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Orçamento na Constituição Federal de 1988

Seção II DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o plano plurianual;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.

Comentário: Estas três leis são de iniciativa do Poder Executivo e seria inconstitucional a iniciativa da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

 § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,


objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Comentário: Plano Plurianual (PPA) aparece em questões, como está neste parágrafo, de forma literal;
outras vezes com redação trocada com trechos dos parágrafos seguintes, principalmente os parágrafos 2º e
5º do Art. 165 que tratam, respectivamente, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual. O
PPA é o orientador para os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstas na Constituição, e
não o contrário.
O projeto do plano plurianual terá vigência de 4 anos, terminando no final do primeiro exercício financeiro
do mandato presidencial subsequente, e será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (Art. 35 do
ADCT, § 2º, I). Esta regra não é de observância obrigatória aos Estados, DF e Municípios.

 § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará
a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Comentário: A lei de diretrizes orçamentárias (LDO) é um instrumento de planejamento que integra o PPA
e a LOA. Foi instituído na Constituição de 1988 e vem tendo papel importante em apresentar informações

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sobre metas fiscais, traz também regras sobre a execução do orçamento, quando ainda não publicada a LOA,
e formulações sobre o equilíbrio entre despesa e receita.
O conteúdo deste parágrafo cai em provas de forma literal e também aparece com redação trocada com
trechos dos parágrafos 1º e 5º do Art. 165.
O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa
(Art. 35 do ADCT, § 2º, II). Esta regra não é de observância obrigatória aos entes subnacionais. A LDO possui
vigência anual.

 § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
resumido da execução orçamentária.

 § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão


elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

Comentário: O PPA orienta a elaboração dos planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
na CF, e não o contrário. Este parágrafo é objeto de algumas questões do CESPE.
O PPA possui vigência de 4 anos; e os planos e programas nacionais, regionais e setoriais não ficam com a
vigência vinculada ao PPA. O Plano Nacional de Educação, por exemplo, possui vigência de 10 anos, bem
diferente da do PPA.

 § 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a


maioria do capital social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

Comentário: A lei orçamentária anual (LOA) respeita princípios como universalidade, anualidade e unidade.
A existência dos três orçamentos: fiscal, investimento e seguridade social não implica em haver desrespeito
ao princípio da unidade, que diz que o orçamento deve ser um documento único com as totalizações. A lei

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orçamentária anual consolida as informações dos três orçamentos. Cabe destacar que provas tentam
confundir trocando nomes dos três orçamentos por outros termos.
É importante compreender que o orçamento é uma lei formal, não cabendo classificar como lei material.
O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (Art. 35 do ADCT, § 2º,
III). Esta regra não é de observância obrigatória aos entes subnacionais. A LOA possui vigência anual.
O orçamento da seguridade social abrange a saúde, a previdência e a assistência social, assim, o orçamento
da saúde ou da previdência social estão inclusos no orçamento anual, não constituindo, portanto, orçamento
diferente dos três já apontados.

 § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,


sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.

Comentário: As isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e


creditícia serão incluídos no projeto de lei orçamentária anual com efeito regionalizado.

 § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

Comentário: Os orçamentos fiscal e de investimento compatibilizados com o plano plurianual têm função de
reduzir desigualdades inter-regionais, conforme critério populacional, dentre outras funções.

 § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Comentário: Este parágrafo aparece nas provas com frequência, pois expressa o princípio da exclusividade.
O princípio vem coibir a inclusão de matéria estranha na lei orçamentária (previsão de receita e fixação de
despesa), podendo excluir da proibição a autorização para abertura de créditos suplementares, e apenas esta
espécie de crédito, assim como, excluir também da proibição, a contratação de operações de crédito, incluindo
as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária.
Assim, a LOA pode conter, mesmo com a exclusividade da matéria, créditos suplementares e operações de
crédito.

 § 9º Cabe à lei complementar:

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I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
condições para a instituição e funcionamento de fundos.

III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 166. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo aponta para assuntos que ao serem regulados precisa ser por Lei
Complementar. Aparece em provas a troca da informação de que será a “elaboração e a organização do plano
plurianual” regulada por lei ordinária, o que está errado. Será por lei complementar a disposição da
elaboração e organização do plano plurianual.
Ressalta-se que não existe lei complementar regendo os assuntos apontados. Não foi pelo processo legislativo
produzida norma que regulasse todo o exposto neste parágrafo.
Questões de Provas
1 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO
ADMINISTRATIVO) O crédito suplementar é a única espécie de crédito que figura como exceção ao
princípio orçamentário da exclusividade, o qual determina que a lei orçamentária anual não deverá conter
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação de despesa.

2 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) O PPA é o instrumento de planejamento utilizado no setor público. Nele devem ser
estabelecidas, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes.

3 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) Ao realizar-se a integração entre o sistema de planejamento e o orçamento federal, o
instrumento legal que explicita as metas e prioridades para cada ano, além das alterações na legislação
tributária, é a lei orçamentária anual.

4 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) De acordo com a CF, a lei orçamentária anual compreende o orçamento fiscal, o
orçamento de investimento e o orçamento-programa.

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5 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO
ADMINISTRATIVO) A CF em vigor confere ao orçamento a natureza jurídica de lei formal e material. Por
esse motivo, a lei orçamentária pode prever receitas públicas e autorizar gastos.

6 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) Uma notável modificação introduzida pela CF no processo orçamentário foi a
integração entre plano e orçamento, por meio da criação do plano plurianual (PPA) e da lei de diretrizes
orçamentárias (LDO).

7 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) A proibição relativa à inserção, na lei orçamentária, de norma estranha à previsão da
receita e à fixação da despesa advém do princípio da universalidade.

8 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE) – CARGO 1: ANALISTA ADMINISTRATIVO


– ÁREA: I) A abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, contraria o princípio da exclusividade.

9 – (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 7: TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) O projeto de lei do plano plurianual da União deve ser encaminhado até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício financeiro de cada mandato do chefe do executivo e
devolvido, para sanção, até o encerramento da sessão legislativa. Esse prazo não é obrigatório para os
demais entes da Federação.

10 – (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 4:


ANALISTA ADMINISTRATIVO – QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO) De acordo com as normas
constitucionais vigentes, o plano plurianual (PPA) deve ser elaborado em consonância com os planos e
programas nacionais, regionais e setoriais.

11 – (2015 – CESPE – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (FUB) 2014/2 – CARGO 8:


ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) A lei orçamentária não pode conter qualquer dispositivo estranho à
previsão da receita e fixação da despesa: deve conter apenas matéria financeira.

12 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 2: ANALISTA DO MPU –


ESPECIALIDADE: FINANÇAS E CONTROLE) O PPA possui duração de quatro anos, com vigência até o final
do mandato presidencial subsequente, devendo ser encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa.

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13 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 2: ANALISTA DO MPU –
ESPECIALIDADE: FINANÇAS E CONTROLE) De acordo com a Constituição Federal, os planos e os
programas nacionais, regionais e setoriais devem ser elaborados em consonância com o plano plurianual
(PPA) e apreciados pelo Congresso Nacional. Devido à sua relação com o PPA, os programas nacionais,
regionais e setoriais não podem ter duração superior a quatro anos.

14 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 1: ANALISTA DO MPU –


ESPECIALIDADE: ATUARIAL) De acordo com o princípio da exclusividade, é vedado ao Poder Executivo
incluir na lei orçamentária anual (LOA) autorização para contratação de operação de crédito.

15 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 1: ANALISTA DO MPU –


ESPECIALIDADE: ATUARIAL) O efeito regionalizado de benefícios tributários concedidos pelo governo
federal que resultem em isenção ou anistia deverá ser incluído no projeto de lei orçamentária anual.

16 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) O plano plurianual (PPA) e a lei de
diretrizes orçamentárias (LDO) são importantes instrumentos de planejamento governamental, por meio
dos quais são definidas as prioridades do governo para um período de quatro anos.

17 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) Será inconstitucional a lei de iniciativa
da Câmara dos Deputados que estabelecer as diretrizes orçamentárias para o exercício financeiro
subsequente.

18 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) O princípio orçamentário da unidade,


que prescreve a formulação de um orçamento único, não é observado pela Constituição Federal brasileira,
que determina a existência dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos das estatais.

19 – (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR GOVERNAMENTAL –


ÁREA: GERAL) A lei de diretrizes orçamentárias, instrumento de planejamento da atividade financeira
para o exercício financeiro subsequente, objetiva dispor sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

20 – (2014 – CESPE – INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio) –


ANALISTA ADMINISTRATIVO) Os orçamentos não compreendidos na LOA pelo orçamento fiscal
incluem os orçamentos da saúde e do investimento das empresas.

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21 – (2014 – CESPE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – CONTADOR) O projeto de lei do plano
plurianual é de iniciativa do chefe do Poder Executivo e deve ser enviado ao Congresso Nacional até o dia
31 de agosto do primeiro ano do mandato presidencial.

22 – (2014 – CESPE – CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA – ANALISTA TÉCNICO-


ADMINISTRATIVO) A lei orçamentária anual (LOA) pode conter dispositivo que autorize a abertura de
crédito destinado a atender a dotação não prevista no programa de trabalho inicialmente aprovado.

