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Uma outra dica igualmente importante é que a memória grava melhor o que vem no
início da frase. Por isso, lembre-se de colocar sempre as informações mais importantes
no começo da frase, em ordem direta.
ORDEM DIRETA
Todos conhecemos a primeira frase do Hino Nacional brasileiro:
Como se trata da letra de hino, existe a licença poética, deixe como está! Mas se fosse
um texto informativo? Melhor seria colocar antes o sujeito, depois o verbo e o objeto
direto, certo?
Vamos trabalhar agora com um período bem mais longo, publicado em um grande
jornal.
Só de olhar, já dá pra ver que o texto é pura pedreira. Tem 46 palavras, mais do dobro
do que seria aceitável, e ainda na ordem inversa! Força! É preciso ter coragem! Leia
até o fim:
“Apesar dos riscos dos impactos negativos que, certamente, a economia poderia
sofrer por causa de eventuais e imprevisíveis problemas na conjuntura externa,
que retardariam o processo de desenvolvimento, a sociedade não pode deixar
escapar a oportunidade de levar o País a retomar o rumo de crescimento.”
Aqui já aprendemos uma segunda lição: Prefira frases afirmativas, na voz ativa!
Substitua Não escreva frases longas por Escreva frases curtas, simples assim!
Mas veja bem, apesar de todos os ajustes, observe que o sujeito está no final do
período.
Exercício 1
Corte o que é desnecessário e coloque o mais importante no começo:
Em 1990, embora contasse com um contexto internacional amplamente favorável e
com uma importante unidade da burguesia brasileira, a aplicação das políticas
neoliberais no país, iniciada por Collor, ainda se dava de forma algo truncada.
Clareza é uma qualidade dos textos em geral, por isso deve ser sempre buscada. Ser
claro é se fazer entender. Quem escreve quer ser lido, então deve-se facilitar a vida do
leitor apresentando um texto que seja compreensível. Quando alguém não está
compreendendo o que lê, abandona a leitura rapidamente. Alguns procedimentos
ajudam a obter clareza, procure observá-los na redação de seus textos.
Evite períodos longos. Uma frase de grande extensão pode obrigar o leitor a lê-la mais
de uma vez para compreender o sentido. É comum também o leitor, estando no meio
da frase, ter de voltar ao início dela para recuperar alguma informação que já
esqueceu, por isso prefira frases curtas, pois são mais fáceis de serem
compreendidas. Não tenha receio de usar o ponto.
O leitor pode ficar em dúvida. São as famílias dos jovens mortos que recebem
ameaças ou é o ministro que está sendo ameaçado?
A ambiguidade, muitas vezes, ocorre porque uma palavra ou expressão pode se referir
a mais de um termo da frase.
Veja este outro exemplo: É fácil comprar arma roubada no Brasil. Há duas leituras
possíveis, porque o termo no Brasil pode estar se referindo a comprar ou a roubada.
Para desambiguizar a frase, seria necessário mudar a redação conforme sugestão que
apresento a seguir.
Sobre esse assunto você pode encontrar mais informações num post anterior do
blogue que tem por título Ambiguidades, clicando no aqui.
Finalmente, para obter clareza tenha muita atenção com o vocabulário. Evite usar
palavras desconhecidas ou que já caíram em desuso. Isso atenta contra a clareza
além de revelar afetação de quem escreve.
COESÃO
Coesão diz respeito à relação entre elementos de texto que se interligam produzindo
sentidos. A falta de coesão interfere na clareza do texto, na medida em que termos
ficam soltos, não havendo amarração entre ideias. Coesão é mesmo que conexão.
Para usar uma expressão da informática, ela estabelece links entre partes do texto. Na
organização do texto, as palavras ganham sentido pelas relações de dependência que
estabelecem entre si. Assim, a coesão é responsável pela continuidade do texto, à
medida que liga suas partes facilitando sua compreensão pelo leitor.
COERÊNCIA
Não é simples definir coerência. Na seção anterior, ressaltei que ela se confunde com
a coesão. Para Othon M. Garcia (1978, p. 274), “a coerência consiste em ordenar e
interligar as ideias de maneira clara e lógica…”. Como se pode notar, essa definição se
confunde com a que apresentei de coesão. Veja ainda que, para esse autor, é
impossível obter clareza sem coerência. Isso mostra que há uma relação muito estreita
entre clareza, coesão e coerência, uma afetando a outra.
