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Resumo:
Este artigo tem por objetivo examinar o papel que a mídia desempenha na deliberação pública, com foco
na luta entre as fronteiras de visibilidade/invisibilidade pública. Algumas tensões e contradições presentes
no campo dos mídia são reexaminadas, a fim de discutir as funções normativas da mídia (como vigilante;
como fórum para o debate pluralista e como mobilizadora da ação política) para a pré-estruturação da
esfera pública política nas democracias constitucionas. Indaga-se acerca da possibilidade de
interpenetração de fluxos comunicativos no espaço de visibilidade midiático, criando espaços
generalizados de discussão e gerando múltiplos foci de opinião que se afetam uns aos outros de forma
relativamente livre.
Minha proposta neste artigo é rever as contribuições dos estudos que visam inserir os
meios de comunicação na estrutura da sociedade de maneira ampla, a fim de examinar o
papel que eles exercem na pré-estruturação da esfera pública política. Em primeiro
lugar, reexamino a noção de “campo dos mídia” e as tensões que perpassam os
processos de mediação dos atores sociais e das esferas diversas. Em segundo lugar,
discuto, a partir de algumas funções políticas da mídia, o modo pelo qual o chamado
espaço de “visibilidade midiática” promove uma interação horizontal entre os vários
grupos representantes do centro do sistema político e, verticalmente, entre os
representantes e os representados e ainda desses últimos entre si. Argumento que o
espaço de visibilidade criado pela mídia contribui para a promoção de um diálogo
público generalizado, que informa e reconstitui os espaços de discussão não midiáticos
e as esferas públicas locais, mais restritas. Procuro evidenciar, de tal modo, a maneira
pela qual a mídia contribui para criar uma base reflexiva para a promoção da
deliberação pública nas sociedades complexas.
1
A “deliberação pública”, seguindo a definição de Bohman, é “um processo dialógico de troca de razões
com o objetivo de solucionar situações problemáticas que não podem ser estabelecidas sem a
coordenação e cooperação interpessoal” (Bohman, 2000: 27). Nesse sentido a deliberação política não
possui um domínio singular; “inclui atividades tão diversas quanto a formulação e a obtenção de metas
coletivas, a tomada de decisões da política sobre meios e fins, o esclarecimento de conflitos entre
princípios e interesses, a resolução de problemas tais como emergem na vida social” (Bohman, 2000: 53).
2
Revendo o Campo dos mídia
A noção de “campo dos mídia”, tendo como origem a teoria geral de Bourdieu (1989)
sobre os campos sociais, torna -se particularmente relevante para examinar o papel que a
mídia desempenha na pré-estruturação da esfera pública política. Podemos chamar de
campo dos mídia um campo relativamente autônomo, organizado por instituições
específicas, contendo uma ordem axiológica própria e um sistema de especialistas, com
a função básica de produzir a mediação entre os demais campos sociais. Neste sentido, a
especificação do termo “mídia”, proposta por Adriano Rodrigues, implica num sentido
mais lato do que a expressão anglo-saxônica “mass media”.
2
Adriano Rodrigues utiliza o termo “campo dos media” e “media”; estarei utilizando “campo dos
mídia” e “mídia”
3
Contudo, a afirmação de Rodrigues de que a função básica do campo dos mídia estaria
associada à necessidade de composição de diferentes valores, objetivos e interesses dos
diversos campos mostra-se problemática. Qual seria a função de telenovelas e
programas de auditório, desenhos animados, missas televisionadas, ou programas
educativos? Se por um lado esses programas podem trazer à tona temas políticos
relevantes, por outro, não podemos atribuir a eles apenas esta função. Os princípios de
publicidade e transparência, visando promover a “composição de diferentes valores,
objetivos e interesses”, dizem respeito a uma função essencialmente política, que não
exaure outras possíveis. Especificar e qualificar as “funções” da mídia diante da
organização dos diferentes campos sociais demanda estudos específicos.
