Вы находитесь на странице: 1из 9

Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.

docx Página: 1

CUFSA – Centro Universitário Fundação Santo André.


FAENG – ENGENHARIA CIVIL.
Disciplina: Obras Hidráulicas - Professor: Antonio Laercio Perecin.
NOTAS DE AULA: Para uso interno do curso.
Adaptado a partir das seguintes referências bibliográficas (A leitura dos originais é indispensável):
BAPTISTA, Márcio; LARA, Márcia. Fundamentos de engenharia hidráulica. 3 ed. Belo Horizonte: UFMG,
2010.
PEREIRA, Geraldo Magela. Projeto de usinas hidrelétricas: passo a passo. São Paulo: Oficina de Textos,
2015.
SOUZA, Zulcy de; SANTOS, Afonso Henriques Moreira; BORTONE, Edson da Costa. Centrais hidrelétricas:
implantação e comissionamento. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2009.

- Reservatórios – Diagrama de Hippl.


- Os reservatórios destinam-se, fundamentalmente, à reserva dos recursos hídricos e à regularização de
vazões nos cursos de água.
- No caso das centrais hidroelétricas (CH) exige especial atenção, pelos seus aspectos energéticos e
ambientais.
- As características do reservatório são uma consequência natural do barramento do curso de água e da
topografia a montante deste barramento.
- O posicionamento da barragem, a fixação de sua altura e o consequente volume do reservatório é um
estudo técnico-econômico que envolve, entre outros, os aspectos de meio ambiente, de mercado, volume
de regularização e localização da tomada da água.
- Sob o ponto de vista de regularização, o volume útil de um reservatório pode servir para armazenar água
em um período de excesso hídrico para que a mesma seja utilizada no período de carência.
- Isto deve ser analisado segundo um ciclo de interesse.
- Assim, a capacidade do reservatório deve ser dimensionada segundo o ciclo que se deseja regularizar.
- Com isso pode-se fazer o seguinte esquema segundo os ciclos mais conhecidos:

- Ciclos de carga:
- Regularização diária
- Regularização semanal
- Ciclos hidrológicos:
- Regularização anual
- Regularização plurianual

- Para que a capacidade reguladora de um reservatório possa ser determinada é indispensável o


conhecimento das características dos ciclos.
- O tempo de regularização é a duração do ciclo de interesse que pode ser o número de horas de um dia,
os dias de uma semana, de um mês, de um ano, o número de meses do ano ou o número de anos.
- Para o ciclo de carga pode ser calculado com a seguinte fórmula:

𝐸𝑎
𝑡𝑟 =
𝑃
Onde:
𝑡𝑟 = Tempo de regularização.
𝐸𝑎 (𝑘𝑊ℎ) = Capacidade energética de armazenamento do ciclo de carga.
𝑃(𝑘𝑊) = Potência média do ciclo de carga.
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 2

- Para o ciclo hidrológico, calcula-se o tempo de espera:

𝑉𝑢
𝑡𝑒 =
𝑄
Onde:
𝑡𝑒 = Tempo de enchimento.
𝑉𝑢 (𝑚3 ) = Volume útil do reservatório do tempo de ciclo hidrológico.
𝑄(𝑚3 ⁄𝑠) = Vazão média do ciclo hidrológico ou vazão média de longo tempo.

- Estas grandezas permitem determinar a relações os tempos conforme são mostrados na figura a seguir.

Curva de 𝑡𝑒 em função de 𝑡𝑟 para região sudeste do Brasil.


Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.

- Para determinado reservatório nesta região, pode-se calcular o valor de 𝑡𝑒 e, com o auxílio da curva da
figura acima, determinar o valor de 𝑡𝑟 .
- Também se pode proceder de modo inverso, obtendo-se pela curva o valor de 𝑡𝑒 e calcular com a
𝑉
equação 𝑡𝑒 = 𝑄𝑢 o valor de 𝑉𝑢 do reservatório, desde que seja conhecida a 𝑄̅ .
- Os reservatórios que apresentam capacidade regularizadora inferior à estabelecida, isto é, 𝑡𝑟 menor que
o valor estabelecido ou determinado, são denominados reservatórios a fio de água independentemente de
seus volumes.
- Por exemplo, o reservatório da CH Itaipu Binacional Brasil/Paraguai, embora tenha um enorme 𝑉𝑢 , tem
capacidade regularizadora de aproximadamente uma semana, isto devido ao fato de ter uma vazão média
afluente muito grande, resultando um pequeno valor para 𝑡𝑒 .
- As pequenas centrais hidrelétricas (PCH) quase sempre são a fio de água tendo como consequência a
concepção da barragem simplificada, dispensando, na maioria das vezes, o uso de comportas.
- Nestes casos, procura-se manter o nível da água na cota da crista do extravasor ou vertedor, de maneira
a não perder água sem geração de energia nem altura de queda.
- Isto nem sempre é possível face ao excedente de água, que é naturalmente extravasado.
- Por outro lado, mesmo em concepções simples como esta, é possível se ter regularização diária,
rebaixando o espelho da água a níveis inferiores ao da soleira do extravasor.
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 3

- Esses rebaixamentos, em geral, não implicam em perdas significativas de potência, e os pequenos


volumes associados são suficientes para regularização diária, principalmente no caso de CH de alta queda.
- A figura a seguir ilustra os casos apresentados:

Caracterização dos reservatórios de PCH. a) sem uso de comporta, b) com regularização diária.
Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.