Para Koch e Elias (2009, p. 194), “a noção de coerência não se aplica, isoladamente,
ao texto, nem ao autor, nem ao leitor, mas se estabelece na relação entre esses três
elementos”. Isso significa que um texto pode ser considerado incoerente para um leitor
ao passo que outro pode não ver nele incoerência alguma.
Por coerência externa, diz-se da não contradição do que se expõe no texto com o
conhecimento tido por verdadeiro no contexto em que o se texto se inscreve. Nesse
sentido, considera-se incoerente um texto que afirma que a Terra é plana ou que o
câncer é uma doença incurável.
A coerência deve estar presente em todos os tipos de texto. A melhor forma de obtê-la
consiste em planejar o texto. De posso de um roteiro, sabe-se de onde se deve partir e
aonde se pretende chegar e que caminhos percorrer. No entanto, quando se escreve,
é comum afastar-se do roteiro; por isso, terminado o texto, ele deve ser
obrigatoriamente revisto para detectar não só problemas de coerência, mas de clareza,
de coesão e os de natureza gramatical (grafia, pontuação, concordância etc.).
Nos textos narrativos, embora não seja uma regra fixa, os acontecimentos devem ser
expostos na ordem temporal em que ocorreram, isto é, do passado para o presente. As
descrições são feitas do ponto de vista de quem observa. Se na narração, a
preocupação se volta para temporalidade, na descrição ela recai na espacialidade,
portanto deve-se atentar para a ordem em que o objeto é observado, por exemplo, se
de cima para baixo, de dentro para fora, da direita para a esquerda, do perto para o
longe etc.
Chega mais porque vamos tentar lhe ajudar! Separamos 18 dicas para tornar essa tarefa mais fácil e
melhorar o seu desempenho na redação.
1) Ordem direta
Para começo de conversa, é importante que você saiba que a língua portuguesa tem uma ordem
natural – sujeito + verbo + complemento – e que as palavras, quando usadas na ordem direta, não
precisam de vírgula.
Se você tem dúvidas quanto a isso, é importante revisar o conteúdo de análise sintática. Combinado?
(Não é preciso analisar a intercalação, ou seja, saber se ela é um aposto, adjunto adverbial,
conjunção etc., para pontuar corretamente. Basta analisar se há ou não uma quebra na estrutura
lógica da frase.)
3) Elementos explicativos
Use a vírgula para separar qualquer elemento que serve apenas para fazer uma explicação, como isto
é, com efeito, a propósito, além disso, ou seja, etc.
4) Pequenas intercalações
Ele não se comporta assim por maldade, mas, sim, por inexperiência.
Ele não se comporta assim por maldade mas sim por inexperiência.
5) Vocativo
Deve-se sempre usar a vírgula para separar o vocativo.
6) Verbos de elocução
7) Coordenação
A vírgula é usada para indicar a coordenação de elementos, sejam eles símbolos, palavras,
expressões ou orações com mesmas funções sintáticas mas independentes entre si:
10, 25, 47, 52, 69 e 78 foram os números do último sorteio da Mega Sena.
8) Conjunção “e”
Agora vamos lhe surpreender! Aposto que você passou a vida inteira achando que a conjunção “e”
não pode ser precedida por vírgula, mas não é bem assim!
Caso 1 – usa-se vírgula depois da conjunção “e” quando ela separa orações coordenadas com
sujeitos distintos:
Caso 2 – há vírgula antes do “e’ quando há intercalação entre dois termos que ele coordena:
– Não há razão para usar vírgula quando a conjunção “mas” liga dois termos de mesma função
sintática na frase:
– No entanto, quando inicia uma nova oração no mesmo período (se não lembra o que é “oração” e
o que é “período”, corre para pesquisar!), mas vem precedido por vírgula:
Não sei o motivo, mas acho que Katy ficou aborrecida com Taylor.
Nunca teremos vírgula à direita da conjunção, pois, dessa forma, estaríamos separando o conectivo
mas daquilo que une, ou seja, da oração que encabeça.
Exemplo: Não gosto de você, mas, quero que tenha sucesso.
Correto: Não gosto de você, mas quero que tenha sucesso.
Adversativas
As conjunções adversativas porém, contudo, todavia, entretanto e no entanto podem aparecer no
início ou no fim de uma oração, ou até mesmo intercaladas.
Conclusivas
Exemplos: logo, por isso, assim, portanto.