A fim de qualificar melhor o papel que a mídia exerce na mediação política, podemos
identificar três funções políticas do sistema midiático, mais especificamente associados
ao jornalismo, nas sociedades democráticas 3 , como sendo a) aparelho de “vigilância”
para as liberdades políticas e civis; b) fórum para o debate pluralista; c) agente de
mobilização para a participação cívica. Certamente, outros critérios podem mostrar-se
disponíveis para examinar o desempenho da mídia no campo político. Não obstante,
esses critérios mostram-se afinados com os princípios e ideais da política moderna e a
correlata constituição da esfera pública política.
3
Segundo Gurevitch, os meios de comunicação devem desempenhar normativamente os seguintes papeis
nas democracias constitucionais:
1 Vigiar o ambiente sócio-político, trazendo a público desenvolvimentos capazes de interferir,
positiva ou negativamente, no bem-estar dos cidadãos.
2 Definir as questões significativas da agenda política, identificando as questões -chave, bem como as
forças que as conceberam e que podem trazer uma solução.
3 Estabelecer as plataformas que permitem aos políticos, aos porta-vozes de outras causas e de outros
grupos de interesses, defender suas opiniões de modo inteligível e esclarecedor.
4 Permitir o diálogo entre diferentes pontos de vista e entre detentores de poder (atuais e futuros) e
público de massa.
5 Criar mecanismos que permitam acionar os responsáveis para prestar contas sobre o modo como
exercem o poder.
6 Incentivar os cidadãos a aprender, a escolher e a se envolver com o processo político, abandonando a
função de meros espectadores.
7 Resistir, em nome de princípios bem definidos, aos esforços exteriores à mídia que visam subverter
sua independência, sua integridade e sua capacidade de servir ao público.
8 Respeitar os membros do público espectator e leitor como virtuais envolvidos e capazes de entender
seu ambiente político. (M Gurevitch e G. Blumer Democracy and the mass media citado em
Habermas, 1997:112).
4
conhecimento político e engajamento cívico. Por este critério, podemos considerá-lo
bem sucedido se encoraja a aprendizagem sobre a política e as questões públicas, se
estimula o interesse e a discussão dos cidadãos, motivando o público a participar através
dos canais disponíveis para o ação cívica.
Diversos autores têm indagado a respeito do papel que a mídia exerce na organização da
esfera pública no contexto da política moderna (Habermas, 1984, 1997; Calhoun 1992,
Garham 1992; Fraser, 1993; Dalgreen, 1995; Gomes, 1997, 1999a). Entre os teóricos
críticos, coloca-se em dúvida a possibilidade de a mídia massiva funcionar como uma
esfera para um debate crítico racional, por causa de seu caráter comercial e das relações
de interesse que estabelece com as elites e os grupos dominantes na sociedade. O meu
argumento é o de que, embora a mídia não esteja organizada inteiramente em torno de
linhas democráticas, e apresente inúmeros deficits e patologias em suas funções
políticas, somente ela pode preencher algumas funções cruciais para o exercício
ampliado da deliberação pública, nas sociedades complexas.
Trabalhar com a noção de campo dos mídia permite pensar as condições institucionais
gerais em que as práticas de mediação operam, no que diz respeito ao modo pelo qual as
estruturas e instituições midiáticas são organizadas e se reproduzem para a produção e
circulação da informação. Por certo, o campo jornalístico constitui um alvo prioritário
da ação estratégica dos diversos agentes sociais, sobretudo dos atores do campo
político. Contudo, é preciso salientar a autonomia relativa própria do campo dos mídia,
a qual se expressa a partir da interpenetração de diferentes ordens de tensão aí
presentes. São elas:
A necessidade da diversidade para um debate pluralista eficaz tem alimentado boa parte
da crítica ao sistema dos mídia. O monopólio de grandes conglomerados torna
evidentemente precária a competição entre os veículos e compromete a oferta de
perspectivas políticas alternativas. Se a maioria dos outputs dos jornais favorece apenas
um ator político, partido, ou ponto de vista ou, ainda, se exclui os partidos menores e as
perspectivas minoritárias, reduz-se o ambiente informativo. A oferta ampla e
diversificada de canais de acesso ao campo de discursos públicos e a distribuição
relativamente equânime do poder de agenda entre os veículos são elementos
imprescindíveis para a efetivação das premissas de participação e de competição no
processo democrático.