- Nesses casos observa-se a uma significativa variação do nível da água quando de ocorrência de cheias,
principalmente para CH de baixa queda, sendo esta uma das principais preocupações do projetista de PCH,
que, em geral, busca aumentar o comprimento da crista do extravasor para reduzir esta variação.
- Fica evidente que, quando um reservatório necessita maiores volumes regularizadores, tal arranjo
simplificado deve ser substituído por outro onde o volume possa ser controlado com auxílio de comportas,
normalmente posicionadas na parte superior do extravasor, as quais encarecem significativamente a
implantação da CH.
- Para esses casos a complexidade cresce não só na concepção da CH, mas, também, na sua operação, já
que as comportas passam a ser os elementos fundamentais de controle, seja para maximizar a queda, para
economizar água ou para reduzir riscos.
- A figura a seguir define os principais níveis de operação dos reservatórios de regularização sazonal.

Níveis de operação e volumes dos reservatórios de regularização.


Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 4

- 𝑉𝑢 - Volume intermediário ou útil - é o volume de reserva energética a ser utilizada na regularização.


- 𝑉𝑚 - Volume inferior ou morto - é o volume d’água que, em princípio, nunca será utilizado, pois somente
em casos excepcionais poderá o reservatório ter seu nível abaixo da cota do nível mínimo normal ℎ𝑚𝑛′ .
- 𝑉𝑒 - Volume superior ou de espera - o qual está limitado por ℎ𝑐𝑛 e pela cota do nível correspondente à
cheia excepcional ou máxima maximorum - ℎ𝑐𝑀 - necessitando ser estabelecido antes de 𝑉𝑢 .
- O volume 𝑉𝑒 é uma reserva para atenuar as cheias, principalmente a máxima de projeto.
- Assim, 𝑉𝑒 tem que ser suficiente para receber a onda de cheia e extravasá-la, respeitando o ℎ𝑐𝑀 .
- Um ponto final a se observar é a relação biunívoca existente entre a cota do reservatório e o volume
acumulado, a qual dá origem à denominada curva cota-volume, de fundamental importância na definição
da altura da barragem.
- Com base nas curvas de nível e no posicionamento da barragem, como no exemplo da figura a seguir, é
possível calcular e traçar a curva cota-volume, bastando para tanto determinar as áreas limitadas pelas
curvas de nível e o eixo da barragem, o que pode ser feito por métodos gráficos, com planímetro ou
computacionais.

Esquema com a barragem e as curvas de nível - determinação dos volumes do reservatório.


Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.

- Obtidas as áreas contidas pelas curvas de nível (𝐴𝑖 ), o volume armazenado (𝑉𝑎 ) associado a cada cota
(ℎ) será calculado pela expressão:

𝑛
1
𝑉𝑎 = × ∑(𝐴𝑖 + 𝐴𝑖−1 ) × (ℎ𝑖 − ℎ𝑖−1 )
2
𝑖=1

- O aspecto da curva cota-volume é o apresentado na figura a seguir.


Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 5

Curva cota-volume.
Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.

- Nessa figura estão indicados os principais volumes do reservatório, sendo seu traçado de fundamental
importância para os estudos de regularização, motivo pelo qual deve ser feito com a maior
precisão/exatidão possível.
- É costume, também, construir-se um gráfico dessas cotas em função dos áreas e volumes, denominadas
curvas cota-área-volume.
- A partir dos dados, como os apresentados a seguir, é possível construir essas curvas.

Relações entre cota-área e cota-volume – projeto básico da PCH Poço Fundo.


Fonte: Adaptado de (PEREIRA,2015).
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 6

- O gráfico a seguir é da curva cota-área-volume.

Curva Cota-Área-Volume – projeto básico da PCH Poço Fundo.


Fonte: Adaptado de (PEREIRA,2015).

- Fluviograma:
- Fluviograma é o gráfico que representa as vazões, em uma seção transversal do rio em função do tempo.
- Esta representação pode ser feita com as vazões instantâneas, médias diárias, semanais ou anuais,
máximas e mínimas semanais, mensais ou anuais.
- Na figura a seguir representa um fluviograma.

Fluviograma do comportamento das vazões médias mensais em 10 anos no Posto Santa Rosa no
Rio Paracatu, afluente do Rio São Francisco
Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 7

- Os fluviogramas são de todos os gráficos, os que representam melhor, sob o aspecto visual, o
comportamento no passado do rio na seção transversal correspondente, com as incertezas oriundas de
eventuais enganos nas leituras, alterações da seção transversal e confiabilidade da curva-chave.
- Assim para o exemplo da figura anterior, nos 10 anos, a máxima vazão média mensal ocorreu em
fevereiro de 1966, atingindo 628 m³/s, já a média mínima aconteceu em agosto de 1971, logo entre estas
vazões ocorreram 18 meses.
- Como poderá ser observado, as maiores vazões, sistematicamente, aparecem entre novembro e março
do ano seguinte, enquanto os períodos de menores vazões, ocorrem sempre entre maio e setembro de
cada ano.

