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APONTAMENTOS HISTÓRIA MODERNA (ECONOMIA E SOCIEDADE) – 2º TESTE – 2º

SEMESTRE – 2012/2013 – MIGUEL MONTEIRO – MARIANA IANNUCCI

Sumários
1. Da longa depressão do século XIV ao desenvolvimento económico do século
XV.
2. A economia nos séculos XIV-XV.
3. Da depressão económica do século XIV ao pré-capitalismo do século XV.
Características da Europa Rural e Urbana.
4. O Pré-Capitalismo do século XV.
5. A nova visão do Mundo e do outro trazida pelo início dos descobrimentos
marítimos dos séculos XV-XVI.
6. A economia europeia no século XV; consequências provocadas pelo início dos
Descobrimentos marítimos em termos económicos e sociais.
7. Consequências da Expansão Europeia para a economia; os primeiros passos na
mundialização da economia.
8. O comércio internacional; os primeiros passos na mundialização da economia;
as elites mercantis e as elites locais; o significado social da fundação dos
Colégios Jesuítas.
9. O comércio internacional e o Brasil; Holanda e França e a questão do “Mare
Clausum”; os interesses económicos ultramarinos e a problemática da
escravatura.
10. O momento holandês; linhas de força da supremacia económica da Holanda;
alterações dos equilíbrios económicos europeus na 2ª metade do século XVIII.
11. O choque civilizacional trazido pela expansão marítima.
12. A população europeia no século XVII; origem e consequências da supremacia
económica holandesa à luz da rivalidade colonial da 2ª metade do século XVII.
13. A rivalidade económica e colonial na segunda metade do século XVII e no
século XVIII; a política proteccionista dos Estados europeus e o reforço das
economias nacionais.
14. As diversas formas de proteccionismo dos estados europeus.
15. Do mercantilismo ao liberalismo político e económico.
16. Dos conflitos imperialistas coloniais à afirmação do poderio naval inglês; os
conflitos anglo-holandeses e anglo-franceses.
17. A França de Luís XIV.
18. A concorrência francesa e inglesa na América do Norte e no Índico; a Inglaterra
como primeira potência marítima e colonial.
19. A Hegemonia britânica no século XVIII; uma nova economia-mundo; o início da
Revolução agrícola e industrial na segunda metade do século XVIII; o
Fisiocratismo.
20. A revolução agrícola e industrial de meados do século XVIII; o Fisiocratismo.

Apontamentos 1º Teste

Apontamentos textos de apoio


Renascença
Causas da Renascença:
1. Influência das civilizações sarracena e bizantina;
2. Surto de um comércio florescente;
3. Crescimento das cidades;
4. Renovação do interesse pelos estudos clássicos nas escolas dos mosteiros e das
catedrais;
5. Desenvolvimento de uma atitude crítica e céptica; exemplificada pela filosofia de
homens como Abelardo e Rocelino;
6. Fuga progressiva à atmosfera de misticismo e ascetismo da primeira fase da Idade
Média.
Elementos do Renascimento medieval dos século XII e XIII:
a) Revivescência dos estudos de Direito Romano, com o impulso que deu à expansão dos
interesses seculares;
b) Incremento dos interesses intelectuais, possibilitado pelo aparecimento das
universidades;
c) Aristotelismo da filosofia escolástica, como seu apelo para a autoridade de um
pensador pagão;
d) Progressos do naturalismo na literatura e na arte;
e) Desenvolvimento de um espírito de pesquisa científica, demonstrado nos trabalhos de
Adelardo de Bath, Bacon e Frederico II.
Reformas
Causas económicas para a Reforma Protestante:
 Desejo de confiscar as riquezas da Igreja.
 Ressentimento contra a tributação papal1.
 Conflito entre as ambições da nova classe média e os ideais ascéticos2 da Igreja.

