 1996 já existia esse quadro, que só vem aumentando
gradativamente. A violência em todas as suas facetas exige que sejam adotadas medidas para que se

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amenizem os impactos que ela causa na sociedade e mis precisamente neste trabalho, os impactos
que ela causa na escola.

O mundo contemporâneo está em constante transformação, com a família não seria diferente,
a concepção de família vem mudando ao longo dos tempos, o homem deixou de ser aquele que ia a
caça pra alimentar a família, e a mulher que se dedicava as tarefas domésticas e a educação dos
filhos. Hoje, mulher e homem exercem praticamente os mesmos papéis. A concepção do que seja
criança também não é a mesma de tempos atrás. ARIÈS (1981, p.51) diz que: (...) até o fim do século
XIII, não existiam crianças caracterizadas por uma expressão particular, e sim homens de tamanho
reduzido.

A instituição família só passou a existir no final da Idade Média, que entre outras incumbências
tinha a missão de educar seus filhos. O processo educativo ultrapassa os limiares da escola, alguns
pais acham que o ato de educar é de única e exclusiva responsabilidade da escola, isso não é
verdade, sabemos que a família exerce papel fundamental nesse processo.

A família é a principal condutora dos caminhos que serão percorridos pela criança no
desenvolvimento educacional e na capacidade de compreensão do mundo que a rodeia. Que essas
potencialidades surjam da experiência empírica ou da instrução dos educandos, o acompanhamento
dos pais é de fundamental importância. Nesse sentido podemos fazer o seguinte questionamento, a
sociedade contemporânea, tem dado condições, em suas relações cotidianas, que permitam uma
forma responsável, o exercício do papel da família no processo de educação das crianças?

De que maneira a família tem contribuído para que a criança não se aproprie de
comportamentos “ditos” violentos? É inegável dizer que a formação do caráter da criança passa pela
educação que eles recebem em casa, a criança só reflete no âmbito educacional o que ela vivencia
em casa.

A violência em todas as suas facetas, envolve não só a comunidade escolar, mas envolve
também a família, deve haver uma articulação entre ambas as partes, para que haja, se não uma
solução, mas que o assunto para ser debatido e discutido, elaborando assim métodos e estratégias
para que a mesma não tome rumos drásticos.

Sabemos que a formação dos professores, em alguns casos é deficitária, e não dá condições
necessárias para que o mesmo disponha de ferramentas para lidar com esse “novo” problema, porem
diante de uma realidade tão complexa e multifacetada como é a educação, cabe ao professor buscar
instrumentos para lidar com os diversos tipos de acontecimentos que são vivenciados no ambiente da
sala de aula, dentre eles: a violência escolar, que é o enfoque desse trabalho.

O tema é complexo, exige pesquisas acerca do assunto, é impossível negar que a busca pela
solução deste problema passa pela formação dos educadores que se deparam com mais este
problema a encarar.

Diante disso o estudo da temática nos ajudará entender e analisar os fatores que poderão
contribuir para o desenvolvimento de educadores capazes de manejar as ferramentas teóricas na

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prática escola durante o processo de ensino e aprendizagem, tendo por finalidade o pleno
desenvolvimento de uma sociedade que valorize o bem comum.

A violência tornou-se corriqueira e muitas vezes os atos ilícitos ficam impunes, para caracterizar
os fatores que impulsionam a criança a adotar uma postura que não se encaixa nas normas de vida
social, é preciso enfocar em alguns aspectos: a indisciplina, por exemplo, que se caracteriza pela
adoção de comportamentos inadequados na sala de aula por parte do educando, outra característica
peculiar é que o aluno gosta de ter todos os olhares centrados nele e costumeiramente “mata aulas”,
atrapalhando assim o bom andamento do processo educacional. Outro fator que merece destaque
são crianças que moram em áreas violentas. Segundo DEBARBIEUX (1998, p.39 apud (citado por)
ABRAMOVAY; RUA, 2003, p.25):

“(...) a escola está mais vulnerável a fatores e problemas externos(como o


desemprego e a precariedade da vida das famílias dos bairros pobres). Ele
menciona, também, o impacto da massificação do acesso à escola, a qual passa a
receber jovens afetados por experiências de exclusão e pertencimento a gangues, o
que implica consequências para todos os membros da comunidade escolar: alunos,
pais e professores .

