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RESUMO
INTRODUÇÃO
A construção civil caracteriza – se pelas mudanças, nos últimos anos as empresas que
atuam na área de construção de edifícios estão sempre em busca de caminhos para se tornarem
competitivas. A racionalização dos métodos, processos e sistemas construtivos, juntamente com
o objetivo principal de diminuição dos custos, garantia de atendimento dos prazos de execução e
incremento da qualidade dos edifícios BARROS (1996), vem promovendo descobertas e novas
tecnologias.
Um dos principais objetivos na execução de edifícios de múltiplos pavimentos em
concreto é a obtenção de qualidade com produtividade, que pode ser aumentada reduzindo-se o
número de operações necessárias e, também, simplificando estas operações.
Hoje considera-se que o subsistema piso tenha uma reduzida participação no custo
global da obra. Entretanto, acredita-se que o seu custo real seja sensivelmente superior ao
estimado nos orçamentos, pois se trata de uma atividade que não é programada e nem mesmo
controlada no conjunto dos serviços, possibilitando desperdícios das mais diversas naturezas.
Contudo, o objetivo de racionalizar e reduzir perdas, podem ser atingidos com a
coordenação dos projetos, entre si e com o sistema construtivo e, principalmente, adotando
soluções que permitam a racionalização de todas as etapas envolvidas no processo executivo.
O desperdício na construção civil não é somente medido pelos entulhos gerados. Há de
se computar as perdas geradas por consumos extras de materiais, advindos da má qualidade
executiva, isto sem considerar os aspectos não materiais como tempo e mão de obra. O
desperdício começa com o processo construtivo. A reciclagem é a maneira de aproveitar o que já
foi perdido PEDRINI (1996). Dentre as várias melhorias de processo que podem conduzir à
1Diego Otero Rangel graduando de Engenharia Civil da Universidade Católica de Salvador - UCSal; e-mail:
tcharella@click21.com.br
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Professor Marcos Jorge Santana, Doutor em Engenharia Urbana pela USP - SP; e-mail: marjoras60@hotmail.com
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redução do desperdício, o mesmo autor cita a laje zero. “A regularização nada mais é do que uma
correção de falhas no processo de execução da estrutura” PEDRINI (1996).
Mas para garantir o sucesso destas soluções, faz-se necessário, um total
acompanhamento e fiscalização na execução delas, para que não haja depreciação das novas
tecnologias no mercado da construção, onde por não deterem total eficiência na execução no
principio, pois o resultado ainda é um teste, o que normalmente acontece para posterior
aperfeiçoamento.
O artigo tem como objetivo mostrar que há a possibilidade da laje nível zero, como uma
nova tecnologia, eliminar o uso de contrapiso em pisos de edifícios residenciais. Foi realizada
uma revisão bibliográfica e uma comparação entre obras, visando-se obter uma descrição e
viabilidade do tema em estudo. Fez-se um levantamento documental e bibliográfico das
informações disponíveis através de artigos, dissertações, teses, uma busca nas bases de dados
eletrônicas, on-line, e dados coletados em 02 obras da cidade de Salvador - Ba, para realização
de um estudo de caso comparativo, buscando informações pertinentes ao estudo.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As estruturas de concreto
Lajes
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Atualmente há diversos tipos de lajes que formatam o diversificado mercado da
construção civil. Cada tipo de laje pode ser utilizada em um determinado ramo de construção ou
necessidade. Umas tem o caráter de reduzir a carga das estruturas sendo mais leves, como as
lajes pré-moldadas, outras têm a função de serem mais resistentes, como as maciças (totalmente
em ferro e concreto), algumas tem o formato propício a economizar a quantidade de concreto,
como as nervuradas, outras mais esbeltas ou espessas. Portanto há diversas formas e tipos de
lajes, prontas a atender as reais situações especiais em cada canteiro.
Contrapiso
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pela manutenção do nivelamento e pelas condições pretendidas da superfície do concreto.
