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Limpeza Urbana

Luiz Henrique Starling Lopes

CRÉDITO: ARQUIVO PESSOAL


Especialista em Engenharia Econômica pela Fundação
Dom Cabral (PUC Minas). Especialista em Engenharia de
Estruturas de Concreto Armado pela Fundação Cristiano
Otoni (UFMG). Graduado em Engenharia Civil pela
UFMG. Analista de Controle Externo do TCEMG.

Valéria Conceição Chiaretti Ferro

CRÉDITO: ARQUIVO PESSOAL


Especialista em Educação pelo Centro de Estudos e
Pesquisas Educacionais de Minas Gerais (Cepemg)
- Instituto de Educação. Especialista em Controle
Externo da Gestão Pública Contemporânea pela PUC
Minas. Especialista em Direito Público pela Faculdade
de Direito de Ipatinga. Graduada em Matemática pela
Fafi BH. Graduada em Engenharia Civil pela Escola de
Engenharia Kennedy, Belo Horizonte/MG. Analista de
Controle Externo do TCEMG.

1 INTRODUÇÃO
Os técnicos do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), no exercício do controle
externo, fiscalizam as contratações de obras de naturezas distintas e realizam auditorias e inspeções,
com vistorias em obras e serviços realizados nos municípios mineiros. Muitas vezes, as vistorias
ocorrem em áreas insalubres de lixões, com proliferação de vetores de diversas doenças ou em regiões
alagadas onde correm esgoto a céu aberto.
Todavia, esta realidade vem mudando aos poucos. Atualmente, novas tecnologias vêm
sendo incorporadas aos trabalhos dos técnicos do TCEMG. Já se vislumbra a utilização
de drones, com o objetivo de realizar auditorias em locais de difícil acesso para produzir
imagens que, trabalhadas em softwares do tipo GIS, permitirão ao auditor realizar
inúmeras atividades sem, contudo, se expor a condições insalubres. Com a evolução
das metodologias de construção e o desenvolvimento tecnológico dos materiais empregados, e com
a incorporação de novas tecnologias de levantamento de dados, o auditor de engenharia procura
manter-se permanentemente atualizado. O TCEMG já tem dotado seus servidores de equipamentos
de proteção individual (EPIs), conforme determinam as normas regulamentadoras do Ministério do
Trabalho.
O Geo-Obras, software de acompanhamento das contratações e execução de obras e serviços
de engenharia, é uma ferramenta que já permite ao técnico realizar auditorias, desde a fase de

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planejamento até a identificação de possíveis riscos, de forma virtual, antecedendo a fase de auditoria.
Desta forma, ganha-se em eficiência e redução de tempo nos trabalhos de campo.
Agregam-se a essas evoluções a edição e a publicação, pelo Tribunal de Contas, do Manual de Auditoria,
que define os procedimentos a serem adotados pelo engenheiro no planejamento e execução das
auditorias, orientando desde a fase de planejamento e execução até a elaboração do relatório de
auditoria.
Com a utilização dessas ferramentas, vislumbra-se uma redução do tempo de trabalho em campo
para cada obra, com redução dos prazos entre o início da auditoria e a entrega dos relatórios finais.
Anteriormente, o procedimento adotado pelo auditor consistia em identificar, em campo, as licitações
e as contratações elaboradas pelos jurisdicionados. Apenas depois deste procedimento eram
selecionadas as obras auditadas, o que tornava extenso o tempo de elaboração dos trabalhos.
Quanto aos serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos requer-se um aprofundamento muito grande
na questão de metodologias e logísticas de execução, além de conhecimento técnico das formas de
execução desses serviços. Tal conhecimento permitirá ao auditor detectar formas inadequadas de
procedimentos na coleta e destinação dos resíduos sólidos e apontar melhores soluções.
Atualmente, os caminhões de coleta são equipados com aparelhos de GPS, que permitem ao auditor
o conhecimento das distâncias e do tempo percorrido em cada rota, inclusive identificando os locais
de parada do motorista, disposição final, etc.
O Brasil é um país cujas leis são criadas e alteradas com muita frequência, tornando-se difícil o
acompanhamento dessas alterações. Fiscalizar ou auditar a contratação e a execução de serviços
de limpeza urbana, por exemplo, demanda do técnico conhecimentos específicos, contidos na
Constituição Federal, Constituição Estadual, Lei Orgânica de cada município mineiro (total de 853),
Lei da Política Nacional de Saneamento, Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Normas da
ABNT, legislação de meio ambiente, além, é claro, de todo o conhecimento de engenharia trazido do
meio acadêmico e da vida prática bem como a facilidade na elaboração de planilhas, a montagem de
composições de custos, conhecimento da logística e das variáveis que influenciam na execução de
serviços.
Este trabalho abordará especificamente a contratação dos serviços de coleta e transporte de resíduos
sólidos urbanos sem, todavia, aprofundar na legislação que abrange a matéria, um tanto quanto
extensa.