Companhia de Jesus
A contra-reforma nunca teria sido tão completa e tão bem sucedida como o foi se não
participassem nela os jesuítas.
Os jesuítas deram um novo e poderoso impulso de unidade ao rebanho católico.
O fundador dos jesuítas foi Inácio de Loyola, um fidalgo espanhol da região basca.
A sua organização era moldada pelo padrão de uma companhia militar.
Concebiam-se a si mesmos como defensores da verdadeira religião.
Obtiveram do papa autorização para confessar e dar absolvição.
Muito antes de findar o movimento da Reforma havia missionários jesuítas na África, Japão e
na China, na América do Norte e Sul.
Fundaram aos milhares, colégios e seminários, por toda a Europa e Novo Mundo.

1
- Vintém de Pedro  taxa de um vintém ou péni do fim da Idade Média; arrecadar de um pequena
importância por ano, sobre cada lar da cristandade.
- Dízimo  1/10 da renda de cada cristão.
- Indulgências.
- Despensas.
- Recursos de decisões judiciais.
- Etc.
2
Ideias Ascéticos: os filósofos católicos dos fins da Idade Média desenvolveram uma bem elaborada
teoria com o objectivo de guiar o cristão em assuntos de produção e comércio. Essa teoria fundava-se
na premissa de que o negócio com fins lucrativos é essencialmente imoral. Ninguém tinha direito a mais
do que uma retribuição razoável em troca dos serviços prestados à comunidade. Toda a riqueza
adquirida de outra forma devia ser entregue à Igreja.
Revolução Comercial
Tanto a Renascença como as Reformas foram acompanhadas de transformações económicas
fundamentais.
As sublevações de ordem intelectual e religiosa dificilmente teriam sido possíveis se não
ocorressem alterações drásticas no padrão económico medieval.
Essa série de mudanças que assinala a transição da economia estática e contrária ao lucro, dos
fins da Idade Média, para o dinâmico regime capitalista do século XV e seguintes, é conhecida
como Revolução Comercial.
Causas da Revolução comercial:
1) Conquista do Monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades italianas.
2) Desenvolvimento de um lucrativo comércio entre as cidades e os mercadores da Liga
Hanseática, no Norte da Europa.
3) Introdução de moedas de circulação geral, como o cucado veneziano e o florim
toscano.
4) Acumulação de capitais excedentes, fruto das especulações comerciais, marítimas ou
de mineração.
5) Procura de materiais bélicos e o estímulo dado pelos novos monarcas ao
desenvolvimento do comércio, a fim de criarem mais riquezas tributáveis.
6) Procura de produtos oriundos do Extremo Oriente, estimulada pelas narrativas de
viajantes, em especial pela fascinante descrição das riquezas da China, publicadas por
Marco Polo depois de voltar de uma viagem a esse país nos fins do século XIII.

O contributo dos Descobrimentos


a) Expandiram o comércio e deram-lhe as proporções de um empreendimento mundial;
b) Ascensão de novos portos (cidades): Lisboa, Bordéus, Liverpool, Brístol e Amesterdão;
decadência dos antigos portos: Génova, Pisa e Veneza.
c) Aumento do volume do comércio e da variedade dos artigos de consumo.
d) Aprendizagem de novas técnicas, conhecimentos, alimentos, etc.
e) Crescimento das reservas de metais preciosos.

Incidência da Revolução Comercial


a) Ascensão do capitalismo  o capitalismo pode ser definido como um sistema de
produção, distribuição e troca em que a riqueza acumulada é empregada pelos seus
possuidores individuais com fins lucrativos. Os traços distintivos do sistema são o
empreendimento privado, a concorrência e o negócio com fito lucrativo. Geralmente
compreende também o sistema de salários como forma de pagamento aos
trabalhadores. É um sistema dinâmico, fundado na premissa de que todo o produtor
ou comerciante tem o direito de incrementar os sues negócios, pelo estímulo à
procura dos artigos que tem para vender. O capitalismo é a antítese directa da
economia semi-estática das corporações medievais.
b) Desenvolvimento do sistema bancário  só no século XIV é que o empréstimo de
dinheiro se estabeleceu solidamente como empresa comercial. Primeiro aparecem
casas bancárias particulares. Depois vêm os bancos públicos, ou pelo menos
parcialmente controlados pelo governo.
c) Expansão dos instrumentos de crédito  entre outras facilidades para a expansão do
crédito, figurava a adopção do sistema de pagamento por cheque nas transacções
locais e a emissão de notas bancárias como substitutos do ouro e da prata.
d) Declínio das corporações e o aparecimento de novas indústrias.
e) Aparecimento do sistema doméstico  o trabalho era realizado na própria casa dos
artífices, em lugar de o ser na oficina do artesão-mestre.