Cuidados especiais devem ser tomados com as caixas de passagens e dutos de instalações bem
como com relação aos embutidos, tais como eletrodutos e pontos de luz no teto. Os principais
problemas podem advir do conflito desses elementos com as armaduras, fazendo com que alguns
destes não cumpram a altura estipulada em projeto de cobrimento do concreto, como mostrado
na Figura 1.
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Figura 2 – Foto do escoramento de uma laje. Figura 3 – Foto do acabamento de uma forma.
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Figura 4 – Foto da Lâmina de Água
Outro método de cura, menos utilizado, é o de cura química. Processo onde agentes químicos
agilizam o tempo de secagem de uma laje, como por exemplo uma pequena camada de cimento
sobre a laje recém concretada.
A irrigação periódica das superfícies também é um dos métodos utilizados. “Para
grandes superfícies, placas, painéis e concretos executados com fôrmas deslizantes, recomenda-
se o emprego de cura química” PRUDÊNCIO (1979). A norma brasileira NBR-6118, recomenda
que o concreto seja protegido nos sete primeiros dias a contar do lançamento, considerando ideal
que se prolongue até o 14º dia. Assim, a cura tem influência no acabamento do concreto e, por
isto é importante que sejam seguidas recomendações de proteção nesta fase, para não
comprometer a qualidade do acabamento da laje zero, independente dos comprometimentos
outros gerados pela conseqüência de uma cura mal feita.
A desforma tem um papel de grande importância na obtenção das lajes nível zero. Uma
desforma precoce pode resultar em deformações excessivas que podem gerar fissuras e até
trincas e comprometer o método utilizado, conseqüentemente não permitindo a execução da laje
nivelada acabada. Um plano de desforma, prevendo um reescoramento adequado, é de
fundamental importância. As execuções de lajes niveladas e acabadas têm levado os construtores
a preverem maior número de tiras de reescoramento, como medida de maior garantia quanto a
uma possível deformação após a desforma, principalmente nos grandes panos de laje. A
desforma também deve ser feita de modo criterioso, visando preservar os componentes do
sistema de fôrmas para que estes não tenham suas características físicas e mecânicas
comprometidas, o que poderia comprometer a qualidade de uma próxima execução com os
mesmos componentes e inviabilizar uma laje nível zero.
Foram estudados dois edifícios no bairro do Imbuí, sendo que os mesmos construídos
por uma construtora de cinco anos no mercado de imóveis e com total de três empreendimentos
finalizados e dois em início. Os edifícios foram denominados como edifício A nos padrões
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tradicionais de execução de uma laje maciça, e o edifício B que executou o sistema de lajes nível
zero, a partir do pavimento “Garagem 2” em um edifício, tendo decidido utilizar o sistema de
laje nível zero, após experiências já realizadas com sucesso em outras construtoras na cidade
inclusive, principalmente no estado de São Paulo.
Aspectos gerais
Considerações da construtora:
A laje nível zero foi feita com a contratação de empresa especializada, entretanto a
construtora não considerou o resultado, no cômputo geral, satisfatório pelo aspecto
econômico e de qualidade, pois fracassou na maioria dos pavimentos em alcançar a real
finalidade da nova tecnologia.
Foi observada uma satisfação pessoal em alguns dos trabalhadores que executaram tarefas
específicas relacionadas à obtenção da laje nível zero, já outros entenderam como aumento
do trabalho comparado à laje tradicional.
A fôrma é de importância fundamental (se não tiver rigidez, estanqueidade e totalmente
nivelada todo o conjunto fica comprometido, quanto à laje nível zero).
É importante que o sistema de escoramento e de reescoramento seja metálico.
A conferência da fôrma antes e durante a concretagem são fatores fundamentais. Nesse
serviço houve muitas falhas nos dois edifícios, onde as formas esbojavam e não estavam bem
fixadas.
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Não foi planejada para esse tipo de laje, a tubulação de gás que passava para os
apartamentos, assim utilizou-se rebaixos nos corredores e nas cozinhas, do edifício B, com
perfis tipo L soldados e assentados na concretagem. Assim nesses vãos foram utilizados
contrapiso tradicional, por falha de compatibilização de projetos.