2 ORÇAMENTO PARA O SERVIÇO DE COLETA E TRANSPORTE DE


RESÍDUOS URBANOS
O orçamento para a execução do serviço de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos (RSU)
será tratado de forma destacada em face de sua importância para a licitação e para a sociedade, que
financia diretamente, por meio da taxa de limpeza urbana, a execução do serviço.
A escolha de metodologia ou logística equivocada para o serviço de limpeza urbana pode ocasionar
sobrepreço na licitação, onerando diretamente o cidadão, que paga a taxa de coleta pública em seus

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impostos. Além de acarretar sobrepreço, pode facilitar a obtenção de lucros excessivos por empresas
inescrupulosas e o enriquecimento ilícito de agentes públicos em conluio com tais empresas.
O orçamento referente aos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos deve ser
elaborado com base em composições de custos unitários de todos os serviços que compõem
a planilha licitada, na forma prevista pelo inciso II do § 2º do art. 7º da Lei Federal n. 8.666/93, de
21/06/1993, considerando toda a logística de sua execução, detalhada em projeto básico elaborado
pela Administração Pública.
Não se deve confundir orçamento detalhado em planilhas de composições de custos unitários dos
serviços com coleta de preços. O gestor, ao estimar o preço para a execução dos serviços, deverá
sustentar seu orçamento em composições de custos unitários e quantitativos dos serviços a serem
executados.
Ademais, o projeto básico e o orçamento devem estar em estrita consonância com as diretrizes
da Lei Federal n. 8.666/93, e observar os requisitos contidos na Orientação Técnica n. 001/2006, de
07/11/2006, do Ibraop.

2.1 Preço para os serviços de limpeza urbana – referência do TCEMG


Na limpeza de um município, os serviços de maior relevância técnica e financeira têm sido a coleta
domiciliar de resíduos e a varrição.
Na metodologia para o cálculo dos preços dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos
urbanos, deve-se ter conhecimento da situação do município, quanto à população, à geração de
resíduos e às variáveis que influenciam na formação do preço.
A quantidade de resíduos gerada no município e as demais variáveis para a execução do serviço de
limpeza urbana devem ser resultados de levantamentos históricos da administração, apresentados
obrigatoriamente no projeto básico elaborado.
O auditor tem a seu favor o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) (http://www.
snis.gov.br) do Ministério das Cidades, que apresenta uma série histórica de informações quanto à
geração de resíduos de cada município brasileiro, podendo fazer o confronto com os dados do projeto
básico, quanto a sua razoabilidade.
Todavia, quando não estiverem disponibilizadas essas informações, pode-se estimar a quantidade de
resíduos gerada, por meio de tabelas, como a que se segue:
É importante mencionar as iniciativas do TCEMG, como a “Metodologia para Auditoria de Serviços
de Limpeza Urbana, com enfoque nos Custos de Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos,” apresentada
no XI Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas, em Foz do Iguaçu/PR, trabalho da mais alta
importância e que constitui toda a base da metodologia de cálculo de preços do serviço de coleta de
RSU, adotada hoje na Coordenadoria de Fiscalização de Obras e Serviços de Engenharia, na Diretoria
de Engenharia e Perícia e Matérias Especiais do Tribunal de Contas.

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Tabela 1 – Tabela de referência de produção de resíduos sólido
População Urbana Geração per capita (kg/
Tamanho da cidade Máximo (kg/hab/dia)
(habitantes) hab/dia)
Pequena Até 30.000 0,5 0,5
Média 30.000 até 500.000 0,50 a 0,80 0,8
Grande 500.000 até 5.000.000 0,80 a 1,00 1
Megalópole Acima de 5.000.000 Acima de 1,00 1,5

Fonte: Valéria Cristina Gonzaga e Alberto Magalhães Fonseca.

A título de exemplo, foram extraídas do SNIS as seguintes informações sobre a produção de resíduos
de um município, com população de 91.453 habitantes, obtendo-se os valores do quadro que se
segue:
Tabela 2 – Informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)
Ano de População Quantidade de
Município Estado Nome da Unidade
Referência (hab.) resíduos (t/ano)
ATERRO SANITÁRIO
Paradigma MG 2014 91.453 18.000,00
MUNICIPAL
Observa-se que o “município paradigma”, com uma população de 91.453 habitantes, enquadra-se
como cidade média brasileira. A quantidade de resíduos gerada por ano atinge uma geração per
capita de 0,539 kg/dia (resultado da operação: 18.000.000 kg / 365 dias/ 91.453 habitantes), o que
confirma os valores da Tabela 1.
Deve-se observar, todavia, que à medida que a sociedade se desenvolve e as cidades crescem, a
geração per capita aumenta.
Quanto ao orçamento dos serviços de coleta domiciliar, o primeiro ponto a ser observado é o
levantamento da produção de resíduos sólidos gerada no município.
Os setores, as rotas, as distâncias a serem percorridas, os estudos sobre a frequência, os horários e os
turnos de trabalho são de suma importância para o dimensionamento da frota de caminhões, das
equipes de trabalho e para a elaboração do preço de um serviço de coleta de resíduos sólidos. Em
alguns municípios, a legislação municipal proíbe que caminhões façam a coleta durante o dia nas
áreas denominadas hipercentro, sendo o trabalho realizado à noite. Há municípios que limitam a
capacidade do caminhão em conformidade com as vias públicas. Alguns adotam a frequência diária
para a coleta, já outros alternam os dias de coleta residual.
Definida a quantidade gerada de resíduos, a frequência, os turnos e os horários de trabalho, conhecendo-
se os setores e as rotas a percorrer dentro de cada campo, a distância do deslocamento à garagem, a
distância ao aterro sanitário/local de destinação final, entre outros, será possível dimensionar a frota e
a mão de obra necessárias, além de estimar o seu custo e preço para a execução dos serviços.

3 CÁLCULO DO NÚMERO DE CAÇAMBAS/CAMINHÕES


Para verificar o número de caminhões coletores informados no edital, o auditor pode utilizar as Tabelas
3 e 4, a seguir, considerando que os caminhões coletores de resíduos são equipados com caçambas
compactadoras de lixo.

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Tabela 3 – Características das caçambas compactadoras de lixo
Caçamba
Capacidade em Volume (m³) Capacidade em massa (t)
6 3,24
8 4,32
10 5,4
12 6,48
15 8,1
17 9,18
20 10,8
25 13,5
Obs.: a informação da capacidade da caçamba deve ser um dado de projeto básico.

No cálculo da capacidade em massa da caçamba, observa-se a densidade do resíduo sólido compactado


igual a 0,54 t/m³. No dimensionamento da quantidade de caminhões, divide-se a quantidade gerada
por dia pela capacidade da caçamba e considera-se que cada caminhão faz em média duas viagens
por dia até o aterro.
Considerando as incertezas que giram em torno da quantidade real de resíduo gerada por dia,
utilizam-se apenas 85% da capacidade da caçamba.
Considerando, ainda, a necessidade de retirada de caminhões de serviço devido às manutenções
preventivas ou corretivas, deve-se considerar uma reserva técnica de 10% dos caminhões calculados.
Assim, o cálculo pode ser feito conforme o quadro abaixo:
Tabela 4 – Dimensionamento do número de caminhões necessários
Quantidade de Caminhões Coletores para toda a coleta do Município

