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Dados & Recortes da História de Loriga


Glaciação da Serra da Estrela e Formação Geológica de Loriga

A Serra da Estrela sendo a mais elevada de Portugal Continental com 1991 metros de altitude, impõe-se por ser erguer bruscamente
entre áreas aplanadas e pouco elevadas, a superfície da Beira Baixa a SE e o planalto da Beira Alta a NW.
Do ponto de vista geológico é um afloramento granítico com cerca de 280 milhões de anos (Paleozóico) entrecortado aqui e além por
filões de quartezíticos, por depósitos glaciários e fluvioglaciários e interrompido a NE por complexos xistograuvaquicos e anteordovícicos
que também o rodeia a Sul e a SW.
Presume-se datarem de cerca de 65 milhões de anos (Paleozóico) as principais linhas de fractura que condicionaram grandemente o
relevo e a estrutura actual da Serra da Estrela, bem como o encaixe da rede hidrográfica da região, tendo-se verificado o levantamento
tectónico somente no final do Terciário (finais do Miocénico início do Pliocénico) por efeitos da orogenía Alpina que submeteu o maciço a
movimentos epirogénicos.
No tempo geológico, a Era Quaternária tem particular interesse, porquanto é nesse período que decorre a evolução rápida do homem,
se estabilizam os climas regionais, se define a forma exterior da crosta terrestre nas zonas com cobertura glaciária.
Durante a última glaciação, uma acentuada baixa de temperatura invade a Europa e à acumulação de sucessivas camadas de neve e de
gelo nas elevações, seguiu-se o desprender e deslizar vagaroso, para mais baixos níveis das enormes massas de gelo. As línguas de
gelo migrantes, com maior velocidade na parte central e arrastar vagaroso nas margens, fragmentam-se e desenvolvem poderosas
forças que arrancam, estriam, gastam e dão polimento às superfícies em que deslizam.
Na Serra da Estrela a diversidade de línguas glaciárias existentes deveu-se sobretudo à topografia pré-glaciárica e às condições
climatéricas durante a glaciação. A posição do Sol no verão relativamente à orientação dos vales bem como os ventos dominantes no
inverno teriam sido dois factores importantes dessa glaciação.
Nesta superfície onde houve gelos móveis, as rochas brilham ao sol devido ao seu polimento provocado pela abrasão dos materiais por
eles transportados. Este trabalho erosivo gerou no terreno enormes degraus denominados escadarias de gigante, e rochas
arredondadas lembrando o dorso de ovelhas e por isso designadas de aborregadas. Um dos principais factores que contribuíram para
estas formas foi a direcção do movimento do gelo que no primeiro caso seria perpendicular às fendas do granito e no segundo teria a
mesma direcção.
Os glaciares que mais se afastaram atingiram o seu fim, ao encontrar menores declives e temperaturas que os fundem. Morreram,
deixando amontoados de calhaus mal rolados e detritos que transportaram, que salpicaram a paisagem com o aparecimento de
alongados e amontoados blocos com tamanhos diversos, as moreiras, que constituíram a carga transportada pelos glaciares,
posteriormente depositada por perda de capacidade de transporte, assim como, alguns blocos de grande dimensão designados por
blocos erráticos, que foram deixados em locais distantes da sua origem.
Como resultado de tais movimentos foi adquirida uma estrutura em degraus orientados, evidenciando nos patamares os restos da
aplanação primitiva, que foi modelada por diferentes tipos de erosão, destacando-se na designada "Serra do Cântaros" a acção dos
glaciares Wurmianos (cerca de 27 mil anos).
O planalto do cimo da Estrela teria sido coberto por uma calote de gelo (cerca de 80 metros de espessura, para alguns investigadores)
da qual divergiram os antigos glaciares em número de sete, muitos dos traços desses antigos glaciares encontram-se por toda a área
da Serra e vão desde circos gigantescos glaciares a vales com perfis em U.
O valor paisagístico da Serra da Estrela impõe-se pela variedade do mosaico que a constitui, os seus vales profundos divergindo dos
cimos, dão à paisagem, pelo vigor do encaixe, uma grandeza de montanha pincelada pela diversidade vegetal, ribeiras, lagoas, e no
sopé, as povoações em xisto ou em granito. Contudo, ganha especial importância numa área restrita, por nela existir uma morfologia

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única no nosso país, devido à glaciação, a par de uma vegetação de zimbro anão e cervum inigualável em qualquer outra paisagem
portuguesa. É de salientar ainda a quantidade de caos de blocos nas zonas periglaciares, comuns a todas as montanhas graníticas, que
contrasta com a sua inexistência nas zonas outrora cobertas de gelo.
Como se disse, vários são os vales de perfil transversal em U, modelados pelas massas de gelo em movimento, cujos perfis
longitudinais podem possuir socalcos deprimidos por vezes com lagos correspondendo a troços de menor resistência à acção abrasiva
do glaciar.
Um desses vales imponentes é o de Loriga, que começando na mais elevada altitude da Estrela 1991 metros, desce abruptamente até à
Vide a 290 metros, acolhendo no seu percurso pequenas povoações como Cabeça, Casal do Rei, Muro.
Tendo como povoação central a Vila de Loriga a 7 Km da origem junto ao planalto da Torre, este vale está cavado em nítidos e
numerosos degraus bem acentuados que constituem planos de aluvião arrelvados, e representam antigas lagoas assoreadas dispostas
em série como pérolas de colar, e ainda também todo um vale repleto de história, onde é bem visível os vestígios glaciares, espécies
vegetais raras duma floresta que cobria as encostas antes e após a glaciação.
A permanência de muito desses vestígios glaciares, as marcas de pastores transumantes, um mundo belo de socalcos construídos para
a cultura do milho e também o passado e o presente da industria têxtil, presume-se mesmo que a Vila de Loriga é das povoações mais
antigas da Serra da Estrela.
(Registado aqui - Ano de 2001)

Vila Loriga
Registos Antigos da História de Loriga

Uma localidade antiquíssima


Os Montes Hermínios, hoje Serra da Estrela, era uma região propicia para os grandes rebanhos de gado e ao mesmo tempo uma
fortaleza e trincheira bem conhecida dos pastores que se fortaleciam na defesa destes seus territórios nas lutas contra os
conquistadores, principalmente contra o império Romano.
Não foi por acaso que os pastores chegaram a esta região, atraiu-os decerto os terrenos, a muita quantidade de água existente e a
luxuriante vegetação própria para pastorear os gados. Por isso não será difícil de compreender que este vale nesses longínquos
tempos, quando a arborização das encostas sustinham as terras imobilizadas, as águas pluviais não tinham ainda levado para os

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campos de Coimbra e dali para o oceano, as milhares toneladas de areias em conjunto com o calcário que anualmente para ali se
deslocavam.
Parece não restar dúvidas de que Loriga é de facto uma localidade muito antiga. Sabe-se até, segundo os historiadores ter sido mesmo
o berço de Viriato, um desses pastores que se viria a tornar um herói do povo Lusitano nos anos de 140.
É também, nos relatos dos muitos historiadores de que vamos tendo conhecimento, de quanto custou aos romanos a incorporação
lusitana no seu império, sendo visíveis em Loriga vestígios dessa passagem que para eles era a "Locobriga" ou "Lorica" ou "Lobriga" de
que tanto falavam. Por esse motivo é fácil, pois, de compreender ser esta localidade muito antiga, mesmo parecendo até já existir muito
antes da chegada dessa civilização romana à Península Ibérica.
Os penhascos de forma arredondada, que os geólogos designam com o nome técnico de glaciais e que vemos em tão grande
quantidade, nos lugares conhecidos por Bouqueira, S.Bartolomeu e Fonte Sagrada, parecem indicar-nos um dos primeiros leitos da
ribeira, que fica a nascente da freguesia.
Há também indícios, que nos dão conta de que o inicio de Loriga teria acontecido num local conhecido por "Chão do Soito" a cerca de
1000 metros do centro desta localidade, porque sendo ali encontrado alguns vestígios parece ter existido ali um primitivo povoado.
Mas de tudo o que se vai sabendo da história antiga de Loriga, não restam dúvidas, de que os primeiros habitantes desta região de
Loriga foram pastores e que rapidamente cresceu em comunidade. Os próprios rebanhos aumentaram prodigiosamente em pouco
tempo, os homens foram ampliando as suas rudimentares habitações segundo as suas necessidades, os cercados e cortes para abrigo
dos animais foram igualmente surgindo, o gado e o leite constituía o principal alimento da população e a lã era o elemento indispensável
para a indumentaria.
Loriga, foi também uma importante povoação visigótica. Foram mesmo os Visigodos que começaram a usar o actual nome da
localidade, ou seja, Loriga.

Lugar do "Chão do Soito" (Actual)


(Registado aqui - Ano de 2004) Um local que de forma estúpida foi associado ao nascimento de Loriga

Loriga e a sua Origem


Sendo esta localidade muito antiga não foi ainda possível ver narrado com precisão, através de uma monografia concreta, por um
historiador ou investigador, o principio desta povoação.
Nos anos 753 a.c. - 476 d.c. o Império Romano durante cerca de 500 anos, conquistou e dominou grande parte do mundo ocidental,
desde Roma ao Médio Oriente, Europa, norte de África, parte de Ásia, e total dominador do litoral do Mar Mediterrâneo. A Península

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Ibérica foi também uma das conquistas, sendo dividida em três províncias, a mais ocidental, chamada Lusitânia, correspondia uma
grande parte aos Montes Hermínios (actual Serra da Estrela) onde Loriga se encontra situada.
Quando o império Romano se desmoronou no século V, a Península Ibérica começou a ser ocupada com povos oriundos dos mais
diversos lugares mesmo até de zonas longínquas da Europa central. A região de Loriga não fugiu à regra, por isso mesmo, existem
vestígios e até lendas dessa passagem, mas aqueles que mais vestígios deixaram foram de facto os mouros e mais ainda os romanos.
O povo Lusitano, senhores desta região serrana dos Montes Hermínios, tinham como seu líder o grande chefe Viriato, filho de pastor e
grande conhecedor destas terras o qual, se pensa ter nascido na povoação de Loriga.
Algum tempo a esta parte, e de acordo com alguns vestígios encontrados, pensam alguns historiadores que a primitiva Loriga poderia
ter principiado num local chamado "Chão de Soito"1), que fica a cerca de pouco mais de um quilómetro da localidade actual. A razão da
mudança para o sítio onde hoje está situada, poderia estar relacionada com o facto de, aquele local, estar sob constante ameaça de
ficar soterrado por causa das frequentes chuvadas ou, mesmo, devido ao crescimento das famílias e dos rebanhos e, os Loriguenses
primitivos sentissem a necessidade de maior espaço, tendo visto na colina que emergia das duas ribeiras o local ideal.
1) Padre António Mendes Cabral Lages (Memórias) (Registado aqui - Ano de 2000)

***
Nota do Autor:-Não sendo possível, actualmente, aprofundar historicamente o nascimento de Loriga, resta aos Loriguenses manter viva
a esperança de, um dia, poder vir a conhecer a história primitiva das suas raizes e a origem do seu berço, através de alguém que se
dedique em profundidade a esta investigação. Aliás, o Sr. António Conde já o fez mas não o divulgou por ter sido vítima de insultos e de
***
Mais registos complementares da História de Loriga
A vila de Loriga fica situada na encosta sudoeste da Serra da Estrela a 770 metros de altitude. É a povoação central de um formoso
vale de origem glaciar que começa nas mais elevadas alturas da Estrela, a 1993 metros e desce abruptamente até Vide, a 290 metros.
É um vale repleto de história, onde permanecem vestígios glaciares, espécies vegetais raras duma floresta que cobria as encostas
antes e após glaciação, construções rudimentares de pastores transumantes, uma espantosa infinidade de socalcos intensamente
verdes, construídos para a cultura do milho, e também o passado e o presente da indústria têxtil, principal ocupação das gentes de
Loriga.
"Loriga já não é uma verdadeira aldeia da serra, antes uma vila caiada e alegre, aninhada no fundo do vale e aconchegada à igreja
paroquial, num abraço terno de religiosidade". Foi há já muitos anos que Quelhas Bigotte escreveu estas palavras, num tempo em que "a
activa indústria de lanifícios e malhas, uma metalomecânica próspera e dinâmica, dá-nos a medida exacta do valor industrial duma terra
que, apesar do absentismo dos seus filhos, não pretende morrer".
Com a crise dos anos setenta, muitas dessas fábricas fecharam; entretanto, outras abriram, sendo reposta a dinâmica. Mantendo-se
inalterável, "a paisagem que envolve Loriga surpreende-nos e encanta-nos. Pelas vertentes da serra arborizada, as manchas verdes dos
pinhais. Acima e abaixo da vila, uma infinidade de socalcos, cavados pelos homens, onde se criam e sustentam animais e as suas
pastagens crescem. As águas abundantes descem pelas encostas, represadas aqui e além, repartidas em levadas que regam milhos e
pastagens".
À cavaleiro da vila, à maneira de moldura imponente, erguem-se dois formidáveis baluartes da serra: a Penha dos Abutres (1819
metros) e a Penha dos Gatos (1768 metros), ficando entre as duas a chamada "Garganta de Loriga". Na sua "Memória Paroquial", o
vigário João Roiz Ribeiro falava de sete cabeços que formaram a defesa natural de Loriga. Seriam obstáculos intransponíveis para
qualquer invasor, locais ideais para a edificação de castros, o que parece ter acontecido, pois o padre viu "vestígios dos alicerces dos
muros que ainda hoje se conservam na Cabeça do Castelo". E cremos que a chamada "pedra incavalada, por ter uma grande pedra
atravessada no cimo", mais não seria que um monumento megalítico, a que o bom do prior não soube pôr o nome.

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Parece não haver qualquer dúvida quanto há existência, em Loriga, de pelo menos um castro lusitano, havendo um local onde abundam
montes de pedras, que foi desde sempre denominado de "O Castro". A tradição diz que os habitantes desse povoado castrejo, quando
forçados pelos romanos a abandoná-lo, desceram ao vale, onde no "Chão do Soito" fundaram a primitiva Loriga, deslocando-se mais
tarde para o actual assento da vila. Também algumas tradições dão Loriga como berço de Viriato, existindo ainda, bem conservados,
restos do que dizem ter sido a sua habitação.
Os povos que se seguiram, romanos, suevos, visigodos e mouros, igualmente deixaram os seus vestígios. Dos primeiros conservam-se
sepulturas antropomórficas, um troço de calçada e a ponte. A própria etimologia do topónimo da freguesia parece radicar no termo
latino "Lorica", uma armadura ou couraça guerreira, frequentemente usada pelos romanos. Ao nível do eclesiástico, Loriga foi uma
vigairaria do padroado real. Em 1706, tinha a igreja matriz e duas ermidas, S. Gens e Santo António. Em 1758, além das duas capelas
referidas possuía mais três, uma de S. Sebastião, outra no Casal da Cabeça e a terceira, no Fontão. Quanto a irmandades e confrarias,
segundo o Pe. João, não existia qualquer uma.
O terramoto de 1755 quase destruiu a igreja paroquial, e como não se fizeram obras a tempo, acabou mesmo por ruir. Era um templo
românico com as características da Sé Velha de Coimbra. Possuía uma abóbada artesoada com riquíssimos quadros que alguns
atribuem à escola de Grão Vasco. Tinha cinco altares e dela hoje apenas resta a traça duma das portas que tem uma inscrição
visigótica dum salmo sobre o baptismo, e uma pedra, contendo inscrito o ano de 1233, numa das portas laterais da actual igreja
paroquial.
A grande devoção das gentes de Loriga é a Nossa Senhora da Guia, venerada na sua capela, onde todos os anos na primeira semana
de Agosto acorrem Loriguenses de diversas paragens assim como outros visitantes. Visitantes que ao longo do ano encontram nesta
freguesia os mais variados atractivos: a diversão na neve, podendo-se esquiar nas magníficas pistas, o mergulho nas águas frescas da
ribeira, e a descoberta da montanha, percorrendo inúmeros caminhos que, a cada momento, proporcionam cenários únicos e
inolvidáveis.
(Registado aqui - Ano de 2003)

Os Romanos em Loriga *

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Os romanos vieram para a Península Ibérica no século III (AC) mas segundo as
crónicas, só no século II da nossa era (Ano de 193) eles chegaram aos Montes
Hermínios.
Ao principio chegaram com intuitos puramente comerciais, para logo porém,
voltarem em tom de guerra e de conquista, que se prolongou até ao tempo de
Augusto, em que a dominação se consolidou.
A conquista e romanização da Lusitânia trouxe para esta, e para a quase totalidade
da Península Ibérica, nova civilização material, novos hábitos de vida, nova religião,
nova língua e de certo também alguma alteração na ética. (1)
A necessidade de defesa dos povos nativos levou-os a construir fortificações nos
pontos mais altos e assim surgiram os "castros" farde de castelos. Alguns destes
"castros" foram destruídos na luta e outros transformados em aldeias.
Estabelecida a pacificação com o domínio absoluto dos romanos, os castrejos ou
habitantes dos "castros" desceram dos montes para os vales e para terrenos
produtivos e abrigados, onde os romanos começaram a ensinar-lhes a aproveitar
melhor as suas terras, os diferentes modos de a adquirir, o direito da propriedade,
a delimitação das glebas com marcos, etc., e deram-lhes a sua palavra de "villa"
para designar uma propriedade rústica termo que sobreviveu todas as invasões e
devastações posteriores, até chegar quase a fundação do Estado Português.
A vantagem e urgência de comunicação entre os diferentes "castros" e "villas" levou
os romanos à construção de vias e pontes, cujas características são
universalmente conhecidas - grandes lages e pedras estendidas no chão, arcos
típicos, pedras colossais a servir de guardas, etc.
Se outras provas não houvessem da permanência dos romanos em Loriga, bastará
conhecer grande parte do caminho romano a ponte sobre a ribeira das Naves ou
"Courelas".
O Caminho romana ainda hoje visível, atravessa grande parte da zona circundante
de Loriga que passava no "castro" primitivo já perto da Portela do Arão, cujas
ruínas eram visíveis em 1759. Hoje apenas restam montes de pedras, mas o lugar Via Romana no lugar chamado "Calçadas"
foi sempre denominado de "O Castelo".
(1) Dr. Leite de Vasconcelos - Etnografia Portuguesa, II volume pág. 359 - * Publicação de Loriga de 1956
(Registado aqui - Ano de 2004)

Outros Apontamentos - Vestígios Romanos *

O nome Lorica aparece como sendo da época romana num documento medieval visigótico com referências à zona. Foi aliás na época
visigótica que a "versão" Loriga começou a substituir o nome Lorica que vinha da época romana, mas o nome original dado pelos
romanos só caiu totalmente em desuso durante a primeira metade do século XIII.
Depois, aparece novamente em documentos dos séculos X, XI, XII e XIII, principalmente em documentos do século XII, inclusive quando
se fala de limites territoriais, onde até a actual Portela do Arão é referida como Portela de Lorica, começando mais tarde a ser referida
como Portela de Aran, depois de Aarão, e finalmente do Arão. A estrada romana de Lorica era uma espécie de estrada estratégica,
destinada a ajudar a controlar os Montes Herminius onde, como se sabe, viviam tribos lusitanas muito aguerridas. Esta estrada ligava
entre si duas grandes vias transversais, a que ligava Conimbriga, a norte, e a que ligava Iaegitania, a sul. Não se sabe os locais exactos

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dos cruzamentos, mas tudo indica que a norte seria algures perto da actual Bobadela. Quanto aos vestígios da calçada romana original,
eles podem encontrar-se na área das Calçadas, onde estiveram na origem deste nome, e dispersos em pequenos vestígios até à zona
da Portela do Arão, tratando-se da mesma estrada. A título de curiosidade, informa-se que a estrada romana foi utilizada desde que foi
construída, provavelmente por volta de finais do século I antes de Cristo, até à década de trinta do século XX quando entrou em
funcionamento a actual EN231. Sem a estrada romana teria sido impossível o já por si grande feito de Loriga se tornar um dos maiores
pólos industriais têxteis da Beira Interior durante o século XIX.

Mais Apontamentos - Vestígios Romanos *

Lorica era como se disse o antigo nome de Loriga, durante o Império Romano, situada numa colina abraçada por duas ribeiras, era
atravessada pela estrada romana. Tinha duas pontes romanas, uma delas ainda existe, e a outra, construída sobre a Ribeira de
S.Bento, ruiu no século XVI, e ambas faziam parte dessa estrada romana que ligava a povoação ao restante império romano. A ponte
romana que ruiu estava situada a poucas dezenas de metros a jusante da actual ponte, também construída em pedra mas datada de
finais do século XIX. A antiga estrada romana descia pela actual Rua do Porto, subia pela actual Rua do Vinhô, apanhava parte da
actual Rua de Viriato passando ao lado da povoação então existente, subia pelas actuais ruas Gago Coutinho e Sacadura Cabral,
passava na actual Avenida Augusto Luis Mendes, na área conhecida por Carreira, seguindo pela actual Rua do Teixeiro em direcção à
ponte romana sobre a Ribeira de Loriga, também conhecida por Ribeira da Nave e Ribeira das Courelas. Entre a capela de S.Sebastião
e o cemitério, existia um troço de calçada romana bem conservada que não deixava dúvidas a ninguém sobre a sua verdadeira origem,
mas infelizmente uma parte foi destruída e a restante soterrada quando fizeram a estrada entre a Rua do Porto e o cemitério. O
património histórico nunca foi estimado em Loriga. Numa zona propositadamente conhecida por Calçadas, já afastada da vila, ainda
existem vestígios bem conservados do primitivo pavimento da estrada romana.
António Conde
* Pesquisas de António Conde - (Registado aqui - Ano de 2010)

Os Registos escritos da História de Loriga


Não parece restar qualquer dúvida, que muitos documentos ou mesmo simplesmente registos, referentes a Loriga, foram
desaparecendo de forma estranha e até suspeita.
Esses desaparecimentos foram acontecendo através dos tempos, mas mais acentuados em meadas do século XIX, aquando da
reforma dos concelhos. Alguns até, ao encontrarem-se na Torre do Tombo, nem por isso escaparam.
Mesmo assim, de uma ou de outra forma, lá se vão encontrando alguns registos, que no entanto são muito pouco para uma localidade
antiquíssima, como é Loriga.

Viriato - O grande leader dos Lusitanos *


Todos os grandes historiadores, começando pelos romanos antigos, elogiam as grandes qualidades de Viriato. Nelas se destacam, a
inteligência, o humanismo, a capacidade de liderança, e a sua grande visão de estratega militar e politico.

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A este grande homem, que liderou os antepassados dos


portugueses, os Lusitanos, os romanos só conseguiram
vencer recorrendo à vergonhosa traição cobarde.
Este homem, tal como muitos outros que ficaram na
história, tinha origens humildes, provando-se na época, tal
como hoje, que as capacidades individuais não dependem
do estrato social, nem das habilitações académicas.
Viriato, era apenas um pastor, habituado desde criança a
percorrer as altas montanhas dos Hermínios (actual Serra
da Estrela), onde nasceu, e que conhecia como a palma
das suas mãos. Conhecia inclusive as povoações lusitanas
da serra, como Lobriga à qual os romanos puseram o
nome de Lorica (nome de antiga couraça guerreira) devido
à sua posição estratégica na serra e por ter sido um forte
bastião da resistência lusitana. A povoação surgiu
originalmente no mesmo local onde está o centro histórico
da vila, uma colina entre duas ribeiras.
Do latim Lorica, derivou Loriga, com o mesmo significado, sendo um caso raro de uma povoação que mantém o mesmo nome,
praticamente inalterado, há dois mil anos, nome que é altamente significativo da sua história e da sua antiguidade (por isso a couraça é
a peça central e principal do brasão histórico da vila).
* António Conde - (Registado aqui - Ano de 2006) António Conde

Viriato nasceu em Loriga - Mito ou Realidade


Nos registos antigos o nome era referenciado Viriatus, e ficou conhecido na história como uma figura de grande relevo nos Montes
Hermínios (hoje Serra da Estrela) foi pastor, guerreiro, chefe e Rei dos Lusitanos.
Foi assassinado pelos seus próprios companheiros, chamados Andas, Pitalco e Minuro, depois de os Romanos os terem subornados,
com promessas de uma recompensa, que nunca chegaram a receber.
O facto de não se ter a certeza do local exacto onde tivesse nascido Viriatus, algumas localidades da região da Serra da Estrela
(antigos Montes Hermínios) reclamam para si o local do nascimento dessa figura histórica.
Ao longo da história, vamos também dando conta de dados referentes a uma ligação entre Viriato e "Lorica" ou "Lobriga" pois era assim
que os Romanos chamavam a Loriga. Por isso o parecer existir nos Loriguenses uma forte convicção de que na realidade seria Loriga o
berço de Viriato.
Como recortes de história aqui se faz a transcrição de um registo existente no Livro Manuscrito História da Lusitânia, pelo
Bispo Mor do Reino em 1580.
...Sucedeu o Pastor Viriato natural de Lobriga hoje Villa de Loriga no cimo
da Serra da Estrella Bispado de Coimbra; ao qual tendo quarenta annos de idade
acclamarão Rey dos Luzitanos e cazou em Évora com huma nobre Senhora no
anno 147. Prendeo em batalha ao Pretor Romano Caio Vetílio e lhe degolou
4.000 soldados; a Caio Lucitor dahi a huns dias matou 6.000 mil. Ao capitão

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Caio Plaucio matou Viriato mais de 4.000 junto a Toledo. Reforçou-se o dito
Capitão e dando batalha junto de Évora prendeo 4.000 soldados.
No anno 146 o Pretor Claudio Unimano lhe deu batalha e de todo foi destruido
por Viriato que repartio os despojos pelos soldados pondo nos montes mais altos
da Lusitania os eztendartes Romanos.
Uma convicção ainda actual
Uma convicção forte levou sempre os Loriguenses a considerarem que Viriato nasceu em Loriga, principalmente os antepassados que
mais alimentavam essa ideia. Por isso e através das pesquisas que se vão fazendo, encontram-se escritos e registos a este facto.
Curiosamente, foi nos primeiros anos do século passado que mais predominava essa convicção, chegando mesmo alguns Loriguenses
da Comunidade sediada no norte do Brasil a idealizar a colocação de um monumento na ideia de imortalizar o nome de Viriato como filho
de Loriga, tendo até existido uma lista onde já constava os nome de alguns com as respectivas contribuições que no total já ia em
145$000 Reis.
Nessa altura estava até já definido o local para a colocação do monumento, que se iria localizar no Largo da Carvalha (actual Largo do
Santo António) na altura em processo da retirada do cemitério velho que ali existia.
Por motivos de alguns problemas burocráticos parece que a ideia não seguiu em frente, o que se viesse a acontecer decerto seria das
primeiras localidades a ter um monumento a Viriato.
A edificação de um monumento a Viriato é uma ideia ainda hoje presente no pensamento de alguns, colocando assim Loriga em
igualdade de circunstância com as outras localidades que reclamam para elas a terra do nascimento do herói Lusitano.
(Registado aqui - Ano de 2007)

Referência antiga sobre Loriga


Um dos registos antigos da história de Loriga, é aquele que vamos encontrar nas Inquirições de 1258, mandadas fazer pelo Rei
D.Afonso III, que tinha como objectivo averiguar judicialmente a natureza das diversas propriedades e dos direitos senhoriais, a fim de
fazer restituir à Coroa Real os direitos que as classes privilegiadas vinham desde à muito usurpando ilegitimamente.
Os inquiridores na região de Seia registaram que as herdades dos fidalgos estavam todas sujeitas a encargos perante o Rei
exceptuando as que haviam pertencido a D.João Viegas, com o alcunha de "Ranha" e assim mencionado:
("excepto Sandimir et Loriga et aliae que fuerunt de donno Johanne Rania")
D.Afonso Henriques por carta de 16/5/1131 entregou a posse de muitas terras do actual concelho de Seia a D.João Viegas "Ranha" por
este o ter ajudado a vencer dois fidalgos senenses (Aires Mendes e Pêro Pais) que se tinham revoltado contra ele.
(Registo na Monografia da Freguesia de Sandomil de Dr.António Herculano da Paixão Melo) - (Registado aqui - Ano de 2005)

Segundo se sabe, Loriga já tinha foral em 1222, sendo este um dos documentos mais importante desaparecido.

Documento antigo sobre Loriga


Um dos registos mais antigos, como documento, que até hoje parece existir sobre Loriga, é o da confirmação da doação da Jurisdição
Civil e Criminal de Loriga a Álvaro Machado datado de 22 de Agosto de 1474, que a seguir se transcreve:

"Dom Manuel por graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves daquem e dalém mar em Àfrica, a quantos esta carta virem fazemos
saber que a nós foi apresentada uma carta que tal é:

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Dom Afonso.... A quantos esta carta virem fazemos saber que confirmando nós a acareação que feita temos, em Àlvaro Machado
fidalgo da nossa raça e aos serviços que dele e de seu pai temos recebido e esperamos que ao adiante nos faça, temos por bem
dar-lhes que ele tenha o uso de nós, em toda a sua vida, à jurisdição civil e criminal do lugar de Loriga que ele de nós tem. Ressalvamos
para nós a correcção e alçada.
E porém, mandamos a todos os nossos corregedores, juízes de justiça oficiais e pessoas que isto ouverem dizer e esta nossa carta for
mostrada que lhe deixem usar a dita jurisdição, como dito é, sem lhe porem sobre isso qualquer embargo porque assim é a nossa
mercê, de lhe assim ser feito sem embargo de qualquer lei de direito canónico e civil, grossas propensões de doutores que em contrário
disso seja"
Dada em Lisboa aos 22 dias de Agosto, Cristóvão de Barros a fez no ano de 1474.

Esta carta foi confirmada ainda por solicitação de Álvaro Machado nos seguintes termos:
Pedindo o dito Álvaro Machado que lhe confirmássemos a dita carta e visto que nós seu requerimento, querendo-lhe fazer graça e
mercê temos por bem lha confirmarmos e a havermos por confirmada da maneira que dito é: E porém mandamos os nossos editais para
a justiça que assim lhe cumpram e façam muito inteiramente cumprir e guardar.
Dada em Lisboa, aos nove dias de Maio João Pais a fez, no ano de 1497.
Este documento que se pensa ser o mais antigo, foi publicado no Jornal "A Neve" em Março de 1949.
(Registado aqui - Ano de 2006)

Significado da palavra "Loriga"

"Saio de malha usado pelos antigos guerreiros, coberto de lâminas de aço ou escamas de ferro"
Primitivamente era fabricada de loros ou correia de couro crú (couraça quitinosa que envolve o corpo
de alguns animais invertebrados como por exemplo, os rotiferos) e de tal maneira entretecidos que ficavam impenetráveis.

Loriga sede de Concelho


Loriga e área envolvente era couto senhorial no século XII, revertendo para a coroa em 1249, quando foi transformada em vila e
concelho por foral de D. Afonso III.
Em 1474, D. Afonso V, concedeu-lhe novo foral e Loriga que pertencia à Coroa foi doada ao fidalgo Álvaro de Machado, como
recompensa pelos serviços prestados ao rei.
No ano de 1514, D. Manuel I deu à vila de Loriga um novo foral, o último e o mais completo dos Forais Régios, que chegou aos nossos
dias.
António Conde
****
Loriga, foi Sede de Concelho por concessão do foral por D.Manuel I, em 15 de Fevereiro de 1514. Sendo extinto em 24 de
Outubro de 1855.
*
Loriga foi sede de concelho desde a outorga do foral, por D. Manuel I, em 15 de Fevereiro de 1514, até à data da sua extinção,
ocorrida em 24 de Outubro de 1855. Tinha Câmara Municipal, cadeia e pelourinho, monumento este que terá desaparecido durante o

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século XIX.
****
A orgânica de Loriga até 1855
Tinha no seu governo civil:- Um Juiz Ordinário, dois Vereadores, um Procurador do Concelho, Escrivão da Câmara, um Tabelião, um
Alcaide, uma Companhia de Ordenanças com Capitão-Mor e Sargento-Mor.
Possuía Câmara Municipal e Cadeia que, segundo consta, a espessura das suas paredes era de 1,80 metros. Em 1881, os registos
dão-nos conta do local exacto onde se encontrava o referido edifício:
".....na parça d´esta vila, que parte a nascente, poente e norte com via pública e do sul com José dos Reis de Loriga".
Após a extinção do Concelho de Loriga (1855) o referido edifício serviu de escola primária do sexo masculino, tendo depois sido
comprado, na última década de 1890, pelo industrial loriguense Manuel Leitão, que depois o transformou, nessa altura encontrava-se já
em ruínas.
Tinha ainda o Pelourinho, formado por uma coluna de pedra oitavada, com uma argola de ferro forjado, tendo por base três degraus e
era encimado por uma pedra quadrangular e ostentando as armas da Vila.
Chegaram a fazer parte do Concelho de Loriga as povoações de:- Valezim; Sazes da Beira; Vide; Alvoco da Serra; Teixeira; Cabeça e
ainda pequenos lugares ou casais como eram assim chamados.
O Concelho de Loriga começava na zona das Pedras Lavradas, até à Portela de Loriga (Arão) onde fazia fronteira com o couto de
S.Romão. De 1842 a 1855 ultrapassava a Portela, por ter sido nessa altura anexado ao concelho de Loriga, o concelho de Valezim.
Alvoco da Serra deixou de pertencer ao Concelho de Loriga em 1514, data em que recebeu o Foral, mas voltou a ser incluído
novamente no mesmo em 1828. Com a reforma administrativa de 18 de Julho de 1835, Alvoco da Serra voltou a ser Concelho, para
depois com o código administrativo de Costa Cabral, de 18 de Marco de 1842 deixar de ser concelho e ficar a pertencer novamente ao
concelho de Loriga..
Vide excluída do concelho de Loriga no século XVII, viria a ser novamente incluída em 1834.
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Documentos históricos relacionados ao Foral atribuido a Loriga pelo Rei D.Manuel em 1514

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****
FForal dado ao Concelho de Loriga
Dom Manuel, etc.

Pagara toda pessoa que laurar com Jugada de bois ou vacas doze al-
queires desta medida corrente todos de centeo et se laurarem com hü
boy a
meatade et seo seareiro et cauam que laurar pam, pagara da medida
velha
hü alqueire et nam se paga no dito lugar foro outro de nehüa causa que
se-
mea nem colham assy do vinho et linho como de todalhas outras
nouidades e
fruitas.
E pagaram mais ao senhorio da dita Terra os foros de denheiro et ga-
linhas que algüas pessoas lhe pagam sem serem a ysso mais
obrigados as pes-
soas que os ora nam pagam ficando rresguardado a hüs et aos outros
quan
ao mostrarem foral lhe seer per elle guardada sua justiça. Nom ha
montado
nesta Terra por quato no veraão amda com ho outro nosso da serra. Et

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no
Ynuerno nam ha hy nehü pasto. Os manihos sam do concelho com o
foro da
Terra. A pensam do tabaliam pagase em sea. Da pena darma se
leuaram du-
setos Reaes e as armas perdidas s quaaes penas se nom leuarem
quando apu-
nnarem espada ou qualquer outra arma sem atirar, nem sem preposito
em
Rexa noua tomarem praao ou pedra posto que fezerem mall et posto
que de
proposito as tomem senom fazerem mal com ellas nam pagaram. Nem
a pa-
gara moço de quinze annos pera baixo nem molher de qualquer idade e
fi-
lhos et escravos tirarem sangue. Nem os que sem arma tirarem
sangue com
bofetada ou punhada nem quem dfendimento de seu corpo ou por
apartar e
estremar outros em arroydo tirarem armas posto que com ellas tirem
sangue
hem escravos de qualquer idad que sem ferro tirar sangue. O gado do
vento
he de direito Real et arrecadarsea na dita villa per nossa ordenaça com
de-
caçam que a pessoa a cuja mão for ter escreuer a dez dias priemeiros
seguin-
tes so pena de lhe ser demandado. Portagem no se levará mais no dito
lu-
gar por que nam se mo trou titollo nem tall posse para se deve de levar.
A
qual quer pessoa que for contra este nosso forall leuando mais dereitos
dos
muy nomeados ou leuando destes mayores conthias das aquy
decraradas ho
annos por degra dado hu anno ffora da villa et termo et mais pagara da
ca-
trinta reaes por hu de todo que assy mais leuar. Et se a nom quizer
leuar se
ja a metade pera os cativos et a outra para quem ho acusar. Et damos
poder
a quall quer Justiça honde acontecer assy quiser como vintaneiros ou
quadri
lheiros que sem mais proceso nemhordem de juizo sumariamente
sabida a
verdade comdenem os culpados no dito caso de degredo et assy do
denheiro
atee nous mill rreeas sem apelaçam nem agravo et sem disso poder
conhecer
almoxarife nem contador nem outro oficial nosso de nossa fazena em
caso
que o hy aja & seo senhorio dos ditos dereitos o dito forall quebrantar
per si
ou outrem seja logo sospenso delles et da jurdicam do dito lugar se at
uer
emquanto nossa merecê for & mais as pessoas que em seu noou por
elle o
fazerem encorreram nas ditas peas & almoxarifes se primace e
officiaes dos
ditos direitos que o assy nom comprire perderam os ditos officios et

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nam que-
ram mais os outros. & portantomandamos que todollas cousas
contheudas
neste forall que nos poemos por ley se cumpram para sempre do theor
do
quall mandamos fazer tres hü delles para a camada villa & outra para o
Se-
nhorio dos ditos dereitos. & outra para a nossa torre do tombo pera em
todo
tempo se poder tirar quall quer duuida que sobre isso possa sobreuir,
dada
hanossa muy nobre et sempre leal cidade de Lixboa aos quinze dias do
mes
de feuereiro era do açimento de nosso Senhor ihü xpõ de myll
quynhentos et
quatorze annos. E sobscprito por fernam de pina
Em oito folhas.
(Documento histórico de alta transcendência para Loriga, reproduzido na integra, respeitando o português arcaico)
(Registado aqui - Ano de 2000)

Alguns aspectos da evolução histórica do Concelho de Loriga


I - Loriga - Sede de Concelho
" … Pelos forais se foram validando os costumes locais, garantindo a povoação de terras, defendendo-se contra as prepotências
senhoriais e fixando pela segurança da propriedade a vida particular da família..." Teófilo de Braga in "História do Direito Português" f.12
e mais adiante, f.115:
"... Do reinado de D. Manuel em diante as cartas de foral alcançaram um sentido inteiramente diferente do que até então tinham;
perderam o carácter de códigos municipais e políticos para conservarem apenas o carácter de escrituras de obrigação enfitêutica dos
povos com a coroa..."
É neste contexto que deve ser integrada a concessão do foral dado em Lisboa, por D. Manuel a 15 de Fevereiro de 1514 (Livro dos
Forais novos da Beira, fl.84, col. I) à vila de Loriga. O Foral consta de um certo número de leis, é um documento jurídico, que se destina
a regular a vida colectiva de uma povoação nova ou já existente, formada por homens livres.
É uma lei escrita, orgânica, é orientada sistematizadora e normativa de um determinado agregado social. Existindo vários tipos de forais,
o de Loriga pertenceu ao chamado "foral breve".
É um documento histórico do mais alto alcance, já que reflecte uma organização, já que nos permite uma reflexão sobre a organização
sócio-económico e politica de Loriga no século XVI.
A preocupação tributária de D. Manuel, alicerce económico da sua politica centralizadora, está presente no início do foral dado ao
Concelho de Loriga, especificando as medidas de centeio que toda a pessoa que lavrar com junta de bois ou vaca terá que pagar.
Registe-se que o cereal dominante é o centeio próprio das terras altas, apesar de a cultura do chamado "milho-maíz" ter sido introduzida
em Portugal nesses mesmo século XVI.
O foral concedido a Loriga evidencia todo um ambiente de pastores e criadores de gado, onde a agricultura subsidiava uma economia
mais ou menos fechada. Para além dos gados e centeio, são ainda referidas a cultura do linho e trigo.
Menciona-se o gado do vento, isto é, o gado sem dono ou pastor, gado perdido; a pena de armas que equivale à usada nos forais
velhos com pena de sangue e hodiernamente conhecida por crime de ofensas corporais; o montado, normalmente possuído entre
vizinhos segundo usos e costumes; e os maninhos, logradouro público de lenhas de pastagens.
Como sede de concelho, Loriga passou a usar as prerrogativas municipais, mais tarde descritas pelo Padre Cardoso nas "Memórias de
Loriga", por ocasião do terramoto de 1755, por ordem do Marquês de Pombal, que se encontram manuscritas no vol. 21, página 1148:

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"... Tem esta vila Juis Ordinário, Veriadores, Almotacé, Procurador, Oficiaes. E Escrivam o coalçe acha vago. De Escrivam
Proprietário estas justisas nam esta msugeitas ao outras justisas doutra terra, exseto a Sua Magestade ..." (sic)

Tinha ainda uma Companhia de Ordenanças, que era uma organização militar das forças do reino, dirigidas por um capitão-mor, que
dirigia também a Companhia de ordenanças de Alvoco. Esta companhia de Ordenanças tinha ainda um comandante, um alferes um
sargento, um meirinho e um escrivão, sendo as esquadras comandadas por cabos.
Contrariamente ao foral concedido a Valezim, não há no foral de Loriga elementos concretos que nos levem a crer que esta vila já era
concelho chamado "foral breve" aquando da concessão do foral de D. Manuel.
O senhorio primitivo de Loriga, segundo nos referem as inquirições de D. Afonso III, era D. João Rama:

"...ire a de hereditates militum et ordinun de tota terra de Sena exceptis illis hereditabus quas reges fecerunt exerte per suas cartas et
exceptus Sandimir et Loriga, et allie que sunt de dono Johanne Rama"... (Inquirições de D. Afonso III - livro 3, fl.I 1º. Vol)
II - Algumas referências docummentais - século XVII
Segundo a "Descrição do Reino de Portugal" de Duarte Nunes de Leão, com data de 1610, Loriga era concelho na correição da Guarda.
Nada sabemos sobre quantitativos correctos populacionais, porém opinamos que a população terá diminuído, visto que o século XVII é,
em movimento secular, de crise, com tendência para baixa, quer no plano económico, quer no demográfico, com depressões mais ou
menos acentuados. Por isso, Loriga deverá ter acompanhado essa tendência. Contudo continuava a usufruir das suas prerrogativas
administrativo-judiciais adquiridas por outorga da carta do foral por D. Manuel, em 1514. Assim, segundo a "avaliação do rendimento dos
ofícios da Comarca da Guarda" feita em 1689, "...na villa de Loriga (...) " -Capitão tem honorífico quatro mil reais: Juíz Ordinário e
orphaes teem de emolumentos cada hum dous mil reais; Escrivão de camara e o Tabelião do Judicial e notas quhe serve também da
Almotacaria e orphãos na vila de Alvoco tem de emolumentos trinta mil reis; Avaliador dos Orphãos tem emolumentos mil reis; Escrivão
das sisas tem de ordenado e emolumentos nove mil reis.
(Registado aqui - Ano de 2004)

"Extinção do Concelho de Loriga"


Loriga deixou de ser Sede de Concelho, em 24 de Outubro de 1855, passando a partir dessa data a fazer parte do Concelho de
Seia.
Loriga foi sede de concelho desde a concessão do foral por D.Manuel I em 15 de Fevereiro de 1514 e foi extinto em 1855, passando
apartir daí a fazer parte do concelho de Seia. Como é sabido os concelhos nesses tempos e ao ser atribuidos pelos reis através dos
séculos, nada têm a vêr como hoje se processa, os concelhos eram pois resumidos a pequenas regiões e até condados e no ano de
1832 existiam em Portugal nada menos que 796 concelhos.
O Ministro Passso Manuel implantou um decreto alterando a orgânica do nosso país resolvendo acabar com alguns concelhos e de uma
só vêz extinguiu 455 munícipios, onde foi incluido o concelho de Loriga, ficando então o reino dividido em 341. Entretanto os concelhos
foram diminuindo e em 1878 o país estava dividido em 17 Distritos e 299 concelhos no continente e ilhas (263 eram no continente).
No entanto parece nunca ter ficado bem esclarecido a finalidade da extinção do nosso concelho, se defacto se deveu a esse decreto
implantado da nova alteração a proceder na orgânica do país, ou se ficou a dever-se a aspectos politicos, uma suspeita que ficou nos
Loriguenses se levarmos em conta do partido e da posição tomada na nossa terra quando das lutas liberais, que parece ter sido levado
em conta para extinção de alguns concelhos.
Mas qualquer que fosse a razão em 29 de Abril de 1855 começou a desenrolar-se a Extinção do nosso Concelho e essa extinção oficial
ficou confirmada precisamente em 28 de Outubro desse ano, data que para todos os efeitos é a que consta em todos os registos.

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Como curiosidade para a história da nossa terra seguidamente vou aquí registar na íntegra e tal como se escrevia, nesses tempos, uma
das actas respeitante à extinção do Concelho de Loriga:
"ARQUIVO MUNICIPAL"
Acta escrita no "Arquivo Municipal" ...........Extintos Concelhos.....
Extinto Concelho de Loriga-Pasta n.1 -Livro n.2 - Folhas 193 e seguintes: Livro das Sessões da Câmara de Loriga....
"Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos cincoenta e cinco aos vinte e nove dias do mez de Abril do
dito anno, nesta Villa de Loriga e Casas de Despacho da Camara, aonde se achavão prezentes seus Membros abaixo assignados a
saber: António Mendes Lages, António Mendes Galvão, António João de Castro, bem como Placido Luiz de Brito veriador da Camara
transacta que havia sido convocado para assistir a este acto, no impedimento do actual veriadior Sebastião de Pina que havia
participado achar-se impossibilitado; faltando o Prezidente Alfredo Freire Calheiros por se ter auzentado para Caza do sitio
denominado a "Malhada das vacas" deste Concelho, logo pelos Membros prezentes assima referidos foi ditto que tendo elles, bem
como o sobredito Prezidente,Administrador do Concelho Luiz Marques da Fonseca, Juntas de Parochia da Freguezia de Santa Maria
Maior desta Villa, Vallezim e sua annexa São Romão da Cabeça, e bem assim os informadores previamente convocados, em virtude
do officio sob o Numero cento quarenta e seis, com data de vinte e sete de Fevereiro próximo passado, do Excellentissimo
Governador Civil deste Districto e requerimento junto ao mesmo, das Juntas de Parochia da freguezia de Vallezim, procedido à
divizao e demarcação dos lemites das Freguezias de Santa Maria Maior de Loriga e São Romão da Cabeça que se achavam em
comum, por ser esta Filial daquela e sendo primeiramente examinado attentamente de ambas as Freguezias, attendendo á extenção
d!ellas e população de cada uma das duas Freguezias, seu comércio e necessidades de lenhas em virtude delle, pasto necessário
para os gados de cada uma das freguezias e mais circumstancias a que erm tais casos ha necessidade comprender
circumspectamente, se fez aquella divizão e demarcação pela maneira seguinte: --Fica sendo limite privativo da Freguezia de São
Romão da Cabeça o terreno que confina com limite de Concelho de Sandomil a principiar no alto do sitio da "malhada das vacas"
aonde está uma "Cruz" denominada "do Lemos" para o lado do Ocidente em direcção á Gesteira, Malhada Cazinha, pedra redonda,
Seladinha; e fundo da Tapada da Barroca dos Castanheiros, seguindo o cume do oiteiro longo em direcção á Ribeira, pela Barroca do
leitão a sima em direcção ao sul, fazendo no simo da sobredita Barroca demarcação o caminho que vai desta Villa para a povoação
da Barrioza deste mesmo concelho, o que tudo se acha demarcada com os competentes marcos de pedras e cruzes que naquelle
acto foram postos para maior clareza daquella demarcação ficando assim todono lado do Ocidente pertencendo, das demarcções
para baixo á Freguezia da Cabeça e para sima á freguezia de Loriga de para constar se lavrou a prezente que vai pelos Membros da
Camara assignada, mandando-se extrair as devidas Copias para os effeitos convenientes e eu António Luiz Mendes Escrivão da
Camara que eu escrevi.-----------------------------------------------------------------"

---------- Pta.2 Livro 2. Fas.193 e seg.es.--------


(Registado aqui - Ano de 2003)

No ano de 1832, existiam nada menos de 796 concelhos no reino de Portugal. Por volta de 1855, com a alteração orgânica do país, foi
pensado acabar com alguns concelhos e até condados. Por decreto-lei do ministro Passos Manuel, viriam a ser extintos, de uma só vez
455 municípios, onde foi incluído o de Loriga. O reino, passou então a ter 341 concelhos que foram progressivamente diminuindo. E, no
ano de 1878, o país estava dividido em 17 Distritos e 299 concelhos, no Continente e ilhas, dos quais 263 eram no Continente.
*

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Nota:- Baseado em relatos e registos da época, pensa-se que a extinção do concelho de Loriga, não se deveu só ao facto da alteração
orgânica do país.
Loriga que vinha sendo sede de concelho desde o século XIII, pagou caro o apoio dado aos "absolutistas" contra os "liberais". Numa
época em que a consciência democrática era inexistente, havia retaliações para quem tinha ideias diferentes das de quem detinha o
poder.
Por isso, pensar-se que a extinção do Concelho de Loriga, teve mais haver com vingança politica e interesses expansionistas de quem
beneficiou com o facto, por isso ter sido uma verdadeira injustiça.
(Registado aqui - Ano de 2003)

Alguns dados complementares relacionados aos Concelhos da região no século VII


A reforma administrativa de 18 de Julho de 1835 atribuiu ao Distrito da Guarda 77 concelhos, entre os quais figuraram 12 do actual
Concelho de Seia, - Para além do de Seia os de Alvoco da Serra; Ervedal da Beira; Loriga; S.Romão; Sandomil; Santa Marinha e
Castro Verde; Torroselo; Valezim; Várzea de Merugem, Vide da Foz do Piodão e Vila Cova à Coelheira.
Posteriormente pelo código administrativo de Costa Cabral de 18 de Março de 1942 aqueles 77 ficaram reduzidos a 30. Dos doze acima
citados, para além do de Seia apenas subsistiram o de Ervedal, Loriga e o de Sandomil, ou seja foram extintos os outros 9 restantes.
A Seia ficaram adstritos São Romão, Santa Marinha e Várzea; a Loriga ficaram ligados Alvoco da Serra, Valezim e a Vide; Sandomil
anexou Torroselo, Vila Cova à Coelheira.
Uma outra lei publicada em 31 de Dezembro de 1853, viria a englobar no concelho de Sandomil os então extintos concelhos de Penalva
de Alva e de S.Sebastião da Feira, hoje incluídos no concelho de Oliveira do Hóspital.
Por último, o Decreto de 24 de Outubro de 1855, estabeleceu os 14 concelhos que ainda hoje compõem o Distrito da Guarda. Foram
então extintos os de Loriga e Sandomil, engrossando o concelho de Seia, enquanto o de Ervedal da Beira passou a pertencer a Oliveira
do Hospital
(Registo na monografia do "O Actual Concelho de Seia" de Dr.António Herculano da Paixão Melo) - (Registado aqui - Ano de 2005)

Loriga minha Terra

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Vista Parcial de Loriga

Vila de Loriga - Ano 1758 *


****
Resposta do vigário de Loriga ao interrogatório de 1758
(A.N.T.T.- MEMÒRIAS PAROQUIAIS, Vol.21, m. 124, fl. 1147-1153)

****
Loriga
C.Guarda BC
REV.º SR. DR. PROVISOR
Satisfazendo ao cumprimento desta ordem, pelos interrogatórios expedidos, de tudo o que consta ser esta freguesia e todo o seu
termo, declarando tudo pelo miúdo, na verdade e inteiramente do que é chamado tema se dizer o seguinte:
1 - Que esta freguesia da Vila de Loriga é de Província da Beira e do Bispado de Coimbra, comarca da cidade da Guarda, termo desta
mesma Vila.
2 - Esta Vila é, e sempre foi de sua Real Magestade.
3 - Consta esta Freguesia ter cento e outenta e quatro vizinhos e número de pessoas seiscentas e outenta.
4 - Está situada esta Vila em o meio de sete cabeços: três para parte de nascente, chamados um a perna de um homem pintada ou
esculpida em uma fraga do mesmo cabeço; outro chamado a penha do gato, tem este nome por se achar nele algum dia a figura de um
gato esculpida; outro chamado a fermosa, não consta de onde tomou este nome. Tem dois para a parte do poente, um chamado a
penha de águia e outro o cabeço do castelo, tomou este nome do tempo dos mouros ainda hoje conserva nele vestígios dos alicerces
dos muros; tem outros dois, um para a parte do norte chamado o cabeço de São Bento por nele se achar uma imagem do glorioso São
Bento; outro da parte sul chamado a pedra incavalada, por ter uma grande pedra atravessada no cimo do dito cabeço; e desta Vila ao

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cimo de todos estes cabeços dista meia légua e da vila não se descobre povoado.
5 - Tem esta Vila termo seu, compreende somente o Casal da Cabeça, consta dezasseis vizinhos.
6 - A Paróquia está situada no meio da Vila. Tem a freguesia o dito lugar da Cabeça e o Casal do Fontão, obrigados a esta freguesia;
consta este Casal de seis vizinhos e pertence ao termo de Alvoco da Serra.
7 - O Orago desta freguesia é a Senhora Santa Maria Maior. A Igreja tem cinco altares: um de S. Bento, outro de Santa Luzia, outro de
Nossa Senhora do Rosário e outro das Almas, tem uma só nave e não tem irmandade alguma.
8 - O Pároco é vigário, é da apresentação de Sua Real Magestade, tem quarente mil reis de côngrua e meio de vinho para as missas.
9 - Não tem beneficiados, porém apresenta o curato da Vila de Alvoco da Serra, que dista uma légua desta Matriz.
10 - Não tem conventos.
11 - Não tem hospital.
12 - Não tem misericórdia.
13 - Tem cinco ermidas; duas na Vila, uma de Santo António, ao cimo da Vila, outra de S. Gens a um lado da Vila, outra de S.
Sebastião, duzentos passos distante da Vila no caminho que vai para a Vila de Valezim, tem outra no Casal da Cabeça com a imagem
do Glorioso São Romão e outra no Casal do Fontão com uma imagem do glorioso Santo António; todas pertencem ao povo.
14 - Não acodem a estas ermidas romeiros em tempo algum do ano.
15 - Os frutos da terra que os moradores recolhem são centeio e castanhas, porém não é suficiente para se sustentarem os moradores
da terra.
16 - Tem esta Vila Juiz Ordinário, vereadores, almotacém e procurador, e oficial escrivão, o qual se acha pago de escrivão proprietário;
estas justiças não sujeitas, digo não estão sujeitas a outras justiças de outra terra, excepto a Sua Magestade.
17 - Não é couto, nem cabeça de outro concelho, honra ou beetria.
18 - Não consta que desta Vila saíssem homens insignes por virtudes, nem letras; só consta que o grande Viriato, insigne nas armas,
nascera em esta terra, porém não há memória disto mais do que falar o dando por seguido que ele nascera em estas terras ou serras.
19 - Nesta Vila não há feira alguma.
20 - Também não tem correio; esta Vila se serve do correio de Seia que dista três léguas desta Vila.
21 - Dista esta Vila da cidade de Coimbra catorze léguas e da de Lisboa quarenta e quatro.
22 - Não tem esta terra previlégios, antiguidades, nem outras cousas dignas de memória.
23 - Não há nesta freguesia lagoas, sim partem como termo, de que dão conta o prior de S. Romão e o Vigário de Seia por serem do
seu distrito. Há uma fonte chamada dos pérus? de qualidade tão fria que não pode consentir uma mão dentro dela por espaço de cinco
minutos.
24 - Não tem esta freguesia porto do mar.
25 - Não tem muros, nem precisa deles, porque ainda que venha todo o poder das armas do mundo não derriba os setes cabeços.
26 - Padeceu ruína a Capela Mor desta Igreja em sua abóboda e paredes de tal sorte que não conserva o Santíssimo Sacramento nem
imagens algumas na dita Capela, pelo evidentíssimo perigo que o restante se está vendo em cair a dita capela de que já dei duas contas
à Mesa da Consciência e tenho certeza de que foram entregues, porém até ao presente se não passou provisão para se repararem as
ditas ruínas, como também o retábulo da dita Capela que se acha todo desbaratado e a casa da residência toda especada para a parte
da rua, que já lhe caiu numa grande parede por causa das ruínas que causou o grande terramoto do primeiro de Novembro de mil
setecentos e cinquenta e cinco: e mais algumas casas desta freguesia; as ruínas da Igreja e casas da residência, é obrigado a mandar
reparar o Excelentíssimo Senhor Monteiro-Mor deste Reino, como Comendador que de presente é desta Igreja.
27 - Não há mais de que se faça memória que aqui possa dizer a estes interrogatórios.
Notícia da Serra deste termo e freguesia
1 - Chama-se esta Serra o Malhão da Estrela.
2 - Tem esta serra duas léguas de comprimento e uma de Largura. Principia à fonte dos pérus? e acaba na Vila da Covilhã.

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3 - O principal braço desta Serra um sitio onde estão duas fragas muito eminentes chamados os Cântaros.
4 - Desta Serra nasce uma Ribeira chamada Ribeira dos Covelos, a qual vem por entre fragas uma légua, passa junto desta Vila, esta
de verão enche à tarde com muito ........................ por respeito da muita neve que na mesma Serra se derrete, que em sitios se não
acaba de derreter em todo o verão. Corre esta de nascente para poente, mete-se na Ribeira d´Alva na Vila da Vide. Esta Ribeira não
tem navegação.
5 - Esta Serra não tem lugares nem povoações.
6 - Não há mais fontes notáveis neste distrito do que o que acima foi nomeado.
7 - Não consta haver nesta Serra minas de metais e menos canteiros de pedras ou de outros materiais de estimação.
8 - Esta Serra tem plantas de Zimbro que dá suas bagas estimáveis para flatos e outras curas medicinais; também nela nasce uma erva
chamada argensana muito aprovada para dores especialmente para mulheres; esta se cria sem cultura alguma, entre fragas muito
despinhadas; tem bastantes pastos para gados porém é infrutífera ainda que se cultive.

9 - Nesta serra não há mosteiros nem Igrejas e menos Imagens milagrosas.


10 - O seu temperamento é muito frio, porque nela se não pode estar quedo por maior calor que faça. Nem qualidade .....................
alguma e só nela vão pastar gados miúdos de Agosto até Setembro.
11 - Não há nela criações de gados nem outros animais.
12 - Não tem alagoas neste nosso termo porque elas pertencem a outros termos.
13 - Não sei que estas Serra tenha cousas mais dignas de memória; somente o avistar-se dela as praias do mar.
Relação dos Ribeiros desta Terra
1 - Tem esta Freguesia duas Ribeiras que passam junto à Vila em distância de trinta passos: uma delas é a que acima referi chamada
dos Covelos nasce no Malhão da estrela e finaliza na Vila da Vide distancia de três léguas do seu nascimento; a outra chamada Ribeira
de S. Bento, principia no mesmo cabeço de S. Bento, e finaliza ao fundo desta Vila meia légua de distância do seu nascimento,
encorpora-se com a dos Covelos.
2 - Nascem logo com bastantes águas e correm todo o ano.
3 - Não se metem Rios nem Ribeiros em estas duas que tenho dito.
4 - Não admitem navegação alguma.
5 - São estas duas Ribeiras muito arrebatadas em seu curso desde o nascente até ao fim delas.
6 - Correm ambas do nascente para o poente.
7 - A Ribeira dos Covelos cria algumas trutas desde esta Vila até à Vila da Vide; tem uns poços aonde chamam o Castelejo aonde os
pescadores se não animam a fundar? Por serem muito perigosos pela altura colhenças? que tem e ser a água demasidamente fria e
neles se tem afogado vários pescadores.
8 - Nesta Ribeira não há pescarias nem se podem fazer; somente em o mês de Setembro, indo cálido se costumam lançar algumas
redes.
9 - Estas pescarias destas Ribeiras são livres em toda ela.
10 - Esta Ribeira não tem margens que se possam cultivar, tem algumas árvores de medronheiros e também alguns castanheiros.
11 - Não tem virtudes as águas desta Ribeira mais do que serem frias demasiadamente.
12 - Estas Ribeiras sempre conservaram os seus nomes e conservam de presente.
13 - Já acima disse que estas Ribeiras se metem na Ribeira d´Alva e esta no Mondego e o Mondego na Figueira e da Figueira vai para
o mar.
14 - Não tem cachoeira, repressa nem açude, somente algumas levadas para moinhos.
15 - Tem a Ribeira do Covelos uma ponte de cantaria e três de pau; uma onde chamam a canada, outra aonde chamam os pisões
velhos e outra ao passar para o Casal da Cabeça e a de cantaria está no caminho que vai para a Vila de Alvoco da Serra. A Ribeira de

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S. Bento também tem três pontes de pau: uma chamada dos pisões novos, outra aonde chamam o porto, no caminho que vem de
Valezim para esta Vila e a outra aonde chamam a ponte do pez.
16 - Esta Terra e Ribeiras tem doze moinhos e três pisões, não há lagares nem noras nem outra casta de engenhos alguns.
17 - Não consta que em tempo algum se tirasse ouro nem casta alguma de metais em as ditas Ribeiras.
18 - Esta Vila e os moradores dela usam livremente das águas destes Ribeiros para alguma hortinha que têm ou algum grão de milho
mas é muito pouco porque não têm terra para produzir por serem fragas.
19 - Já acima disse que estas Ribeiras distam três léguas de onde nascem aonde finalizam; passam juntas a esta Vila, uma da parte do
Norte e outra da parte do Sul em distância de trinta passos e ambas juntas passam ao pé do Casal da Cabeça e também ao pé da Vila
da Vide, onde se mete na Ribeira d´Alva.
20 - Não sei cousas mais notáveis com que melhor possa descrever a planta desta terra, rios dela e os cabeços desta
Fico m.tº. pronto para dar a execussão às ordens de Ex.mo e de Sua Real Magestade Fidelíssima. Loriga 1 de Abril de 1758
Deb.mª.
Sub , gª. M.to Ob.diente
O Vigário João Roiz Ribeiro
(* Transcrição do Livro "O Actual Concelho de Seia" de António Herculano da Paixão Melo)
(Registado aqui - Ano de 2001)

Nomes dos muitos locais de Loriga


Em Loriga ou olhando toda a sua região envolvente, é de realçar o facto de não haver um simples local que não tenha o respectivo
nome. Uns oficialmente registados, outros popularmente assim chamados, não resta a menor dúvida que, muitos desses locais, já eram
mencionados nos primeiros escritos conhecidos sobre esta localidade, pelos nomes como ainda hoje são assim chamados.
Poderá haver algum lapso de escrita, uma vez que alguns nomes nunca foram registados, mas sim apenas chamados verbalmente e
transmitidos através das gerações.
***
Assim, aqui se registam os nomes dos muitos locais de Loriga e sua da região envolvente. O registo de muitos destes nomes aqui
descritos, devem-se também a transmissão verbal *
***
"Adro; Açude; Alcaidas; Almas; Alqueves; Arueiro; Avenal; Azeiral; Bairro; Bairro Padre Lages; Bairro Património dos Pobres; Batista;
Bicarões; Baldio das Cascalheira; Barrancos; Barreiras de Coimbra; Barroca; Barroca do Ferreiro; Barroco; Biqueirões; Bouqueira;
Breijoeiras; Brejos; Buraca do Teixeiro; Cabecinha; Cabecitos; Cabeço; Cabeço da Malta; Cabeço do Ratinho; Cabo da Carreira;
Cabris; Cagoiças; Calçadas; Calhão; Campa; Campo; Canada; Canada do Alqueves; Canada; Carreira; Carreiro de Àlvaro; Canada
das Montezinhas; Casa do Guarda; Casa dos Ingleses; Casa dos Velhos; Cascalheira; Casinhas; Carvalha; Chão da Ribeira; Chão
das Fontes; Chão das Relvas; Chão de Matias; Chão do Lombo; Chão do Soito; Chão dos Dornes; Cemitério; Cide; Coiço do Barbas;
Coiço do Botelho; Combaro do Meio; Combro do Mouro; Cortiçor; Corrisqueira; Coroa de Nossa Senhora; Costeiras; Covão da
Ladeira; Duas Pontes; Eira do Alavão; Eira da Pedra; Encerta; Encosta; Enxertada; Escola Nova; Escaldadeiro; Escorial; Etar;
Estuvaínha; Falgareira; Fábrica Nova; Fândega; Feiteira; Feital do Coelho; Feiteira; Fontainhas; Fonte dos Amores; Fontes Covilhas;
Fonte do Mouro; Fonte da Prata; Fonte dos Carreiros; Fonte Lasquinha; Fonte Longa; Fonte do Sabugeiro; Fonte dos Pais; Fonte do
Perús; Fonte do Sapo; Fonte Sagrada; Fonte do Vale; Forcada; Foro; Frádigas; Fraga dos Almoços; Fraga do Padre Nosso; Garganta;
Giraldo; Januários; Ladeira; Lages; Lamas; Lameiro Lameais; Lameiro da Barroca; Lameiro da Redondinha; Lameiro do Regato; Lapa

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da Azinheira; Leirão; Leitões; Lombo Torno; Luzianos; Malhapão; Malhapão da Cabeça; Malhada Chão do Lombo; Malhada do
Fontão; Malhada Cimeira; Malhada da Dona Maria; Malhada da Carneira; Malhada Cimeira; Malhada do Corujo; Malhada do Boi;
Malhada da Farrancha; Malhada Formosa; Malhada do Poio; Malhada de São Bento; Malhadinha do Grilo; Mestre Brava; Meia Légua;
Mingudis; Moenda; Montesinhas; Mourinhos; Oliveira; Outeiro; Outeiro da Borralha; Outeiro da Barroca; Passos do Senhor;
Património dos Pobres; Pedrouco; Peliteiros; Penedas; Penedo de Alvoco; Penha D´Águia; Penha dos Abutres; Penha do Gato; Pêro
Negro; Perovelho; Picota; Piorca; Piornal; Pisão; Pisão do Barroel; Poço do Ariol; Poço dos Minutos; Poço dos Moinhos; Poço da
Covilhã; Poço das Courelas; Poço Forte; Poço das Caneladas; Poço dos Corvos; Poço do João Freire; Poço do Pinheiro; Poço das
Meninas; Poço do Caldeirão; Poço do Zé Lages; Poio Mateus; Poleirinho; Pomar; Ponte Nova; Ponte do Arroxo; Ponto Romana;
Pomar; Porto; Portela de São Bento; Portela do Arão; Portinho Cego; Portugal; Porvelho; Praça; Presa; Pousinhos; Pousinhos da
Ladeira; Quebra-Costas; Quelha do Figueiredo; Quinta da Sónia; Quinta da Sónia; Reboleiro; Redondinha; Regada; Regato;
Resteves; Ribeiro da Cerejeira; Ribeiro da Ponte; Ribeiro do Cabrum; Reboleiro; Rodeio Velho; Romeniscais; Rosmaninheira; Safra
dos Reis; Sanjoanas; São Bartolomeu; São Bento; São Sebastião; São Ginês; Seabra; Selada; Seixinho; Senhora da Guia; Senhora
da Guia Nova; Serapitel; Servoeira; Somora; Surgaçal; Taliscas; Tapada do Ameal; Tapada do Fontão; Tapada do Militar; Tapada;
Tapado; Tapada dos Piscos; Tapada Grande; Tapada Sanjoanas; Tapadões; Teixeiro; Terreiro da Lição; Terreiro das Figueiras;
Terreiro do Fundo; Terreiro dos Ricos; Timingudiz; Torno; Tresposta; Uchas; Urgueiral; Valado; Vale D.Pedro; Vale da Barroca; Vale
da Merenda; Vale dos Alhós; Vale da Barroca; Vale das Videiras; Verdial; Veredas; Vista Alegre; Vinhô; Volta; Zé Lages".
* José C. Pina, António L. A. Tuna, Manuel F. Aparício, Joaquim M. Brito. - (Registado aqui - Ano de 2005)

Poema a Loriga *
"Minha Terra Natal"

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No ventre da montanha nasceste,


e te puseram o nome de Loriga.
Quantos anos tens?.. Quem te apadrinhou?..
Como nasceste?.. Como cresceste?..
A tua idade se perde na noite dos tempos.
No rasto da tua história de séculos,
deixaste marcas de um honroso passado,
ainda hoje bem visíveis no teu burgo.
E quis a mãe natura emoldurar-te,
num quadro de fascínio e beleza,
tão real, que és uma festa para a vista.
Maravilha do Portugal desconhecido,
ainda hoje esperas que te lancem,
nos caminhos de um promissor futuro.
Tu és montanha, granito, ravina, fraguedo,
cascata, ribeira, socalco, encosta, agreste,
com odor a rosmaninho, urze, giesta, alecrim.
No Verão és terna, fagueira, atraente,
hospitaleira, luz e cor, com cheiro a verde pinho.
E de espectaculares pores do Sol.
Na amenidade do Estio, ouve-se o canto
dos grilos e cigarras e o doce rumor
das tuas águas deslizantes rumo ao mar,
e dos trinados das aves que cantam.
Mas no Inverno, também és, tempestade,
torrente, nuvem, relâmpago, trovão, raio, corisco,
chuva, granizo, neve, gelo e frio intenso.
E continuarás crescendo dentro do espaço,
que a lei natureza te impôs por limite,
cabendo às vindoiras gerações que te esperam,
a preservação da tua imagem física,
continuada através dos tempos sem fim.

* Um Loriguense

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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Localização, Referências e Informações de Loriga

Localização
Província da Beira Alta
Distrito da Guarda
Concelho de Seia
Região da Serra da Estrela
Estrada Nacional Nr.231
Situada na encosta sudoeste da Serra da Estrela a
770 metros de altitude
População
Tendo como principal actividade a industria têxtil, os
habitantes de Loriga, no final do ano 1999 e fim do
milénio, estavam registados em cerca de 1660
pessoas, população efectiva.
Mas nos anos da década de 1940, a população
chegou atingir números acima de 3.000 pessoas
Os Loriguenses ausentes espalham-se pelas cinco
partes do mundo, sendo os residentes no
norte do Brasil considerados desde sempre a
maior comunidade Loriguense a residir no estrangeiro
***
Censos/2001 - População em Loriga 1367 habitantes
Censos/2011 - População em Loriga 1053 habitantes
(Registado aqui - Ano de 2000).

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VILA de LORIGA

Loriga é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Seia, distrito da


Guarda, tem 36,52 km² de área, 1 367 habitantes (2005) e densidade
populacional de 37,51 hab/km². Tem uma povoação anexa, o Fontão.
Loriga encontra-se a 20 km de Seia, 80km da Guarda e 300km de Lisboa. A
vila é acessível pela EN 231, e tem acesso directo ao ponto mais alto da Serra
da Estrela pela EN338, estrada concluída em 2006, seguindo um traçado
pré-existente, com um percurso de 9,2 km de paisagens deslumbrantes, entre
as cotas 960m (Portela do Arão ou Portela de Loriga) e 1650m, junto à Lagoa
Comprida, onde se liga com a EN339.
É conhecida como a "Suíça Portuguesa" devido à sua extraordinária paisagem
e localização geográfica. Está situada a cerca de 770m de altitude, na sua
parte urbana mais baixa, rodeada por montanhas, das quais se destacam a
Penha dos Abutres (1828m de altitude) e a Penha do Gato (1771m), e é
abraçada por dois cursos de água: a Ribeira de Loriga ou "Courelas ou "Nave",
e a Ribeira de S.Bento, que desagua naquela depois da E.T.A.R.. A Ribeira de
Loriga, é um dos maiores afluentes do Rio Alva.
Está dotada de uma ampla gama de infra-estruturas físicas e socio-culturais,
que abrangem todos os grupos etários, das quais se destacam, por exemplo, o Casa antiga em Loriga
Grupo Desportivo Loriguense, fundado em 1934, a Sociedade Recreativa e
Musical Loriguense, fundada em 1905, os Bombeiros Voluntários de Loriga,

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criados em 1982, cujos serviços abrangem a área aproximadamente


equivalente aos limites do antigo Concelho de Loriga, a Casa de Repouso
Nossa Senhora da Guia, uma das últimas obras sociais de relevo, e a Escola
Dr. Reis Leitão. Em Março de 2007 iniciaram-se as obras do novo Quartel dos
Bombeiros Voluntários, edifício essencial para completar as infra-estruturas
necessárias à vila, ficando a faltar outras, como por exemplo o pavilhão
multiusos e o museu dos lanifícios.
Ao longo do ano celebram-se de maneira especial o Natal, a Páscoa (com a
Amenta das Almas - cantos nocturnos masculinos, que evocam as almas de
entes falecidos por altura da Quaresma), festas em honra de Sto. António
(durante o mês Junho) e S. Sebastião (no último Domingo de Julho), com as
respectivas mordomias e procissões. Porém, o ponto mais alto das festividades
religiosas é a festa dedicada à padroeira dos emigrantes de Loriga, Nª. Srª. da
Guia, que se realiza todos os anos, no primeiro Domingo de Agosto. No
segundo Domingo, tem lugar a festa em honra de Nª. Srª. da Ajuda, no Fontão
de Loriga.
História
Fundada originalmente no alto de uma colina entre ribeiras onde hoje existe o centro histórico da vila. O local foi escolhido há mais de
dois mil e seiscentos anos devido à facilidade de defesa (uma colina entre ribeiras), à abundância de água e de pastos, bem como ao
facto de a as terras mais baixas providenciarem alguma caça e condições mínimas para a prática da agricultura. Desta forma estavam
garantidas as condições mínimas de sobrevivência para uma população e povoação com alguma importância.

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O nome veio da localização estratégica da povoação, do seu protagonismo e dos seus


habitantes nos Hermínios (actual Serra da Estrela) na resistência lusitana, o que levou os
romanos a porem-lhe o nome de Lorica (antiga couraça guerreira). Os Hermínios eram o
coração e a maior fortaleza da Lusitânia. É um facto que os romanos lhe deram o nome de
Lorica, e deste nome derivou Loriga (designação iniciada pelos Visigodos) e que tem o
mesmo significado. É um caso raro, em Portugal, de um nome bi-milenar, sendo de grande
importância histórica, e justifica que a Lorica seja a peça central e principal do brasão da vila.
Situada na parte Sudoeste da Serra da Estrela, a sua beleza paisagística é o principal
atractivo de referência. Os socalcos e sua complexa rede de irrigação são um dos grandes
ex-libris de Loriga, uma obra gigantesca construída pelos loriguenses ao longo de muitas
centenas de anos e que transformou um vale belo mas rochoso num vale fértil. É uma obra
que ainda hoje marca a paisagem do belíssimo Vale de Loriga, fazendo parte do património
histórico da vila e é demonstrativa do génio dos seus habitantes.
Em termos de património histórico, destacam-se também a ponte e a estrada romanas
(século I a.C.), uma sepultura antropomórfica (século VI a.C.), a Igreja Matriz (século XIII,
reconstruída), o Pelourinho (século XIII, reconstruído), o Bairro de São Ginês (São Gens)
com origem anterior à chegada dos romanos e a Rua de Viriato, herói lusitano que a tradição
local e alguns documentos apontam como sendo natural desta antiquíssima povoação. A Rua
da Oliveira, pela sua peculiaridade, situada na área mais antiga do centro histórico da vila,
recorda algumas das características urbanas da época medieval.
A estrada romana e uma das duas pontes (a outra ruiu no século XVI após uma grande cheia
na Ribeira de S. Bento), com as quais os romanos ligaram Lorica, na Lusitânia, ao restante
império, merecem destaque.
O Bairro de São Ginês (S.Gens) é um ex-libris de Loriga e nele destaca-se a capela de
Nossa Senhora do Carmo, construída no local de uma antiga ermida visigótica precisamente
dedicada àquele santo.
Quando os romanos chegaram, a povoação estava dividida em dois núcleos. O maior, mais
antigo e principal, situava-se na área onde hoje existem a Igreja Matriz e parte da Rua de
Viriato e estava fortificado com muralhas e paliçada. No local do actual Bairro de S.Ginês
(S.Gens) existiam já algumas habitações encostadas ao promontório rochoso, em cima do
Calçada Romana
qual os Visigodos construíram mais tarde uma ermida dedicada àquele santo.
Loriga era uma paróquia pertencente à Vigararia do Padroado Real e a Igreja Matriz foi
mandada construir em 1233 pelo rei D. Sancho II. Há alguns escritos que dão conta que até
1713 a igreja era orago de Nossa Senhora da Conceição, no entanto, parece manter-se a
ideia de que foi sempre orago de Santa Maria Maior e que se mantém.
Foi construída no local de outro antigo e pequeno templo, do qual foi aproveitada uma pedra
com inscrições visigóticas, que está colocada na porta lateral virada para o adro. De estilo
românico, com três naves, e traça exterior lembrando a Sé Velha de Coimbra, esta igreja foi
destruída pelo sismo de 1755, dela restando apenas partes das paredes laterais.

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O sismo de 1755 provocou enormes estragos na vila, tendo arruinado também a residência
paroquial e aberto algumas fendas nas robustas e espessas paredes do edifício da Câmara
Municipal construído no século XIII.
Um emissário do Marquês de Pombal esteve em Loriga a avaliar os estragos mas, ao contrário
do que aconteceu com a Covilhã (outra localidade serrana muito afectada), não chegou do
governo de Lisboa qualquer auxílio.
Loriga é uma vila industrial (têxtil) desde a primeira metade do século XIX, em termos de indústria
moderna, sendo também influenciada pela chamada revolução industrial. No entanto, já no século
XV os loriguenses se dedicavam aos lanifícios, embora de forma artesanal.
Chegou a ser uma das localidades mais industrializadas da Beira Interior, e a actual sede de
concelho só conseguiu suplantá-la quase em meados do século XX. Tempos houve em que só a
Covilhã ultrapassava Loriga no número de empresas.
Nomes de empresas, tais como: Regato, Redondinha, Fonte dos Amores, Tapadas, Fândega,
Leitão & Irmãos, Augusto Luis Mendes, Lamas, Nunes Brito, Moura Cabral, Lorimalhas, etc,
fazem parte da rica história industrial desta vila.
A principal e maior avenida de Loriga tem o nome de Augusto Luís Mendes, o mais destacado
dos antigos industriais loriguenses. Apesar de, por exemplo, dos maus acessos que se resumiam
à velhinha estrada romana de Lorica, com dois mil anos, o facto é que os loriguenses
transformaram Loriga numa vila industrial progressiva, o que confirma o seu génio.
Loriga é um exemplo das consequências que uma guerra civil pode ter numa localidade e numa
região. Loriga tinha a categoria de sede de concelho desde o século XII, tendo recebido forais em
1136 (João Rhânia, senhorio das Terras de Loriga durante cerca de duas décadas, no reinado de
D. Afonso Henriques), 1249 (D. Afonso III), 1474 (D. Afonso V) e 1514 (D. Manuel I).
Apoiou os Absolutistas contra os Liberais na guerra civil portuguesa e isso custou-lhe deixar de
ser sede de concelho em 1855 após a aplicação do plano de ordenação territorial levada a cabo Rua da Oliveira
durante o século XIX, curiosamente o mesmo plano que deu origem aos Distritos.
A partir da primeira metade do século XIX, como já foi mencionado, tornou-se um dos principais
pólos industriais da Beira Alta, com a implantação da indústria dos lanifícios, que entrou em
declínio na década de 60 e 70 e por último na década de 90 do século passado o que fez levar à
desertificação da Vila, facto que afecta de maneira geral as regiões interiores de Portugal devido
às inexistentes, insuficientes e erradas políticas de coesão nacional.
(Registado Conde
António aqui - Ano de-2004)
Este texto faz parte do artigo sobre Loriga criado por António Conde na Wikipédia

Junta de Freguesia de Loriga

As Sedes da Junta de Freguesia de Loriga

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Largo do Fonte do Mouro Actual Presidente desde 2006


6270 - 073 Loriga
Apartado 1019
Telef.238/953178 - Fax.238/951133 Brasão de Loriga
António desenhado
Maurício Mourapor António
Mendes Conde
(PS)
Não foram muitas as sedes da Junta de Freguesia de Loriga, regista-se que durante longos anos foi no Terreiro da Lição, por altura do
ano de 1975, passou para as instalações da Fundação Cardoso de Moura e dali passou para a antiga escola primária situada no Fonte
do Mouro, onde hoje se encontra.

Órgão da Junta de Freguesia (Anos de Mandato)

De 1942 a 1945 De 1946 a 1950 De 1951 a 1954 De 1955 a 1959


Padre António Mendes Manuel Gomes Leitão António Nunes Ribeiro Carlos Nunes Cabral
Cabral Lages José Nunes de Moura Valdemar Nunes de Brito José Cabral Leitão
Carlos Cabral Leitão Carlos Nunes de Pina Pedro Vaz Leal Prof. António Domingos Marques
António Nunes de Pina
*** *** *** ***
De 1960 a 1962 De 1963 a 1971 De 1972 a 1976 De 1977 a 1979
António Fernandes Leitão Prof. Adelino de Moura António Pinto Ascensão Álvaro dos Santos Aparício
Manuel Gomes Leitão Galvão José de Pina Gonçalves Prof. Maria Helena F. Leitão M.
António dos Santos Aparício Prof. José Coutinho da Cunha Joaquim Gonçalves de Brito Galvão
Jos dos Santos Mascarenhas Horácio Costa Pinto Ortigueira
*** *** *** ***
De 1980 a 1985 De 1986 a 1989 De 1990 a 1993 De 1994 a 1997 e de 1998 a 2001
Horácio Costa Pinto Fernando Ambrósio Pereira Carlos Nunes Cabral Júnior José Manuel Almeida Pinto
Ortigueira Prof. Luís Manuel Pereira António José Aparício Conde * Prof. Luís Manuel Pereira
José Manuel Almeida Pinto Fernandes * (Substituído em 30.9.1991) Fernandes

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Viriato Simão Mendes Joaquim Brito dos Santos Fernando Ambrósio Pereira * Manuel Mendes Henrique de Lemos
* (Substituído em 28.9.1992)
José Gabriel Alves Mourita
(a partir de 30.9.1991)
António Maurício Moura Mendes
(a partir de 28.9.1992)
*** *** *** ***
De 2002 a 2005 De 2006 a 2009 De 2010 a 2013 De 2013 a 2017
José Manuel Almeida Pinto António Maurício Moura António Maurício Moura Mendes António Maurício Moura Mendes
José Prata Amaral Mendes Jorge Alves Pina Jorge Alves Pina
António Maurício Moura Adv. Jorge dos Santos Prof. Maria Carmo Mendes Prof. Maria Carmo Mendes
Mendes Marques * Fernandes Pereira Fernandes Pereira
* (Substituído em 2.5.2007)
António Brito Aparício
Victor Manuel Brito Moura
(a partir de 2.5.2007)

Local geográfico no Mapa-Mundo onde está situada Loriga

Distâncias quilométricas Distância quilométricas entre

entre Loriga e outras cidades de Portugal Loriga e algumas cidades europeias

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-Londres ......... 1.940 Km


-Paris ............... 1.510 Km
-Copenhaga .... 2.800 Km
-Lisboa................ 292 Km
-Helsinquia ...... 3.790 Km
-Santarém ......... 256 Km
-Oslo ................. 3.220 Km
-Fátima ............... 204 Km
-Estocolmo ...... 3.390 Km
-Porto ................. 187 Km
-Amestardam.. 2.030 Km
-Leiria ................. 183 Km
-Bruxelas ......... 1.800 Km
-Coimbra............. 122 Km
-Hamburgo ...... 2.540 Km
-Castelo Branco 123 Km
-Berlim ............. 2.650 Km
-Beja ................... 350 Km
-Munique ......... 2.250 Km
-Setúbal ............. 340 Km
-Madrid............. 450 Km
-Faro ................... 543 Km
-Barcelona...... 990 Km
-Évora ................. 296 Km
-Bucareste ..... 3.650 Km
-Guarda .............. 90 Km
-Frankfurt ....... 2.080 Km
-Covilhã .............. 62 Km
-Zurique .......... 1.940 Km
-Aveiro ................ 145 Km
-Milão .............. 2.140 Km
-Bragança ........ 240 Km
-Roma ............. 2.420 Km
-Viseu ................ 65 Km
-Luxemburgo 1.700 Km
-Vila Real .......... 176 Km
-Veneza ......... 2,240 Km
-Braga ............... 242 Km
-Viena ............ 2.710 Km
-Atenas ......... 3.820 Km
-Istambul ...... 4.160 Km
(Registado aqui - Ano de 1999)

Itinerários mais rápidos dos vários pontos de Portugal


Via Norte - Porto (190 Km): Via Norte - Bragança/Tras-os-Montes (219 Km)
Auto-estrada A1 em direcção a Lisboa. Sair em Aveiro Tomar a EP4 e sair em Macedo de Cavaleiros (cerca
(cerca de 53 Km percorridos) seguir EP5 no sentido de 40 Km, percorridos) seguir na EP2 (EN 102) em
Viseu-Vilar Formoso. Sair em Mangualde (cerca de 135 Km direcção a Celorico da Beira. Nesta cidade (cerca de
percorridos) tomar a EN 234 até Nelas (cerca de 150 Km 172 Km percorridos) tomar a Estrada da Beira (EN
percorridos) seguir a EN 231 em direcção a Seia, seguindo 17) em direcção a Coimbra. Em Seia (cerca de 197

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Km percorridos) seguir para a Estrada Nacional


sempre na mesma Estrada Nacional Nr. 231 em direcção a
Nr.231 em direcção a Loriga (percurso total - cerca
Loriga - (percurso total - cerca 190 Km).
219 Km).

Via Sul - Lisboa (317 Km) - Percurso Beira Baixa


Via Sul - Lisboa (292 Km - Percurso Beira Alta)
Auto-estrada A1 em direcção ao Porto. Sair para A23
Auto-estrada A1 em direcção ao Porto. Depois de Coimbra
no sentido de Torres Novas (cerca de 93 Km
(cerca de 193 Km percorridos) seguir EP3 em direcção a
percorridos). Seguir na A23 em direcção a Castelo
Viseu. Um pouco depois de Penacova na região de Raiva
Branco-Guarda. Sair em Tortozendo (cerca de 271
(cerca de 218 Km percorridos) seguir a IC7 na direcção
Km percorridos) e seguir para Estrada Nacional Nr.
Covilhã (cerca de 230 Km percorridos) tomar a Estrada da
230 em direcção a Unhais da Serra (cerca de 284
Beira (EN 17) em direcção Seia/Guarda. Sair desta estrada
Km percorridos) continuar na mesma estrada nacional
na Catraia de São Romão (cerca de 273 Km percorridos)
até às Pedras Lavradas onde vira à direita para a
seguir até São Romão e tomar a Estrada Nacional N.231 em
Estrada Nacional Nr. 231 em direcção a Loriga.
direcção a Loriga (percurso total - cerca 292 Km).
(percurso total - cerca 317 Km).

Via Sul - Faro/Algarve (543 Km)


Tomar a Via do Infante seguir em direcção a Via Internacional - Fronteira/Espanha (131 Km)
Albufeira/Lisboa. Em Ferreira (cerca de 24 Km percorridos) Fronteira-Vilar formoso, seguir na nova auto-estrada
seguir A2 direcção a Lisboa. Sair em Ourique (cerca de 106 A25 direcção Guarda/Lisboa. Sair na Guarda (cerca
Km percorridos) e tomar a EP2 direcção Beja; Évora; de 42 Km percorridos) tomar a direcção da EP 5 em
Estremoz; Portalegre e Nisa.Tomar a A23 direcção Castelo sentido de Viseu/Aveiro. Sair em Celorico da Beira
Branco/Guarda. Sair em Tortozendo (cerca de 493 Km (cerca de 65 Km percorridos) e tomar a Estrada da
percorridos) e seguir para a Estrada Nacional Nr.230 Km em Beira (EN 17) em direcção a Coimbra. Em Seia
direcção a Unhais da Serra (cerca de 510 Km percorridos) (cerca de 107 Km percorridos) seguir para a Estrada
continuar na mesma estrada nacional até às Pedras Nacional Nr.231 em direcção a Loriga (percurso total
Lavradas onde vira à direita para a Estrada Nacional Nr. 231 - cerca 131 Km).
em direcção a Loriga. (percurso total - cerca 543 Km).
(Registado aqui - Ano de 2007)

Outros Itinerários de Referência para visitar Loriga


Se a sua deslocação for pelo lado de Coimbra, pode ter o privilégio de subir o belíssimo vale glaciar de Loriga, com as suas encostas
verdejantes. Antes de chegar à vila de Loriga, passará pelas aldeias de Muro, Casal do Rei e Cabeça. Aldeias nas quais o xisto ainda
domina nas paredes das suas casas, aninhadas no Vale de Loriga, envolvidas numa beleza calma, repousante, inesquecível.
A subida pelo Vale de Loriga começa na aldeia de Vide (à qual se chega pelo IP3, EN17 e EN 230 (IC6), e as encostas vão surgindo
cada vez mais altas, à medida que o vale vai estreitando e depois alargando, tornando-se amplo para receber o casario da vila de
Loriga, que já é visível. A aldeia de Cabeça ficou para trás e encontra uma estrada mais larga, é a EN 231, e o local chama-se (já era
assim no século XII) Portela de Loriga, também conhecida actualmente por Portela do Arão. Ali vira à direita e em breve está a entrar na

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vila. A descida do Vale de Loriga, o caminho inverso, também é espectacular. Em alternativa, pode utilizar a EN338 a partir da aldeia de
Vide, seguindo um percurso menos interessante mas mais rápido, lateral em relação ao Vale de Loriga.
Pelo lado da Covilhã, sai da A23, apanha a EN 230 no Tortosendo, passa por Unhais da Serra até encontrar um amplo cruzamento, num
local conhecido por Pedras Lavradas.
Entrou na Região de Loriga, na área do antigo Município de Loriga. Aí vira à sua direita, começando a percorrer uma das mais belas
encostas da Estrela, passa por Alvôco da Serra, e a subida termina na entrada do Vale de Loriga. A vista torna-se mais abrangente,
mais bela, está no Mirante de Loriga.
Pare, aproxime-se da berma da estrada (existe um terraço) e contemple a beleza esmagadora que tem diante de si. Lá em baixo, o
casario da vila estende-se pelo imponente vale, juntamente com muitas centenas de socalcos, uma obra gigantesca feita pelos
loriguenses ao longo de muitas centenas de anos. Socalcos que, aliados a uma complexa rede de irrigação, transformaram um vale
pedregoso num vale fértil. A imponência desta obra gigantesca é mais visível na colina onde se ergue o centro histórico da vila, local
onde, há mais de dois mil e seiscentos anos surgiu a povoação. A colina ergue-se entre duas ribeiras, qual ilha, um local sem dúvida
bem escolhido pelos antepassados dos loriguenses. Desça e seja bem-vindo à vila.
Pelo lado de Seia, apanhe a EN 231 na direcção da Covilhã, entre na Região de Loriga, passando pela bonita e histórica aldeia de
Valezim e entre no Vale de Loriga pela Portela de Loriga (Portela do Arão). Através da EN 338, existe o acesso rápido à Torre, e
vice-versa, através deste cruzamento, permitindo também maior fluidez no trânsito nas épocas de grande movimento turístico. A EN 338
liga a EN 230, junto da aldeia de Vide, à EN 339 acima da Lagoa Comprida, através da Portela do Arão, local onde cruza com a EN 231.
Caso não saiba, e seja praticante de esqui, fique a saber que, as Pistas de Esqui estão dentro da área da freguesia de Loriga. A neve é
sempre um grande atractivo, no Inverno, e pode portanto praticar esqui em Loriga. Mas, no Verão, também tem praia em Loriga, mais
exactamente, praia fluvial, situada numa área onde são ainda perfeitamente visíveis os vestígios deixados pelo glaciar que abriu o belo
Vale de Loriga.
Um largo com um jardim e um fontanário de granito, assinalam o início da área urbana da vila, a qual se torna visível após a curva na
estrada. Aparecem as montanhas com cerca de dois mil metros de altitude, que parecem querer desabar sobre a vila, um sinal evidente
que está no coração da Serra da Estrela, na localidade geograficamente mais próxima da Torre, o ponto mais alto. Se quiser apreciar a
bela e singular vista do centro histórico da vila, enquadrado na fantástica paisagem do Vale de Loriga, vire à sua direita e desça ao
santuário de Nossa Senhora da Guia. Ali, pode gozar momentos de prazer ou de fé (ou ambos), enquanto aprecia a espectacular
paisagem.
A algumas centenas de metros à direita da estrada que desce para o santuário, pode admirar uma sepultura antropomórfica milenar, e
um troço da estrada romana de Loriga, construída no século I antes de Cristo, e que foi utilizada até à década de trinta do século XX.
Do outro lado da vila pode admirar também outro troço da estrada, e a ponte romana construída sobre a Ribeira de Loriga.
Pode entrar no centro histórico da vila, via santuário, pela muito antiga Rua do Porto, que teve origem na estrada romana, e ter uma
perspectiva única da colina coroada pelo casario, que se ergue do outro lado da Ribeira de São Bento. Mesmo que não tenha grandes
conhecimentos de história, poderá então imaginar a antiguidade da povoação. Pode optar pela entrada moderna e ampla da Avenida
Augusto Luís Mendes.
Seja bem-vindo(a) à bela e histórica vila de Loriga, onde muitas e agradáveis surpresas esperam por si.
(Registado aqui - Ano de 2006)

Distância quilométrica de Loriga - Fronteira de (Vilar Formoso) - cerca de 131 Km.

***
Distância quilométrica de Loriga - EP 5 (Mangualde) - cerca de 55 Km.

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Distância quilométrica de Loriga - EP 5 (Celorico da Beira) - cerca de 66 Km.

***
Distância quilométrica de Loriga - Guarda, Capital do Distrito - cerca de 89 Km.

***
Distância quilométrica de Loriga - Seia, Sede do Concelho - cerca de 19 Km.

***
Localidades mais próximas:
Cabeça cerca de 7 Km.
Alvoco da Serra cerca de 8 Km.
Valezim cerca de 8 Km.
Sazes da Beira cerca de 8 Km.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Distância de Loriga aos Aeroportos Internacionais


LISBOA: Aeroporto da Portela 300 Km.
PORTO: Aeroporto Sá Carneiro 187 Km.
FARO: Aeroporto de Faro 543 Km.

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Números de Telefones úteis


Indicativo 238 (via Nacional) - 00351/238 (Via Internacional)
-Junta de Freguesia 953178
-Bombeiros Voluntários 953255
-Paroco de Loriga 953204
-Posto Médico 953136
-Praça de Taxis 953109
-G.N.R. 953152
-Jornal "A Neve" 953204
-Grupo Desportivo 953173
-Farmácia "Popular" 953138
-Escola C+S 953226
-Doutor A.Crespo 953102
-Doutor A.Nolasco 953417
-Escola Primária 953235
Posto de Informação Turistica (Ano 2001) -Centro Ass.Paroquial 953191
Rua Coronel Reis, 25
6270 - 090 Loriga -Caixa Crédito Agricola 953456
Telef 238/954320

(Registado aqui - Ano de 2001)

A Vila de Loriga é Orago de Santa Maria Maior


Além da Igreja Matriz possui esta localidade 4 Capelas:
Nossa Senhora da Guia, São Sebastião, N. S. do Carmo e N. S. Auxiliadora.
Actual Pároco
Padre João António Gonçalves Barroso (desde Outubro/2002)
Missas Dominicais
Sábado 20,30 horas - Domingo 11,30 horas

Feriado em Loriga:- 03 de Julho (Municipal)

Feiras:- Primeiro Sábado do Mês

Principais Festas (Anual)

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Sto.António - 2a. Semana de Junho


São Sebastião - Julho (variável)
N. S. da Guia - Primeiro Domingo de Agosto

Estação de Caminhos de Ferro mais próxima:


Nelas cerca de 40 Km.
(Registado aqui - Ano de 2002)

Transportes Rodoviários:
Expresso:- LORIGA - LISBOA (cerca de 300 Km)
***
Período de:- 01.JUNHO a 30.SETEMBRO - Excepto Domingos e Feriados
Partida:- 15,00 Horas Chegada:- 19,50 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)

***
Período de:- 01.JUNHO a 30.SETEMBRO:- Domingos e Feriados
Partida:- 17,00 Horas Chegada:- 21,50 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)

***
Expresso:- LISBOA - LORIGA (cerca de 300 Km)
Período de:- 01.JUNHO a 30.SETEMBRO - Diariamente
Partida:- 07,00 Horas Chegada:- 11,30 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)

***
Partida:- 18,45 Horas Chegada:- 23,30 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)

***
Expresso:- LORIGA - LISBOA (cerca de 300 Km)
Período de:- 01.OUTUBRO a 31.MAIO
Partida:- 10,00 Horas Chegada:- 14,35 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)
Às 2ª.s Feiras (ou 3ª.s Feiras se dia seguintes a Feriado) e Sábados (ou 6ª. Feiras se Feriado)

***
Expresso:- LISBOA - LORIGA (cerca de 300 Km)
Período de:- 01.OUTUBRO a 31.MAIO
Partida:- 18,45 Horas Chegada:- 23,30 Horas Preço:- 16,00 € (Ano 2008)

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Às 6ª.s Feiras (ou 5ª.s Feiras se véspera de Feriado) e Domingos (ou 2ª. Feiras se Feriado)

a)- Existem diariamente outros horários de Expressos com partida de Lisboa, com destino a Seia, Gouveia com passagem por São Romão (1) (cerca de 18 Km de Loriga) que podem
ser alternativas para quem viaje com destino a Loriga. (Exemplo:- 07,30 horas; 10,30 horas; 15,35 horas; 17,35 horas) = 16,00 € (Ano 2008)
b)- Existem diariamente outros horários de Expressos com passagem por São Romão (1) (cerca de 18 Km de Loriga) com destino a Lisboa, vindos de Seia e Gouveia, que podem ser
alternativas para quem viaje com destino a Lisboa ou mesmo Coimbra. (Exemplo:- 07,00 horas; 10,30 horas; 15,45 horas; 18,45 horas) = 16,00 € (Ano 2008)
(1) De São Romão existem Autocarros regionais que fazem carreira para Loriga, ou de Loriga para São Romão e Seia, convém o passageiro informar-se.
Posto de Venda de Bilhetes em Loriga:
Café "Minilor" Av.Augusto Luis Mendes
Telef. 238 953213
(Registado aqui - Ano de 2004)

Carreiras Regionais com ligação à CP:

Loriga-Seia Loriga-Nelas Loriga-Viseu


Loriga-Vide Loriga-Guarda Loriga-Fundão
Transportes efectuados pelas Empresas:- Auto-Transporte do Fundão e Empresa "Marques" Viseu
(solicitar informação horária)
(Registado aqui - Ano de 2002)

Telefone Público de Loriga: CTT de Loriga:


Telef. 238/953177 - 238/954011 - Fax.238/954085

***
Indicativos Telefónico

Portugal:- 00351 Loriga:- 238

Código Postal

6270 - (***) - Loriga

(***) Números correspondentes às ruas e hoje obrigatoriamente aplicáveis


(Registado aqui - Ano de 1999)

Roteiro de Loriga

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Vias
Sinais Convencionais
(Av)=Avenida (B)=Beco (C)=Calçada (L)=Largo
(Q)=Quelha (P)=Pátio (R)=Rua (T)=Travessa
****

(A)
-A (R) - Fica no Bairro Engenheiro Saraiva e Sousa -Augusto Luís Mendes (Av) - Começa no final da Av. do
(Vista Alegre) Brasil e termina no local conhecido por
-Adro da Igreja (L) - Fica no meio da Rua Sacadura "Carreira"
Cabral. -Avenal (R) - Começa na Rua Fonte do Vale e
-Amoreira (T) - Começa na Rua Coronel Reis e termina na ETAR
acaba no Largo do Reboleiro antiga
"Quelha do Rato".

(B)
-B (R) - Fica situada no Bairro Engenheiro Saraiva -Bombeiros Voluntários de Loriga (R) - Começa no
e Sousa (Vista Alegre) Largo da Lição e termina no Bairro das Penedas.
-Barroca (T) - Princípia na Rua Sacadura Cabra e -Brasil (Av) - Começa na Estrada Nacional Nr. 231 e
termina na "Quelha da Barroca" propriamente dita. termina no principio da Avenida Augusto Luís Mendes

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(C)
-C. (R) - Fica no Bairro Bairro Engenheiro Saraiva e -Clube (P) - (nome popular) - Fica no local conhecido
Sousa (Vista Alegre) por "Praça".
-Cabeço (R) - Começa na Rua Viriato no local -Comunidades Loriguenses (R) - Começa no final da
conhecido pelo "Terreiro do Fundo" e acaba no alto Rua Dom Afonso Henriques, no local conhecido por
do "Cabeço" (sem saída) "Volta" e acaba no inicio da Rua da Fândega.
-Cantigas (P) - (nome popular) - Fica no meio da -Cónego Nogueira (R) - Começa no local conhecido por
Rua Vasco da Gama e no final da Rua Santo Cristo. "Praça" e acaba no Largo do Reboleiro.
-Cecília (Q) - Princípia na Rua Gago Coutinho e finda -Constânça Brito (R) - Começa na Rua Sacadura Cabral
na Rua Coronel Reis. e termina na Rua Viriato.
-Chão das Relvas (Av) - Começa no final da Rua -Coronel Reis (R) - Princípia no final da Av. Luis Mendes
Padre Lages (Bairro Padre Lages-Escorial) no local conhecido por "Carreira" e acaba na Rua Gago
-Chão do Velho (T) - Princípia na Rua Gago Coutinho Coutinho.
e termina na Rua José Mendes Veloso.

(D)
-D (R) - Fica no Bairro Engenheiro Saraiva -Doutor Amorim da Fonseca (L) - Fica na Rua Gago
e Sousa (Vista Alegre). Coutinho.
-Dom Afonso Henriques (R) - Começa no Largo do
Reboleiro e termina no local conhecido pela "Volta".

(E)
Estrada Nacional Nr. 231 - Trajecto em Loriga
compreendido entre a Portela do Arão e "Selada".

(F)
-Fândega (R) - Começa no final das Ruas do Vinhô e -Fonte do Mouro (R) - Começa na Av. Augusto Luis
das Comunidades Loriguenses. Mendes e acaba na Estrada Nacional Nr.231,
-Figueiredo (T) - Começa na Rua Gago Coutinho e no local conhecido por Vista Alegre.
acaba na "Quelha" com o mesmo nome. -Fonte do Vale (R) - Começa na Rua Viriato e termina
-Flores (R) - Começa na Rua Cónego Nogueira e na Rua da Fândega.
acaba no final da Rua Viriato, no local conhecido
por "Vinhô"

(G)

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-Gago Coutinho (R) - Começa no Largo do Santo


António e termina no local conhecido por "Almas".

(J)
-José Mendes Veloso (R) - Começa na Rua
Gago Coutinho e termina na Rua Coronel Reis.

(N)
-Nossa Senhora da Guia (Av) - Começa na
Estrada Nacional Nr.231, e termina no Santuário
de N. S. da Guia.

(O)
-Oliveira (R) - Começa na Rua Viriato
e acaba na "Quelha da Barroca".

(P)
-Padre António Mendes Lages (R) - Começa na -Polourinho (T) - Começa no Largo do Pelourinho.
Rua Santo Cristo e termina na Rua Viriato. -Porto (R) - Começa no local conhecido pela Ponte
-Padre António Roque Abrantes Prata (Av) - Prin- do Porto e acaba no principio da Rua de São
cípia no fim da Av. Brasil e termina no local Sebastião.
conhecido por "Volta" -Praça (T) - Começa na Rua Gago Coutinho
-Padre Lages (R) - Começa na Estrada Nacional no local conhecido pela "praça", e termina no
Nr.231 e estende-se por todo o Bairro com o portão do "Casarão antigo Sindicato" (sem saída).
mesmo nome, ou Bairro do Escorial.. -Professor Alberto Pina Gomes-(R) - Fica
-Passos do Senhor (R) - Começa na Rua Coronel no Bairro das Penedas (3ª. Rua).
Reis e acaba no Largo do Reboleiro. -Professor Egas Moniz (R) - Começa
-Pastor da Estrela (R) - Começa na Rua do na Rua Fonte do Mouro e acaba na Escola
Vinhô e acaba na Rua da Fonte do Vale. Primária (sem saída).
-Património dos Pobres (T) - Começa na -Professora Alice Almeida Abreu-(R) - Fica
Rua Cónego Nogueira e finda no Bairro dos Pobres. o Bairro das Penedas (1ª. Rua).
-Pelourinho (L) - Fica na Rua Gago Coutinho. -Professora Irene Almeida Abreu (R) - Fica
no Bairro das Penedas (2ª.Rua).

(Q)

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-Quintal (T) - (nome popular) - Começa na Rua


Gago Coutinho, no local conhecido por
"Almas" (sem saída)

(R)
-Reboleiro (L) - Fica no fim da Rua Cónego Nogueira -Redondinha (R) - Começa no final da Avenida
e principio da Rua Dom Afonso Henriques. Brasil e termina na Redondinha propriamente
-Reboleiro (T) - Começa na Rua Coronel Reis e dita (sem saída).
termina na Rua Cónego Nogueira. -Regato (R) - Começa no principio da Rua das
Comunidades Loriguenses e final da Rua D. Afonso
Henriques e termina na Firma "Pinto Lucas" (sem saída).

(S)
-Sacadura Cabral (R) - Começa no Largo do Santo -São Bento (R) - Começa na Rua Santo Cristo
António e termina no Largo do Adro da Igreja. e termina na Rua Viriato.
-Sacadura Cabral (T) - Começa na Rua Sacadura -São Ginês (B) - (nome popular) - Fica no Bairro
Cabral (sem saída) de S.Ginês (sem saída).
-Sacavém (R) - Começa na Rua do Porto e termina -São Ginês (R) - Princípia no Largo do Terreiro da Lição
no termo do local conhecido pelas "Lages" e termina na Rua Gago Coutinho.
-Santo António (L) - Fica no fim da Av. Augusto Luis -Sociedade Recreativa Musical Loriguense (R) - Co-
Mendes e princípio da Rua Sacadura Cabral meça na Rua Sacadura Cabral e termina no fim
-Santo António (T) - Começa no Largo do Santo da Rua Viriato no local conhecido por "Vinhô".
António e termina na Rua Coronel Reis.
-Santo Cristo (R) - Começa na Rua Sacadura
Cabral e termina na Rua Padre António Mendes
Lages.

(T)
-Tapadas (R) - Começa na Estrada Nacional -Teixeiro (R) - Começa na Av. Augusto Luís
Mendes e termina no local conhecido por "Moenda"
Nr.231, e termina nas "Tapadas" propriamente dito.
-Terreiro da Lição (L) - Fica na Rua Gago Coutinho
-Tapado (R) - Princípia na Rua da Fândega e estende-se até Bairro do S.Ginês.
e termina no "Tapado" propriamente dito.

(T)
-Vasco da Gama (R) - Começa na Rua Sacadura -Vinhô (T) - Começa na Rua do Vinhô e termina
Cabral e termina na Rua Viriato. na Rua da Fândega.

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-Vinhô (R) - Começa no fim da Rua Viriato -Viriato (R) - Começa no fim da Rua Sacadura
e termina no princípio da Rua da Fândega. Cabral no lugar conhecido por "Terreiro do " Fundo"
e termina no princípio da Rua do Vinhô.
****
Códigos Postais de Loriga
Avenidas

-Augusto Luís Mendes 6270-075


-Brasil 6270-076
-Chão das Relvas 6270-076
-Padre António R.A.Prata 6270-077
Bairros
*- Bairro da Vista Alegre 6270-078
-Bairro das Penedas - Ruas 1,2,3,
(Professores) Alberto, D. Irene e D.Alice 6270-124
-Bairro de S.Ginês (Rua + Beco) 6270-079
*- Bairro Eng.Saraiva e Sousa Ruas A+B+C 6270-072
-Bairro Património dos Pobres 6270-084
* É compreendido pelo mesmo Bairro
Estradas

-Estrada Nacional Nr.231 6270-080


Largos

-Adro da Igreja 6270-074


-Doutor Amorim da Fonseca 6270-082
-Reboleiro 6270-081
-Santo António 6270-083
-Terreiro da Lição 6270-111
Ruas

-António Mendes Lages 6270-087 -Porto 6270-098


-Avenal 6270-088 -Redondinha 6270-107
-Bairro Eng.Saraiva e Sousa -Regato 6270-099
(Vista Alegre)Ruas A;B;C;D; 6270-072 -Repoleiro 6270-089
-Cabeço 6270-086 -Sacadura Cabral 6270-108
-Comunidades 6270-093 -Sacavém 6270-073
-Cónego Nogueira -S.Ginês 6270-079

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-Constância Brito 6270-089 -Santo Cristo 6270-109


-Coronel Reis 6270-123 -São Bento 6270-095
-D. Afonso Henriques 6270-090 -Sociedade Musical de Loriga 6270-110
-Fandega 6270-104 -Tapadas 6270-094
-Flôres 6270-073 -Tapado 6270-100
-Fonte do Mouro 6270-073 -Teixeiro 6270-101
-Fonte do Vale 6270-073 -Urbanização Bairro Penedas
-Gago Coutinho 6270-073 (Ruas 1,2,3,(Professores) 6270-124
-José Mendes Veloso 6270-108 -Vinhô 6270-102
-Oliveira 6270-106 -Viriato 6270-103
-Padre Lages 6270-091 -Volta 6270-092
-Pastor 6270-073
6270-097
Travessas

-Amoreira 6270-112 -Reboleiro 6270-117


-Barroca 6270-113 -Sacadura Cabral 6270-121
-Chão do Velho 6270-115 -Santo António 6270-122
-Figueiredo 6270-073 -Terreiro do Fundo 6270-123
-Património dos Pobres 6270-120 -Vinhô 6270-118
-Pelourinho 6270-116 -Viriato 6270-119
-Praça 6270-114
Quelha
-Cecilia 6270-085
-----------------------------------------------------------------
Localidade Anexa
-Fontão 6270-071
****
Bairros
-Bairro da Vista Alegre - Fica na Estrada Nacional Nr. 231 no trajecto para Alvoco da Serra.
-Bairro das Penedas - Fica no termo da Rua dos Bombeiros Voluntários de Loriga, local conhecido por Penedas e junto à Ribeira das
Naves ou "Courelas" como popularmente é mais conhecida.
-Bairro do Padre Lages - Fica na Estrada Nacional Nr.231 no trajecto para Valezim (lugar conhecido por Escorial)
Bairro do Património dos Pobres -Fica no lugar conhecido pelo mesmo nome.
****
Capelas

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-Nossa Senhora da Auxiliadora - Fica na Rua da Redondinha


-Nossa Senhora da Guia - Fica no Recinto do Santuário da Nossa Senhora da Guia
-Nossa Senhora do Carmo - Fica no Bairrro de S.Ginês
-São Sebastião - Fica no princípio da Rua de São Sebastião
****
Fontes
Os Fontaneiros na Vila:

-Adro - Fica no Largos do Adro da Igreja


-Almas - Fica na Rua Sacadura Cabral no local conhecido por "Almas"
-Porto - Fica na Rua do Porto
-Vinhô - Fica no local conhecido por "Vinhô"

Outras Fontes:

-Amores - Fica na Estrada Nacional Nr.231, perto da ponte dos Leitões.


-Azeiteiros - Fica na Estrada Nacional Nr.231, no local conhecido pelo Penedo de Alvoco ou Casa do Guarda (a fonte com a melhor
água que existe em Loriga).
-Do Mouro - Fica na Rua Fonte do Mouro e junto à Junta de Freguesia.
-Fogueteiro - Fica no Recinto da N.S. da Guia encostada à casa do Fogueteiro.
-Nossa Senhora da Guia - Fica no Recinto da N.S. da Guia, junto à Capela
-Senhora da Guia Nova - Fica na Estrada Nacional Nr. 231, no lugar conhecido pelo mesmo nome.
-Penedas - Fica na Urbanização do Bairro das Penedas.
-Reboleiro - Fica no Largo do Reboleiro.
-Santo António - Fica no Largo do Santo António.
-Vale - Fica na Rua da Fonte do Vale.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Pontes
-Cortiçor - Fica na Estrada Nacional Nr.231, no lugar conhecido por "Cortiçor" e passa sobre o Ribeiro do Cortiçor afluente da Ribeira
da Nave (passagem de trânsito e peões)
-Duas Ribeiras - Ficam no local conhecido por "Pisão do Barruel". São duas pontes, uma sobre a Ribeira da Nave e outra sobre a
Ribeira de São Bento precisamente onde esta ribeira termina. (ambas destinadas a passagem de peões)
-Fabrica Nova - Fica junto à Firma "Moura Cabral" e passa sobre a Ribeira de São Bento (passagem de peões)
-Leitões - Fica na Estrada Nacional Nr. 231, no lugar conhecido pelos "Leitões" e passa sobre a Ribeira de São Bento (Passagem de
trânsito e peões)
-Porto - Fica no começo da Rua do Porto e, passa sobre a Ribeira de São Bento (passagem de trânsito e peões)
-Regato - Fica no local conhecido por "Regato", é um pequeno viaduto sobre a Ribeira de São Bento, construído nos tempos recentes,
(passagem de peões).

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-Ribeiro da Ponte - Fica no caminho da Canada no local conhecido por "Ribeiro da Ponte", passa sobre a Ribeira da Nave (passagem
de peões)
-Romana - Fica no local conhecido por "Moenda" e passa sobre a Ribeira da Nave. Esta ponte é mais antiga de Loriga por isso
considerada património loriguense, (passagem de peões).
Nota:- Para os tempos futuros, existe já o pensamento do arranjo do caminho de acesso, no sentido da sua utilização para passagem de
viaturas, no entanto, para esse efeito, será necessário efectuar um estudo aprofundado das condições deste património de Loriga.
-Tapadas - Fica no local conhecido pelas "Tapadas" e passa sobre o Ribeiro das Tapadas afluente da Ribeira de São Bento (passagem
de trânsito * e peões)
-Zé Lages - Fica na Estrada Nacional Nr.231, no local mais conhecido por "Zé Lages" hoje mais conhecido por Praia Fluvial, passando
sobre a Ribeira da Nave. (passagem de trânsito e peões).
* Passagem condicionada
(Registado aqui - Ano de 1999)

Distância apartir do Centro da Vila (Adro) para outros locais de Loriga


-Bairro Padre Lages- 1,1 Km. -Ponte Romana- 1,5 Km
-Caixão da Moura- 3 Km. -Portela do Arão- 4,1 Km.
-Campo de Futebol (estrada)- 2,5 Km. -Posto Médico- 350 met.
-Canada- 900 met. -Praia Fluvial- 1,9 Km.
-Cemitério- 1,1 Km. -Recinto N.S.da Guia- 1,2 Km.
-Cortiçor- 2 Km. -Redondinha- 300 met.
-Fonte dos Azeiteiros- 3,3 Km. -São Sebastião- 800 met.
-Malha Pão- 2,9 Km. -Senhora da Guia Nova- 1,3 Km.
-Mirante- 4 Km.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Generalidades
-Bombeiros - Fica na Rua do Regato no local conhecido por "Volta"
-Cabines Telefónicas - Ficam no fim da Av. Augusto Luís Mendes "Carreira"
-Caixa Multibanco (Caixa de Crédito Agrícola) - Fica na Av. Augusto Luís Mendes
-Cemitério - Fica na Av. N.S. da Guia e no fim da Rua de São Sebastião
-Coorporativa Popular - Fica na Rua Dom Afonso Henriques
-Correios "Estação" - Fica na Rua Gago Coutinho
-EDP - Fica na Rua Fonte do Mouro
-Escola C+S - Fica na Av. Padre António Roque A. Prata
-Escola Primária - Fica na Rua Professor Egas Moniz
-Farmácia "Popular" - Fica na Rua Sacadura Cabral
-GNR - Fica no Bairro Engenheiro Saraiva e Sousa (Vista Alegre)
-Grupo Desportivo Loriguense - Fica na Rua Viriato
-Igreja Paroquial - Fica no Largo do Adro da Igreja
-Junta de Freguesia - Fica na Rua Fonte do Mouro

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-Posto de Abastecimento de Combustível - Fica Na Estrada Nacional Nr.231 (Vista Alegre)


-Posto de Informação Turística - Fica na Rua Coronel Reis
-Posto Médico - Fica na Rua Professor Egas Moniz
-Rodoviária Nacional (Paragem) - Av. Augusto Luís Mendes "Carreira"
-Táxis (Paragem) - Fica na Av. Augusto Luís Mendes "Carreira"
(Registado aqui - Ano de 2001)

Atracções que o visitante não pode perder


-Loriga vista dos Mirantes, contemplando paisagens que não mais vai esquecer.
-Descobrir a montanha e percorrer os inúmeros caminhos que lhe proporcionarão a cada momento cenários únicos.
-Tocar ou mesmo mergulhar nas águas frescas e cristalinas da ribeira e que por todo o lado se fazem deslizar.
-Percorrer o caminho Romano, passeio a não perder, ver ainda o Caixão da Moura e também um mundo belo de socalcos construídos
para a cultura do milho.
-Visitar Loriga nas Festas e acima de tudo viver as suas tradições.
-Contemplar no inverno esta bela localidade coberta de manto branco, bem como admirar a admirável Cascata das Lamas
-Descobrir a as ruas estreitas da Vila e ainda seus pátios e becos, onde os telhados das casas se parecem tocar.
-Visitas a não perder:-Igreja Matriz, Santuário da Nossa Senhora da Guia e Capelas de S.Sebastião e N.S.do Carmo.
-Viva a vida principalmente no Verão onde a claridade do dia entra pela noite fora.

Informação para o visitante


As infra-estruturas existentes em Loriga, satisfazem plenamente as exigências do visitante
que encontrará:
"Pensão, Restaurantes, Cafés, Supermercados, Talhos, Venda de fruta e legumes, Padarias, Táxis, Autocarros, Farmácia, Caixa
Multibanco, Sapatarias, Cabeleireiras, Pronto a Vestir, Posto de abastecimento de combustível, Cabina de Telefone, Posto Telefónico
Público, Venda de revistas e jornais, CTT, Venda de Artesanato, Oficina de automóveis, Venda de mobílias, Venda de electrodomésticos
e Posto de Informação Turística"
(Registado aqui - Ano de 2001)

Grande parte da área circundante de Loriga está inserida como:


Parque Natural da Serra da Estrela

O meio habitar da Região


Toda esta região de Loriga e arredores é local repleto de espécies vegetal,
animal, onde ainda permanecem vestígios glaciares
A truta, a boga e o escalco, são espécies que se encontram nas ribeiras e rios, estando
a respectiva pesca sujeita a regulamentação anual decretada pelos serviços oficiais.
Estão sujeitas ao regime cinegético corrente, espécies como:
o coelho, a lebre, a perdiz, a codorniz, o pombo e a rola.
A caça ao javali e à raposa está sujeita ao regime cinegético especial.
Nas áreas de maior altitude a caça está interdita.

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Sugestões para tempos livres


A região é verdadeiramente propicia para o desporto, tempos livres e de laser.

As barragens no alto da serra apresentam condições para a prática de desporto náuticos, não sendo permitido no entanto, desportos
motorizados.
Os inúmeros caminhos florestais são apropriados a passeios e a provas organizadas de veículos todo-terreno que estão sujeitos a
autorização prévia do PNSE (Parque Nacional da Serra da Estrela).
Nas zonas elevadas da montanha as provas são interditas e os passeios apenas são permitidos nas estradas alcatroadas

Existe uma estância de Sky situada nos Covões de Loriga na Torre, entre os 1890 metros e os 1990 metros, com 4 pistas das quais a
maior tem 800 metros, num desnível de 100 metros e a menor, de escola, tem um comprimento de 150 metros num desnível de 200
metros. A capacidade estimada é de 500 utilizadores/hora, havendo aluguer de material.

1- Do alto da Torre até à Vide, está sinalizado um troço dos percursos pedestres de Grande
Rota Serra da Estrela - T1.
Para os que gostam de vencer as dificuldades, do contacto com o mundo natural, da grandiosidade das paisagens, de solidão e do
silêncio da alta montanha, subir a Garganta de Loriga é um desafio. São 8 horas ida e volta com um desnível de 1223 metros.
2- Percorrer o fundo do vale, junto à ribeira de Loriga até ao Casal do Rei é conhecer de perto todo o engenho desta gente na
transformação das encostas. São 6 horas ida e volta. É difícil.
3- Passeio pelo vale da Ribeira de São Bento. Formas tradicionais de vida, visíveis nos caminhos em calçada, na disposição dos
terrenos em socalcos, no sistema de rega, nas culturas, na vegetação e nos velhos edifícios de granito dispersos pelo vale. Um traçado
fácil, que percorre o vale e sobe até meia encosta, ao longo das duas margens da ribeira, Circuito de duas horas.
4- Passeio panorâmico sobre Loriga. O casario, os socalcos, a alta montanha, um cenário sempre imponente que este trilho proporciona
ao longo do seu traçado. Percurso fácil com uma duração de duas horas.
5- Na rota do T2 - Percursos Pedestres de Grande Rota, Serra da Estrela - Sobe até ao alto da Portela do Arão observando as
curiosidades duma zona de contacto entre as rochas de granito e xisto, o que resta duma calçada romana e ainda o aproveitamento
agrícola do vale. Percurso fácil com uma duração de duas horas.
(Registado aqui - Ano de 2003)

Descrição de Itinerários para passeios pedestais que poderá efectuar em Loriga


Itinerário I - Passeio de Laser e espirito de devoção
Vila - Recinto da Nossa Senhora da Guia.
Percurso por estrada - sem grau de dificuldade
Total do percurso (Inicio e chegada à Vila) - cerca de 4.000 Km.
Seguir na direcção da ponte do Porto, subir depois a rua do pitoresco bairro assim chamado por "Porto.
Depois da subida da rua, pouco depois chega à Capela de São Sebastião, que continuando a estrada e depois de passar a "Casa do
velhos" chega ao Cemitério, que estando aberto poderá visitar os ente queridos e amigos ali sepultados.
Descendo a catraia chega ao Recinto da Nossa Senhora da Guia, onde poderá passar algum tempo de laser e descanso, bem como,
uns momentos espirituais e de devoção à Virgem.
O regresso poderá optar pelo mesmo itinerário, ou então no cemitério seguir para a esquerda pela estrada na direcção da Senhora da

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Guia Nova, onde tomará a estrada nacional, na direcção da vila. (Neste caso irá percorrer cerca 4.500 Km.)
Itinerário II - Passeio de Laser
Vila - Mirante ou Emissor TV(Mestre brava)
Percurso pela estrada nacional 317- sem grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca de 16,800 Km
Seguir até aos Leitões e depois a estrada nacional em direcção a Alvoco da Serra, passando pela Praia Fluvial, Campo do Futebol,
fonte dos "Azeiteiros" junto à casa do Guarda, onde poderá saborear uma das melhores águas que já mais tenha bebido. Continuando
pouco depois está no Mirante, então sim poderá desfrutar de uma das mais bela paisagens da vila de Loriga.
Poucos metros à frente siga a estrada do Fontão, hoje com novo piso, podendo sempre admirar um panorama que decerto não mais vai
esquecer. Esta estrada o levará até ao local chamado Mestre Brava, onde está instalado o Emissor TV. Aqui poderá contemplar um
cenário de verdadeiro encanto, tanto olhando para Loriga ou então para o panorama que se estende para o lado sul. O itinerário de
regresso pode ser o mesmo, ou optando pelo outro lado da montanha (estrada velha do Fontão) até à estrada nacional. (Neste caso irá
percorrer cerca de 17,500 Km.)
Itinerário III - Passeio de Laser
Vila - Portela do Arão ou até ao "Viveiro"
Percurso pela estrada nacional 317 - sem grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca 10.600 Km.
Subir o Outeiro até aos Leitões e depois a estrada nacional em direcção a Valezim, chegando à Senhora da Guia Nova. A partir daqui
pode ir admirando a paisagem encantadora que se estende até à Vide, passa pelo lugar conhecido por Malha Pão e cerca de duas
centenas metros mais chega à Portela do Arão. Uns metros mais à frente e já depois da "Fronteira" como popularmente as pessoas
chamam, pode olhar o deslumbrante vale que se estende para o norte.
Se estiver interessado pode seguir a programada estrada para a Torre, e uma centena de metros vira à esquerda chegando ao "Viveiro"
onde aqui também poderá contemplar o mesmo vale de perder a vista. O itinerário de regresso é o mesmo.
Itinerário IV - Passeio de Historia
Vila - Campa - Calçada Romana - Malha Pão.
Percurso por estrada e trilhos - com algum grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca de 11,500 Km.
Inicio com destino à ponte do Porto, subindo a rua deste pitoresco bairro, pouco depois está na Capela de São Sebastião, um pouco
mais e após a subida da estrada chega ao Cemitério.
No caso de estar aberto pode aproveitar a visitar os ente queridos e amigos ali sepultados. Continuando o passeio, sobe a estrada um
pouco mais e chega ao local chamado Chão do Soito.
Aqui toma o trilho da Calçada Romana, seguindo com destino ao local conhecido pela Campa. Desvia-se do caminho e poderá admirar
uma Sepultura antropomórfica, conhecida pelo Caixão da Moura. Voltando ao trilho da Calçada Romana vai sempre subindo até à
estrada Nacional chegando ao local mais conhecido pelo Malha Pão.
Aqui tomará a direcção à vila e pouco depois encontra-se na Senhora da Guia Nova, onde poderá descansar e admirar o imponente vale
que se estende até à Vide. Continuando o seu caminho pela estrada chega aos Leitões e descendo o "Outeiro" chega à "Carreira".
Itinerário V - Passeio de Historia (Ponte e Caminho Romano)
Vila - Ponte Romana - Caminho Romano - Casa do Guarda.
Percurso por caminho e trilho romano - com algum grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) -cerca 8,400 Km.

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Inicio com destino ao Teixeiro, aproveitando para visitar o único Moinho movido a água ainda em laboração. Pouco depois chegará à
ponte Romana e sempre no trilho da Calçada Romana passa pelas Resteves e chegará à Casa do Guarda e de seguida está na Fonte
dos Azeiteiros.
Aqui aproveite a saborear a água da Fonte e descansar um pouco, pois a subida até ali foi um pouco puxada. Siga pela estrada na
direcção à vila passando pelo campo de futebol, ponte do Cortiçor e uns metros mais está na Praia Fluvial, onde poderá tomar banho
nas águas mais límpidas que já mais tenha conhecido. Admire ainda a ponte do Zé Lages, uma obra arquitectónica.
Siga sempre pela estrada até aos Leitões e depois a direcção ao Centro da vila, que o levará à "Carreira".
Itinerário VI - Passeio Paisagístico; Aventura; Natureza e História
Vila - Mirante - Casa do Guarda - Calçada Romana
Percurso por trilhos e estrada - com algum grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca de 13,400 Km.
Inicia o passeio com destino à Fonte do Vale, seguindo depois o caminho que vai dar até à Etar. Continuando siga a direcção até às
Duas Pontes onde se junta as duas ribeiras.
De seguida toma a trajecto da encosta da Tresposta onde começa a subir a ingreme subida percurso por trilho ou mesmo estrada
florestal, na direcção ao sul, que vai ter à estrada do Fontão e um pouco mais de uma centena de metros está no local chamado Mestre
Brava onde se situa o Emissor TV. Aqui pode descansar um pouco aproveitando para desfrutar de uma das mais belas paisagens que a
retina dos seus olhos poderá contemplar.
Tendo como cenário a vila que poderá admirar a cada passo que dá, segue pela estrada do Fontão na direcção do local conhecido por
"Selada" onde encontrará a estrada nacional chegando logo em seguida ao Mirante. Aqui poderá admirar mais uma vez uma das mais
linda paisagens que já mais alguma vez viu.
Siga a estrada na direcção da vila, passando pela Fonte dos Azeiteiros, perto da casa do Guarda aproveite a saborear uma das mais
puras águas que já mais tenha ingerido.
Após descansar mais um pouco, desce pelo caminho Romano, passa pelas Resteves e chega até à Ponte Romana sempre seguindo
chegará ao Teixeiro e pouco depois chega à "Carreira".
Itinerário VII - Passeio de Aventura e Natureza
Vila - Serapitel - Campa
Percurso por estradas e trilhos - com algum grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca de 12.200 Km.
Seguir até à Fonte do Vale e aqui tomar a direcção da ETAR, depois passando nos Pilhós chega ao local onde se junta as duas ribeiras.
Procure os trilhos existentes na margem esquerda da ribeira que o seu curso leva direcção ao Alva. Nestes trilhos vive com a natureza
onde poderá descobrir plantas que desconhecia que pudessem existir ali.
Sempre na margem esquerda da ribeira poderá contemplar as águas límpidas que seguem no curso da ribeira bordejando a orla do
monte que leva a água para os regadio. Para trás vai ficando o poço "João freire" e depois de passar pelos locais conhecidos por
Ribeiro do Rochinol, Alfreixeiro e Outeiro do Mingudiz, passa para a margem direita e pouco depois está no Serapitel.
Iniciando a íngreme subida Segue pelo Fundo do Torno até às Costeiras que o levará à Campa, onde ali poderá admirar o Caixão da
Moura (Sepultura antropomórfica). Depois de descansar um pouco tome o caminho da Calçada Romana, chegando ao Chão do Soito,
tome a estrada que segue na direcção do Bairro do Porto, passando pelo cemitério, São Sebastião, Rua do Porto e chegada à Vila.
Itinerário VIII - Passeio Paisagístico, Aventura e Natureza
Vila - Canada, Casa do Guarda, Campo, Ponte Romana
Percurso por caminhos, estrada e trilhos - Com algum grau de dificuldade
Total do percurso (inicio e chegada à Vila) - cerca de 9,200 Km.

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Descer a "Quelha da Barroca" passando pela Presa e pouco depois está na ponte que passa sobre a ribeira no local conhecido por
Ribeiro da Ponte. Aqui seguir o caminho que o levará ao local chamado "Canada".
Prepare-se para subir o trilho que pode ser a estrada florestal, numa íngreme subida, que o levará à estrada nacional muito perto da
Casa do Guarda. Neste trajecto poderá ao mesmo tempo admirar um cenário verdadeiramente paisagístico e encantador, inspirado em
aventura e natureza.
Pare um pouco na fonte e saboreie a sua água, siga depois na direcção da vila pela estrada nacional até ao Campo de futebol. Aqui
desça a rampa que o leva ao campo onde tomará o trilho no pinhal das "Casinhas" até ao Caminho Romano muito perto da Ponte. Aqui
seguir pelo Teixeiro com destino à vila, chegando à "Carreira".
(Registado aqui - Ano de 2004)

Rotas de Percursos Pedestais

Descrição de Itinerários para passeios pedestais que poderá efectuar em Loriga e que são relacionados à Broa de Loriga que é um pão
de milho com largas tradições, muito apreciado e consumido. A Rota da Broa de Loriga pretende desvendar um universo rico de
experiências e tradições associadas a este alimento, num contexto de vastos horizontes de enorme beleza. Sugere-se ao turista que nos
visita um conjunto de percursos pedestres, para, num especial contacto com a natureza, melhor conhecer a sua história e dinâmicas,
desde o cultivo do milho - seu principal ingrediente, à confecção.

I - "Rota da Eira"
Comece na Avenida Augusto Luís Mendes, junto à Caixa de Crédito Agrícola. Vire à direita e entre na Rua do Teixeiro. Esta rua coincide
em parte com a antiga Calçada Romana e é ladeada pela Levada da Vila, autêntico canal de Rega que leva a preciosa água da Ribeira
até ao mais recôndito pedaço de terra onde a gravidade o permite.
Logo a 200 metros do início encontrará o Moinho do Teixeiro, o único moinho tradicional a funcionar em Loriga. Dê uma espreitadela,
veja e sinta o cheiro da farinha acabada de moer. Com alguma sorte poderá ter acesso a uma explicação do funcionamento dada pelos
proprietários.

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Siga até à Moenda, antiga fábrica de massas que tinha duas mós. Nesta moagem era utilizada
uma azenha para aproveitar a energia da água e fazer funcionar as mós.
Desça um pouco e pare em cima da Ponte Nova. Esta ponte foi construída no Sec. XIX, no
mesmo local onde antes existia uma ponte romana que terá desabado com uma cheia. Na
construção foi utilizada a pedra da anterior ponte.
Aprecie o correr da água e a frescura do local, com os socalcos ainda bem conservados e aqui
e ali uma ou outra rocha arredondada que ali ficou há 12.000 anos, na fase final da última
glaciação.
Vire à direita onde se inicia uma subida até ao cabeço das Resteves. Olhe para a montanha e
repare nos dois monumentos que ladeiam a Garganta de Loriga, a Penha do Gato e a Penha
dos Abutres.
Siga em frente por entre matos e florestas e o horizonte abre para uma nova paisagem, daqui
verá a Eira do Mendes, o Penedo de Alvoco e a jusante, uma perspectiva diferente da Vila de
Loriga.

Inicie a descida até à Eira do Mendes, observe com atenção a eira onde milho e
centeio foram durante muito tempo malhados e estendidos ao sol. Repouse um pouco.
Continue a caminhada por entre pinhais. Chegado ao Cabeço Ratinho observe com
atenção mais um monumento geológico, um Caos de Blocos ou Tor.
Prossiga descendo por entre pinhais, limpos de caruma para o assentar do milho e
siga até à Canada, antigo aglomerado constituído por vários edifícios que eram
utilizados no apoio à agricultura e como residência permanente.
A Canada dispunha dos terrenos agrícolas de maior dimensão existentes em Loriga,
as Malhadas da Canada, destinados ao cultivo exclusivo do milho.
Continue à direita em direcção ao Ribeiro da Ponte. Deleite-se com a paisagem que os
seus olhos alcançam…Olhe as serranias e…tenha a perspectiva da altitude. Os
socalcos… a ribeira… e ali do outro lado da ribeira aprecie o Lameiro Redondo e a
Cabrósia.
Chega ao Ribeiro da Ponte, desça até à ribeira, conheça o Poço das Meninas, onde
muita gente aprendeu a nadar e onde muita roupa se lavou. Aproveite para se
refrescar nas águas límpidas da Ribeira da Nave.

Atravesse a Ponte e inicie subida até à Presa e observe agora de longe os sítios onde já passou.
Prossiga em direcção ao centro de Loriga. Entre na Rua da Oliveira, suba até ao Terreiro do Fundo e
vire à direita pela Rua Viriato. Passa junto a um antigo forno comunitário e chega ao Adro da Igreja.
Beba um pouco de água num dos Fontanários construídos com receitas dos emigrantes do Brasil, no
início do Sec XX.
Pode, querendo, entrar na Igreja Matriz, dedicada a Santa Maria Maior.
Regresse ao sítio de partida na Avenida Augusto Luís Mendes, onde poderá provar a Broa e o Bolo
Negro de Loriga.
Classificação de dificuldade do trilho: Fácil.
Tempo médio estimado: 2 horas e 30 minutos.

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II - Rota "Entre Socalcos e Moinhos"


Comece na Avenida Augusto Luís Mendes, desça as ruas da vila até ao Adro e à esquerda entre na Rua da Barroca, prosseguindo até
próximo da ETAR de Loriga.
Admire a paisagem de socalcos, autênticas obras de arte hoje impossíveis de construir. Na sua génese esteve o cultivo do Milho, que
permitiu um desenvolvimento nunca antes visto por estas paragens, marcou profundamente a região, satisfez necessidades básicas e
promoveu a melhoria das condições de vida.
Aprecie o engenho das construções do Avenal e a sabedoria dos nossos antepassados para que a cada malhada ou courela chegasse o
precioso dom da rega. Entre levadas, tornadouros, barbacãs ou talhadeiros nunca morreu um pé de milho de sede.
No horizonte aviste o santuário da Senhora da Guia, Padroeira dos Emigrantes e dos
Navegantes, que outrora trouxeram a rica semente de grão de milho até estas paragens.
Prossiga até à Fonte do Vale e aproveite para se refrescar e saciar a sede.
Chegue ao Tapado e contemple o património construído, associado a um passado de
referência de Loriga, a indústria de têxteis e lanifícios. Observe as antigas râmbolas, onde
de modo natural e apenas com o calor do sol os cortes de tecido eram secos, após a sua
passagem pelos pisões. Veja os antigos edifícios fabris da Fândega, encostadinhos à
ribeira, cuja água punha a rodar as enormes rodas hidráulicas fazendo funcionar toda a
maquinaria industrial.
Entre no túnel da fábrica do Moura Cabral, passagem pública que acompanha a levada até
à Ponte da Fábrica Nova. É um autêntico túnel do tempo, que trás à memória todos
aqueles que ali deram o seu suor, o seu trabalho e a sua dedicação e ali ganharam o pão,
contribuindo para o desenvolvimento de Loriga e do país.
Passe a Ponte e suba um pouco até a Levada das Montesinhas, outro canal de água de
grande importância.

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Vire à direita para as Lajes e … contemple velhos Moinhos de Água, outrora autênticos engenhos
produtivos, que transformavam o nobre grão em farinha à força somente da mó alavancada pela
água das ribeiras.
Observe também a grande Râmbola das Lajes, autêntico baluarte de Loriga, com valor para ser
constituído Património Municipal. Muitos quilómetros de pano ali secaram usando a energia mais
limpa que existe, muitos ombros sofridos carregaram os pesados cortes encharcados desde o pisão
até à râmbola, muitas correrias para contornar trovoadas e chuvas repentinas, salvaguardando os
tecidos.
Continue até à Ponte do Porto e siga à direita pela Rua do Vinhô, em direcção à Rua das Flores, Rua
Sacadura Cabral, até ao ponto inicial
Classificação de dificuldade do trilho: Fácil.
Tempo médio estimado: 1 horas e 30 minutos.

III - Rota "Milho em Terras de Xisto"


Inicie no Adro da Igreja Matriz de Santa Maria Maior, siga pela Rua Viriato e desça até à Fonte do Vale. Aproveite e refresque-se.
Siga à direita pela estrada que vai até à ETAR de Loriga. Aprecie à sua direita o Vale da Ribeira de São Bento, imagine o esforço
colossal investido no passado para transformar aquela paisagem outrora autênticas ladeiras com grande declive, que a necessidade e o
saber do Homem de Loriga transformou em campos agrícolas sem que grande mestre ou arquitecto tivesse ditado as regras. Autêntico
património da humanidade a exigir e merecer no presente um acrescido esforço e investimento na sua preservação.
Continue o trilho passando pelo Carreiro do Álvaro, até à Ponte do Pisão do Barruel, onde as Ribeiras da Nave e de São Bento se unem
começando aqui a Ribeira de Loriga. Olhe para trás e repare na imensa escadaria formada pelos socalcos.

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Na Ponte e para jusante siga pelo carreiro à esquerda e suba um pouco, começando a ter à sua
frente os pelinteiros. Esta zona é em termos florestais muito interessante, aqui poderá ainda
desfrutar de uma floresta com varias espécies onde predomina o castanheiro "castanea sativa",
o pinheiro bravo "pinus pinaster", Carvalho "Quercus robur", desponta também a Azinheira
"Quercus ratundifolia" e uma enorme quantidade de arbustos dos quais o mais interessante é o
pirliteiro "crataegus monogyna" e o medronheiro "Arbutus unedo".
Se aprecia geologia está no palco certo. Começa a atravessar uma zona de contacto
xisto/granito, ladeando a ribeira, de um lado zona de xisto, do outro, lado direito, zona granítica.
Observe o Vale e acompanhe o leito da Ribeira, a forma como ela contorna e se encaixa por
entre os montes. Aqui o efeito erosivo da água é mais intenso aproveitando o local exacto e
fragilizado do contacto das duas rochas, uma sedimentar e outra magmática. Mais à frente
observe a meandrização do Vale onde a ribeira descobrindo as fragilidades originadas por falhas
tectónicas serpenteia o Vale.
Esses meandros foram em tempos aproveitados para desviar as ribeiras e possibilitar a conquista de mais
terrenos agrícolas, sendo que o desvio da ribeira, dado o desnível no corte, formou uma cascata e um novo
poço a que se chamou Poço da Broca. São 5 meandros em que se alterou o curso das ribeiras, Loriga e Muro
no vale de Loriga, Aguincho, Fradigas e Barriosa na Ribeira de Alvoco, ali denominadas obras do Caratão.
Continue por denso povoamento de Pinheiro Bravo, já nascido depois do grande incêndio de 1990, desça pela
cumeada até à Ribeira, atravesse no pontão existente, antes da ponte. Na levada à direita encontrará uma
nascente de água. Aproveite para reabastecer.
Dê uma espreitadela ao Poço da Broca, refresque-se nas águas da ribeira e suba até ao Sarapitel, antigo
aglomerado urbano outrora habitado de forma permanente.
Um pouco mais acima apanhe a Levada da Cabeça, magnífica construção com cerca de 7 quilómetros, que leva
a água para rega a toda a freguesia da Cabeça, servindo também como via pedonal para os terrenos agrícolas.
A partir deste ponto não tem nada que enganar, é sempre à beirinha da Levada. Recomenda-se algum cuidado
e muita atenção, principalmente a quem tem vertigens, pois em determinados pontos há autênticos precipícios e
há que evitar acidentes.
Ao passear na Levada, se olhar à esquerda terá uma
vista sobre uma outra, a Maestra a Brava. No Cabeço da
Mestra Brava, onde está instalada a antena
retransmissora de TV, poderá encontrar o Azereiro, "
Prunos Lusitanica". É considerado uma relíquia das
florestas lauráceas que dominavam a área da bacia do
Mediterrâneo no Terciário. Autêntico resistente,
permanece nestas paragens desde que havia por cá,
imaginem, clima tropical. É fantástico.
Siga sempre pela levada, canal de rega único, onde além
dos terrenos em socalcos poderá ainda reparar nos
edifícios de apoio à agricultura e moinhos!
Por fim chega à Aldeia da Cabeça, pare junto à Senhora
da Nazaré, refresque o corpo e o espírito. Vá à

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descoberta desta lindíssima aldeia, aprecie os encantos


do povoado e dos caminhos por entre socalcos, vá ao
Poço da Ponte e desfrute da água da serra, do clima e
vegetação mediterrânicos. Vai ver que vale a pena.

Classificação de dificuldade do trilho: Médio (especial atenção em certos troços da Levada)


Tempo médio estimado: 3 horas .

IV - Rota "Panoramica do Vale de Loriga"


Inicie o percurso na Avenida Augusto Luís Mendes, junto à Caixa de Crédito Agrícola. Vire à direita e entre na Rua do Teixeiro. Esta rua
coincide em parte com a antiga Calçada Romana e é ladeada pela Levada da Vila, autêntico canal de Rega que leva a preciosa água da
Ribeira até ao mais recôndito pedaço de terra onde a gravidade o permite.
Logo a 200 metros do início encontrará o Moinho do Teixeiro, o único moinho tradicional a funcionar em Loriga. Dê uma espreitadela,
veja e sinta o cheiro da farinha acabada de moer. Com alguma sorte poderá ter acesso a uma explicação do funcionamento dada pelos
proprietários.
Siga até à Moenda, antiga fábrica de massas que tinha duas mós. Nesta moagem era utilizada uma azenha para aproveitar a energia da
água e fazer funcionar as mós.
Desça um pouco e pare em cima da Ponte Nova. Esta ponte foi construída no Sec. XIX, no mesmo local onde antes existia uma ponte
romana que terá desabado com uma cheia. Na construção foi utilizada a pedra da anterior ponte.

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Aprecie o correr da água e a frescura do local, com os socalcos ainda bem conservados e aqui e
ali uma ou outra rocha arredondada que ali ficou há 12.000 anos, na fase final da última
glaciação.
Vire à direita onde se inicia uma subida até ao cabeço das Resteves. Olhe para a montanha e
repare nos dois monumentos que ladeiam a Garganta de Loriga, a Penha do Gato e a Penha dos
Abutres.
Prossiga no caminho à esquerda, continue a subida passando por partes do trilho ainda com
Calçada Romana bem preservada. Veja Loriga numa outra perspectiva, observe o Penedo de
Alvoco e continue até à Casa do Guarda.
Pare, encha o peito de ar, beba, beba a água mais gostosa de Loriga, a da Fonte dos Azeiteiros,
água maravilhosa e de grandes tradições, nascida no Cabrum.
Continue pela Estrada Nacional, respire o ar puro a cerca de 1000 metros de altitude e em pouco
tempo chegará ao Mirante. Observe Loriga e continue um pouco mais de 100 metros. Vire à
direita para a Estrada do Fontão, siga até ao Leitor de Paisagem.
Aí tem o Vale de Loriga em todo o seu esplendor: a Serra Granítica moldada pelos glaciares há
mais de 12000 anos, as Ribeiras de S. Bento e da Nave, a humanização da paisagem com os
infindáveis socalcos que contornam todo o vale de Loriga, hino ao esforço e dedicação dos
nossos antepassados que desbravaram e moldaram o rude relevo, disciplinaram as águas e
conquistaram campos agrícolas para a cultura dominante do Milho, esse nobre invasor vindo das
Américas.
Aprecie ainda a zona de contacto do granito com o xisto e toda a flora do vale.
Regresse calmamente pela Estrada Nacional 231. Passe junto ao Campo de Futebol das
Casinhas, à Ribeira do Cortiçor, ao Chão da Ribeira e dirija-se até à Ponte do Zé Lages, e
aprecie a bela paisagem circundante. Refresque-se na Praia Fluvial.
Prossiga pela estrada, detenha-se na Vista Alegre e aproveite para petiscar saborosos produtos
de Loriga.
Regresse ao ponto de partida na Avenida Augusto Luís Mendes.
Classificação de dificuldade do trilho: Fácil.
Tempo médio estimado: 2 horas.
****
Estas Rotas aqui documentadas (I - II - III - IV) Foi um trabalho elaborado no ano de 2010 a nível da Confraria da Broa e Bolo Negro de
Loriga, no enquadramento da Rota da Broa de Loriga com objectivo de dinamizar um processo de recolha de informações desde o
cultivo do milho à confecção e no contexto da Natureza. (Registado aqui - Ano de 2010).

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Parapente desporto de Laser


Pelas características do relevo e do clima, a região da Serra da
Estrela reúne condições para a prática de desporto radical de
montanha em geral e do Parapente em particular.
O Parapente é um desporto, que se encontra em verdadeira
expansão em Portugal, existindo vários locais com condições
ideais para a prática e competição desta modalidade.
Segundo alguns entendidos na matéria, no Vale de Loriga pode
também praticar-se o Parapente, se bem que, as condições são
caracterizadas como especiais em relação às que se verificam em
outros locais, onde este desporto é muito mais praticado.
Alguns amantes desta modalidade têm procurado Loriga para voos
de Parapente. Por isso, e principalmente no verão, são frequentes
as vezes que deparamos com as "asas" multicolores voando sobre
todo o Vale de Loriga ou mesmo sobre a Vila, num espectáculo
digno de admirar.
Voo dum praticante do Parapente (Jorge Mourita 2002)
Embora considerado por alguns como um desporto radical, para
outros é, sobretudo, um desporto de grande calma e **
contemplação, proporcionando horas de descontracção e
permitindo desfrutar de paisagens paradisíacas e fazendo
esquecer todo o stress quotidiano. De acordo com alguns relatos,
todo aquele que procure o Vale de Loriga para efectuar o seu voo
em parapente, deparará com um panorama espectacular,
conhecerá sensações novas e, sobretudo, um desafio diferente.
Algumas informações importantes para os amantes do
desporto do Parapente, que queiram voar no Vale de Loriga:
A pista de lançamento é na Penha do Gato a pouca distância da
Torre (Serra da Estrela).
Altitude é de cerca de 1.800 metros.
O Vale é apertado e no verão é muito térmico.
A direcção do vento é de SW (sudoeste).
Ideal para voar de manhã antes do meio-dia ou ao fim da tarde.
A pista de aterragem é no lugar chamado "Canada", cerca de 1
Km. do centro da Vila.
Loriga vista do ar

(Registado aqui - Ano de 2006)

Visitantes de Inverno na Serra da Estrela

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Algumas sugestões e cuidados a ter numa condução melhor para a sua segurança e dos outros, principalmente quando a
estradas ficam cobertas de neve, todos os cuidados são poucos, assim como o estado e equipamento da viatura.
1. - Conduza sempre de velocidade reduzida com o maior cuidado e sem movimentos bruscos, evite travagens violentas e bruscas.
2. - Deitar líquido anti-congelante no radiador e nos outros depósitos de água como o que abastece o limpa-vidros.
3. - Controlar cuidadosamente a pressão dos pneus. Com a neve e gelo a cobrir o piso esses cuidados são importantes.
4. - Se as condições da estrada o justificar (muita neve e muito gelo) aplique correntes nas rodas da viatura.
5. - Com a neve e nevoeiro circule com os médios ligados, em caso de a viatura possuir utilize ainda os faróis de nevoeiro e verifique se
todas as luzes do carro estão em condições de funcionamento.
6.- Utilize os sistemas internos de ventilação e de desembaciamento.
7. - Verifique o estado da bateria, o nível da água destilada, o nível de óleo e o estado da correia da ventoinha.
8. - Não esqueça de levar na bagagem, luvas e botas impermeáveis, que poderão ser importantes no meio da neve o frio.

***
Proibição de Queimadas
Para preservação do Ambiente, para Protecção da Floresta e na Segurança da sua própria Vida, é expressamente proibido efectuar
queimadas ou qualquer outro tipo de fogueiras, sem serem previamente autorizadas e vigiadas pelos Bombeiros Voluntários da região.
(Registado aqui - Ano de 2000)

Fontão
- Uma localidade anexa de Loriga -
Como que escondida no meio das serras, a cerca de 8 Km. de Loriga fica situada a pitoresca localidade do Fontão.
Desde sempre foi um anexo da Vila de Loriga, nas memórias desta localidade escritas em 1755, pelo Vigário João Roiz
Ribeiro, em que já era feita referência ao casal do Fontão.
O visitante chegando a esta pequena terra, onde as casas construídas de xisto dão um panorama diferente, pensa ter
chegado a um mundo onde a natureza é a rainha e onde o silêncio apenas parece ser interrompido pelas águas cristalinas
que deslizam pelos campos e riachos, nos fazendo sentir uma certa paz de espirito. Tal cenário faz-nos esquecer o
progresso e que, para lá dos montes altos, existe outro mundo, outra vida.
A sua população, vivendo essencialmente da agricultura, tem ainda na comercialização da resina e Apicultura um meio de
actividade e subsistência. Através dos tempos, no entanto, tem sido esquecida e abandonada pelos poderes autárquicos
e, a prova mais visível desse facto, é a continuada falta de dignos acessos. Este é um direito que os seus habitantes têm
sempre reclamado, sendo até, muitas das vezes os próprios a construir os existentes, bem como, a respectiva
conservação.
No tempos actuais, o Fontão de Loriga, é bem o exemplo da desertificação com a qual se vai debatendo o interior do
país, com a saída da sua população para outras localidades. O movimento demográfico e bem sentido na sistemática
diminuição da sua população que, comparativamente com as décadas de 40 e 50, em que havia mais de quatro dezenas
de crianças na escola local, hoje não existe uma única estando por esse motivo a escola fechada. Em 1999, a população
residente no Fontão, era apenas em 11 pessoas.
Anualmente é realizada a Festa em Honra de N. S. da Ajuda, uma festa com tradição, presentemente levada a efeito em
Agosto, sendo então muitos os ausentes a visitar a sua terra.
O local conhecido pelo "Bardo dos Lobos" muito perto da Malhada é, sem dúvida, um dos lugares mais panorâmicos,

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onde se pode vislumbrar não só o Fontão de Loriga como outras paisagens serranas.
Como se disse, a grande prioridade e anseio dos habitantes desta localidade é, sem dúvida, a melhoria dos acessos, ou
seja, deixarem de ter as estradas primitivas de terra batida, para poderem ter estradas dignas dos tempos em que
actualmente vivemos.

Fotos do Fontão

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Vídeo
= Loriga - Fontao =
(Registado aqui - Ano de 2003)

As localidades vizinhas de Loriga


Aqui se documenta num síntese as freguesias vizinhas e que mais perto estão de Loriga
***
Freguesia da Cabeça
- Dista de Loriga 7 Km. (estrada) -

A Cabeça, terra lendária dos cavaleiros das Esporas de Ouro, é


freguesia desde 13 de Janeiro de 1800. É uma pequena povoação
situada num morro, sobranceira à ribeira de Loriga. Caracteriza-se
pelos seus socalcos utilizam-se ainda instrumentos agrícolas muito
primários.
Possui duas igrejas (São Romão e Paroquial) e duas capelas
(Santo António e Nossa Senhora da Nazaré). Devido ao
crescimento da população a antiga igreja paroquial, cujo o seu
orago é São Romão, deixou de servir construindo-se então a actual
Igreja Paroquial. A capela da N.S.ª da Nazaré data de 1900 e fica
aproximadamente a 500m da povoação.
O seu topónimo deriva, provavelmente, do monte onde assenta o
povoado ser arredondado dando a ideia de uma cabeça. No
período das reformas liberais foi um lugar de refúgio de libérias e
miguelistas. Cabeça pertenceu ao concelho de Loriga até 1855,
data em que foi extinto.
A pequena aldeia encontra-se assente num cabeço granítico
situado sobre a ribeira de Loriga. De casario típico em xisto, está
rodeada por um conjunto de socalcos irrigados por uma complexa

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rede de levadas, alimentadas pelas águas da ribeira. No vale de


encostas íngremes e profundas existe uma das mais extensas
manchas de pinhal do concelho.
Entre a monotonia dos pinhais, pequenos bosques de castanheiros
e azinheiras exibem uma elevada diversidade florística, rica em
cores e texturas, onde o chilreio dos pássaros é uma presença
constante. No lugar do Outeiro da Ponte, um sobreiro centenário,
sobranceiro à ribeira, impõe-se pela sua monumentalidade.

Festas e Romarias
Divina Pastora - 15 dias após o Domingo de Páscoa
Senhora da Nazaré - 15 de Agosto
Saber mais da história da Freguesia da Cabeça Mapa da Região de Loriga
http://cabeca.no.sapo.pt/historia.htm
http://www.jf-cabeca.pt/
(Registado aqui - Ano de 2005)

Freguesia de Alvoco da Serra


- Dista de Loriga 8 Km. (estrada) -

Presume-se que esta povoação seja anterior à


época dos romanos, visto possuir em bom
estado uma calçada romana onde foram
encontradas moedas da mesma época. Alvoco
da Serra, situada a uma altitude de 680 metros,
é a sede da freguesia que integra mais quatro
aldeias, Aguincho, Outeiro da Vinha, Vasco
Esteves de Baixo e Vasco Esteves de Cima.
foral de D. Manuel I a 17 de Fevereiro de 1514.
Em 1828 passou a pertencer a Loriga até à data
de extinção deste.
Possui um património artístico considerável,
nomeadamente em Arte Sacra. Esta pode ser
visitada na capela de S. Pedro, sendo expressão
da religiosidade do povo e uma referência cultural
no concelho.
Alvoco da Serra situa-se entre Loriga e Unhais da
Serra, nas margens da ribeira de Alvoco. Este
curso de água nasce numa depressão de origem
glaciária, a uma altitude superior a 1800 metros,
e atravessa uma extensão de poucos quilómetros

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numa ampla diversidade de paisagens e


ambientes naturais.
Em poucos locais da Estrela é tão evidente o
contraste entre a imponência agreste dos cumes
rochosos da montanha e a harmonia do casario
com o verde dos campos agrícolas. Descubra,
ainda, numerosos exemplos de arquitectura
popular, nomeadamente o forno comunitário de
Outeiro da Vinha.
Festas e Romarias
Alvoco da Serra:
Vasco Esteves de Baixo:
Sagrado Coração de Jesus - segundo Domingo de
Nossa Senhora das Preces - Sábado de Carnaval
Agosto
São José - último Domingo de Maio
Sociedade Recreativa - 15 de Agosto
Festa Civil da Sociedade - Segundo Domingo de
Santíssimo Sacramento - Terceiro Domingo de
Agosto
Agosto

Vasco Esteves de Cima:


Outeiro da Vinha:
Nossa Senhora do Bom Parto - segundo Domingo de
Nossa Senhora de Fátima - 15 de Agosto
Julho
Nossa Senhora da Conceição - 8 de Dezembro
Aguincho:
Festa das Chouriças - 2ª-feira de Carnaval
Nossa Senhora de Agonia - Primeiro Domingo de Agonia
Saber mais da história de Alvoco da Serra
http://www.alvocodaserra.netfast.org/historia.htm
http://www.museualvocodaserra.com/
(Registado aqui - Ano de 2005)

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Freguesia de Valezim
- Dista de Loriga 8 Km. (estrada) -

Há quem considere que a origem do nome


Valezim é vellcinus, um termo latino que significa
pequeno vale. O povoamento de Valezim data
da época da reconquista, tendo sido foi elevada
a vila por foral de D. Manuel em 24 de Março de
1514.
Valezim foi vila e sede de concelho, com
pelourinho construído, provavelmente no século
XV. Este é um testemunho da importância da
povoação, tendo sido classificado em 1933
como monumento nacional. A igreja de Nossa
Senhora do Rosário, de raíz medieval, tem três
naves separadas entre si por duas fiadas de
arcos. Um curioso relógio de pesos marca o
passar do tempo. É de realçar também, a
capela de São Domingos e a igreja paroquial do
Santíssimo Sacramento, que data do século
XVIII.
Merece visita o santuário da Senhora da Saúde,
a partir do qual se alcança um amplo e belo
panorama sobre as serras do Caramulo, do
Açor e de Montemuro, bem como da região
situada entre estas montanhas e a Estrela,
conhecida como Planalto Beirão.
Valezim, rodeada por carvalheiras e soutos
antigos que se misturam com pinhais recentes, é
uma bonita aldeia que importa conhecer.

Festas e Romarias
Nossa Senhora da Saúde - primeiro domingo de
Setembro
Saber mais da história de Valezim
http://valezim.no.sapo.pt/historia/historia.htm
(Registado aqui - Ano de 2005)

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Freguesia de Sazes da Beira -


- Dista de Loriga 8 Km. (estrada) -

Pequena aldeia em xisto situada numa encosta


abrigada dos ventos frios de norte. Divide com
Valezim e Loriga a posse dos terrenos onde,
nos anos 60, os Serviços Florestais criaram os
viveiros da Portela de Arão. Neste local podem
visitar-se as captações de nascente, um
imponente fontanário e dois tanques para
armazenamento de água que, através de
canais, era conduzida para a rega dos
socalcos.
Em Sazes da Beira, nas capelas de Santa
Eufémia e a da Senhora do Monte Alto,
realizam-se anualmente dias concorridas
romarias.
Nas encostas da montanha encontram-se
testemunhos da actividade mineira
desenvolvida na região, entre os anos 40 e 50,
para extracção de minério de estanho e
volfrâmio.
Terra de grandes tradições religiosas, Sazes
da Beira possui uma Igreja Matriz onde está
patente um altar gótico, cuja padroeira é a
Nossa Senhora do Rosário, o Santuário de
Santa Eufêmia e a capela do Monte Alto.

Festas e Romarias
Senhora do Monte - penúltimo domingo de
Agosto
Santa Eufêmia - último domingo de Agosto
Nossa Senhora do Rosário - primeiro domingo
de Outubro
Saber mais da de Sazes da Beira
http://www.mapav.com/guarda/seia/sazes_da_beira/
(Registado aqui - Ano de 2005)

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

41 of 42 07-01-2015 16:35
http://www.loriga.de/referencias.htm

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2010)

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Cenários de Loriga
Cascata das Lamas (Ponte Zé Lages)

*** ***

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Os Bicarões
Situado na Penha dos Abutres, este local assim chamado, tem haver
pela formação ali de deslumbrantes quedas de água, nomeadamente
no inverno, às quais o povo se habituou a chamar de "Bicarões".
Local verdadeiramente paisagístico, bem como, toda a área
envolvente, ali chegados, dá-nos a sensação de voltar-mos para
trás no tempo, de dezenas ou até centena de anos
No verão todo aquele local se torna aprazível, encantador e belo,
mas no inverno torna-se temeroso e arrepiante.
Hoje de difícil acesso, tempos houve, de existirem caminhos acessíveis
que davam a terras de cultivo que existiam bem perto dos "Bicarões".
Em tempos já muito distantes, os "Bicarões" foi cenário de um trágico
acidente, que a poesia do povo ainda recorda.
*
Lá em cima nos Bicarões
Há lá um poço sem fundo
Caiu p´ra lá a Maria Emília
Que logo foi ter ao outro mundo
*
Ai que saudades
Ai que paixão
Dos tempos que
Já lá vão...

Os Bicarões

(Registado aqui - Ano de 2000)

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Casa dos Velhos *


Situada na chamada Calçada Romana (Rua de S.Sebastião) perto
do cemitério, construída em pedra e xisto é bem a originalidade de
uma habitação serrana.
Perde-se a conta aos anos desde quando ali está construída, popularmente
chamada "Casa dos Velhos" este nome vem já de há muitos anos.
Consta de relatos antigos, terem chegado a Loriga, dois velhos a pedir esmola.
Como dormiam nas ruas, foi-lhes oferecido esta casa, para pernoitarem. Por ali
ficaram a viver durante muitos anos, por isso se passou a chamar "Casa dos Velhos",
nome que foi
passando de gerações chegando aos nossos dias.

Casa dos Velhos

* Relato popular (Registado aqui - Ano de 2003)

As Ribeiras de Loriga
Dos motivos paisagísticos que mais impressionam o olhar sobre Loriga, é sem dúvida os recortes cravados em profundos vales e nestes correm velozes e
sinuosos as águas cristalinas das ribeiras das Naves ou "Courelas e "São Bento" que parecem acariciar com um abraço de feição um castelo maravilhoso de
intermináveis socalcos, que os antepassados loriguenses ergueram um dia com suor, para como que colocar em altar bendito a sua adorada terra.
As duas ribeiras de Lorigas que correm do nascente para o poente juntam-se ao fundo da vila para numa só se incorporar no rio Alva perto da Vide e assim as
suas águas chegam ao rio Mondego e deste ao mar. Desde sempre estas ribeiras tem conservado os nomes como hoje ainda assim são chamadas, as suas
águas nelas deslizando vertiginosamente parecem no verão silenciosas, pondo até a descoberto toda a sua beleza com as suas pedras mantendo a brancura da
espuma com que são cobertas no rigor do inverno, quando as águas temíveis e furiosas parecem ter pressa de chegar ao mar.

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Ribeira da Nave (cenário no Verão) Ribeira da Nave (cenário no Inverno)

- A Ribeira da Nave -
Mais popularmente chamada Ribeira das "Courelas" é, sem dúvida, a de maior caudal, principiando na "Garganta" junto aos poços de Loriga. Tem a
particularidade de somente uma fábrica de lanifícios ter sido construída junto a ela, ao contrário da ribeira de São Bento onde, de facto se implantou a maior
força industrial desta Vila.
Ao longo do seu percurso as águas da ribeira das "Courelas" foram, desde sempre, muito utilizadas para regadio, assim como, também, muito úteis na
movimentação dos muitos moinhos de água que um pouco por todo o seu percurso chegaram a existir. É também por esta ribeira, que os Loriguenses têm uma
certa atracção pois, desde sempre, eras nas águas cristalinas dos muitos dos poços nela existentes, que a população mais acorria para se banhar, o mesmo
acontecendo hoje, ao ter sido nela construída a Praia Fluvial de Loriga.
Como se disse, esta ribeira tem a característica de ser dali que sai a maioria da água para o regadio das sementeiras, encaminhada através de levadas
construídas que a levam a qualquer local por mais remoto que seja, inclusivamente, a levam também a passar pelo centro da vila.
São muitos os poços que se estendem ao longo do leito desta ribeira e que parecem estar ainda na memória de todos, ficando mesmo para sempre na
recordação, porque de todos eles parece haver histórias para contar.- Poços do Açude; Zé Lages; Pinheiro; Caldeirão; Meninas; Moinhos; Da Olinda; Curilha;
Courelas; Eras; Caneladas; Aparício; Forte; Inácio; João Freire; Broca etc., todos eles parecem ser lugares sonhadores à excepção do "Caldeirão" que se torna
medonho com lendas mesmo para contar, que diziam alguns tinha um "calhão" sem fundo, por isso, serem poucos os que ali se atrevem a nadar.
A Ribeira da Nave tem ainda como afluente, um pequeno ribeiro chamado do "Cortiçor" que se forma junto ao poço do "Bicarões" e se vai juntar a esta ribeira
junto ao poço do Pinheiro (Moenda). Sobre esta Ribeira passam algumas pontes, por ela passa a mais história via da vila de Loriga, ou seja a Ponte Romana
que durante séculos foi sem dúvida a única construída em cantaria, além desta, há a ponte do "Zé Lages" onde passa a Estrada Nacional Nr.231 e aqui que está
situada a Cascata das Lamas, há também a ponte do "Ribeiro da Ponte" e ainda uma outra ponte esta de madeira e de passagem no local conhecido por "Duas
Ribeiras" onde as duas ribeiras de Loriga se juntam. Estas últimas três unicamente para passagem de peões.

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Ribeira de São Bento (cenário no Verão) Ribeira de São Bento (cenário no Inverno)

- A Ribeira de São Bento -


A Ribeira de São Bento, menos vistosa tem uma característica própria na sua história, de ter sido no passado, de verdadeira importância no poder económico
e progresso da vila de Loriga. Foi junto a esta ribeira que principiou a industria de lanifícios com a construção das fábricas, pois eram as suas águas a força
motriz para as mover, que tornaram a Vila de Loriga um das principais terras industriais do distrito da Guarda.
Como aconteceu um pouco por todo o lado o principio da industria de lanifícios começou junto aos rios ou ribeiras onde eram construídas as fábricas, por isso a
necessidade da água para a laboração das mesmas, Loriga não fugiu à regra e as condições excelentes da Ribeira de São Bento foi fundamental para o
desenvolvimento da industria de lanifícios em Loriga, hoje apesar de não haver essa necessidade, as fábricas da vila de Loriga que se continuam a visionar ao
longo da ribeira de São Bento, fazem hoje parte de um passado, mesmo abandonadas e algumas em ruínas são testemunhos presentes de quanto foi útil as
águas que corriam na ribeira e importantes no progresso da vila de Loriga.
A origem do nome desta é por nascer junto ao Cabeço de São Bento, tendo também um pequeno ribeiro que a ela se junta perto da antiga fábrica das Tapadas,
ao longo do seu percurso tem quatro pontes duas em cantaria a dos "Leitões" passagem da estrada Nacional Nr.231 e a do "Porto".
Tem ainda duas pontes em madeira situadas uma junto à fábrica "Moura Cabral" e uma outra onde se juntam as duas ribeiras. Nos últimos passou a dispor de
uma outra passagem esta em betone, junto ao lugar conhecido por "Regato" .
Não sendo os seus "poços" tão atraentes para os banhistas como são os da ribeira das Courelas é também ao longo da ribeira de São Bento que existiram
alguns moinhos que foram de muita laboração mas que com os tempos foram também perdendo a sua actividade.
As ribeiras de Loriga, são pois algo que faz parte do que a Natureza construiu para dar à vila de Loriga um esplendor de beleza e de riqueza e acima de tudo na
sobrevivência das pessoas e da Vida.
(Registado aqui - Ano de 1999)

***
Nota:-As ribeiras de Loriga são, pois, algo que faz parte do que a Natureza construiu para dar à vila de Loriga um esplendor de beleza, de riqueza, de vida e
sobrevivência das pessoas.

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Vídeos
= Ribeirada em Loriga = = Ribeiras de Loriga = = Águas vivas na ribeira =

Os Balcões de Loriga
Os balcões de pedra que se vêm um pouco por todas as ruas, largos e becos de Loriga antiga, fazem parte da arquitectura rural da povoação desde o seu
início, e são um contributo para a tornar numa vila bela, típica e verdadeiramente acolhedora.
Ao percorrer a Vila de Loriga, decerto irá reparar em muitos Balcões de pedra, que dão o acesso a muitas
das habitações, havendo, em tempos, muitos mais.
Na década de 1950, uma decisão arrojada levou o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de então,
Manuel Gomes Leitão Júnior, a uma politica do "deita abaixo" de muitos dos balcões que existiam, os quais,
segundo consta, dificultavam o acesso a muitas ruas e becos.
Os Balcões são normalmente construídos em granito, e perde-se no tempo as gerações que por ali
passaram e se sentaram naquelas pedras gastas e nuas que, ao mesmo tempo, são testemunhas ou
mesmo relíquias simbólicas do um passado e de uma outra realidade.
Em épocas já distantes, era típico ver as pessoas sentadas nos balcões, tagarelando ou cantando em paz
e harmonia, sendo hoje lembranças e saudades que ficaram na recordação de muitos, mas que aos poucos
se vai vendo desaparecer.
Hoje com a cimentação de muitos dos Balcões de pedra o que, de certa forma, representa um atentado à
arquitectura tradicional e pitoresca da vila, os Balcões de pedra vão perdendo, desse modo, a sua
originalidade secular. Balcões numa das ruas de Loriga (Rua das Flores)
No entanto ainda hoje podemos ver muitos na sua originalidade até alguns ornamentados com vasos de
flores, o que os torna ainda mais pitorescos e bonitos.
(Registado aqui - Ano de 2005)

O Prédio da "Escola Velha"


Imóvel possivelmente quase centenário, foi mandado construir por gente abastada de Loriga, que foram os seus proprietários durante longas décadas, tendo por
fim como proprietário o Dr. Fernando Pais Amaral Mendes, o último descendente dessa família, que por sua vez veio a vender o dito imóvel a José dos Santos
Amaral, o "Zé Adriano" como assim era conhecido no meio loriguense, que após a sua morte e da sua esposa, ficou para os seus descendentes, atuais
proprietários.
Este prédio da "Escola" como assim foi sempre conhecido, na realidade era ali que funcionou a escola primária, além de ser também casa de habitação de
professores, tudo isso nas décadas de 1930, 40 e 50. Mesmo com a construção do primeiro imóvel da Escola Primária de Loriga (onde hoje é a Junta de
Freguesia) situado na "Fonte do Mouro" este imóvel "Escola" situado na "Praça" como é assim conhecido aquele local de Loriga, como se disse, está nas gratas
recordações de uma certa geração loriguense, pois foi sempre uma solução e uma mais-valia e ao mesmo tempo de apoio à escola primária, tendo em conta de
o dito imóvel então construído, ter apenas duas salas e considerado muito limitado, pois a existência de cada vez de muitas mais crianças na idade escolar, era
de facto grande a preocupação que continuava sempre muito presente em Loriga.

A escadaria principal que dá acesso a este prédio, mais concretamente onde funcionou a velha "Escola", continua ainda hoje a ser chamada por "Balcão da
Escola Velha", local de muitas recordações, verdadeiramente nostálgico e talvez o balcão de Loriga dos mais castiços. Na realidade é um recanto de saudade,

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de tertúlias, de encontros, de belos momentos de cavaqueira ali passados, pedras silenciosas, que se falassem muito tinham para contar, ali se sentaram
gerações de miúdos, jovens, rapazes e homens, que ali trocaram novidades, alegrias e tristezas, onde a alma da saudade não faz esquecer aquele recanto, que
hoje olhando aquele balcão, nos vem à memória as pessoas e aquelas pedras que se conheceram.

Foto de Zé Fernandes 2014 Balcão da "Escola Velha"


(Registado aqui - Ano de 2007 - 2313)

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Becos e Pátios de Loriga

São recantos típicos e pitorescos de uma vila antiga, que podemos ver e admirar um pouco por toda a parte
histórica de Loriga. Um viver em comunidade onde os sentimentos, amizades, alegrias, tristezas, vivem lado a lado
e se cruzam dia a dia na mesma vivência, estando bem presentes a mesmas calçadas, as soleiras das portas, as
mesmas portas, os balcões, as próprias pedras, tudo isso, continuando a serem testemunhas silenciosas de um
passado de gerações, que parecem guardarem para sempre as recordações.
Mesmos os tempos hoje em dia serem outros, os Becos e Pátios de Loriga continuam ainda bem presentes nas
raízes de um povo e de uma vila histórica muito antiga. É um viver em comunidade que representa acima de tudo a
continuação da amizade e da fraternidade, que une pessoas de uma terra amada, mesmo após deixarem esses
locais e partirem para outros lugares, mas que estejam onde estiverem, continuam a ter sempre presente estes
recantos onde nasceram e que recordam numa nostalgia de saudade.
Becos e Pátios de Loriga, recantos de casas antigas com muitas histórias para contar, gerações de famílias ali
nascidas e criadas, que representam hoje para todos saudades que vão transportando nos seus corações, locais
onde as alegrias, as tristezas, as dificuldades, de apenas uns, passam a ser compartilhadas por todos.
Por vezes dizemos que os tempos são outros porque, entretanto, deixou de haver os hábitos de outras eras, estes
recantos apesar de continuarem bem presentes, parecem já não terem como dantes, a mesma veemência de
esses outros tempos e que vão estando ainda bem presente em muitos, quando as pessoas passavam os serões
nas soleiras das portas, comentando as vidas, as novidades, os segredos, rindo, cantando cantigas populares e as
Loas a Nossa Senhora da Guia, ou mesmo rezando o terço, enfim, hábitos de uma vida diferente que o tempo
moderno, não se compadecendo, vai tentando ao poucos apagando das nossas memórias.

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(Registado aqui - Ano de 2007)

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Calçada Romana de Loriga


Depois de vencerem os Cartagineses, os Romanos chegaram à Península Ibérica no século III A.C. e, após muito
tempo de guerras, conseguiram conquistar todos os territórios à volta do mar Mediterrâneo, dominando todos os
povos que aí viviam, e formando um grande império.
Os povos do centro e norte da Península Ibérica, como os Galaicos e os Lusitanos, resistiram heroicamente à
ocupação romana, durante quase 200 anos, mas acabaram também por ser vencidos.
Para responder às exigências do modo de vida, nomeadamente as deslocações dos exércitos romanos, as trocas
comerciais, permitindo uma ligação mais rápida entre as principais cidades e ainda uma melhor ligação no envio
para Roma das riquezas e impostos, os Romanos procederam à construção de uma rede de estradas e pontes,
que continuam a permanecer até hoje entre nós.
Uma dessas estradas passava em Loriga, uma ligação das terras mais a sul, até às terras de Sena e de
Conimbriga.
No seu trajecto por esta localidade, são ainda bem visíveis, em muitos locais, alguns troços da Calçada Romana
que passava sobre as duas ribeiras, tendo os Romanos construído duas pontes, uma das quais ainda existente.

Calçada Romana em Loriga

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Coreto do Recinto de N.S.da Guia


Erguido em frente da Capela de Nossa Senhora da Guia,
é, presentemente, o único Coreto existente em Loriga.
Foi mandado construir por alguns dos Loriguenses
emigrados no norte do Brasil, que faziam parte de uma
grande colónia de loriguenses, há muito anos radicada
naquela zona de Brasil, e que foram grandes beneméritos
da sua adorada terra.
Na placa colocada neste Coreto, datada de 1905, poderão
ler-se os nomes desses beneméritos que contribuíram para
a sua construção:
"Joaquim Fernandes Gomes, António Duarte Pina, Augusto
da Costa Madeira, José Lopes de Brito, João de Brito, José
Alves Nunes Pina, Manuel dos Santos Silva, José de Moura
Galvão e José dos Santos Portela"

Coreto na Nossa Senhora da Guia

(Registado aqui - Ano de 1999)

Ponte do Porto
Construída em 1882, esta ponte original de Loriga, é popularmente chamada "Ponte
do Arrocho" devido à sua configuração.
Toda ela construída de granito, fica situada sobre a Ribeira de São Bento, ligando a
povoação propriamente dita ao pitoresco "bairro" do Porto.

Ponte do Porto

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Ponte do Zé Lages
A Ponte do Zé Lages, sobre a Ribeira das Naves ou "Courelas" como popularmente é
assim chamada, está situada no local também conhecido pelas "Lamas". Passou a ser
conhecida por "Ponte do Zé Lages" quando da construção da Fábrica do "Zé Lages" ali
existente.
Ponte de rara beleza construída quando da construção da estrada, trajecto Fábrica dos
Leitões até à "Selada", nos finais da década de 1920 e princípios da década de 1930. A
conclusão das obras ocorreu no ano de 1932, conforme se pode visionar na data nela
inserida.
Toda ela construída com pedras de granito que mãos artísticas trabalharam em cantaria,
que para além de trabalhadores loriguenses verdadeiros artistas na arte de trabalhar as
pedras, que na altura existiam em Loriga, teve também um dos grandes responsáveis
por esta obra da Ponte do "Zé Lages" um senhor de apelido "Roxo" natural de Alcains,
que na altura veio trabalhar para Loriga.
Recordamos que este senhor foi também o responsável pelas pedras colocadas ao
longo da estrada dos Leitões à "Selada" que assinalam os 100 metros.
Ponte do "Zé Lages" Já agora também recordamos que esta dita estrada dos Leitões até à "Selada" foi feita
pela maioria de trabalhadores de uma comunidade vinda do Alentejo de uma localidade
chamada Fronteira.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Ponte do Cortiçor
A Ponte do Cortiçor, sobre o Ribeiro da Bouqueira ou dos Bicarões como também é assim
chamado, está situada no local conhecido por Cortiçor.
Ponte toda ela em cantaria foi construída quando da construção da estrada, trajecto da Fábrica
dos Leitões até à "Selada", nos finais da década de 1920 e princípios da década de 1930.
Pensa-se que a conclusão das obras deviam ter ocorrido em 1932 simultaneamente quando da
conclusão das obras da Ponte do "Zé Lages".

Ponte do Cortiçor

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Ponte do "Ribeiro da Ponte"

Esta ponte sobre a Ribeira das Naves ou "Courelas" como popularmente mais conhecida,
encontra-se situada no local conhecido pelo "Ribeiro da Ponte" logo no seguimento do lugar
chamado "Presa" fazendo parte do trajecto de acesso à "Canada".
Apenas destinada a passagem de pessoas, desconhece-se em concreto a data precisa da sua
construção, mas tudo levando a crer ser de facto muito antiga, fala-se mesmo ter mais de 100
anos de existência. Naquele lugar segundo relatos antigos, sendo a actual ou outra que pudesse
existir antes, foi sempre meio de passagem sobre a ribeira durante séculos.
Esta ponte é na realidade a principal ligação no trajecto entre a vila e a "Canada", bem como, foi
também durante muitos e muitos anos o principal e único caminho de ligação, para a povoação do
"Fontão, anexa de Loriga.
Ponte do "Riberio da Ponte"

(Registado aqui - Ano de 1999)

Ponte Romana em Loriga

Situada sobre a Ribeira das Naves e, muito perto do local


chamado por "Moenda", é uma ponte de um só arco, não se sabendo com precisão, a data da
sua construção.
O que se sabe, é que faz parte dos muitos vestígios da presença romana nesta zona da Serra
da Estrela.
Em alguns locais desta vila, ainda hoje se podem admirar troços de
calçada romana, caminho que ligava Loriga a Sena e Conimbriga.
Sobre a Ribeira de São Bento, existiu também uma outra ponte
romana que fazia parte do mesmo caminho, só que essa não chegou
aos nossos dias.
António Conde
Ponte Romana em Loriga (Século I a.C.)

(Registado aqui - Ano de 1999)

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Ponte dos Leitões

A Ponte dos Leitões sobre a Ribeira de São Bento,


fica situada no local popularmente conhecido por
"Leitões" que está relacionado à fabrica com o mesmo
nome que foi ali fundada.
Também construída em granito ficou concluída quando
da construção da estrada de Loriga nos finais da década
de 1920. No entanto, sabe-se que naquele lugar já
era local de passagem muito antes da construção da ponte.

Ponte dos Leitões

(Registado aqui - Ano de 1999)

Ruas históricas e tradicionais


A Rua Sociedade Recreativa Musical Loriguense, popularmente mais conhecida por "Rua Escura", a Rua de São Bento
e também um lanço na Rua Passos do Senhor, que fazem parte do centro histórico desta vila, são calcetadas com
pedras originais da região de Loriga, de diversas qualidades e variados formatos, por isso serem consideradas as ruas
mais típicas de Loriga, únicas ainda a manter esse seu piso primitivo, que as tornam em ruas tradicionais.

Rua de piso tradicional

(Registado aqui - Ano de 2000)

Praia Fluvial de Loriga


Começou a funcionar no Verão de 1998, tendo sido inaugurada oficialmente no dia 27 de Julho de 1999.
O Secretário de Estado do Ambiente José Guerreiro, deslocou-se a Loriga para a inauguração oficial onde foi, também hasteada a Bandeira Verde com a qual
foi premiada, devido à excelente qualidade das suas águas.
Com análises efectuadas pela sub-região de Saúde da Guarda estas águas, de verdadeira pureza e límpidas, "podem até ser bebidas sem qualquer
tratamento" dão ainda maior relevo à atribuição da bandeira verde, pelo facto de ter sido esta Praia a única no Distrito da Guarda a merecer tão elevada

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distinção.
Situada numa magnifica paisagem desta localidade e da Serra da Estrela, é na realidade um local atraente e agradável para tempo de descanso e de laser, não
havendo quem, dadas as condições, resista a dar um mergulho naquelas águas cristalinas.
Obra realizada com custos na ordem dos 20 mil contos, dos quais 75% foram financiados pela Câmara de Seia, estão ainda em curso outros projectos, que
incluem a criação de infra-estruturas, que visem tornar ainda mais apetecível aquele lugar e a Praia fluvial.
O sonho, vindo de longe, de tornar aquele local um espaço de vida em termos de qualidade ambiental foi, pois,
concretizado. Os Loriguenses estão orgulhosos e, por certo, sabem que o visitante encontrará neste lugar um cenário grandioso, atraente e emotivo.

Praia Fluvial de Loriga


(Registado aqui - Ano de 2001)

Janeiro de 1912
Praia Fluvial de Loriga
- Candidata às 7 Maravilhas - Praias de Portugal -

A Praia Fluvial de Loriga é candidata às 7 Maravilhas - Praias de Portugal e foi já validada pela organização. Na região são seis a praias seleccionadas, fazendo
Loriga parte da lista de "Praias de Rios", assim como Aldeia Viçosa (Guarda), Relva da Reboleira (Manteigas) e Unhais da Serra (Covilhã). Valhelhas (Guarda) e
Vale do Rossim (Gouveia) foram catalogadas na categoria de "Praias de Albufeiras e Lagoas".
As candidaturas vão agora ser analisadas e votadas por 70 especialistas, aos quais cabe eleger as 70 praias pré-finalistas. A lista final será revelada a 27 de
Fevereiro.

Fevereiro de 1912

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A Praia Fluvial de Loriga


- Candidata às 7 Praias mais Maravilhas de Portugal -

A Praia Fluvial de Loriga está já incluída nas 70 Praias pré-finalistas candidatas às


sete melhores praias do país. Segundo a organização a votação para esta lista de
pré-finalistas foi realizada por um conselho científico que elegeu 10 praias
portuguesas em sete categorias
A Praia Fluvial de Loriga, está na categoria de "Praias de Rios", conquistando já um
primeiro júri, ao ser nomeada para estar já nas 70 pré-finalistas, por que na verdade é
uma das mais belas Praias, em que os seus frequentadores, se sentem envolvidos
numa conjugação de predicados, beleza, zona de laser, água cristalina e onde a
Natureza é verdadeira rainha.
Seja qual seja o resultado final foi já uma vitória ser a nossa Praia Fluvial escolhida e
eleita nas 10 praias portuguesas na sua categoria.

Até 7 de Maio, um conjunto de 21 personalidades irá seleccionar três praias por cada
categoria, para que o público possa escolher as sete praias vencedoras. A
declaração oficial das vencedoras decorrerá em Setembro

Maio de 1912
PRAIA FLUVIAL DE LORIGA
SELECIONADAS NAS 21 PRAIAS MARAVILHAS DE PORTUGAL
Foi uma Vitória para Loriga e para Loriguenses, que bem alto podemos gritar VITÓRIA, tendo todos nós Loriguenses razão mais que suficiente, para dar largas
ao nosso contentamento, tendo-se a certeza de que a nossa Praia Fluvial merecia tão honrosa distinção, por ser um local de sonho e onde na verdade é uma
das mais belas praias fluviais, em que os seus frequentadores, se sentem envolvidos numa acalmia, num bem-estar, conjugado nos predicados, de beleza, zona
de laser, água cristalina e onde a Natureza é na verdade rainha.
Se já estávamos satisfeitos e orgulhosos de vermos a nossa Praia nas 70 Pré-finalistas, mais satisfeito estamos de a nossa praia passar às 21 Praias finalistas.
Nesta emissão desta programação de selecção hoje efectuada em directo na RTP1, foi anunciado como padrinho da nossa Praia Fluvial de Loriga, o bem
conhecido e conceituado locutor da rádio e televisão António Sala, que veio ainda dar mais brilho e relevo à nomeação da nossa Praia como uma das 21 Praias
selecionadas, de onde sairão as "7 Maravilhas - Praias de Portugal.

VIVA LORIGA, VIVA A PRAIA FLUVIAL, VIVA OS LORIGUENSES

A partir da próxima meia-noite, podem começar a ser votadas as 21 Praias, votação a efectuar pelo público e que se vai prolongar até à meia-noite do dia 7 de
Setembro deste ano de 2012, para então no dia seguinte dia 8 de Setembro, ser efectuada a declaração oficial das 7 Praias vencedoras, que será feito em
directo na RTP, a partir de Tróia.
6.Maio.2012
- Dia Histórico para Loriga e sua região

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Agosto de 1912
RTP 1
- Roadshow em Loriga -
Foi na verdade magnífico o Roadshow em Loriga, programa da Rádio Televição Portuguesa (RTP 1) em direto, acontecimento que ficará marcado na nossa
história de Loriga, nunca já mais tinha tão sido falado o nome do Loriga, com os olhos do país e do mundo endereçados para a encantadora vila, a princesa da
Serra da Estrela.