Mudanças na organização dos negócios


1. Desenvolvimento das companhias regulamentadas  exp. Merchant Adventurers.
2. Sociedade por acções  exp. Companhia Inglesa das índias Orientais.
3. Desenvolvimento de uma economia monetária mais eficiente  Adopção de um
sistema-padrão de dinheiro. As moedas nacionais foram realmente uma conquista da
Revolução Comercial.

O mercantilismo na Teoria e na Prática


Mercantilismo: sistema de intervenção governamental para promover a prosperidade nacional
e aumentar o poder do estado. Os seus objectivos eram em grande parte políticos. Devido à
íntima associação com as ambições dos príncipes, o mercantilismo tem sido às vezes chamado
“estatismo”. O sistema certamente que nunca teria existido se não fosse o desenvolvimento
de uma monarquia absoluta em lugar da estrutura fraca e descentralizada do feudalismo.

Doutrina do Metalismo: estabelece que a prosperidade de uma nação é determinada pela


quantidade de metais preciosos existentes dentro dos seus limites. Quanto mais ouro e prata
um país possui, tanto mais dinheiro o governo poderá recolher em impostos e tanto mais rico
e poderoso o estado se tornará. A nação que não tivesse acesso directo ao ouro e à prata devia
tentar aumentar o seu comércio com o resto do mundo. Se o governo tomasse medidas para
fazer com que o valor das exportações excedesse constantemente o das importações, a
entrada do ouro e prata no país superaria a saída. Chamava-se a isso manter uma balança
comercial favorável. Três medidas neste sentido:
1. Tarifas elevadas para reduzir o nível geral das importações e impedir completamente a
entrada de certos produtos;
2. Prémios às exportações;
3. Fomento da indústria, para que o país tivesse a maior quantidade de mercadorias
possível, para vender ao estrangeiro.

Nacionalismo económico: ideal de uma nação que se basta a si própria.

Paternalismo: o governo devia exercer as funções de um zeloso guardião sobre as vidas dos
seus cidadãos.

Imperialismo: advocação da aquisição de colónias, de forma a tornar a nação forte e


independente. Baseava-se na teoria de que as colónias existiam para benefício dos estados
possessores.

Defensores do Mercantilismo

- Thomas Mun  importante comerciante, director da Companhia Inglesa das Índias Orientais.

- Jean Bodin Dispostos a apoiar qualquer política


que aumentasse a riqueza e o poder
- Thomas Hobbes do governante.
- Edward Chamberlayne  defendia uma política de certo modo semelhante às ideias actuais
sobre os empreendimentos governamentais. Recomendava que o estado destinasse
abundantes fundos para auxiliar os pobres e para a construção de obras públicas como meio
de estimular os negócios.

O Mercantilismo na Prática

Espanha: controlo rigoroso sobre o comércio e a indústria. Abundância de metais preciosos e


colónias. Metalismo.

Inglaterra: Disputa pela aquisição de colónias. Concedeu privilégios de monopólios a


companhias comerciais. Leis Isabelinas e Leis de Navegação.

1ª. 1651 (por Cromwell) – visava anular o predomínio holandês no comércio de transportes;
determinava que todos os produtos coloniais exportados para a metrópole fossem
embarcados em navios ingleses.

2ª. 1660 – confirmava a primeira e visava ainda que o envio de certos “artigos enumerados”
para os portos europeus deviam ser enviados primeiro para a Inglaterra, de onde após o
pagamento dos direitos alfandegários, poderiam ser reembarcados para outros portos.
Alemanha: Cameralistas. Interessaram-se principalmente em aumentar a força interna do
estado. O objectivo dominante era aumentar as rendas do estado (Kammer = nome dado ao
tesouro real). Foram proibidas as exportações de matérias-primas e as importações de
produtos manufacturados.