Não obstante, se entendemos o sistema político como uma “estrutura global de centros
de influência e informação plurais e diversas” (Sartori, 1989: 139), o próprio sistema
político torna possível que as instituições da mídia possuam graus distintos de
autonomia política frente às instâncias do centro do sistema político. O Executivo, o
Judiciário e o Legislativo, por exemplo, possuem relacionamentos distintos com a
mídia. Como discute Lattman-Weltman, isso varia em função do grau em que um
Poder esteja mais ou menos sujeito ao escrutínio público, mais ou menos sujeito a
sanções afetadas por mecanismos dependentes de Publicidade.
O papel da mídia neste quadro tem de se fazer sob condições dadas pela estruturação
institucional “prévia” do sistema, o qual poderá fazer – e freqüentemente fará – com que
a intervenção midiática possua pesos estratégicos diferenciados para o (des)equilíbrio
do sistema, em função mesmo do peso igualmente diferenciado que a variável
publicidade guardar para cada Poder. Assim, dadas estas prováveis desigualdades de
situação frente à Publicidade, os Poderes oficiais também deverão contar com diferentes
competências específicas – mais ou menos estruturais – para transacionar com a mídia
(Lattman-Weltman, 2001)
6
relação a partir de um padrão complexo de interações, ao invés de considerá-la como
qualquer relação singular.
Por fim, para se examinar se os fluxos da mídia massiva podem efetivar-se de maneira
ampla, diversificada e contraditória, é preciso estar atento também para a crescente
variedade de mídias especializadas, rádios comunitárias e utilização da internet. Nesses
termos, o sistema contemporâneo de mídia encampa uma rica proliferação alternativa de
formatos, segmentados por nichos de consumo sócio-cultural, conforme categorias de
gênero, classe, etnia e geração; rádios comunitárias e grupos de discussão na internet.
Tais mídias, sejam especializadas, comunitárias ou alternativas, não possuem
evidentemente o poder de alcance dos meios massivos. No entanto, estudos diversos
vêm sendo desenvolvidos acerca das tensões criadas entre os focos e enquadramentos
da mídia massiva e aqueles construídos pela mídia especializada e as possibilidades de
re-elaboração discursiva dentro de grupos específicos (Sreberny-Mohammadi et all
1997; Castells, 1996)
mesmo que pudéssemos opinar sobre quem dispõe do poder dos meios, não teríamos
clareza sobre o modo pelo qual os meios de massa afetam os fluxos intransparentes da
comunicação da esfera pública política. No entanto, são mais claras as reações
normativas dos complexos dos mídia” (Habermas, 1997:111).
Ainda que a imprensa livre fique muito aquém de seu ideário liberal, as funções
normativas de vigilância e de atuação como fórum cívico para o debate pluralista
continuam amplamente aceitas. Neste papel, os jornalistas investigativos se vêm no
dever de expor a corrupção oficial, os escândalos e as falhas do governo e de outras
organizações sociais. Em grande parte, permanece no imaginário popular a noção de
que a imprensa deve “defender as pessoas”, salvaguardando o interesse público e
desafiando as autoridades.
7
como porta-vozes de seus próprios interesses ou transformem tranqüilamente seus
investimentos discursivos em influência publicitária.
Da mediação
5
Ver Becker et al, 2000:9; Dobkin, 1996: 87; França, 1998, Rubim,2000. Na perspectiva desses autores,
os interesses teórico e empírico na investigação dos processos de produção do sentido relacionados aos
meios de comunicação, de interpretação dos bens simbólicos midiáticos e de práticas concretas de
interação social tornam-se mais sérios e explícitos.