Espaço de conteúdos dados a conhecer, o relevo da beleza sem igual, a água cristalina, gastronomia, especialidades, história, memórias e muito mais, num
programa sempre com a presença de muitas pessoas que foi de enaltecer.

Cabe aqui realçar as magníficas intervenções dos irmãos Amaro, Carlos, João e também Gabriela, dos senhores Presidentes da Junta e do Município, a

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oportuna apresentação das especialidades loriguenses e região.


As interessantes e oportunas rubricas gravadas relacionada à restauração, Bolo Negro, malhas e também o recorte de história na voz do nosso amigo e grande
loriguense José Pina Gonçalves, enfim, foi de facto um dia marcante em Loriga, com a nossa terra a sair engrandecida, bem como, foi gratificante de ver toda
aquela gente que ali se deslocou, apoiando e também figurante do belo programa, por isso, não nos cansamos de dizer, por tudo isto, foi já uma grande vitória,
independente do resultado final que possa vir a ser ocupado pela nossa Praia Fluvial de Loriga, em processo de votação até ao dia 7 de Setembro próximo.

Setembro de 1912
"7 Maravilhas - Praias de Portugal"
- Dia D -

Realizou-se ontem a eleição das "7 Maravilhas - Praias de Portugal" com o canal de televisão RTP 1 a transmitir em directo e com os olhos de todos os
loriguenses, pregado no ecrã da televisão, numa esperança sempre presente de que a nossa Praia Fluvial pudesse ser eleita, apesar de se saber ser bastante
difícil, perante outras praias de peso a competir tal como nós na categoria de Praias de Rio.
Foi eleita a Praia de Vila Nova de Milfontes, uma daquelas de peso, apesar de no meu entender, porque a conheço, não se enquadrar em Praia de Rio, por isso
não compreender muito bem o facto de constar nessa categoria.
No entanto, temos que aceitar a decisão, apesar de saber-se dos muitos interesses envolvidos, nomeadamente pelo organismo que promoveu este concurso,
sendo então eleita a Praia de Milfontes, portanto considerada a mais votada e por isso temos que nos resignar perante os factos, mas o que interessa para
todos nós loriguenses, é a nossa Praia Fluvial ter competido e ter chegado a esta final que por tudo isso foi uma VITÓRIA, para o orgulho de todos nós.
Estão os loriguenses todos de parabéns, estamos certos de todos se sentiram orgulhosos, foi uma Vitória para todos ao vermos a nossa Loriga, a sua Praia e a
nossa região engrandecida, para aqueles que não votaram e nada fizeram para promover a nossa Praia, para esses foi uma vitória amarga com a qual tem que
viver.
Para nós loriguenses a nossa Praia Fluvial foi a vencedora, e não há melhor que ela, o resto não interessa.

PRAIA FLUVIAL DE LORIGA


- Processo de construção -
Qual ex-libris que se preza, Loriga, desde sempre se orgulhou de ser detentora das mais belas paisagens do país e do mundo, sejamos francos. Cada recanto é
mais um "encanto" mesmo para o mais distraído dos visitantes. Não se trata de lugares comuns que se repetem por aí em qualquer "resort" deixado à
criatividade do mais conceituado dos arquitetos.
Para nosso orgulho e desmesurado prazer dos apreciadores, fomos fadados pela Natureza com recantos sem igual, onde a mão do homem tem que ser
acautelada para não descaraterizar o que não é possível recriar, por mais iluminado que seja o artista...
O "lugar das Lamas", onde se encaixa com perfeição a "Praia Fluvial de Loriga", é um desses lugares dotados da mais bela panorâmica, que o homem soube
aproveitar como local de lazer, com mestria.

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É um exemplo de como é possível utilizar os locais mais sensíveis de um determinado


ecossistema, sem o descaraterizar, dotando-o, no entanto, das condições dignas dos mais
atraentes espaços que o homem criou, porque a Natureza não foi tão pródiga quanto para
Loriga.
Lugar utilizado há décadas, sobretudo pela imensa "pequenada" que povoava Loriga, para se
refrescar e nadar no Verão nas cândidas águas da Estrela, o "Zé Lages", como então era
conhecido, ombreava desde já com o mítico "Poço Forte", a "Curilha" ou Poço das Courelas".
Era no entanto necessário dotar o local, desde logo, com um espelho de água que permitisse
umas braçadas largas e admitisse uma capacidade de utilizadores de acordo com a elevada
procura, dado que o então "Açude", não passava de um charco para a "malta" se refrescar.
Era chegado o ano da graça de 1996, quando a Junta de Freguesia de Loriga tomou em
mãos tamanho sonho, no sentido de o corporizar na realidade que hoje ali se espelha. Para
tal era necessário empenho e dinheiro e este não abunda pelas bandas da Freguesia de
Loriga.
Pela escritura pública, lavrada no Cartório Notarial de Gouveia, foi adquirida aquela mesma
parcela de terreno, ao então proprietário, Dr. Bastos, pela quantia de 400 contos.
Segue-se o projeto do "Açude", que se pretendia "satisfatório" em termos de reserva de
água, mas minimalista em termos de impacto na paisagem.
Após uma primeira tentativa frustrada, pela fraca qualidade da proposta, surge a ideia de
"deitar mão" dos muitos recursos humanos de que Loriga dispõe pelos diversos serviços no
país, com possibilidade de um abrir de portas a ideias e financiamento.
Contámos desde logo, sem reservas, com a preciosa colaboração do Parque Natural da
Serra da Estrela, então liderado pelo Sr. Arquiteto Osório, um aliado desde o primeiro
momento, onde todos os técnicos e funcionários eram prestimosos colaboradores.
Foi entretanto a ligação ao saudoso amigo e conterrâneo, António Amaro - que na altura ocupava um cargo de relevo da Direção Regional do Ambiente do
Centro, em Coimbra - vulgo "Hidráulica do Mondego" que rasgou horizontes. Com o seu entusiasmo contagiante e a tenacidade que se empunha à JFL,
avançou-se com o projeto do açude com a solução que aí figura - minimalista mas funcional - completamente à custa do voluntariado pessoal de técnicos deste
departamento que contaram com o apoio incondicional do Diretor deste departamento.
A par deste processo apresentou-se nesta Direção Regional a candidatura para financiamento da mesma, processo gorado, dado que a verba foi desviada, por
influências políticas, para uma candidatura do Concelho de Gouveia.
Apesar do percalço, nem por sombras se esmoreceu. Era preciso avançar, nem que tivesse que se encurtar o passo.
E assim foi:
No final do ano de 1996 foi adjudicada a construção do "Açude" à empresa Granitocivil, de António Pina, pelo valor de dois mil e quinhentos contos, verba
disponibilizada pela CMS, o qual é inaugurado com grande entusiasmo pela população no início do Verão de 1997.
Agora era necessário dotar o local de um edifício de apoio e organizar o espaço dotando-o do equipamento necessário à função.
Foi então apresentada candidatura desta segunda fase, cujo projeto fora levado a cabo pelo Parque Natural da Serra da Estrela.
Numa primeira fase foi adjudicado o edifício, pela CMS pelo valor de oito mil contos à firma Bripocol, de Vítor Amaral, mas faltava o mobiliário e arranjos
diversos. Foi então que, numa segunda fase se apresentou uma candidatura diretamente à então Secretaria de Estado do Ambiente, departamento onde a JFL
encontrou contactos privilegiados.
Aprovada a verba, na ordem dos 3 mil contos, coube ainda à Bripocol dar o "toque" final para que o local se tornasse aprazível e viável para a prática a que se
destinava.
A par deste processo foi requerida uma distinção especial para este local único, que consubstanciasse a sua qualidade ambiental, pelo que foi galardoada com a

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bandeira verde.
Foi neste cenário de autêntica satisfação que, em julho de 1999, o mesmo Secretário de Estado que aprovara a candidatura - DR. José Guerreiro, preside à
cerimónia da sua inauguração oficial e distinção com o galardão "Bandeira Verde" que ainda mantém.
Este apontamento histórico, reflete de forma sintética a génese da Praia Fluvial.
Claro que houve durante o seu período de funcionamento períodos menos bons, mas que se foram limando e hoje, a Praia Fluvial de Loriga é um ícone de
Loriga, do concelho de Seia e desta Serra da Estrela, reconhecida pelas entidades oficiais governamentais e não-governamentais como lugar de grande beleza
e qualidade e claro por todos os seus utilizadores.
Convém referir que no enquadramento temporal do acima do atras descrito eram membros da Junta de Freguesia: Presidente- José Manuel Almeida Pinto,
Secretário - Luís Manuel Pereira Fernandes e como Tesoureiro - Manuel Henriques de Lemos.
(Carlos Amaro - Maio2012))

Caixão da Moura
Sepultura antropomórfica que se encontra no lugar que foi desde sempre conhecido por "Campa" e que fica a
cerca de 2 Km do centro da Vila.
Este singelo monumento em local praticamente escondido pela vegetação, pouco ou nada se sabe da sua origem.
Embora se não possa precisar a data, é mais do que certo ter sido deixado ali há mais de 2.000 anos, mesmo até
antes da chegada da civilização romana a esta região.
Através dos tempos, muitas versões de opinião se tem conhecido a respeito deste monumento, mesmo até ao fim
a que se destinava.
Do muito que se tem dito e que, apesar de tudo, parece mais viável, este monumento teria sido um túmulo coberto
por uma laje que entretanto desaparecera. Assim sendo, é pois provável, ter sido aquele lugar um local de culto, a
avaliar, até, pelo facto de se encontrar no sopé do monte em cujo cume existiu um Castro. Outras teorias dão
conta de que o "Caixão da Moura" se trata de um "lagareta", pequeno lagar para pisar uvas, teoria que pode
merecer alguma aceitação mas em séculos posteriores à sua origem.
Indiferente a que tudo se possa dizer ou contar, este monumento é de valor histórico e, por isso, deve ser
protegido. A sua verdadeira história ficará, para sempre, numa mistificação de ecos mudos e surdos como, de
certo, vem acontecendo através dos séculos tempestades e noites.

Sepultura antropomórfica (Século VI A.C.)

(Registado aqui - Ano de 1999)


A "Moura"
Era verão, noite enluarada Na borda do seu caixão
Raios de luz, estrelas no céu Eu vi a Moura altiva
Trajava verde cor da mata Com seu pente na mão

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De cinza-rocha era seu véu. Belos cabelos penteava.

Ao lado de seu ataúde No seu banco de pedras


Eu vi a Moura a sorrir Eu vi a Moura sentada
A alma que anseia vive Punha sandálias de tiras
Som da guitarra a ouvir. Pra passear na calçada.

Vista Alegre na ladeira No pinhal bem ao meio


Eu vi a Moura a descer Eu vi a Moura a esperar
Bilha de barro à cabeça Cavaleiro Mouro já veio
Na sua fonte a encher. Pra Vila Moura a levar.
Se lá passares, olha se a vês !
Faz uma quadra pra ela.
Autor : Antero Almeida Figueiredo
Agosto/2004- SP, Brasil

"Garganta" de Loriga

"Garganta de Loriga"

***
Quem não conhece a Serra da Estrela, mal pode imaginar o que ela tem de grandioso e impressionante. Considerada como a mais bela de Portugal, não só pela
vastidão do panorama que se pode desfrutar mas, acima de tudo, pela prodigalidade da natureza ali tão exuberantemente evidenciada tendo, na "Garganta de
Loriga",o melhor da sua imponência e sedução.
De qualquer lado que ela seja vista na sua grandiosidade, é cingida por gigantescas e alcantiladas massas graníticas dum cinzento-escuro, que lhes dão a forma
de desmesurado V, onde deslumbra o granito talhado pelo Glaciar que há milénios era Rei e Senhor das terras altas, cravando a sua marca numa paisagem de
vislumbrar, que hoje podemos identificar com extrema facilidade, nos granitos polidos, nas moreiras e blocos erráticos.
O espectáculo que a natureza nos oferece da "Garganta de Loriga" é dos mais surpreendentes e, perante o qual, nos sentimos diminuídos e subjugados, como
águia já impossibilitada de dominar o espaço nas alturas.

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No inverno em dias tempestuosos, impressiona pelo roncar constante dos vagalhões das suas cascatas, mas, quando o sol doirado desponta sobre aquelas
enormes penhas, os seus sorrisos abertos recebem lá os bons dias do lindo sol para depois despejar pelos vales e Vila dando, assim, sinal da nova vida que
está chegando: - uma nova Primavera a sorrir num reino de esplendor que é Loriga.
(Registado aqui - Ano de 1999)

***
Vídeo
= Descida da Garganta de Loriga =

Os Moinhos de Loriga
A construção dos moinhos de água junto às ribeiras ou rios, era precisamente por ser a água a força motriz
para a sua laboração. Uma engenharia vindo dos tempos mais remotos, consistia no encaminhamento das
águas por levadas ou calhas, para movimentar rodas construídas para o efeito, no sentido de fazer rodar a
mó, e assim ser efectuada a moagem do milho e centeio.
É de salientar a importância que os moinhos tinham na economia local, designadamente na moagem do
milho, com cuja farinha se confeccionava a tradicional e gostosa broa de milho.
Ao longo das duas ribeiras de Loriga, foram em grande número os moinhos hidráulicos que existiram, sendo
os mais vulgares os de roda motriz horizontal - moinhos de rodízio. À excepção de um ou outro, em que a
sua movimentação se procedia por uma grande roda no exterior, em todos os outros, a água era
encaminhada para a parte inferior do moinho onde, em queda rápida, a mesma fazia rodar uma roda de
penas ou penado e, esta por sua vez, através de um eixo, lobeto ou ligação, veio e argolas, fazia
movimentar a mó da moagem situada na divisão superior.
Reportando à actualidade, quase todos os moinhos estão em ruínas ou em adiantado estado de
degradação, à excepção de um, curiosamente afastado da ribeira, situado a meio do caminho que leva até
à Ponte Romana, que tem ainda alguma actividade. A evolução das sociedades e o desenvolvimento
tecnológico, sobretudo o aparecimento das moagens industriais, relegaram estes moinhos para segundo
plano. No entanto esles constituem um património que urge preservar, integrando-os no nosso quotidiano,
fazendo deles não apenas peças de museu, mas realidades vivas.

Interior do Moinho do Teixeiro (2002) -ainda em actividade-

Muitos dos Moinhos de Loriga conheci Os Moinhos de Loriga que existiram


Com as Mós em constantes movimentos São apenas hoje relíquias presentes
Com os tempos foram ficando extintos *** Pedras enegrecidas, gastas e nuas
Tudo por causa dos modernos eventos Que para muitos são monumentos

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(Registado aqui - Ano de 1999)


Vídeo:- Moinho em movimento (Autoria de ZéFernandes)

Os Fontanários na Vila
Percorrendo algumas das artérias principais desta localidade, decerto não deixará de reparar nas fontes onde a água cristalina cai dia e noite, como uma
sinfonia sem fim. Numa placa de mármore nelas fixadas se poderá ler:- Colónia Loriguense de Manaus 1905-1907. O visitante pára, por momentos olha e ao ler
tais legendas, pensará, que apesar de estarem muito longe, os filhos de Loriga não se esqueceram da sua terra.
A Colónia dos Loriguenses em Manaus, mesmo longe pela distância, não esquecia também as necessidades dos seus conterrâneos e, assim pensaram levar a
bom termo a iniciativa da construção de Fontanários na sua terra.
Em 6 de Agosto de 1905 dia da Festa da Nossa Senhora da Guia, alguns Loriguenses reuniram-se na casa do Sr. José da Cruz de Moura Pina, tendo decidido
constituir uma comissão com vista à angariação de fundos no sentido de abastecer a população de Loriga de água verdadeiramente potável e em condições
perfeitamente higiénicas. Essa comissão ficou assim constituída:- José da Cruz de Moura Pina, Presidente;- Manuel de Jesus de Pina, Tesoureiro;- José Alves
Nunes de Pina, Secretário. Faziam parte desta Comissão um Conselho Fiscal assim constituído:- António Ambrósio de Pina; Augusto Mendes de Gouveia e
Joaquim Ambrósio de Pina.
As Fontanários de Loriga, são pois obras vivas do passado, doadas por esses Loriguenses que apesar de estarem longe, amavam a terra que tinha sido seu
berço, não esqueciam as carências nela existentes e também as necessidades das suas famílias.
Aqui se registam os nomes de todos aqueles que contribuíram para este grande melhoramento de Loriga.
*
Lista onde consta os nomes e respectivas assinaturas das pessoas:
"José da Cruz de Moura Pina; Jeremias Alves Nunes de Pina; Emigdio Alves Nunes de Pina; Manoel de Jesus de Pina; Augusto Mendes Gouveia; António
Ambrósio de Pina; Albino Pinto Martins; António da Silva Páes; António Alves da Costa; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; Abílio Fernandes
Nogueira; Manuel de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; António Dias dos Santos; António Luis de Moura Pina; Carlos Augusto da Costa; Olarias-proprietários
Francisco Santos e José Duarte Pina; Henrique de Moura (Joaquim); J.António & Irmãos (Fontão); Olaria-proprietários José G. de Pina e José de Brito Pina;
José Nunes Caçapo; António Gonçalves de Pina; António de Brito Miguel; Manuel de Brito Inácio; Joaquim de Pina Pires; António Gomes Leitão; José de Pina
Pires Júnior; António de Pina Monteiro; José Alves do Torno; João Gonçalves de Brito (Alvoco); José Diogo Ferreira; António de Brito; Domingos Maria da Costa
Veiga; José Alves Martins José; António Gomes Luiz; Joaquim Lopes de Brito; Joaquim Alves da Costa; António Marques Luis; José Gomes Martins; Plácido
Nunes Amaro; Francisco de Brito Pinheiro; João Luis de Moura; Henrique Pinheiro; Joaquim Gomes de Brito (Alvoco); Abílio Duarte dos Santos; António Duarte
dos Santos; Abílio Diogo de Gouveia; Manuel Pinto de Abranches; Germano Diniz (da Carvalha); João Henrique Freire (da Barriosa); Emília Mendes de Pina;
João Fernandes de Moura".
Nota:-Fazem parte desta Lista mais três nomes, só que se encontram ilegíveis.
*
Existem muitas mais pessoas que contribuíram para a construção dos Fontanários, nomes que aqui faço constar, estes transmitidos via verbal por um
Loriguenses residente no Brasil e, que se encontram inseridos nos registos das memórias do senhor Padre Lages, intitulado "Para Constar".
"Joaquim Gomes de Pina; Joaquim Ambrósio de Pina; Joaquim Lopes Cecília; José Alves Nunes de Pina; António Alves Nunes de Pina; Joaquim de Pina
Monteiro; António Pina Monteiro; José Pina Monteiro; Abílio Santos Ferrito; José Gomes Luiz Lages; António Gomes Luiz Lages; Afonso Duarte Jorge; Manuel
de Moura Pina; João de Moura Pina; António de Moura Pina; Abílio Cardoso de Pina; José Ambrósio de Pina; José Diogo Ferreira; Joaquim Lopes de Brito;
Alfredo da Costa; João Luiz dos Santos"
*
São três os Fontanários edificados na Vila:- Fonte do Adro; Fonte das Almas; Fonte do Porto.

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*
Poemas aos Fontanários *

Nas ruas de Loriga vejo as Fontes


Com puras águas sempre a correr
Foram os brasileiros lá muito longe
Que um dia as mandaram erguer
*
Puras são as águas que chegam
Para a garganta ali se refrescar
Águas que a todos mata a sede
E que são para sempre de recordar
*
Fontes de águas cristalinas
Caindo, caindo sem parar
A que sobra segue para a ribeira
Que as leva depois para o mar
*
Boas águas dos montes altos
Na Fonte sempre a correr
Dois tanques ali foram feitos
Para alguma água se não perder
*
Noite e dia a água caindo
Como uma sinfonia sem fim
Fonte das Almas
Muitas vezes ali eu me chegava
Parecendo musica que tocava para mim
* APina

(Registado aqui - Ano de 1999)

*
1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga

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Realizou-se nos dias 10 e 11 de Novembro de 2007, a celebração do 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga,
(1907-2007) que se revestiu de enorme relevo, homenageando também dessa forma a grande Colónia Loriguense do
norte do Brasil, os grandes obreiros da construção das três Fontes gémeas, que chegaram aos nosso dias e que temos
por dever, como gerações vindoiras, conservar como monumentos de Loriga.
Foi uma Festividade revestida de cerimónias bonitas, que encheu de alegria e fraternidade uma vila, que se uniu num
gesto de Gratidão, para aqueles seus antepassados que tão grande Feito efectuaram, que apesar de viverem longe não
esqueciam as carências na sua terra.
Dia 10 - Abertura da exposição de Pintura e fotografia intitulada "Loriga sua terra e suas gentes" e actuação do Grupo de
Fados no Salão Paroquial.
Dia 11 - A Banda percorreu as ruas de Loriga passando pelas três Fontes gémeas numa homenagem singela, tendo-se
concentrado o palco principal na Fonte do Adro onde o Presidente da Junta de Freguesia de Loriga usou a palavra numa
mensagem alusiva à comeração do 1º Centenário das Fontes.
Seguiu-se a Missa na Igreja Paroquial, com os cânticos a cargo do Orfeão de Seia e a homília endereçada às fontes e a
sua água, recordando-se a importância vital que tiveram para Loriga, nessa longínqua época já passada.
Foi efectuado ainda um concerto pela Banda de Loriga, e também a actuação no salão Paroquial do Orfeão de Seia e do
Orfeão do Tortosendo.
Recorde-se que o Município do Concelho fez-se representar pelo Doutor Carlos Filipe, Vice-Presidente da Câmara
Municipal de Seia.
Foi ainda servido no salão dos Bombeiros Voluntários de Loriga, um lanche de convívio em que assistiram muitas
pessoas.
O 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga teve grande desenvolvimento noticioso, pelos meios da comunicação
social escrita e radiofónica, bem como, através da Net, onde foi bem demonstrativo a importância desta Comemoração,
mais que justa, que como Loriguneses teremos de dar os parabéns à Junta de Freguesia de Loriga, aos vários órgãos
locais e a todos aqueles que colaboraram para este dia grande de Gratidão, que estou certo ficará bem gravado na
história de Loriga, que as gerações vindoiras um dia irão recordar.
Nota:- Visione algumas das Pinturas da Exposição sobre o tema "Loriga sua terra e suas gentes" inseridas nas festividades do 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga.
(Registado aqui - Ano de 2007)

"As Râmbolas"
Nos anos doirados de grande laboração das fábricas de lanifícios em Loriga, tal como em outras localidades industriais, as râmbolas constituíam um cenário
curioso, hoje já muito pouco usual, tendo em conta o progresso e tecnologia actual.

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As Rambias ou, mais correcta e vulgarmente chamadas Râmbolas, eram compridas armações de madeira ou ferro,
munidas de escapulos, eram normalmente construídas nas zonas industriais junto das fábricas, onde se punham
compridas peças de pano a secar, servindo ainda como verdadeiros esticadores.
Durante muito tempo, foi o método utilizado pelas fábricas de Loriga, para a secagem das peças de panos, cuja
colocação requeria um certo conhecimento e perícia por parte dos operários que a executavam com mestria. E assim as
Râmbolas ficavam vestidas as quais vistas dos Mirantes de Loriga, forneciam um cenário bem elucidativo da grande
terra industrial que Loriga era.
As Râmbolas nesta localidade, deixaram aos poucos com naturalidade de ter a primitiva utilidade e foram
desaparecendo desses mesmos locais onde tinham sido construídas. No entanto, continuam na memória de muitos que,
em crianças, ali saltavam, corriam e balouçavam, nunca pensando que um dia teriam um fim.
A útima Râmbola

(Registado aqui - Ano de 1999)

O moinho da "Moenda"

A "Moenda" é um local de Loriga onde parece ter sempre existido uma certa nostalgia em
que recordações e saudades vem à memória ainda de muitos, quando numa "Loriga de
outras eras" se lembram de ali existir um moinho que era uma referência pela sua diferença
em relação aos outros. Com a sua grande roda exterior, movida pela força motriz da água
de uma levada, encaminhada da ribeira ali bem perto.
Situada muito perto da Ponte Romana, relatos muito antigos dão-nos conta que antes de
ser moinho foi uma pequena fábrica de fazer massa, por isso, ter sido conhecida pela
"Fábrica do Macarrão" que muitas das pessoas antigas ainda se lembram de assim ser
chamada aquela casa, que depois passou a ser moinho.
O moinho da "Moenda" pertenceu durante anos a uma família loriguense de nome
"Aparícios" mas na década de 1950 foi adquirido por António Mendes Duarte, natural da
localidade de "Cabeças D´Eiras" mais conhecido por "Travassos" que foi uma legenda em
Loriga, localidade que um dia ele escolheu para nela se radicar.
Muito se procurou e se encontrou uma foto do moinho da "Moenda" com a sua grande roda,
que aqui se regista, para assim, documentar-mos uma casa cheia de história, que foi ao
mesmo tempo um local de certa forma de envolvência no meio económico e social de uma
"Loriga de outras eras"

Ano 2010 - Local conhecido por "Moenda"

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Ano 1952 - Foto da grande roda exterior do moinho da "Moenda"


(Registado aqui - Ano de 2011)

A casa "O Comboio"


A casa em Loriga, popularmente conhecida por "O Comboio" situa-se na Travessa do Reboleiro e também com ligação à Rua Cónego Nogueira, conhecida
também por ser uma casa muito antiga, por isso ser uma referência na vila de Loriga.
Sabe-se que é uma habitação medieval, supõe-se até que aquela casa era muito maior e, que aos longos dos séculos foi cenário de várias reconstruções, que
segundo também parecer saber-se, ter ficado da habitação primitiva apenas a actual fachada (uma varanda) hoje fechada.
Sabe-se que ao longo dos tempos, teve aquela habitação variadíssimos proprietários, que foram sistematicamente modificando a caracterização da habitação
primitiva, apenas chegando á meadas do passado século a fachada principal a tal varanda, que o povo se habituou então a chamar àquela habitação "O
Comboio" .
Ao longo dos anos, nunca pareceu da parte do poder local de Loriga, interesse de considerar aquela habitação como património histórico, por isso, os

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proprietários foram descaracterizando a casa em si, vendo-se ainda no século passado e por isso ainda na memória de muitos, aquela fachada como varanda,
para depois então estes últimos proprietários se lembrarem de a fechar, considerando-se ter havido dessa forma um verdadeiro atentado à história de Loriga,
com o poder local na altura nada fazer para o evitar.
Por último recordemos que as datas ainda ali visíveis, são datas relacionadas com várias reconstruções que esta habitação foi tendo através dos tempos.

António Conde

(Registado aqui - Ano de 2011)

A estrada do Fontão

A estrada do Fontão que parte do local chamado "Selada" e percorre toda a encosta virada para a Vila de Loriga, ou como se falava na época da sua
construção "nas águas vertentes a Loriga", foi construída em 1963, começando concretamente as respetivas obras no mês de Março, que se vieram a prolongar

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por alguns meses, indo ligar ao antigo caminho que já existia e que parte também daquele local só que pelo outro lado do monte.
Foi sem dúvida um grande melhoramento e de grande proveito para o Fontão e também de muita utilidade para os Serviços Florestais, que executaram a obra,
ficando assim a localidade anexa de Loriga com muito melhor acesso.
A estrada que foi rasgada por toda a montanha num grande trabalho de engenharia, trouxe também grandes vantagens turísticas para a vila de Loriga, no
aspeto paisagístico, podendo assim ao alcance de todos disfrutar de panorama encantador, de majestade e de beleza incomparáveis.
Durante quatro décadas esta estrada continuou de terra batida, tal como foi construída, passando a ser possível o acesso ao Fontão com as viaturas (que nem
todos se atreviam a fazê-lo) tendo em conta de muitas o pavimento a tornar-se intransitado, nomeadamente no inverno, quando as chuvas levavam parte das
areias e das terras, fazendo grandes irregularidades no piso.
Os habitantes locais lá iam solicitando, tanto ao poder local como Municipal, para que a estrada fosse apetrechada com o alcatroamento, tornando-se mesmo
numa reivindicação mais que justa, mas que o mesmo poderes administrativos pareciam não ouvir e ao mesmo tempo faziam por ignorar esta grande prioridade
e anseio daquela gente do Fontão, pois uma melhoria nos acessos era de inteira necessidade, ou seja, deixarem de ter estrada primitiva de terra batida, para
poderem ter estrada digna dos tempos que se viviam.
Entretanto, já alguns anos que tinha sido criada pelos habitantes locais, a Comissão de Melhoramentos do Fontão, que também desde a primeira hora
reivindicava o alcatroamento da via de acesso à sua terra, mas os seus ecos continuavam a não se fazerem ouvir, continuando a viver a gente daquele local com
promessas e esperanças pelo meio, sem nada ser conseguido.
Assim, foi-se tornando numa luta constante que levou mais de 40 anos, diga-se mesmo que foi uma das maiores vergonhas para com uma localidade e para com
um povo, protagonizada pela Junta de Freguesia de Loriga e pelo Município de Seia, que se chegou a ouvir dizer a altos responsáveis, "que no Fontão havia
cada vez menos gente e que não valia a pena melhorar a estrada".
Mas essa luta dos habitantes locais não parava, apesar de cada vez menos pessoas ali a viver fruto de desertificação que era cada vez mais evidente no interior
do país, no entanto, mas que mesmo perante este cenário real nada os fazia desanimar, gente unida e bairristas aos poucos lá iam angariando verbas para
poderem levar em frente eles próprios a pavimentação da estrada.
Assim nos primeiros anos deste século a Comissão dos Melhoramentos do Fontão, tinham já angariado a quantia de 40.000€uros, foi então que o poder local e
municipal se uniram e lançaram mãos às obras, conseguiram de vez desbloquear a situação, conseguindo a restante verba para a obra da pavimentação da
estrada e assim em 2004 começarão as obras que só foram concluídas no verão de 2005, com o total alcatroamento da estrada, mesmo até ao povoado.
Mais de quarenta anos depois, pode assim a pitoresca localidade do Fontão ter uma estrada de acesso condigno, uma luta de persistência de um povo, que
ficou na história e na memória perpétua.

As Palheiras de Loriga
Um pouco por todo o lado da região circundante de Loriga, são muitas as palheiras que se podem ver e que fazem parte da história desta localidade e das suas
gentes.
Construídas em granito e xisto, onde os telhados eram suportados por traves de castanho, as palheiras são parte de uma paisagem que rodeia a vila de Loriga,
onde em todas elas parece haver uma história para contar. Edificados para guardar os animais, os cereais ou mesmo frutos, foram também casas de habitação,
onde nasceram, viveram e morreram muitos origuenses.
Em consequência do sistemático abandono das terras de cultivo, os incêndios e ainda a falta de obras de remodelação, as palheiras foram-se degradando, hoje
muitas delas, são apenas ruinas e paredes, parecendo monumentos tristes, onde existiu um passado de vida, alegria e prosperidade.
Construídas nos mais remotos lugares, são centenas as palheiras existentes, onde os seus proprietários e construtores, empregavam toda uma engenharia
manual na sua edificação e, como eram tempos diferentes, a construção de muitas não eram licenciadas, por isso, hoje em dia, são muitas as que não estão
devidamente registadas.
Nos tempos actuais parece existir um certa tendência, no aproveitamento de muitas das palheiras, como casas de habitação temporária, sobretudo para férias,
só que sendo recuperadas com a aplicação do cimento e tijolo, decerto as vai fazer perder a estética rural e o primitivo tradicional como sempre se conheceram.

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Conjunto de palheiras (Encosta da Cabeça) Palheira (no antigo Caminho Romano)


(Registado aqui - Ano de 1999)

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"Alminhas"
Vozes do passado sibilando
vindo em ventos outonais
lembranças que vêm do além
em dissonâncias infernais.
Séculos, tempestades e noites
ecos de saudades profundos
num pensamento térreo
em outras eras, outros mundos.
À beira dos caminhos vêm
sombras que não voltaram
passos trémulos se extinguiram
lá para longe e não regressaram
Em linguagem de granito
eco surdo de mistificação sentida
mão em chamas se eleva
num espirito e ânsia incontida

*
Em frente dumas "Alminhas"
Não há decerto ninguém
Que não recorde saudoso
Rua de São Sebastião (Junto ao Cemitério) As Almas que Deus lá tem.

(Registado aqui - Ano de 1999)

"Cruzeiro da Carreira - 1820"

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Cruzeiro!.. Onde no topo se eleva a cruz granítica como que sentinela de fé com pedras morenas, nuas, açoitadas pelos ventos e
enegrecidas pelas chuvas e por sois.
Que divisa o sol logo ao romper da aurora e o vê desaparecer quando a noite se aproxima.
Cruzeiro!.. Quantas gerações passaram e se sentaram já naquele pedestal e que ao mesmo tempo é testemunho de tempos que
já lá vão, relíquia simbólica e eloquente de antepassados, aureolado pelo simbolismo e fantasias lendárias que representa uma
realidade e uma esperança.
A realidade, porque mostra a fé e o patriotismo daqueles que neste torrão hermínio viram a luz do dia e cujos nomes e anos já
esqueceram.
A esperança porque é para os Loriguenses de hoje um estímulo a lembrar o sagrado dever que tem de transmitir aos vindoiros a
fé que os antepassados legaram.

Nota:- Este Cruzeiro está edificado num local de Loriga popularmente chamado "Carreira", sendo como que um símbolo desta
localidade, numa ideia concebida pelos antepassados Loriguenses, ainda ali bem viva.

Av.Augusto Luis Mendes "Carreira"

(Registado aqui - Ano de 1999)

"Cruzeiro da Independência - 1940"

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O primitivo Cruzeiro foi edificado em Loriga no Largo de Sto.António, mais popularmente chamado
Largo da "Carvalha". A sua inauguração, com a respectiva benção, ocorreu no dia 8 de Dezembro
de 1940, com grande brilho, quer nas funções litúrgicas, quer no entusiasmo da freguesia e
daqueles que tinham lutado para a sua construção.
O levantamento do Cruzeiro em Loriga, foi um dos muitos construídos por todo o país, como
monumento evocativo do "Oitavo Centenário da Fundação e Terceiro Centenário da Restauração
da Pátria" . Surgiu de uma ideia do Rev. Padre Moreira das Neves para perpetuar, para as
gerações vindoiras portuguesas, tão importantes acontecimentos.
Assim em Loriga foi, desde logo, acarinhada entusiasticamente essa ideia, não só pela população,
como pelos organismos competentes locais, tantos religiosos como sociais, sendo logo
constituída uma comissão para proceder à angariação de fundos.
Todo ele em mármore e de rara beleza, era como uma sentinela naquele Largo, onde os ramos
das grandes árvores o resguardavam do Sol. Ali se manteve, durante cerca de pouco mais de
três dezenas de anos, sendo retirado com todo o cuidado daquele local, no principio da década
de 1970 na ideia de, posteriormente, ser novamente erigido.
No entanto, tal só viria acontecer nos finais de 1998, ao ser reconstruído, não no primitivo lugar,
mas sim num outro local de Loriga, desta feita no Largo do Fonte do Mouro. -Inauguração O Cruzeiro (actual) na Rua
efectuada a 8 de Dezembro de 1998. Fonte do Mouro
O Cruzeiro (antigo) no Largo da "Carvalha"
ou Largo do Santo António

(Registado aqui - Ano de 1999)

Cruzeiro do Adro da Igreja - Desaparecido


Chegou a existir no Adro da Igreja em Loriga, um Cruzeiro, preciosa jóia de verdadeira arquitectura, que segundo se sabe as pedras foram caindo ou mesmo
derrubadas, para que nunca mais fossem levantadas e, mesmo sem se saber porquê, foram desaparecendo nunca chegando-se a saber ao certo na época,
qual o destino que lhes foi dado.
O conhecimento da existência de um Cruzeiro naquele local, chegou até aos nossos dias através de relatos muito antigos, não se conhecendo qualquer escrito e
descrição a datas ou mesmo a forma arquitectónica com era a sua construção.
(Registado aqui - Ano de 2002)

A "Carreira"
Este local de Loriga, tradicionalmente assim chamado, faz parte da Avenida Augusto Luís Mendes, hoje em dia considerado um lugar central, havendo mesmo
quem diga, ser a sala de visitas desta Vila.
O nome de "Carreira" como popularmente se conhece, vem já de há muitas dezenas de anos atrás, mais precisamente, quando começou a haver em Loriga
camionetas de transportes públicos, pois era este o local onde chegavam e donde partiam essas carreiras, tal como acontece nos tempos de hoje.
Este local da Vila de Loriga, que em tempos longínquos começou por ser a entrada para esta povoação, poderia ser visto de todos os mirantes, dali se
avistando, também, paisagens inconfundíveis é, nos tempos actuais, uma avenida bem central e ainda local de encontro dos que chegam e dos que partem.
Lugar de rara beleza, que uma certa geração loriguense ainda recorda, num cenário de muitas árvores com um certo porte, bem alinhadas de um lado e outro da
avenida, que se estendia até ao "cabo da carreira". Nessa extensão, num dos lados, corria silenciosamente a água de uma levada feita de pedra de granito

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envelhecidas pelos tempos, onde muitos se sentavam principalmente no verão à sombra daquelas árvores, dando um panorama inconfundível que não podia ser
esquecido pelo desenhador, pintor ou fotografo de ocasião.
Nos primeiros anos da década de 70, foi este local tema de verdadeira transformação, numa perspectiva de futuro, com a construção de muitas novas casas e
num grande desenvolvimento comercial, daí o dizer-se que é a avenida central de Loriga.
Este local de Loriga, ficou marcado na memória de uma certa geração de Loriguenses, ao qual se habituou a chamar "Carreira" que, apesar das muitas
transformações porque já passou, irá, de certo, marcar as gerações vindoiras.

"Carreira" 1951 "Carreira" 1976 "Carreira" 1996


(Registado aqui - Ano de 1999)

"O Pelourinho de Loriga"


Os Pelourinhos em Portugal, edificados um pouco por todo lado, e que ainda hoje muitos deles primitivos existem, parece terem ficado
marcados na história portuguesa pela negativa.
O Pelourinho de Loriga até ao século XIX, encontrava-se erguido num pequeno Largo desta
Vila perdendo-se no tempo o motivo e a história da sua demolição.
Dele ficaram apenas uns poucos escritos e relatos verbais, transmitidos através de gerações em que deram sempre conta da
existência ali desse monumento.
Segundo relatos, em 1881 ainda existia "O Pelourinho de Loriga, erguia-se em frente à casa da Câmara e Cadeia, era
constituído por uma argola movediça de ferro forjado, tendo por base três degraus e era encimado por pedra quadrangular o
ostentando as armas da vila."
O primitivo Pelourinho de Loriga, ao ser destruído, fez desaparecer também com ele parte da história de Loriga de séculos passados,
tendo-se até perdido uma concreta definição estética do mesmo. Por esse motivo, quando surgiu a ideia de reedificar o Pelourinho, foi
necessário fazer um estudo aprofundado, no sentido de que a reconstituição fosse o mais fiel ao original. Esse trabalho pareceu valer
a pena, pois hoje podemos ver, no mesmo local, um outro Pelourinho construído ali há poucos anos.
São mesmo poucas, as versões existentes relacionadas ao Poleirinho de Loriga, mas a que parece mais credível é a versão do
Capitão Dr. António Dias, na década de 1950, que se baseou nas informações orais de um velho operário, que se lembrava muito bem
do Poleirinho inclusive viu cair a picota.
A reconstituição do Pelourinho de Loriga, foi feita a partir desta versão escrita pelo Capitão Dr. António Dias e o desenho foi feito pelo
senhor Júlio Vaz Saraiva, ex-desenhador da antiga empresa Hidro Eléctrica, verdadeiro expert na área dos poleirinhos.
Largo do Pelourinho
A reedificação do Poleirinho de Loriga foi finalmente concretizada, sendo inaugurado no dia 1 de Agosto de 1998. Apesar de não ser o

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primitivo é com satisfação que os Loriguenses vêm ali erguido aquele monumento histórico que fez parte da história antiga desta
localidade e da sua população.

Caracterização Topológica do antigo Pelourinho de Loriga


Base:-Dois blocos hexagonais, tendo o primeiro 75 cm de altura e 1 metro de largura e o segundo 35 cm de altura e 60 cm de largura;
Fuste:-Cilíndrico; Capitel:-Sobre uma calote esférica, tem três secções cilíndricas, a primeira 30 cm de diâmetro e 20 cm de altura, a
segunda 45 cm de diâmetro e 20 cm de altura e a terceira 60 cm de diâmetro e 20 cm de altura ; Remate:-Cilíndrico; Coruchéu:-Uma
semi-esfera tem 35 cm de diâmetro e 25 cm de altura; Grimpa:-Um catavento em forma de bandeira; Acessórios:-Uma argola
esférica a meio da coluna; Classificação:-Sem decoração ou arrebique de estilo que lhe confiram uma feição artística definida; Época
provável de construção:-Século XVI; Época provável de demolição:-Finais do Século XIX.
(Registado aqui - Ano de 2001)

" Estátua do Dr. Amorim da Fonseca"

Num dos largos da rua principal desta localidade, pode admirar um monumento ali erguido, numa justíssima homenagem de
gratidão do povo de Loriga ao médico Dr. Joaquim Augusto Amorim da Fonseca que, apesar de não ser desta terra, durante
mais de três décadas ali desempenhou as suas funções de médico, e onde veio a falecer em 13 de Maio de 1927, vítima do
dever profissional quando, em Loriga, se lutava contra uma grave epidemia.
Natural de Varziela concelho de Felgueiras (Minho), foi designado para médico de Loriga em 1893.
A morte do Dr. Amorim da Fonseca, "médico do Povo" como era conhecido, foi para Loriga uma perda irreparável e, durante
anos, a população chorou o seu desaparecimento. Após a sua morte, e depois das respectivas exéquias, o corpo foi
trasladado para a sua terra natal.
Mais tarde, a Junta de Freguesia mandou erguer o seu busto naquele largo, ao qual viriam a dar também o seu nome,
perpetuando assim também a memória das vítimas dessa epidemia.
Em 1977, naquele Largo do Dr. Amorim da Fonseca, decorreu uma homenagem de evocação dos 50 anos da sua morte e,
ainda, da memória de todas as vítimas dessa epidemia.

Largo do Dr. Amorim da Fonseca

(Registado aqui - Ano de 1999)

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As "Cruzes dos Caminhos"

Monumentos simbólicos que sinalizam um lugar onde tenha


ocorrido morte inesperada e violenta de alguém. Fazem parte
de um culto popular, que teve um maior incremento a partir do
século XVII, com particular incidência mais a norte do rio Mondego.
Em Loriga, no lugar chamado "As Calçadas", encontra-se um
desses monumentos, testemunho do assassinato de
de uma mulher, em tempos há muito distantes, quando aquele
local servia de acesso para outras povoações.

Cruz na Estrada Nacional Nr.231

(Registado aqui - Ano de 1999)

O Cemitério de Loriga

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Cemitério de Loriga (2002)

***
Fica situado, no final da Rua de São Sebastião, sensivelmente a cerca de 600 metros do centro da vila e ao cimo da catraia da Nossa Senhora da Guia.
A construção deste Cemitério, deveu-se na necessidade de proceder à substituição do cemitério então existente e, que se situava onde é hoje o Largo do Santo
António, bem no centro da vila.
Em 1894, foi deliberado pela Câmara Municipal de Seia, a construção de um novo cemitério, uma carência já à muito tempo visível, vindo também ao encontro
dos pedidos que há muito vinham sendo feitos, pelas autoridades administrativas de Loriga.
Em 1895 foi construído o novo cemitério, mas só nos primeiros anos do século passado ficou definitivamente concluído, começando de imediato a ser utilizado.
Lentamente foi-se procedendo também à transladação dos restos mortais do antigo cemitério no Largo do Santo António para o novo cemitério, que só ficou
concluído definitivamente mais ou menos na meada da década dos anos de 1920, havendo até relatos que dão conta de que, quando se iniciou mais tarde a
construção das casas naquele largo, ainda iam sendo encontradas ossadas.
Com a aquisição por compra dos lotes de terra, que a população vai adquirindo para sepultar os seus familiares, o actual cemitério antes dos últimos anos do
século passado, ficou a arrebentar pelas costuras, como se diz na gira, ficando mesmo sem espaços disponíveis.
Por isso, a autarquia local já alguns anos vinha idealizando e desenvolvendo esforços no sentido de encontrar uma solução, tendo adquirido um novo terreno ao
lado do actual cemitério, ficando projectado para a curto prazo, o respectivo alargamento. (Registado aqui - Ano de 2000)

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O novo Cemitério
Nos primeiros anos deste século, procedeu-se então à construção de um novo espaço, na
parte sul, ao lado e colado mesmo ao principal cemitério. Na altura a sua construção
levantou até uma certa polémica, mas certo é, que a situação de falta de espaços
disponíveis ficou para já resolvida, ficando no entanto também no ar, a ideia, que poderia
ter havido um pouco mais de imaginação e ter-se conseguido fazer diferente, pensando-se
já que um dia no futuro não volte a viver-se a mesma situação vivida neste últimos anos.
Este novo espaço do cemitério começou a ser utilizado a partir do ano de 2002, onde
passaram a ser sepultados os defuntos, que não tem campas familiares ou que por
alguma razão, não estão disponíveis no cemitério mais antigo.

Fachada da entrada do novo Cemitério

(Registado aqui - Ano de 2002)

O Mirante da "Penha D´Águia"


O Mirante da Penha D´Águia situado muito perto do local conhecido por "Selada" é dos lugares de Loriga, onde se pode deslumbrar uma das mais encantadoras
vista panorâmicas sobre a vila e toda a região circundante que de certo nunca mais esquecerá.
Quando nos finais da década de 1920, foi construído o lanço da estrada (hoje EN 231) entre a Fábrica dos Leitões e o local conhecido por "Selada" e, daqui
com seguimento até Alvôco da Serra, ficou logo resguardado aquele espaço de rochas salientes alcandoradas sobre o abismo.
Segundo se sabe e também por relatos antigos, durante as obras da estrada e já naquele lugar, surgiu logo uma ideia de salvaguardar aquela saliência da
montanha, no sentido de passar a ser um miradouro para a vila e restante vale, tendo logo sido efectuados uns certos arranjos de acessibilidades adequados,
que apesar de mínimas, transformaram desde logo aquele local num mirante.
Durante cerca de três décadas manteve sempre o seu estilo primitivo, sem resguardos tornava-se até um local perigoso. Aquele local só foi requalificado e
transformado num verdadeiro miradouro, no ano de 1958 quando, a estrada EN.231 entre São Romão e Pedras Lavradas em todo o seu percurso, foi
restaurada e alcatroada, suprimidas algumas curvas e apetrechada com muitos aquedutos para o escoamento das águas, tendo sido também devidamente
sinalizada, ficando desta feita uma magnífica via de circulação.
Nesse ano de 1958 e durante o mês de Abril, foram então concluídas finalmente todas as obras necessárias no novo mirante, inclusivo, foi devidamente
apetrechado com resguardos, tal como hoje se conhece, onde se pode admirar uma bela e deslumbrante vista geral sobre a Vila de Loriga e grande parte do
vale e onde de certo se vai ínspirar, o poeta, o fotógrafo, o escritor e também o sonhador.
***
Recomendação ao visitante
Ao visitar a vila de Loriga, não deixe de visitar o miradouro da Penha D´Águia, por certo ficará deslumbrado e verá, que levará na retina do seu olhar uma das
mais panorâmicas paisagens que de certeza não vai esquecer e vai manter na recordação.
Poema ao Mirante

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O "Mirante" é uma varanda


Parecendo não haver outro igual
Dali se avista a Vila de Loriga
Das mais lindas de Portugal
Alguém disse um dia
Ao paisagem dali admirar
Parecia sentir-se passarinho
Que bem alto ia a voar
Ali se vai inspirar, o poeta
O fotógrafo e também o escritor
Mas muitos mais ali vão
Ao sentirem-se sonhadores
Ao fundo eu vejo a ribeira
No poço "Forte" está meu olhar
Vezes sem conta ali ia eu
Para nas suas águas me banhar
Ao mirante vou olhar Loriga
Para a levar de recordação
Apesar de estar longe dela
A quero ter sempre no coração
Estrada Nacional 231 (Penha D´Águia)
* APina

Mirante de Loriga - Ano 1953 Mirante de Loriga - Ano 2007


(Registado aqui - Ano de 1999)

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"Levadas & Regos"


Um pouco por todo o lado, nos arredores da Vila
de Loriga, damos conta da existência de Levadas que
os antepassados um dia construíram para encaminharem
as águas, necessárias para movimentação das fábricas,
dos moinhos e, principalmente para as colheitas.
As Levadas são, pois, estreitos canais que transportam
a água, em muitos casos transformados em aquedutos
quando o terreno assim o exige, irrigando o solo palmo
a palmo e destinadas, como se disse, a levar a água a todos
os locais onde fosse necessária.
As Levadas de Loriga, todas elas construídas a partir Lavadouro das Penedas
das ribeiras chegam, muitas delas, até à povoação, onde as
suas águas se encaminham para depois deslizarem nos regos
que ainda hoje podemos ver nas ruas.
Estes regos e levadas demonstram bem ao visitante,
ser Loriga uma região de muita e preciosa água.
Uma curiosidade típica de algumas Levadas de Loriga
era os lugares próprios, que nelas existiam, que as
mulheres utilizavam para ali lavarem a roupa.

Rego na Rua Coronel Reis

(Registado aqui - Ano de 1999)

Palheira da Tapada do Amial

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A Palheira da "Tapada do Amial" é sem dúvida uma das palheiras de Loriga, que ficou
registada na história de Loriga, foi ali que faleceu Emídio Gomes Figueiredo, natural de
Loriga onde tinha nascido no ano de 1897, foi considerado um dos maiores pastores da
Serra da Estrela, para muitos foi mesmo um símbolo e uma referência.
Para o "Ti Emídio Correia" como era popularmente conhecido, num começo do dia no ano
de 1969, parecia-lhe um dia igual a muitos outros, o velho pastor prepara-se para mais
uma saída com o seu rebanho, coloca ao ombro a velha sacola com a "bucha", pega no
seu inseparável cajado, prepara-se para se pôr a caminho.
Começa a sentir-se mal, senta-se nos degraus desta sua palheira ali situada na "Tapada
do Amial", possivelmente deitando um último olhar em seu redor, tranquilamente
adormece no sono eterno, quem sabe feliz por deixar esta vida dos vivos, longe da
povoação e num mundo que foi todo a sua vida - a serra.
Algum tempo mais tarde é encontrado por sua mulher naquele local, onde parecia existir
uma verdadeira paz eterna. Junto dele, o seu cão e fiel amigo fixava o seu olhar no velho
pastor, chorando parecendo um humano, cenário que não mais foi esquecido por aqueles
que ali acorreram. Esse mesmo cão, com tal desgosto, deixou de comer e pouco tempo
depois morreu também.

(Registado aqui - Ano de 2004)

A "Casa dos Ingleses" *


Situada na freguesia de Loriga, num local também conhecido por "Penedo de Alvoco", da "Casa dos Ingleses" restam hoje apenas ruínas.
Ficou assim conhecida, não por ter sido construída por ingleses, mas por ter sido utilizada por uma comunidade inglesa que, nas primeiras década do século
passado, se dedicava à exploração do volfrâmio, cobre, estanho e, eventualmente, outros metais, nas minas do Sorgaçal e Cabrum.
Esta casa foi mandada construir numa das última décadas do século XIX, por uma senhora loriguense, (Josefa Cândida de Pina nascida em 5.11.1825 e falecida
em 5.5.1900) nos terrenos de que era proprietária, com o intuito de naquele lugar, de bons ares e boas águas, minorar a doença pulmonar do marido.

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A casa mandada edificar naquele sítio distante da vila, construída em granito bem
aparelhado e, também pelos sinais tumulares que não eram vulgares na época, deduz-se
que o casal dispunha de meios de fortuna.
Mais tarde alugou-a aos ingleses que a usavam como escritório e até como habitação
passando, assim, a ser conhecida pelo povo como a "Casa dos Ingleses".
Estes ingleses chegaram a Loriga acompanhados das famílias e de um intérprete este,
natural da Madeira, que veio a casar com uma loriguense chamada Glória. A vinda destas
pessoas constituiu uma mais valia, muito além do que se pode imaginar, contribuindo, em
muito, para uma acentuada melhoria da economia local.
Um destes ingleses, chamado "James", veio a morrer em Loriga em 9 de Novembro de
1911, tendo ficado sepultado no cemitério local. Ainda há poucos anos se podia ver a sua
campa com uma pedra que tapava o túmulo, cercado por uma grade de ferro e situado no
lado esquerdo do cemitério. Quando ali foram sepultados os aviadores ingleses vítimas do
acidente de aviação em 1944, já portanto, ali se encontrava sepultado este cidadão inglês.
Quando, em 1952, o Primeiro Ministro do então Império Britânico, Anthony Eden, visitou
Loriga e no cemitério local homenageou os seis malogrados aviadores que, em 1944,
encontraram a morte ao embater o avião que pilotavam na Penha do Gato, surpreendeu-se
ao ver, no mesmo cemitério, a sepultura de outro compatriota seu.
Há poucos anos, retiraram a pedra daquela sepultura, para ali enterrarem outra pessoa,
sendo a mesma encostada ao muro do cemitério, lado direito, onde ainda se encontrava em
Agosto 2005.
Durante algumas décadas, a "Casa dos Ingleses" podia ser visível de qualquer local de Casa dos Ingleses (Ruínas)
Loriga, o que não acontece hoje em dia, porque dela apenas restam ruínas. No entanto,
aquele local continua ainda ser assim conhecido pela "Casa do Ingleses".
À cerca de vinte anos, as minas existentes naquele lugar do "Sorgaçal" e "Cabrum", foram tema da ideia, a nível particular, com o propósito de renovar a
exploração das minas e assim proporcionar uma mais valia para Loriga. Mediante alguma observação experimental, finalmente, foi sentenciado:- Os metais
existiam, mas a sua potencial exploração não seria rentável.
Em 1983 chegou a circular em Loriga, um abaixo assinado, no sentido da preservação da "Casa dos Ingleses, na ideia mesmo da recuperação do edifício. No
entanto, por motivo que se desconhecem, nunca chegou a ter os apoios necessários, por isso, continuar-mos ainda hoje a ver aquele edifício em ruinas e no
completo abandono.
* Registos de António Pina - (Registado aqui - Ano de 2006)

A "Praça"
Situado bem ao centro da Vila antiga e histórica de Loriga, quase no final da Rua Sacadura Cabral e no começo da Rua Cônego Nogueira, fica o local conhecido
por a "Praça", popularmente assim chamado, sem se saber bem ao certo, mas há relatos que nos dizem ter sido ali que começou por ser uma praça, na venda
de legumes, feijão etc.
Um local de história, ainda na recordação de muitos e ao qual gerações e gerações de loriguenses, nomeadamente mais os homens, parecem ali terem ficados
para sempre ligados, foi durante longas décadas o centro da vila, local de laser, encontros, de troca de abraços, conversas cavaqueiras, despedidas, fosse
verão, primavera, outono ou inverno, fosse dia ou noite, estivesses a chover, a nevar ou dia de sol, sem dúvida um local de Loriga com mais mística ou mesmo
dizendo um lugar de magia.

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Falar-se daquele local de Loriga, que mesmo ainda hoje continuamos a chamar a "Praça" é poder-se recordar um recanto da nossa terra, que de certa forma foi
um local marcante, quantos olhares ali se trocaram, como um princípio de amor, quantas vezes os rapazes ali se quedarem horas para ver passar a sua amada,
quantas pessoas ali se viram passar e não mais se viram voltar, quantas novidade, segredos e boatos que ali se ouviam, para rapidamente chegarem às casas
por toda a vila.
Foi ali que nasceu o primeiro café de Loriga, aberto por um afamado
loriguense de seu nome António Machado, em 1945, situado onde é hoje a
garagem do prédio do "Zé Maria" como assim é mais conhecido e que se
circunscreve na "Praça".
Curiosamente anos mais tarde veio a abrir o café "Neve" do então
proprietário do prédio, o senhor José Maria, durante longos anos ali
permaneceu como um dos conceituados cafés de Loriga, mesmo em
frente no outro imóvel também histórico naquele local, existia o "Café do
senhor Carlos Pina", mais tarde adquirido pela família Cristóvão, que
ainda hoje lhes pertence e que continua ali a existir.
Se este pitoresco lugar da "Praça" numa "Loriga de outras eras" era já um
local especial da vila, com a existência dos dois ditos cafés ali, mais tarde
com o aparecimento da televisão, este lugar passou ainda mais a ser um
local privilegiado e de encanto para muita da população loriguense, pois
era ali e olhando através da porta e das janelas do café do "Ti Zé Maria"
que podiam ver essa "caixinha" para muitos mágica, que estava já a
revolucionar o mundo.
Nesses tempos, era um local verdadeiramente concorrido, na verdade
quase sempre se via a "Praça" apinhada de gente, uns em grupo em
animada conversa cavaqueira, outros a tentarem ver a televisão através
das janelas e porta do Café do "Ti Zé Maria" e ainda outros apenas ali se
quedavam para ver quem passava, muitas vezes acontecia quererem as
pessoas passar e quase que nem podiam, são estas das muitas
recordações que nos ficaram para sempre.
Falando-se daquele lugar a "Praça" e todo o perímetro que a circunscreve,
de maneira alguma se pode omitir os dois maiores imóveis ali situados,
que fazem parte do historial da vila de Loriga.
O prédio da "Escola" como assim foi sempre conhecido, porque era ali
que funcionava a escola primária, além de ser também casa de habitação
de professores, mesmo com a construção do primeiro imóvel da Escola
Panorama do local chamnado "Praça" - Ano de 20213 - Foto Zé Fernandes Primária de Loriga (onde hoje é a Junta de Freguesia) continuou a ser
como uma solução e uma mais-valia e ao mesmo tempo de apoio à escola
primária, tendo em conta de o dito imóvel então construído, ter apenas
duas salas e considerado muito limitado, pois a existência de cada vez de
muitas mais crianças na idade escolar, era de facto grande a preocupação
que continuava sempre muito presente em Loriga.
Por sua vez o imóvel conhecido pelo prédio do "Ti Zé Maria" foi e mesmo
hoje ainda considerado um ex-libris do lugar a "Praça". Prédio habitacional

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e de uma característica especial, além dos cafés que ali existirem como
se disse, nele existiu a Padaria também do "Ti Zé Maria" que funcionou ali
dezenas de anos. Este prédio foi sem dúvida um imóvel de referência em
Loriga, mesmo hoje continuando a ter história, ao ser instalada a
Farmácia, um novo rumo para aquele local onde era o Café, que muitos
nunca imaginaram que pudessem ver aquele espaço destinado, ao que
quer que fosse, que não fosse um café.
Não parecem restar dúvidas, que o lugar chamado "Praça", durante longas décadas, foi o local central de Loriga, que foi perdendo esse protagonismo do centro
da nossa terra, quando nos finais da década de 1970, os olhares do futuro se começaram a centralizar no lugar conhecido por "Carreira" hoje sim o local central
de uma nova vila de Loriga.
As pedras e as paredes naquele local chamado "Praça" é o silêncio que parece ficaram perpetuadas no vazio, mas se falassem muito tinham que contar, tempos
idos que parecem ainda estar na recordação de muitos de nós. Quando ainda hoje por ali passamos, vem-nos à memória, ver aquele local cheio de muita e
muita gente, muitos que já nos deixaram e que naquele local estiveram e por lá passaram uma última vez para ali não mais voltarem.
(Registado aqui - Ano de 2013)

Os Abrigos dos Cantoneiros

Ao longo das estradas e em locais onde as ravinas são bem demonstrativa, vamos encontrando
cavidades na maioria feitas pela mão do homem, verdadeiros resguardos que serviam para acoitar das
chuvas os Cantoneiros, romeiros, ou mesmo os passante de ocasião.
Hoje em dia já não existem os Cantoneiros, tal como nos tempos passados. Era uma profissão digna,
efectuada por homens calejados que tinham nas estradas o seu lugar de trabalho que consistia na
conservação das bermas e valetas, trabalho exaustivo efectuado praticamente no isolamento, ao sol,
vento e chuva, tendo nesses buracos feitos ao longo das estradas, muitos deles feitos pelos próprios, o
refugio para se protegerem das intempéries ocasionais.
Num olhar mais atento ao passarmos nas estradas, vemos ainda muitos desses abrigos, resistindo aos
tempos, que são hoje relíquias de um passado distante, que representam locais de histórias que o
tempo vai apagando e que muito teriam para contar.

(Registado aqui - Ano de 2007)

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- Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar -

Com a realização do 1º. Encontro dos Loriguenses Ex. Combatente da Guerra do Ultramar, realizado no dia 27 de Julho de 2013, foi assinalado
esse primeiro encontro com a inauguração do Monumento "Aos nossos combatentes do Ultramar" registando-se assim, uma nova página na
história de Loriga.
Sem dúvida que foi um dia diferente na nossa terra, um convívio de grande simbolismo, que para além de se recordar uma passagem na nossa
história de Portugal e de Loriga, sobressaiu o encontro de muitos amigos que já há muito se não viam, numa confraternização de amizade e
fraternidade.
Esteve presente o senhor presidente do
Município de Seia, Carlos Filipe Camelo, e
ainda vários vereadores, assim como, o
presidente da Junta de freguesia António
Maurício, o senhor Padre João Barroso,
Pároco de Loriga, também alguns convidados
e ainda muito público em geral, que numa
cerimónia de grande significado, foi assim
inaugurado o sonho do monumento que veio
enriquecer a vila de Loriga.

António José Leitão, como porta-voz da


comissão, do 1º. Encontro dos Loriguenses
Ex. Combatente da Guerra do Ultramar orou da
palavra dando a conhecer todo o trabalho feito,
referenciado as pessoas que contribuíram para
que o monumento se tornasse realidade,
salientando o pouco tempo disponível para ser
possível estar-se ali nesse momento a
inaugurar o monumento, usou ainda da palavra
o senhor presidente da Câmara de Seia e
também o presidente da Junta de Freguesia,
unânimes no reconhecimento deste
monumento em Loriga.

De seguida deu-se inicio ao ato solene da


bênção do monumento, pelo senhor Padre
João Barroso, para depois se proceder a tirada
das fotografias de família junto do monumento,
registando-se dessa forma um momento que
vai ficar na recordação de todos.
Iniciou-se depois o cortejo pela principal rua da vila de Loriga, com todos os Ex Combatentes, seus familiares e amigos a percorrerem o percurso
até à Igreja Matriz, onde teve lugar a Santa Missa, terminada esta, empreendeu-se o trajeto para as instalações dos Bombeiros Voluntários de

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Loriga, onde decorreu o Almoço de Confraternização, que se veio a prolongar ppor toda a tarde.
(Registado aqui - Ano de 2013)

Ribeira de Loriga

*** ***

Visite Loriga e goste dela como nós

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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Detalhes da História de Loriga


Inventário dos Bens da Igreja de Loriga (1912)
Com a chamada lei da "Separação" decretada pelo Ministro da justiça Dr. Afonso da Costa em 24 de Abril de 1911, do então Governo Provisório, começava assim um novo capítulo da Igreja
Católica em Portugal, lei esta que determinava a separação do Estado da Igreja.
Esta nova lei veio acentuar ainda mais uma certa desconfiança que se vinha já verificando algum tempo nos meios do clero em Portugal, por isso um pouco por todas as igrejas portuguesas foram
aparecendo algumas ondas de protestos e de oposição.
É evidente que a situação no país nessa altura era muito conturbada, com a queda da monarquia e implantação da República, sob efeitos do Governo Provisório, fazia pairar uma certa
instabilidade a todos os níveis. As sistemáticas transformações que iam acontecendo, veio a culminar numa certa perseguição à Igreja e aos seus Ministros de Deus, durante alguns anos e que
foram de triste memória para Portugal.
Em 1912 era pároco de Loriga o Sr. Padre Lages, sendo bem conhecida a sua enérgica posição contra o referido decreto, tendo até elaborado um protesto escrito quando se procedeu em
Loriga ao inventário dos bens da paróquia.
Pelo valor que representa vamos recuar a esses tempos, já há muito distantes e transcrever na integra a acta respeitante a esse acto do Inventário dos bens da Igreja Paroquial de Loriga.
Arrolamento e inventário dos bens que se destinavam ao culto da Religião católica na freguesia de Loriga
"Aos quinze dias do mês de Janeiro de mil novecentes e dose neste logar e freguesia de Loriga, concelho de Seia, compareceu o Excelentissimo Bacharel António Borges Pires, Presidente
da Camara Municipal, servindo de Administrador deste concelho e Presidente da comissão Concelhia do Eventário, comigo Amandio Rodrigues Frade, aspirante de Finanças deste concelho,
servindo de secretário da mesma Comissão, legalmente nomeado pelo respectivo secretário de Finanças e o cidadão António Cabral, casado proprietário na qualidade de vogal da Junta da
Paróquia desta freguesia e indicado pela Camara Municipal para fazer parte da referida Comissão, a fim de se proceder ao arrolamento de todos os bens que teem sido destinados ao culto
publico da Religião Católica desta freguesia nos termos e para o efeito da lei da separação da Igreja do Estado, de vinte de Abril de mil novecentos e onse. Pelo dito Presidente foi ornado o
arrolamento de todos os bens existentes, a principiar pelos da igreja Matriz da freguesia. Nesta altura pelo pároco encomendado da freguesia o cidadão António Mendes Cabral Lages, que se
achava presente foi declarado que desejava protestar contra o acto que se ia praticar, apresentando o seu protesto por escrito.
Pelo mesmo Presidente foi ordenado que o mesmo protesto fosse junto a este auto para os devidos efeitos, prosseguindo-se ao arrolamento e verificando-se que os bens constam do
seguinte: - Um edificio destinado à Igreja Matriz, da freguesia, com a sua sacristia terrea, torre com dois sinos desiguais, uma sineta sem badalo, um relógio de pendulo e pesos, tendo
também côro e pulpito pia batismal quatro pias de àgua benta tudo feito de pedra vulgar e dois confessionarios de madeira de castanho. É composto de cinco altares denominados: Altar-mór
com tribuna dois nichos lateraes tendo cada um sua imagem chamadas S.Domingos e S.Bento, e alem disso um crucifixo com a competente banqueta composta de seis castiçaes de madeira.
Neste altar está situado o Sacrario contendo a "Pixede" ou Vaso Sacramental.- Um altar lateral com as Imagens de Santa Luzia, S.Nicolau e Santo Estevao, todas de pedra tendo tambem um
Crucifixo e quatro castiçaes de madeira.- Outro altar lateral com as Imagens do Sagrado Coração de Jesus e Menino Jesus, em madeira, tendo um Cruxifixo e quatro catiçaes de madeira.-
Outro altar com a Imagem da Senhora do Calvario e São João, de madeira tendo tambem um Crucifixo e dois castiçaes de madeira.- Outro altar com a Imagem da Senhora do Rosário, em
madeira, com Crucifixo e dois castiçaes de madeira.- Na casa que serve de Sacristia existe uma comoda com dois gavetões, nos quaes estão os seguintes objectos: dois paramentos brancos
de damasco, dois ditos vermelhos do mesmo tecido; um dito roxo idem; um preto idem; um pontifical roxo idem; uma umbela idem; dois missaes com suas estantes; um thuribulo de metal
branco; dois calices: um de metal amarelo e outro com a base de estanho e a copa de prata; uma Cruz procissional de estanho; uma caldeirinha de estanho para agua benta; trez campainhas
de cobre e duas lampadas de metal amarelo e um par de galhetas de vidro. Um palio de damasco preto; quatro lanternas de folha de flandes; Na Sacristia existe mais uma Imagem do Senhor
da Almas com a competente cruz de madeira e uma Custodia de metal amarelo. Trez "Ambulas" de estanho. Todos os altares ja mencionados são construidos de castanho com obras de
"talha". Em seguida passou-se ao arrolamento das duas Capelas edificadas nesta povoação e conhecidas pela denominação de -Capela da Senhora da Guia, á entrada da povoação na qual
se acha levantado um Altar de madeira de pinho com a Imagem da Santa que dá o nome á Capela, tendo um crucifixo e dois catiçaes de estanho, existindo nela dois paramentos de damasco
e uma lampada de metal amarelo.- Capela de São Sebastião edificada tambem á entrada da povoação, tendo um altar de madeira de castanho, com a Imagem do Santo que lhe dá o nome,
na qual está um Crucifixo com dois castiçaes de metal amarelo. Na povoação, ha mais duas capelas por concluir sendo uma no sitio de S.Genez composta de paredes com o telhado e outra
sita á Carreira, tendo somente as paredes construidas. Seguidamente procedeu-se ao arrolamento e inventário das Capelas existentes nos logares anexos a esta freguesia e que apenas é:-
Uma erecta na povoação do Fontão sob a invocação de Santo António tendo um altar com a Imagem do mesmo Santo em madeira um Crucifixo e dois castiçaes de madeira um paramento de
damasco branco e um missal. Todos os bens que em cima ficam descritos foram confiados nos termos do artigo cento e seis da citada lei á guarda e conservação da Junta de Paroquia desta
freguesia. E não havendo mais nada a mencionar se lavrou para os devidos efeitos este auto em duplicado que vai ser assinado pelo presidente e pelo vogal depois de lido em voz alta por
mim secretário que o escrevi. (aa) António Borges Pires, António Cabral, Amandio Rodrigues Frade.-------------------------------------------------------------
Nota:- Este registo foi transcrito conforme se escrevia na época, por isso, aqui se manteve essa sua originalidade.
(Registado aqui - Ano de 2001)

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A Luta sindicalista em Loriga


O primeiro movimento sindicalismo corporativo em Loriga, surge nos primeiros anos da década de 1920, quando o Padre Lages na altura, tinha então dado cobertura à criação da Associação
Católica de Operários e Artistas, com data da fundação registada em 1 de Janeiro de 1923, com fins duvidosos, da qual nada resultou de benefício para a classe trabalhadora de então, mais por
causa de algumas pessoas colocadas à sua frente. Esta Associação funcionou na casa ainda hoje conhecida por "Casa do Jesué", e é ali que alguns jovens loriguenses, entre eles Abílio Ramalho
e Manuel Russo aprenderam as primeiras letras.
Entretanto, a nível nacional, já alguns anos antes que se notavam certas movimentações corporativas de lutas de defesa de direito, que só veio a ter mais
consistência, quando em 1932, Francisco Barcelos Rolão Preto, cria em princípio uma organização anarco-sindicalista, para depois fundar Movimento
Nacional-Sindicalista" (MNS), em Fevereiro de 1932, através do qual foi desafiado o Salazarismo emergente, com este movimento de massas a abalar
profundamente o País.
Este movimento nacionalista de trabalhadores portugueses, destinado à conquista e à organização do Estado pelo sindicalismo um movimento que
pretendia continuar os propósitos da Revolução Nacional de 28 de Maio, os quais o salazarismo gradualmente ia esvaecendo.
Com extraordinários dotes de persuasão, Rolão Preto conseguiu imprimir ao nacional-sindicalismo uma liderança fortemente carismática, mobilizando
grande número de jovens das Academias. Para tal sucesso, muito contribuiu também a adopção dos métodos milicianos de organização e propaganda em
voga na época. A coreografia escolhida incluiu a saudação "à romana", a adopção da "camisa azul" dos operários portugueses e a braçadeira com a Cruz
de Cristo.
A sua repercussão a nível nacional foi enorme, e assim pelo país foi-se notando uma melhor atenção para os direitos que os trabalhadores deviam ter.
Nessa altura Loriga era já uma localidade industrial, as fábricas davam trabalho a toda a gente, mas a exploração feita pelos patrões para com o seus
operários era na realidade enorme. Na altura horário de trabalho não existia, trabalhava, recebia; não trabalhava, não havia nada para ninguém. Caixa de Francisco Barcelos Rolão Simbologia
Preto sindilicalista (Anos
Previdência, Fundo de Desemprego, Férias, Feriados, nada, absolutamente nada. 1930)
Note-se que todas as fábricas no tempo eram movidas pela força da água e, no Verões secos a ribeira de S. Bento quase secava, aí os patrões
recusavam-se a pagar os tempos de paragem por falta de água. E quantos problemas à volta da falta de água. Os agricultores construíam poças por
aquela ribeira acima, os patrões mandavam destruir por operários "bem mandados".
A falta de um horário de trabalho, e a prática do trabalho de sol a sol, que começava cerca das 6 horas da manhã, e se estendia até às 20 horas num total
de 12 horas aproximadamente, começaram por revoltar alguns dos mais jovens loriguenses, que começaram a ter já certos conhecimentos e que viam em
tudo isso uma certa exploração e injustiças.
Abílio Ramalho, Manuel Russo e Abílio Melo, eram já uns jovens com uma certa visão, foram eles os principais revoltosos e cedo começaram a
entusiasmarem-se pelo movimento sindicalista, cada vez a tomar maior forma. As noticias chegadas a Loriga davam conta da luta reivindicativa de 8 horas
que estava a ser levada na Covilhã.
Estes três jovens deslocavam-se a pé por essa serra fora até à Covilhã, para várias reuniões, estendendo por esta via a luta travada em Loriga. Contavam
que numa dessas idas à Covilhã tiveram de fugir, pois todos os seus camaradas de luta tinham sido presos nessa noite, e levados para nunca mais voltarem.
A luta sindicalista por todo o país ia tomando uma certa forma, passando-se a assistir também um pouco por todo o lado de vários incidentes, por vezes bem
graves, principalmente, em localidades industriais, não tardando pois que o movimento nacional-sindicalista seja dissolvido por decreto governamental.
Inclusivamente são suspensas algumas das publicações que já haviam, os que não aderem à União Nacional dispersam. E assim morre movimento nacional
revolucionário português dos anos trinta.
Abílio Ramalho Manuel Russo
Em Loriga o jovem Abílio Ramalho, continuava um reivindicador convicto, anarco-sindicalista por tendência, não tinha medo de envergar a camisa azul com a
cruz vermelha, símbolo da organização a que se orgulhava de pertencer, desafiando assim o patronato da sua terra. Alguns operários ingratos chamavam-lhe
mesmo o "Testa de Ferro", quando, afinal, este homem não lutava só por si.
Entretanto, o horário de trabalho das 8 horas foi conquistado, tinha sido finalmente conquistada uma vitória, festejada com pompa e circunstância por todo o país. Mas em Loriga daí até a sua
aceitação foi ainda um passo muito grande.

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Nessa altura foi mesmo criada uma legislação governamental, passando a ver uma multa para os patrões não aderentes. No
entanto, continuava a ser muito difícil, em Loriga, a aderência ao horário das 8 horas. Os patrões, conservadores, não
aceitavam tal mudança, habituados que estavam ao ramerrame. Esta luta levou cerca de 10 anos a consolidar e, findos estes, já
na década de 50, havia ainda operários em Loriga que, para ganharem o dia, tinham de trabalhar 10 horas.
Enquanto, a maioria se calava, pensando apenas na conservação dos seus postos de trabalho, continuava a ver um braço de
ferro entre os jovens loriguenses do movimento sindicalista e os patrões da sua terra, um desses jovens Abílio Ramalho, teve
mesmo a coragem de denunciar o seu próprio patrão por falta de cumprimento, que resultou ter sido multada a firma Lages,
com uma quantia de 500$00. Escusado será dizer, que lhe custou o despedimento e um acordo entre todos os outros patrões
para ninguém lhe dar trabalho, obrigando-o a sair de Loriga, rumando para Sacavém à procura de trabalho.
Afinal os patrões de Loriga nada perderam com o horário das 8 horas. Vieram máquinas novas, compraram-se potentes
motores, a produção aumentou, e os lucros foram nessa altura como nunca.
Apesar de na altura já existir a Associação Operária da Industria Têxtil, a sua força era quase nula, e tal como Associação
Católica de Operários e Artistas, a sua existência e actividade parecia duvidosa, o poderio dos patrões continuava a notar-se
muito mais forte e quando havia injustiça de nada valia a luta travada. Por vezes era atribuída a este organismo certas situações
passadas em Loriga, dos quais era alheio, nessa altura, as massas corporativas eram sempre as culpadas, do que de mal havia
e neste caso Loriga não fugia à regra.
As lutas foram-se tornando inglórias, por esse motivo, alguns jovens que não aderiam a essa forma de estar, foram mesmo
obrigados a sair de Loriga, procurando trabalho noutros lugares, principalmente rumando para Sacavém, os que ficaram foram
obrigados a consentir, conservando dessa forma os seus postos de trabalho, mas a partir de então marcados para sempre
pelos seus patrões.
Entretanto o movimento sindicalista por todo o país, começa a ter uma outra expressão, desenvolvem-se outras aberturas e
cooperação entre o governo e as organizações corporativas, o desenvolvimento económico começa também a ser mais real,
começando a ser criadas condições mais condignas para os trabalhadores mas tudo isso sobre a mira e controle do próprio
Estado. Relacionado às divergências sobre o "Partido Médico"
Abílio Melo e Manuel Lucas, incentivam a recriação do sindicato, numa altura em que os sindicatos começam a ter uma outra
forma. Em Loriga é criado, uma (Secção) do Sindicato Nacional dos Operários da Industria de Lanifícios, instalada na casa
conhecida pelo "Casarão", uma sede que passou a ser um local de convívio para todos os operários das fábricas e suas
famílias.
O Sindicato Nacional dos Operários da Industria de Lanifícios, com a sua (Secção) em Loriga passou também a ter uma intervenção mais ajustada na defesa dos seus associados, dentro das
leis em vigor, mas sempre sujeito à postura imposta pelo poder governamental, que controlava tudo e todos, situação que se tornou em liberdade quando da Revolução dos Cravos no dia 25 de
Abril de 1974.
Nota Observações
Curiosamente, após o 25 de Abril de 1974, um dos filhos de Abílio Brito Ramalho, criou em Loriga uma sede do Partido Comunista. Considerando que este Partido político
em certa forma se enquadra nas lutas das massas populares dos trabalhadores, se poderá depreender o legado que Abílio Ramalho deixou para a continuada luta dos
trabalhadores de Loriga pelo qual tanto lutou.

Recorde-se que a sede do Partido Comunista em Loriga, foi encerrada poucos anos depois.

(Registado aqui - Ano de 2006)

A história do cinema em Loriga


Foi António Pinto Ascensão, o pioneiro da exibição de filmes em Loriga o que, de certa forma, contribuiu para dar novos horizontes aos jovens, numa altura em que a juventude em Loriga atingia
números significativos. Foi de facto, na época, uma lufada de cultura pois a maioria da população, principalmente os jovens, não sabiam o que era a 7ª.arte.
Em 1953, António Pinto Ascensão, então a trabalhar numa das fábricas de lanifícios, teve a ideia de iniciar a exibição de filmes em Loriga, tendo convidado como sócio Manuel Matias, também
este trabalhador fabril.

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Assim, adquiriram à Philips uma máquina de projecção (máquina portátil com lâmpada de projecção de mil Volts, colocada em tripé) e ainda uma instalação de som. António Pinto Ascensão
chegou mesmo a efectuar um estágio, para aprender a trabalhar com aquele equipamento.
Algum tempo depois, Manuel Matias desistiu da sociedade, tendo sido substituído por António Mendes Ascensão, (mais conhecido por António "Alentejano"), tendo então sido criada a empresa
"Cine-Ascensão", que se manteve em actividade até 1963.
Chegava a haver três sessões por semana, normalmente à Sexta-Feira e Domingo à noite e, neste dia, havia ainda matiné. Aos Sábados as
sessões eram realizadas em algumas localidades da região, nomeadamente, Santa Comba Dão, Unhais da Serra, São Romão, Lagares da Beira,
onde tinham casas próprias para espectadores, por isso contractos de exibições regulares de filmes. Em Seia a empresa "Cine-Ascensão tinha uma
Sala alugada, onde regularmente também exibiam filmes.
Haviam ainda outras localidades onde se deslocavam várias vezes, nalgumas a pedido das populações, onde não havendo casas próprias, a
exibição realizava-se ao ar livre. Chegaram também a fazer algumas deslocações pela Beira Baixa e Alentejo.
Ao principio, as deslocações eram feitas em carro alugado ao "Zé Vicente". Mais tarde, em 1955 a empresa "Cine-Ascensão" comprou uma carrinha
Austin A-40, que passou a ser conduzida pelo senhor António Pinto Ascensão, que entretanto, tinha tirado a carta de condução.
As bobines dos filmes eram alugadas a uma distribuidora, que as fazia chegar a Loriga na camioneta da carreira, juntamente com os cartazes
promocionais dos filmes a exibir, que eram colocados nas janelas do café do "Zé Maria" ou nas montras do café do "Carlos Pina", situados na
"Praça", na altura, o local central de Loriga.
As sessões do cinema em Loriga, decorriam no Salão Paroquial, mais conhecido por (Residência), que a empresa "Cine-Ascensão" alugava e pelo
qual pagava 20% da receita líquida ao senhor Padre Prata. As sessões realizadas em Loriga tinham uma assistência na ordem de mais de uma
centena de pessoas, esgotando, na maioria das vezes, a capacidade do Salão. Assistência numa Sala de cinema

Entretanto, a empresa mandou fazer uma bancada de cadeiras articuladas, que depois iam descontando nas percentagens a pagar ao senhor Padre Prata, ficando assim o Salão Paroquial
apetrechado com este mobiliário classificado em duas categorias de lugares: cadeiras e geral, estas de bancos compridos.
Em 1963 a empresa "Cine-Ascensão" foi extinta, tendo sido vendido todo o material e respectiva exploração a um senhor de Santa Comba Dão, por 40 contos,
Quando da extinção da empresa, "Cine-Ascensão" passou a ser um senhor de Unhais da Serra, chamado Alfredo, a exibir os filmes em Loriga, principalmente aos fins de semana, este senhor
era já colaborador da empresa quando ali iam realizar as sessões de cinema.
Mais tarde, passou a ser efectuada por um outro senhor também de Unhais da Serra, que passou a ser mais conhecido por "Fernando de Unhais". Depois de este deixar de deslocar-se a Loriga,
foi extinto por completo as sessões de cinema nesta vila. Como curiosidade, os ajudantes de ambos estes senhores de Unhais da Serra, passaram a namorar com duas moças de Loriga com
quem vieram a casar.
Com os tempos, o designado cinema ambulante caiu em desuso, não só pelo aparecimento de novas tecnologias, mas também porque, por causa desses homens que percorriam o país com a
sua "lanterna mágica" muitas pessoas entusiasmaram-se e começaram a criar salas para exibição. Ficam, no entanto, para a história os tempos do cinema em Loriga, guardado para sempre na
memórias de muitos.
Nota complementar
Quando do negócio entre o comprador de Santa Comba Dão e a empresa "Cine-Ascensão" o valor foi fixado, como se disse, em 40 contos. Como na altura o comprador não tinha o dinheiro
disponível deu, como penhora, uma propriedade situada em Santa Comba Dão.
Tempos depois, como o valor contratual não foi pago, a referida propriedade foi em praça. Apesar de haver alguns interessados, as ofertas não chegavam ao valor dos 40 contos, o que obrigou
os sócios da empresa "Cine-Ascensão" a arrematar a dita propriedade por esse valor.
Entretanto, tendo reparado que na assistência havia alguém que tinha mostrado mais interesse, nomeadamente com mais ofertas, no final dialogaram com o mesmo, conseguindo desta feita
negociar a propriedade pelos valor dos 40 contos salvaguardando, assim desta maneira, o negócio da empresa "Cine-Ascensão".
(Registado aqui - Ano de 2005)

Os Fornos públicos de Loriga


Era uma Loriga de outras eras, em que existiam alguns destes Fornos, onde a população ia cozer a Broa de milho, ou quando nomeadamente nos festejos para a Páscoa, ali também faziam os
tradicionais e saborosos bolos, mais propriamente os Biscoitos; as Broinhas, o Bolo Negro, o Pão de Ló, entre outros.

Os fornos públicos ou comunitários como se queira chamar eram geridos pelos forneiros (arrendatários ou proprietários) que geriam toda a tarefa de cozer o pão de todas as famílias da
comunidade que era programado após determinar com as pessoas o dia e hora mais conveniente, para cada família cozer o pão. Tratava da lenha, da limpeza do forno e da manutenção dos
utensílios. O forno era aquecido previamente, com lenha que o arrendatário apanhava nos pinhais, soutos e pelos campos. A lenha de oliveira não devia ser queimada, segundo a tradição, pois
era um mau presságio.

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O forno estava quente quando as pedras do lastro ficavam esbranquiçadas. Procedia-se então à retirada das brasas e limpavam o forno.
Nesses tempos, estes Fornos eram de importância vital para a população, a maioria das famílias era ali que coziam o pão para consumo doméstico, por isso, era como que uma tradição ver-se
diariamente, o vai e vem das "masseiras" a passar nas ruas
"Ohhhhhh!.... Senhora Mardocarmo!... Uuuu!..Uuuu!..Uuuu!.. Amasse!... Está na hora". Este serviço dos mais singulares sistemas de comunicação com as freguesas, era assim que os
arrendatários dos fornos, gritavam para outros pontos afastados da Vila, avisando que o Forno já estava a ser aquecido e portanto dentro de um prazo convencional, deviam trazer a "masseira"
para forno.
Hoje os Fornos públicos fazem parte das memórias, mas muitos, ainda hoje se recordam, quando vindo dos Fornos, as "masseiras" ao passarem, deixavam no ar, o aroma apetitoso da broa já
cozida.

Forno antigo (1968)

***
Como se cozia o Pão
Era Colocado na masseira o fermento com água morna para derreter, depois era colocado o sal e a farinha previamente peneirada, eram então tudo muito bem amassado com as mãos, até se
obter uma massa fofa.
Deitava-se um pouco de farinha por cima, benzia-se formando uma cruz na massa, para que fosse abençoada e cresce-se bastante no processo da levedação. A masseira era coberta com um
pano e um cobertor de modo que a massa se mantivesse quentinha para fintar (levedar) bem.
As masseiras eram levadas para o forno, normalmente transportadas à cabeça pelas mulheres. Com a ajuda de um recipiente normalmente de barro ou lata ou mesmo de madeira (tipo tigela)
com a finalidade de talhar em bolas da massa, que eram então colocadas na pá do forno polvilhada de farinha, e distribuídas com rigor no forno para que coubesse todo o pão numa só fornada.
Uma hora depois as broas estavam cozidas, eram então retiradas do forno e colocadas nas masseiras, para serem transportarem para as casa normalmente ainda bastante quentes.
"Pedir emprestado uma Broa"
As famílias não coziam broa todos os dias, normalmente o faziam de 15 em 15 dias, no entanto, havia famílias com um grande agregado familiar, que coziam a broa quase semanalmente. Certo
é, que muitas das vezes a broa faltava antes de chegar o dia de voltarem a cozer, neste caso existia uma maneira típica e popular existente entre as pessoas de pedir emprestada uma broa.
A existência desta maneira típica e popular parecia mesmo até uma combinação entre a vizinhança, nenhuma família principalmente vizinhas, coziam broa no mesmo dia. Assim quando alguém
cozia broa de imediato ia pagar a que devia, assim como, tinha que também contar que lhe vinham pedir também alguma emprestada. Assim parecia que todos os dias havia broa fresca por
todos e assim todos tinham sempre broa fresca, "pagando" uns aos outros. Daqui surgiu a expressão "pedir emprestado uma broa".

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*** ***

Masseira com a broa


(Registado aqui - Ano de 2002)

Com o fim dos Fornos Públicos - Parte da História de Loriga que desaparece
É evidente que os Fornos Públicos de Loriga, deixaram há muito de ter actividade, passando mesmo a ficar esquecidos e de certa fora a ficarem à sorte da degradação, mas também é certo que
com o desaparecimento dos Fornos Públicos em Loriga é parte de um capítulo da história de Loriga que desdaparece. Já há bastantes anos, que foi deitado abaixo o Forno Público situado na
Rua da Amoreira, hoje Rua Coronel Reis, nada se ter feito para que isso não acontece-se. Chegou-se ao ano de 2012 e vê-se desaparecer o que estava situado na Rua Viriato, este muito antigo
com mais de 100 anos, surgindo ali também um casa de habitação, aliás há muito que isso se sabia, mais uma vez nada se fez para o evitar e recuperá-lo.
Resta agora aquele que está situado no Beco do Pelourinho, este ainda com chaminé, mas também à merce da degradação. Na realidade o progresso não se compadece da história, assim
vamos vendo desaparecer locais históricos onde os loriguenses parecem ter ali algo deles, foram gerações e gerações de gente de Loriga, que recorreram aqueles fornos, para cozer o pão ou
mesmo fazer as doçarias tradicionais, para os tempos festivos.
Hoje ainda os Fornos Públicos que estiveram ao serviço da comunidade, estão ainda na lembrança de muitos de nós, o da Rua Coronel Reis (antiga Rua da Amoreira) o do Beco do Pelourinho e
o da Rua Viriato, deviam ser recuprerados e deviam ter ficado para sempre ligados a Loriga como locais históricos, mesmo sabendo-se que o progresso não se compadece da saudade e da
história, mas também é certo que a vontade dos homens tem sempre uma palavra.

Ano 2012 (Setembro) o fim do Forno Público da Rua Viriato.


(Registado aqui - Ano de 2012)

A História da Farmácia em Loriga

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A actual Farmácia Popular de Loriga, tem sido, há muitas décadas, o único estabelecimento deste género em Loriga, que ficou registado para história como sendo uma sucessão de outras
farmácias em tempos já distantes.
Na última década do século XIX, a Vila de Loriga despertava para um novo desenvolvimento industrial. A evolução populacional era também um facto, assim como era notório um crescimento
comercial. Por isso, é no ano de 1893 que vamos encontrar os primeiros registos da existência de uma farmácia em Loriga, apesar de muitos a considerarem não oficial.
A primeira farmácia, ou seja o primeiro farmacêutico em Loriga, foi o Senhor Herculano Rodrigues de Gouveia e Silva que esteve em Loriga desde 1893 até 1919 ou 1920.
A partir de 1925, existiu a Farmácia Moderna, que teve como proprietário José Soares Pereira da Rocha, situada na Rua Gago Coutinho, que se manteve nesta localidade até 1930, altura em
que casando com uma senhora do Paul para ali se transferiu bem como a farmácia.
Com a transferência desta farmácia e, como era de grande necessidade tão importante estabelecimento em Loriga, a firma industrial Leitão & Irmão comprou no Fundão as estantes e
medicamentos da farmácia Barata e contratou o farmacêutico Luiz Magalhães Lemos Mesquita, para estar à frente da mesma.
Este senhor casado com a actriz Cremilda d`Oliveira de quem estava separado, ficou hospedado na pensão Lemos, sendo pessoa
de uma invulgar honestidade e de poucas palavras, por pouco tempo se manteve em Loriga, supondo-se que a sua partida se
devesse a divergências com o médico local.
Por volta do ano de 1930, vivia-se em Loriga um clima de instabilidade social, que dividiu os loriguenses. O relacionamento entre um
sector da população e o controverso médico Dr. António Gomes, em funções facultativas municipais nesta terra, não era o melhor,
originando mesmo uma certas guerrilhas, que fez correr muita tinta nos meios da comunicação social da região, e que veio, por
esse motivo, afectar o pleno funcionamento do comércio farmacêutico.
Por isso o negócio era pouco rentável, porque entretanto era possível adquirir os medicamentos noutro estabelecimento comercial
sem ser a farmácia. Tendo o farmacêutico Marrazes contraído tuberculose, partiu para a sua terra natal onde veio a morrer.
Sucedeu-lhe outro farmacêutico o Senhor Zagalo Ilharco, que não estando na disposição de se calar ao que se estava a passar,
veio a descobrir a existência de uma sociedade, entre o médico local e o referido estabelecimento comercial, que mandavam vir de
Lisboa todos os medicamentos, que depois o médico passava aos seus doentes evitando assim de serem comprados na farmácia.
A Junta de Freguesia e a Sociedade Propaganda e Defesa de Loriga, reuniram-se para resolver todas as divergências existentes,
sendo nomeado uma comissão composta pelo Presidente da Junta, António Cabral Leitão, Presidente da S.P.D.de Loriga, José de
Brito Crisóstomo e o Presidente da Associação Católica de Operários, Padre António M.Cabral Lages.
Todas as divergências viriam a terminar, porque entretanto o médico em questão deixou a Vila de Loriga.
A Farmácia em Loriga, continuou durante anos a pertencer à firma Leitão & Irmão e, mais tarde, veio a ser adquirida por compra,
pela Dra. Amália Brito Pina, que foi sua proprietária durante mais de cinco décadas, passando a ter o nome de Farmácia Popular de
Loriga.
Em 30 de Junho de 1999, deixou de pertencer à Dra. Amália Brito Pina, sendo cedida e ser gerida em sociedade, passando a ser
Rua Sacadura Cabral
Farmácia Popular de Loriga, Lda., com a direcção técnica da Senhora Dra. Paula Alexandra C. Rodrigues.
No ano de 2005, a Farmácia Popular de Loriga deixou de ser na Rua do Santo Cristo, onde durante décadas esteve sediada, passando para a Rua Sacadura Cabral, antigo Café de muitas
recordações para os loriguenses.(Registado aqui - Ano de 2006)

O Futebol em Loriga
O gosto do jogo de futebol em Loriga, começou a ser mais acentuado, como não podia deixar de ser, quando esta modalidade começou a ter muita mais popularidade por todo o país. Nessa
altura já se começava a notar em Loriga muita juventude e a população crescia a olhos vistos.
Nos finais da década de 1920, segundo os relatos, era já com alguma frequência, em tudo que era Largos da vila, ver-se a garotada a dar pontapés em bolas improvisadas, normalmente feitas
de farrapos.
No começo da década de 1930, a febre do futebol encontrava-se já encaixada no componente cultural e na visão mais alargada de alguns jovens, alguns a estudar na Covilhã, que pensaram dar
à juventude da sua terra, outra vivência que não a das tabernas que eram o único ponto de encontro que existia na altura.
Por isso, os passos foram dados e no dia 8 de Abril de 1934, foi fundado o Grupo Desportivo Loriguense, que veio a ter um papel fulcral para a prática do desporto em Loriga.
Desde então e através de décadas de anos foi-se notando em muitos rapazes, verdadeiros executantes e com muitas aptidões para esta modalidade, que de certa forma se quedou apenas nisso
mesmo, mas que pareceu ficar sempre na ideia de que o potencial futebolístico que existiu, poderia ter ido muito mais além, só que os tempos era outros, nada a ter a ver com os tempos
actuais.

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A existência do Grupo Desportivo Loriguense na sua orientação bem fincada para a prática do
futebol, levava na necessidade de um campo de futebol, aqui surgia o maior problema. O
terreno irregular e de socalcos muito próprio na região de Loriga, não era visível um terreno
adequado para a construção de um campo, aliás, um terreno apropriado e condigno foi
sempre essa a grande carência desta localidade, para que tivesse um campo de futebol de
muitas melhores condições daquelas que teve até agora aos nossos dias.
O primeiro campo de futebol que há memória, estava situado no local conhecido pelo
"Surgaçal", bastante longe da vila, sendo que os treinos eram realizados no Recinto da Nossa
Senhora da Guia ou na estrada. Mais tarde e sabendo-se que havia um terreno na Fonte
Sagrada, por cima da Vista Alegre, foi o mesmo pedido à proprietária D. Amália Pina, que foi
colaborante. Foi efectuado a terraplanagem do mesmo, que passou a ser o novo campo de
futebol até finais da década de 1940 e principio da década de 1950.
Como a compra daquele terreno nunca foi concretizada, foi procurado outro terreno e, nas
"Casinhas" junto às "Resteves" estava a solução, uma vez que havia ali um terreno mais plano.
No ano de 1952 foi então inaugurado o campo, que é ainda o de hoje. Foi nesta altura
também que se conheceu em Loriga um certo entusiasmo, atingindo mesmo um certo auge
nos anos seguintes, mas foi sol de pouca dura, poucos anos depois a população jovem
começou a dar-se ao desinteresse, apesar de nessa época ter havido uma tentativa no
sentido da inscrição do GDLoriguense nos campeonatos regionais.
Entretanto, este campo passou a ser durante muitos anos uma dor de cabeça profunda para
os atletas e direcções que passaram pelo Grupo Desportivo, porque todos os invernos as
chuvas levavam parte do campo, que ia sendo reparado e que absolvia grande parte das Equipa do G.D.Loriguense (Ano 1949) Campo da Fonte Sagrada
receitas.
Na década de 1970, foram finalmente efectuadas as grandes obras para a solução do problema, foram construídos muros altos de suporte e ao mesmo tempo efectuada a arborização das
barreiras, ficando assim pontualmente o problema resolvido.
Foi então que se conheceu em Loriga um novo período de grande entusiasmo que culminou num patamar mais elevado, ao nível da modalidade de futebol, com a inscrição do G.D.Loriguense,
nas provas distritais, disputado o Campeonato Distrital da Guarda da 2a. Divisão.

Nota de Observação

Como se disse existiram em Loriga sempre muito bons executantes para o jogo de futebol, onde se encaixava também o grupo estudantil, quando estavam de férias em Loriga, onde se
destacavam António Calçada, Zé Albberto, Orlando e Victor Pina Pires e outros mais.
Segundo as pessoas antigas o Armando "Folhadosa" foi talvez um dos maiores jogadores loriguenses de todos os tempos, mas podemos lembrar outros nomes que serviram o GDLoriguense,
como J. Galinha, Tó Leitão, Joaquim "Chora", António Aparício, Viriato Simão, Horácio Ortigueira, J.Brito, António Lages, Eduardo Melo e Adolfo, estes últimos como guarda-redes e muitos mais
outros que de momento os seus nomes não ocorrem.

Um jogador que ficou na memória dos loriguenses foi sem dúvida o Dias (tintureiro de lanifícios) que serviu o GDLoriguense durante o tempo que viveu em Loriga. Oriundo da Covilhã onde jogou
no Sporting local, foi sem dúvida um dos melhores jogadores que serviram o Grupo Desportivo. Apesar de ser de fora ficou para sempre na recordação dos loriguenses que muitos ainda se
recordam a sua categoria e elegância a jogar futebol.

Outros Apontamentos

A nível de escola e de camadas mais novas, nada existia, mas a febre pelo futebol nessas camadas jovens era um dado adquirido e uma realidade, parecia mesmo nascer com a garotada de
Loriga o gosto pelo futebol.
Era ver em lugares com algum espaço mais apropriado os garotos juntarem-se a jogarem à bola, na maioria das vezes com bolas feitas de farrapos, de meias e até curiosamente, muitas das
vezes servia a bexiga do porco, que era entregue à garotada no dia da matança. Quando aparecia como que por encanto uma bola de borracha, parecia ser festa, já não falando numa bola de
"catechumbo" como se dizia na época ao referir-se a uma bola de couro, esta era só para o campo do futebol, mas passar pela garotada era algo só em sonhos.
Infelizmente, em Loriga, os espaços para a prática deste desporto, foram sempre, como se depreende, bastante escassos. Os primeiros passos na prática do futebol eram em locais que nada

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tinha a ver com um campo de futebol. Para se aprimorar essa técnica procuravam-se os terrenos largos fazendo-se campos improvisados, que sendo pelados e de terra batida numa disputa mais
enérgica lá se ia ao chão e se ganhava algumas mazelas no corpo, nas pernas e nos braços, que só se iam curando com o passar dos dias.
Lembrar locais como o "Terreiro da Lição" "Fonte do Mouro" "Carreira" "Redondinha" "Recinto da NSGuia" uma ou outra estrada ou um ou outro local mais, todos eles serviam para o jogo da bola
da garotada. Se bem que existindo um campo de futebol, muito longe da vila, não era para todos os dias aquele privilégio de lá ir jogar.
Por norma na garotada os jogos da bola eram disputados entre os garotos do "Cimo" e do "Fundo" numa saudável rivalidade existente em eras já passadas que davam outra vivacidade àqueles
espaços, procurados para a pratica deste popular desporto.
E diga-se de passagem, que em Loriga houve sempre um verdadeiro potencial futebolístico na garotada só que à medida que cresciam iam perdendo a motivação, no entanto, parece hoje ainda
estar na ideia de se ter perdido muito desse potencial, por culpa de os tempos serem outro e, como se disse anteriormente nada terem a ver com os tempos actuais.
***

Equipa da Associação Académica de Loriga nos anos da década de 1950, foto tirada no Campo das "Casinhas".
(Registado aqui - Ano de 2007)

Futebol Clube "Os Dragões"


Decorria os primeiros anos da década de 1970, a juventude era muita em Loriga, muitos dos jovens estavam a empreender de certa forma, no seguimento dos estudos, por isso, não era
estranho haver muitos jovens a estudar e muitos outros, com menos possibilidades, a empregarem-se nas firmas locais.
Nesses jovens de então, era notório a vocação para jogarem futebol, parecia ferver no sangue esse gosto por esta popular modalidade desportiva. Na altura o Grupo Desportivo Loriguense
parecia estar estagnado no tempo, a actividade desportiva era praticamente nula, com o s seus dirigentes como que adormecidos, sem ideias e iniciativas, mesmo sendo bem visível a existência
de verdadeiro potencial humano, fazendo lembrar as décadas de 40 e 50.

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Apesar desses jovens chamarem a atenção, procurando mesmo junto dos dirigentes do Grupo
Desportivo, no sentido de relançar o futebol e se possível para altos voos, a resposta foi praticamente
negativa, notando-se até pouca credibilidade da parte das pessoas mais velhas que pareciam não
acreditar nesse potencial existente em Loriga.
Assim, um dia, muitos dos jovens à mesa do café "Neve" popularmente mais conhecido pelo café do "Ti
Zé Maria" resolveram e criaram um clube para jogarem futebol, à margem do Grupo Desportivo, que
depois de muito pensarem no nome a dar, optaram pelo nome de Futebol Clube "Os Dragões", na
finalidade de jogarem futebol, desporto que lhes ia na alma e que gostavam de praticar.
Conheceu-se então na vila de Loriga de uma certa euforia, com muitos dos jovens a aderirem em
massa à criação deste Clube, que também começou a atrair a atenção das pessoas mais velhas.
Foi criada uma direcção, que começou por dar passos de prioridade, escrevendo cartas para os
clubes chamados grandes - Sporting C. Portugal; Sport L. Benfica; Futebol Clube do Porto e F.C."Os
Belenenses", pedindo apoio, nomeadamente de equipamentos mesmo usados que fossem e o mais
importante bolas.
Entretanto, estavam já nos planos proceder à escritura para a respectiva legalização do Clube, bem
como, estava no pensamento proceder com contactos, no sentido do aluguer de uma casa para a
instalação da futura sede.
As respostas às cartas enviadas aos clubes chamados grandes, como que timidamente, lá foram
chegando, pouco foi conseguido dentro da expectativa criada, mesmo assim, foi o F.C. do Porto,
aquele que mais aderiu ao pedido que lhes foi efectuado, enviando uma bola e alguns equipamentos
usados que foram na altura importantes.
No sentido de angariação de meios monetários, para a respectiva sobrevivência, o Futebol Clube "Os
Dragões" alargou a sua actividade a nível cultural passando à realização de Bailes, que chegaram a ter
uma certa projecção e foram importantes para a juventude de então.
É certo que pareceu ter tudo acontecido muito rápido, porque entretanto, surgiram muitos
condicionalismos tanto no aspecto económico como social, que foram sendo determinantes para tudo
se ir alterando, como também a nível dos mais quadrantes motivos que foram aparecendo entre eles,
e o último, o facto do acontecimento da revolução do 25 de Abril de 1974, que veio transformar o país
a todos os níveis. Uma das Equipas do Futebol Clube "Os Dragões" (Ano 1973)
De qualquer das formas, foi um período de três a quatros anos de grande euforia e, apesar de tudo se *
ter passado muito rapidamente, ficou para sempre na memória, uns tempos em que o desporto esteve
activo em Loriga, perante a passividade do Grupo Desportivo local, colectividade que pela sua
natureza, pertencia ter sempre presente e em prática o desporto nesta vila.
Outro registo de realce que deve ser aqui recordado, deve-se ao F.C. "Os Dragões" da realização da
primeira prova desportiva, numa Festa da Nossa Senhora da Guia, que aconteceu no dia 1 de Agosto
de 1972, sendo efectuada uma Corrida de Atletismo em honra da Padroeira, pelas 16 horas, prova
realizada pelo mesmo percurso que teve a procissão horas antes. (Registado aqui - Ano de 2006)

Era assim o Cartão de Sócio do FC "Os Dragões

10 of 61 07-01-2015 16:39
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O "Nicho" do Santo António numa casa em Loriga

Numa das casas da rua Coronel dos Reis (antiga rua da Amoreira) vamos encontrar anexado na parede um "Nicho" em honra do Santo António, que
representa uma presença viva que gerações e gerações de loriguenses se habituaram a contemplar, muitos desconhecendo a sua história e o porquê da
sua existência naquela casa e naquele local.
A colocação naquela casa do "Nicho" do Santo António situa-se no ano de 1907, quando da construção daquele imóvel, mandado construir por António
Ambrósio Pina casado com Maria dos Anjos de Brito Moura, casal de loriguenses emigrado em Manaus - Brasil, que eram os pais do saudoso Padre
Doutor António Ambrósio de Pina (1918 - 1995).
Construção de paredes bastante robustas em granito, que ao ser construída foi feita ali naquela parte da casa a abertura de uma janela para dar
claridade à escada de acesso ao piso superior, ficando até um espaço bem significativo, António Ambrósio Pina, antes mesmo do acabamento da
construção da sua casa, idealizou no aproveitamento desse espaço para fazer e de imediato colocar ali o "Nicho" em honra do Santo António, do qual
era bastante devoto.
A construção dessa casa, na altura, não chegou a ser totalmente acabada, porque entretanto, o senhor António Ambrósio Pina faleceu. Por esse motivo
e com encargos elevados a casa teve que ser vendida pela família, sendo comprada por Joaquim Nunes Luís, para o seu filho Joaquim Nunes Luís
Júnior.
Este novo proprietário e querendo respeitar a saudosa memória de António Ambrósio Pina, resolveu manter e conservar o "Nicho" do Santo António, que
continua hoje ainda bem presente, não só nos actuais proprietários daquela casa, mas também nas gerações de loriguenses que tem por aquele local um
carinho especial.

"Nicho" visto da parte interior da casa


(Registado aqui - Ano de 2008)

Casa Fúnebre de Loriga


Os funerais de outras eras em Loriga, ainda estão na memória de muitos, lembrando-se que não havia casa Fúnebre, o defunto ficava em casa onde um compartimento da mesma, quase sempre
o mais amplo, era transformado em câmara ardente, coberto de panos negros e de crepes, janelas fechadas para evitar a luz exterior e evitar todos os ruídos à volta e bem ao centro era

11 of 61 07-01-2015 16:39
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colocado um catafalco com o caixão aberto.


Ali estavam sempre os familiares mais chegados para receber os pêsames, onde eram também colocados os adereços
indispensáveis, que incluíam um crucifixo à cabeceira e duas ou mais velas ao lado da urna e a caldeira com água benta para
aspergir o defunto. Todos os vizinhos e amigos iam à casa do defunto prestar-lhe as devidas honras. Na morte não havia inimigos.
Tempos houve, mais concretamente na década de 60, em que eram muitas as vozes que se faziam ouvir, no sentido de Loriga
passar a dispor de um espaço público (Casa Fúnebre) a favor da comunidade, onde as pessoas pudessem velar os seus defuntos.
A casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas, situada num local central de Loriga (Adro da igreja) era desde logo
à partida o espaço ideal, onde as instalações eram adequadas para ser instalada a Casa Fúnebre.
No entanto, eram também muitas as vozes discordantes, convencidos de que isso não fazia sentido. E na época, alterar
comportamentos, hábitos e preconceitos, tornava-se muito complicado. Por isso mesmo, algumas pessoas de família não
aceitavam de maneira alguma, velar os seus ente queridos, noutro local, que não fosse nas suas próprias casas.
A dada altura, a casa da Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas de Loriga, chegou mesmo a receber algumas
remodelações, passando a dispor de um espaço pronto para essa finalidade, no entanto, tardava na sua utilização.
Em meados da década de 70, faleceu em Lisboa, António Lopes Macedo, o funeral foi realizado para Loriga, sua terra natal. A
família, desde logo, fez questão que o seu corpo fosse colocado naquele remodelado espaço para ser velado, tornando-se assim,
o primeiro defunto a utilizar a Casa Fúnebre de Loriga.
A partir de então a utilização deste espaço começou aos poucos a ser um facto, não tardando pois a começar a existir um
consenso generalizado, de que, uma Casa Fúnebre em Loriga era necessária e de importância vital para o velório dos defuntos.
(Registado aqui - Ano de 2005) Casa Fúnebre de Loriga

A "Carreta"
Era um veículo manual para o transporte das urnas dos defuntos para o cemitério, uma mais valia que passou-se a usar em Loriga, nas meadas da década de 1950, quando foi adquirida pela
Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas de Loriga. De dois metros de comprimento e mais ou menos um metro largura, tinha quatro rodas de cerca de 28 de diâmetro. A "Carreta" era
ainda complementada com duas pequenas rodas em ferro, uma que servia de volante de direcção e outra para efeito de travões. Tinha também dos lados, da frente e atrás, um pequeno
gradeamento de suporte de cerca de 20 cm de altura, além de correias em couro que serviam para prender o caixão.
Era necessário ter uma certa arte na condução da "Carreta" pelas ruas de Loriga, por vezes as calçadas de pedras
irregulares e alguma inclinação acentuada, teria que a ver um certo cuidado na sua condução, sendo também
necessária ajuda de algumas pessoas, para puxar por ela, principalmente na subida da rua do Porto até ao cemitério.
Até então, o transporte do caixão do defunto era à mão, normalmente por seis ou oito pessoas, que pegavam nas
pegas que faziam parte da urna. Com a boa vontade das pessoas integradas no acompanhamento do funeral, lá se
iam substituindo umas às outras durante o seu trajecto, tornando assim mais fácil o seu transporte.
Recorde-se que nessa altura em Loriga, ainda não havia a casa Fúnebre, também nem sempre os funerais tinham
missa de corpo presente, por isso, muitas das vezes o funeral saia de casa do defunto directamente para o cemitério.
Foi sem dúvida de grande importância a aquisição da "Carreta" pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e das
Almas de Loriga, no entanto, nos primeiros tempos ainda existiu uma certa confusão, mesmo até algumas
controvérsias, que enquanto uns defendiam que a "Carreta" seria apenas para o transporte dos irmãos da Irmandade
e seus familiares, outros mais progressistas defendiam que tinha que estar ao serviço da comunidade. O que
justamente veio a acontecer.
Durante décadas a "Carreta" esteve ao serviço da comunidade loriguense, que deixou de ser utilizada com o andar
dos tempos, precisamente quando passou a ser as Agências Funerárias a fazer o serviço de funerais, passando para
a história um veículo que teve a sua história e que acima de tudo, foi de grande importância para Loriga e para a sua
gente.
Recorde-se que durante a era da "Carreta" em Loriga, foram duas as que existiram. A primeira pouco se conhece
qual foi o seu fim, a segunda ainda existente encontra-se resguardado, ainda bem, para assim num futuro próximo
poder figurar no projectado Museu de Loriga.

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A "Carreta" que está resguardada em Loriga

(Registado aqui - Ano de 2007)

As Exéquias fúnebres
Para os católicos, a morte é uma passagem. Não existem mortos, mas sim vivos e ressuscitados. Não há reencarnação: Os
seguidores do catolicismo acreditam que a morte é o baptismo definitivo, o caminho para a vida eterna. Para eles, corpo e alma
é uma só coisa. A reencarnação não é aceite.
Os católicos velam os corpos dos mortos e, além das orações populares que costumam ser feitas durante o velório, como rezar
o terço e outras orações, um padre faz as Exéquias fúnebres e a missa de corpo presente, que fazem parte da celebração para
encomendar a vida da pessoa às mãos de Deus. Nesse ritual, há a celebração da passagem do morto à luz do mistério da
morte, por meio de orações e da bênção do corpo.
O corpo pode ser enterrado ou cremado. No momento do enterro, há a "bênção do túmulo", cujo objectivo é pedir o acolhimento
do corpo pela terra. Depois de enterrado, ocorrem celebrações em memória do morto no sétimo dia, no primeiro mês e no
primeiro ano.

**

O ritual dos Ofícios Fúnebres na "Eça" em Loriga

Fazem hoje parte das memórias de muitos loriguenses, aquela época quando o uso do ritual dos Ofícios Fúnebres em Loriga era
muito comum, principalmente muito usual nas famílias mais abastadas de Loriga.
A cerimónia que decorria na igreja era efectuada por vários Padres, vindos das Paróquias vizinhas, chegava por vezes a juntar
cinco, seis e até mais Padres. Como era cerimónia cara, estava só ao alcance das famílias endinheiradas.
A "Ercia" ou "Eça" (como era assim chamada em Loriga pelo povo) ou mesmo "Essa" (como se chegou a ver escrito) era
colocada na igreja, numa trabalhosa montagem que consistia em patamares de ornamentação doirada, revestidos de pano de
veludo preto também ornamentados com desígnios doirados, sobrepostos uns sobre outros e então colocados em cima do
estrado, componente também da mesma "Ercia" e, que depois de tudo completo media cerca de 2 metros de altura, onde na
parte superior era colocado a urna com o corpo do falecido. Em seu redor eram também colocadas velas - que simbolizavam "a
luz do Cristo ressuscitado", e flores - que simbolizavam "primavera da vida que floresce na eternidade".
As cerimónias das exéquias fúnebres eram então realizadas num ritual da "Eça" e em seu redor. Uma cerimónia de muito
respeito e muito morosa, com os padres, orando ora cantando e também de quando em vez incensando o corpo com os turíbulos
oscilantes.
Nesses tempos passados, a "Ercia" ou "Eça" era também montada no centro da Igreja, para a Missa do Aniversário das Almas,
que se realizava no mês de Novembro. Com a missa e também a cerimónia efectuada com vários Padres, numa verdadeira
manifestação de pesar pelas pessoas falecidas.
Recorde-se que durante muitos anos foi António Moura Pina, popularmente conhecido por António "Calçada" quem fazia a
A "Ercia" ou "Eça" ou "Essa" de Loriga
montagem trabalhosa da "Ercia".
(Registado aqui - Ano de 2007)

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Década de 1900 - O Bairro Engenheiro Saraiva e Sousa ou Bairro da Vista Alegre, já no processo de alteração das casas primitivas.

" O Bairro"
Construído no local conhecido por Vista Alegre, a este bairro foi dado o nome do mentor do projecto, Engenheiro Saraiva e Sousa. No entanto, ao longos dos anos eram poucos aqueles que o
assim chamavam pois, popularmente, era apenas referenciado por "Bairro".
Após a segunda guerra mundial que tinha assolado a Europa, deu-se o despertar para uma nova vida e um novo progresso, e fez-se sentir o desenvolvimento e evolução de certas actividades,
nomeadamente a actividade industrial, a que Loriga não ficou alheia. Por este facto, o aglomerado populacional desta localidade que, por volta de 1946, se cifrava já em cerca de 3.000 pessoas,
debatia-se, desde há muito, com grandes problemas de habitação.
Não é exagero dizer-se que muitas das casas existentes em Loriga, eram tristes tugúrios sem ar e luz onde se abrigavam famílias numerosas onde, por vezes, a par de uma promiscuidade e uma
vida moral menos sã, desfalece toda a existência da geração pagando por vezes pesado tributo a doenças altamente contagiosas.
Foi, pois, com alegria, que por volta de 1946 a população recebeu a boa nova da construção de um bairro económico em Loriga, cuja construção era comparticipada pelo Estrado, e para o qual
foi destinado, desde logo, o local conhecido por Vista Alegre.
De imediato foram efectuados os respectivos projectos, não tardando muito a terem inicio as obras. No entanto, bem cedo se veio a verificar o não prosseguimento a bom ritmo das mesmas,
perante a passividade e a descrença da população, que viam chegar e partir os operários, pondo em causa a construção do projectado bairro dentro da brevidade de que tanto se falava.
Sendo a construção deste bairro da responsabilidade da Câmara Municipal de Seia, dois anos mais tarde apenas estavam construídas duas
casas, mas não totalmente acabadas, não se encontrando, por vezes, resposta para este impasse, mesmo sabendo-se da dotação para
Loriga de centenas de contos destinados para a construção deste bairro económico.
Só ao fim de alguns anos, ficaram completas as obras com a total construção das casas deste bairro, que foram então distribuídas aos
moradores, na condição de manterem sempre a mesma estética.
Ao ser elaborado o projecto do "Bairro", desde logo se notou falta de espírito de equidade e de justiça para a resolução deste problema
habitacional em Loriga, que não teve em conta a dimensão da maioria dos agregados familiares desta localidade, uma vez que o projecto das
casas se destinava a um casal com um filho, quando, de facto, a maioria dos casais tinham três, quatro, cinco e mais filhos.
Na altura houve até quem fizesse esse reparo e até fossem escritas em jornais regionais, crónicas a esse respeito, que nada adiantou. Mas,
do que realmente parece não restarem dúvidas, é que esse projecto merecia melhor estudo, e não foi preciso muito tempo para se vir então
a constatar, que o mesmo não satisfazia as necessidades do problema habitacional de Loriga, o que continuava a afligir a população.
Apesar de tudo, a construção do Bairro tornou Loriga maior e mais rica e, o local onde foi construído era, de facto, do ponto de vista
estético, dos locais mais privilegiados e bonitos da vila. Visto de todo o lado, deu também um impulso para o progresso ficando, a partir daí,
a ideia de que o futuro da habitação de Loriga, era sair do algomerado das casas e da povoação propriamente dita.
Foi inaugurado no ano de 1953, com pompa e circunstâncias, estando presentes membros do governo, autoridades administrativas regionais
e locais, para além da população de Loriga, tendo sito atribuído ao Bairro o nome do engenheiro do projecto, que procedeu ao "corte da fita"
no acto solene dessa inauguração.

1953-Acto solene da Inauguração do Bairro

Décadas mais tarde e, por fim finalizadas as normas existentes e impostas como bairro económico e social, as casas foram sendo adquiridas pelos seus moradores e também por outros,
começando então a notar-se a remodelação das casas e por conseguinte a alteração estética do Bairro, desaparecendo até a placa que ostentava o nome "Bairro Engº. Saraiva e Sousa" , para
mais tarde ser colocado uma outra com o nome de "Bairro da Vista Alegre", na realidade o primitivo nome daquele local.

14 of 61 07-01-2015 16:39
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(Registado aqui - Ano de 1999)

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1960-Nova Escola Primária em Loriga


A partir da década de 1940, com apreço era notado um grande aumento populacional de Loriga, o seu movimento demográfico continuava a um ritmo de crescimento cada vez maior, que muito
se reflectia quando se começava a sentir as grandes carências desta vila a todos os níveis, principalmente, social e habitacional.
Uma das carências era também a nível da educação, cada vez com mais crianças na idade escolar primária as salas existentes eram de facto limitadas, desde sempre as autoridades locais
faziam eco dessas necessidades aos organismos competentes.
Os Loriguenses procuravam a todos os níveis a resolução deste problema escolar em Loriga, e por mais diligências que fizessem, parecia ficar tudo esquecido na gaveta, o mesmo não se via
noutras terras da região que viam satisfazendo essa necessidade e de quando em vez se ia ouvindo falar de mais uma escola inaugurada, nomeadamente no concelho e, Loriga ia ficando para
trás.
Foi pois com bastante alegria que se viu já na década 50, o início das obras para a construção de um edifício Escolar Primário em Loriga, projecto com 8 Salas, que vinha satisfazer em muito
esta carência e por conseguinte um melhor ensino.
Projecto elaborado pelo Sr. Engº. Saraiva e Sousa, que anos antes tinha sido também ele o autor do projecto da construção do "Bairro" ao qual foi atribuído o seu nome, mas nestes tempos
modernos foi dali retirado a lápida onde ostentava o nome, para ser colocada naquele local uma outra com os dizeres de "Bairro da Vista Alegre" primitivo nome daquele lugar.
A Vila de Loriga ficou sempre com uma dívida de gratidão para com esta importante personagem, não só por estas obras aqui focadas, como também ter doado uma verba de 3.800 contos para
estrada que serve esta localidade e para a qual estavam projectados trabalhos de rectificação e pavimentação.
Não obstante o tempo invernoso que se fazia sentir, foi pois com grande entusiasmo e calor patriótico que se realizou a inauguração da Nova Escola Primária em Loriga, no dia 23 de Outubro de
1960, tendo a sessão solene decorrido no edifício escolar com a presença dos Senhores:- Subsecretário das Obras Públicas, Governador Civil da Guarda; Presidente da Câmara Municipal de
Seia, Senhor Engº. Chefe dos Edifícios e Monumentos Nacionais da Zona Centro-Coimbra, Adjunto do Director Escolar do Distrito da Guarda e outras entidades civis e religiosas, tendo todas
estas personagens sido entusiasticamente recebidas por toda a população, bem como pelas autoridades civis e organismos associativos da vila de Loriga.
Usaram da palavra todas estas individualidades, associadas na mesma palavra ao enalteceram a obra que ia ser naquele dia inaugurada, dando assim um grande impulso ao ensino, merecendo
Loriga desde à muito este grande melhoramento.
O Senhor Subsecretário das Obras Públicas, disse ainda estar emocionado pela recepção carinhosa e patriótica que lhe tinha sido dispensada por todos os Loriguenses, que passou a gravar
bem no fundo do seu coração. Oraram ainda o Presidente da Junta de Freguesia de Loriga, António Fernandes Leitão, num discurso longo a todos os títulos notável e oportuno, que encerrou com
- Viva a Pátria; Viva o Estado Novo; Viva a Escola.
Usou ainda da palavra a D. Alice de Almeida Abreu, na condição de ilustre Directora da Escola Feminina, que era dotada de invulgares predicados de oradora distinta.
Depois da inauguração desta Nova Escola, foi oferecido aos ilustres visitantes um "copo de água" que teve lugar na Sociedade de Recreio e Turismo de Loriga, durante o qual usaram ainda da
palavra o Revº. Vigário de Loriga, o Dr. Joaquim R. Leitão e outros, tendo o Secretário da Junta de Freguesia, que mais uma vez a todos saudou, agradecendo a presença de todos na Vila de
Loriga, terminando com vivas entusiásticas a Portugal.
Já vai longe esse dia em que Loriga se vestiu em Festa na inauguração de um melhoramento pelo qual à muito se debatia, a satisfação era grande entre os Loriguenses, passando o ensino a
dispor de novas salas com bom ar e luz e melhores comodidades, sendo assim finalmente conseguido um sonho por muitos sonhado e para num maior enriquecimento de Loriga.

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Algumas Fotos no dia da Inauguração da Escola Primária - Ano 1960


(Registado aqui - Ano de 2003)

Linha de caminho de Ferro - Projecto sonhado para Loriga


Segundo relatos de pessoas muito antigas e também baseado numa ou noutra referência em publicações da região do Concelho de Seia, na
década de 1920, chegou a haver um certo movimento e uma certa euforia em redor da construção de uma linha de caminho de ferro pelas
fraldas da Serra da Estrela, concretamente pela parte sudoeste da serra.
Politicamente viviam-se tempos perturbados em Portugal por volta da década de 1920. A implantação da República ocorrida uma década
atrás (1910) continuava a não ter uma estabilidade política eficaz, as constantes mudanças de governos que se vinha verificando, não
permitia levar em frente ideias e iniciativas, principalmente reivindicações para as terras carenciadas de tudo.
Nessa altura, os variados governos tinham em comum, um dado adquirido, de estender por todo país uma rede de caminhos-de-ferro, que
permitisse um melhor desenvolvimento, por isso, não parece estranhar-se que na década de 1920, com algumas das localidade das fraldas
da Serra da Estrela no caminho industrial, se ter conhecimento de um certo movimento no sentido de ser construído uma linha de caminho-
de-ferro nessa região, existindo mesmo um projecto de penetração por aquela zona da Serra e que teria o seguinte itinerário - Viseu, Santar,
Nelas, Seia, São Romão, Valezim, Loriga, Alvôco da Serra, Unhais, Tortozendo e Covilhã.
Em 1928, foi mesmo apresentado essa pretensão ao novo governo, desta feita ao governo de Salazar, que tinha sido eleito após mais uns
complicados momentos de revolução. Foi apresentado mesmo a Companhia do Vale do Vouga, como concessionária para a sua construção.
De qualquer maneira esta iniciativa não teve o êxito desejado, pensa-se e tudo leva a crer que foi por culpa da concessionária da linha da
Beira Alta, por isso mesmo, foi uma grande desilusão para Loriga, bem como, para as localidades vizinhas. (Registado aqui - Ano de 2005)

16 of 61 07-01-2015 16:39
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O "Sagrado Lausperene" em Loriga


O Lausperene é o Louvor Permanente que a igreja leva a efeito, por norma no mês de Outubro, em que está em exposição a Hóstia consagrada, com as comunidades dos fieis a
dirigirem-se à sua Igreja, para Adoração a Jesus Eucaristia.
Por regra o Sagrado Lausperene pertence ter a duração de 40 horas, em memória do período que o corpo de Jesus passou no túmulo até à Ressurreição, mas também pode
ocorrer por períodos mais longos, no entanto, hoje em dia quase a generalidade das Paróquias tem por norma, efectuar o Lausperene por periodo de tempo mais reduzido,
normalmente por cerca de 24 horas.

Em Loriga o Lausperene é também efectuado e habitualmente em Outubro, sendo já uma tradição e, também como tem sido habitual, prolonga-se por um periodo de vinte e
quatro horas. Durante todo esse período da exposição do Lausperene, as pessoas escolhem a hora que mais lhes convém, para fazer a sua visita à Igreja para oração e
adoração ao Santíssimo. Para cada hora é programado o Louvor a Jesus Eucaristia, que aqui se registamos alguns entre outros e que por norma tem a programação para o
temas definidos:

A abertura do Sagrado Lausperene tem início logo após a celebração da Santa Missa:

"- Oração pelo Santo Padre e pela santificação do clero. - Pela justiça e pela resolução do problema da fome no mundo. - Jovens: seus problemas e suas intenções. - Acção
Católica e Apostolado dos Leigos. - As famílias e sua intenções. - Cursos de Cristandade. Para que o Senhor dê à sua Igreja leigos conscientes. - Apostolado da Oração. -
Vicentinas. Pelos pobres e doentes. - Pelos Seminários e seminaristas. - Pelos pais. Para que aceitem com amor os seus filhos e cuidem seriamente da sua educação. -
Pelos emigrantes e Loriguenses ausentes. - Pelos estudantes. Pelos trabalhadores e desempregados. - Pelos educadores e seus educandos. - Pela Paz no mundo. - Pela
Catequese da nossa paróquia. - Pelas Missões e conversão dos fiéis. - Pela união dos cristãos e cristãos perseguidos. - Pelos governantes das nações. - Irmandade e Almas
do Purgatório. - Oração de Vésperas e bênção do Santíssimo".

Por fim Eucaristia solene e Encerramento do Lausperene


(Registado aqui - Ano de 2008)

A Telescola em Loriga
O Curso Unificado da Telescola (C.U.T) era um curso do ensino oficial quanto à emissão e do ensino particular quanto à recepção e exploração. O
Funcionamento dos postos de recepção e a frequência dos alunos eram idênticos aos do ensino particular em estabelecimento, embora sujeitos a
regime especial.
O C.U.T (Curso Unificado da Telescola) destinava-se a alunos que frequentassem postos de recepção especialmente criados para esse efeito. As
lições eram organizadas na Telescola em Vila Nova de Gaia e emitidas do Porto, da Radiotelevisão Portuguesa.
Em 31 de Dezembro de 1964, o Decreto-Lei Nr. 46.135 cria e regulamenta o Instituto de Meios Audio-Visuais de Ensino. A Portaria Nr. 21.113, de 17
de Fevereiro de 1965, cria o Curso Unificado da Telescola. Perante tão grandes vantagens que oferecia o C.U.T. (Curso Unificado da Telescola) foi
compreensível na época, o interesse despertado, um pouco por todo o país. Criaram-se 500 postos de recepção, inscrevendo-se na Telescola milhares
de alunos, com programação produzida nos estúdios da Radiotelevisão Portuguesa do Monte da Virgem, no Porto. Os alunos eram acompanhados nos
postos de recepção por monitores. A intenção era permitir o cumprimento aos alunos da escolaridade obrigatória, na altura constituída pelos quatro
anos da Escola Primária e os dois Ciclo Preparatório. A nível geográfica a telescola pretendia servir as zonas rurais isoladas e zonas suburbanas com
escolas superlotadas. Nesta época, como se disse, havia já alguns milhares de alunos matriculados, mas toda a população tinha acesso através da
televisão às emissões que ocupavam parte da programação da tarde da RTP. A telescola portuguesa foi uma das mais bem sucedidas na Europa.

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Decorria o ano de 1966, em Loriga há muito, que se defendia a legítima aspiração de se fundar um estabelecimento de Ensino Secundário. A população da
freguesia, e, sobretudo, a sua relativa importância industrial, justificava tal anseio. Tendo a certeza de que se tratava de uma importante oportunidade, para o
ensino em Loriga, foram logo dados os passos necessários para promover esse projecto, nesta localidade.
Em Outubro de 1966, concretizou-se essa realidade, com a atribuição do Alvará à Fábrica da Igreja Paroquial de Loriga, que promoveu a criação do posto de
recepção e, ao qual, foi atribuído o Nr. 234.
Apesar de diversas circunstâncias, muitas famílias compreenderam o vasto alcance da Telescola e, de bom agrado, fizeram o sacrifício de matricularem os seus
filhos, tendo logo no início sido matriculados 21 alunos. Foram nomeados monitores, D. Amália de Brito Pina e o Professor António Domingos Marques.
O Curso Unificado da Telescola (C.U.T.) era constituído pelas seguintes disciplinas correspondente ao ciclo preparatório do Ensino Técnico Profissional e ao
primeiro ciclo do Ensino Liceal:- Língua Pátria; História Pátria; Ciências Geográfico-Naturais; Matemática; Desenho; Trabalhos Manuais; Religião e Moral; Canto
Coral; Educação Física e Francês.

Registado aqui - Ano de 2005)

A Estrada de Loriga
No século XIX, Loriga era já uma terra industrial. No entanto, ainda não tinha uma via de estrada para poder, com mais facilidade, fazer o escoamento da produção fabricada para os mercados
do país.
Podemos, por isso, imaginar as dificuldades existentes nesses tempos, pela falta de vias de comunicação, não só para apetrechar as fábricas de maquinarias necessárias, mas também, como já
se disse, poder enviar para outros pontos do país a sua produção e ainda receber matérias primas para a sua laboração.
Antes da construção da estrada para Loriga, as mercadorias eram descarregadas em S. Romão, e dali seguia até esta Vila, por caminhos
existentes na altura e com o transporte a ser efectuado por carros de bois. O trajecto mais utilizado era aquele que, saindo de São Romão,
descia para Vila Cova, passando pelo meio dos pinhais e pela quinta da Conceição, subindo depois para a Portela do Arão e em seguida descia
pela Calçada Romana que conduzia a Loriga.
A construção do lanço da estrada de São Romão a Loriga, ocorreu nos últimos anos da década 1910 primeiros anos da década de 1920,
surgindo uma estrada serpenteante por audaciosas curvas ao longo da encosta da serra e onde a engenharia moderna, na altura, colocou todos
os seus recursos,
No final dessa mesma década foi construído o trajecto ainda na zona de Loriga, entre a Fábrica dos Leitões e "Selada", que foi concluído por
volta do ano de 1934/35. Pouco depois seguiu-se a construção desta estrada até Alvôco da Serra e, poucos anos depois, ficou concluída até às
Pedras Lavradas, ligando assim toda esta zona da serra à Beira Baixa.
Por isso, a construção da Estrada Nacional Nr. 231, como é hoje chamada, foi considerada uma obra de importância vital para esta zona situada
na encosta sudoeste da Serra da Estrela.
No final da década de 1950, esta estrada nacional, desde São Romão até às Pedras Lavradas, foi totalmente restaurada, sendo alcatroada em
todo o seu percurso, tendo sido suprimidas algumas curvas e apetrechada com muitos aquedutos para o escoamento das águas, tendo sido
também devidamente sinalizada, ficando uma magnifica via de circulação.
Na última década do século passado, esta Estrada Nacional Nr.231, chegou quase à degradação total para, finalmente, no ano de 1999, receber
grandes obras de restauro, sendo colocado novo piso, melhor sinalização, bem como a colocação ao longo do seu trajecto de railes metálicos de
protecção e segurança, tornando-a numa via para melhor circulação e muito mais segura.
Curioso é o que vamos encontrar nos relatos da época, que nos dão conta, de que, aquando da construção do lanço da Estrada da Fábrica dos
Leitões até à "Selada", a maioria dos trabalhadores, bem como o encarregado da mesma, o Sr. Morgadinho, serem naturais de Fronteira,
localidade alentejana, os quais, durante algum tempo, viveram com as suas famílias em Loriga, distinguindo-se por serem uma comunidade com
usos e costumes muitos diferentes dos loriguenses. (Registado aqui - Ano de 2003)
Estrada Nacional Nr. 231

A história dos "The Karts" - O primeiro conjunto de Loriga *

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Primeiro conjunto musical criado em Loriga por jovens da chamada juventude das épocas de ouro, inspirados pela febre dos "The Beatles", quando já em Seia se notava também o aparecimento
de alguns conjuntos.
Decorria o ano de 1965, o Gabriel Pina (Calçada) e o Valdemar Ambrósio davam uns primeiros toques na viola, na velha sapataria do Sr. António Moura Pina (Calçada), que para muitos foi uma
verdadeira escola de música. Nessa altura outros jovens com uma certa aptidão frequentavam também a sapataria, lembramos o José Gouveia (Bentinha) que cantarolava as canções da época e
o José Pereira (Zezito italiano) que batia numas latas ali existentes fazendo de bateria.
Nessa altura numa velha arrecadação da Banda existiam várias tarolas e um velho bombo que esses jovens pediram emprestado transformando assim
numa bateria.
Através do senhor Armando Gomes Aparício (popularmente chamado "Planeta"), funcionário dos correios e instalador das linhas dos telefones em Loriga,
estes jovens foram adquirindo bocais de velhos telefones que colocavam na caixa das violas, que depois ligado a um rádio antigo fazia de amplificador
resultando um som metálico fascinante.
Bem cientes que a formação do conjunto era uma realidade bem presente, e que iria seguir em frente, era preciso arranjar um nome, nome que fosse
pomposo e ao mesmo tempo que fizesse a diferença.
Sendo quatro os jovens do conjunto, idealizaram em consenso pela designação de "THE KARTS" talvez em consequência da inspiração da entusiástica e
revolucionária onda musical vindo de Inglaterra, associada às novas modas de roupa e também à moda dos cabelos à "Beatles" como se passou a dizer na
altura
Entretanto juntou-se a eles o Tó Ribeiro, que veio passar as chamadas férias grandes a Loriga, que incentivou esses jovens a actuar em público, que
segundo lhes dizia, notava neles já a terem uma qualidade acima da média. O Tó Ribeiro passou mesmo a escrever-lhes algumas canções em "PetroInglês"
como se dizia na altura, que o Zé Gouveia orgulhosamente passou a cantar mesmo não sabendo falar inglês.
Há um dado importante e provavelmente desconhecido para muita gente na altura, o Tó Ribeiro foi de facto o elemento dos bastidores mais precioso e sem
o qual o conjunto "The Kart´s" não teria existido.
Estes jovens do conjunto, tinham uma grande vantagem, eram músicos também da Banda de Loriga o que lhes permitiu um certo conhecimento e lhes
permitiu criarem uma harmonia de vozes de elevada qualidade.
Para a primeira actuação e como apresentação do conjunto foi criado a canção inédita "Há Festa na Aldeia" que foi de certa forma um êxito do grupo, bem
como, criaram "e o Tombe la Neige" do francês Savatore Adamo cantada em português que passou a ser o cartão-de-visita do conjunto "The Kart´s".
O primeiro espectáculo foi organizado na ideia de angariar fundos para a compra de alguns instrumentos, sessão que decorreu Salão Paroquial num
domingo de Junho, em que a Banda estava livre e portanto era esse o dia indicado.
Entretanto, à última da hora foi resolvido fazer a Festa de Santo António, surgindo então um problema, visto que esses jovens eram também músicos da
Banda, que levou os mesmos a falar com o Mestre Carlos, ficando combinado fazerem na mesma a festa com excepção do concerto no Adro, pois o
espectáculo dos "The Kart´s" estava há muito tempo programado, inclusive, já com muitos dos bilhetes vendidos, que se tornava impossível fazer qualquer
alteração.
A estreia do conjunto "The Kart´s" foi realizada com o espectáculo a ser um êxito, ficando até para a memória, o aspecto visual dos quatro elementos do
conjunto vestidos de calças verdes em Bombazina (na altura ainda uma novidade em Portugal), com camisolas de gola alta pretas e a do vocalista em
branco, os que os tornavam nuns verdadeiros artistas.
Só que esse domingo ficaria também marcado pela negativa, com muita confusão e muita incompreensão à mistura, que levou a Direcção na altura, a expulsar os jovens da Banda de Música de
Loriga, tendo também por esse motivo surgido no seio da própria Banda, uma certa crise, com outros músicos a manifestarem o desejo de também abandonarem a Banda, conseguindo os
elementos do conjunto, com algum custo, dissuadir todos esses de tal propósito.

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Nunca pareceu ficar totalmente esclarecido o que levou à expulsão desses jovens da Banda da Música, que tanto por ela deram,
tendo em conta que os elementos do conjunto estavam nesse domingo devidamente autorizados pelo Mestre Carlos, para não
estarem presentes nesse concerto da festa de Santo António.
Inerente a tudo isso e ainda como mais agravante foi a Banda retirar ao conjunto as tarolas e o bombo, parecendo pairar no ar
de uma tentativa de acabar com o grupo musical, tendo esses jovens unido forças comprando uma bateria em segunda mão em
Seia.
O que é certo e que foi importante, foi o "The Karts" não se darem por vencidos e foram em frente e durante alguns anos foram
um referência de Loriga pela região na animação de festas e outros eventos.
Mais tarde entrou para o conjunto o Joaquim Santinho, para com o trompete fazer apoio de voz, e é engraçado que só trinta
anos mais tarde esse apoio apareceu em grandes artistas, com um soprano, com uma trompete e outros conforme o timbre de
voz.
Fizeram então grandes festas, ficando para sempre na recordação aquela actuação em São Romão, porque foi um teste à
categoria e qualidade. A imensa multidão que ali estava, metia respeito a qualquer um e "The Karts" ainda a darem os seus
primeiros passos não fugiram à regra e, mais porque estavam ali para substituir talvez o melhor conjunto português na época
"OS ECOS", que por motivo de terem tido um acidente não poderem chegar ali para actuar.
Era grande a multidão que ali estava presente para ver o referido conjunto, que por norma arrastava consigo sempre muita
gente, por isso foi com muita surpresa que em vez desse conjunto aparecesse outro os "The Karts".
Na expectativa os "The Kart´s" iniciaram actuação com uma canção de um conjunto inglês "THE ANIMALES", arrasaram, como
se costuma dizer, que foi o suficiente para o crédito da multidão e a partir dai até ao final foi um sucesso, para admiração dos
próprios elementos do conjunto, por tão bem se terem saído, vendo assim com satisfação todo um trabalho recompensado.
Durante muito tempo fizeram grandes actuações, actuando em recintos fechados ou na rua, sempre muito acarinhados por onde passaram que ainda hoje muita gente se recorda pois os "The
Kart´s" foram na verdade uma das referências da sua terra na altura, elevando bem alto o nome de Loriga.
Ao longo da sua existência foi-se conhecendo outros elementos no grupo, que como atrás se disse entrou o Joaquim Santinho, depois o António Aleixo e mais tarde depois o António Ferreira
(Pum).
Alguns anos mais tarde e como tudo na vida, tudo acaba, os "The Karts" acabaram, no entanto, pareceu ficar na ideia de que mais tarde ou mais cedo haveria uma continuação, porque na
verdade os conjuntos musicais na época estavam muito na moda, por isso não foi com surpresa, que algum tempo depois, surgisse um novo conjunto em Loriga criado na designação "Os Focos"

Primeira Composição dos "The Karts"

Bateria - José Pereira (Zé Italiano)


Viola Solo e Baixo - Gabriel Pina (Calçada)
Viola Ritmo - Valdemar Ambrósio
Vocalista - José Gouveia (Bentinha)

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Uma segunda Composição dos "The Karts" Uma terceira composição dos "The Karts"
Joaquim Santinho na Trompete António Aleixo
Uma quarta Composição dos "The Karts"
António Gonçalves Ferreira (Pum) que substituiu o José Gouveia quando este ingressou na tropa em 1968
***
Letras das canções
Algumas letras das canções, das muitas cantadas pelo Conjunto "THE KARTS" na altura sendo que estas quatros aqui documentadas foram verdadeiros êxitos.

Há Festa na Aldeia E Cai a Neve

Há Festa E cai a neve


Hoje na Aldeia Lá fora a noite é tão triste
É só Comigo Se cai a neve
Que vais dançar Saudade é tudo o que existe

Não A cidade dorme


Não fiques triste E tudo é silêncio
Por toda a vida Eu apenas escuto
Hei-de te Amar Bem baixinho o meu pranto

Sorri Esta noite não virás


Dá-me um abraço E o amanhã é tão distante
E nós os dois Por onde andarás
Seremos Um Quando o sol retornar

Não Lá lá rá rá
Não tenhas medo Lá lá rá rá

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Pela rua deserta


O teu vulto eu procuro
Mas, eu sei que é inútil
Dá só desprezo Sei que tu não virás
A quem falar
Inédita - (feita pelos elementos do Conjunto) A cidade dorme
E tudo é silêncio
Eu apenas escuto
Bem baixinho o meu pranto.
Versao portuguesa - "e o Tombe la Neige"

***
O sonho

Sonho maravilhoso
Folia
Tive n'aquela hora
Tomei banho no lago
Hoje é dia
Um coração me adora
De Folia
E, eu quero
A noite estava fria
Contigo estar
Eu contigo Amor
Unidos na magia
E p'rá acabar
Sentindo o teu calor
Vamos casar
E nosso sonho
Ao sair do lago - bis
Realizar
Colado a ti fiquei
Unidos num beijo
Com tantos rebentos
Nosso amor selei
Vêm tormentos
Dores de cabeça
Era manhã alta
Chegam por fim
Quando eu acordei
Ao ver que foi um sonho
Tão triste fiquei
Inédita - (feita pelos elementos do Conjunto) (inédita - feita pelos elementos do Conjunto

***
Nota:- Aqui se documenta mais um recorte da história de Loriga, neste caso o primeiro conjunto musical em Loriga, que pela sua importância e grandeza se regista com a originalidade,
nomeadamente, registando os alcunhas das pessoas assim mais popularmente conhecidas, para uma mais fácil identificação, que se pede desculpa no caso de ferir a sensibilidade dessas
pessoas.
*Fonte:- josé Gouveia
(Registado aqui - Ano de 2006)

A Estrada de São Bento

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Foi sem dúvida a obra em Loriga e sua região, que mais tempo demorou para ser uma realidade, foram décadas de anos para se ver concluído o sonho que se arrastou ao longo de muitos anos.
Foi na década de 1960, quando foi levado a efeito a abertura da estrada florestal, itinerário da Portela do Arão a São Bento, que apenas por umas centenas de metros não chegou a ficar ligada
à estrada nacional que liga Sabugueiro à Torre.
Com os anos esta estrada foi-se degradando, mas mesmo assim era utilizada para o serviço florestal e terrenos particulares, bem como, alguns piqueniques na Fonte do Vidoeiro, mas a partir
daí eram poucos aqueles que também se arriscavam a irem mais por ali a cima, utilizando as viaturas.
Após ser feita esta estrada, tida como florestal, desde logo, começaram a surgir ideias nesta região sudeste da Serra da Estrela, no sentido do aproveitamento, como estrada de acesso a torre,
encurtando dessa forma muitos quilómetros necessários para chegar ao ponto mais alto, quando por este itinerário parecia a torre estar assim tão perto.
Durante muitos anos, apesar de haver muitos pensamentos positivos a este respeito, também é certo que parecia não passar disso, timidamente as autarquias da região de quando em vez lá ia
falando nessa possibilidade, que diga-se de passagem era de inteira necessidade.
Segundo relatos de alguns autárquicos que ao longo dos anos passaram pela Junta de Freguesia de Loriga,
apesar de alguns passos terem dado nesse sentido de serem efectuadas obras de recuperação nessa estrada e
também ser concluído os últimos metros de ligação à estrada nacional em pleno São Bento, certo é, ficava tudo
parado, segundo alguns parecia existir no Município de Seia um alto muro difícil de ultrapassar.
Nos primeiros anos da década de 1990, começou a ter uma consistência mais forte, a ideia de levar bem em
frente o sonho de ser construída uma estrada rodoviária na estrada florestal Portela do Arão - São Bento.
Nessa altura o executivo da Junta era presidido por José Almeida Pinto, que idealizou essa ideia de a estrada de
São Bento se tornar uma realidade, sendo de grande relevo o seu empenhamento, determinação e enorme
vontade da concretização desse projecto, não cedendo aos obstáculos que foram preciso ultrapassar para que a
legitima reivindicação dos loriguenses fosse uma realidade.
Em 1995, começou a ser mais determinante a luta do executivo No entanto, muito caminho teve que percorrer e
batalhar durante algum tempo mais, para finalmente se começar a ver uma luz ao fim do túnel, quando em 1996,
a estrada de São Bento, se viu incluída no PIDDAC com atribuição de uma verba a rondar algumas dezenas de
milhares de contos e, destinados ao arranjo final do projecto.
Este novo horizonte de esperança surgiu, por grande influência da Junta de Freguesia de Loriga, Câmara de
Seia, Victor Moura na altura deputado e ainda pela JAE, que dessa forma se podem considerar os grandes
impulsionadores desta obra.
Nos anos seguintes foram sendo dados passos importantes e em 1998, voltou a estar incluído no PIDDAC,
sendo garantida uma verba de 300 mil contos. No ano seguinte em 1999, foram concluídos os estudos do
impacto ambiental, que nada obstava à viabilidade da obra.
Nesse mesmo ano o troço Portela do Arão, São Bento - Lagoa Comprida, passou a fazer oficialmente parte
integrante do trajecto Estrada Nacional Nr.338, como rede de rodoviária nacional, tendo sido bem influente o A estrada de São Bento
desempenho do loriguense, senhor Eng. Carlos Leitão.
No ano de 2000, o Dr. Victor Moura, então deputado na Assembleia da República, leva o assunto da Estrada de São Bento ao órgão máximo do país, começando então a fazer sentido o
renascer da esperança dessa nova estrada. Com a aprovação, pela Comissão de Economia, Finanças e Plano e Proposta de Lei Nr. 48/VIII, apresentada então pelo deputado loriguense,
apontava para a alteração do PIDDAC e para a inclusão da estrada de São Bento no orçamento do ano seguinte.
Nesses mesmo ano, mais precisamente no dia 3 de Julho de 2000, o ministro do Equipamento Social Jorge Coelho, visitou mesmo a região de Loriga, onde se inteirou ao vivo de toda a situação
e da importância da construção dessa estrada para a região sudoeste da Serra da Estrela.

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Na proposta de Lei com timbre do Grupo Parlamentar do PS na Assembleia da República e assinada pelo
deputado Victor Moura datada de 16 de Novembro de 2000 foi apresentado o troço da EN 338 Portela do Arão -
Lagoa Comprida como sendo uma obra que tem estado sempre no PIDDAC, estando a 1ª. fase em execução
(Vide Portela do Arão) e que o projecto está executado e pronto para ser aberto a concurso. Em custos
orçamentais e previstos com custo para 2001 seria de 75 mil contos, propondo o deputado que a verba "deveria
ser retirada da rubrica outras construções a lançar".
Em Agosto de 2003, foi então anunciada a grande notícia, publicada no Diário da República e muito difundida nos
meios da comunicação social, que dava conta do aviso da abertura do concurso para a construção da Estrada
de São Bento.
Foram onze a empresas que se mostraram interessadas e no dia 25 de Setembro, às 10h00 foram abertas as
propostas de candidaturas sendo apresentada a melhor proposta pelo empresa Manuel Rodrigues Gouveia, Lda.
Que embora estivesse estabelecido nas cláusulas do contrato que a obra tinha um prazo de execução de 420
dias, esta empresa comprometia-se a executá-la em 310 dias, estando até previsto o início das obras para 1 de
Março do ano seguinte.
Certo é, que não veio a concretizar-se todos esses desenvolvimentos, que pareciam estar já consumados,
arrastando-se novamente o sonho da Estrada de São Bento por algum tempo mais, o que veio finalmente a
acontecer com um novo concurso a ser realizado, tendo sido adjudicada a empreitada da Estrada Portela do
Arão - Lagoa Comprida, ao consórcio Construções Gabriel Couto, S.A / Chupas & Morrão S.A., com a
assinatura do contrato a ser efectuada no dia 5 de Abril de 2005, na sede da E.P - Estradas de Portugal (ex.
JAE) entre esta entidade e essa empresa.
A Obra teve um valor inicial de 3.512.744.212 Euros e o prazo de execução era em 290 dias. A partir do dia
seguinte e nos termos da Lei, passava a ver um limite de 22 dias úteis, para o arranque dos trabalhos o que veio
a acontecer.
Rotunda da Portela do Arão onde tem inicio a estrada de São Bento
Sendo a sua construção da competência do Instituto Estradas de Portugal (EP) esta importante obra, que teve
também a participação financeira da União Europeia (programa FEDER) acabou por ter o orçamento final de
mais de 4 milhões e meio de euros, sendo concluída mais ou menos no tempo previsto.
Dados sobre a estrada

A Estrada de São Bento inicia com uma altitude de 860 metros, eleva-se lentamente e serpenteando a serra, fica com uma
inclinação média de 7% até à altitude de 1.660 metros, marcada no cruzamento com a estrada da Serra (EN 339) a dois
quilómetros após a Lagoa Comprida
Situada em pleno Parque Natural a Estrada de São Bento, tem uma largura mínima de faixa de rodagem de 6,5 metros, um sistema
drenagem, bermas e valetas adequadas às condições climatéricas da zona (nevões, degelo), tem guardas de segurança em betão
e pilares de granito e um pavimento antiderrapante, além de espaços alargados destinados a facilitar a ultrapassagem e paragem
de veículos.
Na via existem vários tipos de sinalização, destinados a facilitar o trabalho de limpa-neve e a circulação segura dos restantes
veículos, em dias de nevoeiro e de temporal.
A fruição e o laser não foram esquecidos dispondo, no percurso, de dois parques de merendas com estacionamento e miradouros,
sendo uma paragem obrigatória o parque da Fonte do Vidoeiro, para beber água pura e fresca.

A vila de Loriga vista de da estrada de São Bento

Inauguração da Estrada de São Bento (Traçado EN 338)

Finalmente é marcada a data da inauguração da Estrada de São Bento, a realizar no dia 19 de Outubro de 2006 (Quinta-Feira) pelas 16h00. Aqui se transcreve na íntegra a comunicação e
programa a realizar nesse dia da inauguração, que ficará para sempre registado na história de Loriga, tornando-se assim realidade o sonho dos Loriguenses.

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DE/ FROM: GCI _ GABINETE DE COMUNICAÇÃO E IMAGEM


Praça da Portagem - 2800-225 ALMADA - PORTUGAL
Tel.: 21- 287 90 00 / Fax: 21-294 73 03
*
PARA/ TO: Junta de Freguesia de Loriga
FAX Nº:
Nº DE PAGs. (incluindo esta):
DATA/ DATE : 06/10/09
*
S. EXA O SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO, DAS OBRAS PÚBLICAS E DAS COMUNICAÇÕES PRESIDE À CERIMÓNIA DE ABERTURA AO TRÁFEGO DA
EN 338- LANÇO ENTRE PORTELA DO ARÃO (EN 231) E LAGOA COMPRIDA (EN 339)
(QUINTA- FEIRA, DIA 19 DE OUTUBRO, ÁS 16h00)
O Programa será o seguinte:
15h45 - Chegada dos convidados e representantes dos Órgãos de Comunicação Social à tenda instalada na obra. A23/ Covilhã/Torre - a seguir entrar na obra e descer até à tenda.
16h00 - Chegada do Senhor Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Dr. Paulo Campos e comitiva;
16h05 - Início da Cerimónia
- Apresentação da obra pelo Director de Empreendimentos da EP - Estradas de Portugal, Engº Jorge Bernardo;
- Intervenção do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Seia, Eduardo Brito;
- Intervenção do Senhor Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, Dr. Paulo Campos;
16h45 - Final da cerimónia.
Obrigada!
Os melhores Cumprimentos,
Paula Ramos Chaves
Directora GCI
Dia 19 de Outubro de 2006

Data para a história de um grande acontecimento, que foi a Inauguração do traçado Portela do Arão - Lagoa Comprida (EN 338), popularmente chamada pelos Loriguenses como Estrada de São
Bento. Apesar do mau tempo que se fez sentir, que contrastava com a alegria e calor humano, que se respirava naquela tarde com uma enorme multidão que se deslocou até à Portela do Arão,
para assistirem à inauguração há muito esperada.
Estiveram presentes muitas personalidades nacionais, do meio empresarial e político em que se destaca o Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo
Campos, o presidente da Câmara de Seia Eduardo Brito e, também o presidente da Câmara de Gouveia, bem como, o presidente da Junta de Freguesia de Loriga, António Moura Mendes e
também o anterior presidente José Almeida Pinto e como também não podia deixar de ser, o senhor Eng. Carlos Leitão e o Dr. Victor Moura.
Marcaram também presença os presidentes das Juntas de Freguesias das localidades vizinhas e muitas população de Loriga e terras da região. De assinalar ainda, a presença dos presidentes
da Direcção e da Mesa da Assembleia Geral da ANALOR (Associação dos Naturais e Amigos de Loriga) acompanhados pelo presidente da Junta de Freguesia de Sacavém senhor Fernando
Marcos. Onde também não faltou a Rádio Clube Arganil a cobrir em reportagem alargada o acontecimento, na transmissão de alguns pontos da inauguração e assim em todo o mundo via online
os "Loriguenses puderam estar associados a este grande acontecimento."
Foi ainda homenageado o Loriguenses, Eng. Carlos Leitão, um dos impulsionadores para que esta obra fosse uma realidade, tendo sido atribuído o seu nome à rotunda da Portela do Arão onde
começa a Estrada de São Bento.
A reabilitação da Estrada de São Bento, passou então a constituir um importante motor de desenvolvimento de Loriga e das freguesias limítrofes, permitindo aos visitantes da Serra da Estrela,
mais um percurso alternativo através de uma via agradável e panorâmica.
Através da Estrada de São Bento o percurso de Loriga até à Torre, passou a ser feito em pouco mais de 15 minutos, concretizando-se assim um sonho dos loriguenses, sonho este que levou
décadas a realizar.

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Dia da inauguração com muitas pessoas a assitirem


(Registado aqui - Ano de 2006)

Dia Internacional da Mulher em Loriga


Hoje em dia o Dia Internacional da Mulher é muito festejado um pouco por todo o lado e em Loriga não foge à regra, que começou a ser também festejado já algum tempo, quando já alguns anos
a esta parte, algumas mulheres loriguenses e com espírito de iniciativa, idealizaram levar em frente festejar também na sua terra, este Dia Internacional da Mulher.
Ao princípio apenas com aderência de algumas mulheres, talvez mais liberais, ou talvez ainda na altura a existir alguns preconceitos, mas com a continuação dos anos foram rapidamente
ultrapassados e foi de relevo cada vez mais as mulheres loriguenses aderirem aos festejos da celebração do Dia Internacional da Mulher na harmoniosa e hospitaleira vila serrana.
Este dia dedicado à mulher é pois celebrado em Loriga, com a realização de um jantar comemorativo ao Dia Internacional da Mulher, que de certa forma organizado, juntam-se as mulheres
loriguenses em comunidade, num verdadeiro espírito de amizade, fraternidade e divertimento, reclamando assim para si um dia verdadeiramente especial e que nós o homens devemos apoiar.
O dia 8 de Março Dia Internacional da Mulher comemorado com certa relevância em Loriga, parece mesmo ser já uma tradição, sendo de elogiar ver hoje nesses festejos mulheres de todas as
faixas etárias, que temos com por dever enaltecer.

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Fotos de dos Anos 2008 e 2009 respectivamente.


(Registado aqui - Ano de 2010)

Figueira da Foz - Local de Férias dos Loriguenses


A Figueira da Foz foi desde o principio do século XX, por excelência, o local de destino para férias, laser e descanso de toda uma sociedade de classe alta da Beira Alta, talvez pelo facto da
posição geográfica e das boas condições existentes naquela região.
Nessa altura e depois durante largas dezenas de anos, esta cidade e as suas praias foram também o local de eleição de férias dos loriguenses mais
abastados. Uma classe social formada pelos patrões, negociantes, comerciantes e loriguenses radicados no Brasil, quando vinham de visita à sua
terra.
O nome de Figueira da Foz passou a ser muito familiar à população de Loriga, Ainda é da recordação de muitas pessoas, principalmente com a
aproximação dos meses do verão, de uma certa azáfama nas famílias "ricas" (como na altura assim se dizia em Loriga) nos preparativos da partida
para aquela cidade, onde eram mais que evidentes os grandes malões e a muita bagagem que levavam para a temporada da praia, pois algumas da
famílias eram numerosas, em que muito agregado familiar era composto de crianças.
Nas primeiras décadas do século XX, a viagem demorava dia e meio, nos anos 40 do mesmo século, ainda demorava quase um dia. As pessoas
partiam de Loriga por volta das cinco da manhã, iam de camioneta até Nelas para apanharem o comboio que os levavam á Pampilhosa, depois ainda
um outro comboio, onde à noitinha chegavam finalmente à Figueira da Foz.
A época de férias era passada com muito tempo na praia, principalmente, as senhoras e crianças, com estas a divertirem-se muito com papagaios de
papel e bolacha americana, enquanto as mães passavam muito do tempo a conversar umas com as outras.
Fora da praia as senhoras passeavam pela cidade comprando vestidos e loiças, enquanto as crianças brincavam e os homens se juntavam pelos
cafés e bares para uns bons "bate-papo" e no meio de uma ou outra bebida falarem em negócios e na vida actual e quotidiana.
Os Loriguenses radicados no Brasil, também escolhiam a Figueira da Foz, para ali passar parte das suas férias quando vinham a Portugal.
Praia Figueira da Foz (Década 1910)
Normalmente levavam sempre consigo alguns dos familiares que viviam em Loriga, para os ajudarem nas lidas de casa.
Curiosamente, hoje em dia a Figueira da Foz continua a ser o local de eleição de muitos dos loriguenses a viverem em Loriga, só que em comparação com as outras eras passadas, em que era
só para a classe abastada de Loriga, hoje em dia já não é assim. (Registado aqui - Ano de 2007)

A Inauguração da Electricidade em Loriga

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Nos anos da primeira década de 1900, foi fundada a Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela, tendo sido inaugurada em 2 de Janeiro de 1910, a primeira central que foi sediada na Senhora
de Desterro.
Com a expansão cada vez maior da industria de lanifícios em Loriga e já com a electricidade não muito longe desta localidade, os industriais locais começaram a movimentar-se no sentido de o
mais rápido possível, trazer para Loriga essa grande fonte de progresso e desenvolvimento, e de verdadeira necessidade para a população e indústrias.
Em Abril de 1911, precisamente no domingo de ramos, visitou Loriga o Sr.António Marques da Silva da Empresa Hidroeléctrica para dar início à negociação com os industriais, às normas do
contracto, com vista ao fornecimento da energia a esta povoação. As negociações rapidamente ficaram concluídas, fazendo também parte do acordo, a colocação de 30 candeeiros de
iluminação nas ruas, para o qual seria entregue a importância de três contos de reis (3.000$00). O estudo do terreno e os locais para a colocação dos postos que deviam conduzir as linhas da
energia desde a ermida da Senhora do Desterro até Loriga, era da autoria da Empresa.
Foi então efectuada uma subscrição pública pela população local para arranjar a respectiva quantia, que com contributos de 5$00; 10$00; 15$00; 20$00; 30$00; 50$00; 100$00; 300$00 e
510$00, rapidamente foi possível reunir a importância necessária.

Certidão da Escritura

Com a data de 11 de Agosto de 1911, é efectuada a escritura do compromisso para fornecimento da Luz eléctrica à povoação de
Loriga. Para o efeito deslocou-se a Loriga o notário público Jajme Pedrosa, para efectuar a respectiva escritura de compromisso.
A reunião foi realizada em casa do senhor Augusto Luís Mendes, além deste estiveram presente José Mendonça de Gouveia
Cabral; José Ambrósio de Pina; Augusto de Moura Galvão; Manoel Gomes Leitão e Albino Pinto Martins, todos proprietários
moradores em Loriga, na qualidade de primeiros outorgantes.
Esteve também presente e na qualidade de segundo outorgante, António Marques da Silva, proprietário, residente em Gouveia,
Administrador da Empresa Hidro Eléctrica da Serra da Estrela, com sede oficial em Gouveia.

Finalmente em 15 de Novembro de 1912, foi inaugurada a electricidade em Loriga, um facto que contribuiu para o progresso da vila
e bem-estar da população. Essa data ficou registada na história de Loriga, sublinhada pelo facto de ser umas das primeiras
localidades da região a possuir a luz eléctrica.
Cabine Eléctrica (Loriga) Ano 1979 Postos da Electricidade em madeira

Aqui se regista a Lista conhecida, de todos aqueles que contribuíram para este grande melhoramento de Loriga:
Ano 1910 - Lista da Subscrição para a instalação da Luz Eléctrica:
"António Luiz Mendes & Filho; António Cabral; José Mendonça Cabral & Irmão; José Pinto das Neves Júnior; Leitão & Irmãos; Amália Nunes de Pina; Padre António Mendes Lages: António
Luiz de Brito Ignacio; José de Moura Pina; José de Pina Pires; José de Pina Pires Júnior; Guilhermina Reis; José Mendes Luiz d´Abreu; José Luiz Duarte Pina; António Alves Anno Bom;
Augusto César Mendes Lages; José de Gouveia Cabral; Joaquim Nunes Luiz; António de Moura Romano; António João da Costa & Família; Carlos Sinões Pereira & Família; Manuel Mendes
Luiz d´Abreu; José de Brito Guimarães; Dr. Amorim da Fonseca; Professor Pedro d´Almeida; Maria do Carmo Moura; Mateus de Moura Galvão; João Mendes Veloso; António Aparício
Martins; José Fernandes Carreira; José Gomes Luiz de Pina; Emygdio Manuelito; Manuel dos Santos Silva; Augusto Moura Galvão; José Fernandes Videira; António Pinto de Moura; Emygdio
Cardoso de Moura; Felizmina Simões; José Diogo Ferreira; Joaquim Luiz de Pina; António de Pina Monteiro; José Dias Aparicio; Manuel de Moura Pina; António Nunes Luiz; Emygdio
Antunes de Moura; Manuel de Moura Barreiros; José Lopes Cardos dos Santos; Joaquim Machado Aparício; Manuel Fernandes Cassamelino; José Gomes Lopes; Emygdio Fernandes
Cazelho; José Luiz de Moura Pina; José dos Santos Moura". Consta ainda desta Lista vários anónimos. (Registado aqui - Ano de 1999)

As Bodas dos Casamentos em Loriga, dos tempos passados


Era combinado o casamento, entre os nubentes e os pais, o chamado "tratado" era feito normalmente na casa dos pais do noivo, no meio de um jantar ou almoço, mas por vezes também podia
ser na casa dos pais da noiva. Com antecedência era marcado o mês e o dia para a celebração do casamento.
Algum tempo antes davam-se os passos indispensáveis para a celebração do casamento e respectiva boda. E como só se celebravam casamentos católicos, o pároco da freguesia procedia à
sua divulgação, durante três domingos consecutivos, no final da missa. Eram os chamados pregões.
Entretanto o noivo e a noiva e os familiares faziam os planos, procurando uma casa onde a nova família iria residir. Com a aproximação da data, a noiva e a família mais chegada, mãe e irmãs,
ultimavam o enxoval, ao mesmo tempo que preparavam a casa, entretanto já alugada, para o casal viver.
Com alguma antecedência eram elaborados os convites, os noivos começavam por convidar os seus amigos e, os pais faziam os convites aos familiares mais chegados e não chegados, amigos,

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vizinhos ou simplesmente conhecidos. Uns para estarem presentes na celebração do casamento na igreja e outros para a respectiva boda. O alargamento dos convites levava que as bodas dos
casamentos nessas épocas, atingiam várias centenas de convidados.
Para o efeito era pedido aos proprietários das grandes casas (chamadas senhoriais) para fazerem as bodas dos casamentos, que normalmente duravam 3, 4 dias. Começava no jantar de Sexta-
Feira, já com toda a família mais chegada da noiva. A boda do Sábado, após a celebração do casamento realizado na igreja paroquial, era o ponto alto. Para o jantar vinham já outros
convidados, repetindo-se o mesmo ao almoço e jantar do dia seguinte Domingo, com a vinda de novos convidados. Por último e na Segunda-Feira, ainda decorria o resto da boda, mas neste dia
resumido à família mais chegada ou a uns restantes convidados.
Tradicionalmente em Loriga a boda era a cargo dos pais da noiva, pertencendo da parte do noivo arranjar a casa onde ia passar a viver o novo casal, bem como, o seu apetrechamento.
A semana do casamento era a de dor de cabeça. A boda era toda ela caseira as refeições eram confeccionadas e servidas pelos familiares dos noivos, sob a orientação de uma cozinheira
contratada para o efeito. Faziam-se os doces, pudins, arroz-doce, creme de leite torrado e mais uma ou outra iguaria.
Antecipadamente encomendadas, chegavam as carnes provenientes das matanças das cabras, carneiros, ovelhas e galinhas, que haviam de proporcionar a confecção de diversos pratos. A sopa
normalmente era canja de galinha e como é fácil de compreender, o peixe estava ausente, assim como outras sobremesas triviais, dos nossos dias.
As prendas que os convidados ofereciam, baseavam-se normalmente em ofertas de objectos e utensílios domésticos, garrafas de bebidas e em grande escala o muito usual oferta de
mercearias, como exemplo, arroz, açúcar, massa, farinha, milho, azeite, batatas etc.. Tradicionalmente, prendas em dinheiro eram ofertas muito raras.
Em Loriga não era costume bailaricos durante as bodas, acima de tudo era de muita simplicidade. No sábado, dia principal da boda do casamento, era alegre e os convidados divertiam-se, com
uns mais animadas que outros, contando anedotas, dizendo piadas, cantando ou mesmo recitando poesia popular.

As mulheres na cozinha de uma Boda Convidados numa Boda de Casamento


(Registado aqui - Ano de 2002)

Saneamento dos Esgotos públicos

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Pouco depois da II Guerra Mundial, começou a ser projectado para Loriga, o saneamento de esgotos públicos, tendo-se iniciado o Plano de Urbanização, que
se arrastaria pelos anos seguintes.
Entretanto, foi ficando na posse da Junta de Freguesia, mais de 400 metros de manilhas, fornecidos pela Câmara Municipal de Seia, havendo logo à partida
um esboço delineado para a sua aplicação num troço da rua principal, porém, por insuficiência de subsídio, continuaram empilhadas durante quatro anos, a
aguardar a finalidade para que foram adquiridas.
Em 1950, foi finalmente levado a efeito as obras do saneamento dos esgotos pelas ruas da Vila, incluindo ainda outras obras de urbanização, bem como, o
calcetamento de toda a via pública. (Registado aqui - Ano de 1999)

Loriga e o Abastecimento de Água


Numa região onde a água existe com grande abundância, em tempos remotos, a carência de fontes de água potável em Loriga era um facto. Nessa época já longínqua, esta localidade tinha
apenas no perimetro do agregado familiar, duas fontes de água potável, ou seja, águas represadas em que mergulhavam indistintamente cântaros, latões, baldes etc., por vezes sem o mínimo
respeito pelos perantes dos mais rudimentares preceitos higiénicos, sendo uma delas situada na Barroca e outra no lugar ainda hoje conhecido por Fonte do Vale.
Nos arrabaldes havia outras a que o povo chamava do Regato, do Teixeiro e dos Amores, no entanto, essas eram menos utilizadas por motivo da distância a que ficavam, sendo também águas
que brotavam dos combros ou cômoros de propriedades regadias filtradas pela terra.
No final do século XIX, o povo passou a aproveitar outros locais onde a água era potável, para assim se abastecer desse precioso líquido.
Os emigrantes loriguenses sediados no norte do Brasil, mais concretamente em Manaus, apesar da distância não esqueciam as necessidades dos seus conterrâneos e assim pensaram levar a
bom termo a iniciativa da construção na sua terra, de Fontanários, que viriam a ser edificadas nos primeiros anos do século XX: -Um na rua principal no local conhecido pelas "Almas" outro no
Adro da Igreja e um outro na Rua do Porto.
Construídos em locais estratégicos da povoação, a partir de então, e durante dezenas de anos e gerações, se tornou, no meio de abastecimento de água que população necessitava para seu
consumo.
Entretanto, as casas que iam sendo construídas ou mesmo remodeladas, passaram a ter abastecimento próprio, com aproveitamento da água existente um pouco por todo o lado, por vezes
canalizada através de longos percursos.
No princípio da década de 1970, o saneamento básico foi levado a efeito em Loriga, com as ruas e mesmo as paredes das casas a serem esburacadas, trabalhos que se prolongaram durante
alguns anos, onde a evidente impaciência da população, viria a ser recompensada, com um dos maiores melhoramentos efectuados em Loriga e de uma certa importância vital para todos.
Passando a maioria das habitações a ter água canalizada, as Fontes de Loriga, deixaram de ter a mesma relevância que tinham tido até então, no entanto, continuam bem vivas e ficarão para
sempre gravadas na história desta localidade e da sua gente.
**
Fontanários na Vila:
-Fonte do Adro; Fonte das Almas; Fonte do Porto-
Várias outras Fontes:
Fonte do Amores; Fonte dos Azeiteiros (Penedo de Alvôco); Fonte da Casa do Fogueteiro (Recinto N.S. da Guia); Fonte do Mouro (Vila); Fonte das Penedas (Vila); Fonte do Reboleiro (Vila);
Fonte do Santo António (Vila); Fonte do Recinto da Senhora da Guia; Fonte da Senhora da Guia Nova; Fonte do Vale (Vila); Fonte do Vinhô (Vila).
**
Duas das Fontes mais antigas de Loriga

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Fonte do Vinhô Fonte do Vale


(Registado aqui - Ano de 1999)

A colocação do Posto da Guarda Republicana em Loriga


A instalação do Posto da G. N. R. aconteceu no dia 14 de Outubro de 1962, cognominado de Sub-Posto que dependia da Corporação da Guarda
Nacional Republicana sediada em Gouveia. O Sub-Posto da Guarda Nacional Republicana em Loriga foi criado por despacho do Ministro do Interior,
que ficava constituído por 5 guardas comandados por um 2º. Cabo.
Já algum tempo que as autoridades administrativas de Loriga e do concelho e também as forças vivas de Loriga, empreendiam esforços para
apetrechar a vila com um posto de autoridade policial da GNR, havendo até já um imóvel destinado par esse efeito, considerava-se mesmo que
tendo em conta do potencial industrial elevado de Loriga e também o facto de ter uma população a rondar os 3.000 habitantes, fazia por isso todo o
sentido e também de inteira justiça ter como autoridade de força da GNR.
Até então a autoridade judicial em Loriga era consignada ao Regedor de freguesia, funções que nessa altura eram desempenhadas pelo senhor
Artur Cabral, que durante alguns anos teve essas função.
Finalmente todo o esforço despendido foi compensado, quando se soube a notícia da atribuição dum Posto/Destacamento para Loriga, sendo então
marcada a data de 14 de Outubro de 1962 para a inauguração do Sub-Posto da Guarda Nacional da Republicana, que ficaria instalado no Bairro
Engenheiro Saraiva e Sousa, hoje Bairro da Vista Alegre, ainda hoje ali instalado e na altura como se disse, passou a ser comandada por a patente
de cabo.
Uma singela inauguração por volta das 16 horas acto que foi presidido pelo vice-presidente da edilidade de Seia, Luís de Almeida Albuquerque, por
impedimento do presidente Joaquim Ferreira Simões. Esteve também presente o comandante distrital da GNR, Capitão João José Marques da
Silva, o comandante da corporação de Gouveia Alferes Manuel Pedro Aleixo, o presidente da Junta de Freguesia de Loriga António Fernandes
Leitão, Pároco-arcipreste Padre António Roque Prata e os vereadores municipais António Nunes Ribeiro e Álvaro Borges Pires, bem como outras
forças vivas de Loriga.
Depois da formação da força em parada e toque de clarim, procedeu-se ao içar da Bandeira nacional, acto soleníssimo, que foi saudade com uma
salva de 21 tiros e por uma calorosa salva de palmas.
Em seguida teve lugar uma sessão pública em que usaram da palavra o Presidente da Junta, o Pároco de Loriga, o Vice-Presidente da edilidade de
Seia e por fim o comandante distrital da corporação da G.N.R., que agradeceu a hospitalidade da população e em seguida apresentar as razões
que justificavam a sua instalação, num centro operário bastante populoso.
Na Sociedade Recreio e Turismo foi servido depois aos visitantes um beberete, na qual tomaram parte não só as entidades oficiais, como também

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Ano 1962 - Primeiros guardas da GNR em Loriga representantes das actividades locais. (Registado aqui - Ano de 2010)

ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais de Loriga


Inserido no plano do saneamento da vila de Loriga, levado a efeito nas meadas da década de 1970, foi também projectado, como não podia deixar de ser, a construção de uma ETAR (Estação
de Tratamento de Águas Residuais de Loriga).
Situada para lá do lugar conhecido por "Presa" começou a ser construído nos finais de 1978. ficando a obra concluída e devidamente apetrechada no ano de 1982.
Estando então construída, certo é, que não entrou em funcionamento, como se esperava, começando sim a funcionar a
máquina burocrática, que se veio a arrastar por longos 5 anos, onde eram evidente razões e argumentos pouco claros
para a população, que estando a Etar construída continuava a ver os esgotos a desaguar nas ribeiras.
Em finais de 1987, entrou finalmente em funcionamento, nove anos depois do inicio da sua construção e, com 5 anos
literalmente parada e exposta à degradação.
Segundo se falava na altura, uma das causas da ETAR estar paralisada, tinha haver em estar dependente da ligação da
energia eléctrica, constava-se que faltava a permissão de instalação de um posto eléctrico, no entanto, na altura também
se pensava não ser só esta a causa para essa situação.
Curiosamente, foi depois de o assunto ter sido levado à Assembleia da República, por dois deputados do PRD, Carlos Sá
Furtado e Arménio Ramos de Carvalho, em Janeiro de 1987, para ser resolvido toda a situação e, assim ainda durante
esse ano passou a funcionar. Aqui se regista na integra o requerimento que os dois deputados levaram ao hemiciclo de S.
Bento.

Etar - Ano 1993

***
Requerimento levado à Assembleia da República
" Inserido no plano de Saneamento de Loriga (Serra da Estrela), foi construída um Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), encontrando-se desde meadas de 1982, completamente
apetrechada para iniciar o seu funcionamento.
Pelas informações disponíveis, o montante despendido, ronda um investimento na ordem dos 15 mil contos, a preços de 1982, estando a sua entrada em funcionamento, unicamente
dependente da ligação da energia eléctrica.
Ora, até ao momento, e por motivos poucos claros para a população abrangidas, a referida ETAR, encontra-se desde então, completamente paralisada em progressivo estado de degradação,
acarretando prejuízos de imensurável dimensão e perigo latente para a zona, mormente:
- Na poluição da ribeira, onde directamente desaguam os esgotos, afectando todas as povoações ribeirinhas, a jusante da referida zona, como: freguesias de CABEÇA e VIDE.
- Na afectação piscícola de todo o curso de água.
- Na degradação da flora e de todos os subsistemas ecológicos do vale de Loriga, na medida em que, para além do odor fétido da zona e da acumulação de detritos de toda a ordem, a água
da ribeira em causa, serve de base exclusiva de rega aos campos circundantes.
- Por outro lado, e na medida em que as zonas abrangentes constituem pasto para animais, toda a situação existente representa um foco de potenciais doenças, advindo daí, um perigo
iminente para a saúde pública.
Nestes termos, perante a situação descrita, e ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, vimos requerer à CÂMARA MUNICIPAL DE SEIA, à EDP - Electricidade de
Portugal, à Secretaria de Estado do AMBIENTE, à DMINISTRAÇÃO REGIONAL de SAÚDE da GUARDA (Ministério da Saúde), que, de acordo coma as áreas das sua intervenção, informem
do seguinte:
1. Qual o motivo por que, após cerca de 4 anos da sua conclusão, não entrou em funcionamento a ESTAÇÃO de TRATAMENTO de ÁGUAS RESIDUAIS de LORIGA?
2. Que acções estão a ser desenvolvidas, para colocar em funcionamento a referida estação?
3. Encontrando-se em sério risco a preservação ecológica da zona, assim como a saúde das populações abrangidas, que medidas pretendem tornar os departamentos estatais afins, para
obviar às consequências gravosas que se potenciam? "
(Registado aqui - Ano de 2004)

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História das Festas dos Convívios


As Festas de Convívios que por norma todos os anos se realizam em Loriga, parece ser já uma tradição, que espelha bem um uso interessante e genuíno idealizado nesta harmoniosa terra
serrana, que reúne toda uma gente que o tempo e as distâncias separou, mas que a celebrar-se estes convívios volta a reunir amizades e recordações interrompidas, que unidos em abraços e
beijos, se regressa a um passado longínquo, quando por vezes muitos se voltam a encontrar ao fim de muitos e muitos anos.
As Festas de Convívios para celebrar os 40, 50 e 60 Anos, são as mais usuais, mas ultimamente outras mais se tem realizado, que demonstra bem o brio loriguense de manter sempre em
inovação a ideia de amizade e fraternidade.
O primeiro Convívio

O primeiro convívio a ser organizado foi em 1985, quando um grupo de Loriguenses nascidos em 1955, se reuniram para celebrar os 30 anos de vida. A partir de então, celebrar o trigésimo
aniversário de vida em festa, parece não ter atingido um impacto significativo, tal como hoje acontece com as festas a celebrar os 40 e mais anos.
No entanto, ficará para a história em serem os Loriguenses nascidos em 1955, os pioneiros das Festas que normalmente todos os anos se comemoram na vila de Loriga.

Primeiro encontro dos Loriguenses nascidos em 1955

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O Convívio impulsionador

Foi em 1987 que se organizou o Convívio mais impulsionador que deu origem, que a partir de então, se começasse a realizar
todos os anos os Convívios nos mais segmentos festejos dos 40, 50, 60 ou mais anos, podendo-se dizer que foi este Convívio
dos nascidos em 1947, o mote para a comemoração desta tradição que continua bem presente todos os anos em Loriga.
Tudo começou, quando alguns com 40 anos de idade, por mera casualidade se encontraram numa mera cavaqueira à mesa de
um café. Veio então ao tema da conversa, o disco do Paco Bandeira "A Ternura dos Quarenta" com muito êxito na altura, desde
logo ali houve quem o associasse às suas idades.
Começaram a idealizar e a imaginação falou mais alto e um certo entusiasmo a tomar conta do Fernando Romano e Maria da
Conceição Silva Mendes, José "Florêncio" entre outros, começando desde logo a elaborar os preparativos.
Foi necessário saber quantos tinham nascido em 1987, sendo 126 o número de crianças nascidas nesse ano. Foram enviados
cartas a muitos que se encontrava ausentes, foi elaborado o programa sendo proposto o dia 1 de Agosto de 1987, véspera da
festa da Nossa Senhora da Guia, para a celebração dessa importante data dos 40 anos de vida.
Foi lançado o lema "Recordar é viver!! Os anos passaram… Metade de uma vida. Vem connosco recordar tempos da infância
na terra onde nascestes".
No programa constou;- Romagem ao cemitério em homenagem aos conterrâneos desse ano já falecidos. -Missa de Acção de
Graças pelos anos vividos e o Almoço Convívio, realizado na Corporativa Popular Loriguense, tendo sido contratada a D.
Filomena Brito como cozinheira.
Este primeiro convívio dos nascidos em 1947, ficaria no entanto, marcado pela tristeza. Pouco depois do primeiro encontro de
programação e quando estavam dados os primeiros passos para a sua realização, subitamente adoece e pouco depois morre
Maria da Conceição Silva uma das impulsionadoras. Foi um duro choque para todos, que levou de imediato os outros
impulsionadores a pensaram cancelar tudo. O bolo do Convívio (Ano 1987)
No entanto, depois de pensarem com mais serenidade, resolveram levar em frente o evento idealizado, principalmente, tendo em
conta que seria também uma homenagem à memória da "Maria" como popularmente era assim chamada Maria da Conceição
Silva Mendes.
É estes dois registos aqui documentados que figuram para a história, como sendo o começo destes eventos "Loriguenses
nascidos em ......" que muito tem unido os loriguenses, fazendo hoje parte da tradição que muito tem dignificado a nossa gente e
por estranho que pareça, tem-se conhecimento que outras terras, principalmente na região, já começaram também a enveredar
para este tipo de eventos.

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Foto para o Álbum e Almoco do Convívio impulsionador (Ano 1987)


(Registado aqui - Ano de 2008)

Imprensa de Loriga
A existência de Jornais com voz Loriguense é um facto que começou a existir há mais de um século. Na história de Loriga vão, pois, encontrar-se alguns Jornais ou Publicações, que se fundaram,
uns com mais duração do que outros, mas que deram relevo a esta localidade e à sua população.
Alguns dos jornais que existiram, ou mesmo os existentes hoje em dia, curiosamente foram fundados fora de Loriga.
***
Jornais de tempos passados ( já não existentes):

- Jornal "A Estrella D´Alva" - Primeiro jornal editado de Loriga


Fundado em 2 de Fevereiro de 1901
O jornal "A Estrella D´Alva" é, segundo se sabe, o primeiro jornal ligado a Loriga a publicar-se, embora tenha tido a redacção e a administração na calçada Marquês de Abrantes, em Lisboa, e
fosse impresso na Casa Catholica uma tipografia existente na Calçada de São Francisco, junto ao Chiado, empresa essa que constituía um os poucos anunciantes do periódico. O outro era a
Alfaiataria de José Mendes Lopes, de Loriga, que se encarregava de "toda e qualquer obra pertencente à sua arte" e que tinha preços muito "resumidos".
O Estrella d'Alva tinha periocidade quinzenal e considerava-se um jornal "político, litterario e noticioso. Conhecem-se pelo menos dois dos seus promotores, o Dr. António Mendes Lages, redactor
principal, e José Fernandes Carreira, editor. Segundo se sabe teve poucos anos de duração.
Aqui se documenta um dos cabeçalhos - "Ano II Nr.38 Loriga 29 de Agosto de 1902" - Que como se pode ver e tal como se diz em cim, nessa altura tinha como Redactor principal Doutor António
Mendes Lages, que mais tarde se tornaria Padre. Como Editor responsável tinha José Fernandes Carreira.

- Jornal "Echos de Loriga" - Publicado em Belém-Pará, fundado em 1906, por Jeremias Pina; José Lopes de Brito; Serafim da Mota, e outros mais.
- Jornais "Povo de Loriga" e a "Voz de Loriga" -Foram editados a partir de 1908 no norte do Brasil pela Colónia Loriguense ali radicada, um com maior duração do que outro. O "Voz de Loriga"
ainda era publicado em 1909 em Manaus e tinha como Director Jeremias Pina.
- Chegaram a existir outras publicações entre 1905-1909, criadas pela grande Colónia de Lorigunse sediada no norte do Brasil e das quais se tem conhecimento, como:
- "6 de Agosto" - "Loriga Litterária" - "O Loriguense e o Presente" - "O Patriota do Pará".
- Jornal "Voz de Loriga" - Voltou a ser editado com este nome em 1924-25, mas desta vez em Loriga era bimensário e de orientação regionalista.
-Boletim "Loriguense" - Publicado a partir de 1977, em Belém-Pará.
-Boletim "A Voz da Banda" -Publicado a partir de 1983, com pouca duração.

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-Publicação "A Fonte" - Publicado em Loriga a partir de 1983, da responsabilidade do C.E.B.A (Curso Educação Básica de Adultos)
Redacção Rua Coronel dos Reis R/c - 6270 Loriga
-Jornal "Noticias de Loriga" - Título já atribuído a um Jornal muito perto de sua publicaçã,o em 1990, mas que não chegou a ser publicado.