França: Aplicação mais completa do mercantilismo. Porque: absolutismo consolidado e política


de Colbert. Impôs altas tarifas aos produtos manufacturados estrangeiros e concedeu prémios
liberais para estimular o desenvolvimento da navegação francesa. Fomentou o imperialismo.
Comprou colónias. Subsidiou novas empresas. Proveu a França de uma armada de quase 300
navios. Procurou estimular o rápido crescimento da população.

Resultados da Revolução Comercial

 Criação de fundamentos para o capitalismo moderno.


 Loucuras de especulação: o escândalo dos Mares do Sul; o escândalo do Mississípi.
 Europeização do mundo e restabelecimento da escravidão.
 Criação das bases para a Revolução Industrial.

Nova Sociedade
Mudanças sociais significativas:
a) Crescimento mais rápido da população;
b) Maior igualdade e fluidez das classes;
c) Pouca melhoria para as classes inferiores;
d) Individualismo desenfreado.

Apontamentos aulas
Mediadores do comércio com o Oriente (antes de Portugal):
1. Liga Lombarda
2. Liga Hanseática

Carestia devida = inflação.

Com a perda da “armada invencível” perdem-se os principais barcos espanhóis e portugueses,


o que faz com que o mar se torne menos ocupado e controlado. Isto potencia o aparecimento
dos holandeses, ingleses e franceses.

Circulação fiduciária = livre circulação do dinheiro.

A sociedade do Antigo Regime é uma sociedade de contrastes, de desigualdades.


1ºEstado – Clero
2º Estado – Nobreza
3ºEstado – Povo
Thomas Gresham  grande comerciante inglês que defendia uma riqueza metalista – século
XVII.
Bruges – centro da elite mercantil.
Elite mercantil holandesa foi a 1ª a querer instalar-se no Brasil.

Corsários – tinham carta régia que os autorizava a atacar e roubar outros navios. Quando
apanhados não eram condenados à morte, ao contrário dos piratas.

Parnambuco – Príncipe Nasau da Holanda, era extremamente tolerante em termos religiosos e


nacionalistas.

Açúcar = ouro branco.

No século XVI já há escravos no Brasil.


O Marquês de Pombal foi o 1º a proibir a importação de escravos, mas permitiu a sua
exportação para o novo mundo.

1750 – Tratado de Madrid, limites do Brasil.

Quem mandava na Holanda eram os burgueses.


Eram muito flexíveis em termos económicos. São os fundadores do pré-capitalismo. Criaram
várias companhias de investimento.

Tratado de Vestefália – guerra dos 30 anos 1618-1648. Muito violenta, entre Espanha,
Inglaterra e Holanda.

Sucesso holandês, razões:


a) Pragmatismo
b) Sociedade oligárquica
c) Capacidade de alugar os seus navios
d) Bom nível de vida

O absolutismo tem a sua expressão económica no mercantilismo.

Antigo regime  sociedade que se caracterizou no aspecto político pelo absolutismo, no


aspecto social pela estratificação da sociedade pelo nascimento, e no aspecto económico pelo
mercantilismo.

Empresas proteccionistas  empresas monopolistas.

Foram os holandeses os inventores do crédito  capitalismo financeiro (especulação sobre o


dinheiro).

Absolutismo  o rei é a origem última do poder – 3 poderes: legislativo, judicial e executivo.


No reinado de Luís XIV observa-se uma centralização do poder que acaba por ser retirado aos
nobres, deixando estes à mercê do monarca. Isto faz com que estes tivessem um papel
reduzidíssimo no futuro do Estado. Para além disso, ao criar Versalhes e ao agrupar dentro das
suas paredes praticamente todos os nobres, o rei acabou por criar uma florescente indústria
em redor deste palácio que atendia, quase exclusivamente, a esta vida de corte.

Apontamentos 2º teste

Apontamentos aulas

A revolução industrial e agrícola na 2ª metade do século XVIII

O final do século XVIII e a primeira metade do século XIX foram marcados por grandes
transformações quer a nível técnico, quer a nível político-social.

O “século das revoluções” assistiu a grandes alterações, desde a actividade agrícola à


actividade maquinafactureira, ou seja, industrial. Iniciou-se a época da “civilização das
máquinas”.

As maquinofacturas eram colocadas no alto para a gravidade ajudar a produção.

