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1. Introdução
Em cursos de computação e informática uma das metas está definida em torno da
capacidade do aluno apresentar soluções para diversas classes de problemas encontradas
no cotidiano das pessoas, das organizações e de muitos outros elementos.
Através de um programa busca-se um mecanismo de obtenção de soluções para um
conjunto de problemas e o processo, ou seja, as várias instruções estruturadas
logicamente que o computador executa para chegar a tais soluções são definidas por
meio de uma linguagem de programação.
Assim, programação de computadores é uma disciplina presente em qualquer curso de
computação e informática. Em caráter introdutório preocupa-se em fornecer aos alunos
as bases necessárias para o desenvolvimento da lógica de programação e, em seu
estudo, representar o raciocínio envolvido através de algoritmos nexos e corretos.
Durante o processo de ensino-aprendizagem de fundamentos de programação nota-se
que grande parte dos alunos apresenta dificuldades em assimilar as abstrações
envolvidas. Esta disciplina tem um dos maiores índices de reprovação em todas as
instituições de ensino brasileiras, o que torna ponto de reflexão por parte dos
professores preocupados com a melhoria da qualidade no processo, ratificando a
necessidade de alterações didáticas e metodológicas de apresentação [RODRIGUES
2002].
Este artigo tem por objetivo apresentar uma visão crítica da pesquisa relativa ao
processo de ensino-aprendizagem de programação no Brasil a partir da análise dos anais
do maior evento nacional que envolve Educação e Informática, o Workshop de
Educação em Informática (WEI). Também foi incluído o Simpósio Brasileiro de
Informática na Educação (SBIE). Esta opção foi feita partindo da hipótese de que os
pesquisadores têm se preocupado com soluções computacionais para o processo em
diversas áreas de domínio muitas vezes negligenciando a própria área de Computação e
Informática.
O artigo está dividido em três seções: a primeira apresenta uma breve identificação de
alguns problemas associados ao processo citado; a segunda, uma análise crítica da
sensibilização dos pesquisadores com base nos anais do WEI e SBIE. Por fim,
considerações finais são feitas.
1
Segundo CIDRAL [2000], a abordagem instrucionista reproduz um modelo pautado apenas na
transmissão do conhecimento.
delegados ao professor. Neste ponto deve-se questionar a diversidade de ritmos de
aprendizagem dos alunos conjugada, muitas vezes, com turmas grandes [TOBAR et al
2001].
Há uma forte indicação de que o conhecimento anterior sobre a resolução de problemas
dentro do contexto anterior à computação é um pré-requisito importante no aprendizado
de linguagens de programação [LEMOS, BARROS e LOPES 2003]. No caso dos
alunos, estes costumam ter muita dificuldade em aplicar suas habilidades prévias,
criando fonte de medo e frustração [CHAVES DE CASTRO et al 2003].
Discute-se também a necessidade (ou não) de definir o paradigma a ser utilizado na
disciplina. Segundo o relatório da força tarefa da IEE e ACM [2001], o estudo de
algoritmos deve fornecer o discernimento da natureza intrínseca do problema e técnicas
de solução independentes de qualquer paradigma, linguagem de programação ou
hardware. Esta visão é corroborada por autores como HENDERSON [1986],
[KOLIVER, DORNELES e CASA 2004]. Alguns autores vão mais longe ao afirmar
que a introdução de paradigmas como orientação a objetos nos cursos iniciais sobre
algoritmos não fornece evidências significativas de facilitar o aprendizado [MARION
1999; PEREGO 2002; BURTON e BRUHN 2003]. Já outros autores preconizam que
certos paradigmas, como funcional, podem facilitar o processo [CHAVES DE
CASTRO et al 2003]. Outros defendem o próprio paradigma imperativo,
preferencialmente ao orientado a objeto [BAEZA-YATES 1995; BORGES 2000] ou o
procedural clássico [DELGADO et al 2004].
Outra questão é considerar a utilização ou não de uma linguagem de programação.
Alguns autores como GRIES [1974] defendem o uso de linguagens como Pascal, o que
é contra-argumentado por WINSLOW [1996] corroborado por KOLIVER, DORNELES
e CASA [2004] ao afirmar que o algoritmo permite concentrar sobre características
importantes da solução e ignorar detalhes que podem ser resolvidos posteriormente.
Finalmente, há que se considerar o envolvimento extra-classe necessário para o
acompanhamento das dificuldades dos alunos.
De modo geral, as dificuldades atribuídas ao ensino de fundamentos de programação
não são tarefas fáceis ou um tanto possíveis de serem superadas, porém podem ser
amenizadas em alta escala com metodologias pedagógicas adequadas.
Buscando analisar o grau de preocupação e/ou interesse da comunidade científica
brasileira de computação e informática com o processo de ensino-aprendizado de
fundamentos de programação, a seção a seguir apresenta eventos representativos para
tal pesquisa com intuito de posteriormente mensurar os trabalhos relacionados.
40,00
35,00
30,00
25,00
10,00
5,00
0,00
1999 2000 2001 2002 2003
Estratégias
50%
Ferramentas e
25% Estratégias
4. Considerações Finais
Este artigo consolida que os problemas inerentes ao processo de ensino e aprendizagem
de fundamentos de programação são números e difíceis de serem tratados, de forma que
não se pode afirmar a existência de uma solução que o resolva em sua totalidade.
A partir destas constatações uma parcela da comunidade científica passou a se
preocupar com a questão produzindo projetos de pesquisa que visam à melhoria deste
processo uma vez que a programação de computadores é em muitos casos base para o
desenvolvimento profissional do aluno.
Assim, ao analisar que pesquisas têm sido feitas no Brasil através de dois dos maiores
eventos sobre Informática e Educação (WEI e SBIE) verificou-se que a comunidade
científica brasileira tem buscado constantemente propor soluções para os problemas
dentro do tema adotado, porém, ainda é pouco se comparado a pesquisas em outras
áreas e domínios.
Referências
LEMOS, M. A., BARROS, L. N., LOPES, R. D. (2003) “Um Biblioteca Cognitiva para
o Aprendizado de Programação”. XI Workshop de Educação em Computação – WEI
2003. Campinas, SP, Brasil.