Jornais dos tempos actuais e com regular publicação

Jornal "A Neve"


-A primeira publicação deste jornal remonta ao ano de 1949, tendo sido fundado em Lisboa por um grupo de bairristas Loriguenses. O seu primeiro número foi publicado em Março desse ano,
onde se podia ler no prefácio da sua primeira página -Por tudo e por todos - A bem de Loriga e da região.
-Foi seu primeiro Director o Sr.Dr.Carlos Bastos Leitão, que foi também um dos fundadores, a Redacção e Administração do Jornal ficava situada na Rua Marquês da Fronteira nr.48-Lisboa.
-Foi interrompida a sua publicação tempos depois, voltando novamente a ser publicado em Maio do ano de 1958, desta feita como Jornal Paroquial de Loriga, passando depois (há muitos anos a
esta parte) a fazer parte orgânica dos Boletins Paroquiais da região do Concelho.
-"A Neve" como jornal paroquial é propriedade da Fábrica e do Secretariado Paroquial de Loriga, sendo a sua Redacção sediada no Largo do Adro, 16 - 6270-074 Loriga, Telef. 238/953204
sendo o Pároco em funções o Director e Editor do mesmo. Teve como seu primeiro director o Senhor Padre António Roque Abrantes Prata, na altura o Pároco de Loriga.
-Vivendo unicamente da boa vontade dos seus leitores, só assim é possível a sua sobrevivência, para que chegue como mensageiro a qualquer parte do mundo onde vivam Loriguenses.
Propriedade Fábrica da Igreja Paroquial de Loriga
Telef. 238/953204
E.mail: aneve@loriga.org
***
Directores do Jornal "A Neve" ao longo dos tempos:
1949 -1951 - Dr. Carlos Bastos Leitão
Como Jornal Paroquial
1958-1966 - Padre António Roque Abrantes Prata
1966-1979 - António Nascimento Barreiros
1979-2001 - Padre Francisco Borges de Assunção
2002 -Padre Paulo Jorge Oliveira do Carmo e Padre Nuno Maria Almeida Silva *
A partir de Outubro 2002 - (actual) Padre João António Gonçalves Barroso
* (Párocos com curta passagem por Loriga)
(Registado aqui - Ano de 2008)

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Jornal "Garganta de Loriga"


-Fundado em 1992 em Sacavém pela Associação dos Naturais e Amigos de Loriga, (ANALOR), tendo sido publicado o seu primeiro número, como sendo o Nr. 0, em Junho desse mesmo ano.
-Um Jornal dentro da dimensão da Vila de Loriga e independente, era um sonho há muito acalentado, que foi tornado realidade após a fundação da ANALOR, graças à grande vontade e iniciativa
dos seus fundadores.
-Foi seu primeiro Director, Carlos Melo, tendo como Corpo Redactorial António José Leitão, Jorge Amaro e Pinto Gonçalves.
-De acordo com as directrizes seguidas pertence ao Presidente da ANALOR em funções ser em simultâneo Director do Jornal "Garganta de Loriga"
-Inicialmente publicado trimestralmente, é actualmente de bimestral a sua publicação, dispondo já de um número razoável de assinantes. Este Jornal é já uma presença certa que leva um
"cheirinho" de saudade de Loriga e das suas gentes, a muitos dos Loriguenses e famílias espalhadas por Portugal e pelo mundo.
Propriedade, Redacção e Administração ANALOR, Rua Sport Sacavanense Lote 30, 2685-010 Sacavém
Telef. 21/9417640 - Fax. 21/9400515
e.mail: analor@netcabo.pt
www.analor.org/
***
(Registado aqui - Ano de 2006)
Directores do Jornal "Garganta de Loriga ao longo dos tempos:
1992-1998 - Carlos Melo
1999-2000 - José Mendes
2001-2004 - Rui Ortigueira
2005-2007 - Carlos Melo
2007 - Rui Ortigueira (actual)

Os Primeiros Automóveis em Loriga


Na década de 1920, a construção da estrada a ligar São Romão a Loriga, foi um dos maiores acontecimentos, passando esta localidade a estar ligada a outras regiões, e que foi de grande
importância no desenvolvimento da industria local.
O primeiro automóvel a chegar a Loriga logo após a construção da estrada, era conduzido pelo Sr. José Morgado, de Seia, que viria a repetir muitas mais viagens em serviço durante anos.
O primeiro carro que pertenceu a Loriga, foi para fazer "fretes" e pertencia à Fábrica da Redondinha, proprietária do Sr. Augusto Luiz Mendes.
Logo a seguir, a firma Leitão Irmãos adquiria um "Peugeot", assim com uma camioneta "Rochet Sneider" que a população baptizou por "Seixa".
***
Os primeiros transportes Públicos
Após a construção da Estrada para Loriga, alguns comerciantes e industriais organizaram-se e criaram uma empresa de transportes "Garagem Comércio e Industria"
adquirindo "Chevrolete" para transportes de pessoas, sendo este o quarto automóvel em Loriga.
Em 1925, começou uma carreira com um pequeno autocarro, de que era proprietário Adelino Pereira das Neves, natural de Santa Ovaia, o qual se radicou em Loriga e ali viveu até à sua morte.
Em 1931, transformou-se em empresa "Auto viação Serra da Estrela" já então com outras camionetas de passageiros que ia de Loriga à estação de Nelas. Em 1948, esta empresa foi vendida à
Companhia Hermínios, que passou a operar na região de Seia.
Entretanto em 1931, José Bonito, natural de Vila Nova de Gaia, mas residente em Canas de Senhorim, e que tinha sido contratado para motorista da Fábrica Leitão & Irmãos, comprou duas
camionetas, uma "Belix" de 24 passageiros e outra da marca "Chevrolete" de 20 passageiros, começando assim uma outra carreira que passou a ir de Loriga-Nelas-Viseu.
Mais tarde esta carreira seria também vendida à Companhia Hermínios, passando José Bonito a ser empregado dessa empresa.

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Camioneta de passageiros da "Auto viação Serra da Estrela" (Ano de 1931)


***
Estas as três camionetas, da empresa "Auto viação Serra da Estrela" do senhor Adelino Pereira das Neves, que em 1948 vendeu à empresa "Companhia Hermínios".

(Registado aqui - Ano de 2005)

Os mercadores de Sandomil dos tempos passados

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Está ainda na memória de muitos loriguenses os "mercadores de Sandomil" que vinham a Loriga vender na praça os seus produtos
agrícolas, principalmente aos Domingos.
Sandomil é uma povoação situada na base vertente Sudoeste das fraldas da Serra da Estrela, banhada pelo Rio Alva, principal fonte de
riqueza para a agricultura desta localidade e sua região abrangente, onde se situam muitas das suas hortas e se cultivam com abundância
géneros agrícolas, como cebolas, couves, cenouras, alhos, tomates, pepino, melões, melancia, etc., bem como, o cultivo intensamente de
batatas e milho por todos os seus campos.
O escoamento destes produtos tinha como destinatário os mercados de Seia, Oliveira Hospital e Loriga. No que diz respeito a Loriga,
durante décadas e gerações, os mercadores de Sandomil, parecem ter ficado no historial desta vila, onde se notava uma bem fincada
familiarização com a população local, nomeadamente, nos fins-de-semana quando chegavam a Loriga, com seus burros carregados com
os géneros agrícolas, para venderem no mercado local que se realizava todos os domingos.
A família dos Patrocínios de Sandomil, eram os maiores negociantes dos produtos agrícolas, inclusivamente, tinham já camionetas com
as quais se deslocavam a Loriga, trazendo os seus produtos para o mercado, ao mesmo tempo trazendo outros mercadores, evitando
assim que esses viessem com os seus burros e por isso também sem terem necessidade de virem de madrugada.
Os mercadores que vinham com os seus burros, partiam ao meio da noite de Sandomil, percorriam caminhos e atalhos de serra, ou
estradas de terra batida, passavam pela aldeia da Corgas e daí até à Portela do Arão e depois Loriga. Alguns vinham ainda na véspera,
aproveitando o dia, chegando a Loriga à noite, pernoitando em lojas de casas senhoriais que os seus moradores lhes facultavam.
O mercado dos géneros agrícolas, vulgarmente chamado por "praça" conheceu em Loriga vários locais ao longo dos anos, muitos ainda
se lembram quando era no Largo da "Lição" de onde passou para junto da Rua da Barroca, mais tarde para o Reboleiro e por fim para a
"Volta", junto do provisório Quartel do Bombeiros, onde ainda hoje está situado e decorre aos Sábados, mas que nada já tem a ver com a
"praça" dos tempos passados.

"Mercadores de Sandomil"
(a caminho dos mercados - Ano 1915)

(Registado aqui - Ano de 2006)

Quando a "População em Loriga era mais"


É na verdade de grande relevo o crescimento habitacional da Vila de Loriga, nas curiosamente a sua população tem vindo a diminuir drasticamente, o que não deixa de ser um aspecto realmente
preocupante.
Na entrada do século XXI a população efectiva residente em Loriga, ronda cerca das 1.700 pessoas. Se compararmos o índice populacional de meio século atrás, vamos verificar um decréscimo
sensivelmente na ordem de mais de 50%. Na verdade, nos finais da década 40 a população residente em Loriga, chegou a atingir números significativos de muito perto dos 3.000 habitantes e,
seguramente, num ou noutro ano chegou mesmo a ultrapassar esses números, não tendo embora, os meios habitacionais de hoje. Pode, por isso, considerar-se, que foi uma época de "quando a
população de Loriga era mais".
O movimento demográfico desta localidade nesses tempos, atingia verdadeiros valores de crescimento. Anualmente era um potencial facto o nascimento de largas dezenas de crianças,
acontecendo até que em muitos desses anos, esse número se elevava a mais de uma centena de nascimentos. Pode até dizer-se que, durante 10 anos, (1940 - 1950) o crescimento da
população foi superior a 400 pessoas.
Efectivamente, também não se pode ignorar nessa época "quando a população de Loriga era mais" os problemas e dificuldades existentes nesta localidade, principalmente as grandes carências
a nível de habitação que era, de facto um dado adquirido. Era raro o agregado familiar que não tivesse 4,5,6 ou mais filhos, vivendo a maioria em casas relativamente pequenas para tanta gente.
Outro dos problemas e também grave era a escassez de professores face a tanta juventude em idade escolar, bem como a falta de salas de aulas, uma vez que apenas funcionava uma escola
para o sexo masculino e para o sexo feminino, em regime de desdobramento, num prédio improvisado de escola. As autoridades administrativas e escolares dessa altura, há muito que se
debatiam para a construção de nova escola, levando anos de luta nessa reivindicação. No entanto, esse objectivo só se tornou realidade em 23.10.1960, quando foi finalmente concluída e
inaugurada uma nova escola com 8 salas.
A partir dos últimos anos da década 50 e princípios da década 60, o decréscimo da população nesta localidade começa a ser um facto, que se deveu, por um lado, à crise da indústria de
lanifícios, que originou desemprego e a consequente emigração dessa população. Por outro lado,a falta de infra-estruturas, nomeadamente nas áreas do comércio e serviços, que permitissem,
através do mercado de trabalho, fixar a população, levou por isso muitos jovens a procurar trabalho nos grandes centros urbanos. Por outro lado, ainda, porque a taxa de natalidade baixou,
caminhando, à semelhança do resto do país para o padrão de dois filhos por casal. (Registado aqui - Ano de 1999)

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Registos Paroquiais * (I)


É do conhecimento comum, que durante muitos séculos, a Igreja Católica tomou a seu cargo o papel de proceder ao registo, em livros próprios, de vários acontecimentos da vida dos cidadãos.
Referimo-nos aos baptismos, aos casamentos e óbitos que na época tinham sempre a interferência eclesiástica
A partir de 1536, por força de uma norma oriunda do CONCÍLIO DE TRENTO, o registo de Baptismos e de Casamentos, passou a ser obrigatório e da responsabilidade dos párocos, embora se
viesse praticando entre nós havia muito tempo. O registo dos Óbitos só viria a tornar-se obrigatório a partir de 1614.
O texto destes assentos não obedecia a qualquer minuta. Cada clérigo usava os dados a seu critério e tinha o seu próprio estilo de redacção. Os textos adoptados foram sendo a pouco e pouco
melhorados, completando as informações neles contidas.
Durante os séculos XVI, XVII, XVIII e quase todo o século XIX o nosso clero fez os registos e a Igreja arquivou os despectivos livros a que se deu a designação de "REGISTOS PAROQUIAIS".
Eles constituem uma rica e preciosa fonte da história do nosso País e do seu povo, através dos tempos.
Com a implantação da República foi criado o Registo Civil obrigatório, que veio trazer uma via administrativa oficial e própria para o fim em vista. Passaram então a seguir-se normas idênticas em
todas as Conservatórias. No entanto, durante longos anos foram os Párocos que continuaram fazendo os assentos despectivos, enviando a documentação para a despectiva repartição municipal.
Aconteceu depois a transferência dos velhos livros paroquiais para os Arquivos Centrais das Conservatórias do Registo Civil, onde foram organizados por freguesias.
Transferidos, primeiro para a sede do Concelho, foram depois colocados no Arquivo Distrital da Guarda, tal como os das restantes freguesias. Os Arquivos vieram depois a ser microfilmados,
havendo deles uma cópia na TORRE do TOMBO - Lisboa - que está à disposição de quem os quiser consultar, estando organizados da seguinte maneira:

MICROFILME 867: - LIVRO MISTO 1 - (de 1610 a 1756) LIVRO MISTO 2 - (de 1755 a 1806) - MICROFILME 868 - LIVRO 1 - BAPTISMOS - (1750 a 1846) - LIVRO 2 - ÓBITOS - (1807 a
1846) Os LIVROS MISTOS contêm registos de baptismos, de casamentos e de óbitos, enquanto que o "LIVRO 1 - BAPTISMOS", tem apenas baptismos e o"LIVRO 2 - ÓBITOS", tem apenas
óbitos.
António Conde
Loriga e os seus registos Paroquiais *

Como valor histórico aqui se documenta estes registos pesquisados, relacionados a Loriga, continuando-se a não se saber, quando foi que os párocos começaram a fazer os seus registos,
porque pelo que se sabe só chegaram até nós livros, a partir do ano de 1610. Assim pelo que se sabe o primeiro Registo paroquial foi exarado em 2 de Junho de 1610 e diz respeito ao batismo
de uma menina de nome CATARINA.

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<subtit> Primeiro Registo Paroquial de Loriga


LORIGA - Livro dos baptismos - Da villa de Loriga - do ano de 1610
C. Baptizei aos 2 dias do mês de Junho de 1610 - Catherina filha de Filipe (ne…?...) E de Sua mulher Mª da Fonseca foram
padrinhos Fº E Mª Lopes e não assignaram por não S (Saberem)
Registo do Padre Simão Lopes da Costa
Pároco em Loriga em (….1610 até 1620)

O último Registo paroquial refere-se ao óbito de um rapaz de nome ANTÓNIO, filho de António Lopes Cardoso e de Maria
Pinto das Neves, no dia 20 de Fevereiro ano de 1846.

<subtit> Último Registo Paroquial feito em Loriga em de 1846


Tr, An tº F
Aos vinte de Fevereiro de mil outo centos quarenta Seis De Na tº Lo morreu António filho de António Lopes Cardoso e da
Maria Pinto das Neves desta freguesia de Loriga e foi sepultado no Cemitério da mesma.
Registo do Padre-encomendado Sebastião Mendes de Brito
Pároco em Loriga (de 1812 até 1851)

Registo Paroquiais

* Registos cedidos pelo senhor Dr. António Herculano da Paixão Melo e também publicado no jornal "Porta da Estrela" em Março de 2013.
(Registado aqui - Ano de 2013)

Registos Paroquiais * (II)


TESTAMENTOS (Introdução)
O Testamento remonta a épocas e civilizações muito antigas constituindo matéria para muito cedo o homem começar a fixar-lhe regras que mais tarde dariam lugar a legislação conveniente.
Sendo um ato que suporta a última vontade do seu autor, o Testamento suscita a ideia de uma determinação de amor, de fé, de gratidão, de justiça, de confissão de erros e o desejo de
prolongar a recordação pelos tempos futuros.
Entre nós, segundo estudiosos do assunto, só no século XIV, através das Ordenações Afonsinas, se regulamentaram verdadeiramente normas, a que deveria obedecer há elaboração dos
Testamentos.
Até então, e durante muito mais tempo, foi costume dos nossos avós utilizar como forma de transmitir a última vontade o que se denominou por "Manda" (forma de mandato testamentário), em
que intervinha um "mandatário" encarregado pelo doador de distribuir os seus bens e proceder a outras disposições após a morte.
Lentamente, a evolução levou ao aparecimento de três formas de Testamento - o público, o cerrado e o aberto.
Os dois primeiros, por obrigarem a trâmites incômodos e pouco expeditos raramente têm utilidade, enquanto o aberto, pela sua simplicidade de elaboração se tornou, de uso comum com o andar
dos tempos. Bastou para tal o facto de poder ser escrito por mão particular.
A Igreja Católica teve um papel primordial na produção testamentária. As pessoas recorriam ao clero pelo facto de possuir uma instrução adequada, rara entre o povo, e também pela influência
que lhe competia de orientar as pessoas para "prepararem uma boa morte".
Era sua missão pregar normas de vida e procedimentos para estar prevenido para a última viagem. Por isso se falava muito na vida terrena e na salvação das almas, nas doenças, na confissão,
na penitência, na agonia, na extrema-unção e claro está, no Testamento.
Logicamente, os textos contemplavam em primeiro plano os chamados "Bens de Alma", e daí começarem pela enumeração de missas e doações aos pobres, pela alma do testador e das

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pessoas por ele indicadas. Só depois aparece a nomeação dos herdeiros que normalmente ficavam responsáveis pelo cumprimento das disposições espirituais e de todas as outras. Nota-se a
preocupação de não esquecer nada nem ninguém.
Os Assentos Paroquiais de Loriga
Por pesquisas efetuadas até agora e que de certa forma se conhecem, relacionando-se aos Assentos Paroquiais de Loriga, sabe-se que começaram em 1610, sendo de realce os registos que
se vão encontrando, com certo valor histórico, que se devem e temos por dever conservar, para assim se poder engrandecer a história da nossa terra, ao mesmo tempo ser gratificante poder-se
ter hoje em dia, um conhecimento histórico mais aprofundado, de uma Loriga de outras eras e da sua gente.
Um facto que desperta interesse e ao mesmo tempo curioso, é como aquele que nos deparamos numa referência nos Assentos Paroquiais de Loriga, relacionado a - Óbito - fazendo referência a
um Testamento transcrito onde na sua análise permite, de certo modo, o conhecimento das mentalidades das respetivas épocas, da estrutura económica e social do povo, da influência da Igreja
na vida e morte das pessoas, etc.
Apresentamos a seguir o Registo de um Testamento, que consta no Livro 1 - pag. 12/v -13 - 13/V e 14, e diz respeito a MARIA DE BRITO, que faleceu aos 14 de Outubro de 1749, registado
nos Assentos Paroquiais de Loriga, pelo Vigário Encomendado João Henriques, Pároco de Loriga nessa altura. O texto revela-nos que se trata de pessoa abastada e profundamente religiosa. A
sua primeira disposição é a espantosa determinação de se rezarem por sua alma nada menos do que 16.000 (dezasseis mil) missas.
Dos bens que manda distribuir constam várias peças de saragoça e de palmilha, o que permite concluir que certamente MARIA DE BRITO era proprietária ou sócia de uma fábrica de tecidos.
Significa isto que já naquela época existia em Loriga a indústria de tecidos.
Testamento,
Livro 1 M- Pág.12/v - 13 - 13/V e 14
- MARIA DE BRITO -
Aos quatorze dias do mês de Outubro do ano de mil e setecentos e quarenta e nove nesta villa de Loriga freguesia de nossa Snª da Conceissão Bispado de Coimbra falleceu com os
Sacramentos da extremaunção Maria de Brito Viúva de Manoel Fernandes Lontra desta fregª de idade de outenta e seis annos e não recebeu o Sacramento da penitª e o da Comunhão por
haver quazi de hum anno, que lhe deu hum stupor, com o qual ficou privada de juizo, e entendimento e se lhe não entendia tãobem cousa algua que proferisse, cerá sepultada dentro da Igreja
desta fregª, tinha feito Testamento sollenne, o qual abri diante de todo o povo no acto do enterro do corpo da defunta por não se achar prezente o escrivão e publicamente o li o qual consta ser
feito por mim a rogo da mesma e no dia dous de Junho de mil e setecentos e quarenta e sete e aprovado pello escrivão Jozé Mendes de Figueiredo e no dito dia e do mês se vai dizer pella
sua alma dezasseis mil missas (a) de esmolla de setenta reis cada huma.
(a) Isso mesmo - 16.000 missas.

- Mais à virgem Maria Snrª Nossa dés missas de outenta reis, mais ao Ssº Sacramento, sinco ao Anjo da Guarda, sinco ao Santo do dia que falesesse que foi Giraldo Confessor 30 missas

- Mais às Onze mil virgens e às Almas Santas e a todos os Santos e Santas da Corte do Ceo trinta missas da esmolla de setenta reis 30 missas

- Mais aos Apóstolos de Cristo doze missas 12 missas

- Mais à Snrª do pé da cruz doze missas e do Rozário e da Comceissão 12 missas

- Mais à Snrª da Boamorte duas missas a S.tº António, S.João, S.Romão, S. Gines, S.Caetano e S.Sebastião a cada hum duas missas de outª reis 14 missas

- Mais pellas almas do Purgatório de esmolla de sessenta reis dés missas, mais dés por erro de contas, mais pella alma de seo cunhado Christóvão Fernandes quarenta missas da dita
esmolla de 60 missas

- Mais pellas almas dos Avós paternos, e maternos, irmãos, e irmãs cento e sincoenta missas 150 missas

- Mais pella alma de Sogro e Sogra vinte missas, pella alma de Christóvão Aparísso sinco missas, e pellas almas de todos os defuntos sinco missas 30 missas

- Mais pella de Pay e Mãy trezentas missas da dita esmolla de sessenta reis 300 missas

- Mais deixou doze missas perpétuas da esmolla de outenta reis impostas em várias propriedades.

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- Somam todas 16.638 (dezasseis mil e seiscentas e trinta e outo) missas -

- Deixou ao Seo Sobrinho o P.e Frey M.el de Santa Catherina sincoenta mil reis de esmolla pello amor de Deus, deixou mais a Lourenço da Costa quatro mil e outocentos reis de esmola.

- Deixou a sua afilhada molher de Manuel Pinto sapateiro e a molher de Miguel da Cruz e a Rozária filha de Manuel Alves a cada huma mil e duzentos reis de esmolla pello amor de Deus .

- Deixou a João de Brito de Rodimel sinco varas de seragossa pello amor de Deus.

- Deixou a João Roiz fº de Heronimo Roiz, sinco varas de seragossa pello amor de Deus.

- Deixou a Maria fª de Ignácio Roiz seis varas de palmilha pello amor de Deus.

- Deixou a Luzia fª de Heronimo Roiz seis varas de palmilha pello amor de Deus.

- Deixou a Isabel de Brito molher de Manuel Roiz Unhais seis varas de palmilha pello amor de Deus.

- Deixou à filha mais velha de João de Brito e de Marta Luis seis varas de palmilha pelo amor de Deus.

- Deixou se dessem aos pobres pello amor de Deus quinze alqueires de pam, ou milho a cada pobre hum alqueire.

- Deixou a Maria Alves hum gibão de Palmilha de duas varas pello amor de Deus.

- Deixou se perdoassem à molher de Antº Fernandes Caldudo dous mil reis dos quatro que lhe devia pello amor de Deus.

- Deixou a Manoel filho de Manuel fº de Manoel Francisco Bordallo sincoenta mil reis pello amor de Deus.

- Deixou a Manoel Francisco Bordallo pello amor de Deus de ao Souto, Chão, e Terrado e ametade do moinho ao Souto do Frade.

- Deixou por seus herdeiros a Manoel Francisco Bordallo e João de Brito Bordallo, Catherina de Brito molher de Jozé Gomes; Maria Galvão molher de Manoel Pinto, Jozé de Brito, João de
Brito e o Revº P.e António Jozé de Brito, Luis de Brito, e Maria de Brito.

- Deixou por seo testamento a Manoel Francisco Bordallo, sincoenta mil reis pello seo trabalho.

- Deixou quatro mil reis para que se ementasse a sua alma por espaço de vinte annos.

Deixou que o testamento se cumprisse por espaço de quatro anos e não se continha mais no dito testamento de legados pios a que me reporto o qual entretguei ao seo testamenteiro Manoel
Fran.co Bordallo comigo abaixo assinado e as cifras perpétuas as lancei no tombo da Igreja destinada para o dito efeito a folhas trinta e quatro que principou a servir no anno de mil e
seissentos e outenta e dois Rubricado pelo Meirinho da visita Manoel de Brito, e para todo o sempre fiz este assento com as ditas declarações Loriga 14 de Outubro de 1749.

Vigário Encomendado João Henriques

R.e M.el fran.co Bordallo


*
Aqui se regista as fotocópias desses registos, que deviam constar nos Registos Paroquiais em Loriga, mas que infelizmento não constam, passando a partir de agora a constar estas
fotocópias..

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* Registos cedidas pelo senhor Dr. António Herculano da Paixão Melo e também publicado no jornal "Porta da Estrela" em Maio de 2013.
(Registado aqui - Ano de 2013)

Registos Paroquiais (III)


ASSASSINATOS (Intrudução)

É do conhecimento comum o facto de que noutros tempos, as estradas e caminhos eram assolados por quadrilhas de malfeitores, provocando uma insegurança enorme entre as populações.
Viajar constituía um perigo e as autoridades de então, desprovidas de uma ação organizada, não tinham forma de combater com a eficácia necessária o flagelo. A incapacidade logística, a falta
de vias rápidas de acesso e outras dificuldades de comunicação, eram obstáculos difíceis de superar. Anos e anos de impunidade davam azo à formação de grupos de facínoras que atuavam em
zonas propícias à execução das suas atividades criminosa. A miséria vivida pela população mais carenciada era uma das causas do triste fenómeno. Para muitos, a criminalidade era uma das

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soluções que lhes restava.


A memória coletiva guarda ainda muitos nomes de indivíduos que na sua zona e na sua época ganharam fama pelas suas atrocidades e malfeitorias. São conhecidas as composições poéticas
populares, mais ou menos romanescas, relatando feitos a que se atribuíam laivos de justiça e de exercício de direitos de cidadania, de denúncia de situações dúbias merecedoras de desprezo.
Lendas do tipo "Robin dos Bosques" escondem muitos atos criminosos reais. Acoitados na aspereza dos montes e escondidos nas curvas dos caminhos, naturalmente camuflados pelos arbustos
nativos, os salteadores usufruíam de locais privilegiados para o melhor sucesso da sua atividade.
Duplo Assassinato em Loriga
Por pesquisas efetuadas relacionadas aos Assentos Paroquiais de Loriga, vamos encontrar nos Assentos de Óbitos da notícia de um Duplo Assassinato ocorrido no dia 22 de Abril do ano de
1774, muito perto de Loriga, que teve como vitimas pessoas desta localidade. Registo (ANTT - L1- M-Fª 66/V)

No caminho que vai para Valezim lugar entre o "Ribeiro Escuro" e o "Ribeiro das Calçadas", era um local ideal que se configurava para assaltos, o que veio um dia a acontecer e a terminar com a
perda da vida de dois companheiros de viajem que regressavam a Loriga, vindos de Guimarães. Eis os textos que aqui se transcrevem relacionados aos referidos registos de óbito;
- Domingos Henriques - Aos vinte e dois dias do Mês de Abril d o ano de mil e setecentos e quarenta e sete anos nesta Freg.ª de Loriga Bispado de Coimbra, entre o ribeiro escuro e Ribeiro
das Calçadas, se achou morto com várias feridas, e facadas assim na cabeça como pelo corpo Domingos Henriques marido de Maria de Jesus desta fregª, que vinha de Guimarães e a mesma
sorte Manuel Jorge, o assento abaixo, por cuja causa não recebeu sacramento algum, está sepultado dentro da Igreja desta fregª para todo o sempre constar fiz este assento que assinei Loriga
dia, mês, era ut supra.

O Vig.º Encomendado João Henriques.


- Manuel Jorge - Aos vinte e dois dias do mês de Abril do ano de mil setecentos e quarenta e sete anos, nesta freguesia de Loriga Bispado de Coimbra, entre o ribeiro escuro, e Ribeiro das
Calçadas que vai para Valezim se achou morto com várias feridas na cabeça Manuel Jorge Maneta, marido de Catarina Mendes desta fregª que vinha de Guimarães na companhia de
Domingos Henriques do assento supra, por cuja causa não recebeu sacramento algum, está sepultado dentro da Igreja desta fregª e para todo o sempre constar fiz este assento que assinei
Loriga dia mês, era ut supra.

O Vigº Encomendado João Henriques

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http://www.loriga.de/detalhes.htm

A partir do século de XVII, começou a ser comum a colocação destes monumentos simbólicos, que sinalizam um
lugar onde tenha ocorrido morte inesperada e violenta de alguém. No lugar perto de Loriga conhecido por "Calçadas",
encontra-se um destes monumentos, (na altura colocado no caminho antigo e hoje está colocado na EN. 231) que
segundo relatos verbais testemunham o assassinato de uma mulher. Com a descoberta do registo do "Duplo
Assassinato" também naquele local das "Calçadas" tudo parece levar a crer que esse monumento simbólico possa
estar relacionado ao "Duplo Assassinato" que aqui registamos.

Fotocópia do Registo do Duplo Assassinato

Em apontamento, à margem de cada um dos Assentos de Óbito, o Sr. Vigário menciona as diversas cerimónias religiosas que se efetuaram em memória de cada um, entre as quais se
distinguem os Ofícios e Missas encomendados pela Irmandade das Almas a que ambos pertenceram.
Alguns apontamentos sobre estas duas pessoas assassinadas, que consta do Registo de Casamento.

Domingos Henriques era filho de outro Domingos Henriques, e de Isabel Rodrigues, naturais do Paúl (Guarda). Casou em Loriga a 25 /02/1747 com Maria de Jesus, filha de Manuel Jorge da
Fonseca e de Isabel da Fonseca, tendo como testemunhas o Sargento-Mor de Loriga - Paulo de Gouveia e o Sr. Manuel João, tinha pois cerca de 2 meses de casado quando foi assassinado em
22 Abril do mesmo ano de 1747. Pensamos que não tenha deixado descendentes, pois não se encontraram registo de nascimento de qualquer filho seu e da presumível gravidez da sua viúva
Maria de Jesus.

Mais bem diferente é os apontamentos que se encontraram sobre Manuel Jorge, natural de Valezim, (filho que se diz, de João Maneta e de Brígida Jorge) casou em Loriga no dia 28/03/1715,
com Maria Francisco, filha de João Francisco e de Maria Jorge, de Loriga, tendo por testemunhas Domingos Galvão e António Fernandes, todos desta Vila. Bastante mais velho que o

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companheiro de infortúnio, deixou a sua viúva cercada por seis filhos, Maria (1727), Paula (1730), Manuel (1734), Bárbara (1737), Domingos (1740) e João (1743).
* Registos cedidas pelo senhor Dr. António Herculano da Paixão Melo e também publicado no jornal "Porta da Estrela" em Agosto de 2013. António Conde
(Registado aqui - Ano de 2013)

Os Grandes Beneméritos de Loriga


São vários os Beneméritos de Loriga, que vamos encontrar na história da Vila de Loriga, que ao fazerem apreciáveis donativos ou legarem por testamento seus patrimónios, contribuíram para
um melhor engrandecimento da terra que adoraram, por isso e com justiça merecerem o reconhecimento de todos os Loriguenses.
***
Comunidade Loriguense em Manaus
1905 - 1907
A Colónia dos Loriguenses em Manaus, mesmo longe pela distância, não esquecia também as necessidades dos seus conterrâneos e, assim pensaram levar a bom termo a iniciativa da
construção de Fontanários na sua terra, que foi de verdadeira importância, para Loriga e sua população.
Foi efectuada a angariação de fundos pela comunidade loriguenses a residir pelas terras do norte do Brasil, existindo uma longa Lista, onde estão inscritos os nomes da pessoas que
contribuíram para este bem essencial para a sua terra e suas famílias.
São muitos os nomes que constam na principal Lista conhecida, no entanto, pensa-se poderem ter existido outras, por esse motivo não mencionamos aqui os nomes conhecidos, pois poderia
haver o risco de ser esquecido alguém. Ficando para história o registo como beneméritos a "Comunidade Loriguense em Manaus"
*
Augusto Luís Mendes
23.01.1851 - 26.11.1925
Este conhecido industrial, era possuidor de imensos terrenos, nomeadamente terras de cultivo, viria a ser um dos maiores benemérito para a Loriga. que tanto adorava.
Ofereceu à sua terra, os terrenos necessários para neles ser construído uma estrada de acesso à povoação. Via esta que liga a Estrada Nacional 231 à Vila propriamente dita e ainda hoje a
principal entrada da Vila de Loriga.
Esta doação foi de importância vital para o progresso de Loriga, bem reconhecida pelos seus conterrâneos loriguenses que, como prova de gratidão desde logo perpetuaram o seu nome aquela
via que passou a chamar-se Av. Augusto Luis Mendes.
*
Augusto da Costa Madeira
Este Loriguense ofereceu a Imagem da Santa Maria Maior, orago da Freguesia de Loriga.
*
População de Loriga em 1940
O "Cruzeiro da Independência 1940" foi um dos muitos construídos por todo o país, como monumento evocativo do "Oitavo Centenário da Fundação e Terceiro Centenário da Restauração da
Pátria" . Surgiu de uma ideia do Rev. Padre Moreira das Neves para perpetuar, para as gerações vindoiras portuguesas, tão importantes acontecimentos.
Assim em Loriga foi, desde logo, acarinhada entusiasticamente essa ideia, não só pela população, como pelos organismos competentes locais, tantos religiosos como sociais, sendo logo
constituída uma comissão para proceder à angariação de fundos.
A inauguração do monumento ocorreu no dia 8 de Dezembro de 1940, com grande brilho, quer nas funções litúrgicas, quer no entusiasmo da freguesia e daqueles que tinham lutado para a sua
construção.
Percorreu pela população Listas para a angariação de fundos, com toda a gente a contribuir dentro das possibilidades de cada um. Existindo muitos nomes nas várias Listas existentes, no
entanto, com o receio de poder haver mais Listas e por isso ficarem esquecidos muitas mais pessoas, não poder-se por esse motivo aqui registar-se todos os nomes que contribuíram para a
construção do "Cruzeiro da Independência 1940" ficando para a história o registo como beneméritos a "População de Loriga em 1940"
*
António Cardoso de Moura
20.01.1892 - 31.10.1967
Deixou em testamento para que fosse constituída uma Fundação à qual deixou muitos dos seus bens.
Foi fundada a Fundação Cardoso Moura, na finalidade de contribuir em prol de Loriga. Sendo o prédio em que viveu este ilustre loriguense, situado na Rua Coronel Reis (antiga Amoreira),

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aquele que mais tem sido utilizado em prol da comunidade desta localidade. Já ali esteve sediado, a Junta de Freguesia; a Banda de Loriga; os Bombeiros quando a sua fundação; a Biblioteca;
os CTT , enquanto se procediam a obras no edifício dos correios, assim como, foi utilizado com as máquinas da Associação da 3ª.Idade, enquanto não tinham sede, também funcionou ali o
Curso dos Tapetes de Arraiolos e os Cortes e actualmente funciona ali o Posto de Informação Turística.
Fazem parte desta Fundação, entre outros, vários terrenos em Loriga, assim como, vários imóveis em Lisboa
*
Padre António Mendes Cabral Lages
23.08.1884 - 19.02.1969
Possuidor de muitos bens, ainda em vida resolveu doar tudo à igreja paroquial, entre eles muitos terrenos, um dos quais foi vendido por parcelas, para construção de habitações, onde veio a
surgir um novo Bairro em Loriga, que passou a ter o seu nome.
Os imóveis que possuía e que legou, foram muito importante para a Acção Social e Religiosa em Loriga, sendo instalada nesta vila uma Ordem de Irmãzinhas, onde o Padre Lages, passaria a
viver mais acompanhado e acarinhado o resto dos seus anos de vida e onde viria a falecer após doença, com a idade de 84 anos.
*
Padre António Roque Abrantes Prata
15.10.1917 - 18.07.1993
Natural de Manteigas, adorava Loriga e sua gente, onde foi Pároco durante 22 anos (1944-1966). Transferido para a Casa de Santa Zita em Lisboa, nunca esqueceu Loriga, que ele chamava
também a sua terra.
Deixou no seu testamento uma doação a Loriga, pedindo aos seus familiares para entregarem ao Centro de Assistência Paroquial de Loriga a quantia de 6.800 contos, vontade que foi cumprida.
*
Maria Teresa Brito Pina
17.02.1921 - 28.03.2006
Legou em testamento a instituições Loriguenses, os valores monetários que possuía, quando da sua morte:
- 5.000,00€ - Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia
- 5.000,00€ - Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade
- 5.000,00€ - Irmandade do Santíssima Sacramento e das Almas
- 5.000,00€ - À Fábrica da Igreja
*
José Nunes Moura
24.03.1923 - 03.11.2006
Foi um grande apoiante da Associação de Apoio da 3ª. Idade, da qual era associado e que não esqueceu, tendo deixado em testamento a quantia de 5.000 Euros a esta associação. Entre
outras doações não esqueceu também a Banda, à qual doou um belíssimo e artístico móvel, que veio enriquecer uma das salas desta instituição musical.
***
Nota:- São também vários os Beneméritos em prol da Nossa Senhora da Guia, nomeadamente terrenos, Capela, Altar, Coreto, Guiões, Bandeiras, Cruz de Prata, Caldeirinha etc., que vamos
encontrando na história desta Virgem em Loriga, para os Loriguenses a Padroeira do Emigrantes e, os quais registamos neste mesmo Site na Página NSGuia.
(Registado aqui - Ano de 2007)

O movimento eclesiástico na Paróquia de Loriga


(Orago de Santa Maria Maior)
São muitos os séculos de história da Paróquia de Loriga, que hoje em dia por vezes é difícil de contar com precisão, porque também foram séculos em que muitos registos e também muita
documentação foi desaparecendo o que leva a não se poder registar em concreto muito dessa história
Também saber-se com precisão, dos nomes dos Padres que passaram por Loriga ao longo dos séculos ou os nomes daqueles que foram Párocos, parece também ser uma tarefa difícil, mas
não será impossível de um dia saber-se em profundidade todos os nomes do Padre e as datas precisas do tempo que estiveram nas suas funções em Loriga.
Actualmente as pesquisas que se vão conseguido fazer, leva-nos até ao século XVII, mais precisamente ao ano de 1610, ao encontrar-se os nomes dos Padres em registo de nascimento,
casamentos etc.. São no entanto escassos os registos que nos poderão dar conta, se alguns esses padres eram os Párocos efectivos ou eventualmente de passagem por Loriga, visto ser curto

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o seu registo de permanência na freguesia.


Nesses tempos longínquos a designação dada aos párocos quando escaladas para uma paróquia era de "Pároco-colado" e os designados provisoriamente eram "Párocos-encomendados" assim
nesses períodos que em cima nos referimos, paroquiaram em Loriga vários Párocos, tanto de uma como de outra dessa designação.
A partir da meada do século XIX, a designação "Pároco-colado" ou "Párocos-encomendados" deixou de existir passando a ter a designação de Pároco (Padre efectivo) ou Coadjutor (Padre
temporário) respectivamente.
Até ao momento e de acordo com algumas pesquisas efectuadas em registos conhecidos, aqui se documenta alguns dos nomes dos Padres que estiveram em Loriga como Párocos ou como
coadjutores, ficando a promessa de à medida que se vai sabendo, mais dados aqui se irão actualizar.
*
Padre Simão Lopes da Costa (2)
Pároco em Loriga em (….1610 até 1620)

É o primeiro registo como Pároco, que vamos encontrar a partir do ano de 1600.
Até à data apenas de sabe que esteve como Pároco em Loriga de 1610 até 1620, desconhecendo se já estaria em Loriga antes da data de 1610.
Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre Gaspar do Amaral (2)
Pároco em Loriga (desde 1620 até 1622)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de dois anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre André Francisco Figueiredo (2)
Pároco em Loriga (desde 1622 até 1623)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de um ano.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário Jorge de Moura (2)
Pároco em Loriga (desde 1623 até 1630)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de sete anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre Simão Borges (2)
Pároco em Loriga (desde 1630 até 1632)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de dois anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário Gaspar Nunes (2)
Pároco em Loriga (desde 1632 até 1638)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de seis anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*

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Padre Jerónimo Ferraz (2)


Pároco em Loriga (desde 1638 até 1639)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de um ano.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre Filipe de Almeida (2)
Pároco em Loriga (desde 1639 até 1640)

Esteve como Pároco em Loriga durante apenas um ano.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário António Roiz (Rodrigues) (2)
Pároco em Loriga (desde 1640 até 1648)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de oito anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre Gabriel Fonseca (2)
Padre em Loriga (ano 1648)

Esteve como Padre em Loriga durante alguns meses do ab no de 1648, desconhece-se se foi considerado Pároco.
Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário João Tavares Leitão (2)
Pároco em Loriga (desde 1648 até 1657)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de nove anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre António Pais da Veiga (2)
Pároco em Loriga (desde 1657 até 1660)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de três anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre António Duarte (2)
Pároco em Loriga (desde 1660 até 1662)

Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de dois anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário António Ferreira (2)
Pároco em Loriga (desde 1662 até 1671)

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Esteve como Pároco em Loriga durante cerca de nove anos.


Desconhece-se de onde era natural.
*
Vigário Pedro Álvares (2)
Pároco de Loriga em (de 1671 até 1702)

Em 1671 era já o Pároco em Loeiga. Pelos registos tudo leva a crer ter estado como Pároco em Loriga durante 31 anos.
Em Março de 1702, o seu nome continuava a constar num registo de baptismo. (1)
" Desconhece-se de onde era natural
(1) (IANTT/SGU/Cx 452 - Fol 1, Rolo 867)
*
Padre João de Melo Albuquerque (2)
Padre em Loriga em (….1699 - ….)

Em Novembro de 1699, constava o seu nome num registo de casamento. (1)


Sabendo-se que era o Pároco em Loriga nessa altura, o Vigário Pedro Álvares, (que esteve nessas funções de 1671 até 1702) supõe-se que este
Padre ter sido em Loriga, coadjutor.
É desconhecido quanto tempo esteve na Paróquia de Loriga, bem como, e de onde era natural

(1) (IANTT/SGU/Cx 177-Fol 174/v - Rolo 716)


*
Vigário José Mendes de Figueiredo (2)
Pároco em Loriga em (de 1703 até 1713)

Foi o Pároco de Loriga a partir 1703. Esteve em Loriga durante cerca de 10 anos.
Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre José Luís (2)
Estava em Loriga em (…. 1713 - ….)

Em Maio de 1713, constava o seu nome num registo de casamento (1). Não se conhecendo de momento se era o Pároco da Paróquia na altura ou se era Padre coadjutor (Padre-encomendado
como assim se dizia nesse tempo) desconhecendo-se também de onde era natural.
(Nesta altura chegou a constar em documentos, que a igreja era orago de Nossa Senhora da Conceição. Se na realidade desde os primeiros escrito conhecidos até hoje, a igreja de Loriga foi
sempre orago de Santa Maria Maior, pensa-se por isso, que nessa altura chegou a decorrer algum movimento para a sua alteração).

(1) (IANTT/SGU/Cx 452 - Fol 217, - Rolo 868)


*
Padre Manuel Nunes (2)
Padre em Loriga em (….1715 - ….)

Era o Padre em Loriga em 1715, constava o seu nome em registos de casamentos. Pensa-se ter estado em Loriga apenas durante um ano.
Desconhece-se de onde era natural.
*
Padre João da Costa Brás (2)
Pároco em Loriga (desde 1716 até 1718)

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Era o Pároco de Loriga em 1716, constava o seu nome em registos de casamentos.(1) Pensa-se ter estado em Loriga durante cerca de dois anos.
Desconhece-se de onde era natural.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*
Vigário Cristóvão de Moura A. Fonseca (2)
Pároco de Loriga (desde 1718 atá 1740)

Em 1718 era já o Pároco de Loriga, a partir desse ano já constava o seu nome nos registos de baptismos e casamentos (1).
Desconhece-se ao certo de onde era natural, Sabe-se que esteve em Loriga durante cerca de 22 anos.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 26, Rolo 868)


*
Padre Manuel Ribeiro Pina (2)
Pároco em Loriga (desde 1740 até 1743)

Era o Pároco de Loriga em 1740, conforme consta o seu nome em registos de casamentos.(1) Esteve em Loriga cerca de três anos.
Pelo apelino pensa-se ser natural de Loriga.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*
Padre João Henrique (2)
Pároco em Loriga (desde 1743 até 1746)

Era o Pároco de Loriga em 1743, conforme consta o seu nome em registos de casamentos.(1) Esteve em Loriga cerca de três anos.
Desconhece-se de onde era natural.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*
Padre Manuel Ribeiro Pinto (2)
Pároco em Loriga (desde 1746 até 1752)

Era o Pároco de Loriga em 1746, constava o seu nome em registos de casamentos.(1) Pensa-se ter estado em Loriga durante cerca de seis anos.
Desconhece-se de onde era natural.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*
Vigário António Marques Ferreira (2)
Pároco em Loriga (desde 1752 até 1755)

Era o Pároco de Loriga em 1752, constava o seu nome num registo de casamento.(1) Pensa-se ter estado em Loriga durante cerca de três anos.
Desconhece-se de onde era natural.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*

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Padre Paulo Gouveia (2)


Padre em Loriga em (.....1755 - ….)

Encontrava-se como Padre em Loriga no ano de 1755, conforme consta o seu nome em "assentos" nos REGISTOS DA PÁROQUIA de LORIGA, (1) desconhecendo-se mais pormenores sobre a
sua estadia em Loriga, mesmo de onde era natural .
*
Padre Domingos Galvão (2)
Padre em Loriga em (….1755 - ….)

Encontrava-se como Padre em Loriga no ano de 1755, conforme consta o seu nome em "assentos" nos REGISTOS DA PÁROQUIA de LORIGA, (1) desconhecendo-se mais pormenores sobre a
sua estadia em Loriga, mesmo de onde era natural .
*
Vigário José Roiz Ribeiro (2)
Pároco em Loriga (desde1756 - 1794)

Em Maio de 1756, era o Pároco em Loriga. O seu nome constava num registo de casamento, desse ano. Em 1771 continuava ainda em Loriga, em conformidade com um registo de baptizado
onde constava o seu nome. (1)
Quando do terramoto de 1775, continuava ainda a ser o Pároco da Paróquia de Loriga, como se pode constatar nos registos por ele escritos, fazendo um balanço às causas do terramoto,
seguindo as directrizes recebidas por ordem do Marquês de Pombal, nessa altura chefe do governo.

(1) (IANTT/SGU/Fol. 121, Rolo 868)


*
Padre José Fragoso de Paiva (2)
Padre em Loriga em (.... 1794 - ....)

Encontrava-se como Padre em Loriga no ano de 1794, conforme consta o seu nome em "assentos" nos REGISTOS DA PÁROQUIA de LORIGA, (1) desconhecendo-se mais pormenores sobre a
sua estadia em Loriga, mesmo de onde era natural .
*
Vigário Paulo Brito da Fonseca (2)
Pároco em Loriga (desde 1795 até 1810)

Era o Pároco de Loriga em 1795, constava o seu nome num registo de casamento.(1) Desconhece-se neste momento o tempo exacto que esteve em Loriga ou mesmo de onde era natural. Em
1805 ainda continuava a ser o Pároco de Loriga. Segundo se sabe veio substituir o Vigário José Roiz Ribeiro

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*
Padre Francisco da Costa Saraiva (2)
Padre em Loriga em (….1810 - ….)

Encontrava-se como Padre em Loriga no ano de 1810, conforme consta o seu nome em "assentos" nos REGISTOS DA PÁROQUIA de LORIGA, (1) desconhecendo-se mais pormenores sobre a
sua estadia em Loriga, mesmo de onde era natural .

(1) (IANTT/SGU/Fol. 118, Rolo 868)


*

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Padre Theotónio Luiz da Costa *


Pároco em Loriga em (…. 1812 - ….)

Constava já em 1812 como Pároco-colado de Loriga (como se dizia na altura) que queria dizer Pároco da Paróquia, que lhe esteve atribuída durante muitos anos, apesar de temporariamente
deixar esta localidade para participar nas "lutas" liberais, regressando depois a Loriga em 1852, que apesar de já velho e cansado ainda teve com forças para paroquiar nesta "sua" paróquia até
aos fins de Novembro de 1855. Era natural de Folques
*
Padre Sebastião Mendes de Brito * (2)
Pároco em Loriga (de 1812 até 1851)

Em Julho de 1812 era o Pároco de Loriga, o seu nome constava num registo de baptismo (1). Era natural de Loriga pertencente a família abastada e foi colocado em Loriga como Padre-
encomendado (como se dizia na altura) que queria dizer Padre coadjutor. Veio depois a substituir o Pároco da Paróquia (Pároco-colado) Theohtónio Luiz da Costa, após este se ter alistado nas
milícias.
Faleceu em Loriga em 24 de Dezembro de 1851. Foi sepultado ao fundo dos degraus do altar-mor, no lugar onde o celebrante principiava as missas.

(1) (IANTT/SGU/Fol.128 verso 129, Rolo 868)


(2) Fonte: "Livro a família Mello" do senhor Dr. António Herculano da Paixão Melo António Conde
* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)
*
José Garcia Abranches
Pároco em Loriga no ano de 1851
Era natural de Alvoco da Serra, foi Pároco apenas muito pouco tempo
*
Padre José Marques de Moura Guimarães
Pároco em Loriga (de 1855 até 1859)
Era natural de Loriga, filho de pais abastados. Paroquiou até o fim de Janeiros de 1959
*
Padre Doutor António Monteiro de Moura Machado
Pároco em Loriga em 1859
Foi Pároco Encomendado em Loriga durante 6 meses (Fevereiro/Julho)
*
Padre Luís Bernardo da Cunha
Pároco Interino em Loriga (1859)
Foi Pároco intrerino em Loriga durante um mês (Julho). Era intitulado Vigário, situação que manteve até 13 de Dezembro de 1959, dia da chegada a Loriga do seu sucessor.
*
Padre Manuel Matias dos Santos e Figueiredo *
Pároco em Loriga (de Janeiro de 1860 até Dezembro de 1893)

Nasceu na Vide, e depois de ter sido Pároco de Piodam, foi colocado em Loriga como Pároco da Paróquia (Pároco-colado como se dizia na altura).
*
Monsenhor António Mendes Gouveia Cabral *
Pároco em Loriga (de 1893 até 1910)

Era natural de Loriga, deixando de ser o Pároco da Paróquia em 1910, por motivos de saúde. Foi elevado à dignidade de Monsenhor. Promoveu uma missão em 1902, incentivou a comunhão nas

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primeiras sextas-feiras do mês e incrementou o Apostolado da Oração.


*

Padre António Mendes Cabral Lages *


Pároco em Loriga (de 1910 até 1944)

Era natural de Loriga e veio substituir o seu tio Monsenhor António Mendes Gouveia Cabral, que deixou de ser o Pároco da Paróquia por motivos de saúde. A ele se deve a
fundação da Conferência de S. Vicente de Paulo e a Associação Católica de Operários. Deu notável incremento à vida religiosa de Loriga.

*
Padre António Roque Abrantes Prata *
Pároco em Loriga (de 1944 até 1966)

Natural de Manteigas, onde nasceu em 15.10.1917. Ordenado Sacerdote em 8.9.1940. Primeira Paróquia Petroviseu. Paroquiou em Loriga de Outubro de 1944 até 20 de
Novembro de 1966. Assistente Nacional da Obra de Santa Zita Lisboa a partir de Dezembro de 1966. Em 1978 Pároco da Estrela em Lisboa, Faleceu em 18 de Junho de 1993.
Foi uma das mais marcantes figuras eclesiais que passaram por Loriga, que veio a marcar uma geração de loriguenses, numa época em que a população em Loriga atingiu os
números populacionais, mais elevados da sua história. Criou o Centro de Assistência Paroquial, Socorro Paroquial, Cooperativa Popular de Loriga, mandou construir a Residência
e Salão Paroquial.
* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)
*
Nota de registo:- No tempo do Senhor Padre António Roque Abrantes Prata, foram muitos os Coadjutores que passaram por Loriga, que aqui se registam:
- Padre Francisco Salvado Gralha - Coadjutor em Loriga (de 1950 até 1951), natural de Alcaide (Beira Baixa)
- Padre Diamantino Paulo Dias - Coadjutor em Loriga (de 1952 até 1953), natural de Nova de Haver.
- Padre José Ventura Martins Diogo - Coadjutor em Loriga (de 1953 até 1956), natural de Fatela.
- Padre Manuel Vicente Branco - Coadjutor em Loriga (de 1956 até 1957), natural de Sobral de Casegas,
- Padre Joaquim Eduardo Vicente - Coadjutor em Loriga (de 1957 até 1958), natural de Bendada.
- Padre Manuel Ribeiro Toscano - Coadjutor em Loriga (de 1959 até 1961).
- Padre António Espinha da Cruz Monteiro - Coadjutor em Loriga (de 1960 até 1961), natural de Vermiosa.
- Padre José Rabaça Gaspar - Coadjutor em Loriga (de 1961 até 1962).
- Padre João Carvalho Nunes - Coadjutor em Loriga (de 14.Outubro até 31.Dezembro/1962).
*

Padre António Bernardino do Nascimento Barreiros


Pároco em Loriga (de 1966 até 1979)

Natural de Castelejo (Fundão) onde nasceu em 25 de Fevereiro de 1923. Ordenado Sacerdote em 4.8.1946. Missa Nova em Castelejo em 11.8.1946. PÜrimeira Paróquia Vale
dos Prazeres até Novembro de 1966. Paroquiou em Loriga de 27 de Novembro de 1966 até 27 de Novembro de 1979. Esteve em Loriga durante 13 anos, (28 de Outubro de
1966 até 21 de Outubro 1979. Foi para o Fundão onde esteve até 2006.
Faleceu em 22 de Agosto de 2006.

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Padre Francisco Borges de Assunção


Pároco em Loriga (de 1979 até 2001)

Natural de Travancinha, onde nasceu em 25 de Janeiro de 1923. Ordenado Sacerdote na Guarda em 4.8.1946. Primeira Missa Nova em 18.8.1946 em Travancinha. Paroquiou
várias Paróquias a última antes de chegar a Loriga foi Arcozelo da Serra. Paroquiou a Paróquia de Loriga de 28 de Outubro de 1976 a 21 de Outubro de 2001.
Ao longo dos 22 anos que esteve em Loriga fez um trabalho de grande relevo, entre eles a construção do edifício para instalar a Creche, Jardim Infantil e A.T.L. e a Casa de
Repouso de Nossa Senhora da Guia, assim como, criou o Centro de Dia.
Acumulou durante alguns anos a paróquia de Alvoco da Serra.
Faleceu em 24 de Maio de 2009.
*
Padre Paulo Jorge Oliveira Carmo
Padre Nuno Maria Almeida Silva
Párocos em Loriga (de 2001 até 2002)

Curta passagem por Loriga destes dois Padres, ficando na ideia de ser apenas uma alternativa pontual, durante o período em que esteve em definição o modelo Paroquial para esta região do
concelho de Seia (Serra da Estrela).
Deveu-se a esta situação, o facto de o Pároco de então, o Padre Francisco Borges de Assunção, ter renunciado ao cargo por motivo de doença.
*
Padre João António Gonçalves Barroso
Pároco em Loriga (de 2002 até …. )

Natural de Orjais (Covilhã), onde nasceu em 26 de Novembro de 1965. Ordenado Sacerdote em 2 de Fevereiro de 1992. Passou a ser o Pároco de Loriga em 20 de Outubro de
2002.
Para além da Paróquia de Loriga acumula outras Paróquias da região e desempenha também as funções de Assistente Diocesano do Departamento da Infância e da Adolescência
do Secretariado Diocesano da Educação Cristo.
*

Sacerdotes naturais de Loriga


Desde sempre Loriga foi uma localidade muito vocacionada na via religiosa, por isso o facto de não ser surpresa ser das terras do concelho de Seia e mesmo até do distrito da Guarda, que mais
Padres deu à Igreja. Apesar de quase todos terem tido a sua vida canónica fora da sua terra natal. É no entanto, digno de registo e de realce, a vida eclesiástica que exerceram nos mais
variados sectores da Igreja, nomeadamente em Paróquias ou organismos religiosos e dos quais Loriga se orgulha.
*
Padre Sebastião Mendes de Brito *
(…. - 1851)

Natural de Loriga, foi Pároco na sua terra desde 1812 até 1851, onde faleceu em 24 de Dezembro desse mesmo ano de 1851.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)


*
Monsenhor António Mendes Gouveia Cabral *
(…. - ….)

Natural de Loriga tendo sido Pároco na sua terra de 1894 até 1910) deixando de ser o Pároco da Paróquia em 1910, por motivos de saúde.

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* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)


*
Padre Doutor António Mendes Lages *
(1838 - 1916)

Nasceu em Loriga em 2 de Janeiro de 1838, mas sou foi ordenado Sacerdote aos 73 anos de idade. Foi após ter enviuvado, que resolveu a
dedicar-se à igreja, até então era casado e pai de dois filhos.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)


*
Cónego Manuel F. Nogueira *
(1861 - 1944)

Nasceu em Loriga no dia 7 de Abril de 1816, a sua vida eclesiástica foi toda ela passada fora da sua terra natal.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)

*
Padre António Mendes Cabral Lages *
(1884 - 1969)

Era natural de Loriga, onde nasceu a 23 de Agosto de 1884 e foi o Pároco da sua terra de 1910 até 1944, substituindo o seu tio Monsenhor
António Mendes Gouveia Cabral, que deixou de ser o Pároco da Paróquia de Loriga por motivos de saúde.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage

*
Cónego António Antunes Abranches *
(1913 - 2003)

Nasceu em Loriga, em 9 de Dezembro de 1913, a sua vida sacerdotal foi toda ela passada fora da sua terra natal, sendo de registo ter
estado 50 anos como Pároco da Paróquia da Nossa Senhora de Fátima em Lisboa

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)

*
Padre Herculano de Brito Martins *
(1918 - 1994)

Nasceu em Loriga em 28 de Outubro de 1918, filho de Carlos Brito Martins e de Maria do Carmo Alves Macedo. Foi ordenado sacerdote
em 29 de Junho de 1943. A sua vida sacerdotal foi toda ela passada fora da sua terra, passando pelo seminário de Santarém, onde foi
professor desempenhando também o cargo de vice-reitor. De 1957 a 1963 foi Pregador das Missões do Patriarcado, depois foi Pároco
na Amadora durante vários anos, sendo em 1974, nomeado Pároco da Graça em Lisboa. Mais tarde e depois de deixar a Paróquia da
Graça, desempenhou funções sacerdotais noutras paróquias de Lisboa.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)

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Padre Doutor António Ambrósio de Pina *


(1918 - 1995)

Apesar de não ter nascido em Loriga, considera-se como Loriguense, pois tendo nascido em Manaus-Brasil, filho dos loriguenses António
Ambrósio de Pina e Maria dos Anjos de Brito Moura, foi apenas com três meses de idade que os pais o trouxeram para Loriga onde
cresceu e fez a escola primária.
Logo após completar a escola em Loriga foi para o Seminário da Costa em Guimarães, onde fez todos os seus estudos menores. No ano
de 1936 entra para a Companhia de Jesus e, no ano de 1940, concluiu o Curso Superior de Letras e Humanidades para, de seguida, entrar
na Faculdade.de Filosofia de Braga onde conclui a sua licenciatura em 1944.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)


*
Padre António Mendes Cabral *
(1921 - 1976)

Nasceu em Loriga em 16 de Fevereiro de 1921, toda a sua vida Sacerdotal foi toda ela passada fora da sua terra natal. Nos seus últimos
anos de vida esteve bem perto de Loriga, ao ser o Pároco da vizinha Freguesia da Cabeça.

* (Ver mais na Página "Notáveis" desta Homepage)


*

Padre Fernando Brito Santos


(1935)

Nasceu em Loriga em 5 de Maio de 1935, filho de Eduardo Gonçalves dos Santos e Amália Lopes de Brito. Foi ordenado Sacerdote
em 3 de Agosto de 1959 em Loriga. A sua vida Sacerdotal tem sido passada toda ela na Covilhã.
Actualmente é Pároco na Paróquia da Conceição - Covilhã e pertence à Redacção do "Noticias da Covilhã"

(Registado aqui - Ano de 2008)


*

Padre Fernando Augusto Mendes Gonçalves


(1939 )

Nasceu na Argentina em 15 de Maio de 1939, veio para Loriga ainda criança onde frequentou a escola primária. Foi para o
Seminário Patriarcal de Santarém onde esteve três anos e depois mais três no Seminário de Almada. Os 6 últimos anos do
curso fê-los no Seminário dos Olivais.
Foi ordenado Sacerdote Na Sé Patriarcal de Lisboa pelo senhor Cardeal Cerejeira em 1963, tendo celebrado a primeira Missa
em 18 de Agosto de 1963 na Igreja Paroquial de S. Tiago de Almada.
Toda a sua vida canónica tem sido toda ela passada fora de Loriga.

(Registado aqui - Ano de 2009)


*

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Padre Jorge Fernando Duarte Amaro


(1957)

Nasceu em Loriga em 1957. Foi ordenado sacerdote missionário no dia 4 de Maio de 1985 em Fátima, pelo D. António dos Santos,
Bispo da Guarda. Celebrou a Missa Nova em Loriga no dia 5.5.1985.
A sua vida sacerdotal tem quase sempre passada pelo estrangeiro, onde se destaca a sua vida missionária na Etiópia durante cerca
de 7 anos.

(Registado aqui - Ano de 2008)


*

Padre Jorge Manuel Lages Almeida


(1962)

Nasceu em Loriga em 17 de Junho de 1962. Foi ordenado Sacerdote em 4 de Junho de 1989 cerimónia que decorreu na Catedral de
Setúbal, realizando a Missa Nova em Loriga no dia 18.6.89. A sua vida Sacerdotal tem toda ela desempenhada na região de Setúbal.
Actualmente é Pároco na Quinta do Anjo Palmela-Sesimbra e desempenha funções de Capelão da Base Aérea nº 6, do Campo de Tiro
de Alcochete e do Depósito Geral de Material de Guerra do Exército.

(Registado aqui - Ano de 2008)


*
Padre Henrique Manuel Gouveia Pinto
(1963)

Nasceu em Loriga em 12 de Janeiro de 1963; Padre Missionário da Consolata, ordenado em 6 de Agosto de 1988, realizando a
sua Missa Nova em Loriga no dia seguinte 7 de Agosto de 1988.
Estudou na Itália, no Quénia, na Inglaterra, onde em 2000 fez o doutoramento em Teologia.

Dedicou-se às causas sociopolíticas, trabalhando com pessoas sem abrigo, e à vida académica leccionando na universidade
Lusófona.

Observações:- Deixou de exercer o sacerdócio, sem ter pedido a dispensa, em Abril de 2001. Significa que é ainda sacerdote mas
que não exerce o ministério.
(Registado aqui - Ano de 2008)
*

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Diácono Permanete António Rui Pinto Romano


(1972)

Nasceu na Alemanha, filho de Carlos Pinto Romano e de Maria Irene Lucas Pinto e neto paterno de José Brito Romano e
Constância Brito Pina e, neto materno de Augusto Pinto Luís e Filomena Jesus Lucas, todos gentes de Loriga, ordenado Diácono
Permanente Diácono Permanente em 2 de Julho de 2011, pelo senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo.
Coadjuvou em Loriga a sua primeira missa, em 17 de Julho de 2011, presidida pelo Padre João, Pároco de Loriga e
concelebrada pelo Padre Jorge Almeida
Recorde-se ainda que também faz parte da Marinha Portuguesa como o Diácono Oficial.

(Registado aqui - Ano de 2011)

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Padre António Mendes Silva
(1934 - 2011)

Nasceu no lugar conhecido por Tojosa na povoação do Fontão, localidade anexa da Freguesia de Loriga, em 26 de
Junho de 1934, filho de José Marques Silva e de Isaura Mendes.
Frequentou os Seminários do Patriarcado de Lisboa e foi ordenado presbítero no dia 15 de Agosto de 1961 por D.
Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal Patriarca de Lisboa e realizou a sua Missa Nova em 27.8.1961 na sua terra do
Fontão - Loriga. Foi prefeito e professor no Seminário Patriarcal de Santarém de 1961 a 1970, sendo depois Pároco
de Nossa Senhora da Purificação de Assentis (Torres Novas) durante 32 anos (29 de Outubro de 1970 a Agosto de
2002) onde desempenhou a sua vida Apostólica de grande valor e enorme significado, que deixou muitas saudades nos
seus paroquianos. Foi ainda Vice-chanceler da Cúria Diocesana (28.09.2004) e Chanceler da Cúria Diocesana
(30.11.2006 a 1.10.2011). Foi até agora o único Padre natural do Fontão.
Faleceu no Hospital de Santarém, ao início da manhã de sábado dia 1 de Outubro de 2011, e no domingo dia 2 de
outubro de 2011, foi transladado para a Igreja Catedral às 13.00h e a celebração das Solenes Exéquias às 16h. Após
a missa seguiu-se o em cortejo fúnebre para a freguesia de Assentiz, no concelho de Torres Novas, onde foi sepultado
no cemitério em Casais da Igreja.
(Registado aqui - Ano de 2011)

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A Industria de Loriga

Loriga, Vila Industrial


A Vila de Loriga, foi sempre através dos tempos, caracterizada como Vila Industrial, onde as fábricas de Lanifícios, as fábricas de Malhas e
ainda uma Firma Metalúrgica, foram desde sempre de grande valor económico e social para esta localidade.

A Industria de Lanifícios em Loriga


As primeiras referências sobre os Lanifícios em Portugal, datam do século XVII, mais precisamente ao ano 1675.
Em alguns registos de Loriga do século XVIII, vamos encontrar dados concretos da existência já nessa altura de um próspero negócio de lã, a matéria
prima para a Industria de Lanifícios.
Nessa época a lã era manufacturada sem nenhum auxilio mecânico e, por isso mesmo, durante muitos anos, foi usada a fabricação doméstica, com
teares manuais a trabalhar em diversas casas, ou com as escarameadeiras (mulheres que farripavam a lã depois de lavada tirando os ciscos e outras
aderências) nas casas dos próprios fabricantes.
A partir dos meados do século XIX, começam então a construir-se as primeiras Fábricas que, durante mais de um século, foram de grande laboração e
de enorme movimentação industrial.
Apesar das deficientes vias de comunicação que obrigava o transporte das matérias-primas no dorso dos animais de carga, Loriga, era em 1881, a
localidade mais industrializada na aba ocidental da Serra da Estrela, com várias unidades de produção têxtil, empregando mais de 200 operários.
As primeiras Fábricas a serem construídas em Loriga, foram por iniciativa de Manuel Mendes Freire e José Marques Guimarães, que na altura, eram já
uns conceituados negociantes em Lã.
Em 1872 o Jornal "O Conimbricense" publicado em Coimbra, escreveu sobre as Fábricas de Lanifícios em Loriga, onde publicava que havia nesta Vila
quatro fábricas, três a funcionar e outra começada, que se deviam unicamente aos esforços particulares.
À medida que iam procedendo na mecanização das Fábricas em Loriga, os industriais Loriguenses, recorriam ao mercado da Covilhã, no sentido de
contratarem especializados.
Na última década do século XIX, chegou a Loriga um belga de nome Pierre, por onde se manteve até 1898; Joaquim F. Nogueira, que em Loriga
constituiu família e veio a ser o pai do Cónego Manuel Fernandes Nogueira; um senhor de nome Teles, que viria a falecer já muito velhinho; Adriano de
Sousa Torrão; António Ramos e muitos outros, que não sendo de Loriga, ficaram para sempre ligados à Industria de Lanifícios desta localidade.
A partir de 1930, e após a construção da estrada que passou a ligar São Romão a Loriga, a Industria de Lanifícios em Loriga, foi-se modernizando, de
maneira a poder competir com a sua congénere do país.
Por esse motivo e durante anos, era considerada a Vila mais industrializada do Concelho de Seia e também do Distrito da Guarda.

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Tear antigo que fez parte da antiga Fábrica da redondinha (Textil Manuel Carvalho LDA)
***
As Fábricas de Lanifícios no Passado
Aqui se faz a descrição de alguns dos registos mais relevantes das Fábricas de Lanifícios de Loriga, quando no seguimento da modernização, ocorrida a
partir da terceira década do Século XX.
***
Fábrica da Fonte dos Amores
Fundada em 1856 por Manuel Mendes Freire, Manuel Moura Luís e Abílio Luís Brito Freire, cardava e fiava lã para frises, saragoças e palmilhas.
Possuía uma roda hidráulica de madeira com força de 16 cavalos. Em 1899 passou para a firma Leitão & Irmãos e Companhia.
Tinha Secção de Cardação; Secção de Tinturaria e Secção de Ultimação. Em 1939, foi construída a parte nova, reconstruído o prédio que tinha ardido, e
também reconstruído a secção de tinturaria em 1954.
Consumia mensalmente em energia motriz e iluminação 11.477 KVH, equivalente a 6.923$00, ocupando uma área de 2.810 m2.
As máquinas que trabalhavam a vapor eram alimentadas por uma caldeira horizontal de vapor, que consumia 1.000 quilogramas de lenha por dia de oito
horas
Trabalhando normalmente gastava por ano cerca de 70.000 de matérias primas. Fabricava todo o género de artigos cardados, tanto para homens como
para senhoras, passando mais tarde a dedicar-se a artigos leves para senhoras, como crepes, popelinas etc., e também a fazenda de agasalho para
inverno.
*
Fábrica da Fândega

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Fundada em 1862 por José Marques Guimarães, Na década de 1920, esta Fábrica passou a pertencer à Sociedade Carlos Nunes Cabral & Comp., e mais
tarde passando a ser propriedade da firma Moura Cabral & Companhia.
Tinha duas rodas hidráulicas ambas no mesmo edifício junto à ribeira, uma roda de madeira com força de 30 cavalos, colocada no topo do edifício virado
para o caminho, ou seja para o sul, e outra situada a nascente do edifício.
Produzia frises, saragoças e palmilhas. Encerrou definitivamente em 1949. Sendo a primeira das fábricas, a paralisar, devido à impossibilidade de boas vias
de acesso.
*

Fábrica do Regato

Foi organizada em 1869 pela firma Plácido Luís de Brito & Companhia. O seu nome
deve-se ao facto de ter sido construída na propriedade do mesmo nome. Tinha uma roda
hidráulica com força de 15 cavalos. Esta roda foi dali retirada pouco depois do 25 de Abril
de 1974, tendo sido a última das rodas a desaparecer, da chamada industria de lanifícios
de Loriga.
Foi também construída a chamada "Fábrica de Cima" tendo sida edificada nesta um anexo
em 1937. Substituiu a tecelagem manual pela mecânica em 1934 e em 1938 passou a ser a
firma:-Pina Nunes & Companhia, sociedade que viria a terminar em 1950. Este edifício tinha Uma das zonas Industrial de Loriga
também uma roda hidráulica, que tendo depois sido retirada foi substituída por um motor a Fábrica Regato e Redondinha - Ano 1950 -
gasóleo. Em 1962 encerrou definitivamente, como Fábrica de Lanifícios. Ocupava uma área
total de 1.180 m2, sem contar com o anexo chamado Escaldadore. Tinha Secção de
cardação e Secção de Ultimação.
Produzia por mês (em horário de 8 oitos diárias) 5.000 quilogramas de fio Nr.50,
consumindo por ano cerca de 50.000 quilogramas de matérias primas (lã e outras fibras).
Fabricava todos os artigos para homem e senhora, especialmente artigos cardados.
Mais tarde e até aos nossos dias, estas dependências passaram a laborar na actividade de
malhas.

Fábrica do Regato (Fábrica de baixo)


- Ano 1948 -

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Fábrica da Redondinha
Entrou em laboração já depois de 1878, e durante muitos anos pertenceu ao industrial Augusto Luís Mendes, que a geriu sob a firma Augusto Luís Mendes
& Comp. Limitada.
Consumia mensalmente de energia eléctrica motriz e de iluminação 68.631 KWH, equivalente a 5.117$00 escudos. Ocupando uma área de 2.000 m2.
Tinha duas rodas hidráulicas, uma no edifício (onde até à pouco anos esteve instalada a firma Jomabril) e outra na casa de baixo onde até à poucos anos
esteve instalada a firma de Manuel Carvalho.
O prédio de baixo, era o único quando iniciou a laboração. Em 1939, foram construídas novas instalações, tendo sido uma parte delas, devorada por um
incêndio na década de 1950. Essas instalações, foram de imediato reconstruídas entrando novamente em laboração em 1954.
Tinha Secção de Cardação, Tecelagem, Tinturaria e Ultimação.
Encerrou em definitivo as suas portas, em princípios da década de 1970.

Foto interior da Fábrica da Redondinha - Ano 1919


*
Fábrica Nova
Iniciou a sua actividade laboral em 1905 sendo fundada pelos sócios Augusto César Mendes Lages & José Gouveia Júnior, que mandaram construir um
prédio de laboração e um outro separado do primeiro, por roda hidráulica. No ano 1920 passou para a firma -Moura Cabral & Companhia, tendo, em 1939,
mandado construir outro prédio muito mais amplo, sobranceiro aos prédios iniciais. Mais tarde, em 1956, procederam a nova ampliação das instalações,
fazendo novo prédio ainda de maiores dimensões.
Consumia mensalmente em energia motriz e iluminação 17.784 KVH, equivalente a 8.811$00 escudos, ocupando uma área total de 2.750 m2.
Tinha Secção de Cardação, Fiação, Tecelagem, Lavagem, Tinturaria e Ultimação.
*
Fábrica das Lamas
Foi criada em 1932, por José Lages e, após o falecimento da sua esposa, passou a girar sob a firma:- Lages, Santos & Comp., pertencendo depois à
firma Lages Santos & Sucessores, Lda.
Era alimentada por uma turbina hidráulica de 36 HP e um motor a gasóleo de 22 cavalos, que trabalhava na falta de água. Ocupava uma área de 1.140 m2.
Tinha Secção de Cardação, Fiação e Ultimação.
Produzia por mês (em horário de 8 horas) 2.000 quilogramas de fio Nr.50, que trabalhando normalmente consumia por ano, 38.000 quilos de lã e outras
fibras.
Fabricava fazendas para moscous de sobretudos para homem e senhora. Encerrou definitivamente em 1972.

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Mais tarde passou a pertencer à firma Pedro Vaz Leal e Comp., onde passou a desenvolver a actividade siderúrgica.
*
Fábrica das Tapadas
Foi das primeiras fábricas a ser construída em Loriga, sendo atribuída a sua fundação a diversas pessoas. Em registos escritos em 1872, dão conta nesse
ano da construção de uma casa bastante espaçosa e pertencente a diversos indivíduos, no sentido de sediarem ali uma fábrica. Este local hoje chamado
"Tapadas" na altura da construção desse prédio era mais conhecido por "Águas Limpas".
Esta Fábrica durante a sua existência pertenceu a várias pessoas ou firmas e teve maior laboração a partir de 1918. Entre algumas aqui se regista ter por
ali passaram uma firma que teve como nome "Fábrica Nacional de Lanificios de Albano de Pina Mello".
Possuía uma roda de madeira, que durante grande tempo permitiu a sua actividade.
O último proprietário da Fábrica das Tapadas, foi Valério Cardoso, conhecido industrial e comerciante de Lãs, natural de Alvoco da Serra, casado com a
senhora Filomena Santos Conde, de Loriga.
Encerrou definitivamente as suas portas, nas meadas da década de 1960. Alguns anos depois esta Fábrica das Tapadas foi transformada em casa de
habitação.

Foto da Fábrica das Tapadas - Ano 1939


*
Fábrica dos Leitões
Foi criada em 1899 pela firma Leitão & Irmãos e Companhia. Em 1948 passou a ser gerida sob firma Leitão & Irmãos. Foi ampliada no ano de 1939, parte
das instalações foi devastada por um incêndio, tendo depois, em 1954 sido restaurada. Encerrou em 1967 e, tempos depois e até hoje, várias firmas de
malhas por ali já passaram, mantendo assim em laboração todas as dependências desta antiga fábrica.
A fábrica Leitão & Irmãos, tinha duas rodas hidráulicas, uma no prédio de cima, outra no edifício de baixo. A roda de cima, foi retirada e no mesmo lugar foi
construído um tanque hoje ainda existente. A prédio dos "bicos" assim chamado, nunca teve qualquer roda.
Em 1929 a Fábrica de Lanifícios da Estrela Leitão & Irmãos e Companhia, foi premiada com a medalha de prata na II Exposição das Beiras. Em 1932 foi
também premiada com a medalha de prata na Grande Exposição Industrial Portuguesa.

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Foto da Fábrica Leitão & Irmãos (Ano 1949)


A Leitão & Irmãos fechou as portas em 1967 no meio do ano. Em 1969 foi vendida em haste pública no Tribunal pelo melhor preço.
***
Fábrica do Pomar - "Nunes Brito"
Fábrica fundada em 1929, após constituição de uma sociedade registada como Nunes & Brito, firma esta que laborou até 1948.
Consumia mensalmente de energia eléctrica em força motriz e iluminação, 6.015 KWH, equivalente a 3.700$00 escudos. Ocupando uma área de 1.938 m2.
Tinha Secção de Cardação, Tecelagem, Tinturaria e Ultimação.
Em 17 de Fevereiro de 1948, e após escritura pública, a Fábrica do Pomar, passou a ser gerida pela firma:- Nunes, Brito & Companhia, Limitada, criada
por:- António Nunes Luíz; Alfredo Nunes Luíz; António João de Brito Amaro; António Nunes de Brito; António Nunes Ribeiro; José Nunes de Moura; Carlos
Nunes Cabral; José da Silva Bravo e Maria dos Anjos Antunes de Moura.
Constava dos seus Estatutos, como sendo uma firma constituída com um capital social de 252.000$00, em que tinha a sua sede em Loriga, na Fábrica do
Pomar, e tinha como objectivo a exploração da industria e comércio de lanifícios.
No ano de 1972, a Fábrica do Pomar passou a pertencer à firma:-Moura Cabral & Companhia.

Interior da Fábrica do Pomar (Ano 1939) Fabrica Nunes Brito (Ano 1950) Instalações da Fabrica Nunes & Brito (Ano 1950)

Amostras de Fazendas
Alguns recortes de Fazenda, eram pregadas em folhas normais de cadernos, para servirem de amostras de vendas.
Esta Folha de um caderno com amostras, tal qual aqui representada, foi encontrada ainda não há muitos anos, nas ruinas de uma das Fábricas, entretanto há muito encerrada.

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Foto - Amostras de Fazenda (1959)

A Industria Metalúrgica em Loriga


Os primeiros apontamentos sobre esta industria, remota à década de 1930, e está praticamente relacionada, com a criação da Firma Metalúrgica Pedro
Vaz Leal, que chegou a ser uma das maiores Firmas desta Vila e uma das principais do distrito da Guarda e do Concelho de Seia.
No entanto, foram sempre existindo em Loriga, oficinas de serralharia, que de entre outras se destaca pelo seu maior envolvimento as Oficinas de
Serralharia de José Soares de Casegas, já não existente, e a de José Fernandes Moura (Família), ainda hoje em actividade.

As Oficinas Metalúrgicas no Passado


Aqui se dá conta de alguns registos mais relevantes de Oficinas Metalúrgicas de Loriga, fundadas como firmas familiares, vindo mais tarde a tornarem-se
em Sociedades.
***
Oficina Metalúrgica Pedro Vaz Leal
A Metalúrgica Vaz Leal, foi fundada por Pedro Vaz Leal em 1931. Foi no local conhecido por Cabeço, onde iniciou a sua laboração, cujo crescimento rápido
foi bem visível, para a partir de então não mais parar.
Tempos depois e com o aumento dos quadros de pessoal, é transferida para o Terreiro da Lição, onde surge uma Oficina mais moderna, junto com a
habitação onde passou a viver esse industrial e proprietário.
A expansão desta firma continuou a registar grandes progressos, por isso a necessidade de instalações mais amplas. Tendo sido contruído novas
instalações na Vista Alegre, onde foi instalada a fundição, serviço automóvel e ainda venda de combustível.
Para ali viriam também a passar todos os serviços, deixando de ter actividade a oficina do Terreiro da Lição.
Anos mais tarde, e já depois da morte de Pedro Vaz Leal, a empresa veio a adquirir a antiga Fábrica das Lamas, junto à Ponte do "Zé Lages" ficando
assim muito mais alargadas as suas instalações em Loriga.
Em 1994 deixou de pertencer maioritariamente aos herdeiros do seu fundador.

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Interior da Oficina (Ano 1945)


Oficina no Terreiro da Lição (Ano 1940)

***
Oficina de Serralharia Mecânica
Joaquim Augusto Correia

No seguimento da existêncai de uma pequena oficina pertencente a José Casegas, é fundada a firma José Soares & Filho, já nessa altura sediada no local
conhecido por "Outeiro" com o falecimento de José Casegas, passa para a posse de Joaquim Augusto Correia, o Joaquim "Casegas" como passou depois
a ser conhecido.
Esta empresa que era mais conhecida pela Oficina de Serralharia do senhor Joaquim "Casegas" esteve em atividade durante longos anos, mantendo
sempre uma dimensão não de grande extensão, mas era muito especializada em todos os serviços elaborados, nomeadamente de Torneiro, Mecânica e
Frenagem de rodas dentadas.
Deixou de funcionar encerrando as suas portas, quando do falecimento de Joaquim Augusto Correia em 23.8.1965.

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A Industria de Malhas em Loriga


A partir da metade do século XX, a Vila Loriga conheceu uma nova fase na sua história, com o surgimento da Industria de Malhas, que veio a projectar
esta localidade num novo desenvolvimento industrial, que continua hoje em dia a ser predominante.

As Fábricas de Malhas no Passado


Alguns apontamentos mais relevantes das Fábricas de Malhas em Loriga, que com a criação da primeira Fábrica em 1946, a partir de então e
sistematicamente, foram abrindo muitas outras mais.
***
Fábrica da Sociedade de Malhas de Loriga, Lda.
Foi esta a primeira Fábrica de Malhas criada em Loriga. Fundada em 1946, sob a gerência de Manuel Gomes Leitão Junior. Foi instalada no andar térreo
da casa alugada. Consumia mensalmente de energia eléctrica cerca de 200$00.
Tinha ao seu serviço 9 operários e operárias e as seguintes máquinas, 4 Teares manuais; 1 meadeira, 1 bobinador e 8 máquinas de costura
Terminou a laboração em 1955, por desentendimento dos sócios.
*
Fábrica de Malhas "RAMOP"
Fundada em 1952, por António Nunes Luíz; Joaquim Gonçalves de Brito e José Nunes Abreu, tendo a sua sede no lugar do Escaldadore (Escaldadeiro,
como popularmente se chamava).
Consumia de energia eléctrica mensalmente cerca de 350$00 e tinha as seguintes máquinas:
Secção de Tecelagem:- 1 máquina de cardar, 1 meadeira, 1 bobinador e parafinador de 20 fusos e 5 teares.
Secção de Confecção e Acabamento:- 2 máquinas de coser e cortar, 1 máquina de casear e pregar botões, 2 máquinas de costura, 1 máquina de pregar
botões.
Produzia por ano para cima de 8.000 peças de malhas para homens, senhoras e crianças, que eram consumidas nos mercados da Metrópole e Províncias
Ultramarinas.
Empregava 4 operários, 20 operárias e 2 sócios administradores.

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*
Fábrica de Malhas Lorilan-Nunes & Compª.
Foi fundada em 1969, por Joaquim Fernandes Ferreira Simões, João Pereira da Costa e José Nunes Abreu este natural de Loriga.
Dedicava-se ao fabrico de malhas, que enviava para todo o país e também para o estrangeiro, onde o desenvolvimento e a qualidade produtiva,
acompanhavam a expansão desta industria que chegou a atingir períodos áureos.
Em 1971 incorporou-se numa outra firma "Lorimalhas" entretanto criada nas antigas instalações da fábrica dos Leitões.
Sediada no Regato, ao longo da sua existência conheceu muitas gerências e várias modificações.
*
Fábrica de Malhas " Lorimalhas"
Foi fundada em 1971, mas só ficou juridicamente criada em Maio de 1973, após incorporação das Malhas Abreu "Lorilan-Nunes & Compª. Ld.ª., que
laborava desde 1969, na antiga fábrica do Regato.
A "Lorimalhas" que passou a ser a Empresa de Malhas Reunidas de Loriga, Lda., estava sediada na antiga fábrica dos Leitões, adquiridas em tribunal,
ocupando uma área de 2.150 m2, tendo com esta incorporação a ter um total de 251 trabalhadores.
Dedicava-se ao fabrico de malhas exteriores, compondo-se de diversas secções: cardação, fiação, tricolagem, confecção, serviço de aprovisionamento,
armazém de materiais primas, fios de produtos acabados e, naturalmente, a secção de planeamento, serviços administrativos e serviços comerciais.
Ao longo da sua existência, foram muitas a alterações na Administração desta empresa fabril
que teve períodos áureos em que a sua produção tinha conceitos e estilos de qualidade, reconhecidamente muito procurados e enviados para todo o país e
para o estrangeiro, nomeadamente Europa e EUA, conquistando o título de imagem de marca das malhas de Loriga.
Em 1992, seria adquirida por outros empresários, passando a ser Empresa de Malhas Têxtil Loriseia, Lda.

A Industria de Loriga, no Presente


***
Sociedade Têxtil Moura Cabral. S.A.
Lanifícios
Rua da Fândega
Apartado 1 * 6270 - 073 Loriga
Telef. 238/954008 PPC - Fax. 238/954035
Sediada no fim da Rua da Fândega, esta empresa faz parte da tradição fabril que remonta a meadas do
Século XIX e então denominada Fândega. A Têxtil Moura Cabral conquistou o título de imagem de marca
dos lanifícios de Loriga.
Durante três décadas, liderada por Carlos Moura Cabral Junior, tornou-se numa firma de sucesso no
desenvolvimento e progresso, merecidíssima reconhecida no concelho e no país.
No últimos anos da década de 1990, foi adquirida por uma sociedade liderada por Valdemar Reis, ex
emigrante no Luxemburgo, dinâmico empresário da região, que apoiando-se nos suportes financeiros da
FRMERMI, SGPS, lançaram-se numa moderna gestão empresarial, num objectivo ambicioso e
qualificado que lhes permite-se continuar a ser uma das mais importantes fábricas da Vila de Loriga e
ainda a única sobrevivente de um período industrial áureo,
A capacidade produtiva instalada; a criação de uma ETAR própria que garantisse o respeito pelo
Fábrica Moura Cabral

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ambiente, equipamento industrial novo (teares), outros objectivos com implicações no modelo de
produção em que a lã dominará o produto final e ainda a modernização de estruturas internas, foi o
horizonte dos novos responsáveis desta empresa.
A gestão do património veio então a conhecer diferentes conceitos e estilos, em que assentava as
melhores expectativas de sucesso, no entanto hoje encontra-se ameaçada pelos dramáticas e
vertiginosas mudanças que a globalização consigo arrasta, nomeadamente nesta industria de lanifício.
Nota:- Esta firma encontra-se actualmente encerrada, encerramento ocorrido em Setembro de 2004, levando para o desemprego muitas famílias.

O Fim de uma era

Com o encerramento da última empresa Têxtil em Loriga no ano de 2004, os "Continos" passaram a fazer parte do Álbum de Recordações

M.P.L. Empresa de Malhas Pinto Lucas, Lda.


Rua do Regato
6270 - 099 Loriga
Foi constituída em 21 de Outubro de 1987, por José Pinto Lucas, Mário Pinto Lucas e Emílio Lucas Pinto, tendo dado inicio à actividade em 1 de Janeiro de
1988, sendo sediada no Regato nas instalações das antigas fábricas que ali chegaram a existir. Em Janeiro de 1994, a empresa é vendida a Valdemar
Brito Reis e à firma Habinadeiros Lda., de Alvoco da Serra, propriedade de José Mendes Pinto (Cabalhanas).

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Em Fevereiro de 1996, a empresa foi adquirida pela Firma Habinadeiros Lda., e José Mendes
Pinto, tendo como gerentes Jorge Rebelo Mendes e António José Rebelo Mendes.
Na grande aposta de progresso e expansão, apoiando-se nos programas oficiais de incentivos,
PEPID, S.I.P.I.E e I.A.P.M.E.I e dotados de uma visão estratégica, os administradores com esforço
e determinação lançaram-se num projecto de grande envergadura e, num caminho do futuro que a
tornaram numa firma moderna importante para o desenvolvimento industrial de Loriga.
A M.P.L. é uma empresa do sector têxtil e do vestuário que se dedica à fabricação dos artigos em
malha de gama média e média alta, que se destinam preferencialmente ao vestuário exterior de
homem, senhora e criança, para as Estações de Primavera/Verão e Outono/Inverno.
Seguramente o maior empreendimento industrial das últimas décadas em Loriga, o que é bem
visível a imagem do dinamismo e coragem dos actuais proprietários. Onde a prioridade actual é
sem dúvida a melhoria da qualidade, aos mais diferentes níveis e a produção de vestuário de maior
valor, acrescentado como design inovador e de acordo com as tendências da moda, procurando
progressivamente impor a sua marca nos mercados.
Com duplicação da área e novas instalações, modernização do parque industrial e novas
tecnologias, avançam com um projecto global que lhes permite, com serenidade consolidar a
empresa como uma das de maior futuro na região.
Em consonância com a actividade desenvolvida a MPL, empresa de malhas Pinto Lucas, Lda., tem Fabrica Pinto Lucas
por missão principal a satisfação dos seus clientes, através da produção de vestuário de malhas,
garantindo uma boa relação qualidade/preço e cumprimento dos prazos estabelecidos, protegendo
o meio ambiente.
******
Empresa de Malhas "Jomabril"
Redondinha
6270 - 080 Loriga
Telefone 238/954081
Empresa de malhas fundada em 1993, por José Manuel Almeida Pinto e Joaquim Brito Lages, estando sediada na Redondinha, em antigas instalações de
fábrica de têxtil ali existentes em tempos passados.
Dedicando-se à fabricação dos artigos em malha, conta com cerca de 20 empregados, sendo determinante o esforço dos seus responsáveis num maior
desenvolvimento para projectos futuros.
Nota:- Esta firma encerrou no principio do ano 2005, levando para o desemprego 16 pessoas.
******
Empresa de Malhas Têxtil "Loriseia, Lda."
Estrada Nacional Nr. 231 (Leitões)
Apartado 4 * 6270 - Loriga
Telef. 238/954083-954046 * Fax.238/954072

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Sediada na antiga Fábrica dos Leitões, esta empresa, deu lugar à extinta "Lorimalhas"
num negócio que terá rondado os 200.000 contos. Iniciou a sua laboração em 23 de
Março de 1992, admitindo mais de 80% dos trabalhadores da ex-Lorimalhas, prevendo
depois criar mais postos de trabalho.
Foi criada por sociedade com um capital social de 20.000 contos pertencentes, em
parte iguais a um grupo de quatro pessoas, Valdemar dos Santos Reis; José A. Ribeiro
de Matos; Abel Abrantes Nogueira e José Maria Pereira, que tinham em comum duas
características importantes: dinamismo e espírito empreendedor.
Chegou a ter cerca de 100 empregados e durante os primeiros anos teve uma regular
facturação que rondava a mais de 100 mil peças anuais.
Entretanto anos mais tarde esta sociedade foi desfeita, ficando à frente da mesma
apenas um sócio, mas continuava a laborar em bom ritmo de laboração
Instalações da Fábrica "Loriseira" (antiga Fabrica dos Leitões) A partir de 2001, entrou em crise. Decretou falência em 2003, após crise que se via
acentuando e que se adivinhava a todo o momento no seu encerramento.
Nota:- Esta firma encontra-se actualmente encerrada, tendo com o seu encerramento levado para o desemprego cerca de 80 pessoas.
******
Metalúrgica Vaz Leal, S.A
Estrada Nacional (Vista Alegre)
6270 - 080 Loriga
Telef. 238/954014-954802 - Fax. 238/954073
Sediada na Vista Alegre, esta empresa faz parte da tradição metalúrgica em Loriga, criada por Pedro Vaz Leal em 1931.
A capacidade produtiva com que sempre laborou, a inteligência empresarial de Pedro Vaz Leal e depois dos seus familiares, tornaram a Metalúrgica Vaz
Leal numa empresa de sucesso em Loriga, que chegou a ser uma das mais importantes do distrito da Guarda.
Reconhecidamente como uma empresa industrial das mais importantes desta Vila, a sua laboração tem-se mantido em pleno funcionamento, apesar de, ter
também conhecido ao longo dos anos acentuadas crises, que fez com que fosse deixando de ser empresa familiar, para se ir tornando numa sociedade e
por isso várias alterações administrativas foram-se registando através dos tempos. Em 1994 deixou mesmo de pertencer maioritariamente aos herdeiros
do seu fundador.
Sendo as Minas da Panasqueira desde sempre, o destino da maioria da sua produção, não será por acaso que, hoje em dia, é propriedade de empresários
daquela região.

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Instalações da Oficina Vaz Leal nas Lamas (antiga fábrica do "Zé Lages")

Instalações da Oficina Vaz Leal na Vista Alegre

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Rua do Teixeiro
6270 - 101 Loriga
Telef. 238/953323
A "Loripão - Indústria e Comercialização de Pão, Lda. é uma empresa de Loriga criada em 1987, que goza de grande notoriedade, e, com particular
esforço e empenho, se afirma como referência marcante no tecido empresarial, gerida pela mão de Fernando António Brito Mendes, num sonho feito de
tradição e inovação aliado ao seu espírito impulsionador e também como um caso empreendedor, alicerçada numa prática empresarial que envolve
gerações na fabricação de pão, numa localidade de tradição.
Sedeada em Loriga, no Parque Natural da Serra da Estrela, Fernando António Brito Mendes e António Prates, criaram a "Loripão" em Loriga, com num
projecto bem definido de uma promissora empresa no ramo da panificação, onde uma gestão sábia dos seus responsáveis, não tardou que de imediato lhe
ter sido conferido o título de marca de Loriga e da região serrana.

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A tradição, a singularidade dos produtos cerealíferos (milho e centeio) e a excelente qualidade das
suas águas, traçaram decisivamente o cunho da "Loripão" como uma marca de Loriga, mormente
na produção da broa de milho, pão de trigo, bolo negro, e um variadíssimo sortido da doçaria
regional, biscoitos, "peles de leitão", broínhas de azeite e de centeio e também finas e, ainda o mais
variado sortido de bolos da doçaria portuguesa.
Sob a forte determinação do gerente, Fernando António Brito Mendes, ao adquirir um pavilhão-
fábrica, hoje considerado o melhor e mais moderno da Região Centro, impulsionou a expansão
desses produtos-bandeira, e, aliando a tradição e a inovação, consolidou uma imagem de valor
reconhecido pelas grandes superfícies comerciais nacionais.
Na aquisição desse amplo edifício da antiga fábrica de lanifícios, toda ela construída em granito, foi
na verdade uma ideia genial e ao mesmo tempo de audácia, levando em frente um investimento
avultado que deu à "Loripão", uma outra funcionalidade de expansão, um verdadeiro exemplo dos
seus responsáveis, os quais, não querem de forma alguma fecharem-se ao mundo da panificação
da qual fazem parte.
A "Loripão" é um projecto na área da indústria da panificação e doçaria regional que teve como
ponto de partida, por parte da sua gerência e seus colaboradores, a visão alargada dos novos
conceitos de produção e distribuição dos produtos associados e em rede, dadas as novas Instalações da fabricação do produto "Loripão"

exigências de qualidade que o mercado exige e os consumidores impunham aos empresários deste
sector, com a integração na comunidade europeia.
Desde 1987 que a "Loripão" é um projecto de futuro, todos os investimentos nos
produtos e na qualificação dos seus trabalhadores, visaram consolidar a "Loripão"
como uma equipa ganhadora, promotora do património gastronómico da vila de
Loriga e da região, sem perder de vista as novas técnicas de produção, distribuição
e marketing, aposta num exigente acompanhamento das normas de qualidade que
permitirá a sua certificação pelo Instituto da Qualidade Alimentar.
A "Loripão" pioneira na implementação de um projecto de expansão e ciente do
potencial dos seus produtos, está atenta aos programas técnico-financeiros oficiais
ou privados a ("Loripão" é membro da direcção da Associação do Comércio e da
Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares) que facultem o financiamento das
suas políticas de expansão no território.
É também de relevo a valorização de parcerias por parte da sua gerência, que
promovam a preservação de bons legados do passado, como são o milho e os
moinhos, que permitam o incremento e assegurem a continuidade dos sabores aos
quais há muito nos habituámos.
Como factor decisivo do seu negócio, a "Loripão" aposta na produção de milho local
e no apoio para a recuperação dos moinhos locais, visando uma política de parcerias
com agricultores e demais empresários necessários à colocação dos seus produtos
(comércio e restauração) assim como a divulgação sócio-cultural dos mesmos. A
Instalações interiores da fabricação do produto "Loripão" Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga tem-se afirmado e constituído parceira
neste objectivo.
A actividade da "Loripão" está centrada em produtos chave do património

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gastronómico local, de que são exemplo a Broa e o Bolo Negro de Loriga. É esta
empresa que produz e possibilita que, diariamente, eles sejam consumidos em Loriga
e em todo o país.
Acompanhando o progresso e o desenvolvimento que este ramo exige, é uma
preocupação dos seus proprietários, torná-la numa empresa diferente, moderna e
funcional, procurando ter os equipamentos das mais recentes tecnologias usados na
produção e também embalagem, hoje muito importante e elementar nas regras que
são exigidas na indústria alimentar, neste caso de panificação.
Mesmo no acompanhamento deste todo modernismo, está sempre presente no espírito dos seus responsáveis o fiel respeito a processos de fabrico
tradicional, onde ao lado de equipamentos mais modernos, lá está o imponente forno de lenha e ainda uma simples e magnífica peneira accionada
mecanicamente.
Sempre presente na sua ideia de expansão levou Fernando A. B. Mendes, já alguns anos largos, adquirir a "Padaria do Claro" no Vinhô, alargando dessa
forma o seu objectivo negocial. Poucos anos a esta parte foi a vez de adquirir a "Padaria Popular Lda." ficando dessa forma a ter a total comercialização
do ramo da panificação na vila de Loriga. A sua produção diária, passou então a ser muito para além dos limites da região, estando a continuada no
horizonte um crescimento de expansão ainda mais abrangente.
Sem dúvida que a "Loripão - Indústria e Comercialização de Pão, Lda, é um sonho feito de tradição e inovação, que ao ter-se em conta de a sua fábrica
produtiva estar instalada numa antiga fábrica de lanifícios, espelha bem nas recordação a continuação da história manufactora numa vila de grande tradição
de fábricas, que faz parte de um povo laborioso através dos séculos.
A empresa "Loripão - Indústria e Comercialização de Pão, Lda, tem hoje as suas instalações sediadas na Rua do Teixeiro, (escritório e a fábrica produtiva)
e como instalações (depósitos de vendas) na Av. Augusto Luis Mendes, Rua Gago Coutinho e no Vinhô.

Instalações do Depósiro de Venda da da "Loripão" na Av.Augusto Luís Mendes O bolo Pão Doce é um dos doces mais afamados

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Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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Notas & Registos


Vista Parcial de Loriga

*** ***

Foto J.Garcia

A História da Emigração

Desde os remotos tempos primitivos da humanidade, que os povos, nas suas constantes movimentações para outras paragens na procura do seu
próprio desenvolvimento, davam formação ao que se chama hoje emigração.
O movimento emigratório, é pois, um fenómeno desde que a vida existe na terra, e foi-se tornando cada vez mais concretizado, nas conquistas, nas
invasões, nos descobrimentos, guerras, miséria e tragédias de origens naturais da terra e ainda no surgimento de Continentes, civilizações, línguas e
povos.
A emigração portuguesa teve o seu inicio com os descobrimentos e simultaneamente com a colonização.

Loriga terra de Emigração I


A emigração é pois uma presença viva, tendo em conta e a certeza de uma necessidade real de existir nas sociedades, onde também, representa uma constante movimentação de gentes
e de povos para outras paragens ou para um refugio social mais ambicioso.
As descobertas, as conquistas, as colonizações, são os meios mais significativos do começo da emigração portuguesa, no entanto, é a partir do século XIX, que vamos encontrar os

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registos mais esclarecedores na história da emigração a partir de Portugal. Se bem que no século anterior era já um facto consumado o movimento emigratório, só que nessa altura não
eram ainda os mais pobres que abandonavam o país, quem saía, eram os pequenos agricultores e também pequenos comerciantes do norte e centro e ainda alguns intelectuais.
No século XIX a emigração passa então a ser uma realidade em grande força, passando a emigrar a população mais pobre, quase sempre analfabeta e oriunda das actividades agrícolas,
desempregados e mão de obra não totalmente qualificada.
Loriga é uma das terras da região da Serra da Estrela, que mais emigração espalhou pelas quatro partes do mundo. Parece não haver dados, que nos digam em concreto, quando teve
início a emigração dos loriguenses, mas alguns dados que se foram sabendo, pensa-se que as primeiras pessoas a saírem de Loriga com destino às terras de Santa Cruz, ocorreu no
século XIX.
Nas primeiras décadas desse século, em Loriga, o espaço vital como hoje se diz, era restritíssimo para a população que aumentava continuamente. A agricultura não atraia os jovens,
muito por culpa do terreno irregular, apesar de existirem já algumas fábricas, a industria, ainda não estava muito desenvolvida, que só veio a verificar-se décadas mais tarde.
A independência do Brasil em 1822 e a abolição da escravatura, foi o mote da mudança do estatuto de emigrante, que
veio a ser determinante na emigração portuguesa para aquele país, onde se pensa também que foi a partir de então que
se iniciaram os primeiros passos da emigração loriguense.
Durante anos foi muita a população de Loriga que deixou sua terra com destino ao norte do Brasil, chegando mesmo a
verificar-se um certo êxodo emigratório finais do século XIX princípios do século XX.
O Brasil, durante décadas, continuou a ser o destino de muitos loriguenses, onde se veio a formar uma grande colónia,
hoje apesar de serem já poucos os naturais desta localidade que ali se encontra, é significativo os descendentes que
continuam a reconhecer as origens dos seus antepassados.
Entretanto o espírito emigratório das pessoas de Loriga, continuava a verificar-se e sistematicamente continuavam a sair
da sua terra, procurando outros países, nomeadamente a Argentina e também o antigo ultramar português.
Após a II Guerra Mundial e as sequelas que deixou, muitos dos países europeus tinham a inevitável necessidade de
trabalhadores para o seu desenvolvimento.
Portugal confrontava-se com uma política, que não permitia a saída da sua população, no entanto, nas décadas 1950 e
princípios da 60, o aproveitamento da clandestinidade foi o mote para que muitos saíssem do país nomeadamente para a
França, ficando para a história o meio clandestino e aventureiro do "Salto" utilizado então com destino aquele país.
Foram alguns os loriguenses que empreenderam por este meio clandestino para irem para a França, nos primeiros anos
da década de 1960. Mas pouco tempo depois e com os países europeus na onda do desenvolvimento industrial, a política
portuguesa começou a ter uma outra postura. Foram efectuados alguns acordos que resultaram em fase disso, de uma
maior abertura de fronteiras em Portugal, deixando mesmo de existir uma política de "porta fechada" mas que na altura,
era apenas destinada a todos aqueles com o serviço militar cumprido.
Observa-se então um grande êxodo emigratório e assim grande parte da mão de obra de Loriga começa a sair para vários países europeus, tratando-se de trabalhadores qualificadas ou
não.
Este novo cenário da emigração loriguense, quando ainda se tinha em pensamento para lá do oceano, agora toma a direcção da europa para além dos Pirineus, e se a França foi o destino
prioritário, logo de seguida se seguiram os outros países, Luxemburgo, Alemanha, Suíça, Bélgica e Holanda.
A emigração portuguesa para Alemanha, teve início em 17 de Março de 1964, com a assinatura do "Acordo Relativo ao Recrutamento e Colocação de Portugueses na República Federal
da Alemanha. Segundo se sabe o primeiro habitante de Loriga a sair para Alemanha foi Fernando António Mendes Alves, no dia 25 de Abril de 1965.
Apesar dos muitos regressos verificados, principalmente até pelos números dos últimos anos, em que muitos dos emigrantes atingiram a idade da reforma, não devemos esquecer que
mesmo assim, ainda são muitos os naturais de Loriga espalhados pela europa, onde sobressai em grande escala a França, Alemanha, mas acima de tudo o Luxemburgo, onde a
comunidade loriguenses continua a ter um número significativo em relação a muitas outras terras.
Já neste século XXI, a emigração dos loriguenses, continua ainda hoje a ser uma realidade, havendo sempre potenciais emigrantes, mas hoje em dia e praticamente resume-se com
destino aos países europeus, nomeadamente para o Luxemburgo, Alemanha e também Suíça.
Falar na emigração é falar numa permanente história da vida, onde no entanto, com relativa facilidade se terá que identificar com populações menos favorecidos na sua expressão social e
económica e neste aspecto Loriga e, a região onde está inserida, esteve sempre dentro destes parâmetros.

Os primeiros emigrantes Loriguenses II

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http://www.loriga.de/registos.htm

São registos antigos, que nos dão a conhecer, ter sido a partir das primeiras décadas do século XIX, que os primeiros loriguenses, na condição de emigrantes, começaram a sair do país
com destino ao norte do Brasil.
Alguns escritos mais esclarecedores dão-nos conta, que a emigração loriguense começou a ter mais força, logo após o termo dos conflitos das lutas liberais. Nessa época Loriga,
politicamente, estava dividida entre as fracções de D.Miguel e D.Pedro, por isso pensar-se que a saída também de alguns loriguenses da sua terra poderá estar relacionado aos meios
políticos.
No entanto, tudo leva a crer que o principio da emigração loriguense, se deva na necessidade da procura de uma vida melhor ou mesmo o sustento para as suas famílias, ao mesmo tempo
conseguir um meio económico, que a sua terra lhes não podia proporcionar.
Foi a partir da segunda década do século XIX, que surge então o maior êxodo da emigração loriguense, o destino era por norma a cidade de Belém no norte do Brasil, pensa-se por ser
mais perto e a viagem mais barata. Aqui nesta cidade se fixou a maioria para não mais a abandonarem, enquanto outros se atreveram a subir em simples jamgadas o rio Amazonas para
se fixarem na cidade de Manáus.
Nessa altura uma viagem para o norte do Brasil, poderia custar 60$000 reis fortes ou 120$000 reis fracos, mas muitas da vezes até muito menos 24$000 ou 28$000 reis, viagens estas
feitas em veleiros com condições de conforto praticamente inexistentes.

Tendo em conta dos fracos recursos económicos, para custearem os custos das viagens, os emigrantes Loriguenses
estavam sujeitos a condições de transporte onde a comodidade não existia e onde tudo de mau parecia existir, desde uma
espécie de dormitório quase sempre super-lotado construindo com tábuas beliches desmontáveis e dispostos em fila, as
precárias condições higiénicas e sanitárias que com frequência propagava doenças contagiosas e, o mal-estar (enjoo).
Com os balanços ininterruptos da embarcação e também o frio e, a escassa alimentação, originava por vezes a debilidade
física e com ela alguma doença. Só mesmo uma grande motivação de esperança de terem uma nova vida, lhes era
possível conseguirem ter a coragem e a força para enfrentarem toda uma viagem verdadeiramente em condições
precárias e por vezes impróprias para pessoas.
Esta movimentação emigratória para o continente americano, passou a ser uma realidade e ao mesmo tempo uma
preocupação para os governantes, tanto de Portugal como até dos outros países europeus, não só pelo movimento
económico e por ventura um grande negócio para os proprietários dos veleiros, mas acima de tudo pelas condições
precárias de transporte que estes veleiros faziam dos potenciais emigrantes, perante este estado de coisas, foram-se
criando leis e em 1858 existia já em Portugal a lei §§ 1. e 2. do artigo 25, de 1 de Maio que dava conta de uma
inspectoria alfândega para quando da chegada dos veleiros ao Brasil e respectiva verificação dessas condições
Depois de por vezes tormentosa viagem e em alguns casos de longos meses, era grande a ansiedade da chegada à terra
prometida, no entanto, para muitos ao chegarem era também a decepção, só querendo ter dinheiro para regressarem
logo de seguida à terra que os viu nascer apesar da longa viagem que tinham acabado de concluir. Barco de Emigrantes para o Brasil

Os primeiros emigrantes sujeitaram-se a trabalhos duros, tendo o clima como grande inimigo. Muitas da vezes nus até à cintura, com uma tanga que lhes cobria o corpo até aos joelhos e a
servir-lhes de sapatos uns pedaços de pau, o calor insuportável que os fazia usar um farrapo de serapilheira que lhes servia de chapéu e ao mesmo tempo de rodilha para carregarem
volumes à cabeça.
Apesar de todo um cenário de vida difícil, uma força interior parecia não fazer vergar os loriguenses, pois estavam habituados a enfrentar muitos desafios que a Serra por vezes lhe
oferecia, tendo também no pensamento a sua família lá longe e uma visão futura, aquela sua dedicação ao trabalho e a vontade de vencer, aos poucos foi progredindo e socialmente
elevando-se na procura de uma vida melhor, tendo sempre no pensamento a ideia de poder ganhar essa difícil vida que tinham escolhido emigrando.
No principio do século XX as colónias Loriguenses em Belém e Manáus, eram sensivelmente iguais, vivendo já em qualquer uma delas cerca de 300 pessoas mas uma década mais tarde
devido a grande baixa do preço da borracha do amazonas muitos começaram a abandonar a cidade de Manáus sediando-se a maioria na cidade de Belém.
Considerando ser essas paragens no norte do Brasil, as primeiras terras da emigração Loriguense, aqueles primeiros filhos de Loriga que ali chegaram estavam longe de imaginar que com
a sua coragem, humildade e grande força de viver formaram uma grande colónia, que foi sempre de um grande bairrismo com muitos benefícios doados à sua terra.
Se objectivo de vencer e regressar a Loriga era a ideia predominante e conseguido por muitos, foram muitos também aqueles que não concretizaram o sonho de voltarem à sua querida
terra que tanto adoravam, muitos mesmo nem sequer tinham imaginado que a terra que tinham escolhido para uma vida melhor e dos seus, viria a ser também a terra da sua sepultura.
A emigração Loriguenses tem sido uma constante de geração em geração. Hoje espalham-se pelos cinco continentes. Actualmente, apesar das notórias mudanças sociais e económicas
em Portugal, os loriguenses continuam a emigrar, como que, em continuação da ideia emigratória dos primeiros emigrantes que deixaram Loriga, procurando outras terras para um a vida
melhor.

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Documentação da Emigração Loriguense para o Brasil


Aqui se regista documentação de Gente de Loriga, quando da sua ida para o Brasil, documentos de grande valor histórico, para constar da História da Emigração Loriguense, neste caso
em relação ao Brasil, onde na realidade existiu uma grande comunidade natural de Loriga, cartelizada como de grande bairrismo e de elevado benemérito para a sua terra natal.
(I) - Fichas Consulares de Qualificação
Como informação, deve dizer-se que são cerca de uma centena de Fichas Consulares de Qualificação já encontradas na Net, na maioria relacionadas aos nomes da vasta Lista de
Assentamentos, que aqui também registo nesta minha Página, mas na impossibilidade, de momento, de aqui documentar todas essas referidas Fichas Consulares de Qualificação,
informa-se estar disponível o autor desta Página www.loriga.de para disponibilizar a qualquer um dos interessados a respetiva ficha da pessoa interessada.

Neste prisma, apenas estão colocadas aqui estas quatro Fichas Consulares de Qualificação, relacionadas com familiares do autor desta página

Amália Lopes Martins (tia e madrinha) Maria José Lopes Macedo (Avó materna)
(* 4.8.1922 - .. .. ....) (* 14.11.1891 - .. .. ....)

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Joaquim Martins Pina (irmão mais velho) António Nunes Brito (tio da esposa)
(* 17.7.1934 - .. .. ....) (* 20.3.1920 - .. .. ....)

(II) - Registos de Assentamentos


Nomes Data e localidade de nascimento/Ano da ida e destino * Filiação
Maria do Carmo Luiz de Abreu 25 Februar 1906 Loriga Manuel Mendes Luíz de Abreu
1951 - Rio de Janeiro, Brazil Maria dos A L de Moura
***
Maria Isabel de Abreu Mendes 10 August 1935 Loriga Alvaro Mendes Simão
1951 - Rio de Janeiro, Brazil Maria Do Carmo de Brito Abreu
***
Maria Helena de Moura Simões 21 April 1926 Loriga José Simões de Pina
1948 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil Laura da Conceição Fernandes de Moura
***
Joaquim dos Santos 8 September 1921 Loriga Manuel dos Santos
1950 Rio de Janeiro, Brazil Maria Emilia
***
Aurora Pinto dos Santos 11 November 1916 Loriga Manuel dos Santos Silva
1939 Rio de Janeiro, Brazil Carolina Pinto de Moura
***
José de Moura Ferreira 27 April 1936 Loriga Antonio Ferreira da Silva
1950 Rio de Janeiro, Brazil Maria Emilia de Jesus de Moura
***
Jose Pires Figueiredo 12 Juni 1927 Loriga Adelino Pires Figueiredo
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Antunes de Moura

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***
Jose Ferreira Rifona 11 Februar 1935 Loriga Jose Duarte Rifona
1963 Rio de Janeiro, Brazil Maria T Ferreira Lucas
***
Joaquim dos Santos Ferrito Junior 2 Dezember 1913 Loriga Joaquim dos Santos Ferrito
1941 Rio de Janeiro, Brazil Emilia das Neves Ferrito
***
José dos Santos Ferrito 4 Juni 1922 Loriga Joaquim dos Santos Ferrito
1949 Rio de Janeiro, Brazil Emilia das Neves Ferrito
***
Maria Dos Anjos Figueiredo 30 Oktober 1924 Loriga Manuel Alves Luis
1950 Rio de Janeiro, Brazil Urbana Dias Figueiredo
***
Maria Teresa Nunes Matias 17 Mai 1921 Loriga Agostinho Matias
1954 Rio de Janeiro, Brazil Leonor Nunes Matias
***
José Mendes Frade 13 Februar 1893 Loriga José de Moura Frade
1940 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil Rita Mendes de Jesus
***
Idail Ambrosio de Pina 16 März 1910 Loriga Antonio Ambrosio de Pina
1939 Rio de Janeiro, Brazil Maria dos Anjos Moura Brito
***
Amalia de Brito Pereira 17 Juli 1926 Loriga Jeremias Alves Pereira
1952 Rio de Janeiro, Brazil Laura de Brito Muzarga
***
Maria De Lourdes Moura Marques Amaral 20 April 1933 Loriga Alberto Marques Silvestre
1955 Rio de Janeiro, Brazil Floripes de Moura Monteiro
***
Ana Rosa Marques 24 September 1891 Loriga Antonio Alves Simão
1951 Rio de Janeiro, Brazil Tereza Mendes de Moura
***
José Augusto 1948 Loriga Aurora Mendes de Brito
1953 Rio de Janeiro, Brazil
***
Leopoldina de Jesus Lemos 17 April 1878 Loriga João Manoel
1939 Rio de Janeiro, Brazil Francisca de Jesus
***
Alzira de Brito Moura 12 Januar 1918 Loriga José Nunes Luiz
1940 Rio de Janeiro, Brazil Palmira de Brito Moura
***
Aurora Antunes de Moura 25 Mai 1926 Loriga Adelino Pires Figueiredo
1952 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Antunes Moura
***
29 Dezember 1918 Loriga Abilio Duarte Palas
Floripes Duarte Jorge
1950 Rio de Janeiro, Brazil Maria da Encarnação Jorge
***
12 April 1926 Loriga Augusto Duarte Jorge
Artur Duarte Jorge
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria dos Anjos de B Martins
***
6 Juni 1919 Loriga Francisco Mendes Matias
Antonio Mendes Matias
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria José de Brito Antunes
***

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5 Februar 1940 Loriga Emilio Fernandes Lucas


Maria Filomena Antunes Lucas Pinto
1964 Rio de Janeiro, Brazil Floripes Antunes Ferreira
***
30 November 1930 Loriga João Jose de Brito
Lucia Alves de Brito
1940 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Alves Antunes
***
31 Dezember 1927 Loriga Emilio João de Brito
Maria Isabel Lopes de Brito
1949 Rio de Janeiro, Brazil Deolinda Lopes de Brito
***
28 Februar 1879 Loriga José Aparicio de Carvalho
Tereza Luiz de Brito
1939 Rio de Janeiro, Brazil Maria Luiz de Brito
***
4 Mai 1916 Loriga José Boto
Ermelinda de Brito Amaro Mendes
1951 Rio de Janeiro, Brazil Carmina de Brito Amaro
***
22 Dezember 1924 Loriga José Boto
Aurora Mendes de Brito
1953 Rio de Janeiro, Brazil Carmina de Brito Amaro
***
24 April 1922 Loriga José Garcia Junior
Jose Alves Garcia
1950 Rio de Janeiro, Brazil Maria Teresa Mendes de Moura
***
27 Februar 1926 Loriga José Garcia
Maria Do Carmo Alves Garcia
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria Tereza Alves Garci
***
16 Mai 1915 Loriga Augusto Jorge Ribeiro
Alvaro Jorge Ribeiro
1951 Rio de Janeiro, Brazil Prazeres Antunes de Moura
***
5 Juni 1913 Loriga Antonio Mendes Simão
Alvaro Mendes Simão
1951 Rio de Janeiro, Brazil Olinda de Jesus
***
29 Dezember 1918 Loriga Abilio Duarte Palas
Floripes Duarte Jorge Ou Duarte Gouveia
1950 Rio de Janeiro, Brazil Maria da Encarnação Jorge
***
7 Dezember 1931 Loriga Plácido de Brito Prata
António de Brito Prata
1963 Rio de Janeiro, Brazil Palmira de Moura Pina Prata
***
7 Februar 1913 Loriga José Lemos de Moura
Ester De Jesus Lemos
1939 Rio de Janeiro, Brazil Leopoldina De Jesus Lemos
***
19 August 1908 Loriga Albino Pinto Martins
Carolina Martins da Silva
1940 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Antunes Martins
***
26 November 1927 Loriga Manuel Marques
Laurinda Marques Martinho
1952 Rio de Janeiro, Brazil Teresa Martinho
***
1950 Loriga Manoel Henriques da Costa
Alvaro Marques Martinho
1952 Rio de Janeiro, Brazil Maria dos Anjos Mendes Costa
***
4 Januar 1915 Loriga Manoel Henriques da Costa
Antonio Antunes Cabral
1945 Rio de Janeiro, Brazil Maria dos Anjos Mendes Costa
***
17 November 1890 Loriga Antonio de Brito Crisostomo
José de Brito Crisostomo
1939 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil Amelia Mendes de Moura Galvão

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***
20 November 1924 Loriga José Ramos
Carlos Pereira Ramos
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria Emilia Alves Pereira
***
21 August 1926 Loriga Antonio dos Santos Pina
Beatriz Simoes Pina
1948 Rio de Janeiro, Brazil Aurora Simoes Pina
***
12 Juni 1927 Loriga Seia Adelino Pires Figueiredo
José Pires Figueiredo
1951 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Antunes de Moura
***
10 April 1921 Loriga Seia António Ambrósio de Pina
José Ambrósio Pina
1949 Rio de Janeiro, Brazil Maria dos Anjos Moura Ambrósio
***
12 April 1916 Loriga Seia Emidio Cardoso de Pina
Manoel Cardoso de Pina
1942 Rio de Janeiro, Brazil Maria Emilia de Brito de Jesus
***
5 März 1919 Loriga -Seia José Gomes Luis
Floripes de Brito Moura
1946 Rio de Janeiro, Brazil Palmira Brito Moura
***
José Mendes Veloso 11 Juli 1901 Loriga Seia João Mendes Veloso
1949 Rio de Janeiro, Brazil Maria Nunes de Pina
***
Maria José Ambrósio 2 Juni 1922 Loriga Seia José Alves Simão
1951 Rio de Janeiro Brazil Cristiana Ambrósio de Pina
***
14 November 1891 Loriga Seia José Macedo
Maria Jose Lopes Macedo
1949 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil Tereza Lopes de Brito
***
4 August 1922 Loriga Seia Manuel Martins da Mota
Amália Lopes Martins Ou Martins Moraes
1949 Rio de Janeiro, Brazil Maria José Lopes Martins
***
25 Februar 1919 Loriga Seia Joaquim Mendes Lucas
Mario Mendes Lucas
1946 Rio de Janeiro, Brazil Maria Dos Anjos Ano Bom
***
* Constando em todos estes Registos de Assentamentos, como destino a cidade do Rio de Janeiro, no entanto, a grande maioria, tinha como destino Manaus e Belém do Pará.

Comunidade Loriguense em Belém-Pará Brasil


- Lista dos naturais de Loriga -
A Comunidade Loriguense em Belém do Pará Brasil, chegou a ser uma grande comunidade, que está gravada no historial de Loriga, pelos mais rudimentares aspectos, como por exemplo
o sócio e económico, bairrismo e benemérito.
Hoje a comunidade em Belém do Pará resume-se apenas a 24 loriguenses, naturais genuínos de Loriga, no entanto, continua a ser uma vasta comunidade de ligação a Loriga, através dos
descendentes, famílias e amigos, continuando dessa forma a ser predominante toda uma certa adoração a Loriga.
Recorde-mos também a vasta comunidade loriguense que chegou a existir na cidade de Manaus, também situada no norte do Brasil, nos finais do século XIX e primeiras décadas do
século XX, quando a exploração da borracha estava no auge, atraindo então para aquela região muitos loriguenses, que ficaram para a história como os maiores beneméritos, ao
mandarem construir os Fontanários da sua terra, na altura uma grande carência com a qual a população em Loriga se debatia.
Com a queda do preço da borracha, os loriguenses foram deixando Manaus e passaram a fixar-se mais em Belém, aos poucos a vasta comunidade que até então existia em Manaus foi-se
extinguido e hoje já ali não existe nenhum natural genuíno de Loriga.
Aqui documentamos a Lista dos naturais de Loriga radicados actualmente em Belém do Pará e arredores.

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- António Nunes Brito (91 anos) - Emílio Pinto Lucas (*)


- Maria Regina Brito Manés - Filomena Lucas (*)
- Maria Helena Brito Fonseca - Mário Pinto Lucas (*)
- José Ferrito - Ermelinda Pinal
- Aurora Pinto dos Santos (94 anos) - Fernando Moura Marques
- Carlos Lopes de Moura - Lourdes Martins
- Alda Simões Moura - José Alves Fernandes
- Adelino Nunes Simão - Pedro (Cozinha)
- Maria Helena Galvão - Lucília Conde Capela
- António Jorge dos Santos - Maria Helena Conde
- Joaquim Martins Pina - Leontina Amaral
- Artur Amaral - Irene Pina
(*) Vivem em Castanhal cidade que fica a 68 Km. da cidade de Belém
***
Algumas notas sobre Belém e Castanhal
Cidade de Belém do Pará
Capital do estado do Pará, pertencente à Mesorregião Metropolitana de Belém e à Microrregião de Belém. Com uma área de aproximadamente 1 064,918 km², localiza-se no norte
brasileiro, distante 2 146 quilômetros de Brasília.
Com uma população de 1 392 031 habitantes, maior densidade demográfica da região norte 1307,17 hab/km², é conhecida como "Metrópole da Amazônia", e uma das dez cidades mais
movimentadas e atraentes do Brasil. A cidade é sede da Região Metropolitana de Belém, que com 2.100.319 habitantes, é a 2º mais populosa da região, 12ª do país e 177ª do mundo,
além de ser o maior aglomerado urbano da região. A cidade de Belém, considerada a maior da linha do equador, é também classificada como a capital com melhor qualidade de vida do
Norte do Brasil.
Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude, entre os quais o período áureo da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras
famílias europeias, o que veio a influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida na época como Paris n'América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna
em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.
A cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus,
como o Theatro da Paz, o Museu Paraense Emílio Goeldi, o mercado do Ver-o-Peso, e eventos de grande repercussão, como o Círio de Nazaré.
Cidade de Castanhal
Atribuem-se a índios da tribo Tupinambá, as origens históricas de Castanhal. O povoamento regular começou a partir do caldeamento racial entre brancos, pardos e nativos. Com a
chegada da Estrada de Ferro de Bragança começa o primeiro período de desenvolvimento, com os colonizadores cearenses, especializados no cultivo da terra, contratados pelo Governo
Provincial. Formou-se a Vila de Castanhal, criada oficialmente em 15 de agosto de 1899. Em 28 de janeiro de 1932 foi criado o Município de Castanhal por meio do Decreto-Lei N° 600,
assinado pelo interventor federal do Pará Magalhães Barata. Depois,com a abertura de rodovias, especialmente a Belém-Brasilia, iniciou a última fase de colonização com elementos
populacionais de outras localidades do Nordeste, do Centro-Oeste e do Sudeste. O nome Castanhal deriva do Igarapé Castanhal(atualmente extinto) que, em suas margens, possuia
muitas castanheiras(Bertholletia excelsa).
Cidade de Manaus
No Rio de Janeiro, a República Federativa do Brasil foi proclamada em 15 de novembro de 1889, extinguindo-se o Império. A Província do Amazonas passou a ser o Estado do Amazonas,
tendo como capital a Cidade de Manáos. A borracha, matéria-prima das indústrias mundiais, era cada vez mais requisitada e o Amazonas, como principal produtor mundial, orientou sua
economia para atender à crescente demanda. Intensificou-se o processo de migração para Manaus de nordestinos e brasileiros de outras regiões, bem como a imigração de ingleses,
franceses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis, gerando um crescimento demográfico que obrigou a cidade a passar por mudanças significativas. Naquela época, o
Nordeste brasileiro foi atingido pela "Grande Seca de 1877-1878", que causou mais de um milhão de mortes, além de uma grande epidemia de cólera. Muitos nordestinos vieram para
Manaus fugidos deste fenômeno, chegando ao local em grandes massas.
Em 1910, Manaus ainda vivia a euforia dos preços altos da borracha, quando foi surpreendida pela fortíssima concorrência da borracha natural plantada e extraída dos seringais da Ásia,
que invadiu vertiginosamente os mercados internacionais. Era o fim do domínio da exportação do produto dos seringais naturais da Amazônia (quase que exclusivamente gerada no
Amazonas), deflagrando o início de uma lenta agonia econômica para a região. O desempenho do comércio manauense tornou-se crítico e as importações de artigos de luxo e supérfluos

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caíram rapidamente. Manaus, abandonada por aqueles que podiam partir, mergulhou em profundo marasmo. Os edifícios e os diferentes serviços públicos entraram em estado de
abandono.
(Registado aqui - Ano de 2012)

A emigração Loriguense na Europa III


Os primeiros loriguenses começaram a emigrar para os países europeus, ainda na clandestinidade, por altura do ano de 1961-62, tendo como destino mais concretamente a França, o que
aliás era um fenómeno que vinha já acontecendo um pouco por toda a região.
.Nesses tempos de autênticas aventuras, o meio utilizado era o "Salto" nome popularmente dado ao meio clandestino, para assim conseguir a concretização do objectivo para chegar à
França.
Anos mais tardes e quando deixou de existir uma politica de "porta fechada" passando a existir os meios legais para a saída com destino a outros países, observa-se em Loriga um dos
maiores êxodo de emigração, assim grande parte da mão de obra desta localidade sai para os vários países europeus, tratando-se de trabalhadores qualificados ou não. Esta mão de
obra destina-se principalmente para o sistema das grandes industrias, actividades sazonais, construção civil, agricultura ou mesmo turismo.
Este novo cenário da emigração loriguense, quando ainda se tinha em pensamento para lá do oceano, agora toma a direcção da europa para além dos Pirineus, tendo em conta que os
países deste velho continente estavam em grande expansão económica, começando por ser a França o país de destino prioritário, não tardando que se seguissem outros por ordem
decrescente, Luxemburgo, a República Federal Alemã, Bélgica, Holanda e Suíça.
Ao contrário dos emigrantes para lá do oceano que tinham na emigração uma perspectiva definitiva e de integração, os loriguenses que abandonavam a sua terra e o seu país para os
países europeus, devido ao aspecto geográfico, nunca cortaram com as suas origens e têm mesmo na emigração uma perspectiva temporal limitada, quer concretize ou não o pensamento
que tem sempre presente do regresso, por isso este factor de manutenção de relações regulares com a terra natal e um projecto permanente de regresso ficam de uma maneira geral,
ligados na origem da sua não total integração no país de acolhimento.
Outro factor desta mesma não integração e talvez mais complexa e determinante, deveu-se ao facto também em parte de
que não dependia só da vontade ou das decisões individuais, muitas das vezes dependia directamente da duração do
contracto, da conjuntura económica do país de destino ou do facto de ter de levar a família (particularmente os filhos) ou
manter a ideia de continuar a ter que deixar a sua família na sua terra e no seu país.
A partir de 1973 a emigração na europa tem uma profunda alteração, com a crise económica internacional que entretanto
deflagra e que conduz à politica da "porta fechada" nos países do destino normalmente procurados pelo fluxo emigratório, a
partir de então começa logo a descer consideravelmente o êxodo da saída dos loriguenses, vivendo ou não na sua terra.
A maior oferta de postos de trabalho, melhores remunerações, melhores condições de vida, melhor assistência social na
doença e na velhice e melhores condições ao ensino e formação profissional dos seus filhos, era a motivação que levou os
loriguenses, durante três décadas, a concentraram-se na ideia emigratória para a europa.
O emigrante loriguense na europa, onde quer que se encontre, não esquece a sua terra onde uma certa mística os atrai às
suas origens, na perspectiva de um dia regressar. A aquisição de uma casa foi sempre um dos primeiros objectivos, que fez
recordar o desenvolvimento habitacional de Loriga, quando da emigração brasileira.
Com a previsão da entrada do nosso país no Mercado Comum europeu nos primeiros anos da década de 1980, um
fenómeno no âmbito da emigração se fez sentir, desta feita o regresso para muitos. Emigrantes década - Ano 1970

Pelo facto do levantamento dos fundos dos descontos sociais em alguns países, antes da integração de Portugal na EU em Janeiro de 1986, como também, porque para muitas famílias
emigradas na europa o ciclo se fechou e tinham entretanto realizado o seu projecto ou quer ainda também por terem sido aliciados pelos chamados "subsídios de regresso" ,concedidos
em alguns países de acolhimento, muitos portugueses começaram a regressar à sua origem, os loriguenses não fugiram à regra.
Alguns regressos foram-se verificando só que desta feita não só eles, como também seus filhos entretanto nascidos nesses países de acolhimento e que por isso para estes foi uma outra
integração a outro meio a outra terra.
No entanto, no regresso à sua terra um problema os esperava a todos, o momento económico em Loriga e na região, não era capaz de dar resposta a uma normal integração e por
conseguinte, muitos dos regressados mais tarde se aperceberem da frustação do regresso e foi por isso notório um novo pensamento de emigrar.
Na última década do século XX, a realidade emigratória passou a ser bem diferente, com Portugal dentro do chamado comboio da europa, o estatuto de emigrante passou a não ser o
mesmo, como foi nesses tempos da verdadeira emigração.
Com uma politica europeia sem existência de fronteiras e por isso de livre circulação de cidadãos dentro da Comunidade, apesar de existirem ainda restrições na procura de trabalho em
cada um desses países, continuou em Loriga e na região a existir uma forte motivação para partirem, principalmente os filhos que não lhes parecia fácil a uma total integração sabendo que

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no estrangeiro poderiam ter melhor condições de vida.


No entanto, não deixa de ser curioso o facto de continuar a existir ainda hoje em Loriga pretendentes a emigrar, neste caso concreto apenas em números reduzidos, só que desta feita,
esta onda de pensamento para emigrar, em parte, continua a existir pelo facto da crise e falta de trabalho que continua a ressentir-se nesta localidade até à pouco ainda bem
industrializada.
Na história da emigração de Loriga, não restam dúvidas que tem que figurar para sempre estas duas fases emigratórias loriguense, a brasileira e europeia, num mesmo potencial
económico e social, mas o mesmo não se poderá dizer na integração nos respectivos países de acolhimento, que enquanto além-mar a integração foi na generalidade, para a europeia
apenas se deverá concretizar à segunda geração.
(Registado aqui - Ano de 2007)

O primeiro Postal Ilustrado de Loriga


Um dos primeiros Postais Ilustrado de Loriga, que se tem conhecimento, data de 1926.
Este Postal aqui exposto, tem a data de 7 de Abril de 1926, e foi encontrado à muitos anos por um loriguense num Alfarrabista em Lisboa.

Parte da frente do Postal


***

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Parte do verso do Postal


***

Este Postal, provavelmente escrito por um loriguense (assinatura ilegível) foi enviado para Lisboa (Dafundo).
(Registado aqui - Ano de 2001)

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Um navio com o nome


- "Loriga" -

O navio mercante de nome "Loriga" era um insigne barco que percorria os mares
hasteando a bandeira inglesa, pertencia a um conceituado armador escocês, que tinha
assim batizado aquele grande barco, com o nome de LORIGA, em memória do seu
irmão capitão aviador da Royal Air Force, Roberto Tavener HILDICK, uma das vítimas
da queda do avião militar inglês em Loriga, no dia 22 de Fevereiro de 1944, mais
precisamente na "Penha do Gato" no lugar conhecido pela Barroca do Marteamieiro e
junto à Fraga do Alcabreiro.

Recorde-se que o capitão aviador Roberto Tavener HILDICK, tal como as outras cinco
vítimas, no total 6 militares que o avião transportava, encontram-se sepultados no
cemitério da vila de Loriga, numa campa comum, conhecida popularmente pela campa
dos ingleses.

Também se sabe que outro barco similar, mas mais pequeno, foi pelo mesmo armador
batizado como o nome R.T. HILDICK, também como homenagem ao seu irmão.

Fotos do Barco "Loriga" que sairam nos meus de divulgação, nomeadamente jornais e revistas, já alguns anos
(Registado aqui - Ano de 2012)

Galeria
- Carros antigos de Loriga e de Loriguenses-

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- Peugeot 104 -

O carro Peugeot 104 do Ano de 1977, do Joaquim Lemos Conde, é sem dúvida o mais antigo automóvel a circular
em Loriga. Foi adquirido novo por este loriguense no ano de 1977, quando ainda era emigrante em França.

Fez com ele nove viagens a Portugal, já andou milhares e milhares de quilómetros e segundo nos diz "ainda está
pelas curvas", apesar de já ter 35 anos (no ano de 2012) de existência, que mesmo assim e por estranho que
pareça, ainda consegue arranjar peças para ele, mas neste caso só em França.

(Registado aqui - Ano de 2012)

***

- Toyota Carola 1200 -

O Carro "Toyota Carola 1200", do Ano de 1980, com o volante à direita é um dos carros mais antigos em
Loriga, o seu proprietário é o bem conhecido António Gomes da Costa, que durante muitos anos esteve
radicado na África do Sul. Este loriguense resolveu no ano de 1981, trazer essa sua viatura para Portugal e
para Loriga, veio de barco num contentor e nesse mesmo contentor chegou a Loriga, tendo sido
descarregado na rampa da Redondinha, junto à capela, que exigiu uma certa perícia e muita mais arte para
depois o tirar da dita rampa.

Durante cerca de três anos a viatura esteve numa garagem, porque entretanto, o António Gomes da Costa,
ainda continuou emigrado por esse país africano.
Hoje sem dúvida, que sendo um carro antigo, com 34 anos (no ano de 2014) é na verdade uma relíquia que
tem um valor estimável para o seu proprietário, mas para além disso qualquer um de nós ao ver circular tal
relíquia por Loriga, olha para ele e admira com alguma saudade, pensando que hoje já se não fabricam
assim carros que durem assim tanto tempo.

(Registado aqui - Ano de 2014)

***

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- Carro Renault 12C (R1330) -

O Carro Renault 12C (R1330) do Ano de 1981 (tipo carrinha), mais um automóvel dos mais
antigos em Loriga, com 34 anos (no ano de 2014), tinha como seu proprietário, José do Nascimento Claro
(1924-2009) hoje ainda pertencente à família, que mantém essa vontade de continuar a ter esta preciosa
relíquia, que se encontra religiosamente guardado numa garagem, em excelente estado de conservação e
plenamente apto para circular.

Ainda muitos de nós se lembra de ver a circular o branquinho Renault, conduzido pelo senhor José Claro,
consagrado empresário na área da panificação, que tinha por estre seu automóvel de eleição um certo
carinho, por isso, sempre o ter mantido muito bem conservado, hoje aqui o estamos a incluir nesta Galaria
dos Carros mais antigos de Loriga

(Registado aqui - Ano de 2014)

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- Carro Renault 12 GTL -

O Carro Renault 12 GTL do Ano de 1983 (tipo carrinha), é mais um automóvel dos mais
antigos, que embora não esteja definitivamente fixado em Loriga, está muitas vezes pela
nossa terra, sendo seu proprietário o loriguense, Artur Alves Luís "o Artur "Galinha" como é
assim mais conhecido. Esta viatura foi adquirida nova em Lisboa, pelo seu proprietário,
decorria então o ano de 1983.

Como se disse não sendo um das viaturas mais antigos em Loriga, pertence figurar na
Galaria dos Carros mais antigos de Loriga e de loriguenses, que tem essa particularidade de
ter feito mais de uma centena de viagens de Lisboa para Loriga e respetivo regresso, tal
como hoje ainda acontece e que com regularidade vemos esta viatura estacionada, cá pela
nossa terra.

(Registado aqui - Ano de 2014)

Os Grandes Beneméritos de Loriga


São vários os Beneméritos de Loriga, que vamos encontrar na história da Vila de Loriga, que ao fazerem apreciáveis donativos ou legarem por testamento seus patrimónios, contribuíram
para um melhor engrandecimento da terra que adoraram, por isso e com justiça merecerem o reconhecimento de todos os Loriguenses.
***
Comunidade Loriguense em Manaus
1905 - 1907
A Colónia dos Loriguenses em Manaus, mesmo longe pela distância, não esquecia também as necessidades dos seus conterrâneos e, assim pensaram levar a bom termo a iniciativa da
construção de Fontanários na sua terra, que foi de verdadeira importância, para Loriga e sua população.
Foi efectuada a angariação de fundos pela comunidade loriguenses a residir pelas terras do norte do Brasil, existindo uma longa Lista, onde estão inscritos os nomes da pessoas que
contribuíram para este bem essencial para a sua terra e suas famílias.
São muitos os nomes que constam na principal Lista conhecida, no entanto, pensa-se poderem ter existido outras, por esse motivo não mencionamos aqui os nomes conhecidos, pois
poderia haver o risco de ser esquecido alguém. Ficando para história o registo como beneméritos a "Comunidade Loriguense em Manaus"
*

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http://www.loriga.de/registos.htm

Augusto Luís Mendes


23.01.1851 - 26.11.1925
Este conhecido industrial, era possuidor de imensos terrenos, nomeadamente terras de cultivo, viria a ser um dos maiores benemérito para a Loriga. que tanto adorava.
Ofereceu à sua terra, os terrenos necessários para neles ser construído uma estrada de acesso à povoação. Via esta que liga a Estrada Nacional 231 à Vila propriamente dita e ainda hoje
a principal entrada da Vila de Loriga.
Esta doação foi de importância vital para o progresso de Loriga, bem reconhecida pelos seus conterrâneos loriguenses que, como prova de gratidão desde logo perpetuaram o seu nome
aquela via que passou a chamar-se Av. Augusto Luis Mendes.
*
Augusto da Costa Madeira
Este Loriguense ofereceu a Imagem da Santa Maria Maior, orago da Freguesia de Loriga.
*
População de Loriga em 1940
O "Cruzeiro da Independência 1940" foi um dos muitos construídos por todo o país, como monumento evocativo do "Oitavo Centenário da Fundação e Terceiro Centenário da Restauração
da Pátria" . Surgiu de uma ideia do Rev. Padre Moreira das Neves para perpetuar, para as gerações vindoiras portuguesas, tão importantes acontecimentos.
Assim em Loriga foi, desde logo, acarinhada entusiasticamente essa ideia, não só pela população, como pelos organismos competentes locais, tantos religiosos como sociais, sendo logo
constituída uma comissão para proceder à angariação de fundos.
A inauguração do monumento ocorreu no dia 8 de Dezembro de 1940, com grande brilho, quer nas funções litúrgicas, quer no entusiasmo da freguesia e daqueles que tinham lutado para a
sua construção.
Percorreu pela população Listas para a angariação de fundos, com toda a gente a contribuir dentro das possibilidades de cada um. Existindo muitos nomes nas várias Listas existentes, no
entanto, com o receio de poder haver mais Listas e por isso ficarem esquecidos muitas mais pessoas, não poder-se por esse motivo aqui registar-se todos os nomes que contribuíram
para a construção do "Cruzeiro da Independência 1940" ficando para a história o registo como beneméritos a "População de Loriga em 1940"
*
António Cardoso de Moura
20.01.1892 - 31.10.1967
Deixou em testamento para que fosse constituída uma Fundação à qual deixou muitos dos seus bens.
Foi fundada a Fundação Cardoso Moura, na finalidade de contribuir em prol de Loriga. Sendo o prédio em que viveu este ilustre loriguense, situado na Rua Coronel Reis (antiga Amoreira),
aquele que mais tem sido utilizado em prol da comunidade desta localidade. Já ali esteve sediado, a Junta de Freguesia; a Banda de Loriga; os Bombeiros quando a sua fundação; a
Biblioteca; os CTT , enquanto se procediam a obras no edifício dos correios, assim como, foi utilizado com as máquinas da Associação da 3ª.Idade, enquanto não tinham sede, também
funcionou ali o Curso dos Tapetes de Arraiolos e os Cortes e actualmente funciona ali o Posto de Informação Turística.
Fazem parte desta Fundação, entre outros, vários terrenos em Loriga, assim como, vários imóveis em Lisboa
*
Padre António Mendes Cabral Lages
23.08.1884 - 19.02.1969
Possuidor de muitos bens, ainda em vida resolveu doar tudo à igreja paroquial, entre eles muitos terrenos, um dos quais foi vendido por parcelas, para construção de habitações, onde veio
a surgir um novo Bairro em Loriga, que passou a ter o seu nome.
Os imóveis que possuía e que legou, foram muito importante para a Acção Social e Religiosa em Loriga, sendo instalada nesta vila uma Ordem de Irmãzinhas, onde o Padre Lages,
passaria a viver mais acompanhado e acarinhado o resto dos seus anos de vida e onde viria a falecer após doença, com a idade de 84 anos.
*
Padre António Roque Abrantes Prata
15.10.1917 - 18.07.1993
Natural de Manteigas, adorava Loriga e sua gente, onde foi Pároco durante 22 anos (1944-1966). Transferido para a Casa de Santa Zita em Lisboa, nunca esqueceu Loriga, que ele
chamava também a sua terra.

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http://www.loriga.de/registos.htm

Deixou no seu testamento uma doação a Loriga, pedindo aos seus familiares para entregarem ao Centro de Assistência Paroquial de Loriga a quantia de 6.800 contos, vontade que foi
cumprida.
*
Maria Teresa Brito Pina
17.02.1921 - 28.03.2006
Legou em testamento a instituições Loriguenses, os valores monetários que possuía, quando da sua morte:
- 5.000,00€ - Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia
- 5.000,00€ - Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade
- 5.000,00€ - Irmandade do Santíssima Sacramento e das Almas
- 5.000,00€ - À Fábrica da Igreja
*
José Nunes Moura
24.03.1923 - 03.11.2006
Foi um grande apoiante da Associação de Apoio da 3ª. Idade, da qual era associado e que não esqueceu, tendo deixado em testamento a quantia de 5.000 Euros a esta associação. Entre
outras doações não esqueceu também a Banda, à qual doou um belíssimo e artístico móvel, que veio enriquecer uma das salas desta instituição musical.
***
Nota:- São também vários os Beneméritos em prol da Nossa Senhora da Guia, nomeadamente terrenos, Capela, Altar, Coreto, Guiões, Bandeiras, Cruz de Prata, Caldeirinha etc., que
vamos encontrando na história desta Virgem em Loriga, para os Loriguenses a Padroeira do Emigrantes e, os quais registamos neste mesmo Site na Página NSGuia.
(Registado aqui - Ano de 2007)

Canção de Saudade

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O Loriguense longe da Terra distante


Nunca esquece Loriga
P´ra ele a vida é uma luta constante
Mas não esquece Loriga
Partiu com fé, com sonho no porvir
Mas não esqueceu Loriga
Foi essa fé que certo dia
O fez partir
Que o fez vencer
E o levou a regressar.

Refrão

Percorre a Vila
Vai à Senhora da Guia
A Padroeira
Por quem temos devoção
Sobe o mirante
Onde tudo é magia
E levará Loriga no coração.

Vale sempre a pena, regressar à Terra querida


Que certo dia, nos viu nascer
Matar saudades, com a bela gente amiga
Que em tempos idos, nos viu crescer
E salutar, admirar a ver seus montes
Beber a água, que canta nas fontes
E na carreira, abraçar a cada instante
Vista de Loriga (1995)
Um velho Amigo, um parente, um emigrante.

*
Nota:- Esta letra é adaptada para ser cantada à música
da canção do Roberto Leal "QUE BELA VIDA"
(Registado aqui - Ano de 2002)

Elevação oficial de Vila


Após alguns anos de longo percurso, foi aprovada na Assembleia da República em 30 de Junho de 1989, a lei da elevação de Loriga à categoria de Vila. Fez-se, assim, justiça a Loriga
e aos Loriguenses que reclamavam há muito este acto, que se foi festejado com duas descargas de foguetes.
***
Para os Loriguenses, Loriga foi sempre Vila
A elevação de Loriga à categoria de Vila, através da lei de 1989, foi a consagração oficial e legal deste acto. Para os Loriguenses, Loriga foi sempre considerada uma Vila, não só pelo
seu elevado número de habitantes, mas pelas estruturas fabris, culturais, comerciais, sociais nelas existentes, como também por já ter sido, em tempos, Sede de Concelho, como o atesta

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http://www.loriga.de/registos.htm

uma da
nota com Ref. 880-Po. G733, da Câmara Municipal do Concelho de Seia, enviada à Junta de Freguesia de Loriga com data de 15 de Março de 1961 que a seguir se transcreve:
Assunto: Categoria de Vila de Loriga
Para os devidos efeitos, transcrevo a V.Exa. o texto do ofício Nr.918-Po. M-1/6, de 13 do mês em curso, que o Governo Civil deste Distrito dirigiu a esta Câmara Municipal, a cerca do
assunto designado em epígrafe:

"Quanto à consulta que me foi formulada sobre a legitimidade da categoria de vila que a povoação de Loriga reivindica, informo V.Exa. de que, o meu parecer, se podem agrupar em três
grupos os núcleos populacionais a que assiste o direito de usar aquele título e que posso a enumerar:
1. As sédes de concelho, conforme determina o Art.12., § 1., do Código Administrativo.
2. As localidades a que, por diploma especial posterior, tenha sido atribuída aquela categoria, tais como Ermezinde (Decreto-Lei Nr.28.142), Luso (Decreto-Lei Nr.28.142), etc.
3. Todas as outras povoações que haviam adquirido aquele título anteriormente, designadamente por decreto, carta régia ou outros diplomas legais que não podem considerar-se
revogados pelo Código Administrativo em virtude de a categoria de vila não ter sido restringida, apenas, às actuais sedes de concelho".
-------------------------------
Em face do exposto e porque não existe qualquer lei que tenha tirado a categoria de Vila às povoações deste último grupo, entendo que deve ser respeitado o título de Vila de Loriga,
antiga sede de um concelho extinto, reivindica com toda a legitimidade.

Pelo exposto, esta Câmara muito se congratula com a decisão que faz respeitar o título de Vila dado a Loriga.

A Bem da Nação
O Presidente de Câmara
Ass) Joaquim Fernandes F. Simões
(Registado aqui - Ano de 2005)

Saudades de Loriga *
Do alto da serra se lobriga E pintam teus vastos horizontes
A vila mais bela que já vi Onde planam águias e peneirinhas
Ah! Solo amado, é Loriga A espreitar ravinas e montes,
A linda terra em que nasci; Poiso de gados e avezinhas;
E criança abandonei chorando Num estardecer de tarde mansa
Para outros mundos onde senti, Coada em tela magistral,
O corpo apenas habitando, Que só de olhá-la se alcança
E a minha alma toda em ti. O chão de paraíso terreal

Nesse presépio alcandorado Amo-te Loriga, com fervor


Em verdes socalcos esguido, Não por no teu seio só ter nascido
Por águas chilreantes beijado Ou em menino aí te vivido
E por altas montanhas cingido, Mas como quem ora o Senhor...
Em que o ar, a luz, em sinfonia, Pois tu és o único rincão,
Cantam o teu nobre esplendor, De sedas e saudade tecido
Num hino que além da melodia Onde o meu pensamento vertido
Tange os acordes do amor. Encontra a paz no coração
* Pinal

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Avenida Augusto Luís Mendes (1993)


(Registado aqui - Ano de 2005)

Quadras dedicadas a Loriga


Oh, Loriga, Oh Loriga Pitorescas as montanhas Dos píncaros da tua serra
Presépio monumental Com ribeiras que se unem Em constante sintonia
Tu és a vila mais bela Onde belo e terrível Deslizam águas cantando
Das terras de Portugal. De mãos dados se confundem. Deslumbrando melodia.

Correndo pelas ribeiras Teus prados verdejantes Loriga sempre foi linda
Entre caminhos e montes Com milho embandeirado Mas com neve é um espanto
Regam courelas e malhadas São cenário fascinante Quando vista do mirante
Cruzando as tuas pontes. Que merece ser pintado. Toda coberta de branco.

P´la beleza que encerra Da Tresposta do Fontão Mas esta vila serrana
No Pisão do Barroel Ela parece um altar Não tem somente magia
Deu-lhes foral de vila Com seu belo Santuário Tem também o doce encanto
O El-Rei D. Manuel. Onde a gente vai rezar. De Nossa Senhora da Guia.

(Registado aqui - Ano de 2005)

Referendos Nacionais - Resultados em Loriga


Votação em Loriga nos Referendos realizados a nível nacional
1. Referendo sobre o Aborto (Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez)
Junho/98
Eleitores Votantes Abstenção Sim Não
1.348 536 812 = 60% 170 347

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2. Referendo sobre o Aborto (Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez)


Fevereiro/2007
Eleitores Votantes Abstenção Sim Não
1.255 562 693= 55% 259 289

***
Referendo sobre a Regionalização do País
Novembro/98
Eleitores Votantes Abstençao 1a.Pergunta 2a.Pergunta
1339 815 524 = 39% Sim=191 - Não=598 Sim=140 - Não=639
(Registado aqui - Ano de 2008)

À Minha Terra *
Loriga minha saudosa terra
por tudo que para mim encerra
rodeada de montes e água
milho verde com folha larga
gosto de beber nas tuas fontes
estender o olhar pelos teus montes
Bons ares se respiram
por ti corações palpitam
com amor e saudade
pela tua beleza e lealdade
permaneces sempre em mim
com a tua magia sem fim
o teu perfume me inebria
mês de Agosto, N.S.da Guia
padroeira dos loriguenses,
emigrantes e ausentes
possuir-te sempre na recordação
sentir-te com afecto e emoção
em ti procuro saudade de menino
dentro de ti nasceu o meu destino
voltarei um dia para te abraçar
quando para ti eu regressar
toda a vida te admirarei
enquanto viver não te esquecerei
despeço-me com esta mensagem
com carinho dedico-te esta
homenagem.
* Nuno Mendes Alves Pereira Vista Parcial de Loriga

(Registado aqui - Ano de 2007)

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Estatistica populacional de Loriga


Até ao ano 1860 que os registos das populações era contabilizada através dos Fogos (lares) que era também a referência a famílias, mas mesmos assim parecem existir muitas
contradições aos números conhecidos da populaçao de Loriga durante esses tempos em que era assim contabilizada as populações.
No Cadastro do Reino de 1527, mandado elaborar por D. João III, vem a seguinte referencia a Loriga:
"Na vila de Loriga vivem - 78 moradores"
O vocábulo moradores tem o significado de famílias devendo ser multiplicado pelo número de quatro ou cinco pessoas, para se ter uma visão aproximada dos quantitativos populacionais.
Assim verificamos que em 1527 Loriga tinha entre 312 a 390 habitantes (exemplo 78x4=312; 78x5=590) por isso o facto de ter-se essa referência entre 312 a 390.
Comparativamente, vejamos números de localidades próximas, segundo o Cadastro da População do Reino (1527)
- Vide do Monte (Actual vide) - 9 fogos - Valezim 60 fogos - S. Romão 105 fogos e - Seia 103 fogos.

Como se disse foi até ao ano 1860 que os registos das Foi a partir do ano 1864, que passou então a
populações (moradores) se contabilizava através dos existir registos mais concretos e oficiais da
Fogos (lares) e que a seguir se regista. população, onde além da totalidade dos habitantes
era obrigatoriedade existir a quantidade de homens
Ano Fogos
e de mulheres, como se verifica no quadro seguinte:
1527 78
Ano Mulheres Homens TOTAL
1706 200
1864 885 808 1693
1755 158
1878 974 924 1898
1826 272
1890 1148 945 2093
1835 314
1900 1254 974 2228
1862 448
1911 1416 1046 2462
Assim calcula-se que a População em Loriga desde 1527 até 1862
1920 1342 974 2316
seriam os seguintes habitantes:
- Ano 1527 - 312 a 390 - Ano1706 - 800 a 1000 1930 1360 1961 2421
- Ano 1755 - 632 a 790 - Ano 1826 - 1088 a 1360 1940 1409 1139 2548
- Ano 1835 - 1256 a 1570 e Ano 1862 - 1792 a 2240.
1950 1569 1412 2981
* 1960 1420 1275 2695
No ano de 1755, quando do tremor de terra que assolou 1970 1105 955 2060
e destruiu grande parte da capital do país, foi efectuado
uma contabilização mais concreta onde se registava 1980 951 874 1825
o seguinte: 1991 * * 1664
158 Fogos e 400 habitantes. 1999 * * 1655
Curiosamente já se contabilizava os habitantes já não
* Não existem dados contabilizados em concreto

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recorrendo ao vocábulo do Cadastro da População do Reino. António Conde


(Registado aqui - Ano de 1999)

Movimento populacional de Loriga através dos Censos


Resultados dos Censos 2001
Nos Censos realizados no Ano 2001, a população de Loriga regista 1.367 Habitantes
Os dados registados no Censo 2001, dão conta que população residente em Loriga, teve um decréscimo significativo, que se registaram em números superiores a 18%.Também o
Concelho de Seia no seu conjunto, teve um decréscimo de habitantes, que atingiu mais de 7%, apesar de se ter verificado em três freguesias um certo crescimento.
(Registado aqui - Ano de 2001)
***
Resultados dos Censos 2011
Nos Censos realizados no Ano 2011, a população de Loriga regista 1.053 Habitantes
Nos Censos realizados em 201, a população de Loriga registou uma quebra de 314 habitantes na ordem de valores superior na cerca de 23% o que foi pela negativa significativo, tendo
como causa principal o encerramento das empresas e o decréscimo no nascimento de crianças, levando mesmo que morreram durante 10 anos, mais pessoas do que as que nasceram.
(Registado aqui - Ano de 2011)

***
Movimento Demográfico
Ano Baptizados Casamentos Óbitos
1978 34 20 22
1979 42 12 18
1980 29 9 22
1981 27 15 28
1982 23 22 32
1983 18 27
1984 30 20 37
1985 22 22 21
1986 22 19 22
1987 16 16 37
1988 32 11 26
1989 17 7 24
1990 17 12 26
1991 26 21 34
1992 19 10 18
1993 18 9 35
1994 19 8 19

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http://www.loriga.de/registos.htm

1995 13 13 26
1996 18 6 25
1997 15 8 31
1998 6 12 26
1999 12 8 25
*
* Nota:
- A partir de 1999, não foi mais tornado público nos meios de divulgação este Movimento Demográfico aqui documentado, desconhecendo-se as razões.
- O próprio autor deste Site, tem solicitado às entidades e organismo que gere a Igreja, no sentido de lhe ser facultativo essa informação, ou então dando como sugestão, para que
voltasse a ser anualmente divulgado no Jornal "A Neve" como sempre assim se procedeu, no entanto, e mais uma vez, por razões que se desconhecem, o autor deste Site nunca mereceu
uma informação a essa sua sugestão.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Concelho de Seia
Situado na vertente ocidental da serra da Estrela, o concelho de Seia é formado por 29 freguesias (115 localidades), ocupa uma área de 436 km2, pertence administrativamente ao distrito
da Guarda e, segundo os censos de 2001, tem uma população de 28.144 habitantes.
http://www.cm-seia.pt/index.
(Registado aqui - Ano de 2002)

Loriga localidade Industrial


Começando por ser uma terra industrial a partir das primeiras décadas de 1800, no ano de 1881, era já a localidade mais industrializada na aba ocidental da Serra da Estrela, com 7
unidades de produção têxtil empregando mais de 200 operários.
Na primeira metade do século XX, era considerada a localidade industrial mais importante do concelho de Seia e do Distrito da Guarda.
(Registado aqui - Ano de 2003)
Aprovação oficial como Vila, em 30 de Junho de 1989, na Assembleia da República.

"Loriguês"
"Loriguês" termo linguístico que os Loriguenses criaram, que não sendo oficializado, define num falar e numa aplicação de palavras em número significativo, muito usuais principalmente em
tempos passados, em que muitas delas são exclusivas e originais de Loriga. Mesmo assim, hoje em dia, ainda se define esta maneira muito própria de aplicar as palavras muito divulgada
entre os loriguenses, uma riqueza cultural que os naturais de Loriga continuam a querer conservar e a manter bem viva esta maneira popular do Loriguês.
Vocabulário de Palavras *
-Abaléu - abalou -Espicharrado - deitado sem coerência
-Abelhudo - curioso/atrevido -Esprugar - descascar/batatas
-Abrólio - que fala muito -Esqueixada - côdea da broa levantada
-Àcata - à procura -Esterlicada - muito magra
-Acarta - carrega -Estiado - parou de chover
-Achadiço - esquisito -Estremunhado - estonteado do sono
-Acoitar - abrigar/proteger -Estrotegar - torcer/pé
-Adezabelhar - a fugir -Estrumeira - local/colocar estrume

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-Afonicar - estragar -Esturricada - queimada/torrada


-Aforricou - estragou/chapéu de chuva -Fariseu - mau
-Afunda - fisga -Farregodilhas - traquino/mexido
-Agaçar - atiçar -Farrumbam - arrogante
-Agancha - arame/conduzir um arco -Fedelho - traquino/ pequeno
-Aganchar - elevar/subir -Fedor - mau cheiro
-Agarimar - proteger -Fedúncio - reles
-Aiche - pequeno ferimento -Flexo - traque
-Airoso - simpático -Fervedor - vasilha do leite
-Alacrário - lacrau -Fervelo - impaciente
-Aljabardado - mal feito -Forcalhas - fintas
-Altarrão - muito alto (rapaz) -Fragas - rochas/granito e Grandes
-Altarrona - muito alta (rapariga) -Fuderices - bisbolhetices
-Aluquete - cadeado -Funda - fisga
-Alvadiço - atiradiço -Funfar - choramingar
-Alveirada - deixou de chover -Furda - loija do porco
-Amerzundado - instalado/não fazer nada -Gadelha - cabelo grande/despenteado
-Amorcegado - ensonado -Galheta - rasteira
-Amolancadas - amuladas/estragadas -Galho - ramo
-Amulagado - amolgado -Garnacha - aguardente
-Anafiar - arranjar-se/vestir bem -Girigota - dum lado para outro
-Ancho - vaidoso -Girom - vai embora
-Andrilhas - carregar(pessoas)ombros -Gosma - interesseiro
-Ao calhas - qualquer maneira -Grolda - falar muito
-Apilarado - bem trajado -Guieira - aragem fria
-Apoquento - aflijo -Guimpar - gemer/sofrimento
-Aqueitar - abrigar -Hirejo - ateu
-Arangar - a dizer/resmungar -Imonado - entufado
-Arreliado - zangado -Impar - gemer continuamente
-Arremedar - imitar -Inda - ainda
-Arremelgado - com sono -Incóspia - ordinária
-Arrenegar - aborrecer -Ingrimanço - pessoa desluzida
-Arriaga - mal vestido -Inemigo - inimigo
-Assorriar - fazer troça -Inté - até
-Atão - então -Jabardo - sujo, porco
-Atinor - à sorte -Já pinta - cor da cereja
-Atizanar - enervar/irritar -Jinela - janela
-Atoleimado - tolo -Lá veu - lá vou
-Atramoucado - bruto/doido -Lambada - chapada
-Atroado - louco -Lambão - comilão
-Aturo - aguento -Lambisgóia - pessoa espantada
-Augada - chuvada -Lamuria - choramingueira
-Augado - triste, insatisfeito -Lapacheiro - sujidade (lama/liquídos)
-Augua - água -Laréu - conversar

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-Aventar - deitar fora -Laurear - vadiar


-Aversas - ao contrário -Lavadeira - joelheira/lavar o chão
-Avezados - habituados -Lanzeira - cotão/fazenda
-Badalhoco - muito sujo -Lesma - escarro grande
-Bachicar - molhar com água -Lêvedar - fermentar
-Bácaro - porco -Leva Mécha - vai depressa
-Baceira - gorda -Ligo - falo
-Baieta - barbeiro -Lixado - encravado
-Bailique - construção abarracada -Loijão - cave debaixo do sobrado
-Balcão - escadaria de pedra -Lombeirão - Preguiçoso
-Banquinha - mesinha de cabeceira -Lôrpa - comilão
-Baraço - corda fina -Malina - mau cheiro
-Barandão - malandro -Malcriado - mal educado
-Barduça - nevoeiro cerrado -Maldrácia - maldade
-Barrela - limpeza completa -Maleitas - males
-Basto - espesso -Malhão - queda
-Bátega - chuvada -Malhada - grande campo cultivo
-Bate-cú - cair de cu -Malões - malas grandes
-Batucar - bater à porta -Maltez - rebelde
-Batureco - bocado de terra -Malvadez - maldade
-Barriga de alqueiro - barrigudo -Mardocarmo - Maria do Carmo
-Barromão - vadio/vagabundo -Mariar - tingir
-Barrunceira - barreira -Marreco - pato
-Bedelho - pequeno "um centavo" -Márronia - mau feitio
-Beijinhas - vagens/feijão verde -Marrual - traquina
-Beirito - um pouco (liquido) -Martóla - cabeçudo
-Beiro - um golo café -Mê - meu
-Beirolar - chuver pouco -Mecha - dinheiro
-Berleca - suja -Medrar - crescer
-Berreiro - chorar muito -Melena - cabeleira grande
-Bico d´obra - coisa difícil -Mestrunço - mal feito
-Biscalhito - pedaço muito pequeno -Meixo - mocho
-Biscalho - pedaço pequeno -Meixão - papula na pele
-Bichos carpinteiros - não parar quieto -Meixões - fridas
-Mécha - dinheiro (ou velocidade)
-Biscórdia - pessoa interceira
-Miga - petisco
-Bocana - chorar muito alto
-Migalho(a) - pequena porção
-Boche - cão/chamamento
-Miscaros - cogumelos
-Bofes - pulmões
-Missagras - dobradiças
-Bolsa - pessoa baixa e gorda
-Miúfa - medo
-Bonrar - faltar à palavra
-Mixordeiro - provocador
-Borda - local menos fundo num poço
-Mocotó - mal arranjada
-Borleca - porca
-Mocho - triste/calado
-Borna - morna
-Mogueiro - pessoa/atrazada
-Borrar - sujar

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-Borralha - cinzas -Moinante - vadio


-Borrega - ferimento com pus -Monco - ranho
-Bosta - excremento de vaca -Mosca - jogo
-Bostela - crosta de ferida -Mouca - surda
-Bota - deita -Murça - cabelo grande
-Botelha - abóbora -Nagalho - baraço atar sacos
-Braveira - chorar muito (feroz) -Nalgadas - palmadas/nalgas
-Breter - derramar -Neite - noite
-Briol - frio -Odepois - e depois
-Broca - mentira -Óculos - Anilhas de lata (jogar)
-Broxa - prego pequeno -Onte - ontem
-Brutamontes - mal feito -Pagem - amigo(a) companheiro(a)
-Bulha - zaragata -Pacóvio - sem maldade
-Bulir - mexer -Paleio - conversa
-Bugia - fogão de ferro/aquecimento -Palitos - fósforos
-Bugiar - vai passear -Pão Miado - pão de centeio
-Burra - taleiga de dinheiro -Papalvo - parvo
-Burrega - bolha -Passéu - passou
-Busineira - vento forte -Pau de bico - jogo de pau
-Cacarécos - apetrechos/móveis/casa -Páz D´Alma - desenteressado
-Cachipom - jarro flores -Peçonha - jogo/agarrar
-Cadeias - corrente, de segurar panela da lareira -Pedra (escola) - lousa
-Caganátias - excremento/coelhos/ratos -Peisé - pois é
-Caganeira - diarreia -Penca - nariz grande
-Cagalhoeiro - não guarda segredos -Pelanquim - varanda
-Cagueiro - cu grande -Pelar - queimar/escaldar
-Calcamunhas - palerma -Perdigoto - Salpicos de saliva
-Caldo - couves -Perguntar - procurar
-Cança - asma/bronquite -Perrice - chorar muito/irritado
-Carcódoa - Casca do pinheiro -Pertelinho - muito perto
-Chastar - deixa-estar -Pessinar - benzer
-Calhão - parte mais funda dum poço -Peteirar - guerrilhar/brigar
-Calhandro - bisbilhoteiro/mal dizer -Pia abaixo - por aí abaixo
-Calhandrona - bisbilhoteira/má -Pia acima - por aí acima
-Calhau - pedra grande -Picareto - gelo/bico aguçado
-Cachimónia - cabeça -Pichote - sem valor
-Cachipom - Vaso/flores (vidro) -Picissão - procissão
-Chafardana - viatura/velha -Pinguitos - pingos/chuva
-Cagalhoeiro - não guardar segredo -Piórca - poço/ água suja parada
-Calhoada - pedrada -Pirísca - velocidade/rapidez
-Calhorras/Feijocas - feijão grande -Pirralho - pequeno
-Camangulão - vadio/vagabundo -Pirrolito - bebida (gasosa)
-Cambado - baldio -Pisco - comer pouco
-Caminete - camioneta -Pitróleo - petróleo

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-Cancha - dar um passo largo -Piqueno(a) - pequeno(a)


-Canudo - bolas/termo de irritação -Planeiro - enjoada/branca/magra
-Carvalhó - queda/cambalhota -Poaceira - poeira
-Casquilho - objectos plasticados -Postigo - janela pequenina
-Catancho - catrino -Proente - vaidoso
-Catrapiscar - espreitar -Prozápia - vaidade
-Cavalete - escadote -Pujeca - vagina
-Chaleira - cafeteira -Pugês - miúdo/pequeno
-Chamuscar - queimar ao de leve -Putéfia - mulher dissoluta
-Chapinhar - bater na água -Quedar - parar
-Cheirete - mau cheiro -Quêdo(a) - parado(a)
-Cheiriço - chouriço -Queicho - coxo
-Cheiroso - namorisqueiro -Queirela - courela
-Chícharos - feijão frade -Queisa - coisa
-Chicória - Bica (café) -Queixa - acusar
-Chisneira - aragem -Queixito - bocadito, pedacito
-Chiqueiro - lixo -Queizito - pedacito, bocadito
-Chiqueirada - lixeira -Quelha - rua estreita
-Chusma - muito/montão -Quezilha - hábito/maneira/modo
-Chuviscar - beirolar -Quilhado - prejudicado
-Codito - pequeno pedaço de pão -Quinapos - chinelos/pano
-Coirão - ordinária -Quinhão - porção/parte
-Combaro - muro/courela -Quinté - que até
-Cómicada - comédia/palhaçada -Rabecada - raspanete
-Compinchas - más companheiras -Rabadela - vento forte
-Corada - branquear ao sol/roupa -Rabicho - rabo
-Corrécio - indisciplinado/vadio -Raro - espaçado
-Corrilório - sempre andar/atarefado -Rapa barbas - vento gelado
-Courela - leira de cultivo -Rebisco - jogo de esconder
-Courelita - Leira/cultivo m/pequena -Rede-curre - certo jogo
-Cramunha - fazer barulho -Relêgo - calma, cuidado
-Crolório - feitio -Rendizio - arco de peneu e ferro
-Cruzeta - cabide móvel -Respigo - pedaço de cacho de uvas
-Cueiros - fraldas de pano -Respo - excremento
-Cum ou Co - com -Reluzir - brilhar
-Curgimão - pessoa indesejável -Rilhar - trincar carne dura
-Cusapeiro - rabo/cu grande -Ripote - gato preto
-Cuspinho - cuspo/saliva -Rixa - jogo
-Custil - Armadilha de arame -Rodilho - pano (Cozinha)
-D'algum - de algum -Rodilha - argoa pano (Cabeça)
-Danado - alegre/vivo/esperto -Roçar - esfregar o chão
-Debrucar - virar um objecto -Saibete - sabor ligeiro
-Degredo - problema/complicação -Salsear - sujar
-Deido (a) - doido (a) -Sassericar - não estar quieto

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-Depéis - depois -Sedente - herpes


-Derramado - chatiado -Selamurdo - calado
-Derrancado - esperto/vivo -Senhã - senhora
-Desancar - palmadas no cu -Sertã - frigideira
-Desavergonhado - mau -Solapada - admirada/surpreendida
-Desfeiáda - não bonita -Soltura - diarreia
-Desobrigar - confessar (Quaresma) -Sonso - fingido
-Despertina - esperta (sem sono) -Sostro - corpo dorido
-Destrambulhado - sem juízo -Sumisso - desaparecimento
-Desvão - sótão -Tagarela - falador/gabarola
-Dinqueiro - nu -Taleiga - saca de pano
-Eite - oito -Talisca - buraco na parede
-Eitra - outra -Tareca - esperta/faladora
-Eixo - jogo crianças -Tarrela - limpeza mais apurada
-Eléctrico - fezês nos regos água -Tartameija - pouco desenrascado
-Embarricar - jogar p´ra sitios dificeis -Tarrisada - risada
-Emgadelha - sem chapéu -Teituçada - tropeçada
-Em nenhures - nenhum -Tepetada - bater no pedra (descalço)
-Encagaitado - bem vestido -Tertameija - tímido
-Encarolar - ficar rijo (feijão/grão) -Tiseira - tesoura
-Enchixarrado - vaidoso -Testo - tampa/panela
-Encrenca - que arranja problemas -Tísica - magra/doente
-Enfadado - cansado -Tezicar - arreliar
-Enlazeirado - cheio de frio -Tóino - António
-Ensertado - aberto -Torquês - alicate
-Esbaguchados - frutos rebentados -Trambolho - mal feito
-Esbarroncar - queda dum muro -Trambêlo - juízo
-Esbijar - esticar/tecido -Trambuzineira - vento forte
-Esborralhar - desmanchar/ruinas -Tramenho - solução/geito
-Esborrecar - sujar/roupa -Trampa - excremento
-Esbreicelada - loiça partida/esmurrada -Trapaceiro - alterar/conversa
-Esbrinçar - partir loiça -Trazido - que trás
-Escairado - inflamado (nariz vermelho) -Trelecas - conchas, conquilhas
-Escaleira - escadaria/balcão -Treletar - falar muito
-Escanchada - pernas abertas -Trelincar - som das campainhas
-Escarafunchar - mexer -Tremplas -panela lareira(três pernas)
-Encaramelado - enregelado -Trêpelos - grelos
-Escarrolada - bem lavada/roupa -Trigamilho - pão de trigo
-Escurece - fica noite -Trilhar - comer
-Escurrupichar - beber o resto -Trinque - chaves da porta
-Esgaziado - conduzir depressa -Troca Tintas - trapalhão
-Esguelha - de lado -Troncamaronca - à toa
-Esfeijoar - queda aparatosa -Trôpesso - andar com dificuldade
-Engalinhado - cheio de frio -Turquês - Alicate

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-Umbela - chapéu (chuva/sol)


-Esmoer - fazer a digestão -Xé-xé - maluco
-Esmangualado - deitado ao comprido -Xi Coração - abraço forte
-Esmoucado - ferido/queda -Vagens - beijinhas
-Ensopado - todo molhado -Velar - adorar
-Espertel - esperto (a) -Veneta - fúria
-Ventaneira - vento forte
(Aqui Registado em 2001) (Última ctualização + palavras Outubro 2012) (Total de palavras aqui inseridas * 467)
***
I - Linguajar em "Loriguês"
-Ele é um barriga de alqueiro - Ele é uma pessoa barriguda
-Olha vai bugiar - Olha vai passear
-Está com o nariz escairado - Está com o nariz inflamado
-Anda aqui aqueitar-te - Anda aqui abrigar-te
-Ouve lá uma queisa - Ouve lá uma coisa
-Noutro dia ias pia cima - No outro dia ias para cima
-Ficastes quêda ali a falar - Ficastes parada ali a falar
-Dei cá um malhão - Dei cá uma queda
-São cá uns Marruais - São cá uns traquinas
-Outra queisa - Outra coisa
-Ele inté já lá entra - Ele até já lá entra
-Está uma ventania quinté mete medo - Está uma ventania que até mete medo
-Esta cheiriça é muito boa - Esta chouriça é muito boa
-Está todo apilarado - Está todo bem trajado
-O teu filho está a medrar - O teu filho está a crescer
-Ainda agora por aqui passéu - Ainda agora por aqui passou
-Vai à desobriga - Vai confessar-te (Quaresma)
-Cheira ao rêspo de gato - Cheira a excremento de gato
-Está muito ancha - Está muito vaidosa/satisfeita
-O meu homem já abaléu - O meu homem já abalou
-É uma tareca da praça - É uma faladora da praça
-Vai com uma mexa - Vai com muita pressa
-Foi uma tarrisada - Foi uma risada
-Vou pia abaixo - Vou para baixo
-Vou pia acima - Vou para cima
-A vaca esfeijoou-se do combaro - A vaca caiu do combaro
-Está cá um tertameija - Estas cá um tímido
-Que boga - Que interessa
-Olha vai bugiar - Olha vai passear
-Deu cá um bate-cu - Caiu de cu no chão
-Dei cá uma topetada - Bati com os dedos do pé
-Bota fora - Deita fora

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-Não te ligo-Não te falo


-Ficou ao laréu - Ficou à conversa
-Andas-me sempre atizanar - Andas-me sempre a enervar
-Ele anda por aí a catrapiscar - Ele anda por aí a espreitar
-Vendes lá vós - Vejam lá vós
-É uma deida - É uma doida
-É todo airoso - É todo simpático
-Não tens tramenho nenhum - Não tens jeito nenhum
-Tens cá um crolório - Tens cá um feitio
-O que está arangar - O que está a dizer
-Ade ser um espertel - Há-de ser muita esperta
-Vai acartar as batatas - Vai carregar as batatas
-Estás uma mocotó - Estás uma mal arranjada
-É um degredo para ele comer - É um problema para ele comer
-Oh seu camangulão - Oh seu vadio
-O menino tem soltura - O menino tem diarreia
-Faço cada forcalha - Faço cada finta
-Toma lá o teu quinhão - Toma lá a tua parte
-Olha que está a pelar-me - Olha que está a queimar-me
- Já lá vem o Inemigo!!! - Expressão usada quando a névoa começava a baixar da serra em direcção ao vale

II - Outros Termos no Linguajar em "Loriguês"


-Parece o Doutor da mula ruça
-Tem bichos carpinteiros
-Tens cá uma murça
-Parece que não quebra um prato
-Para onde vais?... Vou para o Gundufo
-Anda com os calores da Tia Tabaca
-Amasse que é Pão Miado
-É mesmo uma incóspia
-Está cá com um berreiro
-Ele é derrancado para a brincadeira
-Olha!.. Foi ao Baieta
-É uma cozinheira do azedo
-Espera, que não queres ir p´ra cavada
-Está mesmo um arriaga
-Vai todo enchixarrado
-Estão sempre assorriar
-Tem cá uma gadelha
-Ele está augado
-É um pirralho
-Já lá vem o Inemigo!!!
-Tem só conversa fiada
-É cá um fariseu

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-Vai cá com uma mexa


-Ena!.. Que perrice
-Olha vem deido
-Tens a roupa bem escarrolada
-Tem mesmo maldrácia
-De lotes para pi lotes
-Anda por tinor
-Fala pelos cotovêlos
-Mê Filho... a quem pertences
-É mesmo um pisco
-É mesmo uma camangulona
-Vem a neve ao cu do lobo
-És um fraca Xichas
-És mesmo um espalha brasas
-Ali vai o arrebenta calçadas
-Ouve lá oh coisa
-Oh coirão negro

****
Expressões populares Loriguenses

"Lorigada" "Lorigaitas"
Encontro de convívio e amizade entre loriguenses, Expressão popular que se aplica, concretamente
num almoço tradicional e unicamente com fora de Loriga, quando num encontro ocasional,
gastronomia de Loriga loriguenses, recordam a sua terra.
(Registado aqui - Ano de 2007)

História em Loriguês *
Diálogo imaginário, mas que podia ser bem real, ainda, há 30 ou 40 anos, numa das ruas de Loriga.
" - Ó senhã Marizé, já lá vai pia baixo?
- Péis lá véu cum Deus, mas cheia de maleitas. Sabe, estou aqui num sostro! O mê Tóino diz que é falta de óleo nas missagras.
- Ah! Acredito, acredito. Co este tempo assim! Anda lá uma barduça na serra. Já lá vem o Inemigo!!! Atão, até parece que os ossos ficam amolancados. É uma triste vida! E depéis corre
esta guieira, ficamos com o corpo encaramelado.
- É verdade Dos Anjos. Olha, inda onte fui apanhar um queixito de caldo p'ra fazer uma sopita e não queiras saber, veio uma trambuzineira qu'inté m'aforricou o chapéu. Isto é que vai uma
invernia! Deixa-me lá ir que já começou a beirolar, senão inda tenho que me aqueitar debaixo d'algum pelanquim.
- Vá cum Deus! "
* Recolha de Joaquim Pinto Gonçalves, publicada no seu Blog http://www.trovanossa.blogspot.com/
(Registado aqui - Ano de 2007)

Nomes de Famílias
Registo dos apelidos existentes em Loriga. Apesar de alguns destes apelidos serem muito vulgares entre os Loriguenses, isso não quer dizer que pertençam à mesma família.

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-Abreu -Farias -Macedo -Pinto


-Alves -Félix -Madeira -Pires
-Amaral -Fernandes -Marques -Plácido
-Amaro -Ferrão -Marta -Portela
-Ambrósio -Ferreira -Martins -Prata
-Antunes -Ferrito -Melo -Ramos
-Aparício -Figueiredo -Mendes -Ramalho
-Ascensão -Florêncio -Moenda -Reis
-Bastos -Fonseca -Moita -Ribeiro
-Brito -Freire -Monteiro -Romano
-Cabral -Galvão -Mota -Santos
-Calado -Garcia -Moura -Saraiva
-Cardoso -Gonçalves -Mourita -Silva
-Carreira -Gouveia -Neves -Silvestre
-Casegas -Guimarães -Nogueira -Simão
-Claro -Jesus -Nunes -Simões
-Coelho -Jorge -Oliveira -Varão
-Conde -Lages -Ortigueira -Veloso
-Constância -Leal -Paixão -Vicente
-Correia -Leitão -Palas
-Costa -Lemos -Paulo
-Crisóstomo -Lopes -Penas
-Cruz -Lourenço -Pereira
-Dias -Lucas -Pina
-Cruz -Luis -Pinheiro
(Registado aqui - Ano de 2003)

Adivinhas populares muito usuais em Loriga


Aqui se registam algumas das muitas adivinhas populares, desde sempre muito usuais em Loriga.
"Andava um rebanho de pombas
E passou um gavião E disse:
"À meia-noite se levanta o francês.
-Deus as salve cem pombas.
Sabe das horas, não sabe do mês. "Verde foi o meu nascimento,
"Qual a coisa qual ela E elas responderam:
Tem uma serra, não é carpinteiro; Mas de luto me vesti;
Que, mal cai no chão, -Cem pombas não somos nós.
Tem um picão, não é pedreiro; E, para dar luz ao mundo,
Fica amarela. Nós, outras tantas como nós,
Usa esporas, não é cavaleiro; Mil tormentos padeci."
E a quarta parte de nós
Escava no chão e não acha dinheiro."
Resposta:- Ovo E contigo gavião
Resposta:- Azeitona.
Cem pombas são."
Resposta:- Galo.
Resposta:- 44 Pombas
(Registado aqui - Ano de 2003)

Ditados populares ou provérbios

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A sabedoria popular está representada no que chamamos ditados populares ou provérbios. Aqui se documentam alguns desses ditados e provérbios, que sendo comum em outras regiões
do país, foram e são também muito usuais em Loriga.
-Casa roubada, trancas à porta. -Quem vai guerra dá e leva.
-Amigos, amigos, negócios à parte. -Quem estraga velho paga novo.
-Uma maca podre apodrece um cento. -A água tudo lava menos as más línguas.
-Em casa de ferreiro, espeto de pau. -Diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és.
-Migalhas também são pão. -Ninguém é profeta na sua terra.
-Grão a grão enche a galinha o papo. -Candeia que vai frente alumia duas vezes.
-Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo. -Guarda que comer, não guardes que fazer
-Gato escaldado de água fria tem medo. -Patrão fora dia santo na loja.
-Vale mais um pássaro na mão que dois a voar. -Gaivotas em terra, tempestade no mar.
-P'ra baixo todos santos ajudam. -A verdade é como o azeite: vem sempre "ao de cima".
-Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje. -Não contar com o ovo no cu da galinha.
-Quem dá aos pobres emprestam a Deus. -Chuva de verão não chega ao chão.
-Mocidade ociosa traz velhice vergonhosa. -Cão que ladra não morde.
-Se tem três, não o vendas nem o dês. -Vozes de burro não chegam ao céu.
-Se vires trovejar, põe-te a rezar. -Não te rias do teu vizinho que o teu mal vem a caminho.
-Junta-te aos bons serás como eles, junta-te aos maus e serás pior que eles. -Não há pior cego que aquele que não quer ver.
-De noite todos os gatos são pardos. -Em terra de cegos quem tem um olho é rei.
-Vão-se os anéis e fiquem-se os dedos. -Quem tem unhas é que toca guitarra.
-Quando a esmola é grande até o pobre se admira. -As conversas são como as cerejas.
-Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. -Deus escreve por linhas tortas.
-Não há mas sem senão. -Ano de missão, ano de perdição.
-A cavalo dado não se olham os dentes. -Quem cala consente.
-Mais vale tarde que nunca. -Orelha de gato, pé de cão e cu de gente nunca foi quente.
-Há males que vêm por bem. -Quem tem cu tem medo.
-Nem tudo o que luz é ouro. -Burro que geme carga que não teme.
-De pequenino é que torce o pepino. -Quando as comadres se zangam descobrem-se as verdades.
-Homem prevenido vale por dois. -Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer.
-Quem te avisa teu amigo é -Quem não guarda água nem lenha não guarda nada que tenha.
-Quem com ferros mata, com ferros morre -Até no mais fino pano cai a nódoa.
-O saber não ocupa lugar. -Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
(Registado aqui - Ano de 2003)

Respostas feitas
Na linguagem do povo existem variadas expressões populares que de certa maneira transmitem a idéia de respostas feitas de imediato, que usando-se em Loriga também tem expressão
por todas outras regiões.
- Que horas são?.. - Faltam dez reis para meio tostão.
- Tenho frio. - Embrulha-te no capote do teu tio.
- Tenho medo - Compra um cão negro.
- Queres estas todas?.. - E mais que fossem.
- Acertar agulhas - Fazer um acordo
- Tempestade num copo de água - Tornar pequeno acontecimento em grande

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- Não são contas do teu rosário - Isto não te diz respeito


- As duas por três. . . - De repente
- Não passa da cepa torta - Não evolui nada
- De cavalo para burro - De bom para mau
- Enquanto o Diabo esfrega um olho - Muito depressa
- Vai numa pé e vem noutro - Ir e vir depressa
- Tira-lhe o couro e cabelo - Tira-lhe tudo
- Por os pontos nos "is" - Por tudo certo
- Por tudo em pratos limpos - Por tudo esclarecido
- Na ponta da língua - Responder de imediato
- Chapa ganha, chapa gasta - Gastador, não tem regra no gastar
- Faz trinta por uma linha - Muito mexido irrequieto
- Não chega p'rá cova de um dente - É muito pouco
(Registado aqui - Ano de 2003)

O apelido "PINA"
De todos os apelidos que existem em Loriga, não restam dúvidas que o apelido "Pina" é dos mais comum, pesquisas levadas a efeito conseguiu-se saber as suas raízes e a sua
resenha que aqui registamos.
História do apelido Pina
Nome de raízes toponímicas, parece derivar da vila de Piña, em Aragão (Espanha).
Em 1288, Fernão Fernandes de Pina, veio para Portugal na comitiva de D. Isabel, noiva de D. Dinis e depois Rainha Santa Isabel. Fixou-se em Portugal, bem como seus filhos, que com ele
vieram, e através dos quais se transmitiu este nome, já aportuguesado em Pina, deles descendendo vários ramos da mesma família.
Usavam Emblema de Armas
Os Pinas do Norte, radicados especialmente na Guarda usam: de vermelho, uma banda de ouro carregada de um leão de azul e acompanhada de dois pinheiros verdes, arrancados de
prata e frutados de ouro. Timbre: uma cabeça de leão de ouro, saindo-lhe da boca um ramo de pinheiro do escudo.
Os Pinas do Sul, fixados particularmente em Montemor-o-Novo, usam: de vermelho, uma torre de prata, aberta, iluminada e lavrada de azul, assente sobre um monte de sua cor. Timbre: a
torre do escudo.
História do apelido Pina em Loriga
Em assentos paroquiais de Loriga desde 1560, não existia ninguém ou mesmo havia alguma referência ao apelido Pina, que só passou a ser referência a partir de 1713.
*
"Pina", é na verdade dos apelidos mais vulgares em Loriga, sendo mais que certo que este apelido teve origem numa senhora chamada Margarida Pinna, natural da localidade de Vinhó
concelho de Gouveia, que casou em segundas núpcias em Loriga, com um senhor chamado Manuel da Cruz.
*
Carlos Aragão de Pinna - nasceu em Vinhó concelho de Gouveia cerca do ano 1650, casou com Maria do Anjos e tiverem duas filhas
Primeira: - Catarina Pina, que foi baptizada a 5.8.1688 - (Cx 177-fol.98/v-rolo 716)
Segunda:- Margarida Pina, que nasceu cerca do ano de 1680 e casou com António Pedroso em 8.11.1699 (IANTT cX 177 - fol 11/V - rolo 716). Deste casamento, teve duas filhas Maria
de Pina e Isabel de Pina.
Margarida Pina. - Enviuvou e casou em segundas núpcias em 25.5.1713, com Manuel da Cruz, de Loriga, filho de Constantino da Cruz e de Isabel Gomes, ambos também de Loriga
(IANTT - cx 452. FOL 217 - rolo 868). Deste seu segundo casamento não teve filhos, falecendo em Outubro de 1745 (IANTT - Rolo 868)
Quando da vinda para Loriga, nos primeiros anos da segunda década do século XVIII, Margarida Pina trouxe com ela, as suas duas filhas, onde mais tarde vieram a casar.