Estamos no século XXI, homens e mulheres tem modos de vida iguais, trabalham e chegam
ao fim do dia cansados, o filho quer atenção, mas os pais estão exaustos, a criança sem outra opção
vai assistir aos programas de televisão , assiste a tudo sem o controle dos responsáveis, gosta de
jogos que instigam a pratica da violência, entre outros. Essa é uma descrição da família na atualidade,
constata-se então que se a família não é presente na vida dos filhos, as crianças fazem de tudo
deliberadamente, ocasionando assim uma independência que não é própria da idade.

Conclusão
Diante do que foi exposto, conclui-se que a violência é mais um dos tantos problemas que o
educador enfrenta durante sua vida profissional. Alguns teóricos como DEBARBIEUX (1998, p.39)
falam que a violência se dá por conta de fatores externos, fora dos muros da escola; ABRAMOVAY;
RUA (2003, p.25) chamam a atenção para:
Os aspectos internos, onde se deve levar em consideração: a idade e a serie dos
estudantes; as regras e a disciplina dos projetos pedagógicos das escolas, assim
como o aspecto do sistema de punições; o comportamento dos professores em
relação aos alunos e a prática educacional em geral.

Deve-se chamar atenção também para o contexto social em que o aluno está inserido, se suas
vivencias cotidianas influenciam no seu comportamento perante a sociedade, cabe saber se a família
é presente, dando o amparo e a atenção que a criança necessita. A escola também exerce uma forte
influencia no que diz respeito à formação do individuo, cabe saber se as suas normas internas
condizem com a realidade do educando, e o papel do professor enquanto mediador e transmissor de
conhecimento. O que o mesmo tem feito para trabalhar com os alunos esse tema tão delicado, mas
que precisa ser discutido? ABRAMOVAY; RUA (2003, p.27) relatam que:

(...) além de enfrentar problemas internos de gestão e precariedades variadas, que


afetam o desempenho pedagógico, a escola passa por um período no qual a
ideologia que a sustentou durante é contestada. A escola é questionada por não
preparar para o mercado de trabalho, por perda de qualidade e centralidade como

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fonte de conhecimento sobre a humanidade e transmissora do acervo cultural
civilizatório e por não corresponder a expectativa de abrir possibilidades para um
futuro seguro aos jovens.

A educação no Brasil ainda é defasada comparada a outros países desenvolvidos


economicamente, precisamos melhorar muito; precisamos enquanto educadores repensar
diariamente a nossa prática, pois as crianças que estão sendo educadas hoje são o futuro da nação.

Referências

ABRAMOVAY, M; RUA, M das G. Violências nas escolas: versão resumida. Brasília:


UNESCO Brasil, REDE PITÁGORAS, 2003.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
CANDAU, Vera. Et al. Escola e violência. 1999. In. Marra, C. A dos Santos; TOSTA, S. P.
Belo Horizonte: Autêntica,2008.
CARDIA, Nancy. A violência no futebol e a violência na sociedade. In: São Paulo(Estado).
A violência no esporte. São Paulo: Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, 1996.
DEBARBIEUX, Erik. “La violence à l’école: approaches européenes, 1998. In.
ABRAMOVAY Mirian; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. Brasília: Ed.
UNESCO Brasil, REDE PITÁGORAS,2003.
Folha de São Paulo. 11. nov..1996.
SALES, L. M.F; SILVA, J. M. A. de P. e S. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito
escolar: algumas reflexões. Cadernos de Educação FaE/ PPGE/UFPel/ Pelotas[30]:149-
166,janeiro/junho,2008.
SPÓSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no
Brasil. Educação e pesquisa. São Paulo, v.27, n.1, p.87-103, jan./jun. 2001.

Agradecimentos
Gostaria de agradecer aos colegas da universidade que sempre apoiaram meu trabalho e ao meu
companheiro Diego pelo esforço em me ajudar.

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