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São Paulo:
Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos: 177)
Nascido em 1947, em Porto Alegre, onde passou a maior parte de sua vida e onde
trabalha como professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
Álvaro Valls cursou o segundo grau no Colégio Anchieta também em Porto Alegre, e
graduação em Filosofia na Faculdade Medianeira, em São Paulo, para ingressar em
1973 no Departamento de Filosofia da UFRGS, onde atualmente é professor-adjunto.
Tendo feito seus estudos de pós-graduação na Alemanha dedicou o trabalho de
mestrado a Adorno e o de doutorado ao conceito de história em Kierkegaard. E mais
tarde publicou vários artigos sobre temas filosóficos e educacionais.
O quarto capítulo trata do diferentes enfoques dos ideais éticos e da variabilidade que
estes podem assumir. O que vai garantir esta variação são os aspectos históricos,
sociopolíticos, culturais e intelectuais de determinadas sociedades, podendo estes
ideais se basearem na harmonia cósmica, na prática do Bem, na vida espiritual, na
liberdade pessoal e social, no agir moralmente, no Estado livre e igualitário, entre
outros. O homem vai agir conforme a razão e a liberdade seguindo o princípio da
moralidade. A questão da liberdade pessoal / autonomia individual será pregada e
estimulada no contexto sociopolítico e econômico renascentista e iluminista. Logo
mais na Revolução Francesa, Hegel induz à reflexão da abstração da liberdade
representada pelo Estado, pela harmonia entre consciência moral e leis de direito, e
pelo próprio direito. A Era Moderna é marcada pela busca restrita da ética racional,
pelo pensamento ético-filosófico e pela doutrina da Revelação advinda do cristianismo.
E no século XX a liberdade é analisada como um ideal ético, evidenciando o pessoal,
o poder da opção e da escolha.
No quinto capítulo, Álvaro Valls induz o leitor a “enxergar” a ética extremamente ligada
à liberdade, isto é, a ética nos remete à normas e responsabilidades sobre as quais o
homem é livre o suficiente para segui-las ou não. Referindo-se às ações humanas, se
elas são estabelecidas de fora pra dentro não há liberdade nem autodeterminação,
mas sim determinismo e objetividade dominando o homem e impedindo-o de ter seu
espaço para expressar suas opiniões / posições, e conseqüentemente sua liberdade.
E de nada adianta a liberdade do pensamento, se esta também não é concreta,
praticada, questionada e colocada no campo do “agir livremente”, levando sim dessa
forma à uma liberdade abstrata. Hegel, então fundamenta e expressa que a liberdade
não pode ser apenas exterior, nem interior, entretanto deve se desenvolver
conscientemente e nas estruturas, de modo a compor a consciência de liberdade. A
partir daí pode-se dizer que a ética se movimenta entre o determinismo absoluto e o
libertarismo absoluto.
Karl Marx vai afirmar que a liberdade está sempre condicionada pelas possibilidades
técnicas e pelas formações econômico-sociais, estando o agir ético interferido
acentuadamente pelas relações econômicas.