Item Descrição Unid. Sigla Valor

1 Quantidade de resíduos mensal t QM Apropriado


2 Quantidade de Resíduos coletados/dia t/dia QD QD = (1) /30
3 Quantidade de Resíduos Coleta Diurna tdia QDD QDD = X%*(2)
4 Quantidade de Resíduos Coleta Noturna t/dia QDN QDN = Y%*(2)
5 Número de viagens por período/caminhão unid. NVC 2 (em média)
6 Capacidade da caçamba compactadora volume) m³ CCV Tabela 3
7 Capacidade da caçamba compactadora (massa) t CCM Tabela 3
8 Número de caminhões coleta diurna unid. NCD NCD = (3) / [(0,85*(7)*(5)]
9 Capacidade utilizada da caçamba % CC 85
10 Número de caminhões coleta noturna unid. NCN NCN = (4) / [(0,85*(7)*5)]
11 Número de caminhões necessários unid. NC se (8) > (10) então (8) senão (10)
12 Reserva técnica - 10% unid. NCR NCR = (12)*10%
13 Número total de caminhões caçambas unid. NCT NCT = (12) + (13)

Obs.: A quantidade de resíduos gerada no município, o número de viagens e a capacidade da caçamba são dados de
projeto básico.

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O processo descrito, apesar de sugerir uma programação, não impede que seja feito em planilhas
eletrônicas similares ao excel.
O uso de caçambas compactadoras aumenta a eficiência no sistema de transporte de resíduos. A
escolha desse tipo de caçamba deve ser feita considerando as restrições locais: relevo, capacidade de
carga das vias, largura, pavimento, legislação local, etc.
O procedimento expresso na Tabela 4 prevê o cálculo do número de caminhões para as coletas diurna
e noturna. A linha 11 expressa o número necessário de caminhões-caçamba. Aplica-se o percentual
de 10% como reserva técnica (linha 12). O número total de caminhões encontra-se na linha 13, já
considerada a reserva técnica.
Verifica-se, geralmente, um equívoco nos cálculos realizados pelas unidades gestoras municipais ao
contratar os serviços de coleta residual, pois calculam o número total de caminhões pela soma das
linhas 8 e 10.Isto permite que os preços sejam superestimados, onerando significativamente o contrato
de coleta de RSU. Salienta-se que a quantidade de caminhões durante o dia pode ser a mesma à noite.
O dimensionamento deve considerar o maior número entre as duas quantidades de caminhões.

4 VERIFICAÇÃO DE VELOCIDADE DE COLETA


Dimensionado o número de caminhões, verifica-se a velocidade de coleta, utilizando-se este número.
A velocidade média varia em função de diversos fatores: topografia, tipo de pavimento e largura
das vias, quantidade de resíduos a serem coletados, horário de coleta. A referência técnica é que a
velocidade média é de 7 a 12 km/h, embora existam alguns locais onde se verificam outros limites (a
título de exemplificação, menciona-se o caso da coleta no centro de Belo Horizonte, cujo limite varia
de 5 a 7 km/h.).
Nesse contexto, para determinar o número de caminhões, é necessário conferir se a velocidade de
coleta é compatível. Caso se observe que a velocidade está superior a 12 km/h, é conveniente estudar
a possibilidade de colocação de mais um caminhão. Assim, podemos utilizar a seguinte tabela:
Tabela 5 - Verificação da velocidade de coleta
Velocidade média
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Distância percorrida Km DPM D
2 Tempo de coleta diário Horas T 7,33
3 Velocidade Média km/h V V=(1)/(2)
VER = se V>12 então (analisar a viabilidade de
4 Verificação da velocidade VER
mais um caminhão) senão (Manter)
Obs.: A distância a ser percorrida é um dado do projeto básico.