8
(resistências e solicitações) do próprio material em elaboração. Como expressa Braga,
“ainda que uma produção específica possa ser vista como inicial, na verdade, já surge
inscrita em processos mais amplos em andamento. (…) O produtor interage, na sua
produção, com fatos sociais, conforme as expectativas culturais e sociais sobre o
produto que elabora” (Braga, 2001: 120). Por outro lado, os receptores filtram
ativamente as formas simbólicas que circulam na mídia e organizam a própria
interpretação, através de conceitos intersubjetivamente partilhados. Como diz Braga, “O
produto interpela, oferece, solicita, direciona, argumenta, seduz – o usuário, interpreta,
responde, se apropria, contesta, seleciona, recusa: edita o material” (Braga, 2001:120).
A interpretação do produto se dá a partir de um conhecimento interpretativo anterior, à
luz do qual o receptor estabelece o que é relevante ou não, inscreve elementos assim
processados nas rotinas práticas da vida cotidiana, e utiliza tal material simbólico de
maneiras diversas, dentro de comunidades particulares e/ou contextos culturais e
políticos específicos.
6
José Luiz Braga propõe a noção de “Interatividade diferida/difusa”, a fim de ultrapassar o recorte
simplista de “ações mútuas entre produtor e receptor”. Diz ele: “a preocupação é em captar o modo pelo
qual a interatividade desenvolve-se em conseqüência ou “em torno de ‘mensagens’ (proposições,
produtos, textos, discursos, etc) e como ela opera – seja nos casos pontuais, específicos, seja como
tendências, em relação a determinados tipos de produtos ou tipos de situação”(Braga, 2001: 120)
9
especializada, a fim de proporcionar maior inteligibilidade dos aspectos essenciais da
comunicação. Os agentes da mídia, por sua vez, cientes de que o material midiático
deve atingir as pessoas leigas em geral, buscam conformar a linguagem dos sistemas
especializados àquela da vida diária, permitindo um meio comum entre os códigos dos
especialistas e a linguagem das pessoas comuns, bem como a disseminação de certos
vocabulários especializados.
O eixo vertical
7
Alertando para o fato de que as relações entre as duas dimensões são muito mais “íntimas, decisivas e
complexas do que a separação analítica em eixos claros e delimitados”, Fernando Lattman-Weltman
esclarece: “enquanto a dimensão vertical atuaria no campo delimitado classicamente pela própria noção
básica de representatividade do sistema – centrada basicamente na questão do processo eleitoral –, a
efetivação da dimensão horizontal é o terreno, igualmente clássico, das teorias de separação de poderes,
de criação de mecanismos de “checks & balances”. Ou dito ainda de outro modo (na linguagem
poliárquica): a dimensão vertical diz respeito mais diretamente ao eixo da participação, enquanto que a
horizontal se relaciona mais de perto com o eixo da competição institucionalizada” (Lattman-Weltman,
2000).
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seus resultados, quais serão eles, quando ou como serão produzidos. Nesse sentido, a
visibilidade midiática cria uma nova base reflexiva e recursiva para atores específicos.
Tal base é recursiva na medida em o quadro assim produzido pode ser utilizado para
mudar as práticas da apresentação da imagem e do discurso na cena pública, diante de
um público indefinido de cidadãos.
O eixo horizontal
Como discutido acima, o sistema plural dos mídia é valorizado para equilibrar o jogo
das elites com o Estado e os agentes dos meios de comunicação. A suposição que subjaz
11
é a de que o pluralismo e a complexidade das sociedades modernas contribuem para
uma melhor distribuição de custos e riscos entre os poderes oficiais e extra-oficiais do
sistema político, proporcionando também um ambiente informativo policêntrico, plural
e controverso. Além dessa dimensão, pensar a participação dos representados no
sistema político requer que coloquemos em questão o modo pelo qual o público adquire
e utiliza as informações e os conhecimentos da mídia.