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A partir de então deu-se inicio a dois ramos de apelidos PINA, que se foi desenvolvendo em outros muitos mais ramos da árvore familiar, tal como chegou aos nossos dias, na certeza de
que todos os apelido "Pina" em Loriga terem em comum Margarida Pinna, como a avoenga.
Árvore genética do apelido "PINA" em Loriga
Margarida Pinna

Maria Pina Isabel de Pina


- Baptizada em 1.3.1702, sendo seus padrinhos Manuel do
- Casou em Loriga por duas vezes. A primeira vez em Carmo e Maria Amaro Luis (IANTT - CX.452 - FOL 1, Rolo 867).
08/01/1719, com Manoel Francisco, filho de João Casou em Loriga a 10.5.1725, com João Gouveia, filho de
Francisco de Corgas e de Maria Jorge, ambos de Loriga Gouveia e Catarina Jorge, tendo falecido também em Loriga
(IANTT- FOL 233 e 234, Rolo 868. com todos os sacramentos em 20.1.1760.
(Não se sabe se houve filhos) Deste casamento resultou um filho chamado Manuel de Pina.
A segunda vez com António da Fonseca, Seguiram-se os descendentes entre outros, Manuel de Pina
Filho de António da Fonseca e Isabel Gouveia. Deste - António de Brito Pina - António de Pina Pires - Maria Tersa de
casamento resultou 9 filhos. Pina - Albano de Pina Melo - António de Pina Melo - António
Herculano Melo.

A partir daqui começa então a desenvolver-se as gerações que vieram até aos nossos dias e, que desta forma tem três séculos de existência o apelido "PINA" em Loriga. Desta geração
actual está incluído o autor desta Homepage, que tudo leva a crer pertencer à linha de descedência de Maria Pina.
(Registado aqui - Ano de 2008) (Extratos de Pesquisas:- Dr. António Herculano da Paixão Melo)

Outros apelidos muito vulgares em Loriga

Pode-se também dizer com quase a certeza, que outros apelidos também muito vulgares em Lorigas e muito antigos são eles, o "APARÍCIO", o "FERNANDES", o "BRITO", o "MENDES",
o "GOUVEIA" e o "GALVÃO".
(Registado aqui - Ano de 2012) (Extratos de Pesquisas:- Dr. António Herculano da Paixão Melo)

Poema dedicado a Loriga *

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Telhados Velhinhos
A roupa a secar
A neve caindo
Crianças sorrindo
E a gente a cantar
Hó terra tão linda
Que há que não diga
Saloias da serra
E cristãs da terra
É assim Loriga
Disse uma graça na ponte
Corre veloz até à fonte
E chega logo à "Carreira"
Lá vai ele como louca
Andando de boca em boca
Percorrendo a terra inteira
Dizem que a aldeia é grande ve lá
Mas se é grande não parece
Na rua é um formigueiro
Desde a ponte à "Carreira"
Toda a gente se conhece
* Eugénio Luís Pina dos Santos. -Emigrante loriguense na Alemanha, que apesar de estar longe não esquecia sua terra. Poema dedicado a Loriga, publicado no Jornal "A Neve" (Março 2003) a pedido do mesmo, pouco tempo antes do seu falecimento.
(Registado aqui - Ano de 2008)

Origem dos nomes


Documenta-se aqui a origem dos nomes próprios usuais em Loriga, uns mais vulgares que outros.

- António (a) - - Ana -


Este nome poderá ter a sua origem no latim "antonius" (inestimável) ou no grego Do hebraico "hanna", que significa graciosa. Consciente das
"antheos" (flor). António reflecte uma personalidade frágil e de grande dependência responsabilidades, pode à primeira vista parecer um pouco fria. Porém, o seu
afectiva para quem constituir família é a principal meta. Dono de uma grande coração pode ser quente, mas de uma forma selectiva. Prefere a solidão aos
imaginação e sensibilidade, o mundo em que vive é só seu. Os detentores do nome laços medíocres, a verdade às noções enganadoras. Ana é uma pessoa com
António procuram o equilíbrio, reagem de acordo com os seus sentimentos e têm um espírito analítico e moralizador, mas quando encontra um companheiro à
necessidade de agradar e de estabelecer laços de paz com quem os cerca. Gostam do sua altura defende o seu direito à felicidade com tenacidade. Trata-se de uma
belo e procuram o prazer. A sua faceta extrovertida encontra eco na forma como pessoa capaz, procura as coisas que duram e que tendem a melhorar com o
comunica. Os planos metafísicos exercem sobre ele uma grande atracção. tempo, a paz interior, a sabedoria e a serenidade.
- Adelino/a - - Alberto -
Tem origem no germânico "adal" (nobre) e "lind" (doce ou nobre serpente). No Deriva de dois termos germânicos, "adal" e "berth", que significa nobre célebre
feminino, podemos estar perante umas pessoas cujas características se assemelham às e/ou conselheiro dos espíritos. Estamos perante um pensador solitário que
do nome Adelaide, com a desvantagem de ser preguiçosa. A sua principal preocupação abomina os aspectos frívolos da vida. Trata-se de uma pessoa racional com
é a de encontrar alguém a quem entregar o seu coração. Já os Adelinos são pessoas uma grande capacidade de trabalho e que acredita apenas naquilo que vê.
preocupadas em atingir a estabilidade, que física quer psíquica, sendo esta Porém, na intimidade pode ser uma pessoa sentimental e na amizade é fiel.
característica a pedra basilar da sua existência. É um excelente lutador e as
adversidades da vida apenas servem para lhe aguçar a força de vontade.

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- Alfredo - - Alice -
Nome de origem germânica. Alfredo é um individualista convicto dono de um carácter Nome que deriva do germânico "adal" (nobre) e "haid" (estirpe). É geralmente
sensível e introvertido. Quando se apaixona, põe de parte a sua individualidade e pode inteligente e dona de uma imaginação fértil, muito embora a susceptibilidade a
chegar a fazer muitas concessões, sem que no entanto assuma qualquer compromisso. possa desequilibrar com facilidade. Pragamática e sensata no quotidiano,
Abomina os contratempos que o podem travar. jamais desdenha os prazeres que a vida lhe possa proporcionar.
- Álvaro - - Artur -
Do germânico Adalvar que significa nobre guerreiro. Este nome caracteriza uma pessoa Do celta Art (urso) e Ur (grande). A imaginação ocupa um lugar de destaque
com os pés assentes na terra e com um grande espírito de sacrifício. Todavia exige dos para o Artur que muitas vezes confunde os sonhos com a realidade. Tem uma
outros em proporção aquilo que lhes dá. Gosta comunicar, de dar conselhos e personalidade complexa e uma grande vivacidade de espírito. Vive o presente
empenha-se de facto em compreender as outras pessoas. Senhor de uma inteligência em busca do futuro, mas o passado pode muitas vezes reservar-lhe surpresas
aguda é também bastante susceptível relativamente às suas aspirações. À parte disso desagradáveis das quais tenta desenvencilhar-se. Encontra a realização e a paz
tem um bom sentido de humor. de espírito na arte.
- Carla/os - - Augusto/a -
Este nome tem origem no germânico "Karl" Nome que tem origem no termo latino "augustos", ou seja, aquele que é
- Carla - É uma mulher misteriosa e segura de si, que coloca a verdade acima de tudo. O majestoso, consagrado ou digno de veneração. Augusto é rigoroso e
mote "mais vale só que mal acompanhada" é neste caso uma realidade, dado que se combativo, por vezes, belicoso. É um estratega e um gestor de alto gabarito,
trata de uma pessoa que prefere estar sozinha a ter por companhia alguém medíocre. que assume as suas responsabilidades com prazer. Contorna e ultrapassa os
- Carlos - No latim significa "Homem" - Carolus, são homens viril e primam pela obstáculos que o limitam. Tem um coração generoso.
emotividade e tudo fazem para que gostem deles e os admirem, o que não é difícil dado Já Augusta é idealista, generosa e dedica-se com intensidade aos projectos ou
o seu encanto e convicção.Trata-se de uma pessoa pragmática e optimista, dotado de pessoas que escolhe. Poder ter algumas crises de identidade e angústias,
uma grande dose de criatividade. Apaixonado pela justiça, é geralmente um bom juiz. devido a contrariedades na sua contribuição para um mundo melhor.
- Beatriz - - Bruno -
Este nome pode vir do latim "brunus" ou do germânico "brun", que em ambos
Deriva do latim "beare", ou seja, aquela que traz felicidade. Inimiga da ociosidade, está
os casos significa moreno. Prima pela incoerência e tenta conciliar os seus
muitas vezes insatisfeita com este mundo. Sofre e revolta-se com as injustiça e a
ideais com a realidade que o rodeia, o que nem sempre é fácil. Todavia é um
miséria, pelo que só tem duas alternativas. A primeira consiste em encontrar o seu
dos poucos que consegue resolver este paradoxo. Dono de um pensamento
príncipe encantado, e espera na sua torre de marfim. A segunda alternativa é dedicar-se
analítico e profundo, não cede às soluções fáceis, factor que o resguarda dos
a uma causa que defenda dignidade humana. Seja como for, Beatriz vive em função do
azares da vida. Convicto e perseverante, não se deixa abalar pelo infortúnio,
amor, a única coisa que traz felicidade.
podendo muitas vezes atingir o sucesso.
- Eduardo/a - - Fernanda/o -
Deriva do latim Edwardus e do inglês Ead (rico) e weard (guardião) convergindo no
Provém do germânico e significa "audaz/atrevido". Indica uma pessoa
nome Eadweard. Significa guarda das riquezas e indica uma pessoa com muito talento
batalhadora, que leva até ao fim tudo aquilo que começa. Outras
e dinamismo. É uma pessoa que se realiza em trabalhos que a estimulem a pensar e a
características são as ideias inspiradoras e o amor à liberdade.
investigar.
- Fátima - - Gabriel /a -
Fátima - Provém do árabe e significa "a mulher perfeita". São meninas comunicativas, Nome de origem hebraica. É uma pessoa que impõe respeito às outras, sendo
que têm muita facilidade em estabelecer contactos. Adora mudanças, sobretudo as o significado deste nome de anjo "homem de Deus" ou "o meu protector é
que lhe permitem conhecer novas pessoas. Deus" . É um bom conselheiro e um excelente pai de família.
- Cristina - - Catarina -
É considerado o feminino de Cristus e deriva do latim tardio Christina. É, então, um Deriva do latim medieval Catharina e do grego Katharós, uma derivação do
nome de inspiração religiosa. Deriva do nome latino "Christina". A procura do nome da deusa Ekáte e significa "puro". Trata-se de um nome ao qual se
verdadeiro amor, orientada pela lealdade e dignidade, rege a sua existência. Ainda que atribui um espírito inseguro e sonhador. Vive de acordo com as emoções do
numa primeira análise possa parecer uma pessoa algo mundana, é no entanto dotada momento, o que lhe confere a particularidade de tão depressa estar contente,

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http://www.loriga.de/registos.htm

para a diplomacia e dona de uma grande curiosidade. Desta última característica como assustada. Joga a seu favor uma grande dose de intuição e de
resulta uma mulher que não se furta às aventuras mais ousadas. Uma mulher persistência, bem como uma excelente capacidade de persuasão e
carinhosa que todavia vai ao encontro dos mais básicos padrões de vida actuais. feminilidade.
- Carolina - - Paula/o -
Estamos perante mais uma derivação do nome "Carlos". As baptizadas com este
A menina corre o risco de não se destacar das outras, pois só presta atenção
nome evidenciam uma grande tendência para se integrarem bem na sociedade e de aí
àquilo que lhe suscita interesse. Paula significa "pequena". Já o menino que
alcançarem o reconhecimento. Senhora de uma personalidade excêntrica e de um
tem o nome Paulo, com o mesmo significado da vertente feminina, revela ser
temperamento original, acha essa mesma sociedade onde se insere conformista e
uma pessoa com um optimismo contagiante e muito ambicioso.
preconceituosa.
- Nuno - - Teresa -
É um nome de origem latina e deriva de "nono". É normalmente um rapaz que tem É um nome grego que significa "a caçadora" ou "a que veio da ilha de Tera".
uma grande necessidade de se afirmar enquanto pessoa, bem como de atender ao seu Indica uma mulher conformista. Contudo, supera o comodismo com a
ego exigente. Pode ser possessivo com a amada. facilidade que tem de dedicar-se ao estudo e ao trabalho.
- Francisca/o - - Manuel/a -
Significa "humilde/pobre". Não está definida a sua origem podendo ser um nome
Significa "Deus está entre nós" e indica uma pessoa que é o oposto de um
francês ou italiano. São pessoas de carácter firme e audaz, mas que demonstram
solitário, já que gosta de viver rodeada de amigos, tem um grande sentido de
alguns problemas nas relações sociais. Relativa/o aos franceses é o significado deste
humor, gosta de brincar e prima pela simpatia.
nome.
- Carmo - - Pedro -
São rapazes simples e extremamente disciplinados que procuram uma
Tem origem no hebraico Karmel e significa "jardim de Deus". Carmen, que é a
realização intelectual. Tem tendência para monopolizar as atenções. É um
diminuição de Maria del Carmen. Vive a vida com amor e trata-se de uma mulher
nome que deriva do latim e significa "que é firme como uma rocha" ou
sedutora e bastante sociável,
"pedra".
Laura - - Helena -
Significa "coroa de folhas de louro" e indica uma pessoa que não necessita Significa "luz" e revela uma pessoa que parece estar a olhar para dentro de si
esforçar-se muito para ser amável e agradável com os outros. própria, em busca da sua verdadeira personalidade.
- Maria -

É um nome hebraico com vários significados: a vidente ou a profeta, a estrela do mar, a eleita, a
senhora. Existem vários nomes compostos com Maria: Maria de Fátima; Maria Imaculada; Maria de
Jesus; Maria José; Maria de Lurdes; Maria do Rosário; Maria da Conceição; Maria das Neves; Maria dos
Anjos; etc. É uma rapariga serena, caseira e muito rigorosa com os próprios erros. Tem grandes
ambições e sabe renunciar e viver só.
(Registado aqui - Ano de 2008)

Loriga & Sacavém

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http://www.loriga.de/registos.htm

Laços de união a todos os niveis, tem unido desde sempre


estas duas localidades.
*
Nas décadas de 1950-60 era significativo o grande
número de Loriguenses a viverem em Sacavém,
considerado até por muitos:- uma Loriga em segunda
versão.
*
Em Loriga foi dado o nome de "Rua de Sacavém" a uma
das suas ruas.
Uma rua com o nome de Loriga passou também a figurar na Toponímia de Sacavém.
*
É em Sacavém que se encontra sediada uma das
Associações Loriguenses existentes fora de Loriga.
-A N A L O R-
Associação dos Naturais e Amigos de Loriga
Rua Sport Sacavanense Lote 30
(Quinta do Património)
2685 - Sacavém
Telef. 21/9417640 - Fax. 21/ 9400515

e.mail: analor@netcabo.pt

É da Propriédade, Administração e Redação da ANALOR


o Jornal "Garganta de Loriga"
editado em Sacavém e que chega aos Loriguenses
espalhados pelo mundo.

e.mail: gargantaloriga@netcabo.pt

Em 1 de Junho de 1996
procedeu-se à Geminação de Loriga e Sacavém,
sendo nesse ambito assinado pelas respectivas Juntas
os acordos de cooperação.
(Registado aqui - Ano de 2008)

Rancho Folclórico Loriguense


Remota aos primeiros anos da década de 1950, quando gente de iniciativa da grande comunidade loriguenses sediada em Sacavém, resolveram criar o Rancho Folclórico Loriguense, que
foi criado com grande euforia, mas que veio a sobreviver relativamente pouco tempo, no entanto, durante o tempo que esteve em ativo, foi na verdade um êxito sempre muito solicitado
para abrilhantar eventos e festas, na região de Sacavém.

Pouco se sabe e poucos dados são conhecidos do Rancho Folclórico Loriguense em Sacavém, porque segundo se sabe deixaram de se saber da existência de registos e documentação,
por isso, talvez pelo facto de ter estado activo muito pouco tempo.

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http://www.loriga.de/registos.htm

Ano 1952
Primeiro Rancho Fólclorico Loriguense em Sacavém, com os nomes de todos o elementos

**
Canção de Loriga
Loriga escuta teus filhos Coro Esta voz que nos anima
Que te querem visitar Loriga, é tão linda a nossa terra É para nós nosso querer
Com canções e estribilhos Loriga, não há para nós outra igual Em cada verso, um rima
Que te querem vir saudar Loriga, és a estrela da serra Para cantar-te até morrer

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http://www.loriga.de/registos.htm

São saudades dos ausentes Querida terra tão amada


Que sempre recebes bem Mais linda de Portugal És toda a nossa paixão
Que te trazem como presentes És por Deus abençoada
Saudações de Sacavém Loriga do coração

Canção cantada pelo Rancho Fólclorico Loriguense em 1952


(Registado aqui - Ano de 2003)

Não existe nada igual *

I V IX
Para rever a minha terra Caixão da moura e os poços Do Reboleiro lembranças
Pensei sobre ela falar Até a nossa ribeira Do Vinhô só recordar
Fica na encosta da serra São de Loriga são nossos Da Barroca outras andanças
É Loriga. É um altar Produtos de brincadeira Do passado é bom falar
II VI X
Da Portela do arão De beleza de penedas O que fica por lembrar
Até Loriga avistar E mesmo a Fonte do Vale A volta, o Porto e outros
Não é nenhuma ilusão Fonte do Mouro, Represas Poço Zé Lages, brincar
É lindo é de encantar São encantos sem igual Recordações de garotos
III VII XI
Paisagem que faz inveja Já penso no alto da serra Penso que está tudo dito

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http://www.loriga.de/registos.htm

Saudade que se sentia Penha dos Abutres, Gato E para mim foi um prazer
Em rever aquela igreja São coisas da nossa terra Solto agora o meu grito
De Nossa Senhora da Guia Bem lindas com neve e mato Deixem Loriga crescer.
IV VIII
Passando a Ponte Nova A Casa dos Ingleses
Todo o espanto que encerra E também o Surgaçal
Do trovador sua trova São encantos e belezas
Doa cantos à nossa terra Que não existe nada igual * José Ferreira
(Registado aqui - Ano de 2007)

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2010)

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http://www.loriga.de/banda.htm

Banda de Loriga

- Sociedade Recreativa e Musical Loriguense -

Morada
Avenida Padre António Roque Abrantes Prata
Solar da Redondinha
6270-107 Loriga
Telef.+ Fax. 238/951088
E.mail: s_m_loriguense@sapo.pt
Cont. Fiscal 500943370

Primeiros Apontamentos da Banda de Loriga


A criação de uma Banda de Música Filarmónica em Loriga, começou a surgir em 1904, passando a partir de então a ser assunto obrigatório das conversas dos
Loriguenses. Era grande a expectativa e o contentamento da população para que a existência da Filarmónica fosse uma realidade. Nesse mesmo ano começou a
dar os primeiros passos, no entanto, só em 1906, se veio a concretizar a sua fundação.
***
Fundada em 1 de Julho de 19065
Foram seus fundadores:- Mateus de Moura Galvão, Joaquim Gomes de Pina, Augusto Luis de Pina, Augusto Luis Mendes e António Cabral.
***
Outros Apontamentos de realce da Banda de Loriga
Ano de 1971
Atribuição da Ordem da Benemerência da República Portuguesa

Por Alvará de 5 de Julho de 1971, publicado no "Diário do Governo" n.º 174, 2.ª série, de 26/7/1971. Expedido pela Chancelaria das Ordens Portuguesas, aos 26
de Julho de 1971, N.º 2086, foi a Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, agraciada com o título de MEMBRO HONORARIO DA ORDEM
BENEMERENCIA, conforme se documenta.

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http://www.loriga.de/banda.htm

O Presidente da República e Grão - Mestre das Ordens Portuguesas


Confere à FILARMÓNICA LORIGUENSE, o título de MEMBRO HONORÁRIO da Ordem da Benemerência. Nos termos do Regulamento da mesma Ordem,
são-lhe concedidos as honras e o direito de uso das insígnias que lhe correspondem.
Dado em Lisboa e Paços do Governo da República, aos 5 de Julho de 1971.
O Chanceler da Ordem
Francisco de Paula Leite Pinto
Eram directores na altura - José Pina Gonçalves, Horácio Costa Pinto Ortigueira e Manuel Dinis Pereira. Era seu maestro António Luis de Brito.
***
Ano de 1979
AGREMIACÃO CULTURAL DE UTLIDADE PÚBLICA
Em 8 de Novembro de 1979, foi Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, legalizada oficialmente como sendo AGREMIACÃO CULTURAL DE UTLIDADE
PÚBLICA, pelo Decreto-Lei Nr.480/77, conforme consta do despacho publicado no Diário da República II Série Nr.95 de 24 de Abril de 1990.

Nota de Apontamento editorais


A Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, é sem dúvida das mais populares Colectividades de Loriga. A sua filarmónica é mesmo considerada a maior
embaixatriz desta harmoniosa e hospitaleira vila de Loriga e, a sua fundação teve como finalidade de através da música expandir a alma poética e musical do
povo loriguense.
Ao longo da sua existência hoje já centenária, a Banda tem actuado nos mais recônditos pontos do país e nas principais cidades. Vocacionada, como aliás a
quase totalidade das Bandas deste país, para as festas religiosas, que vai abrilhantando ao longo do ano, a Banda de Loriga procura, de há algum tempo a esta
parte, marcar presença em diversos acontecimentos de carácter eminentemente cultural que ocorrem um pouco por todo o lado. Foi deste modo que, a 1 de
Outubro de 1994, Loriga esteve representada pela sua Banda nas comemorações do Dia Mundial da Música, em Oeiras.
Também já integrou outros Festivais de Bandas, entre outros em Vouzela, Oeiras, Manteigas, Seia, Ericeira, Silvares, Vila de Carvalho, Fundão, Covilhã.
Obviamente, a Banda de Loriga fez diversas actuações durante todos estes anos, percorrendo os mais diversos distritos, onde se destacam também as
deslocações a Lisboa (diversas vezes), Coimbra, Viseu, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Figueira de Castelo Rodrigo, Trancoso, Meda,
Figueira da Foz e muitas outras cidades, Vilas e Aldeias de Portugal.
Não esquecendo em particular a ida aos Açores e também a deslocação ao Luxemburgo, inserida nas comemorações do dia 10 de Junho de 2005 (dia de
Portugal e das Comunidades) fazendo dessa forma a sua primeira internacionalização.
Em 1990 gravou pela primeira vez uma Cassete de música e em 2002 gravou também pela primeira vez um CD, que foram marcos importantes na história da
Banda.

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http://www.loriga.de/banda.htm

** **

1906 - Banda de Loriga com o seu primeiro uniforme


-Este primeiro uniforme foi arranjado por Joaquim Gomes e foi em casa deste que se efectuaram os primeiros ensaios.
-Apresentou-se pela primeira vez em público no dia da Festa da N.S.da Guia em 1906.

-Os primeiros instrumentos foram adquiridos por subscrição pública e custaram 456 mil reis.
-O primeiro regente da Banda, foi o músico espanhol João Martinez, que era operário dos Lanifícios em Loriga.

Recortes da História da Banda Filarmónica de Loriga


Primeiro concerto da Banda de Loriga num Coreto

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http://www.loriga.de/banda.htm

Foto provavelmente do ano 1906/1907, calcula-se mesmo ser a primeira foto da actuação da Banda num coreto. Foto tirada no Adro da Igreja, tendo sido construído para o efeito um coreto de madeira
bastante arcaico.
É de notar que nessa altura ainda não existia a Capelinha de N. S. de Fátima anexada na Igreja, que como se sabe foi construída a partir do altar do lado direito e, que foi dedicada a Nossa Senhora de
Fátima, provavelmente idealizado depois das aparições de 1917.

A Banda de Loriga Ano 1909-1910

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http://www.loriga.de/banda.htm

Ano de 1909-1910 - Foto tirada para homenagear (foto central) um dos fundadores da Banda, Joaquim Gomes de Pina, que tinha falecido nessa altura.

A Banda de Loriga Ano 1930

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http://www.loriga.de/banda.htm

Foto Ano 1930 - Alguns do elementos identificados:- Antº de Brito, Antº Carreira, José Elias Correia, José (Bernardo), Mário A. Pina, Mário M. Silvestre, Manuel P.Figueiredo, José G. Cruz, Antº L. M. Pina,
Antº G. Figueiredo, Augusto M. Silvestre, Antº (Barriosa)Maestro

A Banda de Loriga Anos 1942-45

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http://www.loriga.de/banda.htm

Foto de 1942-45 - A Banda de Fardamento azul e Boné branco


Esta é uma foto curiosa que aqui registamos, vendo-se aqui a Banda de Loriga com bonés em branco, à primeira vista pensa-se que fosse fardamento novo, quando na verdade não é assim. Este
fardamento era azul e já tinha uns bons anitos, os Bonés em branco são simplesmente forras brancas adaptadas em cada boné porque estes já estavam de botados pelos anos. A forra pregava atrás com
uma mola.

A Banda de Loriga Ano 1948

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Ano de 1948 - Foto tirada na Festa da Nossa Senhora da Guia dia 1 de Agosto - Foto especial por ser o ano do nascimento do autor desta página

1ª Fila sentados.José Elias Correia,João Dinis Pereira,António Alves Pereira (Galinha),António Nunes Ribeiro (Director), Manuel Gomes Leitão Júnior (Director), Valdemar Nunes de Brito (Director),
Joaquim Gomes Melo,Augusto Pinto Aparicio,António Brito Amaro,Augusto (Galinha) 2ª Fila,António de Brito Pereira (Maestro)José Gonçalves da Cruz,António Fernandes Conde,António Mendes Matias
(Fidão),António Moura Pina,José Simão,Emilio Luis Moura Pina,Augusto Marques Silvestre,António Luis Amaro,Herculano Luis Ferrão,Mário Marques Silvestre,Carlos Brito Lourenço,António Pinto
Ascensão.3ª Fila:José Pina Luis dos Santos,António Luis Moura Pina,José Alves Pereira,Carlos Luis Amaro,António Alves Pereira,José Menes Lages,José Duarte Gouveia,Mário Brito Ascensão,Albano
Dins Pereira.

Deslocações a pé
Recorde-se que até finais dos anos da década 1950, a deslocação para as festas realizadas na localidade da Cabeça e do Fontão, o trajecto era realizado a pé,
por montes e caminhos o que é fácil de compreender o espírito de sacrifício que os músicos faziam, que depois de tão grande caminhada lá chegavam e de
imediato prontos para tocarem os seus instrumentos, que se prolongava por todo o dia e no final confrontarem-se o mesmo trajecto a pé, para o regresso.

Para a localidade da Cabeça - A Banda percorria a pé cerca de 6 Km. o trajecto tinha o seguinte itinerário:- Rua do Porto, São Sebastião, Cemitério, Chão do
Soito, Campa, Costeiras, Tapada da Cabeça e finalmente a localidade da Cabeça.

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http://www.loriga.de/banda.htm

Para a localidade do Fontão - A Banda percorria a pé cerca 5 Km. o trajecto tinha o seguinte itinerário:- Barroca, Presa, Ribeiro da Ponte, Canada, Tapada do
Fontão, alto do Fontão e finalmente a localidade do Fontão.
***

- Foto de1932 -
A Banda na Freguesia da Cabeça

A sua primeira saída para longe de Loriga

É sem dúvida grande o historial da nossa Banda de Loriga, uma histórica rica de mais de um século de existência, que orgulham um povo, onde parece não haver
uma família loriguense que seja, que não esteja ligada à Banda da sua terra através de algum familiar.
Dando valor a tudo que se possa saber da história da nossa Banda, vamos aqui registar e ao mesmo tempo recordar a primeira saída mais distante da Banda de
Loriga em 1909 ou 1910, ou seja para a localidade de Tourais, que dista hoje de Loriga em cerca de 30 Km.

"Poucos anos depois da fundação da Banda, esta foi contratada para ir fazer um arraial e festa religiosa a Tourais (Seia). Loriga ainda não tinha estrada de
ligação até S. Romão. O facto não os impediu. Resolveram o assunto assim: 3 carros de bois enfeitados com bandeirinhas, e lá foram tomando o caminho em
direção às "Calçadas" percorrendo caminhos e estradas até aquela localidade, levaram um dia inteiro para lá chegar, mesmo saindo muito cedo de Loriga.
Logico que chegaram lá todos cansados, mas o arraial fez-se toda a noite. O regresso ao outro dia foi o mesmo transporte. Foi assim primeira saída mais
distante da Banda de Loriga" *

(* relato de Carlos Simões Pereira, na altura maestro da Banda apesar de ter apenas 18 anos de idade, tendo narrado esta história inúmeras vezes ao nosso amigo António Luís de Brito

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- Deslocação à Malhada da Sorda - - Uma das deslocações mais longe da Banda até aos principios da década de
1960 -

Foto - Agosto de 1962 deslocação da Banda a Miranda do Douro


Foto de1951 - Deslocação da Banda à Malhada da Sorda - Concelho de Almeida
Foi esta, a segunda deslocação mais longe da Banda Filarmónica até essa altura.
Registamos que nesta altura era o maestro António Ascensão e nesta deslocação foi também Recorde-se que a primeira deslocação mais longínqua que a Banda tinha feito até então, foi quando se
o grande maestro Carlos Simões Pereira para tocar Saxofone-Tenor à missa. deslocou a Lisboa - Sacavém em Setembro de ano de 1948.

Festa de homenagem em 1971


- Aos Músicos e maestros com mais de 25 Anos de actividade na Banda -

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Foto da Festa de homenagem realizada em Julho de 1971 com os músicos e maestros com mais de 25 Anos de actividade na Banda.
Da esquerda para direita: Augusto Silvestre, Augusto Aparício, Emílio Pina, Herculano Ferrão, António Conde, António Pina, Maestro Carlos Simões, Maestro António Pereira, José Lages, Mário
Ascensão, António Ramalho, António Amaro, Mário Silvestre.

Diversas Fotos no tempo

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A Banda Foto de 1937


Foto tirada junto da capela da Nossa Senhora Auxiliadora em Loriga

À frente sentados no chão:- (à esquerda) Carlos Reis Neves; (à direta) António Pinto Ascensão
1ª.Fila sentados:- (da esquerda para a direita) António da Costa Neves; José Gonçalves da Cruz; José Fernandes Ortigueira; António Cardoso Moura; António de Brito; António João Brito Amaro;
Augusto Luis Duarte Pina; António Cardoso Pina; Augusto Marques Silvestre;
2ª. Fila (meio) (da esquerda para a direita) Carlos Simões Pereira (Maestro) António Antunes Ramos; Eduardo Gonçalves dos Santos; António Gouveia Figueiredo; Manuel Pires Figueiredo; José Pinto
Ferreira; Emílio Luis Moura Pina; José Alves Galinha; José Elias Correia; Àlvaro Fernandes Conde; José Gomes Melo e António Moura Pina (Calçada)
3ª. Fila (da Esquerda para a direita) António Fernandes Conde; José Lucas Junior; António Moura Pina; Mário Marques Silvestre; Mário Alves Fernandes; José Mendes Lages; José Fonseca Fernandes;
Carlos Luis Amaro; António Mendes Lages; António Aparicio dos Santos e António Luis Moura Pina.
***

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A Banda - Foto Ano 1958


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A Banda - Foto Ano 1970


Foto tirada junto do consultório do senhor Dr. Andrade (Fonte do Mouro)

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A Banda - Foto Ano 1970-71

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Fotos referentes ao Ano de 1974


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A banda - Foto Ano 1986

Fotos que simbolizam datas Históricas

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1956 - Banda de Loriga no Ano das Bodas de Ouro da sua Fundação


3ª. Fila - José Alves Pereira; Fernando Alves Pereira; António Alves Pereira; António Moura Pina; António Brito Beja; Mário Brito Ascensão; José Fonseca Fernandes; José Mendes Lages; Antero Almeida
Figueiredo; António Fernandes Conde e Álvaro Fernandes Conde.

2ª.Fila (Meio) - António Brito Amaro; Augusto Marques Silvestre; Manuel Fernandes Aparício; Mário Lemos Conde; Mário Marques Silvestre; José Nunes Santos Portela; Carlos Luís Amaro; Mário
Mendes Pinto; António Luís Moura Pina; António Duarte Gouveira; Joaquim Gomes Melo; Herculano Luís Ferrão e Albano Alves Santos.

1ª. Fila (sentados) - Emílio Luís Moura Pina; António Mendes Lages; Mário Pires da Costa; José Nunes Abreu; José Simões de Pina; Joaquim Gonçalves de Brito; António Luís Amaro; José da Silva Pinto;
José Elias Correia; Augusto Pinto Aparício e de pé Mestre Carlos Simões Pereira.
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1982 - Banda de Loriga um ano depois da das Bodas de Diamante da sua Fundação
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2006 - Banda de Loriga no Ano do Centenário da sua Fundação

A deslocação a Vilar Maior


- Uma das Deslocações mais significativas -

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Todos os anos a Banda de Música de Loriga, actua em Vilar Maior, uma localidade situada no
concelho de Sabugal, junto à raia de Espanha, uma deslocação, que de certa forma pode-se
considerar a mais relevante ao longo do ano, fazendo mesmo, já parte do historial da Banda de
Loriga.
A deslocação da Banda de Loriga a esta pitoresca localidade de Vilar Maior, realiza-se se no
primeiro fim de semana de Setembro, quando da realização da Festa do Senhor dos Aflitos. Esta
ida da Banda a Vilar Maior já acontece a mais de 50 anos, o que é significativo e digno de registo,
sendo mesmo a deslocação mais prolongada efectuada pela Banda ao longo do ano, que ocupa
os três dias:- Sábado (partida de manhã) Domingo e Segunda-Feira, regresso à noite.

Aldeia de Vilar Maior

Na verdade à uma ligação profunda de amizade entre Vilar Maior e Loriga, onde ao longo
dessas dezenas de anos, foram criadas e alimentadas verdadeiras amizades entre a
população local e a população de Loriga, que ainda hoje se mantêm bem firme e bem acesa
e, que vai passando através das gerações, fruto também de tempos passados quando a
comitiva da Banda era distribuída pelas casas e famílias, que os recebiam de braços abertos,
como que da família fossem.
Com a Festa do Divino Senhor dos Aflitos, recorda-se também e sempre a Tragédia que
enlutou Vilar maior e a sua gente e, à qual os Loriga e os loriguenses se associaram desde a
primeira hora, com muitos loriguenses ainda hoje a recordarem com tristeza tal grave
acontecimento, quando explodiu o local onde se encontrava o fogo de artifício, originando seis
vítimas mortais e muitos feridos, local onde algum tempo atrás por ali tinha passado a tocar a
Banda de Loriga. Dizem depois os relatos dos músicos, que no meio de toda essa confusão
que se gerou, muitos não sabiam uns dos outros o que muito se temeu e originou muita
preocupação no seio da comitiva loriguense.
Esta tragédia pareceu fortalecer ainda muito mais esta amizade entre estes dois povos de
Vilar Maior e Loriga, os loriguenses desde os primeiros momentos se associaram à dor e ao
luto daquela gente, gesto que não mais foi esquecido pelo povo de Vilar Maior. Hoje ainda é
bem demonstrativo nos loriguenses, terem para com essa localidade situada na raia de
Espanha um carinho muito especial, que os músicos do passado foram transmitindo aos seus Era assin Vilar Maior, quando a banda ali começou a ir
descendentes e que continua bem firme em todos nós loriguenses de hoje.
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Quando a Festa virou Tragédia

Primeiro Domingo de Setembro de 1971. Celebração da Festa do Divino Senhor dos Aflitos de
Vilar Maior. Veio gente de todo o lado, sobretudo de França. De Lisboa também. E romeiros de
terras vizinhas. Já a banda de música tocara a alvorada e já haviam sido estoiradas muitas
dúzias de foguetes. As donas de casa preparavam o almoço da festa e já se sentiam no ar
cheiros de guizados de borrego e a canela de arroz doce. Muitos aprimoravam-se na higiene e
olhavam ao espelho a figura enfateada, enquanto maldiziam o desconforto dos sapatos a estrear.
A banda de Loriga, claro, executava marchas musicais pelas ruas ornamentadas, com a
garotada atrás dela e a mordomia feminina de cestos de vindima recolhia porta a porta as
oferendas para arrematação na quermesse. Era sempre assim, sempre assim fora. À porta da
Misericórdia os fogueteiros aprontavam foguetes juntando cartuchos de pólvora a canas num
ritual ordinário para os executantes mas que entretia alguns curiosos espectadores. Um destes
sentia-se ali tão bem, nesta manhã soalheira, que confessou mesmo:
- Já não saio hoje daqui!
Ao dizer isto cai uma cana dum foguete mal rebentado no ar e incendeia todo o monte dos que
os fogueteiros armaram e que leva ao rebentamento da grande tulha de fogo que se encontrava
Memorial em Vilar Maior à Tragédia de 1971
na denominada Casa do Sino.
A festa virou tragédia indescritível. Passaram 40 anos. Os homens continuam a festejar o Senhor
dos Aflitos. O que pode a fé!" (http://vilarmaior1.blogs.sapo.pt/)

Programas Comemorativos de datas históricas


Ano de 19565 Ano de 2006
Programa - Bodas de Ouro Programa - Do Centenário

Sábado, dia 1 de Julho

Pela manhã - Salva de 100 morteiros


17H00 - Recepção às Autoridades convidadas seguido do Acto Solene para assinalar o
centenário.
19H00 - Jantar Convívio do Centenário.
21H00 - Actuação da Banda da Armada (composta por 115 elementos). Concerto a realizar no
Largo do Santo António em Loriga.

Neste dia será também um momento alto com a estreia do novo fardamento da Banda.

Domingo, 2 de Julho

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10H00 - Romagem ao cemitério com a presença do Bispo da Diocese da Guarda


10H30 - Porto de Honra em comemoração do Centenário
11H00 - Missa Solene presidida pelo Bispo da Guarda D. Manuel da Rocha Felício
14H00 - Recepção na Av. Augusto Luís Mendes, às Bandas do concelho de Seia, que se
deslocam a Loriga, em visita de cortesia para apresentarem os parabéns.
17H00 - Concentração de todas as Bandas no largo de Santo António onde irão tocar em
conjunto a marcha do Centenário.

Alguns apontamentos de destaque na história da Banda de Loriga


-Durante estes longos anos da sua existência, muitos foram, e dedicados, os regentes que passaram pela Banda, dos quais aqui se mencionam os respectivos
nomes:
1906/07-Narciso Marques, músico reformado do exército; 1908/09-António Alves; 1909/14-Carlos Simões Pereira; 1915/21-António Alves M.Simão; 1922/24-
Carlos Simões Pereira; 1927/36-António Brito Pereira; 1937/41-Carlos Simões Pereira; 1942/48-António de Brito Pereira; 1949/53-António Pinto Ascensão;
1954/61-Carlos Simões Pereira; 1962/65-Antonio Pinto Ascensão; 1966/68-Carlos Simões Pereira; 1969/74-António Luis de Brito; 1975/77-Antonio Brito
Amaro; 1978/81-António de Brito Pereira, coadjuvado por seu filho António Alves Pereira; 1982/87-António Pinto Ascensão; 1988/89-Manuel Pancão Cola;
1990-José Augusto Malva Craveiro; 1991/1992-Jorge Manuel Reis Pereira; 1993/2004-Victor Manuel Brito Moura; 2004/2005-Jorge Manuel Reis Pereira;
2006/2008- Miguel Ângelo Almeida Gonçalves; 2008/Victor Manuel Brito Moura (actual).

***

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Fotos dos Maestros da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, ao longo da sua existência, apenas os naturais de Loriga

António Alves M. Simão (*18 +19 ) Carlos Simões Pereira (*1890 +1977) António de Brito Pereira (*1895 +1987)
Maestro da Banda (1915/21) Maestro da Banda (1927/36) - (1942/48) - (1978/81)
Maestro da Banda (1909/14) - (1922/24) - (1937/41) (1954/61) - (1966/68)

* * *

António Pinto Ascensão (*1920 +2005) António Luís de Brito


Antonio Brito Amaro (* 1912 +1984)
Maestro da Banda (1949/53) - (1962/65) - (1982/87) Maestro da Banda (1969/74)
Maestro da Banda (1975/77)
* * *

Victor Manuel Brito Moura


Maestro da Banda (1993/2004) - (2008/....)

Apontamentos complementares sobre os Maestros que passaram pela banda de Loriga


- Carlos Simões Pereira:- Foi o Maestro que mais tempo esteve ao serviço da Banda (cinco vezes) no total 25 Anos. Foi também o Maestro mais novo a reger a
Banda de Loriga, com 18 anos (Ano 1909).
- António de Brito Pereira, foi o segundo Maestro que mais tempo esteve ao serviço da Banda, (três vezes) no total 21 anos. Numa das vezes esteve 10 anos
seguidos.
- Durante cerca de 80 Anos (de 1909 até 1989), foram sempre Maestros naturais de Loriga a dirigir a Banda da sua terra.
- Victor Manuel Brito Moura:- Foi o Maestro que mais tempo seguido (total 12 Anos) esteve a dirigir a Banda de Loriga.

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- Desde 1989 que a Banda de Loriga tem sido sistematicamente dirigida por Maestros não naturais de Loriga. Nestes últimos 20 anos foram cinco aqueles que
dirigiram a Banda de Loriga.

Registo dos Presidentes


Foram muitos os Presidentes da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense ao longo do seu historial que aqui se registam
Século XX - (de 1906 até 1999)

Século XXI - (a partir de 2000)

Joaquim António Bonifácio de Almeida Fernando Ambrósio Pereira


(de 2008 a 2011) (de 2012 a 2014)

Joaquim António Bonifácio de Almeida


(de 2015 a 2017)

Está a proceder-se à actualização

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Registo documentados da Banda de Loriga

Cartão de Associado (Cartão de Identidade de Sócio) antigo, já com mais de 50 anos, com a curiosidade de se ver datada a fundação atribuída a 1905, que
segundo se sabe parece haver mesmo alguns dados a esse respeito, mas o que prevaleceu é a data da fundação a 1 de Julho de 1906, não se sabendo ao
certo o porquê.

Os Músicos mais antigos que passaram pela Banda de Loriga

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Mário Pires da Costa (1926-2009


É já uma referência na embaixatriz de Loriga, fez no ano do Centenário (2006) 56 anos ininterruptos como elemento da
Banda de Música, actualmente na condição de Porta Bandeira.
Nasceu em Loriga no dia 20 de Janeiro de 1926. Entrou para a Banda em 1950, tendo a sua estreia ocorrido no dia 7 de
Abril, na procissão da Sexta-Feira Santa (Enterro de Nosso Senhor) tinha nessa altura 24 anos. A primeira saída para fora
de Loriga aconteceu à Freguesia da Cabeça nesse ano de 1950, quando a Banda ali foi abrilhantar a festa da inauguração
da Igreja.
Começou como Caixa, depois Bombo, nos concertos tocava Bombo e Pratos, instrumentos que tocou durante décadas.
Um problema de saúde relacionado com o coração, levou que fosse proibido pelos médicos de tocar o bombo, passando
então novamente a tocar caixa e a partir de 2003, passou a ser o Porta Bandeira.
Ao longo de tantos anos como elemento de Banda, serão muitas as histórias e momentos que tem para contar, no
entanto, os momentos mais altos e que mais o marcaram, foi as idas da Banda aos Açores e Luxemburgo e também a
recentemente Festa do Centenário.
Recorda com saudade todos o mestre que passaram pela Banda, pelos quais teve sempre um carinho de amizade e que
ficaram para sempre no seu coração. Lembra os que já faleceram e com pena de não terem passado estas festividades
do Centenário.
Recebeu a Medalha de Ouro da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, a única distinção entregue a um musico
desde sempre na história da Centenária Banda Filarmónica de Loriga.

- Deixou a Banda no final do ano de 2008. Completando 58 anos como elemento da Banda de Música de Loriga, Mário Pires da Costa (2006)
Considerado o músico que mais tempo esteve ao serviço da Banda.

-Faleceu no dia 17 de Outubro de 2009 em Loriga, sendo sepultado no dia seguinte no cemitério local

***

Fernando Alves Pereira


Este bem conhecido Loriguense, levou mais de meio século de músico das Bandas Musicais, a sua presença parecia fazer já
parte, como referência, na Banda Musical Loriguense.
Entrou para a Banda de Loriga em 1950, com apenas 12 anos de idade. Como rara excepção, em que esteve alguns poucos
anos a tocar numa Banda de música da região, a maior parte de todos estes anos de músico, foram dedicados à Banda da
terra que o viu nascer e na qual sempre viveu.
Deixou a sua actividade de músico no final do ano de 2004, ficando para a história como o segundo músico que mais tempo
pertenceu à Banda de Loriga.

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Fernando Alves Pereira (Requinta)

***
Apontamentos complementares sobre os Músicos da Banda de Loriga ao longo dos anos
- Foi no ano de 1997, que pela primeira vez na sua história, a Banda de Loriga, passou a contar com elementos do sexo feminino.
- A primeira música da Banda foi a jovem Rafaela da Costa Pereira, para logo depois serem integradas mais três outras jovens:- Tánia Gomes de Pina; Ana
Cláudia Gouveia Aparício, Andreia Brito Garcia e Daniela Alexandra Pina Pereira..
***
João Martinho Pereira
Faleceu repentinamente João Martinho Pereira, conhecido músico da Banda Filarmônica de Loriga. O seu falecimento ocorreu no domingo dia 4 de Maio de
2008, quando de regresso da Banda a Loriga, depois da festa em GIRABOLHOS-Seia.
Recorde-se que este dedicado e cumpridor músico era Saxofone-Barítono e fazia parte da Banda de Loriga à 39 anos.

Elogio Fúnebre

Viemos acompanhar um amigo á sua última morada.

O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO.


O Senhor João caminhou connosco durante 40 anos, com sol, chuva, vento…
Conviveu com 10 Maestros, aperfeiçoando sempre os seus conhecimentos musicais.
Nada o impedia de levar o seu saxofone barítono a todos os lugares, alegrando o coração de todos os que gostavam de ouvir a
Banda Filarmónica.
Até que o seu coração o traiu, morrendo no passado domingo no final de mais uma jornada musical.
A cultura de Loriga ficou mais pobre.
Que a sua vida seja um exemplo para os mais novos na competência e dedicação com que sempre se entregou á causa da
música.

Paz á sua alma


João Martinho Pereira Até sempre João Serra
Nascido em 05/10/1943
Faleceu em 04/05/2008 Descansa em paz

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Ode ao Filarmónico da Banda de Loriga *

Vestes uma farda e não usas armas.


Com ela vestida, dá alegria e não temor.
E nelas tens escrito o nome de Loriga.
Vestes uma farda, e não és autoridade.
Com ela vestida utilizas uma arma,
Chamada instrumento musical,
Que em vêz de mortais balas,
Dele saem maviosos sons,
Que dão esperanças a um mundo melhor.
Tocando o teu instrumento,
Abres o coração das gentes,
Despertando nelas,
O encantamento, a felicidade,
E a doce ternura,
Do meigo sorriso das crianças.
Ès assim um embaixador de LORIGA,
Nas terras que visitas ou voltas a visitar,
Onde és recebido e acarinhado,
Com se fosses um ente querido, Foto -Década de 1970
Que anseia por tornar a vê-lo.
E todos os anos cumpres a tua missão,
Vestindo a farda da Banda de LORIGA.
Bem hajas filarmónico, que te não cansas
Do bem fazer, com o instrumento que tocas,
Levando contigo a alegria, o amor e reconforto,
A tantos e tantos deserdados,
E humildes como tu,
Suavizando-lhes com a música que executas,
O travo amargo deste mundo cão,
Em que vivemos.
Vão para ti, filarmónico da Banda de LORIGA,
Todos os louvores e gratidão que mereces.
São para ti o reconhecimento,
È valor que te enobrece.
Honra pois a música que te inclementa
Honra a farda da Banda de LORIGA, honra.
Honra a terra que te serviu de berço, honra.
Que por orgulho, LORIGA te contempla.

* Mário Gonçalves Cruz (1928-1999) Foto - 2009

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(Um dos maiores bairrista Loriguense)

Alguns Apontamentos de Registos:


A Sociedade Recreativa e Musical Loriguense está inscrita na Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio.
***
Outros Apontamentos de Registos:
-De entre as colectividades de Loriga é, sem dúvida a Banda Filarmónica, a maior embaixatriz, de Loriga, pelo brilhantismo e qualidade das actuações onde quer
que se desloque prestigiando, assim, o nome da sua terra.
*
-Essencialmente vocacionada para Festas Religiosas é, ao longo do ano, solicitada por muitas localidades, sendo raro o mês que não abrilhante com a sua
presença as Festas locais. No entanto, quando solicitada, procura também marcar presença noutros eventos, nomeadamente de índole cultural.
*
1925/1926 - Anos em que a Banda Filarmónica esteve sem actividade.
-Com a saída para a África, do senhor Carlos Simões Pereira, então o regente, a Banda esteve sem actividade, inclusive mesmo encerrada.
Os instrumentos e o fardamento foram "encaixotados" e entregues à Junta de Freguesia, mas no ano seguinte e por iniciativa do senhor António Brito Pereira
(António Barriosa) a Banda voltou a abrir as suas portas e à sua actividade normal, para contentamento de toda a população.
*
-Foi em Setembro de 1948 que, pela primeira vez, a Banda se deslocou até junto da grande Comunidade Loriguense residente em Sacavém, onde fez parte do
programa da Festa da Nossa Senhora da Saúde, que ali se realiza anualmente.
*
-Boletim "A Voz da Banda" - Publicado a partir de 1983, com pouca duração.

As deslocações mais longínquas na Históra da Banda


A Banda nos Açores (Ano1999)
Realizou-se em Julho de 1999, uma deslocação aos Açores. Foi a primeira deslocação, para fora do Continente, da grande embaixatriz de Loriga, que se traduziu
num enorme êxito. A actuação da Banda de Loriga na Ilha de S. Miguel nos Açores ficou a dever-se ao esforço e verdadeiro bairrismo levado a efeito pelo
Loriguense Dr.José Prata Aparício, o "Zeca Prata", como é reconhecido pelos amigos, e que há anos se encontra radicado nos Açores. Um mês depois (em
Agosto) no dia da Festa da N. Senhora da Guia, os músicos da Banda prestaram uma singela e merecida homenagem a este seu conterrâneo, ao qual
ofereceram uma lembrança, como prova de gratidão, a que se juntou a grande assistência presente no recinto da N.S da Guia, com uma grande e afectuosa
ovação.
***
A Banda no Luxemburgo (Ano 2005)
Foi uma Festa a deslocação da Banda ao Luxemburgo inserida nas comemorações do 10 de Junho Dia de Portugal e das Comunidades, que se realizaram no
Luxemburgo mais precisamente na capital (Ville-Luxemburgo), nos dia 10.11.e 12 de Julho de 2005.
A Banda Musical de Loriga efectuou dois concertos, em terras do Luxemburgo. Um no dia 11 pelas 14 horas na "Place d´Armes" e outro no dia 12 pelas 12 horas

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na "Place Guillaume"
Tocou ainda por breves minutos, assim como, foi também entrevistado o seu presidente Joaquim Moura, no programa televisivo PORTUGAL NO CORAÇÃO, que
estava a ser transmitido para Portugal pela RTP e também para todo o mundo através da RTPinternacional.
Foram muitos os loriguenses presentes, vindos também dos países vizinhos como, Alemanha, Suíça, França, Bélgica, Holanda, percorrendo mesmo largas
centenas de quilómetros, para estarem presentes nesta deslocação memorável da sua Banda.
Foi com uma estreita colaboração e numa união de forças entre a Direcção e a Comunidade Loriguense no Luxemburgo, que foi possível concretizar esta
deslocação, que passou a fazer parte no historial da Banda de Loriga.
No mês de Agosto no domingo da Festa da Nossa Senhora da Guia, durante o concerto da Banda, a comissão nomeada em representação da comunidade
loriguense no Luxemburgo, entregou à direcção da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, um donativo de 2.000€, valor do saldo apurado, após o
pagamento das despesas, relacionado à deslocação da Banda àquele país. Por sua vez foi oferecido àquela comissão uma oferta (salva de prata) como prova
de gratidão pela maneira amiga como foram recebidos pela comunidade loriguenses radicada no Luxemburgo. Uma grande e afectuosa ovação se fez ouvir pela
grande assistência presente no recinto.

Actuação da Banda de Loriga, no Terreiro da Lição.

Recortes de História Sede da Banda Filarmónica - Loriga


As Sedes da Banda Filarmónica de Loriga

Ao longo da sua história a Banda Filarmónica de Loriga esteve sediada por várias casas da vila, onde para além da
parte administrativa eram também onde eram realizados os ensaios. Em 1996 adquiriu a sua Sede própria com a
compra do imóvel "Solar da Redondinha" que veio assim tornar realidade um sonho.
Nos primeiros tempos da fundação os ensaios eram efectuados nas casas de alguns dos directores onde ao mesmo
tempo esses mesmos directores guardavam toda a documentação.

Aqui se regista os locais onde esteve sediada a Sede da Banda Filarmónica de Loriga, ao longo da sua longa
existência de mais de 100 anos:

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- A primeira Sede que parece haver memória, foi numa casa junto à capela da Nossa Senhora do Carmo no Bairro de
S.Ginês.
- Depois daqui A sede da Banda foi fixada junto à "Quelha da Barroca" na casa que era do senhor António Brito, casa
essa que depois ofereceu para Loriga. Aqui sim este sediada durante longos anos mais precisamente até à década de
1960.
- Seguidamente a sede passou para o Pátio do Poleirinho, na casa da família do bem conhecido Adolfo José Duarte
Gouveia, onde esteve até á década de 1970/80.
- A partir da década de 1970/80 passou para as instalações da Fundação Cardoso de Moura Rua Coronel Reis
(antiga Rua da Amoreira) onde permaneceu até adquirir em 1996 a sua Sede própria (Solar da Redondinha) onde se
encontra actualmente.

Antigo "Solar da Redondinha"

Comemoração do Centenário da Banda de Loriga


Várias eventos são levadas a efeito durante o Ano 2006, inseridos nas Festividades do Centenário da Banda de Loriga, que a data se comemora no dia 1 de
Julho de 2006 (data oficial) da fundação da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense. O dia 29 de Janeiro de 2006, foi data oficialmente registada, para inicio
das comemorações. apesar da data real da fundação ter sido em 1 de Julho de 1905.
*
-No dia 29 de Janeiro 2006, deslocou-se à vila de Loriga a consagrada Banda de Manteigas, para saudar e apresentar os parabéns à Sociedade Recreativa e
Musical Loriguense, pela passagem do seu 1º. Centenário.
Neste dia foi benzida uma viatura de transporte, para a Banda e sua Escola de Música, com capacidade para 9 lugares.
*
-No dia 19 de Fevereiro 2006, foi a vez da Banda da vila de Carvalho, região da Covilhã, visitar Loriga no mesmo contexto das Festividades.
Neste dia foi comunicado oficialmente a aquisição de alguns instrumentos, nomeadamente, 1 Tuba de chaves, 1 Bombardino; 1 Trompa de harmonia, 1
Trombone de varas e 3 Clarinetes.
*
-No dia 26 de Março deslocou-se a Loriga, a Banda:- Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Margarida do Arrabal (Distrito de Leiria)
*

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-No dia 2 de Abril foi a vez da Banda do CCD da Câmara Municipal de Oeiras, visitar a Vila de Loriga, para homenagear a Banda.
*
-No dia 30 de Maio e inserido nas Festividades do Centenário, representantes da Banda Musical de Loriga, estiveram presentes no Rádio Clube de Arganil, no
programa que foi para o ar em directo das 22H00 às 24H00.
*
-No dia 31 de Maio, a Banda de Loriga esteve presente em directo no programa "Praça da Alegria" da RTP1 transmitido da delegação do Porto. O programa
"Praça da Alegria" realizado entre as 10,00 e 13,00 horas, contou com a actuação da Banda com dois números, assim como, uma pequena entrevista ao seu
Presidente Joaquim Moura. Foi ainda possível durante esta passagem pela RTP, homenagear a Banda com um lindo poema, lido por José Conde, e escrito por
uma Loriguense.
*
-No dia 3 de Junho, a Banda de Loriga esteve em Alcobaça, em visita de cortesia à Banda Vestiarense (Alcobaça), que neste ano 2006, também comemora os
100 de existência. Juntam-se assim duas Bandas Centenárias, que dessa forma tornam assim uma data num facto inédito.
*
-No dia 1 de Julho 2006, deslocou-se a Loriga a Banda da Armada, que pelas 21,30 Horas, fez um concerto no Largo do Santo António em Loriga, que marcou o
ponto alto das comemorações do Centenário da Banda de Loriga. Esteve também presente o senhor Almirante da Armada, Leiria Pinto que foi homenageado à
chegada com o toque de um trecho musical.
Neste dia teve também como momento alto, a estreia do novo fardamento da Banda.
*
-No dia 2 de Julho de 2006, o Reverendíssimo Bispo da Guarda D. Manuel Rocha Felício, deslocou-se a Loriga, para presidir às cerimónias religiosas, que se
realizaram nesse dia, em comemoração dos 100 Anos da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense.
*
-No dia 2 de Julho deslocou-se a Loriga, a Banda da Juventude Musical Ponterrolense de Ponte do Rol - Torres Vedras, para participar nas comemorações do
Centenário da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, com o apoio da ANALOR
*
Programa da data oficial da Comemoração do Centenário da Banda de Loriga
Sábado, dia 1 de Julho
Pela manhã - Salva de 100 morteiros
17H00 - Recepção às Autoridades convidadas seguido do Acto Solene para assinalar o centenário.
19H00 - Jantar Convívio do Centenário.
21H00 - Actuação da Banda da Armada (composta por 115 elementos). Concerto a realizar no Largo do Santo António em Loriga.
Neste dia será também um momento alto com a estreia do novo fardamento da Banda.
Domingo, 2 de Julho
10H00 - Romagem ao cemitério com a presença do Bispo da Diocese da Guarda
10H30 - Porto de Honra em comemoração do Centenário
11H00 - Missa Solene presidida pelo Bispo da Guarda D. Manuel da Rocha Felício

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14H00 - Recepção na Av. Augusto Luís Mendes, às Bandas do concelho de Seia, que se deslocam a Loriga, em visita de cortesia para apresentarem os
parabéns.
17H00 - Concentração de todas as Bandas no largo de Santo António onde irão tocar em conjunto a marcha do Centenário.
Neste dia desloca-se também a Loriga, a Banda da Juventude Musical Ponterrolense de Ponte do Rol - Torres Vedras, para participar nas comemorações do
Centenário da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, com o apoio da ANALOR.
*
Nesta hora das Festividades do Centenário da Banda de Loriga, de maneira alguma se poderão esquecer todos aqueles e muitos Loriguenses, que ao longo
destes 100 Anos contribuíram, por vezes com muito sacrifício, para que hoje se esteja a Festejar este grande acontecimento. Por isso um dever de todos os
Loriguenses homenagear todos essas pessoas que fizeram a história da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, ao longo destes 100 anos, com um
merecido e um reconhecido BEM-HAJAM.
*
Para participarem nas festividades da comemoração do Centenário da Banda, foram várias a individualidades que se deslocarem a Loriga, destacando-se entre
outras o Delegado do Ministério da Cultura (zona Centro) Dr. António Pita, o representante do Governo Civil da Guarda, Dr. Pedro Pires, o Presidente da
Câmara Municipal de Seia, Eduardo Brito, o senhor Almirante da Armada Leiria Pinto, o Bispo da Guarda Rev. D. Manuel Felício.
**

Várias Bandas do Concelho presentes em Loriga nos festejos do Centenário da Banda de Loriga.

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***
-No dia 15 de Julho, foi programado no Salão Paroquial de Loriga, pelas 21H30, um concerto de clarinetes pelo quarteto "AD LIBITUM", evento inserido ainda
nas comemorações do Centenário da Banda de Música de Loriga.
*
No dia 25 de Novembro, deslocou-se a Loriga numa visita de cortesia a Banda da Sociedade Musical Gouveense - João Amaral Botto Machado, ainda inserido
nas festividades do Centenário, que realizou um concerto na Escola EB23 Dr. Reis Leitão.
*
No dia 10 de Dezembro realizou-se o último evento das Festividades do Centenário da Banda, que ao longo deste ano 2006 foram levados a efeito para celebrar
esta data memorável dos 100 Anos de existência da grande embaixatriz de Loriga,
Para o efeito, desloca-se à Vila de Loriga, a Banda da Sociedade Filarmónica Vestiarense "Monsenhor José Cacella" da Vestiaria - Alcobaça, também ela a
festejar neste ano 2006 o seu Centenário, que no âmbito do entre cambio que foi efectuado, faz esta visita de cortesia para apresentar os parabéns à sua
congénere de Loriga.
*
Aberturas das Comemorações do Centenário da Banda de Loriga
(Loriga 01.07.2006)

Saúdo os Ex.mos Senhores:


Dr. Pedro representante do Governo Civil da Guarda
Presidente da Câmara Municipal de Seia
Presidente da Junta de Freguesia de Loriga
Dr. Pita Delegado do Ministério de Cultura
Delegado do INATEL
Delegado da Juventude
Representante das Federações das Bandas do Distrito da Guarda
Almirante Leiria Pinto em representação da Marinha de Guerra Portuguesa
Comissão de Honra deste Centenário
Convidados e Filarmónicos
Minhas Senhoras, Meus Senhores,
Loriguenses:

Nesta hora solene das comemorações do Centenário da nossa Banda, quero associar-me dissertando umas breves notas, que me parecem oportunas, para o
momento alto que estamos a viver. Certamente, todos os que passaram por esta Agremiação Artística e Cultural, tiveram vivências e terão histórias para
contar.
São as pequenas e grandes coisas que deram vida e marcaram os 100 anos de existência desta Sociedade e da sua Banda. (Num aparte direi que,) muito
jovem, também eu, me senti atraído pela nossa Banda. Por duas ocasiões distintas, fiz parte da aprendizagem na Escola de Música, tocando " soprano". Por
fundamentos imponderáveis passei ao lado da carreira de músico. O destino reservou-me para mais tarde outras tarefas nos Órgãos Sociais, (seis anos
como Secretário da Direcção e 13 anos como Secretário e Presidente do Conselho Fiscal).

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Nunca é demais recordar que: Joaquim Gomes de Pina; Mateus Moura Galvão; Augusto Luís de Pina; Augusto Luís Mendes; António Cabral e o Maestro
João Martinez, foram os precursores, de outras grandes personalidades marcantes, dirigentes, maestros, executantes e amigos da Banda, que pelo seu
carisma e bairrismo ímpar, souberam em cada momento e em todas as circunstâncias, conduzir os destinos da Sociedade e da sua Banda até aos dias de
hoje.
Sei que passaram, nós sabemos que passaram, grandes vultos da música, da cultura e da classe dirigente por esta casa. Muito deles já partiram e curvo-me
perante a sua memória. Me perdoem, mas não vou enumerá-los. Penso que outros Loriguenses o farão.
Declamo eloquentes factos e sentimentos. Com eles pretendo homenagear todos os que nos antecederam invocando a memória dos que fizeram a sua
história e agradecer em nosso nome e das gerações que nos há-de suceder, o valiosíssimo legado que nos deixaram. Recordemo-los com grata admiração.
Quero centralizar as minhas palavras para os últimos 30 anos.
Corria o ano de 1977. A nossa Banda era alvo de mais uma crise, que levou a encerrar as suas portas, logo após o cumprimento dos compromissos das
contratações das festas. "Esteve encerrada oito meses". A Junta de Freguesia de então, primeiros Órgãos Autárquicos eleitos democraticamente após o 25 de
Abril de 1974, imbuídos de sentimentos associativos, de espírito bairrista, de voluntariedade e de entrega à Comunidade Loriguense abraçaram, o difícil
desafio de reorganizarem a nossa Banda. Com oitenta anos de idade, regressa à sua Banda, o saudoso Maestro António Brito Pereira, coadjuvado pelo seu
filho Senhor António Alves Pereira. A Banda regressa à actividade no dia de Corpo de Deus de 1978. Ainda hoje recordo, o banho de multidão e a
sensacional ovação que a Banda teve, quando entrou na Rua da Praça, com destino ao Adro da Igreja.Era o início de uma nova era.
São aprovados oficialmente os seus Estatutos em 28 de Novembro
de 1979 e publicados no Diário da República em 8 de Janeiro de
1980.
Estavam dados os primeiros passos, para que a Sociedade
Recreativa e Musical Loriguense, continuasse o seu percurso mais
compacto, organizativo e sem grandes sobressaltos em matéria de
estabilidade.
A 27 de Dezembro do ano de 1980, tomam posse os primeiros
Órgãos Sociais. É na então Assembleia de Freguesia eleita
democraticamente, que são convidados parte dos seus membros,
para integrarem o novo elenco Directivo e restantes Órgãos
Sociais, da qual sinto orgulho ter pertencido. A partir desta data e
para garantia de estabilidade futura, o Presidente da Assembleia
Geral, é por inerência do cargo, um membro da Junta de
Freguesia de Loriga. Em Abril de 1981 é aprovado o Regulamento
Interno e no fim do ano musical, devido à sua idade, o saudoso
Maestro António Brito Pereira renuncia. Regressa mais uma vez à
sua Banda, o saudoso Maestro António Pinto Ascensão. É
regulamentada a criação de Sócios e duas Escolas de Música. A
Escola de Música da Banda e a Escola de Música da Casa do
Povo, uma parceria, que visava a obtenção de subsídios.
Estavam criadas as condições de mudança e novos caminhos se
abriam. Pontificavam dois grandes nomes da cultura e da música
Loriguense. Refiro-me naturalmente aos saudosos: Professor
António Domingos Marques e Maestro António Pinto Ascensão.

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Sob a batuta destes ilustres Loriguenses, restantes Directores e


Executantes, uma nova dinâmica nascia e novas esperanças se
espelhavam no horizonte. Esforço, dedicação, persistência e
criatividade, foi o mote para que Dirigentes, Maestros, Executantes
e Associados propiciassem seguramente condições excelentes
para o exercício e aprendizagem da nobre arte da música, tendo
continuidade no Presidente Carlos Alves de Moura, Maestro
Manuel Pancão Cola e outros que se seguiram. No esforço reunido
e continuado, sempre com visão de futuro e de responsabilidade
chegamos à aquisição de Sede própria.
Que melhor destino, poderia ter este amplo e soberbo edifício," vestuto e solene Solar da Redondinha", que não, o receber no seu regaço, a Sociedade
Recreativa e Musical Loriguense?
Bem - Haja, Senhor Carlos Alves de Moura e a todos os Directores que o acompanharam na liderança deste processo, para a aquisição deste imóvel e a
todas as Entidades que colaboraram, nomeadamente a Câmara Municipal de Seia, Junta de Freguesia de Loriga e a ADRUSE. O nosso muito obrigado a
todos.
Sei das preocupações, das noites mal dormidas, que perseguiam alguns dos mais activos e dinâmicos Directores, quando obstáculos imprevistos e
imponderáveis, toldavam as expectativas de levarem a bom termo as legítimas aspirações para o desenvolvimento Associativo, Cultural e Musical desta
Sociedade.
Mesmo assim, porque ousaram aceitar o desafio do futuro, não esmoreceram e nem recuaram. "É de homens assim: decididos, dedicados e laboriosos,
temperados com a força da montanha, que Loriga precisa". E, como diz o poema, " o homem sonha e a obra nasce".
Na Sociedade ou na Comunidade em que nos inserimos e participamos, aprendemos que infelizmente a gratidão, nem sempre existe.
"Nem todas as pessoas podem ser grandes, mas todas as pessoas podem ser boas".
Eis a tónica que lanço aos nossos jovens para os próximos 100 anos. Repito: "Nem todas as pessoas podem ser grandes mas todas as pessoas podem ser
boas".
Uma palavra de apreço e estímulo para a Comissão de Honra, Direcção, restantes Órgãos Sociais, Maestro, Monitor da Escola de Música e Executantes.
Parabéns pela preparação deste primeiro centenário, inovador e repleto de acções culturais. As actividades desenvolvidas e que se prolongarão até ao fim do
ano têm demonstrado originalidade e elevação, dignificando e honrando a nossa Banda e a nossa Terra.
Finalmente, faço votos e apelo a todos, para que a melodia dos clarinetes, a sonora cadência dos saxofones, a grave sinfonia das trompas e a filarmonia dos
acordes, continuem a ressoar em uníssono sob a compassada ordenança da batuta do actual e futuros maestros, rumo ao próximo centenário que começa já
amanhã a contagem decrescente e que possamos dizer hoje e sempre, Música, Maestro.

Viva a Banda de Loriga, os Loriguenses e os amigos de Loriga.


Loriga, 01 de Julho de 2006
Por:-Carlos José Brito Moura

Sessão de Encerramento das Comemorações do Centenário da Banda


(Loriga 10.12.2006)
Ex.mº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Seia, Ex.mº Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Loriga, Ex.mª Direcção da Filarmónica
Vestiarense, Ex.mº Senhor Presidente da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, Ex.mº Senhor Presidente da Comissão de Honra das Comemorações

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Centenárias da Banda, Ex.mº e Reverendo Pároco de Loriga, Caros Convidados e Filarmónicos, Minhas Senhoras Meus Senhores,
Loriguenses:
Encerramos neste dia 10 de Dezembro de 2006, as comemorações dos 100 anos de existência da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense.
Começo por agradecer em meu nome e em nome de todos os que gostam e amam a Banda de Loriga, a todo o elenco Directivo, superiormente presidido
pelo senhor Joaquim Gonçalves de Moura, à Comissão de Honra e a todas as Entidades Públicas e Particulares; por todas as iniciativas empreendedoras
evidenciadas na concretização das Comemorações Centenárias e obviamente também pelo esforço e trabalho desenvolvido, pelas grandes preocupações
que tiveram e que foram alvo de debate e resolução com decisões que foram inovadoras nas grandes linhas de acção que estiveram na programação dos
doze eventos realizados no decurso do ano de 2006, salientando-se a participação de treze Bandas Filarmónicas, a presença da nossa Banda no "Programa
da Praça d´Alegria" na RTP1 e a exibição do Quarteto de Clarinetes de Águeda, não esquecendo os pontos altos emocionalmente vividos nos dias 1 e 2 de
Julho, tendo hoje o seu epílogo com a participação da Banda Filarmónica Vestiarense.
Enaltecemos e desejamos longa vida a esta prestimosa Sociedade Filarmónica Vestiarense " Monsenhor José Cancela" da localidade de Vestiaria - Alcobaça,
também Centenária. A nossa Banda teve o privilégio de ter sido convidada, participando no passado dia 3 de Junho, integrada no programa das suas
celebrações centenárias. Parabéns. Agradecemos a sua presença nas pessoas do seu Presidente, Maestro. Filarmónicos e todos os seus acompanhantes.
Proporcionaram-nos um final feliz com o brilhantismo da sua participação, enriquecendo culturalmente e musicalmente este final de comemorações,
circunstancialmente celebrado e vivido em comum.
De repente o nosso amigo Quim / Presidente (foi assim que sempre te
conheci e nos relacionamos) fez lembrar-me o seguinte:
Substituis muito bem o teu saudoso Tio/Padrinho "Joaquim Gonçalves
de Brito" uma personagem ímpar, figura incontornável da Sociedade
Loriguense, grande amigo e dirigente da Banda, bairrista convicto e
sempre receptivo como conselheiro. Ironia do destino ou simples
coincidência, ditou esta particularidade de certo modo curiosa sob o
ponto de vista sentimental e afectivo.
O Tio/Padrinho presidiu às comemorações das Bodas de Ouro (50
anos de existência da Banda) e o Sobrinho/Afilhado preside às
comemorações do 1º Centenário (100 anos de existência da Banda)
Ao invocar a sua memória, presto homenagem a todos os Loriguenses
que contribuíram para a promoção dos valores culturais, artísticos e
musicais, lembrando os seus fundadores, benfeitores, entidades
públicas e privadas, dirigentes, maestros, sócios e executantes da
nobre arte que é a música.
Uma palavra muito grata a todos os Industriais de Lanifícios, Industriais
de outras actividades e sectores de produção e Comerciantes; porque
durante longos anos, seguramente sete décadas, foram o verdadeiro
suporte estrutural desta Sociedade. Ficarão concerteza na memória
colectiva, como testemunhos vivos de liberdade e voluntariedade, de
esforço, de dedicação e trabalho, que apaixonaram várias gerações e
que concentram condições essenciais em toda a linha, para
transmitirmos toda esta obra de arte às futuras gerações, como legado
cheio de valores a preservar.

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Uma longa caminhada foi percorrida. A persistência, a criatividade, a


formação recreativa, cultural e musical; considerandos que foram
postos em prática e desenvolvidos, e que nos dão hoje a feliz realidade
de vermos a nossa Banda rejuvenescida, com muitos e muitos jovens
de ambos os sexos nas suas fileiras, fruto também da cultura
associativa enraizada nos Loriguenses, independentemente da sua
condição sócio-económica. Devemos favorecer-lhes uma progressiva
consciência do seu papel como agentes futuros da cultura na
Sociedade. Dão corpo a este viveiro de músicos, as Escolas de Música,
fonte de vida e sinal de abundância.
Factor determinante a considerar é efectivamente interiorizarmos de
que só teremos futuro se pensarmos e agirmos colectivamente. Temos
dois grandes desafios permanentes para vencer:
Combater a desertificação e aprender a viver num mundo cada vez mais global. Nesta época, pós-industrial, o trabalho, a empresa, devem continuar a
marcar os nossos ritmos quotidianos. Devemos fortalecer cada vez mais a nossa organização social e o modelo da nossa vida.
Não à desertificação, mas sim à implantação das famílias, centros de vida, unidade social essencial, células de base da construção da Sociedade.
Aproveito esta oportunidade para me dirigir ao caro amigo e Senhor Presidente de Câmara Municipal de Seia "Eduardo Brito". É opinião generalizada entre
nós Loriguenses, de que é um bom amigo de Loriga. De facto, através da sua vida pública, tem demonstrado ser amigo dos Loriguenses. Nas mensagens
que dirige aos seus munícipes, é frequente dizer de que para vencermos os grandes desafios que temos pela frente é preciso "engenho e arte". A estes
atributos se me permite eu acrescento mais um - "investimento". E é nesta trilogia que solicito ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Seia, que use
todas as suas influências possíveis e imaginárias, junto do Poder Central, Poder Regional e Investidores, para que através do Município a que preside,
consiga atrair para Loriga investimento que devolva a esta Vila pelo menos 200 a 300 postos de trabalho. Loriga é uma Vila com grandes tradições na
Indústria desde o século XIX. Temos engenho e arte para enfrentar qualquer sector no mundo do trabalho.
Recentemente Loriga, perdeu duas das suas mais emblemáticas unidades industriais; a Sociedade Têxtil Moura Cabral e a Lorimalhas, que foram
potenciadoras de mais de 400 postos de trabalho (directos e indirectos).
Se Loriga não recuperar postos de trabalho, dificilmente poderá manter no futuro esta e outras Sociedades e Associações.
O Turismo é uma componente de desenvolvimento a considerar, mas não podemos alhearmo-nos e dispensarmos a verdadeira matriz Loriguense, que é a
Indústria, alavanca indispensável à criação de riqueza e geradora de muitos postos de trabalho.
Os temas do presente são importantes desenvolver. O passado responsabiliza-nos para construirmos um futuro que nos fascine.
Voltando ao Associativismo, factor fundamental e determinante para o desenvolvimento, penso que as grandes linhas de acção assentes no voluntariado, são
em meu entender a consciência dos órgãos do poder, na justa medida em que obriga a recordar continuamente aos governantes, a finalidade subjacente à
sua própria criação governativa, de construir uma sociedade em que se visa o reconhecimento do homem pelo homem.
A crise que grassa na nossa sociedade e as mudanças que se produzem nas condições de vida, agravam os problemas sociais, obrigando a pensar novas
formas de colaboração e de gestão de recursos humanos e financeiros. Neste contexto, as reivindicações para melhorar as condições estruturais, faz
potenciar a polarização das pessoas e das Instituições tradicionais, no sentido de consciencializar os responsáveis, de que elas são parceiros inestimáveis
para se alcançar um melhor desempenho de funções, dentro do espírito doutrinário e princípios indispensáveis ao desenvolvimento e felicidade da pessoa
humana.
Antes de terminar um agradecimento muito sincero à Rádio Clube de Arganil e ao seu colaborador José Manuel Conde Santos, pela cobertura e expansão
dada a todos os eventos levados a efeito durante o ano em curso.

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Por Fim - Deixo este pensamento: As coisas belas só pertencem a quem as ama. E se a Banda de Loriga é para nós uma coisa bela, ela é pertença de todos
os Loriguenses que a amam. E será com certeza dentro destas regras e valores que chegará aos próximos 100 anos.

Que viva Loriga e a sua Banda.


Bom Natal e Feliz Ano Novo para todos.
Muito Obrigado
Loriga, 10 de Dezembro de 2006
Por:- Carlos José Brito Moura

Viatura de Transporte
Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, pela primeira vez na sua história,
adquiriu uma viatura de transporte (uma Carrinha de 9 Lugares) aquisição
efectuada em 2006, ano do Centenário.
Em 29 de Janeiro de 2006, realizou-se a benção da viatura, efectuada pelo Rev.
Padre João António Gonçalves Barroso, Pároco de Loriga

A Benção da carrinha

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Novos Instrumentos adquiridos para na Banda no ano do Centenário

Lá vem a Banda *

Ouço o ecoar dos clarinetes


As trompetes, os saxofones
Músicos alinhados
Marcham com rigor.
Harmoniosas melodias
Soam no ar.
É dia de festa.
A alvorada pelas ruas
Dá a todos os bons-dias.
Perfilados e fardados
Os músicos e o mestre
Anunciam alegria.
De novo, o som no ar.
A procissão vai a passar.
Placa alusiva ao Centenário
Ao som da música
Todos marcham o compasso.
** Percorrem as ruas
Tocando hinos
De prece e de louvor
Ou´o povo acompanha
Com todo o fervor.
Segue-se a missa cantada

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Pelos músicos tocada.


A festa continuou.
O concerto musical
Foi o remate triunfal.
A banda de novo tocou.
Foi assim o percurso
Desta banda musical
Qu´em Loriga se fundou
E a Estrela apadrinhou.
Durante 100 anos
Alegrou e encantou
Aqueles que primaram
Com a sua companhia.
Hoje, teve a honra
De tocar nesta praça
Onde há música e harmonia.
A Praça da Alegria.

* Génita
31/05/06
Sede da Banda na noite do Centenário (2006)

Poema lido pelo José Conde no dia da visita da Banda à RTP

Videos & e Slides da Banda Filarmónica de Loriga (Vários autores)


102 Historia da Banda(2008) Slides de fotos da Banda Historia da A banda(2008)
Momentos da Banda Concerto no Adro 2009 (Zefernandes2009)

* Entrevista do www.loriga.de ao senhor Presidente da Banda:- Joaquim Moura


Neste ano Festivo da Comemoração dos 100 Anos da Banda de Loriga, será mais que justo aqui registar, o depoimento do Presidente da Direcção, um balanço desta data memorável do Centenário da Sociedade
Recreativa e Musical Loriguense.
****
-loriga.de:- Que balanço, como Loriguenses poderemos fazer das Comemorações do Centenário da Banda de Loriga?
Presidente da Banda:- O balanço como loriguense que podemos fazer das comemorações do Centenário é um balanço positivo tendo em conta de que ainda temos mais algumas oportunidades de chegar até
Dezembro e no decorrer de entrevistas voltarmos a falar.
-loriga.de: - Considera ter sido positivo todas as Festividades do Centenário que foram efectuadas e com toda a certeza ficarão para sempre registadas no historial da Banda?
-Presidente da Banda:- Considero positivo as festividades, foram todas elas dignas do nome que a banda tem, foi muito reconfortante tudo o que se fez, esperando-se sempre fazer melhor.
-loriga.de:- Segundo temos conhecimento, foi de facto de registo toda uma boa organização, levada a efeito, para que todos os eventos efectuados decorressem com toda a eficiência, houve algum segredo
especial?
-Presidente da Banda:- A organização que foi montada para este evento foi de facto programada com todo o cuidado por mim pelos meus colegas da Direcção, um trabalho que não se vê e que está nos
bastidores, mas penso, que de certa forma foi levado a efeito com êxito.
-loriga.de:- Tem em estimativa, quantos eventos foram realizados inseridos nas Festividades do Centenário?
-Presidente da Banda:- A estimativa de quantos eventos, seriam para ai uns nove, todos eles diferentes mas todos eles dignos do Centenário da Banda de Loriga.

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-loriga.de:- No total, quantas foram as Bandas que visitaram Loriga, neste período dos festejos do Centenário?
-Presidente da Banda:- As Bandas que vieram a Loriga nos Festejos, tiveram inicio em Janeiro com a Banda de Manteigas, em Fevereiro com a Banda de da Vila de Carvalho, em Março com a Banda do
Arrabal de Leiria seguiu-se a Banda da Câmara Municipal de Oeiras e depois tivemos um interregno, também tivemos um quarteto de Clarinetes chamado Ad Libitum, entretanto chegou o dia da Comemoração
-loriga.de:-O elenco directivo da nossa banda, sente-se recompensado moralmente, pelo esforço desenvolvido em prol das Festividades do Centenário? .
-Presidente da Banda:- Estou crente que todo o elenco directivo está contente pelo que se passou. Foi um esforço desenvolvido em vários níveis mas é reconfortante quando tudo corre bem e até hoje tudo
correu dentro do limites e dos planos traçados.
-loriga.de:- Como se pode classificar a participação dos Loriguenses em todas estas Festividades do Centenário. Muito Boa? Boa? Ou razoável?.
-Presidente da Banda:- Classificar a participação dos loriguenses no evento do Centenário, não é à Direcção nem mim Presidente, que me cabe classificar, mas penso que recebemos de muito boa gente,
muito auxilio, muito apoio, aliás, à muita forma de dar, o dar monetário mas também o dar doutra forma e, é essa outra forma que reconheço que ultrapassou e nos fez estar contentes com o que fizemos.
-loriga de:- Os apoios oficialmente solicitados para fazer frente aos custos elevados com as Festividades do Centenário, foram de certa maneira correspondidos dentro do esperado?
-Presidente da Banda:- Os apoios oficiais nem sempre são canalizados para este evento, no entanto, quero realçar a forma como o Município nos tratou e portanto nos ajudou. Foi um dos momentos
marcantes das nossa Festa por isso a gratidão que temos ao Presidente, a autarquia de Loriga também correspondeu ao seu mais elevado nível, bem como o Ministério da Cultura - Secretaria de Estado da Cultura
através da delegação de Coimbra, penso que estas três entidades ajudaram-nos imenso neste evento do Centenário.
-loriga.de:- O que respeita à comparticipação dos Loriguenses, ou amigos de Loriga, sabendo-se dos apelos feitos pela Direcção tendo em conta dos elevados custos com todos o eventos do Centenário?
-Presidente da Banda:- No que respeita à comparticipação do loriguenses não excedeu as nossas espectativas, ficando muito aquém do que esperava-mos, mas no entanto, dos vários cantos do mundo
vieram verbas que também ajudaram neste evento, apesar de não ser como nós desejava-mos.
-Loriga.de:- Presume-se nesse caso que a Direcção esperava muito mais dos Loriguenses?.
-Presidente da Banda:- É possível dentro doas limitações que nós temos e da desertificação que está em curso na nossa terra, para não falar da emigração que nos deixou um tanto ou quanto abalados,
reconhecendo que o ano passado estivemos no Luxemburgo, onde fomos apoiadíssimos e fomos praticamente tratados como príncipes, por isso também marca dois anos seguidos de eventos desta natureza, que por
vezes nos correm melhor financeiramente outros menos bem, mas bem, estamos contentes.
-loriga.de:- As Medalhas Comemorativas do Centenário foram todas elas esgotadas, ou ainda tem, no caso, de haver ainda interessados em adquiri-las?
-Presidente da Banda:- As Medalhas Comemorativas do Centenário, foram elaboradas 500, ainda temos algumas, aliás nos tempos actuais não é fácil colocar no mercado, no entanto, estamos disponíveis
para quem quiser adquirir, pois as Medalhas tem um interesse comum para todos os loriguenses e quando se esgotarem, provavelmente faremos uma nova edição, neste momento não há necessidade, porque temos
ainda algumas para venda.
-loriga.de:- No caso de ter novamente que planear as Festividades do Centenário, teria feito exactamente igual ou planeava ainda muito mais eventos?.
-Presidente da Banda:- Com as festividades do Centenário teve-se que equacionar o trabalho que a Banda tem ao longo do ano, onde a Banda vai e que dão o suporte económico à colectividade, não havendo
muito mais tempo durante os 12 meses para enquadrar mais eventos, penso no entanto, que planeava mais ou menos semelhante, não igual, mas semelhante.
-loriga.de:- Tivemos ainda neste ano do Centenário, a aquisição de uma carrinha, vários instrumentos, um novo fardamento. Será que ficou algo mais por adquirir e que não foi possível neste momento?.
-Presidente da Banda:- Para a Direcção da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, nunca haverá momento para dizer já chega. Os instrumentos são peças fundamentais da associação que vive ao mais
alto nível, todos os dias é preciso reparar ou comprar novo, mais um elemento que entrou mais algo para adquirir, portanto nunca estamos satisfeitos pensamos sempre em mais.
-loriga.de:- Foram várias as pessoas de algumas Bandas ou acompanhantes, que vieram a Loriga, que entraram em contacto com o meu Site, manifestando o seu contentamento e a maneira hospitaleira como
foram recebidos, calculo que o mesmo lhe foi manifestado pessoalmente, por isso penso ser gratificante.
-Presidente da Banda:- É sempre gratificante ver pessoas que não são de Loriga mas que vieram a Loriga durante este evento, não foram uma nem foram cem, foram muitas, todas elas foram cá recebidas
com muito carinho e o nosso contentamento é que saíram daqui contentes por aquilo que fizemos e com a música que praticamos, assim como, por aquilo que a Banda este ano festejou, uma data única e um
aniversário lindo para toda a gente ver.
-loriga.de:- Estamos em Setembro, até ao fim do ano 2006 ainda está previsto algum evento mais e referenciado ao Centenário?.
-Presidente da Banda:- Estamos na recta final do ano ainda iremos ter este ano enquadrado no Centenário um concerto no Rio Torto concelho de Gouveia, provavelmente iremos encerrar o ano com duas
actuações, não estão ainda definidas datas e as Bandas que nos visitarão, no entanto, deixo aqui uma pista de que a Banda da Vestiaria de Alcobaça, virá a nossa terra no âmbito do entre cambio que fizemos e visto
esta Banda também fazer 100 anos neste ano de 2006.
-loriga.de:- A Banda da Armada (composta por mais de uma centena elementos) foi sem dúvida a maior Banda Filarmónica já mais vista a tocar em Loriga, sabe-se que nem sempre é fácil a sua contratação, como
foi possível conseguir essa honra da vinda desta consagrada Banda à nossa terra?
-Presidente da Banda:- A vinda da Banda a Loriga foi efectivamente a diferença, foi sem dúvida a maior Banda Filarmónica militar provavelmente que cá veio ou que já cá virá, a sua contratação foi objecto de
várias viagens que fiz a Lisboa ao Estado Maior da Armada, e acima de tudo quero aqui pôr o nome do nosso Pedro Dias que ajudou a quase a cem por cento, nos vários passos dados pelos vários departamentos, para
que a Banda da Marinha viesse à nossa terra.
-loriga.de:- De todos estes eventos levados a efeito com a comemoração do Centenário, qual foi aquele mais marcante na sua qualidade de Presidente da Banda de Loriga?.
-Presidente da Banda:- Para mim na qualidade de Presidente da Banda, penso que o ponto mais marcante efectivamente nas comemorações do Centenário, foi a apoteose que tivemos quando na "Carreira"
sete Bandas de música entoaram o hino do Centenário, composto pelo nosso conterrâneo António Pinto Ascensão, que infelizmente já não estava entre nós, sendo de facto comovente ouvir o nosso hino daquela
maneira

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http://www.loriga.de/banda.htm

-loriga.de:- Para finalizar, gostaria que deixasse aqui registado uma mensagem aos Loriguenses e amigos de Loriga.
-Presidente da Banda:- Para terminar a mensagem que desejo a todos os loriguenses espalhados pelo mundo inteiro é que a Banda de Loriga, está viva, está num momento de transformação, somos uma
Banda neste momento muito jovem, precisamos do apoio e do carinho de todas as comunidades loriguenses, estejam elas onde estiverem, porque só assim é possível que o associativismo e a Banda de Loriga tenha
êxito e continue a marcar pontos e a marcar a nossa actividade cultural pelo país e por esse mundo fora.
****
E pronto senhor Presidente da Banda de Loriga, quero expressar o meu Obrigado por esta pequena entrevista para o Site www.loriga.de uma via na qualidade de divulgação. Ao mesmo tempo associo-me a todos os
Loriguenses no AGRADECIMENTO à Direcção da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, pelo trabalho desenvolvido e determinado de levarem a efeito as Festividades do Centenário, que ficarão registados na
história da Banda e de Loriga, estando certo que um dia as gerações vindoiras se irão orgulhar.

* Autor do www.loriga.de
Setembro/2006

Deslocações e Actuações da Banda de Loriga/Ano 2011 (Aguarda actualização)

Actuais Elementos Filarmónicos (2010)


Maestro:- Victor Manuel Brito Moura
1-Andreia Brito Figueiredo (Clarinete) 4-José Aparício Fernandes (Trompete)
2-Alicia Romualdo (Clarinete) 25-José Carlos Moura Conde (Tuba)
3-Ana Filipa Conde Pereira (Trompete) 26-José Nunes Dias (Clarinete)
4-Ana Filipa Santos Pereira (Clarinete) 27-Luís Filipe G. Brito (Precursão)
5-Ana Rita Santos Almeida (Clarinete) 28-Manuel Nascimento Gonçalves (Precursão)
6-António Carlos Conde Dias (Trompete) 29-Maria João G. Brito (Flauta)
7-António Manuel M. Ferreira (Contra-baixo) 30-Miguel Ângelo A. Gonçalves (Saxofone Alto)
8-António Moura Marques (Contra-Baixo) 31-Nuno Miguel M. Galvão (Tromba Harmónica)
9-António Santos Conde (Clarinete) 32-Patrícia Nogueira Ramos (Saxofone Alto)
10-Carlos Manuel Brito Lucas (Tuba) 33-Pedro Miguel M. Dias (Precursão)
11-Carlos Moura Marques (Contra-baixo) 34-Rafaela Moreira Almeida (Clarinete)
12-Daniela Filipa G. Barroca (Clarinete) 35-Ricardo António P. Moura (Saxofone Alto)
13-Diogo André Santos Neves (Trombone) 36-Ricardo Miguel M. Santos (Tuba)
14-Edgar Alexandre G. Garcia (Fliscorne) 37-Roberto Alves Ferreira (Saxofone Tenor)
15-Fernando Jorge M. Pereira (Bombardino) 38-Samuel Gouveia L. Barros (Trombone)
16-João André B. Loureiro (Trombone) 39-Sara Maria Pereira Oliveira (Clarinete)
17-João Figueiredo Alves (Saxofone Alto) 40-Sérgio Oliveira Simões (Trompete)
18-João Filipe Pina Santos (Trombone) 41-Sílvia Conde Pereira (Precursão e Flauta)
19-João Miguel Dias da Silva (Clarinete) 42-Rafael M. Pina (Saxofone Alto)
20- Joaquim Manuel L.Ferreira (Saxofone Tenor) 43-Pedro P. Ambrósio (Clarinete)
21-Jorge dos Santos Marques (Trombone) 44-Francisco Saraiva (Flauta)
22-Jorge Moura Mendes (Bombardino) 45-Mariana L. Brito (Saxofone Alto)
23-José Augusto F. Santos (Precursão) 46-Teresa Gouveia (Estandarte)

Apontamentos de Relevo

44 of 47 07-01-2015 16:45
http://www.loriga.de/banda.htm

Setembro 1948 - Primeira deslocação a Lisboa (Sacavém).


Foi em Setembro de 1948 que, pela primeira vez, a Banda se deslocou até junto da grande Comunidade Loriguense residente em Sacavém, onde fez parte do programa da Festa da Nossa Senhora da Saúde, que ali se
realiza anualmente.
*
Julho 1956 - A Banda em Coimbra nas Festas Rainha Santa.
A Banda de Loriga foi convidada a participar nos grandes festejos realizados no mês de Julho, em Coimbra, nas Festas da Rainha Santa, e entre 14 Bandas, a de Loriga foi convidada para executar o Hino Nacional a Sua
Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, na recepção efectuada nos Paços do Concelho da cidade de Coimbra.
Foi-lhe ainda entregue, o melhor coreto para o concerto na Praça Velha. Foi um dos grandes êxitos na existência na Banda de Loriga.
*
Setembro 1958 - A Banda em Viseu na Feira de São Mateus.
A Banda de Loriga é convidada a participar na Feira Franca de S. Mateus, em Viseu, no chamado domingo franco do mês de Setembro, para ali dar um concerto na feira perante milhares de pessoas, que não se
cansaram de aplaudir a banda, durante a actuação que durou cerca de 3 horas.
Êxito já assinalado durante a tarde no desfile pelas ruas da cidade de Viseu.
*
1960 - A Banda em Seia recepção ao Presidente da República.
Na visita de inauguração às instalações do Grupo de Detecção e Alerta n.º 13, da Força Aérea Portuguesa, aquartelado na Torre da Serra da Estrela, por sua Excelência o Senhor Presidente da República, Almirante
Américo Tomaz, a Banda de Loriga prestou-lhe as boas vindas ao nosso concelho em Seia, na Praça da República. Acompanhava a comitiva o Ministro da Guerra, General Santos Costa, entre muitos outros
governantes.
*
1962 - A Banda em Miranda do Douro.
A Banda de Loriga é convidada a participar nas festas de Miranda do Douro, tendo sido a deslocação mais distante que efectuou dentro do território nacional, até aquela data. Realizou ali concertos em despique com
uma das melhores bandas civis da altura, a Banda de Santa Marinha do Zêzere.
A Banda de Loriga foi ainda solicitada para cantar a missa solene na Catedral de Miranda do Douro. Durante os 3 dias que permaneceu em Miranda do Douro, a Banda ficou alojada nas instalações da Barragem de
Miranda do Douro.
*
1969 - A Banda em Loriga na recepção ao Ministro da Educação.
A Banda de Loriga recebe em Loriga, no lugar da "Carreira", sua Excelência o Ministro da Educação, Prof. José Hermano Saraiva, a quem executou o Hino da Maria da Fonte, que se quedou perante a Banda,
cumprimentando-a na pessoa do maestro da altura. Esta vinda a Loriga destinou-se a inaugurar a Escola EB23 Dr. Reis de Leitão, actualmente assim designada.
*
1971 - A Banda em Loriga nas Minas da Panasqueira.
A Banda de Loriga é convidada a deslocar-se às Minas da Panasqueira, para executar o Hino Nacional a Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, Almirante Américo Tomaz, que em sentido ouviu o Hino à
frente da nossa Banda.
Estes festejos, destinaram-se à inauguração da enorme lavandaria moderna, para lavagem de minerais. A Banda alegrou ainda durante todo o dia estes grandes festejos dedicados às inaugurações.
*
1990 - Primeira gravação da Banda.
Foi neste ano feita a primeira gravação em cassete da Banda de Música de Loriga.
*
1994 - A Banda em Oeiras (Dia mundial da Música)
Em 1 de Outubro de 1994, a Banda esteve presente nas comemorações do Dia Mundial da Música realizado em Oeiras. Um evento relevante onde stiveram presentes também outras Bandas.
*
Janeiro 1995 - A Banda na Televisão.
No dia 14 de Janeiro de 1995 a Banda de Loriga deslocou-se a Lisboa, acompanhada pela respectiva Direcção e outras individualidades de Loriga, para participar no programa de Júlio César "Minas e Armadilhas", no
Canal de Televisão SIC.
*

45 of 47 07-01-2015 16:45
http://www.loriga.de/banda.htm

Julho 1999 - A Banda nos Açores.


.
No dia 08.07.99 a Banda Musical de Loriga deslocou-se aos Açores, mais precisamente à Ilha de S.Miguel, a fim de participar na: "VI Bienal do Grande Festival de Bandas de Música dos Fernais da Luz"

*
2002 - Gravação do primeiro CD da Banda.
Foi no ano de 2002 gravado pela Banda de Loriga do primeiro CD.
*
Janeiro 2003 - Atribuição de subsídio à Banda.
No objectivo de apoiar o ensino e divulgação de música, a Câmara Municipal de Seia, decidiu atribuir o montante de 5.000€, à Sociedade Recreativa Musical Loriguense.
*
Outubro 2004 - Posto de acesso à Internete.
No dia 4 de Outubro de 2004, a Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, inaugurou nas suas instalações, um espaço público de acesso gratuito à Internete.
*
-
Dezembro 2004 Encontro de Loriguenses no Luxemburgo.
Nos passados dias 11 e 12 de Dezembro, realizou-se no Luxemburgo, um encontro informal entre o Presidente da Direcção da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense, Joaquim Gonçalves Moura e a Comunidade
Loriguense a residir neste país, tendo em vista a programada deslocação que a Banda de Loriga, ali irá efectuar em Junho de 2005.
*
Janeiro 2005 - Reunião na Câmara Municipal de Seia.
No dia 26 de Janeiro, vai ter lugar uma reunião entre a Direcção da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense e o Presidente da Câmara Municipal de Seia, no âmbito da programada deslocação que a Banda de Loriga
irá efectuar ao Luxemburgo nos dias 8, 9 e 10 de Junho/2005, inseridas nas Comemorações do Dia de Portugal a realizar naquele país.
*
Junho de 2005 - Viagem da Banda ao Luxemburgo .
Banda Filarmónica de Loriga deslocou-se ao Luxemburgo integrada nas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades que se realizaram no Luxemburgo, nos dias 10.11.12 de Junho, sendo esta a deslocação
mais longínqua e para fora de Portugal, desde sempre ao longo da sua existência.
*
Agosto 2005 - Oferta à Banda de Loriga.
No dia 7 de Agosto, Festa da Nossa Senhora da Guia, durante o concerto realizado no Recinto da Festa, a Comissão de Emigrantes no Luxemburgo, ofereceu à direcção da Sociedade Recreativa e Musical de Loriga, a
quantia monetária de 2.000€, proveniente do saldo apurado (depois de pagas todas as despesas), quando da deslocação da Banda àquele país em Junho de 2005.
Por sua vez os músicos ofereceram àquela Comissão de emigrantes uma SALVA de prata, agradecendo por tão bem terem sido recebidos naquele país.
A comissão de Emigrantes no Luxemburgo, informou, que oportunamente a SALVA será oferecida ao Museu da Sociedade Recreativa e Musical de Loriga.
*
Janeiro 2006 - Pedidos de apoios.
No dia 19 de Janeiro o Presidente da Banda Joaquim Gonçalves Moura, foi recebido no Estado Maior da Armada em Lisboa, onde lhe foi confirmado pelo senhor Comandante, a presença da Banda da Armada em Loriga,
no dia 1 de Julho de 2006, véspera da data comemorativa do Centenário da Banda de Loriga..
Nesse mesmo dia, foi o presidente da Banda de Loriga também recebido na Delegação do Ministério da Cultura em Coimbra, onde solicitou apoios para os eventos a levar a efeito durante as Festividades do Centenário.
Foi de imediato atendido o seu pedido, tendo sido concedido à Banda de Loriga um subsídio valioso para ajuda dos eventos a realizar.
*
Fevereiro 2006 - A Banda de Loriga agraciada.
A Banda Filarmónica de Loriga, foi agraciada com a Medalha da Vila de Carvalho, uma condecoração entregue pelo Presidente da Freguesia deste localidade, quando da visita de cortesia que a Banda da Vila de Carvalho
efectuou à Vila de Loriga, inserida nas Festividades da comemoração do Centenário da Banda Loriguense.
*
Março 2006 - Oferta à Banda Filarmónica.
O presidente da Direcção da ANALOR (Associação dos Naturais e Amigos de Loriga) durante a deslocação do tradicional Passeio Cultural a Loriga, anunciou à Direcção da Banda Filarmónica de Loriga, a atribuição de
1.000,00€, uma oferta destinada para o Fardamento novo, que a Banda irá estrear na data da comemoração do Centenário.
*

46 of 47 07-01-2015 16:45
http://www.loriga.de/banda.htm

Dezembro 2007 - Eleições na Banda


Pela primeira vez numas eleições para eleger os Corpos Gerentes da Banda de Música de Loriga, uma Lista de Candidatura foi integrada com elementos do sexo feminino, duas senhoras para a Direcção e mais duas
senhoras para o Conselho Fiscal, que dessa forma aconteceu pela primeira vez na sua historia de mais de 102 anos de existência. A referida Lista foi no dia da Eleições considerada não estar dentro das normas
estatuárias da colectividade, acabando por se retirar da votação.
*

Elenco Directivo da Banda de Música de Loriga (Triénio 2015-2017)


Direcção
Presidente:- Joaquim António Bonifácio de Almeida
Vice-presidente:- José Aparício Fernandes
Assembleia Geral
Secretário:- Maria Conceicao Marques Conselho Fiscal
Presidente:- António Maurício Moura Mendes
Tesoureiro:- Carlos Moura Marques Presidente:- José Gabriel Marques Garcia
Vice-presidente:- Sergi Paulo Ribeiro de Brito
Vogais:- Maria Filomena Fernandes Ano Bom Secretário:- Maria de Jesus Lourenco Dias
1ª Secretário:- Maria da Guia Fernandes Pala Coutinho
António Manuel Mendes Marques Relator:- António Fonseca Moura
2º Secretário:- Emídio Cristóvão Santos Pereira
Joaquim Florêncio Palas
Ângelo Miguel Pereira Pina
Rui Miguel Silva Pinheiro

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

47 of 47 07-01-2015 16:45
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

Bombeiros Voluntários de Loriga

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga


Telef. 238/953255

Avenida do Brasil - 6270-076 Loriga


http://www.bvloriga.pt
*
Fundação em 16 de Abril de 1982
Um sonho tornado realidade depois de um longo percurso levado a
efeito por Loriguenses de evidenciado bairrismos, simbolizados na figura de:
Herculano Leitão
(12.8.1914 - 13.4.1997)
*
Bombeiros Voluntários de Loriga

Sendo uma localidade industrial, era há muito sentida a necessidade de Loriga possuir uma corporação de Bombeiros,
fazendo ainda maior sentido, quando nas décadas de 1950-60, se registaram incêndios de grandes proporções em
algumas fábricas e ainda numa Associação local.

*
É sem dúvida, uma das Associações de maior vulto em Loriga

***

***

1 of 11 07-01-2015 16:47
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

Primeira Viatura 1982

Os Bombeiros de Loriga cuja área de adjudicação se estende pela encosta sudoeste da Serra da Estrela, têm desenvolvido, sem dúvida
relevante acção cívica e humanitária nessa região.
Estradas serpenteantes da serra; localidades como que escondidas pelas montanhas; intempéries rigorosas; locais isolados e caminhos
de difícil acesso, é este, pois, o cenário com que os Bombeiros de Loriga se confrontam no dia a dia, dando significado ao lema
defendido pelos Soldados da Paz:
"Vida por Vida"

- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga -


Zona operacional Tipificação Fundação Secções Bombeiros Brigada Montanha Viaturas
ZO-03 CB 1 16.Abril.1982 3 60 5 elementos 20
**
C.B Sede Concelho Distrito Freguesias População Área operacional Região operacional
0920- Loriga Seia Guarda 5 3.221 140,80 km2 Guarda

MAPAS DOS REGISTOS DE OCORRÊNCIAS NO ANO 2005


(ESTÁ EM LABORAÇÃO)

Recortes da História dos Bombeiros em Loriga


Hoje em dia, ao falar-se em incêndios, toda a nossa preocupação se concentra nesse flagelo terrível com o qual somos quase obrigados
a conviver anualmente, nomeadamente no verão, e assistimos, impotentes, à luta no seu combate e, com mágoa, vemos arder as
nossas matas, florestas e pinhais, por todo este país à beira mar plantado.

2 of 11 07-01-2015 16:47
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

A região de Loriga não foge à regra. Mas recordamos tempos em que não se pensava e nem havia a preocupação de incêndios nas
matas ou pinhais. A preocupação, essa sim, era toda ela encaminhada para as fábricas ou casas da povoação, tendo sempre presente,
que a única corporação de bombeiros existente era em Seia, a 20 Km de distância. Portanto, não era de estranhar, que se idealizasse a
existência de uma corporação de bombeiros para Loriga. Mas se uns assim pensavam, outros havia que diziam ser um sonho difícil e
moroso de concretizar.
Na realidade, sendo uma localidade industrial, era legítima a ideia de Loriga ter uma corporação de Bombeiros, fazendo ainda maior
sentido, quando nas décadas de 1950-60, se registaram incêndios de grandes proporções, nomeadamente o da fábrica Nova, fábrica da
Redondinha, fábrica dos Leitões e, ainda, o de uma Associação local, o Socorro Paroquial Loriguense.
Muitos ainda se lembrarão, quão aterrorizador se tornava, principalmente de noite, o incessante toque do sino da torre quando havia
algum incêndio, e o povo acorria com o que tivesse à mão, normalmente baldes, cântaros, bacias etc., utensílios necessários para
recolher a água e combater os incêndios.
Como também é digna de registo, a coragem de alguns homens que subiam aos telhados, pondo em risco as próprias vidas, onde lhes
faziam chegar os baldes com água que despejavam sobre o incêndio destruidor. Eram todos estes gestos que, por vezes, evitavam
danos maiores pois, podemos calcular, que até chegarem os bombeiros, distantes a 20 Km, nalguns casos teria havido situações difíceis
de controlar.
Eram tempos difíceis, e dinheiros e apoios para o que quer que fosse, eram quase inexistentes, o que tornava quase impossível a
concretização do sonho de uma corporação de bombeiros para Loriga. Mas a ideia em alguns continuava viva, chegando mesmo, na
década de 1960, ser levada a efeito alguma iniciativa.
À vila de Loriga passou a vir um monitor dos bombeiros de Seia, para dar algumas instruções e treinamento, a que aderiram muitos
homens e rapazes. Assim, normalmente aos Domingos, era gratificante ver pelas ruas e a escalar as casas da vila, esse treinamento,
principalmente na utilização de escadas, único equipamento existente.
Esta iniciativa esteve esquecida durante algumas décadas, no entanto, o sonho nunca esmoreceu, vindo a concretizar-se em 16 de Abril
de 1982, com a fundação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga.

Apontamentos mais relevantes da História dos Bombeiros em Loriga


-As primeiras instalações da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários aquando da sua fundação em 1982 e, titulo provisório,
ficou fixada no prédio da Fundação Cardoso de Moura, situado na Rua Coronel Reis (Rua da Amoreira).
-A primeira mulher bombeira dos Bombeiros Voluntários de Loriga foi Maria de Lurdes Martins Aparício, e logo seguida pela Teresa
Gouveia e Emília Alberto, isto logo nos primeiros anos da Fundação da Corporação e quando o Quartel se situava no Bairro das
Penedas.

A História das Instalações e Quartel dos Bombeiros


A "Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários" aquando da sua fundação em 1982, começou a funcionar, a titulo provisório,
numa dependência do prédio da Fundação Cardoso de Moura, situado na Rua Coronel Reis (Rua da Amoreira).
Entretanto, uma casa pré fabricada em madeira, que o povo chamava de "Barracão" destinada ao apoio às obras do saneamento
público em curso na Vila de Loriga instalada no Largo do Santo António, foi transferida deste local para as Penedas, na altura em que se
estava a iniciar a construção de um novo Bairro, para ali projectado.

3 of 11 07-01-2015 16:47
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

Com a colocação desta casa pré-fabricada naquele local, surgiu de imediato a ideia, de ali instalar, ainda
que provisoriamente, a sede dos Bombeiros o que aconteceu no ano de 1984. Assim, o "Barracão",
ficou para a história da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, como o seu
primeiro quartel.
Ao ser fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga foi, de imediato,
idealizada a construção de um Quartel dos Bombeiros. Só que, por mais vontade que houvesse, a
mesma foi sendo adiada, não só pela falta de terrenos disponíveis, mas também, porque os locais e
terrenos anunciados nem sempre tinham o consenso geral.
Na década de 1990 estava projectado, para uma das parcelas dos terrenos da "Malhada", a construção
de um mercado em Loriga e, na restante parcela daquele terreno, veio mais tarde a ser construída a
Escola EB 2.3 Dr. Reis Leitão.
Assim, no ano de 1989, começaram as obras para a construção do mercado, no local dessa malhada
mais conhecido por "Volta", obras que se arrastaram ao longo de cinco anos, sem que o mercado ali
fosse instalado. Surgiu então a ideia de, nesse imóvel, instalar provisoriamente os Bombeiros até à
construção do um novo Quartel, tendo até sido efectuadas algumas alterações para esse efeito
Depois de cinco anos de construção, finalmente em 1995, ficaram concluídas as obras de alteração
daquele imóvel e, de imediato, para ali se mudou a instituição dos Bombeiros, onde vão permanecendo, Primeiras Instalações dos Bombeiros
apesar de deixarem de ter condições para dar resposta às actuais necessidades da actual corporação (Secretaria) Ano 1982.
dos Bombeiros Voluntários de Loriga.
Finalmente, nos últimos anos do século passado, foi encontrada a solução do terreno para a construção
do Quartel, começando então um longo percurso burocrático com vista à expropriação do terreno no
local conhecido pelo "Tapado" localizado no Outeiro.

Instalações dos Bombeiros até Agosto/2012

Instalações dos Bombeiros (Ano 1984)

4 of 11 07-01-2015 16:47
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

Actual Instalações dos Bombeiros a partir de Agosto/2012

*****
O desenvolvimento do projecto do novo Quartel dos Bombeiros de Loriga
A solução encontrada para a construção do novo Quartel do Bombeiros, foi o terreno situado no local conhecido pelo "Tapado" na
Avenida do Brasil. Sendo necessário à expropriação do mesmo, processo que arrastou-se por algum tempo, e só em 2002 ficou
desbloqueado e finalmente concretizado o sonho de um terreno, sendo então colocado naquele local um "placard" anunciando as novas
instalações do Quartel dos Bombeiros de Loriga. A partir de então, deu-se início a um novo e longo percurso burocrático, situação que
se foi arrastando por algum tempo, apesar da luta constante que os directores desta corporação vêm tendo com os organismos
competentes responsáveis pela tutela da construção do Quartel.
No dia 14 de Janeiro de 2005, teve lugar no edifício que serve ainda de quartel aos Bombeiros Voluntários de Loriga, a cerimónia da
assinatura do protocolo para a construção do novo quartel. Estiveram presentes para rubricarem o contrato-programa, o Secretário de
Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho, a Directora do Gabinete de Estudos e de Planeamento de
Instalações (GEPI), o Presidente da Câmara Municipal de Seia e o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros.
Em Agosto 2005, no âmbito do concurso para adjudicação da obra foi publicado no Diário da República Nr. 152, 3ª. Série, de 9 de
Agosto, o anúncio público para a respectiva obra.
No entanto, em 18 de Outubro do mesmo ano, foi objecto de rectificação a publicação do Diário da República de Agosto passado. Em
10 de Novembro foi publicado no Diário da República Nr. 216, 3ª. Série, uma nova rectificação aos termos do concurso, mas que não
interferiu no circuito do seu desenvolvimento.
Uma semana mais tarde, mais precisamente no dia 17 de Novembro de 2005, pelas 10 horas, realizou-se nas instalações dos
Bombeiros, uma sessão com a abertura das propostas para a empreitada de construção do novo Quartel dos Bombeiros Voluntários de
Loriga, na presença do Eng. Oliveira Soares (representante do GEP), membros da Câmara Municipal de Seia e representantes de
algumas empresas concorrentes. A sessão foi presidida pelo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Loriga.
Apesar de estar tudo encaminhado, esperando ver iniciar-se, finalmente, a construção do novo Quartel dos Bombeiros de Loriga, certo é
que continuamos a não visionar a luz ao fundo do túnel pois, noticias vindo a público, nos vão dando conta de termos de continuar à
espera da concretização desta obra há muito reclamada.
**

5 of 11 07-01-2015 16:47
http://www.loriga.de/bombeiros.htm

- No principio do ano de 2006, finalmente é noticiado estar previsto para meados de Agosto o inicio da construção do novo Quartel do
Bombeiros de Loriga, obra adjudicada a uma empresa do norte do país (Comporto-Maia) pelo valor de cerca de 735 mil euros, estando
previsto a conclusão da obra dentro de um ano e meio.
**
- No dia 21 de Agosto de 2006, começaram então as obras da construção do novo Quartel dos Bombeiros Voluntário de Loriga, data
que ficará registada na história da Vila de Loriga e desta Associação. Com a movimentação das máquinas a população loriguense pode
constatar finalmente com esta realidade do início de uma obra, que era uma carência à muita reclamada e de inteira necessidade.
-Em Agosto de 2006, uma semana depois do inicio das obras, as obras foram paradas, por motivo de um erro de calculo nas fundações
do edifício. Nada ficando decidido para quando o recomeço das obras.
-Finalmente em Marco de 2007, foi com certa alegria que os Loriguenses voltaram a ver o movimento das máquinas no recomeço da
obras do novo Quartel dos Bombeiros Voluntários, que estavam paradas à cerca de seis meses, atrasando assim esta construção que
estava programada para estar concluída no principio de 2008, mas que se espera que para o segundo semestre desse ano estejam
concluídas.

Escavações para os Alicerces (Ano 2006) A primeira fase do imóvel já concluído (Ano 2007)

**
-As obras da construção do quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga (BVL), foram a partir da segunda quinzena de Dezembro de
2008 "suspensas" . Os meios da comunicação social e através da Net, esta noticia foi bem divulgada que segundo o dirigente António
Conde, "na base da suspensão das obras está o enorme aumento dos custos da empreitada, resultantes da nova estrutura que foi
necessário implementar por causa da geologia do terreno e de outros erros e omissões do projecto".
Adiantou que o projecto inicial estava orçado em 735 mil euros, mas o valor aumentou "para cerca de um milhão" e a associação
necessita "de cerca de 400 mil euros" para concluir a obra. António Conde referiu que a direcção está a dever cerca de 250 mil euros à
empresa construtora, com quem acordou a suspensão dos trabalhos até que estejam reunidas verbas que permitam concluir a obra.
Mais foi adiantado pelo dirigente dos Bombeiros, que "O edifício encontra-se já numa fase muito adiantada de acabamentos, faltando
no interior sobretudo a parte eléctrica, o aquecimento e a segunda camada de pinturas. Estão também por realizar todos os arranjos
exteriores, que incluem principalmente a construção da parada e os acessos às garagens".

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Obras do Quartel paradas (Ano 2008)

**
-Em 2011, uma onda de solidariedade foi levada a efeito pelos loriguenses, na angariação de verbas para serem concretizadas as obras
finais, para que dessa forma fosse possível por a funcionar. Entretanto, outro passos importantes foram colocados em prática,
conseguindo-se mais um importante empurrão, e assim em meadas de 2012, o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga, ficou de
certa foram pronto, bastava somente os meios protocolares para o tornar funcional.

-Finalmente na Sexta-Feira do dia 31 de Agosto de 2012, ficou concluída a total transferência dos Bombeiros para o novo Quartel,
sendo assim concretizado o sonho ficando também previsto mais lá para a frente a cerimónia oficial da sua inauguração.
Viu-se assim concluído um grande processo de luta, levado a cabo durante décadas, com orgulho podem hoje os loriguenses sentirem
dentro deles uma enorme alegria de verem os nossos Bombeiros dignamente instalados, estando de parabéns todos aqueles que de
uma ou de outra forma lutaram, colaboraram e contribuíram para que hoje seja um dia real e de orgulho.
Na verdade ninguém diz de fora o que é interiormente o novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga, magnificas instalações, muito
bem concebidas onde nada parece ter ficado esquecido, apesar de muito ainda faltar, no que diz respeito a algum mobiliário, o que foi
importante, para já, foi ser concretizado a instalação dos nosso bombeiros no novo Quartel, estando assim funcional o magnifico imóvel,
mais um belo equipamento que veio também engrandecer Loriga.

Bombeiros Voluntários de Loriga

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*** ***

Comandante:- António Alves

Apontamentos de Noticias

07.09.99

15,00 Horas 22,00 Horas


Separados pelo Fuso horário e pela distância mas unidos numa fraternidade
Emilio Pina Fernandes e Carlos Veloso
Bombeiros de Loriga, integrados na Acção Humanitária em socorro do
Povo do Sol Nascente -Timor-Leste-
Seguiu ainda com estes dois Loriguenses uma Ambulância de Todo-terreno pertencente à Corporação dos
Bombeiros Voluntários de Loriga

Ministério dos Negócios Estrangeiros


Comissário para o Apoio à transição para Timor Leste

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Exmos.Senhores,
Direcção, Comando e Corpo Activo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Loriga
Apartado 1016
6270-906- Loriga
21.05.2001
Assunto: Presença de Bombeiros em Timor
A estrutura dos Bombeiros, em Timor, já grangeou o respeito de todos quantos ao longo do último ano
confirmaram a nobre presença dos nossos soldados da Paz, naquele território.

Para este objectivo muito contribui a elevada e profissional presença do Bombeiro Emilio Fernandes desse
Corpo de Bombeiros, e a quem presto a minha pública e justa homenagem.

Para o Bombeiro Emilio Fernandes, e para esse Corpo de Bombeiros o meu agradecimento e o respeito
pela dedicação e solidariedade demonstrada em prol do bom Povo de Timor, Parabéns e obrigado.
Comissário para o Apoio à Transição para Timor Leste
(Pe. Dr. Vitor Melícias)
*
Agosto 2002 - Subsídio aos Bombeiros.
A Câmara Municipal de Seia atribuiu um subsídio de 10.000 €, à Associação dos Bombeiros Voluntários de Loriga, em reconhecimento do contributo das muitas acções desenvolvidas
no âmbito da Protecção Civil.

Abril 2003 - XXI Aniversário dos Bombeiros de Loriga .


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, completou no dia 16 de Abril, 21 anos da sua existência (1982-2003.
São já muitos anos em prol do serviço humanitário, que faz desta corporação das mais famosas da região, onde sempre tem predominado o lema dos Soldados da Paz "VIDA POR
VIDA".

Corpo dos Bombeiros Voluntários de Loriga no dia do XXI Aniversário

Agosto 2003 - Noticias dos Bombeiros de Loriga .


Os Bombeiros Voluntários de Loriga, tem sido incansáveis na luta aos incêndios, dias e horas sem descanso, lutam com todas as forças possíveis que mostram bem o lema que os
dignifica e bem defendido na palavras pelos Soldados da Paz:- "Vida por Vida".
Noticias recente dão-nos conta de que os Bombeiros de Loriga, entregaram à Polícia Judiciária, estranhos objectos incendiário que foram encontrado na zona da área de adjudicação
desta corporação, que mais uma vez vem demonstrar que existe mão humana, em muitos dos incêndios que aconteceram.

-
Setembro 2003 Noticias dos Bombeiros de Loriga.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, foram tema de reportagem no Jornal de Noticias da TVI, no dia 2 de Setembro último.
Mais uma vez foi dado conhecimento da falta dos meios com os quais a corporação se debate, muito bem apresentados pelo Senhor Comandante, onde realça a prioridade da
construção do Quartel, projecto vindo de longe mas que apesar de existir o terreno, parece nunca mais chegar a Loriga

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-
Novembro 2004 Acidente com uma Ambulância dos Bombeiros.
Na Terça-Feira dia 4 de Novembro uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Loriga, despistou-se numa curva da EN17, junto à localidade de Torroselo.
O acidente, que envolveu ainda um outro veículo, originou dois feridos ligeiros e poderá estar relacionado ao piso molhado e a manchas de óleo na estrada.

-
Agosto 2004 Apoio aos Bombeiros .
O Governo Civil da Guarda anunciou a iniciativa designada por Plano Estratégico de Actuação e Melhoramento das Condições Materiais das Corporações de Bombeiros e do Centro
Distrital de Operações de Socorro (PEAMCM).
Este programa tem haver em apetrechar as corporações de bombeiros do distrito e formar os profissionais, de forma a criar melhores condições de actuação em caso de incêndio ou
acidente. Governador Civil reconheceu a existência das carências nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Loriga, anunciando já celebrados protocolos com o Governo, no sentido
de a curto prazo, serem lançados concursos para a construção do novo quartel.
Agosto 2004 - Loriga na Televisão.
No domingo dia 22 de Agosto último, Loriga foi noticia no 2º. Canal da RTP, numa reportagem relacionada às dificuldades com as quais se debatem os Bombeiros Voluntários, pela falta
de um aquartelamento condigno.
Tem sido esta a luta travada pelas várias direcções que tem passado pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, no sentido de superarem esta carência, que
apesar de existir já o terreno para a construção, o processo vai-se arrastando já alguns anos.

Janeiro 2005 - Construção de novo Quartel dos Bombeiros .


No dia 14 de Janeiro, teve lugar no edifício que serve de quartel aos Bombeiros Voluntários de Loriga, a cerimónia da assinatura do protocolo para a construção do novo quartel para os
Bombeiros de Loriga, uma carência há muito reclamada.
Estiveram presentes para rubricarem o contrato-programa, o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho, a Directora do Gabinete de
Estudos e de Planeamento de Instalações (GEPI), o Presidente da Câmara Municipal de Seia e o presidente da Associação Humanitária, esperando-se que para breve se veja
concretizado esta obra há muito reclamada.
Agosto 2005 - Construção do Quartel do Bombeiros.
No âmbito do concurso para adjudicação da obra foi publicado no Diário da República Nr. 152, 3ª. Série, de 9 de Agosto, o anúncio público para a obra.
Outubro e Novembro 2005 - Construção do Quartel do Bombeiros.
Em 18 de Outubro foi objecto de rectificação a publicação do Diário da República de Agosto passado. Em 10 de Novembro foi publicado no Diário da República Nr. 216, 3ª. Série uma
nova rectificação aos termos do concurso, mas que não interferiu no circuito do seu desenvolvimento.

Novembro 2005 - Construção do Quartel do Bombeiros .


Realizou-se no dia 17 de Novembro de 2005, pelas 10,00 horas, a abertura das propostas para a empreitada de construção do Quartel dos Bombeiros Voluntário de Loriga, na presença
do Eng. Oliveira Soares (representante do GEP), membros da Câmara Municipal de Seia e representantes de algumas empresas concorrentes.
A sessão foi presidida pelo presidente da Associação.
Agosto 2006 - Inicio das obras para a onstrução do Quartel do Bombeiros.
Começaram no dia 21 de Agosto de 2006, as obras da construção do novo Quartel do dos Bombeiros Voluntário de Loriga, data que ficará registada na história da Vila de Loriga e desta
Associação.
Com a movimentação das máquinas a população loriguense pode constatar finalmente com esta realidade do início de uma obra, que era uma carência à muita reclamada e de inteira
necessidade.
Dezembro de 2008 - As obras da construção do Quartel do Bombeiros suspensas.
As obras da construção do quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga (BVL), foram a partir da segunda quinzena de Dezembro de 2008 "suspensas" por comum acordo com a
empresa construtora, até que estejam reunidas verbas que permitam concluir a obra, em virtude, da dívida de 250 mil euros que os Bombeiros tem com a construtora.
Em 2011 - As obras da construção do Quartel do Bombeiros continuam ainda suspensas.
Neste no de 2011, várias campanhas levadas a efeito pelos loriguenses na angariação de verbas para serem concluídas as obras do Quartel, entre as muitas iniciativas que foram
efectuadas destaca-se a Grande Aventura do Campeão loriguenses Jorge Garcia, residente na Suíça, que percorreu 2.500 Km, na sua bicicleta vélo-couché (bicicleta horizontal) sendo
apurado a quantia de 8.058,28€uros, que reverteram inteiramente para as obras do Quartel.
Em 2012 - Em Maio de 2012, as obras Quartel do Bombeiros têm novo impulso.
As obras voltam ao Quartel dos Bombeiros, sendo calcetada a parte exterior e ainda mais algumas obras interiores.
Em 2012 - Finalmente na Sexta-Feira do dia 31 de Agosto de 2012, foi concluída a transferência dos Bombeiros para o novo
Quartel.
Sendo assim concretizado o sonho ficando também previsto mais lá para a frente a cerimónia oficial da sua inauguração.

Queimadas

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http://www.loriga.de/bombeiros.htm

As queimadas, na altura e locais adequados, servem para a renovação dos pastos, para o aumento da
diversidade da fauna e da flora, contribuindo, assim, para a conservação da natureza.
No entanto só devem ser efectuadas, quando previamente autorizadas e, terão que ser vigiadas pelos
Bombeiros Voluntários.
É necessário fazer o pedido de autorização ao Governador Civil do Distrito da Guarda, existindo para o
efeito, impressos próprios, que se encontram disponíveis nos Bombeiros, na Junta de Freguesia, na
Câmara Municipal, na GNR e nos Serviços de Agricultura.

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2010)

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Associações e Instituições Loriguenses

Centro do Apostolado da Oração em Loriga


6270 - Loriga
O Apostolado da Oração em Loriga, teve a sua fundação em 15 de Agosto de 1885, era pároco na altura, o Reverendo Manuel Matias dos Santos Figueiredo.
As invasões Francesas pela europa, era um expoente máximo das ideias liberais surgidas em consequência da Revolução Francesa, por isso, eram politicamente tempos
muito complicados e difíceis não só na França, como também em Portugal.
Numa manifestação de Nosso Senhor à Santa Margarida Maria, ocorrido no Convento da Vizitação em Paray le Moniale - França, levou à inspiração uma ideia de fé.
Assim uma onda de verdadeiro sentido de devoção fez-se sentir um pouco por todo lado, tornando cada vêz mais forma e vontade de iniciativa para a fundação do
Apostolado da Oração, que rapidamente se estendeu por toda a europa, chegando mesmo também a Portugal.
Após a missão apostólica do Padre Tomaz Vitalle S.J. de nacionalidade italiana por Loriga, teve início o Apostolado da Oração, passando a mesma a ser uma
Associação, cujo Diploma de Agregação tinha que estar sempre colocado ao lado do Altar próprio como passaram a determinar os Estatutos.
Foi com verdadeiro entusiasmo, que surgiu a ideia da fundação do Apostolado da Oração em Loriga, que teve na verdade determinante impulso, na vida religiosa desta
Vila, bem como, no anexo Fontão, inscrevendo-se logo no seu início, 139 associados e 376 associadas.
A oração era predominante no pedido a Nosso Senhor, a favor do próximo, dos mais desfavorecidos e acima de tudo o pedido da cura e purificação para tantas feridas
morais que os homens faziam no constante dos seus crimes.
De principio e por motivo de falta de meios, o Centro, como se veio depois a chamar, limitou-se a adquirir duas litografias devidamente molduradas de 0,50 de altura, uma
do Sagrado Coração de Jesus e outra do Sagrado Coração de Maria, que ficaram à veneração dos associados e demais fieis, no local da igreja onde hoje está o altar
do Imaculado Coração de Maria e que na festa eram conduzidas em andor.
Cinco anos depois da fundação foi adquirido o Sagrado Coração de Jesus, que pouco tempo depois foi mandado fazer um altar próprio.
O Apostolado da Oração passou também a ser a única fonte de receita com que o pároco podia contar para obras, remodelações, concertos e melhoramentos que se
foram fazendo, quer na igreja quer nas capelas da Vila.
Existiram épocas em que praticamente todas as pessoas que residiam em Loriga, faziam parte do Apostolado da Oração, sendo considerados associados, que pagavam
uma pequena quantia anual para ajuda das despesas com a festa do Sagrado Coração de Jesus, que é feita anualmente, quando da Profissão de Fé.
São as Zeladoras que têm ao seu cuidado o Altar Mor e o altar do Sagrado Coração de Jesus, que se esmeram para que estejam sempre bonitos. As Zeladoras de
cada uma das zonas da Vila, encarregam-se de efectuar as cobranças das quotas, assim como, são elas encarregadas de distribuir gratuitamente pelos associados os
Bilhetes Mensais.
Adaptado aos meios de hoje, a existência do Apostolado da Oração de Loriga, continua a ser uma realidade, podendo-se até dizer, que é um dos organismos mais antigo
fundado nesta Vila. A orgânica social deste Centro é composta por Direcção:- Presidente, Secretária, Tesoureira e ainda as Zeladoras, que por norma têm uma reunião
mensal.
Por sistema é celebrada uma Missa na primeira Sexta-Feira de cada mês. No final do ano, o saldo existente é entregue à Comissão da Fábrica da Igreja.
Para a história da fundação do Apostolado da Oração em Loriga, aqui se registam os nomes dos primeiros 7 Zeladores e das primeiras 13 Zeladoras, no ano de 1885:
-Zeladores:-"José Mendonça Gouveia Cabral zelador-secretário; José Pinto Duarte Lourenço; António Mendes de Brito Lourenço; João Alves Luiz; Joaquim das Neves
Carneiro; José Gonçalves da Cruz Júnior e José Marques Reida".
-Zeladoras:- "Maria do Carmo Mendes Gouveia; Maria do Carmo Nunes; Maria Emília de Brito; Maria Lopes de Brito; Maria Mendes Luiz; Teresa de Jesus Luiz; Maria
Teresa Mendes Lages; D.Ana Candida Monteiro de Pina; D.Maria da Anunciação Fonseca; Carolina do Rosário de Moura; D.Maria do Carmo Cândida de Pina;
D.Maria Antónia de Brito Guimarães e Francisca de Brito".
((Registado aqui - Ano de 1999)

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Fundação Cardoso de Moura


Rua Coronel do Reis
6270-090 Loriga
No Diário da República - III Série - Nr. 125, Fundação Cardoso de
de 30 de Maio de 1994, foi publicado uma Moura (2002)
Declaração em que se dá notícia de que se
procedeu ao registo definitivo do acto de
constituição e estatutos da Instituição
Particular de Solidariedade Social,
reconhecida como pessoa colectiva de
utilidade pública.
É destinada a contribuir para a promoção da
população de Loriga, através do propósito de
dar expressão organizada ao dever moral de
solidariedade e de justiça social entre
indivíduos, com a finalidade de facultar
serviços ou prestações de segurança social.

Fazem parte desta Fundação os imóveis a seguir mencionados:


Em Lisboa: - 6 imóveis urbanos
(actualmente estes imóveis encontram-se muito degradados, são neles que têm sido aplicados os respectivos rendimentos, em diversas obras de recuperação)
Em Loriga;- Diversos imóveis
-Um prédio situada na Rua Coronel Reis; com quintal anexo.
-Os terrenos situados que ficam desde a "Carreira" até à Rua D. Afonso Henriques, onde está incluída uma casa "palheira".
(Foram nestes terrenos instalados um Parque Infantil e o "Ringue" desportivo)
-Terrenos de Pinhal no lugar da Tapada do Ameal ou Seixinho.
-Terrenos de Pinhal na zona do Surgaçal.
-Terrenos no Penedo de Alvoco.
-Terrenos de Pinhal na zona da N.S.da Guia, perto do Pero Negro
-Terrenos de cultivo no Cabeço.
***
Elenco Directivo da Fundação Cardoso de Moura(2013)

Conselho Fiscal
Assembleia Geral Direcção Executiva Presidente: António Luís de Brito
Presidente: Carlos José Alves Oliveira Presidente:- José Francisco Lucas Romano 1ºVogal: Maria Filomena Fernandes Ano Bom
Vice-Presidente: Jorge Manuel Nunes Amaro Vogal:- Carla Andrea Pereira Antunes 2º Vogal: Ângela Filipa Pinto
Secretario: Ana Teresa Pereira Santos Vogal:- Rodrigo Miguel Marques Amaro 1º Vogal Suplente: Alice Brito Aparicio
2º Vogal Suplente: Jorge Arménio Pina Figueiredo

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***
Testamento de Sr. António Cardoso de Moura
Última Vontade
"Eu abaixo assinado ANTÓNIO CARDOSO DE MOURA, casado, proprietário, com setenta e cinco anos de idade, vou escrever este meu testamento para que sejam
cumpridas as disposições da minha última vontade, e sem prejuízo dos direitos do uso fruto que pertencem a minha esposa Eduarda Mendes Cabral e Moura, se esta me
sobreviver, e ainda para se efectivar somente depois da morte da mesma minha esposa, instituo com os bens abaixo designados da minha meação, como instituição de
beneficência, em Loriga, terra da minha naturalidade, um hospital ou asilo, ou qualquer outra instituição que à data da minha morte ou posteriormente, a Comissão, que
adiante vou nomear, entender ser mais útil ou benéfica ao povo da minha freguesia. Para esclarecer melhor o meu pensamento, declaro que é minha vontade, que mesmo
fundada qualquer daquelas instituições, se mais tarde se verificar que outra é mais útil ou benéfica, se faça a respectiva transformação, sem perda de tempo e sempre
com o objectivo de tirarem em benefício do povo de Loriga, todo o proveito possível de que neste testamento instituo. Para a instalação de qualquer dos
estabelecimentos que em cima instituo, estabelecimento esse, seja qual for a sua natureza, se destina a beneficiar os habitantes da freguesia de Loriga, deixo a minha
casa de habitação e quintal anexo sita à rua da Amoreira na povoação de Loriga, com tudo quanto estiver dentro, com excepção de ouro, pratas, jóias e máquina de
costura, porém como entendo que para o fim a que destino o recheio da referida casa, não é necessário o mobiliário do meu quarto de dormir e mobiliário que guarnece
a casa de jantar, deve a Comissão a que adiante me refiro, vender se assim o entender, bem como outros objectos que não sejam precisos, revertendo o seu produto em
benefício da instituição que desejo ser fundada. Se em qualquer tempo a Comissão adiante nomeada, entender instalar em qualquer outro edifício, construído ou a
construir a instituição que desejo ser criada, é bem que o faça e destino a minha casa referida a obter rendimento para auxilio da manutenção da mesma instituição.
Deixo à mesma instituição de beneficência já referida, as propriedades rústicas com as casas para palheiro que tenho na freguesia de Loriga, sitas ao Pero Negro,
Carreira, Penedo de Alvoco, Tapada do Ameal, Montesinhas e Cabeço, bem como todos os prédios urbanos ou rústicos que à data da minha morte possuir na cidade de
Lisboa, para com os respectivos rendimentos assegurarem tanto quanto possível a manutenção da instituição que fundo por esta minha última vontade.
Para dar cumprimento a esta disposição da minha última vontade, fundando a instituição, administrando os bens que lhe ficam adestristos, superintendendo em todos os
actos administrativos, e ainda para escrupulosamente defenderem o pensamento com que dito este meu testamento, constituo uma Comissão permanente composta
sempre dos indivíduos que desempenham as seguintes funções na freguesia de Loriga: Médico Municipal, Pároco da Igreja Matriz, Professor ou Professora primária mais
antiga nas escolas da freguesia, Presidente da Junta de Freguesia e Regedor ou qualquer outra autoridade administrativa que venha a substituí-lo. Os membros desta
Comissão escolherão um nome a dar à instituição que fundo e o seu objectivo, bem como escolherão entre si o Presidente e distribuirão os cargos necessários.
Quando algum dos indivíduos que desempenham as funções que lhe dão qualidade para fazer parte da Comissão, falecer, será na mesma Comissão substituído por
quem vier a ocupar o seu lugar, mas a sua posição dentro da Comissão, será determinada por deliberação e escolha dos outros membro........................
Desejo ser enterrado no cemitério de Loriga e na sepultura qua lá possuo para mim e minha esposa"
Ass) António Cardoso de Moura
(Registado aqui - Ano de 1999)

A utilização do principal imóvel em Loriga


O imóvel situado na Rua Coronel dos Reis pertencente à Fundação Cardos de Moura, é o imóvel principal situado em Loriga, onde foi a residência do senhor António
Cardoso de Moura. É sem dúvida uma casa que mais utilidade já teve, em prol da comunidade loriguense. Aqui se documenta algumas dessas utilizações ao longo dos
anos.
Para além de continuar ali a ser a Secretaria da delegação da Fundação em Loriga, o imóvel teve a mais variada utilização - Sede da Junta de Freguesia de Loriga; sede
da Banda de Loriga; secretaria de inicio da fundação dos Bombeiros Voluntários de Loriga; Biblioteca local e foi também local para encontros ou reuniões para projectos
ou eventos a realizar em Loriga, assim como, foi também local para ensaios de Teatros e de grupos musicais, bem como, por ali passaram cursos de cortes, tapetes de
Arraiolos e outros mais e também durante alguns anos, numa das lojas, estiveram a funcionar as máquinas de lavar roupa da Associação Loriguense de Apoio à Terceira
Idade.
Ali esteve sediado o CTT durante algum tempo, enquanto eram feitas obras de restauro no Edifico dos Correios. Esteve também ali situado durante largos anos o Posto
do Turismo de Loriga, actualmente no 1º. e 2º. Andares e lojas vão servindo de arrecadação a vários objectos antigos para o futuro Museu de Loriga e ultimamente ali foi

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situada a sede da Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga.


Resta ainda a acrescentar que uma das lojas continua actualmente a servir de habitação provisória a uma pessoa. (Registado aqui - Ano de 2008)

Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade


Fundada em 12 de Julho de 1990
Nr.Cont. 502429356
Rua do Terreiro do Fundo
6270-103 Loriga - Telef. 238/954418
alti@sapo.pt

Esta Associação foi constituída por vontade de 25 Loriguenses de todas as condições sociais, que outorgaram a respectiva escritura pública em 12.07.90, tendo os
respectivos estatutos sido publicados no Diário da República, Nr.195, III Série de 24.08.90, e sendo a Comissão instaladora constituida pelos cinco primeiros
outorgantes:
-Carlos Nunes Cabral Júnior; António José Aparício Conde; Fernando Ambrósio Pereira; Padre Francisco Borges Ascensão e António Pinto Ascensão.
No dia 5 de Dezembro de 1990, foi solicitado o respectivo registo, através de requerimento à Segurança Social da Guarda.
A fundação desta Associação teve por objectivo, dar apoio aos idosos e promover o voluntariado humanitário em Loriga e, o seu âmbito de acção, abrange esta mesma
freguesia.
Como primeiro passo, foi adquirida a casa que se encontrava em ruínas, pertencente aos herdeiros de Maria do Carmo Mendes, tendo então sido construído um prédio
com magnificas e modernas instalações e, ainda, as respectivas infra-estruturas necessárias numa obra de que todos os Loriguenses se orgulham.
Numa actividade de apoio aos idosos, quer aos que ali se deslocam diariamente, quer o apoio domiciliário, é de facto gratificante a existência desta instituição na
localidade de Loriga, onde as pessoas hoje em dia parecem sentir que não estão completamente abandonadas.
Situada num local privilegiado desta Vila de Loriga, tem sido uma luta permanente e constante da Direcção desta Associação, a tentativa de concretização dos sonhos,
projectos e objectivos que se propuseram alcançar em prol dos idosos e dos seus conterrâneos.
Já com um número significativo de Associados, os seus dirigentes têm apelado no sentido de serem muitos mais pois, para o sucesso destas obras é necessária a
congregação de forças e vontades de todos, para levar por diante tão importante agremiação.
(Registado aqui - Ano de 1999)
*
Em 1999, foi adquirida uma Carrinha, que veio dar um grande apoio aos seus Associados.
Em Março de 2009, foi adquirida uma nova Carrinha, aproveitando o subsidio atribuído para esta aquisição.
*****
Nota de Registo - Junho 2009

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O crescente envelhecimento da população portuguesa, aliado ás transformações que a nossa sociedade está a ser sujeita, provoca uma necessidade de infra-estruturas
onde os idosos possam ter ao seu dispor serviços para uma vida com melhor qualidade.
O envelhecimento da população também a seu notada em Loriga à muitos anos a esta parte, levou que forças vivas locais, idealizassem a necessidade da criação de um
Centro de Dia, como resposta válida a uma situação apresentado numa filosofia que assenta na promoção do bem estar nas suas diferentes vertentes, que dessa forma
este apoio pudesse combater também a solidão.
Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade, numa cobertura de solidariedade tem nos seus associados um meio de ajuda social, vivendo como organismo dentro
das mais rudimentares dificuldades tendo em conta os tempos actuais, merecendo da parte de todos ter uma melhor atenção e apoio, tendo muito em conta também, ser
hoje uma instituição que tem sido de uma importância vital aos idosos de Loriga.
Numa valência que mantém no apoio ao domiciliário aos idosos, feito por pessoal especializado num elevado espírito humano, por isso ser de relevo um trabalho de
grande dignidade para com os idosos, hoje são na ordem de cerca de 40, os idosos que auferem em suas casas de uma melhor e digna atenção, que os fazem sentir
mais acarinhados nesta face das suas vidas.
Sendo uma Associação de solidariedade social, de acordo com as leis em vigor, tem que estar ao nível das exigências básicas, por isso, a permanente preocupação dos
seus dirigentes que tem feito um esforço gigantesco para superar as dificuldades e, ao mesmo tempo apetrechar as suas instalações com as mais-valias, para o
bem-estar de todos.
Actualmente com cerca de 300 associados pagantes, a quotização não chega para fazer frente a todas as necessidades da instituição, o mesmo acontece com a
comparticipação da Segurança Social, que fica aquém das necessidades.
Uma cozinha bem apetrechada e esmerada dá hoje apoio e distribui comida ao domicílio na ordem de 30 refeições diárias, num acordo com a Segurança Social e
também ainda dentro do mesmo acordo e por exigência, neste caso, o serviço de refeições na própria associação são infelizmente resumido a algumas, quando podia e
tem a capacidade para 15.
Uma lavanderia também muito bem apetrechada tem sido verdadeiramente importante na lavagem de roupa a muitas pessoas, nomeadamente aos seus associados, com
o pagamento de uma simbólica importância, um serviço importante se lembrarmos, que por uma ou outra razão, muitas das pessoas já não podem lavar as suas roupas.
A Associação de Apoio à Terceira Idade é sem dúvida uma instituição em prol dos idosos de Loriga, que deve e merece ser apoiada.

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(Registado aqui - Ano de 2009)

Elenco Directivo da Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade (Triénio 2008-2010)


Assembleia Geral
Presidente - José Florêncio Alves
1º. Secretário - José Pina Gonçalves
2º. Secretário - Maria Amélia Brito Aparício
Direcção Suplentes
Presidente - Jorge Manuel Costa Pinto Horácio Costa Pinto Ortigueira
Vice-Presidente - Emídio Cristovão Pereira Alfredo Pereira dos Santos
José do Nascimento Claro
Secretário - Rosa Maria B. Santos Fonseca
Maria Isabel Brito Aparício
Tesoureiro - Maria Fernanda M. Pires Amaral
Maria de Lurdes Mendes Claro
Vogal - Carlos Moura Romano
Conselho Fiscal Suplentes C.Fiscal
Presidente - Álvaro Silva Pinto Carlos Moura Marques
Vogal - António Fonseca Moura António Maurício Moura Mendes
Vogal António Marques Garcia Carla Susana C. Lages Amaro

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Casa do Povo de Loriga


Rua Viriato
6270-103 Loriga
Tutelada pelo Governo remonta ao principio da década de 1960 a criação desta Associação em Loriga, tal como vinha acontecendo um pouco por todo lado, aquando da
extensão do Sistema da Segurança Social aos rurais em Portugal.
No dia 11 de Janeiro de 1961 deslocou-se a Loriga o Sr. Dr. Delegado do Instituto Nacional do Trabalho da Guarda, acompanhado do Sr. Dr. Sub-Delegado e do Sr.
Presidente da Caixa de previdência do Pessoal da Industria de Lanifício a fim de entregar o alvará da fundação da Casa do Povo de Loriga, assim como, dar posse à
primeira Comissão Administrativa que foi assim constituída - Presidente Manuel Gomes Leitão, Secretário António Nunes Ribeiro e Tesoureiro Valdemar Nunes de Brito.
Durante anos foi, de facto, uma verdadeira "caixa" dos rurais, mas não só, pois passou a abranger muitos dos idosos, principalmente os das classes menos favorecidas
de Loriga, que passaram a ter direito a uma pensão de sobrevivência e a assistência médica. Esta medida veio proporcionar aos idosos, mesmos aos não contributivos,
um melhor poder económico e uma velhice mais tranquila.
Ao longo da sua existência, e numa permanente actividade pela causa dos mais necessitados, esta Associação teve também um papel fulcral no empenho que
demonstrou junto da população, ao nível cultural, apoiando mesmo o grupo "Novo Horizonte", que propagou Loriga através da divulgação da música de raiz popular,
fazendo renascer as "cantigas" que o Povo, em tempos passados, cantou.
Com a extinção da Junta Central das Casas do Povo, em 1 de Agosto de 1990, as Casas do Povo deixaram de estar sob a tutela do Governo, com a Casa do Povo de
Loriga a não fugir à regra, passando a viver pelos seus próprios meios, ficando o seu âmbito de acção bastante diminuído.
Com sede própria, os seus órgãos sociais tudo faziam, no urge dinamizador ds projectos e objectivos culturais que os mesmos tinham em mente, para o bem de Loriga.
A Casa do Povo veio depois a ficar sem actividade ficando mesmo extinta decorria então década de 1990, ficando Loriga mais pobre ao ver terminar uma associação que
muito contribuiu para um grupo etário social mais desfavorecido.
(Registado aqui - Ano de 1999))

Centro de Assistência Paroquial de Loriga


Largo do Adro 16
6270-074 Loriga
Telef. 238/953191
Casa Paroquial -Telefone: 238 953 204
Comissão da Fábrica da Igreja - E-mail: paroquiadeloriga@sapo.pt
www.agencia.ecclesia.pt/ecclesiaout/loriga/
O Centro de Assistência Paroquial foi uma iniciativa e teve com grande impulsionador o senhor Padre Abrantes Prata, que foi pároco em Loriga durante 22 anos
(1944-1966) e tinha como objectivo prestar auxílio social e moral aos jovens e a crianças carenciadas da vila. Foi no dia 1 de Outubro de 1949 que o presidente da
Câmara de Seia, Dr. Mota Veiga, deu posse à primeira Comissão Administrativa que foi constituída por Dr.. Carlos Leitão Bastos, Padre Abrantes Prata, Emílio Leitão
Paulo e José Luís de Pina. Teve como ano da sua fundação o ano de 1952. Os respectivos Estatutos foram, em principio, aprovados por Dom Domingos da Silva
Gonçalves, Bispo da Guarda, em 25.7.1952, sendo oficializada essa aprovação em 07.de Maio de 1953 e publicado no Diário da República Nr.116, 3a. Série de
16.5.1953.
Teve o seu registo definitivo na Direcção Geral de Acção Social, em 18 de Março de 1983, no Livro das Fundações de Solidariedade Social a Fls. 161 verso e 162 sob o
número 24/83.
Tinha como finalidade e objectivo, prestar auxilio social e moral aos jovens e crianças, bem como apoio à população activa através de promoção de desenvolvimento

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cultural e ainda assistência às pessoas idosas e necessitadas da freguesia.


Tem sido um longo percurso de amor ao próximo, tendo o seu inicio ainda na década de 1950, com a chamada "sopa dos pobres", continuando a sua actividade orientada
e materializada nos valores e principios defendidos pela Doutrina Social da Igreja,
Em 2 de Julho de 1962, as Irmãs da Congregação de S.João Baptista, em Gouveia, ocuparam-se de todos os serviços do Centro, instalando-se na casa do Padre
António Mendes Lages que, em vida, doou todos os seus bens para o Centro Paroquial.
As actividades deste Centro tem sempre funcionado num sistema bem alargado, de acordo com os critérios estatuários para os fins que foi fundado. A Creche; Jardim de
Infância; apoio aos jovens e orientação nas actividades dos tempos livres; Cantina e assistência domiciliária aos pobres e doentes, têm sido estas as actividades
desenvolvidas em prol da população, e que vão de encontro aos ideais do seu fundador.
Nos anos mais recentes, a preocupação deste Centro tem sido concentrada numa conjunção de esforços para com as pessoas chamadas de terceira idade, projectando
e levando a efeito a construção da Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia, que será de importância vital para a população, e que, por certo, irá contribuir para um
melhor bem estar das pessoas idosas.
***
Recorte da chegada das Irmãs a Loriga, em 2 de Julho de 1962

"Eram 19 horas, quando a Redª Madre Geral Irmã Maria Stephana acompanhada das Irmãs que constituiram a comunidade de Loriga, e das Irmãs professas daqui
naturais e que ingressaram na já referida Congregação, à Portela do Arão, onde eram aguardadas pelo Rev.do Clero da Paróquia e das freguesias limítrofes, - Alvoco,
Valesim, São Romão e Torroselo, Junta de Freguesia, Industriais, Vicentinas, muitas Senhoras e dezenas de pessoas de representação da nossa vila.
Presentes também o Rev.ºs Srs. P.e João Reinker, Reitor do Seminário de Gouveia e P.e Carlos Kraut, professor no mesmo seminário.
Após os primeiros cumprimentos, extenso cortejo de automóveis se dirigiu a Loriga. Nas ruas, imenso povo, curioso e manifestando a sua alegria ao receber as Irmãs.
No adro, a multidão comprimia-se no vasto recinto. Rossoam vivas e palmas. Respeitoso, agradecido, e contente, o bom povo de Loriga cobre de flores as Irmãs, que
só a muito custo conseguem abrir passagem para entrar na igreja Paroquial.
O Rev.º Pároco, em palavras quentes e sentidas saúda as irmãs, que, como o seu Santo Patronato, também "vêm em nome do Senhor, preparar os seus caminhos",
tendo a exemplo de Maria subido apressadas a montanha, não só para nos virem visitar, mas para ficarem connosco, numa vida imolada na oração, numa dedicação
constante pelas criancinhas que ajudarão a preparar para a vida, numa abnegação sacrificada pelos pobrezinhos, a que prestarão assistência carinhosa, num
apostolado ardente junto de todas as almas..
Toda a assembleia dos fiéis cantou a "Magnificat", terminando a cerimonia com a Benção do SS. Sacramento.
Ouviu-se então, vibrante e sentido como nunca, o "Salmo da União Fraterna":
***
Logo do início teve como actividade as seguintes secções:

I - Secção de Assistência a menores adolescentes:


a) - Casa de formação e trabalho para raparigas;
b) - Abrigo Infantil, para crianças de ambos os sexos, dos 3 aos 12 anos, divididas em 3 classes;
c) - Sopa das crianças.

II - Secção de Assistência a inválidos ou maiores indigentes:


a) - Sopa dos pobres;
b) - Agasalho dos pobres;
c) - Visita domiciliária a pobres e enfermos.

III - Secção de Assistência à família:

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a) - Educação familiar;
b) - Auxílio económico nos períodos de aflição, doença ou outros motivos plausíveis.

IV - Secção de Cultura popular:


a) Biblioteca Paroquial;
b) Boletim Paroquial.
(Registado aqui - Ano de 2001)

Grupo Desportivo Loriguense


Fundado em 8 de Abril de 1934
Rua do Regato 6270- Loriga
Telef. 238/953173
E.mail:grupoloriguense@sapo. pt

Sede do Grupo Desportivo Loriguense, a partir de Setembro de 2013


*****
O Grupo Desportivo Loriguense foi fundado em 8 de Abril de 1934, pelos Srs. Manuel Gomes Leitão; Carlos Nunes Pina; António Nunes Ribeiro e Joaquim Gonçalves
Brito, quando, na década de 1930, muita juventude despontava já para a prática do desporto, sendo o desporto e a cultura os principais objectivos dessa fundação.
O primeiro equipamento do Grupo Desportivo, em segunda mão, foi oferecido por Manuel Gomes Leitão, um dos fundadores. A primeira Sede foi no Terreiro da Lição
para então, em 1938, ser mudada para a Rua Viriato onde se tem mantido até agora.
O primeiro campo de futebol que há memória, estava situado no Surgaçal, bastante longe da vila, sendo que os treinos eram realizados no Recinto da Nossa Senhora da

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Guia ou na estrada. Mais tarde e sabendo-se que havia um terreno na Fonte Sagrada, por cima da Vista Alegre, foi o mesmo pedido à proprietária D. Amália Pina, que
foi colaborante, sendo efectuada a terraplanagem do mesmo, que passou a ser o novo campo de futebol até finais da década de 1940 e principio da década de 1950.
Como a compra daquele terreno nunca foi concretizada, foi procurado outro terreno e, nas "Casinhas" junto às "Resteves" estava a solução, uma vez que havia ali um
terreno mais plano. No ano de 1952 foi então inaugurado o campo. Foi nesta altura também que se conheceu um certo entusiasmo que atingiu o auge nos anos seguintes,
mas foi sol de pouca dura, poucos anos depois a população jovem começou a dar-se ao desinteresse, apesar de nessa época ter havido uma tentativa no sentido da
inscrição nos campeonatos regionais.
Entretanto, este campo passou a ser durante muitos anos uma dor de cabeça profunda para os atletas e direcções que passaram pelo Grupo Desportivo, porque todos
os invernos as chuvas levavam parte do campo, que ia sendo reparado e que absolvia grande parte das receitas. Na década de 1970, foram finalmente efectuadas as
grandes obras para a solução do problema, foram construídos muros altos de suporte e ao mesmo tempo efectuada a arborização das barreiras, ficando assim
pontualmente o problema resolvido.
Este Campo de Jogos pertence ao Grupo Desportivo, que o adquiriu definitivamente em 1961 por 14.000$00, importância em parte oferecida por um Loriguense
residente no Congo, António Lemos Leitão, que contribuiu com a quantia de 6.000$00.
As actividades desportivas desenvolvidas pelo Grupo têm sido o futebol de onze e de salão, o atletismo, xadrez, damas, ténis de mesa, bilhar e cicloturismo.
Ao longo destes anos de existência, são dignos de realce alguns bons executantes que serviram o Grupo na modalidade de futebol e que se poderiam ter distinguido no
país. No entanto o que parece ter ficado como um símbolo foi, sem dúvida, o Armando "Folhadosa", que viria a morrer ainda jovem por doença que na altura vitimava
muita gente e que, segundo dizem os antigos, era um jogador longilíneo, polivalente e aguerrido.
O patamar mais elevado, ao nível da modalidade de futebol, foi quando se chegou a disputar o Campeonato Distrital da Guarda da 2a. Divisão. Numa altura em que se
vivia em Loriga um certo entusiasmo
Nestes últimos anos, as modalidades praticadas e que mais se têm notabilizado, são o Futsal, Xadrez; Cicloturismo e o Atletismo, estando mesmo federado na
Associação de Atletismo da Guarda.
Ao longo da sua existência, a actividade cultural e social desta popular colectividade tem sido na realidade uma das actividades mais marcantes e de registo, onde se
realça e recorda ao longo dos anos, da existência sempre presente do grupo teatral amador, que desde sempre tem dinamizado muitas pessoas para a arte de
representar, por isso ter existido sempre em Loriga, grandes talentos e verdadeiros artistas, lamentando-se de muitos deles não terem podido ir mais além.
Anualmente, vem o Grupo Desportivo Loriguense, organizando a Corrida de São Silvestre de Loriga, que traz a Loriga muitos atletas da região e mesmo de outros pontos
do país.
Nos tempos actuais, um dos objectivos prioritários é a aquisição de Sede própria, tendo os seus dirigentes dado já passos importantes nesse sentido. (Registado aqui - Ano de
1999)
***
Alguns anos a esta parte, o Grupo Desportivo Loriguense, tem realizado em Loriga a Corrida Ciclista da Serra da Estrela, prova que é disputada anualmente e que traz a
Loriga muitos ciclistas de muitas regiões do país.
*****
Elenco Directivo do Grupo Desportivo Loriguense (Biénio 2012-2014)
Direcção:
Presidente: Joaquim Gonçalves Moura
Vice-presidente: António Fonseca Moura
Assembleia Geral 1º Secretário: Jorge Moura Mendes Conselho Fiscal:
Presidente: António Maurício Moura Mendes 2º Secretário: João Carlos Martins da Silva Presidente: Fernando António Brito Mendes
1º Secretário: Ricardo Brito Cabral Tesoureiro: Armando Manuel Gonçalves Moura Secretário: Carlos José Garcia Pereira
2º Secretário: Carlos Moura Marques Vogal: Carlos Moura Romano Relator: Pedro Miguel Marques Palas
Vogal: Joel Marques dos Santos
Vogal: António Jesus Pina Macedo
Vogal: Alfredo Marques da Silva

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Fotos dos Fundadores

Manuel Gomes Leitão; António Nunes Ribeiro; Carlos Nunes Pina e Joaquim Gonçalves Brito.
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Grupo Desportivo Loriguense


- Recortes de História de 75 Anos de existência -

São 75 anos de história da mais popular colectividade de Loriga, fundada a 8 de Abril de 1934, com os festejos
programados para o dia 19 de Abril para comemorar esta importante data das Bodas de Diamante, com um atraente
programa que oportunamente será divulgado.
Desporto, cultura e o meio social, são sem dúvida os temas marcantes ao longo da sua existência e que vamos recordar.

I - O Grupo e as suas Sedes

Situada na Rua Viriato (Terreiro do Fundo) é sem margem para dúvidas, um local acolhedor enraizado nos loriguenses, onde todos parecem ter uma história para
contar. São recordações de gerações que por ali passaram, porque foi sempre um ponto de encontro, de convívio social, de passatempo, entretimento, jogos, leitura,
enfim uma casa que está bem marcada no povo loriguense.
Hoje com acesso gratuito à internet, ao dispor dos associados e com um grande ecrã plasma, acompanha os tempos presentes, no entanto, está ainda na memória

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de muitos, quando ali não havia televisão, existia o velho rádio, onde junto a ele muitos se reuniam para ouvir os relatos da bola ou os programas dos discos pedidos
ou outros. Até que surgiu a televisão, para então sim, a Sede do Grupo Desportivo encher-se completamente de pessoas, para ali assistirem a muitos dos programas
em voga na altura, passando essa caixinha que modificou o mundo, a ser uma mais-valia para o Grupo Desportivo.
A velha mesa de Bilhar, ainda ali bem silenciosa e no mesmo local, muito terá que contar, eral ali que muitos desenvolviam a sua habilidade e arte de bem jogar Bilhar,
que se diga de passagem, havia bons executantes, muitos mesmo verdadeiramente habilidosos, autênticos campeões.
As mesas que quase diariamente servem de entretimento para jogar às cartas, quantas gerações que por elas passaram e, quantas histórias ficaram por contar.
Um pequeno bar, espera por todos que ali vão, num ambiente de amizade e também muitos de nós, principalmente os ausentes, aproveitam para uns momentos de
agradável cavaqueira com os amigos e assim pondo a conversa em dia.
Tudo isto, conjugado com os troféus e as várias fotos pelas paredes, são lembranças de um passado que continua bem presente, que foi e continua a ser a Sede do
nosso Grupo Desportivo uma casa de todos e para todos.
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Sede do Grupo Desportivo Loriguense Setembro de 2013

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Antiga sede do Grupo Desportivo Loriguense - Rua Viriato - Nestas instalações esteve o GDL sediado até Setembro de 2013
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Sede do Grupo Desportivo Loriguense a partir de Setembro de 2013

Em 11 de Janeiro de 2013, foi assinado com o Município de Seia, o protocolo da cedência de novas instalações ao Grupo Desportivo Loriguense, cerimónia que de
decorreu em Assembleia magna, contando com a presença do senhor presidente da Câmara de Seia Filipe Camelo, o presidente da Junta de Freguesia de Loriga
António Mauricio, dos órgão sociais do Grupo, do elenco diretivo chefiado pelo presidente da Direção, Joaquim Gonçalves Moura e também alguns associados, que
testemunharam assim o ato, sendo este um dia histórico e uma data bem marcante para a popular coletividade desportiva loriguense.
Foram assim cedidas, a título comodato, ao Grupo Desportivo Loriguense, as instalações onde até então ali tinha sediado o Quartel dos Bombeiros Voluntários de
Loriga, que estando degradadas e sem condições, foi projetado de imediato obras de restauro de inteira necessidade, que tal como disse o senhor presidente da
Direção, Joaquim Gonçalves Moura, ao orar da palavra na Assembleia "é hora de por mãos á obra para se levar em frente a recuperação do espaço, em que vamos

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todos acreditar, que ficará ali bem instalado e funcional o nosso popular Grupo Desportivo".
Foi entretanto, registado o projeto de recuperação, que segundo foi anunciado seriam preciso 53.000€, para que ficasse depois de concluídas essas obras, bem
operante e com o conforto necessário para que todos ali se sentissem bem.
Foi necessário cerca de oito duros meses, para que as obras fossem concluídas, no mês de Setembro de 2013, começou o procedimento da mudança das antigas
instalações da Rua Viriato para as novas instalações na Rua do Regato.
No dia 28 de Setembro de 2013, ficou então registado no historial do nosso popular Grupo Desportivo Loriguense, com a inauguração das novas instalações, chegando
assim o dia que teve como seu início no dia 11.Janeiro.2013, quando da assinatura do protocolo do comodato das cedências de novas instalações ao GDL, virando-se
assim uma nova página na história, quando pelas 12h30 se deu a abertura das novas instalações.

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Nova Sede do Grupo Desportivo Loriguense - Rua do Regato - a partir de Setembro de 2013
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Salão
"Carlos Nunes Cabral Júnior"

Quando da inauguração e bênção da nova Sede do Grupo Desportivo Loriguense, cerimónia que teve lugar em 13 de Abril de 2014, foi também inaugurada a Sala
Nobre à qual foi atribuída o nome de Carlos Nunes Cabral Júnior, grande dinamizador do Grupo Desportivo Loriguense.
Discurso no dia da Inauguração
Caros Associados, Convidados e Loriguenses:
Inauguramos hoje as Instalações da nossa Colectividade. É um dia histórico, memorável e marcará o rumo da nossa história.
É também um dia de grande júbilo com a cerimónia da bênção das Instalações da nossa Sede, pelo Revdº Arcipreste Padre João António Gonçalves Barroso. É
excelso, sobrenatural e de grande elevação este acto cerimonial para a Colectividade, associados e para a comunidade em geral.

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A iniciativa que a Direcção teve e hoje se transforma em realidade, constitui um marco


simbólico no seu vasto historial, honrando o passado.
O acto de conceder o nome a esta sala de "Carlos Cabral Júnior" é uma atitude de gratidão e
de profundo reconhecimento. Ela confere dignidade e esplendor à nossa colectividade.
Carlos Nunes Cabral Júnior, com a classificação de sócio de Dedicação, foi desde muito jovem
um sócio muito interventivo. Muitas das Assembleias Gerais realizadas, encontravam eco nas
suas intervenções, contribuindo para que a Instituição se tornasse cada vez mais eficaz e
dinâmica. Fez parte de vários Órgãos Sociais e como Presidente da Direcção nos biénios
1985/1986 e 1987/1988, O Grupo Desportivo Loriguense, atinge o patamar máximo em matéria
desportiva com a sua participação na 2ª divisão do Distrital de Futebol. É Filiada na Associação
de Atletismo da Guarda, a Corrida de S. Silvestre Serra da Estrela, Torneios abertos de Xadrez
e melhoramentos significativos no Parque de Jogos.
Por sua iniciativa foi proposta e aprovada em Assembleia Geral realizada no dia 27 de Agosto
do ano 1988, o congelamento de uma verba, depositada no Banco, para futuras obras de uma
nova Sede. Foi fundamental para as obras da nova Sede que hoje estamos a inaugurar.
Esta distinção é de facto merecedora. Foi uma personalidade a quem esta Colectividade e
Loriga muito devem e creio que não é descabido afirmar que se trata do maior Empresário de
Lanifícios que Loriga teve na sua história Industrial. Uma referência para todos os que abraçam
a nobre missão associativa
Obrigado a todos pela vossa presença.
Viva o Grupo Desportivo Loriguense

Loriga 13 de Abril de 2014


Por Carlos José Brito Moura
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II - O Grupo e os campos de futebol

O desporto foi sem dúvida o mote para a fundação do Grupo Desportivo Loriguense, que de certa forma tem marcado a história desta colectividade através dos seus
setenta e cinco anos de existência.
Uma ideia de objectividade para o futebol, marcou sempre uma certa motivação e orientação ao longo da sua existência, que apesar de nunca se ter atingido
patamares elevados, não deixou por isso de o Grupo Desportivo ter nos loriguenses aquele carinho de verdadeira dimensão, que todos lhe dedicam.
Um campo de futebol adequado, foi desde sempre um complemento de carência do Grupo Desportivo, que parece se ter tornado numa realidade longe de atingir, no
entanto, o existente é um local de recortes de histórias que merece ser recordado, quantas gerações por ali passadas, que mesmo sem condições davam tudo para ali
jogarem à bola.

Falamos aqui hoje dos campos de futebol e suas histórias

O primeiro campo de futebol que há memória estava situado lá para os lados da Campa, depois segui-se um outro que estava situado no Surgaçal, bastante longe da
vila, sendo que os treinos eram realizados no Recinto da Nossa Senhora da Guia ou na estrada. Mais tarde e sabendo-se que havia um terreno na Fonte Sagrada, por
cima da Vista Alegre, foi o mesmo pedido à proprietária D. Amália Pina, que foi colaborante, sendo efectuada a terraplanagem do mesmo, que passou a ser o novo
campo de futebol até finais da década de 1940 e principio da década de 1950.

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Como a compra daquele terreno nunca foi concretizada, foi procurado outro terreno e, nas "Casinhas" junto às "Resteves" estava a solução, uma vez que havia ali um
terreno mais plano. No ano de 1952 foi então inaugurado o campo. Foi nesta altura também que se conheceu um certo entusiasmo que atingiu o auge nos anos
seguintes, mas foi sol de pouca dura, poucos anos depois a população jovem começou a dar-se ao desinteresse, apesar de nessa época ter havido uma tentativa no
sentido da inscrição nos campeonatos regionais.
Entretanto, este campo passou a ser durante muitos anos uma dor de cabeça profunda para os atletas e direcções que passaram pelo Grupo Desportivo, porque todos
os invernos as chuvas levavam parte do campo, que ia sendo reparado e que absolvia grande parte das receitas. Na década de 1970, foram finalmente efectuadas as
grandes obras para a solução do problema, foram construídos muros altos de suporte e ao mesmo tempo efectuada a arborização das barreiras, ficando assim
pontualmente o problema resolvido.
O actual Campo de Jogos pertence ao Grupo Desportivo, que o adquiriu definitivamente em 1961 por 14.000$00, importância em parte oferecida por um Loriguense
residente no Congo, António Lemos Leitão, que contribuiu com a quantia de 6.000$00.

Actaul campo situado nas "Casinhas"


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Foto tirada no Campo da Fonte Sagrada - Ano 1940 *

* Esta equipa de futebol representava também o Sindicato dos Lanifícios de Loriga, como aqui se documenta, foto esta datada da década de 1940, que chegou até a estar exposta na antiga sede do Sindicato. Identificam-se os
cinco directores da esquerda para a direita que são:- Jeremias Alves Pereira, José Mendes Lages, Mário da Benedita da Avó, seu irmão Joaquim, e António Rifona. Pena é não podermos identificar de momento os respectivos
jogadores.
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Uma das Equipes do GDL na década de 1940


(Legenda incompleta - Solicita-se ajuda para se poder completar)
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Equipe do GDL - Década de 1950

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III - O Grupo e recordar o futebol

O futebol foi sem dúvida a modalidade desportiva que mais enriqueceu a história do Grupo Desportivo Loriguense ao longo destes 75 anos. É certo, que nunca foi
atingido um meio competitivo elevado, que com pena podemos lamentar se ter quedado apenas na prática a nível distrital, que no entanto e, apesar disso, a existência
do potencial humano foi sempre de alto nível e que ficou para sempre gravado na memória de todos aqueles, que ainda disso se recordam, onde acima de tudo foi
sempre bem visivel toda uma dedicação e amor desportivo em prol do seu Grupo, a mais popular colectividade loriguense.
Aqui se documenta mais equipas de futebol ao longo da sua história, que "se recordar é viver", vamos pois viver momentos de recordações.

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Equipa do GDL finais da década de 1950


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Equipa do GDL principios da década de 1960

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http://www.loriga.de/associacoes.htm

Equipa do GDL nos principios da década de 1950


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Equipa do GDL na década de 1940/50

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IV - O Grupo e e o conceito associativo

O popular Grupo Desportivo Loriguense a completar 75 Anos da sua existência, tem uma história rica de humanidade, onde desponta como registo as muitas direcções
que por ali passaram, curiosamente até gerações de famílias, todos movidos no mesmo ideal de fazerem o melhor que podiam por esta colectividade loriguense.
Recuando no tempo e a épocas passadas, lembramos o privilégio que parecia haver nas pessoas em serem directores do Grupo Desportivo, parecendo até existir em
todos elas o lema de um dever como associado. Hoje a realidade é muito diferente, também tendo em conta que os tempos são outros e, que hoje em dia o
associativismo é um problema generalizado por todo o lado, que torna os actuais tempos muito difíceis, por isso, inerente nas mesmas sempre dificuldades do velho
problema para ocupação de cargos sociais em qualquer associação, que leva por vezes também a dizer-se que o associativismo já não é o que era.
O Grupo Desportivo Loriguense não foge à regra, chegada a hora, as sempre mesmas dificuldades para a ocupação de cargos nos órgãos sociais, com pessoas de
mais carolice a empreenderem esforços no sentido de conseguirem o preenchimento de lugares para os Corpos Gerentes, estando ainda a vir-nos à memória, as
últimas eleições para eleger os actuais órgãos sociais do Grupo Desportivo, só conseguido na Assembleia Geral convocada para o efeito.
Ao longo de mais de sete décadas de história, foram na verdade de registo o trabalho desenvolvido por muitas das direcções do Grupo Desportivo, quando por vezes
não havia meios de sobrevivência, mas que o espírito dinamismo e a vontade expressa de não verem acabar uma colectividade, tudo era feito de forma que o Grupo
Desportivo continuasse bem vivo e que todos continuassem a ter aquele carinho especial, que diga-se de passagem, foi sempre uma mística que existiu para com esta
associação, por parte da generalidade dos loriguenses.
Poderíamos recordar aqui nomes que passaram pelas direcções ao longo de todos estes setenta e cinco anos de existência, e que muito se notabilizaram, seria
verdadeiramente interessante e gratificante fazê-lo, só que também poderíamos eventualmente cair no erro e involuntariamente omitir-se outros mais.
São de facto mais de sete décadas de existência, que em conclusão se tem a plena certeza de que todos, mas mesmo todos, que passaram pelos órgãos sociais do
Grupo Desportivo, deram o melhor de si e tudo fizeram dentro do possível para que esta popular colectividade chegasse até aos nossos dias, para aqui estarmos a
comemorar tão importante data, por isso, as gerações actuais tem por dever terem para com as direcções que passaram pelo velhinho Grupo Desportivo, um
reconhecimento e porque não um BEM-HAJA DE GRATIDÃO.

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Como o temos vindo a fazer, continuamos a recordar as equipas de futebol do Grupo Desportivo, por isso aqui documentamos mais algumas.

Equipa do GDL no Ano de 1966


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Equipa do GDL década de 1980 Equipa do GDL década de 1990

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Equipa do GDL de futebol de salão, ou Futsal como hoje se diz - Ano 1996

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V - O Grupo e o conceito social

Recordar o Grupo Desportivo Loriguense no seu conceito social é sem dúvida de enorme relevância, onde o convívio e amizade esteve
sempre presente na sua sede, onde hoje ainda se continua a matar saudades e também viver-se recordações.
Jogar as cartas é sem dúvida um meio de entretimento que se arrasta nos tempos e que foi passando de gerações para gerações. Mas
os matraquilhos e o bilhar tiveram também sempre uma presença muito praticada entre os associados do Grupo Desportivo.

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O "Bingo" hoje modernamente assim falado, continua a ser jogado no Grupo Desportivo, tal como em tempos passados que era
popularmente chamado por "Quino", por isso, faz também parte da história desta colectividade no seu conceito social.
Recuando no tempo, normalmente era nas noites do inverno que mais se jogava ao "Quino" que por sinal era muito concorrido. Está
ainda nas memórias de muitos essas noites, que ao mesmo tempo eram de um verdadeiro convívio social, amizade e entretimento.
Nesta comemoração das Bodas de Diamante do Grupo Desportivo, cabe aqui também recordar essas noites de jogar o "Quino" e o
tradicional cantar dos números que todos eles eram apelidados. Havia nessas épocas grandes "cantadores" que tinham maneira típica
loriguense de anunciar os números que iam saindo da já roçada velha "taleiga" tornando um ambiente de divertimento e boa disposição,
independente de quem tinha a sorte de ganhar.
Um desses "cantadores" e talvez o maior era sem dúvida o Abílio "Cardeira", recentemente falecido, a ele se devendo até muitos dos
apelidados nomes atribuídos aos números que faziam parte do "Quino". Recorde-se que chegou até haver sessões em que os números
de 1 a 90, todos eles tinham um nome e o "cantador" apenas dizia esse nome, porque normalmente já a maioria dos jogadores estavam
familiarizados com eles.
A memória por vezes vai falhando, por isso, alguns desses nomes já se foram esquecendo através dos tempos. Há cerca de pouco mais
de três meses e ainda em conversa com o Abílio "Cardeira", foi possível recordarmos alguns desses apelidados muitos números, que fui
tomando apontamentos, com a ideia de aqui registar, para assim não mais se esquecerem, porque também eles fazem parte da história
de Loriga. Foi de facto o último legado que o nosso amigo Abílio nos deixou antes de partir para sempre e que hoje aqui registamos em
sua memória.
1-Pilinhas 33-Anos Cristo
2-Um Marreco -
3-Cardeira 35-Trinquinhas
4-Uma cadeira ----
5-Cisco 40 - Quarentona
6-Meia dúzia ---
7-Uma machada 44-Duas cadeiras
8-Um biscoito -----
9-Nobrega 50-Meio Cento
10-Uma Dezena 51-Burro a mijar numa esquina
11- Pernas da Palmira ---
12-Uma Dúzia 55-Dois cachorros
13-Nossa Senhora de Fátima ----
14-Cu a todos 60-Seis dezenas
15-Quinzinho da mamã --------
- 69-para cima para baixo
-17-Borracho para todos os lados
18-Quinoi 70-Sete dezenas
19-Inspecção ------
20-Duas dezenas 77-Duas machadas
21-Pum --
22-Dois marrecos 80-Belga
23-Perdeu-se no Grupo -------
24-Duas dúzias 88-Dois biscoitos
25-Um Quarteirão ou
-- Joaquim dos óculos
28- Marrada no tanque -
29-Padre Prata 90-Doutor Bandeira
30-Três Dezenas ou
31-Magala Nas ventas
32-Chias

Solicita-se a todos aqueles que se lembrem de mais alguns dos nomes apelidados em falta que queiram contribuir para completar esta lista, é entrar em contacto.

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VI - O Grupo no conceito cultural

A nível desportivo e social é sem dúvida o que mais tem marcado a existência do Grupo Desportivo Loriguense ao longo destes setenta e cinco anos de existência, que se deve sempre enaltecer.
No entanto, de maneira alguma pode ser esquecido o empenhamento a nível cultural, que na realidade tem tido um papel de relevo, muito associado através dos tempos nas grandes sessões teatrais e variedades musicais, que
sempre foram fazendo parte do Grupo Desportivo, uma vezes mais acentuadas que outras.
Com a construção do Salão Paroquial nas meadas da década de 1940, que passou a ser mais conhecido por "Residência" passou a existir em Loriga um lugar próprio e adequado, para realização de representações, surgindo
então na ideia das pessoas ligadas ao Grupo Desportivo, um meio de angariação de fundos, ao mesmo tempo sabendo-se de existirem em Loriga pessoas com uma certa iniciativa e também um certo talento em representar.
Desde então o Grupo Desportivo destacou-se na organização de sessões teatrais e variedades musicais, com maior realce nas décadas de 50, 60 e 70, que ficaram para sempre na memória de muitos loriguenses, que apesar
das precárias condições, foram representadas grandes peças teatrais de drama e comédia, bem como, as grandes sessões musicais em que despontava as Melodias de Sempre ou musica de êxitos na altura, que encantava
toda uma assistência que enchia sempre o Salão Paroquial.
Como se disse, nessas décadas havia em Loriga pessoas de grande talento na arte de representar e também grande e belas vozes a cantar, que ainda hoje permanecem na memória de muitos.
Mesmo assim e tendo em conta de os tempos serem outros, o mote cultural continua a manter-se bem presente no idealismo do popular Grupo Desportivo, a comemorar os setenta e cinco anos da sua fundação.