5 DIMENSIONAMENTO DAS EQUIPES


Em geral, uma guarnição para execução dos serviços de coleta é formada por um motorista e quatro
garis (coletores). Para a reserva técnica é considerado um motorista para cada caminhão e dois garis
para cada motorista. No dimensionamento das guarnições para a coleta de resíduos, multiplica-se a
quantidade de caminhões compactadores pelo número de motoristas e garis, conforme apresentado
a seguir:

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Tabela 6 – Dimensionamento do número de motoristas
Dimensionamento do número de motoristas
Item Descrição Unid Sigla Valor
1 Motorista Diurno Unid. MD MD =(8) da tabela 4
2 Motorista Noturno Unid. MN MN = (10) da tabela 4
3 Motorista Reserva Diurno Unid. MRD MRD =10% * (8) da tabela 4
4 Motorista Reserva Noturno Unid. MRN MRN =10 % * (10) da tabela 4
5 Total de Motoristas (mensal) Unid. MT MT = (1) + (2) + (3) + (4)

Tabela 7 – Dimensionamento do número de coletores


Dimensionamento do número de Coletores
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Coletor Diurno Unid. CD CD = 4 * (1) da tabela 6
2 Coletor Noturno Unid. CN CN = 4 * (2) da tabela 6
3 Coletor Reserva Diurno Unid. CRD CRD = 2 * (3) da tabela 6
4 Coletor Reserva Noturno Unid. CRN CRN = 2 * (4) da tabela 6
5 Total de coletores (mensal) Unid. CT CT = (5) + (6) + (7) + (8)

6 CÁLCULO DO CUSTO DO SERVIÇO DE COLETA E TRANSPORTE DE


RSU
6.1 Custo da mão de obra
O custo de mão de obra é calculado multiplicando-se o número de motoristas e garis pelo custo
de remuneração de cada um. Na remuneração mensal deve-se considerar as parcelas relativas à
insalubridade, os encargos sociais, o vale-refeição, o plano de saúde, o vale-transporte, o uniforme,
o EPI, etc. conforme o caso. A composição do custo de mão de obra para motoristas e garis deve
considerar os direitos adquiridos nas convenções coletivas de trabalho e/ou acordos com os sindicatos
patronais.
Tabela 8 – Custo por empregado
DESCRIÇÃO Motoristas Coletores
Item
(1) Diurno (2) Noturno (3) Diurno (4) Noturno (5)
1 Salário Mensal Convenção Convenção Convenção Convenção
20% hora normal 20% Hora normal após
2 Adicional noturno Não Não
após 22:00 22:00
3 Insalubridade 40% SM 40% SM 40% SM 40% SM
Encargos sociais - % apurado % apurado % apurado
4 % apurado *[(1)+(2)+(3)]
mensalista *[(1)+(2)+(3)] *[(1)+(2)+(3)] *[(1)+(2)+(3)]
Salário com
5 (1)+(2)+(3)+(4) (1)+(2)+(3)+(4) (1)+(2)+(3)+(4) (1)+(2)+(3)+(4)
encargos
Direitos trabalhistas – Convenção coletiva
6 Vale -refeição Convenção Convenção Convenção Convenção

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Direitos trabalhistas – Convenção coletiva

7 Plano de saúde Convenção Convenção Convenção Convenção


8 Vale transporte 52 x passe 52 x passe 52 x passe 52 x passe
Desconto
9 6%*(1) 6%*(1) 6%*(1) 6%*(1)
empregado - 6%
10 Uniforme Convenção Convenção Convenção Convenção
Direitos
11 (6)+(7)+(8)-(9)+(10) (6)+(7)+(8)-(9)+(10) (6)+(7)+(8)-(9)+(10) (6)+(7)+(8)-(9)+(10)
trabalhistas

Custo mensal
12 MD= (5) + (11) MN= (5) + (11) CD=(5) + (11) CN=(5) + (11)
por empregado
Obs.: SM= Salário Mínimo vigente; encargos sociais devem ser apurados em planilha detalhada; a quantidade de vale-
transporte varia de acordo com a realidade dos operários.