23 – (2012 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – Advogado da União) O PPA, que define o
planejamento das atividades governamentais e estabelece as diretrizes e as metas públicas, abrange as
despesas de capital e as delas decorrentes, bem como as relativas aos programas de duração continuada.

24 – (2012 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – Advogado da União) A lei de diretrizes


orçamentárias destina-se, entre outros objetivos, a orientar a elaboração da lei orçamentária anual, nada
dispondo, todavia, a respeito do equilíbrio entre receitas e despesas.

25 – (2014 – FGV – PREFEITURA DO RECIFE – Analista de Controle Interno – Finanças Públicas) Quanto
ao regramento constitucional sobre o orçamento, assinale a afirmativa incorreta.

(A) A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e
as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes, assim
como para as relativas aos programas de duração continuada.

(B) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e as prioridades da administração pública


federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração
da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

(C) À lei ordinária cabe dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a
organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual.

(D) A lei orçamentária anual não poderá conter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

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(E) A lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público.

26 – (2014 – FGV – PREFEITURA DO RECIFE – Analista de Controle Interno – Finanças Públicas) A respeito
das disposições constitucionais que tratam das finanças públicas, assinale V para a assertiva verdadeira e
F para a assertiva falsa.

( ) A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
inclusive quanto à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita.

( ) A lei orçamentária anual deve compreender o orçamento fiscal referente aos Poderes Executivo,
Judiciário e Legislativo, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

( ) Os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em razão de veto do projeto de lei orçamentária
anual, poderão ser utilizados mediante créditos especiais ou suplementares, conforme o caso, desde que
com prévia e específica autorização legislativa.

( ) É permitida a vinculação das receitas próprias, geradas pelos impostos municipais e pela arrecadação
do Imposto de Renda, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos pelos municípios e suas autarquias,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União.

As afirmativas são, respectivamente,

(A) F, V, V e F.

(B) F, V, V e V.

(C) V, F, V e F.

(D) V, F, F e F.

(E) V, V, F e V.

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27 – (2015 – CESPE – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (FUB) 1/2015 – CARGO 1: AUDITOR) A lei
orçamentária anual é composta dos orçamentos: fiscal, seguridade social e investimento das estatais.

28 – (2013 – FUNCAB – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) – Atividade Técnica


Especializada de Complexidade Intelectual – Administração) A respeito das previsões constitucionais
sobre o orçamento público, é correto afirmar que cabe ao Plano Plurianual estabelecer:

A) as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o


exercício financeiro subsequente, orientar a elaboração da lei orçamentária anual, dispor sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.

B) o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

C) de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as


despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

D) o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da


Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

E) normas de gestão financeira e patrimonial da Administração Direta e Indireta bem como condições para
a instituição e funcionamento de fundos.

29 – (2015 – CESPE – MPOG & ENAP – Cargo 22: TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) A função de reduzir
desigualdades inter-regionais, atribuída aos orçamentos, orienta a elaboração do orçamento da seguridade
social no sentido de destinar proporcionalmente maiores números e valores de benefícios previdenciários
para as regiões mais pobres do país.

30 – (2015 – CESPE – MPOG & ENAP – Cargo 22: TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) Conforme determinação
da CF, o plano plurianual deve ser elaborado em consonância com os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais. A explicação para essa vinculação reside no fato de que tais planos e programas
apresentam maior duração e são mais específicos.

31 – (2013 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – PROCURADOR FEDERAL) A lei


orçamentária anual deve contemplar apenas dispositivos relacionados à previsão da receita e à fixação da

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despesa, ressalvada, nos termos da lei, a autorização para a abertura de créditos suplementares e a
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita.

32 – (2013 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – PROCURADOR FEDERAL) De acordo com o


princípio orçamentário da universalidade, o orçamento deve conter a totalidade das receitas e das
despesas estatais. Decorre desse princípio o dispositivo constitucional que determina que a lei
orçamentária anual compreenderá o orçamento de investimentos das empresas em que a União detenha
qualquer participação no capital social.

33 – (2013 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – PROCURADOR FEDERAL) O STF não admite
ação direta de inconstitucionalidade que tenha por objeto lei orçamentária, ainda que fique comprovado
que a lei questionada possua certo grau de abstração e generalidade.

34 – (2015 – CESPE – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO (TRE-MT) – ANALISTA


JUDICIÁRIO – ÁREA: ADMINISTRATIVA) Segundo a CF, a peça do sistema de planejamento e
orçamento federal que condiciona a elaboração dos planos e programas nacionais, regionais e setoriais é
o(a)

A) lei orçamentária anual (LOA).

B) orçamento-programa.

C) LDO.

D) Lei de Responsabilidade Fiscal.

E) PPA.

Gabarito
1 C

2 C

3 E

4 E

10
5 E

6 C

7 E

8 E

9 C

10 E

11 E

12 E

13 E

14 E

15 C

16 E

17 C

18 E

19 C

20 C

21 C

22 E

23 C

11
24 E

25 C

26 B

27 C

28 C

29 E

30 E

31 C

32 E

33 E

34 E

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.

Comentário: Este artigo cuida do processo legislativo orçamentário que inclui o recebimento das
propostas de leis orçamentárias do Executivo, seu exame, discussão e votação pelos parlamentares. É no
âmbito do processo legislativo orçamentário que os parlamentares das duas casas (Câmara dos Deputados e
Senado Federal) alteram a proposta do Executivo.
O artigo 166 da CF trata do processo de formação das leis orçamentárias pelo congresso nacional. O trabalho
de processo legislativo orçamentário parte de uma proposta de lei apresentada pelo poder Executivo e tem
seu término com a deliberação pelos parlamentares, podendo resultar em nova lei ou arquivamento do
projeto.
Os projetos de leis orçamentárias estão aqui compreendidos no sentido amplo, pois inclui os projetos de lei do
PPA, da LDO, da LOA e créditos adicionais.

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A mensagem da Presidência da República com projeto de lei orçamentária é entregue ao Presidente do Senado
Federal (também presidente do Congresso Nacional). Na sequência é convocada sessão conjunta para leitura
e depois segue para apreciação da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – CMO.

 § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;

II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

Comentário: A Comissão mista permanente de Senadores e Deputados mencionada é a Comissão Mista de


Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, conhecida pela sigla CMO ou simplesmente Comissão Mista
de Orçamento.
A competência da Comissão Mista de Orçamento abrange o exame e emissão de parecer sobre os projetos de
leis orçamentárias (PPA, LDO, LOA e créditos adicionais), sobre a prestação de contas do Presidente da
República, sobre planos e programas nacionais, regionais e setoriais. Além disso, examina e manifesta com
parecer sobre documentos pertinentes ao acompanhamento e fiscalização da execução orçamentária e
financeira e da gestão fiscal, nos termos da Constituição e da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os trabalhos desenvolvidos pela comissão podem contar com a atuação de outras comissões do Congresso
Nacional, da Câmara ou do Senado. A CMO conta, quando na apreciação de projeto de lei orçamentária, com
colaboração de Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
A composição da comissão de orçamento é de 40 membros titulares, sendo 30 Deputados e 10 Senadores, e
para cada membro titular há um suplente. A direção da CMO tem 1 Presidente e 3 Vice-Presidentes eleitos
para mandato anual, havendo revezamento nas posições de direção entre membros do Senado e da Câmara.

 § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

Comentário: O objetivo de um parlamentar ao propor emenda é buscar a alteração de uma proposta de lei
que está em tramitação. A emenda pode ser de texto, quando busca alterar texto do projeto; de receita,
quando altera estimativa de receita; e de despesa, que pode ser de (i) remanejamento quando propõe
acréscimo ou inclusão de dotação e simultaneamente a anulação de dotação equivalente, (ii) de apropriação
quando propõe acréscimo ou inclusão de dotação e simultaneamente como fonte a anulação de recursos da

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Reserva de Recursos ou outras dotações definidas no Parecer Preliminar da CMO, ou (iii) de cancelamento
quando propõe exclusivamente a redução de dotação.
No âmbito da CMO há comitês permanentes e um em específico é o Comitê de Admissibilidade de Emendas
com competência para propor a inadmissibilidade das emendas apresentadas aos projetos de LOA, LDO e PPA.
Os projetos de leis orçamentárias após recebidos pelo legislativo, tramitam no âmbito da CMO com finalidade
de receber emendas, os relatórios pertinentes e parecer do plenário da comissão mista. Este parecer da CMO
segue para votação no Congresso Nacional.

 § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:

I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa,


excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III – sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

Comentário: É possível fazer emenda ao projeto de lei orçamentária com objetivo de alterar texto, a receita
ou a despesa. Este terceiro parágrafo do Art. 166, pela sua redação, trata da emenda de despesa, que pode ser
de remanejamento, de apropriação ou de cancelamento, e assim como traz condições restritivas para se
modificar o projeto de lei.
Inicialmente, a emenda de despesa para ser aprovada precisa ser compatível com a lei do plano plurianual e
com a lei de diretrizes orçamentárias. Além disso, a emenda precisa indicar os recursos necessários, admitidos
apenas os provenientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre: dotações para pessoal e seus
encargos, serviço da dívida, e transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito

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Federal. Estas dotações, a priori, não podem ser usadas como fonte para emenda, precisando ser mantidas
conforme foi apresentada pelo Poder Executivo no projeto de lei.
O inciso III prevê a aprovação de emenda desde que esteja relacionada com dispositivos do texto do projeto
de lei ou com correção de erros ou omissões. E é justamente com base nisto, na correção de erros e omissões,
que é possível anular as despesas (ou usar como fonte) dotações de pessoal e seus encargos, do serviço da
dívida ou de transferências constitucionais aos entes subnacionais para aprovação de emenda (§ único do art.
41 da Resolução n. 01/2006 – Congresso Nacional).
Os tipos de emendas de despesa são três:
(1) remanejamento, quando propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte
exclusiva de recursos, a anulação equivalente de dotações constantes do projeto, exceto as da Reserva de
Contingência;
(2) a de apropriação propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte de recursos,
a anulação equivalente de recursos integrantes da Reserva de Recursos (recursos de reestimativa das receitas
realizada no âmbito da CMO, da Reserva de Contingência) ou outras dotações definidas no Parecer
Preliminar; e
(3) de cancelamento, que propõe, exclusivamente, redução de dotações constantes do projeto.
Por último, para questões de provas, deixe evidente que a fonte de recurso usada para emenda deve vir de
anulação de outra despesa.

 § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.

Comentário: Emenda à LDO precisa, para aprovação, estar compatível com o PPA. Isto indica uma
estruturação entre as leis orçamentárias. A LDO é elaborada em conformidade com o PPA e isto deve refletir
para as modificações propostas pelos parlamentares no processo legislativo. Assim, para aprovação de
emenda à LDO há que a modificação pleiteada estar compatível com o PPA.

 § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor


modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão
mista, da parte cuja alteração é proposta.

Comentário: Esta possibilidade de enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo modificação nos
projetos de leis orçamentárias torna o processo legislativo receptível a pleitos de modificação do Executivo,
mesmo depois de enviado o projeto de lei.
Proposta de modificação do projeto de lei orçamentária anual enviada pelo Presidente da República ao
Congresso Nacional, somente será apreciada se recebida até o início da votação do Relatório Preliminar na
CMO (Art. 28 da Resolução n. 01/2006 – Congresso Nacional).

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 § 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a
que se refere o art. 165, § 9º.

Comentário: Não existe lei complementar que regule os assuntos do art. 165, § 9º. Diante da não existência
de lei complementar regulando os assuntos do § 9º do Art. 165 da Constituição, outras disposições legais
regulam alguns de seus pontos. Assim é o caso dos prazos para envio pelo Poder Executivo dos projetos de leis
orçamentarias e, na sequência, a devolução pelo Poder Legislativo para sanção.
O § 2º do art. 35 das Disposições Constitucionais Transitórias explica isso com a seguinte redação: “Até a
entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes
normas”. Isto evidencia, dentre outros assuntos, que prazo, vigência, exercício financeiro, elaboração e
organização das leis orçamentárias têm previsão de serem regulados em lei complementar.
E não havendo a lei, as disposições constitucionais transitórias apontaram a vigência do plano plurianual até
o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, sendo encaminhada ao
Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido ao
Poder Executivo para sanção até o encerramento da sessão legislativa (Inciso I, § 2º, do art. 35, ADCT).
O projeto de LDO será encaminhado ao Congresso Nacional até oito meses e meio antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido ao Poder Executivo para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa (Inciso II, § 2º, do art. 35, ADCT).
O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado ao Congresso Nacional até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido ao Poder Executivo para sanção até o encerramento da
sessão legislativa (Inciso III, § 2º, do art. 35, ADCT).

 § 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta
seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

Comentário: Este parágrafo evidencia que há um processo legislativo especial e com regras próprias para as
leis orçamentárias (PPA, LDO, LOA e créditos adicionais). Assim é o caso de dizer que o processo legislativo,
quando não contrariar, pode ser aplicado ao processo legislativo orçamentário.
As leis orçamentárias têm prazos marcados para início e término do processo legislativo. Há prazo para envio
da proposta de lei pelo Poder Executivo assim como para a devolução para sanção pelo Poder Legislativo.

 § 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária


anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

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Comentário: Há uma leitura de que este parágrafo traz a solução no caso de rejeição do projeto de lei
orçamentária. Assim, ocorrendo a rejeição do projeto de LOA, os recursos ficam sem a despesa
correspondente, o que para solução seriam abertos créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Uma solução possível, diante da rejeição do projeto de LOA, é iniciar novo processo legislativo orçamentário,
pois não cabe crédito suplementar sem dotações previamente autorizadas. Não é possível o raciocínio de fazer
projetos para abertura de crédito suplementar quando o projeto de LOA foi rejeitado. O que se suplementará?
Qual dotação receberá reforço se não há dotação autorizada?
Quanto ao veto, isto pode caber quando são vetos parciais. O recurso decorrente do veto, caso sem despesa
correspondente, pode ser utilizado para abertura de crédito suplementar ou especial, após prévia e específica
autorização legislativa. Por outro lado, se é veto da lei por inteira, caberia, por uma solução possível, iniciar
novo processo legislativo com nova proposta de lei. Até porque a abertura de crédito suplementar só se cabe
fazer quando se busca suplementar uma dotação aprovada originalmente na LOA. Sendo falta de lógica
buscar abertura de crédito suplementar quando não existe LOA aprovada com dotações autorizadas. Crédito
suplementar é justamente para reforçar uma dotação existente.
E quanto à emenda, caberia usar o recurso correspondente para outra despesa a partir de crédito
suplementar ou especial, caso a emenda seja de cancelamento de despesa e baseada em estimativa de recurso
que historicamente se realiza.
Como esclarecimento, ainda não houve rejeição do projeto de LOA pelo Congresso Nacional ou veto total pelo
Poder Executivo, pelo menos na esfera federal.
 § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo
Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos
de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo foi incluído pela Emenda Constitucional n. 86, que inaugura o Orçamento
Impositivo. A execução orçamentária e financeira obrigatória veio para as emendas parlamentares
individuais. Pode-se discutir que há tantos programas e ações do orçamento interessantes ou até mais
necessárias, porém foram as emendas individuais que receberam do trabalho legislativo do Congresso
Nacional a obrigatoriedade de execução.
A regra deste parágrafo reserva do projeto de LOA 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) para as emendas
parlamentares individuais. Deste percentual, os parlamentares terão que destinar a metade para ações e
serviços públicos de saúde, ou seja, 0,6% da RCL serão de emendas individuais para a saúde.
O informativo do PLDO 2018 (abril/2017), elaborado pelas Consultorias de Orçamento do Senado e da
Câmara, traz um resumo do projeto de lei de diretrizes orçamentárias e relativo ao orçamento impositivo há
a inclusão das emendas de bancadas. Deste modo, as emendas de bancadas passam também a ser de execução
obrigatória, caso seja o projeto aprovado. O valor a ser executado nas emendas de bancada tem como