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A peça teatral "Casa de Pais" - Ano 1973


(Registado aqui - Ano de 2008)

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Recortes
- Da História do Grupo Desportivo Loriguense -
Resumo historial que fez parte do discurso, na altura das cerimónias nos festejos da passagem do 80º. Aniversário em Abril de 2014,
lido por um dos oradores convidados, que teve assim o dom da palavra e deu a conhecer todo um historial do nosso Grupo Desportivo
Loriguense, ao longo destes 80 anos da sua existência.
"Ex.mº Senhor Presidente do Grupo Desportivo Loriguense, Ex.mº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Seia, Ex.mº Senhor
Presidente da Junta de Freguesia de Loriga, Ex.mo e Rev.do Arcipreste Pároco da Paróquia de Loriga, Ex.mos Senhores que
integram os Órgãos Sociais desta Colectividade, Caros Associados e Convidados (Minhas Senhoras, meus Senhores)
Em primeiro lugar quero agradecer ao Senhor Presidente da Direcção, o convite que me fez para vos dar as boas vindas. É um
privilégio dirigir-vos umas breves palavras e vivermos estes momentos de verdadeiro associativismo. Aceitei de boa vontade. Como
muitos de vós, também eu ainda muito jovem me apaixonei pelo Grupo Desportivo, ingressei como associado, pratiquei desporto,
joguei futebol de onze, fui dirigente, integrei os Órgãos Sociais. Foram 15 anos de trabalho e luta pelos objectivos que sempre
nortearam a vida da nossa Colectividade.
Comemoramos no dia 8 de Abril de 2014, oitenta anos de actividade do Grupo Desportivo Loriguense, ao serviço dos seus
associados, da população em geral e da região em que estamos inseridos.
A primavera do ano de 1934, que a natureza, tão generosamente embelezou esta terra de encantos, dotando-a de maravilhas sem
par, presenteou-nos com uma componente desportiva, recreativa e cultural, que marcou muitas gerações de jovens. O Grupo

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Desportivo Loriguense, era fundado em 8 de Abril de 1934, pelos senhores Manuel Gomes Leitão, António Nunes Ribeiro, Carlos
Nunes de Pina e Joaquim Gonçalves Brito. Estes foram os Precursores seguidos de outras 35 personalidades que se tornaram os
primeiros sócios desta prestimosa colectividade.
Edificado em torno de um ecletismo ímpar na história da nossa Colectividade. Brioso dos seus feitos e assente nos fortes alicerces
criados pelos seus fundadores, regados pela dedicação e sacrifício dos seus continuadores, permitiram, que a colectividade
resistisse e que ao longo da sua história outras grandes personalidades marcantes: Dirigentes, Técnicos, Atletas e Associados, cada
um com o seu carisma e bairrismo, conseguiram em cada momento e em todas as circunstâncias defender e representar as nossas
cores emblemáticas e conduzir os destinos desta Colectividade até aos nossos dias.
Vivia-se na década de trinta do século passado, sérios e preocupantes problemas na formação e condução da juventude. Era
necessário incutir valores e princípios na sua conduta. Podemos afirmar sem reservas, que o civismo, a sensibilidade, a grandeza
de espírito e de sentimentos, a consciência solidária, o engenho e o sentido de responsabilidade destes fundadores e de todos
quantos os ajudaram, foi particularmente importante, determinante e decisivo na fundação desta Colectividade.
A actividade desportiva, não foi a primeira acção regular do Grupo Desportivo Loriguense. Impunha-se com muita urgência a prática
recreativa e cultural. "A constituição de um grupo dramático", como meio de intervenção social e cultural, foi prioritária, porque a
vivência de então em tabernas ou tascas, reinava entre a juventude, operação que veio a ter sucesso por ter conseguido tirar muita
juventude do perigo que representava o consumo do álcool.
O Grupo Desportivo Loriguense, instituição desportiva, recreativa e cultural, tem desenvolvido e promovido actividades de carácter
desportivo, recreativo e cultural e a formação cívica dos seus sócios em particular e do povo em geral com os direitos
constitucionais dos cidadãos, com vista ao desenvolvimento harmonioso da sua personalidade. Orienta a sua acção dentro dos
princípios verdadeiramente democráticos, de solidariedade e união fraterna com todas as colectividades, clubes e outras
organizações recreativas culturais e desportivas, nacionais, estrangeiras desde que vise objectivos comuns.
Sei que passaram, nós sabemos que passaram, grandes nomes do desporto, da componente recreativa, da cultura e da classe
dirigente por esta casa. Loriguenses dos mais influentes deram o melhor do seu serviço ao Grupo. Muito deles já partiram. Com
respeito e sentido profundo lembremos a sua memória.
Gostaria de invocar aqui os nomes de todos aqueles, que lutaram no decurso destes oitenta anos, e fazendo história, deram o seu
melhor a esta Sociedade, como souberam e puderam, e que não obstante contratempos e ventos contrários, conseguiram
ultrapassar todos esses altos e baixos, e todas as vicissitudes que nesse longo percurso foram afluindo.
Declamo, eloquentes factos e sentimentos. Com eles pretendo homenagear todos os que nos antecederam e agradecer em nosso
nome e das gerações que nos há-de suceder, o valiosíssimo legado que nos deixaram. Recordemo-los com grata admiração.
Caros associados e Convidados:
A primeira Sede do Grupo Desportivo foi no Bairro de S. Ginês, próximo da Capela de Nossa Senhora do Carmo, tendo entretanto
mudado de Instalações para o Terreiro da Lição. Em 1938 mudou-se para a Rua Viriato, onde se manteve 75 anos.
A componente cultural surge de imediato com a instalação de uma biblioteca. Ao longo da sua existência surgiram vários grupos
cénicos, que muito contribuíram para a formação e desenvolvimento intelectual dos seus jovens e associados. Foi fundamental na
sua evolução, e revelou a criação de grandes artistas e verdadeiros talentos. Deliciavam a população de Loriga, com espectáculos
verdadeiramente atractivos, tendo também como objectivo angariar fundos para os projectos da Colectividade, e também, para a
própria projecção e influência do Grupo Desportivo na nossa comunidade Loriguense.
A juventude de Loriga, ancorava nesta estrutura desportiva e era cada vez mais impreterível a divulgação e o seu desenvolvimento.
Os sinais cada vez mais crescentes eram factores determinantes para o aparecimento de novos sócios no ingresso da vida
associativa na Colectividade.
O primeiro campo de jogos situou-se no Surgaçal. Praticava-se o desporto Rei ou seja o futebol, o atletismo, saltos em altura e

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comprimento e basquetebol. O primeiro equipamento do Grupo Desportivo, em segunda mão, foi oferecido por um dos fundadores.
Devido à grande distância a que se encontrava o campo do Surgaçal, os treinos eram feitos na Estrada, no Recinto de Nossa
Senhora da Guia, na Campa, no Terreiro da Lição e na Fonte do Mouro. Em 1942, os dirigentes de então, conseguiram instalar por
arrendamento do local, o Campo de Jogos no lugar denominado S. Bartolomeu. Valha-nos Deus, o campo já era muito mais perto.
Imagine-se o sacrifício e a vontade férrea de praticar desporto nesse tempo. Em 1949 através de subscrição, conseguem comprar
um terreno para construírem o Parque de Jogos e a 9 de Novembro de 1952, é finalmente inaugurado o ainda actual Parque de
Jogos nas Casinhas, conhecido por Estádio das Casinhas, propriedade do Grupo Desportivo. Mais um projecto e lindo sonho
concretizado por dirigentes e sócios determinados e lutadores por ideais.
Todos os sócios desta Colectividade, que frequentavam e frequentam a Sede, aprenderam a jogar Bilhar, Golfe, Snooker, Xadrez,
Damas, Jogos de Cartas, Futebol de Mesa e Ténis de Mesa. De vez em quando realizam-se torneios internos com estas
modalidades. São estas modalidades que deram e dão vida e movimento todos os dias à Sociedade. Um jovem de 20 anos, no ano
de 1958, ganhou o campeonato regional de ténis de mesa.
Uma tradição antiga, e que ainda hoje se mantém, é o jogo do Quino. Quando chegam os primeiros dias de frio, é chegado o
momento de dar actividade a este jogo. Concentra muitos associados a passarem desta forma o serão na Colectividade. Não quero
deixar passar em claro, a importância que durante muitos anos teve o Director do Mês. Era um autêntico guardião dos interesses da
Sociedade. Controlava e zelava pelo bom funcionamento dos jogos na Colectividade, pelo respeito, pelo bom comportamento e pela
postura a que os sócios eram obrigados estatutariamente. Quem se atrevia a entrar de boné ou assobiar dentro das instalações da
Colectividade?
Falando do desporto Rei ou seja "Futebol de Onze", O Grupo Desportivo sempre manteve esta modalidade com altos e baixos, dado
que se trata da prática de um desporto muito dispendioso em matéria económica - financeira. Desde a sua fundação, teve sempre
equipas de futebol e ia disputando jogos amigáveis com algumas congéneres, com estudantes e jogos entre solteiros e casados,
com disputa de algumas taças que facilmente encontramos no local onde estão expostas. A década de sessenta e o início de
setenta, são férteis em torneios quadrangulares, com equipas de outras localidades. Loriga, conseguia manter três equipas de bom
nível: a equipa do Grupo Desportivo, a equipa do Clube dos Metalúrgicos e a equipa dos Estudantes.
Encontramos em registos de actas, o sonho e a ambição de dirigentes de federarem a equipa de futebol. Tivemos sempre dirigentes
que lutaram por objectivos e projectos e felizmente muitos deles foram e são realidade. Em matéria desportiva, a grande viragem
começa com a direcção que geriu nos anos de 1978,1979 e 1980. É um mandato de três anos, pelo facto de em Assembleia Geral,
ter sido aprovado mais um ano para preparar e aprovar novos estatutos. O Atletismo, marca um ponto histórico, onde os nossos
brilhantes atletas conquistam para o historial do Grupo variadas taças. O Campo de Futebol, não tinha as medidas regulamentares.
Não tinha largura nem comprimento. Foi alvo de uma grande transformação. Com o apoio da Câmara Municipal de Seia, é colocada
à nossa disposição um retro - escavadora. Durante muitos dias de trabalho, o campo foi aumentado na largura e no comprimento. O
grande talude foi cortado dando lugar a patamares que serviam de bancadas naturais, e o monte foi projectado para o lado da
canada pública, onde também, foi construído um muro de prolongamento do campo. Desviaram-se os aquedutos com manilhas
cedidas pela Câmara Municipal e pelos Serviços Florestais de Gouveia. Construiu-se os Balneários. Ficou para mais tarde o
acabamento dos mesmos e foi colocada vedação no campo em madeira, esta aproveitada do Campo do Estádio Municipal de Seia,
que entretanto reestruturou e colocou uma vedação metálica. Estruturalmente o campo de Futebol ia adquirindo as condições
essenciais para poder entrar em provas federadas e oficiais. Foram reformuladas as instalações da Sede e instalou-se o Bar, tendo
este sido ampliado noutro mandato. Começa-se a trabalhar no sentido de adquirir subsídios e chegam alguns, apesar dos caminhos
sinuosos para chegarem à Colectividade, outros levaram outro destino.
Foi um sonho lindo, um projecto de largo alcance que alimentou muitas esperanças. Alguém tem dúvidas de que seria a maior
estrutura desportiva, recreativa e cultural para Loriga? E que muita falta, mesmo muita falta fez e continua a fazer a Loriga e às

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terras circunvizinhas. Estou a falar de um Pavilhão Gimnodesportivo. Em 1980, o Distrito da Guarda foi contemplado com três
Pavilhões e Loriga era uma das prioridades. Incansavelmente trabalhamos junto da Delegação da Direcção Geral de Desportos da
Guarda, do Governo Civil e Câmara Municipal de Seia. Recebemos o projecto tipo para estudo orçamental. Em conjunto com a
Junta de Freguesia de Loriga e Câmara Municipal, estudamos qual seria o melhor terreno para a sua construção. Nessa altura a
Junta de Freguesia tinha adquirido os terrenos das Penedas, e por escrito o Grupo Desportivo foi informado de que a Autarquia nos
cedia o espaço necessário para implementação do Pavilhão. Entregamos o projecto tipo com carácter de urgência a um Engenheiro
civil que trabalhou alguns anos em Loriga. O Grupo não tinha disponibilidades financeiras para recorrer a outros meios e confiamos
na boa vontade, na disponibilidade demonstrada e na vertente solidária. O tempo passou, e já em fim de mandato entregou-nos o
estudo do orçamento. Orçamento esse que nada tinha a ver com o que lhe encomendamos. Entregou-nos o orçamento para a
cobertura do ainda actual ringue. Loriga e o Grupo Desportivo em particular, perdia desta forma a sua grande oportunidade. A
Autarquia nos deu com uma mão e retirou com a outra. É sabido, e não quero entrar de forma nenhuma na questão do ringue, que
eu considero ambígua. Lembro apenas que o Grupo Desportivo é a única entidade em Loriga, que a nível desportivo podia e pode
candidatar-se a subsídios governamentais em termos estruturais e de imóveis desportivos. Para que isso aconteça, terá que ter em
nome próprio, prédios rústicos e urbanos para o efeito. Como poderia candidatar-se à cobertura de um ringue, quando ele foi feito
em terrenos pertencentes à Fundação Cardoso de Moura. Na época da construção, pasme-se! A Fundação Cardoso de Moura ainda
não tinha personalidade jurídica, e se a tivesse? É um facto, que não era propriedade do Grupo Desportivo. Convido-vos à
meditação, à reflexão, para retirarmos as devidas conclusões. Não obstante, o ringue foi palco de muitas actividades recreativas e
na década de oitenta, muitos torneios de futebol de salão se realizaram com equipas do exterior. Loriga comportava várias equipas
desde o Grupo Desportivo, os Independentes os Metalúrgicos, os Amigos, o Moura Cabral etc... Para terminar esta questão, direi
ainda que passaram Dirigentes nesta Colectividade, que sonhavam com a construção da Sede do Grupo Desportivo por cima das
balneários/cabines do Ringue e zona envolvente que confronta com a Avenida Padre Prata. Como era possível canalizar subsídios?
Infelizmente estes Balneários/cabines, foram iniciados e nunca acabados. Lamentavelmente basta olhar, ver e tirar as devidas
ilações. Esta estrutura está como está e por aqui fico nestas breves considerações.
O mandato de 1983 /1984, marcou de forma indescritível a sua matriz: O Xadrez é filiado na Federação Portuguesa de Xadrez e
participa na Taça de Portugal e a equipa de futebol de onze é filiada na Associação de Futebol da Guarda e participa pela primeira
vez no Campeonato Distrital da 2ª Divisão. Os biénios 1985/1986 e 1987/1988 projectam o desporto e atinge o seu auge com o
Futebol na 2ª divisão do Distrital, torneios abertos de Xadrez com a participação de alguns mestres nacionais e com o apoio das
entidades da modalidade. Houve melhoramentos no campo de futebol, nomeadamente com vedação em pilares metálicos e novas
coberturas para a equipa visitada e visitante. É num destes mandatos que o Grupo Desportivo recebe a visita de vários deputados
da Assembleia da República pelo círculo da Guarda. Ao inteirarem-se das nossas aspirações, da situação e das dificuldades da
Colectividade, deixam esta mensagem: Quanto ao Pavilhão Gimnodesportivo, arranjem um terreno em nome do Grupo Desportivo e
deixem o resto connosco. Mais uma oportunidade se perdeu. Na passagem de testemunho para novos Órgãos Sociais, foi aprovada
em Assembleia Geral realizada no dia 27 de Agosto do ano de 1988, uma verba a depositar no Banco, constituindo uma conta
congelada, e que só poderia ser movimentada para futuras obras de uma nova Sede.
Nas décadas seguintes os objectivos desportivos foram cumpridos, na medida do possível. Mantém o Xadrez na Taça da Portugal e
organiza torneios em Loriga. A Colectividade é inscrita na Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio. Surgem
novas modalidades: Bicicletas Todo o Terreno - BTT, Cicloturismo, Rugby, Grande prémio de Ciclismo da Vila de Loriga, Torneios de
Verão de Futsal, Pedestrianismo e actividades do Grupo Cénico. Em matéria de novas tecnologias cria um ponto de acesso gratuito
à Internet.
Ao longo da nossa história, o Grupo Desportivo praticou as seguintes modalidades: Futebol de onze (Participação na 2ª Divisão
Campeonato Distrital), Basquetebol, Bilhar, BTT, Ciclismo: Grande Prémio da Vila de Loriga, Cicloturismo, Futebol de cinco/Futsal,

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Futebol de Mesa, Futebol de Salão, Ginástica, Gincana de Motorizadas, Pedestrianismo, Ping-Pong, Rugby, Salto em Altura, Salto
em Comprimento, Voleibol, Xadrez (Taça de Portugal e Torneios de Loriga). Atletismo (XXVII Prova de S. Silvestre da Serra da
Estrela). Esta prova demonstra que somos uma Instituição capaz e dinâmica, levando o nome de Loriga aos jornais e revistas como
é o caso da revista do Atletismo Nacional.
Extraordinária demonstração da vocação ecléctica do Grupo Desportivo Loriguense.
Senhor Presidente da Direcção:
O Grupo Desportivo Loriguense, deve continuar na vanguarda da prática do desporto em Loriga. Que promova a convivência, faça
florescer vocações e incentive o apetite desportivo, que seja o Grupo na sua essência. Que se afirme como voz activa e consciente
onde a máxima "Mens sana in corpore sano" (Uma mente sã em corpo são) promova uma visão de progresso, estimule o
aperfeiçoamento e que fomente hoje e sempre "O Crescimento Desportivo da Vila de Loriga".
Uma palavra de estímulo e gratidão aos sócios resistentes. Sem eles não seria possível chegarmos até aqui. Resistiram por amor e
aos ideais do Grupo Desportivo nos momentos mais difíceis, e nem quando se verificavam aumentos das quotizações, fraquejaram,
porque falava mais alto o afecto que sentiam por esta Sociedade.
Somos uma Sociedade de projectos. Recentemente conseguimos belíssimas instalações muito dignas para a Instalação da nossa
Sede, com parque de estacionamento. É uma grande conquista e também a conclusão de um sonho que nos ilumina de felicidade.
O Município de Seia e o Grupo Desportivo Loriguense celebraram um contrato de cedência, de parte do edifício destinado ao
mercado (praça), em regime de comodato, para instalação da nova sede social do Grupo Desportivo Loriguense. (Neste edifício
estiveram instalados os Bombeiros de Loriga durante alguns anos) As obras de adaptação à nova sede social com custos
consideráveis, ficaram a cargo da Colectividade.
À actual Direcção (na pessoa do seu Presidente) à Câmara Municipal de Seia, (na pessoa do seu Presidente) à Junta de Freguesia
de Loriga (na pessoa do seu Presidente) o nosso muito sincero e sentido obrigado pelo esforço e zelo incomensurável. Estão de
parabéns estas Instituições pela convergência encontrada para que o Grupo Desportivo tenha Sede própria. Loriga e os associados
do Grupo Desportivo Loriguense merecem.
Faz parte do programa deste octogésimo aniversário, a Inauguração da Sede e Bênção das Instalações, cerimónias já realizadas no
final desta manhã. Aproveito a oportunidade para pedir a colaboração apelando à sensibilidade e ao sentimento associativo dos
sócios, benfeitores e entidades aqui presentes, para contribuírem com algum donativo, para que desta forma possamos ajudar a
Direcção a pagar as amortizações do empréstimo bancário que contraiu, para a realização das obras. Sem dúvida que nos
proporciona condições excelentes, distintas e de preferência.
A Sede esteve sempre no horizonte de muitas Direcções que por aqui passaram. Na Rua Viriato, mesmo à frente da nossa Sede,
situava-se um terreno que tinha condições. Mas não havia possibilidades de comprá-lo naquela época. Entretanto esse terreno deu
lugar à construção de uma moradia particular. E essa hipótese gorou-se. Houve quem defendesse, como já referi, por cima dos
projectados e nunca acabados balneários do ringue, como se isso fosse permissível. Também foi hipótese a possível compra de um
imóvel que teria de ser submetido a obras, também situado na Rua Viriato, e que jamais nos poderia dar as condições, a
capacidade, o espaço, e o conforto da actual Sede. Com anteprojecto aprovado pela Câmara Municipal de Seia e exposto na nossa
Sede nos anos de 1999/2000, tivemos e perdemos a melhor das oportunidades. Seria neste mesmo edifício camarário com uma
placa em toda a sua estrutura. A Sede ficaria por cima e o espaço remanescente passaria a Pavilhão de Multiusos. Como estava
instalada nesta Estrutura Camarária, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, e como demorou o seu devido
tempo a construir as suas novas Instalações, o tempo foi passando. Paciência, a crise na actual conjuntura, imagino eu, ditou o que
temos.
A ambição de quereremos mais e melhor deve acompanhar-nos sempre. É necessário que os sócios sejam fermento e transmitam
laços de concórdia, camaradagem, igualdade e liberdade. A união fraterna, é elementar como voz activa à concordância, à

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solidariedade e cooperação. Com o auxílio de todos, construímos o bem comum, e o Grupo Desportivo Loriguense é
verdadeiramente um bem comum inestimável.
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Seia
O sonho projectado há muitos anos e alimentado por muitos sócios de terem um Pavilhão, chamemos-lhe Gimnodesportivo,
Polidesportivo ou Multiusos, continua a ser fundamental e de grande utilidade para Loriga.
Será importantíssimo no desenvolvimento da Rede de Aldeias de Montanha. Servirá toda a zona Sul do Concelho de Seia.
A cidade de Seia tem 3 Pavilhões Gimnodesportivos. (Gimnodesportivo Municipal 1, Gimnodesportivo Municipal 2 e um
Gimnodesportivo da União Desportiva de Seia). S.Romão, hoje urbanisticamente ligado a Seia também tem um Pavilhão
Gimnodesportivo Municipal Padre Martinho e Campo de Futebol Sintético do Parque Municipal de São Romão. Não teria sido
melhor estratégia municipal, a descentralização e contemplar esta parte Sul do Concelho e terras circunvizinhas? Não tenho dúvidas
de que o equilíbrio, a equidade, marca a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável.
Não será possível incluir no projecto da Rede de Aldeias de Montanha, um Complexo Desportivo Municipal de Loriga, onde
envolvesse várias estruturas, entre elas, um Pavilhão Gimnodesportivo, Piscina Coberta, e outras de carácter recreativa e cultural,
para servir toda esta Zona Sul do Concelho de Seia. As nossas crianças já não teriam que se deslocar para Seia para praticar
desporto e natação. A descentralização tão proclamada, aclamada e prometida, afinal, não passa de palavras vãs que nos chocam
e ao mesmo tempo que nos impede de termos um futuro melhor para a nossa juventude e da população em geral. Acredito no
Senhor Presidente da Câmara e na Edilidade a que preside, sinceramente acredito, na sensibilidade e na visão que tem do
desenvolvimento do nosso concelho e por isso estou certo de que irá estudar estas possibilidades. Localizado em Loriga, um
Complexo Desportivo, o projecto da Rede de Aldeias de Montanha ganhará mais força, mais atractividade, assentará na premissa
da busca da felicidade da pessoa humana, será inovador e acrescentará criatividade para o turismo de Loriga e do Concelho de
Seia. Dos erros do passado saibamos construir o futuro.
Vou terminar, nestes oitenta anos de história muito se fez mas também muito ficou por fazer. Mobilizamos vontades, geramos
convergências na acção, a anuência da intervenção não se extinguiu e cada um de nós vai continuar a trilhar os caminhos
percorridos pelos que nos antecederam. Da seiva crescida neste projecto, faço votos para que nasçam futuras parcerias de molde a
que todo este mundo de conhecimento que foi encetado, não se perca. Assumimos este doado. Nesta caminhada que já vai longa,
muito longa, temos muito orgulho de sermos a primeira Associação Desportiva que nasceu no Concelho de Seia e das primeiras em
todo o cordão da Serra da Estrela. Sabemos das nossas limitações humanas e porque continuamos a acreditar, lutaremos com
todas as nossas forças pelo engrandecimento do Grupo Desportivo Loriguense.
Bem Hajam a todos os que se entregaram de alma e coração a esta Colectividade. Um voto de coragem aos que abraçam a nobre
missão de lhe dar continuidade.
Muito Obrigado a todos pela vossa presença
Viva o Grupo Desportivo Loriguense"
Loriga, 13 de Abril de 2014 (Por Carlos José Brito Moura)
(Registado aqui - Ano de 2014)

Da História do Grupo Desportivo Loriguense


Pessoas que se notabilizaram e muito contribuíram em prol do Grupo Desportivo Loriguense
- O Presidente Carlos Mendes Duarte, O Artífice e o Criativo, de toda a reestruturação do Parque de Jogos, Balneários e Instalações da Sede. Moralizou a vida
associativa acabando com os Jogos de azar.
- O Presidente Eduardo Gomes Melo Júnior, o Lutador e Corajoso. Faz a Filiação na Federação Portuguesa de Xadrez e participa na Taça da Portugal. O futebol de

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onze é filiado na Associação de Futebol da Guarda e participa pela primeira vez no Distrital da 2ª Divisão.
- O Presidente Carlos Nunes Cabral Júnior, com a classificação de sócio de Dedicação. Assumidamente um Líder Activo, é o grande dinamizador e impulsionador, de
toda a área desportiva. O futebol atinge o apogeu na Distrital da 2ª Divisão. Na área económica e financeira foi fundamental a sua larga experiência empresarial. Uma
referência de grandes atributos associativos.
- O Fundador Joaquim Gonçalves de Brito, figura incontornável desta Colectividade. Integrou diversos Òrgãos Sociais, sempre solícito e conselheiro. Era incansável o
seu trabalho de bastidores.
- José Pereira Ano Bom, com técnico, um homem que se dedicou a esta Colectividade e que fez dela a sua segunda casa. Ocupou vários cargos nos Órgãos Sociais e
fez como técnico de futebol um belo trabalho na preparação dos nossos jovens.

Loriga, 13 de Abril de 2014


Por Carlos José Brito Moura
(Registado aqui - Ano de 2014)

Socorro Paroquial Loriguense


Fundado em 19 de Março de 1955
Rua Viriato
6270-103 Loriga

Esta Associação foi fundada, em 1955, pelo Sr.Padre António Roque Abrantes Prata, inspirado na solidariedade humana e caridade cristã.
Foi, durante anos da sua existência, um verdadeiro reforço, na ajuda à doença dos operários das fábricas mais necessitados, bem como um local de convívio, amizade e,
ainda de algumas actividades recreativas dos associados e suas famílias.
Esta Associação era, também, um local onde muitos Loriguenses passavam muitas das horas a ver a televisão, numa época em que, a grande maioria da população, não
era ainda possuidora dessa "caixinha" que viria então a modificar o mundo. Em 1960, cinco anos depois da sua fundação foi adquirida a Bandeira da Associação.
Às quatro horas na madrugada de 26 de Dezembro de 1962, um violento incêndio destruiu completamente a sede do Socorro Paroquial Loriguense, bem como todo o seu

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recheio, com as consequências que daí se possam adivinhar e que resultou em prejuízos na ordem de mais de uma centena de contos.
Apesar disso, o desânimo que no momento tomou conta da população, não foi suficiente para fazer desistir os seus dirigentes e sócios. Reuniram-se esforços no sentido
de reedificar esta Associação, sendo necessário procurar outra habitação, onde ainda hoje se encontra.
Com o decorrer do tempo, e porque outros mecanismos de segurança e solidariedade social foram surgindo, o objectivo primeiro do Socorro Paroquial Loriguense,
idealizado pelo seu fundador, foi-se diluindo. Actualmente, esta Associação é um local de convívio e passatempo dos seus associados, frequentado por muitos
Loriguenses, continuando a fazer parte da vida social e cultura desta Vila de Loriga. (Registado aqui - Ano de 1999)
**
Nota:- Em Assembleia Geral realizada no dia 20 de Março de 2005, foi deliberado o encerramento da porta desta Associação, por motivo de falta de elementos para
integrar os seus corpos sociais. Encerra-se assim um circulo de 50 anos em prol da comunidade. (Registado aqui - Ano de 2005)

Cooperativa Popular de Loriga


Fundada em 13 de Fevereiro de 1954
Rua D.Afonso Henriques
6270-104 Loriga
Telef. 238/953220

Fundada em 13 de Fevereiro de 1954, tendo-se deslocado expressamente a Loriga, Virgílio Calixto Pires, Notário na Secretaria Notarial do Concelho de Seia com sua
sede nos Paços do Concelho, onde na residência do senhor Carlos Alves de Moura, procedeu ao acto da constituição da Escritura da Cooperativa Popular de Loriga e
sob a forma de sociedade anónima designadamente Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada.
Outorgaram esta escritura: Primeiro:- Padre António Roque Abrantes Prata. Segundo:- Álvaro dos Santos Aparício. Terceiro:- Carlos Alves de Moura. Quarto:-
José de Brito Amaral. Quinto:- Eduardo Gomes Melo. Sexto:- Alfredo Pereira dos Santos. Sétimo:- José Gomes Melo. Oitavo:- José Pina Luís dos Santos.
Nono:- José de Moura Mourita. Décimo:- José Alves de Moura. Décimo primeiro:- Augusto Pinto Aparício. Décimo segundo:- Mário de Brito Florêncio.
Para o respectivo acto, o certificado das identidades de todas estas pessoas, foram e abonadas pelo senhor professor António Domingos Marques e Carlos Fernandes
Urtigueira, na qualidade de testemunhas.
Consta ainda nos registos da Cooperativa, uma lista com cerca de três dezenas de loriguenses, também considerados fundadores desta associação.
A fundação deste organismo em Loriga teve, como objectivo prioritário, pela prática de preços mais baixos, tornar mais acessível aos trabalhadores, principalmente aos
operários, os bens de consumo essenciais, tendo na pessoa do Senhor Padre António Roque Barreiros Prata, um dos seus impulsionadores.
Por vezes os tempos são difíceis, tornando os bens essenciais e de sobrevivência em valores altos e alcançando preços proibitivos. Por isso, o surgimento das

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cooperativas que tinham por finalidade libertar os seus associados dos encargos respeitantes aos lucros dos intermediários, nomeadamente em populações em que o
nível de vida é baixo.
Isso mesmo aconteceu nesta localidade na década de 1950, em que as famílias eram numerosas e grande parte das pessoas trabalhavam nas muitas fábricas locais.
Tratando-se de uma localidade industrial, os bens essenciais atingiam preços elevados, pelo que surgiu a ideia de fundar a Cooperativa Popular de Loriga, numa união de
forças da população a que se juntou a quotização dos associados.
Com o decorrer dos tempos, foi construída uma sede própria, sendo o primeiro organismo associativo de Loriga a conseguir tal feito. Apesar de ter sido muitas das
vezes ameaçada de encerramento durante a sua existência, conseguiu, no entanto, sempre sobreviver.
A Bandeira desta Cooperativa foi idealizada como se de uma Associação se tratasse, tendo sido adquirida alguns anos mais tarde e benzida na igreja paroquial, durante
a missa, no dia 1 de Janeiro de 1962.
Como curiosidade e histórico, é terem sido designados os primeiros Corpos Gerentes em 20 de Setembro de 1953, portanto, quando ainda se estava a dar os primeiros
passos para a criação desta Associação e também quando ainda estavam nos trabalhos da conclusão da constituição da Escritura, tudo isso, antes de estar
estabelecida a data oficial da fundação, que só veio a ocorrer cinco meses depois, portanto a 13.Fevereiro.1954, quando da assinatura da escritura. Aqui se recordam os
respectivos nomes que constituíram os primeiros Corpos Gerentes, desta associação loriguenses:
Direcção:- Presidente, Álvaro dos Santos Aparício. Secretário Carlos Alves de Moura. Tesoureiro José de Brito Amaral. Vogais Eduardo Gomes Melo Júnior e Alfredo
Pereira dos Santos.
Assembleia Geral:- José Gomes Melo. 1º. Secretário José Pina Luiz dos Santos. 2º. Secretário José de Moura Mourita.
Conselho Fiscal:- José Alves de Moura. Secretário Augusto Pinto Aparício. Relator Mário de Brito Florêncio.
(Registado aqui - Ano de 1999)
***

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Primeira Direcção Ano de 1954

Primeira Mesa da Assembleia Geral Ano de 1954 Primeiro Conselho Fiscal Ano de 1954

Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia


Estrada Nacional Nr.231
6270-808 Loriga
Telef. 238/951852 (Telem.965463219) - Fax 238/951859
E.mail: crsgloriga@sapo.pt
Directora:- Joana Margarida Martins Marques (Assistente Social)

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A Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia, foi criada com base nos princípios e nos critérios do Centro de Assistência Paroquial de Loriga tendo, no Padre
Francisco Borges de Assunção, o grande impulsionador para esta obra. Construída na Estrada Nacional que passa em Loriga, num local onde se pode vislumbrar uma
paisagem impressionante sobre a Vila, é uma obra de vulto de que os loriguenses se orgulham.
O dia 18 de Dezembro de 1998, foi uma das datas histórica, ao ser concedida a adjudicação das obras, sendo assinado o
contracto da Empreitada dez dias depois (28.12.98).Dois dias depois, em 30.12.1998, deu-se início à terraplanagem e
preparação do terreno para a construção que, começando em bom ritmo, foi conhecendo alguns contra-tempos por motivos
da orografia do terreno, que foram sendo ultrapassados.
No dia 3 de Setembro de 2000, já com as obras em andamento, foi realizada simbolicamente, a benção e lançamento da
primeira pedra da Capelinha do Lar, numa cerimónia solene, a que se associaram numerosos loriguenses, autoridade civis e
religiosas.
Hoje, a existência de obras sociais como esta, faz parte das transformações que se vêm operando na sociedade actual,
onde é necessário e justo defender-se os valores fundamentais do humanismo em prol dos idosos, numa sociedade em que
a solidão está cada vez mais presente nesta camada da população, a maior parte das vezes incapazes de fazer qualquer
coisa por si próprios.
Em respeito à sensibilidade, ao carinho e à admiração pelas pessoas mais idosas, no sentido de minorar o seu sofrimento
e proporcionar uma melhor qualidade de vida nos restantes anos que lhes estão reservados neste mundo, a Casa de
Repouso da Nossa Senhora da Guia, será um espaço de importância vital para a localidade de Loriga.
Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia começou a funcionar no dia 13 de Setembro de 2004, em principio com
apenas quatro idosos internados, mas logo depois muitos mais se seguiram, passando assim a estar em pleno
funcionamento.
A inauguração oficial realizou-se no dia 30 de Janeiro de 2005, pelo Senhor Ministro da Segurança Social, da Família e da

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Criança, Dr. Fernando Negrão e a bênção das instalações com a celebração solene presidida pelo Senhor Bispo Coadjutor
da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício.
Estiveram presentes também o Senhor Governador Civil da Guarda, o Presidente da Câmara de Seia, o Senhor Director do
Centro Distrital de Segurança Social da Guarda, e ainda os dirigentes dos organismos administrativos e associativos de
Loriga, bem como, muito povo.
A Casa de Repouso de Nossa Senhora da Guia, é uma instituição particular de solidariedade social, sem fins lucrativos,
com sede em Loriga, cuja sede de freguesia tem por nome Loriga, concelho de Seia e distrito da Guarda. Quadro Avé Maria (Porta do Lar)
Tem estatutos e está registada na Direcção Geral de Segurança Social, pela inscrição Nr. 24/83, a fls. 161 verso e 162, em
conformidade com o disposto no Nr.1 do artigo 34º. do Estatuto das Instituições Privadas de Solidariedade Social, e
considera-se efectuado em 18 de Março de 1983.
A Direcção Técnica compete a um técnico, nos termos do disposto na Norma XI, do Despacho Normativo Nr. 12/98,
publicado no Diário da República I Série - B, Nr.47 de 25/02/98, cujo nome, formação e conteúdo funcional se encontra
afixado em lugar visível.
A lotação do Lar é de 50 utentes. Está preferencialmente, vocacionado, para o acolhimento com carácter permanente ou temporário de pessoas idosas de ambos os
sexos, desintegradas do meio social e familiar, não autónomas na satisfação das suas necessidades básicas e que expressem livremente a sua vontade em serem
admitidas, favorecendo as relações interpessoais entre os idosos e destes com outros grupos etários, a fim de evitar isolamento
O serviço prestado pelo Lar, baseado em - a)Alojamento; b)refeições; c)Convívio/ocupação; d)Cuidados de higiene e conforto; e)Tratamentos de roupas; f)Férias
organizadas; g)Apoio médico e enfermeiro.
Alguns apontamentos regulamentares:
O Lar funciona sete dias por semana, durante 24 horas, em sistema de turnos. O atendimento ao público pela técnica Superior de Serviço Social é efectuada às terças,
quartas e quintas-feiras, das 11,00 às 13,00 horas e das 14,00 às 16 horas.
São facultativas visitas periódicas aos utentes pelos familiares e amigos, com horário diário das 15,00 às 16,30 horas e das 17,30 às 18,30 horas.
O funcionamento orgânico do Centro de Assistência Paroquial de Loriga "Casa de Repouso Nossa Senhora da Guia", é definido por um regulamento interno aprovado em
27 de Agosto de 2004, em reunião de Direcção, assinado pelo Padre João António Gonçalves Barroso, Carlos José Brito Moura, Manuel Mendes Henrique Lemos e
Joaquim Brito Santos.
(Registado aqui - Ano de 2006)

*****
Nova nota de registo - Junho 2009
Inaugurado oficialmente no dia 30 de Janeiro de 2005, Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia é um moderno Lar para os Idosos, uma das maiores obras de
solidariedade construídas em Loriga, que foi de importância vital a sua construção e que veio preencher uma lacuna existente, quando hoje em dia estes
estabelecimentos são valores importante no desenvolvimento de apoio social a pessoas idosas permanente ou temporário, no fornecimento de alojamento, alimentação,
cuidados de saúde, higiene, conforto e também fomentando o convívio.
O envelhecimento da população em Loriga e também na região, a Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia foi na verdade uma mais-valia e com o qual Loriga se
deve orgulhar, sendo um Lar para idosos que se enquadra do melhor que existe em que as modernas instalações e os serviços adequados, proporcionam aos nossos
idosos um permanente conforto necessário para um psicossocial às pessoas idosas e no contributo de utilização específicos do retardamento do processo de
envelhecimento e ao mesmo tempo numa supervisão permanente.
A Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia em Loriga, construída numa zona de salubridade, num contacto saudável com a natureza, deslumbra a vista panorâmica
que dali se pode admirar parecendo estarmos num andor e termos aos nosso pés a bela vila de Loriga, guardado pelas sentinelas vigilantes das suas "Penhas.
De acordo com as leis vigentes, actualmente a capacidade da é de 40 utentes, as instalações muito bem apetrechadas, higienicamente perfeitas, segurança e definição
satisfatória, comodidade, um ambiente calmo, confortável e humanizado pelo pessoal do lar, a convivência social através do relacionamento entre os idosos e destes com

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os familiares, amigos e com a própria comunidade, são sem dúvida atributos que se enaltecem.
Bem organizado e tendo na Directora a Dra. Ana Margarida (Assistente Social) que desde logo se nota uma orientação de chefia bem elevada, os recursos humanos
onde a maioria dos funcionários são pessoas de Loriga, na realidade também muito importantes para os próprios utentes locais, é de louvar toda a dinâmica e potencial
humano colocado ao serviço dos nossos idosos, porque não nos podermos esquecer que muitos desses utentes estão em situação de dependência.
Como loriguenses temos de estar orgulhosos e contentes de Loriga possuir esta infra-estruturas, que como disse do melhor que se pode ver ao serviço de solidariedade,
enaltecer o organismo, funcionários permanentes, pessoas voluntárias e todos aqueles mais, que em boa hora levaram em frente este projecto, não se podendo de
maneira alguma deixar de mencionar a figura do senhor Padre Francisco Borges de Assunção, falecido no dia 24 do passado mês de Maio.

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(Registado aqui - Ano de 2009)

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Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas de Loriga


Largo do Adro
6270-074 Loriga

A Irmandade do S.Sacramento e das Almas de Loriga, é a mais antiga de todas as associações de Loriga, pensando-se que a sua fundação remonta ao século XVII. O
documento mais antigo encontrado, sobre a Irmandade das Almas em Loriga, data de 10 de Setembro de 1837 e é assinado pelo Sr. Manuel Pinto Galvão, ao tempo
Regedor da Freguesia.
Esta associação foi registada no Registo Civil da Guarda em 27 de Fevereiro de 1883, data da aprovação dos primeiros estatutos, substituindo as directrizes com as
quais até ali se regulamentavam, desde os tempos da sua fundação e de acordo com os termos em vigor e legais dos "Breves Pontifícios".
Por ter desabado a Igreja Matriz, em consequência do um terramoto ocorrido meses atrás, foi na Capela do Santo António, que no dia 8 de Dezembro de 1882, se
reuniram José Mendonça Gouveia Cabral e ainda mais onze irmãos da Irmandade, para na presença do Reverendo Pároco da Freguesia, Manuel Mathias dos Santos e
Figueiredo, elaborarem os Estatutos segundo as leis vigentes e nos termos do disposto na portaria de 6 de Dezembro de 1872.
Depois de discutidos e dado o parecer favorável, por todos os irmãos presentes, foram aprovados, sendo assinado a acta da sessão, onde alguns deles assinaram com
uma cruz por não saberem ler e escrever.
Constava nos seus primeiros estatutos, ser uma instituição religiosa estabelecida em Loriga e, tinha por finalidade, prestar culto e veneração a Deus para alcançar a Bem
Aventurança, rogando pelos pecadores e ainda sufragar as almas dos Irmãos falecidos, praticar todos os actos de beneficência que estivessem ao seu alcance e
subsidiando o ensino primário da Freguesia, nos termos da lei.
Constava ainda desses estatutos, ter um altar privativo na Igreja Matriz, com a devoção ao Senhor das Almas mas, após a revisão dos mesmos em 1954, deixou de ser
feita alusão ao altar, bem como deixou de constar a parte referente a subsidiar o ensino primário da Freguesia.
É nas instalações desta associação, que está sediada a casa mortuária de Loriga, assim como um museu que guarda grande parte do espólio da Igreja Paroquial.
A Direcção desta associação é composta pela mesa que funciona com os seguintes elementos: Juiz, Secretário, Tesoureiro e Vogais. Os seus associados pagam uma
quotização e são referenciados por:- Irmãos no activo, inactivos, ausentes, casadas, solteiras ou viúvas e mulheres de Irmãos.

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Cada Irmão, por morte, tem serviço religioso gratuito, com missa de corpo presente, mais serviço do funeral e ainda 20 missas.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga


Pessoa Colectiva 508 752 523
Rua Coronel dos Reis 25-1
6270-090-LORIGA
E.mail: confrarialoriga@hotmail.com
http://www.confrariadeloriga.org
A idealização de criar a Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga, surgiu da ideia do Dr. Victor Moura, advogado natural de
Loriga, mas a residir em Seia, que chegou a ser deputado da Assembleia da República, mandatado pelo distrito da Guarda.
Segundo as palavras do Dr. Victor Moura, "a ideia de criar a Confraria tinha surgido na sua mente, no ano de 2003, "após uma Fundação Cardoso de
visita a Loriga, numa segunda-feira de Páscoa, ao percorrer as principais ruas não encontrou ninguém. E, explica, "isto para mim Moura (2002)e Moura
foi um rebate interior", por ver que a minha terra natal começava a ter problemas de desertificação, tanto mais que aquele dia era (2002)e Moura (2002)
tido "como de bastante animação". Logo prometi a mim próprio fazer alguma coisa para tentar alterar o estado das coisas".
Criar uma Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga, aparece logo de imediato, que tinha como objetivo a investigação, a
preservação do nome Loriga e a divulgação da sua Broa e Bolo Negro, nas suas principais características originais de confecção,
bem como, de todo o património gastronómico loriguense, de que estes produtos são genuínos representantes, contribuindo ainda
para o incremento do processo económico inerente à sua produção e comercialização, assim como, de todas as manifestações de
natureza paisagística e ambiental, arquitetónica, etnográfica, folclórica e culturais decorrentes dessa secular atividade.
O Dr. Victor Moura, se bem o pensou, também de imediato colocou em marcha essa sua ideia, movimentando todos os seus
conhecimentos, realizou diversos encontros com forças vivas de Loriga e com conterrâneos residentes em Lisboa, apresentando
assim esse projeto, que tinha ainda como prioridade "dar um pouco de ânimo [à terra], vendo nesses produtos originais "produtos
âncora" no desenvolvimento de Loriga".
Confraria da Broa e do Bolo Negro de
Assim, todo esse projeto idealizado veio então a culminar no ano de 2008, quando foi marcada a data de 6 de Dezembro desse Lorigaede - Sede provisória
ano, a assinatura da Escritura e a nomeação de uma Comissão Instaladora, para a oficialização desta importante agremiação
criada em Loriga.

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A sessão da assinatura da escritura da fundação da Confraria da Broa e do Bolo Negro de


Loriga, foi realizada nas instalações, da "Loripão" empresa de Industria e Comercialização de
Pão Lda., situada na altura na Avenida Augusto Luís Mendes, a 6 de Dezembro de 2008,
sendo convidados as forças vivas de Loriga, organismo locais, o Presidente da Câmara de
Seia, Presidente da ACIP (Associação do Comércio e da Industria de Panificação,
Pastelarias e Similares), Presidente da Junta de Freguesia, Pároco de Loriga, empresários,
comerciantes, antigos e atuais padeiros de Loriga e muitas outras pessoas (senhoras e
senhores) das mais variadas atividades.
A Confraria ficou, nesse momento, constituída por 32 pessoas, das quais se destacam, por
exemplo, algumas com conhecida atividade política, como António Maurício Moura Mendes
(presidente da Junta de Freguesia de Loriga), Carlos Filipe Camelo (vice-presidente da
Câmara Municipal de Seia), Cristina Sousa (vereadora da Câmara de Seia), Eduardo Brito
(presidente da Câmara Municipal de Seia), Rogério Marques de Figueiredo (presidente da
Assembleia Municipal de Gouveia) e Victor Moura (membro do Secretariado do PS/Guarda.
Refira-se ainda os nomes de António José Ferreira Nolasco (director do Centro de Saúde de
Seia e médico em Loriga), João António Gonçalves Barroso (pároco de Loriga) e Laura
Quaresma (Museu do Pão), e também antigos e atuais industriais de panificação, como
Fernando António Brito Mendes, Joaquim Marques Figueiredo e José do Nascimento Claro.
Outras pessoas que também estiveram presentes e que fizeram parte da constituição da
Confraria foram:- Adelino Manuel Martins de Pina, António de Brito Aparício, António José
Caçapo Brito, António Matias Ribeiro, Armando Moura Pinto, Augusto José Almeida Nunes
O confrade fundador Dr, victor Moura da posse da palavra
Pina, Carlos Alberto dos Santos, Carlos Alves de Moura, Carlos José Nunes Amaro, Carlos
Lopes Ortigueira, Fernando Brito Ferreira, João Pedro Freire Borges Mendes, Jorge Moura
Pinto, José Manuel Almeida Pinto, Luís Manuel Pereira Fernandes, Margarida Maria Nunes de
Pina Reis, Maria Filomena Fernandes Ano Bom da Cunha Saraiva, Maria Glória Figueira
Gonçalves Reis Leitão, Maria de Lurdes Mendes Claro e Mário Mendes dos Santos.

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Perante a presença de todos foi lida a escritura, seguindo-se a assinatura


subscrita por 32 pessoas, por sistema de abecedário sendo o primeiro a
subscrever a assinatura, Adelino Manuel Martins de Pina residente na Alemanha
e, encerrada com a assinatura do Dr. Victor Moura. Entre as assinaturas
destaca-se a do Presidente da Câmara de Seia, Presidente da ACIP, Presidente
da Junta de Freguesia, Pároco de Loriga, antigos e também o atual proprietário
do ramo da panificação em Loriga, Fernando António Brito Mendes, várias
senhoras, empresários, forças vivas e dirigentes associativos de Loriga e ainda
vários loriguenses dos mais variados sectores residentes em Loriga e fora dela,
etc..
Até à realização da eleição dos corpos sociais, que ficou determinado serem
realizadas no prazo de seis meses, a Confraria ficou dirigida por uma Comissão
Instaladora constituída pelos confrades António Maurício Moura Mendes,
Armando Moura Pinto, Carlos José Nunes Amaro, José Manuel Almeida Pinto,
Maria Filomena Fernandes Ano Bom da Cunha Saraiva, Maria de Lurdes
Mendes Claro, Rogério Marques de Figueiredo e Victor Moura. A primeira
Assembleia geral foi marcada para o dia 21 de Fevereiro de 2009.
Ficou assim memorável esse dia de 6 de Dezembro de 2008, com a fundação
da Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga, que não terminou sem terem a
palavra diversos oradores, onde se destaca as palavras do Dr. Victor Moura,
fazendo um retrato de como nasceu esta iniciativa e salientou a importância para
Loriga desta Confraria, ao mesmo tempo recordando do trabalho que vai ser
preciso efetuar, informando também que no mês de Fevereiro próximo ano
2009, iria ser convocada uma Assembleia para eleição dos novos Corpos
Sociais. Comissão Instaladora da Confraria
Apelou ainda aos residentes para que "este pequeno passo sirva de exemplo", António Maurício, Rogério Figueiredo, Maria Filomena Ano Bom, Maria de Lurdes Mendes Claro, Carlos Nunes
porque "são eles que têm que fazer alguma coisa pelo seu próprio futuro". "As Amaro, Armando Moura Pinto, José Manuel Almeida Pinto, Carlos Ortigueira e José Moura Pinto.

pessoas têm que aproveitar as oportunidades que a situação geográfica


possibilita, aplicando os conhecimentos que têm; aproveitá-los, desenvolvê-los e
criar atividades", salientou o mentor da criação da Confraria, uma agremiação
que vai agora promover iniciativas que podem valorizar ainda mais os dois
produtos.
Se a broa é essencialmente de fabrico industrial, o bolo negro "poderá perfeitamente ser objeto de atenção de qualquer doméstica ou de associações de mulheres que
se propunham fazer isso", adiantando que as autarquias podem ter um papel fundamental na comercialização. "É um pequeno passo, espero que outros se sigam",
destacou o confrade fundador.
Usaram da palavra outros oradores, destaca-se as palavras do Carlos Nunes Amaro, (residente em Lisboa) onde teceu também a importância da Confraria para um
futuro de Loriga, recordando o tempo de Loriga quando a sua indústria era um verdadeiro potencial, lembrando que a Confraria será de certa forma, um bem para as
gerações futuras. O presidente da ACIP (Associação do Comércio e da Industria de Panificação, Pastelarias e Similares) também enalteceu a importância destas
iniciativas.
Esteve também presente a imprensa escrita e radiofónica regional, destacando-se a presença do loriguense e grande bairrista José Manuel Conde, locutor e animador da
Rádio Clube Arganil, que fez a cobertura completa da sessão da fundação da Confraria, que depois fez passar nos seus programas.
De seguida foram os convidados presenteados com um beberete, onde a gastronomia tradicional esteve presente, que encantou todos os presentes e, como não podia

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deixar de ser a Broa e o Bolo Negro fizeram a honra das mesas.


Nota:- Visite na net a Página oficial da Confraria www.confrariadeloriga.org -Rubrica Confraria - onde está detalhado o dia da assinatura da escritura com os
registos das respectivas fotos (Registo no www.loriga.de - na rubrica ACTUALIDADES as Fotos de Adelino Pina, também ele presente e subscritor da assinatura da
escritura).
Comissão instaladora:
António Maurício, Rogério Figueiredo, Maria de Lurdes Mendes Claro, Maria Filomena Ano Bom, Carlos Nunes Amaro, Armando Moura Pinto, José Moura Pinto,
Carlos Ortigueira, José Manuel Almeida Pinto.
(Registado aqui - Ano de 2008)
***
Na Assembleia Geral realizada no dia 08 de Agosto de 2009, foram eleitos os Corpos Sociais, bem como, foi aprovado o traje da Confraria, que ficou como cor
predominante do traje, a cor castanha.
Traje dos Confrades
Primeiros Corpos Sociais da Confraria Ano 2009
Assembleia Geral:
Presidente: Victor Moura
Secretario: João Ribeiro
Secretario: Rui Ortigueira

Direcção:
Presidente: Maria da Gloria Figueira Gonçalves Reis Leitão
Secretario: Emílio Jorge Reis Leitão
Tesoureira: Filomena Ano-Bom
Vogal: António Duarte Marcos
Vogal: Fernando Ambrósio Pereira
Vogal: Maria Helena Jorge Reis Leitão Cabral
Vogal: Maria Helena Pinto Lucas

Conselho Fiscal :
Presidente: Margarida Pina
Secretario: Carlos Jorge Reis Leitão
Secretario: Carlos Ortigueira

(Registado aqui - Ano de 2009)

Corpos Sociais da Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga para o Triénio 2013-2015
Assembleia Geral Direcção: Conselho Fiscal:
- Presidente - Victor Brito Moura - Presidente - Rodrigo Miguel Marques Amaro Presidente - João Teófilo Lages Moura de Pina
- Secretário - José Manuel de Almeida - Secretária - Ana Rita Conde Dias Carreira

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- Tesoureiro - António Manuel Marques Pereira


Pinto - Vogais - Sérgio Paulo Ribeiro de Brito - Rita Gonçalves - Maria Filomena Fernandes Ano Bom Cunha Saraiva - Maria de Lurdes - Secretária - Maria Emília Martins Lages
- Secretário - João Paulo Alves Ribeiro Mendes Claro. - Secretária - Margarida Maria Nunes de Pina Reis
- Vogais Suplentes - Maria Eugénia Gonçalves Moura Gomes - Maria Isabel Lopes Melo Pacheco

"ANALOR" Associação dos Naturais e Amigos de Loriga


Rua Sport Sacavanense Lote 30 - Loja A
Quinta do Património
2685 - 010 Sacavém
Telef. 21/9417640 - Fax. 21/9400515
e.mail: analor@netcabo.pt
http://analor.org/
Criar um espaço onde pudessem viver a sua terra, confraternizar e contribuir para a sua divulgação e desenvolvimento cultural, foi desde sempre um
sonho dos Loriguenses residentes na Grande Lisboa.
Em 1987, num espirito de verdadeiro bairrismo, alguns Loriguenses abraçaram a ideia de levar em frente a criação desta Associação, sendo eles
António Cardoso Matias, Jorge Manuel Nunes Amaro, André Marmeleiro, Mário Alves dos Santos, Augusto Moura Brito, Mário Gonçalves da Cruz,
António Brito Romano, Carlos Figueiredo e José Ferrão. Sendo registada em Cartório Notarial, em 5 de Março desse mesmo ano e publicado
posteriormente no Diário da República, ficando assim concretizado esse sonho de que os naturais de Loriga muito se orgulham.
De acordo com o que consta nos estatutos, a morada da sua primeira sede era na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, nr.34 em Sacavém, casa
de um dos fundadores.
A sede oficial, passou depois a ser na Rua José Augusto Braancamp, nr. 27 em Sacavém, casa pertencente a um Loriguense, que a disponibilizou
para esse efeito. Mais tarde, e após um grande esforço de muitos dos associados e amigos de Loriga, em trabalhos de obras de recuperação e
restauro de uma habitação em estado de degradação, pertencente à autarquia local, foi então transferida a sede da Associação para o Largo 5 de
Outubro, nr.16 também nesta mesma cidade.
Entretanto, com o rigor do inverno, as estruturas desta mesma casa começaram também a degradar-se constituindo até um perigo a permanência nas mesmas. Houve,
assim, necessidade de encontrar novas instalações, sendo a sede mudada para onde hoje se encontra, (Quinta do Património em Sacavém)
contribuindo em muito, para este facto, o bom relacionamento existente entre os Loriguenses e a autarquia local, cujo apoio foi de grande importância para a resolução
deste problema.
Passou então a ANALOR a ter uma Sede digna, sendo esta Associação uma presença e uma referência de Loriga nesta, hoje, cidade de Sacavém, dando assim
continuidade a tempos há muito passados quando, nesta localidade, residia uma grande Comunidade de Loriguenses, parecendo até uma segunda Loriga. Por isso,
também a justa e feliz ideia da geminação destas duas localidades que ocorreu em 1 de Junho de 1996, com a assinatura do respectivo acordo.
Das muitas actividades que a Associação dos Naturais e Amigos de Loriga leva a efeito, sobressai a organização, anual, da Semana Serrana, que normalmente é
realizada em Junho, um evento de verdadeira dimensão, unindo os Loriguenses com outras comunidades numa festa e num trabalho de aposta e divulgação dos valores e
raízes culturais de Loriga e da região serrana.
A ANALOR está inscrita no INATEL e na Federação das Colectividades de Cultura e Recreio. É uma Associação de interesse público e de carácter regional, que se
esforça por promover o desenvolvimento de Loriga e da região da Serra da Estrela. Tem sido uma das organizações que mais tem contribuído, na Área Metropolitana de
Lisboa, para a divulgação da região serrana, nomeadamente no que respeita às especificidades sócio-culturais e potencialidades de desenvolvimento.
É da propriedade desta Associação o Jornal "Garganta de Loriga", com uma tiragem de 2.500 exemplares, que chega a todos os pontos do mundo onde existem
Loriguenses.

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Existe, também, nesta cidade de Sacavém, uma rua com o nome de Loriga, uma homenagem que a autarquia local quis prestar à ANALOR e também a todos os
Loriguenses.
(Registado aqui - Ano de 2004)

Actual Sede da ANALOR em Sacavém

Condecoração Municipal
Em 2005 a ANALOR - Associação dos Naturais e Amigos de Loriga, foi condecorada com a Medalha Municipal de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Louros.

Elenco Directivo da ANALOR (Associacao dos Naturais e Amigos de Loriga) Biénio 2011/2012)
Direcção
Presidente - José Gonçalves Mendes
Assembleia Geral Tesoureiro - Paulo Conceição Travassos Conselho Fiscal
Presidente - Rui Horácio Lopes Ortigueira Secretário - Carlos Manuel Teixeira Pinheiro Presidente - Fernando Ferreira Marcos
Vice-Presidente - Joaquim Pinto Gonçalves Vice-Presidente - João Paulo Garcia Pereira Vice-Presidente - José Florêncio Palas
Secretário - Maria de Lurdes Vieira Campos Vice-Presidente - Luís Bernardo Gonçalves Teixeira Secretário - António Joaquim Marreiros
Vice-Presidente - António Gonçalves Pinto
Vice-Presidente - António Mendes Fernandes

Centro Loriguense de Belém-Pará


Av. Osvaldo Cruz
(Associação Vasco da Gama)
Belém - Brasil
Fundado em 4 de Julho de 1937

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Foi a primeira Associação Loriguense a ser fundada fora de Loriga e, particularmente, a única até agora a ser criada no estrangeiro.
A reunião realizada nessa data já distante de 4.7.1937 e efectuada na sede da "União Comercial do Pará" - Rua Senador Manuel Barata, ficou para sempre memorável,
quando 113 filhos de Loriga ali acorreram para partilhar da ideia de alguns jovens verdadeiramente bairrista. Esses jovens eram liderados por Joaquim Mendes Simão, e
tinham, como sonho, a criação de um núcleo associativo próprio da sua querida terra, que ficava situada lá muito distante.
A primeira Direcção foi nomeada e ficou assim constituída:

Presidente-Joaquim Mendes Simão


1.Secretário- Herculano de Brito Leitão
2.-Secretário - José Lucas Filho
Tesoureiro - Mário Fernandes Carreira
Directores:- António da Costa Lemos; Carlos Antunes Martins e Mário Aparício Martins.

Num ideal de amor, força, e numa razão de engrandecimento da sua terra, nasceu o Centro Loriguense em Belém do Pará.,A primeira sede social foi instalada na
Trav.Frei Gil da Vila Nova; mais tarde mudou-se para uma casa mais espaçosa na mesma via para, muito mais tarde, passar a funcionar na Associação Vasco da Gama.
E assim, os naturais da Vila de Loriga se uniam na recordação, com mais intensidade, à terra que os viu nascer, à casinha pequenina que tinha sido seu berço, invocarem
os áureos tempos de suas infâncias, glorificando os familiares que deixaram, lembrando a igreja, o adro, a torre com os sinos, as ruas acanhadas, a escola onde
soletraram o A,B,C., o som produzido pelas águas das suas ribeiras, o ruído característico e confuso das fábricas em plena actividade, as hortas, os milharais, os
pinheiros, os castanheiros, as amoras silvestres nos muros e valados, as giestas e as plantas florindo no campo, as encostas suaves e agrestes, as andorinhas, os
pardais, os folares da Páscoa as fogueiras de S.João, a romaria da N.S.da Guia, o Natal festivo, as noites quentes ao luar, os dias tempestuosos do inverno e ainda
redendo culto à memória dos que na sua terra morriam.
O Centro Loriguense de Belém, apesar de distante, tem sido através dos anos, um exemplo máximo num desempenho bairrista e de engrandecimento da Vila de Loriga e
continua a ser uma referência de identidade onde todos ainda podem gozar espiritualmente a ventura dos tempos que já lá vão, o presente e a sempre esperança do
futuro.

O Centro Loriguense de Belém - Pará foi condecorado pelo governo português em 1959, com o Grau de Comendador da Ordem de Benemerência de Portugal, assinado
pelo Presidente da República General Craveiro Lopes.
Também foi agraciado pelo Conselho Estadual de Cultura do Pará, com a medalha e diploma "D.Pedro I" comemorativos dos 150 anos da Independência do Brasil.
Possui a Medalha dos 40 anos da Revolução Nacional.
O Estandarte do Centro Loriguense recebeu a Medalha Comemorativa do desfile em Lisboa das Associações Portuguesas espalhadas pelo Mundo.
Medalhas dos primeiros centenários do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e do Grémio Literário e Recreativo Português de Belém-Pará.

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Bandeira do Centro Loriguense de Belém-Pará Brasil


(Registado aqui - Ano de 1999)

Diretoria do Centro Loriguense de Belém-Pará


Direcção
Presidente: Jorge Augusto Fleury da Fonseca
Secretário: José Antonio Figueiredo Pina
Tesoureiro: José de Moura Carreira

Escola EB 2.3 Dr. Reis Leitão


Loriga
Telef. 238/954308 - 238/954362
Fax 238/954024
e.mail:- eb23loriga@sapo.pt
www.eb23-dr-reis-leitao.rcts.pt

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Pode considerar-se a obra de maior vulto, construída em Loriga, nestes últimos anos. Foi, assim, concretizado um sonho que se tornou numa "vitória da presistência e da
convicção", e de grande importância para esta localidade e localidades vizinhas.
Calendário do Processo da Escola Básica 2.3 Dr. Reis Leitão
1989 - Criação da nova Escola
14.09.1993 - Abertura do primeiro concurso de adjudicação da obra (D.R. Nr.216)
18.10.1993 - Abertura das propostas
14.04.1994 - Pagamento da maioria dos terrenos pela Câmara Municipal
07.06.1994 - Publicação do Protocolo entre a DREC e Câmara Municipal (D.R. Nr.131)
07.07.1994 - Por despacho, anulação do concurso, pelo Sr. Secretário de Estado Dr.Bracinha Vieira
16.11.1994 - Audiência da Junta de Freguesia com o novo Secretário de Estado, Dr. Castro Almeida na Escola C+S de Paranhos da Beira
30.12.1994 - Comunicação do Sr. Secretário de Estado à Junta de Freguesia e Câmara Municipal da intenção de lançamento da obra
23.06.1995 - Ministra da Educação, Manuel Ferreira Leite, anuncia na Câmara Municipal a
concretização da obra, estando previsto o seu início para Outubro
25.07.1995 - Abertura de novo concurso de adjudicação da obra (D.R. Nr.170)
11.09.1995 - Abertura das propostas concorrentes na Direcção Regional em Coimbra
28.09.1995 - Assinatura de novo Protocolo entre a DREC e a CMS na Escola C+S de Loriga
02.10.1995 - O Grande Dia - Início da obra pela empresa vencedora do concurso - Manuel Rodrigues Gouveia, Lda. Com sede em Seia
30.09.1996 - Abertura do Ano Lectivo
Novembro 1996 - Inauguração Oficial da Escola
***
A Escola tem uma capacidade para 12 Turmas, custou cerca de 450 mil contos, tendo o projecto sido co-financiado pela União Europeia através do programa FEDER e
também pela Câmara Municipal de Seia.
No dia 5 de Setembro de 1997,a Escola EB 2.3 Dr. Reis Leitão de Loriga, recebeu a visita do Sr.Primeiro-Ministro, Eng. António Guterres, do Ministro da Educação, Dr.
Marçal Grilo, da Secretária de Estado da Educação e Inovação, Dra. Ana Benavente e, ainda, do Secretário do Estado da Administração Educativa, Dr. Guilherme

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d´Oliveira Martins.
***
Breve historial do Agrupamento de Escolas de Loriga *
A Escola EB 2,3 Dr. Reis Leitão situa-se na vila de Loriga, em pleno coração do Parque Natural da Serra da Estrela, distando cerca de 20 km da sede de concelho, a
cidade de Seia.
O início do seu funcionamento, como secção da Escola Preparatória de Seia, remonta ao ano de 1968, mais precisamente ao dia 5 de Novembro. Torna-se, entretanto,
autónoma, através da portaria nº 776/77 de 22 de Dezembro.
Com o crescimento da frequência escolar, no que concerne ao então considerado ensino secundário, torna-se em escola C+S pela portaria nº 346/85 de 8 de Junho.
Finalmente, considerando-se que a atribuição do nome de um patrono constituísse factor relevante da sua integração no meio, o Conselho Directivo, após concordância
da Câmara Municipal de Seia, propôs o nome do Dr. Reis Leitão, um insigne Loriguense, como patrono da Escola.
Deste modo através do Despacho 156/SERE/93, a actual Escola adopta a denominação de Escola do 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico (C+S) Dr. Reis Leitão, Loriga.
Durante longos anos, funcionando em instalações degradadas, a construção de uma nova Escola tornou-se numa ambição legítima e simultaneamente numa premente
necessidade para a Comunidade Escolar e como consequência para toda a restante Comunidade Educativa. Após um difícil e complexo processo para a elaboração do
projecto da nova Escola, esta torna-se realidade em 1995 e o arranque do ano lectivo de 1996/97, efectua-se em 30 de Setembro, já nas novas instalações.
O edifício actual, com uma arquitectura específica adaptada ao enquadramento paisagístico, caracterizadamente de Serra, é constituído por 4 pisos e um amplo espaço
de recreio e espaços verdes, complementado com uma zona desportiva, (Polidesportivo ao ar livre).
Contudo, a escola não se confina ao espaço de um edifício. O isolamento da vila e das povoações abrangidas pela rede escolar desta escola impôs uma maior
aproximação entre todos. Assim, em 16 de Outubro de 1998, o Conselho Directivo desta escola endereçou convites a todas as escolas do 1.º CEB e Jardins de Infância
da sua área de influência no sentido de se realizarem reuniões preparatórias com o intuito de formar um agrupamento vertical de escolas. A resposta não se fez esperar
e a adesão maciça das escolas e jardins levou a que, em 3 de Fevereiro de 1999, todas as escolas e jardins manifestaram a vontade de constituir o agrupamento. Nessa
reunião participaram as escolas do 1.º CEB de Aguincho, Alvoco da Serra, Cide, Loriga, Vasco Esteves de Baixo, Teixeira de Baixo, Teixeira de Cima, Sazes da Beira,
Vide e a EBM de Vide; participaram ainda os Jardins de Infância de Cabeça, Loriga, Sazes da Beira, Vasco Esteves de Baixo e Vide. A Câmara Municipal de Seia viria a
dar parecer positivo em 30 de Março de 1999, pelo que o Agrupamento Vertical de Escolas de Loriga seria homologado por Despacho de S. Ex.ª o Sr. Secretário de
Estado da Administração Educativa, Guilherme d'Oliveira Martins, em 4 de Maio de 1999, conforme informação n.º 614/99 de 29 de Abril de 1999, da Direcção Regional
de Educação do Centro.
* http://www.eb23-dr-reis-leitao.rcts.pt/
(Registado aqui - Ano de 2002)

Agrupamento de Escolas de Loriga - Escola Básica dos 2. e 3. Ciclos Dr. Reis Leitão (Triénio 2007-2008)
Conselho Executivo
Presidente:- Fernando Alves Pina
Vice-Presidente:- Maria Filomena Velho Correia Cabral
Vice-Presidente:- Maria Helena Palas Moura Romano Gonçalves

Chefe dos Serviços Administrativos


Fernando Ambrósio Pereira

Grupo Prémio Escolar Loriguenses


Manaus - Brasil
Os Loriguenses sediados no norte do Brasil foram sempre sem margem para dúvidas, os maiores beneméritos de Loriga de outras eras, apesar de estarem longe de
Loriga não esqueciam a sua terra, inclusive das carências nela existente.

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Grupo Prémio Escolar Loriguenses, foi um Grupo fundado por alguns Loriguenses residentes em Manaus - Brasil e, tinha como objectivo distinguir alunos das escolas em
Loriga e ainda distribuição de livros aos alunos mais pobres.
Fundado em 1907, numa inspiração em moldes instrutivos no auxilio de forma satisfatória, concedendo anualmente prémios vantajosos para os alunos que frequentavam
a escola em Loriga.
Teve em António Ambrósio Pina um dos grandes impulsionadores desta iniciativa e, as verbas das quotas pagas pelos associados eram depois canalizadas para Loriga,
tendo sempre o intuito de transmitir ao espirito da mocidade da sua terra, o objecto importante do ensino. Durante alguns anos esta iniciativa predominou, como se
depreende pelos registos através de escritos conhecidos, relacionados aos movimentos das verbas.
-Em 1907 tiveram de receita 136$000 Reis nesse ano foi enviado pata Loriga 107$000 Reis para prémios, livros e molduras destinados para os alunos.
-No ano 1908 foi angariado uma receita no valor de 134$000 Reis enviado 103$000 Reis destinados para o mesmo fim.
- No ano de 1909 angariado 150$000 Reis e enviaram pata Loriga 107$000 Reis, também destinados para o ensino.
A Lista dos Associados era assim constituída:
Sócios honorários
Jeremias Pina; João Marques da Fonseca professor aposentado; Pedro d´Almeida e Emília Augusta professor e professora em exercício e Dr. Manoel Da Mota Veiga
Casal sub-inspector escolar.
Sócios contribuintes em Manaus
Emygdio Alves Nunes de Pina; António Ambrósio de Pina; José Ambrósio de Pina; Abílio Diogo Gouveia; Albino Pinto Martins; Joaquim de Pina Monteiro; António Duarte
Santos; Alfredo de Moura Frade; João de Moura Pina; José Martins de Pina; Albano de Melo; José Pinto Matheus; Emilio Freire Mendes Reis.
Sócios contribuintes em Belém
Manuel Nunes Ferreira; António Diogo Gouveia; José Fernandes Maurício; Augusto Simões Caril; António Aparício Martins Junior; Alexandre de Moura Galvão; António de
Moura Lemos; Manoel dos Santos Silva; António Duarte Pina e João de Moura Pina.
Algum tempo depois o Grupo Prémio Escolar Loriguense, foi extinto, terminando assim um período em que a sua existência foi importante para o ensino em Loriga.
(Registado aqui - Ano de 2001)

Associação Desportiva Metalúrgica Vaz Leal


Fundado em 16.11.1971
Rua da Sociedade Recreativa Musical Loriguense
6270-110 Loriga
Clube fundado pelos trabalhadores da Metalúrgica Vaz Leal, idealizado como meio cultural e recreativo e ainda de encontro e passatempo desses trabalhadores.
Abre todos os dias, sendo frequentado, sobretudo, pelos seus Associados.
***
Elenco Directivo da Associacao Desportiva Metalúrgica Vaz Leal (Biénio 2008/2009)
Direcção
Presidente - Eduardo José Pereira Pina
Assembleia Geral Vice-Presidente:- Daniel Pereira Pina Conselho Fiscal
Presidente - Carlos Alberto Didelet Saraiva Tesoureiro - Carlos Alberto Mendes Simão Presidente - Manuel Mendes Henriques Lemos
Vice-Presidente - Viriato Simão Mendes Secretário - António Manuel Gomes Brito Vice-Presidente - João Paulo Alves Ribeiro
Secretário - António Alves Brito 2º. Secretário - Joaquim Adelino Marques Secretário - Carlos Manuel Brito Lucas
1º. Vogal - Manuel Adelino Marques;
2º. Vogal - José Adelino Marques

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Outras Associações de Loriga, que se foram extinguindo através dos tempo, restando hoje apenas recordações, que ficaram para sempre na memória dos
loriguenses.
***
Associação Católica de Operários e Artistas
Fundação 1 de Janeiro de 1923

Associação Operária da Industria Têxtil

Sociedade de Defesa e Propaganda de Loriga *

Sociedade Loriguense de Recreio e Turismo *

Sindicato Nacional dos Operários da Industria de Lanifícios (Secção)

* Estas destinadas apenas para a classe superior


(Registado aqui - Ano de 1999)

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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Os Templos de Loriga e a sua história

A Igreja de Loriga

Igreja - Lado Parcial (Adro) Igreja - Parte frontal (Santo Cristo)

Igreja Matriz de Loriga (interior)

***
Não se sabe, em concreto, desde quando a existência da Igreja em Loriga, embora muitas tenham sido as pesquisas que se têm vindo a
efectuar nesse sentido.

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Sabe-se, no entanto, que a data de 1233, inscrita numa pedra colocada por cima de uma das portas laterais da igreja actual, nos possa
confirmar a sua longa existência, tendo em conta o facto de essa pedra ser visigótica.
A Igreja foi dedicada desde logo a Santa Maria Maior, um templo românico cuja traça tinha semelhança com a da Sé de Coimbra.
É a partir do século XVIII que se conhece , em mais profundidade, a história da história da Igreja em Loriga, havendo até quem se
aventure a dizer que sempre esteve situada no local onde hoje se encontra. Há até relatos antigos o registo de que, o subsolo da igreja,
sacristia e adro, estão cheios de ossadas, uma vez que na Idade Média, era norma segundo o uso cristão desses tempos, merecerem
os defuntos sepultura eclesiástica, que era propriamente na igreja e nos terrenos em redor da mesma. Em concreto, sabe-se, no ano de
1851, ter sido sepultado ao fundo dos degraus do altar-mor o Reverendo Sebastião Mendes de Brito, pároco de Loriga.
A Igreja de Loriga, através do que se conhece, já foi por diversas vezes destruída sofrendo, por isso, diversas transformações, tendo
em conta os desabamentos ocorridos em virtude de terramotos que assolaram o país.
Assim, em 1755, aquando do grande terramoto que abalou o país, onde Lisboa ficou completamente destruída, a igreja de Loriga
desabou.
No Dicionário Geográfico, da autoria do Padre Cardoso, mandado elaborar por ordem do Marquês de Pombal, por ocasião do terramoto
de 1755, vamos encontrar registos descritos onde o pároco de Loriga, João Roiz Ribeiro, nos diz:
"A Parochia está situada no meio da Villa ..... O Orago desta freguesia he a Senhora Santa Maria Mayor. A Egreja tem sinco altares,
hum as Sam Bento, houtro de Santa Luzia, houtro de Nossa Senhora do Rozário e o houtro das Almas. Tem huma só nave e nam tem
Irmandade alguma ....Padeceu de ruína a capella mor desta Egreja em sua abóbeda e paredes desta sorte, que nam conservao
Santíssimo Sacramento nem imagens algumas na dicta capela, de que já dei duas contas à mesa da consiensia e tenho a certeza de
que foram entregues. ......." (1)
Sendo novamente reconstruída, após o terramoto de 1755, já não conservou a mesma feição arquitectónica da anterior, no entanto, os
registos dão-nos conta do seguinte:
"...era de estilo romano, com três naves, tecto artesoado com altares correspondentes à traça do templo .... A entrada para a torre e
coro era feita pelo cheio da parede virada a nascente, por escadaria (interior) que partia da porta lateral..."
No século seguinte, no mês de Setembro do ano de 1882 (2) novamente se fez sentir no centro do país um tremor de terra e, por
conseguinte também muito sentido em Loriga, o qual pareceu, em principio, não ter grande gravidade. Só que as consequências viriam
mais tarde, quando todos pareciam já ter esquecido. Em Novembro seguinte, e quando era celebrada a missa, estalou a viga mestra da
igreja tendo, de imediato, sido efectuada a desocupação do templo e retirando algumas imagens e outros artigos. Só no fim do dia
aconteceu o desabamento quase completo, tendo apenas ficado em pé a torre, apesar de muito danificada.
Em 1884 foram terminados os trabalhos da reconstrução da igreja, que a população local, toda unida, levou a efeito, chegando aos
tempos actuais, passando desde então a manter a mesma estrutura com uma ou outra modificação de conservação que foi
acontecendo.
No ano de 1929 foi ainda a igreja de Loriga, cenário de tragédia, quando desabou um "palanque" construído em anexo ao coro,
resultando a morte de 2 pessoas e alguns feridos principalmente crianças.
A Igreja de Loriga tem, além do altar principal, mais quatro altares, todos eles considerados de rara beleza, bem como as imagens que
ali figuram. Tem também coro e ainda uma torre onde os seus sinos fazem chegar bem longe os seus sons.
Houve, em tempos, a ideia de construir uma nova igreja noutro local da Vila, no entanto, essa ideia não prevaleceu, mantendo-se a
actual que, apesar de pequena, é uma igreja antiga, bonita, verdadeiramente acolhedora e digna de ser visitada.
(1) in Padre Cardoso, Dicionário Geográfico, 1758, fl. 1149 (transcrição original)
(2) Registos das memórias "Para Constar" do Padre António Mendes Cabral Lages.

****
Lampada do Santíssimo Sacramento da Igreja

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Pensa-se ter sido a primeira oferta dos beneméritos emigrantes Loriguenses no norte do Brasil. Remota ao século XIX, mais
precisamente da década de 1870. Esta prenda foi doada à igreja de Loriga por uma família, quando do regresso à Pátria e à sua terra,
tendo sido adquirida em Lisboa.
Para registo aqui se menciona a família de emigrantes loriguenses que doou à Igreja da sua terra, a Lampada do Santíssimo
Sacramento, desde sempre muito admirada na igreja de Loriga, pelas pessoas que a visitam:
"José Joaquim dos Reis, esposa Maria Águeda Mendes Lemos e respectivos filhos, e ainda um sobrinho de seu nome António Reis".
*****

Sacristia da Igreja

Em 1926 foram efectuadas obras de restauro na Sacristia da Igreja


de Loriga, que na altura estava em degradação. Depois das obras
realizadas em Janeiro de 1927, foi elaborado o projecto da colocação
de gavetões próprios de muita necessidade.
Hoje com mais de 80 anos passados ainda podemos ver o belo trabalho
levado a cabo na época, que demonstra a boa madeira utilizada, por isso,
desponta ainda hoje a sua conservação.

Como registo aqui se menciona um apontamento existentes relacionado sobre os gavetões da Sacristia, e que se menciona na integra:
----- Declaração de venda -----
Madeira que vendi para os gavetões da Sacristia:
- 20 Couçoeiras, sendo 15 a 18:000 reis e 5 a 15:000 reis,
importando todas em reis -----------345:000 reis
Loriga 24 de Janeiro de 1927
José Mendonça Cabral (Assinatura)
*****

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A Pedra Visigótica da Igreja de Loriga


Na parte superior de uma das portas laterais da Igreja de Loriga, está
colocada uma pedra com a data de 1233, que estudos elaborados,
deram a conhecer que se trata de uma pedra dos tempos do
Visigodos que reinaram na Península Ibéria de 418 até 711, logo após
a queda do Império Romano.
Essa pedra pertenceria algum templo Visigótico, sendo depois
aproveitada para a Igreja onde ainda hoje se encontra. Igreja de
Loriga que foi mandada construir pelo rei D. Sancho II em cima das
ruínas de um pequeno templo visigótico, tudo levando a crer portanto,
que foi então nessa altura da construção da igreja que foi gravada a
data do ano de 1233. Assim, essa pedra colocada por cima de uma
das portas laterais da igreja actual confirma a sua longa existência,
correspondendo à data da construção. Construção por decisão real
nesse sentido pelo facto de Loriga pertencer à Vigariaria do Padroado
Real.

Mais apontamentos sobre a Pedra Visigótica *


Pedra Visigótica que se encontra numa das portas da Igreja de Loriga, cuja leitura foi feita por um considerado arqueólogo Alemão. Só é
conhecida outra igual em Braga e por ele considerada uma enorme preciosidade de grande valor.
A data 1233 que tem gravada não corresponde à antiguidade da pedra, pelo que se admite que lhe tenha sido aposta aquando da
construção naquele local da Igreja em substituição do pequeno templo visigótico ali existente, ou mesmo avançando-se ter sido aposta
quando da mudança da primitiva Loriga (no chão do Souto) para o Lugar actual.
igreja visigótica António Conde

* Elementos fornecidos em 1953 pelo senhor Padre Prata (Pároco de Loriga 1944-1966) a Joaquim Gonçalves de Brito
*****

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Uma nova Igreja em Loriga - Ideia nunca concretizada


Durante longos anos houve ideias e mesmo movimentos no sentido de construir uma nova Igreja em Loriga, em dada altura dizia-se
mesmo que a igreja tal como era parecia apenas uma capela, de grandes dimensões, onde tinha apenas capacidade para 50% da
população numa altura em que o movimento demográfico em Loriga era de grande crescimento.
A ideia começou a surgir na década de 1940, chegando mesmo no ano de 1949 a ser constituída uma comissão - António Cardoso de
Moura, Carlos Nunes Cabral e Abílio Luís Duarte Pina - para levar em frente a construção de uma nova igreja, tendo sido oferecido pelo
senhor Cardoso de Moura, o terreno, ou seja, a sua propriedade situada na "Carreira", no entanto, este local parece nunca ter um
consenso favorável por parte da Diocese da Guarda.
Nos anos da década de 1950 e ainda de 1960, a ideia parecia ter mesmo um sentido único de levar em frente a construção de uma
nova igreja em Loriga, com o Pároco da época, senhor Padre António Roque Abrantes Padre, a ser o mais entusiasta e fervoroso
defensor dessa ideia. Eram constantemente falados vários locais, um que chegou a ser muito falado foi o terreno no Reboleiro, onde
depois mais tarde, numa parte dele, seria construído a Corporativa Popular Loriguense.
De qualquer das formas, o que pareceu também sempre ter existido, foi nunca ter uma verdadeira dimensão o consenso generalizado
para a construção de uma nova igreja, que por isso, por este ou por aquele motivo, nunca foi levada em frente como se previa e como
era de grande necessidade nesses tempos.
Nessas épocas corriam também rumores das muitas divergências entre a igreja local e alguns industriais de Loriga, que parece ter sido
uma das principais causas de a ideia não ter o verdadeiro caminho de Loriga poder a ter uma nova igreja.
Os tempos entretanto foram mudando e, hoje chega-se à conclusão que se em Loriga de outras eras, a igreja de facto era pequena
para a população, hoje infelizmente parece chegar para as necessidades.

Capela do Santo Cristo

5 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

A Capela de Santo Cristo, é parte integrante da Igreja Matriz de Loriga e, é assim


designada, por nela se encontrar a imagem de Nosso Senhor com a Cruz aos ombros.
De pequena dimensão, tem uma porta principal para uma das ruas da Vila, e uma outra
porta de acesso directo à Igreja, junto ao altar.
É verdadeiramente expressiva a imagem de Nosso Senhor com a Cruz aos ombros, que
Loriga se orgulha de possuir, e que foi feita nesta vila, por um "artista" loriguense, que
morreu ao contemplar a sua obra. Segundo uma lenda, ao acabar de esculpir a imagem o
"artista" teria ouvido dos próprios lábios de Jesus estas palavras: - "onde me miras-tes
que tão bem me retratas-tes"
Em tempos em que a população era muito mais e, porque a Igreja Paroquial propriamente
dita, era pequena para tanta gente, esta capela era uma mais valia, pois era para ali que
muitas pessoas iam para assistir às missas ou outras cerimónias litúrgicas.
Por esse motivo, foi feito um pequeno "palanque" num dos cantos, a onde passou a estar
até aos tempos actuais, nunca voltando a ser colocado no centro da capela, como
sempre se conheceu e que melhor podia ser vista, através dos vidros, uma imagem linda
de verdade e digna de poder ser admirada, de onde saia apenas e praticamente só pela
altura da Quaresma

Imagem de Nosso Senhor na Capela de Santo Cristo


(Igreja Matriz de Loriga)

Nota:- Não se realiza Festa exclusivamente dedicada ao Santo Cristo.

Capela de Nossa Senhora de Fátima

6 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

Fazendo parte integrante da igreja Matriz de Loriga, este local de recolhimento,


onde se situa o Altar da Nossa Senhora de Fátima, tem sido sempre conhecido
como a "Capelinha" dedicada a esta Virgem.
O altar moldado em madeira ornamentada e, a beleza da imagem da Virgem ali
presente, faz daquele pequeno lugar, um local de veneração e de oração à
Padroeira de Portugal.
Tem uma porta de acesso directo à Sacristia e, por ser parte complementar da
Igreja, por norma não são ali celebradas missas ou outros cultos religiosos,
considerando uma ou outra excepção.
Uma dessas excepções ocorreu quando, após ordem eclesiástica, o Sr. Padre
Lages deixou de poder celebrar missa no altar-mor, passando então este sacerdote
a celebrar as suas missas neste altar de Nossa Senhora de Fátima, durante algum
tempo.
É também no altar desta capelinha, que se encontra a imagem de Santo António,
desde que a sua capela, onde esteve durante séculos, foi demolida em nome do
progresso.

Capela da Nossa Senhora de Fátima


(Igreja Matriz de Loriga)

Nota:- Não se realiza Festa exclusivamente dedicada à Nossa Senhora de Fátima em Loriga.

Capela da Nossa Senhora da Guia

7 of 16 07-01-2015 16:50
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Capela de Nossa Senhora da Guia

Nossa Senhora da Guia (interior)

***
A veneração à Nossa Senhora da Guia nesta localidade de Loriga, surgiu nos meados do século XIX, ideia trazida pelos "Cartagenos",
nome dado aos negociantes de lã que iam por outras terras do país; nomeadamente pelo norte, vender as peças tecidas manualmente.
Esses "Cartagenos", nas suas andanças comerciais viram no Minho, mais precisamente em Vila do Conde junto à foz do Rio Ave, uma
ermida em honra de Nossa Senhora da Guia, padroeira dos pescadores. Quando em Loriga se pensou construir uma capela em louvor
da Virgem, como nessa altura os Loriguenses começavam a sair, emigrando para o Brasil, o nome escolhido foi o de N.S.da Guia, que
passou a ser, nesta vila, a padroeira dos emigrantes.
Nos primeiros anos da década de 1880, sendo o povo de Loriga muito devoto, de muita fé e de muita coragem, quando se procedia às
obras da reconstrução da Igreja matriz destruída em consequência de um abalo de terra verificado nesta região da Beira, de imediato o
pensamento da construção da capela tomou ainda maior forma. O monte "Gemuro", que emerge da ribeira de São Bento foi o escolhido.
Situado a nordeste da povoação, a pouco mais de um quilómetro do centro da Vila, era porventura o local mais indicado. No entanto,
não foi uma escolha pacifica, originando muitos conflitos e confusões, que só o tempo viria a saldar.
Aquele lugar conhecido por "Gemuro", era uma passagem dos proprietários dos pinhais e que servia também de caminho de acesso à
freguesia da Cabeça, sendo terreno plano, soalheiro e de boas vistas. Ali se juntava o povo aos domingos, nas tardes de verão, para
descansar dos rudes trabalhos da semana sendo, ainda, um verdadeiro miradouro para o monte do Colcorinho, sobretudo no domingo
do Espírito Santo e quando da celebração da festa de N.S. das Preces em Vale Maceira.
A família Marques Guimarães, proprietários daquela terra e pinhais, não via com bons olhos o ajuntamento de estranhos nas sua terras.
Mas o povo, cada vez mais sentia-se atraído por aquele local, para os seus convívios familiares, de lazer e descanso. Quanto mais os
donos procuravam defender os seus direitos, mais o povo parecia tomar conta daquele lugar e, movidos pela ideia da construção da

8 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

capela, começaram mesmo a derrubar os pinheiros e a terraplenar o terreno. Nem mesmo as autoridades administrativas locais
conseguiram demover o povo a desistir do fim que tinha em vista, passando desde logo esse lugar a chamar-se por Senhora da Guia.
Nessa época, era paroco de Loriga o Sr.Padre Matias.
Em 1884, foi concluída a construção da capela, feita de pedra de xisto. Esta capela durou cerca de 40 anos e tinha a entrada principal
virada para a povoação. A primeira festa em honra de N.S. da Guia realizou-se nesse mesmo ano, em 06 de Outubro, para depois
passar-se a realizar sempre no primeiro domingo de Agosto.
No inverno, aquele local era frequentemente assolado por ventos fortes e enxurradas de águas, o que fez com que a capela primitiva
fosse ficando muito degradada. Em 1917-18, como não parecia oferecer segurança, após mais de três décadas de existência,
pensou-se na sua demolição tendo, para o efeito, sido constituída uma comissão, com a finalidade de dar início à construção de uma
nova capela. Foi então demolida a primitiva capela e edificado uma outra que ficaria concluida por volta do ano de 1921.
É esta a capela que chegou até aos nossos dias, com as medidas de 9,30 X 6,90 metros, tem ao longo de todos estes anos de
existência, conhecido várias transformações tendo já pouco a ver com a inicialmente edificada.
Os relatos da época dizem, que a festa realizada após a construção da nova capela, foi de verdadeira emoção e alegria. Era então
pároco de Loriga, o Monsenhor António Gouveia Cabral e, no rosto de todos os presentes, era bem visível esse contentamento por
terem proporcionado uma digna capela à Virgem que, do seu andor, parecia dizer ao menino que olhava sua Mãe:- "Vê como meus filhos
me amam"
O recinto da N.S.da Guia é, na verdade, hoje em dia, a "coroa" da Vila de Loriga e digna de ser vista por todos os visitantes. A capela
de N.S. da Guia e a Virgem tem, sem dúvida, o grande afecto dos emigrantes Loriguenses espalhados pelo mundo.
A imagem da Virgem, tão bela e expressiva foi feita para os lados de Braga e data da construção da primitiva capela. Chegou até
bastante antes da capela estar concluída.
Existe uma outra imagem - Nossa Senhora da Guia pequenina - que devia vir para Loriga por volta de 1901-1902. A razão desta
segunda imagem é a seguinte:
O dia da festa, excepto o primeiro ano (1884), sempre se realizou no primeiro domingo de Agosto. De manhã, muito cedo, a imagem
vinha em procissão da Capela para a Igreja, regressando para a sua capela cerca do meio dia. Acontecia que muitos romeiros, alguns
de longes terras, vinham até à capela cumprir as suas promessas e dar as suas esmolas e não encontravam a Imagem da Virgem o que
bastante os desconsolava. Foi por isso que se mandou fazer outra imagem que substituísse, na ausência, a primitiva imagem de Nossa
Senhora da Guia, como hoje ainda isso acontece.
Festa em honra de Nossa Senhora da Guia
A Festa em honra de Nossa Senhora da Guia, realiza-se anualmente no primeiro Domingo de Agosto.
Para além do acto religioso em que é relevante a magestosa procissão e missa campal, tem como complemento também a parte
musical, que decorre normalmente no recinto e também na vila.
É a maior Festa que se realiza em Loriga e a que mais visitantes atraia a Loriga, nomeadamente os Loriguenses espalhados pelo país e
pelo mundo.
As mordomias nomeadas, levam a efeito vários eventos, tendo ao longo do ano a preocupação de angariar receitas, não só para a
realização da Festa anual, mas também ter sempre presente fundos para despesas pontuais, obras e restauro da Capela, Coreto, Casa
do Fogueteiro e ainda a conservação de toda a área envolvente do recinto e rampa de acesso.
Nota:- Encontra mais dados relacionados a Nossa Senhora da Guia, na Página NSGuia deste Site.

A Capela de Nossa Senhora do Carmo

9 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

Capela da Nossa Senhora do Carmo (Bairro S.Ginês) Capela da Nossa Senhora do Carmo (altar)

***
Bem mesmo no centro do Bairro de São Genês, quase que passando despercebida a capela dedicada à Nossa Senhora do Carmo,
muito bem guardada e protegida pelos moradores desse lugar pitoresco de Loriga, continua a manter a firme postura de capela de
bairro, sendo bem patente o orgulho que os moradores locais têm na sua capela.
Vem de longe a existência da capela naquele local, sendo desconhecida a data certa da sua construção. Sabe-se que em 1758 já
estava construída pois pelos poucos escritos existentes dessa época, já se fazia referência à dita capela, não como titulada ao nome
actual, mas sim titulada a San Gens, pensando-se até, que resistiu ao grande terramoto de 1755, que nesse ano assolou o nosso país e
arrasou quase totalmente Lisboa.
É certo, que dificilmente se poderá saber a razão e a iniciativa da edificação de uma ermida naquele local. Sabe-se, no entanto, que a
capela actual não é a primitiva uma vez que, por estar em vias de ruir, seria reconstruída. Mesmo assim, durante alguns anos, esteve só
com paredes e telhado e, só depois de ser feito o altar, foi restituída ao culto em 1938.
Para quem não saiba, muito boa gente poderá ser induzida no erro de que, a data de 1909, inscrita na fachada por cima da porta,
corresponde à data da existência da capela naquele local. Na verdade não é assim, pois, na realidade, a data corresponde a uma de
algumas reconstruções que esta capela foi tendo ao longo da sua existência. Supõe-se que a capela primitiva tenha ali sido construída
por volta de 1700, início do século de 1700.
Nos mesmos escritos que acima citamos, era referenciada a não existência de habitações naquele local quando a ermida foi construída,
estando escrito que ela se situava ao "lado da vila". Por conseguinte, o povoado de Loriga ainda ali não chegava, sabendo-se que,
durante muitos séculos, o povo português, muito religioso e crente construía as ermidas normalmente em locais fora dos povoados. Do
que parece não restar dúvidas, é que a capela foi ali edificada em honra de São Genês e, por isso mesmo, aquele local passou a ser
chamado precisamente por esse mesmo nome, topónimo que ainda hoje se mantém. Entenda-se S.Gens, o nome correcto do santo.
Apesar da capela não ser cenário de grandes festas em honra da sua Virgem, como decerto acontece com outras festas religiosas que
se realizam em Loriga, não é por isso menosprezada. Se recuarmos a tempos distantes veremos que esta capela foi fundamental e de
grande utilidade em situações infelizmente trágicas acontecidas nesta localidade.

10 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

No século passado, mais precisamente em 1881, quando por motivo de um novo tremor de terra que se fez sentir na região da Beira, a
igreja matriz viria a ruir, esta capela foi utilizada na realização de alguns actos religiosos. Já no século XX, quando da grave epidemia
que aconteceu em Loriga no ano de 1927, na capela da Senhora do Carmo, foi improvisado um balneário, sendo dotada com banheiras
e água canalizada. Nesta altura, a capela estava praticamente desactivada religiosamente, pois apenas tinha as paredes e o telhado e,
essa adaptação em balneário, foi importante na luta dessa epidemia.
A capela de Nossa Senhora do Carmo é, presentemente, digna de uma visita devendo, em minha opinião, fazer parte do roteiro dos
visitantes de Loriga, que decerto não deixarão de admirar, na amplitude do altar em madeira ornamentada, a beleza da imagem da
Virgem, bem como outras imagens antigas e de muito valor, onde não poderia faltar o São Genês, precisamente o patrono deste Bairro.
É uma capela que, apesar de antiga, respira modernidade, graças aos cuidados que os moradores do Bairro de S. Genês lhe dedicam.
Nota do Autor:-Simbólicamente como que só pertencente aos moradores de S.Genês, é realmente digno de registo e de louvor toda
esta boa gente daquele meu bairro, no empenhamento e conservação desta capela naquele local, com mais de dois séculos de
existência, mantendo assim em continuidade o sonho desses nossos antepassados, que ao edificar com fé este lugar de culto, sabiam
que as gerações vindoiras continuariam a perpetuar o que então tinham idealizado.
Nota complementar
A Capela de Nossa Senhora do Carmo é de espaço único. As fachadas são rebocadas e pintadas de branco, com cunhais assinalados
a granito e rematados por elementos piramidais. A fachada principal termina em cruz latina e é rasgada por um portal em arco de volta
perfeita moldurado, ladeado duas janelas em arco abatido. É encimado por uma janela e por um nicho que alberga um sino. O interior
com paredes pintadas e rebocadas de branco é percorrido por lambril de azulejos monocromos, de padrão industrial
***
Festa em honra de Nossa Senhora do Carmo
Foi de comum acordo pelos moradores do Bairro de S. Genês, a realização de dois em dois anos de uma Festa, unicamente religiosa,
em honra da Nossa Senhora do Carmo, .
No dia 4 de Junho de 2000, realizou-se a primeira Festa, um primeiro evento que fez engalanar em festividade o típico bairro de
S.Genês. Teve como momento mais alto, a bonita procissão, que percorreu as ruas da vila, sendo o andor da N. S. do Carmo
transportado pelos elementos da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Esta Festa foi levada a efeito, numa organização conjunta com os moradores do Bairro das Penedas, que consideram-se como um
anexo do Bairro de S.Genês.
Ficará ainda como registo, o facto, de o "velho" Terreiro da Lição, ter sido pela primeira vez cenário de um concerto de música, que a
Banda de Loriga ali efectuou nesse dia.
***
Mordomas da Nossa Senhora do Carmo (Biénio 2010-2011)
Maria Fernanda Nunes, Alice Jorge, Isabel Ferreira e Maria Aurora Garcia.

Capela de São Sebastião

11 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

Capela São Sebastião (interior)

Capela de São Sebastião (Rua de São Sebastião)

***
Apesar de pouco se saber sobre a razão da construção da capela de São Sebastião naquele local, remonta há mais de dois séculos a
sua existência. Em recortes antigos e relacionados à década de 1750, era referenciada como estando situada a "duzentos passos
distantes da povoação no caminho para Valezim", na qual não faziam festa ou romaria alguma.
Segundo essa descrição, para essa época, a capela ficava longe da povoação, se tivermos em conta a existência de outras capelas já a
ficarem rodeadas pelo povoado, com era os casos das capelas de Santo António e S.Gens, actualmente N.S. do Carmo. Efectivamente
pensa-se ter existido uma boa razão para a construção de uma ermida naquele local.
Os relatos antigos vêm dizer que, sendo o caminho e trajecto de Loriga para outras povoações, aquele local era um lugar aprazível, de
descanso, onde corria abundante água. Ali os viajantes paravam, por momentos, para descansar e, ao mesmo tempo, oravam pela
viagem que estavam prestes a iniciar ou, aqueles que ao chegarem, ali paravam orando e agradecendo a viagem que tinham acabado
de efectuar.
A primitiva capela construída em pequenas dimensões, era o protótipo da ermida isolada em lugar de passantes, havendo até uma certa
preocupação de a mesma ser resguardada o mais possível das más condições climáticas. Ao ser edificada em honra desse Santo,
poderá estar relacionado o facto de, nessa época, e um pouco por todo o lado, ser muito comum a veneração ao mártir São Sebastião,
passando mesmo aquele lugar a ser assim chamado.
Com os tempos, aquele local bem como a capela já foram cenário de muitas alterações. O primitivo caminho deixou de existir e, em
consequência, nova capela mais moderna foi também construída, esta sobreposta à antiga.

12 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

As Festas em honra de São Sebastião, por estranho que pareça, não se realizam na sua capela mas sim na povoação. Houve tempos,
até, que nem sempre era realizada, ao contrário do que acontece hoje, que se realiza anualmente. É uma festa grandiosa e uma das
maiores que se efectuam em Loriga, realizando-se no verão, em data o mais próximo possivel da Festa da Nossa Senhora da Guia.
Uma tradição em honra deste Santo, que através dos tempos se vai mantendo, é o peditório realizado com o "Cambeiro", um mastro
alto, em madeira, ornamentado com penduradores em ferro, que percorre as ruas da Vila, e onde as pessoas penduram as suas
ofertas:- chouriços; morcelas; presuntos; carne; pão; queijos; feijão; grão; milho etc., sendo estas ofertas leiloadas em evento efectuado
no largo da igreja.
Ao contrário das outras capelas já referidas, existentes em 1758, e que com os tempos foram ficando dentro da povoação de Loriga, a
de São Sebastião, apesar de mais de dois séculos já passados, continua fora e isolada, apesar de visível do casario da Vila que dela se
foi aproximando. O seu patrono é, pois uma presença viva dos antepassados Loriguenses que idealizaram aquele local e a construção
da capela. E se, em tempos distantes, se pensa que abençoava os viajantes que por ali passavam, continua hoje a ser a benção para
muitos outros que ali passam para a última viagem, mas esta, uma viagem sem regresso.
Visitar a capela de São Sebastião é também importante, pelo seu valor histórico e cultural, fazendo mesmo parte do itinerário turístico
desta localidade.
Nota complementar
A Capela de São Sebastião é de espaço único. Exteriormente as fachadas são rebocas e pintadas de branco percorridas por lambril de
pedra de granito. A fachada principal é rasgada por um portal recto e por duas janelas recortadas. Tem campanário. O interior tem
paredes rebocadas e pintadas de branco percorridas por lambril de azulejos de padrão industrial.
***
Festa em honra de São Sebastião
A Festa em honra de São Sebastião, realiza-se em Julho. Para além do acto religioso é também efectuada festa musical, que decorre
na vila e que normalmente atrai sempre muitos visitantes.
As mordomias anualmente nomeadas, levam a efeito vários eventos, tendo ao longo do ano a preocupação de angariar receitas, não só
para a realização da Festa anual, mas também ter sempre presente fundos para obras de restauro e conservação da Capela.
Uma característica em honra do S. Sebastião em Loriga, é o tradicional peditório com o "Cambeiro" que se realiza anualmente em
Janeiro.

Capela Nossa Senhora da Auxiliadora

13 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

Foto - Capela Nossa Senhora da Auxiliadora

***
Situada no local conhecido por Redondinha, esta capela faz parte do Solar com o mesmo nome e,
foi mandada construir pelo Industrial Augusto Luís Mendes, dono de todas aquelas terras
envolventes naquele local de Loriga. Esta capela destinava-se ao culto religioso particular e familiar.
Foi construída nos primeiros anos do século XX, sendo benzida em 1907, pelo Arcebispo-Bispo
diocesano, Dom Manuel Vieira de Matos, que na altura se encontrava de visita a Loriga.
Apenas num ou noutro caso, excepcionalmente, esta capela chegou a estar ao serviço da
comunidade loriguense, podendo aqui lembrar, por exemplo, quando em determinada época, os
jovens ali se reuniam em retiros, para a preparação da Profissão de Fé. No entanto, através dos
muitos anos da sua existência, e por se identificar como particular, não era um lugar de culto da
população local, tal como acontece com as outras capelas desta localidade .
Em tempos já distantes, nomeadamente durante a época áurea da vida da família Augusto Luís
Mendes, esta capela conheceu, na realidade, uma certa actividade religiosa, sobretudo enquanto
este industrial foi vivo. Ali eram realizadas missas, baptizados, casamentos, velórios e ainda outros
eventos religiosos, assim como, uma vez por mês, estava aberta a toda a população que ali
quisesse assistir à missa dominical
Durante estas últimas longas décadas, esteve sempre praticamente fechada, havendo no entanto,
por parte dos seus proprietários, a preocupação na sua conservação, continuando a manter bem
viva, a memória dos antigos proprietários daquela zona de Loriga, a quem esta localidade muito
ficou a dever.
Hoje em dia encontra-se totalmente fechada, continua a pertencer aos descendentes da família
desse grande industrial, Augusto Luís Mendes, estando actualmente a tomar conta da mesma, o Altar da Capela N, S. da Auxiliadora
Sr. Fernando Pais de Amaral Mendes.
Não se realiza Festa em honra de N. S. da Auxiliadora

14 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

Não se realiza Festa em honra da Nossa Senhora da Auxiliadora em Loriga, apesar da existência desta capela dedicada a esta Virgem.
Talvez por se tratar de um acapela a nível particular e familiar, nunca existiu conhecimento de Festas a nível comunitário, no entanto,
tem-se conhecimento de uma ou outra Festa ali realizada pelo seu proprietário

Capela de Santo António

Foto da Capela Santo António no Ano1972 - Demolida em 1975

***
A Capela de Santo António encontrava-se situada no Largo do Santo António, nome pelo qual hoje é conhecido devido à localização da
Capela, mas que popularmente, e durante muitos anos, foi também chamado por Largo da " Carvalha".
A capela ali existente era muito antiga, sabendo-se que a sua construção vinha já do século XVIII ou mesmo muito antes deste século.
Sabia-se que era o terceiro templo mais antigo construído em Loriga
Em escritos existentes de 1758, faz-se referência a esta capela, como situada ao cimo da vila pensando-se, assim, que quando foi
construída, o povoado de Loriga não era ainda para lá deste local. Segundo se sabe também substituiu a Igreja Matriz durante a
reconstrução desta arruinada pelo sismo de 1755.
Na década de 1880, a capela do Santo António, passou novamente a Matriz em todos os cultos religiosos, por motivo da Igreja voltar a
ruir, quando foi sentido novamente em Loriga, um forte sismo.
Esta capela do Santo António foi caindo em degradação tendo sido reconstruída já no século XIX, deixando de ter a traça original. A
primitiva Capela tinha alpendre e campanário, que nada tinha a ver com a capela que chegou aos nossos dias, precisamente até à sua
demolição, ocorrida na década de 1970, aquando da modernização daquele local e ainda da requalificação da "Carreira".
A construção de uma capela naquele local, poderá estar relacionada ao facto de ter sido ali o antigo cemitério de Loriga. Depois da

15 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/carmo.htm

construção do novo e actual cemitério, nos últimos anos da década de 1890, e após total trasladação dos restos mortais, esta capela
foi ficando em estado de degradação.
Foi reedificada, por altura do ano de 1920, passando a ter as medidas de 10,20 metros por 6,20 metros, sendo restituída ao culto em
1923. No entanto, em Junho de 1925 foi interdita pelo Prelado, interdição que durou até princípios de Maio de 1927.
Nas últimas décadas da sua existência, foram poucas as actividades religiosas ali realizadas e, aos poucos, foi ficando degradada e
mesmo abandonada. Já em projecto a respectiva demolição, e já com algumas obras a decorrer naquele local, esteve iminente ruir
completamente, pondo mesmo em perigo a população local ao passar ali, tendo feito eco disso, o jornal diário "Jornal de Noticias" em
15 de Abril de 1974.
Entretanto, a imagem do Santo António, já há muito que tinha sido transferida para a Igreja Paroquial, onde hoje ainda se encontra.
Esteve ainda projectada a construção de nova capela invocativa a este Santo, não no mesmo local (que viria a gerar bastante
polémica) mas sim na Fonte do Mouro, onde chegou mesmo a ser iniciada a respectiva construção, no entanto, pouco tempo depois,
esse projecto foi definitivamente posto de parte.
Nota: - Em 1975 foi demolida a capela do Santo António em Loriga. Com o estado de degradação cada vez mais acentuado, já algum
tempo antes a imagem do Santo tinha dali sido retirada, passando para a Igreja Matriz, onde se encontra, colocado na capela da Nossa
Senhora de Fátima.
Entretanto, naquele local foi edificado um pequeno monumento com a imagem de Santo António, simbolizando assim a capela ali
existente durante séculos e, ainda o nome daquele lugar chamado Largo de Santo António.
Festa em honra de Santo António
A Festa em honra de Santo António, realiza-se em Junho. Para além do acto religioso é também efectuada festa musical, que decorre
na vila precisamente no local onde outrora estava edificada a capela dedicada a este Santo.
As mordomias anualmente nomeadas, é caracterizada pelo principio de serem incorporadas por jovens, nomeadamente namorados, por
isso se dizer que Santo António é casamenteiro.
Ao longo do ano a comissão de festas leva a efeito vários eventos, no sentido de angariar receitas para efectuar a tradicional festa.
***
Mordomia da Festa de Santo António
Ana Rita Aparicio; Filipa Pinto; Andreia Garcia; Patricia Pereira; João Moura; João Aparicio Garcia; Rodrigo Amaro; Adriano Lopes.

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

16 of 16 07-01-2015 16:50
http://www.loriga.de/notaveis.htm

Gente na História de Loriga

Apontamentos de Biografia de pessoas loriguenses ou amigas de Loriga, que de certa forma se notabilizaram com Factos e Feitos em prol da comunidade e da terra que
adoraram, numa ideia de perpetuar a memória de todas estas pessoas, ao mesmo tempo dar a conhecer às gerações vindouras de todos aqueles que contribuíram para
a grandeza da historia desta maravilhosa terra portuguesa chamada Vila de Loriga.

O Autor (www.loriga.de)

Figuras de Loriga - Indice Onomástico


-Abranches, Cónego António Antunes -Cunha, Maria Ermelinda M.Guimarães -Moura, José Nunes
-Almeida, Prof. Pedro de -Ferrão, Fernando Luis Ferreira -Neves, Maria dos Anjos Pinto
-Alves, Maria de Lurdes Martins Aparício -Ferreira, António Gonçalves -Nogueira, Cónego Manuel Fernandes
-Amaro, António João de Brito -Ferreira, Carlos José Gonçalves -Oliveira, João Mendes
-Amaro, António Luís Cardoso -Figueiredo, Emídio Gomes -Paulo, Eng. Emílio Leitão
-Amaro, Carlos Jorge Cardoso -Figueiredo,Pad.Manuel Matias dos Santos e -Pereira, António de Brito
-Aparício, Álvaro Santos -Fonseca, Doutor Augusto Amorim da -Pereira, Carlos Simões
-Garcia, José Mendes -Pereira, Manuel Dinis
-Ascensão, António Pinto -Pina, António Moura
-Ascensão, Doutor Carlos Pinto -Gonçalves, Fernando
-Pina, António Abreu
-Lages, Doutor António Mendes -Pina, Carlos Augusto Nunes de
-Ascensão, Joaquim Pinto
-Lages, José Gomes Luís -Pina, Constança de Brito
-Assunção, Padre Francisco Borges de -Lages, Padre António Mendes Cabral -Pina, Doutor Padre António Ambrósio
-Barreiros, António B. Nascimento -Leal, Pedro Vaz -Pina,José Nunes de
-Bastos, Doutor Carlos Leitão -Leitão, Doutor Joaquim Jorge Reis -Pina, Laura Moura
-Brito, Abílio Alves de -Leitao, Herculano Brito -Prata, Mário Lopes
-Brito, Emília Mendes -Leitão Júnior, Manuel Gomes -Prata, Padre António Roque Abrantes
-Brito, Eugénio Leitão de
-Luís, Alfredo Nunes -Ramalho, Abílio Luís
-Brito, Joaquim Gonçalves de
-Reis, José Mendes dos
-Brito, Laurinda Gonçalves de -Macedo, José Lopes
-Ribeiro, António Nunes
-Brito, Padre Sebastião Mendes de -Marques, Prof. António Domingos
-Santos, Armando Fernandes dos
-Cabral Junior, Carlos Nunes -Martins, Adélia Alves
-Tuna, António Luis Amaro
-Cabral, Joaquim Leitão da Rocha -Mendes, Augusto Luís
-Urtigueira, Carlos Fernandes
-Campos, Francisco Mendes -Moura, António Augusto
-Claro, José do Nascimento -Moura, António Cardoso de
-Conde, José Fernandes -Mourita, José Moura
-Costa, António Mendes da
-Costa, Padre Theotónio Luiz
-Cruz, Mário Gonçalves

***
Fotos - Pessoas Centenárias Recordar outras Pessoas

Indice
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Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

1 of 1 07-01-2015 16:52
http://www.loriga.de/nsguia.htm

Nossa Senhora da Guia

** **

Nossa Senhora da Guia


Padroeira dos Emigrantes
Festa Anual que se realiza no 1. Domingo de Agosto

1 of 21 07-01-2015 16:53
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Senhora da Guia
Nossa Mãe clemente
**** Protegei Loriga ****
Iluminai sua gente.

-A devoção a Nossa Senhora da Guia começou a ter uma maior implantação em Loriga, nos anos antecedentes a 1884, ano da
construção da primeira capela.
-Os negociantes Loriguenses de lã, nas suas viagens pelo Minho, viram junto à Foz de um rio uma ermida em honra dessa Virgem e
desde logo pensaram também poderem ter na sua terra uma capela em sua honra.
-O local onde está situada a capela de Nossa Senhora da Guia, era outrora conhecido pelo monte de "Gemuro"
-A primeira festa em honra de N.S.da Guia foi realizada em 6 de Outubro do ano 1884, e desde então passou a ser realizada todos os
anos no 1º. Domingo de Agôsto.
-Apenas no ano de 1939 a festa não foi realizada, por motivo de um contencioso existente entre o Pároco da época e os seus
paroquianos.

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Pintura em honra a Nossa Senhora da Guia (2003)


Autora:-Maria do Anjos Fernandes Gomes Antunes

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Nossa Senhora da Guia - Padroeira do Emigrantes

A Imagem da Virgem da Nossa Senhora da Guia de visita à Igreja Paroquial, o que acontece uma vez por ano, quando da Festa em sua honra.

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Hino em Homenagem a Nossa Senhora da Guia


Verso 1 Verso 2 Verso 3
Vós sois o lírio mimoso De vossos olhos e pranto Se em vossos lábios divinos
Do mais suave perfume É como gota de orvalho Doce sorriso desponta
Que ao lado do Casto Esposo Que dá frescura e encanto Nos esplendores dos hinos
A castidade resume À flor pendente de galho Nossa alma aos pés se remonta

Coro
Ó Padroeira amorosa
Clara estrela Mãe Pia
Dai-nos a Benção bondosa
Virgem Senhora da Guia

Verso 4 Verso 5 Verso 6


Vós sois a flor da inocência Quando na vida sofremos Vós sois a ridente Aurora
Que nossa vida embalsama A mais atroz amargura De divinais resplendores
Com suavíssima essência De vossas mãos recebemos Que a luz de fé revigora
Que sobre nós se derrama A confortável doçura Em nossas lutas e dores
Verso 7
E lá da Celeste altura
De vosso Trono e luz
Dai-nos Paz e ventura
Do vosso Amado Jesus
**
Breve Apontamento da História deste hino à Nossa Senhora da Guia *

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O cântico "Ó Padroeira Amorosa" cantava-se e ainda hoje se canta


à Senhora da Nazaré na cidade de Belém-Pará-Brasil.
A história da introdução do cântico "Ó Padroeira Amorosa" na Festa
da Nossa Senhora da Guia em Loriga remota ao ano de 1950.
Nesse ano e de visita à sua terra, o loriguense Sr. António Nunes
Brito, emigrado na cidade de Belém -Pará, em conversa com o
Senhor António Pinto Ascensão, então maestro da Banda
Filarmónica de Loriga, falou no referido cântico, e desde logo surgiu
a ideia de o adaptar à Nossa Senhora da Guia.
O Senhor António Pinto Ascensão escreveu-o para a Banda e
passou desde então a cantar-se "Ó Padroeira Amorosa" Hino da
Nossa Senhora da Guia.
Apenas foi alterado o refrão de "Senhora de Nazaré" para "Virgem
Senhora da Guia", mas as estrofes são iguais.

Em Belém-Pará Brasil canta-se assim: Em Loriga canta-se assim:


Ó Padroeira amorosa Ó Padroeira amorosa
Fonte de amor e de fé Clara Estrela, mãe pia
Dai-nos a benção bondosa Dai-nos a bênção bondosa
Senhora da Nazaré Virgem Senhora da Guia
* Registo de Arquivo de António Pinto Ascensão.

Recinto da Nossa Senhora da Guia no tempo

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Canção dedicada à Nossa Senhora da Guia


Só, a fé em Vós, aqui nos traz
Junto do andor, Virgem Maria
Vós sois a bondade e sois a paz
A luz que brilha e nos guia
Nossa Mãe, Senhora da Guia.

Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe
Agora que estamos Convosco Vós sois alegria e a bonança Aqui juntos à profia
Unidos na Procissão A Santa Mãe de Jesus Escutai a nossa mensagem
Nós seguimos-te com devoção Nossa guia e nossa esperança Neste dia de festa e romagem

A infância, outrora, aqui passada


Sempre nos levou a recordar
Vossa bela imagem imaculada
Por todos nós venerada
No Andor ou no Altar.

Ave, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe Avé, Avé, doce Mãe
Que a Vossa estrela brilhante Dai-nos um coração p´ra amar É tempo de testemunhar
Ilumine o nosso povo Saúde e sabedoria Que somos todos irmãos
E também os nossos emigrantes. E o pão nosso de cada dia. E a todos unir nossa mãos.

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Avé, Avé doce Mãe


Agora e pela vida inteira
Protegei a nossa Terra
Mãe do Céu, nossa Padroeira.
Versos do Loriguense Carlos. A. Pinto (Agosto 1988) - Adaptados à música da canção "Joana" de Marco Paulo

Verso a Nossa Senhora da Guia*


Antes de adormecer
Louvo-te em sons musicais
Como canto de pardais
Que oiço ao amanhecer

É em ti que me protejo
Se me sinto sem abrigo
Sei que estás sempre comigo
Dás a mão quando fraquejo

Para mim és mais que guia


És a luz no meu dia-a-dia
Está em tudo que faço

Se vejo teu rosto sorrir


Vou como criança a fugir
Abrigar-me em teu regaço.

* Agosto de 2005 - Adélia Lopes

Loas a Nossa Senhora da Guia


É secular a Festa em honra de N. S. da Guia que todos os anos se realiza nesta localidade.
A primeira festa realizou-se no dia 6 de Outubro de 1884 e, a partir daí passou a ser realizada sempre no primeiro domingo de Agosto,
fazendo atrair a Loriga muitos forasteiros, principalmente muitos dos Loriguenses ausentes por outras paragens.
Com a aproximação desta festa é tradição as pessoas na Vila cantarem as Loas que o povo um dia fez à sua padroeira.
Das muitas Loas existentes aqui se recordam algumas delas:

Estando eu em minha casa Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Assentada a uma janela Dizei-me onde morais?! Mandou-me agora chamar
Deitei os olhos ao longe -Moro p´ra além da catraia Deixa-me lá ir depressa
Vi uma linda capela!... No meio dos pinheirais A ver o que me quer dar

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Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


À vossa porta cheguei Quem vos varreu o terreiro?! A vossa ladeira mata
Tantos anjos me acompanharam -As meninas de Loriga Dai saúde os brasileiros
Como de passos eu dei C´um raminho de loureiro Que deram a cruz de prata

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Ela lá vem no andor Ficou à porta a chorar Rosa branca em botão
Com o seu menino ao colo Recolhei-vos, Mãe de Deus Dai saúde aos brasileiros
Que parece um esplendor Qu´inda cá hei-de voltar!.. Que deram o pavilhão.

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Sois uma estrela brilhante Rosa branca encarnada Arrendai a Carvalhinha
Dai saúde aos portugueses Até ao cimo da França Arrendai-a por dinheiro
São um povo navegante. Chega a vossa nomeada. Que a sombra dela é minha.

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Tem o manto a fazer Mandai-nos tempo alegre!.. Tem um tear à janela
Cheio de pérolas d´oiro Há quatro dias que chove Dá-lhe o vento, dá-lhe a chuva
Ai tão lindo que há-de ser!.. Água fria como a Neve. Todo o fiado lhe quebra...

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Vi uma linda capela


Ai minha boa Mãezinha!.. Quem te deu esse vestido Procurei de quem seria
Eu já fui a vossa casa Foi um homem em Lisboa Um anjo me anunciou
Vinde Vós agora à minha Que no mar se viu perdido. Que era da Senhora da Guia

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Que dais a quem vos vem ver?! Tem o caminho de giestas, Hoje aqui vos venho ver
-Aos casados, paz e alegria Bem podias vós, Senhora Já que me destes saúde
Aos solteiros, bom viver Tê-lo de rosas abertas Estando eu para morrer

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Quem vos varreu o balcão?! Tem uma redoma de vidro Tem uma estrela na mão
-As meninas de Loriga Que lha deu um brasileiro Que lha deu uma menina
C´um raminho de sarpão Que andava no mar perdido No dia da comunhão

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Precisais lá de um jardim Sois uma roseira branca Por detrás do seu altar
Uma fonte para o regar Quando nascestes no mundo Tem garrafinhas de vidro
Um repuxo de marfim. Logo foi para ser Santa. Deitando águas ao mar.

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Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Pequenina e Airosa Arrendai o pinheiral Ela lá em cima vem
Vem a gente de tão longe Arrendai-o por dinheiro Com o seu menino ao colo
Só p´ra vêr tão linda Rosa. P´ra ajuda do arraial. Seus cabelos ao desdém.

Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia Nossa Senhora da Guia


Mandai sol quer chover Combatida pelo vento Sois a mais bela das flores
Que se molham os efeitos Tem as suas portas viradas Lembrai-vos sempre de nós
Das moças que vos vão ver. P´ro Santissimo Sacramento. Terra Mãe dos pecadores.

Estas Loas à Nossa Senhora da Guia foram publicadas em 1958

Medalha do Primeiro Centenário das Festas em Honra de Nossa Senhora da Guia


Loriga 1884-1984

Centenário da Festa da N. S. da Guia (dias 2, 3, 4 e 5 de Agosto de 1984)


A comissão na celebração do centenário da Festa da Nossa Senhora da Guia, era assim constituída:
Orestes Gomes Aparício; António Ferreira Penas; Carlos José Brito Moura; José Simões Moura; Emílio Lopes Brito; José Jorge
Romano; José Mendes Dias Aparício; António Ferreira da Silva; Joaquim Lemos Pinto; Adelino Manuel Martins de Pina e Carlos
Lucas Antunes Fernandes.
***
Mensagem Centenária do Pároco de Loriga *
(Aquando das Comemorações do Centenário da Festa)

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É numa hora de sublime exultação e de extraordinária alegria que vos dirijo a minha palavra de Pároco e pastor das vossas almas.
Na verdade, se todos os anos vemos aproximar-se o primeiro Domingo de Agosto com a nossa alma a transbordar de Fé e de Júbilo,
desta vez os nossos sentimentos de confiança e amor à Virgem Nossa Senhora da Guia crescem de forma incomensurável. É que se
vão completar 100 anos desde que a festa a Nossa Senhora da Guia começou a celebrar-se em L0riga.
E, logo no inicio, vós tomastes por Vossa Padroeira, Padroeira dos Emigrantes, Padroeira dos Emigrantes, que então como ainda hoje,
mourejáveis em grande número por Terras de Santa Cruz.
Depois, por circunstâncias da vida, muitos vos ausentastes para outros países e para outras terras do nosso Portugal. Mas a vossa
devoção a Nossa Senhora da Guia não esmoreceu; ela tem crescido sempre nas vossas almas, Loriguenses Amigos, os que emigrastes
e os que ficastes.
Pedimos por vós à Senhora da Guia, lembraremos as vossas necessidades espirituais e corporais, sobrenaturais e naturais, as vossas
mais urgentes intenções, em especial na Santa Missa da festa.
Como Nossa Senhora ficará contente e vos proporcionará a sua celestial protecção e bênção ao celebrardes piedosamente a sua festa
pela centésima vez!
Ela nos trouxe Jesus, o "Caminho, a Verdade e a Vida", e continua agora a encaminhar-nos a Ele. Sempre chegamos a Jesus por Maria.
Pois que, nesta altura de tão solene e grande centenário da Sua Festa - se Ela é nossa extremosa Mãe, mostremos nós ser seus
verdadeiros e devotos filhos, sejamos quem formos e seja onde for que nos encontraremos.
Que o nosso amor, a nossa devoção e dedicação, a nossa fé e confiança para com Ela cresçam nesta festa centenária!
E Ela continuará também a ser sempre a nossa Mãe, tão boa que quer e tão poderosa que pode encher-nos de todas as graças do
Senhor.
Não são bons os momentos que atravessamos. Mas com Ela que poderemos temer?
Saúdo-vos a todos, com a maior estima e dedicação, o vosso Pároco sempre muito amigo nos Corações de Jesus e Maria.
* Padre Francisco Borges de Assunção
http://nsdaguialoriga.com.sapo.pt/n_s_guia.htm

***
O Pavilhão e a Sineta da Senhora da Guia e o Fogueteiro
(Aquando das Comemorações do Centenário da Festa)

A "Comissão do Santuário de Nossa Senhora da Guia", de Loriga, pediu-me que escrevesse umas palavras para um opúsculo a publicar
pela Mordomia em exercício, considerando ela completar-se neste ano de 1984 um século desde a primeira vez que a Vila de Loriga
celebrou a Festa de Nossa Senhora da Guia, Padroeira dos Emigrantes.
Não estou devidamente documentado para escrever sobre o assunto de tamanha responsabilidade como este do "Centenário de Nossa
Senhora da Guia".
As palavras voam, os escritos ficam. Assim diziam os latinos: "Verba volant, scripta manent". O nosso povo "agarrou" este sábio
provérbio (acaso noutro sentido) e diz com profunda sabedoria: "Palavras, leva-as o vento.
É mais difícil serem levados pelo vento os escritos, embora possa parecer o contrário.
Mais difícil ainda, serem levadas pelo vento as obras.
Quantas obras realizadas nestes cem anos de vida por tantos Loriguenses, por tão grande número de emigrantes! Olhemos para esses
fontanários da Vila de Loriga. Contemplemos nas procissões da nossa Terra aquela famosa "Cruz de Prata" que enche de orgulhosa
alegria os Loriguenses. Fixemos os olhos naquela venerada Imagem de o Santa Maria Maior, Orago da Freguesia de Loriga, oferecida
pelo senhor Augusto da Costa Madeira, que conheci. Olhemos para o belo altar de mármore da Capela de Nossa Senhora da Guia, e
para o enquadramento desse altar.

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Fixemos ainda os olhos naquela antiga placa de ferro fundido que nos habituámos a ver no coreto da Senhora da Guia, desde pequenos.
Placas como esta e com outros nomes de Loriguenses que amaram a sua terra e manifestaram entranhado amor a Nossa Senhora da
Guia, poderiam multiplicar-se. Quantos anónimos na história de Loriga!
Ainda hoje lemos comovidamente os nomes gravados naquela placa colocada no coreto da esplanada da Senhora da Guia. MAS eu
prefiro usar a linguagem dos recuados dos tempos da minha infância e dizer como diziam então os meus companheiros daqueles bairros
da nossa Velha Loriga desde a Redondinha ao Porto, passando pela Carreira, Bairro de São Ginês, Fonte da Almas, Amoreira,
Reboleiro, Praça, Pelourinho, Terreiro do Fundo, Fonte do Vale, Vinhô e Lages.
Todos falávamos do "letreiro" que estava no "pavilhão" do "terreiro da Senhora da Guia". Esse letreiro começava a ser lido por nós,
pequenitos, a título da experiência para ver se já éramos capazes de dar provas de que o Senhor Professor Pedro Almeida e sua
distintíssima filha Senhora Dona Alice ensinavam, de facto, a ler. E ensinavam.
Às vezes, depois da leitura do "letreiro do pavilhão", dizia um dos "leitores", esfregando as mãos contentes e dando saltos de alegria:
Eh! Rapazes! Eu já sei ler os letreiros do pavilhão!
Começava a descoberta de um mundo novo atrás da leitura, E quem ensinava a descobrir esse mundo novo? O Professos, a Professora
de Instrução Primária. Foram alguma vez devidamente apreciados os professores que no nosso País ensinam as primeiras letras? Feliz
a criança que encontrou no seu caminho um bom professor de Instrução Primária! Toda a sua vida escolar ficou facilitada.
Mas, como crianças que éramos, logo deixávamos o "letreiro do pavilhão" e voltávamo-nos para aquela sineta da capela da Senhora da
Guia. Fazíamos dela o nosso "carrilhão" festivo, quando se aproximavam as Festas de Nossa Senhora da Guia. A sineta estava alta. O
acesso não era fácil. Mas a "necessidade aguça o engenho". E nós sentíamos necessidade de tocar naquela sineta. Era a nossa
maneira de nos exprimirmos. Entretanto, por toda a parte, nas casas, nos campos, na ribeira, e às vezes, até nas fábricas de lanifícios,
povo de Loriga cantava "a Senhora da Guia". As loas que o povo de então cantava com grande entusiasmo, ainda hoje algumas
Loriguenses as vão cantarolando por aí.
O folclore religioso que acompanhava, em certa medida ao ritmo da Liturgia, as festas da Igreja, era uma das grandes riquezas da
nossa Vila de Loriga.
E a alegria que sentíamos quando chegava o "fogueteiro" para preparar o "arraial? Os da minha idade lembram-se como eu me lembro.
Então é que a sineta nunca mais parava. E quantas vezes se ouvia a voz de uma mãe que dizia: "Credo"! Aquela sineta nunca mais se
cala! E deve ser o meu rapaz que anda prá lá, pró terreiro da Senhora da Guia. Se calhar até lá comeu com o fogueteiro. Ah! Velhaco!
Quando chegares a casa, eu te coçarei! E, às vezes, assim era.
De uma coça que levei, por ocasião da festa, me lembro eu. Quem ma deu foi minha mãe, que Deus haja.
Eu era pequeno de 8 ou 9 anos. Gostava dos meus amigos e vizinhos. Mas, já dizia alguém, "ele há horas do Diabo!" E há mesmo. Eu,
miúdo tive uma dessas horas por ocasião da Festa de Nossa Senhora da Guia. Numa dessas horas do Diabo, tirei a minha mãe umas
moedas e lá fui para a Senhora da Guia com alguns amigos e vizinhos, entre os quais o Hermínio do Senhor José da Cabreira, que em
paz descanse. Convidei-os para irmos ao "botequim" que estava circulando a carvalha junto da casa do fogueteiro. E lá comprei uns
comes e bebes, sobretudo para os "meus convidados". Eu, valha a verdade, pouco comi, e quase nada bebi, mas um dos meus amigos
ficou de tal maneira que estando em frente de uma garrafa começava a ver duas. Eu, não cheguei tanto.
O que eu "comi" foi em casa uma forte bofetada justamente dada por minha mãe, e uma fortíssima repreensão cheia de bom senso e de
ternura que me ficou na memória para toda a vida.
Fui diferente do meu primo Padre Herculano. Ele, quando criança, tirou à mãe dois tostões para os dar a São Sebastião. Eu, tirei à
minha mãe para me "banquetear" com os meus amigos na festa da Senhora da Guia.
Que saudades desses tempos que já lá vão!
Como eu gosto de cantar esta canção:
"Oh minha terra onde eu nasci!
Quantas saudades eu tive de ti!

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Amor redobra com as saudades.


Tu és pr'a mim o doce toque das Trindades!"
E como gosto da quadra seguinte, que me recorda esses tempos de menino meu padrinho e avô materno carinhosamente me fazia os
piões com que eu gostava de jogar!
" Eu quero ouvir os teus pardais ao desafio!
Quero sentir a sombra amiga do estio!
E teus folguedos reviver com emoção.
Ó pião da minha infância, vem de novo à minha mão."
Quantas coisas eu teria para dizer desses tempos de criança quando, com outras crianças e em Loriga, eu jogava o meu pião feito
pelas carinhosas mãos de meu avô!
Vou ficar por aqui na escrita, sem saber se fui ao encontro do que me pediram os Mordomos.
Mas então - deixei vós - um padre, e não falou da festa religiosa nem da santidade? Não, porque não era esse o assunto para agora.
Todavia, deixo aqui as palavras daquele frade franciscano que, passeando no belo claustro do convento do Varatojo por ocasião das
Festas de Santo António, e ouvindo os acordes da Banda de Música que tocava lá fora, e os foguetes e morteiros que subiam ao ar, o
bom frade, de olhos baixos, e as mãos metidas nas mangas do seu hábito de franciscano, repetia estas palavras saídas do coração de
um contemplativo: "Ó meu Jesus! E tudo isto, por causa da Santidade!"
* Cónego Abranches
22. IV. 84
http://nsdaguialoriga.com.sapo.pt/n_s_guia.htm

Quadras dedicadas à Nossa Senhora da Guia


Viva a festa, viva a festa Todo o mundo vem para a rua Na praça está tudo cheio
De Nossa Senhora da Guia Há foguetes a estoirar Nem sequer há um lugar
Para a gente de Loriga A Banda já está no adro São muitos os emigrantes
Não há melhor romaria Os sinos estão a tocar A procissão vai passar

Das janelas enfeitadas A Banda sempre a tocar Vós sois a bonança


Com colchas multicolor Sua música de eleição Que o mundo conduz
Lançam pétalas douradas Dá mais encanto à festa A nossa esperança
Que vão cair no andor E brilho à procissão A mãe de Jesus

Senhora da Guia O povo cheio de fé Vós que sois a guia


Encanto e luz Ao ver passar o andor E a padroeira
A vossa magia Acompanham a procissão Abençoai Loriga
Só amor traduz Cantando com mais fervor Pela vida inteira

Estas quadras foram elaboradas para o Primeiro Centenário da Festa de Nossa Senhora da Guia (1984)

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Emigrantes no Brasil
Grandes Beneméritos de N.S. da Guia
São vários os Beneméritos em prol da Nossa Senhora da Guia, que vamos encontrar na história desta Virgem na Vila de Loriga,
considerada a Padroeira dos Emigrantes.
A Comunidade Loriguense em Pará do Brasil, que se foi formando ainda antes de meados do século XIX foi, desde sempre, de um
grande bairrismo, sendo bem visíveis os vários contributos para com a sua terra e que ficarão, para sempre registados na história de
Loriga.
Esses contributos traduzem-se em obras edificadas um pouco por toda a Vila, nomeadamente os fontanários, sendo ainda
impulsionadores de muitas iniciativas bastantes significativas. A benemerência desta comunidade Loriguense no Pará, Brasil, que apesar
da distância, não esqueceu a sua Vila e a sua Padroeira, é sobretudo dirigida a favor de Nossa Senhora da Guia, onde vamos encontrar
muitas dessas obras e contributos, das quais me apraz aqui registar algumas.
***
Terreno do Recinto da Nossa Semhora da Guia
O terreno onde se encontra situado o Recinto de nossa Senhor da Guia, outrora chamado monte "Gemuro", em 1880 pertencia a uma
família loriguenses chamada Marques Guimarães. Nessa altura o povo resolveu apoderar-se daquele local para ali construir uma capela
em honra de Nossa Senhora da Guia, que originou um certo conflito entre esta família e o povo.
Após ultrapassado todo esse conflito verificado, finalmente a família Marques Guimarães, deu a sua anuência à ideia, considerando-se
assim os primeiros Benemérito de Nossa Senhora da Guia.
*
Guião Vermelho
Oferecido em 1888, por Loriguenses da Comunidade no Pará, tendo um pau muito alto que seria depois cortado quando da
inauguração da electricidade em Loriga.
(É desconhecida a Lista dos nomes que contribuíram nesta iniciativa)

*
Coreto do Recinto da Nossa Senhora da Guia
Foi mandado edificar em 1905, por um grupo de emigrantes Loriguenses no norte do Brasil, para a Filarmónica ali tocar em dias de
Festa. Os nomes dessas pessoas constam na placa ali fixada:
"Joaquim Fernandes Gomes; António Duarte Pina; Augusto da Costa Madeira; José Lopes de Brito; João de Brito; José Alves Nunes
de Pina; Manuel dos Santos Silva; José de Moura Galvão e José dos Santos Portela".
*
Cruz de Prata e Caldeirinha
Sempre com um verdadeiro sentimento religioso, era grande a devoção dos emigrantes Loriguenses no norte do Brasil pela sua igreja
em Loriga e pela Nossa Senhora da Guia que era Padroeira dos navegantes e que passaram a chamar também a sua Padroeira por
quem tinha verdadeira fé e sempre presente nas suas orações.
Esta oferta foi uma ideia surgida em 1905, de imediato levada em prática, que consistia na aquisição da Cruz e uma Caldeirinha, para o
Santíssimo Sacramento, não só para ser usada na procissão da Nossa Senhora da Guia, como também em todas as outras procissões
a realizar em Loriga. Assim no ano seguinte (1906) foi possível tornar-se em realidade essa ideia, que passou depois a ser muito
admirada nas procissões,

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Como registo aqui se mencionam os nomes de todos aqueles que contribuíram para a respectiva aquisição e que constam de um mapa,
impresso na cidade do Pará orlado de vinheta e encimado com a Coroa (Escudo) nacional e que diz: "Relação dos Benfeitores que
concorreram para o beneficio de uma Cruz de Prata, oferecida ao S. Sacramento pela Colónia Loriguense residente no Pará
em 1905": Oferecida em 1906 pelos loriguenses sediados em Manaus, sendo benzida oito dias antes da festa da N.S. da Guia.
"Francisco Aparício Pereira; Manuel Ferreira da Silva; José Jorge de Abreu; Manuel Gomes Aparício; António Gouveia; Manuel
Nunes Ferreira; José Martins; António Gonçalves de Pina; Joaquim de Brito Prata; António Alves Ano Bom; José dos Santos Moura;
Albano Mendes Ribeiro; António Pinto de Moura; Augusto de Moura Galvão; José Macedo Junior; José Gomes Aleixo; João dos
Santos Manulito; José Nunes Amaro; José de Brito Antunes; José Mendes Cardoso; Manuela Lopes; José Aparício de Brito; António
de Brito Macedo; Joaquim Fernandes Conde; José Elias Correia Júnior; António Cardoso de Moura; José Paixão; José Mateus-
Fontão; José Gomes de Abreu; Fernando Lucas; António Pinto Luiz; José Pinto Luiz; António Oliveira; Emidio dos Santos Manulito;
José Luiz Amaro; Emidio Gomes Lages; António Lopes Vide; José Lopes de Pina; António de Moura Pina; José dos Santos Ferrito;
José de Brito Lourenço; António Gomes de Melo; João Aparício Carvalho; António Luiz dos Santos; Sebastião Fernandes; José
Fernandes Prata; António Gomes Lages; António Pinto Caçapo Junior; João Gomes Francisco; Augusto Ribeiro; Francisco Gonçalves
Pina; Plácido da Cruz Arrifana; António Duarte Gouveia; Manuel Fernandes Caçamelho; Pedro António Calado; Augusto Cardoso de
Pina; José Cardoso de Pina; António João Luiz; Joaquim João; António de Brito Crisóstomo; Augusto Fernandes Conde; António
Aparício de Brito; António Ramalho da Costa Brito; José Duarte Pina; Plácido Gomes Aparício; António Luiz do Banco; Plácido dos
Santos Ferrito; António de Brito Braga; José Lemos de Moura; Augusto Duarte dos Santos; António Duarte dos Santos; Emidio Gomes
Cazalho; António da Silva Sampaio; João Diogo Gouveia; José da Costa Serralheiro; Manuel dos Santos; António Alves Ferreira;
António Nunes de Pina; Luciano dos Santos Aparício; José Lopes de Brito Antunes; Augusto Pinto e Francisco Martins da Mota"
*
Guião Azul da Nossa Senhora da Guia
Oferecido em 1908, por Loriguenses da Comunidade no Pará, bastante interessante e belo.
(É desconhecida a Lista dos nomes que contribuíram nesta iniciativa)

*
Altar da Capela
Mandado edificar em 1953 este belo altar a retábulo de mármore com motivos alegóricos à Ladainha da Virgem.
É digno de realce e digno de admirar este belo altar em honra de Nossa Senhora da Guia, obra valiosa e artística. Toda uma fachada de
parede da capela feita em mármore com oito painéis onde destaca aquele belíssimo altar.
Iniciativa a cargo do Centro Loriguense em Belém do Pará. Sendo extensa a Lista de oferta desta briosa e bairrista Colónia de
Loriguenses residentes no norte do Brasil, onde todos quiseram contribuir com o seu donativo para a colocação de um altar na capela
da sua padroeira.
*
Bandeira Processional
Foi de verdadeira devoção, a oferta desta rica e artística Bandeira Processional para a N. S. da Guia, cuja imagem foi pintada com
grande fidelidade no estandarte. Esta doação foi feita em 1960 quando de uma das suas visitas à sua terra, por Sr. Joaquim Dias da
Silva e sua esposa D. Carolina Mendes da Silva, emigrantes Loriguenses em Belém-Pará.
Tinham sido também estes Loriguenses que numa das suas anteriores visitas a Loriga, tinham oferecido uma linda toalha pintada, para o
altar da N. S. de Fátima na igreja matriz.

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*
Oferta de um terreno adjacente ao Recinto
Maria de Lurdes Duarte Gouveia, proprietária de um terreno com uma área de 1.250 (m2) adjacente ao Recinto de Nossa Senhora da
Guia, cedeu gratuitamente esse terreno à Mordomia, conforme consta da Declaração que foi inserida no Jornal "A Neve" Nr. 463 de
Outubro de 1997, que aqui se transcreve.
Declaração
"...Mais declaro que nesta data, dia dois de Julho de 1997, cedo gratuitamente o referido terreno à Mordomia de Nossa Senhora da
Guia, destinado ao seu uso e alargamento do Recinto do Santuário e outras finalidades que a Mordomia quiser dar-lhe,
nomeadamente para o desvio da canada pública existente no recinto do Santuário.
Logo que oportuno e em colaboração com a Junta de Freguesia de Loriga e a Mordomia de Nossa Senhora da Guia, proceder-se-á à
legalização do referido prédio".
Loriga, 02 de Julho de 1997
A Declarante
Lurdes Duarte Gouveia.

Coreto da Nossa Senhora da Guia

De acordo com a placa colocada no mesmo e com


data de 1905, foram beneméritos para a sua
construção:

"Joaquim Fernandes Gomes, António Duarte Pina,


Augusto
da Costa Madeira, José Lopes de Brito, João de Brito,
José
Alves Nunes Pina, Manuel dos Santos Silva, José de
Moura
Galvão e José dos Santos Portela"

Coreto no Recinto da Nossa Senhora da Guia

Nossa Senhora da Guia Padroeira dos Emigrantes

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A devoção a Nossa Senhora da Guia em Loriga, remota ao século XIX. Na altura verificava-se já com alguma regularidade, a saída de
loriguense para o Brasil, passando a emigração de Loriga a ser uma realidade.
Os emigrantes loriguenses para o Brasil, começaram a ver na Virgem Nossa Senhora da Guia a sua Padroeira. Através dos tempos
foi-se reforçando essa devoção passando mesmo a ser a Padroeira de todos os emigrantes loriguenses.
Carta de um Emigrante a Nossa Senhora da Guia:

"Desculpa, Virgem-Mãe , Nossa Senhora, que te escreva, esta carta, em que te diga o que mais quer dizer-te, nesta hora, o filho mais humilde de Loriga.
Da minha terra vim para o deserto, porque é sempre deserto a terra alheia. Mas, se te lembro, sinto-me tão perto, como se fosse ver-te à minha aldeia.
Sei que, ao longo da vida, não me esqueces. Sei que não me abandonas um só dia. Ouves, no céu, a voz das minhas preces. Mesmo a distância, O teu olhar me Guia.
Não me larga a saudade. Quando penso no velho lar beirão em que nasci, Logo molho de lágrimas o lenço, como posto a chorar ao pé de ti.
Porque faz bem chorar na dor sofrida. Porque faz bem chorar na solidão, recordando o altar da tua ermida a que nos anda preso no coração.
Daqui te evoco à sombra do pinhal, saindo à rua sobre o teu andor, ou eu já não trouxesse Portugal a cantar-me no sangue, em teu Louvor.
Mas o que o berço deu, jamais se apaga. O que aprendemos a rezar outrora é que nos cura o mal de cada chaga que se nos rasga pelo mundo fora.
O trabalho não custa. O que nos pesa, o que mais cá por dentro nos arrasa é comermos o pão da nossa mesa, sem que seja ao calor da nossa casa
Mas tu não faltas. É contigo apenas que nos juntamos em família amiga, como nas claras tarde das novenas, ao replicar dos sinos de Loriga.
Faz, Senhora, que um dia volte a ver-te, como nos tempos em que minha mãe me levava a teus pés, para dizer-te o que não te diria mais ninguém.
Se longe estou, que seja passagem e depressa regresse ao teu pinhal, para florir de novo a tua imagem, e nunca mais sair de Portugal".

11.VII.82
P. Moreira das Neves

Recortes de história da Festa da Nossa Senhora da Guia


**
- Ano de 1935 - Uma controvérsia comissão
Neste ano e pela primeira vez, surge um grupo de pessoas intitulando-se como comissão para organizar a Festa de N. S. da Guia,
contrariando como até então se procedia, em que as festas religiosas estavam a cargo do Pároco local
Foram mesmo espalhadas em Loriga e freguesias vizinhas uma publicação com a programação seguinte:

"Tradicionais e grandiosos festejos em honra da Virgem N.S. da Guia pela comissão das festas da Vila de Loriga. Realisam-se nos
dias 3 e 4 de Agosto as importantes Festas da Vila à Virgem N. S. da Guia, padroeira dos Loriguenses ausentes, indubitavelmente
uma das mais concorridas deste distrito, constando o seguinte programa:

Dia 3 - às 12 horas - Serão queimados foguetes e morteiros anunciando as festas. Às 16 e ½ horas - Seg uirá para a Avenida Augusto
Luiz Mendes a Filarmónica loriguense onde deverá fazer-se uma recepção à Banda humanitária de Bombeiros Voluntários de
Cascaes pelas 17 horas, queimando-se uma salva de morteiros. Às 17 horas - Haverá venda da flôr. Às 21 horas -Entrada das duas
filarmónicas no recinto das festas, sendo queimada uma salva de 21 tiros. Às 22 horas - Será queimado um vistoso fogo de artificio,
fornecido por um dos melhores pirotecnicos da Barquinha. O arraial estará lindamente ornamentado e iluminado a luz elétrica. As
bandas executarão as melhores peças dos seus vastos reportórios.

Dia 4 - Diversos divertimentos mundanos, bem como várias surpresas que acabam de movimentar a festa." *

(curiosamente não era feita nenhuma referência a culto religioso)

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Escusado será dizer que perante isto, surgiu um contencioso entre o Padre Lages, na altura Pároco de Loriga e os membros dessa
comissão e também alguma população, sendo dado conhecimento e mesmo enviado o respectivo programa ao Senhor Bispo da
Guarda, que por sua vez enviou ao Pároco de Loriga a seguinte Portaria:

"Tendo sido publicado um programa com o titulo Tradicionais e grandiosas festas em honra da N.S. da Guia pela comissão das festas
da Vila de Loriga, realisam-se nos dias 3 e 4 de agosto; indicando-se nesse programa o arraial e (diversos divertimentos mundanos,
bem como varias surpresas), com exclusão de qualquer acto culto; Havemos por bem prohibir a celebração nesses dias de qualquer
festividade religiosa naquela Vila, podendo essa festa ser adiada para quando o Rev.do Paroco julgar conveniente, com a condição,
porém, de que limitará unica e exclusivamente a actos religiosos, com exclusão de qualquer parte profana.
Seja esta Portaria remetida ao Rev.do Paroco de Loriga, para que lhe dê exacto cumprimento, sob pena de suspensão ipso facto,
devendo acusar-nos a sua recepção dentro de cinco dias.
Caldas da Felgueira, 24 de Julho de 1935
JOSÉ, Bispo da Guarda" *
* Documentos transcritos na integra,

**
- Ano 1939 - O Ano em que não houve Festa
Desde à quatro anos atrás que continuava a existir um certo contencioso, entre o Padre Lages e alguma população, com esta a não
conformar-se pela proibição existente de não ser permitido arraiais populares nas festas de cariz religioso.
Este contencioso teve maior proporção, neste ano de 1939, que levou a não ser realizada a Festa em honra de Nossa Senhora da Guia.
Consta que na noite anterior à Festa da N.S. da Guia, por volta da meia-noite, alguns populares dirigiram-se para o recinto da festa
deitando alguns foguetes, chamando a atenção da população, para que ouvissem os seus protestos.
Foi dado disso conhecimento ao Senhor Bispo da Guarda, que por sua vez fez chegar ao Senhor padre Lages o seguinte comunicado:
"Revm. Sr.
Queira dizer-nos:
1º. O que se passou na noite de Sábado último?
2º. O que resolveram fazer: fizeram ou não a festa religiosa?
3º. Justifiquem o que tiverem feito.
4º. Será preciso interditar os promotores do que se fez? Houve realmente promotores? E quantos?
Deus guarde Va. Reva.
Guarda, 7 de Agosto de 1939
Assinado) José Bispo da Guarda" *
* Documento transcrito na integra,
Nota:- Consta no entanto que 15 dias depois houve uma celebração na capela, ao que parece, em substituição da festa.

Painel na Catraia da Nossa Senhora da Guia


Painel em honra da Nossa Senhora da Guia, construído no principio da descida da catraia que leva ao Recinto da Nossa Senhora da
Guia, inaugurado em Agosto de 2008, idealizado pela comissão da mordomia da Festa da N. S. da Guia (2007-2008).

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Trovas à Nossa Senhora da Guia *

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Nossa Senhora da Guia


Tem um Menino na mão
Tem um Menino a que, um dia
Deu todo o seu coração.

Nossa Senhora da Guia


Mostra ao seu povo uma estrela.
Causa da nossa alegria
Não há Senhora mais bela.

Nossa Senhora da Guia


Foi num pinhal que se ergueu.
E no pinhal, à porfia
Cantam as aves no Céu.

Nossa Senhora da Guia


Jamais esquece ninguém.
Trás sempre o olhar de vigia
A quem lhe reza do Além...

Reza-lhe tu, emigrante


Reza-lhe tu e confia.
Nunca te larga um instante
Nossa Senhora da Guia
* Padre Moreira Neves

Capela da Nossa Senhora da Guia


A veneração à Nossa Senhora da Guia nesta localidade de Loriga, surgiu nos meados do século XIX, ideia trazida pelos "Cartagenos",
nome dado aos negociantes de lã que iam por outras terras do país; nomeadamente pelo norte, vender as peças tecidas manualmente.
Esses "Cartagenos", nas suas andanças comerciais viram no Minho, mais precisamente em Vila do Conde junto à foz do Rio Ave, uma
ermida em honra de Nossa Senhora da Guia, padroeira dos pescadores. Quando em Loriga se pensou construir uma capela em louvor
da Virgem, como nessa altura os Loriguenses começavam a sair, emigrando para o Brasil, o nome escolhido foi o de N.S.da Guia, que
passou a ser, nesta vila, a padroeira dos emigrantes.
Nos primeiros anos da década de 1880, sendo o povo de Loriga muito devoto, de muita fé e de muita coragem, quando se procedia às
obras da reconstrução da Igreja matriz destruída em consequência de um abalo de terra verificado nesta região da Beira, de imediato o
pensamento da construção da capela tomou ainda maior forma. O monte "Gemuro", que emerge da ribeira de São Bento foi o escolhido.
Situado a nordeste da povoação, a pouco mais de um quilómetro do centro da Vila, era porventura o local mais indicado. No entanto,
não foi uma escolha pacifica, originando muitos conflitos e confusões, que só o tempo viria a saldar.
Aquele lugar conhecido por "Gemuro", era uma passagem dos proprietários dos pinhais e que servia também de caminho de acesso à
freguesia da Cabeça, sendo terreno plano, soalheiro e de boas vistas. Ali se juntava o povo aos domingos, nas tardes de verão, para
descansar dos rudes trabalhos da semana sendo, ainda, um verdadeiro miradouro para o monte do Colcorinho, sobretudo no domingo
do Espírito Santo e quando da celebração da festa de N.S. das Preces em Vale Maceira.
A família Marques Guimarães, proprietários daquela terra e pinhais, não via com bons olhos o ajuntamento de estranhos nas sua terras.
Mas o povo, cada vez mais sentia-se atraído por aquele local, para os seus convívios familiares, de lazer e descanso. Quanto mais os

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donos procuravam defender os seus direitos, mais o povo parecia tomar conta daquele lugar e, movidos pela ideia da construção da
capela, começaram mesmo a derrubar os pinheiros e a terraplenar o terreno. Nem mesmo as autoridades administrativas locais
conseguiram demover o povo a desistir do fim que tinha em vista, passando desde logo esse lugar a chamar-se por Senhora da Guia.
Nessa época, era paroco de Loriga o Sr.Padre Matias.
Em 1884, foi concluída a construção da capela, feita de pedra de xisto. Esta capela durou cerca de 40 anos e tinha a entrada principal
virada para a povoação. A primeira festa em honra de N.S. da Guia realizou-se nesse mesmo ano, em 06 de Outubro, para depois
passar-se a realizar sempre no primeiro domingo de Agosto.
No inverno, aquele local era frequentemente assolado por ventos fortes e enxurradas de águas, o que fez com que a capela primitiva
fosse ficando muito degradada. Em 1917-18, como não parecia oferecer segurança, após mais de três décadas de existência,
pensou-se na sua demolição tendo, para o efeito, sido constituída uma comissão, com a finalidade de dar início à construção de uma
nova capela. Foi então demolida a primitiva capela e edificado uma outra que ficaria concluida por volta do ano de 1921.
É esta a capela que chegou até aos nossos dias, com as medidas de 9,30 X 6,90 metros, tem ao longo de todos estes anos de
existência, conhecido várias transformações tendo já pouco a ver com a inicialmente edificada.
Os relatos da época dizem, que a festa realizada após a construção da nova capela, foi de verdadeira emoção e alegria. Era então
pároco de Loriga, o Monsenhor António Gouveia Cabral e, no rosto de todos os presentes, era bem visível esse contentamento por
terem proporcionado uma digna capela à Virgem que, do seu andor, parecia dizer ao menino que olhava sua Mãe:- "Vê como meus filhos
me amam"
O recinto da N.S.da Guia é, na verdade, hoje em dia, a "coroa" da Vila de Loriga e digna de ser vista por todos os visitantes. A capela
de N.S. da Guia e a Virgem tem, sem dúvida, o grande afecto dos emigrantes Loriguenses espalhados pelo mundo.
***
A imagem da Virgem, tão bela e expressiva foi feita para os lados de Braga e data da construção da primitiva capela. Chegou até
bastante antes da capela estar concluída.
Existe uma outra imagem - Nossa Senhora da Guia pequenina - que devia vir para Loriga por volta de 1901-1902. A razão desta
segunda imagem é a seguinte:
O dia da festa, excepto o primeiro ano (1884), sempre se realizou no primeiro domingo de Agosto. De manhã, muito cedo, a imagem
vinha em procissão da Capela para a Igreja, regressando para a sua capela cerca do meio dia. Acontecia que muitos romeiros, alguns
de longes terras, vinham até à capela cumprir as suas promessas e dar as suas esmolas e não encontravam a Imagem da Virgem o que
bastante os desconsolava. Foi por isso que se mandou fazer outra imagem que substituísse, na ausência, a primitiva imagem de Nossa
Senhora da Guia, como hoje ainda isso acontece.
Festa em honra de Nossa Senhora da Guia
A Festa em honra de Nossa Senhora da Guia, realiza-se anualmente no primeiro Domingo de Agosto.
Para além do acto religioso em que é relevante a magestosa procissão e missa campal, tem como complemento também a parte
musical, que decorre normalmente no recinto e também na vila.
É a maior Festa que se realiza em Loriga e a que mais visitantes atraia a Loriga, nomeadamente os Loriguenses espalhados pelo país e
pelo mundo.
As mordomias nomeadas, levam a efeito vários eventos, tendo ao longo do ano a preocupação de angariar receitas, não só para a
realização da Festa anual, mas também ter sempre presente fundos para despesas pontuais, obras e restauro da Capela, Coreto, Casa
do Fogueteiro e ainda a conservação de toda a área envolvente do recinto e rampa de acesso.

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Capela NSGuia (Foto - Década 1930)

Vídeos
= Tocar a Sineta NSGuia = = Slide Festa NSGuia =

Mordomias da Festa da Nossa Senhora da Guia


- Biénio 2007/2008 - António Manuel Marques Ferreira; António José Ramos Brito; Carlos Alberto Mendes Simão; José Francisco Lucas Romano; Jorge Arménio Pina Figueiredo;
António Luis Cardoso Amaro; Fernando Alves de Brito; António José Alves Santos; João Martinho Pereira; José Mendes Gouveia; António Gabriel Lopes Pina e Joaquim Ambrósio
Pereira.
***
- Biénio 2009/2010 - António José Brito Moura, António Marques Garcia, Jorge Manuel Costa Pinto, José Moura Alves, José Pinto Lages, José Pinto Nunes, José Prata Amaral e Paulo
Alfredo Gomes Garcia, António Mendes dos Santos, José Pereira Galvão, João Paulo Mendes Prata, José Manuel Alves da Cruz .
***
- Biénio 2011/2012 - Por Loriga:-José Moura Marques; António Gomes Brito; Mário Moura Pina; António Manuel Mauricio Mendes; Jorge Daniel Pereira Fonseca; Victor Manuel Brito
Moura; Carlos Martins Ferreira; Artur Moura Abrantes; Por Coimbra:-Fernando Antunes Pina; Por Lisboa:-Pedro Oliveira Neves; António Carlos Cabral Leitão; Pelo Luxemburgo:-Jorge
Manuel Pina Alves

Indice
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Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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Originalidades de uma Região

Gastronomia de Loriga
-Sopa de Feijão e de couves
-Cabrito à Serrana
-Feijão à Loriguense
-Broa de Milho
-Queijo de ovelha e cabra
-Requeijão e Queijo Fresco
-Bolo Negro
-Pão de Ló
-Broinhas
-Leite creme à Loriga
-Arros Doce
-Aguardente de Zimbro
-Vinho do Dão

***

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"Os Enchidos de Loriga"

São verdadeiramente considerados muito


bons e, por isso, de reconhecida fama os
enchidos feitos em Loriga, nomeadamente
Chouriço de Carne, Morcela e Farinheira.
---
Sendo essencialmente de fabricação
caseira e para consumo local, não deixa
de ser realmente curioso o facto de terem
sempre, existido em Loriga, pessoas
vocacionadas para dar a estes enchidos
tradicionais um paladar inconfundível e único,
e do melhor que se pode encontrar.

***

Arroz Doce à moda de Loriga

É uma das Sobremesas que faz parte da


Gastronomia de Loriga e de maneira alguma
poderá faltar nas Festas, casamentos e
baptizados dos Loriguenses.
Receita:
150 gr.de arroz
1 lt. de leite
150 gr. de açúcar
1 casca de laranja seca
e Canela.
Deita-se num tacho a água até cobrir
o arroz e põe-se ao lume para abrir.
Deita-se a casca de laranja e uma pitada
de sal, em seguida vai deitando-se o leite
aos poucos até cozer o arroz sempre

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mexendo. Depois serve-se em travessa que


polvilha com canela ornamentando com
os mais variados desenhos, principalmente
flores.
Acompanha com leite creme.

Leite Creme Torrado à Loriga

Sobremesa tradicional que obrigatoriamente


pertence à Gastronomia Loriguense e normalmente
para acompanhar com o Arroz Doce.
Receita:
0,5 lt de leite
250 gr. de açúcar
2 colheres de chá, de farinha maizena
1 casca de limão
4 gemas de ovos.
Põe-se o leite ao lume com raspa de limão
e antes de ferver junta-se a farinha com o
açúcar mexendo sempre.
Juntam-se as gemas batidas fora do lume
para não talharem e vai novamente ao lume
até engrossar.
Deita-se numa travessa e polvilha-se com
açúcar, depois com uma pá em brasa queima-se.
Pode ainda ser servido junto com farófias.

Tapioca

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Fécula de mandioca, usualmente preparada em forma


granulada, muito alimentícia.
Preparação:
Coloca-se a tapioca em água, de um dia para o outro,
com um pouco de sal e raspa de limão.
Depois retirada dessa água, leva-se ao lume brando,
juntando leite e açúcar a gosto, mexendo sempre até notar
estar cozido.
Coloca-se numa travessa, podendo polvilhar-se com canela

Biscoitos à Moda de Loriga

-1000 gr. Farinha


-8 Ovos
-500 gr. de Açúcar
-1 Colher de Pó Royal
-2 Laranjas
-1 Taça de azeite
-Aguardente

Juntar e bater o açúcar, os ovos, raspa ou sumo de laranja, azeite e aguardente.


Depois de tudo bem batido, juntar a farinha e Pó Royal e bater até notar a massa pronta.
Com as mãos estender e entrelaçar nos formatos que mais entender. Colocar em tabuleiro
devidamente untado (antigamente era usado azeite) hoje em dia é mais usual a margarina ou
então ser polvilhado com farinha. É importante o forno estar bem quente.

Broinhas à Moda de Loriga


Receita:
-6 Ovos
-1 colher de Pó Royal
-500 gr, de Açúcar
-1 Colher de sopa de azeite
-½ Litro de Leite
-Sumo de laranja
-Farinha a olho

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-Bicabornato

Juntar todos os ingredientes, que devem ser bem batidos,


acrescentando a farinha necessária até a poder talhar.
Com a ajuda de uma colher fazer as broinhas elevando o
mais possível a massa do feitio de um monte, por isso
a particularidade de popularmente serem chamadas
Broinhas de "Cagote". Colocar em tabuleiro devidamente
untado (antigamente era usado azeite) hoje em dia é mais
usual a margarina ou então ser polvilhado com farinha.
É importante o forno estar bem quente.

Requeijão da Serra da Estrela

Caracterizado como queijo de origem serrana o Requeijão da Serra da Estrela é sem dúvida o mais apreciado. Feito
à base de leite exclusivo de ovelhas da região, é elaborado com o soro que escoa da francela durante a laboração
do queijo e que é, de seguida aquecido a temperaturas próximas da ebulição. Depois de obtida a massa pastosa que
constitui o Requeijão, esta é distribuída por pequenos açafates de verga fina, os quais se podem retirar logo que a
parte líquida denominada sorelho ou rescaldão deixe de correr ao ganhar maior consistência.

Carolo
Farinha de milho grosseira, que depois de
preparada é bastante alimentícia.
Preparação:
Peneira-se e lava-se essa farinha, em seguida
vai-se colocando água quanto baste, para a dissolver.
Leva-se ao lume não muito forte, acrescentado leite
mexendo sempre até ficar espesso.
Ao servir, poderá ser adicionado, açúcar ou leite, a gosto.

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Bolo Negro de Loriga


Bolo tradicional feito em Loriga
que foi sempre muito apreciado,
sobretudo quando cozido nos antigos
fornos públicos de lenha.

Receita:
4 ovos, 300 gr. de açúcar, 300 gr. de farinha
1 colher de sopa de canela
1 colher de chá de Bicarbonato de Sódio
Meio litro de leite.

Batem-se muito bem os ovos com o açúcar,


juntam-se a canela, o leite e a farinha
misturada com o bicarbonato.
(se possível bater tudo apenas com a colher de pau)
Leve a cozer em forma untada com manteiga e polvilhada
com farinha e colocar por cima também um pouco de farinha.
Ter já o forno bem quente antes de colocar a forma. O tempo
de cozedura é cerca de 1 hora.

Queijo Fresco
Apenas feito para consumo caseiro, este queijo feito em Loriga é, no entanto, de muito bom e excelente sabor.

Pão de Ló
Este Bolo tradicional em Portugal, é feito por todo o país e, em algumas zonas, até com certa fama. Quando
feito à moda de Loriga é popularmente chamado "Pão Leve" sendo reconhecidamente muito apreciado pelo
seu sabor delicioso.

Feijão Guisado à Moda de Loriga


Receita:
-500gr. de Feijão encarnado cozido
-3 Cebolas grandes
-2 dl. Azeite

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-4 Dentes de Alho
-Pimenta
-Colorau
-Sal
-Folha de Louro
Descasque as cebolas grandes, corte 2 em rodelas e 1 em meias luas e pique os dentes de alho. Leve a alourar em duas ou três colheres de sopa de
azeite aquecido, juntando uma folha de louro. Junte depois o feijão encarnado depois de cozido, tempere com sal, um pouco de pimenta e colorau.
Deixe guisar em lume brando durante cerca de 15 - 20 minutos.

Nota:- Normalmente era acompanhado com "Bôla de ovos e Chouriço" ou mesmo acompanhado com bacalhau assado na brasa, que desfeito em
lascas, era colocado por cima do feijão, na altura de servir.

Filhós
As Filhós é uma gastronomia portuguesa, sobretudo confeccionada no Natal. Em Loriga é também muito usual, avançando mesmo em dizer que esta
doçaria tradicional do Natal, de maneira alguma poderá faltar numa casa loriguense.
Algumas receitas:

Filhós à Moda de Loriga


400 g farinha
3 ovos
10 g fermento em pó
2 dl sumo de laranja
raspa de laranja
cálice aguardente
sal q.b
Desfaz-se o fermento numa pequenina porção de água, junta-se um pouco de sumo de laranja,
junta-se também os ovos, raspa de cascas de laranjas e a aguardente.
Coloca-se a farinha amassando-se tudo muito bem, até estar tudo ligado. Tapa-se o alguidar com
um pano e embrulha-se num cobertor. Deixa-se ficar a levedar em local temperado, durante algumas
horas.
Após a massa levedada, frita-se (em colheradas ou esticando a massa ) numa frigideira em azeite
quente.
Escorrem-se sobre papel absorvente e depois envolver as filhós em açúcar e canela
Nota:- No caso de querer inserir abobora. Descasca-se e coze-se a abóbora a gosto, em água e
sal. Escorre-se muito bem e esmaga-se com a mão ficando a abóbora em puré, que colocará
quando juntar o ingredientes a cima descritos.
Filhós da Massa do pão à moda de Loriga
Filhós simples, muito original em Loriga nos tempos antigos. Massa do pão de trigo que era adquirida nas padarias.
Fritar numa frigideira em azeite bem quente, (em colheradas ou esticando a massa).

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Marmelada e Geleia à moda de Loriga


Em tempos antigos era como obrigatório confeccionar o doce de marmelada em Loriga, parece até, que não havia casa de família que não fizesse
este doce. Por isso, ainda na recordação de muitos quando viam as tijelas de marmelada a secar à janelas das casas, dando uma imagem
verdadeiramente pitoresca.
Receitas:
Marmelada
Ingredientes:- Marmelos; Açúcar; Água

Lave os marmelos, descasque-os e corte-os em quartos, retirando o caroço. Guarde as cascas e caroços, no caso
de querer fazer Geleia.
Leve a cozer os quartos dos marmelos com um pouco de água.
Escorra-os e reduza a puré com ajuda de passa vite. Pese a polpa apurada e misture igual quantidade de açúcar.
Leve ao lume, mexendo sempre, deixando ferver por 15 minutos.
Deite em tigelas, cubra com papel vegetal, cortado pelo diâmetro da tigela, pincelando depois o mesmo, de
preferência, com aguardente. Exponha-as a secar podendo mesmo ser ao sol.

*
Geleia
A Geleia de marmelo é normalmente confeccionado no seguimento da fabricação da marmelada, aproveitando as cascas e caroços dos marmelos
previamente utilizados para esse efeito.
Ingredrientes:- Cascas dos marmelos; Sementes (caroços) dos marmelos; Líquido da cozedura.
Leva-se uma panela ao lume com as cascas e sementes (caroços) dos marmelos mais o líquido da cozedura onde os mesmos foram cozidos e,
deixa-se ferver bastante tempo.
Escorre-se o líquido separando-o das cascas e caroços que se deitam fora. De seguida côa-se por um pano o líquido que ficou, coloca-se novamente
ao lume medindo-o previamente e, por cada chávena de caldo junta-se uma de açúcar.
Deixa-se ferver durante bastante tempo em lume brando (pelos menos 2 horas), mas quanto mais tempo melhor. Quando pronto, coloca-se dentro de
recipientes de preferência frascos de vidro, que depois de arrefecidos se tapam.

Abóbora à moda de Loriga


Noutros tempos, eram relativamente muito pouco a utilização da abóbora na alimentação. Porém havia quem fizesse Abóbora com Leite e Doce de
Abóbora, que era muito apreciado. Hoje a realidade é bem diferente, não só continuam a fazer-se essas receitas tradicionais, com é muito utilizada na
comida, nomeadamente em sopa, feijoada e, também, muito inserida em pratos regionais.
Algumas receitas:

Abóbora com Leite Doce de Abóbora


1000 g de Abóbora 300 gr. de Abóbora

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300 gr. de Açúcar


1 Colher de sopa de farinha
1 dl. de água
Leite a gosto
1 Pau de canela
sal q.b
100 gr. De miolo de nós ou pinhão, no caso de querer adicionar
-Cortar a Abóbora aos bocadinhos e cozer. Depois de bem cozida, -Retirar a casca à Abóbora e cortá-la em pequenos pedaços. Coze-la
esmagar de preferência com uma colher de madeira fazendo puré. Levar numa panela ou tacho de alumínio em bastante água. Depois de bem
ao lume brando e mexendo lentamente. cozida reduza a puré de preferência com uma colher de madeira.
Desfazer a colher de farinha numa porcão pequena de leite e juntar no Ferver o açúcar, a água e o pau de canela até obter ponto-fio (1). Adicione
puré, mexendo sempre muito bem. o puré da abóbora à calda de açúcar e cozinhe, em lume brando até obter
Vai depois acrescentando leite a gosto, bem como o sal também a gosto, ponto-estrada (2). Está pronto.
sempre mexendo em lume brando até achar apurado, deixar ainda mais No caso de querer adicionar o miolo de nós ou pinhão. Parte em
uns minutos ao lume e está pronto (*). pedacinhos envolva no doce já pronto, mexa e deixe levantar fervura,
depois está pronto.
(*) - Nos tempos passados, a Abóbora com Leite era muito confeccionada
em Loriga, hoje é relativamente muito menos. No entanto, há pessoas que
ainda vão fazendo utilizando os métodos antigos.
*
(1) Para ver o ponto fino:- Mergulhe os dedos em água fria e coloque uma gota da calda de açúcar entre o polegar e o indicador, ao afastá-los
forma-se um fio sem grande resistência.
(2) Para ver o ponto-estrada:- Passar uma colher de madeira no fundo do recipiente, onde está a efectuar a cozedura, ficando simulada uma estrada.

Doce de ginja à moda de Loriga


Nos tempos passados as pessoas em Loriga, colhendo as ginjas das ginjeiras que haviam um pouco por todo o lado ou comprando-as às pessoas que
as traziam à praça para vender, confeccionavam doce de ginja, que sendo até muito fácil de fazer é de um sabor inconfundível, provavelmente pelo
facto de ser confeccionado com os caroços e muito usual comer barrando em fatias de broa.
Receita

1000gr de ginjas com o caroço


1000g de açúcar
1 dl de água

Depois de lavadas as ginjas, colocar numa panela com 1 dl de água e o quilo de açúcar. Este doce tem que
ser confeccionado muito lentamente, por isso levar muito tempo a fazer. Confeccionar sempre em lume
brando e em lente fervura até atingir o ponto consistente. Nessa altura está pronto.
Chama-se atenção que para atingir esse ponto espesso e de maneira que fique de tão bom paladar são
necessário algumas horas.

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Cabrito Assado à moda de Loriga


Um dos pratos mais tradicionais, e que faz parte da
Gastronomia de Loriga é, sem dúvida, o Cabrito Assado
o qual, por norma, não deverá ter mais do que 3 a 5 Kg.
Ingredientes:
Alho, pimenta branca, sal grosso, louro, cebolas, colorau, salsa
banha, azeite, vinho branco,
Receita:
Limpe e lave bem o cabrito e, algumas horas antes de o assar, esfregue-o muito bem
por dentro e por fora com os ingredientes.
Coloque o cabrito num tabuleiro de preferência grande e de
barro, e com os restos dos ingredientes volte novamente a
esfregá-lo, bem como as batatinhas que devem ser das mais
pequeninas e que as colocará à sua volta.
Leve a assar em forno de lenha ou de padeiro, devendo ficar
bem tostadinho, mas não seco.

Broa de Milho
O Milho é da família das Gramíneas e, embora a origem da planta seja ainda hoje um mistério, pode afirmar-se que era o
alimento básico das culturas americanas, muitos séculos antes dos europeus chegaram ao novo mundo. Com o descobrimento
da América foi introduzido nos países mediterrâneos donde se difundiu rapidamente.
Muito cultivado em Loriga, em belos socalcos, era das principais culturas nesta localidade.
Broa de Milho de Loriga
A Broa de Milho desta localidade é muito afamada e muito
apreciada, havendo até quem diga que esse facto se deve às águas de grande qualidade existentes nesta região.
Ingredientes:
Farinha de milho, sal, fermento e água.
Modo de preparação à antiga:
Ferve-se a água, coloca-se o sal e deixa-se arrefecer um pouco.
Numa maceira de madeira é colocada a farinha de milho depois de peneirada. Amassa-se e junta-se o fermento. Deixa-se
levedar cerca de duas horas
Aquece-se bem o forno, fazem-se as broas com ajuda de um utensilio polvilhado com farinha (pode ser uma tijela) e põe-se a
broa a cozer.
Nota:- A broa cozida nos fornos de lenha (como os que existiam em tempos passados) fica na realidade diferente, mesmo até com um sabor
inconfundível difícil de esquecer.

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Uma maceira com a broa

Região da Serra da Estrela:


Especialidades
Queijo da Serra Características:
Origem: -amanteigado de
-leite de ovelha cru sabor suave e
com cardo aroma forte
"cynara Cadunculus"

Queijo da Serra amanteigado


É um dos queijos mais afamados, não só em Portugal mas entre os apreciadores de todo o
mundo. A sua produção obedece hoje as normas rígidas e tem região demarcada nos
concelhos de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde,
Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo e Seia e algumas freguesias dos
concelhos de Aguiar da Beira, Arganil, Covilhã, Guarda, Tábua, Tondela, Trancoso e Viseu.
É produzido com leite de ovelha de raça Bordaleira Serra da Estrela e/ou Churra
Mondegueira. Produzido no Inverno, o seu êxito dependia, outrora, da temperatura das mãos
das mulheres que o fabricavam nas frias casas de granito típicas da arquitectura da região.
Mantém a forma tradicional de fabrico e revela características atribuíveis ao leite e, portanto,
à forma tradicional de maneio das ovelhas. O seu período de maturação tem normas
específicas e é no mínimo de trinta dias.
Consoante a sua maturação torna-se amanteigado (de entorna) ou mais denso. É um queijo
curado de fabrico artesanal, de pasta semimole, amanteigada, branca ou ligeiramente
amarelada, uniforme (sem ou com muito poucos olhos), obtido pelo esgotamento lento da
coalhada após coagulação do leite de ovelha cru, com cardo "Cynara cardunculus" (planta
nativa da região).
A forma é de cilindro baixo com abaulamento lateral e um pouco na face superior, sem
bordos definidos. Apresenta crosta maleável, bem formada, lisa e fina, de cor amarelo-palha
uniforme. Exala aroma intenso e o sabor revela um "bouquet" suave, limpo e ligeiramente
acidulado.

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Queijo Serra da Estrela velho


É um queijo curado de pasta semidura a extradura, ligeiramente quebradiça, untuosa, de cor alaranjada/acastanhada, com poucos ou nenhuns olhos,
obtido por maturação prolongada (mínimo de 120 dias)
Hoje em dia, as pequenas fábricas que o produzem artesanalmente são certificadas, tendo o direito de utilizar a marca DOP (Denominação de Origem
Protegida), tendo em vista assegurar ao consumidor a qualidade e autenticidade do produto.
O uso da Denominação de Origem obriga a que o queijo seja produzido de acordo com regras estipuladas, designadamente, as condições de
produção de leite, higiene da ordenha, conservação do leite e fabrico do produto.
A rotulagem deve cumprir os requisitos da legislação em vigor, mencionando também a Denominação de Origem.
O Queijo Serra da Estrela deve ostentar a marca de certificação aposta pela respectiva entidade certificadora.
A conservação prolongada do Queijo Serra da Estrela pode ser efectuada a temperaturas inferiores a -1º C, na região de origem, desde que
devidamente autorizada pelo agrupamento e controlada pelo organismo privado de controlo e certificação (OPC).
O Queijo Serra da Estrela amanteigado e o Queijo Serra da Estrela velho apresentam-se no mercado inteiros, pré-embalados ou não. Quando
fraccionados, apresentam-se sempre pré-embalados na origem.
***
Processo Tradicional de Produção do Queijo da Serra *
O pastor ordenha as ovelhas ao cair da noite e de manhã cedo. Há quem faça o queijo à noite e de manhã. Outros porém, juntam o leite da ordenha
da noite ao da manhã.
O leite é levado para casa, deitando-se da "ferrada" para um "tacho" onde é "amornado" ao lume. Em seguida, "moe-se o cardo" com sal.
A operação seguinte consiste em se colocar um pano branco, chamado "coador" na boca da panela que normalmente tem duas "asas". Ata-se o pano
às asas para não cair na panela.
Põe-se o cardo no coador, deitando-se o leite em seguida para o coador. Tira-se o coador espremendo-se na panela à
medida que se tira. Mexe-se depois o leite que já está na panela de "asas" para o cardo se dissolver no leite todo a fim
de este "coalhar".
A queijeira espera entre 30 a 45 minutos para o leite coalhar bem. Depois põe à sua frente a "francela", o "acincho" e um
tacho grande por baixo da francela, para aparar o soro destinado ao fabrico do requeijão.
A queijeira, depois de 30/45 minutos, vai "mexendo a coalhada" para se ir separando o soro da "coalhada" para o
acinho, espremendo com as mãos a coalhada até o queijo ficar pronto. Em seguida tira o acincho do queijo, pondo-lhe a
"empesga" (pano branco) à volta. O acincho é colocado novamente à volta do queijo, voltando a espremer lentamente
até não deitar soro nenhum.
A operação seguinte é a colocação de uma pedra num prato ou tábua sobre o acincho para o queijo ficar direito. Desde
o início, em que a queijeira tira a primeira "coalhada" até à colocação da pedra, gastam-se cerca de duas horas.
O queijo fica nesta posição até cerca de 21-22 horas. Aqui, o queijo "desacinha-se" , isto é, tira-se a pedra, o acincho e
o pano "empesga". Depois põe-se sal a toda a volta e por cima e coloca-se num prato durante 24 horas. Em seguida,
tira-se para as tábuas da "queijeira" colocando-se um pano branco por baixo, fecha-se a queijeira e todos os dias se
limpa e volta com um pano branco. Ali vai "reimando", deitando as impurezas, "até que cure" (fique amarelo).
Há pessoas que, para o queijo "amarelar" mais depressa, põem mais cardo que o necessário. O queijo, por este
processo, "amarela" mais cedo, mas fica com um sabor amargo e um aspecto exterior mais enegrecido. Outras pessoas
põem dentro da queijeira, tachos ou panelas com soro ou água a ferver, para aquecer o queijo, com o fim de "amaciar",
curar ou "amarelar" mais depressa.

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Há porém, outras técnicas embora sejam utilizadas por poucos pastores, que consiste em colocar os queijos "brancos" que estão na queijeira (os
acabados de fazer há poucos dias) na sua cama, após se terem levantado pela manhã. Como a cama está quente, este calor ajuda a "amaciar" e
"curar" o queijo.
O soro que escorre da "francela" para o tacho, após a feitura do queijo, é posto ao lume, mexendo-se em seguida e à medida que se vai juntando um
pouco de leite até ferver. Depois de ferver, pega-se numa espumadeira e tira-se a "coalhada" para o "açafate", colocando-se este numa bacia para
escorrer o soro. Daí a cerca de uma hora o requeijão está pronto a comer.
* Alberto da Trindade Martinho

Vinhos de Região:
Região classificada

Indicação de Proveniência
Denominação de Origem
Registada
Controlada:
-Castelo Rodrigo; Pinhel;
-Dão
Cova da Beira; Covilhã

"Míscaros" e "Tortulhos"
Se as chuvas aparecerem mais cedo e, se as primeiras chuvas começam em Setembro, logo nesse mês começam a surgir os primeiros "Tertulhos" e
a partir de Outubro, quando a humidade e as chuvas se fazem sentir com mais intensidade, vê-se grande parte da zona circundante de Loriga a
encherem-se de "Miscaros", muito apreciados pela população. São muitas as pessoas que percorrerem as matas, pinhais e soitos de Loriga, na sua
procura, sendo confeccionados em variadas maneiras.
Os "Miscaros" designação de cogumelos entre os quais os pertencentes às espécies comestíveis, em Loriga normalmente confeccionados com arroz,
são na realidade muito saborosos, parecem mesmo substituir qualquer tipo de carne.
Os "Tortulhos" também designação corrente extensiva aos cogumelos altos de chapéu, de cor creme e castanho com um anel no inicio do pé,
pertencentes às espécies comestíveis, são também confeccionados de várias formas, muitas das vezes mais usuais em "petisco", na realidade são
mesmo de um sabor inconfundível.
Algumas das várias receitas para confeccionar "Míscaros" e "Tortulhos"
Em Loriga são várias as receitas para confeccionar os "Míscaros" e "Tortulhos", de uma maneira geral, são efectuados de forma tradicional que os
torna ainda muito mais saborosos.

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Receita arroz de "Míscaros"


Ingredientes:
- Míscaros
- Cebola
- Alho
- Louro
- Azeite
- Salsa
- Sal
Faz-se o refogado em azeite, com a cebola picada e o alho. Juntam-se os cogumelos e uma folha de louro e ainda
refrescar com um pouco de vinho branco deixando apurar apenas uns momentos, para logo de seguida juntar água e
deixa-se cozer. Depois de notar estarem mais ou menos cozidos, junta-se o arroz deixando cozer e está pronto. Servir
com o arroz a correr como se diz na gira.
***
Miolada de tortulhos
Ingredientes:
- Cebola
- Alho
- Louro
- Azeite
- Salsa
- Sal
- Miolo de pão
- Ovos
- Tortulhos
Pica-se a cebola e o alho e refoga-se no azeite. E depois juntam-se os cogumelos e uma folha de louro e
deixa-se refogar. Junta-se água e deixa-se cozer. Em seguida junta-se o miolo de pão, os ovos e a salsa e
está pronto a comer.
Outras Receitas de Tortulhos *
Tortulhos grelhados
Depois de lavados deixar secar um pouco cobertos com rosmaninho ou carqueja. Sobre uma laje de lousa bem quente em cima do fogo colocar os
tortulhos. Adicionar sal e um pouco de piri-piri, para os amantes do género.
*
Tortulhos com ovos mexidos
Refoguem em azeite o alho, cebola e um pouco de carne de porco em pedaços muito pequenos.Juntem os míscaros e tempere com sal. Deixe apurar
bem e depois adicionem os ovos, mexendo bem.
*
Arroz de Tortulhos
Façam um refogado num tacho de barro com azeite e alhos esmagados, adicionem a cebola picada e deixe cozer suavemente até a cebola estar
macia. Juntem um pouco de chouriço de carne cortado em cubos muito pequenos, deixando alourar tudo.

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Juntem o arroz e os tortulhos e mexa para o arroz absorver a gordura. Regue com a água a ferver e adicionem um pouco de ervas aromáticas,
pimenta e sal. Introduzam o tacho no forno bem quente e deixem cozer durante 15 minutos - Bom apetite!
* http://vila-de-loriga.blogspot.com/

Trutas à moda de Loriga


A Truta é da família dos salmonídeos, sendo o seu melhor meio habitar as águas frias, puras e cristalinas, nomeadamente dos rios, ribeiras, ribeiros,
riachos.
Não se considerando hoje em dia, que seja em grande abundância a existência de trutas nas ribeiras de Loriga, continua no entanto, a existir este
peixe um pouco por todo o lado, consideradas muito saborosas e muito apreciadas.
Receita
Nos tempos passados as trutas em Loriga eram consumidas quase unicamente fritas, e assim preparadas:
Limpar as trutas deixando porém as cabeças, depois de lavadas temperar com sal e um pouco de pimenta a gosto.
Passe as trutas por farinha, numa figideira grande, frite-as em azeite durante 5 a 7 minutos de cada lado, até que estejam douradas e a carne desfile
facilmente quando testadas com o garfo.

Métodos e Arte em Loriga, no tempo

Máquina de desbulhador de espigas


*

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Descamisar milho Malhar Centeio Limpar o milho

Peneirar a Farinha Ordenhar as cabras

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Canas de milho Secar Milho

Telhado Típico (Casa antiga)

Os Pastores de Loriga

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Desde sempre os pastores fizeram parte da história de Loriga, o mesmo acontecendo hoje em dia, apesar de
não terem a dimensão de outrora. Nas recordações ainda de muitos nós, estão épocas de grandes rebanhos e
de pastores, alguns bem nossos conhecidos, que continuam a ser referência na nossa história.
Eram homens simples, alguns até analfabetos, mas dotados de inteligência, de coração e de coragem. Eram
também, acima de tudo, gente que sabia aconselhar.
Da Primavera ao Outono, dormiam sob as estrelas, num simples abrigo de palha, a poucos metros dos seus
rebanhos. Geralmente tinham com companheiro o cão, seu fiel amigo.
Hoje, são já poucos os pastores existentes em Loriga, mas mesmo assim ainda muitas vezes se ouve o tilintar
dos chocalhos e campainhas pelos campos e por toda a serra.

Pastor de Loriga

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Pastor e Serrana referências da Serra da Estrela

Objectos característicos em Loriga


Aqui se documentam objectos originais e consequentemente outros utensílios encontrados em Loriga, todos eles de uma maneira geral antigos e que
foram utilizados no tempo. A maioria destes objectos pertencem a pessoas que de uma maneira ou outra continuam a guardá-los como recordação.

Bugia (1970)
Carro e Vassoura de varrer ruas (1980)
***
***

Mó de um Moinho antigo (1965)

Lançadeiras de teares (1961)

Chocalhos e Campainha (1922)

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Candeeiro a petróleo (Ano 1938) Cadeira de Barbeiro (1940) Panela suspensa comida (1951)

Panela de Ferro Podões antigos (1960) Açafate do Requeijão (1980)


(Feita em 2007 para um sorteio)
simboliza o seu uso nas décadas 1940/50

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Cabaça ainda na Aboboreira (2001) Cabaça em vasilha (1970) Travinca (1958)

Máquina de Fotografia (1954) Telefone antigo encontrado em Loriga (1962) Candeeiro a petróleo (Ano 1953)

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Rádio (Philips BX 388A) dos mais antigos em Loriga (1949) Rádio antigo que existiu em Loriga (1959) Rádio antigo que existiu em Loriga (1951)

Rádio antigo numa casa em Loriga (1962)

Fogão de petróleo (1956) Braseira de aquecimento com enxugador (1960) Fogão de petróleo (1957)

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Alumínios de cozinha (Páscoa 1970)

Ferro (carvão) de passar roupa (calcula-se 1928) Ferro (carvão) de passar roupa (1945) Ferro (carvão) de passar roupa (1935)

Ferro de passar roupa (1963) Ferro de passar roupa (1919) Ferro de passar roupa (1965)

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Bidé, Jarros e Lavatórios antigos, muito usuais em Loriga (até década 1980) antes da existência do saneamento público

Bidé (1960) Lavatório antigo (1955) Jarro (1962)

Máquina de Coser - "Singer" (Ano 1962) Máquina de Costura (1981)

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Jarro antigo com nova pintura Bacio (Ano 1962) Lavatório antigo com nova pintura

Malas de viagem (1952) Cesto da merenda (1958)

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Lata de Resina (1970) Porta de uma casa em Loriga (1882) Cantaro de Lata (Ano 1958)

Cantaro de Barro (Ano 1960) Cantaro de Barro com torneira (Ano 1959) Cantaro de Barro (Ano 1961)

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Mesa oval muito antiga(1945) Coluna antiga (1970)

Pulverizador (1963) Desbulhador (1940) Pulverizador (2002)

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Medidas (Ano 1955) Baú de Brochas (Ano 1960)

Fervedor Leite (1981) Relógio (1960) Cafeteira (1955)

Dicas & Conselhos úteis


Algumas dicas, conselhos e orientações, muito usuais hoje em dia, que sendo bem utilizadas podem ser eficazes e muito úteis na resolução de muitos
problemas.
Respeitante a géneros alimentícios variados, cozinhados, frutas e outros.
***
Dica para os Ovos

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- Para verificar que os ovos são frescos colocá-los numa vasilha com água. Os ovos frescos mergulham em vertical os ovos que não são frescos e
podem estar estragados ficam à superfície.

- Para descascar os ovos cozidos quentes, mergulhe-os num recipiente com água fria.

- Cozer os ovos com casca rachada e para evitar que a clara saia, envolva-o em folha de alumínio e cosa-o normalmente, depois mergulho por 10
minutos em água fria. Ou então passe-os por um pouco de sumo de limão na parte quebrada. Outra dica mais que poderá utilizar também, coloque um
pouco de vinagre na água e as claras não sairão.

- Para descascar os ovos cozidos com facilidade coloque um pouco de sal na água do cozimento. Isto também é bom para evitar que se quebrem.
Ovos mexidos perfeitos
- Para que os ovos mexidos fiquem mais fofos, antes de os cozinhar, bata-os com um pouco de água mineral com gás.
Dicas para o Bacalhau
- Para congelar Bacalhau depois de doçado, enxugue as postas de bacalhau num pano limpo, apertando-o levemente para secar um pouco.

- Pincel as postas com azeite por toda a superfície, para impedir o ressecamento provocado pelo gelo.

- Guarde no congelador num vasilhame bem fechado ou em postas individualmente em sacos plásticos do congelador
Cozinhar enchidos
- Antes da cozedura mergulhe os enchidos em água a ferver por cerca de um minuto. Assim quando os cozer estes não rebentarão para além de
ficarem com uma apresentação exemplar.
Batatas assadas com casca
- As batas assadas no forno com casca são nutritivas e costumam ficar saborosas. Podem ainda ficar mais saborosas se forem esfregadas com
casca de limão, antes de as levar ao forno.
Feijão salgado
Salgou o feijão? Nada está perdido, pode utilizar os seguintes três exemplos:
- Coloque umas gotas de limão na panela.

- Introduza na panela duas ou três batatas inteiras descascadas ou três rodelas grossas

- Adicionar ao feijão 4 ou 5 folhas de couve.


Nota:- Seja qual for o processo escolhido deixe sempre ferver bastante para ter a certeza que o excesso de sal foi absolvido.
Cozer couves
- Para atenuar o desagradável odor libertado pelas couves ao serem cozidas, deve colocar em cima da tampa da panela um algodão embebido em
vinagre ou sumo de limão.
Cozer batatas
- As batatas velhas devem ser cozidas em água fria e as novas só se devem juntar à água quando esta estiver a ferver, não devendo ainda ficar muito
tempo de molho, pois perdem os seus nutrientes.

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Conservar a alface
- Para conservar a alface por muitos dias, embrulhe-as sem apertar, num pano ou jornal molhado em água.
Como cozinhar peixe cozido
- Para que o peixe não se desmanche, durante a cozedura junte à água da cozedura, um fio de vinagre.
Assar Maçarocas de milho
- As maçarocas de milho ficam espectacularmente saborosas se as assar enroladas nas própria folhas. Mas caso isso não seja possível, obterá o
mesmo resultado substituindo as folhas de milho pelas de couve.
Couve portuguesa
- Esta hortaliça à semelhança das outras de cor verde é rica em vitaminas, nomeadamente a C e algumas do complexo B. Em termos energéticos
100g deste legume cozido, contêm cerca de 29 calorias.
Alfaces em bom aspecto
- Para que as alfaces se mantenham com bom aspecto e sem escurecerem, jamais as deve cortar com uma faca. Corte as folhas com a mão ou
utilize-as inteiras.
Azeitonas mais saborosas
- Ficarão com um sabor original, se as colocar dentro de um frasco cobertas com água, vinagre e três dentes de alho esmagados. Feche o frasco e
deixe em repouso cerca de três dias, antes de consumir.
Azeite em boas condições
- Para conservar o azeite em boas condições por mais tempo, deve acondicioná-lo em latas, evitando a sua exposição directa à luz solar.
Bater claras mais rápido
- Se bater as claras numa tigela de cobre obterá claras em castelo muito mais rapidamente.
Arroz mais branco
- Para obter um arroz mais branco basta adicionar à água onde o está a coser umas gotas de sumo de limão.
Arroz mais solto
- Para obter um arroz mais solto deve, depois deste estar cozido, fazer um furo no meio com um garfo, verter dentro uma colher das de sopa de
vinagre, baixar o lume e deixar cozinhar por mais dois minutos.
Arroz mais saboroso
- Para que arroz fique ainda mais saboroso, antes de o cozer misture água de coco à água de cozedura.
Aquecer café de sobra
- Sempre que desejar o café que sobrou de uma utilização anterior deverá juntar-lhe um pouco de água fria e nunca o deixar levantar fervura.
Massa mais solta
- Para que as massas alimentícias fiquem mais soltas e saborosas junte uma colher de azeite à água da cozedura quando esta começar a ferver.
Assim como, evitará também que transborde enquanto está ao lume.
Cozer legumes verde
- Para manter a cor aos legumes, coza-os num recipiente tapado e de seguida colocá-los num recipiente com zelo e água durante alguns minutos.