Apurado o custo mensal de motoristas e coletores e multiplicando pela quantidade dimensionada


obtém-se o custo direto de mão de obra:
Tabela 9 – Custo direto de mão de obra para o serviço de coleta
Custo de mão de obra (mensal)
Motoristas
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Motorista Diurno R$ MD MD= (1) da tabela 6 * (12) coluna 2 da tabela 8
2 Motorista Noturno R$ MN MN= (2) da tabela 6 * (12) coluna 3 da tabela 8
3 Motorista Reserva Diurno R$ MRD MRD= (3) da tabela 6 * (12) coluna 2 da tabela 8
4 Motorista Reserva Noturno R$ MRN MRN=(4) da tabela 6 * (12) coluna 3 da tabela 8
Total de Motoristas
5 R$ MT MT= (1) + (2) + (3) + (4)
(mensal)
Coletores
6 Coletor Diurno R$ CD CD= (1) da tabela 7 * (12) coluna 4 da tabela 8
7 Coletor Noturno R$ CN CN= (2) da tabela 7 * (12) coluna 5 da tabela 8
8 Coletor Reserva Diurno R$ CRD CRD= (3) da tabela 7 * (12) coluna 4 da tabela 8
9 Coletor Reserva Noturno R$ CRN CRN= (4) da tabela 7 * (12) coluna 5 da tabela 8
10 Total de Coletores (mensal) R$ CT CT=(6) + (7) + (8) + (9)
Custo Direto Total com mão Total de Motorista + total de coletores
11 R$ CDTMO
de obra CDTMO = (5)+(10)

6.2 Custos operacionais com veículos


Os custos operacionais nos serviços de coleta de resíduos sólidos urbanos referem-se aos gastos
com combustível, pneus e câmaras de ar, manutenção, lubrificação e lavagem, despesas com IPVA e
licenciamento dos caminhões, monitoramento e depreciação.
6.2.1 Custo de combustível
O custo de combustível é calculado por mês, considerando o consumo médio, seu valor e data de
referência. Basta dividir o produto da quantidade pelo preço unitário.

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Tabela 10 – Custo com combustível
Custo com o consumo de combustível mensal
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Distância percorrida mês km/mês DPM DPM= (1) da tabela 5 *30

2 Consumo médio de combustível Km/l CMCKM Coeficiente de consumo

3 Consumo de combustível mês l/mês CM CM= (1) / (2)


4 R$/litro (Diesel) R$/litro (Diesel) PUNIT Preço Combustível Posto
5 Custo direto mensal combustível CCB R$ CCB = (3 ) * (4)
Obs.: O consumo médio de combustível é um dado de projeto básico e deve ser obtido pela administração em
experiências pretéritas ou em manuais dos veículos.

6.2.2 Consumo de pneus


No cálculo do consumo de pneus, admite-se atualmente um ciclo completo de 50.000 km sendo 30.000
km a vida útil de um jogo de pneus novos e 20.000 km a vida útil de um jogo de pneus recapados.
Consideram-se para um jogo de pneu: 6 pneus, 6 câmaras de ar e 6 protetores.
Tabela 11 – Custo com pneus
Pneus e Câmaras (mensal)
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Distância percorrida mês Km DPM DPM= (1) da tabela 10
2 Vida útil de pneus novos Km VUPN VUPN= 30.000
3 Vida útil de pneus recapados Km VUPR VUPR= 20.000
4 Vida útil por ciclo Km VUCiclo VUCiclo= 50.000
5 Ciclos por mês CPM CPM = (1) / (4)
Valor mensal de pneus e câmaras por veículo
Item Descrição Quant. Sigla Valor
6 Pneu novo 6 VPIN VPIN = (6 )
7 Câmara 6 VCAN VCAN= (7)
8 Protetor 6 VPON VPON= (8)
9 Total para pneu novo TPN  TPN= [(6) + (7) +(8) ] * 6
10 Pneu recapado 6 VPIR VPIR= (10)
11 Câmara 6 VCAN VCAN= (7)
12 Protetor 6 VPON VPON=(8)
13 Total para pneu recapado TPR TPIR= [(10) + (11) + (12)] *6
14 Total por ciclo  TPC TPIC = (9) + (13)
15 Custo direto mensal com pneus CPN CPN = (5 ) * (14)

6.2.3 Custo de manutenção


No custo com manutenção deve-se levar em conta que, ao final de cinco anos, terão sido gastos 80%
do valor do chassi mais o implemento.