A burguesia dominava o parlamento inglês – após a Revolução Gloriosa.

A maquinofactura desvaloriza a condição humana porque:

a) Não precisa de tanta mão-de-obra;


b) Não precisa da mão-de-obra tão especializada e portanto mais mal paga.

As enclousers foram feitas por burgueses com sede de terra = prestígio. Despediram e
desalojaram imensas famílias camponesas.

Desde o século XVI, a agricultura inglesa registou alterações graduais e progressivas, sendo no
século XVII, admirada em toda a Europa. Foram grandes as inovações introduzidas na
agricultura ao longo desse século.

As grandes inovações agrícolas deram origem à Revolução Agrícola.

Aumento da produtividade:
1. Novas culturas – batata, milho grosso (maís da América), feijão e arroz (Ásia);
2. Novas pastagens, plantas forrageiras, fertilizantes, cruzamento de raças;
3. Abandono do pousio, selecção de sementes, rotação das sementeiras (trigo, nabos,
cevada e trevo).

Semeadoras mecânicas inventadas nos finais do século XVII por Jethro Tull e máquinas
agrícolas inventadas por Metormick.
Todas as alterações realizadas na agricultura e na criação de gado permitiram um novo regime
demográfico marcado pelo recuo da mortalidade e consequente inversão da tendência
demográfica.

As grandes transformações agrícolas deveram-se sobretudo à nova doutrina económica a


Fisiocracia, ou Fisiocratismo.
Segundo esta nova doutrina, cujo principal teorizador foi Quesnay, considerava-se que a
riqueza das nações não estava na acumulação de metais preciosos, mas nos produtos da terra,
nos bens da natureza.

Esta revolução na prática é feita pela lei, pois é compulsiva.

Inglaterra século XVIII

Condições naturais:
existência de - carvão, ferro, pastagens

Condições geográficas:
canais, rios, portos, estradas

Condições humanas:
aumento demográfico, mão-de-obra

Condições sociais
nobreza activa, burguesia empreendedora

Condições políticas:
parlamentarismo, regime liberal

Condições económicas:
liberalismo económico, concorrência, exploração colonial
Apontamentos textos de apoio

Progressos Revolucionários na Agricultura

Transformação da agricultura:

a) Abandono do sistema senhorial


b) Consolidação dos lotes
c) Movimento das tapagens
d) Introdução de novas culturas – novos alimentos; utilização do trevo
e) Melhorias do equipamento técnico

A Revolução Intelectual dos séculos XVII e XVIII

Causas do progresso intelectual dos séculos XVII e XVIII:

a) Factores decorrentes dos principais movimentos económicos e culturais desde o fim


da Idade Média
b) Renascimento
c) Prosperidade crescente das classes média e inferior
d) Dilatar dos horizontes intelectuais determinado pelo descobrimento de terras
longínquas e de povos exóticos.

Carácter da Revolução Intelectual:

 As conquistas da filosofia e da ciência nos séculos XVII e XVIII, juntamente com as


novas atitudes que daí resultaram, constituem o que genericamente se chama
Revolução Intelectual.
 A Revolução Intelectual dos séculos XVII e XVIII teve um alcance de certo modo mais
amplo do que qualquer outra das transformações anteriores e os seus resultados
foram, talvez, mais significativos para as gerações contemporâneas.

1. A Filosofia no século XVI


- o racionalismo e o dualismo de Descartes;
- a concepção cartesiana de um universo mecanicista;
- os sucessores intelectuais de Descartes  Espinosa e Hobbes