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- Existe ainda outra maneira. Adicione à água da cozedura um pouco de azeite.


Polvo mais tenro
-Para que o polvo fique mais tenro e macio depois de cozido, é aconselhável que vá a cozer congelado. Assim as células morrem mais rápido, obtendo
melhores resultados. O Polvo pode também ser bem batido antes de colocá-lo na panela, o que é um pouco trabalhoso.
É aconselhável juntar à cozedura uma cebola em quatro ou cinco cravinhos de cabecinha espetadas, um ramo de cheiros um fio de azeite e sempre
pouco sal.
Congelar carne
- Não deve congelar peças inteiras como mais de 2,5 Kg. Uma vez que não conseguirá que o interior congele, arriscando-se a perder toda a peça. Por
isso corte-a em pedaços mais pequenos.
Carne assada mais suculenta
- Para que a carne assada fique mais suculenta deve colocar no forno, ao mesmo tempo que está assar, por baixo ou por cima do tabuleiro, um
recipiente com água.
Verduras mais macias
- Para que as suas verduras fiquem mais macias não deve tapar nunca a panela onde as estiver a cozer, a menos que adicione à água da cozedura um
pouco de azeite.
Descascar tomate
- Para descascar tomate facilmente deve cortar a pele em toda a sua volta com a ponta de uma faca ou então fazer um incisão em cruz no topo.
Depois mergulhe-o em água a ferver e, por fim em água fresca. A pele sairá sozinha.
Alface fresca
- Para prolongar a frescura e duração da alface, deve lavá-la, escorre-la muito bem e guardá-la no frigorifico dentro de um saco plástico, muito bem
fechado.
Conservar batatas
- Para impedir que regelem e para se mantenham em condições durante mais tempo, coloque duas ou três maçãs no cesto onde as guarda.
Pelar tomates
- Se quer eliminar a pele ao tomate rapidamente, mergulhe-o em água a ferver e, depois com ajuda da ponta da faca retire a película fina. Existe ainda
outro processo infalível: espete o tomate nos dentes de um garfo a passe-o na chama até a pele começar a estalar.
Fritar Bacon
- Quanto frita Bacon as fatias enrolam e não ficam fritas em condições. Assim siga o conselho salpicando o Bacon com um pouco de água fria, antes
de fritar e pique-as com o garfo.
Conservar Queijo
- Existem algumas variedades de queijo que apresentam um odor muito forte. Assim, a melhor forma de conservá-los em casa é dentro de um
recipiente hermético, juntamente com um torrão de açúcar.
Conservar Mel
- Não deve ser guardado no frigorifico já que o frio tende a cristalizá-lo. Se esta situação já tiver ocorrido, pode conseguir que volte ao seu estado
normal, colocando o recipiente alguns minutos ao lume em banho-maria.
Cozer pudins

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- Ao levar o pudim ao forno para cozer em banho-maria, é primordial que a água que utilizar para cobrir tabuleiro esteja quente.
Evitar o Bolor no pão
- Uma das forma de evitar o bolor dentro da caixa do pão, é colocar uma rodela de batata crua dentro. É depois conveniente mudar a rodela da batata
de vez em quando.
Cozinhar em tacho de barro
- Se pretende confeccionar a sua refeição em tacho de barro, não se esqueça de mergulhá-lo em água durante cerca de 15 minutos antes de utilizar.
Fritos
- Para saber se o azeite ou o óleo já estão quentes, mergulhe um miolito de pão e quando este vier à superfície significa que atingiu a temperatura
certa.
Evitar de chorar ao cortar cebola
- Para acabar com o choro ao cortar cebola, corte um limão com a faca antes de descascar a cebola, deixando o seu sumo escorrer pela lâmina.
Descascar laranjas
- Para descascar laranjas na perfeição, deve mergulhá-las em água fria durante alguns minutos antes de as descascar. Desta forma, será mais fácil
retirar-lhes toda a pele branca.
Abacaxi maduro
- Se vai comprar um abacaxi, para saber se está pronto para ser consumido, verifique se tem um aroma agradável e uma tonalidade dourada. Além
disso puxe uma folha da rama, se esta se desprender facilmente então está maduro.
Bananas
- As bananas não são aconselháveis a quem quer emagrecer porque 100g equivalem a 100 calorias.
Cozinhar com álcool
- Quando se cozinham alimentos que utiliza vinho, cerveja ou whisky, nunca se deve tapar a tacho.
Gelo Decorativo
- Quando quiser pedras de gelo diferentes para refrescar as suas bebidas, decore-as com pétalas de flores e frutos. Coloque uma pétala em cada
espaço da cuvete, cubra com água e leve ao congelador.
Queimou a língua
- Se queimou a língua ao provar a comida, notará dores terríveis e além de perder o paladar, Assim, mantenha um pouco de vinho tinto na boca por
alguns segundos, vai ver que a dor desaparece.
Evitar salpicos
- Para evitar os indesejáveis salpicos de óleo da sua frigideira, deite um ramo de tomilho e uma pitada de sal de cozinha.
Frigideira que não pega
- Se tem uma frigideira onde os alimentos agarram. Coloque uma pitada de vinagre e deixe ferver uns minutos. A seguir, só tem de esfregá-la como
habitualmente.
Massa dos pasteis de bacalhau
- Conseguirá evitar que a massa dos pasteis de bacalhau fique agarrada à colher se a mergulhar em óleo quente antes de os moldar.
Frutos secos e saborosos

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- Para que os frutos secos se mantenham rijos e saborosos durante mais tempo, experimente colocar um pedaço de casca de limão no recipiente onde
os guarda.
Evitar que o queijo fique seco
-Envolver o queijo num pano humedecido com vinagre e verá que não fica seco.
Limpar os pimentos assados
- Sempre que a sua ementa incluir pimentos assados, para os conseguir limpar na perfeição, deve colocar sobre eles, depois de assados, um pano de
algodão limpo e deixar assim por uns minutos. A pele soltar-se-á facilmente.
Eliminar sabor da cebola
- Para eliminar o sabor intenso da cebola, deve cortá-la em rodelas e polvilhá-la com sal grosso, deixá-la repousar cerca de uma hora, lavá-la em água
abundante, escorrê-la, secá-la e só então adicioná-la às saladas.
Conservar os alhos
- Para que o alho se conserve por mais tempo aconselha-se colocá-lo no frigorífico dentro de um frasco que feche hermeticamente.
Bacalhau desfiado
- Sempre que precisar desfiar bacalhau depois de cozido, tire-lhe as espinhas e as peles e ponha-o num pano grosso. De seguida, esfregue bem o
bacalhau, sempre dentro do pano, e passado algum tempo verá que este ficou em finos fios, separados uns dos outros.
Azeite rançoso
- Para evitar que o azeite fique rançoso basta colocar um pouco de açúcar no recipiente do azeite. Com este simples truque terá o seu problema
resolvido.
Fritar batatas
- Para evitar que as batatas se colem enquanto fritam, lave-as com água quente em vez de água fria.
Cozinhar brócolos
- Antes de cozinhar os brócolos deixe-os de molho, por alguns minutos, em água com um pouco de vinagre para soltar as impurezas e os bichinhos que
se costumam concertar na verdura.
Alface ou couve-flor murchas
- Se tiver uma alface ou couve-flor no frigorífico há alguns dias e estas tiverem aquele aspecto murcho, experimente mergulhá-los em água gelada e os
seus legumes voltam a ficar com aspecto fresco.
Fazer churrasco com aroma
- Quando estiver para fazer churrasco, guarde sempre as cascas das cebolas e dos alhos e deite-os no lume imediatamente antes de colocar a grelha
com a carne, peixe ou legumes. Este truque dará mais sabor e aroma aos grelhados.
Comida salgada
- Se salgou a comida não se aflija. Coloque uma batata crua no meio do cozinhado que acaba de preparar e espere uns minutos (entretanto vá
provando). A batata acaba por absolver o sal que está a mais.
Aproveitar as sobras do pão
- Para aproveitar as sobras do pão, corte-os em pedaços, passe margarina e polvilhe canela. Leve ao forno até dourar e guarde em latas fechadas
por quatro dias. Fica uma delícia
Massa para fazer uma torta

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- Sempre que estiver a preparar massa para fazer uma torta, experimente este truque:- coloque a massa no frigorifico durante uma hora, antes de ir
ao forno. Vai ver que ficará muito maior e até mais fofa.
Vegetais com aspecto amarelado
- Para que os vegetais não fiquem com aquele aspecto amarelado, coloque água abundante na panela e junte os vegetais só quando começar a ferver
e sem colocar a tampa no tacho.
Conservação de Pão Ralado
- Pode conservar o seu pão ralado durante mais tempo se tiver o cuidado de o guardar num recipiente de vidro com tampa, dentro do qual colocou
uma ou duas folhas de louro.
Cheiro ao assar sardinha em casa
- Ao assar sardinhas em casa fica sempre um cheiro horrível, para evitar esse cheiro desagradável a solução é colocar na grelha alguns grãos de
café. Estes ajudarão a absorver o odor.
Escamar o peixe
- Para que as escamas do peixe se soltem mais facilmente, coloque o peixe de molho na água fria com um pouco de vinagre e vai ver que as escamas
se soltam com facilidade.
Para as tiras de bacon não enrolarem
- Antes de fritar as tiras de bacon, antes deixe-as de molho num pouco de água. Seque-as bem e só depois frite em óleo ou margarina. Outra opção é
furar as tiras com um garfo e colocá-las na frigideira quando a gordura ainda estiver fria.
Tomates mais rijos
- Para que os tomates fiquem mais rijos e seja mais fácil de cortar, mergulhe-o em água fria, durante 15 minutos.
Amadurecer o tomate mais rápido
-Para que os tomates amadureçam mais rápido, embrulhe-os em folhas de jornal. Em poucos dias ficarão vermelhos.
Acabe com o cheiro a fritos
- Evitará que a sua casa fique impregnada com cheiro desagradável, tão característico dos fritos se, ao cozinhar colocar no óleo ou no azeite quente
um raminho de salsa. Esta erva aromática tem propriedades que lhe permitem absorver os maus cheiros.

Outras Dicas e conselhos, respeitante a outros variados temas


***
Formigas na Cozinha
- Para acabar com as formigas na cozinha principalmente na pia é só deixar uma vasilha com pó de café, pois a formigas não gostam desse cheiro.
Cheiro a Tinta
- Para eliminar mais rapidamente o cheiro a tinta depois das pinturas. Corte rodelas de cebola, mergulhe-as num alguidar com água e coloque na
divisão acabada de pintar.
Tirar nódoas difíceis
- Baton -
Use um algodão embebido em água oxigenada a 20 volumes ou utilize éter.

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- Café -
Com um algodão embebido em vinagre de vinho branco ou água oxigenada em 20 volumes, esfregue a nódoa e em seguida passe por água.

- Sangue -
Coloque a roupa de molho em água fria com sal e esfregue a mancha com vinagre de vinho branco.

- Vinho tinto -
Assim que derramar o vinho sobre tecido deite logo vinho branco ou água oxigenada em cima da mancha. De seguida lave com água e sabão.

- Fruta -
Se o tecido suportar lixivia, lave-o com esta, ou água oxigenada e água quente.
Flores secas
- Se tem em sua casa arranjos de flores secas e quer conservar as suas cores, vaporize-os, de vez em quando, com laca para o cabelo. Assim as
cores vão manter-se vivas por muito mais tempo.
Fortificar plantas
- Para que as plantas de interiores estejam sempre bonitas e com vitalidade coloque, de 15 em 15 dias, borras de café sobre a terra.
Eliminar o odor a naftalina
- É um cheiro eficaz para acabar com a traças. Mas também é verdade que fica um cheiro impregnado na roupa. Assim, experimente colocar dentro
do armário um saco com grãos de café.
Nódoas de cera
- Deixou cair alguns pingos de cera em cima de roupa, coloque uma folha de papel mata-borrão em cima do tecido e passe com ferro bem quente.
Secar calçado molhado
- Quando se molha os sapatos, principalmente os de couro, não se devem secar perto dos aquecimentos ou de outra fonte de calor, porque a pele
pode gretar. Experimente colocar os sapatos em lugar seco e preencha o seu interior com papel de jornal a fim de não se deformarem.
Ambientador caseiro
- Para fazer o seu próprio ambientador coloque num frasco hermeticamente fechado, vária pétalas de rosas, um pouco de sal e álcool, quando abrir
inalará um magnifico aroma a rosas que manterá a sua casa com um ambiente agradável e fresco.
Enfiar a linha na agulha
- Quando está a cozer e tem dificuldades em enfiar a linha na agulha, basta colocar um pouco de laca na ponta dos dedos, verificará que é muito mais
fácil.
Ferrugem nas chaves
- Para acabar com a ferrugem nas chaves, basta introduzi-las num recipiente com um refrigerante de cola, Alguns minutos depois, a ferrugem
desaparece e as chaves ficam como novas.
Dica para o Frigorifico sem cheiro
- O frigorifico ganha odores muito facilmente, o que não é nada agradável. Se quiser evitá-lo, coloque dentro um prato com bicarbonato de sódio.
Assim, poderá ficar descansada, pois o cheiro desaparecerá. Ou então embeber um algodão em baunilha e colocar dentro do frigorifico.
Chá nos vasos

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- Não deite fora os saquinhos de chá. Coloque-os no fundo dos seus vasos de plantas, por cima de uma camada drenante, de forma a manter a
humidade e fornecer elementos nutritivos à planta.
Coca-cola limpa tudo
- É possível retirar-se nódoas de gorduras muito estranhadas nas roupas de trabalho juntando-se o equivalente a uma garrafa de Coca-cola ao
detergente de lavagem. Os restos de Coca-cola são também excelentes para a limpeza das loiças sanitárias deixando-as limpas e brilhantes.
Manchas de vinho tinto
- Se tiver uma mancha teimosa no tapete da sala que não sai com nenhum detergente, tente esfregar a zona com vinho branco. Se não resultar,
experimente espuma de barba.
Tapar buracos de pregos
- Os buracos de pregos nas paredes podem ser disfarçados com pasta de dentes. Aplique e deixe secar um pouco, depois retire o excesso e alise
com uma esponja húmida. O resultado é uma parede nova.
Lixivia que não mancha
- Se deixou cair umas gotinhas de lixivia numa peça de cor. Deite imediatamente algumas gotas de álcool sobre a nódoa e verá que a lixivia não come
a cor.
Tirar nódoas de molho
- Deixou cair molho numa toalha branca e não consegue tirar as nódoas?.. "Coza" a toalha em água quente com leite e deixe de molho em água tépida,
com um pouco de lixivia. A toalha ficará novamente branca e limpa.
Picadela de uma abelha
- Se uma abelha lhe picou. Experimente fazer uma mistura de terra com água e coloque no sítio afectado. Vai ver que resulta.
Tachos e panelas escurecidos
- Para que os seus tachos/panelas não fiquem escurecidos com a água da cozedura dos legumes, acrescente-lhe umas gotas de sumo de limão. Verá
que resulta.
Porta a roçar o chão
- Se tem uma porta que está a roçar o chão, coloque um pouco de lixa na zona do atrito e movimente a porta várias vezes até consegui nivelar a
madeira.
Velas por medida
- Se comprou velas grandes demais para os castiçais que tem em casa, coloque a parte que assenta no castiçal dentro de água quente e verá como
consegue moldá-las em segurança.
Camisas sempre impecáveis
- As camisas novas vêm com um pedaço de cartão ou plástico dentro do colarinho, normalmente as pessoas mandam fora. A partir de agora
guarde-os e utilize-os quando for de viagem e vai ver que as golas ficam sempre impecáveis.
Limpar termos
- Para limpar o termo a melhor maneira é colocar dentro com água, uma mão cheia de arroz ou então sal. Depois agite.
Limpar a panela queimada
Para limpar uma panela queimada, molhe-a com bicarbonato de sódio e água. Deixe passar algumas horas e lave. Se tiver comida agarrada encha a
panela com água quente e duas colheres de sopa de sal.

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Ferver o leite sem verter


- O leite ferveu e por descuido deixou verter, normalmmente deixa as pessoas irritadas. Para evitar que isso aconteça, antes de colocar o tacho ao
lume, unte com margarina em todo o seu redor a parte superior do tacho, cerca de cinco centímetros da abertura e, verá que mesmo que se descuide
o leite não vai derramar para fora.
Refrescar a garrafa do champanhe
- Se esqueceu de colocar a garrafa de champanhe a refrescar e a festa já começou, não se preocupe. Coloque a garrafa num recipiente com água e
algum gelo e uma boa porcão de sal (se possível grosso) e verá que passado apenas alguns minutos o champanhe está fresquinho e pronto a servir.
Para retirar as manchas de vinho dos tapetes
- Limpe com vinho branco ou use loção de barbear. A espuma é bom para remover as manchas.
Retirar as manchas de mofo dos tecidos
- Ferva a roupa em uma solução de água e bicarbonato de sódio na proporção de 2 colheres (chá) para 1 litro de água.
Dê um ambiente perfumando as dependências da sua casa
- Vaporize um pouco de perfume nas lâmpadas das salas, banheiros e quartos. Quando acesas, exalam um aroma agradável.
Retire o cheiro de cigarros dos cinzeiros
- Para retirar o cheiro dos cinzeiros, lave os cinzeiros com água e vinagre.
Para retirar as manchas de água em móveis
- Para retirar as manchas de água em móveis novos, passe uma flanela embebida em óleo canforado sobre os móveis.
Para remover manchas de ferro de passar no tecidos
- Use uma solução de vinagre e sal aquecida. As manchas escuras sairão.
Eliminar olheiras
- Aplique sobre o rosto uma pasta fria de maça cozida em leite e verá que é uma boa maneira de eliminar as sempre indesejáveis olheiras.
Verniz das unhas endurecido
- Quando o verniz das unhas endurecer ou ficar espesso, coloque-o o frasco num tacho com água a ferver e rapidamente voltará a mostrar-se como
novo.
Disfarçar as incómodas sardas no rosto
- Aplicando no rosto uma camada de mel e deixar actuar durante uma hora verá que é uma boa maneira de disfarçar as sempre incómodas e
indesejáveis sardas.
Cheiros desagradáveis no frigorífico
- Colocar um simples prato com leite pode eliminar os sempre desagradáveis cheiros no seu frigorífico.
Molas mais limpas
- Se quer ter as molas sempre bem limpas, meta-as numa peúga, faça-lhe um nó e coloque-as na máquina de lavar em conjunto com a roupa
Eliminar insectos
- Para eliminar totalmente os insectos que por vezes se encontram nas verduras, pode colocá-las de molho durante quinze minutos em água fria com
uma colher de vinagre ou com uma colher bem cheia de sal.

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http://www.loriga.de/originalidades.htm

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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http://www.loriga.de/Flora.htm

Flora & Fauna de Loriga


A Serra da Estrela, que se estende por uma imensa área na Beira Alta, tem das mais importantes Fauna e Flora de Portugal, onde as
diversas alterações climatéricas influenciam, particularmente, o que podemos encontrar nos vários locais.
Nas vertentes mais húmidas e umbrais abundam as carvalheiras e os soutos de castanheiros e alguns, raros, bosques de azevinhos,
azereiros e folhados, que se destacam pela sua riqueza florística e cromática.
Nas altitudes mais elevadas, onde os Invernos são longos e rigorosos, cresce uma vegetação arbustiva dominada pelo zimbro. Nas
zonas dos covões, depressões glaciárias, a acumulação de água permite a existência de prados de altitude.
Nas áreas quentes e secas de menos altitude e em encostas declivosas expostas a sul, os medronheiros, as azinheiras e os sobreiros.
Nas margens das principais linhas de água desenvolve-se uma vegetação luxuriante por freixos, salgueiros e amieiros.
A condução secular dos rebanhos ao monte levou ao aparecimento de vastas áreas de matos onde predominam as giestas, as urzes, os
sargaços, o rosmaninho e a carqueija, que na Primavera, durante a floração, dão cor à montanha.
A grande variedade florística coexiste com uma elevada diversidade de animais selvagens, uma importante riqueza faunística, onde se
incluem espécies protegidas, muitas das quais têm uma distribuição restrita à Península Ibérica, como é o caso da lontra, a toupeira-
de-água, a cegonha-negra, a águia-de-asa-redonda, a salamandra-lusitana, o lagarto-de-água e a lagartixa-da-montanha.
Merecem também referência espécies como a raposa, o coelho-bravo, o javali ou a perdiz e, ainda a truta, a boga e o bordalo que
abundam nos principais cursos de água.
Loriga enquadrada em toda esta Fauna e Flora, fica situada na encosta sudoeste, precisamente, nos flancos do planalto superior da
Serra da Estrela e instalada num esporão alongado, que se situa entre duas ribeiras que nascem no alto da montanha.

Ervas, plantas e flores e a sua utilização medicinal


Desde 1500 a.C. que existem os relatos de povos recorrendo às ervas e plantas na obtenção de benefícios medicinais. Mas sabe-se
que a história dos Chás remonta de 2800 anos A.C., e está assentada nos costumes da velha China.
Como se sabe todas as plantas têm princípios activos, capazes de interferir a nível biológico se ingeridos pelo organismo humano.
Destiladas, a maioria das plantas produz essências, álcool e gases combustíveis. Associadas a estas substâncias estão outras que,
pela sua concentração, dão propriedades específicas às plantas, como é, por exemplo, o caso das papoilas que produzem o ópio.
Percorrendo a região de Loriga, encontrará nos seus campos, soitos e pinhais, as mais variadas espécies de plantas, flores e ervas,
hoje muito utilizadas como chás medicinais, determinantes para suprimir ou melhorar um vasto leque de problemas de saúde. No
entanto, no caso de desejar fazer uma provisão exacta das plantas, flores e ervas, é absolutamente necessário estar certo da melhor
forma da sua utilização.
Em Loriga, foi sempre usual o consumo de chás, nomeadamente os chamados:- chá preto, cidreira, laranjeira, tília. Há alguns anos a
esta parte que a população de Loriga se vem dedicando mais aos chás de ervas tradicionais. Por isso, é muito frequente as pessoas
percorrerem os campos na procura de ervas, plantas e flores que fazem parte da flora da região e, que se podem encontrar um pouco
por todo o lado, como é o caso da Flor da Carqueja, Malvas, Hipericão, Língua de boi, Barba de milho, entre outros.
*
Aqui se documenta alguma da Flora, com algumas das plantas e flores mais predominantes que se podem encontrar em Loriga
e região circundante e, geralmente muito utilizadas para chás medicinais.

1 of 22 07-01-2015 16:55
http://www.loriga.de/Flora.htm

Malvas Hipericão vulgar Cidreira


Inflamações agudas das vias urinárias, Para tratamento de doenças urinárias da Contra as perturbações da menstruação,
afecções da boca, bronquite, colite, bexiga e rins, cicatrizante (tratamento de feridas depressão, irritabilidade, sistema digestivo
prisão de ventre, gastrites, hipertensão, e queimaduras) utilizado ainda como anti-reumático. e contra os espasmos gástricos.
varizes.

***

Tília Giesta Dente de Leão


Espasmos de todas as naturezas, Pneumonias, bronquite, afecções cardíacas, Purificador do tubo digestivo,
contracções nervosas do tubo arritmia cardíaca, mau funcionamento depurador do circulo renal,
digestivo, palpitações, enxaquecas, hepático, uremia, reumatismo, gota, sarampo, diabetes, celulite, colesterol, reumatismo,
nervosismo, insónias, vómitos, inflamação das vias urinárias. gota, insuficiência hepática
diabetes, tosse convulsa, rouquidão. e contra a arteriosclerose.

***

2 of 22 07-01-2015 16:55
http://www.loriga.de/Flora.htm

Laranjeira Rosmaninho Alecrim


Estimulante tónico, serve para contracção É estimulante anti-pasmódico e tónico, Combate a fraqueza, depressão ou
dos músculos, indigestão, cólicas, aconselhado para a asma húmida e catarros asma, digestões difíceis, gastrite,
epilepsias, ciáticas e moléstias nervosas. crónicos. Falta de repouso, dificuldades no inflamação e dores de garganta, gripe,
Tomar o chá feito com as folhas, flores e cascas. sono e desequilíbrios funcionais do abdómen circulação sanguina e por termo
superior irritação no estômago de origem ao cansaço.
nervosa e desordens intestinais de origem nervosa.

***

Carqueija florida Flor da carqueija seca


Carqueija
A carqueja é um arbusto esverdeado, na realidade uma planta espontânea e de muita abundância na região de Loriga, que cresce verticalmente até dois metros de altura e tem flores
brancas-amareladas. É uma planta subarbustiva sem folhas, da família das Leguminosas e muito usada, em especial, como acendalha ou combustível.
Hoje em dia, é muito mais usada como medicinal, nomeadamente a sua flor, com utilização no tratamento de um vasto leque de doenças.
***

3 of 22 07-01-2015 16:55
http://www.loriga.de/Flora.htm

Meliloto Silvas Feto


Contra Espasmos gástricos, intestinais, Dores de garganta, digestões Contra reumatismo e artristismo.
perturbações menstruais, insónias. difíceis, gastrites, hemorróidas,
anginas, diarreia, desenteria.

***
Outras plantas e flores, também muito comum na região de Loriga e utilizadas como medicinais
- Alfazema:- Contra nervosismo, insolação, vómitos asma, catarro, tosse convulsa, febres, artrite, colite, eczema, dores de estômago,
sarna, gota, enxaquecas, doenças de baço.
- Camomila:- Contra as dores das enxaqueca, febre da gripe ou constipação, queimaduras, eczema, dores de estômago, cólicas do
fígado e dos rins, insónias, nervosismo, reumatismo.
- Cerejeira:- Combate a gota, reumatismo, artritismo, bronquite e anti-inflamatório das vias urinárias.
- Cebola:- Contra dores de ouvidos, rouquidão, retenção de urinas, reumatismo, dores de gota, queimaduras, uricemia, enterite,
hemorróidas, constipação, vertigens, insuficiência renal.
- Girassol:- Contra as dores de estômago.
- Chicória;. Combate prisão ventre, eczema, diversas perturbações dos intestinos, varizes, gota e artritismo.
- Hortelã:- Asma, tosse, bronquite, reumatismo, anginas de peito, artrose, colites, tosse convulsa, digestões difíceis, dores de
estômago, vesícula, inflamação e dor de garganta, gases intestinais, nervosismo.
- Louro:- Digestivo, espasmos nervosos ao nível do estômago.
- Pirliteiro:- É calmante, contra perturbações do ritmo cardíaco, hipertensão, arteriosclerose, angina de peito.
- Sabugueiro:- Contra febres de constipação e gripes, sarampo, queimaduras, inflamações das vias urinárias, prisão de ventre.
- Urtiga:- Contra anemias, clorose, convalescenças, diabetes, cãibras, reumatismo, urticária, hemorróidas, gota, eczema, diarreias
rebeldes, impotência, enuresia, ureia, artrite.
- Urze:- É uma planta considerada medicinal ( fins renais, reumatismo ) que pode ser encontrada com muita facilidade nas nossas áreas
montanhosas. Aparece em zonas montanhosas e húmidas encontrando-se com facilidade nos nossos montes e vales.
- Zimbro:-Falta de apetite, cálculos urinários, cólicas nefríticas, prostatite, cistite, gota, reumático, asma, hipertensão, gases intestinais,
insuficiência renal.
***
Nota:- Existem ainda um vastíssimo número de espécies de flora, que se podem encontrar na região de Loriga, muito usual na aplicação
medicinal, mas aqui ainda não documentadas.
***
Considerando que sendo as plantas e flores produtos naturais, estão por isso mesmo sugeitos a possíveis alterações
Cuidados importantes a ter em conta:
-Secar as plantas ou ervas em locais resguardados do sol de preferência em casa.
-Conservar sempre as plantas ou ervas em locais secos e ao abrigo da luz.
-Na preparação como Chã: Após levantar fervura, deixe em infusão durante cinco minutos.

Alguns tratamentos de doenças com métodos populares

4 of 22 07-01-2015 16:55
http://www.loriga.de/Flora.htm

Aqui se documenta algumas das doenças mais comuns e identificadas, ou também outras anomalias, em que os seus tratamentos são
efectuados por meio de usos tradicionais, através de complementos de ervas medicinais, bebidas ou outros métodos populares, que
também chegaram a ser muito usuais em Loriga e dos quais muitos loriguenses, hoje ainda se lembram de ouvir falar.
- Anemia (identifica-se por uma espécie de fraqueza física) - Aliviam-na os bolos de milho untados com azeite. Também um litro de
vinho com gemas de ovo e açúcar.
- Anginas (amígdalas inflamadas) - Tomar mel. Aplicar um emplastro quente à volta da garganta (até aguentar a temperatura) e tomar
uma bebida alcoólica (vinho) fervida com açúcar ou mel bem quente.
- Asma (identifica-se por uma tosse intensa, rouca e frequente) - Alivia-se fumando figueiras-de-inferno.
- Bexiga (infecções) - As melhores terapias que se conhecem é evitar as bebidas alcoólicas e beber abundantemente a água. Também
as ervas como a salsa, o morangueiro, as barbas de milho, a carqueija ou qualquer chá de folha de lenhosas parecem acalmar os males
da bexiga.
- Bichas - Esfregar as fontes da cabeça com alho, tomar diversos chás (absinto, hortelã, etc.) e fazer uma dieta apropriada à base de
azeite e alimentos cozidos.
- Bronquite (inflamação dos brônquios) - Como para a asma, fumar figueiras-de-inferno ou então defumar-se com eucalipto ou
loureiro. Alguns chás (como o de eucalipto) são aconselháveis.
- Calvície - Tratar-se da queda do cabelo numa zona específica (peladas). Ferver folhas de nogueira e lavar a cabeça com a água.
Também se diz que o tabaco macerado pelo menos oito dias tem um resultado idêntico.
- Catarro (tosse e dores nas vias respiratórias) - Ferver vinho com açúcar ou com mel e bebê-lo. Sopa de frango e legumes onde se
cozeu muita cebola.
- Constipação e rouquidão - Sopa de frango e muita cebola. Vinho quente com açúcar ou mel.
- Diabetes (insuficiência de insulina) - Dar açúcar aquando das crises. Tomar onze dias chá feito de dois ramos de alecrim, raiz de
salsa, cominhos, raiz de madessilva, cinco pontas de pinheiro e cinco folhas de salva fervido cinco minutos em meio litro de água e
adoçado com uma colher de açúcar.
- Diarreia - A aguardente com açúcar também é utilizada, assim como o trigo seco, o centeio, chá de marmeleiro e a água de pevides
da cabaça.
- Dores de dentes - Para a dor de dentes o melhor remédio é o óleo de cravo-da-índia (ou o cravo esmagado). O álcool (aguardente) e
o fumo de cigarro também são recomendados.
- Equimoses e pisa duras - Aplica-se uma bebida alcoólica e a seguir emplastros (como os de papas de linhaça).
- Erisipela - Caracteriza-se por rubor e temperatura geralmente na cara. É contagiosa. Cura-se com o ar do lume ou colocando um
emplastro muito quente.
- Espinhela caída - Esta doença é caracterizada por uma astenia global com discurso depressivo. Colocar pimpinelas nas plantas dos
pés. Untam-se os pulsos das pessoas com azeite e pendura-se numa trave ou numa porta, esfregando-a até a pessoa ficar extenuada.
- Febre - Banhos de água fria. Esfregar o doente com urtigas.
- Feridas e ferimentos - Estanca-se o sangue com a ajuda de garrotes, teias de aranha, açúcar e ligaduras. A saliva do cão acelera a
cura, mas podem-se aplicar outras substâncias, sobretudo álcool.
- Fígado (dores) - Evitar as bebidas alcoólicas e beber apenas água. O chá de marroios e da erva de S. Silvestre também é
aconselhável.
- Gota - A gota manifesta-se geralmente pelo inchar dos pés e uma dor aguda impedindo a marcha. Também podem existir dores nas
outras articulações. Cura-se com uma dieta sem gorduras e sem bebidas alcoólicas. Por outro lado, pôr a zona atingida (geralmente os
pés) em água salgada ou ferver folhas de nogueira e meter os pés nessa água à temperatura mais elevada que se puder aguentar.
Dormir com os pés mais altos que o corpo.
- Gretas (pele e músculos cortados, sobretudo nas mãos, por causa do trabalho) - Esfregar com uma bebida alcoólica. Colocar

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sabão ou cera em cima das gretas.


- Gripe - Sopa de frango com muita cebola. Tomar também uma bebida alcoólica quente com açúcar ou mel.
- Hemoptises (escarros de sangue) - Xarope de uma bebida alcoólica (aguardente) com açúcar ou mel bem quente.
- Infecções na pele - Esfregar com uma bebida alcoólica. A raiz de urtiga, as folhas de nogueira, as malvas e a erva-de-sete-sangrias
também atalham as infecções.
- Infecções da boca - Bochechar com uma bebida alcoólica. Desfazer ciganos, deixá-los a macerar em água e lavar a boca com essa
água.
- Intestinos - Água, aguardente, nozes e pão. O farelo e a farinha parecem ser eficazes na regulação dos intestinos, assim como os
legumes. Os chás de arruda, salva, caroço de marmelo ou artemísia também são indicados.
- Mordedura de cobras (sobretudo de víboras) - Alarga-se o sítio da mordedura com uma navalha e chupa-se o sangue para sair o
veneno. Se for nos membros, usa-se o garrote para impedir o sangue de circular. Chá de casca de giesta bem concentrado.
- Mordeduras de abelhas e vespas - Coloca-se uma lâmina de aço no local da mordedura, ou então uma moeda, estes dois métodos
alivia a dor e impede de inchar.
- Órgão genital feminino - Trata-se sobretudo dos corrimentos, que param lavando com água de malvas.
- Pedras nos rins - Beber muita água natural.
- Peito apertado (dores fortes aquando da inspiração) - Chá de duas folhas de eucalipto, hortelã-pimenta, raiz de alho, casca de
cedro, raiz de carqueja e grão de erva-doce. Ferver cinco minutos em meio litro de água, adoçar com duas colheres de açúcar e tomar
sete dias.
- Queimaduras - Água de cal, água gelada (gelo, neve). Quando a dor acalmar colocar um emplastro de sebo.
- Rins - Beber muita água e também chá de erva de S. Roberto.
- Sangue pisado - Passa em dois ou três dias se esfregado frequentemente com aguardente.
- Sarna (é devida a um ácaro que cava galerias na pele para aí depositar os ovos; manifesta-se por erupções e coceira) -
Esfrega-se a pele abundantemente com uma bebida alcoólica. A água onde se ferveu flor de carqueja também resulta.
- Tensão (alta e baixa) - Substâncias contidas no pão de centeio regulam a tensão. O chá de oliveira parece também ser um regulador
natural.
- Tosse - Chá de folhas de castanheiro ou de laranjeira.
- Tuberculose (identifica-se por uma tosse rouca e fraqueza geral) - Cura-se à base de murta, mel, açúcar e ovos. O que precisa é
fabricar uma bebida bem quente que alimente o corpo e ao mesmo tempo arrebente com os micróbios.

Vida animal
É um verdadeiro mundo fantástico aquele que se pode ver por toda a região da Serra da Estrela, devido, em parte, à grande riqueza da
flora existente por toda esta região, onde vamos encontrar muitas e variadas espécies de Insectos, Répteis, Batráquios e, mesmo
Vermes, que têm ali o seu meio habitat.
Aves variadas
São muitas e várias as espécies de aves, que tem como habitat a região envolvente de Loriga e Serra da Estrela. Aqui se registam
apenas algumas, de um leque vastíssimo de espécies que existem, muito fácil de se encontrarem num qualquer passeio de lazer que
faça por esta região.

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Águia Papa Figos

Coruja

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Rouxinol Melro da água


Cuco

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Tordo
Rola

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Gaio

***

Pombo
Pardal Pintassilgo

***

Andorinha Cotovia
Melro

***

Carriça

Perdiz Cordoniz

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Borboletas variadas
Insectos pertencentes à ordem do lepidópteros. Devido à riqueza da flora existente na Serra da Estrela, podem encontrar-se, por todo o
lado, muitas e variadas espécies de Borboletas. Aqui se documentam apenas seis espécies dum grande número que se podem
encontrar na região.

Borboleta Almirante Vermelho Borboleta Coruja

Borboleta Amarela/Preta

***

Borboleta Rabo Andorinha Borboleta Flambeau Borboleta Apolo

Répteis, Batráquios, Insectos


São muitas e variadas as espécies de animais rastejantes, insectos saltadores, batráquios, vermes e ainda outros, que predominam
por toda a Serra da Estrela, onde encontram ali o seu habitat, de acordo com as estações do ano e respectivas temperaturas.

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Sardão
Cobra

Sardanisca

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Cobra de água Lagarta


Lacrau

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Gafanhoto

Libelinha (Santa Teresinha)

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Cigarra
Joaninha Grilo

Agricultura de Loriga
A diversidade do terreno em Loriga, não permitiu a existência de grandes herdades de cultivo, por isso, os antepassados loriguenses
tiveram de recorrer à arte da construção de socalcos por todo o lado, para que permitisse o aproveitamento das potencialidades dos
terrenos, como terra de agricultura.
Num contacto visual com mais atenção, poderemos ver numa forma mais correcta, que em tempos já passados a produtividade efectiva
era de certa maneira extensa, pois a área de socalcos (courelas) é uma existência real por todo o lado.
Junto do aglomerado da povoação ou em zonas mais afastadas, mesmo até terrenos em altitudes elevadas, estes socalcos (courelas)
foram sempre potencialmente produtivos, sendo o milho, o produto agrícola mais cultivado.
A agricultura em Loriga, consistiu sempre em explorações agrícolas familiares e para consumo caseiro, que para além do milho, como
se disse, a actividade agrícola mais predominante, baseava-se praticamente, como hoje em dia, no cultivo de centeio, batatas, feijão e
feijocas, cebolas, nabiças, couves, cenouras, entre outros.
Hoje vive-se uma realidade bem diferente a grande maioria das terras de cultivo estão de "relva" como se diz na gira popular, bem como,
algumas delas foram transformados em zonas habitacionais.

Loriga de outras eras


A Tapada da Redondinha era quase sempre cultivada com milho
*

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Plantação de Milho

Espigas de milho Plantação de feijão


*

Plantação de Nabiças Plantação de Couves

Plantação de Cebolas

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Cavar a terra

Batatas brancas Batatas vermelhas

Ginjeiras
Árvores da família das Rosáceas afim da cerejeira, produtoras de drupas ginjas que é
frequentemente cultivada em Portugal.
Loriga, não é uma região de grande abundância de árvores de Ginjeiras, no entanto, um pouco
por todo o lado e, espontaneamente, podem-se encontrar algumas destas árvores.
De qualquer das formas, em tempos passados as pessoas em Loriga, colhendo as ginjas que
tinham ou comprando-as às pessoas que as traziam à praça para vender, confeccionavam doce
de ginja, que sendo até muito fácil de fazer é de um sabor inconfundível, provavelmente pelo
facto de ser confeccionado com os caroços e muito usual comer barrando em fatias de broa.

Marmeleiros

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O marmeleiro é uma árvore da família das Rosáceas, muito cultivado em Portugal,


especialmente por motivo da aplicação dos seus frutos (marmelos) no fabrico da
marmelada.
Não sendo de grande cultivo estas árvores de fruto em Loriga, mesmo assim,
vêm-se um pouco por todo o lado e tal como acontece por todo o país os seus
frutos (marmelos) são utilizados no fabrico de mamelada, o que aliás, faz parte da
doçaria regional portuguesa.
Em tempos antigos era como obrigatório confeccionar o doce de marmelada em
Loriga, parece até, que não havia casa de família que não fizesse este doce. Por
isso, ainda na recordação de muitos quando viam as tijelas de marmelada a secar
à janelas das casas, dando uma imagem verdadeiramente pitoresca.

Abóboras
A Abóbora é um fruto (pepónio) da aboboreira, por vezes muito grande, hoje muito utilizado na confecção de doces, compotas e pratos
de culinária. É um dos legumes com mais hidratos de carbono complexos, fornecendo betacaroteno, uma substância que se converte
em vitamina A no organismo.
A cabaça; carneira; chila; menina; porqueira; d´água, são as designações vulgares das espécies ou subespécies muito cultivadas em
Portugal.
Antigamente, em Loriga, a maioria das espécies da abóbora era popularmente chamada por "botelha", apesar de não haver uma
grande cultura deste fruto, existia no entanto, um pouco por todo o lado. Noutros tempos, eram relativamente muito poucas as pessoas
a confeccionar a abóbora na alimentação. Aliás, tempos houve, em que a abóbora era praticamente utilizada na alimentação dos
animais.
Porém, hoje, a realidade é bem diferente. Além de ser muito utilizada na confecção de doces, é também muito apreciada e utilizada na
comida, nomeadamente em sopa, feijoada e, também, muito inserida em pratos regionais.
A cabaça, chila e menina, eram as espécies de abóbora que mais se cultivavam em Loriga mas, hoje em dia, também aparecem as
outras espécies. Sendo muito procurada chegam a ser colhidas abóboras de grandes dimensões e com bastantes quilos.
Uma originalidade em Loriga, era a espécie da cabaça em forma de 8, a qual depois de seca, era-lhe tirado o seu recheio e
transformada em vasilha para bebida.

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"Miscaros - Tortulhos" (Cogumelos)

Cogumelos da família das Poliporáceas, encontram-se com


frequência em Portugal, normalmente nos pinhais, sendo
também cultivados.
Na região circundante de Loriga, nascem com uma certa
abundância, as espécies de cogumelos chamados "Míscaros
brancos e amarelos" e o "Tortulho", que começam justamente
por aparecer quando das primeiras humidades do Outono,
sendo muito procurados para consumo caseiro, porque de facto
são muito apreciados pela população desta localidade. Por isso
e principalmente nos fins de semana são muitas as pessoas
que percorrerem as matas e pinhais de Loriga, na sua colheita.
É necessário também ter um certo cuidado ao colher os
"Míscaros" só devendo apanhar as espécies comestíveis, de
maneira alguma colher espécies das quais não tenha a certeza
"Miscaro"
ou mesmo que lhe sejam desconhecidas.
"Tortulho" ainda fechado

Apicultura em Loriga

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A apicultura é uma actividade muito antiga, onde em registos antigos do Egipto, Mesopotâmia e
Grécia, nos dão conta da criação de abelhas e a referência ao mel na Bíblia.
Devido há flora riquíssima da Serra da Estrela são, em enorme quantidade, os enxames de abelhas,
que fazem desta região o seu meio habitat e que têm, por isso, uma grande importância na
exploração do mel de excelente qualidade e de certa fama pelo país fora.
Na parte sudoeste da serra, onde Loriga está inserida, a actividade da Apicultura tem conhecido,
através dos tempos, um certo crescimento. A exploração do mel nesta zona da serra tem, nos
cortiços, o meio instrumental mais utilizado que, sendo colocados no meio do mato, são ocupados
pelos muitos enxames de abelhas existentes por esta região.
Em muitos locais é visível ver muitos desses cortiços, nomeadamente na encosta da povoação do
Fontão, uma localidade anexa a Loriga.
Em 28 de Abril de 2000, o mel da região da Serra da Estrela, foi galardoado no Concurso
Internacional de Mel e Queijo de Montanha, realizado em Grenoble (França), tendo sido atribuído ao
Apicultor Alberto Freire Marques, de Loriga, a medalha de Bronze.

Castanheiros e Castanhas
O castanheiro pertencente à família das Castanáceas (ou Fagáceas) é uma árvore longeva, de folha caduca, que pode atingir mais de
um milhar de anos de idade. As folhas têm entre 10 e 20 centímetros, são dentadas, mais claras na página inferior e translúcidas
quando trespassadas pela luz solar.
Os seus frutos são as conhecidas e apreciadas
castanhas. Aos 8, 10 anos, o castanheiro já dá
fruto, no entanto, só depois dos 20 é que a
frutificação passa a ser um fenómeno regular.
A sua produção mantém-se elevada mesmo
quando já em idade avançada. Até aos 50 a 60
anos de idade, o seu crescimento é bastante
rápido, retardando depois até ao fim da vida.
Pode atingir os 45 metros de altura e a sua
copa pode chegar aos 30 a 40 metros de
diâmetro. Existem dois tipos de castanheiro o
bravo e o manso consoante a forma de
regeneração e o tipo de exploração que se
pretende.
Na região de Loriga existem, com uma certa
abundância (muitas até de grande porte) estas
árvores nascidas espontaneamente, que se
podem ver um pouco por todo o lado, todos os
anos dão saborosas castanhas. A madeira do
castanheiro e também muito preciosa é também
muito aproveitada.

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As Castanhas é o fruto comestível destas árvores, que gera a criação de diversos pratos (sopa, puré, estufadas, assadas, cozidas).
Assadas e cozidas, são o meio mais usual, que quentes e boas, apetecem nos dias de frio da região.
***
O castanheiro dá as Castanhas um fruto comestível, que gera a
criação de diversos pratos (sopa, puré, estufadas, assadas,
cozidas).
Assadas e cozidas, são o meio mais usual em Loriga, que
quentes e boas apetecem e são muito apreciadas e que desde
sempre também se usou os tradicionais "Magustos" que na
época do Outono se realizam, a nível familiar, escolar e
comunitário. Tal como acontece por outras regiões também em
Loriga de comemora o Dia de São Martinho, tendo sempre
presente as castanhas assadas.
Para além da tradicional utilização das castanhas serem
assadas ou cozidas, hoje em dia este fruto do castanheiro faz
parte da gastronomia moderna, na confecção dos mais variados
pratos.

Oliveiras

Árvores de folhas persistentes da família das Oleáceas muito cultivada em Portugal, em que os seus
frutos (azeitonas) são utilizados na alimentação e no fabrico do azeite.
Na realidade, Loriga, não é uma região de grande abundância de árvores de Oliveira, no entanto, um
pouco por todo o lado, e espontaneamente, podem-se ver muitas destas árvores.
Em registos antigos, dão-nos conta de ter existido em Loriga, um Lagar de azeite, considerando isso
como rara excepção, a exploração da azeitona nesta localidade, tem sido uma prática, que poderá
entender-se, apenas, para o consumo alimentício e unicamente caseiro.

As Trutas
A Truta é da família dos salmonídeos, sendo o seu melhor meio habitar as águas frias, puras e cristalinas, nomeadamente dos rios,
ribeiras, ribeiros, riachos.
Segundo relatos muito antigos, tempos houve, em que era em grande abundância as trutas nas ribeiras e ribeiros de Loriga, havendo
mesmo alguma da população que se dedicava à pesca deste saboroso e magnifico peixe, que dava até para venderem.

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Com os tempos, o facto de se tornar numa vila industrial e ainda as ribeiras irem perdendo o seu normal
caudal, nomeadamente no verão, essa abundância foi escasseando, no entanto, foi sempre existindo,
havendo mesmo alguns amantes da pesca, que percorriam as ribeiras e ribeiros de Loriga, para
consumo caseiro.
Na década de 1960, e pelo facto de nessa altura praticamente deixar de existir trutas nas ribeiras de
Loriga, as entidades responsáveis determinaram espalhar por toda a extenção das duas ribeiras
sementes de trutas, como na altura assim se dizia, tendo até sido proibido qualquer pesca durante
cinco anos.
Não se considerando hoje em dia, que seja em grande abundância a existência de trutas nas ribeiras de
Loriga, continua a existir este peixe um pouco por todo, consideradas muito saborosas e muito
apreciadas.
Truta

O Cão "Serra da Estrela"


As origens desta raça canina não estão bem situadas no tempo, mas pode-se afirmar, sem úvida, que
vêm de épocas remotas, pois já no tempo de Viriato, aquando das lutas entre Lusitanos e Romanos, ele
existia nos Montes Hermínios e ajudava os seus habitantes nas artes bélicas.
É um cão considerado de luta e de guarda, de grande corpulência e de proporções harmoniosas e belas,
apresenta uma boa musculação apoiada num suporte esquelético forte e bem desenvolvido.
A raça tem duas variedades de pêlo:- a de pêlo curto e a de pêlo comprido.
A segunda variedade, a de pêlo comprido, é considerada, pela maioria das pessoas, com a mais bela.
Isto fez com que se deixasse quase de criar a variedade de pêlo curto.
O cão da serra chega atingir 72 cm de altura e 50 Kg de peso raça muito sóbria e de grande resistência
à doença, muito pouco exige aos seus proprietários, a sua dedicação aos donos é sobejamente
conhecida, não hesitando em perder a vida para salvar os seus donos, tendo para as crianças uma
simpatia especial.
De "boa boca" come de tudo adora a liberdade, onde ande corra e cheire à vontade.
Os "Cães da Serra da Estrela" muito utilizados na guarda dos rebanhos são uns verdadeiros companheiros dos pastores.
Em épocas passadas, eram importantes na Serra da Estrela, tinham mesmo um papel fulcral nas defesa dos rebanhos nas lutas contra
os lobos. Usavam à volta dos pescoço uma larga coleira em ferro com compridas pontas para se defenderem desses animais ferozes,
que tinham na Serra da Estrela um dos seus meios habitar.

Os Lobos

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Animal carnívoro, selvagem, da família dos canídeos, de pelagem predominantemente


cinza (alguns são preto retinto), misturado com pelos brancos, negros e marrons.
O Lobo é um animal predador, sendo as ovelhas, os bovinos e outros animais de
criação as principais presas para a sua alimentação.
Já foi muito comum a existência destes animais na Serra da Estrela, no entanto, hoje a
sua extinção nestas paragens parece ser cada vez mais real.
Tempos houve em que os lobos abundavam por toda a serra, sendo conhecido como
um animal maldito e prejudicial, onde os relatos nos davam conta dos seus defeitos:
devorador de ovelhas, de cabras e por vezes de gado com mais envergadura ou
mesmo atacando homens.
Não se conhecem relatos em Loriga, de os Lobos alguma vez chegarem ao povoado
propriamente dito, mas o mesmo se não pode dizer da região circundante,
nomeadamente nas quintas próximas, onde existem registos de terem aparecido, e de
inclusivamente, tentarem atacar pessoas.
Dos Pastores e dos seus cães são muitos os relatos existentes, que nos dão conta
das muitas lutas que chegaram a ter com os lobos na defesa dos seus rebanhos, que
se tornava muito complicado quando os lobos atacavam em matilha. Neste caso os
lobos usavam um método, por vezes com algum sucesso, que consistia em um grupo
de lobos fazer-se perseguir pelo pastor ou pelos cães de guarda, enquanto um
segundo grupo atacava o rebanho.

Os Javalis

Mamífero corpulento, artiodáctilo, porcino selvagem, da família dos Suídas. Em adulto os


machos pesam cerca de 250 Kg e as fêmeas 150 Kg. Tem de comprimento 1 a 1,8 metros e
de altura podem atingir 1 metro. É atribuído a este animal outras designações, como porco-
montês, javardo, porco-bravo e, vive em média cerca de 20 anos.
Alimenta-se tanto de vegetais (frutos, bolotas, raízes), como de animais (insectos, vermes,
ovos), ao procurar alimento, provoca grandes estragos nos campos cultivados. O javali passa
grande parte do dia fossando a terra em busca de plantas e animais e torna-se furioso
quando perturbado. A pelagem é rija e de cor acastanhada, os filhotes apresentam cor de
terra clara com listras negras.
Este mamífero originário do Norte de África e sudoeste da Ásia, tem-se distribuído por quase
toda a Europa. À cerca de quatro décadas começou a ser noticia na Serra da Estrela onde
até então não se tinha conhecimento da existência destes animais.
Simultaneamente começaram a ouvir-se relatos que nos davam conta da existência deste
animais já na região circundante de Loriga, que foram sendo cada vez mais noticia através Javali adulto
dos anos. Alguns anos a esta parte tem-se conhecimento que a população destes animais
tem aumentado consideravelmente, nomeadamente, nestes últimos anos.

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Javalis bebes
(fotografados bem perto de Loriga-2006)

As Raposas
A raposa mamífero carnívoro da família dos Cânidas, muito ágil, esperto, manhoso e de pelagem
castanho-avermelhada, tem um focinho esguio, rematado por umas orelhas longas e pontiagudas,
e uma cauda espessa e vistosa com cerca de 50 cm de comprimento.
Devora muitos pequenos animais do que se alimenta, nomeadamente, coelhos, lebres, ouriços-
cacheiros, também aves, peixes, insectos e ocasionalmente frutos silvestres e cultivados. Nas
zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe vale
uma má fama entre essas comunidades.
O que não caça e não come no próprio dia esconde para consumo superior. Chega a ter cerca de
20 esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos eles.
O corpo e a cabeça apresentam um comprimento que pode variar entre 60 a 90 cm, e um peso
entre 5 a 10 kg. As fêmeas são sensivelmente menores que os machos
A época de acasalamento ocorre em Janeiro/Fevereiro e os nascimentos verificam-se na
Primavera, tendo a gestação uma duração de cerca de dois meses. A ninhada uma por ano é
geralmente composta por 4 a 5 crias.
A pele deste animal é procurada para agasalho, sendo muito frequente ser utilizada em casacos de
senhoras.
Em Loriga dos tempos passados, eram muito frequente ouvir-se relatos sobre as raposas, que
eram vistas um pouco por todo o lado, sabendo-se mesmo da existência de uma grande
comunidade destes animais, o que não acontece hoje em dia.

20 of 22 07-01-2015 16:55
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"Zimbro"

Arbusto rasteiro e espontâneo com tronco e casca rugosa e cinzenta, que


pertence à família das Pinásceas.
Sobrevive e tem como meio habitat terrenos expostos ao Sol, nas grandes
altitudes, geralmente até aos 2.500 metros, por isso muito frequente na Serra
da Estrela. Os seus bagos estimáveis ervem para tratamento e curas
medicinais, sendo também muito utilizado em aguardente devido ao seu poder
aromático e fertilizador.

Resina dos Pinheiros

É um produto natural, viscoso, extraído dos pinheiros, de alto valor e de grande utilização industrial. É uma
exploração muito comum em regiões de muitos pinhais, sobretudo no norte do país.
A exploração da resina dos pinheiros bravos na região de Loriga vem de longe, tendo até épocas de muita
movimentação
laboral Há alguns anos a esta parte tem, no entanto, vindo a decrescer, devido, em parte aos muitos incêndios
que se têm verificado e que têm devastado as florestas de norte a sul do país.

21 of 22 07-01-2015 16:55
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As Amoras

Fruto silvestre de arbustos do género Rubus, vulgarmente designados como


silvas, da família das rosáceas. A amoreira-silvestre é composta por longos
caules curvos, com espinhos curtos, levemente encurvados e aguçados.
Quando os caules tocam no chão ganham frequentemente raízes laterais,
dando origem a um novo pé de silva tornando-se uma espécie invasora
persistente, colonizando vastas áreas por longos períodos. As plantas
crescem até 3 metros. Os frutos são usados para a composição de
sobremesas, compotas e, por vezes também vinho.
A região de Loriga é muito dada a silvados, por isso, por todo o lado se
encontram este arbusto com o seu respectivo fruto da Amora. Só que é
praticamente nulo a sua utilização.

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

22 of 22 07-01-2015 16:55
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Tradições Populares de Loriga

Quadro de Santa Ana

Vamos encontrar na história de Loriga um Quadro em madeira dedicado a Santa Ana, que tem uma história curiosa e que
tudo tem a ver e se relaciona à agricultura.
Relatos antigos, dão-nos conta de uma tradição muito antiga e curiosa em Loriga, que segundo os mesmos, em tempos
de seca, os agricultores loriguenses pegavam no quadro dedicado a Santa Ana e passavam-no pelas águas das fontes.
No caso de ficar molhado, a chuva estava para breve, mas no caso de ficar enxuto a seca continuava.
Curiosamente nas décadas de 1950-60, voltou a ser implementado em Loriga a dedicatória alusiva a Santa Ana, também
relacionado à agricultura, mas neste caso sem ser utilizado o Quadro de Santa Ana. Pois quando chovia muito e se viam
as colheitas a perderem-se, andavam os agricultores de porta em porta a pedir esmola para ser feito missas para que
deixasse de chover.
O Quadro de Santa Ana ainda hoje existente faz parte da Arte Sacra de Loriga. Todo ele em madeira onde ostenta Santa
Ana com o menino ao colo, são bem visíveis os traços de degradação em que se encontra e relacionado ao motivo de
ser passado muitas vezes pela água das fontes de Loriga. (Registado aqui - Ano de 2007)

A Sagrada Família

1 of 31 07-01-2015 16:56
http://www.loriga.de/tradicoes.htm

Vem de longe a tradição em Loriga, em que as imagem de São José, de Nossa Senhora e do Menino Jesus,
devidamente resguardados num pequeno oratório, percorre as casas da Vila numa verdadeira manifestação de fé.
São algumas as Sagradas Famílias existentes em Loriga, distribuídas por diversas zonas da vila sendo que, durante a
permanência em cada casa há sempre a preocupação de a mesma estar iluminada, normalmente utilizando para o
efeito uma lamparina.
Habitualmente, a permanência da Sagrada Família em cada casa é de 24 horas e, no seu percurso, as pessoas vão
colocando esmolas num pequeno compartimento. Após ter circulado em todas as habitações, uma zeladora
encarrega-se de recolher as ofertas que, por sua vez, as entrega à Paróquia para obras de caridade.
Com a população a diminuir, com muitas casas fechadas por motivo de ausência dos seus proprietários e, ainda, pelo
facto de muitas pessoas não mostrarem interesse em receber a Sagrada Família, a mesma acaba por estar dias
seguidos na mesma casa.
Aos poucos vai-se perdendo uma tradição, ainda na recordação de muitos, em que a Sagrada Família não era
entregue à vizinha seguinte da comunidade, sem ser rezado o terço em família. (Registado aqui - Ano de 2003)
Sagrada Família numa casa

Quarta-Feira de Cinzas
Hoje é Quarta-Feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a
reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efémera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa sem contar os domingos (que não são incluídos na Quaresma) ou quarenta e seis dias contando os Domingos. Seu
posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode variar do começo de Fevereiro até à segunda semana de Março.
Com a quarta-feira de cinzas iniciamos a Quaresma, que é um período de quarenta dias de preparação para a grande festa da Páscoa de Nosso Senhor. As
palavras-chave desse período são: Escuta (mais atenta da palavra de Deus), penitência e conversão. Na quarta de cinzas são depositadas cinzas em nossas cabeças
para nos lembrar que somos pó e ao pó voltaremos. O uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. As cinzas simbolizam dor, morte e penitência.
Alguns cristãos tratam a Quarta-Feira de cinzas como um dia para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia
nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo padre que preside à cerimónia.
O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até ao pôr-do-sol, antes de lavá-la. Esse
simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes
na Bíblia). No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência. O objetivo do jejum visa nos conduzir a reflexão e conversão, nos mostrando que somos necessitados
dos bens que Deus nos dá

Em Loriga a Quarta-Feira de Cinzas foi desde sempre um dia diferente, tempos houve que era mesmo determinante para todo o tempo da Quaresma. As Missas nesse
dia eram por tradição muito convergida pelos fieis que de maneira alguma não queriam faltar a essa liturgia do dia, muito importante e de necessidade na preparação da
Quaresma.
O não comer carne e fazer penitência era também rituais muito bem cumpridos nas casas, ou mesmo no normal quotidiano das pessoas, tudo isso já numa preparação
bem na ideia presente do período de celebração da Paixão de Jesus Cristo, que principia na Quarta-Feira de Cinzas.

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Os Símbolos da Quarta-Feira de Cinzas e a Dor de Cristo no deserto


(Registado aqui - Ano de 2010)

A Amenta
Ementa das Almas
Na etnografia de Loriga a existência da "Ementa das Almas" é uma tradição muito antiga, perdendo-se mesmo na noite dos tempos, e que se vem mantendo de geração
em geração.
Esta prática religiosa tem lugar na noite de Sábado para Domingo, durante a Quaresma depois da 02h00 da manhã. Antes dessa hora os "Penitentes" começam por se
reunir no Adro da Igreja. Pouco depois e, enquanto alguns sobem para a torre da Igreja, outros espalham-se pela vila em pontos altos que lhes possibilite ver a torre,
para travarem um "duelo" de cantos, onde evocam e louvam a paixão e morte de Jesus a salvação da Almas. No silêncio da noite os cânticos ecoam pela Vila,
acordando os crentes que começam a rezar.
Por meio de badaladas no sino da torre da Igreja anuncia-se a cerimónia.

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Bendita e louvada seja,


A paixão do Redentor,
Para nos livrar das culpas
Morreu em nosso favor
*
Acorda, pecador, acorda,
Do sono em que está "dormente",
Lembra-te das benditas almas,
Que estão no fogo ardente.

Estas quadras cantadas com música elegíaca, arrastada, dolorosa, ecoam pelas ruas, despertando os que já dormem, para orem pelas almas dos seus mortos
queridos, cobrindo a vila de saudades.
-Vozes dos "Penitentes":- Rezemos com devoção um Padre Nosso e Ave Maria,
-Respondem da torre da Igreja:- Seja pelo Divino amor de Deus, segue-se uma badalada.
Cântico:
Repetidas são as dores,
De contínuo estão gemendo,
Assim são as almas juntas,
No Purgatório ardendo.
-Vozes dos "Penitentes" pela vila:- Rezemos mais um Padre Nosso e outra Ave Maria.
-Respondem os "Penitentes" da torre da Igreja:- Seja pelo Divino amor de Deus.
*
Clamorosa é a recitação do Padre Nosso e da Ave Maria e pungente é a resposta.
*
-Vozes dos "Penitentes" pela vila:- Dai-lhes o Senhor, o eterno descanso em paz.
-Respondem os "Penitentes" da torre da Igreja:- Entre o esplendor e luz perpétua, fazei que descansem em paz.
Vem a seguir a exortação aos crentes que dormem na inconsciência do momento da vida para que não esqueçam os que penam os seus pecados, lembrando-os do
efémero que é a vida deste mundo.
Olha cristão que és terra Uma alma só que tens
Olha que há-des morrer Se a perdes que será?
Há-des dar contas a Deus Se cais no mesmo abismo
Do teu bom e mau viver Nunca mais a Deus verás

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Não caias em tentação Confessa os teus pecados,


Como calma na geada Emenda atua vida,
Que andam a tentar Que a morte te anda buscando,
Os três inimigos da alma De noite e mais de dia.
-Vozes dos "Penitentes" pela vila:- Rezemos-lhe com devoção uma Salvé Rainha.
-Respondem da torre da Igreja:- Seja por seus infinitos louvores.
Quando a manhã começa, os "Penitentes" juntam-se novamente no adro da Igreja para todos juntos fazerem arruada, rezando ainda pelas almas dos seus mortos
regressando finalmente ao seus lares, certos do haver cumprido este seu dever sagrado.
***
São muitas as pessoas que a Loriga se deslocam, para ouvir a Ementa das Almas, atraídas pela sua fama. Também a esta Vila se deslocou um dia, Michel Giacometti,
grande pesquisador por todo o país, das tradições, dos cantares, dos usos e costumes, aos quais dedicou a sua vida em Portugal.
Esta secular tradição em Loriga, da Ementa das Almas, puderam assim ficar registadas na grandiosa obra desse histórico pesquisador de tradições portuguesas.
(Registado aqui - Ano de 2000)
***
Vídeos
= Ementa da Almas em Loriga = Arruada em Loriga =

Nota complementar
"Ementa" ou "Amenta" as Almas ?

Ao longo dos tempos, tanto oralmente como na escrita tem tido as duas interpretações, uns considerando "Ementa" outras considerando "Amenta". O certo,
é que tanto uma como outra estão correctas, assim e tendo em conta aquele valor dos meus tempos de criança, neste artigo aqui descrito, irei manter
"Ementa" por ser assim que ouvia as pessoas mais antigas, assim a expressarem-se

Estudo da Tradição Secular da "Ementa das Almas" em Loriga *


(Síntese da Memória Final da Licenciatura em Ensino - Educação Musical)
Quando Começou ?...
Estes Cânticos que fazem parte da "Ementa das Almas" (Encomendação das Almas, na sua designação mais corrente) existem em Loriga, pelo menos desde o Séc.
VIII, de acordo com os testemunhos de alguns dos mais velhos participantes neste ritual.
1905 A "Ementa das Almas"
Entoados nos primeiros tempos por vozes, juntou-se-lhes o instrumental, a partir do momento em que surgiu na vila uma banda de música - 1906.
é, no fundo, uma versão popular da "Liturgia dos Mortos" da Igreja Católica. O certo é que, embora com dificuldade, em Loriga, esta tradição vai-se mantendo.
Todos os anos, nas madrugadas de Sábado para Domingo, durante a Quaresma, o silêncio da noite é quebrado pelo ecoar dos Cânticos da "Amenta das Almas", graças
à boa vontade de uns tantos (não muitos) Loriguenses, que teimam em manter viva esta tradição.
Durante cerca de 2 horas, entre as quatro e as seis, desenrola-se este diálogo cantado, por vários homens que subindo aos pontos mais altos da vila, despertam o povo
que dorme, para a recordação dos que já morreram. Aqui e ali, o diálogo é interrompido por uma badalada do sino da torre da Igreja, onde se encontra um dos
participantes neste ritual, seguido de um período de silêncio - o necessário para que se reze um Pai nosso... uma Avé Maria....

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Apresentamos aqui a melodia que suporta este ritual (Partitura 1). Para além desta melodia, salientamos na tradição de Loriga "Os Martírios" (partitura 2)1, cantados Sexta Feira Santa.
1 As partituras apresentadas não podem ser vistas como uma reprodução fidedigna do que se canta em Loriga. Até porque, tratando-se de exemplos de canto não medido, como diz Lopes Graça (cit. p.21) e com um texto tão
diverso ao nível da métrica, é muito difícil reproduzir-se em escrita musical. Partitura 1.

*
No final deste diálogo, o grupo junta-se no adro da Igreja e inicia-se uma outra fase deste Rito, a "arruada".
Esta é uma espécie de "Via Sacra" realizada pelo grupo de homens que canta a "ementa" e mais alguns que se lhes juntam, posteriormente, para aumentar o número de
vozes e assim, melhor se fazerem ouvir pelos que não acordaram. Na "arruada", cantam-se os "Passos" dando conta das várias etapas do caminho de Cristo até ao
Calvário. Trata-se, como já dissemos de uma espécie de "Via Sacra", cantada pelo grupo, no final da "Ementa". Sexta Feira Santa, durante a arruada canta-se a "Mãe
Dolorosa", cântico que lembra as dores que Maria sentiu pela paixão e morte do seu Filho.
Esta tradição mantém-se, independentemente das condições climatéricas. O período quaresmal, normalmente em Fevereiro e Março, é tempo de grandes nevões na
região da Serra da Estrela. Mas, nem mesmo os nevões impedem que se cumpra a
tradição. Embora Loriga tenha um razoável numero de população jovem, esta não se mostra muito interessada por estas tradições. Assim é muito natural que venha a
perder-se a curto prazo.

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Como Situar a Tradição?


Desde muito cedo, ainda na infância, este ritual marcou-nos de uma forma que, na altura não conseguíamos explicar.
Com o decorrer dos anos, envolvemo-nos com aqueles que, madrugadas dentro cumpriam religiosamente, todos os anos, esta tradição.
Assim, cedo nos apercebemos de que as melodias da "Ementa das Almas" fugiam um pouco à sonoridade que estávamos habituados a ouvir. Pensávamos:- Isto deve
estar desafinado!...
Mais tarde, com o evoluir dos nossos conhecimentos musicais, começámos, finalmente, a perceber que não se tratava de desafinação, mas de uma técnica de
composição diferente. É aqui que surge a ideia de deslindar a origem desta tradição. Não de uma forma superficial, mas de algo mais profundo, indo mesmo às origens
mais remotas.
Para tal, havia que investigar, não só em Loriga, mas noutras terras onde rituais deste género têm lugar. Assim, a simples curiosidade dá lugar a uma pesquisa
sistemática de cariz mais científico.
Como ao longo dos anos fomos recolhendo informação sobre este e outros assuntos que se referem às tradições da região serrana, tradições culturais de uma forma
geral, mas com especial incidência nas musicais, não é de estranhar que tenhamos optado por tratar este tema logo que surgiu uma oportunidade de fazer uma
investigação na área da Etnomusicologia.
Assim, formulámos o seguinte problema nesta investigação:
- Será a "Ementa das Almas" de Loriga uma tradição secular? E quando se terá iniciado?
Para responder a esta pergunta e solucionar o problema que colocámos, há que atender a um sem número de situações que se prendem com a delimitação desta
problemática.
Numa primeira análise, verificamos que o âmbito desta investigação atravessa vários domínios das Ciências Sociais.
Desde logo devemos contextualizar este problema numa perspectiva histórica. Há que curar de saber se Loriga ou outro aglomerado populacional poderiam suportar uma
tradição deste tipo ao longo de um determinado período histórico. Isto é, para situarmos a origem deste ritual num dado momento histórico, há que saber se existiam os
sujeitos e se os mesmos poderiam ser localizados no espaço ou território a que hoje chamamos Loriga.
Por outro lado, cruzámo-nos com a perspectiva antropológica. De que forma ritualizava o homem o culto dos mortos? Quando e em que condições o começou a fazer?
Porquê ritualizar este culto? Que crenças lhe estão subjacentes? Qual o papel da religião nesta ritualização? Como evoluiu a crença na vida para além da morte?
A estas e outras perguntas do mesmo tipo tentámos responder ao longo da nossa investigação. Até porque sem estas respostas não conseguiríamos contextualizar, do
ponto de vista antropológico, o problema que formulámos.
Por fim surge-nos a perspectiva musical ou para sermos mais correctos a perspectiva etnomusical. E aqui tratámos de procurar pontos de contacto, semelhanças ou
diferenças entre técnicas de composição actuais e outras mais ancestrais.
Procurámos fazer a análise de partituras deste e de outros rituais semelhantes e situar as mesmas no tempo e no espaço.
Tínhamos consciência de que seria algo difícil provar com toda a certeza que a tradição da "Ementa das Almas" de Loriga tem origem secular, provavelmente no tempo
da Romanização da Península Ibérica.
No entanto, através da investigação e de comparações com melodias e tradições divulgadas por outras fontes, procurámos atingir esse nosso objectivo.
Para atingi-lo, colocámos em cima da mesa várias hipóteses:
Sendo o nosso objectivo situar esta tradição o mais longe possível no tempo, a primeira das hipóteses que colocámos situa-se no período anterior à formação da
nacionalidade, na Lusitânia, pois as fontes que consultámos dão-nos conta da existência de uma comunidade no local.
É uma hipótese remota mas nem por isso totalmente descabida, uma vez que, existem vestígios de rituais fúnebres, que remontam a esse período.
Outra das hipóteses, quiçá, a mais credível, situa-se na época da reforma do canto litúrgico - Séc IX.
Dizemos que será a mais credível atendendo à forma de construção de algumas das melodias que, em nosso entender, mantém uma certa semelhança com a construção
monofónica e execução responsorial típica do "cantochão".
Uma terceira hipótese é aquela que situa o início desta tradição nos Séc XVII ou XVIII.
No entanto, esta, à partida, está provada pelos testemunhos recolhidos em Loriga. O "Ti Zé Garcia" homem para 70 e tantos anos, já falecido, que foi a alma deste ritual
há duas décadas, dava-nos conta de que foi iniciado nesta tradição pelo seu pai, que por sua vez havia sido iniciado pelo pai dele. Todos os outros participantes neste
ritual afirmavam ter sido iniciados pelos pais e estes pelos avós.

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Aprofundámos, no entanto, a hipótese que considerámos mais credível, atendendo às características musicais dos cânticos utilizados ou seja, o Séc. IX. Dos dois
cânticos que apresentamos, em ambos os casos a construção afigura-se-nos como modal. Isto é, sendo tonal a música que estamos habituados a ouvir (a música tonal
só aparece nos Séc. XVII /XVIII), esta soa-nos aos ouvidos como algo estranho, como se não fizesse parte (como não faz) do nosso quotidiano. É que a música que
estamos habituados a ouvir é construída a partir de escalas - tonalidades - porque assentam numa nota que é a tónica. Eis a razão porque se chama tonal.
Na Idade Média, a musica era modal, porque a sua construção assentava em modos. Esses modos eram grupos de sons sobre os quais eram construídas as melodias
da época.
Existiam 4 modos chamados Autênticos ou Gregos e 4 modos derivados destes, chamados Plagais ou Eclesiásticos.
A construção melódica dos cânticos que analisámos é tipicamente modal, logo, com origem na época da reforma do cântico litúrgico (Séc. IX). Os Martírios estão
construídos no modo Autêntico de Mi, também conhecido por Frígio. A Melodia da "Ementa das Almas" está construída no modo autêntico de Ré, também conhecido por
Dórico.
A sua forma responsorial é típica do Cantochão, nome que era dado ao canto Gregoriano dessa época. Os Melismas ( uma só sílaba é entoada ou prolongada pela
melodia) também típicos desta época estão presentes em ambos os cânticos com alguma abundância.
Pelas razões apontadas e outras de cariz mais científico, que aqui nos abstemos de abordar, poderemos, efectivamente afirmar que esta é uma tradição que remonta
aos primórdios do Cristianismo na Península Ibérica.
"Ementar" ou "Amentar" as Almas?
Outra das pistas que seguimos leva-nos à origem do nome deste ritual.
Em Loriga, desde crianças, habituámo-nos a ouvir falar da "Ementa das Almas". Todos aqueles que cumpriam este ritual a ele se referiam desta forma. No entanto, a
partir de uma certa altura, começou a constar em Loriga que o termo correcto seria "Amenta" e não "Ementa".
O curioso desta questão é que uns e outros podem estar certos porque ambos os termos existem e com significados similares.
Segundo Sousa Viterbo2, "amentar", quer dizer: "Quando os pastores da Igreja rezam pelos defuntos".
No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora a palavra "amentar" surge com o significado de "Encomendar as Almas". No entanto, não quisemos ficar por aqui e
fomos procurar a origem das palavras e chegámos a interessantes conclusões.
Segundo o Dicionário Etimológico a palavra "amentar", do Latim amentare surge pela primeira vez na língua Portuguesa no Séc. XVIII e com o significado de "prender
com correias, atar".
A mesma fonte refere a palavra "amentar", como tendo origem em mente(lat. Mens mentis) com o significado de intelecto, alma espírito, do Latim Amens amentis com o
sentido de que perdeu a mente.
Mas o mais curioso desta nossa procura é que do ponto de vista da origem etimológica do termo, fomos encontrar o termo "ementar", também relacionado com mente,
como tendo surgido na língua Portuguesa pela primeira vez no Séc. XIII com o significado de recordar.
Perante estes factos poderemos afirmar que termo "Ementar" é o que vem de encontro à nossa tese de situar o início deste ritual na Idade Média. Por outro lado, os
participantes que há duas décadas atrás diziam que estavam a "Ementar as Almas", estavam, do ponto de vista do português, cobertos de razão.
Afinal o que é este ritual senão o recordar as almas do purgatório?
Assim, no caso de Loriga, é mais correcto dizer a "Ementa das Almas" e não "Amenta das Almas".
* Autor:- Joaquim Pinto Gonçalves
2 In, "Elucidário", Sousa Viterbo. Cit. p. Armando Leça, Música Popular Portuguesa, p. 10.
Fonte:- http://trovanossa.blogspot.com/2008/09/ementa-das-almas-em-loriga.html
***
Nota:- Magnifico trabalho de pesquisa e de estudo sobre a Ementa da Almas de Loriga, levado a efeito por este bem conhecido loriguense Joaquim Pinto Gonçalves,
que desta forma veio enriquecer uma das mais importantes tradições de Loriga. Mantém a opinião errada de dizer Ementa em vez de Amenta.
(Registado aqui - Ano de 2007)

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A Quaresma em Loriga
A Quaresma em Loriga, foi sempre um período de verdadeira manifestação religiosa, de muita fé e muita devoção. Mesmo hoje apesar de os tempos serem outros,
continua a verificar-se o mesmo espirito religioso, tal como outrora, continuando-se a realizar todos os actos litúrgicos, próprios desta quadra dolorosa da igreja católica
que sempre se conheceu. É certo também, que nos tempos passados, a quadra da Páscoa em Loriga era na realidade diferente, como podemos aqui testemunhar e ao
mesmo tempo recordar. Recordamos pois aqui, o periodo da Quaresma em Loriga, nomeadamente as duas últimas semanas, onde podemos conjugar o passado e o
presente.
***
Chegava a ser surpreendente a azáfama da população da Vila de Loriga, com a aproximação da quadra da Páscoa. As pessoas uniam-se em comunidade limpando bem
as ruas, as mulheres esforçavam-se numa barrela mais completa às suas casas, ornamentando as prateleiras com papeis coloridos e decorativos, onde os alumínios
eram postos a brilhar. As toalhas brancas eram colocadas nas mesas, pois tudo tinha que estar bem esmerado para quando da chegada do Senhor na sua visita Pascal,
no domingo de Páscoa.
Espiritualmente, o povo também se preparava, ninguém faltava à chamada "desobriga" até mesmos os menos praticantes não
o deixavam de o fazer, toda agente queria cumprir com as suas obrigações para com o Senhor. Nesses tempos a população
era muita, por isso para as confissões, vinham sacerdotes das terras vizinhas ajudar o Pároco de Loriga. Por conseguinte as
comunhões atingiam também números significativos e bastante elevados.
Durante a semana Santa, nas proximidades dos fornos públicos da Vila, pairava sempre no ar o cheirinho aos bolos:-
broinhas; biscoitos; pão de Ló, bolo negro e outros, que eram as doçarias tradicionais feitas exclusivamente para essa altura.
Nos dias que antecediam ao Domingo de Ramos, era quem mais procurava os melhores e maiores ramos, toda a gente queria
ter o seu ramo para benzer nesse domingo.
A concentração de toda a gente com os seus ramos era no Largo do Santo António, dali saía em cortejo para a Igreja
Paroquial, alguns, mais pareciam autenticas oliveiras, que faziam com que o senhor padre ficasse com um certo mau humor,
ao ver entrar na igreja tão grandes ramos.
Horas antes, grupos de jovens e mesmo homens, percorriam os seus ramos pelas ruas da povoação, cantando o "Rogai por
Nós" arreliando por vezes os mais desafortunados, um ritual tradicional de tempos passados que hoje fazem parte apenas de
recordações.
No Domingo de Ramos, à noite, tinha lugar a Via-Sacra do homens e jovens, que transportando uma grande cruz de madeira,
percorriam as principais ruas da Vila, recordando o caminho doloroso percorrido por Cristo a caminho do Calvário. Esta
manifestação era de muita devoção e de um verdadeiro sentimento de pesar, de silêncio e de muito sentido respeito,
cerimónia esta que nenhum homem queria de maneira alguma faltar. A Via-Sacra dos homens continua hoje a realizar-se
Durante o período da Quaresma, nas noites de sábado para domingo, homens e jovens cantavam a "Amenta das Almas",
tradição secular em Loriga, que ainda hoje continua a ser um ritual bem real.
No silencio da noite rompem os cânticos de vários locais da vila, que mais parecem vozes com clamores vindo do Além
lembrando ao povo para que reze pelas almas do purgatório e pelos familiares já desaparecidos da vida dos vivos. "Acorda,
pecador, acorda do sono que está "dormente". Lembra-te das benditas almas que estão no fogo ardente ..."
Na Semana Santa as cruzes e os altares da igreja Matriz eram tapados, revestidos de preto ou roxo que só eram retirados na
missa de sábado para domingo, ao som das campainhas e sinos, simbolizando a Ressureição de Jesus.
Quinta-Feira Santa realizava-se a procissão do Senhor dos Passos pelas ruas da vila, tornava-se como sempre majestosa,
Altar do Calvário na Igreja Matriz de Loriga
algumas das vezes complementada com um sermão do "encontro" um ritual sempre muito aguardado com ansiedade e com
certa fama na região.
No dia seguinte na noite Sexta-Feira Santa, era a vez de ter lugar a procissão do enterro de Jesus também pelas principais
artérias de Loriga, e tal como a escuridão da noite o negro das capas da Irmandade era impressionante, incorporando-se

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todo o povo, com verdadeiro respeito, devoção e muito sentimento.


Chegava finalmente o Domingo de Páscoa, que começava com toda agente a despertar mais cedo, pois não havia tempo a
perder. As donas de casa apressavam o almoço e davam os últimos retoques nas respectivas casas. Era preparada e
enfeitada a bandeja dos bolos. Dos "guarda-loiças" eram retirados os melhores cálices e copos. Preparavam-se as garrafas
do vinho abafado ou vinho do Porto já há muito tempo guardadas, especialmente, para esse dia. Ao meio-dia em ponto
dobravam os sinos da Igreja anunciando a saída do Senhor Padre e da Cruz de Cristo para a sua visita Pascal.
Todas as portas eram bem abertas, trocavam-se as visitas de familiares e amigos, era uma azáfama total, com as pessoas a
correr de um lado para outro, quando por vezes as visita Pascal condizia numa ou noutra casa ao mesmo tempo. Por norma a
visita pascal era realizada por dois padres que percorriam toda a vila, um para o "cimo" outro para o "fundo".
A Visita Pascal terminava já com o cair da noite, sendo bem patente nos rostos o cansaço, mas ao mesmo tempo a satisfação do dever cumprido para com o Senhor e
com as famílias, mas também acima de tudo sobressaía em todos, a Amizade, a Paz e a Fraternidade.
No dia seguinte as pessoas pareciam sentir já saudade desta quadra então agora terminada, pensando mesmo já no próximo ano para que voltasse bem depressa.
***
Celebrações Solenes da Quaresma em Loriga
***
Quarta-Feira de Cinzas:- Missa das Cinzas
*
Amenta das Almas
Durante a Quaresma, homens e jovens canta esta tradição secular em Loriga, lembrando aos crentes e não crentes as almas do
purgatório. Nas noites de Sábado para Domingo, rompem vozes como que vindo do Além que entre muitos canticos este:.
Acorda pecador acorda
no sono que está dormente.
Lembra-te das benditas almas
Que estão no fogo ardente
*
Domingo de Ramos
Procissão dos Ramos para a Igreja Matriz, onde são benzidos - Missa dos Homens e Via-sacra dos Homens (à noite) - pelas
principais ruas da Vila, terminando na Igreja Paroquial com uma cerimónia do encerramento a ser cantada por todos, com versos
alusivos ao martírio de Jesus, entre muitos este da Mãe Dolorosa.
Mãe de Jesus trespassada
De dores ao pé da cruz
Rogai por nós, rogais por nós - Bis
Rogais por nós a Jesus.
*
Quinta-Feira Santa

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Procissão do Senhor dos Passos - pelas ruas da vila, como o "Encontro" no local chamado "Praça" numa grande manifestação de fé e
devoção.
*
Sexta-Feira Santa
Procissão do "Enterro do Senhor" - pelas principais ruas da vila, onde é bem demonstrativo o silêncio e o sentido respeito nas
pessoas que acompanham ou simplesmente assistem.
Via Sacra dos Jovens - pelas ruas da vila, num figurino bem verdadeiro na arte de representar o caminho doloroso percorrido pelo
Senhor até ao Calvário,
*
Domingo de Páscoa
Procissão da Ressurreição - pelas principais ruas da vila, Santa Missa e Visita Pascal
*
Registos de tempos passados:
-O facto de em determinadas épocas ser apenas um padre em Loriga, um dia só era escasso, para efectuar a Visita Pascal à Vila.
Por esse facto chegou a ser realizada em dois dias, Domingo e Segunda-Feira da Páscoa.
(Registado aqui - Ano de 2003)

Domingo de Ramos em Loriga-Via Sacra dos Homens

O Domingo de Ramos em Loriga é um dia importante onde a tradição continua a manter-se


bem viva, tal como nos tempos passados.
Pela manhã, concentram-se as pessoas com os ramos junto à Capela de Nossa Senhora do
Carmo, de onde sai a Procissão com destino à Igreja para serem benzidos, seguindo-se
depois a Santa Missa. (Antigamente esta procissão realizava-se da Capela do Santo António,
existente no Largo com o mesmo nome).
À noite tem lugar a Via-Sacra do homens e jovens, que transportando uma grande cruz de
madeira, percorre as principais ruas da Vila, recordando o caminho doloroso percorrido por
Cristo a caminho do Calvário. Esta manifestação de fé e de muita devoção, é na verdade de
enorme sentimento, de pesar, de silêncio e de muito sentido respeito. Cerimónia esta que
nenhum homem quer de maneira alguma faltar.
A Via-Sacra termina na Igreja Paroquial com uma cerimónia do encerramento a ser cantada
por todos, com versos alusivos ao martírio de Jesus.

Via-Sacra dos Homens

(Registado aqui - Ano de 2005)

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***
Quinta-Feira Santa - O "Encontro"
Em Loriga de outras eras, as cerimónias religiosas da Semana Santa, todas elas eram algo de impressionante e de muita fé, no
entanto, Quinta-Feira Santa era muito especial, havia até quem dissesse, ser um dos dias mais movimentados da semana.
Na procissão de Quinta-Feira à noite, realizava-se o "Encontro" uma tradição que era levada a efeito na rua, numa grande
manifestação de devoção para com Jesus. Com os tempos foi acabando, hoje apenas faz parte de recordações de muitos nós.
Pela manhã de Quinta-Feira Santa, era celebrada a última missa entrando a Igreja de luto pesado, com todas as imagens e altares
tapados de roxo ou de preto.
A noite aproximava-se e com ela toda a população a preparar-se para a realização da tradicional procissão do Senhor dos Passos ou
do "Encontro" como popularmente muitos também assim a chamavam. Toda a gente se incorporava nesta procissão. A Irmandade das
Almas, cujo irmãos ostentavam opas pretas e capuz na cabeça, confirmava o aspecto fúnebre e de penitência.
As janelas das casas eram iluminadas com velas ou lâmpadas eléctricas, na própria
procissão os fieis levavam também velas, que contribuíam para austeridade do cortejo.
Incorporavam-se também jovens vestidos de branco denominados de "penitentes" cuja
alvura contrastava com o negrume dos demais fieis.
O cortejo saía da Igreja conduzindo a imagem do "Senhor da Cruz às Costas" que
também se denominava de Santo Cristo ou Senhor dos Passos, onde no lugar conhecido
por "Praça" aguardava a chegada dos andores com Nossa Senhora e São João, que
chegavam um pouco mais tarde. Entretanto, o pregador já se encontrava numa varanda
de uma das casas, de onde iria efectuar o sermão.
Épocas ainda mais remotas, dão-nos conta que o tradicional "Encontro" era efectuado no
Largo do Poleirinho, recordando-se como curiosidade, o facto de os andores com a
imagem de Nossa Senhora e de São João sairem de uma casa ali na vizinhança, para
onde tinham sido levado umas horas antes.
Qualquer dos locais que fosse, certo é, que nessa hora as ruas adjacentes, varandas e
janelas, ficavam repletas de fieis para assistirem ao sermão que era iniciado logo após a
chegada dos andores de Nossa Senhora e São João, era o momento solene do
"Encontro" com o pregador a dizer "Mãe: eis aí o teu Filho. Filho: eis aí a tua Mãe"
dando assim início à pregação enaltecendo a figura do Mártir, a caminho do Calvário,
sermão que era ouvido pela população com toda atenção e respeito, e no silêncio da
noite era possível ouvir-se em quase por toda a povoação.
Uma vez o "pregador" atrapalhou-se, fez um trocadilho das palavras no início do sermão,
que provocou muitos risos, mas que foram também imediatamente abafados pela
austeridade do momento. No entanto, ainda hoje muitos recordam esse episódio, usado
até como piada popular em Loriga.
A seguir ao sermão a "Verónica" cantava pela primeira vez dentro do mais profundo Senhor dos Passos

silêncio o "Ecce Homo", que ensaiara durante algum tempo, sendo mesmo tratada com
"gemadas" para aperfeiçoar a voz e ter forças nos pulmões para poder ser ouvida a
grande distância. A representação da "Verónica" era um cargo muito disputado pelas
meninas daquelas épocas.

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Depois a procissão seguia rua acima, dava volta pela Amoreira, seguia pelo "Fundo" e regressava à Igreja, tudo no mesmo tom de
devoção penitência e silêncio.
Terminava assim um dia diferente em Loriga, com o regresso de todos às suas casas, conscientes de uma fé ainda mais forte ao
recordarem o martírio doloroso percorrido por Jesus a caminho do Calvário.
Com os tempos esta cerimónia religiosa do "Encontro" foi desaparecendo, hoje faz parte de recordações de alguns, em que esta
tradição em Loriga, era vivida com muita fé e devoção.
(Registado aqui - Ano de 2003)

***

Sexta-Feira Santa-O "Enterro"


Procissão do Enterro de Jesus pelas principais artérias de Loriga, e tal como a
escuridão da noite, é impressionante, o negro das capas com os capuzes na
cabeça, que os irmãos da Irmandade das Almas vestem, confirmando assim o
aspecto fúnebre e de penitência.
Procissão sempre majestosa que decorre no maior respeito e silêncio,
incorporando-se todo o povo numa grande manifestação de fé, devoção e de muito
sentimento.
A procissão com a imagem de Jesus deitado no esquife, logo seguido do andor
com a imagem de Nossa Senhora, depois de dar a volta à vila, regressa à Igreja
sempre no mesmo tom de respeito, penitência e silêncio.

Enterro de Jesus (Foto ano1989)

(Registado aqui - Ano de 2003)

***
O Domingo de Páscoa em Loriga

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O Domingo de Páscoa é um dia diferente em Loriga, apesar de os tempos serem outros,


continua na mesma, a viver-se esse dia com muita devoção e entusiasmo.
No entanto, também é bem que se diga que já pouco tem haver com os tempos passados.
O Domingo de Páscoa, era na verdade vivido diferente dos tempo de hoje.
O Domingo de Páscoa, começava com toda agente a despertar mais cedo, pois não havia
tempo a perder. As donas de casa apressavam o almoço e davam os últimos retoques nas
respectivas casas. Era preparada e enfeitada a bandeja dos bolos. Dos "guarda-loiças"
eram retirados os melhores cálices e copos. Preparavam-se as garrafas do vinho abafado
ou vinho do Porto já há muito tempo guardadas, especialmente, para esse dia. Ao meio-dia
em ponto dobravam os sinos da Igreja anunciando a saída do Senhor Padre e da Cruz de
Cristo para a sua visita Pascal.
Todas as portas eram bem abertas, trocavam-se as visitas de familiares e amigos, era uma
azáfama total, com as pessoas a correr de um lado para outro quando por vezes as visita
Pascal condizia numa ou noutra casa ao mesmo tempo. Por norma a visita pascal era
realizada por dois padres que percorriam toda a vila, um para o cimo outro para o fundo.
A Visita Pascal terminava já com o cair da noite, sendo bem patente nos rostos o cansaço,
mas ao mesmo tempo a satisfação do dever cumprido para com o Senhor e com as
famílias, mas também acima de tudo sobressaía em todos, a Amizade, a Paz e a Visita Pascal (Foto ano 2002)

Fraternidade.

Domingo de Páscoa - Os sinos anunciando que o padre está a sair para a sua visita pascal
Vídeos
= Sino - Inicio da Visita Pascal1 = = Sino - Inicio da Visita Pascal2 = = Visita Pascal no GDL =
= Visita Pascal - Rua da Oliveira = = Domingo de Pascoa em Loriga =
(Registado aqui - Ano de 2006)

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A "Matraca" em Loriga

A "Matraca" é um instrumento de certa


maneira musical de percussão, feito de
madeira onde se unem marteletes também de
madeira ou de metal, que a nível religioso tem
como função substituir as campainhas e sinos
na Semana Santa, quando a igreja está de luto
e hoje ainda muito usado um pouco por todo o
lado.
Conhecem-se várias formas de "Matracas".
Em Loriga é feita de madeira revestida nas
extremidades em ferro, onde ali vão bater três
berloques em gênero de pingentes, que
movimentados com o manejar da mão, forma
um som característico e original
Nos tempos passados em Loriga, a "Matraca"
não era só usada no interior da igreja, como
também fora dela, nomeadamente pelas ruas
da vila, anunciando dessa maneira as
procissões ou para chamar as pessoas para a
igreja para os rituais da Páscoa.
Fotos da "Matraca" muito usual em Loriga na Semana Santa (vp)
(Registado aqui - Ano de 2006)

A "Noite dos Chocalhos" em Loriga


A "Noite dos Chocalhos" é uma tradição existente em Loriga que ocorre no dia 11 de
Novembro, dia dedicado a São Martinho. Apesar de ainda hoje se festejar, graças à carolice
de alguns, já pouco tem haver como em tempos passados, que na realidade era festejado
com grande intensidade.
Nessas épocas já distantes, eram muitos os pastores que se juntavam carregados de
chocalhos e campainhas com as respectivas coleiras, que enfiavam nos braços e nas pernas
e, em marcha acelerada, davam voltas às ruas até altas horas da noite provocando um
barulho ensurdecedor que se ouvia por todo o lado e que, segundo relatos antigos, até se
ouvia na Portela do Arão. Por isso mesmo, nessa noite, as pessoas pouco ou nada dormiam.
Este velho costume dos pastores, que se pensa vir de tempos remotos, que segundo se
sabe, destinava-se a festejar o facto de, os pastores estarem nas montanhas a maior parte
do ano junto aos seus rebanhos, assim nessa data davam largas ao seu contentamento,
Dia São Martinho (Ano 2005) aproveitando também para a prova novo vinho.
Esta festa principiava já perto do final do dia, com a chegada dos pastores à "Carreira" onde

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se reuniam, todos eles carregados com o maior número possível de chocalhos e campainhas.
Quando todos estavam presentes, davam inicio à marcha pelas várias ruas da povoação, que
terminava muito perto da manhã, já muito bem bebidos, pois levavam a noite inteira a beber
uns bons quartilhos de vinho novo.
No ano em que Loriga foi atacada por grave epidemia, as autoridades locais tentaram acabar
com esta tradição antiga, o que provocou discordância dos organizadores, tendo o assunto de
ser resolvido pela justíça.O Juiz, muito compreensivo, deu esta sentença que ficou famosa
"Cada terra tem seu uso e cada roca tem seu fuso, por isso temos que respeitar as
tradições".
À medida que a actividade pastorícia foi diminuindo, com o desaparecimento dos rebanhos e
consequentemente dos pastores, esta tradição hoje em dia já não é o que era, no entanto,
continua a existir em alguns, a boa vontade, no sentido de conservar esta tradição.
***
Nota:- A origem do chocalho é desconhecida, admitindo-se que tenha sido trazido pelos árabes, e foi usado para conduzir e guardar o
gado, utilizando-se peças diferentes consoante se tratava de vacas ou bois, cabras, ovelhas ou gado muar.
Para fazer um chocalho era preciso trabalhar o metal e depois levá-lo a cozer num forno, a altíssimas temperaturas. Todo o trabalho
de confecção era natural e cada chocalho demorava horas a fazer. Era preciso talhar a folha de ferro, moldá-la, abrir um buraco para
meter o céu (onde se pendura o badalo), enchê-lo de barro, soldá-lo, levá-lo ao forno e afiná-lo no final.
Hoje os Chocalhos existentes em Loriga, são praticamente peças de artesanato, que valem por isso mesmo.
(Registado aqui - Ano de 2005)

1 de Novembro - Dia de Todos os Santos


O Dia de Todos os Santos é um culto muito antigo, aliás, parece ter estado sempre presente em
quase todas as religiões, principalmente nas mais antigas. Na prática, na Igreja Católica o Dia de
Todos os Santos surgiu como um vínculo suplementar entre vivos e mortos, destinado a todos. O
próprio mundo profano, em geral, também aderiu a essa prática. Com o passar do tempo, a
comemoração ultrapassou seu aspecto exclusivamente religioso, para revelar uma feição emotiva
e de saudade.
Tal como acontece por todo o lado, Loriga não foge à regra, este Dia de Todos os Santos é
também popularmente conhecido por "Dia dos Finados" só, que por norma o "Dia de Finados"
pertence ser celebrado no dia 2 de Novembro. De qualquer das formas em Loriga, tanto o dia 31
de Outubro, como os dias 1 e 2 de Novembro, são celebrados com muito respeito e também com
muita dedicação aos entes queridos, que partiram já desta vida dos vivos, uma data que
representa ao mesmo tempo um envolvimento de muitas recordações, de muitas tristezas e de
muitas saudades.
As sepulturas no cemitério, são "melhores arranjadas", com flores, velas, lampiões, lamparinas,
num cenário de verdadeira fé e pesar, com as pessoas junto das campas dos seus familiares,
recolhidas numa verdadeira manifestação de saudade, respeito e sentida dor.
Nesta data dedicada aos "Finados", tradicionalmente, deslocam-se a Loriga muitas pessoas que

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estão longe, para assim também desta forma e junto das campas dos seus ente queridos, se
unirem no espírito de saudade e recordação. Neste dia do culto dedicado aos defuntos, por
hábito, as pessoas deslocam-se à Igreja Matriz, juntando-se em Procissão, que o Pároco faz
muito perto do final do dia, véspera do dia 1 de Novembro, numa romagem de saudade ao
cemitério local, que se enche de gente, chorando os seus familiares mortos, unindo o passado e Cemitério de Loriga - Dia dos Finados
futuro num só presente.
No dia 1 de Novembro e durante todo o dia, as famílias e amigos, voltam novamente até ao
cemitério, visitando de novo as campas dos entes queridos, no mesmo sentimento de saudade e
de recordação.
(Registado aqui - Ano de 2002)

Novembro - O Mês das Almas


Apesar de existir um piedoso costume de manter durante o ano, os cemitérios floridos, torna-se ainda mais carismático durante o mês de Novembro (Mês das Almas).
O mês da Almas, começa praticamente com o culto aos defuntos, um ritual cristã vindo dos tempos mais remotos, onde será difícil de encontrar um lugarejo onde esta
tradição não esteja arreigada até à medula, nos hábitos das famílias e das paróquias.
A Igreja tem esta duradoura tradição que começa logo em 1 de Novembro dia dos Finados, no entanto, o Dia das Almas é em 2 de Novembro, e segue pelo mês todo,
onde são lembradas as Almas do Purgatório. Este é um tempo especial durante o ano em que mais se rezam as Santas Missas pelas Almas, lembrando-se sempre
delas nas orações pessoais, devoções e sacrifícios.
O mês inteiro de Novembro é consagrado à oração pelas Almas do Purgatório, assim como, todas as segundas-feiras em todos os meses. As Almas do Purgatório
que estão passando por esta "purificação" nada podem fazer por si próprias, mas nós podemos ajudá-las através das nossas orações e das nossas boas obras. O
grande sinal de amor pelos amados que partiram deste mundo é rezar por eles. Rezemos pelas Almas do Purgatório, seguindo o exemplo de tantos santos que se
preocupavam com o sufrágio das almas e pregavam essa devoção marcadamente cristã.
Em Loriga o mês de Novembro dedicado às Almas é muito recordado, sendo mesmo especial nas orações para com os defuntos. Foi desde sempre um mês de muito
respeito pelos mortos, existe até uma crença muito forte na maioria das pessoas em visitar o cemitério nos primeiros nove dias do mês, ou então mesmo o fazendo
durante todo o mês de Novembro.
No dia 2 de Novembro, é o verdadeiro dia dedicado aos fiéis Defuntos, sendo racionalmente realizada a missa por todas as Almas.

Quadras dedicadas às Almas *

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Caiem folhas uma a uma Tudo se cala... Silêncio..


Os ramos ficam despidos... Noite fria... Os sinos choram...
Tardes frias de Novembro Rezam almas neste mundo
Lembram mortos esquecidos. Pelas almas que já foram...

* *
Como eu sinto as badaladas É o mar da nossa Vida...
Chorando dentro de mim!... Onde acaba?... Lá no Céu....
Lá vão elas... Vou com elas Como chora a badalada
Por um mar que não tem fim... Que o velho sino trangeu...

* *
Lembro as noites de Novembro Era com eles, à noite
Do tempo que já lá vai... Que sempre depois da ceia,
E choro... choro... rezando Rezava pelas alminhas,
Por minha mãe por meu pai. À triste Luz da candeia...

* *
Ai como os anos passaram!... Ò badaladas à noite
Também se foram meus pais... Ai que longe ides morrer!...
Ò sino velho da torre, Almas no Céu a gozar,
Não chores, não chores mais.. Almas na Terra sofrer.

* *
Ó badaladas da noite Cala-te, sino, que a Lua
"Alminhas" Junto à Fonte das Almas
Calai-vos, não choreis tanto, Vai caladinha no Céu...
Tenho a alma dolorida, Que linda noite estrelada!...
Nadam meus olhos em pranto. Feliz de quem já morreu!...
* Cassiano Guimarães (1960)

(Registado aqui - Ano de 2002)

O Natal em Loriga
A quadra de Natal é a festa da família, apesar de hoje em dia o mundo andar distraído, onde forças do mal se movimenta neste meio das sociedades, que faz pairar
uma certa descrença, injustiças, medo, falta de objectividades, enfim, um sem número de coisas que faz viver muitos, sem esperança.
Mas o Natal é o nosso Natal, que pode ser quando um homem quer, onde em Loriga, apesar de tudo, ainda se vive com o mesmo calor de sempre, apesar também, de
nada parecer com os tempo passados.
Em tempos idos com a aproximação da quadra natalícia, notava-se uma certa euforia, quase toda a gente fazia o seu presépio em casa, por isso era grande a procura

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pelos pinhais e soitos, dos melhores musgo, usando até, cestos apropriados, para que ao transportá-los para casa, chegassem o mais bem conservados possível.
Na preparação dos presépios, as pessoas, tinham sempre a preocupação de os tornar o mais lindo possível, ornamentados com figuras de barro e ainda de papel que
as próprias pessoas faziam, onde retratavam a serra, a neve, a industria, comércio, pastores, rebanhos, ribeiras, pontes, e até as casas locais.
Com os tempos mais recentes, foi-se perdendo essa tradição, o uso das árvores do Natal, naturais ou artificiais, passaram
a ser mais usados simbolizando o Natal, deixando assim de ver-se a um canto da sala, os presépios, onde o Menino Jesus
parecia dar um calor diferente de amor e fraternidade a uma casa.
O povo organizava-se em comunidade na procura dos maiores tocos pelos pinhais e soitos, que haviam de arder na
fogueira no meio do Adro da Igreja e outra na "Carreira" para, segundo reza a tradição, aquecer o Menino Jesus.
Nesses tempos que já lá vão, o transporte desses tocos era, normalmente, efectuado manualmente, com a ajuda de
cordas, para o arrastamento dos mesmos, cujos rastos ficavam bem marcados nas estradas, caminhos e ruas por onde
passavam. Outras vezes, o transporte era efectuado em zorras triangulares, feitas com troncos de pinheiros.
Existia até uma certa rivalidade, entre os jovens do "Cimo" e "Fundo" no sentido de manter a fogueira acesa por mais dias.
Algumas das vezes aconteceu estarem acesas até passar a passagem do ano.
A hora da consoada era algo de muito especial, onde em todas as casas as famílias se uniam em fraternidade, paz e amor.
O tradicional bacalhau não podia faltar, bem como, as filhós. Após a Ceia, era a espera para a Missa do Galo, aguardada
com ansiedade por todos e após a mesma muitos se juntavam em redor das Fogueiras, ali passando toda a noite,
cantando hinos de louvor e de saudação pelo nascimento do Menino Jesus.
As crianças bem tentavam manterem-se acordadas, o que não conseguiam, para poderem ver o Menino Jesus a ir as suas
casa. Era grande a ansiedade para verem a prenda que lhes punha no sapatito, desde muito cedo colocado na lareira ou
fogão. Uma simples laranja, umas bolachinhas ou uns rebuçados era o suficiente para ficarem felizes nesse dia, onde o
poder da imaginação os levava a pensar mesmo da visita dos Menino Jesus.
Durante a quadra natalícia, cantava-se as Janeiras. Tradição popular em que se juntavam grupos de crianças, jovens e
mesmo homens, percorrendo as ruas indo de porta em porta, cantando em louvor do Menino Jesus, lindas quadras de
fraternidade e amor, que o povo fazia especialmente para essa quadra, acompanhados pelo simples tanger de ferrinhos,
desejando Boas-Festas aos seus moradores.

Presépio porta da Igreja (2003)

(Registado aqui - Ano de 2002)

As Janeiras
Sob uma forma mais ou menos cristianizada, os povos modernos continuam a manter tradições cujas origens pagãs atestam a sua antiguidade. É disso exemplo o
cantar das Janeiras que, em Portugal é uma tradição que, segundo alguns, remonta ao século XIV.
Na Vila de Loriga, essa tradição vem-se mantendo através dos tempos, que começa com aproximação do Natal até aos Reis. No entanto, hoje em dia é uma prática
mais usual entre grupos de jovens e homens, no sentido de conseguirem algum valor monetário para determinado objectivo em vista.
Está ainda bem viva na lembrança de muitos Loriguenses o cantar das Janeiras, de tempos passados, em que, grupos de crianças, jovens e homens, percorriam as
ruas indo de porta em porta, cantando em louvor do Menino Jesus lindas quadras de fraternidade e amor que o povo fez, dedicadas a essa quadra natalícia,
acompanhadas pelo simples tanger de ferrinhos, desejando Boas-Festas aos seus moradores.
Nesses tempos, como o dinheiro era pouco, era também muito pouco o valor monetário que os cantadores de Janeiras recebiam. Normalmente as crianças eram
contempladas com guloseimas, os homens e jovens recebiam em troca a oferta de filhóses, figos, castanhas secas, chouriço e um copito de aguardente.

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O Cantar das Janeiras


*
Ao chegar às portas cantava-se as quadras de apresentação:
Ainda agora aqui cheguei Aqui vimos, aqui vimos
Já tirei o meu chapéu Aqui vimos bem sabeis
A Senhora desta casa Vimos dar as boas-festas
Vai direitinha para o céu E também cantar os Reis
Ainda agora aqui cheguei
E já pus o pé na escada
Logo o meu coração me disse
Que aqui mora gente honrada
*
Depois destas quadras era aguardado uns momentos, esperando pela gratificação, quando tardava, cantava-se a quadra seguinte:
Levante-se lá minha senhora
Do seu banquinho de prata
Venha-nos dar as Janeiras
Que está um frio que mata
*
Mais uns momentos de espera e quando mesmo assim, nada lhes era dado, cantava-se assim:
Trelinca o martelo
E torna a trelincar
Que as barbas de farelo
Já não tem que nos dar
*
Acabando por o grupo se afastar com destino a outra porta
Era ainda cantada a quadra seguinte que era de esperança para o ano seguinte:
Boas-Festas, Boas-Festas
Boas-Festas queremos dar
E adeus até p´ro ano
Que aqui havemos de voltar
***
Vídeo
= Janeiras em Loriga =
(Registado aqui - Ano de 2001)

O Presépio do Natal em Loriga

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O presépio é talvez a mais antiga forma de caracterização do Natal. Sabe-se que foi São Francisco de Assis, na cidade italiana de Greccio, em 1223, o primeiro a usar
a manjedoura com figuras esculpidas formando um presépio, tal qual o conhecemos hoje. A idéia surgiu enquanto lia, numa de suas longas noites, um trecho de São
Lucas que lembrava o nascimento de Cristo. Resolveu então monta-lo em tamanho natural, numa gruta de sua cidade. O Presépio, tanto como se sabe, teve a sua
origem nas celebrações dos rituais litúrgicos ligados ao Natal, encenados no século XIII, na Itália. Assim a idealização de São Francisco de Assis (1182-1226) teve a
autorização do Papa Honório III.
Com o passar dos tempos os presépios espalharam-se por toda a europa e a partir daí, para todo o mundo cristão.
O presépio em Portugal, foi adquirindo características próprias, nacionais, sendo tradicionalmente usado o barro, retratando com fidelidade os costumes próprios de
cada época e lugar.
Em Loriga, além do presépio feito na Igreja Matriz, foi sempre muito usual na população local, fazer também os presépios nas suas próprias casas, utilizando os musgos
naturais. Com o aproximar da quadra natalícia era grande a procura pelos pinhais e soitos, dos melhores musgo, usando até, cestos apropriados, para que ao
transportá-los para casa, chegassem o mais bem conservados possível.
Na preparação dos presépios, as pessoas, tinham sempre a preocupação de os tornar o mais lindo possível, ornamentados com figuras de barro e ainda de papel que
as próprias pessoas faziam, onde retratavam a serra, a neve, a industria, comércio, pastores, rebanhos, ribeiras, pontes, e até as casas locais.
Com os tempos mais recentes, foi-se perdendo essa tradição, o uso das árvores do Natal, naturais ou artificiais, passaram a ser mais usados simbolizando o Natal,
deixando assim de ver-se a um canto da sala, os presépios, onde o Menino Jesus parecia dar um calor diferente de amor e fraternidade a uma casa.
Hoje em Loriga, o presépio se resume praticamente ao da Igreja local ou numa ou noutra casa, feito ainda tradicionalmente com o musgo natural, onde é ornamentado
com bonitas e antigas imagens, não faltando a cor e luz que os tornam simples, mas belos.

Ano 2003 - Foto do Presépio na Igreja Matriz


***
(Registado aqui - Ano de 2003)
O Presépio do Fernando Alves Pereira (Requinta)

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Lembro aqui o belo Presépio que o bem conhecido loriguense, Fernando Alves Pereira (Requinta) todos os anos faz à moda tradicional de outros tempos, com os
musgos naturais e figuras a retratar o passado e o presente, que encanta todos aqueles que a sua casa o vão admirar, num verdadeiro trabalho de arte e de
imaginação, que vale a pena contemplar.

Ano 2008 - Duas Fotos do Presépio Fernando Alves Pereira (Requinta)


(Registado aqui - Ano de 2008)

A Fogueira do Natal em Loriga

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Tal como acontece em muitas aldeias e vilas de Portugal, também em Loriga se mantém a tradição da Fogueira do Natal.
Na véspera do Natal, é lançado o fogo aos tocos ou madeiros, previamente colocados no Adro da Igreja, fazendo uma
grande fogueira que normalmente se mantem acesa até passar o primeiro dia do novo ano.
Nos primeiros quinze dias de Dezembro, organizam-se grupos de rapazes ou até mesmo homens, na procura dos tocos
pelos pinhais e soitos, que haviam de arder no meio do Adro da Igreja para, segundo reza a tradição, aquecer o Menino.
Em tempos que já lá vão, o transporte desses tocos era, normalmente, efectuado manualmente, com a ajuda de cordas,
para o arrastamento dos mesmos, cujos rastos ficavam bem marcados nas estradas, caminhos e ruas por onde
passavam. Outras vezes, o transporte era efectuado em zorras triangulares, feitas com troncos de pinheiros.
Actualmente o transporte dos tocos ou madeiros, processa-se por meio de transporte de camionetas, sendo hoje em dia
utilizados madeiros e troncos dos pinheiros, que pouco têm a ver com os tradicionais "tocos" velhos que em tempos
passados se usavam, e, que se encontravam um pouco pelos pinhais e soitos, deitados abaixo pelos ventos fortes que se
faziam sentir durante o ano.
Após a Missa do "Galo" e durante a noite da consoada, são muitos os que se juntam no Adro, em redor da Fogueira do
Natal, cantando hinos de louvor e de saudação pelo nascimento do Menino Jesus.
Em tempos passados, chegaram mesmo a serem efectuadas duas fogueiras do Natal, em Loriga, a do Adro e uma outra
no local chamado "Carreira", tudo isso fomentado por uma certa rivalidade que levava os moradores do "cimo" da vila a
quererem também uma fogueira só para eles.
Nos tempos que correm, apesar de esta tradição não juntar tantas pessoas junto à fogueira como nos tempos passados,
a Fogueira do Natal de Loriga, continua, no entanto, a ter uma presença bem real e ser uma chama bem acesa de
recordações no coração dos loriguenses.
Foto:- Fogueira no Natal
- Ano 2002 -

(Registado aqui - Ano de 2002)

Janeiro mês dos peditórios em Loriga


O mês de Janeiro em Loriga é praticamente todo ele dedicado aos tradicionais peditórios pelas ruas da vila. Por norma todos os fins de semana é efectuado um peditório
a reverter para instituições, organizações ou Santos, tradição que vem de longe e que representa para os responsáveis à frente desses organismos uma mais valia, para
os fins que tem em programa.
Os peditórios do mês de Janeiro em Loriga, tiveram sempre uma característica e uma originalidade muito própria, que para além das ofertas monetárias era muito usual
as ofertas em géneros alimentícios, como feijão, grão, milho, queijos, ovos, broa, pão de milho e até garrafas de bebidas, que após o peditório e já no final da tarde
eram leiloados no adro da igreja.

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É certo que estes peditórios de Janeiro, hoje em dia, já não têm a dimensão de outras eras, no que diz respeito às ofertas
desses artigos, que aos poucos foi perdendo essa tradição como hábito de oferta. Hoje em dia, está praticamente reduzido ao
peditório para São Sebastião, que é efectuado com o "Cambeiro" onde as pessoas ainda oferecem e nele penduram, enchidos,
presunto, bacalhau e outros, apesar também já não ser como nos outros tempos.
Está ainda na memória de muitas pessoas, tempos à muito passados, quando as ofertas se centralizavam em grande parte
nessas ofertas dos géneros alimentícios, também é certo que nessa altura, a agricultura era uma realidade bem presente em
Loriga, onde a maioria da população colhia da terra muitos dos géneros, com que faziam muitas das suas ofertas.
"Uma esmolinha para ..............." eram palavras com som sonante que se ouviam todos os domingos logo após as missas da
manhã, com os mordomos ou organizadores a percorrerem as ruas, becos, pátios e quintais, tal como ainda hoje acontece,
esperando sempre por uma oferta, que mesmo pequena que seja torna-se muito importante.
Como se disse, tradicionalmente os peditórios começam logo no primeiro dia do ano, principia com o peditório para a Banda,
com esta a percorrer as ruas da vila no seu peditório anual à população, nesse mesmo dia também ocorre o peditório para a o
Nosso Senhor.
Feijão, grão era dos géneros mais oferecidos Os peditórios vão continuando ao longo do mês e ainda pelo mês de Fevereiro, por norma são efectuados aos fins de semana,
recordando-se aqui todos os outros - Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Almas, Nossa Senhora da Guia, São
Sebastião, Santo António, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora de Fátima e também Nossa Senhora da Ajuda (Fontão).
(Registado aqui - Ano de 2001)

O "Cambeiro" em Loriga

Há mais que uma forma para definir o "Cambeiro".


Originalmente, o Cambeiro era um tronco de pinheiro alto e
esguio que, em certas noites festivas, se fixava num lugar,
atando-lhe ramos que se incendiavam para iluminar o local.
No entanto, em Loriga, trata-se de um mastro alto em
madeira ornamentado com pendurais em ferro e que faz
parte de uma tradição antiga em honra de São Sebastião.
O "Cambeiro" sai em Janeiro, para as ruas da vila, sendo
transportado em cortejo, e é anunciado à população
através de uma campainha levada pela pessoa que inicia o
cortejo. Principia no adro vazio e ali regressa depois de
dar a volta às ruas já completamente recheado dos
donativos ali colocados.
Ao longo do seu percurso as pessoas vão colocando nos
respectivos pendurais do "Cambeiro" as suas ofertas:-
Línguas de porco ou vaca, rabos e pés de porco, carne de
porco, chouriços de carne, farinheiras, morcelas, bacalhau,
presunto, broa de milho e trigo. O "Cambeiro" bem completo de enchidos
Peditório com o "Cambeiro" Neste peditório para São Sebastião, são ainda oferecidos
outros artigos comestíveis, tais como, feijão, grão, milho,

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queijos, garrafas etc., que os mordomos vão


transportando à parte, assim como, também são
oferecidos donativos em dinheiro.
É certo que hoje em dia já não tem a dimensão de outras
eras, no entanto, continua a manter-se bem viva a mesma
originalidade deste peditório e, o "Cambeiro" lá vai
percorrendo as ruas recebendo as ofertas dos artigos
comestíveis, que apesar de tudo, mesmo hoje em dia
continua a fazer a diferença de outros peditórios.
De regresso ao adro, dá-se início ao leilão de todas essas
ofertas, que revertem para o culto e Festa anual de São
Sebastião, que actualmente se festeja no mês de Julho.
(Registado aqui - Ano de 2004)

Jogos Populares e Tradicionais em Loriga


Os jogos tradicionais, fazem parte dos costumes, brincadeiras, passatempos e divertimentos populares, que além de conterem situações muito diferenciadas,
utilizam-se matérias fáceis de encontrar. Por isso mesmo, são também muitos os utensílios utilizados para a prática desses jogos populares.
Podendo ser praticados por todas as idades, foram no entanto, desde sempre mais praticados na idade de criança e adolescência e fizeram parte de muitas das
gerações já passadas. Por isso também e, compreensivelmente, o facto de muitos até já terem passado ao esquecimento.
Com o aparecimento da Televisão nos últimos anos da década de 1950 primeiro, e depois com o surgimento e desenvolvimento de outros passatempos, foi-se perdendo
o hábito de praticar muitos desses jogos populares e tradicionais, os quais foram sendo esquecidos, fazendo hoje parte das recordações de várias gerações.
É certo que ainda hoje e um pouco por todo o lado, se vêm praticar muitos dos jogos tradicionais, só que não com tanta frequência, como em tempos já passados, que
fizeram parte da infância de muitas pessoas que hoje os recordam com saudade.
Em épocas já distantes, era na realidade digno de registo o movimento demográfico em Loriga, onde anualmente se registavam largas dezenas de nascimentos de
crianças, ultrapassando por vezes a centena.
Por esse facto, era a população jovem que, nas suas brincadeiras e passatempos, praticava os muitos jogos populares, alguns do quais eram tradicionalmente muito
próprios de Loriga.
Aqui se registam muitos do jogos tradicionais em Loriga de outras eras, uns mais relevantes e muito mais usuais do que outros:
***
Jogo do Pião
O Jogo do Pião é essencialmente um jogo de crianças, praticado principalmente pelos rapazes.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Com uma baraça ou guita, enrolava-se o pião, começando por enrolar-se de cima para baixo, até ao meio. Ficava apenas uma ponta onde se pegava e se mandava o pião ao chão, de preferência num sítio plano. Ganhava o jogo
quem o mantivesse a rodar o máximo de tempo possível.
Em Loriga, na época, havia verdadeiros artistas a jogar este jogo, os quais, ao longo do tempo, tinham aperfeiçoado a técnica de rodar o pião. Faziam várias habilidades que consistiam, por exemplo, em apanhar o pião a rodar,
mantê-lo na palma da mão e voltar a pô-lo no chão e, às vezes, colocá-lo na cabeça, sempre a rodar.
***
O Jogo do Feijão
Era um jogo muito praticado em Loriga, exclusivamente pelos garotos, sendo a Primavera a época do ano normalmente mais usual na realização deste jogo.
Qualquer garoto tinha uma pequena "taleiga" cheia de feijões que variavam de tipo e de valor no respectivo jogo.
Cada jogador estava munido de uma "bonzura" que era um disco de chumbo, ou ainda uma pedra de lasca ou cerâmica, que muito contribuía para que os bolsos da "jaqueta" e das calças estivessem sempre rotos pelo peso
daquele objecto.

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-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:


De entre o feijão comum, as "luínhas" que valiam mais, sendo que as "calhoras" eram ainda mais valorizadas. No entanto, era aceite outro tipo de feijão, como feijões brancos, vermelhos, amarelos, pretos etc. Só ninguém
recebia os modestos "Chícharos" porque não tinham classificação.
O Jogo consistia em cada participante entrar com um determinado número de feijões que eram amontoados em lugar previamente escolhido, colocando à frente um carro de linhas dos grandes, ou um casulo de milho, que
recebia o nome de "Bicho"
Marcada a distância de onde os participantes deviam atirar a "bonzura" era dado o início à disputa, que consistia, cada um por sua vez, procurar acertar o monte de feijões e afastar o "Bicho", ganhando parcial ou totalmente,
conforme a distância a que ficavam os referidos discos.
Por vezes, havendo dúvida em relação às distâncias, tanto da "bonzuras" como do "Bicho", era necessário fazer a medição com uma palha.
***
Jogo do "Pau do Bico"
Jogo exclusivamente praticado pelos rapazes, tinha a particularidade de ser considerado um jogo de "terror" para os vidros das janelas.
Pensa-se que este Jogo seja um dos mais antigos, e que tenha sido praticado durante dezenas de anos, pela garotada de Loriga. Em registos escritos da década de 1920, vamos encontrar já algumas referências a este Jogo.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Para jogar este jogo era necessário utilizar, um pau de pequenas dimensões mais ou menos de 20 cm., com as pontas aguçadas, bem como um outro muito maior, mais ou menos entre 50 a 60 cm..
No chão, era desenhado um pequeno círculo, com cerca de um metro de diâmetro, que funcionava como o local de partida, e onde era colocado o pau pequeno dos dois bicos.
O jogador com o pau maior, executava um toque numa das extremidades aguçadas, do pau de bicos, fazendo-o elevar-se no ar, dando-lhe, de imediato, uma tacada de modo a alcançar o local que desejava.
Podia ser jogado por dois ou mais participantes. Os jogadores iam jogando alternadamente, sendo vencedor o que conseguisse completar o percurso, previamente designado, no menor número de jogadas.
Quando o jogador, não conseguisse acertar no pau dos bicos, após o elevar no ar, caindo por conseguinte no chão sem lhe tocar, perdia a jogada, dando a vez ao concorrente seguinte.
Era um jogo que poderia não chegar ao fim, de um momento para o outro. No entanto, por vezes, era interrompido bruscamente, com os praticantes a desaparecerem do local o mais rapidamente possível, quando uma tacada
um pouco mais forte, era certeira ais vidros e, quando assim acontecia, era ver aquele que fugia mais depressa, "porque não tinha sido ninguém".
***
Jogo "Rede Curre"
Jogo também muito praticado em Loriga, exclusivamente pelos rapazes. Sendo uma variante do jogo do "Pau do Bico"
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
O jogadores com o pau maior, executavam um toque numa das extremidades aguçadas, do pau de bicos, colocado dentro do circulo desenhado no chão (local de partida), fazendo-o elevar-se no ar, dando-lhe, de imediato, uma
tacada de modo a lança-lo para um local mais longe possível.
Era depois medida a distância, entre o local onde tinha caído o pau dos bicos, até ao círculo, utilizando para isso o pau maior. Ganhava o jogador que contasse mais medições.
***
O Rodízio
Argolas, aros de ferro ou aros de pneus, eram objectos tradicionais muito usuais um pouco por todo o lado, principalmente utilizados pelos rapazes nas suas brincadeiras e divertimentos, aos quais chamavam Aros.
Estes Aros estiveram na origem de mais um jogo popular, a que tradicionalmente se dá o nome de Rodízio.
Em Loriga, estes aros eram vulgarmente apelidados pelos rapazes de "Rendizio" e, durante décadas, deliciou muitas gerações de garotada.
Todos os garotos tinham o seu "Rodízio", que poderia ser de diversos tipos e tamanhos. Os tipos variavam desde uma argola grande, aro de ferro ou de pneu ou, mesmo, aros das pipas de vinho, que eram empurrados e guiados
por uma "A gancha", (guiador) de arame, bem resistente, onde às vezes eram colocados carros de linhas vazios, a fim de deslizar melhor e evitar que o arame "emperrasse" nas emendas dos arcos.
O "Rodízio" era como que um automóvel ou uma camioneta, cuja classificação dependia do tamanho que o aro tivesse. Para melhor imitar um automóvel, à noite, colocava-se uma baraça acesa na "A gancha", cujos morrões
davam a impressão de dois minúsculos faróis de advertência aos pedestres que estivessem pela frente.
Entre a rapaziada de Loriga existia, até, um método de aprendizagem para a condução do Rodízio, que os habilitava a conduzir com uma certa perícia. Esse método, consistia em conduzir o Rodízio em cima do parapeito da
levada da "Carreira" ou na borda do muro da estrada da "Redondinha", considerando-se encartados os que conseguissem superar essa prova.
Estes locais, assim como outros idênticos um pouco por toda a povoação, serviam também para o confronto, na disputa de provas de perícia ou outras competições.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Durante a prova, o condutor não podia parar no trajecto, nem deixar cair o arco porque, para além de perder o jogo, corria o perigo de tomar um banho na levada ou cair para uma das courelas, o que não seria um pequeno tombo.
Superava a prova aquele que conseguisse efectuar mais rápido esse percurso, sem cair ou deixar cair o "Rodízio"
Também se fazia um outro tipo de provas que era as "Corridas de Rodízio". O trajecto era designado previamente, e com os participantes posicionados na linha de partida, era dado o sinal para o início da prova. Vencia o
participante que conseguisse transpor a meta com o Rodízio, no mais curto espaço de tempo.
Era também disputada uma outra competição, que consistia em desenhar no chão um percurso relativamente estreito. Os concorrentes, com o seu "Rodízio", tinham que percorrê-lo sem parar e sem sair, ou mesmo, sem pisar
os limites do percurso delineado.
***
Jogo dos "Óculos"
Este jogo, quer pelas suas características, quer pelo envolvimento dos objectos utilizados na sua prática, era muito usual em Loriga, sendo exclusivamente praticado pelos rapazes.
Os "Óculos" era o nome dado a pequenos discos de lata ou alumínio, com um buraco no meio, que eram adquiridos nas fábricas de lanifícios, sendo provenientes das canelas dos fios necessárias para a laboração dos teares de
madeira.
Havia dois tipos de pequenos discos (óculos). Os normais de lata e de valor relativo, normalmente (1 por 1) e os discos de alumínio, os quais eram chamados de bonzura, com um valor muito mais elevado, chegando a valer
quatro ou mais dos discos normais (lata).
A bonzura era o disco com o qual os concorrentes normalmente jogavam, uma vez que, sendo um pouco mais pesado que os de lata, tinha uma melhor aderência ao jogo.

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-Normas e respectivo desenvolvimento:


O objectivo deste jogo era ganhar as peças dos "óculos" aos adversários. O jogador ganhava um "óculo" ao seu adversário quando, ao jogar o seu, o mesmo ficasse a um palmo ou menos do "óculo" do outro concorrente.
Este jogo poderia ser jogado com, ou sem a utilização de uma parede, e por dois ou mais participantes.
Jogado sem a utilização de uma parede, o primeiro participante a jogar, previamente escolhido, lançava o seu "óculo" para um local da sua escolha, seguindo-se os outros participantes.
Ganhava aquele que, ao lançar o seu "óculo", ficasse a um palmo, ou menos, do óculo de outro participante. O jogo recomeçava sempre, com o jogador que ganhasse na jogada anterior a ser o primeiro a jogar.
Jogado com a utilização de uma parede, era também escolhido o primeiro concorrente a jogar. O jogador colocava-se de frente a uma parede contra a qual atirava o seu "óculo", ganhando o jogador que conseguisse ficar a um
palmo ou menos de qualquer óculo dos outros concorrentes.
Sendo considerado um jogo com um certo grau de dificuldade, o jogo com a utilização da parede tinha, no entanto, uma característica que era o poder ser jogado recorrendo à ajuda dos pés.
O jogador colocava os seus pés em forma de V junto ao "óculo" do adversário, para melhor acertar. Normalmente esta táctica só era utilizada quando os "óculos" estavam a uma distância relativamente pequena da parede.
Escusado será dizer quão maltratada ficava a parede, que não fosse de pedra, normalmente granito, com a realização deste jogo contra a mesma.
Uma outra característica muito comum deste jogo era a garotada acumular os seus "óculos" enfiados numa baraça, aos quais chamavam "chouriças"
***
Jogo do Esconder
Jogo muito usual dos meninos e meninas, é tradicionalmente o jogo mais popular, que faz parte das recordações de infância de quase todas as pessoas.
Em Loriga era um jogo habitual nas brincadeiras das crianças, sendo mesmo um passatempo como que obrigatório.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Um participante previamente designado, fechava os olhos encostando-se contra uma parede. Um outro escondia um lenço ou outro qualquer objecto, num local em redor do qual se desenrolava o jogo.
Depois do objecto escondido era autorizado o jogador de olhos fechados a tentar encontrá-lo. Todos os outros iam dando pistas:
- Frio!... Frio!... -quando se afastava do objecto escondido.
- Quente!... Quente! ... -quando se aproximava.
- A Queimar!... A Queimar!... -quando estivesse muito perto, quase a descobri-lo.
O jogador ganhava ao encontrar o objecto escondido. Caso o não encontrasse e se desse por vencido, perdia o jogo. Por isso era excluído do mesmo.
Ganhava o concorrente que mais vezes encontrasse o objecto escondido.
***
Jogo das "Semanas"
Jogo normalmente praticado pelas raparigas, era muito usual em Loriga. Este jogo das "Semanas" era uma variante do tradicional e popularmente chamado Jogo da Macaca, ainda hoje muito praticado pelas crianças e
adolescentes, um pouco por todo o lado.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Num local plano, de terra ou de cimento, eram desenhados sete quadrados, chamados casas, respeitantes aos sete dias da semana, por isso o nome deste jogo.
Era necessário uma pedra, de preferência rasa, para uma melhor aderência ao solo, (em Loriga era utilizado um pequeno pedaço de telha).
A jogadora lançava a pedra para dentro do quadrado (casa), começando pelo primeiro. Depois, em pé-coxinho, pulava para dentro desse quadrado (casa) onde se encontrava a pedra e, sempre em pé-coxinho, tinha que jogá-la e
sair com ela até ao local onde tinha começado.
Esta operação tinha que ser efectuada por todos os sete quadrados (casa) completando assim a prova. Só era permitido jogar a pedra uma única vez, dentro de cada quadrado (casa).
A jogadora que lançasse a pedra e esta ultrapassasse a casa para a qual era destinada ou, se caísse em cima dos limites dos quadrados, ou se saísse fora desses limites, perdia a jogada, dando a vez à participante seguinte.
Perdia também, quando a pedra lançada ao pé coxinho ultrapassasse a casa seguinte, ou se a jogadora pisasse algum dos riscos. Quando essa concorrente voltasse a jogar, recomeçava no local onde tinha perdido.
Quando uma jogadora pisasse o risco havia uma maneira curiosa de dizer, "Queimastes" o risco.
Era vencedora a participante que ganhasse o maior número de jogos.
***
Jogo do Eixo
Jogo tradicional, praticado por todo o lado, normalmente mais usual entre rapazes.
Em Loriga, era dos jogos mais praticados. Em épocas já distantes, bastava reunirem-se alguns rapazes, para logo alguém sugerir jogar este Jogo, que tinham uma maneira própria de praticá-lo.
O número de jogadores era variável, sendo que, quanto maior fosse o número, mais interessante se tornava o jogo.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Um jogador previamente sorteado, colocava-se curvado (amochado), principiando por amochar-se apoiando os cotovelos nos joelhos. Com vista a aumentar o grau de dificuldade do jogo, na segunda volta, apoiava as mãos nos
joelhos e, com o desenrolar do jogo, ia ficando menos amochado, chegando mesmo só a ficar com a cabeça ligeiramente curvada.
Os concorrentes tinham que saltar por cima do participante amochado, apoiando as mãos nas costas e as pernas obrigatoriamente abertas.
Havia uma outra maneira de jogar este jogo, que consistia em os participantes saltarem sem colocarem as mãos nas costas do jogador amochado só que, neste caso, este mantinha sempre a primeira posição, ou seja, com os
cotovelos nos joelhos.
Perdia o jogador que não conseguisse saltar e, como penalização, ia ocupar o lugar do jogador amochado, ficando na posição que este já tinha.
Era vencedor aquele que saltando mais vezes fosse menos penalizado.
Outra variante do Jogo do Eixo, consistia em saltar sucessivamente sobre todos os participantes, de forma que todos saltassem amochando-se em seguida. Em Loriga, era curioso ver-se a garotada percorrer as ruas da Vila a
praticar este jogo, dai resultando tamanha algazarra que, por vezes, irritava os mais idosos.
***
Jogo da "Mosca"

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Era um jogo muito praticado em Loriga, exclusivamente pelos rapazes que, tanto mais interessante se tornava, quanto maior fosse o número de participantes. Muito praticado também por todo o lado, quase sempre nos tempos
de infância, este jogo varia de nome conforme a região.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Apesar de também ser praticado individualmente, este jogo tinha por norma ser praticado entre várias equipas, constituídas por igual número de elementos.
Definida a ordem de participação das equipas e, ainda, a equipa a amochar, esta colocava-se contra uma parede ou muro com os respectivos elementos colocados uns atrás dos outros.
As outras equipas iam saltando para cima da equipa amochada, um elemento de cada vez, (por vezes era obrigatório fazê-lo rápido) e, à medida que cada participante se fixava em cima dizia "mosca".
Todos os elementos participantes tinham que conseguir ficar em cima da equipa amochada, de modo a não caírem ou tocar com os pés no chão.
Desta forma, ia-se constituindo uma espécie de montanha humana, uns sobre os outros, sendo que os jogadores da equipa amochada teriam que suportar sem ceder ao peso.
Se a equipa amochada não suportasse o peso dos adversários, continuava a ser a equipa a amochar.
No caso da equipa que saltava, se não conseguisse colocar todos os seus elementos em cima, ou se, qualquer elemento já em cima, escorregasse ou tocasse com um pé que fosse no solo, essa equipa perdia e passava a ser
a equipa amochada.
Este jogo era jogado sempre sobre grande algazarra, para irritação da vizinhança que por vezes não suportava tal barulheira.
***
Jogo de Saltar à Corda
Saltar com uma corda, faz parte de uma disciplina de treino, hoje em dia muito utilizado.
O saltar à corda, é também um meio de diversão, que também faz parte dos jogos tradicionais, praticados um pouco por todo lado. O jogo Saltar à Corda, foi igualmente muito usual em Loriga, normalmente praticado pelas
raparigas nos seus passatempos e brincadeiras.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
O Jogo de Saltar à Corda, podia ser disputado por várias participantes ao mesmo tempo (corda grande) ou individual (corda pequena).
Numa corda relativamente grande, duas participantes pegavam nas extremidades fazendo-a balançar, em movimento circular (dando à corda).
As participantes, individualmente, entravam na corda e sempre saltando de acordo com o movimento da corda. Tinham que manter-se dentro durante determinado tempo previamente designado. Pela mesma forma tinham que
sair, tudo isto, sem interromper o normal andamento da corda.
Também era jogado com vários concorrentes ao mesmo tempo, que tinham que entrar e sair, sempre saltando, de acordo com o fosse determinado e conforme a ordem de participação dos concorrentes.
Perdia a participante que prendesse a corda, deixando por isso de rodar e, quando isso acontecesse, essa concorrente era penalizada sendo excluída do jogo, podendo ainda ter que tomar o lugar de pegar na corda (dando à
corda).
O ritmo do movimento da corda podia variar, dificultando ou facilitando, a tarefa dos saltadores dentro da corda.
Outra variante do jogo de Saltar à Corda, consistia saltar com a corda pequena (normal jogo de saltar à corda) em que as concorrentes individualmente faziam a prova.
Jogar este jogo, poderia variar consoante o definido: -Saltar com os pés juntos, ou em pé coxinho.
Nestes jogos de Saltar à Corda, ganhava sempre o concorrente que durante as provas tivesse menos faltas.
***
Jogo do Anel
Jogo praticado entre as crianças, é um dos jogos tradicionais ainda muito praticado por todo o lado.
Nas suas brincadeiras, as crianças em Loriga, tinham também muito o hábito de jogar o "Jogo do Anel", na maioria das vezes não utilizando propriamente um anel, mas sim outro qualquer pequenino objecto.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Os participantes ficavam uns ao lado dos outros, com as palmas das mãos fechadas, como as do portador do Anel.
O portador passava as suas mãos, no meio das mãos de cada um dos jogadores, deixando cair o anel na mão de um deles, sem que os outros percebessem.
Depois de ter passado por todos os jogadores, o portador perguntava a um de cada vez: -Quem ficou com o Anel?..
Caso o jogador não acertasse pagava a prenda (castigo) que os outros participantes mandassem.
Se o jogador acertasse, passava a ser o novo portador do Anel.
***
Jogo do Rapa
Jogo muito utilizado um pouco por todo o lado, era também considerado um jogo de sorte e azar.
Em Loriga era um jogo também muito usado, principalmente pelos rapazes, no entanto, tinha a particularidade de ser necessário ter uma Piorra de quatro faces, o que por vezes nem todos os garotos tinham.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
A Piorra tinha em cada uma das faces as letras:- R (Rapa); T (Tira); D (Deixa); e P (Põe). Era jogado a feijões, por vezes a botões, a rebuçados e também muitas das vezes a "palhaços" (cromos) com a figura dos jogadores de
futebol.
Os jogadores em número variável, colocavam-se todos à volta num local plano de preferência liso. Cada participante efectuava a sua casadela (colocação da respectiva comparticipação) relacionada ao que fossem jogar. Depois
de o jogador movimentar rotativamente através dos dedos indicador e polegar ou médio, o Rapa, este acaba por tombar ficando com uma face virada para cima, indicando assim a sorte do jogador.
-R - Ganhava tudo que estava na mesa
-T - Tirava apenas uma peça
-D - Deixava um peça
-P - Punha lá outra peça (casava)
***
Jogo do Lenço

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Praticado um pouco por todo o lado, este jogo faz parte dos Jogos tradicionais, muito usual, principalmente em agrupamentos de crianças. Em Loriga era hábito os professores e catequistas praticarem este jogo, nos recreios,
como passatempo e divertimento respectivamente na escola e na catequese.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Praticado por meninos e meninas, consistia em os participantes se sentarem no chão, colocando-se em roda com as mãos atrás das costas. O centro da roda era o local de castigo chamado a "choca", ficando ali de cócoras os
participantes castigados.
Um participante previamente designado, corria à volta e por fora da roda com um lenço na mão, deixando-o cair atrás de um dos participantes na roda, continuando sempre a correr.
Quando o participante descobrisse que o lenço estava caído atrás de si, apanhava-o e tentava agarrar o outro, que continuando a correr, tentava alcançar o lugar que tinha ficado vago na roda.
Se o novo portador do lenço conseguisse apanhar o anterior, antes de ocupar o lugar vago, este era penalizado indo de castigo para a "choca". No caso que o não conseguir agarrar, continuava o mesmo portador do lenço, a
correr atrás da roda deixando o lenço atrás de outro.
Quando o participante que tinha o lenço atrás das costas, disso não se apercebesse, e se o portador que ali o tinha deixado, após dar a volta à roda o reaver, o ocupante desse lugar ia para a "choca" como castigo, continuando o
portador do lenço a correr à volta da roda deixando o lenço atrás de outro.
. O jogador que estivesse na "choca", só se livrava dela quando um outro jogador entrasse para lá.
Não era permitido a nenhum dos participantes na roda, avisarem aquele que tinha o lenço atrás das costas e, caso o fizesse era castigado, indo para a "choca".
Este jogo também poderia ser jogado com os participante em pé, que podiam olhar pelo meio das pernas, se tinham o lenço atrás das costas, não sendo, no entanto, permitido virar-se para trás.
***
Jogo das Pedrinhas
Jogo muito habitual entre as crianças, normalmente mais praticado pelas raparigas.
Em Loriga era também muito usual a prática deste jogo e, curiosamente, tanto por meninas como por meninos. Para o praticar, procuravam as soleiras das portas, os degraus dos balcões, ou mesmo outros locais de cimento ou
mesmo de terra.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Era necessário arranjar cinco pedrinhas, de preferência arredondadas.
Depois de estabelecida a ordem de saída, o jogador iniciava o jogo lançando as cinco pedrinhas ao chão, de forma a ficarem o mais juntas possível. O jogador agarrava uma das pedrinhas, lançava-a ao ar e tinha que a apanhar.
Seguidamente o jogador colocava essa pedrinha nas costas da mão depois, com a mesma mão, agarrava outra pedrinha, lançando ao ar as duas e, com a mesma mão, tinha de as agarrar quando estavam em queda.
Repetia toda esta operação, até conseguir acumular nas costas da mão, com êxito, as cinco pedrinhas.
No caso de falhar, dava a vez ao concorrente seguinte e, quando voltasse a jogar, recomeçava na situação onde tinha falhado.
Depois de ter efectuado e terminado todos os lançamentos com êxito, o jogador teria que pegar as cinco pedrinhas, lançá-las ao ar e apanhá-las nas costas da mão.
Era vencedor o jogador que conseguisse ficar com o maior número de pedrinhas nas costas da mão.
***
Jogo da Cabra-Cega
Este Jogo faz igualmente parte dos chamados jogos tradicionais, muito usual por todo o lado, principalmente nos agrupamentos de crianças.
Em Loriga, houve épocas em que era quase obrigatório a inclusão deste jogo nos convívios de crianças e jovens. Estamos a lembrar-nos, por exemplo, nos recreios da escola e da catequese e também em convívios organizados
pela JOC.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Era colocada uma venda nos olhos de um participante, para ser Cabra-Cega e, os outros participantes, colocavam-se de mãos dadas formando uma roda.
A Cabra-Cega ficava no centro da roda, de cócoras e com os olhos tapados pela venda, seguindo-se o seguinte diálogo:
-Cabra-Cega, donde vens?..
-Venho da serra.
-O que me trazes?..
-Trago Bolinhos de canela.
-Dá-me um!..
-Não dou.
Dizem depois todos em coro:
-Gulosa, gulosa, gulosa.....
A Cabra-Cega levantava-se e tentava apanhar qualquer outro participante, ao mesmo tempo iam andando à sua volta, tocando-lhe e dizendo: -Cabra-Cega, evitando ser apanhados.
Quando um jogador era apanhado pela Cabra-Cega, esta tinha que o identificar através do tacto. Se o conseguisse identificar passava esse a ser a Cabra-Cega.
No caso de não conseguir identificar o jogador apanhado, continuava o mesmo a ser a Cabra-Cega.
Os participantes tinham que andar relativamente perto da Cabra-Cega, não sendo permitido portanto, deslocarem-se para muito longe,
***
Jogo dos "Palhaços"
"Palhaços", era o curioso nome que em Loriga se dava aos cromos que, naquela altura, simbolizavam as figuras dos jogadores de futebol das equipas a disputarem o Campeonato da 1ª. Divisão.
Para quem queria fazer colecção de cromos, havia até cadernetas próprias que, para além de serem raras, nem toda a garotada tinha posses para adquiri-la.
Estes cromos, (palhaços), vinham enrolados em rebuçados, que eram comprados nas vendas, mercearias ou mesmo em tabernas e, por um tostão (centavo), podiam ser comprados três desses rebuçados.
Normalmente praticado pelos rapazes, este jogo consistia em ganhar ao adversário os cromos, por vezes em falta na sua colecção.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Podia ser jogado por dois ou mais concorrentes. Cada jogador tinha que (casar), colocar um cromo (palhaço). Os cromos ficavam sobrepostos com a face principal virada para baixo.

29 of 31 07-01-2015 16:56
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Os participantes, com a palma da mão ligeiramente curvada, davam um toque subtil nos cromos (palhaços) acumulados, tentando virar a face dos mesmos para cima.
Os concorrentes jogavam um de cada vez, alternadamente. Ganhavam o(os) cromo(os) que conseguissem virar.
***
Jogo dos "Aeroplanos"
Este jogo, chamado em Loriga por "Aeroplanos", era mais uma variante do conhecido jogo tradicional da Macaca e do Jogo das "Semanas", praticado nesta localidade.
Praticado normalmente pelas meninas, não se sabe ao certo a origem do nome.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Num local plano de terra ou cimento, eram desenhados no chão diversos quadrados, que também chamavam de "casas",
Era necessária uma pedra, que a jogadora, de costas para o desenho, tinha que lançar começando pela primeira "casa".
De seguida tinha que saltar esse quadrado onde a pedra se encontrava, pulava por todas as outras (só colocando um pé em cada quadrado) até à última, iniciando o percurso inverso do mesmo modo. Chegando onde estava a
pedra, tinha que apanhá-la, saltar esse quadrado e pular pelos restantes até sair fora.
A jogadora tinha que efectuar esta operação por todos os quadrados, até completar a totalidade do desenho, que lhe permitia vencer a prova.
A participante perdia quando, ao lançar a pedra, esta saísse fora, ficasse sobre algum risco ou caísse no quadrado que não pertencia. Ao voltar a jogar a concorrente começava no local onde tinha perdido.
A casa onde a pedra se encontrava, de maneira alguma poderia ser pisada.
Era vencedora a participante que ganhasse o maior número de partidas .
***
Jogo Puxar à Corda
Jogo muito usual em agrupamentos de convívios, praticado por pessoas de várias idades e de ambos os sexos.
Trata-se de um jogo verdadeiramente divertido, ainda hoje praticado um pouco por todo o lado.
Em Loriga, tempos houve em que também era habitual a prática deste jogo, nomeadamente, nos anos áureos da JOC, que até tinha Sede própria e que, na organização de convívios, agrupamentos e passatempos, este jogo
constituía um dos divertimentos.
Este jogo, que em Loriga de chamava de "Puxar à Corda", é o mesmo que noutros lugares e, mais tradicionalmente, chamavam de Tracção à Corda"
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Disputado em sistema de equipas, com igual número de elementos, era necessário ter uma corda relativamente grande.
Num local, com espaço livre de obstáculos, era marcado no chão um risco, entre as duas equipas em disputa.
De cada lado do risco e, pegando na corda, colocavam-se os grupos. Ao sinal de partida, cada equipa puxava a corda para o seu lado, ganhando aquela que conseguisse arrastar a outra até o primeiro jogador ultrapassar o risco
no chão.
Era também atribuída a derrota à equipa cujos jogadores caíssem ou largassem a corda.
A corda era sempre puxada com as mãos, não sendo por isso permitido que os jogadores a enrolassem no corpo.
***
Jogo do "Caracol"
Jogo tradicional, praticado um pouco por todo o lado, tanto por meninas como por meninos, faz parte das brincadeiras e passatempos das crianças.
Ao contrário de muitos dos outros jogos tradicionais, este jogo era de todos o menos praticado em Loriga, sendo apenas usual a sua prática nesta localidade, pelas crianças que vinham de fora passar as férias, talvez pelo facto
de fazer parte das suas brincadeiras nos locais onde viviam.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Era desenhado no chão de terra ou cimento, um caracol grande, com apenas um quadrado no princípio do mesmo.
O jogador lançava uma pedra, (de preferência uma pedra rasa para uma melhor aderência ao solo), para o quadrado no início do caracol. O participante, em pé coxinho, vai empurrando essa pedra até conseguir alcançar o centro
do caracol, sem que esta saísse do interior do desenho.
Perdia se a pedra saísse do interior do desenho do caracol, dando a vez ao jogador seguinte.
Ganhava o concorrente que conseguisse completar a prova em menos vezes a empurrar a pedra.
***
Jogo das Escondidas
Jogo tradicional, praticado um pouco por todo o lado, tanto por meninas como por meninos, faz parte das brincadeiras e passatempos das crianças.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:
Depois de reunido o grupo dos participantes é escolhido um que fica a contar até cinquenta enquanto os outros se escondem. Depois de contar vai procurar os que estão escondidos. Estes têm que malhar no local onde o outro
esteve a contar sem serem vistos. Caso o que esteve a contar descubra alguém e o malhe antes dele o malhar é esse que fica a amochar na vez seguinte. E assim sucessivamente...
***
Corrida dos Sacos
Jogo caracterizado como divertimento, é ainda hoje praticado um pouco por todo o lado, normalmente em festas populares e também religiosas.
Apesar de em Loriga, nunca ter sido uma constante o hábito desta corrida, no entanto, chegou a fazer parte das Festas da Vila realizadas nas décadas de 1950, sendo na "Carreira" o local onde se efectuava esta corrida.
-NORMAS E RESPECTIVO DESENVOLVIMENTO:

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http://www.loriga.de/tradicoes.htm

Era marcado um percurso no chão com uma linha de partida e uma de chegada (meta). Os participantes enfiavam um saco de serapilheira nas pernas até à cintura segurando as abas com as mãos.
Os concorrentes colocavam-se atrás da linha de partida. Após o sinal para a partida, deslocavam-se em direcção da meta, ganhando aquele que chegasse primeiro.
***
Jogo da bola - Futebol
Uma outra diversão e esta mais praticada tinham a ver com o jogo da bola de futebol. Este unicamente destinado à classe masculina.
Desde pequeno o gosto do jogo de futebol era como que algo que nascia com os garotos de Loriga, e era ver naqueles lugares com algum espaço mais apropriado os garotos a jogarem à bola, na maioria das vezes com bolas
feitas de farrapos, de meias e até curiosamente, muitas das vezes servia a bexiga do porco, no dia da matança e a davam à garotada. Quando aparecia como que por encanto uma bola de borracha, parecia ser festa, já não
falando numa "bola de cate chumbo" como se dizia na época ao referir-se a uma bola de couro, esta era só para o campo do futebol, mas passar pela garotada era algo só em sonhos.
Infelizmente, em Loriga, os espaços para a prática deste desporto, era relativamente nulos. Os primeiros passos eram em locais que nada tinha a ver com um campo de futebol. Procurava-se os Largos ou mesmo a estrada para
o aprimorámos a técnica nestes campos pelados improvisados de terra batida, que numa disputa mais enérgica lá se ia ao chão e se ganhava algumas mazelas no corpo e nas pernas e nos braços, que se iam curando, com o
passar dos dias.
Lembramos o "Terreiro da Lição" Fonte do Mouro" "Carreira", "Redondinha" uma ou outra estrada ou um ou outro local mais, tudo servia para o jogo da bola da garotada. Se bem que existindo um campo de futebol, muito longe da
vila, não era para todos os dias aquele privilégio de lá ir jogar.
Por norma na garotada os jogos da bola eram disputados entre os garotos do "Cimo" e do "Fundo" uma rivalidade existente em eras já passadas que dava uma vida diferente a Loriga e àqueles espaços procurados para a prática
deste popular desporto.
E diga-se de passagem, que em Loriga houve sempre um verdadeiro potencial futebolístico na garotada e também nos mais velhos, só que os tempos eram outros e portanto ter-se perdido muito desse potencial.
***
Outros Jogos que pensamos poder-mos aqui registar numa próxima oportunidade, tais como:
Jogo da "Peçonha" - Jogo do "Rixa" - Jogo da "Apanhada" - Jogo do "Rabisco" - Jogo do "Espeto" - Jogo das "Escondida" - Jogo da "Borrega"
***
Matérias mais utilizadas para os Jogos populares
Pedras - Paus - Arames - Trapos - Borrachas - Madeira
Objectos muitos usuais nos Jogos populares
Bonecas de trapos - Bonecas de madeira - Bolas de trapos - Bolas de meias - Bolas de borracha - Carros de madeira - Brinquedos de arame - Brinquedos de cordas
- Pião - Guitas - Rodas diversas - Baraças.
(Registado aqui - Ano de 2003)

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

net/prod.© AMMPina c.Site (Ano 2009)

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http://www.loriga.de/memorias.htm

Memórias no Tempo
Acontecimentos, Factos e Registos em Loriga de outras eras

Registar a História é uma cadeia de solidariedade no tempo e um abraço das gerações que nos faz conviver com os que já viveram.
Registos da Vila de Loriga em tempos há muito passados:
I - Loriga no Ano de 1931 *
Santa Maria Maior (a 42 Km da estação férrea de Nellas e a 22 Km de Ceia, sede de concelho. J.P.. Altitude 741 metros - População: 2.488 habitantes. C.Postal - 3 - T.P a L. A 65 Km de
Viseu, 95 Km da Guarda e 120 Km de Coimbra.
É a primeira e a mais importante freguezia do Concelho e uma das principaes do districto da Guarda, pela sua população, commercio, industria e riqueza precuária; no fabrico de laníficios,
empregando diariamente cêrca de mil operários de ambos os sexos. N`esta freguezia se fabrica o conhecido queijo Serrano.
Possue os seguintes templos:- Santa Maria Maior (Matriz); Santo António; Nossa Senhora da Guia; Nossa Senhora do Carmo; São Sebastião e Auxiliadora.
Tem minas de volfrâmio, ferro, estanho, e arsénico, descobertas, mas não exploradas. Por emquanto é o terminus da estrada districtal que há-de ligar Viseu à Covilhã, estabelecendo
communicação, directa entre os dois districtos. Está projectada uma estrada de penetração para a Serra e um funicular electrico, quando aproveitadas as quedas d´agua de Loriga. Possue
seis artisticos chafarizes publicos mandados construir pela colónia loriguense de Manaus (Brasil-Amazonas) e é iluminada à electricidade.
Carreiras diárias de luxuosas camionetas entre Loriga, Nelas e Viseu.
***
-Abegoarias (Proprietarios de):-António Duarte Leitão; António Lapeiro.
-Agências Bancárias:-Banco Aliança; Borges & Irmão, José Henriques & Totta, Limitada, José Moura Pina & Filho; J.M. Fernandes Guimarães & C. Limitada, José Luiz Duarte Pina &
Irmãos; Banco Nacional Ultramarino, Lisboa & Açores, Espirito Santo, Banco do Minho e Borges & Irmão, António Gomes Leitão & Filho.
-Agências Seguros:-Accidentes de trabalho, Emilio R.Leitão; Mundial; António G. Leitão& Filho; Portugal Previdente e Lisbonense, José Moura Pina & Filho.
-Alambiques:-José Cabral; José Mendonça Gouveia Cabral.
-Almocreves:-Elisa de Jesus; José Alves de Oliveira; Vicente de Jesus.
-Alfaiates:-António de Brito Pereira; Francisco Martins de Clara; José Fernandes Urtigueira; Placido Pinto Luis dos Santos.
-Annuario Commercial de Portugal:- correspondente, Carlos Cabral Leitão.
-Apicultura mobilista:-António Cabral Leitão.
-Armador de Igrejas:-José Fernandes de Brito.
-Artigos Photographicos:-Francisco Manazes.
-Automóveis (Aluguer de):-Garage Commercio e Industria; Garage Estrella Leitão & Irmãos.
-Avicultura:-Carlos Santos; José Bonito & C.; José Lemos de Moura.
-Azeite (Negociantes de):-José Alves de Oliveira; José Lages; Natividade do Fidão; Vicente de Jesus.
-Azeite (Productores de):-António Cabral (Herdeiros de); António Cabral Leitão; António Cardoso de Moura.
-Azenhas:-António Cabral (Viuva de); António Gomes Leitão; António Lopes Canhão; António Cardoso de Moura; Elisa Cecilia; Joaquim Fernandes Gomes, Joaquim Lucas.
-Barbeiros:-Francisco do Senhor; Joaquim Alves Simão Junior; José Farias, Filho.
-Cabedaes:-José Luiz Lages Junior.
-Cabo d`Ordens:-José Amaro de Brito.
-Calçado de ourelo (Fabricante de):-Libania Pereira.
-Carnes frescas (Açougueiros):-Francisco Gomes; José Cardoso de Pina; José da Costa; José Fernandes de Brito.
-Carpinteiros:-Abilio Pires Figueiredo; Francisco Augusto; Manuel António Mendes.
-Cereais e Legumes:-José Diniz; Augusto Pinto das Neves; Francisco Gomes; Joaquim Nunes Luiz Junior; José de Moura Pina & Filho.
-Chá e Café:-José de Moura Pina & Filho.
-Chapeus:-António Gomes Leitão & Filhos; António Luiz Duarte Pina & Irmãos; António Pinto Caçapo; Felismina Simões & Filho; José Lages Junior.
-Cinematographo:-Salão Viriato.
-Conservas:-António Mendes Luiz d`Abreu.

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http://www.loriga.de/memorias.htm

-Correio:-Chefe da estação telegrapho-postal, Lucinda Direito.


-Correio:-Distribuidor, José Fernandes de Brito.
-Drogas e tintas:-João Velloso.
-Escolas Primarias officiaes (Professores):-Alice d`Almeida Abreu; Irene d`Almeida Abreu; Pedro d`Almeida.
-Electricista:-António Pedro.
-Fazendas:-António Gomes Leitão & Filho; António Luis de Brito Inácio & C.;. António Pinto Caçapo; Felismina Simões de Moura; José Diniz; José Mendes Simão; Libania Pereira; Luciano
Simões.
-Ferragens:-António Luis Duarte Pina & Irmãos; Manoel de Jesus Pina.
-Gados (Creação de):-Vacum, lanigero e caprino (Vide proprietários).
-Garage de automoveis de aluguer:-Garage Commercio e Industria;Garage Estrella, Leitão & Irmão; José Bonito & C.
-Gazolina (Deposito de):-Carlos Cabral Leitão; José de Moura Pina & Filho; Leitão e Irmão.
-Guia da Serra:-Emygdio Moço.
-Horticultores (Fornecedores de generos de):-Augusto Luis Mendes & C.
-Hospedarias:-Joaquim Fernandes Gomes; José Fernandes Brito (Pensão)
-Hotel:-José Lemos de Moura
-iIluminação:-Empresa Hidro-Electrica da Serra da Estrela, representante, Antonio Pedro.
-Julgado da Paz, Juiz de paz:-Pedro d`Almeida.
-Escrivão:-Joaquim de Moura Simão Junior.
-Lanificios (Fábricas de):-Antonio Cabral, Sucessores; Augusto Luiz Mendes & C. Limitada; Leitão & Irmãos; Moura Cabral & C.; Manoel Gomes Leitão & Filho; Pina,Nunes & C..
-Lanificios (Fabricantes de):-Alfredo Mendes Cabral; Antonio Luiz Duarte Pina; Antonio Nunes Luiz; Carlos Nunes Cabral; José Lages; Pina & Simão.
-Latoeiros:-João Apparicio de Carvalho; José Fernandes Mendes.
-Louça:-Antonio Luiz de Brito Ignacio & C.; Antonio Luiz Duarte Pina & Irmãos; Antonio Pinto Caçapo: Felismina Simões & Filho; Manoel de Jesus Pina.
-Louça esmaltada:-Antonio Luiz de Brito Ignacio; Manoel de Jesus Pina.
-Machinas de costura (Deposito de):-Antonio Gomes Leitão & Filho.
-Madeiras (Deposito de):-Antonio Mendes Cabral
-Marceneiro:-Antonio Pires Figueiredo
-Médico:-Dr. Antonio Gomes.
-Mercearias:-Alexandre Moura; António G. Leitão, & Filho; António Luis de Brito Inácio, & C.;Antonio Luiz Duarte Pina & Irmãos; António Pinto Caçapo; Arthur Dias; Antonio Pinto Neves;
Felismina Simões & Filho; Francisco Gomes; José de Almeida (Viuva de); José Lages; José Memdes Pina; José Mendes Simão; José Moura Pina & Filho (armazem); Libania Pereira;
Luciano Simões; Manoel Mendes Luiz d`Abreu (Viuva de); Seraphim Lopes Cardoso (Viuva de); Vicente Joaquim.
-Minas de estanho:-Companhia das Minas do Malhão.
-Miudezas:-António Gomes Leitão & Filho; Antonio Luiz Brito Ignacio & C.; Antonio Pinto Caçapo; Felismina Simões & Filho; José Mendes Simão; Libania Pereira.
-Modas e bordados:-Antonio Gomes Leitão & Filho; Antonio Luiz de Brito Ignacio & C.; Felismina Simões & Filho.
-Modistas:-Maria Thereza Antunes de Moura; Emilia do Conde; Maria do Carmo do Gaudencio; Eduarda Ambrosia.
-Moveis:-Antonio Gomes Leitão & Filho; Felismina Simões & Filho; José Lages.
-Padarias:-António da Costa Neves; Francisco Gomes; Gracinda Mendes de Jesus.
-Papel para embrulho (Deposito de):-José de Moura Pina & Filho.
-Papelarias:-Antonio Gomes Leitão & Filho; António Luiz de Brito Ignacio & C.; Antonio Luiz Duarte Pina & Irmãos; Antonio Pinto Caçapo; Felismina Pinto Caçapo; José de Moura Pina &
Filho.
-Parocho:-António Mendes Cabral Lages.
-Parteiras:-Anna Cecilia; Maria Thereza Barona.
-Pedreiros (Mestres d`obras):-Arthur de Brito Amaral; José Machado.
-Peixe fresco:-Francisco Gomes; José Bonito.
-Perfumes:-Pharmacia Manazes.
-Petrechos de caça:-Manoel Mendes Luiz d`Abreu.
-Pharmácia-Popular:-Thomaz Manazes.

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http://www.loriga.de/memorias.htm

-Pintor:-João Velloso.
-Pneus e accessorios:-José de Moura Pina & Filho.
-Postaes illustrados:-Felismina Simões & Filho; José de Moura Pina & Filho; Leitão & Irmãos.
-Proprietários:-António Cabral (Herdeiros de); Antonio Elias; Antonio Fernandes Gomes; Antonio Gomes Leitão; António Gomes Luiz; Antonio Lopes Vide; Antonio Luiz Banco; Antonio Luiz
Brito Ignacio & C.; Antonio Mendes Gouveia Cabral; Antonio Moura Romano; Antonio Pinto Luiz; Augusto Gomes Lages; Augusto Gomes Leitão; Augusto Luis Mendes (Herdeiros de);
Augusto Luis Mendes Junior; Augusto Pereira dos Santos; Emygdio Santos Manuelito; José Luiz Alfaiate; João Mendes Velloso; Joaquim Gomes Pina (Viuva de); Joaquim Lucas; José
Gomes; José Gomes Luiz Lages; José Gomes Luiz Pina; José de Lemos; José Luiz Duarte Pina; José Macedo; José Mendes Abreu (Herdeiros de); José Mendes Cabral; José Monteiro;
José de Moura Pina; José de Moura Galvão; José Nunes Luiz; José de Pina Pires; José dos Santos Furtado; Manoel Dias Aparicio; Manoel Gomes Lages; Manuel Gomes Leitão; Manoel
de Jesus Pina; Manoel Mendes Luiz Abreu; Manoel dos Santos Silva.
-Queijos (Produtores de):-José Alfaiate; José Alfaiate (Filho); Manoel Correio.
-Regedor:-Luciano Mendes Cabral Lages-Substituto:-Alfredo Nunes Luiz.
-Registo Civil (Posto de):-Ajudante, Pedro de Almeida.
-Sociedades de recreio:-Associação Catholica de Operários e Artistas; Sociedade de Defesa e Propaganda de Loriga; Sociedade Philarmonica.
-Relojoaria:-Manuel Alves Galinha.
-Sapatarias:-Antonio de Brito Amaro; Antonio Fernandes Gomes; Antonio Lourenço; Emilio João de Brito; José Cardoso de Pina; José Fernandes de Brito.
-Saúde Pública (Sub-inspector):-Dr. António Gomes.
-Serralharia:-Loriguense
-Tabacos:-José Lages; José de Moura Pina.
-Tamancos e Chancas (Depositarios de):-Antonio Gomes Leitão & Filho; António Pinto Caçapo; Felismina Simões & Filhos; José Diniz; José Fernandes Conde; José Moura Pina
Fernandes; Manoel de Jesus Pina.
-Vidraria:-Luiz de Brito Ignacio & C.
-Vinhos (Produtores de):-Amalia Nunes de Pina; Antonio Cabral (Viuva de); Antonio Cabral Leitão; Antonio Cardoso de Moura; Padre Antonio Mendes Lages; Carlos Luiz Mendes; José de
Mendonça Cabral; José Tapora; Manoel Gomes Leitão; Matheus Moura Galvão.
-Vinhos (A retalho):-Alexandre Moura; Arthur Dias; José Diniz; José Mendes de Pina; Manoel Jesus Pina; Manoel Mendes Luiz d`Abreu; Vicente Joaquim.
* (Esta Transcrição foi escrita na integra, tal como se escrevia na época)
(Registado aqui - Ano de 2003)

II -Loriga no Ano de 1942


É a primeira e a mais importante freguesia do concelho de Seia e uma das principais do Distrito da Guarda, pela sua população, comércio, industria e riqueza pecuária no fabrico de lanifícios,
empregando diariamente cerca de mil operários de ambos os sexos. Nesta freguesia se fabrica o conhecido queijo da serra.
Altitude 741 metros. População 3.040 habitantes. Possui os seguintes templos:- Santa Maria Maior (Matriz); Santo António; Nossa Senhora da Guia; Nossa Senhora do Carmo; São Sebastião
e Auxiliadora.
A 42 Km da estação férrea de Nelas, a 22 Km de Seia, sede de concelho, a 65 Km de Viseu, 95 Km da Guarda e 120 Km de Coimbra.
Tem minas de volfrâmio, estanho, ferro e arsénio. Tem artísticos chafarizes públicos mandados construir pela colónia loriguense de Manaus (Brasil-Amazonas) e é iluminada à electricidade -
voltagem 220 Kv.
Carreiras diárias de luxuosas camionetas entre Loriga, Nelas e Alvôco da Serra, aos sábados
***
-Agências Bancárias:-Borges & Irmão António Pinto Caçapo; Credit Franco Portugais, Soto-Maior, Lisboa & Açores, Espirito Santo e Comercial de Lisboa; António Gomes Leitão Sucessor;
Banco Nacional Ultramarino, António Cardoso Moura; Banco Aliança e Cupertino de Miranda & C., Carlos Nunes de Pina; J.M. Fernandes Guimarães & C., António Luis Duarte Pina & Irmãos.
-Alfaiates:-Àlvaro Mendes Simão; António de Brito Pereira; António de Pina Pires; Carlos Fernandes Urtigueira; Plácido Pinto Luis dos Santos; José Fernandes Urtigueira..
-Apicultores:-António Cabral Leitão; Augusto de Brito Braga.
-Armador de Igrejas:-António de Moura Pina.
-Automóveis (Aluguer de):-Auto-União Serra da Estrela, Limitada; Ernesto Duarte Pina; José Bonito.
-Azeite (Produtores de):-António Cabral (Herdeiros de); António Cabral Leitão; António Cardoso de Moura; Augusto Gomes Leitão; Pedro Vaz Leal; Urbano Ambrósio de Pina.
-Barbeiros:-Abilio Alves Costa; Francisco Farias.

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-Carreiras de Camionetas:-Auto-União Serra da Estrela, Limitada, de Adelino Pereira das Neves.


-Casas de espectáculos e recreio:-Grupo Desportivo Loriguense; Sindicato Nacional dos Operários da Industria de Lanifícios (Secção de); Sociedade de Defesa e Propaganda de Loriga;
Sociedade de Protecção à Escola Popular; Sociedade Recreativa Musical Loriguense.
-Cereais (Negociantes de):-José Diniz; Manuel de Moura Pina.
-Construção Civil:-António Gomes de Pina Machado; Fonseca & Felix; João Oliveira & Irmãos; Joaquim Félix & Irmão.
-Correio:-Chefe, Lucinda Direito.
-Despacho Central, (combinado com a B.A.) Chefe, Ramiro Henriques Correia.
-Drogarias:-António Gomes Pina Machado; Manuel Moura Pina.
-Escrivão:-José Luis dos Santos.
-Fábricas:-José Lages; Leitão & Irmãos; Augusto Luis Mendes & C. Limitada; Moura Cabral & C.; Nunes Brito & Pina, Irmãos, Limitada; Nunes & Cabral, Sucessor; Pina,Nunes & C..
-Farmácia-Popular:-Directora Técnica, Amália de Brito Pina.
-Fazendas:-António Gomes Leitão, Sucessor; António Luis de Brito Inácio & C.;. António Pinto Caçapo; Carlos Nunes de Pina; Felismina Simões de Moura; José Diniz.
-Ferragens:-António Luis B. Inácio, Sucessor; José Diniz; Manuel de Moura Pina; Pedro Vaz Leal.
-Filarmónica:-Regente, António Brito Pereira.
-Funerárias:-António Luis de Brito Inácio, Sucessor; António Pinto Caçapo; António Gomes Leitão, Sucessor.
-Guia da Serra:-Manuel Pires Figueiredo.
-Iluminação (empresa concessionada):-Empresa Hidro-Eléctrica da Serra da Estrela, representante, João Pereira.
-Jornais:-Diário de Noticias-Abílio Alves Costa; Século-Artur Simões de Moura.
-Julgado da Paz:- Juiz, Alberto Pires Gomes.
-Junta de Freguesia:- Presidente, António Mendes Cabral Lages.
-Lacticinios-Queijos (Fabricantes de):-Emídio Correio, José Alfaiate; José Alfaiate (Filho); Manuel Correio.
-Lanifícios (Armazem de):-António Gomes Leitão & C.; Augusto Luis Mendes & C. Limitada; José Lages; Leitão & Irmãos; Manuel Gomes Leitão & Filho; Moura Cabral & C.; Nunes Brito &
Pina, Irmãos, Limitadas.
-Marcenarias:-António Pires Figueiredo; Joaquim de Andrade.
-Médico:-Dr. António Andrade.
-Mercearias:-António G. Leitão, Sucessor; António Luis de Brito Inácio, Sucessor; António Pinto Caçapo; Carlos Nunes de Pina; Felismina S. de Moura; José Diniz; José Vicente
Figueiredo; Laura Mozarga; Manuel M. Pina; Maria dos Anjos Antunes; Maria do Carmo Mendes Melo.
-Minas de Volframio e estanho:-José Lages Júnior; Minas de Loriga, Limitada; Minas do Rombo, Limitada; Sociedade Mineira de Loriga, Limitada.
-Modista:-Alcina de Almeida Abreu; Elvira de Jesus Pina; Maria Teresa Antunes; Maria Tereza Nunes Amaro; Urbana Ambrósio de Pina.
-Padarias:-António Alves Galinha; José Lopes Junior; José Maria Pinto.
-Pároco:-António Mendes Cabral Lages.
-Parteiras:-Constança de Brito Pina; Maria Gomes Torrozelo.
-Pensão:-Palmira de Brito Crisóstomo.
-Polvora (Depósito de):-José Diniz; José Luis dos Santos.
-Professores:-Alberto Pires Gomes; Irene de Almeida; Alice de Almeida Abreu.
-Proprietários:-António Cabral (viúva de); António Cabral Leitão; António Cardoso de Moura; António Luis Duarte Pina; António Mendes Cabral Lages; António Mendes Gouveia Cabral;
António de Moura Cabral; Augusto Gomes Leitão; Augusto Luis Duarte Pina; Augusto Luis Mendes Júnior; Carlos Cabral Leitão; Carlos Nunes Cabral; Carlos Simões Pereira; Joaquim
Gomes Leitão; Joaquim Gomes Pina (viúva de); José Lages; José Luiz Duarte Pina (viúva de); Manuel Gomes Leitão; Maria Helena Cabral Leitão; Pedro Vaz Leal.
-Regedor:-Carlos Simões Pereira.
-Registo Civil (Posto de):-Ajudante, Alice de Almeida Abreu.
-Sapatos de Ourelo (Fabricantes de):-Amélia Moura Pina; Amélia Pinto Urtigueira; Eduarda Martins Ferrito; Laura de Almeida; Teresa Alves.
-Saúde Pública, Subdelegado:-Dr. António Andrade.
-Seguros:-Manheimer e Sociedade Portuguesa de Seguros-António João de Brito Amaro; Nacional e a Pátria-Carlos Nunes Cabral; Acidentes de Trabalho-Emílio R. Leitão; Mundial-António
Gomes Leitão, Sucessor; Portugal Previdente-António Fernandes Carreira.
-Serralharias Mecanicas:-Pedro Vaz Leal; Joaquim Augusto Correia.
-Tabacos (Depósito de):-José Luiz dos Santos.

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-Talhos:-Adriano do Amaral; Alexandre Jorge Moura; José Luiz dos Santos Firminio.
-Turismo:-Sociedade Defesa e Propaganda de Loriga.
(Registado aqui - Ano de 2001)

Recortes da Emigraçao
- o "Salto"

Os finais da década de 1950 e principio da década de 1960, está ainda na memória de muitos de nós, quando ainda eramos crianças e a vivermos nas nossa vilas e aldeias do interior, ao nos
apercebermos que algo de novo acontecia e dominava as conversas no seio das famílias, mas também nos barbeiros e tabernas, com a noticia da partida deste e daquele, desses que, pela
calada da noite e em absoluto segredo, desapareciam com destino à França "a salto", como se dizia.
Sem dúvida que foi um dos recortes da história da emigração portuguesa que mais pareceu marcar uma geração, com a emigração clandestina principalmente de Portugal para a França, a
ser uma verdadeira realidade, clandestinidade que vulgarmente se passou a conhecer por o "Salto", marcando uma população em autenticas aventuras e onde os "engajadores" ou
"passadores" tiveram um papel fulcral na saída de muitos portugueses, que faziam passar nas fronteiras para países prometidos de melhor vida.
Eram tempos que sair do nosso país era delito, que mais se acentuava quando dependia da idade e circunstâncias, por isso, se poderá compreender da utilização dos meios ilegais da
clandestinidade a que muitos se sujeitavam, na esperança de uma vida melhor para lá dos Pirinéus. Na altura, não era fácil a saída da mão-de-obra do nosso país pelos meios legais, que mais
complicado se tornava quando se era de localidades industriais, como era por exemplo Loriga.
Estando os países europeus para lá do Pireneus em grande desenvolvimento, a França para os portugueses era
um horizonte onde a perspetiva de conseguir aquilo que a suas próprias terras parecia não lhes poder
proporcionar, ou seja uma melhor remuneração ou mesmo uma outra independência económica e acima de tudo
uma vida melhor para os seus familiares, Portugal vivia num circulo fechado ao mesmo tempo isolado dos
restantes países, a sua população não era dona da sua própria liberdade, o progresso era lento, o poder
económico e social não abrangia a maioria do povo, ao se ter em conta que o poder se concentrava apenas em
alguns e que lhes interessava o sistema.
Quanto ao potencial interessando nessa aventura, tudo era planeado com o maior secretismo possível, por isso,
na maioria das vezes só se saber quando o "Salto" era dado ou mesmo já quando se encontravam por terras de
França. Eram na realidade autênticas aventuras sendo também preciso muita coragem, a saída clandestinamente
do país, sem Passaportes, nem vistos, sem contratos de trabalho, nem amigos à espera. Eles partiam, hoje um,
amanhã outro, homens, só homens ao começo depois também algumas mulheres.
Já depois em França procuravam trabalho e também a prioridade de arranjar "papeis", que lhes permitiria depois
voltar legalmente a Portugal (sem medo de serem presos ao atravessarem as fronteiras) para verem a família.
Passaram-se então a conhecer as histórias de quem teve de andar a monte a fugir à guarda em Portugal e na
Espanha, ou muitos daqueles que só conseguiram chegar ao destino, graças à muita fantasia dos "passadores"
mais experientes e espertos, que os levavam em todo o tipo de transportes de cargas, escondidos no meio de
mercadorias declaradas.
Na maioria das vezes essas viagens de autenticas aventuras, tanto poderiam demorar poucos dias como até 20 ou
mais, como poderiam também ser "encerrados" na lona de uma velha camioneta sem água e sem comida, como
poderia ser uma viagem a maior parte a pé, como poderia ser uma viagem normal, como poderiam ter de andar
sempre escondidos como animais, assim como, poderem ter a chegada a determinado destino ou não chegarem Percursos por trilhos desconhecidos
vindo por acabar de serem detidos pelas autoridades, como poderiam também, ser apenas uma mão cheia de
pessoas, ou serem grandes grupos, enfim, uma infinidade de circunstâncias a que se poderá juntar os caminhos
muitas das vezes difíceis e perigosos em que muitos até perderam a vida.
Esta emigração clandestina do chamado "Salto" apesar de nunca ter sido reconhecido, foi também uma autêntica revolução que modificou culturas, mentalidades e outra forma de viver em
muitas localidades desfavorecidas, principalmente do interior. O potencial candidato a este meio de emigração clandestina passava acima de tudo a ser um aventureiro, que começava mesmo
pela viagem que tinham pela frente e que eram realmente de autenticas aventuras para chegarem às terras de França e assim alcançado o objetivo, que ao serem então "largados" passavam
a partir dali entregues aos seus próprios destinos e se muitos a sorte logo os protegeu outros não tendo essa melhor sorte, podiam muito bem ver adiado melhores dias

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Todo aquele com o pensamento de emigrar, parecia apenas se concentrar na ideia de lá longe terem uma vida melhor
e conseguirem também adquirir a casita que tanto ambicionava, por isso mesmo viam no "Salto" o meio de
conseguirem ter tudo isso, na maioria dos casos não tendo posses para pagarem a quantia pedida pelos
"engajadores" se empenhavam, pedindo dinheiro emprestado ou mesmo vendendo a vaca ou a lameira ou mesmo
outros géneros, na esperança de a curto prazo poder ter bastante dinheiro e poder ver compensado todo esse
sacrifício que começava a fazer.
No meio da engrenagem desta emigração do "Salto" sobressaia a existência de um sistema marcante, com os mais
variados truques, entre o "passador" e a família do potencial emigrante. O mais comum era aquele conhecido, como o
método truque da "fotografia rasgada" muito utilizado quando metia por meio diversos "passadores", assim, uma
fotografia era rasgada em duas partes, ficando uma em poder do "passador" inicial ou mesmo na posse da família do
emigrante e outra parte era levada por este, que se encarregava de entregar ao segundo "passador" que os levava
por terras espanholas e depois de estarem já no local do destino ou seja as terras de França, este "passador" ao
regressar e de posse dessa metade da fotografia, recebia então a restante quantia para completar o pagamento,
como tinha sido previamente combinado.
Como se disse os "engajadores" ou "passadores" tiveram um verdadeiro papel de relevo nesta emigração clandestina,
ao fazerem passar nas fronteiras para países prometidos de melhor vida, milhares de portugueses. Muitos deles
normalmente de localidades da raia de Espanha, eram grandes conhecedores dos muitos trilhos e caminhos, bem
como, muito habituados a movimentarem-se por terras espanholas mesmo até na travessia da fronteira francesa.
Se muitos recordam que os "passadores" eram vistos como "pessoas de bem" que a troco de um determinado
pagamento, que muitas das vezes nem sempre lhes "compensava os trabalhos passados" para levarem até ao fim o
que tinha então sido previamente combinado, o mesmo não se poderá dizer dos muitos fraudes, enganos e vigarices
em que muitos emigrantes caíram, muitas das vezes acabando mesmo de conhecer prisões e por conseguinte o
Por terras desconhecidas à procura de uma melhor vida inevitável agravamento das suas vida e das suas próprias famílias.
Hoje muitos ainda desses antigos "passadores" e esses muitos emigrantes, recordam esses tempos e essas
aventuras passadas e apesar de terem sentido na pele o sacrifício a perseguição e até prisão, ainda se ouve das suas
vozes dizer "valeu a pena" por verem em terem contribuído para a evolução e desenvolvimento das terras
praticamente esquecidas e acima de tudo por as pessoas terem melhorado as suas vidas.
São alguns os loriguenses, que já nos contaram também as suas aventuras e que fizeram parte dessa emigração do "Salto", contam como os "passadores" vinham a Loriga, normalmente à
noite, movimentavam-se pelas tabernas. Com muito segredo era combinado o preço a pagar, o modo, o local e o meio de transporte. A partida era sempre de noite, começando logo ali a
aventura. Quanta vezes esperaram horas e horas escondidos na estrada, entre o "Vicente" e Ponte do "Zé Lages" ou entre o "Portugal" e Senhora da Guia Nova, à espera da chegada de uma
velha camioneta de carga com lona, que os vinham recolher, que muitas das vezes só aparecia já muito perto da madrugada.
(Registado aqui - Ano de 2013)

1960 - Um Domingo trágico em Loriga


Foi no dia 11 de Dezembro de 1960, era o segundo domingo desse mês que parecia ser igual a muitos outros. O sol nasceu risonho e a vida quotidiana em Loriga tinha começado, a maioria
das pessoas dirigiase para a missa das 11h00 enquanto outras nomeadamente as donas de casa (que já tinham assistido à primeira missa) preparavam-se para fazer as lidas de casa e o
almoço.

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Pouco depois da 11h00 e quando muitas das mulheres já estavam a começar a preparar o almoço, falta a luz em Loriga, que foi
demorando algum tempo até novamente voltar. A senhora Maria dos Anjos Lopes de Brito mais conhecida pela "Tia dos Anjos da
Ramalha" na sua casa situada no Largo Dr. Amorim da Fonseca, estava nesse momento a cozer grão para fazer a sopa,
normalmente a sopa do domingo em quase todas as casas.
Como demorava a vir novamente a luz a senhora dos Anjos, resolveu acender o fogão a petróleo para adiantar e mesmo antes que
o grão encarolace, só que colocou o fogão a petróleo por cima do fogão eléctrico, esquecendo-se de desligar este. Entretanto
voltou a luz a "Tia Ramalha" continuava a sua lida na cozinha não se apercebendo que a luz tinha voltado.
Costuma-se dizer que é o destino e a sina de cada um, o que é certo e quando o fogão a petróleo aquece dá-se uma tremenda
explosão que abalou as casas vizinhas e seguindo-se até um foco de incêndio. Ao primeiro embate as pessoas ficarem aterradas
sem saber o que se tinha passado, foi quando vêm sair de dentro da casa a "Tia Ramalha" completamente queimada ainda como
que o corpo arder mas ainda com algumas forças para conseguir chegar à rua.
De imediato os mais corajosos correram até ela com mantas ao mesmo tempo que caia ao chão, enquanto outros apagavam o foco
de incêndio na casa. Ocorreram entretanto outras vizinhas com lençóis com que embrulharam o corpo da senhora do Anjos
gravemente queimado e logo alguém com carro ali perto se prontificou levá-la para o consultório do Dr. Mineiro situado na escada
que dá aceso à "Rua Escura", enquanto outros o foram chamar com urgência á sua residência

A rua encheu-se de gente coincidindo com a saída da missa, comentava-se e lamentava-se o sucedido enquanto o Dr. Mineiro lutava contra o tempo nos curativos ao
corpo queimado e tentado por sua vez minimizar o sofrimento à pobre mulher.
O corpo da senhora Maria do Anjos, ficou gravemente queimado com queimaduras profundas que desde logo o diagnóstico era dito de de gravidade. Foi depois levada
para casa onde se manteve em estado crítico, vindo a falecer 4 dias depois na tarde do dia 15 de Dezembro, quando não conseguiu mais resistir a todo aquele sofrimento,
tinha então 56 anos. O funeral realizou-se no dia seguinte, estava o dia cinzento parecendo triste, com um mar de gente a acompanhar a "Tia Ramalha" até ao cemitério
local sua última morada, onde passou a descansar em paz.
A consternação apoderou-se de todos os loriguenses, que durante bastante tempo não poderam esquecer esse tão trágico acontecimento que ficou para muitos gravados
na memória. Um domingo trágico em Loriga, que começou parecendo um domingo igual a muitos outros. (Registado aqui - Ano de 2007)

Incêndio na Sede do "Socorro Paroquial"


O Dia de Natal tinha passado como que igual a muitos outros, estava um frio de "rachar" a noite foi tomando conta do dia numa serenidade própria, o povo foi-se deitando e adormecendo num
aprazível sono reflexo do dia passado em família.
A data de 26 de Dezembro de 1962 tinha acabado de entrar, notando-se aquela habitual acalmia e do povo sereno dormindo, até que cerca da 4 horas da madrugada, são os loriguenses
acordados com o sino da torre da Igreja a tocar arrebate e simultaneamente os gritos a se ouvirem "acudam ao fogo". Num impulso levanta-se o povo com toda a gente a correr na direcção
do "Terreiro do Fundo" onde se situava a sede do Socorro Paroquial Loriguense que as chamas devoravam impiedosamente e com muitas pessoas a empreenderem esforços para evitar que
o fogo se propagasse aos edifícios limítrofes.