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Tabela 12 – Custo com manutenção
Manutenção por veículo por mês
Item Descrição Unid. Sigla Valor
Valor do Caminhão compactador, com caçamba e sem
1 R$ VCCSP Valor de aquisição
pneus (Chassi + caçamba - pneus)
2 Custo de manutenção durante a vida útil – 80% % CM CM= 0,80 * (1)
3 Quantidade de caminhões Unid. NCT NCT= (14) da tabela 4
4 Vida útil em meses (5 anos x 12 meses) Meses VUCAM 60
Custo direto mensal com manutenção de todos os
5 R$ CMA CMA = (2) * (3) / (4)
caminhões

6.2.4 Custo com lubrificação e lavagem


O custo com lubrificação e lavagem dos caminhões, por via de regra, é estimado em 10% do custo de
combustível.
Tabela 13 – Custo com lubrificação e lavagem
Lubrificação e Lavagem
I Descrição Sigla Unid. Valor
1 Coeficiente de lubrificação e Lavagem (médio)-10% CLL % 0,1
2 Custo mensal de combustível: CCB R$ CCB= (5) da tabela 10
3 Custo direto mensal de lubrificação CLUB R$ CLUB = (1) * (2)

6.2.5 Custo com licenciamento, seguros em IPVA


Neste item são considerados os valores de IPVA, seguros, seguros obrigatórios e licenciamento.
Tabela 14 – Custo com Licenciamento, seguros e IPVA

Licenciamento, seguros e IPVA

I Descrição Unid. Sigla Valor


Valor do Caminhão compactador, sem
1 R$ VCCHA Valor de aquisição
caçamba e sem pneus (só o valor do chassi)
2 Coeficiente médio (licenciamento e IPVA) – 1% % CMLI CMLI =0,01 * (1)
3 Seguro obrigatório R$ TAXASO Valor da taxa no Detran
Coeficiente médio para Seguro contra
4 % CMSCI CMSCI= 0,045 * (1)
incêndio e danos (4,50 % do valor do chassi)
5 Taxa de licenciamento R$ TAXALICEN Valor da taxa no Detran
6 Quantidade de caminhões Unid. NCT NCT= (13) da tabela 4
7 Período de 1 ano (12 meses) Meses PERI 12
Custo mensal do licenciamento, seguros e
8 R$ CLI CLI=[ 2)+(3)+(4)+(5) ]*(6)/(7)
IPVA -

6.2.6 Custo com depreciação


O custo de depreciação do caminhão leva em conta o custo de aquisição do chassi mais o da caçamba
compactadora, sem os custos dos pneus. Nestes custos não é prevista a parcela referente ao custo de
capital. Esta entra no cômputo das despesas financeiras, inseridas na composição dos Benefícios e
Despesas Indiretas (BDI).

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Tabela 15 – Custo de depreciação
Depreciação Linear
Item Descrição Unid. Sigla Valor
Valor do Caminhão compactador, com caçamba sem
1 R$ VCCSP VCCSP = (1) da tabela 12
pneus (Chassi + caçamba - pneus)
2 Quantidade de Caminhões Unid. NCT NCT = (13) da tabela 4
3 Valor residual – 20% % VR VR = 0,20 * (1)
4 Multiplicador – 80% % MU M = 0,80 * (1)
5 Vida útil em meses Meses VUCAM VUCAM =(4) da tabela 12
6 Custo direto mensal da depreciação R$ CDE CDE= (1)*(2)*(4) / (5)

6.2.7 Custo com monitoramento


Atualmente é necessário que os caminhões sejam monitorados por GPS. O objetivo é identificar
possíveis desvios de funcionalidade.
Tabela 16 – Custo com monitoramento
Monitoramento
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Monitoramento, incluindo instalação e manutenção R$ MON Valor de mercado
2 Quantidade de Caminhões Unid. NCT NCT= (13) da tabela 4
3 Custo direto mensal com monitoramento R$ CMON CMON= (1) * (2)

6.2.8 Custo operacional


Por fim, discutidos todos os itens previstos nas Tabelas 10 a 16, que compõem o custo direto
operacional, basta proceder à soma conforme Tabela 17, obtendo-se o custo total.
Tabela 17 – Despesas operacionais com veículos