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parâmetro as programações correspondentes ao ano de 2017, reajustado pelo IPCA acumulado de julho de
2016 a junho de 2017 (Informativo PLDO 2018 – abril/2017).
É interessante, por outro lado, saber que existe emenda individual, emenda de bancada e emenda de comissão.
Emenda individual é apresentada por cada Deputado ou Senador individualmente. Emenda de bancada é
apresentada por cada bancada estadual no Congresso no âmbito dos interesses do estado ou Distrito Federal.
E emenda de comissão é apresentada por comissões permanentes do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados e pelas comissões mistas permanentes do Congresso Nacional, dentro das competências
regimentais.
E por último, se a questão de prova vier dizendo que as modificações propostas pelos parlamentares podem
desfigurar o projeto de lei, não siga esse raciocínio, pois é possível que o trabalho do legislativo aprimore a
proposta do Executivo. Então se a questão marcar que os parlamentares desfiguram o projeto de lei
orçamentária, marque como incorreta.
 § 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º,
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada
a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo expressa que o valor das emendas parlamentares individuais destinado à saúde
(a metade das emendas parlamentares individuais ou 0,6% da RCL) é contabilizado para alcançar o
cumprimento da aplicação mínima de 15% da RCL pela União, a cada ano.
É possível explicar isso melhor!
O parágrafo nono do artigo 166 da CF expressa sobre a execução orçamentária e financeira de emendas
parlamentares individuais até 1,2% da RCL é obrigatória, tendo metade destas emendas aplicação destinada
à saúde (0,6% da RCL). Lembre-se desta metade das emendas individuais destinada à saúde. É importante.
Além disso, outra mudança trazida pela Emenda Constitucional n. 86 foi a aplicação mínima de 15% da RCL
na saúde, pela União, a cada ano.
Assim, fazendo a conexão, o décimo parágrafo do artigo 166 da CF diz que o valor destinado pelas emendas
parlamentares individuais (0,6% da RCL) será contabilizado com finalidade de cumprir a aplicação mínima
de 15% da RCL na saúde, pela União, a cada ano.
Deste modo, mesmo a União transferindo por emenda parlamentar, mesmo sendo resultado de modificações
propostas por deputados e senadores, o valor transferido será utilizado para apuração do cumprimento da
aplicação mínimo de 15% da RCL na saúde.
A ressalva que se faz no final: é possível a União transferir recursos para custeio, porém é vedada a destinação
para pagamento de pessoal ou encargos sociais. Isto se deve ao pensamento de que pessoal e encargos sociais
devem ser pagos pelo próprio ente, sem depender de transferências para tais despesas.
 §11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º
deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da
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programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo aponta ser de execução obrigatória as emendas individuais no montante
correspondente a 1,2% da RCL (Receita Corrente Líquida) realizada no exercício anterior. Com esta regra, as
emendas individuais executadas em 2017 corresponderão ao montante de 1,2% da RCL realizada no ano de
2016.
Lembrar que o percentual de execução e de aprovação das emendas individuais na LOA é 1,2% da RCL,
porém há diferenças. Na execução das emendas individuais, o montante é de 1,2% da RCL realizada no
exercício anterior. Já na aprovação das emendas individuais à LOA é 1,2% da RCL proposta no projeto
de lei encaminhado pelo Poder Executivo.
Para facilitar, segue resumo.
A aprovação das emendas individuais à LOA até o limite de 1,2% da RCL prevista no projeto enviado pelo
Executivo.
Por outro lado, é obrigatório executar as emendas individuais em montante correspondente a 1,2% da RCL
realizada no exercício anterior.
E por último, lembrando que não há lei complementar que regule o expresso no art. 165, § 9º, da CF, então
não está, pelo menos por lei complementar, exposto os critérios para a execução equitativa das emendas
individuais.
 § 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
Comentário: As emendas parlamentares são executadas por meio de transferências dos recursos via
celebração de convênios, contratos de repasse e termos de colaboração ou parceria.
Quando disser convênio, no singular ou no plural, esta expressão resumirá todos os acordos celebrados para
transferência de recursos originados de emendas parlamentares, incluindo convênios, contratos de repasse,
termos de colaboração, termos de parceria e termos de fomento.
Deste modo, a execução da emenda individual ganhará o carimbo de impedimento de ordem técnica, ficando
sem obrigatoriedade de execução, quando os envolvidos não tiverem condições de celebrar o convênio.
Quem se interessar por ver os itens que geram impedimento de ordem técnica para execução de emenda
parlamentar pode recorrer ao Portal dos Convênios do Governo Federal.
E adiantando alguns considerados impedimentos de ordem técnica estão: o parlamentar não indicar os
beneficiários de suas emendas e os beneficiários das emendas não apresentarem a proposta e plano de
trabalho ou apresentarem de forma inadequada ou incompatível com a ação orçamentária.
 § 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11
deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da
adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente

19
líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art.
169. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Lembrando que as emendas individuais são executadas com transferência de recursos da LOA
da União via convênios. Deste modo, antes da Emenda Constitucional n. 86, para a celebração de
convênio havia necessidade de adimplência do beneficiário dos recursos federais. Os entes federativos
subnacionais (Estados, Distrito Federal e Municípios) deveriam estar adimplentes com as prestações de
contas dos recursos recebidos anteriormente, dentre outras exigências estabelecidas na LRF, tais como:
cumprimento de limites constitucionais com aplicação de recursos na educação e saúde, observar os limites
de dívida, de operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar (Art. 25 da LRF).
Com a Emenda Constitucional n. 86, as emendas individuais passaram a ser de execução obrigatória, assim
como, independente da situação de adimplência ou inadimplência dos entes subnacionais, a transferência de
recursos prosseguirá.
Este regra tem efeitos na administração pública. Um ente público qualquer que tenha histórico de
recebimento de recursos federais e a respectiva aplicação não é, reiteradamente, comprovada na finalidade
acordada. Ou convênios com prestação de contas reprovadas. Nestes casos, como transferir mais recursos?
A explicação de continuar a transferir, independente da situação do ente federativo beneficiário, está na
origem do recurso que vem de emenda parlamentar, que ganhou, pela força de dispositivo constitucional,
execução obrigatória.
Este parágrafo diz que independe da adimplência do beneficiário, caso ente subnacional, para receber
recursos originados de emendas individuais.
Por outro lado, na LRF está exposto que são transferências voluntárias a entrega de recursos a outro ente
federativo. Isso se justifica quando não decorre de lei ou qualquer ato normativa a transferência. Portanto, a
transferência é voluntária em decorrência da falta de obrigatoriedade de entregar os recursos.
Agora cabe rever a expressão “transferência voluntária”, pois as emendas individuais se tornaram
impositivas, recebendo caráter de obrigatoriedade. A revisão da expressão pode ser no sentido de incluir outra
que expresse melhor o fenômeno. Nesse sentido, a expressão “transferência impositiva” dos recursos pode
explicar a existência de fração significativa de convênios celebrados que tem obrigatoriedade de execução.
Por último, os recursos recebidos de emendas individuais pelos entes subnacionais não entram na base de
cálculo da RCL para não impactar a apuração do limite de gasto com pessoal.
 § 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a
programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
I – até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder
Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder
Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

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II – até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao
Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
III – até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja
insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV – se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o
Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do
Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86,
de 2015)
Comentário: Este parágrafo trata das emendas individuais que recebem notificação de impedimento de
ordem técnica.
Os incisos destacam os prazos para notificação e remanejamento de dotação para superar a situação de
impedimento de ordem técnica com finalidade de executar a emenda individual.
O último inciso do parágrafo destaca que se o Congresso Nacional não deliberar sobre o remanejamento para
superar o impedimento, o remanejamento será feito pelo Executivo.
 § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias previstas no § 11
não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados na notificação prevista
no inciso I do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo expressa sobre a não obrigatoriedade de execução, caso a emenda individual
mantenha o impedimento de ordem técnica, após os prazos apontados no inciso IV, do parágrafo anterior.
 § 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira
prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente líquida
realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo permite a inclusão dos restos a pagar, até o limite de 0,6% da RCL realizada no
exercício anterior, no montante de execução impositiva das emendas individuais.
O destaque desta previsão foi para o ano de entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 86, pois os restos
a pagar poderiam ser incluídos na imposição de execução das emendas individuais. Assim, já teriam valores
de anos anteriores, liquidados ou não, para executar quando da entrada em vigor da Emenda Constitucional.
 § 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o
montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da limitação
incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo busca dar segurança às emendas parlamentares diante de não cumprimento
das metas de resultado fiscal. Busca criar uma equivalência entre as despesas discricionárias e as emendas

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individuais. A proporção reduzida das despesas discricionárias é o limite de redução das emendas
parlamentares.
O Executivo na hora de reduzir despesas não poderá cortar as emendas parlamentares individuais, antes que
corte das despesas discricionárias.
 § 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que atenda de
forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da autoria. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Comentário: Este parágrafo traduz a disputa dos parlamentares pela execução orçamentária e financeira
de suas emendas. A inclusão dos critérios igualdade e impessoalidade para a execução das emendas busca
não criar distinções entre os parlamentares.
Pode-se o parlamentar com bom relacionamento com o governo ter mais recursos de emendas liberadas.
Como exemplificação da liberação de emendas por autoria segue o quadro dos 10 parlamentares com maiores
liberações de recursos (Dados extraídos do Painel de Emendas, disponível no sítio do Senado Federal).

Questões de Provas

1 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE) – CARGO 1: ANALISTA


ADMINISTRATIVO – ÁREA: I) As emendas dispostas na Carta Magna constituem técnica bastante difundida
e amplamente utilizada pelo Poder Legislativo para corrigir erros e omissões que desfiguram o texto da lei
orçamentária anual, de responsabilidade do Poder Executivo.

2 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um


deputado apresentou proposta de emenda a projeto de lei de orçamento indicando como recurso quantia

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proveniente de anulação de despesa incidente sobre serviço da dívida. ASSERTIVA: Nessa situação, a
proposta de emenda é inconstitucional, e a despesa não deverá ser executada.

3 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) Em observância ao princípio da


separação de poderes, o presidente da República não poderá propor modificações no projeto de lei relativo
ao PPA.

4 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) A lei orçamentária anual deve incluir
orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social votante; no entanto, a autorização para a abertura de crédito suplementar deve ser conteúdo
de lei complementar específica.

5 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) Se uma dotação orçamentária for
cancelada em decorrência de emenda parlamentar, e o valor da referida dotação for destinado para uma
despesa vetada pelo chefe do Poder Executivo, esse valor poderá ser empregado para abertura de crédito
especial durante o exercício de vigência da lei que tenha sofrido o veto.

6 – (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR GOVERNAMENTAL –


ÁREA: GERAL) As emendas ao projeto de lei orçamentária anual que tenham por propósito a modificação
das despesas nele previstas deverão demonstrar a sua compatibilidade com o plano plurianual e a lei de
diretrizes orçamentárias e, ainda, indicar os recursos necessários à sua satisfação, admitindo-se, nessa
hipótese, a adoção de medidas para aumento permanente de receita.

7 – (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR GOVERNAMENTAL –


ÁREA: GERAL) Além das hipóteses de controle externo e interno das contas públicas, a CF admite o
controle da sociedade civil, que é exercido mediante a formalização de denúncias sobre irregularidades ou
ilegalidades ao TCU, a participação na elaboração e discussão das propostas orçamentárias e o acesso às
informações referentes às despesas e receitas.