2. O Iluminismo
A filosofia do Iluminismo dirigiu-se sobre certo número de concepções fundamentais,
sobressaindo entre elas as seguintes:
a) A razão é o único guia infalível da sabedoria. Todo o conhecimento tem as suas
raízes na percepção sensorial, mas as impressões dos nossos sentidos não são
mais do que o material bruto da verdade, no qual precisa de ser purificado no
cadinho da razão antes que o possamos utilizar para explicar o mundo ou para
indicar o caminho de uma vida melhor;
b) O Universo é uma máquina governada por leis inflexíveis que o homem não pode
desprezar. A ordem na Natureza é absolutamente uniforme de nenhum modo
comporta milagres ou qualquer outra forma de intervenção divina;
c) A melhor estrutura da sociedade é a mais simples e a mais natural. A vida do
“nobre selvagem” é preferível à do homem civilizado, com as suas convenções
obsoletas, que só servem para perpetuar a tirania do clero e dos governantes. A
religião, o governo e as instituições económicas deveriam ser expurgados de todo
o artificialismo e reduzidos a uma forma coerente com a razão e a liberdade
natural;
d) Não existe pecado original. O homem não é congenitamente depravado, mas
levado a cometer actos de crueldade e de baixeza por padres intrigantes e
déspotas belicosos. A infinita perfectibilidade da natureza humana e, portanto, da
própria sociedade seria facilmente exequível se os homens tivessem a liberdade de
seguir directrizes da razão e dos seus instintos inatos.

Os fundadores do Iluminismo: Newton, Locke, Voltaire (a suprema encarnação do


Iluminismo e defensor da liberdade individual), os Enciclopedistas (Diderot, d’Alembert,
Helvetius e o barão De Holbach), Hume (o principal céptico do Iluminismo), e Rousseau (e o
seu anti-racionalismo).

O deísmo: é a mais típica filosofia religiosa iluminista. O seu criador parece ter sido um
inglês chamado Cherbury (1583-1648). No século XVIII as doutrinas deístas foram propagadas
por homens como Voltaire, Diderot, Rousseau, na França; Pope, Bolingbroke, Shaftesbury, na
Inglaterra; Paine, B. Franklin, e T. Jefferson, na América. Não satisfeitos em condenar os
elementos irracionais da religião, os deístas passaram a denunciar todas as formas de fé
organizada. O cristianismo não foi mais poupado do que as outras. As religiões instituídas eram
estigmatizadas por instrumentos de exploração que astutos velhacos tinham inventado para
poderem pilhar o povo ignorante. Não se interessavam somente em destruir o cristianismo,
mas também em construir uma religião mais simples e mais natural para o substituir. Os
princípios fundamentais dessa nova religião eram mais ou menos os seguintes:

a) Existe um Deus único que criou o Universo e estabeleceu as leis naturais que o
regem;
b) Deus não intervém nos negócios dos homens neste mundo; Ele não é uma
divindade caprichosa como o Deus dos cristãos e dos Judeus, que faz “um vaso
para a honra e a desonra”, segundo a sua fantasia;
c) Orações, sacramentos e ritos não passam de pantomimas inúteis; não é possível
embair ou subornar Deus, levando-O a violar as leis naturais em benefício deste ou
daquele indivíduo;
d) O homem é dotado de livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal; não há
predestinação de alguns para serem salvos e de outros para serem condenados,
mas as recompensas e as punições da vida futura são determinadas
exclusivamente pela conduta de cada um na terra.
3. Descobrimentos científicos revolucionários
Realizações nas ciências físicas: Matemática (Descartes, Newton, Leibniz); Física (Newton,
Galileu) progressos no conhecimento dos fenómenos eléctricos (Gilbert, Gray, Dufay, Volta,
Franklin); Química (Boyle)descobrimento do hidrogénio e do oxigénio (Black, Cavendish,
Priestley, Lavoisier); Biologia (Hooke, Malpighi, Leeuwenhoek, Swammerdam, Lineu, Buffon)
escassos progressos na medicina no século XVII; progressos da medicina no século XVIII
(inoculação e o desenvolvimento da vacinação contra a varíola); Geologia (surge de facto
durante a Revolução Intelectual, Hutton).

4. O classicismo na Arte
Se algum objectivo dominante se pode distingui na arte e na literatura dos séculos XVII e XVIII,
o mais evidente é o desejo de preservar ou de recapturar o espírito da Grécia e da Roma
antigas. Desprezavam em particular a Idade Média como uma longa noite de ignorância e de
barbarismo. Em todas essas atitudes os homens da Revolução Intelectual estavam a seguir as
pegadas dos humanistas. O classicismo dos seculos XVII e XVIII não era de modo algum
exactamente o mesmo que o dos humanistas. Por via de regra, foi muito mais sentimental,
grandioso e extravagante. Além disso, era menos sincero, visto que amiúde se via para
glorificar monarcas cínicos e os seus cortesãos frívolos e corruptos.