Resumo do custo com veículos coletores compactadores


Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Custo direto Combustível R$ CCB CCB = (5) da tabela 10
2 Custo direto Pneus e câmaras R$ CPN CPN = (15) da tabela 11
3 Custo direto Manutenção R$ CMA CMA = (5) da tabela 12
4 Custo direto Lubrificação e Lavagem R$ CLUB CLUB = (3) da tabela 13
5 Custo direto Licenciamento, seguro e IPVA de veículos R$ CLI CLI = (8) da tabela 14
6 Custo direto Depreciação R$ CDE CDE = (6) da tabela 15

7 Custo direto Monitoramento dos veículos com GPS via satélite R$ CMON CMON = (3) da tabela 16

CDO = (1) + (2) + (3) + (4) + (5) +


8 Custo direto operacional R$ CDO
(6) + (7)

7 CUSTO TOTAL DA COLETA


O custo total para os serviços de coleta e de transporte de resíduos sólidos urbanos é dado pela adição
do custo direto da de mão de obra e custo direto operacional.

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Tabela 18 – Custo direto total da coleta e transporte de RSU
Custo da coleta de resíduos sólidos urbanos
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Custo Direto com a Mão de Obra R$ CDTMO CDTMO = (11) da Tabela 9
2 Custo Direto Operacional R$ CDOPER CDOPER= (8) da Tabela 17
3 Custo direto total da coleta R$ CDTMON CDTMON= (1) + (2)

8 CUSTO DA COLETA POR TONELADA


Para se aferir o custo por tonelada de resíduos coletados deve-se dividir o custo total pela quantidade
de resíduos efetivamente coletados. Este valor está expresso pela linha 6 da Tabela 18.
Tabela 19 – Custo direto total da coleta e transporte por tonelada
Custo da coleta de resíduos sólidos urbanos por tonelada
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Custo direto total da coleta  R$ CDT CDT = (3) da tabela 18
2 Quantidade de resíduos mensal T QM QM = (1) DA Tabela 4
3 Custo direto unitário da coleta R$ CDU CDU = (1) / (2)

9 CÁLCULO DO PREÇO DO SERVIÇO DE COLETA E TRANSPORTE DE


RSU
O preço final aferido é o produto do custo por tonelada de resíduos multiplicada pelo BDI, taxa que
adicionada ao custo de um produto forma o seu preço. No BDI, estão incluídas as despesas indiretas,
os impostos e o lucro que a empresa pretende auferir com o negócio.
Tabela 20 – Preço unitário dos serviços de coleta e transporte de RSU
Preço da coleta de resíduos sólidos urbanos por tonelada
Item Descrição Unid. Sigla Valor
1 Preço unitário da coleta R$ PUC PUC=(3) da tabela 19
2 Taxa de Benefícios e Despesas Indiretas - BDI % BDI Taxa de BDI
3 Valor estimado do BDI R$ BDI BDI = [(2)*(1)]/100
3 Preço unitário da coleta R$ PUC PUC= (1)+(2)
Obs.: O BDI deverá ser detalhado em planilha própria e deve-se enquadrar nos intervalos de razoabilidade previstos
para o tipo de serviço. Seu valor e detalhamento deverão constar do projeto básico
As tabelas de composições apresentadas neste trabalho são adaptações e atualizações das informações
trazidas na “Metodologia para Auditoria de Serviços de Limpeza Urbana” pelo TCEMG, desenvolvida
em 2006.
Hoje, com a formalização das composições de orçamento em tabelas, para a execução do serviço de
coleta e transporte de RSU, os engenheiros do TCEMG vêm utilizando-as, sistematicamente, a fim de
apurar o custo e o preço para cada situação em exame e compará-los com os preços apresentados nos
editais de licitação.
Desta forma, apoiados em um trabalho técnico de acordo com a legislação e os índices pertinentes à
matéria, as equipes técnicas ficam respaldadas e seguras para opinarem quanto à razoabilidade dos
preços estimados pelos municípios e subsidiarem as decisões dos conselheiros do TCEMG.

144 R. TCEMG Belo Horizonte v. 34 n. 4 p. 133-144 jan./mar. 2016

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