8 – (2012 – CESPE – ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO (AGU) – Advogado da União) Após o envio dos
projetos de lei relativos ao PPA, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual ao Congresso Nacional,
o presidente da República não poderá apresentar proposta de modificação desses projetos.

GABARITO

1 E

23
2 C

3 E

4 E

5 C

6 E

7 C

8 E

 Art. 167. São vedados:

 I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

Comentário: Esta vedação é coerente quando se tem o orçamento anual como o documento definidor de
quais programas e projetos vão receber recursos para execução. Desse modo, não estando incluso
determinado programa ou projeto no orçamento anual, não se pode iniciar sua execução.

 II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos


orçamentários ou adicionais;

Comentário: O limite na administração pública é a dotação orçamentária autorizada! Outra forma de


alterar o limite, após aprovação da LOA, é por meio de crédito adicional.
Este inciso traz a vedação de criação de despesas além dos créditos orçamentários e, se houver, dos créditos
adicionais.

 III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

Comentário: Aqui está a regra de ouro: a vedação de realização de operações de créditos em montante que
exceda as despesas de capital. A ressalva da vedação é dada pelo Poder Legislativo ao aprovar, por maioria
absoluta, autorizações de créditos suplementares ou especiais.

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A autorização legislativa para os créditos suplementares ou especiais usariam como fonte de recursos o
produtos das operações de crédito.
Lembrando que operações de crédito é fonte de recurso para créditos suplementares e especiais previsto no
inciso IV, § 1º, art. 42, da Lei 4320.
 IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Comentário: Para entendimento deste inciso cabe fazer seu detalhamento.
1. É vedada a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa;
2. Ressalva da vedação (não é vedado vincular): a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159;
3. Ressalva da vedação (não é vedado vincular): a destinação de recursos para as ações e serviços públicos
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino (arts. 198, § 2º e 212);
4. Ressalva da vedação (não é vedado vincular): realização de atividades da administração tributária (art.
37, XXII);
5. Ressalva da vedação (não é vedado vincular): prestação de garantias às operações de crédito por
antecipação de receita (art. 165, § 8º);
6. Ressalva da vedação (não é vedado vincular): é permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos
impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b,
e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

 V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem


indicação dos recursos correspondentes;

Comentário: Há necessidade, na abertura de crédito suplementar ou especial, de indicação de recursos


disponíveis e de prévia autorização legislativa. Caso não tenha autorização legislativa ou indicação de
recursos como fonte para o crédito suplementar ou especial, está vedada a abertura do crédito.

 VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

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Comentário: Este inciso busca proibir o manejo dos recursos pelo poder que os detêm e quem acaba por
sentir mais os efeitos desta vedação é o Poder Executivo. Assim, para se fazer movimentação de recursos
(remanejamento, transferência ou transposição) há que ser autorizado pelo Legislativo.

 VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

Comentário: Não há no orçamento público possibilidade de se criar despesas baseadas em créditos


ilimitados.
A ideia de orçamento para período determinado de tempo visa estabelecer autorizações de gastos em valores
definidos. Assim, é vedada a concessão, autorização legislativa ou utilização de créditos ilimitados.

 VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos,
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

Comentário: Esta vedação é importante, pois impede a utilização dos recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade para cobrir necessidades ou déficit de empresas, fundações ou fundos.
Por outro lado, se houver autorização legislativa específica, é possível utilizar recursos desses dois orçamentos
para cobrir necessidades ou déficits de empresas, fundações, fundos, inclusive usar um orçamento como fonte
de recursos para outro (Ex. recurso do orçamento fiscal para o de investimento).

 IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

Comentário: Esta é a segunda vedação relativa a fundos neste artigo. A primeira está no inciso IV, que veda
a vinculação de receita de imposto a fundos. E a segunda vedação é esta, quanto a instituição de fundos de
qualquer natureza sem autorização legislativa.
A condição de autorização legislativa impede que o Poder Executivo, por si, institua fundo. Desse modo, há
que buscar autorização do Poder Legislativo para instituir fundo.
 X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação
de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de
despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Este inciso veda o pagamento de pessoal com recursos vindos de transferência voluntária e
empréstimos.
Quanto às transferências voluntárias há um detalhamento maior na Portaria Interministerial n. 424/2016,
que traz normas sobre as transferências de recursos da União, mediante convênios.

26
Há vedação em pagar, a qualquer título, servidor ou empregado público, integrante de quadro de pessoal do
órgão ou entidade pública da Administração direta ou indireta, beneficiária do recurso da União, salvo nas
hipóteses previstas em leis federais específicas e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (Art. 38, II, da
Portaria Interministerial n. 424/2016).
 XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e
II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

 § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

Comentário: Este parágrafo é uma fonte de pegadinha para as bancas de concursos. Inicialmente, para o
investimento ser executado por mais de um exercício financeiro há que estar no PPA ou em lei que autorize
sua inclusão. Caso isso não seja atendido há risco de responder por crime de responsabilidade.
A outra ideia a se ter deste parágrafo é a possibilidade de executar investimento dentro de um mesmo
exercício financeiro sem estar previsto no PPA, apenas na LOA.
A negação deste parágrafo está em executar investimento por mais de um exercício financeiro sem sua
inclusão no PPA.

 § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subseqüente.

Comentário: Também é usado este parágrafo pelas bancas de concursos para pegar candidatos com pouco
espaço na memória para lembrar que os créditos especiais e extraordinários, se abertos nos últimos quarto
meses do exercício financeiro, podem ser reabertos pelos seus saldos no exercício financeiro seguinte,
incorporando-se ao orçamento.
A regra dos créditos adicionais é pertencer ao exercício financeiro da respectiva abertura. Esta regra é para
os créditos suplementares, especiais e extraordinários. A ressalva cabe apenas aos especiais e extraordinários,
se abertos nos últimos 4 meses do exercício financeiro.

 § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas


imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

27
Comentário: O crédito extraordinário é para atender despesas fora da normalidade, despesas imprevisíveis
e urgentes, tais como: guerra, comoção interna e calamidade pública.
A Constituição de 1988 permite abrir o crédito extraordinário por medida provisória. Esta é a única
possibilidade de uso de medida provisória no âmbito de orçamento público.
 § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts.
155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de
garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
 § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI
deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Comentário: O parágrafo ressalva a vedação ao inciso VI deste artigo, para o âmbito da ciência, tecnologia
e inovação, facilitando a movimentação dos recursos nesta área.
1 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16
TÉCNICO ADMINISTRATIVO) As receitas orçamentárias podem ser vinculadas por meio de lei a órgão,
fundo ou despesa. Contabilmente, as receitas vinculadas devem ser lançadas como outras receitas
correntes.

2 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 –


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) A vigência dos créditos suplementares não poderá ultrapassar o exercício
financeiro em que eles forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro
meses do exercício. Nesse caso, devem ser reabertos nos limites dos seus saldos e poderão viger até o
término do exercício financeiro subsequente.

3 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 –


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) É admitida a abertura de créditos extraordinários somente para atender as
despesas imprevisíveis e urgentes, como as resultantes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

4 – (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 –


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) A abertura dos créditos suplementares e especiais não depende
necessariamente da existência de recursos disponíveis para atender a despesa, mas, sim, da devida
justificativa.

28
5 – (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 4:
ANALISTA ADMINISTRATIVO – QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO) Não poderá ser autorizada a abertura
de créditos suplementares de valor que, quando somado às demais operações anteriormente realizadas,
ultrapasse o total de despesas de capital fixadas na LOA.

6 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 1: ANALISTA DO MPU –


ESPECIALIDADE: ATUARIAL) O crédito para despesas urgentes, e não incluídas no orçamento, realizadas
em função da ocorrência de calamidade pública, deverá ser aberto por meio de medida provisória.

7 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) Conforme a regra geral do princípio
da não afetação, estabelecido na Carta Magna brasileira, é vedada a vinculação da receita de impostos a
órgão, fundo ou despesa.

8 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) A lei orçamentária anual deve incluir
orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social votante; no entanto, a autorização para a abertura de crédito suplementar deve ser conteúdo
de lei complementar específica.

9 – (2015 – CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL) O administrador público que


autorizar investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro sem sua prévia inclusão no PPA
poderá responder por crime de responsabilidade.

10 – (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR GOVERNAMENTAL –


ÁREA: GERAL) Créditos especiais e extraordinários são abertos para inserir novas dotações orçamentárias
na LOA, podendo ser transferidos para a continuidade da execução no exercício seguinte, se a autorização
do Poder Legislativo ocorrer no mês de novembro.

11 – (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR GOVERNAMENTAL –


ÁREA: GERAL) A LOA não deverá conter dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
nem autorização para a contratação de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária
(ARO).

12 – (2014 – CESPE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – AGENTE ADMINISTRATIVO) A


Constituição Federal de 1988 (CF) permite a realização de operação de crédito que exceda o montante das
despesas de capital, se essa operação for aprovada pelo Poder Legislativo por maioria absoluta.

29
13 – (2014 – CESPE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – CONTADOR) A Constituição Federal de
1988 (CF) veda a vinculação da receita de tributos e contribuições de competência federal a órgão, fundo
ou despesa, ressalvada a repartição do produto da arrecadação de alguns impostos, elencados em rol
taxativo, para as finalidades estabelecidas no texto constitucional.