A construtora não utilizou nenhum procedimento sistemático de verificação do nivelamento
da superfície superior da laje nos dois edifícios, entretanto, quando na fase de acabamento
dos pisos, pôde-se certificar que os desníveis, existentes, eram consideráveis em muito dos
pavimentos do edifício B se comparados com o edifício A, tendo até que utilizar contrapiso.
O projeto estrutural foi executado diferentemente no edifício B, considerando a
execução da laje nível zero acabada, exceto nas áreas com impermeabilização, área molhada e
onde passavam a tubulação de gás.
Quanto ao tipo de concreto utilizado nas duas obras foi o mesmo, e da mesma
fornecedora, observando que:
O concreto utilizado foi o usinado, com 30MPa, proveniente de central de concreto instalada
no retiro, sendo a central mais próxima do canteiro de obras dos dois empreendimentos.
Foram utilizados caminhões betoneiras com capacidade de 8m³, no transporte do concreto da
usina até o local. Já nos canteiros, era bombeado através de bombas estacionarias para as
lajes com 48m³ em execução.
O slump teste do concreto utilizado foi 12 +/- 2cm.
Foi utilizado retardador de pega no concreto para conseguir um intervalo maior antes do
início da pega do concreto e permitir a execução do acabamento superficial das lajes do
edifício B. Este procedimento prolonga a conclusão da concretagem, considerando o
acabamento das lajes.
Os funcionários de uma empresa terceirizada de controle tecnológico, contratada pela
construtora responsável, permaneceram todo o tempo nas obras.
A operação de cada caminhão, que consistia em: dosagem e pesagem dos matérias, saída da
concreteira, chegada a obra e descarga do concreto, girou em torno de 40 minutos.
Na maioria das concretagens dos dois edifícios, pelo fato da cidade estar em um momento de
alta na construção civil, a central de concreto sempre atrasava a entrega do concreto, assim
quando eram feitos os acabamentos, já passava do fim do expediente, com iluminação
elétrica e reclamações dos moradores vizinhos, foram principalmente quanto ao barulho das
máquinas do edifício B.
O tipo das formas utilizadas nas duas obras foi o mesmo também, só que com algumas
diferenças nas execuções descritas abaixo:
Foi empregado sistema industrializado de fôrmas, produzido por empresa paulista com
projeto detalhado de formas de pilares, vigas e lajes, executado por uma empresa
soteropolitana nos dois empreendimentos.
O sistema era composto de painéis de pilares e vigas em chapas compensadas de 15mm,
travadas na horizontal, e assoalho de lajes em com mesma espessura.
O sistema previa faixas de reescoramento para as lajes e jogo de fundos de vigas duplo para
permitir o reescoramento nos dois edifícios. Foram consideradas mais faixas de
reescoramento no Edifício B do que as utilizadas em sistema de lajes convencionais, como
no edifício A.
Os escoramentos foram metálicos e havia equipamento de duas empresas fornecedoras,
ambos com soluções inovadoras referentes a torres leves, que podem ser desmontadas e
utilizadas como escoras comuns.
As vigas de periferia foram escoradas com sistema de torres leves, e as internas, com escoras
normais, porém com maior fiscalização no edifício B. O escoramento das lajes foram
executado com longarinas principais e secundárias, independentes do escoramento de vigas,
apoiadas em torres leves e escoras normais.
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O travamento de pilares e vigas foi executado com duas peças de sarrafo de madeira de 1”x
4” um em cada lado, fixados com parafusos e porcas, fornecidos pela empresa terceirizada de
fôrmas.
O ritmo de elevação das lajes no edifício A, foi de uma laje a cada 07 dias em média, já
no edifício B foi mais demorado, cerca de 08 a 09 dias, devido a falta de prática com o rebaixo
das lajes onde havia a tubulação de gás e, ao atraso dos caminhões betoneira no canteiro, fazendo
com que se adiasse a concretagem por mais um dia para que não houvesse desentendimentos
com os vizinhos pelo horário.