O estilo barroco: as principais artes que se desenvolveram na época da Revolução Intelectual


foram a arquitectura e a pintura. O barroco, originário da Itália, difundiu-se pela França,
Inglaterra e Espanha e acabou por ser adoptado nas Igrejas, palácios, teatros líricos, museus e
edifícios públicos de todos os países europeus. O estilo barroco passava por ser baseado na
arquitectura da Roma antiga, mas era muito mais exuberante do que qualquer coisa produzida
pelos Romanos. As suas características principais eram a grandeza excessiva, a artificialidade, a
ornamentação extravagante e o amplo uso de elementos “clássicos”, como a coluna, a cúpula,
e as representações escultóricas de cenas mitológicas. A arquitectura barroca pode ser
considerada como um símbolo da ascensão de poderosos estados dinásticos e do interesse
absorvente pelo luxo engendrado pela Revolução Comercial.

O estilo rococó e georgiano: durante o século XVIII, o pesado e pomposo estilo arquitectónico
da época de Luís XIV cedeu o lugar a novas adaptações do clássico. A primeira que se
desenvolveu foi a arquitectura rococó, na França, assim chamada devido às fantásticas volutas
e desenhos de conchas que com frequência eram empregues na decoração. O rococó diferia
do barroco não só por ser mais leve, mas também pela impressão de graça e de sumptuoso
refinamento que pretendia criar. Em lugar da luta pelo poder dinástico e pelo império colonial,
eram agora a indolente despreocupação e as maneiras elegantes da corte de Luís XV que
davam o tom à sociedade francesa. Nos meados do século XVIII manifestou-se uma reacção
contra o rococó e o barroco e fizeram-se esforços para produzir uma imitação mais verídica e
menos florida do clássico. Os melhores resultados foram conseguidos talvez na Inglaterra e nas
colónias americanas, com o desenvolvimento do chamado estilo georgiano ( o nome vem da
época em que os quatro Jorges reinaram sucessivamente na Inglaterra). Embora este estilo
conservasse alguns elementos do barroco, tinha ao menos o mérito clássico da simplicidade.

O classicismo na pintura: Rubens, van Dyck, Velásquez.


Pintores que recusaram as influências clássicas: Reimbrandt, Hals, Goya.

5. A música nos séculos XVII e XVIII


a) Aparecimento da música instrumental: considerável progresso nos instrumentos;
maior uso e melhor uso dos mesmos; Bach.
b) Início da orquestração; Haydn; Mozart.
c) O nascimento da ópera: nascida na Itália por volta de 1600, a ópera representava uma
tentativa de empregar a música como veículo de expressão dramática e inspirava-se
tanto no drama clássico grego como nos “mistérios” medievais; Handel; Haydn;
Mozart.

6. Ideais e realidades sociais da época do Iluminismo

Causas das mudanças sociais deste período:

a) Revolução Intelectual;
b) Prosperidade alcançada pela expansão dos negócios durante a Revolução Comercial;
c) Progresso da Filosofia e da Ciência;
d) Recuo dos ideais, moralismos e preconceitos cristãos.