14 – (2014 – CESPE – CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA – ANALISTA TÉCNICO-


ADMINISTRATIVO) Caso determinado órgão do governo federal pretenda instalar um sistema integrado
de vigilância, destinado a monitorar a atividade dos veículos em todas as rodovias federais e a previsão de
execução da despesa ultrapasse um exercício financeiro, o referido projeto somente poderá ser iniciado
quando for regularmente incluído no plano plurianual.

15 – (2014 – CESPE – CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA – ANALISTA TÉCNICO-


ADMINISTRATIVO) Ante uma situação emergencial de aprovação de determinado crédito suplementar
para reforçar uma dotação que se destine a pagamento de despesas de pessoal e encargos financeiros e
que seja necessária ao fechamento da folha de pagamentos de determinado mês, o governo federal poderá
editar medida provisória.

16 – (2014 – FGV – PREFEITURA DO RECIFE – Analista de Controle Interno – Finanças Públicas) A respeito
das disposições constitucionais que tratam das finanças públicas, assinale V para a assertiva verdadeira e
F para a assertiva falsa.

( ) A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
inclusive quanto à autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita.

( ) A lei orçamentária anual deve compreender o orçamento fiscal referente aos Poderes Executivo,
Judiciário e Legislativo, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público.

( ) Os recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em razão de veto do projeto de lei orçamentária
anual, poderão ser utilizados mediante créditos especiais ou suplementares, conforme o caso, desde que
com prévia e específica autorização legislativa.

( ) É permitida a vinculação das receitas próprias, geradas pelos impostos municipais e pela arrecadação
do Imposto de Renda, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos pelos municípios e suas autarquias,
para a prestação de garantia ou contragarantia à União.

30
As afirmativas são, respectivamente,

(A) F, V, V e F.

(B) F, V, V e V.

(C) V, F, V e F.

(D) V, F, F e F.

(E) V, V, F e V.

17 – (2013 – FUNCAB – SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO CENTRO-OESTE (SUDECO) –


ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO) Com relação aos preceitos constitucionais, no que diz respeito
aos orçamentos públicos, são vedados, EXCETO:

A) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários


ou adicionais.

B) a concessão ou utilização de créditos ilimitados.

C) o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual.

D) a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa ou sem indicação de
recursos.

E) a vinculação de receita de impostos destinados aos serviços de saúde e ensino.

18 – (2015 – CESPE – FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (FUB) 1/2015 – CARGO 1: AUDITOR) O


princípio orçamentário da não afetação veda a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa, sem
ressalvas de repartição do produto da arrecadação.

19 – (2015 – CESPE – TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (TCE-RN) -


AUDITOR) As receitas de operações de crédito realizadas pelo estado em determinado exercício financeiro
não podem superar o montante das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária do
mesmo ano, ainda que existam créditos adicionais aprovados pelo Poder Legislativo.

31
20 – (2015 – CESPE – TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (TCE-RN) -
AUDITOR) A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro são proibidos se não houver prévia autorização
legislativa, exceto no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, quando o objetivo for
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções.

21 – (2015 – CESPE – MPOG & ENAP – Cargo 2: ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO) O planejamento


é a etapa que precede a execução orçamentária. A descentralização de créditos, que compõe o
planejamento, distingue-se da transposição, do remanejamento e da transferência, pois estes dependem
de prévia autorização legislativa e se efetuam com mudanças nas categorias de programação ou entre
diferentes órgãos.

22 – (2015 – ESAF – Ministério da Fazenda – Procurador da Fazenda Nacional) O primado da legalidade é


medida de extrema relevância no âmbito do Direito Financeiro, de sorte que condutas ocorridas nessa
seara devem, em regra, previamente possuir autorização legislativa. Diante do exposto, assinale a opção
incorreta.

a) Sempre há necessidade de autorização legislativa para a transposição ou a transferência de recursos de


uma categoria de programação para outra.

b) Sempre há necessidade de autorização legislativa para abertura de crédito especial.

c) Sempre há necessidade de autorização legislativa para instituição de fundos.

d) Sempre há necessidade de autorização legislativa para utilização de recursos do orçamento fiscal para
suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas.

e) Sempre há necessidade de autorização legislativa para utilização de recursos públicos para socorrer
instituições financeiras.

23 – (2012 – ESAF – MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (MI) – Analista Técnico-Administrativo)


Sobre a disciplina constitucional referida aos aspectos financeiros do gerenciamento pelo Poder Público
de riscos e desastres naturais e sociais, é correto afirmar que

a) a União, mediante a edição pelo Presidente da República de medida provisória, poderá instituir
empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública.

32
b) é admitida a abertura de crédito orçamentário extraordinário para atender a despesas previsíveis, cujo
emprego financeiro deve ser urgente quando necessário, referidas ao gerenciamento de riscos e desastres.

c) a edição pelo Presidente da República de medida provisória é o meio legislativo mais adequado à
abertura de crédito orçamentário extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes
decorrentes de calamidade pública.

d) a União poderá instituir empréstimos compulsórios, de natureza tributária, para atender a despesas
ordinárias decorrentes da mobilização administrativa permanente referida ao gerenciamento de riscos e
desastres.

e) os créditos orçamentários adicionais são o instrumento financeiro-público adequado ao suprimento de


despesas previsíveis ou imprevisíveis referidas ao gerenciamento de riscos e desastres.

24 – (2014 – CESPE – TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL (TCDF) – Técnico de Administração


Pública) Caso o governo federal precise realizar gasto urgente e imprevisto, decorrente, por exemplo, da
necessidade de atendimento às vítimas do desabamento de uma ponte em rodovia federal, poderá ser
aberto crédito extraordinário por meio de medida provisória.

25 – (2016 – CESPE – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO (TRT 8ª REGIÃO) – Cargo 1: ANALISTA


JUDICIÁRIO – ÁREA: ADMINISTRATIVA) Com relação aos créditos adicionais, cuja finalidade é atender
despesas não previstas ou insuficientemente dotadas no orçamento público, assinale a opção correta.

A) Age em conformidade com os dispositivos legais a autoridade pública que abre créditos extraordinários,
sem a autorização do legislativo, em casos de calamidade pública.

B) O pagamento de despesas de pequeno vulto sem previsão orçamentária pode ser realizado mediante a
abertura de créditos adicionais extraordinários autorizados na lei orçamentária anual.

C) A classificação dos créditos adicionais está prevista em quatro tipos: suplementares, especiais,
extraordinários e superavitários.

D) A variação de preços de bens e serviços no decorrer do exercício financeiro não é fato justificável para
solicitação de abertura de créditos suplementares.

E) A vigência de todas as modalidades de créditos adicionais é restrita ao exercício financeiro em que foram
abertas, sem possibilidade de reabertura de seu saldo em exercício seguinte.

33
Gabarito

1– E

2– E

3– C

4– E

5– E

6– C

7– C

8– E

9– C

10 – C

11 – E

12 – C

13 – E

14 – E

15 – E

16 – B

17 – E

18 – E

34
19 – E

20 – C

21 – C

22 – A

23 – C

24 – C

25 – A

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)
Comentário: Os duodécimos são as parcelas de recursos abrangendo os créditos orçamentários,
suplementares e especiais, entregues pelo Poder Executivo aos demais poderes, Ministério Público e
Defensoria Pública até o dia 20 de cada mês.
São, então, 12 parcelas por cada exercício financeiro os duodécimos.
Há uma leitura de que os duodécimos deveriam ser organizados por meio de entendimento entre os poderes
até a vinda de lei complementar regulando o assunto. Como expressão dessa leitura:
“Acrescente-se, a título de ilustração, que as cotas não são duodecimais, dependendo de critérios que devem
ser acordados entre os Poderes e fixados em lei própria, até que a lei complementar de que trata o § 9º, do
art. 165, da Constituição Federal entre em vigor” (REIS, Heraldo da Costa & MACHADO JÚNIOR, José
Teixeira. A LEI 4.320 COMENTADA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. 34ª edição. Editora Lumem
Juris / IBAM, pág. 102, 2012).
Haveria que até a vinda da lei complementar apontada no § 9º, art. 165, da CF de 1988, um acordo entre os
poderes para a efetivação das entregas dos duodécimos, observando a respectiva programação da despesa.
Porém, o STF vem entendendo ser os duodécimos garantia de independência, não sujeitando a programação
financeira nem ao fluxo de receitas, conforme a decisão seguinte:

35
“Repasse duodecimal determinado no art. 168 da Constituição. Garantia de independência, que não está
sujeita a programação financeira e ao fluxo da arrecadação. Configura, ao invés, uma ordem de distribuição
prioritária (não somente equitativa) de satisfação das dotações orçamentárias, consignadas ao Poder
Judiciário.” (MS 21.450, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 5-6-1992.)
A entrega dos duodécimos não produz resultados equitativos, no sentido de atender a programação
da despesa.
A programação da despesa ou também chamada de programação financeira é a forma de buscar a
compatibilização do ritmo de ingresso de recursos financeiros (realização das receitas) com a execução de
programas de trabalho (a realização de despesas).
Este tipo de decisão do STF vem sendo reiterado, no sentido de haver pontualidade na entrega dos
duodécimos, conforme a decisão seguinte.
“A Segunda Turma deferiu parcialmente medida liminar em mandado de segurança impetrado contra ato
omissivo. No caso, houve atraso no repasse dos recursos correspondentes às dotações orçamentárias
destinadas ao Poder Judiciário do Rio de Janeiro. O Colegiado assegurou ao Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro (TJRJ) o direito de receber, até o dia vinte de cada mês, em duodécimos, os recursos correspondentes
às dotações orçamentárias. [MS 34.483, rel. min. Dias Toffoli, j. 22-11-2016, 2ª T, Informativo 848.]”
As decisões vêm ressaltar que as dotações orçamentárias, abrangendo os créditos suplementares e especiais,
devem ser entregues em duodécimos (1/12) até o dia 20 de cada mês do exercício financeiro.
Possivelmente, pode haver recebimento de recurso para uma dada natureza de despesa que ainda não será
objeto de despesa naquele mês de referência ao respectivo duodécimo. Pode ocorrer o recebimento de
duodécimo, por exemplo, no mês de fevereiro, mas que seja empenhada e liquidada a despesa para
determinada natureza de despesa mais para frente.
E com objetivo de deixar mais um detalhe, a LDO de 2018 aponta que:
“Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público da União e a Defensoria Pública da União
deverão elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a publicação da Lei Orçamentária de
2018, cronograma anual de desembolso mensal, por órgão, nos termos do art. 8o da Lei de Responsabilidade
Fiscal, com vistas ao cumprimento da meta de resultado primário estabelecida nesta Lei” (caput do Art. 55,
da Lei n. 13.473/2017 – LDO/2018).
E mais adiante ressalta a observância do cronograma de desembolso mensal, com ressalvas, como está a
seguir:
“§ 3o Excetuadas as despesas com pessoal e encargos sociais, precatórios e sentenças judiciais, os
cronogramas anuais de desembolso mensal dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da
União e da Defensoria Pública da União terão como referencial o repasse previsto no art. 168 da Constituição,
na forma de duodécimos.” (§ 3º do Art. 55 da Lei n. 13.473/2017 – LDO/2018).
Deste modo, as despesas dos poderes e órgãos diferentes do Executivo seguem sua execução de despesas com
base nos duodécimos e sem programação de despesa. Por outro lado, o cronograma de desembolso mensal é
o desembolso dos duodécimos.
36
Questão de Prova

1 – (2015 – CESPE – MPOG & ENAP – Cargo 22: TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) A execução do orçamento
por duodécimos é reveladora da disposição de uma distribuição equitativa das despesas ao longo do
exercício.

Gabarito

1–E

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

Comentário: Os limites de despesa com pessoal dos entes federativos estão estabelecidos na Lei
Complementar n. 101/2000, nos artigos 19 e 20. Esta lei complementar é denominada de Lei de
Responsabilidade Fiscal.
O limite de gasto com pessoal da União é de 50% da RCL (Receita Corrente Líquida), dos Estados 60% da RCL
e dos Municípios 60% da RCL.
Ressalta-se que o limite de gasto com pessoal não é fixado pelo Poder Executivo. O Executivo, na época,
elaborou a proposta de lei complementar e encaminhou para discussão e votação do Legislativo.
Assim, não há imposição de limite de gasto com pessoal por parte do Poder Executivo aos demais poderes e
órgãos.

1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e


funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer
título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Os dois incisos deste parágrafo são as condições para alterações remuneratórias, admissão de
pessoal, concessão de aumento e demais elementos de natureza semelhante, no âmbito do gasto com pessoal.

37
A prévia dotação orçamentária e a autorização específica na LDO são as condições para, por exemplo,
alterar a estrutura de carreiras. Caso exista apenas uma, tal como dotação orçamentária para atender às
projeções de gasto com pessoal, fica evidente que falta ainda a autorização específica na LDO.

2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou
estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Este parágrafo está regulado, em específico, pelos artigos 22 e 23 da Lei Complementar n.
101/2000 (LRF). Há uma gradação de consequências caso ultrapasse 95% do limite de gasto com pessoal e
outra quando ultrapassa o limite total.
Assim, quando ultrapassado o limite total (100%) e não sendo reduzido no prazo de 2 quadrimestres o
excesso, o ente não poderá receber transferências voluntárias, obter garantia de outro ente e contratar
operações de crédito (incisos I, II e III do § 3º, do Art. 23, da LRF).

3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II – exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Este parágrafo indica providências, no caso de não cumprimento dos limites de gasto com
pessoal. Entre as providências estão a redução de pelo menos 20% das despesas em cargos em comissão e
funções de confiança, e exoneração de servidores não estáveis.
Além disso, os incisos do § único do Art. 22 da LRF veda, quando excedido o gasto com pessoal em 95% do
limite, a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação remuneratória, criação de cargos, emprego
ou função, contratação de horas extras e provimento de cargo público.
Isso no sentido de evitar que aumente os gastos e ultrapasse o limite total.
Sabe-se, por outro lado, que a despesa com pessoal pode, porque esta vinculada a percentual da RCL, subir ou
diminuir sem o seu valor nominal sofrer grandes variações, em razão da alteração da arrecadação. Caso a
arrecadação diminua, a RCL, por consequência, tende a diminuir e os gastos vinculados a percentual da RCL
sofrem aumento.
Como exemplo, um dado Município gasta, ano de 20X0, com pessoal 46% da RCL, somando Executivo e
Legislativo. No ano de 20X1, com a redução da arrecadação e do recebimento de repasses constitucionais e

38
legais, a RCL diminuiu e a despesa com pessoal manteve o mesmo valor nominal. Dessa forma, em dado
quadrimestre de apuração, o gasto com pessoal atingiu o percentual de 61% da RCL, ultrapassando o limite,
em razão da redução de outro fator determinante – a arrecadação – e não do aumento propriamente das
despesas com pessoal.
Isto pode ensejar as providências de redução de gasto com pessoal, sem haver, de fato, por outro lado,
aumento de despesas.
Porém, em razão das variáveis fiscais e da economia, como a redução da arrecadação, é possível gerar
consequências sobre o emprego de pessoal no serviço público.

4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Este é um assunto sensível, pois não atendido o gasto com pessoal dentro do limite e as
providências adotadas não surtam os efeitos esperados, fica a possibilidade (autorização) constitucional de
flexibilizar e retirar a estabilidade do servidor público, provocando a perda de cargo por servidor público.

5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente
a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: Esta é uma forma de o poder público indenizar a pessoa que perde o cargo público.
Ressalta-se que o governo federal já fez PDV – Plano de Demissão Voluntário – para reduzir seus quadros de
servidores e agora no ano de 2017 volta com isso.

6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: O cargo que por saída de servidor, dentro das providências de redução da despesa com pessoal,
será considerado extinto, sendo vedada sua recriação com atribuições iguais ou assemelhadas por 4 anos.
A extinção do cargo, ao que parece na leitura deste artigo, não é um ato em conjunto com a redução de
despesa com pessoal e saída de servidores do poder público.
A garantia exposta no parágrafo é de não haver criação de cargo com atribuições iguais ou semelhantes,
dentro do período de 4 anos da extinção. O cargo sem ocupante e extinto, depois de 4 anos, pode ser recriado.

39
7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no §
4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Comentário: A perda de cargo por servidor público estável será regulada por lei federal. Esta lei valerá como
norma geral para todos os entes da federação.

Questão de Prova

1 – (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 4:


ANALISTA ADMINISTRATIVO – QUALQUER ÁREA DE FORMAÇÃO) A existência de dotação orçamentária
prévia para se atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes é condição
necessária e suficiente para a contratação de pessoal pelos órgãos e entidades da administração pública
direta.

2 – (2015 – CESPE – MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) – CARGO 2: ANALISTA DO MPU –


ESPECIALIDADE: FINANÇAS E CONTROLE) Em função da autonomia dos poderes, o Poder Executivo não
poderá fixar limites de gastos com pessoal do Poder Judiciário.

Gabarito

1–E 2–C

Restos a Pagar

NOTA ~ 6 DE JULHO DE 2016 ~ DEIXE UM COMENTÁRIO

Quando uma despesa empenhada não é paga até o fim do ano recebe o nome de restos a pagar.

Leis, decretos e demais normativos regulam o assunto. Citamos o essencial constante no Art. 36, Lei nº
4320/1964, que expressa:

“Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro
distinguindo-se as processadas das não processadas.”
Como uma despesa (entenda que restos a pagar não é receita), é possível que os restos a pagar
atravessem mais de um ano civil, havendo a distinção de restos a pagar processados, os que foram
liquidados (passaram pelo segundo estágio da despesa), e restos a pagar não processados, os que não
passaram por liquidação.
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Há que lembrar que as despesas empenhadas em um dado ano e não pagas são inscritas como restos a
pagar no encerramento do exercício financeiro. Os restos a pagar não processados, por não terem
passado por liquidação, ficam dependentes da indicação do ordenador de despesas para a respectiva
inscrição. Já os restos a pagar processados, por terem cumprido o estágio de liquidação, não dependem
para inscrição da indicação do ordenador de despesa.