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Aglomerou-se grande multidão nas cercanias do "Terreiro do Fundo" olhando aterrados as chamas enormes que não param de destruir todo o imóvel com todo o
recheio do "Socorro Paroquial" - aparelho de televisão, telefonia, mobiliário, jogos, etc. - bem como, a casa por baixo e conjunta da senhora D. Maria do Carmo Luís
Abreu proprietária, bem como, a sua família de todo aquele imóvel que ali estava a ser consumido pelas chamas.
Choravam e lamentavam-se as pessoas perante tal cenário, impotentes perante tão grandes labaredas que iam devorando tudo. Entretanto, os Bombeiros de Seia já
tinham sido avisados e que também se sabia já virem a caminho de Loriga. Os Bombeiro Voluntários de Seia compareceram na realidade o mais rápido possível, 20
Km. de estrada que levaram cerca de meia hora a percorrer, mas ao chegarem já nada havia a fazer, mesmo assim depois de terem chegado ainda levaram mais de
duas horas a extinguir por completo o rescaldo.
Os prejuízos foram avaliados em cerca de duas centenas de contos, lamentou-se profundamente o sucedido, que constitui grave dano para os proprietários do prédio e
grande prejuízo para o "Socorro Paroquial", tendo em conta que nem o edifício da família da senhora D. Maria do Carmo L. Abreu nem o mobiliário da sede do
"Socorro Paroquial" se encontravam cobertos pelo seguro.
Nos dias seguintes os comentários sobre o incêndio era tema obrigatório, enquanto uns diziam que tinha sido a causa uma braseira esquecida ainda acesa, onde diziam
ter sido o curto-circuito, nunca se chegando a ter uma certeza concreta sobre o que na realidade tinha acontecido.
O que pareceu ficar com mais certeza, foi que em casos tais se reconhecer a grande necessidade de uma delegação de corporação de Bombeiros Voluntários em
Loriga, ideia que já há muito era falada e que a partir de então passou a ter mais firmeza, só que depois foi novamente esquecida.
A lição que ficou foi aquele ditado do povo "depois de casa roubada trancas na porta" quando nos dias seguintes se foi tendo conhecimento de um corrupio de
proprietários de prédios ou simplesmente das casas, correrem aos agentes de seguros a porem suas casas asseguradas. (Registado aqui - Ano de 2010)

1971 - Acidente trágico


Nas primeiras horas da manhã, do dia 24 de Setembro de 1971, ocorreu um trágico acidente de viação, que vitimou 3 pessoas e ainda muitos feridos graves e ligeiros. O acidente aconteceu
numa curva muito perto de Alvoco da Serra, quando uma carrinha de transporte de operárias, da empresa de malhas Lorilan - Nunes & Comp. Lda. de Loriga, embateu violentamente contra
um autotanque da firma de Transportes Jaime Dias, Sucurs, Lda, de Coimbra, que circulava em sentido contrário.
O pequeno autocarro pertencia à fábrica de malhas Lorilan - Nunes & Comp. Lda. de Loriga, e fazia o transporte diário das operárias para
a fábrica onde trabalhavam e depois o regresso às suas terras, procedimento habitual como medida recomendada pela própria economia.
Recorde-se que, uma das vítimas mortais, foi Victor Simão Mendes, natural de Loriga, jovem motorista do pequeno autocarro, onde
viajavam 21 pessoas todas elas mulheres, na grande maioria jovens, com idades compreendidas estre os 12 e 31 anos.
Na altura, segundo a imprensa escrita, a carrinha ou mini autocarro como queiram chamar vinha superlotado, o que parecia ser habitual,
tendo mesmo alguns órgãos da comunicação social avançado, que as pessoas neste mini autocarro vinham autenticamente engaioladas.
Nos finais da década de 60 e também nos anos da década de 70 do último século, a expansão da industria de malhas em Loriga era uma
realidade e constituía, à época, um pilar importante no poder económico da vila de Loriga.
Paralelamente, o fluxo da emigração loriguense para os países europeus era cada vez mais acentuado. Todas as semanas havia noticia
da saída de pessoas para países como a França, Alemanha, Luxemburgo, entre outros, e daí, a necessidade de os patrões recorrerem
ao recrutamento, principalmente de operárias, nas localidades vizinhas.
Nessa altura, começou a ser norma corrente, no concelho de Seia, os proprietários das firmas procederem à aquisição de veículos novos
ou usados, neste caso autocarros ou carrinhas, para o transporte de operárias das localidades vizinhas, uma forma rentável e de grande
conveniência para a produtividade das empresas.
A firma Lorilan - Nunes & Comp. Lda, não fugiu à regra, só que neste caso concreto a carrinha desta firma foi adquirida nova em Gouveia.
Passando a partir de então a ser também um meio usual nesta firma de Loriga, com o mini autocarro a percorrer as localidades vizinhas O estado em como ficou a carrinha
na recolha do pessoal e, findo o dia, o retorno das operarias às suas terras e residências.
Na altura, correu muita tinta quanto às causas do acidente, e houve muita especulação na atribuição das culpas. Todavia, nada parecia apontar que o acidente se devesse ao facto de a
carrinha circular superlotada. Pelo contrário, tudo levou a crer ter sido uma entrada demasiado confiante na curva que terminou em acidente. De qualquer das formas, ficou para a memória
que a carrinha e o autotanque, apesar de tudo, circulavam no local e na hora errada, por isso ter ficado uma região de luto. (Registado aqui - Ano de 2003)

Poema - Ruas da minha terra *

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Ruas da minha terra


Como eu me lembro bem
Comecei a percorre-las
Ao colo de minha mãe

Ainda hoje sinto o calor


Que do seu peito imanava
Quando rezando ao Senhor
Na procissão me levava

Ruas da minha terra


Ruas do meu amor
Um pouco mais crescido
Ia ao lado de meu pai

Com uma vela na mão


Seguindo atrás do andor
Cantando ao mesmo Senhor
Na mesma procissão

Ruas da minha terra


Ruas da minha alegria
Quantas saudades sinto
De quando as percorria

Juntamente com os amigos


Com um ramo na mão
Cantando a todos os Santos
No Domingo da Paixão

Rua Viriato Ruas da minha terra


Como eu me lembro bem
Quem me dera voltar a vê-las
Ao colo de minha mãe

* Fernando Alves Pereira (Requinta)


(Registado aqui - Ano de 2006)

1961 - Um dia de consternação em Loriga - Acidente de Aviação


Era 1 de Novembro de 1961 "Dia dos Finados", dia calmo com as pessoas a fazerem os seus preparativos com a ida ao cemitério, visitarem os seus ente queridos. Parecia ser um dia de
finados igual a muitos outros, que tirando o dia simbólico que se celebrava, as pessoas faziam as suas lidas normais dentro de uma acalmia vivida em Loriga.
Até que de momento para o outro, as pessoas que já tinham rádio nessa altura, começou a dar noticias que dava conta de um grave acidente de avião ocorrido em Recife - Brasil, com o avião

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a despenhar-se e a incendiar-se ao procurar aterrar no aeroporto dessa cidade e já muito perto da pista.
Um ou outro mais atento começou a associar que nesse mesmo dia tinha partido de Lisboa com destino ao Brasil os loriguenses, José Simões de Pina e sua esposa Laura da Conceição F.
Moura Pina, que iam passar os meses de inverno naquele país, a convite dos seus filhos ali radicados.
Os rumores foram-se acentuando e começando a ter mais consistência ao saber-se que esse avião era da carreira Portugal-Brasil "Voo da
Amizade" as notícias dava conta de haver sobreviventes mas também dezenas de mortes.
Por toda a vila era notório nas pessoas uma certa ansiedade, nos minutos e horas seguintes as pessoas foram procurando saber de mais
notícias que iam chegando a conta gotas Passado poucas horas houve mesmo a confirmação entre os mortos encontravam-se o casal
loriguense, a partir de então uma onda de consternação apoderou-se do povo nesse dia que parecia ser um Dia de Finados igual a muitos
outros.
O senhor Simões Pina e a D. Laura eram um casal que gozavam da maior estima e verdadeira amizade dos seus conterrâneos. Ele na altura,
era presidente da "Sociedade Loriguense de Recreio e Turismo", que vinha desempenhando essas funções desde a fundação desta
associação loriguense.
No dia 17 de Novembro seguinte, chegaram a Loriga os restos mortais da esposa D. Laura da Conceição F. de Moura Pina. De Lisboa,
acompanharam o préstito fúnebre muitos loriguenses e pessoas amigas. Por sua vez em Loriga o povo uniu-se numa manifestação de sentido
pesar, incorporando-se, em grande multidão no funeral como já não havia memória, com a rua apinhada de gente sendo arrepiante o momento
em que a sua urna parou junto à sua residência, situada no Largo do "Poleirinho". Foi depois na Igreja Matriz realizado os solenes Ofícios de
Defuntos. Laura da Conceição F. Moura Pina e José Simões de Pina
Falecidos no dia 1.Novembro.1961
Por alma de José Simões de Pina foram de igual modo cantados Ofícios na Igreja Paroquial no dia 25 de Novembro.
(Registado aqui - Ano de 2008)

O Relógio da Torre da Igreja de Loriga

A colocação de um relógio, na Torre da Igreja de Loriga era uma ideia que vinha de há anos muitos atrás. No entanto, só viria a tornar-se
realidade em Abril de 1969, quando foi colocado, tornando-se assim um velho sonho realizado. Para o efeito foi também necessário efectuar,
obras de adaptação na torre da igreja, na altura era pároco em Loriga o Senhor Padre António Nascimento Barreiros.
Com vista à angariação de fundos para custear o relógio e a sua colocação, foram tomadas algumas iniciativas, nomeadamente uma
subscrição pública, bem como outros eventos, entre os quais se destaca a realização de uma peça de teatro "Casa de Pais", exibida por três
vezes, no Salão Paroquial, cujas receitas revertiam a favor da colocação do relógio.
À época, fizeram-se ouvir algumas vozes críticas, designadamente quando ao facto de a torre não ter levado uma obras mais, para ficar um
pouco mais elevada, bem como, o facto de terem sido colocados dois mostradores em vez de quatro, permitindo dessa forma que o relógio
fosse visível de todos os quadrantes da vila.
O "Braga" como popularmente ficou conhecido na altura, foi negociado e adquirido a uma firma sediada na cidade de Braga, que para o
efeito se deslocaram a Loriga para a respectiva instalação, por isso o hábito de a população assim o passar a chamar, quando se referia ao
relógio da torre da igreja ou mesmo quando ouviam tocar as horas.
Nos primeiros tempos, a população estranhou muito ao ouvir o bater das horas e meias horas, principalmente os habitantes das casas mais
próximas, no entanto, com o decorrer do tempo, lá se foram habituando e mais tarde já não podiam passar sem ouvir, passando a ser uma
companhia e uma presença viva ao ouvir-se por toda a Vila e, nos campos era um meio de as pessoas estarem informadas com as horas.
(Registado aqui - Ano de 1999)

Torre da Igreja - Ano 1969

Salão Paroquial de Loriga

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Interior do Salão Paroquial de Loriga


O Salão Paroquial de Loriga, situa-se no Largo do Adro da Igreja, e é parte integrante da "Residência" como popularmente é assim chamado aquele imóvel.
O referido prédio foi construído em 1945, por um custo orçamental de 100.000$00, sendo o pároco em Loriga, o Sr. Padre António Roque Abrantes Prata, natural de Manteigas, que tinha
chegado a esta localidade um ano antes.
Obra paroquial de grande vulto, para a época, com o piso superior destinado para a residência do Pároco local e o espaço inferior idealizado para Salão Paroquial, no sentido de servir em
prol da comunidade em actividades religiosas, culturais e recreativas.
Desde então passou a ser a Sala de espectáculos de Loriga, onde ao longo de todos estes anos da sua existência, ali se tem realizados os mais variados eventos, onde se destaca, o cinema,
o teatro, variedades, concertos, entre outros.
Em certa época, chegou mesmo serem ali realizadas celebrações litúrgicas, nomeadamente missas, em substituição da Igreja Matriz, enquanto nesta se procediam a grandes obras de
restauro.
O velhinho "Salão" é pois uma casa pela qual os loriguenses têm um carinho especial e, hoje com dantes continua a ser a sala de espectáculos de Loriga, sempre aberta para receber ali,
todas as actividades para a qual foi idealizada a sua construção. (Registado aqui - Ano de 2007)

As Festas da Vila de Loriga


É ainda da lembrança de muitos quando se realizavam em Loriga, na decada de 1950 e nos primeiros anos da década de 1960, as Festas da Vila, que decorriam durante três dias
organizadas pela Sociedade de Defesa e Propaganda de Loriga. As Festas da Vila de Loriga, realizavam-se em Agosto, mais concretamente no fim de semana seguinte à Festa da Nossa
Senhora da Guia. Começaram a realizar-se no ano de 1952, na ideia generalizada de afastar a vil tristeza que dominava as almas e, ainda instituir estas festas com o objectivo honesto de as
pessoas se divertirem anualmente, dando largas ao seu entusiasmo e exultando a alegria.
Este festejo anual radicou-se de tal maneira no coração das gentes de Loriga, que todos suspiravam pela sua aproximação, pois era motivo de agradável a reunião das famílias, que
trabalhavam em terras distantes, que aproveitando esta ocasião, Festa da Nossa Senhora da Guia e Festas da Vila, para virem de alongada visita à terra natal em romagem de saudade,
revendo ao mesmo tempo os encantos da natureza deste recanto onde nasceram.

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A vila de Loriga tomava o ar festivo, as ruas eram caprichosamente engalanadas, milhares de lâmpadas formando fantástico clarão, iluminavam
toda a povoação e seus campos à volta, havia arcos de cores, com luzes, bandeiras e balões. Vinham muitos e os mais variados divertimentos
populares que se espalhavam pela vila, a festa centralizava-se principalmente na "Carreira", "Carvalha", Fonte do Mouro, Terreiro da Lição, com
milhares de pessoas a encher por completo estes locais. Houve até um ano em que um dos divertimentos os "Aviões" foi colocado no largo,
existente no lugar conhecido por "Portugal", situado onde hoje começa o Bairro Padre Lages.
Um vastíssimo programa em que a música, divertimentos, desporto, concursos, cor e alegria, completavam três dias de muita animação. O Largo
do Santo António ou Largo da "Carvalha" como popularmente também era assim chamado, era fechado em todo o seu redor, pois passava a ser
o "recinto da Festa", onde decorria os mais importantes actos de variedades musicais, onde era necessário pagar o ingresso de entrada, pois era
ali que actuavam os vários artistas da Rádio vindos de Lisboa.
Este recinto fechado da "Carvalha", era apetrechado com um palco, onde ao som das músicas dos conjuntos de Jazz, decorria baile, alegria e
animação, durante toda a noite, onde não faltava um esmerado serviço de bar e restaurante, para satisfazer os assistentes.
Se olhar-mos os programas das Festas desse tempos, poderemos ver que parecia nada faltar. Como se disse vinham grandes nomes da Rádio,
conjuntos de Jazz musicais, Bandas de Músicas, divertimentos vários, como Automóveis Eléctricos, Carrosséis, Poço da Morte, a grande Roda
Girassol, os "Aviões", Mulher eléctrica, por todo lado várias barracas de vendedores de guloseimas, brinquedos e jogos variados e, ainda a parte
desportiva, que decorria durante a tarde no recinto do Campo de Futebol do Grupo Desportivo Loriguense, com um Jogo de futebol, Atletismo e o
sempre grande Torneio de tiro aos pratos. Também chegou-se a efectuar exposição e concursos de gado bovino.
As Bandas de música normalmente davam os seus concertos, no terrasse existente e pegado à fábrica Nunes & Brito, e diga-se de passagem,
na altura da actuação da Banda de música de Loriga, o local e toda sua extensão até à "Carreira" propriamente dita, era um mar de gente, ainda
hoje presente na memória de uma geração que ainda recorda com saudades.
As Festas tinham o seu inicio às sete horas da manha de Sábado com uma salva de 21 foguetes, com a Banda de Loriga a percorrer as ruas da
vila, anunciando a abertura dos importantes festejos, no entanto, era a partir da 20,00 horas que tomava o verdadeiro ar festivo, com abertura
dos locais de diversões na vila, que passavam a ficar apinhados de gente.
Todas as noites as Festas eram encerradas com um arraial de fogo de artificie que era lançado, no aqueduto perto do "Vale dos Alhós" por volta
das 24,00 ou 00,30 horas, que encantava todos os assistentes.
O arraial de Segunda-Feira, era o mais importante numa sessão fantástica de fogo, luz e cor. Esta sessão de fogo de artificie que representava o
encerramento das Festas da Vila de Loriga, era na verdade deslumbrante, que terminava com um admirável arraial chamado "Boquet Surpreza" e - Ano 1955 -
ao qual parecia ninguém querer perder e por isso todos queriam contemplar antes de recolherem a suas casas para se deitarem. As ruas engalanadas e os visitantes a tirar os retratos
De regresso aos seus lares, parecia ver-se no rosto de todos já a uma certa saudade, todos suspirando para que as festas do ano seguinte, que levavam para recordação.

voltassem bem depressa.


Nota:- No ano de 1961, as Festas da Vila em Loriga não foram realizadas, em virtude dos acontecimentos registados em Angola no mês de Fevereiro desse ano, que veio a ser o mote para o
inicio da Guerra do Ultramar, seguindo assim a comissão das Festas da Vila o exemplo de muitas outras localidades que nesse ano não organizaram Festas.
(Registado aqui - Ano de 2004)

Arco do Emigrante
- Projecto nunca concluído -
Decorria a década de 1970, o êxodo da emigração loriguense estava no topo, nessa altura surge a ideia da construção de um Arco do Emigrante a ficar situado logo à entrada da ladeira que
leva à ermida da Nossa Senhora da Guia, tendo como grande impulsionador Manuel Dinis Pereira (1923-1996) popularmente conhecido por "Manuel Barriosa" homem bem recordado pelas
iniciativas e ideias que ficaram registadas na história de Loriga.
Apresentada essa ideia o impulso dos emigrantes foram de imediato, com a contribuição dos seus donativos para a obra, não tardando mesmo que a curto prazo fosse apurada razoável
quantia, tanto em escudos como moeda estrangeira, ficando mesmo em registo que o dinheiro apurado era já o suficiente para o projecto.
Como se disse, logo do inicio foi definido o local para a construção do Arco do Emigrante, a ficar colocado logo após o cemitério e no principio da descida da ladeira que leva ao recinto.
Entretanto, num dos anos dessa década de 1970, na altura da Festa da Nossa Senhora da Guia, foi mesmo ali colocado um esboço em madeira do Arco, para transmitir a ideia de tal como
iria ficar, parecendo até o primeiro passo para o projecto idealizado. Por várias razões, muitas vezes sem se compreender muito bem, o projecto foi sistematicamente adiado, o tempo foi
passando e quando se deu por ela, segundo alguns, o dinheiro apurado e existente que ao princípio chegava, passou depois a já não chegar para a sua conclusão da obra.

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Com a revolução do 25 de Abril de 1974, com o país ainda sem uma definição e em situação complicada, começou a
pairar no ar umas certas desconfianças, só se compreendendo esse facto pela rocambolesca história a que esteve
sujeito o dinheiro destinado para a construção do Arco do Emigrante, que se deve recordar.
O dinheiro dos emigrantes destinado para o Arco, foi dado a guardar a uma pessoa credível, conceituado
comerciante de Loriga, que pelo facto de ter um cofre forte, pensaram ser um local seguro para ter o dinheiro, em
vez de ser depositado numa conta bancária, um primeiro erro.
O tempo foi entretanto passando, sendo depois empreendidos esforços de retirar o dinheiro à guarda desse
comerciante, que levou algum tempo e depois sim depositado numa conta bancária, desta feita com um segundo
erro, de ser depositado apenas no nome de uma só pessoa.
O tempo não parava e continuavam a passar-se os anos e nada ser resolvido, com os emigrantes a levantarem a
sua voz de protesto, mas logo serenadas com a promessa de que a situação estava a ser resolvida. Chegando-se a
avançar de em vez do Arco do Emigrante, ser construído nalgum local de Loriga um monumento simbólico sobre a
emigração, tendo em conta da terra de emigração que era Loriga.
Com o regresso definitivo de alguns loriguenses emigrantes à sua terra, pareceu haver uma ideia mais fixa para a
resolução do problema do referido Arco do Emigrante, ou então e no essencial dar solução e uma definição concreta
ao dinheiro existente.
Cabe aqui realçar a honestidade do loriguense, único assinante da conta onde estava o dinheiro depositado, que a
todo tempo pedia para que fosse resolvida a situação desse dinheiro, pedindo mesmo que fosse aberta outra conta
em nome de outros, o que veio acontecer, precisamente um ano antes da morte desse loriguense, evitando-se assim
um problema mais, a juntar à história do dinheiro para o Arco do Emigrante.
O dinheiro que continuava a existir, passou então a figurar numa conta em nome de Mário Lemos Conde e Fernando
Moura Aparício, pertencentes à nomeada Comissão dos Emigrantes da qual fazia também parte José Nunes Dias.
Estando-se já ciente que o projectado Arco do Emigrante dedicado em honra de Nossa Senhora da Guia, tinha
deixado de ser uma realidade para passar a ser uma miragem, tendo também em conta de ser necessário muito
mais dinheiro para conseguir levar em frente o projecto e com a desconfiança a pairar na classe emigrante para
novos contributos, ninguém se sentia capaz de continuar a manter a ideia da construção dos Arco do Emigrante ou o
que quer que fosse, nomeadamente, algo como uma simbologia presença dos emigrantes loriguenses.
Nesse prisma, foram então realizadas reuniões para resolver o que fazer ao dinheiro existente, foram algumas
efectuadas sem ter saído delas a deliberação esperada, parecendo não se encontrar uma solução condigna de
comum acordo. Até que finalmente no ano de 1992, o consenso floriu com a deliberação consensual de proceder à
entrega do dinheiro existente, que nessa altura se cifrava em 484.190$60, a duas instituições loriguenses,
Associação do Bombeiros Voluntários de Loriga e Sociedade Recreativa Musical Loriguense.
Assim em Março de 1992, foi entregue a cada uma dessas instituições a quantia igual de 242.095$30, que foi depois
lançada em acta de acordo com os serviços orgânicos desses organismos loriguenses. Esboço de como seria o Arco do Emigrante,
Assim chegou ao fim um sonho de um projecto idealizado no sentido de ser concebido, mas que o não foi, que só
veio a finalizar numa resolução ao fim de e uma dezena e meia de anos, que não sendo possível ver-se o sonho
realizado, valeu no entanto, o facto de que o dinheiro foi entregue a causas justas, ficando assim os emigrante
loriguenses agraciados pelo dever cumprido.
Transcrições no Jornal da "A Neve" em Maio de 1992
Agradecimento Donativo

A direcção da Sociedade Recreativa Musical Loriguense, vem muito A Associação dos B.V. de Loriga, em reunião de direcção a sete de Março de
sensibilizada agradecer à Delegação dos Emigrantes senhores Mário 1992, registou e sublinhou, no livro de actas dos B.V.L., a generosa oferta de
Lemos Conde, Fernando Moura Aparício e José Nunes Dias, por nos 242.095$40 verba proveniente de um simpático grupo de emigrantes que
terem entregue a quantia de 242.095$30. constituiu a Comissão para execução do Arco a colocar na Ermida da Senhora
Esta importância é uma fatia de 50% do dinheiro que há muito detinham da Guia.

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em Caixa para o "Arco do Emigrante". Tal verba foi aplicada na compra


A Direcção e Corpo de Bombeiros, sensibilizados, agradeceu e fazem votos
de um Trombone e um Clavicórneo. ….em gíria Beirã, o nosso Bem
para que outros lhes sigam o exemplo.
Hajam a todos os Emigrantes que haviam subscrito aquele valor.
(Registado aqui - Ano de 2007)

A Virgem de Fátima em Loriga *


No dia 14 de Maio de 1949, Loriga viveu horas de intensa alegria espiritual, ao ter a honra de receber a Veneranda Imagem da Virgem de Fátima Peregrina.
Já há muito que Loriga se vinha preparando para a recepção. A Vila engalanou-se, as próprias fábricas dias antes dispensaram alguns operários, para que tudo estivesses lindo e em ordem.
Fizeram-se arcos, as fábricas deram enormes tiras de pano branco, onde se pintaram com arte, grandes frases de profundo sentido cristão, alusivas à vinda da Celeste Rainha.
O Fonte do Mouro foi coberto com pétalas de maia e outras flores. As crianças das escolas, vestiram os seus bibes, que juntamente com os cruzados, fizeram um cordão central de cimo ao
fundo, por onde iria subir o carro com a Virgem Maria.
Eram cerca de 16H30, quando chegou à Portela do Arão, recebida ali pelos Revmos. Bispo da Diocese Dom Domingos, Padre Prata, Presidente da Junta de Freguesia e muitas mais
pessoas. Quando chegou junto à Fábrica Leitão & Irmão, foi um verdadeiro delírio, sobem ao ar foguetes com 21 tiros, fogo repetido com grandes girândolas de foguetes. Já na "Carreira", a
Banda toca o Avé de Fátima, enquanto o povo cantava, chorava e rezava.
Além das autoridades concelhias e muitos sacerdotes, todas as forças vivas da Freguesia estavam presentes com os seus estandartes, bem como, todos os organismos religiosos com os
seus guiões, JOC; JOCF; LOC; LOCF, Irmandade e Apostolado da Oração.
O carro com a Virgem Maria sobe o Fonte do Mouro até à "Cabine" onde foi retirada do carro e exposta à veneração de todos. O Sr. Padre Prata chorou de alegria, os seus olhos eram como
raios luzentes, e dos seus lábios foram pronunciadas palavras de profundo interiorização cristã e humana, como era seu timbre. Afinal ele tinha empenhado todo o seu prestígio nesse evento.
Seguiu-se a reza de muitas orações, acompanhadas de um coro de 300 raparigas de Loriga, foram lidos diversos telegramas de loriguenses ausentes, para depois o Sr. Bispo fazer a
consagração ao Coração de Maria, da Freguesia e os povos ali representados.
O cortejo desceu o Fonte do Mouro acompanhando o carro com a Senhora dos Peregrinos. A comoção chegou ao rubro, junto com o silêncio mórbido de muitos que nunca julgaram ver tão
perto a Senhora da Azinheira. Todos subiram o Outeiro, contagiados no amor total à Virgem de Fátima.
Quando o carro avançou para deixar Loriga, lenços acenaram o adeus. Muitos, voltaram a ver a Imagem diversas vezes em Fátima. Outros, ficaram com a Senhora retida nos seus olhos
lacrimosos. Porque, sem possibilidades económicas, não era possível ir à Cova da Iria. Ficaram na esperança de no céu a encontrar.
* Albrito

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Fotos do dia da visita da Imagem da Virgem de Fátima Peregrina a Loriga - Ano 1949
(Registado aqui - Ano de 2006)

Congresso Eucarístico em Loriga


Realizou-se nos dias 27, 28, 29 e 30 Outubro de 1932 em Loriga e pela primeira vez o Congresso Eucarístico do Arciprestado de Sandomil, numa homenagem de todas as freguesias (que o
compunham) em honra do SS. Sacramento para a fervorar tantas almas que mal conheciam o Divino Prisioneiro dos Sacrários e para fazer vibrar de entusiasmo e alegria tantas outras que
conhecendo-O e amando-O, ansiavam vê-lo homenageado como Rei e Senhor.
Durante estes dias do Congresso, Loriga encheu-se de gente vindas das freguesia de Alvoco da Serra, São Romão, Carragozela, Santa Eulália e Torroselo. Mesmo hoje e passados já mais
de 70 anos, ainda é considerada uma das maiores demonstrações religiosas, em Loriga, em todos os tempos. Um vasto programa religioso ocupou as pessoas durante esses dias e que aqui
se documenta:
- Dia 26 - Às 7 horas da tarde - Entrada solene do Exmo. Bispo Auxiliar D. João de Oliveira Matos, na Igreja paroquia e seguidamente, terço dos benditos com exposição do SS.
Sacramento, cânticos, pratica e Benção.
- Dia 27 - Às 11 horas - Missa solene pelas crianças da Catequese com sermão e comunhão da Pia União e Congregações de Nossa Senhora.
Às 2 horas da tarde - Sessão de estudos para o Clero.
Às 6 horas da tarde - Exposição solene do SS.
Às 8 da noite - Terço, Sermão e Benção.
- Dia 28 - Às 9 horas - Missa Solene com sermão e comunhão dos Zeladores e Associados do Apostolado da Oração.
Às 12 horas - Sessão de estudos para leigos.
Às 6 horas da tarde - Exposição solene do SS. Sacramento.
Às 8 horas da noite - Terço, sermão e benção.
- Dia 29 - Às 9 horas - Missa Solene com sermão e comunhão das crianças da catequese.
Às 4 da tarde - Sessão de estudos para leigos.
Às 9 ½ da noite - Adoração nocturna até às 12 ½ (me ia-noite) seguindo-se a missa e comunhão geral.
- Dia 30 - Às 9 horas - Missa paroquial.
Às 12 horas - Missa campal no largo da ermita da Nossa Senhora da Guia, com sermão e a seguir a procissão Eucarística.
Às 5 ½ horas da tarde - Sessão solene.
O Congresso Eucarístico do Arciprestado de Sandomil, começou a ser preparado logo nos primeiros dias de Outubro desse ano de 1932, com a realização de vários retiros, tendo sido
disponibilizado para o efeito a Casa da "Redondinha", bem como, a capela da Nossa Senhora da Auxiliadora.
Um dos pontos mais altos do Congresso, aconteceu no dia do encerramento (30 de Outubro) com a realização da missa campal no Recinto de Nossa Senhora da Guia, que se tornou pequeno
para tanta gente, segundo os registo, foi uma das maiores enchentes naquele local, de que há memória em Loriga.
A missa foi celebrada pelo Exmo. Senhor Bispo Auxiliar, num silêncio impressionante de profundo recolhimento de devoção e fé. Seguiu-se depois a majestosa procissão para a vila,
incorporada pelas freguesias pela ordem prevista.
A procissão foi subindo até ao cemitério e depois até à Senhora da Guia Nova, seguindo pela estrada, na altura ainda com poucos anos de existência. Segundo relatos e registos escritos da
época, era tanta gente incorporada na majestosa procissão, que ainda as últimas pessoas estavam a sair do Recinto, já as primeiras pessoas do principio da procissão estavam a chegar à
"Redondinha".
A sessão do encerramento ocorreu na Igreja Paroquial, mas como não cabia lá tanta gente, as pessoas tiveram que se espalhar pelas ruas e travessas adjacentes. (Registado aqui - Ano de 2003)

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25 de Abril de 1974 - Revolução dos Cravos


Tal como na generalidade aconteceu um pouco por todo o país, em Loriga foram poucos aqueles que souberam do que se estava a passar em
Portugal antes de se deitarem. A maioria da população em Loriga só veio a ter conhecimento de que alguma coisa se passava, quando as pessoas
se começaram a levantar da cama, desde logo a atenção concentrou-se com os ouvidos nas telefonias e os olhares nos televisores.
Nas primeiras horas da manhã do dia 25 de Abril de 1974, as pessoas na vila de Loriga começaram ao principio por ter algum receio e, mesmo
alguma desconfiança, o que era normal, tendo em conta de ter havido sempre nos loriguenses alguns cuidados, por influência de ser do
conhecimento geral de também existir em Loriga, alguns dos chamados informadores do sistema.
Com o passar das horas as pessoas foram ficando a par, com mais profundidade, da realidade da transformação que estava a surgir no país, então
sim, foi notório o contentamento das pessoas a virem para as ruas dando largas à sua alegria, que teve continuação nos dias seguintes e mais
concretamente no dia 1 de Maio, pela primeira vez a festejar-se o feriado oficial, com as ruas de Loriga apinhadas de gente, onde era bem visível a
união entre ricos e pobres, comerciantes, patrões e empregados, velhos e novos, todos unidos no mesmo espírito do sonho da LIBERDADE.
Graças á Revolução dos Cravos, começou-se então a ver-se em Loriga, cada um a viver em liberdade e sem medo da sua ideologia política, vindo
dessa forma repor a história da frontalidade e posição politica que parece sempre ter existido nos loriguenses, se nos lembrarmos quando da guerra
civil entre D. Pedro e D. Miguel e também quando da implantação da República.
Curiosamente nos finais da década de 1970, chegou a existir uma sede do Partido Comunista em Loriga, coisa impensável antes do 25 de Abril de
1974.
Sede do Partido Comunista
Rua José Mendes Veloso - Ano 1979

O 1º. de Maio de 1974 em Loriga


O 1º. de Maio de 1974 em Loriga, foi na verdade o dia que ficou marcado na sua história, o povo saiu para a rua festejando o primeiro dia do Trabalhador em Liberdade, a "Praça" na altura o
centro da vida apinhou-se de gente, bem como a Rua Sacadura Cabral e Rua Cónego Nogueira, dando largos ao seu contente, numa manifestação como não havia memória em Loriga,
pensa-se mesmo que continua até hoje, a ter sido a maior manifestação realizada nesta harmoniosa vila, numa união sem precedente de patrões e operários, comerciantes e industriais,
velhos, novos, jovens, crianças, ou seja, toda a população em geral nesses festejos de Liberdade.
Durante horas também a população percorreu as principais artérias da vila, com cartazes escritos alusivos ao Dia do Trabalhador, numa alegria sem igual com as mulheres a virem às janelas e
às portas, numa solidariedade de festejos a favor da Liberdade com a qual muitos sonhavam.

Vozes da Liberdade com as ruas de Loriga apinhadas de gente - Ano 1974


(Registado aqui - Ano de 2004)

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O primeiro Café em Loriga *


Foi na década de 1940 que abriu o primeiro Café em Loriga, mais precisamente por volta do ano de 1945, que ficava situado, onde é hoje a garagem do prédio do "Zé Maria" como é mais
conhecido. Foi seu primeiro proprietário António Machado, um bem conhecido negociante e comerciante natural de Loriga.
Curiosamente anos mais tarde nesse mesmo prédio veio a abrir o Café "Neve" que se veio a transformar no mais problemático café de Loriga.
* Relatos verbais (Registado aqui - Ano de 2007)

Café "Neve"
O café "Neve" propriedade de José Maria Pinto, era um mimo, de design agradável e com um mobiliário mesas e cadeiras, tipo arte nova a atestar o seu gosto verdadeiramente requintado.
Poderia ser chamado o "Magestic" de Loriga, era um autêntico ex-libris de Loriga, local privilegiado de encontros, tertúlias e de leitura matinal do jornal.
Na década de cinquenta e até meados princípios da década de sessenta, o ambiente do café não ocultava uma marcante divisão de classes. Os frequentadores assíduos eram selectivos, o
que levava o "Ti Zé Maria" a desencorajar a frequência de uma clientela mais popular. Eram outros tempos, em que os mais endinheirados impunham as suas exigências. Com o rodar dos
anos, o café transformou-se, paulatinamente, num espaço privilegiado de encontro de estudantes e seminaristas da década de sessenta, os quais, apesar da escassez, sempre iam
arranjando umas coroas para o bilhar. (1)
O Café "Neve" foi dos primeiros lugares públicos de Loriga a ter Televisão.
(1) José Mendes

***

Interior do Café Neve (Ano 1949)


Nota:- Depois de deixar de ser explorado pelo seu proprietário José Maria Pinto, o Café Neve, foi conhecendo outras gerências, inclusivamente chegou a mudar de nome. Encerrou definitivamente em princípios de 2004.
(Registado aqui - Ano de 2006)

As sinetas de mão (Campainhas) *


As sinetas de mão ou campainhas, são arte e criatividade que nos fazem recordar o passado, o presente e o esplendor da igreja nas nossas vidas.

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As sinetas de mão *
No Domingo de Páscoa se ouvem
Percorrendo as ruas a anunciar
Assim o povo fica a saber
Que a Cruz do Senhor está a chegar

Já em pequeno eu ouvia
As badaladas destas campainhas
Eram os mordomos das festas
Pedindo às portas uma esmolinha

Nas ruas da minha terra


As sinetas de mão se fazem ouvir
São badaladas que nos chegam
Nos dias quando toca a reunir

*apina

(Registado aqui - Ano de 2008)

Os Paramentos na Igreja Católica

Um olhar na Sacristia de Igreja de Loriga, leva-me a fixar os Paramentos ali pendurados e o pensamento
leva-me aos tempos de menino, quando criado e cumprindo os mandamentos da religião e da igreja.
Se hoje em dia existem uma grande diversidade de Paramentos, muito mais usuais nos tempos actuais e já
pouco utilizados aqueles mais comuns em outros tempos, a recordação leva-nos aos tempos passados e
numa Loriga de outras eras, em que as vestes litúrgicas no seu enquadramento de modelos e cores tinham
para uma mente de criança um certo fascínio, sem por vezes se saber o seu significado, mas mesmo que
lhe fosse ensinado, por e simplesmente não se dava ouvidos, só vendo que de quando em vez as cores
alternavam ficando-lhe na memória isso mesmo.
Mas se para uma criança o simbolismo do Paramentos pareciam passar ao lado o mesmo acontecia com
as pessoas adultas, que pouco sabiam a esse respeito, que no entanto, parecia terem principalmente nos
pais o objectivo de pista para confrontarem os seus filhos se iam ou não à missa aos domingos.
Como se disse é grande a diversidade de Paramentos usados consoante a liturgia, sendo de relevo todo o
empenho dos fabricantes em introduzir neles todo um saber e beleza, que faz em todos nós ter uma
admiração abalizada, sem no entanto, se esquecer os tempos passados. De qualquer das formas as cores
e o simbolismo das vestes paramentais continuam a ter um registo preponderante na história da igreja e na
religião católica.

(Registado aqui - Ano de 2010)

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A Caldeirinha de Água Benta da Igreja de Loriga


De metal prateado é muito usual de modo muito especial na celebração da liturgia na Igreja católica no enquadramento da bênção aos fiéis, em que a Água Benta nela depositada é bem
presente e tem uma função purificadora da representação do próprio Cristo na alma, nos lábios, na mente e no coração.

A Caldeirinha de Água Benta*

Está na Caldeirinha de prata


A água-benta ditosa
É o suor de Nosso Senhor
Para todos nós gloriosa

A Caldeirinha de água-benta
Trás a mim recordações
O senhor Padre faz a bênção
Que purifica os nossos corações

Com fé e devoção
A água-benta nos é grata
Sempre benzida e purificada
Está na Caldeirinha de prata
* Apina

(Registado aqui - Ano de 2008)

A Confirmação ou a Crisma
Segundo a doutrina da Igreja Católica o Crisma ou a Crisma ou a Confirmação é um sacramento da Igreja Católica em que o fiel recebe através da ação do bispo uma unção com o Crisma
(óleo). Trata-se de um rito em que o ministro impõe as mãos sobre os confirmados, invocando o Espírito Santo, e os unge com óleo.
A Crisma é inseparável do Batismo. Juntamente com o Batismo e a Eucaristia por exemplo, são considerados pela Igreja Católica como sendo os "sacramentos da iniciação cristã". A
imposição das mãos é reconhecida pela tradição católica como a origem do sacramento da Confirmação. Na Igreja Católica, o sacramento deve ser ministrado por um Bispo, sendo este
sacramento administrado quando se atinge a idade da razão, e normalmente se reserva sua celebração ao Bispo, significando assim que este sacramento corrobora o vínculo eclesial

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O Crisma em Loriga no Ano de 1959

Parece ter ficado definitivamente na história de Loriga o Ano de 1959, quando a realização do Crisma, nada menos que 867 pessoas crismados,
considerando-se mesmo um record, não só na história de Loriga, como na região, cerimónia que teve lugar no dia 22 de Fevereiro (domingo) com a
deslocação à vila de Loriga, do senhor Bispo da Diocese da Guarda, D. Domingos da Silva Goncalves, para ministrar esse sacramento do Crisma.
Nesses tempos, levava alguns anos de intervalo a realização do sacramento do Crisma numa freguesia, nada tendo haver como nos tempos atuais. Nessa
altura já havia alguns anos que não vinha a Loriga o senhor Bispo, por isso, aguardava-se com grande ansiedade e entusiasmo a sua visita, a vila de
Loriga e as pessoas engalanaram-se para receber tão ilustre figura da igreja, num dia radioso de sol apesar de uma brisa fresca que vinha do alto da
serra.
Eram precisamente 13h15, quando o Venerado Prelado foi recebido na Portela do Arão pelas entidades oficiais e por umas dezenas de pessoas, que
apresentaram os primeiros cumprimentos de boas-vindas, organizando-se de imediato um longo cortejo de automóveis com a chegada do senhor Bispo à
"Carreira" onde o aguardava uma multidão de gente e quando os ponteiros dos relógios marcavam precisamente 13h30, repicam então os sinos da igreja,
sobem ao ar os foguetes, ouve-se os sons da Banda de Loriga, estrugem palmas vibrantes, gritam-se vivas, tudo isso brindado com um sorriso bondoso
do Prelado, visivelmente comovido, perante tanta manifestação de carinho.
De seguida o senhor Bispo paramenta-se na capela do Santo António, iniciando-se logo de seguida um grande cortejo, ao som da Banda de Música de
Loriga, trajeto efetuado pela principal rua da vila, também ela apinhada de gente, com o Venerado Prelado sob o Pálio, ladeado pelos elementos
representativos da freguesia em rigoroso trajo de cerimónia, muitas bandeiras em representação de todos os organismos locais, com muito povo
acompanhar e, com o senhor Bispo lançando a sua Bênção às pessoas que o aplaudiram ao longo do percurso até á Igreja Paroquial, onde decorreu a
cerimónia do Crisma, tornando-se bastante longa essa cerimónia litúrgica.
Recorde-se que a Igreja ficou cheia de gente, até não caber mais, com muitas e muitas pessoas mais a ficarem na rua, que encheram também por
completo o Adro da Igreja e ruas circundantes, foi sem dúvida um dia memorável e diferente na vila de Loriga.
Um dos exemplos dos Santinhos
oferecidos
para simbolizar esse dia Recorde-se também que das 867 pessoas crismadas, fica o registo para a história de terem sido 409 do sexo masculino e 458 do sexo feminino, que se
repartiram por adolescentes, jovens e até homens e mulheres de idade adulta e das mais variadas idades.

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Verso dos Santinhos que simbolizava o evento, dedicatória escrita pelos Padrinhos ou irmãos ou mesmo outros familiares
(Registado aqui - Ano de 2013

A "Desfolhada" em Loriga
O cultivo do milho em Loriga tem raízes seculares e foi sempre uma actividade agrícola de
extrema importância no impacto económico e muito importante para o sustento da sua
população.
Ainda está na lembrança de muitos ver os campos cultivados de milho, mesmo pequenas
courelas que fossem o milho era cultivado, quase todas as pessoas cultivavam este precioso
cereal, porque nas casas de maneira alguma poderia faltar a broa.
A sementeira do milho era em Abril/Maio, com a colheita a ser efectuada em Setembro. Era
então colhido cortado pelo pés do milho e colocado a secar até ao dia da Desfolhada
"Descamisar o milho" como popularmente assim se dizia. A "Desfolhada do milho" é um duro
trabalho agrícola em que a espiga (ou maçaroca com popularmente se dizia) era retirada da
cana de milho e a serem amontoadas em cestos que, depois de cheios são despejados no
canastro ou espigueiro
A "Desfolhada do milho" ou "Descamisar o milho" como mais popularmente se dizia nos tempos
passados em Loriga, era um acontecimento social com as famílias, vizinhos e amigos, a
unirem-se em comunidade nesse trabalho agrícola, os rapazes e raparigas encontravam-se,
debaixo do olhar atento de todos, lá conseguiam enamorar-se ou então "aproveitar" um pouco
para ver a sua amada.
Como caso ainda mais curioso de tempos ainda mais antigos em que era uma verdadeira festa

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de tradição, porque os jovens participavam nas desfolhadas sempre na esperança de encontrar


o milho-rei (espigas avermelhadas) que eram guardadas religiosamente, dado serem raras e
constituírem um símbolo de sorte, para darem um beijo ou um abraço à namorada. A
desfolhada terminava, como sempre, com uma petiscada de (comes-e-bebes), ao som da
concertina e com um baile onde todos os presentes participaram com um misto de alegria e
nostalgia.
Com o tempo o cultivo do milho em Loriga foi-se perdendo, hoje em dia apesar de ainda haver
algum cultivo, já nada é como nos tempos passados, com tudo isso também a perderem-se as
tradições à moda antiga do "descamisar" o milho.

A "Tapada da Redondinha" cultivada Os "Palheiros das Canas" de milho A "Tapada da Redondinha" depois do milho cortado
para comida do gado

(Registado aqui - Ano de 2008)

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Os Picarotos de Gelo
A água desliza por tudo que é lugar em Loriga, quando as temperaturas chegam a níveis negativos, ficará deslumbrado ao contemplar
cenários, que a natureza se encarregou de criar dando ainda uma melhor beleza às paisagens de Loriga.
Nesses dias procure esses encantos, nomeadamente nos combâros das courelas, onde poderá visionar as geleiras de cristais formados
por água que escorre, que toma forma de uma exposição de ourives, cujas belezas artísticas mostra o mais variado sortimento de
escultores e filigranas de gelo.
(Registado aqui - Ano de 2001)

Picarotos de Gelo

A Campainha quadruplar

Perde-se o conto aos anos que existe esta campainha em Loriga, que faz parte da história da igreja e seu valor sacra e cultural, fazendo também parte de recordações de anos, que por mais
que passem, nos vem sempre à memória gerações e gerações que a ouviram tocar.

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A Campainha na Igreja *
Quantas vezes já tocou
A Campainha quadruplar
Quantas gerações já a ouviram
Tocando na missa junto ao altar

Perde-se o conto que eu ouvi


A campainha a tirilintar
Mãos calejadas as manobram
Que nos fazem também rezar

Na Igreja Matriz de Loriga


Ouve-se a campainha a tocar
Elevam o som bem alto ao céu
Acompanhando os Anjos a cantar

*apina

(Registado aqui - Ano de 2007)

O "Apagador das Velas de cera"


O "Apagador das Velas de cera" é um utensílio usual nas Igrejas, que foi e nalguns casos contínua ainda a ser muito útil, apesar de os tempos serem
outros e o modernismo existente hoje em dia, fazer arredar para um canto um meio prático e de utilidade, que fazem no presente parte das memórias e
recordações do passado, mas que tem uma história bem actual em muitos de nós que deles se recordam.
O "Apagador das Velas de cera" espécie de funil sem saída, neste caso e propriamente melhor dito é uma forma de cone, base circular ou elíptica de
extremidade aguda, colocado numa espécie de um tubo comprido também em cone saliente, onde era enfiado o extremo de uma vara ou tubo, curto ou
comprido, que dessa forma era o meio de utilidade eficaz no apagar as velas quando colocadas em zonas altas ou mesmo em altos castiçais.
Hoje em dia a iluminação efectuada por meio de velas de cera nas igrejas, concretamente também na igreja de Loriga, está de certa forma a ficar
ultrapassada, a substituição dessas mesmas velas por sistema de electricidade, faz com que o "Apagador das Velas de cera" deixe de ter aquela
utilidade quase permanente que estávamos habituados a ver, quando o sacristão ao fim do acto religioso tinha a missão de apagar todas as velas,
previamente acesas nos altares, ficando no ar o cheiro da vela acabada de apagar.
Alguns "Apagadores das Velas de cera" tinham também a função de acender as velas, para isso, era necessário adaptar na parte do cone superior um
cordel também de cera que assim tinha também a função de acender as velas, para além de as apagar.

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(Registado aqui - Ano de 2007)

Memórias numa Loriga de outras eras


- Os Grilos o encanto da garotada -
O Grilo (do latim grillus) é designação comum dos insetos ortópteros, subordem ensifera, que constituem a família dos gryllidae ou grilídeos, que possuem, além de longas antenas filisiformes,
órgãos auditivos para perceber os sons que produzem com possantes estriduladores situados nas suas asas anteriores.
Somente os grilos machos produzem sons e o fazem para atrair as fêmeas para a reprodução. Para tanto, os machos possuem uma série de pelos nas bordas de suas asas, alinhados como
pentes, e produzem os sons roçando uma asa contra a outra.
Assim cada espécie produz um canto peculiar que varia com a época do ano, e que é mais intenso para atrair a fêmea e mais suave quando ela já está
presente e se inicia a fase do cortejo.
São memórias dos nossos tempos de meninos, quando se andava pelos campos na procura dos Grilos, que se levavam para casa e que numa gaiola
própria ou outro qualquer utensilio da ocasião, ali se colocavam, passando com o seu som musical a abrilhantar as casas e as ruas.
Os campos em Loriga, com o cantar dos Grilos, se enchiam de alegria e como que em orquestração, logo assim que chegava a Primavera, pareciam
autênticas sinfonias que enchiam de música os belos recantos de uma "Loriga de outras eras", também passando a ser, como que uma azáfama da
garotada, principalmente a partir do mês de Abril, na procura dos Grilos aqueles que fossem sem dúvida verdadeiros cantantes.
Existia até uma certa arte para se caçar os Grilos, bastava que conseguisse ver o buraco onde à porta o Grilo ali estava a expandir o seu som musical.
Tinha-se que chegar bem perto do buraco no maior silêncio, pois ao eventualmente pequeno ruído ele se refugiava dentro do buraco, então nessa altura a
arte da utilização de uma pequena palhinha o fazia sair, para assim fora se poder caçar.
A alface era a comida habitual para dar aos Grilos, que estavam assim em cativeiro, convencia-se assim a garotada, de que a alface tornava estes
pequenos animais ainda mais cantantes, o que na realidade não era bem assim.
Está ainda na memória de muitos, quando a garotada colocava os grilos em caixas de fósforos e colocavam a mesma nos ombros por baixo da roupa e
assim os levavam para a Igreja, nomeadamente para as cerimónias do Mês de Maria, onde depois os grilos se ponham a cantar, para arrelia do senhor

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Padre e das pessoas mais idosas, que por vezes não saía lá muito bem para aquele que tivesse essa ideia de levar o seu Grilo para a Igreja.
(Registado aqui - Ano de 2008)

Camão de Neve em Loriga


Numa manhã gelada de um rigoroso inverno, a Natureza com todo o seu esplendor vem brindar Loriga, com um panorama dos mais belos e deslumbrante que se possa imaginar.
Ainda debaixo de grossos cobertores e mantas de pêlos, através da vidraça das janelas entra a claridade provocada pela brancura do grande e belo lençol de neve, desde a escarpada
"Penha d´Àguia" assim como nos telhados e nas courelas, a findar lá prós lados do "Pisão do Barruel"
Olhamos a beleza dos pinheiros, cerejeiras e castanheiros, despidos de folhas os quais parecem gigantescas árvores de Natal artisticamente prateadas pela neve acumulada em seus galhos.
Nos quintais, as roseiras e outros arbustos curvam-se com o peso da neve e com alguns pardais empoleirados e famintos à procura de algum lugar não atingido pelo gelo, a fim de colherem
algumas migalhas para seu sustento.
Os passos das pessoas que passam nas ruas, ficam marcados, primeiro bem definidos, depois em sulcos compridos talvez porque os não possam erguer. Nas fontes a água copiosamente
cai, a neve a ela se junta, tornando-a ainda muito mais gelada e mais cristalina.
São estas as imagens, que ficam para sempre gravadas com infinitas saudades em nossos olhos, mostrando a grandeza de Deus na perfeição da Natureza e que jamais se extinguirá dentro
da nossa existência, relembrando sempre um Camão de Neve em Loriga.
****
Batem leve levemente É talvez a ventania Quem bate assim levemente
Como quem chama por mim Mas à pouco à poucochinho Com tão estranha leveza
Será chuva, será gente Nem uma agulha bulia Que mal se ouve mal se sente
Gente não é certamente Na quieta melancolia Não é chuva não é gente
E a chuva não bate assim dos pinheiros do caminho Nem é vento com certeza
***

*** ***

Queda de Neve em Loriga

***

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Olho através da vidraça Fico olhando estes sinais É uma infinita tristeza
Está tudo da cor do linho Da pobre gente que passa Uma funda turbação
Passa gente e quando passa E noto por entre os mais Entra em mim e fica presa
Seus passos imprime e traça Uns traços minaturais Cai neve na Natureza
Na brancura do caminho Duns pezinhos de criança E cai no meu coração
(Registado aqui - Ano de 2004)
Vídeos
= Loriga Capital da Neve = = Inverno 2009 - Neve em Loriga = = Neve Inverno 2009 II =
= Neve em Loriga - Janeiro2009 =

As Trovoadas
Pelas características montanhosas de Loriga, a trovoada, ao fazer-se sentir, chega por vezes a ser medonha, inspirando muito receio e
uma certa preocupação.
Em tempos, era muito usual em Loriga, guardar um ramo de oliveira benzido no Domingo de Ramos, no sentido de ser utilizado quando
havia trovoada.
Assim, logo que as trovoadas se faziam ouvir, as pessoas apressavam-se a queimar o ramo de oliveira ou, em alguns casos, ramos de
louro, ao mesmo tempo que rezavam e entoavam cânticos a Santa Bárbara, para que a Trovoada abrandasse ou se afastasse para
outras paragens.

Inicio de uma Trovoada

Prece a Santa Bárbara, a que apazigua os trovões:


Santa Bárbara bendita. Que no Céu está escrita. Com um raminho de água benta. Nos livra desta tormenta...

Cântico
Bendito e louvado seja
O Santíssimo Sacramento
Da eucaristia.
Do fruto do ventre sagrado
Da Virgem puríssima
Santa Maria...

Também muito usual em Loriga este Provérbio dedicado à Santa Barbara:


-Só te lembras de Santa Barbara quando dá trovoada-

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(Registado aqui - Ano de 2004)

Lembrar Loriga!.. Minha Terra


Loriga, lembro-me de ti, das tuas ruas, becos e "quelhas", onde passei os meus tempos de menino sem reparar!
Loriga, lembro-me de ti, das fogueiras de Natal no Adro e na Carreira, com os "tocos" que levavam horas a queimar e à noite as Janeiras às portas se iam cantar!
Loriga, lembro-me de ti, das tuas imponentes "Penhas" bem altas que pensávamos que no céu estavam a tocar.
Loriga, lembro-me de ti, nos dias de inverno junto à lareira, ouvindo aos mais velhos histórias contar!
Loriga, lembro-me de ti, da "Residência" onde havia teatro e cinema e onde se tentava entrar sem bilhete pagar!
Loriga, lembro-me de ti, e dos muitos serões televisivos na "Praça" e ao luar!
Loriga, lembro-me de ti, dos muitos pinhais que havia onde pinhas e carumas se ia apanhar!
Loriga, lembro-me de ti, das muitas árvores de frutos que em alguns lados havia e que à noite essa fruta se ia furtar!
Loriga, lembro-me de ti, do mês de Maria com as meninas a cantar e aos ombros da garotada cantavam os grilos a acompanhar!
Loriga, lembro-me de ti, das Festas da Vila com arcos, luzes e divertimentos de admirar, gente de todo lado vinha e à noite, foguetes de lágrimas iam para o ar!
Loriga, lembro-me de ti, das maceiras com o bom pão cozido que vinha dos fornos e que deixavam ao passar um apetitoso aroma no ar!
Loriga, lembro-me de ti, das Festa de N. S. da Guia onde a sineta não parava de tocar e na Vila as mulheres entoavam seus cânticos, limpando as ruas e casas pois a festa estava a chegar!
Loriga, lembro-me de ti, das tuas ribeiras de águas cristalinas e onde nos seus "poços" no Verão todos se queriam banhar!
Loriga, lembro-me de ti, dos professores e das escolas improvisadas, onde aprendi a ler e a contar!
Loriga, lembro-me de ti, das muitas tabernas que havia, e onde principalmente aos Sábados os homens se encontravam para conversar!
Loriga, lembro-me de ti, dos muitos jovens que estavam fora a estudar e vinham a Loriga as "férias grandes" gozar!
Loriga, lembro-me de ti, das raparigas bonitas e de faces coradas que sorriam para namorar!
Loriga, lembro-me de ti, e de uma garotada infernal em S.Genês, Terreiro do Fundo e Carvalha, que em jogos de bola, "pau de bico; eixo; rabisco e mosca" os mais velhinhos se faziam
arreliar.
Loriga, lembro-me de ti, quando muitas fábricas havia e muita gente nelas trabalhavam e bem longe se ouvia suas máquinas em grande laboração.
Loriga, lembro-me de ti, e quando qualquer palmo de terra era cultivado e assim te transformavam em jardim.
Lembro-me de ti, Loriga .........................!
Quem me dera voltar a ser menino
Poder brincar apenas por brincar
Sentir-me, como outrora pequenino
Chorando sem saber porque chorar
(Registado aqui - Ano de 1999)

"1944 - A Queda do Avião"


A guerra assolava ainda por toda a Europa mas, em Loriga, a vida era tranquila e nada fazia prever que algo viesse alterar esse cenário de calmíssima, até que um certo dia que já vai longe,
num Fevereiro perto do fim algo aconteceu.
O dia estava a chegar ao fim, e a "Garganta e as Penhas" de Loriga começaram a ser cobertas por flocos de nevoeiro, parecendo como que algodão, apesar do dia de Céu azul que tinha
estado, parecendo Primavera.

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Já a meia-noite tinha ficado para trás, quando se começou a ouvir o trabalhar de um forte motor de avião,
parecendo voar mais baixo que as "Penhas", também estas surpreendidas por alguém se aventurar a
sobrevoar os seus domínios. A Penha do Gato abriu seus braços como que para os abraçar e lhes dizer
que ali só ela era soberana.
Dos Loriguenses ainda acordados saíram gritos de aflição, pois se o avião estava a voar assim tão baixo,
por certo iria bater em alguma "Penha". O barulho do motor estava cada vez mais próximo e, a seguir um
grande estrondo se fez sentir, não havendo dúvidas de que o avião embatera na serra. O povo ficou
aterrado e, de imediato os mais corajosos partiram serra acima com destino ao local .
Ao chegarem, compreenderam então que o inevitável tinha acontecido. O avião embatera contra as
rochas, explodindo, constatando-se, então que se tratava de um avião militar estrangeiro. Apesar dos
vestígios do incêndio que se gerou depois da explosão, era visível o diverso material de guerra que
transportavam. Foram vários os loriguenses que se mandaram caminho acima até ao local, logo após o
avião ter batido na "Penha" , um desses foi Emídio Calçada, que depois relataria que ao chegar local, " as
balas espalhadas eram tantas que até parecia milho".
Por sua vez os corpos não tinham sido totalmente calcinados porque entretanto tinham sido projectados à
distância.
Lentamente e piedosamente foram recolhidos os restos mortais daqueles cadáveres e transportados para
a vila a fim de ali serem sepultados, o que veio acontecer. Verificando-se que se tratava de soldados
ingleses, pelo facto de serem de religião protestante, não deixaram de ter um funeral digno de respeito
pelo povo como nunca tinha acontecido até então. Confiados piedosamente às gentes de Loriga, aqueles
mártires da catástrofe vieram acabar os seus dias numa terra verdadeiramente católica, e repousam em
paz e para sempre no cemitério local numa campa rasa, cedida gentilmente pela Junta de Freguesia. Foto de Carlos Ramos
Nunca ficaram totalmente esclarecidas as causas do acidente, no entanto pensa-se ter ficado a dever-se - Gente de Loriga junto dos destroços do avião militar inglês -
ao nevoeiro. Era um avião inglês "Hudson Aircraft" que tinha deixado nesse mesmo dia Gibraltar com
destino ao Reino Unido, transportando os seguintes ocupantes:
-Capitão-Roberto Tavener HILDICK; Tenente-John BARBOUR; Tenente-Daniel De Waal WALTERS; Tenente-John Patie THOM; 1.Cabo-Jack Learoyd WALKER; 1.Cabo Henry Ernest
HEDGES.
Conforme consta das Certidões de Óbitos passadas pelo Registo Civil de Seia, as mortes ficaram registadas como tendo acontecido à uma e cinquenta minutos desse dia 22 de Fevereiro de
1944.
Desde sempre a "Campa dos Ingleses", como assim ficou a chamar-se, tem sido pelo povo de Loriga um local de respeito, sendo muitas vezes visitada por familiares e organismos ingleses.
Este acontecimento da Queda do Avião já foi, em tempos (1989), tema de reportagem na Televisão (RTP).
**

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Campa dos Ingleses no Cemitério de Loriga

**

Era assim igual a este o modelo, o avião "Hudson" fabrico americano, que caiu na "Penha do Gato" na noite de 22 de Fevereiro de 1944, pertencente à força aérea inglesa.

**
Nota:-Segundo os dados da época o local exacto da "Penha do Gato" onde se deu a queda do Avião, foi o local a que o povo chama por "Marte Amieiro", e junto à fraga do Alcabreiro. Na
altura, com versos ou simples quadras o povo foi registando este dramático acidente, no entanto, ao longo dos anos foram-se simplesmente esquecendo e hoje são poucos aqueles ainda em
lembrança.

Quadras ao avião que caiu na Serra da Estrela no dia 22 de Fevereiro de 1944

I V IX
Meus senhores vou-lhe contar No alto da Serra da Estrela Loriga ficou comovida
Um caso de grandes horrores Na barroca do Marteamieiro Assim como Portugal inteiro
Morreram na Serra da Estrela O avião ficou despedaçado Por serem nossos aliados
Seis grandes aviadores Junto à Fraga do Alcabreiro Desde o reinado de D. João I
II VI X
D uma hora para as duas da manhã Veio a justiça do concelho Homens de grande envergadura
Do dia vinte e dois de Fevereiro Para os corpos levantar Cobertos de feitos e glória
Sobrevoou esta região A mil e quinhentos metros de altura Seus nomes ficaram escritos
Um grande avião bombardeiro Essa noite não podiam lá ficar Nas lindas páginas da sua história

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III VII XI
Era de noite não se via Uns dizia que eram Sul-Africanos Levantaram de Gibraltar
A nação de onde ele era Outros diziam que eram franceses As noves horas depois de comerem
Mas ao outro dia já se sabia Veio um pessoa competente Nunca haviam eles pensar
Porque tinha caído na serra Disse logo que eram ingleses Que a Loriga vinham morrer
IV VIII XII
Ocorreram em grande correria Homens fortes e valentes Os brilhantes aviadores
Ao lugar assinalado Da RAF eles eram soldados Da Real Aero Inglesa
Quando o povo lá chegou Quatro tinham o cargo de tenentes Vieram morrer num cantinho
Ficou todo horrorizado E dois também já eram cabos Deste grande Nação portuguesa.

* Filomena Nunes Brito


05/Abril/1944
***
Outra referência à queda do avião, ainda hoja muitas vezes recitada *
No dia 22 de Fevereiro de 1944
Um dia bem assinalado
Na Malhada do Marte Amieiro
Junto à Fraga do Alcabreiro
Um avião despedaçado
* Autor desconhecido
(Registado aqui - Ano de 1999 e 2005)

"1927 - Um ano Trágico em Loriga" *


Dois trágicos acontecimentos, ocorridos simultaneamente em 1927, tornariam este ano o mais dramático na história desta localidade. É desse fatídico ano e desses acontecimentos que aqui
se registam alguns apontamentos:
"Tifo Exantemático/Epidemia em Loriga"
Nos primeiros dias de Janeiro de 1927, começaram a aparecer uns primeiros focos de febre, tendo tudo começado quando trabalhadores loriguenses
a trabalharem em fábricas na Covilhã chegaram a Loriga, para passarem uns dias.
Primeiro foi no Vinhõ, depois no "Terreiro das Figueiras" hoje Largo do Dr. Amorim, os locais onde começo as pessoas a ficarem doentes,
rapidamente se foi alastrando, com muita da população em Loriga a ficar doente, começando mesmo algumas pessoas a serem vitimadas
mortalmente, ao princípio, não se sabia bem do que se tratava.
Com o aparecimento de cada vez mais casos, o médico e as autoridades administrativas locais começaram a notar que algo de anormal e grave se
estava a passar, receando mesmo estar-se perante uma epidemia, o que de facto se viria a verificar.
Essas mesmas autoridades expediram vários telegramas para a Direcção Geral de Saúde, dando conta do que se estava a passar e do estado das
condições sanitárias em Loriga, apelando para uma intervenção urgente e rápida.
Entretanto morrem, vítimas desta epidemia, o médico local Sr .Dr. Amorim da Fonseca, o Sub-Delegado de Saúde Dr. Simões Pereira e ainda
Francisco Faria (barbeiro), precisamente as pessoas que lidavam mais de perto com os doentes.
De Lisboa, chegou finalmente a Loriga pessoal especializado, com material de desinfecção e de isolamento, bem como os medicamentos
necessários, tendo-se improvisado um Hospital em casa dos herdeiros de Maria de José Baia no bairro de S.Genês começando, assim, a
combater-se a grave Epidemia, em que os doentes eram atingidos por febres altíssimas. Agente transmissor que foi
responsável pelo Tifo em Loriga
A febre chegava a ser superior a 40 graus e, quando isso acontecia, os doentes eram introduzidos numa banheira de água fria com criolina e,
seguidamente eram colocados numa cama limpa, ficando muitas das vezes inconscientes.
Houve na realidade muitas vitimas mortais, por isso se ter dito "que Loriga parecia uma verdadeira necrópole". Loriga chegou a estar isolada do

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resto do país, dado tratar-se de uma doença altamente contagiosa, tendo como característica ser transmitida através do "piolho", que se proliferava
de forma incrível, sendo por essa razão necessário proceder à depilação completa do doente.
No dia 24 de Julho, (Dia do São João), viria a ser considerado finalmente extinto o "Tifo Exantemático", tendo-se procedido a um jantar de despedida
de todos aqueles que tomaram parte no combate a essa grave Epidemia, com a população local a festejar com bailes e divertimentos em quase
todos os Largos da Vila, dando assim largas à sua alegria depois de muitos meses a viver a dor da perda de muitos entes queridos.
* Registos das memórias do Padre António Mendes Cabral Lages (1951)

"A Queda do Coro da Igreja" *


Estando ainda Loriga a viver as consequências da grave Epidemia, outra tragédia viria acontecer. No dia 24 de Abril, Quarta-feira da Semana Santa, viria a ruir um anexo que fazia parte do
Coro da Igreja, que havia há pouco tempo sido construído, precisamente para as crianças da catequese.
Esse anexo consistia num tipo de "palanque", em frente do actual, e que, nesse dia, quando começou a ficar ocupado, de imediato começou a desabar no meio de muitos gritos e confusão.
Houve como balanço trágico, a morte de uma criança e de uma mulher que ficou esmagada por uma coluna e, mais tarde, no hospital viria a falecer uma outra. Houve ainda muitos feridos,
principalmente crianças, que foram transportadas de camioneta, para o Hospital de Coimbra, nessa mesma noite.
Viveram-se momentos de grande aflição e ansiedade e, entre choros e gritos, as pessoas procuravam os seus familiares. Enquanto eram socorridos os feridos, havia sempre alguém que
tentava transmitir calma. Mesmo assim, e felizmente, este acidente não tomou maiores proporções porque, na altura, a Igreja não estava ainda cheia de gente como decerto iria estar um
pouco mais tarde.
Ainda na noite do acidente, uniram-se esforços para remover os escombros e, no dia seguinte, Quinta-Feira Santa, as cerimónias puderam continuar com a respectiva afluência dos fiéis. A
Igreja foi encerrada logo após a Semana Santa, por motivo da Epidemia que continuava a manter Loriga em alerta, uma vez que a aglomeração das pessoas facilitava o contágio.
Sabe-se que o dito "Palanque" anexo ao Coro, tinha sido construído por um senhor de fora, que na altura vivia em Loriga, depois do trágico acidente e com medo de represálias por parte da
população resolveu fugir, provavelmente para a sua terra.

Factura paga à Farmácia - Feridos do Coro Coro da Igreja Paroquial (Actual)

* Registos das memórias do Padre António Mendes Cabral Lages (1951)


(Registado aqui os dois acontecimentos - Ano de 1999)

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"O Minério em Loriga"

Sendo parte integrante da Serra da Estrela, a região circundante de Loriga era prodigiosa em várias qualidades de minério, como parece,
segundo alguns, acontecer ainda hoje em dia. Era, no entanto, o Volfrâmio aquele que foi mais procurado, dando origem a muitas histórias.
Efectivamente, a exploração do Volfrâmio nesta região de Loriga, quedou-se apenas numa exploração espontânea e popular, nunca tendo
grande dimensão industrial. Objectivamente foi de facto marcante, nomeadamente em determinada época, em que houve uma certa euforia de
procura, que ficou para sempre na recordação de muitos dos seus habitantes, dando até origem a um certo desenvolvimento económico, que
chegou a ser notório nesta localidade.
O Volfrâmio, sendo um elemento químico tipo metálico, muito duro, era muito usado na fabricação de aços especiais, filamentos para lâmpadas
e para válvulas de aparelhos eléctricos, bem como outras aplicações. Nessa época já distante, antes e principalmente durante a 2a. Guerra
Mundial, o volfrâmio foi um minério que contribuiu para o grande desenvolvimento industrial das grandes potências, servindo ainda de
componente para material de guerra, pelo que chegou a atingir valores elevados. Daí a grande exploração por muitas das serras em todo o
país, onde parecia existir de facto grande quantidade, não só deste minério como de outros também.
Foram realmente tempos de euforia, que em Loriga se viveram com o negócio do Volfrâmio. Um grande número de pessoas desta localidade, e
também de outras terras, diariamente subiam a serra na procura desse minério. Nos dias que a sorte sorria, regressavam felizes cantando,
vendendo o fruto desse dia de sorte a pessoas endinheiradas ou volframistas. Chegou a ser relevante a abundância de dinheiro em muitas
famílias, não se questionando, ou saber sequer, a que fins se destinava aquele minério.
Exploração do volfrâmio (Entrada de uma Mina) *
Parecia sinfonia, em orquestração, os martelos que diariamente martelavam na serra, manejados por braços e mãos calejadas de duro
trabalho, percorrendo caminhos perigosos debaixo de um calor abrasador no verão, ou suportando baixas temperaturas no rigor do rigor do
inverno. A esperança de fazer fortuna e de ganhar bom dinheiro, estava sempre presente no pensamento de todos. Mas, passada a euforia,
surgiram os tempos de frustração, chegando muitos à triste conclusão de nada lhes ter valido suportar esse subir e descer aqueles serras, que
tão bem ficaram a conhecer.
Com os tempos, o alto valor desse minério foi gradualmente diminuindo tendo sido, no entanto, em Loriga, comercializado durante algum tempo
mais. Hoje restam vestígios de histórias passadas e que se transmitem de geração em geração, onde se realça acima de tudo, uma vida
ambiciosa, mas dura sobre a "Febre de Volfrâmio", que nem sempre foi bem sucedida para todos.
Pequena porção de Volfrâmio

* A foto aqui documentada, que se desconhece a data certa, foi tirada à entrada de uma mina na zona circundante de Loriga. Uma das pessoas reconhecidas nesta foto é o senhor da camisa
branca chamado José Gomes Luís Júnior, filho do senhor José Lages que construiu a fábrica Lages Santos.
***
Nota:-Na altura, por toda a serra se ouviam cantar versos que o povo ia fazendo relacionado ou Volfrâmio, ma com os anos foram-se simplesmente esquecendo e hoje são poucos aqueles
ainda em lembrança.
Pois agora tudo morre
Porque o Volfrâmio não corre
Devido à Exportação
Pois a toda a gente deu ouro
Dentro da nossa nação
(Registado aqui - Ano de 2007)

Ano de 2011 - Fotos das antigas minas da exploração do volfrâmio

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Crime de Morte pela Autoridade


Era 11 de Janeiro de 1964, dois soldados da G.N.R dos Posto de Loriga são destacados para patrulhar por terras próximo da freguesia da Vide. Nessa altura as patrulhas eram efectuadas a
pé, percorrendo caminhos, montes e vales. Cedo ainda saíram de Loriga os guardas Abel Marques Pimentel, casado de 27 anos natural de Vermiosa, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo

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e Vergílio Augusto Salgueiro Gonçalves, casado de 29 anos de Rendo concelho de Sabugal.


Em dada altura e no lugar conhecido por Carvalhinho, desentenderam-se e empreenderam numa violenta discussão com agressões pelo meio, que veio
a culminar com o guarda Gonçalves a disparar a sua arma sobre o guarda Pimentel atingindo este com cinco tiros um dos quais fatal que lhe atravessou
o coração. Depois de consumido o crime regressou ao Posto contando o sucedido ficando de imediato detido e o corpo do desventurado a ser levado
para Seia, onde foi autopsiado pelos médicos Dr. Guilherme Correia de Carvalho e Dr. António Joaquim Evaristo do Instituto de Medicina legal de
Coimbra.
Este insólito crime deixou o povo de Loriga consternado, merecendo a condenação geral, sabendo-se mais tarde que o relacionamento destes dois
guardas já á muito que não era amistoso, com disputas e quezilas entre eles, que se tinha vindo a gravar através dos tempos, nunca se sabendo em
profundidade as totais razões.
Após as formalidades legais de Justiça, o cadáver do malogrado guarda foi transladado para a sua terra de naturalidade, deixando viúva e dois filhos de
pouca idade, com o assassino a ser conduzido para a Secção do Comando de Coimbra.
Foi assim um dia insólito em Loriga, com as noticias a colocar a harmoniosa e pacata vila nas bocas do mundo, que por algum tempo deixou de ter
acalmia que parecia existir num Janeiro do começo de mais um ano em Loriga. (Registado aqui - Ano de 2008)

Caroleiros de pedra

Parece ser ainda da lembrança de muitos loriguenses a existência dos caroleiros de


pedra, que se podiam encontrar em Loriga, um pouco por toda a parte, onde as
pessoas com a ajuda de uma outra pedra, normalmente reboluda, partiam ou moíam
o milho de maneira que ficasse o mais possível miudinho, para a confecção do carolo,
muito apreciado nesta vila,
Os caroleiros são pedras trabalhadas, que mãos habilidosas na arte de trabalhar a
pedra, executavam com certa perícia, aprofundando uma cavidade bem acentuada e
larga, num trabalho moroso, em que eram normalmente utilizadas pedras com um
certo diâmetro e consistência.
Como se disse os caroleiros eram muito usados em Loriga. Até ainda há bem pouco
tempo, um ou outro desses resistentes caroleiros, se podiam ainda ver numa ou
noutra rua da parte histórica da vila, no entanto, os tempos do modernismo os fez
desaparecer.

"O milho no caroleiro


Aqui se documentado a foto de um Caroleiro, cheio de água, hoje Partido bem partidinho
provavelmente transformado em bebedouro de animais. Está pronto a escolher,
E com leite a fazer
O famoso carolinho"

(Registado aqui - Ano de 2007)

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A Fisga - A "Funda"

Está ainda na recordação de muitos o objecto conhecido por Fisga, popularmente chamada em
Loriga por "Funda", objecto este que fazia parte das brincadeiras da garotada em épocas já
distantes, que tinha também a parte negativa da sua utilização na caça aos pássaros.
Era necessário ter uma certa perícia para uma boa pontaria, havendo mesmo em Loriga alguns
bons atiradores, chegando-se a fazer torneios para ver quem atirava mais longe ou acertar em
determinado ponto ou local, que só os melhores o conseguiam fazer. Só que algumas vezes o
acertar num vidro de janela era por vezes o alvo errado e por isso os inconvenientes inerentes às
consequências que daí derivava, para os que faziam tamanho estrago.
As Fisgas ou Fundas, como se dizia, eram feitas com os melhores materiais. Eram procurado as
árvores de boa madeira, donde eram retirados os ramos com as melhores ganchas. Procurava-se a
borracha da melhor e com muita elasticidade para atirar mais longe, dizia-se na altura que a camara
de ar dos pneus das camionetas era o melhor. Um pedaço de cabedal unia as duas borrachas,
amarradas nas extremidades com fio bem forte para poder suportar bem o projéctil, ou seja as
pedras, até nas pedras que serviam de projéctil havia escolha, o seixo arredondado das ribeiras era Fisga ou "Funda"
mais maciço e mais denso, por isso dizer-se que era de maior precisão, porque não se desviava
com a velocidade do vento.
A parte negativa era a sua utilização na caça aos pássaros ou a tudo que tinha asas, que quando
isso acontecesse, escusado será dizer, ser tema de euforia e gabarolice por aqueles que
conseguiam tal feito.
(Registado aqui - Ano de 2005)

Os bebedouros para os animais

Os bebedouros de pedra são obras trabalhadas, que mãos habilidosas na arte de trabalhar a pedra executaram com certa
perícia, aprofundando com mestria a cavidade bem acentuada e larga, num trabalho moroso, em que eram normalmente
utilizadas pedras com certo diâmetro e consistência.
Hoje os bebedouros são pedras silenciosas, mas com história, lembranças de muitos de nós leva-nos a um passado
distante em que víamos esses bebedouros ou pias, como se assim se chamam mais popularmente, utilizados um pouco por
todo o lado, onde era colocada a comida ou água para os animais, nomeadamente nas capoeiras das galinhas ou em locais
onde estavam outros animais.

Os bebedouros

(Registado aqui - Ano de 2011

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Pastores de Loriga
Desde sempre os pastores fizeram parte da história de Loriga, o mesmo acontecendo hoje em dia, apesar de não terem a dimensão de outrora.
Nas recordações ainda de muitos nós, estão épocas de grandes rebanhos e de pastores, alguns bem nossos conhecidos, que continuam a ser referência na nossa história.
Eram homens simples, alguns até analfabetos, mas dotados de inteligência, de coração e de coragem. Eram também, acima de tudo, gente que sabia aconselhar.
Da Primavera ao Outono, dormiam sob as estrelas, num simples abrigo de palha, a poucos metros dos seus rebanhos. Geralmente tinham com companheiro o cão, seu fiel amigo.
**
Homenagem aos Antigos Pastores de Loriga

Muito cedo de manhã partiam Subiam bem ao alto à Estrela


Mesmo antes de o dia nascer Pensando que ao céu iam chegar
Ao encontro dos rebanhos iam Muitas vezes lhes parecia ver Jesus
Só voltando depois do escurecer Que no seu reino estava a rezar
Vezes sem conta a serra subiram Caminhos misteriosos e difíceis
Deixando Loriga para trás distante Só mesmo eles pareciam conhecer
Uma longa vida na serra viviam Vezes infinitas por eles passaram
Como que uma vida de emigrante Muitas dessas vezes neles a padecer
Da serra tinham sempre histórias Numa vida dura e de paciente
Para aos mais novos contar A Estrela os acolhia como amantes
Histórias lendárias que ficaram Homens calejados e destemidos
Que ainda hoje são de recordar Eram na serra sentinelas vigilantes
Não eram os ventos velozes Tantas vezes subiram à Estrela
Nem os trovões que temiam Vezes que nem deu para contar
Eram sim os grandes nevões Quantas vezes também a subiram
Que muitas vezes os venciam Por vezes com vontade de chorar

Como companhia tinham seus cães


Companheiros e seus fieis amigos
O perigo os espreitava por vezes
Sendo os lobos os maiores inimigos

(Registado aqui - Ano de 1999) Na foto o tio e padrinho de batismo de António Conde

Loriga de outros tempos

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Ano 1950 - Fábrica Nunes Brito (Carreira) Ano 1980 - Rua Sacadura Cabral

Poema - Sou de Loriga


Sou de Loriga sou sim senhor, de lá como as fragas e as ribeiras.
Como as andorinhas, que vão e sempre voltam, nas festas de verão.
Melros que devoram, frutos ainda verdes, da natureza são desventuras.
Banda a tocar, trinados da requinta, sonata ao luar, tocata ao serão.

Medo que assusta ao chegar, Ponte Jogais no embalo, do Arão é a Portela.


Tuas estradas e curvas, são colares de fantasia, de cristais a emoldorar.
Escondida que ficas, pra seres encontrada, brilhante que és ó Estrela.
És admirada, cantada e em prosa idolatrada, tola tua timidez a encenar.

Sou de Loriga sou sim senhor, como as bicas d'água, sempre a correr.
Do Mirante te olho, saúdo, aplaudo e te venero, tua beleza deslumbra.
Ouço o sino da matriz que repete, é hora de voltar, saudades a bater.
Sopa fumegante na tigela, broa de milho, chá de tília bem que cheira!

Levada de paixões, juras de amor sem fim, cânticos em coral na capela.


Na esplanada de tudo se fala, do somenos ao adufo, trelecas e castanholas.
Fados de Coimbra no adro, saudades em harmonia, gala maior fundo cala.
Passado bom de lembrar, mas mal já não medra, brisa fria tange-nos ao relaxas.

Sou de Loriga sou sim senhor, como o zimbro, as mimosas e os castanheiros.


Como as cerejeiras, Penhas do Gato e dos Abutres, os rosmaninhos e as giestas.
Águas cristalinas, descem a serra a desfilar, com as pedras da ribeira aos abraços,
Sem pressa de abalar, invejam as rochas que ficam, em adula eterna majestosas.

Av.Augusto Luis Mendes (Carreira)


De Suevos e Visigodos, Mouros e Romanos a descendência, ao passado o culto
Passeios na estrada à tardinha, gangorras da memória, de emoções faz baloiço.
Courelas; presépio de sulcos teu povo esculpiu, palheiras e moinhos fazem vulto.
Garganta de Loriga; arauto de frio manto vestido, prantos de despedida já oiço.

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Autor : Antero Almeida Figueiredo (Brasil)


Agosto/2004
(Registado aqui - Ano de 2004)

As braseiras e bugias

Quando hoje apetrechamos as nossas casas com os mais sofisticados meios de aquecimentos, parece já se ter esquecido a Loriga de outras eras,
quando as braseiras e as bugias eram os aquecedores usuais, com que se aqueciam as casas, as pessoas e ao mesmo tempo também como meio de
enxugar a roupa.
As casas já por si muito frias, as braseiras eram de facto fundamentais, por isso muito usuais em Loriga. Feitas de latão ou cobre, colocadas em
estrados próprios, proporcionavam um calor bem necessário para as pessoas se aquecerem, quando o frio mais apertava. Também os próprios
proprietários das tabernas, cafés e as direcções das colectividades tinham também a preocupação de terem bem acesas as braseiras, para as
pessoas se aquecerem, normalmente os homens que por ali se juntavam passando parte do serão.
Para além do aquecimento que proporcionava numa casa e nas pessoas, o calor da braseira depois de apetrechada por enxugadores próprios, feitos
de arame mais forte ou ferro, eram uma mais-valia e de importância vital para enxugarem os cueiros (fraldas de pano para as crianças) meias ou outras
roupas, se nos lembrarmos que o agregado familiar era composto por muitas crianças, nessa Loriga quando a população era mais.
Recorda-se os serões à volta da braseira, onde muitas histórias se ouvia contar, numa caracterização própria que o calor fazia nas pessoas,
principalmente nas mulheres, com as pernas sempre avermelhadas e que popularmente se dizia enchouriçadas, as folhas de prata para fazerem
renascer mais as brasas, a borralha depois aproveitada ao ser espalhada pela terra de cultura, a pá sempre presente e imprescindível para mexer as
brasa, são tudo isto recortes de história passada, que parecem já estar hoje esquecidos.
As bugias, como assim se chamavam, feitas de ferro fundido com buracos à sua volta, era menos usuais, porque para meio de aquecimento, a sua
utilização necessitava de outros condicionalismos, não podendo ser utilizado por qualquer outra dependência da casa, como se fazia com a braseira.
Por isso, era mais usada como meio de fogão para confeccionar as refeições.
De qualquer das formas as braseiras e bugias, foram na realidade os utensílios de muita importância e muito usados em Loriga, no entanto, ainda hoje
há quem utilize a braseira, apesar da existência de outros meios do modernismo.
De qualquer das formas as braseiras e bugias, fazem hoje parte das recordações de uma geração, que ao lhes vir à memória, recordam estes
utensílios com saudade.

Bugia 1970

Uma Braseira ainda usual em Loriga, Braseira de aquecimento, com enxugador (1960)
que aqui se documento com a foto, que
foi tirada numa casa em Loriga no mês de Dezembro (2008)

(Registado aqui - Ano de 2007)

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Caminhada ao Covão d´Areia - 26.Agosto.1989


Foi no dia 26 de Agosto de 1989, que se realizou a maior e mais significativa "Caminhada ao Covão d´Areia" idealizada por jovens à qual aderiram
pessoas de todas as idades, numa grande jornada de aventura, passeio, laser, convívio e fraternidade, que ficou marcado para sempre na recordação
de todos aqueles que fizeram essa subida à serra.
Essa caminhada teve também o impulso do Padre Jorge Manuel L. Almeida, que tinha sido ordenado sacerdote dois meses antes, que aproveitou e em
pleno Covão d´Areia celebrar uma missa.
Cedo ainda, reuniram-se a pessoas na vila, unidos no mesmo sentido de subir a serra naquele
espírito de aventura e de convívio como é timbre dos loriguenses. Iniciada a caminhada ainda
pela fresca, antes que o sol despontasse, o grupo começou a subir o caminho e à medida que
se foi tornando com um nível de dificuldade mais elevado, a totalidade do grupo foi-se dividindo
distanciando em pequenos grupinhos, com os mais jovens a palmilharem o percurso com muita
mais agilidade.
Os trilhos foram-se enchendo de grupos, que a passo a passo lá iam caminhando, até a
própria "Penha do Gato" parecia admirada com tanta gente a percorrer os seus domínios,
parecendo mesmo abrir seus braços para abraçar os visitantes tendo como sol o seu sorriso.
Aos poucos as pessoas lá foram chegando e cerca de duas horas depois da partida da vila, já
todo o grupo estava reunido no Covão d´Areia, local aplanado de grande dimensão e rara
beleza, resguardado por altos rochedos, local aprazível onde a natureza se mistura com o ar
cristalino que purifica os pulmões e o espírito, onde todos estavam certos de estarem ali para
passar um dia encantador e inesquecível.
Foram momentos de verdadeiro convívio e amizade, com os mais velhos a contarem histórias e
lendas, cantaram-se músicas populares, jogaram-se jogos e houve prática desportiva, com o
sol sempre sorridente a dar uma ajuda, para que nada faltasse. Padre Jorge Manuel L. Almeida, a celebrar a missa

Foi construído um altar improvisado para que o então jovem Padre Jorge Manuel L. Almeida, celebrasse a missa campal, que todos assistiram numa
verdadeira manifestação de fé e devoção em plena Serra da Estrela, onde as "Penhas" parecem tocar o céu e pedir a Deus que abençoasse aquela
gente. Foi algo de inédito a celebração de uma missa naquele local, que ficou para sempre na recordação.
Um trabalho árduo foi efectuado pelo senhor António M. Nunes (Moita) e o Carlos (o Barbas) que levaram bastante tempo a fazer os buracos num dos
rochedos de granito circundante no Covão d´Areia, onde foi colocado uma chapa alusiva a esta jornada de convívio, assinalando para a posteridade
este dia memorável.
Uma organização perfeita que pareceu nada faltar, cabendo aqui um papel fundamental do apoio prestado pelo Grupo de Escoteiros, houve atribuição
de medalhas aos vencedores dos vários jogos efectuados, homenageados também com medalhas várias pessoas não sendo esquecido aquelas de
mais idade, sem dúvida, uma jornada de convívio que ficou bem assinalada nos corações de todos.
Chegou-se a tardinha e a hora do regresso, felizes e contentes voltaram aos trilhos que os levaram de volta à vila, as "Penhas" os viram partir e com
pena e saudosas ficaram por aquele gente ter proporcionado um dia diferente aquele local.
No rosto de todos eram bem visível a felicidade de um dia diferente e bem passado no local onde a natureza é rainha e mais perto se vê o pico das
Penhas que parecem tocar no céu.
***
Aqui de registam várias fotos da Caminhada ao Covão d´Areia em 26. Agosto.1989

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No momento da pregação do Padre Jorge Manuel L.Almeida

Momentos de laser e descanso

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Preparação para uma corrida Jogo de cartas entre as mulheres

Momentos de distribuição de Madalhas

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Continuação de distribuição de Madalhas

Trabalho árduo levado a cabo pelo senhor António Nunes e Carlos (o Barbas) para fazer os buracos para a colocação da chapa alusiva a esta Caminhada

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Colocação da chapa pelo Carlos (o Barbas) O mais jovem e o mais idoso

Nota:- Fotos retiradas de filmagens efectuadas com câmara Vídeo, filme realizado por Joaquim Brito, natural de Alvôco da Serra, casado com uma loriguense, que desta forma fez a cobertura
total deste evento, que com a ajuda da tecnologia de hoje podemos registar com a colocação desse mesmo Vídeo em DVD.
(Registado aqui - Ano de 2008)

Loriga de outras eras

Recordar "Loriga de outras eras" é uma nostalgia que percorre os loriguenses onde quer que se encontrem, lembram com ternura e saudade tempos já
passados, que ao recordá-los, os faz viver tempos que ficaram para sempre nos seus corações.

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DETALHES SERRANOS *
1 2 3 4
Vem-me à lembrança Sem a liberdade Nas ruas e becos Joelho esfolado
Como era a vida Escrita nas leis Largos ou terreiros A unha a cair
No meio da serra Assim se vivia Viam-se os meninos Mãos sujas de terra
Quase esquecida Sem esses papéis Quase "dinqueiros" E o rosto a sorrir
5 6 7 8
Passavam o tempo Naquela calçada Ao toque da Música Usar roupa nova
Em grupo ou sozinhas Tão irregular Se havia " arruada" Oh! Que alegria
Às vezes com um pau As pedras luziam Alegre atrás dela Para a procissão
Atrás das galinhas De tanto passar Ia a garotada Da Senhora da Guia

9 10
Ao som dos foguetes Nos dias de Maio
Miúdos "sacanas" Alguém se atrevia
Fugiam à mãe A levar os grilos
Para ir às canas P'ró Mês de Maria
11 12
Era obrigação Aprender a ler
Todos os meninos E ir à doutrina
Pedirem a bênção Sem faltar à missa
Aos pais e padrinhos Menino ou menina

13 14 15 16
Andar de pó pó Queimados p'lo sol Sopinha e pão Jogos não faltavam
Oh! Que alegria No mês do calor Quase sempre havia Para diversão
Na camioneta Sabiam nadar Raro era comer-se Desde o pau-de-bico
Da mercearia Sem ter professor Outra iguaria Ao eixo e ao pião

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17 18 19 20
Brincar às pedrinhas Assim a canalha Qual berço de ouro Ao sol do Inverno
À corda, ao bulir Dos tempos antigos Fazer um ó ó Tarde soalheira
Batendo às portas Ainda tem hoje No xaile embrulhados Sentavam-se os velhos
E logo fugir Velhos amigos Ao colo da avó Em qualquer soleira

21 22 23 24
Um peito sereno Já pouco se escuta Com mais casario Hoje quem lá volta
É caixa sagrada O som das Trindades Mas com menos gente Sem lá ter ninguém
Que guarda lembranças Ao raiar da aurora Loriga é um ai Qualquer beco ou rua
Da era passada E ao cair das tardes Que só a alma sente Lhe fala de alguém
25 26 27 28
São pedacinhos As ruas desertas Passado é passado Somente lembranças
Do tempo passado Cheiram a memórias È recordação Que há dentro de nós
Só cada um sabe As casas velhinhas Que tem num cantinho Escutem os netos
Como foi criado São livros de histórias Qualquer coração Contem os avós.
* Adélia Prata
(Registado aqui - Ano de 2008)

"Quando o coveiro fechou o povo no cemitério"


Carlos Moura Santos, era um loriguense de gema, como se diz na gira, mais conhecido por "Barbas" por motivo de usar farta barba, que ele um dia resolveu deixar crescer. Foi sempre um
inconformado e um lutador pelas suas razões, foi funcionário da Câmara Municipal de Seia em serviço da Junta de Freguesia de Loriga, dentre as suas várias funções era o coveiro na sua
terra.

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Com o anoitecer mais cedo na altura do Inverno, o Carlos Moura Santos, nas suas funções de coveiro, começou a ter uma certa impaciência e
alguma irritação, chamando mesmo atenção ao senhor Presidente da Junta e o Pároco local, pela marcação tardia da hora dos funerais, que o
levava a sair do cemitério já pela noite cerrada depois de todo o trabalho feito na nobre função de enterrar o defunto.
Essa sua reclamação parecia não ter eco e o senhor padre lá ia marcando os funerais sempre a quase ao fechar a claridade do dia. O Carlos
"Barbas" lá ia manifestando o seu desagrado e muitas vezes chegava mesmo a dizer no seu círculo de amigos "que algum dia fazia das suas".
Até que um dia planeou por em prática o seu desagrado e ao mesmo tempo a sua chamada de atenção. Era um dia de Outono já muito perto do
começo do Inverno, o funeral lá chegou ao cemitério, postado como sempre à entrada do cemitério na chegada do funeral, o Carlos "Barbas" muito
calmo, acabou de fazer algo diferente, após a entrada do último acompanhante, fechou o portão à chave e foi então com a mesma calma até ao
féretro, junto do coval onde o pároco iria proferir as últimas leituras.
Depois disso, os acompanhantes começam a dirigirem-se para a saída e querer sair e o portão fechado. O Carlos "Barbas", lá contínua calminho
nas suas funções de fazer descer o caixão á cova, lançar a terra a cobri-lo e todas as outras tarefas, gera-se então um burburinho e mesmo até
alguns protestos e alguma exaltação e o Carlos parecia nada ser com ele, lá continuando o seu trabalho, indiferente aos protestos cada vez mais
exaltados, protagonizando-se assim em pleno cemitério de Loriga um episódio de qual não havia memória que acontecesse ou que se imaginava que
viesse um dia acontecer.
Já com o serviço quase concluído o Carlos lá desabafou e disse o que tinha a dizer ao senhor padre, foi então com a mesma calma abrir a portão e
voltando a referir ao senhor Padre, que se continuasse a praticar os mesmos horários, voltava a fazer o mesmo. Certo é, que foi "remédio santo" a
partir de então os horário dos funerais passaram a ser marcados para horas muito mais cedo.
Este episódio, rapidamente tornou proporções passando a tema de divertimento e de rizadas, pouco depois passou mesmo para lá dos montes
altos, chegando então à imprensa escrita a nível do país, com os jornais a darem relevo à notícia como meio de divertimento e de risos ficando
assim na memória "o coveiro fechou as pessoas no cemitério" que ao mesmo tempo foi também na altura, tema de divulgação do nome de Loriga.
Este episódio ainda hoje muito se recorda, principalmente, quando os loriguenses em convívios e encontros ocasionais, recordam a sua terra, a sua
gente e as suas memórias.
(Registado aqui - Ano de 2013) - (arranjo dum escrito de Victor Moura)

Breve história do imóvel da "Volta"


O desenvolvimento das obras ao longo dos 6 anos
Recordar-se aqui a história deste imóvel situado no local conhecido por "Volta" e, que foi agora parte das instalações atribuídas ao Grupo, foram até à pouco
menos de meio ano atrás, o Quartel dos Bombeiros Voluntários de Loriga, encontrando-se atualmente estas instalações um pouco degradadas, precisando por
isso obras de restauro e conservação.
Deve dizer-se, que quando foi pensado construir este imóvel, aproveitando parte daquele grande terreno, onde também já estavam a decorrer negociações para a
construção da Escola Básica 2,3 Dr. Reis Leitão, o que veio acontecer também anos depois, ao principio não havia como objectivo e não era destinado para ali
instalar os Bombeiros Voluntários, devendo-se dizer que a construção deste imóvel, veio a tornar-se numa das obras mais problemáticas de Loriga, que desde o
começo da sua construção até à conclusão das mesmas e pronto como funcional, foram preciso longos 6 anos (1988-1994) que fazia vir à memória aquela
expressão popular de serem como as obras da "Santa Engrácia", por isso, na altura foi mesmo posta em causa a credibilidade do poder municipal e local.
Diga-se que a construção daquele imóvel era a cargo da Câmara Municipal, muitas vezes não se chegando a compreender, o facto, de as obras pararem
sistematicamente meses e meses, por isso se arrastarem por tanto tempo.
Com a fundação dos nossos Bombeiros no Ano de 1982 e na altura que este imóvel começou a ser construído em 1988, já esta nobre instituição tinha seis anos
de existência e em plena expansão e já a viver um período áureo da sua história, encontrava-se sediada num barracão situado no Bairro das Penedas, sem
condições condignas e que de maneira alguma se desejava que estivessem assim naquelas condições.
Com o decorrer da construção daquele imóvel na "Volta" foi-se formando a ideia de colocar ali o Quartel dos Bombeiros provisoriamente, tendo até a dita
construção sofrido algumas alterações, depois de construído veio então a concretizar-se e para ali se mudaram os nossos Bombeiros Voluntários, que como se
disse, seria uma situação provisória, que de provisório se contabilizou em 18 anos, tempo esse que ali estiveram os nossos soldados da Paz, já nos últimos anos
a viverem ali sem condições dignas.
Diga-se ainda, que quando foi pensado a construção daquele imóvel, uma das ideias primárias destinava-se à colocação ali do mercado semanal, como
entretanto, tudo foi alterado, a ideia existente continuou a manter-se e foi mesmo ali colocado o mercado, sendo então aproveitado uma parte exterior como zona

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comercial, diga-se também, que de certa forma a colocação ali do mercado teve sempre vozes discordantes nunca tendo sido do total agrado da população e
vendedores.
Cada vez que estava mais presente na gente loriguense, o sonho da construção de um novo Quartel para os Bombeiros de Loriga, começou também a ser falada
a ideia de que as instalações do imóvel da "Volta", seriam depois destinadas para colocar ali o Grupo Desportivo Loriguense, o que veio agora acontecer com
esta assinatura protocolar, tornando-se assim finalmente real, aquilo que há muito era falado.

Abril de 1988

Dezembro de 1989

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Julho de 1991

Julho de 1993

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Agosto de 1995
Já plenamente funcional
(Registado aqui - Ano de 2012)

A história do prédio da Carreira


- O Café Restaurante "Império" -
O prédio da "Carreira" é sem dúvida o maior imóvel habitacional de Loriga, construído entre 1971 e 1972, um investimento arrojado e de coragem, de
Álvaro Pinto Ascensão, um loriguense que se encontrava até então radicado em Belém do Pará - Brasil, com a sua família, para onde tinha emigrado
nos finais da década de 1950.
Álvaro Pinto Ascensão, amava Loriga como ninguém tendo sempre presente na ideia de poder um dia regressar e poder fazer algo pela sua terra. A
sorte por terras do Brasil o foi acompanhando, não tardando que estivesse lançado num bom investimento no ramo hoteleiro, com mais dois sócios,
estando perante um grande negócio que lhe fazia ganhar muito dinheiro.
Esse investimento situado bem no centro da cidade de Belém do Pará, corria de verdadeira feição, que segundo se sabe era mesmo um negócio de
ganhos bem elevados, assim, pouco tempo depois, começou a surgir na sua ideia de investir também na sua terra, programando então na altura o seu
regresso a Loriga, bem como, da sua família.
De regresso a Portugal deixou o seu próspero negócio, nas mãos
dos seus sócios, na sua ideia tinha em pensamento fazer uma
pensão em Loriga, uma carência com que há muito se debatia a sua
terra, para o efeito era necessário o terreno, de preferência num
local central e estratégico, vendo logo esse terreno em algumas
courelas que ladeavam a Avenida Augusto Luís Mendes mais
conhecida popularmente por "Carreira", na altura já sem árvores e
depois de ter recebido obras de requalificação, que tinha a ver no
desenvolvimento de Loriga, principalmente, relacionado ao projeto do
saneamento básico que estava já em marcha.
Se bem o pensou melhor o fez e, pouco depois adquiria o terreno
para levar em frente o seu sonho, que logo após se saber o projeto
então definido, à partida se passou também a saber ser um
investimento bem corajoso, mas a ideia sempre presente na mente
do senhor Álvaro Ascensão, de andar em frente, nada o fazia poder
desistir, nada mesmo o fazia parar com esse seu sonho.
Em Loriga sempre houve gente para dar opiniões, nessa altura esses
meios de opiniões sucediam-se a quase todo o momento,
nomeadamente, por gente influente da nossa terra, que de certa
forma tiveram preponderância no senhor Álvaro Pinto Ascensão,
convencendo-o a ir mais além. Assim, um "Hotel" em Loriga e se
possível de estrelas, passou então a ser um tema bem real e já bem
enraizado na sua ideia sonhada.
Sendo um investimento audacioso, como se disse, estando já a
tomar forma na ideia do senhor Álvaro Ascensão, em destinar o Ano 1976- Prédio e a "Carreira"
imóvel em hotel, na verdade também se diga, que nunca também
abdicou da ideia de pensar em alternativas, por isso, ter projetado a
construção dos andares para eventuais casas habitacionais, por isso
mesmo, desde logo o facto de ficarem apetrechados com cozinhas
próprias e uma grande sala comum.

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O projeto começou a ter consistência em 1970, começando o imóvel a tomar a sua forma em 1971, uma construção sólida com a particularidade de ter
sido utilizada muita pedra de granito da região, trabalhada pelas mãos de grandes pedreiros de Loriga.
Estava previsto a total conclusão das obras em Abril/Maio de 1972, no entanto, por essa altura, apenas o r/c do chão, o primeiro andar e o segundo
andar, estavam quase praticamente construídos no essencial, mas ia faltando sempre o quase, as obras continuavam a decorrer, prevendo-se então a
total conclusão durante o mês de Julho, tendo o senho Álvaro Ascensão programado a sua inauguração para o primeiro de Agosto de 1972, vésperas
da Festa da Nossa Senhora da Guia, o que veio acontecer, só que ainda muitos dos acabamentos por fazer, que só vieram a ser concluídos nos meses
seguintes Setembro/Outubro.
Já agora deve-se dizer que os subandares, que consistiam em três pisos, ficaram na altura por acabar, ou seja ficaram em bruto, como se diz na gira.
Estes andares eram destinados, para um grande salão de festas, salão de reuniões, salão de jogos, quartos de arrecadação e ainda para um deles
estava projetado a montagem de uma lavandaria para o serviço do hotel e também para o público em geral.
Deve-se também dizer, que o projeto do café e restaurante teve uma grande falha, na altura já numa fase de as coisas estarem a ser feitas
precipitadas. Quando já as obras do prédio estavam adiantadas, havia apenas a ideia de um café e restaurante espaçoso, assim foram esquecendo
detalhes importantes, o mais flagrante, foi quando projetado o dito café e restaurante ser omitido o local para as Toaletes (casas de banhos) que veio a
ser corregido com a alteração do projeto do imóvel, sendo construído posteriormente o anexo que sobressai da estética do prédio, tal como hoje existe,
onde se situam as ditas Toaletes.
Já com a ideia bem definida de o imóvel ser destinado a Hotel, o senhor Álvaro Pinto Ascensão, nos meses de Abril/Maio/Junho e Julho de 1972,
desdobrava-se nos mais variados contactos a nível do Turismo, tanto regional como até central, recordo aqui um desse encontros ao mais alto nível,
que decorreu num famoso hotel da Figueira da Foz, pelo meio com muitas promessas de apoios, que depois nunca chegaram a ser concretizadas.
Recorde-se, que durante esses encontros, saíam sempre novas alterações a fazer, isto tendo em conta do requerimento de solicitação para uma
categoria de Hotel de três estrelas, devendo-se dizer que alguns dos quartos não tendo casa de banho privativa, foi necessário apetrechar os mesmo,
com bacia de lavar as mãos, esta uma das exigências, entre outras.
Entretanto, no mês de Junho/Julho os quartos começaram a
ser equipados com os respetivos mobiliários, o nome de
"Império" começou a figurar no café restaurante, na altura,
ainda sem estarem totalmente acabados, nomeadamente,
faltando colocar os azulejos e as pinturas das paredes, mas
tanto a cozinha como o café restaurante, foram equipados
com equipamentos sofisticado e do melhor que havia na
época, tendo sido uma firma do Porto que veio instalar tudo,
levando cerca de duas semanas para o fazer.
O dia marcado chegou, com a visita de uma delegação do
Turismo, para dar seguimento sobre o pedido requisitado de
Hotel de três estrelas, que mesmo considerando já estar de
acordo com determinados requisitos, pareceu também
desde logo ficar de fora essa pretensão, tendo em conta da
maneira caracterizada como foram destinados os andares,
no entanto, foram dando esperança e com o tempo se foi
esfumando. De qualquer modo ficou desde logo uma
garantia de o "Hotel" em vez de três estrelas passar a ser
apenas de duas.
Certo é, que no dia 1 de Agosto de 1972, terça-feira da
semana da Festa da Nossa Senhora da Guia, entrou em
pleno funcionamento, com muita gente vinda de Sacavém
para a Festa da Nossa Senhora da Guia, podendo já
pernoitar nos quartos e com o Café e Restaurante já em
Ano 1985- O Prédio na sua verdadeira plenitude
pleno funcionamento, passando a ser já uma mais-valia, que
veio tornar aquele local da "Carreira" uma referência e a

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começar assim dessa forma, a ser criado ali uma visão


futura de desenvolvimento.
Recorde-se que a primeira festa efetuada no Café Restaurante "Império", foi um casamento, três dias antes da inauguração. Casamento do Luciano
Pinheiro com Maria da Conceição Pina, realizado no (sábado) dia 19 de Julho de 1972.
Durante os seis meses seguintes, que esteve em atividade, o Café Restaurante e os quartos alugados para dormidas, o movimento foi sempre regular,
quase diariamente chegavam pessoas para ali pernoitarem, assim como, loriguenses que vinham passar férias a Loriga ocupando os quartos por
semanas, como também o café restaurante a ter um certo movimento, parecendo tudo correr dentro do que foi sonhado pelo seu proprietário.
O Café Restaurante "Império" e o aluguer dos quartos, esteve em funcionamento durante seis meses, (1.Agosto.1972 a 31.Dezembro.1972),
entretanto, por altura de Novembro problemas surgidos com o seu negócio no Brasil e acumulando-se as dificuldades económicas para pagar o grande
investimento efetuado, (em grande parte dependente desse seu negócio no Brasil) o senhor Álvaro Pinto Ascensão resolveu regressar ao Brasil,
decidindo encerrar o Café Restaurante "Império" o que aconteceu no dia 31 de Dezembro de 1972, porque nesse momento não sabia como seria
resolvido esses problemas no Brasil.
Recorde-se que este encerramento foi o primeiro de vários que depois teve ao longo dos anos, porque o Café Restaurante "Império" ficou para sempre
na história como uma referência, tal como hoje continua a ser e a manter o nome primitivo.
O senhor Álvaro Pinto Ascensão, regressou então ao Brasil, apenas ele, deixando a família em Loriga. Perante os problemas com o seu negócio, com
que se deparou ao chegar a Belém do Pará, desde logo à partida parecia de difícil resolução, o que se veio a confirmar, sendo obrigado a deixar o seu
grande e prospero negócio, ficando assim de parte a continuidade de manter o seu prédio em Loriga, como sonho de um "Hotel", sendo então
necessário e urgente a venda dos andares que passaram a casas de habitação, terminando assim um sonho, esfumando-se também assim uma grande
infraestrutura na vila de Loriga, com a qual a nossa terra há muito se debatia e que com a construção do imóvel da "Carreira" se pensava estar
garantida.

Ano 2007- O Café Restaurante "Império"


(Registado aqui - Ano de 2013)

Registo de Memórias

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Recortes de história nos mais elementares registos de memória e recordações de tempos passados, focados em locais e pessoas, no enquadramento
comercial e industrial.
***
- Sapataria do "Ti António Calçada" - Uma casa onde mora a saudade -

Fui até à sapataria do "Ti António Calçada" assim ainda chamada por muitos, perpetuando a memória de António Moura Pina (1907-1988) uma grande figura de Loriga,
sapateiro de profissão e não só.
Ao entrar pareceu-me parar no tempo e por momentos senti-me envolvido por uma nuvem que me levou aos tempos já há muito passados, quando um montão de sapatos
esperavam para serem arranjados e os novos sapatos novos embelezavam as prateleiras, ao mesmo tempo que ainda pareceu-me ouvir as cordas da velha guitarra
tocando música de uma nostalgia, que apenas o "Ti António Calçada" sabia tocar.
Hoje damos connosco como que numa casa onde só mora a saudade, tudo parece estar
na mesma, ao recordar-me que não era só uma sapataria, era um local que era mais que
isso, foi uma autêntica escola de música, onde muitos aprenderam a tocar com os
ensinamentos do "Ti António Calçada", foi um local de tertúlia onde de tudo se falava,
era um local onde arte de bem arranjar sapatos engrandeceu sempre a nobre profissão
de sapateiro.
A sapataria do "Ti António Calçada" continua hoje e no tempo sempre presente, fruto da
continuidade do seu filho Manuel Abreu Pina o "Manel Calçada" como popularmente
assim o chamam. O senhor António "Calçada" pai de muitos filhos teve no Manuel o
único que enveredou pelos seus passos na arte de sapateiro, continuando bem presente
ainda no seu posto de trabalho, esperando que alguém chegue com sapatos para
consertar, mas que se passam dias e dias sem chegarem.
Hoje a profissão de sapateiro nada tem a ver com a que também conhecemos, o
modernismo e a globalização não se compadece com a arte de trabalhar no arranjo de
sapatos, vemos o nosso amigo "Manel Calçada" esperando que lhe entrem pela porta
dentro sapatos para consertar, ou então mandar fazer de novo, ainda muito menos.
Diz-nos o Manuel:- ."Hoje em dia quase não mandam arranjar sapatos, repara que hoje
compram sapatos por 5Euros ou menos e como podes ver nem vale a pena arranjar se
o valor de um concerto é quase isso ou meias solas é ainda mais…."
Na verdade basta ver numa feira ou numa casa de artigos chineses, cheios de artigos de
calçado de material duvidoso a baixíssimo preço, que na verdade não compensa mandar
arranjar, mesmo quando de imediato se estragam.
O nosso amigo "Manel Calçada" é já dos últimos sapateiros resistentes de Loriga,
continua também a resistir ao tempo. Nesse dia era dia da Festa da Nossa Senhora da
Guia, estava o "Manel" de seu fato domingueiro no seu lugar de trabalho à espera da
procissão, saí então daquele local e novamente voltei à realidade, no entanto, ao
abandonar aquela casa me pareceu voltar a ouvir os sons melancólicos das cordas da
Manuel Abreu Pina
velha guitarra, olhei para trás e com uma certa ansiedade em mim, voltei a fixar aquela
porta e aquela casa "onde continua a morar a saudade".
(Registado aqui - Ano de 2010)

- Carlos Mendes Amaro (Farias) - "O último Barbeiro de Loriga?.."

Na Rua Cónego Nogueira bem junto ao lugar cognominado por "Praça" encontra-se situada a Barbearia do Carlos Mendes Amaro mais popularmente conhecido por Carlos

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"Farias" o resistente Barbeiro em Loriga, oriundo de uma família de grata tradição nesta arte de fazer a barba e cortar o cabelo.
Apesar de ter tido a sua ocupação profissional em outras áreas, Carlos "Farias" ainda novo foi-se ocupando nas horas vagas a laborar nas Barbearias do seu pai
Francisco "Farias" e do seu tio António "Farias", tornando-se assim também barbeiro nas horas livres. Continua hoje ainda fiel aos seus princípios e ao abrir um dia a sua
própria Barbearia, continua a satisfazer uma clientela, também ela ainda hoje fiel ao tradicionalismo serviço dos Barbeiros.
É uma história rica a existência dos Barbeiros em Loriga, "em épocas em que a
população era muito mais" com várias Barbearias na vila, se bem que nem todos os
barbeiros viviam dessa profissão, pois tinham outras ocupações, trabalhando nas
fábricas e mesmo trabalhando no cultivo das terras.
Está ainda na memória de muitos as Barbearias em Loriga, autênticos lugares de
tertúlias onde se falava de tudo e de todos, era ali o cenário de onde saiam as
novidades, foram na verdade verdadeiros recantos onde parece todos terem ficado
presos na saudade.
Hoje a realidade é bem presente dos tempos que correm o modernismo, o
profissionalismo necessário para desempenhar a arte de cortar cabelos, conjugado
no facto dos cuidados higiénico no fazer a barba, arredou para segundo plano as
tradicionais Barbearias, que aos poucos vão desaparecendo, principalmente nos
meios pequenos. Neste prisma, se pensa que a Barbearia do bem conhecido Carlos
"Farias" ainda bem no presente na vida quotidiana de Loriga, será porventura a
última?.. O tempo não se compadece do saudosismo, que continua a manter-se em
muitos de nós, mas a realidade parece ser essa.
De qualquer maneira ainda vamos vendo o Carlos "Farias" a resistir aos tempos, com
a sua Barbearia ainda aberta, no seguimento da histórica familiar, lembrando seu avô,
seu pai, seu tio e também seu irmão Augusto, que engrandecem a história familiar de
geração em geração nesta nobre profissão de Barbeiros, assim cognominados.

Carlos Mendes Amaro

(Registado aqui - Ano de 2010)

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- Pedro Mendes Fernandes -

Pedro Mendes Fernandes, de 74 anos popularmente conhecido por "Pedro da Lapa" é na verdade um génio na arte de trabalhar com
o torno. Torneiro de profissão esteve também alguns anos radicado na África do Sul, para onde tinha emigrado na ideia de uma vida
melhor.
Num recente encontro que tivemos com ele, venho a reparar nos trabalhos que vai executando à mão ou recorrendo ao torno, fazendo
artigos decorativos onde desponta a imaginação e ao mesmo tempo uma misteriosa idealização de um trabalho de verdadeira perfeição,
que é digno de admirar.
Nesta foto aqui reproduzida em madeira podemos ver uma esfera movimentada dentro de um octógono onde não se visionando uniões,
nos leva a imaginar um certo mistério numa criatividade de um trabalho perfeito de elevado espírito de bem-fazer.
Sei que já fez várias exposições, no entanto, muitos outros trabalhos ainda não foram divulgados o que espero com oportunidade
fotografar, para mais tarde aqui colocarmos na divulgação de um trabalho que vale a pena visionar.

(Registado aqui - Ano de 2010)

José Duarte Marcos - Uma "Casa comercial no meu Bairro"


Situada no Terreiro da Lição vamos encontrar a casa de electrodomésticos do bem
conhecido amigo José Duarte Marcos, pequeno espaço que o amigo Zé aproveitou alguns
anos atrás, para ali situar a sua casa comercial, regressando assim ao Bairro de S. Ginês,
local que fez também parte da sua vida quando menino.
O pai do Zé era um conhecido e conceituado pequeno comerciante que tinha a sua pequena
loja de mercearia na rua José Mendes Veloso, bem junto ao Bairro de S. Ginês. Depois do
falecimento de seu pai, mesmo tendo a sua ocupação profissional como trabalhador na
Metalúrgica Pedro Vaz Leal, o nosso amigo Zé continuou com a loja, até que resolveu abrir
uma casa de electrodomésticos no Vinhô.
Durante alguns anos a sua casa de electrodomésticos permaneceu situada na casa do
senhor Augusto Nunes de Pina, naquele lugar pitoresco do Vinhô, que faz parte da vila
histórica de Loriga. Mais tarde quando deixou a sua ocupação como trabalhador na
Metalúrgica, então sim, o mote em endereçar pela via comercial a tempo inteiro, foi o passo
bem significativo que o levou a ter a sua loja, como equipamento deste ramo em Loriga, que
se vai mantendo e que hoje é a única.
Como que um chamamento às suas origens resolveu um dia transferir a sua casa para o
Terreiro da Lição actual local onde se encontra, regressando ao Bairro que ele tão bem
conhecia, ocupando uma pequena loja que faz parte da história de Loriga, pois por estranho
que pareça, aquele espaço apesar de pequeno, já ali esteve instalado os Correios, a Junta
de Freguesia, uma Barbearia, uma casa de fotografia, entre outras.
A casa de electrodomésticos do José Duarte Marcos no Bairro de S.Ginês, é pois uma casa
onde se encontra tudo que diga respeito a artigos eléctricos e, que mesmo não havendo o
que pretende, não esperará muito para ser servido, por isso a podermos chamar uma

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verdadeira "Casa de Bairro" bem necessária em Loriga, que vai resistindo aos tempos e em
que o seu proprietário tem como lema o bem servir.

José Duarte Marcos e a sua casa comercial


(Registado aqui - Ano de 2010)

António Gomes Dias - E a sua oficina numa rua típica de Loriga

Muito perto do antigo local central da vila histórica de Loriga a "Praça" encontra-se a rua Sociedade Recreativa Musical Loriguense, popularmente conhecida por "Rua ou
Quelha Escura" onde se situa a pequena oficina do nosso bem conhecido amigo António Gomes Dias popularmente conhecido por António "Mitra".
Para pequenos trabalhos e arranjos, a oficina do António Gomes Dias espera por todos, mas a vamos considerar como que sendo uma pequena "oficina de bairro" com pouca
capacidade, não podendo enveredar para trabalhos mais alargados, mesmo também tendo em conta que hoje em dia o modernismo, parece também ter colocado de parte muito
do ferro que era muito utilizado antigamente em quase tudo e hoje substituído por outras matérias, por conseguinte a pequena oficina do nosso amigo António Dias é para ele
como que um Job para não estar parado.

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A "Rua ou Quelha Escura" chamada assim numa "Loriga de outras eras" é


ainda das poucas ruas de Loriga que mantêm a calçada primitiva, com pedras
da nossa zona que a tornam numa rua bem típica e pitoresca, onde numa
velha Loija resolveu um dia o António Gomes Dias instalar a sua oficina, que
com certa aparência tradicional e como parecendo escondida e ali parada no
tempo, deu vida e mantêm bem viva essa rua e esse local harmonioso da
nossa terra.
António Gomes Dias foi durante muitos anos trabalhador na firma Metalúrgica
Vaz Leal, S.A., até que por fim resolveu abrir a sua própria oficina, dando
assim continuidade à sua profissão na arte de trabalhar o ferro, mantendo ao
mesmo tempo em si uma maneira própria para não estar parado, se bem que
todos lhe conhecemos uma outra faceta activa de estar sempre pronto e
presente para a arte de representar.
Essa grande paixão de representar o tornaram num verdadeiro actor do teatro
amador e mais que isso a sua maneira de idealização o tornam mesmo num
verdadeiro encenador, sempre pronto e continuando ainda hoje a ser o
grande impulsionador, para que o teatro amador de gratas recordações na
nossa terra, não morra.
É pois esta virtude e esta característica própria, que levou o nosso amigo
António Gomes Dias a transformar também em atracção aquele local onde tem
a sua oficina, sempre idealizando, ornamentando e enfeitando aquele recanto
mediante a celebração da festa que se aproxima, como por exemplo, a
celebração da Semana Santa, Pascoa, Santos Populares, Nossa Senhora da
Guia, Natal, enfim, nada parece esquecer fruto da sua ideia imaginativa de
viver a vida e as tradições da sua terra.
A oficina do nosso amigo António Gomes Dias naquele recanto da "Rua ou Quelha Escura" é pois um marco como local de trabalho para alguém que quer bem viva em si uma
profissão na qual trabalhou toda a vida, ao mesmo tempo, que uniu essa sua oficina a um lugar histórico onde se vive um passado e um presente.
Eis uma quadra de inspiração poética ali colocada numa das paredes de uma casa naquele local, quando a passagem das Festas Populares de Junho passado.
Ó meu rico São João
Ó minha rica doçura
Anda vem dançar
À Quelha Escura

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António Gomes Dias na sua oficina

(Registado aqui - Ano de 2010)

Carlos Nunes Melo - A mercearia do "Terreiro do Fundo"

Situada na Rua Viriato no número 39, vamos encontrar a Loja/Mercearia da linhagem "Melo", vindo de longe a existência daquela loja naquele local, estando ainda na memória de muitos
quando era o seu proprietário o senhor Eduardo Gomes Melo, na altura estava instalada na casa ao lado.

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Nesses tempos passados eram muitas as mercearias espalhadas pela vila de Loriga, umas mais bem localizadas que outras, para
serem abastecidas pelas camionetas da mercearia que vinham de fora, a mercearia do "Ti Eduardo Melo" estava enquadrada nas
mais mal localizadas, por isso, os abastecedores das camionetas recorriam à garotada para transportar os artigos a partir do Adro até
lá, como recompensa para a garotada eram andar de boleia na camioneta, que se estendia muitas das vezes até Alvoco da Serra,
onde também iam abastecer.
Com o falecimento do "Ti Eduardo Melo" com era assim chamado, ficou a tomar conta da mercearia a sua esposa D. Maria do Carmo
do "Calado" senhora de visível seriedade que teve a mercearia durante alguns anos. Foi então que passados esses vários anos os
seus netos Carlos Nunes Melo e esposa D. Irene adquiriram a mercearia à avó, ficando registada em nome da D. Irene, que passaram
a ser e continuam hoje a ser os actuais proprietários.
O nosso amigo e bem conhecido Carlos Nunes Melo, na altura ainda como trabalhador em fábricas de malhas, ocupação profissional
durante muitos anos, foi-se ocupando da mercearia nas horas disponíveis, que tanto ele como a sua esposa foram conseguindo
manter sempre em pé o seu estabelecimento, que dessa forma vai servindo uma clientela na maioria moradores nessa parte histórica
da vila de Loriga.
Vamos pois chamar a "Mercearia de Bairro" de gratas recordações, onde o Carlos Nunes Melo a partir de algum tempo então, passou
a ter nela a sua actividade a tempo inteiro, tendo a preocupação de acompanhar os tempos modernos, por isso se inserir em ter a sua
Loja na linha de orientação de mini-mercado, que dessa forma parece já nada ter a ver com os tempos de outras eras.
Hoje esta "Mercearia de Bairro" no "Terreiro do Fundo" é de certa forma um pequeno mini-mercado, um ar disso mesmo imposto pelo
Carlos Melo, que se não quis quedar nas recordações dum passado, que ao contrário disso quer acompanhar o presente.
A Loja da dinastia "Melo" como que parecendo escondida é pois um passado no presente, bem apetrechada e onde nada parece
faltar, onde a continuidade da geração "Melo" continua firme e a resistir aos tempos, esperando por todos naquela sua casa, numa
maneira própria de bem servir que vem de longe.
A mercearia do "Terreiro do Fundo" naquele local situado na Rua Viriato, contínua presente no tempo e nas recordações,
independente de ter sido na actual casa ou na casa do lado, o que conta é que continua hoje a ter pedaços de história num local
pitoresco de uma Loriga histórica.

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(Registado aqui - Ano de 2010)

A linhagem da família Cristóvão da Teixeira em Loriga


A família "Cristóvão" oriunda da Teixeira é uma referência em Loriga no enquadramento comercial e transporte (Taxis), que nos leva a registar na nossa história a
genealogia de uma família que foi, é e continua a ser uma referência de renome numa terra que um dia escolheram de opção, decorria então o princípio da década de
1950, quando o primeiro ramo da árvore genealógica "Cristóvão" (primos) da Teixeira, se instalou em Loriga, ou seja António Cristóvão Pereira que vamos referenciar
como (1) e depois mais tarde a chegada de outro ramo, os irmãos João e António Cristóvão Pereira que vamos referenciar como (2).
(1)
- António Cristóvão Pereira -
- António Cristóvão Pereira deixou a Teixeira sua terra natal nos princípios da década de 1950, foi na verdade o primeiro a fixar-se em
Loriga ao estabelecer-se na rua hoje chamada Cónego Nogueira, quando adquiriu a mercearia e a taberna do senhor "Dinis" marido da senhora
Maria de Jesus do "Dinis" que depois do falecimento do seu esposo viria a casar em segundo casamento com Emídio Fernandes Conde.
António Cristóvão casado com Natividade dos Santos, eram um casal de bem, respeitadores e de uma honestidade extrema, virtudes que lhes
permitiu ao longo da vida granjear a estima e admiração da gente de uma terra, que não sendo a deles, pareceu desde logo quando chegaram
escolherem Loriga como sua segunda terra de adopção.
Empreendendo a sua vida dedicada ao comércio, era bem visível uma vida de muito trabalho atrás do balcão, como assim exigia uma mercearia
e uma taberna, quase sem tempo para mais nada, que no entanto, era bem visível também no "Ti António Cristóvão" como assim o chamavam,
a sua sempre disponibilidade a qualquer hora a qualquer momento, naquilo que estava ao seu alcance.
Certo que todo essa sua vida de trabalho foi tendo o seu proveito. Foi adquirindo espaços nas casas adjacentes, vindo mais tarde a abrir um
café que o povo cognominou por "Escondidinho" decorria então os finais da década de 1960, expandindo dessa forma a sua actividade
comercial. Era de facto de relevo como conseguia ao mesmo tempo dar a assistência aos três balcões, se bem que na altura da abertura do seu

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António Cristovão Pereira


café, começou então a ter a colaboração dos seus filhos. o pioneiro da família Cristóvão
da Teixeira em Loriga

Parece que ainda o estamos a ver atrás dos seus balcões numa agilidade impressionante, nunca prescindindo do seu lápis sempre atrás da orelha para fazer as contas,
sempre também com o seu sorriso aberto unido na sempre boa disposição que era contagiante para os seus fregueses, que permitia também ao mesmo tempo ser um
conversador nato, que valia a pena escutar.
Tinha um olhar virado para o futuro, parecendo querer legar aos seus filhos o mesmo espírito empreendedor no ramo comercial, alias, disso se deu conta com o seu filho
Emídio ao ter esse mesmo espírito complementado com uma visão progressiva, em que hoje o seu Mini-Mercado o "Loriguense", é uma referência comercial em Loriga,
ao mesmo tempo que deixa trespassar bem a ideia demonstrativa de tradição, ao enquadrar naquele local o meio comercial como sempre ali se conheceu.
António Cristóvão Pereira faleceu em 1998 com a idade de 76 anos, três anos depois faleceu a sua esposa Natividade Santos, em 14.8.2001. Os seus corpos regressaram
então à Teixeira, para ali serem sepultados na terra que os viu nascer. Ficando Loriga mais pobre ao verem desaparecer pessoas que sendo de outra terra foram
marcantes na sua história.

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Mini-Mercado o "Loriguenses"
(Registado aqui - Ano de 2010)

(2)
- João Cristóvão dos Santos e António Cristóvão Pereira -
- João Cristóvão dos Santos e seu irmão António Cristóvão Pereira deixaram um dia a Teixeira sua terra natal, não sendo preciso viajar muito para se
fixarem em Loriga. O João Cristóvão na altura era já motorista das camionetas da carreira que actuavam na região, decorria então o ano de 1962, quando em Abril desse
ano por trespasse adquiriu o Café "Montanha" que na altura pertencia ao senhor Carlos Nunes Pina.
Apenas havia dois cafés em Loriga localizados no mesmo local popularmente chamado por "Praça" (hoje Rua Sacadura Cabral) este o Café "Montanha" e o Café "Neve"
do senhor José Maria Pinto. Na altura era notória uma certa separação de classes, enquanto o Café "Montanha" era frequentado pela classe média e baixa, o Café "Neve"
por sua vez era apenas e só frequentado pela classe alta, uma elite de patrões, empresários e pessoas chamadas de abastadas.

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Fotos do café "Montanha" na rotina do passado e o presente

Os irmãos "Cristóvãos" tiveram na altura uma visão comercial bem definida, como se disse, o café na altura foi adquirido pelo
senhor João Cristóvão dos Santos, era motorista das camionetas da carreira e tinha já uma certa experiência, não ficando por
aqui lançou-se na aquisição da concessão de um lugar na praça de Táxis de Loriga, passando o seu irmão António Cristóvão a
ser parte integrante nesse projecto, que juntos passaram a por em prática numa idealização de desenvolvimento a nível de
transportes e também comercial.
A expansão no ramo de negócio era bem demonstrativa e determinada, o café prosperava e os táxis mais ainda, o senhor João
Cristóvão em princípio, apenas se dedicava aos táxis nos dias e horas livres, pois continuou ainda algum tempo na sua
profissão de motorista das camionetas, para depois alguns anos mais tarde passar a dedicar-se a tempo inteiro à praça de
táxis. Criaram postos de trabalho com a contratação de motoristas para as viaturas que entretanto foram adquirindo.
O senhor António Cristóvão dedicava-se mais ao café, mas também muitas das vezes disponível para conduzir os táxis. O café
dos "Machaqueiros" como se passou popularmente a chamar ao café "Montanha" passou a ser uma referência em Loriga
onde os irmãos "Cristóvãos" numa sempre presente visão de progresso, equiparam aquele espaço com o telefone público D. Aida Jesus M.N,
Cristóvão esposa de
muito importante na época e depois com a máquina do Totoloto, ainda hoje o único local em Loriga com a concessão das António Cristóvão
João Cristóvão
máquinas da exploração dos jogos da Santa Casa da Misericórdia. (falecido 2002)
Mais tarde os "Cristóvãos" sempre na onda comercial, abriram como complemento ao café, uma mercearia também de certa
forma numa expansão comercial mais alargada, que ao mesmo tempo foi um equipamento mais para Loriga, neste género de
venda dos artigos de primeira necessidade.
Com aquisição de casa senhorial da "Dona Prazeres" como assim se chamava e situada muito perto do café primitivo, foi a continuação para uma escalada ainda muito
mais alargada num olhar de futuro, em que com abertura do café o "Degrau" e com a criação de pensão a nível de dormidas e comida, veio na altura preencher um
espaço de carência em Loriga. Anos mais tarde foi colocado de parte o projecto a nível de pensão, dormidas e comidas e, pelo meio a exigência de muitas obras de
restauro, foi o café o "Degrau" concebido para o futuro, hoje em dia de uma elegância bem moderna o tornam num dos mais conceituados cafés existentes em Loriga.
A expansão dos "Cristóvão" (2) foi e mesmo hoje é bem visível essa continuação da realidade de ampliação, fruto das gerações que tanto a nível comercial como de
transporte (Táxis) continua dessa forma a manter uma das infra-estruturas bem firme e bem conceituada em Loriga, talvez a ideia sempre presente, desde o dia que
chegaram à terra de opção dos seus progenitores, em que o João Cristóvão ainda bem presente entre nós, apesar da idade continua ainda hoje a ser um visionador
atento, já sem ter presente o seu irmão António Cristóvão Pereira falecido em 2002 em Seia, após doença prolongada, terra onde veio a ser sepultado.

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O café o "Degrau" na senda do presente e da modernização

A Praça (Táxis) e a rota da expansão


(Registado aqui - Ano de 2010)

Primeiros anuncios publicitários relacionados a Loriga


Foi a partir da metade do século passado, que se começou acentuar a publicidade relacionada a Loriga, concretamente e exclusivamente à industria e comércio. Até então e talvez rara
excepção, em que um ou outro anuncio publicitário foi conhecido num ou noutro jornal da região, não restam dúvidas que a partir de 1950, qualquer publicação relacionada a Loriga que era
feita, os anúncios passaram a ser temas correntes, que depois se vieram a tornar muito mais usuais nomeadamente nos jornais e outras publicações, que entretanto, foram aparecendo pela
região e até pelo país.
Pelo valor histórico que representa, aqui se documenta alguns dos anúncios relacionados e que numa maneira própria eram únicos e exclusivamente relacionados à indústria (fábricas) e ao

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comércio (casas comerciais).


*****

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(Registado aqui - Ano de 2002)

O Passado no Presente *

I II III IV
Recordar o passado As montanhas de hoje Acumula-se nelas o mato As mulheres daquela época
É viver o presente. São na verdade iguais Qu´agora não vão cortar. Casavam para procriar.
Sentir como reais Às que nos anos 50 As cordas e os podões Era uma alegria, um presente
As sensações emocionais Rodeavam a nossa terra, Pertencem a gerações Ver ruas cheias de gente,
Que nos fizeram gente. Uma estrela da serra. Qu´envelheceram a trabalhar. Crianças sempre a brincar.
V VI VII VIII
Nos registos de baptismo Uma educação religiosa Tocava o sino de mansinho
Tanta gente a nascer ! Vemos com grande emoção Pelo Padre Prata orientada. Era a hora de parar.

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Nenhum com hora marcada. Os elevados números A primeira comunhão, As Ave-Marias ao meio-dia
Com grande dedicação De bebés recém-nascidos As novenas, o mês de Maria À tarde, voltava a tocar
A Constança lá acorria Que à igreja eram trazidos. Tudo fazíamos com alegria. Unindo todos no mesmo orar.
Para cortar o cordão.
IX X XI XII
O sino todos chamava Se o sino tocava a rebate A escola estava dividida Toda a criança brincava
Tocava para a doutrina Juntava a população. Um professor para os rapazes. Puxando pela imaginação.
Ninguém se podia esquecer. Todos juntos ajudavam Uma professora para meninas. A camioneta de cordas,
De catecismo na mão Nesta hora de aflição Nada se podia misturar, O Azeite dos cachilros
Todos queriam aprender. Com baldes de mão em mão. Era importante aprender e trabalhar. Rebolos de mão em mão.
XIII XIV XV XVI
Bonecas de trapo e papelão, As piscinas naturais, Carquejas e mais floridas Tocava ao mês de Maria
De casquilho com olhos de mexer. No Zé Lages, na Curilha. Maio estava a anunciar. Ninguém podia faltar
Os saltos ao pula uma Mergulhos fenomenais! As crianças divertiam-se Era uma grande melodia.
Tábua nas carretas a deslizar Toda a criança aprendia A ver os grilos espreitar Com muito fervor cantavam
O rodízio no gancho a rodar. Mesmo fugindo aos pais. P´ra na caixa de fósforos guardar. E os grilos participavam.
XVII XVIII XIX XX
O Grupo, Socorro, Sindicato Nas levadas e ribeiras O giro da água passava A água fonte da vida
Lugares de reunião. Ia correndo o sabão. Rego abaixo a correr. Os campos ia regar.
Muitos iam até lá Nas pedras arredondadas Toda a pequenada vivia Um cheiro nauseabundo
Para ver televisão, As roupas eram coradas A compensada alegria Um eléctrico passava
Um luxo da ocasião. Bem batidas com a mão. Do barco de corcódoa fazer. Sem se fazer anunciar.
XXI XXII XXIII XXIV
Das fontes a água brotava Os campos todos lavrados O milho no caroleiro A tia Adelina moía
Fresca e cristalina. Não tardavam a verdejar. Partido bem partidinho No seu moinho o grão
Para a poder transportar Espigas de milho assadas. Está pronto a escolher, Vamos buscar a taleiga,
O cântaro e a rodilha Outras eram desbulhadas E com leite a fazer Peneirar bem a farinha
Era preciso utilizar. Postas na eira a secar. O famoso carolinho. Para transformar em pão.
XXV XXVI XXVII XXVIII
Batia o padeiro à porta Nos fornos comunitários Belisco e buraco são sinais Vacas leiteiras abundavam
Pão branco e fresquinho A lenha a crepitar. A massa da levedura O leite fresco a chegar.
Por todos era apreciado. Amassa o pão meado, Guardada na tijelinha. Um quartilho, uma canada
Um cruzado por um pão Pão de milho levedado Um bolo com uma folha Medida generalizada
Com pano branco tapado. Vai agora a bailar. Bola de bacalhau, ou sardinha. A nata vai manteiga formar.
XXIX XXX XXXI XXXII
A indústria era forte Peças e peças estendidas No torno s´amola o aço Teciam-se peças de malha
Tanta gente a trabalhar! Grandes meadas na mão. Na forja o ferro aquece. De merino ou angorá.
Quando a buzina tocava As râmolas bem coloridas Torneiros e serralheiros Não era preciso publicidade
O operário regressava Mostravam a toda a gente Ma metalúrgica Vaz Leal O nome de Loriga
Era hora de descansar. O trabalho do tecelão. Produziam p´ró mercado nacional. Era sinal de qualidade.
XXXIII XXXIX XXXV XXXVI
Dr. Andrade, Dr Mineiro Os Invernos tão rigorosos Nos pés frios e delicados Vamos à limpeza geral
Médicos permanentes O frio, neve, gelo, pingente. Botas grossas de carneira A Páscoa está a chegar.
Cuidavam bem as maleitas As brasas reacendidas Com sebo d´olanda untadas. Os balcões bem roçados
Bexigas, lombrigas, trasorelho, Pelas braseiras repartidas Os tamancos de madeira Os cantos escarolados
Pneumonias frequentes. Aqueciam toda a gente. Com brochas bem marteladas. Para a visita preparar.
XXXVII XXXVIII XXXIX XL
Nos fornos tudo se agita Tocava o sino com qu´a dizer: Cozinheiras afamadas A fogueira bem acesa
Alguidares, colheres e latas. Andai, andai, andai De paladar apurado A Laurinda, Adélia, dos Anjos
Bate o pão-de-ló, bolo negro Qu´o padre já lá vai. Faziam festas pontuais. Mexiam as caldeiras
As broinhas de cagote Era a hora da cruz beijar Casamentos, baptizados O arroz-doce a fumegar
Anda tudo num virote. Amigos e parentes visitar. Como autênticas profissionais. Para com canela decorar.
XLI XLII XLIII XLIV
Grupo de jovens amadores A escola unificou A banda filarmónica As loas à Sra. da Guia
Preparavam com dedicação E nós pudemos usufruir. Nosso ex-libris cultural Já ecoavam no ar.
Rapsódias, peças de teatro, A escola pela televisão Clarinetes e trombones Cantavam ao desafio
As melodias de sempre Conseguiu levar mais além Continuamos a ouvir Enquanto se ocupavam
Aliciando o povo à distracção. Os da nossa geração. Seus sons repercutir. Das lides a realizar.

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XLV XLVI XLVII XLVIII


O dia da festa chegava No largo do Sto. António Ir até ao Portugal Juntavam-se na praça
Grande fé e devoção. O palco estava montado. Cantar serenatas ao luar No Cristóvão ou Zé Maria
Os beijinhos, as medalhas Estalejavam foguetes no ar, Era para todos um prazer. Uns momentos bem passados,
Em açúcar confeccionados As grandes Festas da Vila Entre gargalhadas afinadas Com um joguinho de bilhar
Eram a nossa tentação. Estavam prontas a começar. Misturavam-se gargalhadas. E um pirolito a finalizar.
XLIX L
Se recordar é viver Esta Loriga qu´eu amo
Posso então afirmar. Hoje está adormecida.
No meu tempo de menina Loriguenses, despertai!
Era tudo bem diferente A nossa Terra não cai
Do que é actualmente. Se todos lhe dermos vida

* Eugénia Moura (Maio 2005) - Homenagem aos Nascidos em 1955 -


(Registado aqui - Ano de 2005)

Efemérides
Aqui documenta-mos algumas datas que podemos considerar relevantes na história de Loriga e, que temos por dever perpetuar.
Janeiro
-Ano 1838:- A 2 de Janeiro nasceu em Loriga o Sr.Doutor António Mendes Lages.
-Ano 1923:- Criado em Loriga a Associação Católica de Operários e Artistas, tendo sido nomeado como primeiro Presidente Manuel Gomes Leitão.
-Ano 1927:- Começam a surgir neste mês os primeiros doentes da Epidemia, mais tarde detectada como "Tifo Exantemático".
-Ano 1962:- Benzida a 1 de Janeiro a primeira Bandeira da Cooperativa Popular Loriguense.
-Ano 1987:- No dia 2 de Janeiro, meio bilhete do primeiro prémio da Lotaria dos Reis é vendido em Loriga, contemplando várias pessoas.
-Ano 1995:- No dia 4 de Janeiro a Banda Musical Loriguense deslocou-se a Lisboa para actuar no programa "Minas e Armadilhas" gravado pela TV-SIC.
-Ano 2005:- Em 30 de Janeiro realiza-se a inauguração oficial da Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia, pelo Senhor Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, Dr.
Fernando Negrão e a celebração solene da bênção das instalações, foi presidida pelo Senhor Bispo Coadjutor da Diocese da Guarda, D. Manuel Felício.
Fevereiro
-Ano 1514:- Em 15 de Fevereiro, D. Manuel I concede o Foral de Concelho a Loriga.
-Ano 1883:- Foram aprovados em 27 de Fevereiro pelo Governador Civil da Guarda, os Estatutos da Irmandade das Almas de Loriga.
-Ano 1910:- Durante o mês de Fevereiro circula pela povoação uma Lista de subscrição na angariação de fundos, para instalar a luz eléctrica em Loriga.
-Ano 1944:- Queda do avião de guerra inglês na "Penha do Gato" em Loriga, na noite do dia 22 de Fevereiro, tendo morrido todos os seus ocupantes (seis) que foram sepultados em Loriga.
-Ainda neste mês de Fevereiro no dia 28 deste ano, morre o Cónego Manuel F. Nogueira, durante muitos anos Pároco em Piodão, onde criou um Seminário.
-Ano 1954:- Fundado em 13 de Fevereiro de 1954, a Cooperativa Popular de Loriga.
-Ano 1966:- Em 17 de Fevereiro é criado em Loriga o Curso Unificado da Telescola, por Portaria Nr. 21113. Foram de inicio matriculados 21 alunos.
-Ano 1969:- Morre a 19 de Fevereiro o senhor Padre António Mendes Cabral Lages.
Março
-Ano 1949:- No mês de Março deste ano, sai o primeiro número do Jornal "A Neve" fundado em Lisboa, por um grupo de Loriguenses.
-Ano 1955:- Fundado em 19 de Março, o Socorro Paroquial de Loriga, uma iniciativa do senhor Padre António Roque Abrantes Prata.
-Ano 1962:- Em 28 de Março, aparece morta uma criança recém-nascida, na Ribeira de São Bento junto à Ponte do Porto.
-Ano 1975:- Em 29 de Março, acontece a primeira actuação do Agrupamento Musical os "Focos" um conjunto musical de Loriga, que teve como cenário o salão da Fábrica de malhas "Pinto
Lucas Lda" .

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-Ano 1987:- Em 6 de Março é registada em Cartório Notarial e posteriormente publicado no Diário da República, ficando assim concretizado a fundação da ANALOR (Associação dos Naturais
e Amigos de Loriga).
Abril
-Ano 1873:- Nasce no Brasil - Pará em 11 de Abril, José Mendes Reis que se veio a notabilizar-se como militar e político e que ficou conhecido por Coronel Mendes Reis.
-Ano 1926:- Em Abril, feito o primeiro Postal Ilustrado, elaborado a partir da foto tirada do recinto da Nossa Senhora da Guia.
-Ano 1927:- Aconteceu em 24 de Abril (quarta-feira) a queda do Coro da Igreja Paroquial, tendo morrido 2 pessoas bem como houve muitas crianças feridas.
-Ano 1933:- Aconteceu no mês de Abril, o acontecimento da Chuva das Estrelas contemplado no céu em Loriga, com receio e panico, que levou muitas pessoas a refugiarem-se na Igreja
Paroquial, a rezar.
-Ano 1934:- Em 8 de Abril é fundado o Grupo Desportivo Loriguense.
-Ano 1958:- Em Abril foram concluídas as obras do Mirante de Loriga (Miradouro da Penha D´guia) tal como hoje se conhece, aproveitando-se as rochas salientes alcandoradas sobre o
abismo, que já ali existiam.
-Ano 1969:- Em Abril, é colocado o relógio na Torre da Igreja, adquirido com o contributo da população através de uma lista de subscrição pública, elaborada para esse efeito.
-Ano 1981:- Em 22 de Abril morre Constança de Brito Pina, a parteira do povo, que gerações de loriguenses ajudou a nascer.
-Ano 1982:- Em 16 de Abril é fundada Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Loriga, levado a efeito por Loriguenses de evidenciado bairrismos, simbolizados na figura de:-
Herculano Leitão (12.8.1914 - 13.4.1997)
-Ano 1994:- Em 24 de Abril perto de Unhais foi assaltado e assassinado o Sr. Professor José Coutinho Cunha natural de Gouveia, casado e a residir em Loriga.
-Ano 1998:- No dia 20 de Abril, morre José Moura Mourita, o carteiro de Loriga durante longos anos, que conseguia fixar na memória o nome completo de toda a população.
Maio
-Ano 1927:- Morre no dia 21 de Maio Dr. Joaquim Augusto Amorim da Fonseca, médio em Loriga, vitima da epidemia "Tifo Exantemático".
-Ano 1958:- No mês de Maio deste ano, voltou novamente a ser publicado o Jornal "A Neve" desta feita como Boletim Paroquial, que passou a pertencer à igreja.
-Ano 1977:- Celebrado o 50 Aniversário do "Tifo Exantemático" com a realização de uma homenagem às vitimas desta epidemia, no Largo do Dr. Joaquim Augusto Amorim da Fonseca em
Loriga.
-Ano 1985:- Foi a 4 de Maio ordenado Sacerdote Missionário o Padre Jorge Amaro natural de Loriga, tendo esta ordenação sido realizada em Fátima pelo Bispo da diocese da Guarda, D.
António dos Santos.
-Ano 1994:- em 30 de Maio é fundada a Fundação Cardoso de Moura, destinada para fins em prol de Loriga.
Junho
-Ano 1956:- Em 9 e 10 de Junho foi organizada a primeira "Festa Sportinguista" organizada pelos loriguenses simpatizantes deste popular clube.
-Ano 1959:- Em 16 de Junho visitou Loriga o Sr. D. Alberto Guadêncio Ramos, Arcebispo de Belém do Para-Brasil. Tendo celebrado a Santa Missa na Igreja paroquial.
-Ano 1964:- Faleceu em 19 de Junho, Pedro Vaz Leal um dos maiores industrias de Loriga.
-Ano 1979:- Realizado em 25 de Junho um convívio de Loriguenses em Lisboa, com a presença da Banda Musical de Loriga e Presidente da Junta.
-Ano 1989:- Em 4 de Junho é ordenado Sacerdote o Padre Jorge Manuel Lages Almeida, cerimónia que decorreu em Setúbal.
-Em 30 de Junho, Loriga é elevada oficialmente à categoria de Vila, aprovado na Assembleia da República.
-Ano 1989:- Realizado a 19-25 de Junho a 1a. Semana Serrana em Sacavém, organizada pela ANALOR.
-Ano 1996:- Em 1 de Junho é inaugurada a nova sede da ANALOR (Associação dos Amigos e Naturais de Loriga) com os apoios da Junta de Freguesia de Sacavém e Câmara Municipal de
Loures, que passou a ficar localizada na Quinta do Património em Sacavém.
-Nesta data é também assinado pelas respectivas Juntas de Freguesia o Acordo de Geminação entre Loriga e Sacavém.
-Ano 2005:- A Banda Filarmónica de Loriga deslocou-se ao Luxemburgo integrada nas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades que se realizaram no Luxemburgo, nos dias
10.11.12 de Junho, sendo esta a deslocação mais longínqua e para fora de Portugal, desde sempre ao longo da sua existência.
Julho

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-Ano 1906:- Fundado a 1 de Julho a Banda de Música de Loriga, sendo seus primeiros directores Joaquim Nunes Pina, Mateus Moura Galvão, Augusto Luis de Pina, Augusto Luis Mendes e
António Cabral.
-Ano 1909:- Ordenado sacerdote no dia 18 de Julho, o Sr. Padre António Mendes Cabral Lages.
-Ano 1937:- Fundado no Brasil em 4 de Julho, o Centro Loriguense do Pará, que ficou instalado na União Comercial do Pará.
-Ano 1952:- Em 25 de Julho são aprovados pelo Bispo da Guarda, os Estatutos do Centro de Assistência Paroquial de Loriga, dando seguimento à sua fundação por iniciativa do senhor
Padre António Roque Abrantes Prata.
-Ano 1956:- No mês de Julho a Banda Filarmónica de Loriga, desloca-se a Coimbra às Festas da Rainha Santa Isabel, que juntamente a mais 14 Bandas também convidadas tocaram o Hino
Nacional ao senhor Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel G. Cerejeira.
-Ano 1990:- Em 12 de Julho é fundada a Associação Loriguense de Apoio à Terceira Idade.
-Ano 1992:- Em Julho sai o primeiro número do Jornal "Garganta de Loriga" editado pela ANALOR (Associação dos Amigos e Naturais de Loriga) à primeira edição foi atribuído o Número "0".
-Ano 1993:- Na madrugada do dia 18 de Julho, morre em Lisboa o Padre António Roque Abrantes Prata, um dos párocos mais marcantes na história de Loriga.
-Ano 1995:- No mês de Julho foi publicado no Diário do Governo o Concurso Público para a construção da Escola EB 2, 3 de Loriga.
-Ano 1999:- Em 8 de Julho, a Banda Musical Loriguense desloca-se pela primeira vez para fora de Portugal Continental, mais precisamente à Ilha de S. Miguel Açores.
-Ano 2006:- Realizada em 2 de Julho a celebração oficial das Festividades do Centenário da Sociedade Recreativa e Musical Loriguense.
Agosto
-Ano 1885:- Fundado a 15 de Agosto o Apostolado da Oração em Loriga, era Pároco o Reverendo Manuel Matias dos Santos Figueiredo.
-Ano 1899:- Realizado nos dias 14,15 e 16 de Agosto a Festa da Nossa Senhora da Boa Morte e alusiva à Festa da Passagem do Século.
-Ano 1918:- A Festa da Nossa Senhora da Guia realizou-se no dia 3 e 4 de Agosto, ano em que foi concluída a reconstrução da nova capela.
-Ano 1939:- Este ano, em Agosto, não foi realizada a Festa da Nossa Senhora da Guia, por divergências existentes entre o pároco Sr. Padre Lages e alguns paroquianos.
-Ano 1949:- Em Agosto são elaboradas e publicadas pela primeira vez a Loas da Nossa Senhora da Guia.
-Ano 1959:- No dia 2 de Agosto deste ano, foi ordenado Sacerdote, o Sr. Padre Fernando Santos, tendo para isso se deslocado a Loriga o Sr. Bispo da Guarda, D. Domingos Gonçalves.
Ano 1972:- Em 1 de Agosto dia da Festa da Nossa Senhora da Guia, foi realizada pela primeira vez uma Corrida de Atletismo em honra da Padroeira, organizado pelo FC "Dragões" um grupo
de jovens na altura muito activos
-Ano 1977:- em 13 de Agosto morre Carlos Simões Pereira, mais conhecido por "Mestre Carlos" considerado um dos maiores mestre que passou pela Banda de Loriga.
-Ano 1985:- Integrado na Festa de Nossa Senhora da Guia, realizou-se uma competição de Parapentes, com vários atletas entre eles um Loriguense. A aterragem efectuou-se na malhada da
Redondinha, ficando na memória de todos uma demonstração de perícia num espectáculo digno de registo e que aconteceu pela primeira vez na Festa da Nossa Senhora da Guia.
-Ano 1988:- No mês de Agosto o senhor Cardeal de Lisboa D. António Ribeiro, visitou Loriga em visita particular e a convite do Senhor Padre Abranches.
-Em 1 de Agosto, foi inaugurado o reconstruído Pelourinho de Loriga, que ficou situado (Largo do Pelourinho) local onde outrora existia
-Ano 1989:- Em 26 de Agosto, foi efectuada a 1ª. Caminhada ao Covão da Areia, em que aderiram muitas pessoas das mais variadas idades, organizada pelo Padre Missionário Jorge
Amaro, que em plena serra realizou uma missa numa grande jornada de manifestação religiosa e aventura.
-Ano 1994:- Em 29 de Agosto morre Dr. Joaquim Jorge Reis Leitão, o grande impulsionador da Escola Secundária e mais tarde da Escola EB2 Reis Leitão de Loriga.
Setembro
-Ano 1929:- No dia 15 de Setembro aconteceu em Loriga a "Cheia das Botelhas" assim chamada por as ribeiras terem saído do leito galgando as courelas.
-Ano 1948:- Nos dias 4,5,6,7,8, de Setembro, pela primeira vez na sua história, a Banda de Música de Loriga se deslocou até junto da grande Comunidade Loriguense residente em Sacavém,
onde fez parte do programa da Festa da Nossa Senhora da Saúde, que ali se realizaram.
-Ano 1950:- Em Setembro deste ano, é fundado em Sacavém o primeiro Rancho Folclórico Loriguense.
-Ano 1953:- Em 20 de Setembro são nomeados os primeiros Corpos Gerentes da Corporativa Popular de Loriga, portanto, quando ainda se estava a dar os primeiros passos para a criação
desta Associação e respectiva fundação, que só veio a ocorrer cinco meses depois, portanto a 13.Fevereiro.1954.

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-Ano 1962:- Em Setembro a benemérita "Fundação Calouste Gulbenkian" concede ao "Património dos Pobres de Loriga" o subsidio de 15 contos, para a construção de uma casa para
pobres.
-Ano 1969:- Em Setembro, morre Emídio Gomes Figueiredo, mais conhecido por "Emídio Correia" o pastor mais velho da Serra da Estrela e que chegou a figurar em Postais Ilustrados.
-Ano 1971:- Em 24 de Setembro ocorre perto de Alvoco da Serra, um grave acidente de viação com a carrinha de transporte da firma Nunes Lda. de Loriga. Morreram 3 pessoas e 18
ficaram feridas, uma das quais com bastante gravidade. Todas estas pessoas trabalhadores da referida firma.
-Ano 1972:- Realizado em Piodão no mês de Setembro uma homenagem do 111 aniversário do nascimento do Sr. Cónego Manuel Fernandes Nogueira, natural de Loriga que durante muitos
anos foi pároco naquela freguesia.
-Ano 1977:- Sai neste mês o primeiro número do Boletim "O Loriguense" editado pela Comunidade Loriguense de Belém do Pará - Brasil.
-Ano 1990:- No dia 8 de Setembro é homenageado em Loriga o senhor Padre Prata, dia em que também fazia as suas Bodas de Ouro Sacerdotais.
-Ano 2004:- Em 13 de Setembro começou a funcionar Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia, em principio com apenas quatro idosos internados.
Outubro
-Ano 1855:- Em 24 de Outubro é extinto o Concelho de Loriga.
-Ano 1906:- Sai no dia 28 de Outubro, o primeiro número do Jornal "Echos de Loriga" fundado no Brasil pela Colónia Loriguense no Pará -Brasil.
-Ano 1932:- Realizou-se em Loriga nos dias 27, 28, 29 e 30 de Outubro, o Congresso Eucarístico do Arciprestado de Sandomil, que deslocou a Loriga muitas pessoas.
-Ano 1960:- Inaugurado em 23 de Outubro, a nova Escola Primária, o Edifício Escola de Loriga com 8 salas.
-Ano 1962:- Inaugurado a 14 de Outubro, o Sub-Posto da Guarda Nacional Republicana em Loriga, instalado no Bairro Engenheiro Saraiva e Sousa.
-Ano 1967:- Faleceu em 31 de Outubro, António Cardoso de Moura, deixando como testamento a criação de uma Fundação para gerir todos os seus bens em prol de Loriga.
-Ano 1979:- Em Outubro deixou Loriga, depois de 13 anos de pároco o Sr. Padre António do N. Barreiros.
-Ano 1994:- Nos dias 1 e 2 de Outubro a Banda de Loriga esteve presente no V Encontro de Bandas de Música em Oeiras, organizado pela Banda de Porto Salvo.
-Ano 2005:- Em 29 de Outubro, faleceu António Pinto Ascensão, mais conhecido por "Mestre Ascensão" um dos maiores mestre e compositor de marchas que passou pela Banda Filarmónica
de Loriga. Considerado também um dos maiores bairrista das sua terra.
Novembro
-Ano 1882:- Em Novembro deste ano aconteceu o desabamento da Igreja Matriz, após se ter sentido um tremor de terra no mês de Setembro anterior.
-Ano 1912:- É em 15 de Novembro inaugurada a Electricidade em Loriga.
-Ano 1925:- Morre em 25 de Novembro, Augusto Luis Mendes, um dos maiores industriais e beneméritos de Loriga.
-Ano 1941:- Em 19 de Novembro é homenageado em Loriga o Sr. Cónego Manuel Fernandes Nogueira, dia em que foi descerrada uma lápida na casa onde tinha nascido.
-Ano 1961:- Em 1 de Novembro dá-se um grave acidente de aviação em Recife - Brasil, em que perderam a vida os loriguenses José Simões de Pina e sua esposa Laura da Conceição F.
Moura Pina, que iam visitar os seus filhos radicados naquele país.
-Ano 1971:- Em 19 de Novembro morre em Lisboa o Sr. Coronel Mendes Reis com 98 anos.
-Em 16 de Novembro deste ano é fundado o Clube dos Metalúrgicos de Loriga, por iniciativa dos trabalhadores da Metalúrgica Vaz Leal
Ano 1996:- Em Novembro é Inaugurada Oficialmente a Escola EB 2.3 Dr. Reis Leitão de Loriga.
Dezembro
-Ano 1851:- No dia 24 de Dezembro morre o pároco Reverendo Sebastião Mendes Simão, natural de Loriga, ficando sepultado ao fundo dos degraus do altar-môr.
-Ano 1882:- Em 8 de Dezembro é elaborada a Acta da sessão sa Irmandade das Almas da Freguesia de Loriga, para aceitação e aprovação da reforma legal dos Estatutos.
-Ano 1940:- Inaugurado a 8 de Dezembro o "Cruzeiro da Carvalha" (Largo do Santo António) evocado ao Oitavo Centenário da Fundação e Terceiro Centenário da Restauração da Pátria.
-Ano 1960:- No dia 4 de Dezembro dá-se uma enorme explosão na casa da senhora Maria dos Anjos Lopes de Brito, situada no Largo Dr. Amorim da Fonseca, que originou graves
queimaduras em todo o corpo à senhora dos Anjos mais conhecida por "Tia Ramalha".
-Ano 1962:- No dia 26 de Dezembro aconteceu o incêndio no Socorro Paroquial de Loriga, que ficou totalmente destruído e que ocorreu às quatro da madrugada.

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-Ano 1983:- Fundado o Boletim "A Voz da Banda" saindo o seu primeiro número em Dezembro deste ano.
-Ano 1998:- No dia 8 de Dezembro, foi inaugurado o reedificado Cruzeiro da Independência, colocado no local chamado Fonte do Mouro.
-O dia 18 de Dezembro, ficou como data histórica ao ser concedida a adjudicação das obras da Casa de Repouso da Nossa Senhora da Guia.
-Ano 1999:- No dia 28 de Dezembro, morre em Sacavém Mário Gonçalves da Cruz, um dos maiores bairrista de Loriga, sendo de relevo tudo o que fez pela sua terra que tanto amava e que
muitas vezes expressou nos poemas que fazia dedicados a Loriga e sua gente.
-Ano 2008:- Em 6 de Dezembro é realizada a assinatura da Escritura pública que dessa forma deu-se assim como fundada a Confraria da Broa e do Bolo Negro de Loriga.

Memórias de Histórias que o Povo contou


O "Monte de São Bento"
Neste monte, existiu outrora, uma capela onde vivia um ermitão que tinha por orago o respectivo Santo e por isso, aquele local, sempre ficou conhecido por São Bento.
Esta capela viria a ruir totalmente e os habitantes de Loriga quiseram levar a imagem para a sua igreja. Surgiu, nessa altura, um contencioso entre Valezim e Loriga, com as populações das
duas freguesias a reclamarem para si a dita capela, cada qual dizendo que lhes pertencia, por ficar nas suas águas vertentes.
Um belo dia, o povo de Valezim, querendo fazer valer os seus direitos, deslocou-se à capela arruinada e transportaram a imagem de S.Bento para a igreja local.
Foi então, que se deu um grande milagre! Nessa mesma noite, o Santo fugiu da igreja de Valezim e foi recolher-se na igreja de Loriga, demonstrando a todos, que aquela capela erguida no
monte de São Bento pertencia unicamente à localidade de Loriga.
**
A Lenda da "Pedra do Ribeiro das Tapadas"
Ainda a claridade da manhã mal despontava sobre Loriga, e já uma carvoeira desta localidade, de farnel à cabeça, se dirigia para o trabalho na serra.
Ao chegar ao sítio chamado "Tapadas", viu sentada, numa grande pedra, uma linda donzela. Ao aproximar-se, esta pediu-lhe de comer, tendo a carvoeira com ela repartido o pouco farnel que
levava.
A bela jovem, como recompensa, ofereceu-lhe um cesto coberto com um pano alvíssimo recomendando-lhe, que só visse o seu conteúdo quando chegasse a casa. Continuando o seu
caminho, a carvoeira conteve-se durante algum tempo lembrando-se da recomendação mas, ansiosa e curiosa não resistiu mais tempo. Ao levantar o pano, ficou furiosa ao verificar que afinal
era carvão que levava no cesto e, de imediato, deitou tudo fora ainda mal refeita da irritação e desilusão que dela se apoderou.
Quando regressou a casa no final do dia, voltando a olhar para o cesto, verificou que no fundo do mesmo se encontravam dois bagos que, de imediato, reconheceu ser ouro. De imediato
voltou ao local onde tinha deitado tudo fora, mas nada encontrou.
A "Pedra do Ribeiro das Tapadas", na qual parece estar desenhada uma porta, diz o povo que está encantada e que no seu interior existe muito ouro. Ainda não há muitos anos, houve alguém
que a tentou abrir, utilizando para isso pólvora e dinamite das pedreiras, mas apesar de muito tentar, nada conseguiu.
**
A Lenda do "Fragão da Pêssega"
Em eras já distantes, vivia nesta região um abastado proprietário, que tinha uma filha muito formosa e de longos cabelos cor de oiro e de faces coradas e aveludadas como as de um pêssego.
Esta donzela enamorou-se de um pastor jovem e esbelto, amores que seriam, no entanto, contrariados pelo pai que, depois de tudo fazer para evitar tal namoro, sem o conseguir, resolveu
encantar a filha numa grande fraga que ainda hoje se chama o "Fragão da Pêssega".
A partir de então, o povo começou acreditar que, em determinados dias e noites, a donzela vai tocando os acordes de uma música de melancolia, esperando o seu desencanto, que só poderá
ser feito por um pastor serrano jovem e esbelto.
**
A Lenda da Serra da Estrela *
O rei ouvira falar num célebre pastor que habitava no alto da serra e que possuía uma estrela única no mundo, com quem conversava todas as noites. Sem hesitar, mandou emissários para
que o trouxessem à sua presença.
Quando o velho pastor, um tanto surpreendido, chegou ao palácio do rei este elucidou-o sobre o seu intento. -Ouve, pobre velho!. Dar-te-ei todas as riquezas que quiseres... Farei de ti um
homem poderoso para o resto da vida. Em troca quero apenas que me dês a tua estrela.
O velho pastor olhou o rei com desespero. -Pedis o impossível, senhor! A estrela não é minha, é do céu.
Furioso o rei gritou-lhe: -Que importa?.. Eu sei que ela faz o que tu ordenas... se quiseres... ela será minha.
Com uma dignidade que assombrou o monarca, o velho pastor replicou:

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-Senhor!.. Prefiro continuar pobre, desprezado, mas sempre com a minha estrela!...
E no mesmo assomo de energia, o velho pastor voltou as costas ao rei poderoso e abalou, de novo, a caminho da serra.
Quando lá chegou, a noite ia já alta. Ele atirou-se para cima da enxerga e mordiscou uma côdea de pão negro. Então, a tal estranha melodia, já muito sua conhecida, desceu do alto e veio
sussurrar-lhe aos ouvidos:
-Ainda bem que as riquezas não te tentaram... Ficaria tão triste... Deixei-te passar misérias para te expor ainda mais à tentação, mas confesso que receei muito. O rei ofereceu-te verdadeiros
tesouros...
Erguendo-se da enxerga para onde o cansaço do corpo o tinha atirado, o velho respondeu com lágrimas na voz:
-Ouve, minha boa estrela!..Não sei desde quando nos conhece-mos!..Mas quero que fiques sabendo que não poderei viver sem ti, sem a tua presença.
-A estrela explicou-lhe num sussurro, fazendo amainar o vento que corria célere:
-Pois quando morreres, meu bom pastor, podes morrer descansado. Eu aqui te prometo que jamais te abandonarei.
Num êxtase, o pastor encarou a sua estrela. O seu brilho intenso salpicava-lhe os cabelos encanecidos, e o velho, numa voz de profeta, proclamou do alto da montanha:
-Eu te agradeço o que fizeste por mim!.. De hoje em diante esta serra há-de chamar-se para sempre a Serra da Estrela.
E diz finalmente a lenda, que no alto da serra existe, sempre todas as noites, entre as suas irmãs, uma estrela que brilha ainda hoje, duma maneira estranha e diferente.
Ela possui um brilho que derrama reflexos, de saudades e amor sobre a campa desconhecida daquele que foi e continuará a ser o seu Pastor.
* Uma narração de Gentil Marques
(Registado aqui - Ano de 1999)

Indice
Uma ajuda para com mais rapidez entrar no tema do seu interesse

Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina

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Álbum de Fotografias

Nesta Página - Fotos diversas de Loriga

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FOTOS PANORÂMICAS

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1) - Foto tirada da "Penha dos Abutres" -

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2) - Foto tirada da "Penha dos Abutres" -

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3) - Foto tirada da "Penha dos Abutres" -

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4) - Foto tirada da "Penha dos Abutres" -

Vistas de Loriga - Fotos Diversas

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Quadras à minha Terra


Na encosta da Estrela
Fica Loriga minha terra
Por todos é conhecida
Como princesa da serra

*
Uma roda de montes
A rir e a cantar
Bem no meio está Loriga
Que a todos pode encantar

*
Eu canto Loriga canto
À tua Primavera em flor
Como eu te quero tanto
Minha terra, meu poema, meu amor

*
Já bem no alto da serra
Penhas dos Abutres e Gato
São coisas da nossa terra
Bem lindas com neve e mato

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Para rever a minha terra


Pensei sobre ela falar
Fica na encosta da serra
É Loriga. É um altar

*
Loriga terra encantada
Lembras um presépio lindo
Para mim sempre enamorada
Por tudo o que por ti sinto

*
Do alto da serra vejo
A minha terra natal
Extrema admiração te deixo
Pela tua beleza sem igual

*
Eu canto Loriga canto
Nascer dentro de ti tive dita
De sentir saudades tuas sinto pranto
Ao te cantar, Loriga, terra bendita

Azul é o teu tecto


Celestial e profundo
Sê sempre amigo correcto
De Loriga para o Mundo

*
Fala-me da minha terra
Com muito amor e carinho
Das belezas que encerra
Quando a neve cai mansinho

*
Loriga minha terra
Cheia de encanto e beleza
É fascinante a tua serra
És bela como a natureza

*
Minha terra é Loriga
Onde a neve fica caindo
Cai a neve sempre branquinha
E a gente fica sorrindo.

Fotos de Loriga no tempo - Faça a comparação


Loriga de ontem...... Loriga de hoje.......
Vi-te Loriga, velhinha
Nesses meus tempos de criança
Hoje te vejo moderna
Num novo século de esperança

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Loriga - Panorama da NSGuia - Ano 1940 Loriga - Panorama da NSGuia - Ano 2005

*****

Vista Parcial de Loriga - Ano 1960 Vista Parcial de Loriga - Ano 2005
*****

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Ponte do Arrocho (Rua do Porto) e vista parcial de Loriga - Ano 1960 Ponte do Arrocho (Rua do Porto) e vista parcial de Loriga - Ano 2007
*****

Rua do Porto em Loriga - Ano 1960 Rua do Porto em Loriga - Ano 2006
*****

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Vista Parcial de Loriga - Ano 1930 Vista Parcial de Loriga - Ano 2007
*****

Oficina Vaz Leal - Década 1960 Oficina Vaz Leal - Ano 2005
*****

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Nunes Brito e Bairro - Ano 1955 Nunes Brito e Bairro - Ano 2006
*****

Vista de Loriga - Década 1960 Vista de Loriga - Ano 2007


*****

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Av.Augusto Luís Mendes Loriga - Ano 1950 Av.Augusto Luís Mendes Loriga - Ano 2007
*****

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Vista da Carreira (Morro da Ribeira) - Ano 1950 Vista da Carreira (Morro da Ribeira) - Ano 2006
*****
Vídeos
= Loriga minha Terra = = Vistas Panoramicas de Loriga = = Loriga no Coracao =
= Recantos de Loriga = = Video Loriga =

Loriga do Futuro..... (imaginário)

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Loriga em pintura

O Pintor pinta na sua tela


Uma linda terra de encantar
Em quadro lindo ficará Loriga
Que em todo o lado vão admirar

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O fotografo retratos tira


Tão lindas paisagens olhar
Essas paisagens quer levar consigo
Para poder sempre recordar

Quadras os Loriguenses escrevem


Ao seu berço à sua terra Natal
Querendo sempre longe recordá-las
Pois como sua terra não há igual

Pinturas da Autoria de Américo Nunes Brito

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Pintura de Loriga - Pedro Olayo * Pintura as Almas e a Gente - Victos Amaral * Pintura Igreja Matrix - Gabriela Amaro *
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Pintura Fonte do Adro - Gabriela Amaro * Pintura Palheira em Loriga - José Mendes *

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Pintura Praia - Vitor Amral * Pintura Fonte das Almas - Vitor Amral

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Quadro Pintura "Presa" - Gabriela Amaro * Quadro Pintura "Casas" - Vitor Amral *
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http://www.loriga.de/fotos.htm

Quadro Fonte do Porto - Vitor Amaral * Quadro Vila - Vitor Amaral *

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Pintura Terreiro do Fundo - Vitor Amaral Pintura Socalcos - Vitor Amaral

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Av. Augusto Luis Mendes Carreira Rua histórica de Loriga - Vitor Amaral

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Pinturas Tríptico de Loriga **


* Pinturas sobre o tema "Loriga Sua Terra Suas Gentes" que fizeram parte da Exposição do 1º. Centenário dos Fontanários da Vila de Loriga.

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http://www.loriga.de/fotos.htm

** ViPrata, Loriga - http://pinturasviprata.blogspot.com/

Quadro da Exposição de Arte - XIX Semana Serrana 2007


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Cascata e Ponte Zé Lages - José mendes *a Moinhos de Água - José mendes *a

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Palheira e Vista de Loriga *a Ponte do Zé Lages *a


*a - Quadros da Exposição de Pintura - XX Semana Serrana 2008

(Todas as quadras que constam desta Página, são de Autoria de Loriguenses ou amigos de Loriga)

Fotos Diversas

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Cascata das Lamas em Loriga 909 metros

Largo do Santo António (Anos década 1990)

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Loriga vista do Mirante Loriga vista da Tresposta

Retratos de Loriga para recordar

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http://www.loriga.de/fotos.htm

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Fotos de Loriga antigas

Vila de Loriga - Primeiros anos da década de 1920

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http://www.loriga.de/fotos.htm

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Vila de Loriga - Finais da década de 1920


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http://www.loriga.de/fotos.htm

Vila de Loriga - Foto no Ano 1983


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Arte de trabalhar o ferro

Desígnios em ferro trabalhado, que por toda a vila de Loriga se podem ver, nos mais variados gradeamentos, portões, varandas e janelas, que representam beleza bem definida
onde a imaginação e a criatividade toma o lugar na arte de trabalhar o ferro, numa ornamentação que torna Loriga mais bela e por isso digno de ser admirado todo esse encanto.
Aqui de documenta apenas alguns das centenas que se podem admirar um pouco por toda a vila, em que as varandas e janelas das casas, os portões e gradeamentos na via
pública, são presença bem viva do passado e do presente de beleza inigualável.

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Rua Viriato

Largo Doutor Amorim da Fomseca Rua Viriato

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Rua Viriato Rua Sacadura Cabral

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Rua Gago Coutinho Rua Sacadura Cabral

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Rua Sacadura Cabral Porta do Cemitério de Loriga - Parte superior

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Loriga capital da Neve

Vista parcial da vila Loriga (Foto JR) Vista da vila Loriga (Foto TL)

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Até o gatinho quis ficar na fotografia (Foto JR)

A neve e seus efeitos (Foto JR)

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Vista da "Carreira para a rua do "Porto" (Foto TL) Vista parcial de Loriga (Foto JR)

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http://www.loriga.de/fotos.htm

Vista panoramica de Loriga (CA) Vista casario de Loriga (Foto JR)

Bolos especiais como tema Loriga confeitorados na: Loripão

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Vila de Loriga
Números de Telefones Úteis
-Junta de Freguesia - 238/953178
-Paroco de Loriga - 238/953204
-G.N.R.- 238/953152
-Praça de Taxis - 238/953109 - 238/953188 - 238/953290
-Jornal "A Neve" - 238/953204
-Escola C+S - 238/953226
-Escola Primária - 238/953235
-Centro Ass. Paroquial - 238/953191
-Caixa Crédito Agricola - 238/953456
-Posto de Informação Turística - 238/951175
-Posto Público de Telefone - 238/953177 - 238/954011
-Posto dos Correios - 238/953111

-Bombeiros Voluntários de Loriga - 238/953255


-Posto Médico de Loriga- 238/953136
-Farmácia Popular de Loriga- 238/953138
Serviços de Urgência: -Doutor A.Nolasco - 238/953417
***
-Hóspital de Seia - 238/320700
-Serviço Nacional de Urgência 112

Comércio & Industria


****
(Onde Dormir e Comer)
Empreendimento Turistico
Casa do Meio da Vila
"Vicente"
(Turismo Rural)
Quartos Luxuosos e panoramicos
Travessa do Figueiredo Nr.6
Café, Restaurante, Snack Bar, Mini-Mercado
6270 - 073 Loriga
Estrada Nacional Nr.231 -Vista Alegre
Telef.238/953401 - Telem.962455432-967721001
6270-080 Loriga
e.mail:-geral@casadomeiodavila.com
Telef. 238/953127
http://www.casadomeiodavila.com/reservas.html
http://www.ovicente.com/site/index.html

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***
Pensão Cristóvão + Café "O Degrau"
Dormidas/Almoços/Jantares
Rua Sacadura Cabral, 48 * 6270-108 Loriga
Telef. 238/953312
Carros de Aluguer Telef. 238/954077-953669 - Serviço Permanente Tlms. 963358465 - 964526751

***
Casa do Soito do Frade Casa "Moenda"
Av. Augusto Luís Mendes, nº 15 Dormidas
6270-075 Loriga Rua Coronel Reis Nr.1
Telef. 962 322 527 / 964 268 670 6270-090 Loriga
E-mail: casasoitodofrade Telef. 238/953194

***
Casa da Quinta de S. Bartolomeu
6270-075 Loriga
Telef. 964 268 670 / 962 322 527
E-mail: casadaquintaloriga@gmail.com

Café Minilor Churrasqueira "Serrana"


Av.Augusto Luis Mendes, 14 A Almoços e Jantares
6270-075 Loriga Rua Gago Coutinho Nr.2
Telef. 238/953213 6270-108 Loriga - Telef. 238/954295

***
Café-Restaurante "Império"
Ermelinda Maria M. Alves Mendes
Av.Augusto Luis Mendes,17 6270-075 Loriga
Telef. 238/951203

***
Café Montanha
(Paulo Garcia) Café "Mira Serra"
Agente Oficial de Totoloto Luciano Mendes Pinheiro
Rua Sacadura Cabral Estrada Nacional Nr.231
6270-108 Loriga 6270-080 Loriga - Telef.238/953301
Telef.238/953177

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***
Happy Bar
Café "Clube Metalúrgica Vaz Leal" Música e diversão
Rua Sociedade Recreativa Musical Loriguense Carlos Jesus Brito
6270-110 Loriga Av. Augusto Luis Mendes
6270-075 Loriga - Telef. 238/954117

***

(Géneros Alimentícios)
"Loripão"
Industria e Comercialização de Pão Lda.
Especialidades regionais
Vasto sortido de pastelaria fina e Bolos de Aniversário
Av. Augusto Luis Mendes * 6270-075 Loriga
Telef. 238/953323
Depósito de Venda de Pão I Depósito de Venda de Pão II
Rua do Vinhô Rua Gago Coutinho

***
"O Loriguense"
-Mini-Mercado- Talho Charcutaria
Emidio Cristóvão Santos "Neve & Sol"
Rua Conego Nogueira Rua Coronel Reis ( Amoreira) Nr.1
6270 - Loriga 6270-090 Loriga - Telef. 238/953481
Telef. 238/954061-954098 -* Fax. 238/954062

***
"Minilor" Tinto & Branco (Vinhos do Dão)
Supermercado Joaquim A. B. Almeida
Maria Eugénia B. Costa Rua do Teixeiro, 8, 2º.
Av.Augusto Luis Mendes 6270-101 Loriga
6270-075 Loriga Telef. 238/954299 - Telem. 966820688
Telef. 238/953768 Kitobonyal@sapo.pt

***

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"Mercearia Melo"
Rua Viriato Nr.39 (Terreiro do Fundo)
6270-103 Loriga

***
Mário M. Santos
Talho Charcutaria
(Produtos Regionais)
O "Central"
Rua Viriato Nr. 11
Rua Sacadura Cabral Nr.50
6270 - 103 Loriga
6270-108 Loriga - Telef. 238/953588
Telm. 966734544 - Fax 1238/953368

(Outros - Casas Diversas)


Rosa Maria * Cabeleireira
"Scorpião" Papelaria
Toda a gama de cortes modernos
Bijutaria, Perfumaria, Brinquedos
Manicure Pedicure/Conselheira de Beleza
Novidades, Brindes etc.
Representação "Yves Rocher"
Rua Sacadura Cabral, 60
Av. Augusto Luis Mendes (Carreira)
6270-108 Loriga
6270-075 Loriga
Telef. 238/953333
Telef. 238/953194

***
Farmácia Popular de Loriga, Lda.
Direcção Técnica
Paula Alexandra Canotilho Rodrigues
Rua Sacadura Cabral
6270-108 Loriga
Telef 238/953138
Farmacia_popular@yahoo.com

***
Odontologista
A "Gruta"
José Jorge Mendes
Pronto a Vestir e Calçado
Estrada Nacional Nr.231
Av.Augusto Luis Mendes 18 (Carreira)
6270-080 Loriga
6270-075 Loriga - Telef. 238/954040
Telef. 238953405

***
Agência Funerária Figueiredo Lda.
Rua Sacadura Cabral, 41

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6270-108 Loriga
Telem. 966078482 - 965695895

***
Armazéns Móveis Cabral Sapataria Brito
(Ricardo Brito Cabral) (Eduardo Caçapo Brito)
Largo do Reboleiro * 6270-081 Loriga Rua Sacadura Cabral
Telef. 238/954399 - Telem. 963122408 6270-108 Loriga
armazenscabral@sapo.pt Telm. 964287488

***
Metalúrgica Vaz Leal, S.A
Fundição
Estrada Nacional (Vista Alegre) * 6270-080 Loriga
Telef. 238/954014-954802 - Fax. 238/954073

***
Mediador de Seguros
Alianz e Açoreana
Cabeleireira "Fátima"
Carlos Alves de Moura
Av. Augusto Luis Mendes "Carreira)
Rua Sacadura Cabral, 47-A
Telef. 238/953116
6270-108 Loriga
Tele.961029563 - Fax. 0238953157

***
MPL - Empresa de Malhas Pinto Lucas, Lda.
Lugar do Regato
6271-906 Loriga
Telef. - 238949009
www.pinto-lucas.pt

***
Casa "José Duarte Marcos" Instituto de Beleza
Largo Terreiro da Lição (Filipa Rebelo)
6270 - 111 Loriga Rua Sacadura Cabral Nr.28
Telef. 238/953317 - Telem.917389583 6270- 108 Loriga

***

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Caixa de Crédito Agricola Mútuo de Seia - Loriga


Av. Augusto Luis Mendes
Caixa Multi- Banco
6270-075 Loriga Telef. 238/953456

***
Amb
LoriExpress
Armando Manuel Brito
Serviços de Estafetas
Construtor Civil
Telef. e Fax 238/951186
Telef. 238/953615
Telem. 963732560 - 963123674
Telem. 965050066

***
Funerária Vidense (unipessoal, Lda)
Sebastião Brito
Técnico
Rua Sacadura Cabral, 28
6270-108 Loriga
Telefone 238/661016 - Fax 238/961073
Telemóvel 965413357 - 962059319

***
É Azui
Auto Firmino
Cabeleireiro Unisexo
(Garagem)
(Sonia Romano)
Bairro das Penedas, 26
Rua do Vinhô, 3 A
6270-124 Loriga
6270-102 Loriga
Telef. 238/953487 - Telem. 962320717
Telef. 238953177

***
"Encostatour" - Unipessoal Lda.
(Transporte Rodoviário de Passageiros nacionais e estrangeiros)
Gerente:- José Manuel Santos Freire
Bairro das Penedas Lote2 -6270-124 Loriga
Telef.+ Fax 238953463
Telem. 962767706 - 963312392
Email:- encostatour@hotmail.com

***

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Florista "Isis"
Filomena Dias Aparício
(Sebastiao Brito)
Oficina Serralharia Mecânica Civil
Rua Sacadura Cabral Nr. 18-A
6270 - Loriga
6270-108 Loriga
Telef. 238953260
Telel.+Fax 238/951073 - Telm. 964270150

***
"Sanuslab" Loriga
(análises clínicas - unidade de colheita)
Horário 3ª. 5ª. Feira - 08 às 11horas
Avenida Augusto Luís Mendes
6270-075 Loriga

***
João Silva
Oficina Serralharia
Canalização-Electricidade-Aquecimento
- António Gomes Dias -
Av.Augusto Luís Mendes
Rua Sociedade Recreativa Musical Loriguense
6270 - 075 Loriga
6270-110 Loriga
Telem. 964106520

***
Posto de Informação Turística de Loriga
Estrada Nacional Nr. 231
6270 - 808 Loriga
Telef. 238/951175
Email:- lorigapostoturismo@sapo.pt

Grupo Fados de Loriga


Agrupamento de Escuteiros de Loriga Contactos:
Contacto: 968504247
962455434 967691734
967163277
Muito mais destas infra-estruturas existem em Loriga, de momento são apenas estes os registos possíveis aqui em "Utilidades - Comércio & Industria", no entanto
qualquer outra informação ou qualquer outra necessidade de interesse, contactar com o Autor desta Site.

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Set/1999 - net/prod.© c.Site AMMPina (Ano 2009)

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http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Os Loriguenses na Guerra do Ultramar


Na ideia de documentar-se um período da história de Portugal, que em certa forma, todas as famílias loriguenses a ela ficaram ligadas, vamos aqui registar os testemunhos
em sínteses de relatos e registo, de todos esses loriguenses que passaram pela Guerra do Ultramar, período da nossa história que durou cerca de 15 anos de luta armada e
que veio a culminar no desmoronamento do império português de colonização.
São testemunhos de uma geração loriguense que na idade mais importante das suas vidas, eram obrigados a lutar por uma causa, por simplesmente serem portugueses,
que fazem parte também da história de Loriga, por isso, solicita-se a todos aqueles que queiram colaborar nesta ideia, fazerem chegar alguma da documentação mais
relevante, para que assim fique para sempre registado na memória e para a posteridade, tendo ainda esta ideia como principal objectivo numa homenagem a todos aqueles
loriguenses que viveram este período dificil da nossa história.
Na ideia e como objectividade, em que os relatos e registos aqui documentados se fixem na originalidade, serão também mencionados os alcunhas das pessoas e das
famílias, para uma melhor identificação, tendo em conta ainda que os alcunhas popularmente conhecidos, que sempre existiram, existem e existirão em Loriga, fazem parte
da cultura do povo loriguense de que todos nos orgulhamos.
- Adelino M.M Pina -Carlos Félix de Moura -José Brito Calado
-António Brito Calado -Carlos Florêncio Palas -José de Moura Carreira
-António Brito Mendes -Carlos Lucas Antunes Fernandes -José Gouveia
-António Cardoso Matias -Carlos Mendes da Costa -José Mendes de Pina
-António Dias de Brito -Eduardo Alberto Caçapo de Brito -José Nunes Dias
-António José C.Leitao -Gabriel Lopes Pina -José Reis Fernandes Leitão
-António José Caçapo Brito -Joaquim Zacarias F. de Brito -José Pinto Lages
-António Moura Pinto -José Alves Oliveira -Mário Moura Pires
-António Pinto Nunes -João da Silva Pinto -Nuno M.A.Pereira
-Carlos Alves Brito

Apontamentos de Registo da Guerra do Ultramar

Primeiros Loriguenses na Guerra do Ultramar Vítimas da Guerra do Ultramar

As primeiras mobilizações de loriguenses para as Colónias De maneira alguma se pode também esquecer, os loriguenses vítimas do conflito
Portuguesas por motivo da Guerra do Ultramar aconteceram, armada da Guerra Colonial, que constam da Lista inserida no monumento erguido em
quando começou a luta armada em Angola precisamente a 4 de memória dos militares do Concelho de Seia, vítimas desse conflito. Numa homenagem
Fevereiro de 1961. singela aqui recordamos, registando os nomes do loriguenses vítimas da Guerra do
Angola: Ultramar.
Alfredo Moura Pina
António Alves de Oliveira Mário Antunes Romano *
Carlos Alberto Brito (Vítima de doença relacionada à sua campanha - Falecido em 21.11.1965 já em
Fernando Mendes Moura Lisboa - sepultado em Loriga)
Fernando Pereira Alves (* Não consta da Listagem Oficial dos mortos em campanha do UItramar)
António Ferreira Penas Carlos de Moura Fernandes
Carlos Alves de Jesus (Vítima de acidente viação - Falecido em 31.12.1965 - sepultado em Malanje-Angola)
José Prata Alves António Santos Moura
(Vítima de doença - Falecido em 2.3.1968 - sepultado em Sacavém)

1 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Também no ano de 1961 foram mobilizados para a Índia (Goa, António Mendes dos Santos
Damão e Diu) onde estavam quando a República da Índia invadiu (Vítima de acidente viação - Falecido 2.11.1973 - sepultado em Loriga)
esses territórios portugueses, no dia 18 de Dezembro de 1961, Carlos Pereira Figueiredo *
ficaram então prisioneiros de guerra durante algum tempo. (Vitima por motivo do naufrago do navio onde viajava, num rio junto à costa de
Índia: Moçambique, o seu corpo nunca foi encontrado, considerado como desaparecido -
Emílio Jorge Reis Leitão Ano de 1961)
José Brito Ribeiro (* Não consta da Listagem Oficial dos mortos em campanha do Ultramar)
António Alves Luiz Manual Brito Rega *
(Vítima de acidente de viação - Falecido 5.3.1975 - sepultado no Cemitério de Seia)
(* Não constando da Listagem Oficial dos mortos, está inserido na Lista dos mais de
300 mortos-em-campanha cuja naturalidade, concelho e mesmo local da sepultura,
nunca foi divulgada pelas instâncias oficiais)

Lá longe onde o Sol castiga mais.....

Testemunhos dos Loriguenses na Guerra do Ultramar

António José Caçapo de Brito *


Comissão em Angola 1972 - 1975
(Posto militar - Capitão Miliciano)

2 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Fui alistado no dia 26 de Junho de 1968, quando fui à inspeção a Seia, assim como muitos outros do meu ano de nascimento 1948. Lembro-me de todos de Loriga,
que fomos à inspeção a Seia nesse ano, apenas ficaram 3 livres, todos os outros e eramos bastantes, ficaram apurados como se dizia na gíria.
Na altura que deveria ser incorporado para a vida militar, estava a tirar o Curso Superior de Psicologia (Licenciatura em Psicologia Clínica), profissão que exerci
sempre e ainda hoje continuo a exercer na cidade de Viseu. Por esse motivo, fui pedindo os respetivos adiamentos, que levou por isso, a ser só incorporado no ano de
1972, mais precisamente no mês de Outubro.
Entrei para a vida militar em 9 de Outubro do ano de 1972, tendo como destino Mafra - Escola Prática de Infantaria para frequentar o 1º. Ciclo (cadetes) 1 estrela do
curso de Oficiais Milicianos (Curso de oficiais milicianos), que se prolongou até ao dia 22 de Dezembro desse mesmo ano.