- Diagrama de Rippl:
- O Diagrama de Rippl é denominado, também, por curva de massa ou de volumes acumulados.
- Recebeu esse nome em homenagem ao engenheiro austríaco que primeiro o utilizou em 1882, e consiste
em um gráfico dos valores acumulados dos volumes afluentes ou deflúvio, representados em ordenadas, e
tendo os tempos em abscissas.
- Assim, a curva nada mais é do que a curva integral do fluviograma, representando as ordenadas às áreas
do fluviograma desde a origem do sistema até o tempo respectivo e a abscissa deste tempo.
𝑑𝑉
𝑄= ⟹ 𝑑𝑉 = 𝑄. 𝑑𝑡
𝑑𝑡
𝑡𝑓 𝑡𝑓

𝑉 = ∫ 𝑄. 𝑑𝑡 ≅ ∑ 𝑄𝑖 × ∆𝑡𝑖
𝑡𝑖 𝑡𝑖
- Na figura a seguir é mostrado o traçado o diagrama de Rippl para o fluviograma apresentado no tópico
anterior, considerando-se as vazões médias mensais, o que permite observar que a curva é constituída por
segmentos de retas.
- Estes segmentos poderiam ser traçados a partir de qualquer tipo de vazões, médias horárias, diárias,
semanais, anuais e mesmo instantâneas, neste último caso a curva resultaria, praticamente contínua.
Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 8

Diagrama de Rippl para vazões médias mensais do fluviograma apresentado anteriormente.


Fonte: Adaptado de SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009.

- Neste diagrama qualquer segmento de reta tangente à linha tem seu coeficiente angular proporcional à
vazão no ponto de tangência, já que:
𝑑𝑉
𝑄=
𝑑𝑡
- Assim, o coeficiente angular do segmento de reta que liga o início da linha ao seu final, considerando-se
as respectivas escalas, correspondente à vazão média no período, no caso de 10 anos, calculada por:
𝑌(𝑚3 )
̅
𝑄 = 𝑡𝑔𝛼 =
𝑋(𝑠)
- Deste modo, segmentos de retas com ângulos maiores que 𝛼 são proporcionais a vazões maiores do que
𝑄̅ .
- Da mesma forma, segmentos de retas com ângulos menores que 𝛼 são proporcionais a vazões menores
do que 𝑄̅ .
- Neste caso, o valor de 𝑄̅ foi obtido pelo quociente entre o volume final acumulado, pelo tempo total do
período calculado.
- Volume final acumulado (considerando a escala do gráfico):

𝑉𝑎𝑐 = 16,979 × 2.592 × 106 𝑚3

- Tempo total do período calculado:


Obras Hidráulicas - Engenharia Civil - 2018 - Tópico 07.docx Página: 9

- Tomando todos os meses com 30 dias:


𝑡𝑡 = 10 × 12 × 30 × 24 × 3600 = 311,040 × 106

𝑉𝑎𝑐
𝑄̅ = = 141,491 𝑚3 ⁄𝑠
𝑡𝑡
- A distância vertical entre as paralelas 𝑎 e 𝑏 à reta representa 𝑄̅ , que passa pelos pontos superior 𝐴 e
inferior 𝐵, mais afastados da linha do diagrama de Rippl, fornece, observada a escala dos volumes, o
volume útil do reservatório (𝑉𝑢 ) que, caso construído, teria a capacidade de armazenar a água afluente de
modo que dele poderia ser retirada, durante todo o período, à vazão média 𝑄̅ .
- Isso ocorre porque o ponto 𝐴 está no fim do segmento verticalmente mais afastado na parte superior da
reta que representa 𝑄̅ , cuja inclinação, em relação à horizontal, é maior do que 𝑎, logo indica que no
reservatório a água alcançou o seu nível máximo.
- Para o ponto 𝐵, por estar mais afastado inferiormente e a inclinação do segmento correspondente ser
menor que 𝑎 indica que foi alcançado, no reservatório, seu nível mínimo, logo o volume compreendido
entre estes dois níveis é o volume útil no caso resultou:

𝑉𝑢 = 3.370 × 106

- Com esse volume, entra-se no gráfico da curva cota-volume e encontra-se a altura da barragem para
acumular esse volume.

- O diagrama de Hippl além das possibilidades citadas, permite, por exemplo, determinar período crítico, a
vazão média deste período e ainda fazer estudos de regularização de vazões.
- Considera-se que métodos analíticos, em princípio, permitem obter resultados mais precisos que os
gráficos correspondentes e que a computação reduziu significativamente o tempo dos cálculos que
envolvam grande quantidade de dados.
- Esses métodos são encontrados na bibliografia citada acima (SOUZA; SANTOS; BORTONE, 2009).

Вам также может понравиться