A inscrição se dá por exercício, o que é resultado do regime de competência. Os restos a pagar ficam
ligados ao ano de sua inscrição.

A validade dos restos a pagar não processados e não liquidados vai até 30 de junho do segundo ano
subsequente ao de sua inscrição. Porém este não é o prazo máximo de validade dos restos a pagar não
processados, pois no Decreto nº 93872/1986, Art. 68, §3º expressa um rol de possibilidades de
extrapolação, assim expresso:

“§ 3o Permanecem válidos, após a data estabelecida no § 2o, os restos a pagar não processados que:
I – refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante
transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a
data prevista no § 2o;
II – sejam relativos às despesas:
a) do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC
b) do Ministério da Saúde;
c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.”
E por último, o Art. 70, do Decreto nº 93872/1986, aponta a prescrição em cinco anos para a dívida com
restos a pagar. Contudo, os valores reclamados, mesmo depois de cancelada a despesa com restos a
pagar, podem ser atendidos por dotação para despesas de exercícios anteriores.

Para facilitar a compreensão do assunto, segue um exercício da ESAF.

(ESAF – 2016 – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC) Acerca do tema “Restos a Pagar”, tal como
prescreve o Decreto n. 93.872/86 e suas alterações, é correto afirmar que

a) Restos a Receber são as receitas lançadas mas não recolhidas dentro do exercício financeiro, ou seja,
até 31 de dezembro.

41
b) a inscrição em Restos a Pagar decorre da estrita observância ao regime de caixa para as despesas.

c) em regra, os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente
terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição.

d) a inscrição em Restos a Pagar será automática no encerramento do exercício financeiro de emissão da


Nota de Empenho.

e) a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar é imprescritível.

O gabarito é letra C.

Saiu do Decreto nº 92872/1986.

“Art. 68. (…)


2º Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente
terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, ressalvado o disposto
no § 3º”

Suprimento de fundos (adiantamento)

21 DE SETEMBRO DE 2015 ~ HERACLITO F

Suprimento de fundos (adiantamento)


Com objetivo de estudar orçamento público nos concursos do CESPE, apresentamos 7 questões sobre
suprimento de fundos (adiantamento). Caso tenha dificuldade em resolver, sugerimos ler o texto, na
sequência, para ajudar na resolução das questões.

1 (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT – CARGO 16 –


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O suprimento de fundos deverá ser contabilizado como despesa
efetiva, registrando-se a responsabilidade do servidor e procedendo-se à baixa quando da aprovação da
prestação de contas.

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2 (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) – ANALISTA
ADMINISTRATIVO) O adiantamento de valores a título de suprimento de fundos constitui
despesa pelo enfoque patrimonial, pois no momento da concessão ocorre redução no patrimônio líquido
da entidade.

3 (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) Como regra, o suprimento de fundos deve ser efetuado por meio de depósito
em conta corrente do servidor que fará a prestação de contas.

4 (2013 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS) – TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) Nos casos em que a despesa deverá ser efetuada em caráter sigiloso, é
aplicável o procedimento de suprimento de fundos.

5 (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 7:


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Um técnico administrativo da ANTAQ, no exercício de suas atribuições,
viajou por dois dias, em veículo funcional, para apoiar ação de fiscalização. Durante o percurso, o técnico
pagou, com recursos próprios, R$ 80 referentes a serviços de reparos em um pneu que furou. No dia
seguinte após o retorno do técnico a sua sede, o ordenador de despesas concedeu um suprimento de
fundos ao funcionário, no valor da referida despesa.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, com relação ao suprimento de fundos.

QUESTÃO: A concessão de suprimento feita pelo ordenador de despesas foi adequada, uma vez que para
esse tipo de despesa, dada a sua urgência, não seria possível aguardar o processamento normal da
execução orçamentária.

6 (2014 – CESPE – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ) – CARGO 7:


TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Um técnico administrativo da ANTAQ, no exercício de suas atribuições,
viajou por dois dias, em veículo funcional, para apoiar ação de fiscalização. Durante o percurso, o técnico
pagou, com recursos próprios, R$ 80 referentes a serviços de reparos em um pneu que furou. No dia
seguinte após o retorno do técnico a sua sede, o ordenador de despesas concedeu um suprimento de
fundos ao funcionário, no valor da referida despesa.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, com relação ao suprimento de fundos.

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QUESTÃO: Nesse caso, o prazo de aplicação dos recursos do suprimento de fundos não pode exceder
noventa dias da data da viagem, bem como o período da prestação de contas não pode ultrapassar trinta
dias da data de realização das despesas.

7 (2015 – CESPE – CONTROLADORIA-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ – AUDITOR


GOVERNAMENTAL – ÁREA: GERAL) Da mesma forma que acontece no processo licitatório, a
despesa executada por meio de suprimento de fundos deve garantir a aquisição mais vantajosa para a
administração pública.

Gabarito
1-C

2-E

3-E

4-C

5-E

6-E

7-C

Suprimento de fundos (adiantamento)


Suprimento de fundos é uma forma de realização de gastos quando não é possível observar o processo
normal de despesa. Também é conhecido como adiantamento, pois no momento de sua concessão
não se realiza uma despesa efetiva, pois não altera a situação líquida patrimonial. A concessão de
adiantamento constitui despesa orçamentária.
O artigo 68 da Lei 4320/1964 expressa que suprimento de fundos (adiantamento) consiste na entrega de
numerário a servidor, sempre precedido de empenho na dotação própria para realizar despesas que não
podem subordinar ao processo normal de aplicação.

O processo normal de realização de despesa está em iniciar uma licitação para selecionar o contratado,
além dos estágios de execução de despesa (empenho, liquidação e pagamento). Lembramos que os
estágios da execução da despesa são aplicados ao regime de adiantamento.

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Por não observar o processo normal de realização de despesa, o suprimento de fundos ocorre em caráter
de excepcionalidade, a critério e responsabilidade do ordenador de despesas.

Suprimento de fundos pode ser concedido a servidor, nas seguintes formas:

“I – para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto
pagamento;
Il – quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e
III – para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não
ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.” (conforme incisos I, II, III do artigo
45 do Decreto 93872/1986).
Caso questão de prova aponte situações de despesas eventuais em viagem ou em caráter sigiloso como
hipótese para concessão de suprimento de fundos, pode considerar, pois são formas que permitem a
concessão de adiantamento.

Despesa executada por meio de suprimento de fundos deverá, conforme Manual do SIAFI – Assunto
021121, na mesma forma que no processo licitatório, observar os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade e da igualdade, além de garantir a aquisição mais vantajosa para a
administração pública.
As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento do
Governo Federal – CPGF (§ 5º do art. 35 do Decreto 93872/1986). Havendo duas formas para uso do
cartão – CPGF: fatura e saque (esta forma de despesa, saque, possui alguns condicionantes em sua
concessão a observar).
É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos de fundos (Art. 45-A
do Decreto 93872/1986) e para cumprir isto a Secretaria do Tesouro Nacional – STN ficou com a
incumbência de encerrar as contas abertas com essa finalidade. Contudo, como exceção, os órgãos dos
poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e dos Comandos Militares ficaram permitidos de
movimentar suprimento de fundos em contas bancárias (Art. 3º do Decreto 6370/2008).

No ato de concessão de suprimento de fundos constam os prazos para aplicação e prestação de contas.

“O prazo máximo para aplicação do suprimento de fundos será de até 90 (noventa) dias a contar da
data do ato de concessão do suprimento de fundos, e não ultrapassará o término do exercício financeiro.”
(Manual do SIAFI – Assunto 021121).
E no “… ato em que autorizar a concessão de suprimento, a autoridade ordenadora fixará o prazo da
prestação de contas, que deverá ser apresentada dentro dos 30 (trinta) dias subsequentes do
término do período de aplicação.” (Manual do SIAFI – Assunto 021121).

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A prestação de contas é a comprovação das despesas realizadas e caso isto não ocorrer no prazo
assinalado pelo ordenador da despesa, toma-se providências administrativas para a apuração das
responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis.

Conforme §3º do art. 45 do Decreto 93872/1986, não se concederá suprimento de fundos: a) a


responsável por dois suprimentos; b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do
material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; c) a responsável por
suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e d) a servidor
declarado em alcance.

Somente com a prestação de contas do suprimento de fundos ocorre a variação patrimonial


diminutiva, considerada uma despesa efetiva.
Por último, para esclarecer dúvida sobre utilização de suprimento de fundos ou ressarcimento de
despesa em viagem, segue exemplo:

“Uma equipe de alunos e professores realiza uma viagem (…) Durante a viagem, o ônibus apresenta defeitos
e a despesa para o seu conserto ultrapassa o valor concedido a título de suprimentos de fundos. O motorista
(…) paga com seu próprio recurso a diferença entre o valor total do conserto e o suprimento de fundos
concedido. (…) ao retornar a Universidade, o gestor responsável deve restituir o servidor, por meio de
despesa orçamentária, empenhada no elemento 93.” (MCASP, 2013, p. 97).
A situação ocorrida na viagem (conserto) superou o suprimento de fundos e quando do retorno a
Universidade o motorista recebeu restituição – elemento 93 de despesa e não um novo suprimento
de fundos.

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