Idealismo social:
a) Reforma dos códigos penais  tratamento mais brando dos prisioneiros. Salienta-se
Cesare Beccaria, jurista de Milão. Este condenava a teoria corrente de que as
penalidades deviam ser tão duras quanto possível a fim de refrear os criminosos
potenciais. Insistindo em que o objectivo dos códigos penais era a prevenção do crime
e reforma dos reincidentes, batia-se pela abolição da tortura. Condenava do mesmo
modo, a pena capital.
b) Oposição à escravidão  diversos cientistas e filósofos denunciaram esta prática,
salienta-se Buffon e Rousseau.
c) Oposição à guerra  o pacifismo foi outro ideal de muitos dos pensadores liberais. As
reflexões de Voltaire sobre a guerra não constituem, de nenhum modo, o único
exemplo de tais sentimentos. Salienta-se de igual forma Helvetius, Holbach, Rousseau
e Saint-Pierre. Rousseau considerava ilógica a tentativa de Grotius de estabelecer uma
distinção entre guerras justas e injustas. Saint-Pierre, por exemplo, terá até produzido
vários planos engenhosos para assegurar uma paz perpétua.
d) Maior simpatia pelas classes inferiores  especialmente visível na fase final do
Iluminismo, com o progresso da razão e a crescente exaltação dos direitos naturais do
homem. A reacção contra os males da escravidão e da guerra traduziu-se, por fim,
num protesto contra todas as formas de sofrimento e de opressão. A classe média,
movida pela ambição de destronar a aristocracia, necessitava de apoio dos humildes
camponeses e trabalhadores urbanos. Devido a factores como esses, surgiu entre os
pensadores influentes a tendência de defender a causa do homem comum. Em
especial, disseminou.se o desprezo pela linhagem régia ou aristocrática. O grande
economista escocês Adam Smith deplorou o hábito de se sentir piedade por um patife
entronizado, como Carlos I, do que pelos milhares de cidadãos comuns chacinados na
guerra civil. Vários filósofos foram-se debatendo por uma igualdade absoluta de
privilégios e liberdades para todos os homens, como é o caso de Mably, o marquês de
Condorcet e Rousseau.
e) Revolta contra as bases sobrenaturais da moral cristã  os filósofos iluministas
tentaram separar por completo a ética da religião e encontrar uma base, quer
racionalista, quer psicológica, para a conduta humana. A maioria dos filósofos
inclinava-se a crer que a moral tem as suas raízes nos instintos naturais do indivíduo
ou em considerações de utilidade social3.

Os aspectos mais violentos e brutais da sociedade do século XVIII:

a) Severidade das leis penais;


b) Banditismo  em muitas grandes cidades, grupos de desordeiros vagueavam à noite
pelas ruas, enquanto salteadores infestavam as estradas do interior. Em Londres, tais
desordeiros chamavam-se mohawks.
c) Embriaguez  o consumo de bebidas fortes pelas classes mais pobres aumentou;
aparecimento do gin;
d) O jogo, os passatempos e os desportos cruéis;
e) Duelos  feitos por tudo e por nada.

Sinais de melhoria dos padrões de vida:


a) Mais visível na classe média;
b) Aumento do consumo per capita de açúcar, chocolate, café e chá, os quais não
representam meros substitutos de outros alimentos ou bebidas, mas positivos
acréscimos à alimentação comum;
c) Procura cada vez maior de tecidos de linho e de algodão, bem como de artigos de luxo;
d) Redução do índice de mortalidade  combate eficiente à varíola, instalação de
maternidades, aperfeiçoamento dos tratamentos obstetras;
e) Progresso da higiene, bem como a adopção de hábitos mais asseados por parte de
pessoas de todas as classes.

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A moral exemplificada pelos costumes e práticas das classes superiores: o século XVIII foi, em
particular, uma época de elegância requintada e de vida amena, em franca discrepância com os tabus
ascéticos da Igreja. As casas dos nobres eram esplendidamente adornadas. Os homens das classes
superiores usavam perucas empoadas, casacos de veludo com rendas nos punhos, meias de seda e
calções em tons pastel. Desde os dias da Renascença que a moda não tinha desempenhado papel tão
dominante na vida de ambos os sexos. A forma era tudo, a substância nada. As damas e cavalheiros da
melhor sociedade dirigiam os mais exagerados cumprimentos mesmo àqueles a quem odiavam
cordialmente e rebaixavam-se de modo asqueroso na presença dos seus superiores sociais. O facto é
que entre as classes superiores as maneiras substituíam em grande parte a moral. As damas e os
cavalheiros que dançavam o majestoso minuete e se portavam com graça tão encantadora costumavam
ridicularizar o amor conjugal como o remanescente de um passado bárbaro. O adultério estava na moda
e quase e que era considerado como uma virtude. Algumas vezes o marido convivia alegremente com os
amantes da esposa, pois ninguém nessa culta sociedade teria o mau gosto de demonstrar qualquer
sentimento de ciúme. A prostituição não só encontrava justificadores mas também defensores, e os
bordéis tinham normalmente permissão para permanecer abertos aos domingos, embora os teatros
fossem forçados a fechar as suas portas.

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