Ano 1972 - Mafra - Escola Prática Infantaria (Recruta)

3 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Frequentei depois o 2º. Ciclo (cadetes) 2 estrelas, tendo terminado o mesmo em 24 de Março de 1973, no dia seguinte dia 25 de
Março, sou promovido a Aspirante Miliciano de Infantaria. Nessa mesma noite viajo para Luanda (Angola) num Boeing dos TAM
(Transportes Aéreos Militares) já como Alferes Miliciano, a fim de fazer um estágio de 4 meses, como adjunto de Comandante de
Companhia, tendo seguido concretamente para Luma Cassai no Leste de Angola.

Ano 1973 - Mafra - Escola Prática Infantaria

4 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Ano 1973 - Luma Cassai, foram quatro meses que li estive como Adjunto de Comandante de Companhia

5 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Ano 1973 - Contatos populacionais (Ação Psico) introduzidos nas forças armadas portuguesas, era uma prioridade na qual os oficiais tinham por obrigatoriedade ser os primeiros a dar a cara

6 of 207 07-01-2015 17:06


http://www.loriga.de/Ultramar.htm

Ano 1973 - Ações em prol da comunidade era uma necessidade


Ao fim dos quatro meses (Julho de 1973) regresso à Metrópole, já como Tenente Miliciano, voltando novamente para Mafra (EPI) para então tirar o curso de promoção
a Capitão (CPC) na Escola Prática de Infantaria. No final do mesmo sou então naturalmente promovido a esse posto.
Já como Capitão fui para o Regimento de Infantaria 14 em Viseu, onde estive como Adjunto de Comandante da Companhia do então
Capitão Silva. Em Fevereiro de 1974, sou mobilizado, tendo seguido para a cidade de Évora (Regimento de Infantaria 16) unidade
mobilizadora onde foi constituído o Batalhão de Caçadores 4617, sendo ali ministrada formação e instrução de especialidade. Por falta de
instalações suficientes o Batalhão foi deslocado para o CIM (Santa Margarida) onde se acabou de constituir e onde foi ministrada durante
duas semanas Instrução Operacional, a qual não se chegou a completar em virtude do Batalhão receber ordens de embarque antecipado,
após o "Golpe Militar" das Caldas da Rainha em 16 de Março de 1974.

Recordo também que quando fui para Angola, nessa altura já tinha dois irmãos a fazerem comissão no ultramar, o meu irmão Cassiano (já
falecido) em Moçambique e o meu irmão Eduardo em Angola, curiosamente no Leste onde me venho a encontrar com ele. Juntamo-nos
assim os três irmãos na guerra colonial, que de certa maneira num contexto militar, não poderia ser, mas aconteceu. Podemos assim
pensar, quanto não seria o sofrimento de um pai e de uma mãe, ao verem 3 filhos no Ultramar.

O Batalhão de Caçadores 4617, como era natural, era composto por quatro Companhias, CCS, 1ª. Companhia, 2ª. Companhia, cujo
comandante era eu e 3ª. Companhia. Recordo que nessa altura eu era o Capitão Miliciano mais novo do Exército Português.

A minha Companhia embarcou num avião Boeing 707 dos TAM (Transportes Aéreos Militares) pois nessa altura e desde de há dois ou
Ano 1973 - Já como Capitão
três anos atrás, o transporte das tropas era feito por este meio. Partimos no dia 6 de Abril de 1974, tendo chegado a Luanda na
madrugada de 7 de Abril, ficamos instalados provisoriamente no Campo Militar do Grafanil em Luanda.

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Ano 1973 - Alto Chicapa, momentos de operacionalidade

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Dá-se então o 25 de Abril de 1974 (Revolução dos Cravos) e caso curioso, nós só tivemos conhecimento do
acontecimento no dia 27 de Abril. É caso para perguntar. Porquê?.. Mas não vale a pena especular!.. O que é verdade
é que no dia 27 de Abril de 1974 em Luanda, no Anfiteatro da Força Aérea houve um a reunião de todos os oficiais.
Pergunta-se novamente: Porquê?.. E ficamos por aqui.

A minha Companhia é enviada para o Alto Chicapa, com o Comando do Batalhão a ficar por Dala, tudo isto na região do
Lunda Leste de Angola. A partir de então passamos a ter uma atividade intensa. Patrulhamentos ofensivos; Contatos
populacionais (Ação Psico); Deteção destruição de material deixado pelo I.N; Movimentos administrativos e logísticos;
Proteção aos trabalhos da JAEA (Junta Autónoma de Estradas de Angola) etc. etc..

Devo realçar que a divisa do emblema da minha Companhia era "Conduta Brava e em Tudo Distinta". Dentro deste
lema procurou-se sempre que a humanidade, a personalização, a verdadeira relação entre todos os elementos fosse
autêntica empatia independentemente dos cargos, postos ou galões. Na minha Companhia, só havia uma cozinha e um
refeitório igual para todos. A comida era igual para o Soldado, Furriel, Alferes e Capitão.
Eu como Capitão e Comandante conversava com os todos os militares, havia uma grande amizade por todos aqueles
com quem passei a privar, sendo um grande amigo de todos os meus subordinados fossem eles Oficiais, Sargentos ou
Praças.

Em Novembro de 1974, o nosso Batalhão é sediado em Henrique de Carvalho (Saurimo) no distrito do Lunda, possuindo
uma área aproximada de 13.500 Km² englobando quatro concelhos e seis circunscrições. Com a minha Companhia ser
colocada em Lucapa com dois grupos de combate e com mais dois grupos de combate a ser colocados em Cacolo.
Ano 1973 - Já como Capitão

Foi de facto de relevo a atividade da minha companhia por onde passou, a boa harmonia com as tropas Catanguesas, refugiadas em Angola e sediadas em Veríssimo
Sarmento foi um facto marcante, nomeadamente na estreita colaboração com o famoso General Matanael dessas tropas. O grande apoio que tivemos da Companhia
de Diamantes de Angola, em cujo território nós estivemos sediados, foi também significativo e marcante.
Também foi bem marcante quando abrimos a Escola Secundária da Diamang em Lucapa, "Escola Para Todos", onde eu era analogicamente "Reitor" da mesma escola,
com todos os poderes administrativos, económicos e pedagógicos. Era uma maneira também de mostrar e fazer uma nova psico/social.

Já num ambiente da revolução militar concretizada na Metrópole, a atividade operacional da minha companhia decorria dentro do programado, só que entretanto,
começa-se a verificar-se alterações, tendo a ver com a sequência dos Acordos de Alvor. Em Janeiro de 1975, surge a Declaração Conjunta de cessar-fogo e a
autorização de entrada dos Movimentos Independentistas no território, tendo em vista auto determinação e independência do mesmo. Aos poucos fomos tendo a noção
de que algo estava a mudar, de certa maneira passamos a viver também numa expetativa grande.

Os Movimentos de Libertação de Angola eram o M.P.L:A. (Movimento Popular de Libertação de Angola), o F.N.L.A. (Frente Nacional de Libertação de Angola) e a
U.N.I.T.A (União Nacional para a Independência Total de Angola). Estes movimentos eram os únicos e legítimos representantes do povo angolano.

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Ano 1974 - Lucapa, com alguns dos militares da minha companhia a posar para o retrato Ano 1974 - Lucapa, os militares també têm que comer

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Foi bem visível a ideia já existente de procurar-se que os Movimentos de Libertação tivessem um clima de
atuação igualitário e não discriminatório. Não posso também esquecer que uma vez por semana eu almoçava com
os chefes dos 3 Movimentos à mesma mesa e que a minha casa ou mesmos os aquartelamentos eram
"guardados" "vigiados" por patrulhas mistas. Resumindo, o meu Batalhão foi um dos últimos bastiões do exército
português por aquelas terras, decorria então o processo da independência, com o exército português a começar a
sair da província, deixando assim para trás terras ditas portuguesas com muitos séculos de história.

Ano 1974 - Lucapa, Com o meu Alferes de operações a


idealizarmos serviço no aquartelamento

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Como nota de registo devo o dizer que no Natal de 1974, tive o privilégio de ter a minha mulher a passar
o Natal comigo, estava na altura em Lucapa. Também nesse ano me encontrei com o meu irmão Eduardo
Alberto, também ele no Leste de Angola, mais precisamente na cidade do Luso, onde estava a cumprir a
sua comissão, assim como, também me encontrei com outros conterrâneos como o foi o caso com o
Fernando Amaro Santos (Fernando Ginásio) hoje está na situação de invisual e utente no Lar da Nossa
Senhora da Guia em Loriga e o António Dias Brito (Tó Vicente), em que tiramos umas fotos para registar
esse nosso encontro.

Ano 1974 - Cidade do Luso, com o meu irmão Eduardo Alberto em pé, e
com o Fernando "Ginásio" e Tó Vicente agachados

Em 25 de Maio de 1975, o nosso Batalhão foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria 8322/74, deslocámo-nos para Luanda, onde ficamos instalados na prisão da ex. GEI
(São Paulo/Luanda) com vista a efetuar o espólio e aguardar embarque de regresso para Portugal. Tive o orgulho de ter sido condecorado e louvado - com a Medalha
Comemorativa da Campanha das Forças Armadas. Regressei à Metrópole no dia 13 de Agosto de 1975, tendo passado à disponibilidade três semanas depois, ou seja
dia 30 de Agosto.

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Nota Complementar

Tenho ainda presente na minha recordação o lema da minha Companhia, "Conduta Brava e em Tudo Distinta". Deus ajudou-nos e
todos os elementos da minha Companhia regressaram à Metrópole com vida e saúde, por isso ficar feliz. Tenho orgulho de ter
cumprido com as minhas obrigações. Não fui herói, mas fui Homem… Não fui voluntário, mas fui obrigado….Enfim, foi um capitulo da
minha vida que cumpri com dignidade, para com uma terra e para com um povo.

* António José Caçapo de Brito


(2013)

Carlos Lucas Antunes Fernandes *


Comissão na Guiné 1967 - 1969
(Posto militar - Cabo)
Entrei para a tropa na 2ª. Incorporação de 1967, concretamente em Março desse ano quando dei entrada no Quartel da CICA 4 em Coimbra.

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Ano 1967 - Os meus primeiros tempos da tropa (recruta) Coimbra

No mês de Maio seguinte, tive como destino Sacavém para ali tirar a
especialidade de Mecânico Auto. Ali estava eu bem, foram uns belos
tempos, na altura nem sonhava que viria a ser mobilizado. Ali estive até
Julho desse ano de 1967.

Ano 1967 - Sacavém a tirar a especialidade

Depois da especialidade voltei de novo para Coimbra, tendo como estino desta vez o RAL 2 em Coimbra, onde estive até sair a minha mobilização
em Agosto de 1967, tendo seguido em Setembro de 1967 para o Regimento de Cavalaria 8 em Castelo Branco, onde fui inserido no Esquadrão de
Cavalaria 2350, que tinha como destino a província da Guiné.

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Embarquei para a Guiné a bordo do navio "Kuanza" em Outubro do ano de 1967, chegando a Bissau tivemos como destino Bafatá, onde na verdade
passei grande parte da minha comissão.

Ano 1967 - A bordo do navio "Kuanza" em pleno alto mar Ano 1967 - Já no meu aquartelamento (Cavalaria) em Bafatá

Estive destacado em Piche durante três meses, um local não muito agradável, percorri parte do norte da Guiné, foram muitas as operações
efetuadas algumas delas levaram dias e noites, sendo o que mais custava era de termos que dormir no chão e em qualquer recanto, por vezes sítios
bastantes perigosos, que não se sabia como íamos acordar na manhã seguinte.

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Ano 1968 - Numa operação, (região de Piche) por sinal um dia terrivel que não pude mais esquecer

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Ano 1968 - Em Piche, momentos para descontrair com o Ano 1969 - Bafatá, Formados à espera da visita do general
Ano 1968 - Algures, ao serviço da comunidade
CarlosMSantos (Carlos "Barbas" já falecido) Spinola

Como estava sempre em movimento, tive o agradável privilégio de me encontrar com muitos conterrâneos, o Carlos "Barbas" (já falecido) o Carlos
Ramalho, o Zézito "italiano", o Tonito Melo, o José Dias (já falecido), o João da "Clara" e também com o Zé da "Balázia" o Zé Ramos (já falecido) o
José "Grilo" e Tonito "Vaquitas" só que com estes últimos quatros conterrâneos que menciono, o nosso encontro não foi registado com foto. Era
sempre agradaveis os nossos encontros com a malta da terra, recordava-mos Loriga, cada um dizia as últimas notícias e novidades que se iam
passando pela nossa terra, muitos desses nossos encontros eram festejados com alguma bebidas a escorrer pelas nossas gargantas e pelo meio
umas boas "migas".

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Ano 1968 - Com o Zé Augusto Dias (já falecido) Ano 1968 - Com o Tonito Melo

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Ano 1969 - Bissau, já no meu final da minha comissao com a malta da terra - da esdquerda para a direita - Zézito "italiano"; Carlos "Barbas" já falecido; eu o Carlos Ramalho e o João da "Clara")

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Ano 1968 - Bafatá, distribuição do correio e depois o momento de concentração para ler as cartas da família e dos amigos

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Ano 1969 - Bafatá, Dia da Cavalaria, foi festejado em festa e com rancho melhorado

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Ano 1968 - Bafatá Ano 1969 - Bissau à civil pela cidade

Passei por alguns perigos, principalmente, muitas escoltas que fiz por sítios de muita intervenção, onde era constante o arrebentamento de minas,
lembro-me também de um grande ataque ao nosso aquartelamento, que estivemos sempre em perigo até terminar todo aquele bombardeamento.

Apesar de estarmos sempre expostos aos ataques, às emboscadas e em trajetos de picadas com muitas minas, o meu esquadrão teve de certa
forma alguma sorte, ao ter apenas contabilizou duas baixas, que tiveram a ver com a explosão de material de guerra.

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Ano 1968 - Bafatá, queda dum Helicóptero junto ao aquartelamrento

Nota Complementar

Regressei à Metrópole no meio do ano de 1969, passando de imediato à disponibilidade. Penso ter cumprido o meu dever
para com uma terra e um povo. Posso também dizer que tive a sorte a proteger-me, gostei da África e da sua magia, por
isso quando regressei à Metrópole, resolvi regressar ao continente africano, para trabalhar, só que dessa vez para
Moçambique, uma aventura de muito pouco tempo, pois, pois pouco tempo depois regresso novamente à Metrópole para
então ir para o Luxemburgo, onde me radiquei até hoje.
* Carlos Lucas Antunes
Fernandes (2013)

Eduardo Alberto Caçapo de Brito *


Comissão em Angola 1974 - 1975
(Posto militar - Soldado)

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Entrei para a tropa na 4ª. Incorporação de 1973, mais precisamente em Outubro desse ano, quando dei
entrada no Regimento 12 Guarda.

Nos princípios de 1974 segui para Coimbra, para tirar a especialidade de enfermeiro, tendo ficado pronto,
como se dizia na altura, em Março desse mesmo ano fui colocado em Santa Margarida e logo a seguir, no
mês seguinte, sai a minha mobilização tendo como destino a província de Angola, sendo inserido no
Batalhão de Infantaria 4517.
Foi uma mobilização, um quanto ou tanto inesperada que surpreendeu a mim e a toda a família, tendo em
conta de já ter dois irmãos em comissão no ultramar, o Cassiano em Moçambique e o António José,
capitão Miliciano em Angola e assim nos juntamos os três na Guerra do Ultramar, que num certo contexto
militar isso não podia acontecer, mas na altura parecia já valer tudo para o regime e para o poder militar.

Ano 1973 - Primeira foto na tropa

Ano 1973 - Durante a semana de campo (recruta)


Entretanto, dá-se a revolução do 25 de Abril e quando pensava que vinha alterar a minha mobilização, ainda antes do fim do mês de Abril
embarquei para Angola, a bordo de um avião da TAP Boing 747, (nessa altura o transporte das forças militares para a África, já se procedia
de avião) chegando a Luanda, tivemos como destino o Quartel do Grafanil (onde se concentrava a grande maioria dos Batalhões e

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companhias em transição) ficando ali naquele quartel dois meses.

Ano 1974 - Primeira foto em Angola (Cangamba) Ano 1974 - Primeiras noites em Angola o dormir era pouco

Ao fim de dois meses em Luanda, o meu Batalhão foi destacado para o Leste de Angola, para Cangamba, por sinal fomos render o
Batalhão ao qual pertencia o conterrâneo Victor Moura, que estavam em fim de comissão.
Quatro meses depois fui destacado para a cidade do Luso (hoje cidade do Luena) para fazer serviço no Hospital Militar e Civil desta cidade,
onde então sim, passei a desempenhar uma missão também bem penosa de tratar dos feridos e acompanhar e auxiliar o também penoso
serviço de autópsias.

Foi sem dúvida um serviço de grande escala, ao qual me tive que habituar, de princípio não foi muito fácil, mas aos poucos me fui
habituando a esta nova realidade na minha vida a trabalhar em hospital, onde nem me quero lembrar do que passei e do que fui obrigado a
fazer

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Ano 1975 - Na cantina, um momento de descanso para saborear uma boa cerveja
Os 14 meses do resto da comissão passados no hospital Militar do Luso, portanto não estando na chamada guerra ofensiva, tive assim o
privilégios de praticamente andar vestido à civil, poucas foram as vezes que usei a farda militar durante esse tempo, sentindo-me por isso
mais confortado e ao mesmo tempo com sorte.

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Ano 1975 - Quando não estava de serviço, também havia algum tempo para desfrutar de algum descanso passeando pela cidade do Luso
No Luso tive o privilégio de me encontrar com conterrâneos, como foi o caso de estar quase em sintonia com o António Dias Brito (Tó
Vicente), também ele sediado num Quartel desta cidade, no destacamento do PAD, unidade de manutenção de viaturas militares. Estive
também com o Fernando Amaro Santos (Fernando Ginásio) hoje está na situação de invisual e utente no Lar da Nossa Senhora da Guia em
Loriga e ainda também me encontrei com o Mário Benito (família do Zé Bonito).
O meu irmão António José, capitão miliciano e também ele em comissão na zona Leste de Angola, veio-me visitar e assim nos juntamos os
quatro loriguenses, num registo bem recordado tirando até algumas fotos para assinalar.

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Ano 1974 - Ladeado pelo Fernando "Ginásio" (esquerda) hoje invisual a viver da Casa do Repouso da N.S.Guia e o Tó Vicente (direita) por altura do Natal do ano
de 1974, que passamos juntos.

Ano 1974 - Cidade do Luso encontro de serranos loriguenses, da esquerda para a direita,
Fernando "Ginásio, eu, meu irmão António José e Tó Vicente

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Ano 1974 - Cidade do Luso, com o Fernando "Ginásio" e Tó


Vicente agachados. De pé eu e o meu António José

Entretanto, o processo da independência está a ter forma, fruto da revolução do 25 de Abril, apanhados nessa embalagem, o meu Batalhão
tem ordens de regresso à Metrópole que ocorreu em Novembro de 1975, precisamente cerca de quatro meses antes da data da
independência de Angola e 20 meses depois da minha partida para aquela província ultramarina.

Nota Complementar

Tive a sorte de ter feito uma guerra de retaguarda, apesar de o serviço de enfermeiro, que sendo um
trabalho nobre foi de facto verdadeiramente desgastante, passei situações que foi preciso ter muita coragem
passa as superar, tendo por isso a consciência tranquila de tudo o que fiz foi do melhor que estava ao meu
alcance.

* Eduardo Alberto Caçapo de Brito


(2013)

José Reis Fernandes Leitão *


Comissão na Guiné 1968 - 1970
(Posto militar - Capitão Miliciano)

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Fui incorporado no serviço militar em Mafra, no 1 de Setembro de 1957, tinha então nessa data 22 anos, na altura ainda
não havia a guerra do Ultramar o que só veio acontecer alguns anos depois, quando os grupos armados para a
independência das províncias ultramarinas, desencadearam a guerrilha contra o colonialismo português. Passei à
disponibilidade em 10 de Outubro de 1959.

Fui durante seis meses soldado cadete, como se dizia na altura. Por portaria de 1 de Abril de 1959 fui promovido a Alferes
Miliciano, contando a antiguidade desde 1 de Novembro de 1958. Por portaria de 1 de Dezembro de 1966, fui promovido a
Tenente Miliciano, contando a antiguidade desde a mesma data. Em 1967, mais precisamente a 18 de Novembro e também
por portaria, fui nesse dia promovido a Capitão Miliciano, contando a antiguidade desde essa mesma data.

Ano 1968 - Primeira foto já em terras da


Guiné

Entretanto, levando a minha vida civil dentro de uma certa normalidade, moviam-se em mim certos sentimentos de injustiça, revolta e discordância, era mais
que evidente que na minha maneira de ser, olhava o regime com uma ideia e opinião contra, que me valeu começar a ser olhado e a ser referência nas listas
da PIDE, passando a ser mencionado como pertencendo ao PCP.
Fui interrogado, torturado e preso durante nove meses, primeiro na prisão de Aljube cerca de dois meses e depois mais sete meses na prisão de Caxias,
quando finalmente fui a julgamento fui defendido pelo advogado Dr. Francisco Sousa Tavares, que deu autêntico nó cego ao pide que serviu de testemunha,
sendo eu então absolvido.
Nessa altura cheguei a ponderar a hipótese de ir para França ou Argélia, onde estavam muitos dos contra o regime e que não concordavam com a guerra
colonial, nesses tempos eram muitas as vozes que se ouviam, nomeadamente de Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, que eu próprio subscrevia nesta
quadra.

Mesmo na noite mais triste


Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.

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A crescente ideia dentro de mim de cada vez mais contra o regime, fazia-me ver
esse regime cada vez mais autoritário, via também já uma Guerra do Ultramar em
muitas frentes, que ao contrário da propaganda do regime, sabia que os militares
que todos os dias partiam para as províncias ultramarinas, não iam defender o país,
pois Portugal situava-se na Europa, o que se estava a fazer era defender interesses
alheios a saber: diamantes, café, cacau, açúcar, madeira, petróleo e outros.

Com o regime a ficar cada vez mais enfraquecido perante as opiniões internacionais,
mas também cada vez mais a querer vincar a sua soberania nas suas colónias, a
necessidade de mais homens para as forças militares era um dado real,
nomeadamente, de patentes de comando para o terreno, por isso, a necessidade
de recrutar oficiais já na vida civil, o que aconteceu comigo ao ser convocado para
frequentar o CPC em 24 de Julho de 1967.

Fiquei sempre com a ideia que eu era referenciado como "suspeito político" ficando ainda mais com essa convicção, quando em Março de 1968 fui mobilizado
por imposição para a província da Guiné (um dos piores cenários da guerra colonial) para onde segui em 23 de Abril de 1968, a bordo de um quadrimotor da
Força Aérea, pois foi considerado necessário eu ir antes da minha companhia, para receber o material que ia ficar à minha responsabilidade. Já íamos no ar
quando fomos informados que um dos motores tinha deixado de funcionar, o que pudemos confirmar através das janelas e vimos que um dos hélices estava
mesmo parado.
Uma certa angústia instalou-se a bordo, com o regresso novamente ao aeroporto já a processar-se, para diminuir o risco de aterragem foi necessário o avião
dar mais algumas voltas sobre Lisboa para consumir a maior parte do combustível. Já em terra e quando telefonei à minha mulher a dar conta do que se tinha
passado, ela nem queria acreditar que eu não lhe estava a telefonar a dar notícias da minha chegada à Guiné, mas sim a telefonar-lhe de uma cabine
anónima do aeroporto da Portela.

A minha companhia foi destacada para Buba, zona de muita intervenção militar, foi sempre uma azafama de guerra com que diariamente tínhamos de viver.
Nessa altura naquela zona a maioria das operações desencadeadas contra as nossas tropas, eram orientadas superiormente pelo então capitão cubano
Pedro Rodriguez Peralta, que veio depois a ser capturado por pára-quedistas na "Operação Jove".
Capitão Pedro Rodriguez Peralta

As voltas que o mundo dá e como se costuma dizer, como o mundo é mesmo pequeno. O capitão Pedro Rodrigues
Peralta, na altura com 32 anos, era capitão das forças armadas de Cuba ao serviço do PAIGC quando, em 18 de
Novembro de 1969, no corredor de Guileje, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, foi capturado pelos militares
portugueses, mais precisamente pelo Furriel para-quedista Ragageles, da companhia para-quedista BCP 12.
Ao ser capturado, foi também gravemente ferido, sendo transportado para o Hospital Militar Principal em Lisboa,
onde ficou detido até Setembro de 1974. "Viu" a revolução dos cravos das janelas da cadeia. Sei que uma das
enfermeiras que o tratava era de Loriga, com a qual veio a casar e com ele foi para Cuba depois de serem
resolvidos os acordos da sua libertação ao ser trocado por um cidadão norte-americano preso em Havana (Cuba), Foto de Pedro Peralta, ladeado pelos dois militares
alegadamente agente da CIA, Lawrence Lunt.. Segundo sei também, dessa relação nasceu um filho, que segundo portugueses que o detiveram, em 1969

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creio vive hoje em Loriga, terra da sua mãe.


Muita sorte eu tive nos ataques que sofri no aquartelamento de Buba, igualmente muita sorte tive nas emboscadas sofridas e também a muita sorte de não
ter pisado nenhuma mina nas numerosas vezes que me deslocava a pé, bem como, a felicidade de nunca ter sido atingido por qualquer das doenças
características dos países africanos.
Durante a minha comissão não cheguei a disparar um tiro, mesmo em situações em que estive debaixo de fogo, mas, como é evidente, não podia impedir que
os soldados sob o meu comando se defendessem.
Esta minha opção de não disparar um tiro, enquanto lá estivesse teve muito a ver com a conversa mantida com o meu colega e amigo, o poeta Ferreira
Guedes, a quem confidenciei o drama que estava a viver em ir fazer a guerra colonial com a qual não concordava e ele me disse - "Acho que deves ir e tenta
não fazer nada de que te possas envergonhar"

Ano 1969 - Em Buba, registos dos bombardeamentos quando fomos atacados com tiros de canhão
Penso ter cumprido na medida do possível, esse objetivo e disso é testemunho as três punições com que fui contemplado, respetivamente dez, vinte e dez
dias de prisão disciplinar agravada, ou seja no total 40 dias, que iria implicar com a perda do comando.
Todas essas punições tiveram a ver com o facto de não cumprir ordens recebidas, por isso, não atingido os objetivos previstos nas operações vindas das
altas chefias, dando eu como argumento me ter "perdido", mentiras que em certas situações foram detetadas quando havia controlo aéreo e que o comando
facilmente comprovava, pois a companhia que eu comandava não estava onde devia estar, de acordo com a operação.
Houve ainda uma outra operação, estava eu em Farim, em que pura e simplesmente me recusei a efetuá-la que consistia em efetuar uma operação do lado
de lá da fronteira com o Senegal, jogando eu com o argumento que as coisas podiam correr mal e com o facto de podermos eventualmente ficar prisioneiros
e nessa altura seriamos dados como "desaparecidos em combate". Curiosamente, recusando-me a efetuar esta operação, não sofri dessa vez qualquer
punição.
Depois da terceira punição foi-me retirado o comando da companhia, fiquei quase exclusivamente a oficial de reabastecimento em Buba (digo quase, porque
em algumas situações era eu o oficial mais graduado e, como tal era eu o comando militar daquela localidade, conforme aconteceu quando fomos atacados
por um ataque em grande escala orientado e comandado pelo capitão cubano Peralta).

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Ano 1968/69 - Em Buba, sem dúvida que as crianças são sempre as grande vítimas da guerra
A nível comunitário tenho orgulho do que fiz, que me proporcionaram momentos gratificantes. Implementei no K3 (Farim) aulas para os miúdos da "tabanca"
ideia que mereceu elogios do General Spínola. Arranjei a prestação dos cuidados médicos de enfermagem a toda a população daquela zona. Inventei um
"jornal de parede" extensivo aos militares e população, em que além de prosa minha, havia também recortes de jornais e revistas que me eram enviados da
Metrópole.

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Ano 1969 - Buba, mais gente da comunidade também sofredora da guerra


Por motivo das punições que recebi, nunca tive direito a férias, como por norma qualquer militar deve ter, por esse motivo, a minha mulher foi passar férias à
Guiné (Farim) o que aconteceu no mês de Outubro de 1968.

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Ano 1969 - Farim, quando a minha esposa me foi visitar


Devo já agora também acrescentar, que defendi sempre os meus homens, evitei severas punições, como o caso de danificação de material de guerra, por
vezes por descuido outras vezes no decurso de bebedeiras, outro caso também grave quando um dos militares a fazer um rally com uma viatura GMC, ficou
atolada no lodo, que foi uma trabalheira para dali a tirar e ainda mais outra situações menos graves, mas que tinham sempre direito a punições.

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Ano 1969 - Buba, no Cais vendo o horizonte Ano 1969 - Buba, confortando as crianças Ano 1969 - Buba, no Cais posando para o retrato

Tive a sorte por meu lado de regressar inteiro como se costuma dizer na gíria,
tive a mesma sorte de não ter morrido algum militar que eu tivesse
comandado, embora houvesse naturalmente a lamentar vários feridos, alguns
com alguma gravidade. No entanto, quanto aos traumas psíquicos, esses
nunca podem ser contabilizados.

Regressei à Metrópole a bordo do navio "Carvalho Araújo" que estava na lista


já algum tempo para ser abatido ao efetivo, por estar muito velho, no entanto,
como era para transportar tropas e como a tropa é carne para canhão,
continuava ao serviço. De qualquer maneira portou-se muito bem nessa sua
viagem para Lisboa, onde desembarquei em 27 de Maio de 1970, foi um
momento de grande emoção. Vinte e cinco meses após o meu embarque para
a Guiné (quando a comissão normal naquela província era de dezoito meses)
quase sempre no mato e sem direito a férias (por causa das três punições),
regressava assim e por fim à nossa Lisboa.
Passei à disponibilidade em 2 de Julho de 1970, respirando então finalmente
de alívio e também por finalmente passar á vida civil.

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Ano 1970 - Navio "Carvalho Araújo

Nota Complementar

Ao ficar definitivamente para trás aquela guerra, fico com a ideia de que muitos sobre o meu comando podiam também
desejar não ter que disparar um único tiro que fosse, a diferença é que eu podia fazer qualquer coisa, pois exercia funções de
comando e a grande maioria tinha que cumprir ordens.
Em resumo, aquela guerra quando terminou para mim, de positivo ficaram apenas algumas amizades que se foram fazendo,
esquecer o que passei nem sempre foi fácil, os cenários de guerra que por mais que se tente esquecer ou colocar de parte,
vêm sempre ao de cima. Por isso, a partir de então passei aproveitar cada dia como se fosse o último.

* José Reis Fernandes Leitão (2013)

Nota de Registo
1º. "Encontro dos Loriguenses Combatentes no Ultramar"
- O discurso que faltou ser lido -

Quando do 1º. "Encontro dos Loriguenses Combatentes no Ultramar" realizado no


passado dia 27 de Julho de 2013, estava nos planos do nosso conterrâneo e amigo
loriguense, José Reis Fernandes Leitão, ex. Capitão Miliciano, que fez a sua
comissão na província da Guiné, de fazer um discurso, que, aliás, levava já preparado
para ler momentos antes de ser servido o almoço de confraternização, mas que, por
motivo da falta de aparelhagem de som, facto que o deixou com um sentimento de
frustração por não ver concretizado esse seu desejo.
Discurso que merecia ser lido nesse dia a todos os ex. militares e suas famílias ali
presentes, que hoje aqui na minha Página, me prezo a colocar na íntegra, indo assim ao
encontro do desejo do nosso conterrâneo Zeca Leitão, como assim é conhecido no meio
loriguense. Julho 2013 - No dia do Convívio

CAROS CAMARADAS, CAROS CONTERRÂNEOS, CAROS AMIGOS

Desejo em primeiro lugar agradecer a presença das entidades autárquicas e religiosas que nos honraram com a sua presença no nosso
convívio e lembrar igualmente aqueles que tiveram menos sorte que nós e não puderam regressar para junto dos seus entes queridos.
Agora, relembrando tempos passados, permitam-me recuar até ao ano de 1964 quando a PIDE irrompeu pela minha casa com a
alegação - falsa - de que eu era membro do Partido Comunista. Em vão protestei a minha inocência quanto a essa acusação, assumindo,
isso sim e sem rodeios, que era oposicionista ao regime de Salazar.
Talvez para me castigarem por tamanha "heresia", fui levado para a sede da PIDE, onde fui submetido à tortura da privação de sono,

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ficando de pé, consecutivamente, durante 60 horas. Depois fui transferido para a prisão do Aljube, onde estive em regime de isolamento
durante dois meses.
Entretanto tinham sido presos 30 estudantes e a PIDE, talvez por eu ser trabalhador/estudante, resolveu juntar-me a eles para efeito de
organização de processo a levar a tribunal. Fomos todos para a prisão de Caxias, onde permanecemos sete meses, tempo que demorou
a instrução do volumoso processo. Para o julgamento todos os advogados se ofereceram graciosamente e a mim coube-me o Dr.
Francisco de Sousa Tavares (entretanto já falecido) que deu um autêntico "nó cego" ao pide que servia de testemunha de acusação,
sendo eu naturalmente absolvido.
Obviamente a minha carreira profissional sofreu algum atraso, que mais se acentuou quando, quatro anos mais tarde, fui novamente
chamado a cumprir serviço militar - e digo novamente pois já tinha cumprido o serviço militar "normal" de 57 a 1959 - desta vez para o
curso para capitão, que concluí com êxito, sendo mobilizado para a Guiné, um dos piores cenários de guerra e, ainda por cima, com a
etiqueta de "suspeito político".
Nessa altura, cheguei a ponderar a hipótese de ir para França ou Argélia, que então acolhiam os que não concordavam com a guerra
colonial. Era o tempo em que se ouviam as vozes de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira e outros, com as suas canções de
resistência bem conhecidas, de uma das quais lembro esta quadra
Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não!
Face ao dilema que estava a atravessar, pedi a opinião das pessoas que entendi melhor me poderiam ajudar e foi decisiva a do meu
colega de trabalho e amigo, o poeta Ferreira Guedes que me disse:
" Penso que deves ir, mas procura não fazer nada de que te possas envergonhar!"
Na ida para a Guiné, num quadrimotor da Força Aérea, apanhei um susto valente quando um dos hélices deixou de funcionar,
obrigando-nos a regressar a Lisboa, não sem antes se gastar quase todo o combustível, de molde a permitir uma aterragem em relativa
segurança.
Ao chegar à Guiné, era minha firme determinação não disparar um tiro que fosse e creio ter cumprido na medida do possível esse
objetivo, pois tive três punições com um total de 40 dias de prisão disciplinar agravada, todas por ter optado "perder-me", evitando assim
a morte certa de uma boa parte desses militares. É certo que, com essa atitude, também corri sérios riscos de poder ser fuzilado mas tive
a sorte e eventual mérito de nunca me ter recusado a sair e ter dado alguma credibilidade à minha versão do ocorrido nessas operações
que, de algum modo, atenuaram a sua gravidade.
Com a opção de não disparar um tiro, é evidente que não podia estar a pedir aos militares que comandava para fazerem o mesmo e nas
emboscadas e ataques ao aquartelamento (o mais difícil de todos, em Buba, orientado superiormente pelo capitão cubano Pedro
Rodriguez Peralta) dei o meu melhor e, com muita sorte à mistura, não houve qualquer baixa entre os militares que comandava, embora
houvesse a registar vários feridos.
E as voltas que o mundo dá... Esse capitão cubano veio posteriormente a ser ferido com alguma gravidade e capturado, sendo internado
no Hospital Militar Principal, onde conheceu uma enfermeira por quem se apaixonou e teve descendência e o curioso é que ela era de
Loriga...
Outra situação em que corri grande risco foi a de ter de entrar no paiol de munições, no qual se encontrava um explosivo plástico
chamado 808 que estava como que "a suar" e eu tinha aprendido que isso era sinal de iminente detonação. Por isso, houve que
transportá-lo com mil cuidados para um local onde essa detonação não causasse quaisquer estragos humanos ou materiais.
Naquela guerra, também depressa me apercebi que os oficiais do quadro permanente faziam a chamada "guerra do ar condicionado" -
salvo raras e honrosas excepções - enquanto que os oficiais milicianos (nomeadamente os capitães, feitos à pressa, como era o meu
caso) eram invariavelmente enviados para o mato!

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Muita sorte tive igualmente em não ter accionado nenhuma mina ou armadilha, quer nas vezes em que me desloquei a pé (a maioria)
quer em viatura. Ou de não ter contraído nenhuma doença característica dos países africanos. Ou de ser picado por algum mosquito
portador de qualquer doença. Ou de morrer de sede (às nossas tropas, sem eu saber bem porquê, não eram fornecidos cantis!). Ou de
...
(nestas reticências cabem milhentas hipóteses que podem acontecer de mal a uma pessoa na situação em que me encontrava!)
Outra situação que recusei liminarmente foi a de efectuar uma operação do lado de lá da fronteira com o Senegal, pois tinha sido
alertado que se ela fosse mal sucedida, seríamos dados como "desaparecidos em combate" e as nossas famílias nem o enterro nos
poderiam fazer!
Quanto a boas recordações, para além de algumas boas amizades, posso referir o ter implementado aulas para os miúdos da tabanca
mais próxima do aquartelamento, iniciativa que mereceu elogios do Gen. Spínola, ciente como estava que aquela guerra não se ganhava
só com a força das armas. Com os jornais que me eram enviados da Metrópole, pus à disposição dos militares e população um jornal de
parede, lembrando-me que um deles aludia à chegada do homem à Lua...
Por causa das punições que sofri não tive direito a férias e também, em vez dos 18 meses de serviço, acabei por ter de cumprir mais
sete e assim só então embarquei de regresso à Metrópole no navio "Carvalho Araújo", o qual, por sinal, já estava no "Mar da Palha" para
ser abatido... Mas portou-se muito bem e para mim e para todos os militares que me acompanhavam o dia da chegada a Lisboa - 27 de
Maio de 1970 - foi sem dúvida um momento de grande emoção. Estava (finalmente!) finda a minha aventura na Guiné!
A terminar e como meditação sobre a inutilidade daquela guerra, deixo-vos com este poema de Reinaldo Ferreira:
Receita para fazer um heroi
Tome-se um homem
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto!
Aos militares que comandei desejei-lhes que, no regresso à vida civil, "pudessem finalmente e em paz fazer algo de construtivo". Reitero
agora esse voto!
Um abraço para todos do
a) José Leitão (2013)

José Alves Oliveira *


Comissão em Angola 1969 - 1971
(Posto militar - Soldado)

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Sou natural de Loriga onde nasci em 15 de Agosto de 1947, filho de João Mendes de Oliveira e de Urbana Alves
Pereira, sendo mais conhecido no meio loriguense por "Zé Ruas". Tal como muitos outros rapazes da minha idade,
saí de Loriga com apenas 11 anos de idade, tendo como destino Lisboa.
Fui chamado para a tropa na penúltima incorporação de 1968, assentei praça no dia 5 de Agosto desse ano, tendo
como destino CICA 4 (Centro de Instrução de Condutores Auto) em Coimbra, Fiz primeiro exame psicotécnico para
ver se tinha aptidões para condutor, como eu preenchia todas as condições, lá fui para condutor, aliás como os meus
dois irmãos mais velhos, que também tiraram a recruta na CICA 4. Ao principio não foi fácil, pois os monitores não
eram nada meigos, mas com o tempo lá me fui habituando.

Ano 1969 -A minha primeira foto de militar, tirada na Ponte


de Santa Clara - Coimbra

Ano 1969 - O pelotao da minha recruta, eu estou no lado esquerdo na fila do meio
Depois de sete semanas fiz o Juramento de Bandeira, tendo então seguido para o Regimento de Infantaria 6, na cidade do Porto, onde tive logo uma grande
surpresa, se em Coimbra, uma cidade tão bonita, o quartel era tão sujo, basta saber, que o refeitório era no depósito da gasolina, a cidade do Porto que na época

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era uma cidade relativamente suja, o quartel RI.6 era um esmero, que nos podíamos até mirar no chão, a minha especialidade foi também sete semanas, o tempo
que estive na bela cidade do Porto
Logo após ter terminado a especialidade, fui mobilizado para Angola, seguindo para a cidade de Abrantes, tendo sido integrado na Companhia 2460 do Batalhão
2859, que ali estava a ser formado.

No dia 11/01/1969, parti para Angola no


paquete Vera Cruz, foi dura a despedida,
embora eu fiz um truque para não ser tão
duro, logo que chamaram para a formatura,
ao que se seguia a entrada para o barco,
eu disse para os meus familiares, que
depois da formatura me viria despedir, só
deram conta e disse adeus quando ia já a
entrar no barco. A viagem durou 9 dias até
Luanda, onde estive uma semana no
Grafanil. Quartel muito conhecido, pois era
ali que se concentravam os Batalhões e
Companhias, quando chegavam e partiam
de regresso à Metrópole.
Ano 1969 - O navio Vera Cruz no momento que partia de Lisboa

Ano 1969 - Primeira foto em terras de Angola


logo após chegar ao Grafanil, tempo de lavar a roupa

Ao fim de uma semana o meu Batalhão teve como destino o norte de Angola, zona de Nambuangongo, a minha Companhia foi ainda mais para o norte onde ficamos
sediados numa fazenda de café chamada Quixico, uma região rodeada por montanhas a toda a volta, logo assim que ali chegamos e ainda a companhia que íamos
render não tinha partido, quando se deu um ataque tremendo, logo ali tivemos para azar de todos nós uma baixa, com a morte de um nosso camarada.

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Ano 1969 - Quixico onde ficou sediada a minha Companhia 2460

Ano 1969 - Foto tirada no Caxito que ficava a 100Km, de


Nambu

Existia neste nosso acampamento uma velha capelinha em honra da Nossa Senhora de Fátima, pela qual tinha muita fé, para ocupar o tempo pedi autorização para
me ocupar dela visto precisar ser restaurada, disponibilizado todo o material de pintura e limpeza, entreguei-me de alma e coração e assim consegui recuperá-la
tornando-o mesmo funcional.

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Ano 1969 - Quixico,capelinha de N.S. de Fátima, exterior. Ano 1969 - Quixico, capelinha de N.S. de Fátima, interior

Não sei se foi por motivo de me ter dedicada tanto à capelinha, que um dia fui abordado pelo padre capelão, onde ele me disse para eu tomar conta de algumas
homilias, eu nem queria acreditar, pois se em pequeno não me deixaram ir para o seminário, o que eu queria, agora tinha ali uma proposta para fazer as vezes de
padre, bom talvez não seja bem assim, mas o padre disse como só podia dizer missa ali uma vez por mês, porque tinha outras quatro companhias para dizer missa,
sendo um domingo para cada companhia, assim ficaria eu incumbido ali de fazer alguns acto da igreja, na verdade assim foi, depois de ter a capela toda arranjada,
comecei a fazer algumas coisas, comecei por rezar o terço todos os dias, ao principio era olhado de revés, mas depois comecei a ver todos detrás de mim a pedir
se podiam rezar comigo, claro que não me importei, até gostei.

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Ano 1969 - Quixico,com o olhar no horizonte Ano 1969 - Quixico, grupo de condutores que eram umas máquinas. Ano 1969 - Quixico, os pensamentos nos levam longe

A vida ia correndo e parecia estar tudo muito mais calmo, dava tempo para fazer-mos coisas, com exemplo, colegas meus da companhia, foram construindo na
parada um monumento com o emblema do batalhão e onde figurava o São Judas Tadeu o nosso patrono, que depois de terminado me pediram para eu o pintar, o
que o fiz, ficando um belo trabalho, que hoje muito gostaria de saber se ainda por lá se encontra e ainda está em pé.

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Ano 1969 - Quixico, Os construtores de monumento ao patrono do Batalhão, São Judas Fadeu Ano 1969 - Quixico, eu junto do monumento, gostaria de saber se ainda existe

Ano 1969 - Algures no norte de Angola acabando a construção de Ano 1969 - Tranquilo dentro de um rio que nesse momento
uma jangada para as viaturas atravessarem o rio não sabia que estava infestado de corcodilos

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Ano 1969 - Quixico, tempo de uma "miga" com condutores e mecanicos da minha companhia
No primeiro Natal que passamos em Quixico, resolve-mos e fizemos uma peça teatral, que se traduziu de êxito, assim como, teve uma sessão de fados que até deu
para eu próprio também cantar o fado, sem dúvidas iniciativas e criatividades que por lá tínhamos, neste caso para passarmos o Natal melhor longe da família, em
terras em que o sol queimava mais.

Ano 1969 - Quixico, momentos da peça teatral, por altura do Natal Ano 1969 - Quixico, momentos dos meu dotes de cantar o fado

Ao fim de pouco mais de um ano, a minha companhia foi transferida para Malange, mais precisamente para Marimba, tudo isso também no norte, aqui era ainda
mais calmo e mais monótono, durante cinco meses fui o condutor do Comandante, por isso, passei a fazer muitas viagens a Malange.
Se no Quixico havia pouco que fazer, aqui em Marimba então não havia nada, sendo condutor do comandante, nem sempre todos os dias era preciso sair com ele,
passei a ter um certo tempo disponível, que aproveitava para me dedicar aos animais ou então a pintar sinais indicadores, para serem colocados em cruzamentos,
bem como, fizemos mais um monumento num destacamento, sendo eu também o pintor, tudo isso trabalhos interessantes e dignificantes, que meu deu muito prazer

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fazer.

Ano 1970 - Marimba, tempo de pintar e ao mesmo tempo de laser Ano 1970 - mais um monumento pintado por mim

Como ia muitas vezes a Malange como condutor do Comandante da minha companhia, também passei a ser afortunado de me vestir por lá à civil, que dava para
passear, assistir a espetáculos e poder tirar algumas fotos para poder hoje recordar. Na realidade Malange era uma cidade muito bonita, com jardins de sonho e
uma piscina onde fui muitas vezes nadar.

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Ano 1970 - Malange, Simone de Oliveira, quando foi Ano 1970 - Malange, monumento a Salazar, quando da sua morte Ano 1970 - Malange, Mara Abrantes, quando foi
ali cantar para os militares no verão deste ano, foi coberto de muitos ramos de flores também ali cantar para os militares

O tempo ia passando e estava-se aproximar-me o final da comissão, que parecia contarmos os dias as horas e os minutos, as saudades da família eram já muitas,
ia pedindo à Nossa Senhora de Fátima que o resto do tempo passa-se bem depressa.
Até que o dia esperado chegou numa manhã, quando finalmente chega a nova companhia que nos vinha render, escusado será dizer que foi uma alegria imensa e
pouco tempo depois lá seguimos viagem para Luanda, de regresso ao quartel do Grafanil, para esperarmos pelo navio que nos viria trazer de regresso à Metrópole.

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Ano 1970 - Malange, últimas fotos em Angola Ano 1970 - Para me recordar Ano 1970 - Malange, mais uma das últimas fotos

Ano 1971 - o navio Uíge que me trouxe de regresso à Metrópole


Adoeci ainda no Grafanil, mas fiz-me forte e nem dei mostras de doente, com receio de que não pudesse fazer a viagem de regresso, que tanto ansiava.

Assim, no dia 28 de Janeiro de 1971, embarcamos de regresso no navio Uíge, com a viagem a demorar mais três dias do que para lá, com a chegada ao Cais de
Alcântara em Lisboa no dia 10 de Fevereiro, onde toda a família me esperava o que foi uma festa.

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Nota Complementar

Dentro da normalidade penso que a minha comissão e o meu dever cumprido correu bem, se me perguntam se gostei muito de conhecer
Angola, claro que gostei, só que não como militar. Já quando andava na escola tinha certa adoração a essa terra pela geografia, tinha até
decorado toda Angola, sabia os rios, as serras, províncias, etc.
Fui obrigado a conhecer essa parte da Pátria, que nos diziam que era também Portugal, porque fui também obrigado a isso ao ser enviado
para lá, e assim apesar de tudo tive o previlégio de a conhecer.
Tenho a plena consciência que dei o melhor de mim por aquela terra lá longe, onde ficaram dois anos da minha mocidade e recordações, sim
essa terra muito longe do nosso pequeno país na europa, uma terra que nos marcou e podermos mesmo dizer "terra onde o sol queimava
mais".
* José Alves Oliveira
(2012)

Mário Moura Pires *


Comissão na Guiné 1971 - 1973
(Posto militar - Soldado)

Entrei para a tropa em Julho de 1970, na chamada terceira incorporação desse ano, tive como destino a cidade de Elvas
onde assentei praça e tirei a especialidade de atirador de cavalaria. Tendo permanecido nessa cidade alentejana 5
meses.

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Em Janeiro de 1971 fui transferido para Castelo Branco, onde


permaneci até ao meio desse ano, entretanto, tinha já saído a
minha mobilização tendo como destino a província da Guiné.
Fui incorporado no ER 3431 (Esquadrão de Reconhecimento de
Cavalaria). Embarquei para a Guiné no navio "Uíge" no dia 15 de
Agosto de 1971, com chegada a Bissau no dia 23 desse mesmo
mês, tendo permanecido nesta cidade cerca de uma semana.

Ano 1971 - Bissau com o José Pereira (Zézito italiano) e o Zé


Ano 1971 - A bordo do navio "Uíje"
Gouveia (Zé Bentinha)

Em Bissau quando da minha chegada encontrei-me com os conterrâneos, José Pereira (Zézito italiano) e o Zé Gouveia (Zé Bentinha) celebrando este nosso encontro
com uma jantarada e pelo meio recordarmos a nossa Loriga. Segui depois para Ximé numa fragata da marinha e depois daqui segui em coluna para Bafatá, onde o
meu Esquadrão de Reconhecimento ficou sediado e onde me mantive um ano. Foi um ano de intensa actividade, daqui de Bafatá fazíamos protecção às colunas para
Piche, Beruntuma (fronteira com o Senegal) e Pirada, onde soube que ali tinha feito comissão o nosso conterrâneo José Augusto Rosa.

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Ano 1971 Bafatá - No meu Destacamento junto do Emblema do Esquadrão feito por mim Ano 1971 Bafatá - Um dia de descanso que me vesti à civil

Fiz parte da minha comissão numa Zona muito complicada e de muita intervenção, fazia fronteira com o Senegal e a Guiné Conacri, países que segundo se sabia era
locais de refugio dos grupos inimigo e, durante esse tempo que ali permaneci, o meu Esquadrão de Reconhecimento 3431, participou em algumas operações de
combate, lembrando-me de uma delas feita de noite, que nos marcou profundamente, ao termos tido uma baixa (a única do meu Esquadrão) com a morte do meu
colega, soldado Camacho, como assim o chamava-mos e também termos tido um ferido grave, ao ter um dos nossos companheiros perdido um dos braços, a golpe
de catanada.

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Ano 1971 Bafatá - O meu Grupo do Esquadrão (ER 3431) Ano 1971 Bafatá - Em missão de protação a uma coluna

Ano 1971 Piche - Numa Missão de Reconhecimento Ano 1971 Bafatá - Com os meus camaradas na hora da refeição

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Ano 1971 Bafatá - Preparando o material de guerra

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Ano 1972 - Beruntuma -Junto da Fronteira com o Senegal Ano 1972 Bafaté - Para comer melhor recorria-se à caça Ano 1972 Saltinho - Numa Missão de Reconhecimento

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Ano 1972 Bafatá - Na enfermaria por ter apanhado o Paludismo Ano 1972 Bafatá - Com o António Santos (Alvoco da Serra e o Lopes (Moimenta da Serra)

Ano 1972 Piche - Hora de os guerreiros comerem Ano 1972 Bafatá - Tempo para um convívio e uma "Miga"

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Ano 1972 - Algures na Guiné missões por água e terra


Ao fim de 12 meses de comissão em Bafatá, fui transferido para a lha Formosa, uma das muitas ilhas que fazem parte dos arquipélago da Guiné, onde permaneci 9
meses, onde completei os 21 meses que já levava de comissão. Ali me encontrei com o nosso conterrâneo José Fonseca.

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Ano 1972 - Na ilha Formosa com o José Fonseca Ano 1972 - Algures com o Tó Cabral

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Ano 1972 - Com uma arma apreendida proveniente da China Ano 1972 - O momentos de dar noticias à família

Ao fim desses nove meses na Ilha Formosa fui transferido para Bissau, onde completei o resto da minha comissão e aguardei embarque de regresso, que tardava a
ser marcado. Em Bissau estes últimos meses de comissão foram já bem melhores. Ali me encontrei com o conterrâneo o António Palas (Pirola), mas não registamos
em fotografia este nosso encontro.
Regressei à Metrópole no dia 12 de Outubro de 1973 a bordo do navio "Niassa" regressando enfim, à Metrópole.

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Ano 1973 - Foto de família do fim da comissão

Nota Complementar

Passei grande parte da minha comissão em zona de intervenção e perigosa na província da Guiné. Apesar de tudo posso considerar-me ter
tido sorte, só que completei cerca de 27 meses de comissão, quando por norma pertencia estar naquela província 18 a 20 meses, mas o
poder militar a que mandavam e por isso estávamos à vontade dele e do respectivo serviço orgânico, que ao fim e ao cabo quem saía
depois prejudicado éramos nós os soldados.

* Mário Moura Pires (2012)

António Cardoso Matias *


Comissão em Angola 1966 - 1968
(Posto militar - Soldado)

Entrei para a tropa no dia 3 de Abril de 1966, tive como destino a cidade de Coimbra para ingressar no CICA para tirar a recruta que
desde já era um complemento para a especialidade de condutor. Fui depois para o Regimento de Cavalaria Nr.6 no Porto para então
sim ter o treino "treino de condução nocturna em estrada e no mato".

Ano 1966 - Coimbra, primeiros dias da


tropa

Depois de pronto como se dizia na gira militar, no mês de Agosto seguinte fui colocado no RAL 1 (Regimento de Artilharia Ligeira Nr.1) e foi ali que fui mobilizado para
Angola e em 11 de Setembro sou incorporado no Comando de Agrupamento 1978, que tinha como destino aquela Província Ultramarina.

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Ano 1966 - Coimbra, o meu pelotão da recruta a possar para a foto família

Ano 1966 - Porto, Na instrução para condutor auto

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Ano 1966 - Coimbra ainda durante a recruta (primeiros tempos) Ano 1967 - Emblema do Comando Agrupamento 1978

Já integrado no Agrupamento ainda tivemos instrução ligeira e depois foi-nos dado a licença de mobilização de 26 de Setembro até 5 de Outubro e a e a 10 de Outubro
fomos considerados em condições de embarque. No entanto, até ao dia do embarque, 23 de Novembro houve instrução operacional para conhecimento do nível de
preparação militar geral. Veio a perceber-se mais tarde que a "preparação militar no grupo a que eu estava integrado era bastante deficiente", e este comentário
registado pelo comandante da minha unidade era extensivo aos Batalhões e companhias do Comando de Sector de que fazia parte.

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Ano 1966 - Luanda - Campo do Grafanil (altar num tronco dum embondeiro Ano 1966 - Luanda - Campo do Grafanil primeiros dias da chegada

Embarcamos para Angola a bordo do navio "Vera Cruz" no dia 23 de Novembro e chegamos a Luanda no dia 02 de Dezembro de 1966. Fomos transportados para o
campo militar do Grafanil, aonde estivemos acampados até ao dia 13 de Dezembro.
Como apontamento adicional posso dizer que foi nesses dias e no Grafanil que esbocei aquilo que viria a ser a minha profissão "fotógrafo". Quando cheguei ao Grafanil
quis mandar para a família uma fotografia e não havia fotógrafo, aí pensei e melhor o fiz, comprei a minha primeira máquina fotográfica, uma kodak INSTAMATIC 50.
Tirei fotografias a mim mesmo e fotografei amigos que mais tarde viriam a ser clientes. A seu tempo comprei um ampliador e mais ferramentas. Montei com a respectiva
autorização do comandante da unidade o meu pequeno "Laboratório" para revelar as fotografias.

Quibaxe; Fazenda Tentativa, próximo do Caxito; Ambrizete, actual N'Zeto e Toto, foram os principais cenários do teatro de guerra que vivi em Angola na minha comissão
que foi desde Novembro de 1966 a Novembro de 1968.

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Ano 1967 - Toto, Aquartelamento da unidade

Ano 1967 - Ambrizete, serviço "Porta de Armas" Ano 1967 - Ambrizete, o Lago a Natureza e eu

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Ano 1967 - Ambrizete, tempo para beber umas boas "Nocal" Ano 1967 - Ambrizete, descança o guerreiro tendo ao lado a fotografia da namorada

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Ano 1967 - Ambrizete, no Bar do Aquartelamento "sai mais um copito para esquecer que se está longe"

Ano 1968 - Ambrizete, Convívio o Bernardino eu e o Sousa Ano 1968 - Ambrizete, Um dia de convívio com colegas

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Ano 1968 - Toto, depois de uma caçada o "Petisco" crecendo o troféu para a fotografia
Tive sempre a paixão a esculpir com o gesso, até mesmo em Angola e quando tinha tempo disponível dedicava-me a isso. Fiz vários trabalhos entre eles o Logotipo da
unidades, que me deu imenso gosto elaborar, depois mais tarde esse Logotipo foi moldado em bronze e cimento.

Ano 1967 - Ambrizete, esculpindo em gesso o Logotipo da Unidade

Ano 1968 - Fazenda Tentativa, posar para a foto Ano 1968 - Ambrizete, a embalsamar um pequeno corcodilo

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Ano 1968 - Toto, junto ao Lago Toto onde fui tirar fotografias Ano 1967 - Algures numa encruzilhada de "picadas" (estradas)

De certa maneira posso-me considerar de ter sido um soldado cumpridor dos meus deveres, por isso, ter sido reconhecido todo o empenho dedicado ao trabalho que
me era destinado. Foi com certa satisfação ter sido agraciado com louvor que aqui também registo.

LOUVOR (transcrição)
"Louvo o Sold. António Cardoso Matias, porque servindo há 21 meses nesta província, sempre demonstrou óptimas qualidades de carácter, camaradagem, educação,
bom senso e total dedicação ao serviço. Chamado a colaborar na Secção OP/INF. Como desenhador, nos múltiplos trabalhos de que foi encarregado, sempre
depositou a melhor boa vontade, os seus conhecimentos e a sua habilidade. Por tudo quanto fica dito, é o Sold. MATIAS bem digno do presente louvor, da estima e
admiração dos seus camaradas e do justo apreço dos seus superiores."

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Ano 1968 - Quibaxe, as criancas sempre presentes com a nossa protecção Ano 1968 - Quibaxe, as bananas também matavam a fome

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Ano 1968 - Quibaxe, sentado em cima de um "bunquer" Ano 1967 - Ambrizete, foto tirada nos preparativos para o Natal

Fomos rendidos em Outubro de 1968, pelo Comando de Agrupamento Nr. 2956, pouco tempo depois rumamos para Luanda para embarcamos de regresso à Metrópole,

Ano 1968 - Algures pelas "picadas" de Angola, já na viagem de regresso para Luanda, para se embracar para a Metrópole
Embarcar-mos em Luanda no dia 21 de Novembro de 1968 a bordo o navio "Vera Cruz" curiosamente o mesmo barco que nos tinha levado para Angola. Chegamos a
Lisboa ao cais da Alcântara no dia 2 de Dezembro de 1968, curiosamente também dois anos depois de termos desembarcado em Luanda para o inicio da comissão. Ao
chegarmos a Lisboa fomos encaminhados para a unidade mobilizadora RAL 1, onde então sim passei á disponibilidade.

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Nota Complementar

Fiz o meu dever cumprido em prol de uma terra e de um povo. Foi na vida militar e lá em Angola que descobri a outra fase da minha vida ao me
dedicar à fotografia que foi importante para a minha comissão, pois paralelo com o serviço militar, montei um pequeno laboratório de fotografia
amador. Desenhou-se aí aquela que seria a minha profissão após a desmobilização. Fui durante os trinta anos seguintes, fotógrafo de artes
gráficas após os quais me reformei.

Antes a minha vida profissional foi na indústria Textil, tanto em Loriga como em Lisboa, desde 1958 até Abril de 1966, quando então entrei para
a tropa. Pelo meio ainda frequentei a Escola Industrial Afonso Domingues, que me fez formar ainda mais para a vida.
* António Cardoso Matias
(2011)

João da Silva Pinto *


Comissão em Moçambique 1967 - 1969
(Posto militar - Soldado)

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Entrei para a tropa 1966, na 3ª. Incorporação desse ano (Julho) tive como destino o Quartel do CICA 4 em Coimbra tendo
tirado a especialidade de Condutor. Recruta e especialidade levou-me até Novembro altura que passei a ser Condutor Motor
Auto Rodas. Passando depois para o Porto onde estive algum tempo.

Ano 1966 - Nos primeiros tempos de tropa

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Ano 1966/67 - Mais fotos ainda dos primeiros tempos de tropa (Recruta e Especialidade)

Em Abril de 1967 sou mobilizado seguindo em Maio para a Amadora onde fui integrado no Batalhão 1918, na Companhia CCS, que estava destinado para comissão em
Moçambique e para a região do Niassa
Só embarcamos para Moçambique no dia 3 de Agosto de 1967 a bordo do navio "Niassa" e tal como sabíamos o nosso destino foi a zona do Niassa. Apesar de
pertencer à CCS do Batalhão fui muitas vezes para as Companhias 1413 e 1414, as companhias operacionais do Batalhão, onde estive como adido.

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Ano 1967 - Zona Niassa em plena operação Ano 1967 - Primeira foto tirada em Moçambique Ano 1967 - Preparados para as operações

Estive em várias regiões de Moçambique, uma vez integrei uma marcha de L. Marques para "Tenente Valadi" uma distância de cerca de 4.000Km, que percorremos em
24 dias e 24 noites.
Estive em várias operações, lembro-me até em 1968 véspera da Páscoa termos sido atacados às 23 horas, estivemos 1h45 minutos debaixo de fogo, uma das
situações mais perigosa e complicada, mas que felizmente para mim tive sorte.

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Ano 1967 - Num dia de partida para uma operação Ano 1967 - Posar para a foto antes de uma operação

Ano 1967 - Preparar o campo para se ter visibilidade Ano 1967 - Prontos para mais uma operação

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Ano 1967 - Numa das operações e já de regresso ao Aquartelamento matou-se um Gazela que depois serviu para termos "rancho melhorado"
Fiz serviço durante também algum tempo a percorrer as companhias de operações transportando o material para projectar cinema para essas companhias, cheguei
andar cerca de 500 Km numa semana.

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Ano-1967 - Descanso dos guerreiros

Ao fim de cerca de ano e meio na Zona do Niassa, o meu Batalhão foi transferido para Malema, também zona de intervenção. Estive ainda em Ribaué onde estive
cerca de 1 ano terminando ali a comissão.
A Companhia CCS à qual pertencia não teve baixas, o mesmo não podemos dizer das outras companhias operacionais do meu Batalhão que tiveram significativas
baixas, felizmente a mim tudo correu bem e com sorte nada sofri.

Ano 196 - Nampula descarregando um avião com mantimentos Ano 1968 - Com os meus camaradas num dia descanso

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Ano 1967 - Envio de correio desejando uma Páscoa Feliz Ano 1967 - À espera de correio da família Ano 1967 - Postal de Boas Festas enviado à família

Um dia em Nampula encontrei-me com o conterrâneo Joaquim "Pistola" e como não podia deixar de ser era sempre com alegria quando encontrava-mos amigos e
conterrâneos.
No termo da comissão encontrei-me com o Zeca "Moita" e com o António "Pistola" este já falecido. Em L. Marques encontrei-me com o Horácio Varão e com o Pedro
da Lapa que me foi ali visitar.
Também me em Vila Trigo de Morais encontrei-me com o António "Farrancha" e com o Eduardo Melo e também com o Manuel Félix.

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Ano 1968 - Com mais alguns camaradas a posar para a fotografia Ano 1968 - Mais um momento para escrever à família

Regressei à Metrópole no dia 12 de Setembro de 1969, embarcamos no porto de Nacala a bordo do navio "Niassa" a viagem até Lisboa durou 30 dias,
desembarcamos no porto de Alcântara no dia 11 de Outubro.

Ano 1969 - O navio "Nissa" atracar em Lisboa no dia do meu regresso Ano 1969 - No barco pela costa de Moçambique

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Nota Complementar

Cheguei à Metrópole ao cais de Alcântara em Outubro de 1969, um dia radiante de sol que nos deu as boas vindas em Lisboa, fazia
precisamente 26 meses que dali tínhamos saído, para cumprirmos um dever por terras Moçambicanas, que o fizemos com toda a
determinação e que muito fizemos por um povo e por uma terra que nos diziam ser portuguesa, quando na realidade era uma terra africana.
Percorri aquele país de norte a sul, tive a felicidade de para mim ter corrido tudo bem, o mesmo não puderam dizer outros meus camaradas
que partindo não mais regressaram.

* João da Silva Pinto (2011)

António Pinto Nunes *


Comissão em Angola 1970 - 1972
(Posto militar - Soldado)
Entrei para a tropa 1969, sendo chamado para a 3ª. Incorporação desse ano (Julho) tendo como destino o Quartel de RI.7 em Leiria onde tirei a recruta.
Após a recruta de duração de cerca de dois meses, em Setembro fui enviado para a cidade Torres Novas, incorporado para tirar ali a especialidade de atirador de
Artilharia pesada.
Depois de terminada especialidade e antes de ter terminado o ano, fui enviado para o RAL1 em Lisboa, tendo sido
colocado com adido eventual em Sacavém Aquartelamento do Material de Guerra, onde me mantive até Abril de
1970.

Em Abril desse ano fui mobilizado tendo como destino a província da Guiné integrado num Companhia de Artilharia.
Entretanto, a minha companhia ao qual eu pertencia seguiu para a Guiné, ficando eu na Metrópole, até que depois
saiu a ordem de eu embarcar para a Angola em sistema de rendição individual.

Embarquei para a Angola em Julho de 1970 a bordo do navio "Príncipe Perfeito", nessa altura integrado primeiro
numa Companhia de Caçadores dum Batalhão de Caçadores, mas depois e já em Luanda, tive como destino a
Companhia de Artilharia 2671, sediada na zona Norte/Leste de Angola, região bem ao norte de Henrique de Carvalho,
mais precisamente para o Aquartelamento de Mussuco onde também estava situada uma Missão Católica de freiras.

Mussuco estava situada bem junto à fronteira com o Congo, onde estive cerca de 18 meses, integrado nessa
companhia CART 2671, tendo efectuado muitas missões de reconhecimento, com algumas intervenções a nível de
combate, mas felizmente no que tocou a mim nada sofri.

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Ano 1970 - Em Mussuco (Zona Norte de Angola) Ano 1970 - Em Mussuco com a população local

Ano 1970 - Em Mussuco no Unimog das operações Ano 1970 - Mussuco com alguns camaradas

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Tivemos também muita intervenção em serviço das comunidades locais, nomeadamente construções de pontes, guarda a missões católicas e outras operações
mais ou menos relevantes.

Ano 1971 - Zona de Mussuco construção de uma ponte Ano 1971 - Zona de Mussuco matando a sede

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Ano 1971 - Zona de Mussuco pronto para o combate Ano 1971 - Quartelamento de Mussuco um momento de divertimento

Ao fim de cerca de ano e meio nessa zona, vim para a cidade de Luanda, onde estive cerca de dois meses, então sim tive o privilégio de encontrar o Tó "Rifona"
com o qual passei a encontrar-me com ele regularmente. Pena foi não termos tirado uma foto para registar estes nossos encontros.

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Ano 1972 - Aquartelamento de Santa Eulália (Zona Norte de Angola) Ano 1972 - Em Santa Eulália posar para a fotografia

Ano 1972 - Em Santa Eulália, local onde repousaram combatentes Ano 1972 - Em Santa Eulália, tratar das crianças

Quando pensava que ficaria por Luanda até ao termos da minha comissão, visto já estar com 20 meses, sou enviado desta vez para o norte, para integrar outra
Companhia de Artilharia na zona de Santa Eulália, onde me mantive no resto da minha comissão, mais de 5 meses e tal, ultrapassando em muito os dois anos
normais de comissão. Finalmente foi grande a alegria, quando ao fim desses 6 meses e tal, me foi dado ordens de regressar a Luanda para regressar então à
Metrópole.

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Ano 1972 - Dia de folga, com um colega de Aveiro Ano 1972 - Dia para escrever à família Ano 1972 - Dia para dar atenção às crianças

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Ano 1972 - Um dia de convívio com os meus camaradas


Regressei à Metrópole em fins de Setembro de 1972, regresso efectuado de avião, pois nessa altura já era o meio de transporte dos militares nas comissões
ultramarinas. Tendo feito de comissão mais cerca de três meses, por motivo de a minha comissão ser rendição individual que implicava na espera de transporte,
que se prolongava por vezes por semanas e meses.

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Ano 1973 - No ano seguinte depois de ter regressado, voltei a vestir o camuflado no dia da Festa de
Ano 1972 - Muito perto de regressar à Metropole Ano 1972 - Quando regressei à Metropole
São Sebastião, cumprindo assim dessa forma uma promessa que tinha feito antes de partir.

Nota Complementar

Apesar de ter passado grande parte da minha comissão na zona norte de Angola, local sempre de intervenção, posso dizer que tive
sorte, devendo registar que as companhias por onde passei, tiveram baixas significativas tanto a nível de combate como de doença.

* António Pinto Nunes (2011)

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Joaquim Zacarias Fernandes de Brito *


Comissão na Guiné 1972 - 1974
(Posto militar - Soldado)
Introdução
Sou natural de Alvôco da Serra, localidade vizinha da vila de Loriga. Fiquei ligado a esta hospitaleira vila Loriga, pelo casamento com Maria Natália Prata e, que a
partir de então passou a ser mais uma minha terra de adopção, pela qual também passei a ter um carinho especial e passei gostar dela como todos os
loriguenses dela gostam. Neste enquadramento, junto-me aos loriguenses nesta rubrica Guerra do Ultramar, para aqui também registar a minha passagem por
essa guerra, tendo em conta de me encontrar muito ligado a esta linda vila de Loriga.

Ano 1971 - Viseu, meu Pelotão na recruta


Fui à inspecção em 4 de Junho de 1970, tinha então 18 anos, como não podia deixar de ser, fui apurado. Entrei para a tropa no ano seguinte, tendo assentado
praça na última incorporação desse ano, mais precisamente no dia 18 de Outubro de 1971, tendo como destino o RI.14 na cidade de Viseu. Como curiosidade
quero aqui recordar que o meu ordenado na recruta (pré como de dizia na tropa) foi de 7$50.

No princípio do ano de 1972, segui para Abrantes para tirar a especialidade de Atirador de Infantaria, após a especialidade tirada fui de imediato mobilizado e
também de imediato fui fazer parte do I.A.O. em Santa Margarida. Gozei os 10 dias de licença mobilizadora, recebi 400$00 e ali estava eu pronto para seguir
viagem.

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Ano 1971 - Minha Caderneta Militar Ano 1972 - Embelema do meu Batalhão Ano 1972 - Chegada à Guiné

Fui mobilizado para a Guiné, incorporado no Batalhão de Caçadores 3883, ficando a pertencer à Companhia 3546 e colocado no 4º. Grupo de combate.
Embarquei em Lisboa de avião em 23 de Março de 1972 para Bissau. Quando cheguei fui para Bolama de Barco, estando lá alguns dias para acabar de tirar o
I.A.O.
De Bolama fui de barco para o Xime, e segui de coluna para Piche (zona leste) permanecendo nesta zona vinte e sete meses, repartidos entre Piche, Ponte
Caium e Camanjabá (para fazer segurança à ponte e às colunas que seguiam para Camajabá e Boruntuma), bem como, intervi em muitas operações por toda
aquele mata da zona leste.

- Piche - era o local aonde estava sediado o meu batalhão, passaram por lá vários conterrâneos (Zé Gouveia, Tó Ribeiro, Mário Pires e o meu amigo António
Santa de Alvoco da Serra.
- Ponte Caium - Uma ponte com quatro abrigos, dois à entrada no sentido de Piche e dois à saída no sentido Camajabá, com equipamentos de defesa (
morteiros 120, 81, 60 e metrelhadoras).
- Camajabá - Destacamento já com alguns civis, tendo como missão (patrulhamento, fazendo segurança à abertura da estrada para Boruntuma e protecção dos
civis).

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Ano 1972 - Ponte de Caium - Onde tinhamos os abrigos e respectivas coberturas Ano 1972 - Ponte Caium (uma jangada improvisada)

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Ano 1972 - Abrigo em Camajabá Ano 1972 - No mato sempre protegido Ano 1972 - Em Camajabá vala de protecção, caso de ataque

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Ano 1972 - Andava sempre bem acompanhado Ano 1972 - Ponte de Caium, Morteiro 120 Ano 1972 - Camajabá, à saída de um pontão

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Ano 1972-1973 - Os guerreiros também dormem, na cama ou em qualquer lugar

Nesta fotografia aqui documentada, tenho ao meu lado o "Shoné" o cão meu fiel amigo, nosso mascote (este cão merecia ser condecorado, estava sempre
presente na linha de combate e foi ferido gravemente) algumas vezes salvou a vida de muitos de nós.

Passei quase a totalidade da minha comissão na Leste da Guiné, bem dentro da zona de Intervenção, longe da civilização e em contacto permanente com o
perigo que espreitava a todo o momento, sempre armados até aos dentes, como se dizia na gira, porque a nossa defesa eram as nossas armas, as nossas
permanentes companhia, que temos a plena consciência de nos terem sido bem úteis nalgumas das muitas operações efectuadas, algumas mesmo bem
complicadas.
Era em Piche que estava sediado o meu Batalhão, a minha rotina era uma constante actividade entre Piche, Ponte Caium, Camajabá. A minha Companhia estava
em Camajabá aonde tinha por missão fazermos segurança à abertura da estrada, para Boruntuma construída pela Tecnil.
Volto novamente para Piche, aonde estava sediado o meu batalhão e a rotina era vira o disco e toca o mesmo (quando não estava riscado). Entretanto vim para
Bissau pensando que a minha missão estava cumprida, mas enganei-me …

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Ano 1972 - Com a minha lavadeira Ano 1973 - Piche, Ano 1972 - Ponte de Caium, num dia de folga
Com o meu amigo Zé Santos da Guarda
(Casado com uma Loriguense)
junto à população local

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Ano 1973 - Comendo a ração de combate com o Ano 1973 - Com os meus amigos Mortágua, Oliveira e Ferreira,
amigo Mateus, numa operação, para os lados brindando não sei ao quê.....
do rio Corubal.

A maior parte do tempo da minha guerra, foi sempre metido no mato, pensando eu muitas vezes "que mal fiz eu para merecer este castigo". Sou daqueles que
estão incluídos naquele patamar que podem dizer com angústia "comi o pão que o diabo amassou".
O meu Batalhão foi bastante afectado com baixas, só na minha Companhia tivemos seis, por isso, se pode ver a constante actividade a que éramos sujeitos e
zona de guerra onde estavamos.

Entretanto, chega o ano de 1974 e dá-se a Revolução dos Cravos, os ecos do dia 25 de Abril chegam também até nós, a expectativa é enorme e ansiedade
ainda é maior, nota-se o cheiro da liberdade, mas continuamos atentos, mesmo até com atenção mais desdobrada. Pensa-se que muito pode mudar, estou no
final da comissão e tarda o regresso, que parece a continuação do pesadelo.

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Ano 1973 - Em Piche, com o meu grande amigo Mateus de Santiago do Cacém Ano 1973 - Em Camajabá, conviver com os animais era nosso quotidiano

Ano 1973 - Em Camajabá, em frente ao abrigo (eram estas as nossas instalações) Ano 1972 - Postal de Boas Festas - Chegou à Metrópole um mês depois

Em Bissau estive-mos novamente em permanente actividade, a nossa missão consistia fazermos a segurança às principais e mais importantes infra-estruturas da
cidade.
Certo é, que as comissões militares na província da Guiné, por norma eram de um período compreendido de 17 a 21 mês, no entanto, o meu Batalhão ficou 27
longos meses, que me parecia nunca ter mais fim.

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O momento mais feliz que tive, foi quando o pesadelo acabou ao receber-se a mensagem que dava conta do meu regresso à Metrópole, com a viagem de avião
programada para o dia 23 de Junho de 1974. Só acreditei finalmente terminar todo esse pesadelo, que me acompanhava à mais de dois anos, quando por fim fiz
o espólio no RAI.1, (Encarnação) em Lisboa, saindo a porta de armas à civil (nem olhando para trás) finalmente me senti livre tal como um passarinho.

Nota complementar

Este meu registo são alguns dos meus escritos em papel, que os posso rasgá-los e esquecê-los.…( ninguém me perguntou se eu
queria ir para a Guerra, fui obrigado a aceitar) como tantos outros.
Mas na minha memória jamais os apagarei, vendo ao meu lado sucumbir companheiros e eu sem lhes poder valer. A eles presto a
minha sincera homenagem. Dou Graças a Deus, por ter regressado, para junto de todos, que ansiosamente aguardavam a minha
chegada.

O que é a guerra?.. "Uma profissão de bárbaro em que a arte consiste em se ser o mais forte em dado ponto." (Conde De Ségur)
* Joaquim Zacarias F. de Brito
(2011)

Carlos Félix de Moura *


Comissão em Angola 1967 - 1969
(Posto militar - Soldado)
Entrei para a tropa na última incorporação do ano de 1966, foi no dia 25 de Outubro, que dei entrada no RI12, para tirar a recruta. Fui depois para Amadora
tendo como destino o RI1, onde fui tirar a especialidade de atirador de infantaria.

Ano 1967 - Amadora final da especialidade

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Em 22 de Fevereiro do ano de 1967, terminei a especialidade e logo no


mês seguinte fui mobilizado, sendo integrado no Batalhão 1908 Companhia
1674, tendo como destino a província de Angola, para onde embarquei no
dia 15 de Abril desse ano, a bordo do navio "Vera Cruz" com a chegada a
Luanda no dia 24 desse mesmo mês.

Ano 1966 - Caderneta Militar Ano 1967 - Chegada a Bom Jesus (Angola)

Fomos colocados no Grafanil (Luanda) quartel onde eram sediadas os Batalhões e Companhias, que acabavam de chegar a Angola. Poucos dias depois fomos
deslocados para o norte para Bom Jesus, cerca de 300 Km. de Luanda, onde estive um ano.Era uma zona muito isolada, principalmente no tempo das chuvas,
tínhamos sempre problemas de abastecimento, que obrigava a ser efectuado por avião.
Foram muitas as operações efectuadas naquela zona, muitas verdadeiramente cansativas, passamos muito tempo pela mata, mas felizmente a sorte
protegeu-me conseguindo superar todas as dificuldades.

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Ano 1967 - Bom Jesus, momentos de abastecimento por via aérea


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Ano 1967 - Bom Jesus, Aquartelamento no meio da mata Ano 1967 - Bom Jesus, um dia de camaradagem

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Ano 1967 - Registo de dias de operações algures pelo norte de Angola


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Ano 1967 - Por vezes era só de Helicóptero, o meio de transportes para sair do Bom Jesus
Ano 1967 - Registo os meus dotes musicais

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Em Abril de 1968, o meu Batalhão foi deslocado para o sul ficando a minha companhia sediada em Novo Redondo. Então sim, estávamos muito melhores e
quando parecia que tudo ia bem, passado apenas dois meses de ali estarmos naquele local, fui castigado juntamente com um Alferes, tendo sido enviado para o
Leste de Angola, Alto Cuíto zona da frente de guerra, onde passei todo o restante tempo da comissão.
Esse castigo deveu-se, que quando estávamos na Vila D. Maria, perto de Novo Redondo, eu e o Alferes fomos a uma (tabanca) num "Kimbo" (Sanzala) tentar
comprar galinhas. Entretanto o Comandante formou todo o Batalhão, onde só faltávamos nós, ao chegarmos, o Alferes ainda me disse "para dizer que era o
condutor dia" só que o Comandante não engoliu a peta, fomos castigados e tal como disse enviados para a frente da guerra, onde comi o pão que o diabo
amassou.

Ano 1968 - Novo Redondo um dia de passeio e de laser

Ano 1967 - Foto do "Zé LóLó junto a uma "Berliete"

Fiz muitas operações por terras do Lesta de Angola, por vezes de dias e dias pela mata. Lembro-me que numa dessas operações que fizemos e quando
estávamos já bastante cansados, sentamo-nos naquilo que pensávamos ser um tronco, de repente começa a mexer, na verdade era uma enorme Jibóia, que
aqui documento em foto, apanhei cá um susto que durante dias não me esqueceu. Reagi-mos de imediato a lai vai fogo matando-a, que veio depois a servir de
refeição aos nativos locais de uma Sanzala ali bem perto.

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Ano 196 - Com a Jiboia após a termos morto


Uma outra complicada situação quero aqui relatar. Um dia eu e um camarada ao terminarmos o serviço resolvemos ir à caça para a refeição, não avisa-mos
ninguém pouco depois avistamos uma gazela e lá vai fogo, os tiros foram ouvidos no Aquartelamento, de imediato foi montado uma operação de defesa,
pensando que fosse um ataque, o que valeu foi um dos nossos colegas num local do aquartelamento mais bem colocado, nos ter avistado com a gazela às
costas e nos ter reconhecido de imediato no preciso último momento em que estavam para disparar. Felizmente tudo acabou em bem para esta atitude
irreflectida, claro, que não nos livramos de uma grande descompostura pelo nosso comandante.

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Ano 196 - A famosa Gazela que nos ia custando a vida


Levei da Metrópole um cão, que se revelou um autentico soldado, só que era racista, não podia ver um africano, manifestava-se logo e queria logo atacar. No
entanto. Era um verdadeiro vigilante e quando pressentia alguma coisa, não ladrava mas fazia tudo para se fazer compreender que algo se passava, acabou por
morrer mordido por um bicho.

Encontrei-me com o conterrâneo "Zé LóLó" tendo registado esse encontro com a foto que em cima registo, ele junto a uma "Berliete".

Regressei à Metrópole no navio "Vera Cruz", precisamente o mesmo barco que me tinha levado para Angola. Desembarquei em Lisboa no dia 3 de Julho de
1969, um dia lindo radiante de sol que nos deu as Boas-vindas.

Nota Complementar

Regressei feliz e contente, tendo feito mais três meses de comissão do que era supor, tudo relacionado por ter sido castigado e
mandado para o Leste da Angola, apenas e simplesmente por ter ocorrido aquela situação quando estava na região do sul em Novo
Redondo, ao me ter ausentado do Quartel, juntamente com o Alferes, sem autorização. Penso no entanto, que o que levou a ser-mos
assim severamente castigados, foi por nessa altura já estar a vigorar com certa rigidez a chamada guerra psicológica, com o RDM a
ser mais regido na sua aplicação ao militares a cumprirem as comissões nas Províncias Ultramarinas.
* Carlos Félix de Moura
(2011)

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Gabriel Lopes Pina *


Comissão em Moçambique 1971 - 1973
(Posto militar - Soldado)

Entrei para a recruta mo RI14 (Viseu) no dia 20 de Outubro de 1970, ficando portanto muito perto de
Loriga. No principio do ano de 1971 fui transferido para o BC5 em Campolide Lisboa, para tirar a
especialidade de Transmissões de Infantaria.

Nesse mesmo ano de 1971 fui mobilizado pelo RI15 de Tomar, tendo como destino a província de
Moçambique, mais concretamente METARGULA distrito do Niassa, para ali chegarmos utilizamos o
barco, comboio, camião e lancha visto que era uma ilha.

Ano 1970 - Primeiros tempos da minha vida


militar

Embarquei para Moçambique em Outubro de 1971, viagem efectuada no navio "Niassa". Sabendo que nesse mesmo barco embarcou
também o António José (Senhora Ilda do talho) marido da Lúcia Lucas, levei cinco dias para o encontrar. Na maioria das noites dormi ao
relento, pois o sitio recomendado e destinado na viagem era do pior que possam imaginar.

Adeus terras da Metrópole


Que eu vou pró Ultramar
Não me chorem, mas alegrem-se
Que eu hei-de regressar
Ano 1971 - Quadra muito usual na época

Ano 1971 - "Niassa" o barco da viagem

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Na altura o meu primo Tó Rifona estava em comissão em Luanda (Angola) como se sabia que os barcos para Moçambique faziam normalmente escala
nessa cidade, a minha tia Palmira (sua mãe) pediu-me para lhe levar umas chouriças, que me prontifiquei levar. Já no decorrer da viagem diziam-me que
havia um cheiro nauseabundo no sítio da minha bagagem, na realidade isso acontecia, verifiquei e eram então as chouriças que se estragaram e deitavam
esse cheiro, foi tudo deitado ao mar e até os peixinhos se devem ter queixado com tão horrível presente.

Ano 1971 - Quartelamento de Metargula Ano 1971 - No meu posto de serviço sempre activo

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Ano 1972 - Momentos de pensamentos para a Irene (namorada) Ano 1972 - O guerreiro posando para o retrato

Na chegada a Lourenço Marques, eu e o António José fomos dar um passeio, nisto vejo o Carlos "Verdasca" com um familiar, dei conta da minha visão ao
António Zé e ele nem queria acreditar. Entramos no Restaurante e era mesmo ele na companhia de um familiar, ofereceram-nos o jantar, apanhamos uma
bebedeira que confundimos uma chaminé de uma padaria com o barco, o que nos provocou um atraso que quase impedia a continuação da nossa viagem,
lá baixaram uma escada de corda e lá seguimos ainda entrar no barco.

Ano 1972 - Refeitório (hora do "tacho") Ano 1973 - Exposição de minas dos mais variados formatos, já desactivadas e que tinham
estado activadas para aleijaram muitos de nós

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Ano 1973 - Não sendo aviador mas era capaz de colocar Ano 1973 - Testando o avião vendo ao longe o horizonte,
no ar aquele gerigonça do avião da Metrópole, só apetecendo fugir

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Ano 1972 - A falar para a rádio (envio de mensagem) Ano 1972 - Mina anti-carro ainda activada trabalhos de desactivação

Passei uma comissão sem grandes atropelos o meu maior medo era que acontecesse alguma coisa ao António Zé, pois do sitio onde me encontrava via
os ataques ao quartel dele, e por via rádio recebia muitas vezes más noticias.
Fizemos a viagem juntos até aquela zona em Moçambique, estivemos em comissão muito próximo um do outro, por estranho que pareça não tivemos
oportunidades de encontrarmo-nos. Mas na única oportunidade que isso aconteceu passei por ele e não o reconheci, pensei que tivesse abalado, quando
os meus colegas me disseram que ele estava barbudo como o Pai-Natal e por isso não o reconheci. Por falta dessas oportunidades não tenho por isso
registo de fotografia com o António Zé (talho).

Ano 1972 - Os guerreiros também merecem descansar

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Nota complementar

Regressei à Metrópole em Outubro de 1973, precisamente dois anos da minha chegada ali, para cumprir o meu dever.
Tive a felicidade de para mim ter corrido tudo bem, o mesmo não poderão dizer outros de uma guerra que nem sabias
muito bem o porquê de existir e à qual demos parte do nosso precioso tempo da nossa juventude. Passei à
disponibilidade em 16 de Novembro de 1973

* Gabriel Lopes Pina (2011)

José Mendes de Pina *


Comissão em Moçambique 1963 - 1966
(Posto militar - Soldado)
Assentei praça em 5 de Maio de 1963, no RI 5 nas Caldas da Rainha, juntamente como o António José Leitão e o António M. Pereira
(Cebola). Fui depois para Mafra tirar a especialidade de Transmissões de Infantaria, que durou um pouco mais de dois meses, onde me
encontrei novamente com o conterrâneo António José Leitão.

Ano 1964 - Com dois camaradas vaidosos por estramos em pose


Fui mobilizado pelo RAL.1 em Outubro de 1963 tendo como destino a província de Moçambique, para onde embarquei no navio "Niassa" em
23 de Novembro desse ano.
Fui incorporado na Companhia 561 do Batalhão 562, que foi sediada em Tete (Furancunco), uma zona que no primeiro ano de comissão não

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teve movimentação de guerrilha, que só se veio a manifestar já no segundo ano em 1965, nessa altura já tínhamos uma certa experiência,
bem conhecedores e integrados a nível ambiental na região, que foi muito importante e fundamental para um meio de controlo eficaz a todos
os níveis.

Ano 1964 - Trabalhos comunitários construção de estradas Ano 1964 - Trabalhos comunitários o do centro
é o meu cunhado J. L. Martins que vive em Loriga

Tinha como camarada e com a mesma especialidade José Luís Martins conhecido pelo (bigodes) também natural do nosso Distrito da
Guarda. Este camarada pede-me para lhe arranjar uma madrinha de guerra. Aconselhei a minha irmã Isabel, daí ter nascido o casamento e
hoje ser meu cunhado, que veio a ser o obreiro para a construção do prédio "Cor-de-rosa" no Bairro das Penedas" em Loriga, onde se
radicou, depois do regresso da França, onde ele e minha irmã estiveram emigrados durante alguns anos, onde ainda lá vive a filha e netos.
Com estávamos numa Zona em que a guerrilha não era expressiva, a nossa comissão foi praticamente toda ela dedicada ao serviço de
Psicossocial em prol da população autóctone, que para além de muitos trabalhos em construção e conservação de estradas e povoações,
algumas das operações de actividade operacionais efectuadas eram em missão de reconhecimento. Também fazíamos alguns espectáculos
dirigidos à população civil, onde muitas da vezes coloquei os meus dotes artísticos, por isso ser conhecido por "Pina do Diabo".

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Ano 1965 - Limpeza das armas Ano 1965 - O meu Pelotão da Companhia 561

Os aerogramas era o meio de correspondência grátis para os militares, muito utilizado para se corresponder com a família e com outros
camaradas. Para o efeito todas os aquartelamentos, batalhões, companhias, destacamentos etc., tinham um número SPM (Serviço Postal
Militar) o da minha companhia tinha o número 1794. Apenas como registo e para recordar, aqui transcrevo um aerograma, que guardo como
recordação e que enderecei ao António José Leitão em 22/09/1964, que cumpria a comissão na província do Zambeze.

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Alguns apontamentos da transcrição deste aerogranma


Para: António José Leitão 1º Cabo nº 1484/63 SPM 1694
De José Mendes Pina Soldado nº 966/63 SPM 1794

"Furancungo 18/06/1964: Amigo António José cá recebi o teu estimado aerograma e nele vi tudo quanto me dizias, o que mais estimei foi
a tua saúde, eu também graças a Deus com boa saúde. António José recebi o teu aerograma foi coisa que nunca esperava fiquei muito
contente ao receber o teu aerograma pois ao menos já me fico a corresponder com mais um amigo da terra……….. Já que te escreves
com o "Rápido" e o Ferrão pedia-te o favor de me mandares as direcções deles. …. Eu também me escrevo com o José Fontes e para já

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te envio a direcção. José Pinto Fernandes 1º Cabo Enfermeiro nº 2253/63 SPM 1814 etc.. etc.. etc.."
***
Regressei à Metrópole no dia 4 de Abril de 1966, viagem efectuado no navio "Quanza" completando em Moçambique 28 meses de
comissão ultrapassando em muito os normais dois anos que pertenciam.

Nota Complementar

Regressei do Ultramar com o dever cumprido, de muito ter feito a favor das populações locais e ao mesmo
tempo de ter regressado em bem. Voltei a Loriga para o meu trabalho na fábrica de lanifícios Nunes &
Brito, dentro de mim começou a surgir a ideia de emigrar o que aconteceu em 1969, numa rocambolesca
viagem para a França, por culpa de um passador, que é caso para dizer, "comi o pão que o diabo
amassou" mas consegui ir em frente, talvez preparado ainda com muita da minha força dos meus tempos
do Ultramar.
Deixei a França em 1994, regressando a Loriga, explorei o Café Neve, e entretanto reformei-me. Hoje
continuo levando uma vida saudável com longos passeios pelos caminhos rurais da nossa Loriga, que não
deixo de assinalar com montinhos de pedras, para que outros não se percam nos matagais.
* José Mendes de Pina (2010)

José Brito Calado *


Comissão em Moçambique 1971-1973
(Posto militar - Soldado)
Entrei para a tropa em 5 de Julho de 1971, assentando praça em Coimbra no RAL 2 CICA4, onde também tirei a minha especialidade de Condutor de pesados.
Fui mobilizado logo a seguir de tirar a especialidade, tendo como destino a província de Moçambique para onde segui em 16 de Novembro de 1971.

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Ano 1971 - Coimbra, tempos da recruta

Ano 1971 - Coimbra, dia do Juramento de Bandeira

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Ano 1971 - Coimbra, meu pelotão da recruta Ano 1971 - Coimbra, Com alguna camaradas da recruta

A viagem para Moçambique foi já efectuado de avião, nessa altura, o transporte dos militares já se estavam a realizar via aérea, bem como, o regresso também
foi efectuado por essa via, assim era evitada a longa viagem de navio, que para aquela província ultramarina chegava a durar cerca de doze a quinze dias.
Cheguei a Moçambique tendo ficado sediado na bela cidade da Beira, tendo a especialidade de condutor, como é fácil de compreender e estando numa cidade,
estava sempre em actividade, tendo a maioria das minhas missões sendo desencadeadas a favor comunitário, a nível das localidades e suas populações.

Ano 1971 - Cidade da Beira, o avião que me transportou Ano 1972 - Moçambique, com uma das viaturas que conduzia

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Ano 1972 - Moçambique, numa operação algures por terras Moçambicanas - curioso já ser tirada a cores esta foto
Na Beira encontrava-se também a fazer a comissão o conterrâneo José Jorge, que era Policia Militar e com o qual me encontrava, no entanto, não tenho o
registo em fotografia. Tive uma comissão por terras Moçambicanas, que de certa maneira poderei dizer não ter sido muito má, o mesmo não podem dizer muitos
de outros nossos camaradas que nem todos tiveram sorte.

Ano 1972 - Perto da Beira, numa operação Ano 1972 - Perto da Beira, ao serviço da comunidade

O meu irmão António passou na cidade da Beira em Outubro de 1973, quando da sua viagem de barco para Macau, onde cumpriu a sua comissão. Estando eu
nesta cidade da Beira, lamentavelmente não nos encontrarmos por falta de alguma informação que não chegou até mim, nomeadamente de pessoas lá na Beira.

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Ano 1972 - Beira, Com a viatura que conduzia Ano 1973 - Beira, usando os meus dotes de culinários
Ano 1972 - Beira, com um macaquito

Nota Complementar

Decorria o Ano de 1973, quando com alguma surpresa recebi a notícia da mobilização do meu irmão António, para a província de Macau. Segundo se
sabia não podiam ser mobilizados dois irmãos, no entanto, isso aconteceu na minha família, eu estava em Moçambique e o meu irmão é também
mobilizado, só que o destino dele foi para o longínquo Macau, onde fez os dois anos da sua comissão. Por isso se pode compreender, se leis existiam
não eram para todos.

* José Brito Calado (2010)

António Moura Pinto *


Comissão em Angola 1974-1975

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(Posto militar - Soldado)

Entrei para a tropa em 20 de Outubro de 1973, na Guarda onde fiz a recruta que terminei em 3 de Janeiro de
1974, seguindo no dia seguinte para Lisboa com destino ao BC.5 (Campolide) para tirar a especialidade de
Transmissões e onde fiquei até Junho desse ano.
Entretanto, acontece o 25 de Abril a chamada Revolução dos Cravos, começando então a viver-se uma nova era
em Portugal, começou até já a ser imaginativo em muitos, que com a mudança politica, provavelmente iria ficar
suspensa o envio das tropas com destino ao ultramar português.
Certo que nada disso se passou e, em Junho sai a minha mobilização, com destino Angola, tendo em 1 de Julho
seguido para Santa Margarida, no sentido de ser integrado na Companhia de Cavalaria 8440, tendo-me ali mantido
cerca de um mês.
Em 1 de Agosto de 1974, embarquei para Angola num avião da TAP, nessa altura os transportes de tropas já
estavam a ser efectuadas via aérea, terminando aquele calvário do transporte por barco, que por norma demorava
cerca de 10 dias até chegar àquela província portuguesa.

Chegamos a Luanda, tendo a viagem decorrido em cerca de 8 horas, logo à saída do avião veio-nos o cheiro de África, por momentos parecíamos
surpreendidos, que ainda oito horas atrás estávamos em Lisboa e ali estávamos nós para enfrentar o desconhecido.
Tivemos com destno o norte de Angola, ficando a minha Companhia 8440, sediada na Fazenda da "Maria Fernanda" (Carmona) numa zona bem a
100% operacional e ondei nos mantivemos durante 4 meses.

Ano 1974 - Destacamento "Fazenda Maria Fernanda" norte de Angola

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Ano 1974 - Embelema da Companhia

Ano 1974 - Norte de Angola com colegas Ano 1974 - Noma operação norte de Angola

Foram várias as operações militares em que entrevi, praticamente todas elas de reconhecimento, no entanto, a minha Companhia registou 4 baixas
mortais, todas elas motivadas por acidente. Uma das mortes aconteceu mesmo ao meu lado, quando a "Berliete" em que viajávamos apanhou um
buraco, que projectou o nosso furriel e o fez cair e ser de imediato apanhado pelo rodado da viatura, ficou gravemente ferido mas morreu logo depois.

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Ano 1974 - Norte de Angola, no posto de vigilia Ano 1974 - Norte de Angola, escrevendo dando noticias á família

Ano 1974 - Norte de Angola, uma viola para matar saudades Ano 1974 - Norte de Angola, o dever de proteger a população

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Ano 1974 - Norte de Angola, missão e dever de proteger a população


Ao fim de quatro meses no norte, fomos transferidos para Nova Lisboa (hoje Huambo) para o Quartel 21, onde estivemos também cerca de 3 meses
(Novembro 1974 a Fevereiro 1975).
Durante a minha comissão não tive a sorte de me encontrar com colegas militares loriguenses, no entanto, em Nova Lisboa (hoje Huambo)
encontrei-me com o senhor António Moura Pinto, que ali estava radicado, em Luanda encontrei o nosso bem conhecido conterrâneo José Paixão que
ali vivia e trabalhava.

Ano 1975 - Nova Lisboa, sempre atendo com o dever de vigiar

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Ano 1975 - Quartel 21 em Nova Lisboa, como é de reparar, curioso é já ter algumas fotos a cores que na época era um luxo
Os ecos da independência já se faziam sentir, as negociações já estavam a decorrer, nós sentíamos já esses efeitos, por isso era um viver de
expectativa e de certa ansiedade, mesmo parecia já termos sempre presente que já não seria por muito mais tempo que iríamos estar em Angola.
De Março a Outubro de 1975, fomos enviados para Benguela, mais ao Sul de Angola, onde passei os restantes 8 meses da comissão, quando nessa
altura já estava em curso as transferências das unidades militares portuguesas para os Movimentos Revolucionários.

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Ano 1975 - Benguela, momentos de divertimento Ano 1975 - Benguela, gozar um tempo de praia

Ano 1975 - Benguela, lendo as revistas da ocasião Ano 1975 - Benguela, gozar o merecido descanso

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Ano 1975 - Benguela, posar para o fotografo Ano 1975 - Benguela, com um meu camarada dia de "farra"

Regressei à Metrópole em 26 de Outubro de 1975, regresso também efectuado de avião, precisamente quinze dias antes do dia 11 de Novembro de
1975, o dia que foi proclamada em Luanda a independência de Angola.

Nota Complementar

Pertenci a um dos últimos bastião da campanha da guerra colonial, passamos a nossa comissão em terras de Angola já
debaixo da Liberdade que tinha surgido com o 25 de Abril, por esse motivo notamos sempre uma grande tensão que não
sabíamos como iria terminar.
Ouviu-se dizer que o nosso exército perdeu a guerra que se arrastava acerca de 14 anos, mas não é verdade, a guerra se
foi perdida foi pelos políticos de antes e depois do 25 de Abril, nós o militares demos tudo o que tínhamos e parte das
nossas vidas com sacrifícios e privações, mas com a certeza de termos contribuído para o progresso dessas terras
angolanas e suas populações.

Regressamos ao nosso cantinho na Europa, cientes do dever cumprido, nessa altura vivia-se também pelo nosso país
* António Moura Pinto (2010) tempos conturbardes, fruto de uma definição que levou algum tempo a impor-se.

António Brito Calado *


Comissão em Macau 1973-1975
(Posto militar - Soldado)

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Entrei para a tropa em 6 de Fevereiro de 1973, tendo assentado praça no Regimento de Infantaria 14 em Viseu.
Depois de completar a recruta fui transferido para Évora para tirar a especialidade de atirador de artilharia de
"obuses" 8-8 e 14.
Após ter tirado a especialidade fui promovido a primeiro-cabo tendo sido transferido para o RAL1- Rotunda da
Encarnação em Lisboa, onde vim a ser mobilizado.

Quando se entrava para a tropa, nessa altura, na mente de todos nós, estava sempre presente a ideia de que ao
sermos mobilizados lá iríamos parar a Angola, Moçambique ou Guiné, as três frentes da guerrilha. Por conseguinte
foi com enorme surpresa ao ser mobilizado para Macau.

Ano 1973 - A bordo do navio "Timor"

Depois da confrontação de ter com destino o longínquo Macau, seguiram-se os dias de ansiedade e ao mesmo tempo uma enorme curiosidade, ao
mesmo tempo numa certa expectativa de como me iria dar do outro lado do mundo bem junto à China, países de outras culturas, de usos e costumes
bem diferentes da Europa e África.

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Ano 1973 - O "Ti António Farias" a fazer-me a última barba antes da partida para Macau Ano 1973 - Procissao de S.Sebastião já mobilizado

Dizia-se na altura, que existia uma lei, que dois irmãos não se podiam juntar a cumprir comissão no Ultramar, só que parece que essa lei não era para
todos, porque o meu irmão José ainda estava a cumprir a sua comissão em Moçambique e eu fui também mobilizado.

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Ano 1973 - Viseu, primeiros dias de tropa, na foto lado direito está também o meu cunhado António
Embarquei para Macau no navio "Timor" em Outubro de 1973, sabíamos que iria ser uma viagem de cerca de um mês com escalas em vários portos
ultramarinos. Uma dessas escalas foi na cidade da Beira (Moçambique) onde se encontrava o meu irmão a cumprir a sua comissão, por isso, até levava
comigo uma encomenda. Só que por motivos imprevistos e ainda por falta de colaboração de algumas pessoas, não foi possível o ver, o que me marcou
para sempre e muito lamentei.

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Ano 1974 - Macau, Cartão de Livre trânsito usado em Macau

Ano 1973 - Évora, a tirar a especialidade Ano 1974 - Macau, ainda tempo para acrobacia

Chegamos a Macau em Novembro de 1973, ficamos sediados no Quartel da Guia o ponto mais alto de Macau, desde logo notamos a diferença tal como
esperavamos, na realidade estavamos noutro mundo, noutras terras, com outras gentes e outros usos e costumes, que nada parecia fazer lembrar a
Europa.

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Ano 1974 - Macau, Dando tiro de salva (Quartel da Guia) Ano 1974 - Macau, Com o Tenente Graca na festa do Natal no Quartel

Ano 1973 - Dili-Timor, escala nesta cidade ainda houve tempo para um jogo de futebol Ano 1974 - Macau, descanso do guerreiro

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Ano 1973 - Macau, pouco tempo depois da chegada Ano 1974 - Macau, "taxista" à moda chinesa

Ano 1974 - Executante de timbalão na Fanfarra Militar

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Ano 1974 - Macau, junto do famoso casino desta cidade Ano 1974 - Macau, futebol Futsal entre oa camaradas

Ano 1974 - Macau, o famoso monumento de referência desta cidade Ano 1974 - Macau, era assim o porto-mar

Regressei à Metrópole em Maio de 1975, onde já há um ano se vivia a liberdade depois da revolução dos cravos no 25 de Abril de 1974. Viemos
encontrar o país um pouco confuso e ainda sem um rumo definido. Quando partimos de Macau, tinha-mos já conhecimento que em Timor também já se
estava a viver uma certa instabilidade de fraqueza, que veio a culminar, quando logo a seguir de o governo português ter dado a independência nas outras
províncias ultramarinas, forças militares indonésias invadiram a 7 de Dezembro de 1975 aquela antiga colónia portuguesa, que eu conheci e a passei a
recordar por ter ali passado, quando fui para Macau..

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Nota Complementar

Não estive nas províncias com o cenário de guerra. A minha comissão em Macau resumia-se numa presença militar
numa da província do império português além-mar, neste meu caso bem lá longe. Contribuí com algum tempo da minha
mocidade a favor da Pátria, em terras que se diziam também ser Portugal, que apesar de terem usos e costumes
diferentes, estou convicto de em certa forma, termos também contribuído para o bem-estar dessas terras e suas
populações.

Recordo que Macau foi o último bastião do império português, passando para Região Administrativa Especial da
República Popular da China, nos primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999, deixando a
partir desse dia de pertencer a Portugal que a colonizou durante mais de 400 anos. No entanto, por aquilo que conheci
enquanto lá estive, estou certo que algo da presença portuguesa se manterá para sempre enraizada naquela antiga
província portuguesa hoje terra chinesa.
* António Brito Calado (2010)

Carlos Alves Brito *


Comissão em Angola 1967-1969
(Posto militar - Soldado)

Assentei tropa na Guarda em Abril de 1967, onde fiz a recruta. Fui depois para Amadora para o Regimento de
Infantaria 1, onde tirei a especialidade de armas pesadas (MG) de Artilharia.
Fui mobilizado em Setembro de 1967, tendo seguido para Torres Novas para ser integrado na Companhia de
Artilharia 1764, do Batalhão de Artilharia 1928 "Os Arietes", que tinha como destino a província de Angola, para
onde embarcamos no navio "Niassa" no dia 10 de Outubro desse ano, tendo desembarcado em Luanda no dia
22 desse mês.
Alguns dias em Luanda no Quartel do Grafanil e no dia 29 foi efectuada a viagem do nosso Batalhão com
destino para a região São Salvador, norte de Angola, ficando a minha Companhia 1764 sediada em Pangala
zona fronteiriça com a RDCongo.

Tinha-mos a responsabilidade de uma área extensíssima (um losango com eixos de 50x40 Km.), sem informações houve que desenvolver um
esforço de cobertura com saídas permanentes em normalizações e emboscadas de tal ordem, que durante o período se consumiram cerca de
18.000 rações de combate em 16 meses.

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Ano 1967 - Simbolo do Batalhão 1924 Ano 1967 - Acampamento de Pangala

Ano 1968 - Numa operação algures no norte de Angola Ano 1968 - Perto de Pangala com meus colegas Lopes e Raimundo

Não foi só na zona da nossa responsabilidade que fazíamos operações, como também, executamos outras várias operações e algumas de
grande duração na falda W da Serra da Canda, o que granjeou à Companhia o cognome de "Os Arietas do Canda"
Mesmo assim a actividade da minha Companhia por aquela paragem do norte de Angola, não se limitou no campo operacional, apesar do pouco
tempo disponível para outras actividades, mesmo assim, executamos várias obras que contribuíram para o nosso bem estar e das populações,
como foi o caso da instalação eléctrica, esgotos (reparação sanitárias), tanques para a lavagem de roupa, cozinha, captação de água, postos de
vigilância (reparação de alguns e feitos outros), colocação de arame farpado etc..

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Ano 1968 - Pangala, ao serviço da comunidade Ano 1968 - Pangala, serviço de Rádio único contacto com o mundo

Ano 1968 - Pangala, hora do banho no rio

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Ano 1968 - Pangala, lugar simbólico que construímos no nosso aquartelamento


Em Março de 1969 fomos transferidos para Beu, passando a minha Companhia 1764, a ter a responsabilidade de uma ZA totalmente diferente
de onde estávamos. Com uma área aproximada a 5.000 Km2 (aproximadamente a área do Minho) e uma população na ordem das 20.000 almas
dispersas por cerca de 120 Sanzalas, houve que nos adaptarmos à nova área o que não foi fácil.

Ano 1968 - Pangala, lavando a roupa Ano 1968 - Pangala, os lençois já lavados Ano 1968 - Pangala, água potável

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Ano 1969 - Beu, Com os colegas da secção

Ano 1969 - Beu, Fazer a "tosquia" Ano 1969 - Pangala, num Gipe a precisar de reparação Ano 1968 - Pangala, perto do aquartelamento

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Apesar de termos estado sempre em Zonas de grande intervenção, a minha Companhia apenas teve duas baixas, com a morte de dois dos
nossos colegas por acidente, aliás, o total da baixas ocorridas no nosso Batalhão foram 5 e todas elas de acidente. Dois na minha Companhia
1764, dois na Companhia 1763 e um na Companhia 1765.
Quando termina-mos a comissão, todos os da minha Companhia chegamos à conclusão de nos dar-mos por felizes de só terem morrido dois dos
nossos colegas, tendo em conta a campanha de muitas operações pelos matos, frequentes colunas de reabastecimento por perigosas "picadas",
com várias missões de risco e combate e também de muitas rações de combate que tivemos que comer, não há dúvidas que a minha Companhia
foi feliz.

De regressei à Metrópole e ainda em Luanda encontrei-me ali com o Tó Pina, filho do senhor Joaquim Almas e em Dezembro de 1969 chegava a
Lisboa a bordo do navio "Império".
Nota Complementar

Quando cheguei à Amadora encontrei-me com o amigo Adelino Pina "Palha" na altura já mobilizado e prestes a
embarcar com destino a Angola, de onde eu acabava de chegar.

Só depois de já estar na Metrópole, a que comecei a recapitular todo o passado desde há dois anos para atrás,
quando do meu embarque de Lisboa, como que parecia estarmos a dar um "salto" para o desconhecido e como iria
decorrer a nossa permanência em Angola.
Nessa dúvida que tínhamos à partida e que pairava em todos nós sobrepunha-se numa certeza, de que estávamos
dispostos a dar tudo por tudo, a oferecer o melhor do nosso esforço e boa vontade, do nosso poder e saber, fosse
onde fosse e fosse em que circunstâncias fossem, em prol da Paz e do Progresso de Angola e Portugal. Realizamos
impossíveis, ultrapassando-nos a nós próprios, sofremos sacrifícios inumeráveis, suportamos privações de toda a
ordem, mas a fundamental missão que nos foi confiada cumprimo-la, temos a certeza disso, com honra e galhardia e
* Carlos Alves Brito (2010) orgulhosamente atingimos o termo de dois anos de comissão em plena consciência do dever cumprido.

António José Cabral Leitão *


Comissão em Moçambique 1963-1966
(Posto militar - Cabo)

Entrei para a recruta na Caldas da Rainha em Maio de 1963 juntamente com o Zé Pina (Sabanico) e o António Pereira
"Cebola". Um quartel impecável novo com boas louças das Caldas, muita limpeza e também muito suor durante toda a
recruta. Dali parti para Mafra para tirar a especialidade, foi um tremendo choque, quartel velho, escuro, húmido, com uma
taxa de ocupação tremenda e muito má comida. Ali me encontrei com o Zé Alberto Urtigueira e também e uma vez mais
com o Zé Pina "Sabanico".
Tinha a especialidade de transmissões. Todas as estradas daquela região de Mafra foram por mim calcorreadas de arma
e rádio na mão em muitos exercícios intermináveis, muita fruta surripiamos por todas aquelas quintas de noite e de dia.
Como era de esperar depois da recruta e feita a especialidade fui mobilizado, sendo enviado para Cavalaria 7 na Ajuda.
Depois foram dez dias de instrução nocturna entre a Trafaria e a Fonte da Telha, para estarmos prontos para a guerra
colonial.

O meu Batalhão era o 571, do qual também faziam parte o Abílio "Rápido" e o António Ferrão. Embarcamos no dia 10 de Outubro de 1963 no navio
"Pátria", mas só soubemos que o nosso destino era Moçambique, quando estávamos em pleno alto mar.

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Ano 1963 - Partida de Lisboa do navio "Pátria" Ano 1963 - Emblelema do Batalhão

Ao fim de 10 dias uma paragem em Luanda, e então sim sintimos pela primeira vez o cheiro da África. No outro dia seguimos viagem para
Moçambique onde chegamos no dia 28 a Lourenço Marques, tendo aí ficado o António Ferrão, que como era condutor, ficou ali para se treinar no
trânsito pela esquerda e nós lá seguimos ao longo da costa com destino a Nacala.
Ao desembarcarmos em Nacala aguardava-nos uma terrível trovoada tropical, que nos obrigou a refugiarmo-nos debaixo do comboio ficando com as
nossas malas de cartão desfeitas. Nova viagem de comboio de longas horas até Iapala e depois novo transbordo desta vez para machibombos.
Por caminhos lamacentos e cheio de buracos atravessando rios e riachos e pontes e pontões lá chegamos finalmente. Tendo o Abílio "Rápido" ficado
no Alto Molocué onde ficou a sua companhia 568, a 1ª. do Batalhão, seguindo eu para Mocuba onde fcou sediado o Comando do Batalhão -
"Mocuba terra de raça onde os caminhos se cruzam e a Zambézia se abraça".

Ano 1963 - Hospital de Mocuba Ano 1964 - Mocuba com um Tigre

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Ano 1964 - Mocuba dando noticias à família Ano 1965 - Mocuba fui Àrbitro num desafio
futebol Norte-Sul (1-3) auxiliares Juvenal e Barros

Ano 1964 - Mocuba no refeitório Ano 1964 - Mocuba ano da Taças das Taças que o Sporting ganhou

No Alto do Molocué havia um Hospital de Leprosos onde estava um loriguense Artur Pinto, na altura Frade. Em Mocuba vivia o loriguense António
Ribeiro e estava ali sepultado o seu irmão Fernando Ribeiro que tinha morrido num acidente de motorizada, assim como, também vivia ali um senhor
irmão do senhor João Galvão de Valezim, que sendo comerciante de sapataria era muito popular e muito entusiasta de desporto local como árbitro e
dirigente. Tinham duas filhas muito simpáticas, que frequentavam a vida social local.
Felizmente na zona onde estava-mos sediados, a guerrilha foi pouco expressiva, aliás, desde que chegamos e durante um ano ainda não se tinha
manifestado, o que só aconteceu já no meio da nossa comissão, nessa altura toda a nossa experiência e ambientação à região foi de facto
fundamental para levarmos sem problema o resto da comissão. No entanto, o meu Batalhão registou dois colegas mortos, um de doença e outro de
acidente.

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Ano 1964 - Ponte Lugela com António Ferrão Ano 1964 - Mocuba lendo o Jorna "A Neve" Ano 1964 - Ponte Lugela sobre o rio Lugela

Ano 1965 - Mocuba assistindo a um jogo de futebol Ano 1964 - Mocuba servindo na Messe dos Oficia (Dia de Festa)

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Ano 1965 - Quilimane apoiando a Académica de Coimbra de visita a esta cidade Ano 1965 - Despedida ao Sargento Pereira

Ano 1964 - Mocuba Uma Sanzala vizinha Ano 1964 - Mocuba Limpeza às camas (caça aos Percevejo)

Na altura na região nasceram duas crianças gémeos siameses, tendo a noticia circulado bem depressa, os médicos militares e locais viram-se assim
perante uma situação, que na altura os meios ainda não eram avançados, para fazer a operação de separação. Foi levada a efeito a operação por
um grande médico de Moçambique auxiliado pelos médicos militares, na realidade, era uma situação muito complicada e de alto risco. A operação
veio a confirmar esse risco, terminou sem êxito com as crianças a falecerem pouco depois.

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Foto das crianças gémeos siameses


Quando fomos para o Ultramar e começamos a nossa comissão, na altura, ainda não se usavam os fatos camuflados, que só os viemos a ter já
íamos com mais de um ano de estarmos em Moçambique.

Ano 1965 - Mocuba, confraternização com os meus camaradas Ano 1965 - Mocuba, quando começamos a usar o camuflado

Se para Moçambique tínhamos ido três loriguenses, eu, António Ferrão e Abílio "Rápido" na viagem de regresso viemos seis, pois também
regressaram connosco o Alferes José Carreira hoje no Brasil, o António Simão agora na América e José Fontes emigrante na Holanda.
Na viagem de regresso passamos pela Beira, eu e o António Ferrão tínhamos à nossa espera o nosso conterrâneo Zé Ferreira filho da senhora Júlia,

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na altura a prestar serviço militar na Força Aérea. Fomos também visitar o senhor Ramiro, casado com a senhora Filomena Moita, que trabalhava
nos caminhos de ferro, que nessa altura já ali se encontrava sozinho, visto que a sua mulher e filhas já algum tempo que tinham regressado para
Loriga.
O barco fez escala em Luanda, aproveitamos e visitamos alguns conterrâneos, o senhor Albano Neves e esposa, o senhor José Amaral e
encontramos também o Guilherme Firmino, que nos levou a casa da sua prima D. Aurora Prata, que não só teve a gentileza de nos convidar para o
almoço, como nos mostrou a linda cidade no seu "Carocha" .
Chegamos a Lisboa no dia 1 de Março de 1966.

Último convívio realizado em Sines 02/05/2009


Hoje os convívios anuais estimulam os tempos passados cheios de recordações.

***

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Nota Complementar

A minha guerra começou em 1962, quando os nascidos em 1942 se juntaram em Loriga, para o dia da inspecção.
Nesse ano houve a primeira inovação, pois o António "Abelha" resolveu alugar uma camioneta para o dia da inspecção,
seguindo-se uma segunda inovação, de pela primeira vez, que eu me lembre, não houve foguetes à chegada a Loriga,
porque todos concordamos que tendo começado a guerra em Angola o mais provável era a nossa mobilização para as
várias frentes que se pensava que viessem a surgir noutras colónias. O dinheiro que se havia de gastar nos foguetes
foi gasto num beberete na cave do Café "Neve" do "Ti Zé Maria".

Regressamos ao nosso cantinho na Europa, após cumprirmos a missão que a Pátria pedia para sacrificarmos as
nossas vidas, fizemos as nossas famílias sofrer, ganhamos amizades e eternas, que hoje os convívios anuais
estimulam.
Nós não perdemos a guerra, demos tempo a que os políticos de antes e depois do 25 de Abril, pudessem resolver o
* António José Cabral Leitão conflito a bem da Comunidade Lusíada. Conseguiram-no?.. "Cada um terá a sua resposta a História ainda não foi
(2010) escrita...."

António Brito Mendes *


Comissão em Angola 1967 -1969
(Posto militar - Soldado)

Entrei para a tropa em 3 de Maio de 1966, fiz a recruta na Carregueira linha de Sintra. Fui depois tirar a especialidade de Rádio
Telegrafista ao Porto onde estive até Agosto.
Depois da especialidade fui colocado em Sacavém a dois passos de casa, onde ia dormir a quase todos as noites. Para isso tinha
diariamente a respectiva autorização. Só que um dia pensei que não valia a pena estar a pedir a autorização, desenfiei-me, pois foi um
erro, correu mal e fui apanhado em falta. Tendo então apanhado 10 dias de detenção que foram suficientes para não ser promovido a
Cabo com me competia, o que penso ter sido uma injustiça, só por causa de apanhar esse castigo.

Fui mobilizado em Abril de 1967 e no mês seguinte embarquei no navio "Angola" com destino a Angola, fui em rendição individual, por isso
mesmo, a minha comissão só começou a contar quando cheguei aquela província ultramarina.

Estive no Zala norte de Angola, sendo incorporado na companhia de caçadores 1582 pertencente ao Batalhão de Caçadores 1892. Mais
tarde seguimos para o Leste de Angola onde fiz todo o resto da comissão.

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Ano 1968 - Posto Rádio em Hemrique Carvalho. Ano 1968 - Posto Rádio de destacamento de Chiluage.

Foram muitas as operações efectuadas por terras do Leste de Angola, apesar de termos tido alguns problemas, felizmente tudo correu bem à minha companhia e
mesmo aos pelotões nos quais também estive integrado. Lembro-me até de um dia termos tido um tiroteio infernal em Cangamba, mas felizmente não tivemos baixas
nem feridos.
O mesmo se não poderá dizer das outras companhias do Batalhão 1892, que durante a comissão tiveram 3 baixas, mas nenhuma delas em combate, uma de acidente
e as outras duas por doença.

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Ano 1968 - Com um Pelotão em patrulha de reconhecimento no Dala.


Ano 1968 - A transmissão de ocorrência
em plena operação algures no Leste de Angola.

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Ano 1968 - Em Chiluage com o Alferes Pinto de Sousa Ano 1968 - Em Chiluage com um Pelotão da Companhia
comandante do destacamento. Caçadores 1582, num momento de descanso.

Só me lembro ter encontrado um conterrâneo loriguense, creio que foi em Balacende, só que não me recordo já bem do nome, mas penso que se chamava António
Cardoso, infelizmente não registamos esse nosso encontro em fotografia.

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Ano 1968 - Em Henrique Carvalho com dois dos meus melhores Amigos Ano 1968 - No destacamento de Chibuage, o Pelotão num momento de descanso
Miguel (Penacova-Coimbra) e Costa do norte. com o Comandante Alferes Pinto de Sousa a tocar viola.

Ano 1968 - Na cidade do Luso (hoje


Luena)

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Ano 1968 - No Descamento do Cangamba, refrescando as gargantas para matarmos a solidão e o isolamento.

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Ano 1968 - Na passagem de nível na cidade do Luso (hoje Luena) na estrada que seguia para Henrique Carvalho. Conhecia esta cidade muito bem onde ia muitas vezes em serviço de escolta.
**
Regressei à Metrópole em Julho de 1969 (nesse mês descia na Lua o primeiro homem - Neil Alden Armstrong), a viagem de regresso foi no navio "Vera Cruz" que
demorou 9 dias de viagem até Lisboa. Cumpri 26 meses de comissão, as companhias por onde andei já tinham regressado por terem terminado a comissão, mas eu
como era de rendição individual ainda andei integrado por outros lados até terminar o meu tempo. Por isso, ter tido mais dois meses e tal de comissão quando o
normal pertencia 24 meses.

Nota Complementar

Poderia ter sido pior a minha comissão de serviço na guerra do Ultramar, como era Telegrafista tive que alinhar em muitas operações pela
mato e muitas das vezes estar destacado em destacamentos isolados, em que o único contacto que tínhamos com outros lugares era
através das comunicações pela via Rádio Telegrafista.
No entanto, marcou a minha vida militar aqueles 10 dias de detenção, quando o sistema era lesto a castigar, mas era lento a dar o valor e
não reconhecendo como valor o tempo que passamos nas nossas comissões, muitas vezes em operações pelos matos desconhecidos e a
convivermos de perto com o perigo e porque não mesmo com a morte.

António Brito Mendes


(Rádio Telegrafista)
* António Brito Mendes
(2010)

José Nunes Dias *


Comissão em Moçambique 1966-1968
(Posto militar - Soldado)

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Fui para a tropa em Abril de 1966, assentei praça em Coimbra, depois da recruta o meu destino foi o Porto onde tirei a
especialidade de condutor. Ao terminar a especialidade tive como destino Lisboa, para na Fábrica de Braço de Prata, onde fiz
serviço de impedido. Ainda nesse ano de 1966 fui mobilizado para Moçambique, para onde embarquei em Outubro no navio
"Império".
O meu destino foi o norte de Moçambique, integrado na Companhia de Caçadores 1618 conhecida como "Toupeiras da Selva".
Quando chegamos a Moçambique seguimos ainda de barco até ao Porto Amélia e depois fomos para a região de Cabo Delgado
- Mutamba dos Macondes (Mueda).
Foram muitas as operações que realizamos pelas terras do norte de Moçambique, foi nessa altura que teve iniciou o conflito em
Moçambique. Durante a permanência naquela região tivemos 5 baixas sofridas em combate e ainda uma outra morte de mais
um colega (este por acidente morto por um colega) e também tivemos 3 feridos 2 em estado muito grave.

Ano 1966 - Acampamento de Mutamba dos Macondes. Ano 1966 - No "meu" camião para o transporte em operações.

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Ano 1967 - Alguns momentos de operações algures no norte de Moçambique.


Em Mueda encontrei-me com o nosso conterrâneo Joaquim "Pistola" e depois mais tarde também me encontrei com mais dois nosso conterrâneos o
António José da "Maria Teretesita" e também com o Carlos Melo. Um encontro também muito saudade foi aquele quando me encontrei com o senhor
Ramires, radicado em Moçambique, marido da senhora Filomena Moita e pai da Irene, Lurdes e Zeca Moita, todos eles na altura já a viverem em
Loriga. Destes encontros aqui descritos, infelizmente não tenho o registo fotográfico.

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Ano 1967 - Numa picada perto do Mueda. Ano 196 - Simbolo da nossa Companhia. Ano 1967 - Num momenmto de divertimento.

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Ano 1967 - Com o meu amigo "Chico" Ano 1967 - Caçamos uma cobra que andava por ali tão perto. Ano 1966 - Com os meus dotes de alfaiate,
arranjando a minha roupa.
um macaquinho encantador.

Com 5 baixas sofridas pela nossa companhia em combate e com a morte de mais um colega (este por acidente morto por um colega) e também 3
feridos 2 em estado muito grave, dava direito sermos transferidos para zonas mais calmas, o que veio a acontecer com a mudança para o Dondo perto
da Beira, onde permanecemos cerca de 13 meses, os últimos da comissão.
Já na Beira tivemos ainda uma outra baixa de um colega, natural de Penafiel, ao ser comido por um crocodilo quando tomava banho num rio. Uma
situação que nos chocou muito e que levou algum tempo a sarar esta ferida.

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Ano 1967 - A prevenção era essencial para nos mantermos sempre em vigilância, fosse qual fosse a especialidade que tivessemos.

Ano 1967 - Operação de evacuamento com o Helio em plena mata depois de um ataque .

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Ano 1967 - Grupo dos Condutores da Compahia 1618 (Toupeiras da Selva).


Ano 1967 - Costuma-se dizer em Loriga
Ano 1967 - Com o meu amigo "Chico" o que tapa o frio tapa o calor.

Ano 1968 - Até serviço de secretaria fiz Ano 1967 - Na pista de aterragem no norte de Moambique

Regressei à Metrópole a bordo do navio "Niassa" em Dezembro em Dezembro de 1968, ao fim de mais de dois anos de comissão, tendo sentido bem
no fundo o termo guerra.1968,

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Nota Complementar

Com a especialidade de condutor nem tudo era fácil, o primeiro ano na zona de intervenção, o constante rotineiro do
transporte de colegas para as zonas de combate, era de estar sempre em constante aviso, no entanto, dou-me por feliz ter
tudo terminado bem para mim, o mesmo não o podem dizer as famílias dos meus colegas que tombaram em combate e dos
outros meus colegas feridos.

* José Nunes Dias (2010)

Carlos Mendes da Costa *


Comissão em Angola 1971 -1973
(Posto militar - Soldado)

Entrei para a tropa na Guarda em 1971 tendo tirado a especialidade de atirador. Logo após tirar a especialidade fui
mobilizado no Batalhão 3856 passando a pertencer à Companhia 3440. O destino do nosso Batalhão foi Angola para
onde embarcamos no navio "Vera Cruz" em Setembro de 1971.
Chegados a Angola fomos para a "Funda" zona de Catete, onde tiramos ainda um outro i00. Para depois sim
seguirmos para a região do Leste de Angola, uma das zonas, na altura, mais activa militarmente. Estivemos muito
tempo em Chimbila.

Estive sempre praticamente em campanha de guerra. Foram muitas as comissões pelo mato, normalmente todas elas bem sucedidas. Devo confessar que alguns
tiros me passaram ao lado por vezes muito perto, mas graças a Deus tive sorte.

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1971 - Numa operação em "Bico do Pato" (Lumege)


1971 - Com o José Freire de Brito do Muro-Vide

1971 - Com a minha arma inseparável com o diagrama e respectivo


cartucho balista

Tenho para mim o momento mais marcante quando no dia 1 de Maio de 1972, morreram 9 dos nossos camaradas pertencentes à companhia CCS do Batalhão, que
caíram numa emboscada e foram apanhados desprevenidos. Primeiro uma granada de fumo para logo de seguida um fogo infernal de todos os lados que não deu
hipótese de reacção e assim perdemos os nossos colegas. Nessa altura a minha companhia estava também em operação nessa zona e foi com grande tristeza e
revolta ao termos conhecimento do que se tinha passado com os nossos camaradas, da companhia CCS do Batalhão.

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1972 - Com o veiculoo chamado arrebenta minas 1971 - Fotografia antes de partirmos para uma operação.

1971 - Em Barraca (Catete).


1971 - No navio "Vera Cruz" na ida para Angola.

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1972 - Em Chimbila.

1972 - Com o meu colega Manuel Martins da Silva (de camuflado) 1972 - Junto do monumento dedicado aos tombados em combate.
natural de Apólia, que morreu junto a mim perto do Dala,
saltou do "Unimogue" para salvar todos os seus camaradas.

O melhor tempo que passei da minha comissão foi quando estive no Luso (hoje Luena) a passar um mês de férias, por ter recebido um prémio do "O soldado mais
bem comportado da companhia".
Foi um mês inesquecívelmuito e bem passado, onde me encontrei com o amigo Adelino "Palha" o Cabo Pina como assim era muito conhecido por toda a cidade.
Passamos belos momentos e a quase todos os dias tínhamos as nossas "Migas". Nessa estadia na cidade do Luso estava adido à Enfermaria militar no Hospital da
cidade, fazendo serviço de "maqueiro" ocupação que me marcou por ter que conviver com feridos e mortos.
Um dos encontros com gente de Loriga que eu recordo com emoção, foi quando eu e o Adelino Pina "Palha", encontramos o senhor António Benito, motorista da Tecnil
e da JAE, que trabalhava na construção de estradas. Recordo as palavras quando me viu "Ó Lóló dum raio também andas por aqui".
O "Ti António Benito" era já uma pessoa castiça naquela região, ele deslocava-se para todo o lado sem precisar de escolta, era já muito conhecido. Na altura
chegou-m a dizer "Estou com ideias de regressar para a Metrópole, porque aqui já me anda a cheirar muito à pólvora". Pois ele sabia o que dizia, porque na
realidade passado poucos anos tudo modificou. E ele regressou mesmo, segundo creio em 1975/76.

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1971 - Na cidade do Luso com o amigo Adelino Pina a refrescarmos a garganta.

1971 - Com um "Cafeco" a minha lavadeira da roupa.

1971 - O navio "Vera Cruz" que me levou para Angola.


Regressei à Metrópole em 12 de Dezembro de 1973 viagem de avião, demoramos cerca de 8 horas em contraste com a ida que demoramos 9 dias de barco.

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Nota Complementar

Passei uma comissão em sobressalto, as missões militares sucediam-se umas atrás às outras e nos primeiros anos de regresso à
Metrópole, pareceu-me viver sempre comigo tudo por aquilo que passei, o barulho das armas a disparar sempre na minha mente e
imaginação que me parecia lembrar estar ainda na África, tudo isso parecia custar a desaparecer.
Recordo aqui um episódio que passei ainda em 1990, portanto cerca de 15 anos depois de ter regressado da guerra. Estando eu a trabalhar
em Israel numa fábrica de Textil, um dia quando aviação israelita andava em manobras, aquele barulho de guerra fez-me por momentos
voltar a Angola e quando dou por mim estava escondido debaixo de uma das máquinas onde me refugiei, como muitas vezes aconteceu
quando em Angola caiamos debaixo de fogo inimigo.
* Carlos Mendes da Costa
(2010)

António Dias de Brito *


Comissão em Angola 1973-1975
(Posto militar - Cabo)

Assentei praça em Agosto de 1972 no CICA 4 em Coimbra. Fui mobilizado para Angola e viajei para essa província
ultramarina no ano seguinte 1973, viagem de avião, pois a partir do ano anterior eram assim o meio de transporte
dos militares.
Fui para o Leste de Angola para a cidade do Luso (hoje Luena) com destino ao PAD, instalada nesta cidade, unidade
de manutenção de viaturas militares.
Curiosamente ao chegar a esta cidade eu parecia-me já familiarizado com ela, ainda em Loriga e em conversa com o
Adelino Pina (Palha) que tinha acabado de chegar daquelas paragens, deu-me praticamente a conhecer a cidade do
Luso, porque também tinha sido ali que cumpriu a sua comissão.
Tive a minha guerra como militar de retaguarda, devo dizer que tive a sorte de ter passado uma boa comissão. No entanto, reconhece que
tal sorte não tiveram outros meus camaradas de tropa, principalmente os que andavam em operações, por aquilo que via quando
recebíamos na unidade as viaturas bastantes danificadas por motivo das explosões de minas.

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Ano 1973 - Descanso do guerreiro.

Ano 1973 - Na unidade junto ao refeitório Ano 1974 - Ajuda comunitária Ano 1974 - A posar para a fotografia

Encontrei-me com alguns conterrâneos que aqui registo alguns desses encontros com fotografias. Já sabia que estava radicado nestas paragens do Leste de
Angola o senhor António Benito, motoristas da Tecnil na construção de estradas. Um belo dia encontrei-me com ele e como se poderá adivinhar foi uma festa.
Foi pena n ão ter registo de fotografia desses nosso encontro.
Era já uma pessoa muito conhecida, sabendo-se até que se movimentava por todo o lado sem escolta, numa maneira prática de se ter consciência que os

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nosso inimigos eram dele amigos.


Voltou para a Metrópole também nessa altura do meu regresso e poucos anos depois faleceu.

Ano 1974 - Com o Fernando "Ginásio" hoje invisual a viver da Casa do Repouso da N.S.Guia, o Eduardo "Boto" e eu, por altura do Natal que passamos juntos.

Ano 1974 - Cidade do Luso encontro de serranos loriguenses


Fernando "Ginásio, Eduardo "Boto" e seu seu irmão António José e eu.

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Ano 1974 - Cidade do Luso Fernando "Ginásio e eu, agachados.


De pé os irmãos "Boto" Eduardo e António José que era capitão.

Ano 1974 - Na cantina como coelgas refrescando as gargantas. Ano 1974 - Num jardim da cidade do Luso com um colega.

Ano 1974 - No Sanzala "Kimbo" Mandrebo em convívio com a comunidade.

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Ano 1973 - Com o Fernando "Ginásio" a passear-mos numa rua do Luso.


Ano 1974 - Com o meu amigo Jamba.
Ano 1973 - No rio Luena os "Cafecos" a banharem-se.

Durante algum tempo fiz parte do Canto Coral da igreja local. Uma ocupação complementar que tanto eu como os meus camaradas gostamos imenso de ter,
que nos fez estar espiritualmente sempre com Deus e importante nesta fase das nossa vidas.

Ano 1973 - Grupo do canto Coral da Igreja local.

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Nota Complementar

Regressei à Metrópole em 25 de Abril de 1975, também de avião uma depois de ter acontecido a revolução dos cravos e a queda do
regime fascista. Quando saí de Angola em alguns lados já estava em marcha alguma confusão que veio a culminar com a guerra civil,
que viria assolar durante muitos anos aquela província.

António Dias de Brito


1º. Cabo do PAD cidade do Luso (hoje cidade do Luena) * António Dias de Brito
(2010)

Carlos Florêncio Palas


(1948-1991)
Comissão em Angola 1970-1972
(Posto militar - Soldado)
(Falecido em 27 de Dezembro de 1991)

A morte arrebatou à vida era ainda muito novo, apenas com 43 anos. Foi um combatente da Guerra do Ultramar, fazendo a sua
comissão por terras de Angola. Aproveitando esta rubrica "Guerra do Ultramar" quero aqui homenagear a memória de meu pai, com
estas fotos que a família guarda religiosamente e com muitas saudades. Recordo que o meu pai assentou praça em Aveiro e foi para
Angola em 1970.

* Maria da Guia Pala Coutinho

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Ano 1969 - Em Aveiro ainda na recruta com o Pedro "Santinho" Ano 1970 - Já em Angola desmantelamento de uma mina.

Ano 1970 - Nos primeiros tempos em Angola. Ano 1970 - Ainda nos primeiros tempos em Angola.

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Ano 1971 - Na cidade do Luso (hoje Luena) Ano 1971 - Na cidade do Luso com o Adelino "Palha".

Ano 1971 - Acompanhado com a lavadeira como era costume nos militares Ano 1971 - Com os seus camaradas em trabalhos no acampamento.

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Ano 1970 - Em serviço de solidariedade para com a comunidade local.

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Ano 1970 - Em operações. militares pelas terras do Leste de Angola.

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Ano 1971 - Foto no Aquartelamento no Leste de Angola.


***
Nota Complementar *
Fui amigo do Carlos que o recordo com saudade. Está em mim ainda presente o dia que fomos à inspecção (1968) e a nossa alegria de termos ficado
apurados. O Carlos "Pirola" como popularmente era assim chamado era daqueles verdadeiros amigos, que nos deixam algo e o Carlos deixou-nos aquela
maneira própria de brincalhão, a sempre contagiante boa disposição e ainda a sua bondade.
Quis o destino que o encontrasse em Angola, quando cumpria-mos a comissão por terras do Leste dessa província. O Carlos estava de passagem pela
cidade do Luso (hoje Luena), inclusive, durante toda a nossa comissão em Angola estivemos sempre em contacto um com outro, através da correspondência
que regularmente trocava-mos. Lembro até que no ano de 1970 o Carlos fez parte com a sua assinatura na carta que enviei, ao senhor Padre Barreiros, numa
mensagem recordando a Festa da Nossa Senhora da Guia, que depois o senhor padre teve a amabilidade de ler na cerimónia da missa nesse dia da Festa
da Senhora da Guia.
A sua passagem pela cidade do Luso, deu-se porque a sua companhia estava exausta de tanto lutar pelas terras do Leste, ao fim de muitos
meses, por isso e merecidamente, foram transferidos para zona menos perigosa e foi nessa movimentação de mudança que com ele me
encontrei nessa cidade, onde eu cumpria a minha comissão e assim passamos uns belos momentos de convívio e de amizade, que ficaram
registados nas nossas vidas através das fotografias que tiramos e que fazem hoje parte de recordações e saudade.
Lembro os seus relatos impressionantes das operações pelo mato, vivendo diariamente lado a lado com o perigo, por isso ele e os seus
camaradas tinham sempre presente o que era muito usual em guerra, o lema de "viver um só dia de cada vez".
Foi um choque, quando em 1991, estando eu em terras distantes soube do falecimento do amigo Carlos, que nos deixou cedo demais.
Veio-me à recordação os nossos tempos de meninos, de adolescentes e depois homens. Mais chocante foi que ao voltar a Loriga, meses
Carlos Florêncio mais tarde, notar a falta do amigo Carlos "Pirola", aquele vazio da sua presença, aquele sorriso e o abraço de amizade que nos unia e que a
Palas partir de então deixamos de dar.
(1948-1991)

* APina (2010)

José Pinto Lages *


Comissão na Guiné 1968-1970
(Posto militar - Soldado)

Assentei praça em Vila Real (Trás os Montes) no 23 de Outubrode 1967 em Vila Real de Tràs os Montes no R.13 com o número mecanográfico 082057/67.
Passei depois pela Póvoa de Varzim no 1ºGrupo C.A.M., seguindo para o Batalhão de Telegrafistas em Lisboa, com passagem pelo B.C.5 em Campolide.
Tirei a especialidade de cozinheiro, fui mobilizado para a Guiné em Maio de 1968 tendo embarcado em 11 de Agosto de 1968, no navio "Uige".
Fiquei em Bissau capital da Guiné onde me mantive durante toda a comissão. Posso considerar de privilegiada a minha comissão na província ultramarina na
altura a mais complicada militarmente falando.
A minha especialidade era cozinheiro sendo o meu local de luta a cozinha e as minhas armas as panelas e tachos. Fui depois escalado para o Depósito de
Géneros de Abastecimento, que como se pode compreender passei a estar ainda melhor, então sim estava nas minhas "sete quintas".

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Ano 1968 - Descascar as batatas, fazer a comida, ensinar os mais novos e ter as panelas e tachos sempre aprumados e esmerados, era o lema que se tinha que ter.
Estando eu na cidade de Bissau, ponto central das movimentações militares na Província da Guiné, escusado será dizer que me encontrei com muitos amigos e conterrâneos e
assim podemos passar belos momentos dos quais tenho gratas recordações. Um outro conterrâneo com quem me encontrei foi com o Zé "Bentinha" só que não tenho o registo
de fotografia.

Ano 1969 - Com o José Brito Ramos (falecido em Março de 1994) foi meu cunhado e com quem passei belos momentos na Guiné e, do qual tenho gratas recordações. O Zé Ramos, era sem dúvida diferente, em que a sua
sempre boa disposição contagiava todos os seus colegas e amigos.

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Ano 1969 - O Carlos Ramalho, eu e o João da Clara Ano 1969 - José Augusto Dias, José de Canas, eu e um amigo do Zé Canas

Ano 1969 - Eu com o Carlos "Verdasca"

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Ano 1969-Eduardo Domingos, Tonito Melo, eu, Zé "Canas" e Carlos "Verdasca" Ano 1969 - Numa "Miga" com os meus camaradas

Ano 1970 - Bissau, junto de um monumento

Nesse período da minha comissão, a Guiné era na altura, a província ultramarina mais complicada da Guerra do Ultramar, segundo se sabe era onde se registava mais baixas
para o exército português, quase diariamente isso acontecia. Era governador e comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné, o General António Spinola, que apesar das
tentativas para minorar a situação, parecia que nada a fazia alterar.
Em Bissau era corrente ouvir-se os mais variados relatos das lutas travadas pelos matos, muito significativo eram as comissões junto das fronteiras dos países que faziam
fronteira, inclusivamente, o nosso exército por várias vezes chegou a fazer incursões para lá do limite da fronteira, o que criou mesmo alguns dissabores ao governo português.

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Ano 1969 - Também eram um dever o serviço à Comunidade local.

Ano 1969 - Em serviço ocasional e momento de posar para a fotografia .

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Ano 1969 - Numa "Miga" com uns amigos.

Ano 1969 - Em serviço ocasional

Ano 1960 - O navio "Uige" que me levou à Guiné.

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Nota Complementar

Regressei à Metrópole mais própriamente ao R.S.S. em 3 de Outubro de 1970. Infelizmente nem todos tiveram a sorte que eu tive, em fazer a comissão
sem preocupações e sem necessidade de andar pelos matos, no entanto, devemos recordar todos aqueles outros que não tiveram tal sorte.

José Pinto Lages


Soldado 241 (1967-1969)
* José Pinto Lages
(2010)

José de Moura Carreira *


Comissão em Moçambique (1964/1966)
(Posto militar - Alferes Miliciano)
Dei entrada na Escola Prática de Infantaria Infantaria - EPI, no dia 20 de Janeiro de 1963 em Mafra, a fim de iniciar o Curso de Oficiais Milicianos - COM, o que me forçou a
abandonar os estudos no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, onde fui calouro com o Engº Carlos Jorge Reis Leitão, loriguense, destacado técnico da Junta Autônoma de
Estradas, a quem devemos, em grande parte, a construção da Estrada que da Portela do Arão que segue para a Torre.
O Serviço Militar Obrigatório, acrescido de uma inusitada situação vivenciada nas antigas Colônias, então denominadas de Províncias Ultramarinas - por razões meramente
eufemísticas - arrancava-nos dos nossos sonhos, forçando-nos a defender interesses outros, no mais das vezes escusos. Após seis meses de intensiva preparação militar e de
uma especialização em Transmissões de Infantaria, fui promovido a Aspirante a Oficial Miliciano, em Julho desse mesmo ano, tendo sido designado para permanecer em Mafra,
onde deveria dar uma Recruta, aos soldados recém entrados naquele quartel.
Para quem estava habituado a uma vida de estudante, e pouco afeito a atividades físicas, afora uma úlcera duodenal hemorrágica que me perseguia desde os 17 anos, foi um
tempo difícil, que a memória teima em não esquecer. Não bastasse a úlcera, que não foi suficiente para me livrar do Serviço Militar, em uma Junta Médica, fui vítima de uma
Pleurisia, quando nas Manobras Militares de fim de Curso, o que me obrigou a passar exatos 100 dias no Hospital Militar da Estrela. Volvidos esses 100 dias, recebo ordens
para, novamente, me apresentar em Mafra. Lá chegando, fui informado que deveria seguir, de imediato, para Évora, mais propriamente para o RI-16, onde o meu Batalhão
aguardava embarque. Ledo engano, o Batalhão de Caçadores 558, ao qual me deveria juntar, havia partido de Tavira para Lisboa, na manhã desse mesmo dia, a fim de
embarcar no Niassa, rumo a Moçambique, no dia seguinte, pela manhã, informação que me foi repassada pelo Oficial de Dia, Tenente Varão, quando a ele me apresentei na
Sala de Oficiais, pelas 14 horas desse 22 de Novembro de1963.

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Simultaneamente à informação de que o Batalhão estava a caminho de seguir viagem para Moçambique, escutamos, todos os que
na Sala de Oficiais se encontravam - através da Emissora Nacional - uma notícia que haveria de abalar o Mundo. O Presidente dos
Estados Unidos, John F. Kennedy havia sido brutalmente assassinado, em Dallas.
Com a partida do Batalhão, entrei de licença, por 10 dias, a fim de me despedir dos familiares, e adquirir o fardamento próprio do
Ultramar. Decorrido o prazo da Licença, retorno a Évora, e, uma vez lá, passo a aguardar embarque, o que viria a ocorrer a15 de
Janeiro de 1964, no navio Império.
De 22 de Novembro de 1963 a 6 de Janeiro de 1964, permaneço em Évora, com a obrigação de cumprir alguns "Oficiais de Dia" ,
algumas "Rondas", afora a lavratura de um "Inquérito de Corpo de Delito" que me coube levar a efeito, pelo menos enquanto lá
estive.
Em Évora, posso afirmá-lo, levei uma vida mansa. Aproveitei para conhecer a cidade, seus Museus e Igrejas, e, por que não dizer,
algumas belas e gentis moças eborenses, tão do agrado da gente da minha faixa etária.
No que respeita a acomodações, o quarto destinado aos oficiais, no RI-16, era amplo. Tinha duas camas, duas mesinhas de
cabeceira e dois armários. além de uma mesa que servia de secretária Fui o segundo a ocupá-lo, pois já lá estava o Aspirante Milº
António, que por coincidência era de Sazes da Beira, e, como havia frequentado os Seminários do Fundão e da Guarda, conhecia,
praticamente, todos os estudantes seminaristas de Loriga. Senti-me, logo, desnecessário será dizê-lo, em casa. Pouco, bem
pouco, foi o tempo que convivemos, pois, em menos de 10 dias seguiu para o Ultramar, mais propriamente para a Guiné. Ao
retornar do Ultramar, soube pela minha tia Aurora - que havia conhecido a Mãe do Aspirante António, creio que num dos Cursos de
Cristandade - que ele havia sido morto em combate, na Guiné. Que o Senhor Deus o tenha em paz, lá onde se encontra!
Um soldado, conhecido pelo nome de Loriga, fazia parte do contingente do RI-16. Logo que soube que eu estava de Oficial de Dia,
no dia seguinte à minha apresentação, dirigiu-se a mim, contando as peripécias que havia aprontado, razão pela qual fora punido
pelo Capitão Comandante da sua Companhia, punição essa que o impedia de sair do quartel por um sem-número de dias. Logo
entendi a sua intenção e apressei-me a assinar uma "Autorização de Saída", não sem que antes lhe determinasse que não me
colocasse em "check", de vez que eu estava desfazendo as ordens do Capitão.
Foi sempre gente fixe, esse tal soldado Loriga, que, hoje, volvidos mais de 46 anos, não consigo identificar. O capitão, de castigo,
colocara-o no Rancho, que, a meu ver, era onde mais se trabalhava, no quartel. Do soldado Loriga, não mais tive notícias, exceto
pelo fato de haver dito ao meu saudoso tio Zé Moura, que o Aspirante Carreira havia sido um "gajo porreiro", com ele, quando
serviu no RI-16.
A viagem, não fosse o mau tempo que pegamos de Lisboa para a Ilha da Madeira, e do péssimo que tivemos ao dobrar o Cabo da Boa Esperança - para nós mais Bojador que
da Boa Esperança, por razões óbvias - não deixou de ser maravilhosa, face o inusitado da mesma, pese embora o destino final e a saudade que carregávamos na alma.
Funchal, São Tomé, Luanda, Benguela, Moçamedes e Cape Town foram as cidades a que aportamos, antes de chegarmos a Lourenço Marques, hoje, Maputo. Em São Tomé
encontrei o Furriel Milº Crisanto, um colega de Colégio, em Coimbra, que lá cumpria a sua Comissão. Em Luanda, um emissário do meu saudoso primo António Moura (ex-dono
da Cabana do Pastor e da Albergaria Nª Sª do Espinheiro, que se encontrava fora daquela cidade, a serviço), procurou-me para me entregar um belíssimo isqueiro Ronson,
gravado com o meu nome, o qual, ainda hoje, enfeita uma das estantes de minha casa. Em Luanda, como de praxe, reunimo-nos no Café Paris, ponto de encontro do pessoal
dos diversos Cursos de Oficiais Milicianos, onde obtivemos as primeiras e mais consentâneas informações da Guerra em Angola, já que as que eram publicadas, nos jornais,
não nos mereciam confiança. Em Cape Town - cidade bastante desenvolvida, com traços acentuadamente europeus - meio desconfiados e temerosos, observávamos, de longe,
aquelas esculturais mulheres negras, já que o rígido Apartheid assim o impunha, conforme prévia orientação, recebida, no navio, de tarimbados tripulantes, afeitos à arte da
sedução.
Chegado a Lourenço Marques tive como destino o Norte da Província, mais exatamente, a Mueda, Cabo Delgado, a uns 60 km de Tanganica, hoje Tanzânia. Em decorrência do
exposto, deveria viajar, dentro de três ou quatro dias, no mesmo navio Império, até Porto Amélia, onde aguardaria a chegada do Niassa, que trazia duas Companhias de
Caçadores, a CCaç 607 e a CCaç 613, que integrariam o Batalhão de Caçadores 558, do qual eu viria a ser o Oficial de Transmissões, Batalhão de Caçadores 558, cujo lema
era "Forte, porém Justos". E assim foi. Novamente embarco no Império, rumo a Porto Amélia, com escalas na cidade da Beira, Ilha de Moçambique e Nacala.
Em Porto Amélia, banhei-me pela primeira vez nas águas do Índico, na enorme e bela baía de mesmo nome. Ainda em Porto Amélia, comecei a sentir os primeiros calafrios do
que viria a ser uma fortíssima malária que quase acabou comigo, não fora os cuidados e a competência profissional do, então Alferes Miliciano Torres dos Santos, médico da

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CCS do Bat. Caç 558. Após uma semana em Porto Amélia, hoje Pemba, novamente embarco no Niassa, que me levaria a Mocimboa da Praia, último porto antes da minha
chegada a Mueda, o que ocorreu no dia 22 de Fevereiro de 1964.

Vista aérea do Quartel da Mueda (1964) Vista aérea do Quartel da Mueda (1964)

A rigor, Mueda circunscrevia-se ao Quartel, ao Campo de Aviação, ao Posto Administrativo, a uma Escola e pouco mais. Em meio a cerca de 800 militares, descobri que
apenas conhecia um Alferes Miliciano, um Sargento e um Cabo, afora um civil. O Alferes Milº Antunes, meu companheiro do Curso de Oficiais Milicianos, o Sargento Romano, o
Cabo Aparício, da CCaç 607, e o Mecânico Farrancha, todos loriguenses, à exceção do primeiro.
Tendo em vista havermos chegado a Mueda por volta da meia-noite, somente no dia seguinte tomei contato com o meu Pelotão de Transmissões, bem como com os demais
integrantes da Companhia de Comando e Serviços.

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Ano de 1964 - Algures no norte de Moçambique com o Pelotão, numa Operação de Reconhecimento.
Meu pelotão era, como disse, composto da brava e boa gente, oriunda das planícies alentejanas, possuidora de fino trato, sempre pronta a bem servir, mesmo em condições as
mais difíceis. Sabiam, como ninguém, revertê-las com o hábil uso de suas palavras ou de seus graciosos gestos. A eles, devo, sem dúvida, boa parte dos momentos mais
agradáveis que em terras de Moçambique passei. Do Pelotão de Transmissões, faziam parte dois Furriéis Milicianos, meus braços-direitos: o Furriel José Marques e o Furriel
Rogério Duarte, ambos muito atenciosos. O Zé Marques, natural do Porto, e, o Rogério, de Elvas. Com eles tive o melhor relacionamento possível, pois foram sempre
cumpridores dos seus deveres, quer quando desenvolveram atividades nas Telecomunicações, quer quando trabalharam no Centro Cripto. Graças ao desvelo e competência
profissional de ambos, nunca tive, com eles, qualquer tipo de problema.

Ano 1965
Numa Operação de Reconhecimento com o guia Lázaro.

Ano 1965 Ano 1965


Ano de 1964 - Uma pausa numa Operação de Dois dentes de Elefantes resultado de uma bem sucedida caçada, comandada pelo
Reconhecimento. Sgt. Romano, loriguense de 7 costados.

Muito embora sentíssemos que o clima começava a tornar-se pesado, no que dizia respeito ao relacionamento com a população - cada vez mais arredia - nossa Comissão ia
sendo levada sem maiores problemas até Agosto 1964, data considerada como o início da luta armada no território moçambicano. A morte do Padre Daniel, da Missão de
Nangololo, próximo a Mueda, a 24 de Agosto, em consequência de um ataque da guerrilha, promovido pela FRELIMO, foi, indubitavelmente, o estopim da Guerra em
Moçambique.
Em uma das Operações Militares, conjuntas, Exército-Aeronáutica, um outro loriguense, o Cabo Paraquedista José Pinéia, nome pelo qual era conhecido em Loriga, esteve
conosco em Mueda. Filho de um primo de meu Pai, foi uma satisfação revê-lo, naquele fim de mundo, e com ele trocar impressões.

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Ano 1965 Ano 1965


Com o Oficial de Ligação com a Força Aérea, a caminho de Nampula, juntamente com o Ten. David (da FAP) e Em Nampula, com oficiais do SPM. À minha esquerda, o Asp. Milº Neto, que, no início da década de 60, foi
o Alferes Oliveira. chefe dos Correios de Loriga.

À medida que o tempo passava, os ataques guerrilheiros tornavam-se mais freqüentes e ousados, obrigando o Batalhão e suas Companhias Operacionais a esforços
redobrados, sem, contudo, evitar o incremento de nossas baixas. Volvidos 12 meses, o Batalhão estava moral e fisicamente abalado, com um saldo de 17 mortos (2 Furriéis
Milº; 6 Cabos e 9 Soldados), além de 70 feridos (6 Alferes Milº, 1 Sargento, 7 Furriéis Milº, 9 Cabos e 47 Soldados), o que determinou o seu remanejamento para Vila Pery
(CCS), Lourenço Marques (CCaç 607) e Dondo (CCaç 613), em Agosto de 1965. Em Manica e Sofala, longe das agruras de Cabo Delgado.
O Batalhão aos poucos refez-se moral e fisicamente, aguardando o embarque para a Metrópole, o que veio a ocorrer a 10 de fevereiro de 1966, data em que a Companhia de
Comando e Serviços do Bat. Caç. 558 desfilou no Estádio do Clube Ferroviário de Lourenço Marques, juntamente com outros agrupamentos militares, após o que embarcou no
navio Vera Cruz.

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Ano 1965
Com o Fur. Milº da FAP, Luís Fernando, que respondia pela Logística do Destacamento da FAP, em
Mueda.
Ano 1965 Ano 1965
Com o "Jóia" mascote do Batalhão, a exigir-me o boné Com o "Jóia" numa Instrução de Armamento.

As Companhias operacionais CCaç. 607 e CCaç. 613, permaneceram, ainda, em Moçambique, na Praia Vermelha (L. Marques) e no Dondo, próximo à cidade da Beira,
aguardando embarque, o que veio a ocorrer em meados do ano de 1966. Fazendo parte de outros Batalhões ou Companhias independentes, foram meus companheiros de
viagem o Cabo Tó Zé Cabral Leitão, o Cabo Ferrão e o Cabo Joaquim Dentinho, como conhecido em Loriga, estes dois últimos, meus companheiros da quarta classe, da turma
de 1954, do saudoso Prof. Marques.
Quando de passagem pela cidade da Beira, a caminho de Lourenço, visitei, e acabei ficando hospedado por uns quatro dias, em casa dos meus primos Terezinha e Manuel
Rebelo, onde fui tratado como um príncipe. Ela farmacêutica e professora de Química do Colégio Sacré Coeur - filha de meu primo Artur Paulo - e ele, alto funcionário dos
Caminhos de Ferro da Beira, ambos já falecidos A Nelinha, filha deles, estava às vésperas de viajar para Lisboa, onde iria freqüentar o Instituto Superior Técnico, enquanto que
o Fernando Manuel, no auge dos seus 14 anos, bem vividos, permaneceria na Beira, para satisfação das meninas daquela cidade. À exceção da Nelinha, que a vi uma vez, em
Loriga, e que nos deu a satisfação de estar conosco, em Belém do Pará, em 2004, não mais os vi, desde então.

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Ano 1965 Ano 1966


No jeep da Administração, com o Administrador e os alferes Oliveira e Diamantino, este, Na Festa do 2º Aniversário da Comissão, em Vila Pery, com o Ten. Capelão, o Alferes
velho companheiro de Coimbra. Oliveira, o Capitão Cmdt. da CCaç de Vila Manica e um Alferes daquela Companhia.

Ano 1964 Ano 1965


Bem acompanhado na Boîte do Navio Império Bem acompanhado, numa das praias de Benguela

Foi ao alvorecer do dia 1 de Março de 1966, que avistamos a tão sonhada Costa do Sol, Lá estavam, como que a saudar-nos, as cidades de Cascais e do Estoril, o Farol de
São João da Barra, e inúmeras outras praias, antes de aportarmos na Doca de Alcântara, em Lisboa, onde inúmeros familiares e amigos aguardavam por nós. O primeiro a ser
avistado foi o meu tio Zé Moura, que distante dos demais, a eles se juntou, sempre com o chapéu erguido bem alto, para que eu melhor pudesse acompanhá-lo, na sua

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trajetória. Na ânsia de não o perder de vista, pedi emprestado os binóculos do Padre Capelão, e do convés do Vera Cruz - que havia lançado suas amarras para o porto - revi,
um a um, todos quantos por mim aguardavam. A festa só não foi completa, em face da ausência de meus pais e irmãos, nessa altura, radicados no Brasil. Ao desembarque e
aos cumprimentos seguiu-se o desfile militar. Eram já 12 horas, quando nos dirigimos para o apartamento dos meus tios, na Oscar Monteiro Torres, onde fui brindado por um
lauto banquete, a que não faltou o melhor dos vinhos e o melhor Champanhe francês. À tardinha, partimos de Santa Apolónia para Évora, onde se processou a nossa
desmobilização.
***
A 17 de Agosto parti para o Brasil, a fim de rever meus pais, irmãos e demais familiares, tendo em mente retornar a Portugal, um mês após. Por essa razão, deixei de trazer os
endereços de meus companheiros de arma, o que me impossibilitou manter, com eles, qualquer tipo de contacto.
Somente volvidos 42 anos, consegui contato com alguns deles, graças aos avanços tecnológicos, proporcionados pela Internet. Foi, novamente, uma enorme satisfação ouvir
deles a voz, e sabê-los bem, muito embora, todos eles, como eu, em parte alquebrados pelo peso da idade. Em particular, enorme satisfação, foi, sem dúvida, escutar a
expressão de espanto do Alferes Antunes - hoje Coronel, reformado, da Guarda Nacional Republicana, e ex-Comandante do Batalhão de Gouveia, a quem a Guarda de Loriga
estava subordinada - quando exclamou: "Ó Carreira, em vão, procurei-te por toda a parte!...". Alegria imensa foi, igualmente, o contato telefônico que tive com os Furriéis
Milicianos de Transmissões, com quem mais de perto convivi, nesses dois longos anos de Comissão. Com o Alferes Neto - hoje, Juiz Conselheiro, jubilado, do Supremo Tribunal
de Contas e do Supremo Tribunal de Justiça - e com sua esposa, Maria Helena (na casa de quem almocei, inúmeras vezes, em Mueda e em Vila Pery), tenho tido permanente
contato, recordando o gesto de amizade que sempre me dispensaram, e as delícias dos manjares preparados por Maria Helena, bem diferentes dos que, cotidianamente,
"saboreava" na Messe de Oficiais.

Nota Complementar

Nem todos os "velhos" companheiros de Comissão permanecem, ainda, entre nós. Quis Deus levar alguns deles para a sua Mansão
Celestial, de onde, certamente, intercedem a nosso favor. Que o Senhor Pai do Céu lhes conceda o Eterno Descanso, como prêmio
maior, por tudo quanto de bom souberam semear, ao longo de suas existências.
Aqui registo "Retalhos de Minha Vida Militar", não sem que antes renda homenagem a todos aqueles que tombaram no sagrado solo de
África, em particular de Moçambique, e, mui especialmente, em terras do Planalto dos Macondes.

José de Moura Carreira * José de Moura Carreira


(Alferes 1964/1966) (2009)

Nuno Mendes Alves Pereira *


Comissão em Moçambique (1970/1972)
(Posto militar - Soldado)

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Foi em Janeiro de 1969, que assentei praça no Regimento de Caçadores Pára-quedistas em Tancos. Durante três meses
frequentei o tempo de recruta, seguindo-se o curso de pára-quedismo, também com a frequência de três meses.
Aconteceu o meu primeiro salto em pára-quedas no dia 10 de Junho de 1969, no campo de Arripiado, um espaço de saltos
entre as margens do Rio Tejo e Vila Nova da Barquinha. Foi com uma certa alegria e também com um certo orgulho que
consegui a "Boina Verde" e o respectivo brevet, uma meta que todos os pára-quedistas desejavam alcançar.
Ainda no ano de 1969 frequentei um curso de combate com uma grande e elevada exigência com uma preparação física
realmente invulgar, foram grandes marchas nocturnas com uma G3 mas mãos e mochila às costas e vários exercícios físicos
com pesados troncos de madeira que nos deixavam de rastos.
Antes do final desse ano e princípios do ano 1970, fiz um curso de transmissões que culminou na mobilização para o Ultramar
para a comissão em Moçambique que aconteceu no dia 4 de Abril tendo com o destino o norte dessa província ao BCP 32
sediado em Nacala.
Quero aqui também recordar, momentos de amizade com outros militares loriguenses com os quais me encontrei em Tancos. -
Ernesto Ramalho, Carlos Ferrão, o Toneca e o Carlos Cardoso, este conterrâneo Loriguense/Alvocence.
Aproveito e conto até um episódio passado com o Carlos Cardoso que quando estávamos em Tancos, foi bafejado com a sorte
no Totobola, ganhando um prémio, oferecendo a mim e ao Ernesto um passeio de fim-de-semana a Loriga.
Embarquei no aeroporto de Figo Maduro no dia 4 de Abril de 1970 num potente DC da Força Aérea avião de carga com escala na Guiné-Bissau onde estive
algumas horas, de seguida mais uma etapa até Luanda Angola, para mais uma escala, aqui a estadia foi um dia e como levava comigo um postal como
referência da Praça Serpa Pinto mesmo no coração da bela cidade de Luanda, fui procurar e assim conviver algumas horas com o amigo Zé Paixão radicado
nesta bela cidade de Luanda e, com ele fui visitar a marginal de Luanda.

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Ano 1969 em Tancos (Recruta) Ano 1969 - Dia do meu primeiro salto
Ano 1970 em Moçambique. Já muito perto do chão num
Com o Ernesto Ramalho e Carlos Ferrão
dos saltos de uma comissão

No dia 6 de Abril de 1970, aterrava na bonita cidade de Lourenço Marques, capital de Moçambique, após longas horas de voo. Por casualidade encontrei-me
com outro loriguense António Ferreira , polícia de profissão e radicado nesta cidade e, na paragem que fiz na cidade da Beira tive também o ensejo de conviver
com outros dois loriguenses mais o António Prata Figueiredo o "Tó Vicente" e o Tó Ambrósio ambos dois garbosos pára-quedistas. É pena, mas não tenho
registo em fotografia.
Durante dois anos de permanência no norte de Moçambique, ficaram sempre gravados na minha memória bons e maus momentos. Gostei de conhecer a cidade
de Tete quando numa operação militar para os lados de Dingoé e Estima, onde se situa a gigantesca barragem de Cabora Bassa e o grande Rio Zambeze.
Também gostei de conhecer a bela cidade Porto Amélia com a sua encantadora baía.

Ano de 1970 - Norte de Moçambique Ano de 1970 - Mueda


Várias ocasiões estive no planalto dos Macondes Também aqui encontrei outro loriguense
no grande agrupamento militar e teatro de guerra o alferes António Ambrósio.
onde se encontrava um quadro afixado numa
parede que aterrorizava, quem ali chegasse de
novo "Mueda, terra de guerra, aqui trabalha-se,
luta-se e morre-se".
No ano de 1971 participei na grande operação, talvez a maior operação militar realizada em todo o Ultramar, que foi a operação "Nó-Górdio" , nela participariam
milhares de militares dos três ramos das Forças Armadas apoiados também por uma força militar aérea e super visionada pelo então general Kaúlza de Arriaga,

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sempre com a visão de acabar ou desmoralizar a vontade dos Moçambicanos que combatiam e lutavam pela libertação do seu país, que veio depois acontecer
com a alvorada dos 25 de Abril de 1974, conseguida através da nossa própria liberdade e que abriu o caminho à verdadeira democracia, que hoje todos nós
podemos livremente viver.

***

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***

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Foram muitas as operações militares realizadas pelo meu pelotao no norte de Moçambique e aqui algumas documentadas nestas fotos. Lugares como Sangal, Chicôa, Pundanhar, Palma, Nangololo,
Estima, Fingoé, Mocimboa da Praia etc., testemunham lutas de combate, de sofrimento, suor e lágrimas, que por isso ficarão para sempre gravados no meu espírito. Mesmo com o cansaço estampado
nos nossos rostos o lema era sempre o mesmo "Seguir sempre em frente..."

***

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Ano 1970 - Acampamento do Sagal Ano 1971 Cabo Delgado/Naugololo Ano 1971 Sagal
No fundo uma antiga Missão Holandesa Com o meu amigo "Loriga Sagal"

Ano 1971 Cabo Delgado Ano 1972 Nampula


Material capturado numa operação Guarda de honra ao presidente do Malawi Dr.Bamda

Pouco antes de terminar a minha comissão e estando para breve o regresso à Metrópole, ainda vi chegar ao quartel e ao meu pelotão o loriguense Álvaro
Mendes Pina, já falecido onde lhe dei toda a minha amizade, para se sentir confortável e com a boa vontade de iniciar uma sempre difícil guerra colonial.
Em 16 de Abril de 1972 embarquei em Lourenço Marques de regresso a Lisboa, um vôo com a duração de oito horas, uma grande diferença a contrastar com

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as mais de 20 horas que levei de Lisboa a Moçambique, dois anos antes

Nota Complementar

O tempo passou, as marcas desse tempo ficaram para toda a vida, marcas cruéis para muitas famílias, que perderam os seus filhos e
muitos feridos para sempre. Etapasda nossa vida, que nunca esquecem...

Nuno Mendes Alves Pereira


(1º. Cabo Pára-quedista 232/68)
* Nuno M.A.Pereira
(2009)

José Mendes Gouveia *


Comissão na Guiné (1970/1972)
(Posto militar - Cabo)

Tinha 14 anos quando NERU invadiu a "Índia Portuguesa" e vivemos intensamente esta história porque três conterrâneos meus
tinham ficado prisioneiros de Guerra. Lembro a chegada deles á Terra e não gostei da forma como vinham vestidos, achei que
mereciam muito mais que aquilo que lhes deram. Política à parte, deve ter começado aqui a minha aversão a fardas militares.
Pouco depois começam os embarques para Angola, Moçambique, Guiné, e cada ano que passa mais próximo fica de mim.
Em 1967 fui apurado e logo ali meti os papéis para ficar de fora uma vez que era amparo de mãe.
Fui incorporado em Outubro de 1968, fiz recruta no RI10 Aveiro segui para os Rangeres em Lamego (obrigado) dei baixa ao
hospital militar do Porto e de seguida sou enviado para o Regimento de Transmissões no Porto (Janeiro de 1969) onde tirei a
especialidade de Radiotelegrafista, "esteve ali comigo o Loriguense Carlos Ramalho"
Fim de Junho de 1969 Sou colocado no Batalhão de Transmissões da Graça (Lisboa) e dai a meu pedido para o RAL 1 para
ficar mais próximo da família.

No RAL1 é mobilizado o sobrinho do Segundo Comandante e o pai ofereceu-me 500 contos para ir no lugar do filho para a
Guiné, respondi que pró dinheiro nenhum, ainda subiu a parada mas mantive o não. Passados 10 dias saiu a minha
mobilização, ai pensei que não queria o dinheiro ia de borla. (sabemos o país que temos) Andei furioso, quis fugir, revoltei-me,
invoquei o amparo de mãe, nada feito, em Fevereiro de 1970 lá vai ele no HUIGE.
Encontrei na Guiné o tal sobrinho e fiquei um pouco melhor na minha revolta

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Não foi por Ela que fui à Guerra, foi pelo medo de não a voltar a ver: Quem fugia separava-se de tudo mesmo daqueles que mais amava, e a ditadura já ia em
40 anos e estava de pedra e cal. E por isso era necessária muita coragem para fugir, não cheguei a tanto, mas era o melhor que fazia era fugir.

Quero aqui agradecer aqueles que acreditaram e tentaram servir a guerra, é talvez a eles que devo o meu regresso intocável: mas a minha admiração vai para
aqueles que fugiram e disseram NÃO á guerra. Só para que conste, o meu amparo de mãe foi rejeitado porque a casa da minha mãe tinha frigorifico, televisão,
uma casa rica. Gostava de ver onde vivia o oficial que lá foi? Em quatro anos de tropa só conheci dois oficiais do quadro que mereceram o meu respeito:
Capitão Almeida (Aveiro) Capitão Cordeiro (Guiné). È evidente que ressalvo aqui os milicianos.

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Sou o terceiro da esquerda da mesa.


Ainda hoje não sei porque tive direito a um camarote, mas a maioria ia num porão, muito escuro, sem ar, tudo vomitado, efeitos da viagem, as camas eram umas tábuas onde só era possível deitar -
deitado (difícil) a palha toda moída, fiquei doente só de ver. E vi porque um amigo de Manteigas preferia dormir ao relento, o que despertou a minha curiosidade. Nem aos ratos desejei tal habitação.

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Tinha os meio "Rádios colocar musica na caserna era canja. Só emitia relatos de Futebol e canções proibidas.
Lá se vai a carne, o frango era só ossos, Vampiros e não só. Zeca e Adriano sSEMPRE
Fome, Peste e Guerra. Talvez não vos pareça Era a minha vingança e um hino à Liberdade
mas o da Esquerda sou EU. Emissores" Tinha o gravador as cassetes...
Como é que há homens que gostam disto????

Bem sei que na morte todos somos uns santos etc.. etc… Só espero que compreendam que fui condenado ao degredo, pior a um sofrimento permanente sem fazer mal a ninguém.
Fiz Festa, FIZ. Arrependido não estou. Faria o mesmo hoje. Só estou a ser sincero espero que me perdoem a franqueza.

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Cidade de Bissau Loriguenses - Eu, Zézito Italiano e Mário Amaro

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Aqui passei 8 meses da minha vida, na casinha assinalada onde apesar de tudo era REI. Mas as imagens que vêem são deste quartel, PICHE - GUINÈ a morte
estava sempre presente, todos os dias havia cadáveres na capela, e só lá colocavam os brancos. A força inimiga já era muita, mas não foi por isso que
ganharam como "ELES" "PAIGC" dizem. Ganharam porque os nossos militares ganharam consciência do seu papel nesta guerra, e só lutavam em ultimo
recurso.

Agradeço ao Combatente do PAIGCV que conseguiu colocar 40 morteiradas em volta do posto de Rádio e não feriu ninguém: isto valeu-me o regresso a Bissau.
O comandante mostrava os postos de rádio ao General Spínola e aquele estava parado, no seu orgulho deu-me voz de prisão, e EU tirando proveito da
presença do General fiz-lhe cumprir a palavra, e vim para Bissau no mesmo HÉLI. Claro que não fui preso. A culpa era do "TURRA".

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Deixei Bissau em Março de 1972 após 26 meses de comissão e ainda tive que me fazer maluco.
A foto em cima não está aqui por vaidade que não tenho, mas porque tem uma historia que de certo modo tem a ver com Loriga. O Rapaz de amarelo foi
caixeiro-viajante e ia muito a Loriga, perguntava pelo AMIGO Gouveia e ninguém conhecia, até que um dia foi à Junta e o saudoso Tó "Pisoeiro" lhe deu o meu
contacto e falamos ao telefone muitas vezes. Mas esta vida é madrasta e no dia que eu ia para me deslocar a Cantanhede para visitar o GASPAR recebi a triste
noticia do seu falecimento, digamos que é aqui o reencontro que não tivemos. PAZ á sua ALMA. Na Tropa Gouveia, em Loriga Zé "Bentinha"
***
- Já gora devo dizer que me encontrei também na Guiné com o Zé "Grilo", e o Antonio "Cuco" só que não tenho registado em fotos.

Nota complementar:

…………………….. SOFRI MAS VENCI!

- Chamo-me José Mendes Gouveia, em Loriga Zé "Bentinha " II


* José Mendes Gouveia (2008)
O Zé Bentinha II e o Zé Bentinha I de boné

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http://www.youtube.com/watch?v=aWQOqalOIkE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=qqpA_8OVsL4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=wrpS3h_ydIU&feature=related
http://zecafonso.com.sapo.pt/Jose%20Afonso.html
http://marius708.com.sapo.pt/Cantores%20de%20Intervencao.html

Adelino Manuel M. de Pina *


Comissão em Angola (1970/1972)
(Posto militar - Cabo)
Entrei para a vida militar em Janeiro de 1969, fiz a recruta no RI 10 (Aveiro), cidade que me deixou gratas
recordações. O meu primeiro vencimento (o Pré como se dizia na gira) foram 28 tostões, sim repito 28 tostões, que fui
meter numa caixa das esmolas numa igreja da cidade. Pertenci à arma de Artilharia, com a especialidade de
Amanuense e fui mobilizado para Angola pelo RAL 1 (como rendiação individual) em Agosto de 1969, mas só viria a
embarcar em Fevereiro de 1970, depois de ter 13 embarques marcados e logo a seguir desmarcados. Finalmente no
dia 7 de Fevereiro de 1970, foi mesmo o dia da partida, viagem efectuada num barco de apoio de guerra chamado
"São Brás". Viagem atribulado que durou mais de um mês, com avarias e uma explosão da caldeira do barco em pleno
alto mar, com desvio forçado para a Madeira, onde ficamos 10 dias para reparação do barco. No seguimento da
viagem fomos parar a Cabo Verde onde estivemos 3 dias, e pelo meio e em pleno alto mar o surgimento de uma
doença contagiosa, que levou alguns a estar de quarentena durante dias.
Por fim a chegada a Angola em Março de 1970, fui parar à cidade do Luso (hoje Luena) situada no Leste de Angola,
onde fiz toda a minha comissão no CZML (Comando da Zona Militar Leste) . Posso dizer que fui um privilegiado em ter
ficado por ali e sendo a cidade do Luso um ponto estratégico do Leste, tive a sorte de me encontrar com muitos
amigos e conhecidos e também alguns amigos loriguenses os quais irei aqui registar.
Escusado será dizer que era sempre uma alegria quando nos encontrávamos os loriguenses e no meio de umas
frescas bebidas refrescando a garganta, vinha a nós as recordações da nossa terra, principalmente recordando os
No Barco tendo ao fundo a cidade do Funchal-Madeira
nossos tempos de meninos. É precisamente neste prisma que aqui faço este meu síntese de registos, recordando
principalmente gente de Loriga, mas muito mais e mais fica por contar dessa minha passagem pela Guerra do
Ultramar.
- Já agora conto o que passei em Cabo Verde na ilha de São Vicente, na cidade do Mindelo, onde estive a quase às portas da morte. Numa "patoscada" e perante tanta lagosta
à minha frente, ignorei a grave e grande alergia que tenho ao marisco e daí não me contive e comi tão bom petisco à minha frente. E pronto, foi a quase o fim da minha vida.
Devo aqui recordar como agradecimento os magníficos médicos que iam no barco "São Brás" que levado a toda à pressa para lá me conseguiu salvar, ao fim de algumas
horas.
- No serviço militar era simplesmente conhecido por PINA, no entanto, tinha por hábito dizer que quando passassem na minha terra e me quisessem procurar, seria importante
dizerem que eu pertencia à família dos "Palhas" porque assim era mais fácil a identificação e chegar até mim, aliás, isso várias vezes aconteceu.

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Eu e o Carlos Conde no Luso (1970) Numa Sanzala perto do Luso (1971)


O primeiro loriguense que encontrei, estava eu ainda à poucos dias no Luso. Uma ajuda à comunidade ajudando a moer
Pertencia a uma companhia de engenharia e estava a poucos meses de acabar a a mandioca para o"pirão"
comissão. Sabendo que no nosso refeitório se comia mal, logo no domingo
seguinte veio buscar-me para ir comer na sua unidade, onde se comia lá bem
e por sorte nesse dia havia até rancho melhorado. Pois nesse domingo
consolei-me, visto que já algum tempo que não comia tão boa refeição.

Com o amigo Carlos Palas (Pirola) já falecido.


Com a deslocação do Batalhão do Carlos para outras Zonas, de passagem pelo Luso lá fui à procura do amigo Carlos e lá o encontrei e como tal foi uma festa. Estivemos poucas horas juntos, mas foi o suficiente para
ainda tirarmos esta foto e podermos conversar muito, recordarmos Loriga e as pessoas, em que a sempre boa disposição do Carlos contagiava tudo em seu redor e assim passamos um belo momento que recordo com
saudade.

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Dondo 1970 Com o Adriano Amaral (Luso 1971)


Eu com o macaquinho que era um encanto. O Adriano estava de passagem pelo Luso e
por sorte veio ter ao CZL, a minha unidade, onde
nos encontramos e registamos o nosso encontro.

Com o Carlos Costa (Luso 1971) Com O Luís "da Marta" (Luso 1970)
Passei alguns dias com o Carlos no Luso, O nosso encontro foi uma coincidência e deu-se
onde estava também de passagem. no cinema do Luso. A companhia do Luís estava
Belos momentos que passamos juntos e era de passagem, pois já tinha sofrido bastante no
raro dia que não fazíamos uma "Miga" mato naquela zona do Leste, por isso mereciam
ir para o interior locais não abrangidos com a guerra.
Foi o Luís que me disse que trabalhava naquela região
Ti António (Benito) e não é que eu e ele o fomos procurar
e descobrir numa localidade muito perto do Luso.

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Foi uma festa para ele ao encontrar seus conterrâneos.


O Ti António (Benito) era motorista na empresa de
construção de estradas em Angola.

Com o Fernando Conde (Luso 1971)


Coincidências do destino passado um ano de me encontrar com o Carlos Conde, veio parar ao Leste o seu irmão Fernando e o destino o trouxe até ao Luso, para internamento na Enfermaria militar do Hospital da cidade,
quase todos os dias o lá ia ver, inclusive, com não se comia bem lá no hospital, levava-lhe eu alguma coisa para comer. Como era proibido levar coisas para dentro do Hospital, ia pelas traseiras e dava-lhe pela janela e
assim o amigo Fernando lá se consolava. Depois de restabelecido lá voltou para a sua companhia no mato, nunca mais o voltei a ver por lá, só ao fim de muitos anos o voltei a ver em Sacavém.

Junto ao rio na cidade do Luso (1971) Momento para a leitura lendo uma carta
"Venham a mim as criancinhas" de uma madrinha de guerra das várias que tinha.

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Os militares também comem e na hora das refeições Com um militar Catanguês, meu companheiro de
as mesas eram requintes da ocasião, como se vê, viagem de Luanda ao Luso, numa altura que me
eram mesas chiques com as melhores louças. Mas desloquei a Luanda para ali levar os corpos
não é que nos sabia bem comer nestes pratos de alumínio. de 4 camaradas militares falecidos em combate na
Zona Leste, para os seus corpos seguirem para a Metrópole.
Foram dois dias de viagem e apesar do militar catanguês
só falar francês, lá nos entendemos e ficamos até amigos.

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Luso 1970 Luso Ano de 1970 CZML Ano de 1970


Esta foto foi tirada no dia que estava para seguir Nessa altura fumava muito, mas era só para Apesar de ter uma arma distribuida nunca a utilizei.
para Luanda em missão, levando os corpos entreter e para passar o tempo, nunca cheguei a ter verdadeiro vício
de 4 camaradas mortos em combate na Zona Leste

Eu com outro colega chamado Rocha - Cidade do Luso Ano de 1971


Durante algum tempo cheguei a acumular trabalho civil,
trabalhando no Café, Bar e Restaurante do Cinema Luena.

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Era de aproveitar certas oportunidades e eu aproveitei.


***
Alguns registos mais

- Em 1970, de passagem por Nova Lisboa (hoje Huambo) e sabendo que viviam ali a senhora Floripes do Fermino e marido senhor António, lá arranjei maneira e fui ter com eles
à praça onde vendiam, foi uma alegria ver pessoas de Loriga, ficando para mim as gratas recordações de me terem dado da melhor fruta que lá tinham, que me fizeram
bastante jeito na viagem que ainda tinha pela frente. O senhor António, marido da senhora Floripes faleceu poucos anos depois.

- Um certo comércio de mercado negro de diamantes era uma prática de negócio no Leste de Angola, nomeadamente no Luso (hoje Luena), sendo do nosso conhecimento
grandes fortunas que existiam conseguidas através desse meio. Em certa forma, os militares também se envolveram nesse negócio, apesar do risco que se corria, sabendo-se
até de alguns militares, que com alguma sorte chegaram a ganhar bom dinheiro.
Como conhecimento de causa, eu próprio posso falar nisso, por me ter também envolvido chegando ao ponto de em determinada fase andar mesmo obcecado, conhecia até
praticamente todos os "passadores" aqueles que compravam os diamantes e depois levavam para Luanda onde eram depois também vendidos a outros negociantes, enfim, era
um negócio arriscado e de certo secretismo, ainda cheguei a fazer uns negociozitos, infelizmente em pequena dimensão, que ao fim e ao cabo deu apenas para umas "migas"
ou umas pequenas lembranças que trouxe depois para Metrópole.
Pelas Sanzalas ou "kimbos" como assim se dizia relacionado aos bairros periféricos do Luso (Luena) tinha até muitos conhecimentos e amizades que me procuravam de dia ou
de noite, no entanto, a sorte não era comigo. Lembro até uma vez, que um desses conhecimentos me procurava pela cidade, perguntou então a um colega por mim, este
sabendo que a procurarem-me representava alguma coisa, por meio de umas bebidas conseguiu que esse lhe entregasse a mercadoria, por uma bagatela. Era apenas uma
pedra e dias depois vim a saber que lhe rendeu bom dinheiro. Escusado será dizer que ainda nos zangamos, mas depois tudo passou e tudo foi esquecido. Era assim a vida dos
militares em que a amizade por vezes superava tudo.
Nessa altura estava tão familiarizados com as qualidades das pedras, que sabia até distinguir o que era bom e mau, claro que, depois era confirmado por meio de alguns teste
tradicionais que se faziam. Certo é, ter ficado nas minhas memórias, que pelas minhas mãos me passaram algumas pedras preciosas, que depois lapidadas em diamantes,
provavelmente, foram parar a pessoas finas e abastadas.

- Também me encontrei no Luso em 1971 com o José Mário (Benito) e em Luanda em 1972 encontrei-me com o Horácio Simão, que estava a chegar e eu estava já de regresso
à Metrópole, só que nestes casos não tenho registo de foto.

- No Natal de 1971 falei na Televisão nas mensagens de Natal, é de calcular a alegria que foi para a família, por isso também posso dizer que já apareci na televisão.
Nota complementar

- Ao fazer aqui este minha síntese de registo, resolvi fazê-lo sintonizando a maioria em gente de Loriga, documentando assim recordações. É evidente que
muito mais ficou por contar, dessa feita noutra dimensão, no entanto, estes meus registos fazem parte da minha passagem pela Guerra do Ultramar na
cidade do Luso (hoje Luena) onde passei mais de dois anos da minha vida (Março de 1970 até Abril de 1972), que apesar de tudo tenho ainda na
recordação.

- Regressei à Metrópole nos finas de Abril de 1972, viagem de regresso efectuada em avião. Depois de uns dias na Amadora onde vivia, fui a Loriga
visitar a restante família. Cheguei num Sábado dia de feira, de imediato voltei a ver uma imagem que desde o dia de São João de 1968 me acompanhava
os pensamentos a todos os momentos e, que o destino fez que passasse a estar ao meu lado até hoje, ou seja a minha mulher Lena que também aqui * Adelino MM Pina (2008)
merece figurar, como minha homenagem.
http://LesteDeAngola.weblog.com.pt/
http://www.guerracolonial.org/
http://LusoLuena.home.sapo.pt/Dedicatoria.htm

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http://www.loriga.de/Ultramar.htm

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Nota da autora deste ficheiro PDF: Muitos dados, principalmente dados históricos antigos, foram adulterados e as suas fontes foram
deliberadamente alteradas ou omitidas por quem recebeu e copiou os textos. Esse facto explica os erros, as contradições e a ambiguidade
existentes no conteúdo, e que podem atribuir-se principalmente a motivações mesquinhas e nada nobres. Quanto aos outros erros também
notados pelos mais eruditos e pelos mais atentos, erros nomeadamente de português, esses devem-se à falta de cultura do autor dos textos
e às alterações que fez aos textos recebidos. A.C.H.L.

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