Para nossos propósitos 8 , interessa assinalar que tal visão tem fomentado um profundo
ceticismo quanto à possibilidade de o público aprender com a mídia, para chegar a uma
atuação política ativa. Se adotamos a perspectiva da democracia deliberativa e
definimos o político de maneira ampla, é preciso considerar também os papeis múltiplos
dos cidadãos, por exemplo, como titulares de benefícios sociais (e as disputas para
ampliação de direitos promovida pelas mulheres e comunidades étnicas, portadores de
deficiência física ou mental, etc..), como consumidores de alimentos transgênicos, como
ativistas preocupados com o aumento da violência urbana ou os riscos do poder nuclear,
além de seus papeis como eleitores.
8
Não caberia discutir, no âmbito desse artigo, as razões diversas que têm levado à apatia generalizada da
população em relação à política formal e processos e práticas democráticas, nas sociedades
contemporâ neas.
12
Ainda que os leigos possam e devam recorrer à perspectiva dos especialistas no intuito
de tornarem-se cidadãos bem-informados, o conhecimento prático engloba uma
racionalidade complexa, interpenetrada pela ação. Isso é fundamental para que os
cidadãos possam se engajar em discussões ético-políticas, transitando entre os reinos da
ciência, da lei e da moralidade, tomando diversas posições frente aos problemas da vida
social. Nessa perspectiva, não há uma definição formal sobre aquilo que deveria ser
considerado o conhecimento político ideal. Ao buscar o conhecimento prático,
assumimos que o tipo de informação mais útil ao cidadão é contextual e
multidimensional, associado às decisões específicas com as quais ele se defronta numa
determinada situação.
No âmbito do jornalismo da mídia massiva, seria ingênuo supor que a mídia oferece
uma espaço equânime para os atores sociais divulgarem suas causas. Sabe -se bem que a
cobertura jornalística rotineira está fortemente relacionada ao centro do sistema político,
sendo que os grupos representantes têm maiores oportunidades de propor uma “agenda
política governamental” na mídia (Coob, Ross and Ross, 1976:133; Serra, 2001:97).
Diante da necessidade, por exemplo, de adquirir apoio público para implementar certas
políticas públicas ou para alcançar um tratamento formal de determinadas questões
pelos Poderes Legislativo ou Judiciário, personalidades políticas e representantes do
aparato estatal administrativo proc uram mobilizar a esfera pública, freqüentemente
tentando influenciar as manchetes jornalísticas e televisivas, através de realeases,
coletivas ou técnicas de marketing político. Atingem, assim, de cima para baixo, os
cidadãos e o eleitorado. Já aqueles atores, sobretudo da sociedade civil, que não têm
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acesso regular ao campo jornalístico precisam “fazer notícia”, criando fatos noticiosos,
passeatas e demonstrações públicas. Como diz Traquina, para esses atores romperem
com as barreiras impostas pelo sistema de produção jornalística, eles precisam gerar
“surpresa, choque ou uma qualquer forma latente de ‘agitação’”. “Os menos poderosos
perturbam o mundo social para perturbar as formas habituais de produção de
conhecimento” (Traquina, 1995: 200).
As situações de crise são particularmente frutíferas para que se apreenda o modo pelo
qual os atores da sociedade civil adquirem maiores chances de propagar seus discursos,
influenciando os representantes e os demais membros da comunidade política. Quando
os mecanismos de regulamentação social se mostram deficientes e/ou falham, as formas
rotineiras de solucionar conflitos, a própria mídia tende a encampar as vozes outrora
desconsideradas. A contribuição desses atores se dá mesmo quando os atores políticos
formais não respondem, na cena pública, às objeções específicas. As vozes dissidentes
podem proporcionar um novo quadro dinâmico de interpretações.
14
construírem, em seus debates e discursos, justificações mais generalizadas para certos
tipos de políticas e decisões.
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