Diferença entre as equipes existiram no processo, citadas abaixo:
A mão de obra utilizada foi a da própria construtora no edifício A, exceto a das fôrmas,
execução da laje nível zero, gesso projetado, fachada e de gás, onde foram utilizadas
empreiteiras especializadas.
O treinamento da equipe da construtora que ajudava a empresa contratada foi feito pela
própria, que fez um curso rápido na obra, com relação ao sistema de lajes nível zero.
Foram empregados na execução das lajes nível zero, considerando-se todo o conjunto da
estrutura desde a montagem da fôrma, sem considerar a equipe de engenheiros: 09
carpinteiros, 06 armadores, 03 pedreiros, 08 serventes, 01 técnico, 01 encarregado, 01
mestre. Já nas lajes tradicionais, foram empregados (também considerando desde a
montagem): 09 carpinteiros, 06 armadores, 02 pedreiros, 05 serventes, 01 técnico, 01
encarregado e 01 mestre.
Os equipamentos, ferramentas e acessórios utilizados na concretagem do edifício B
foram: nível lazer com sensor provido de aviso sonoro; mestras de alumínio com 2,00m de
comprimento e 2cm de altura; 4 enxadas; 3 pás; 1 desempenadeira pequena de madeira; taliscas
em madeira; arame recozido n.º 18; pregos 15 x 15 para fixação das taliscas; 2 vibradores de
imersão; aspirador para limpeza das fôrmas; cantoneiras metálicas para desnível dos pisos
impermeabilizados; 4 réguas de alumínio de 2,5m de comprimento e 5cm de altura; 4 colheres de
pedreiro; espaçadores de concreto para garantir o recobrimento das armaduras; holofotes para os
trabalhos realizados à noite; 2 máquinas alisadoras de concreto tipo helicóptero, para acabamento
do concreto, como se mostra na Figura 5; tambor de água para limpeza dos equipamentos; caixas
de passagem pré fabricadas de madeira e cones metálicos; tocos de madeira para marcação dos
gastalhos.
Já para o edifício A, foram utilizados todos estes equipamentos, ferramentas e
acessórios, com exeção do nível laser com sensor provido de bip, e 2 máquinas alisadoras de
concreto tipo helicóptero.
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Análise das lajes nível zero
Visto que os resultados, onde se utilizou a laje nível zero, não foram tão satisfatórios
para construtora, em alguns andares de pavimentos tipo obtiveram diferenças de até 2cm de
desnível. A experiência buscava a não utilização do sistema contrapiso, porém, foram corrigidas
as diferenças justamente por este sistema. As garagens externas que não foram curadas
adequadamente apresentaram fissuras ou trincas significativas como mostra na Figura 6, tratadas
com produto emborrachado e flexível para evitar o crescimento.
A acústica dos apartamentos ficou bastante prejudicada, pelo fato da redução de camadas
utilizadas no piso por não utilização do contrapiso, assim a laje conservou-se mais fina, causando
reclamação dos novos moradores.
Houve implicações externas exemplificada pelas fornecedoras do concreto usinado,
onde além de encontrados pedregulhos no material, como mostra a Figura 6, a mesma atrasou
por diversas vezes o fornecimento do concreto, no qual a execução das lajes adentrou a noite, já
dificultada pelo ruído causado pelas máquinas niveladoras, a visão não era adequada causando
muita irregularidade na superfície da laje. Essas irregularidades foram niveladas após com outro
modelo de máquina alisadora que trabalha quando laje está seca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
FAJERSZTAJN, H. Fôrmas para Concreto Armado: Aplicação para o Caso do Edifício. Tese
de Doutorado - Escola Politécnica - Universidade de São Paulo, São Paulo: 1987.
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PEDRINI, ALBERTO. O Know How da Precisão. Revista Construção Rio de Janeiro: Julho
1996.
RIPPER, ERNESTO. Como Evitar Erros na Construção. Ed.PINI, 1986 São Paulo: 1986.
SOUZA, ANA L. ROCHA. O Projeto para Produção das Lajes Racionalizadas de Concreto
Armado de Edifícios. Dissertação de Mestrado em Engenharia. Escola Politécnica -
Universidade de São Paulo, São Paulo: 1996.
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