Se a oração anterior for separada por vírgula, evite usar outra vírgula depois da conjunção para não
caracterizar uma intercalação:
As orações que são introduzidas pelas conjunções pois e porque, independente de sua classificação,
não precisam ser precedidas de vírgula quando aparecem depois da oração principal; ou seja, ela é
facultativa:
Há muitos novos casos de HIV no Brasil (,) porque as pessoas não se previnem.
Lembra que a língua tem uma ordem natural? Usamos a vírgula quando uma oração subordinada
adverbial quebra tal ordem. Olha só:
Passada a chuva, um novo sol surgiu. = quando ou depois que passou a chuva
(Reduzida de particípio: Passada a chuva/ Oração principal: um novo sol irá surgir)
Ao receber a notícia, passou mal. = quando recebeu a notícia
Reduzida de infinitivo: Ao receber a notícia/ Oração principal: passou mal)
Nesse caso, a regra é clara, Galvão: toda oração adjetiva explicativa deve ser precedida por vírgula.
As orações adjetivas explicativas são termos acessórios; ou seja, podem ser eliminados da frase sem
prejudicar o sentido dela:
Gosto de Caetano.
Ao contrário das orações adjetivas, as orações restritivas são indispensáveis, pois definem,
particularizam ou identificam um nome expresso anteriormente, e não são separadas por vírgula.
Aliás, se você fizer isso, pode mudar o sentido da frase.
Vamos lá:
A banda que toca aos domingos na praça nasceu por acaso. = Identificamos, qualificamos e
restringimos a banda em um mundo de possíveis bandas.
A banda, que toca aos domingos na praça, nasceu por acaso. = O autor dessa frase traz uma
informação adicional, informando quando a banda toca. A ideia principal, aqui, é frisar que a banda
nasceu por acaso.
Não se coloca entre vírgulas o advérbio (expressão de circunstância) situado no meio frase, pois essa
é sua posição natural:
Agora vamos falar do adjunto adverbial que altera o sentido da oração inteira, que é usado com
vírgula:
Pelo que eu saiba, Justin Bieber fez show no Brasil mês passado.
Justin Bieber fez show no Brasil mês passado, pelo que eu saiba.
Justin Bieber,pelo que eu saiba, fez show no Brasil mês passado.
Ou
Pois bem, existem algumas regras para o uso da vírgula, e elas são baseadas na gramática. Deu
medo, né? Calma, o meu objetivo aqui é mastigar a gramática pra que você não estrague seus
dentes ;-)
Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram almoçar:
o João
o Maria
o Ricardo
o Pedro
o Augusto
Isso significa que devem ser separados por vírgula na frase original:
Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regra geral, não se usa vírgula antes de
“e”. Há um caso específico que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo:
A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores…
(Teixeira de Pascoaes)
Explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por
vírgula. Exemplos:
Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje.
Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classificar sintaticamente o trecho,
seria um aposto.
Eu e você, que somos amigos, não devemos brigar.
O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas. A
classificação do trecho seria oração adjetiva explicativa.
3. USE A VÍRGULA PARA SEPARAR O LUGAR, O TEMPO OU O MODO
QUE VIER NO INÍCIO DA FRASE.
Quando um tipo específico de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros —
iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto adverbial antecipado.
Exemplos:
Lá fora, o sol está de rachar!
“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.
“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula.
Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto. Nós já vimos
um tipo dessas, que são as orações coordenadas assindéticas, mas também há outros casos.
Vamos ver os exemplos:
Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria. (A. de
Alcântara Machado)
Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas
assindéticas.
Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.
Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções adversativas, vai vírgula.
Pra quem gosta de saber os nomes (se é que tem alguém), elas se chamam orações
coordenadas sindéticas adversativas. (medo!)
Agora só faltam mais duas coisinhas:
Vimos aí em cima que, como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Tem só um caso em
que vai vírgula, que é quando a frase depois do “e” fala de uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito)
diferente da que vem antes dele. Assim:
Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.
Existe um caso. Lembra do item 3, aí em cima? Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não
for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do
sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar para a frase. Exemplos:
Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase também fica
correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum professor dará errado se você
omitir a vírgula.
Com as regras acima, pode ter certeza de que você vai acertar 99% dos casos em que precisará
da vírgula. Um erro muito comum que vejo é gente separando sujeito e predicado com
vírgula. Isso é errado, e você pode ser preso se for pego usando!
Jeito errado:
Jeito certo: