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Olá!
Aproveitando a data do dia das mães, preparei esse texto sobre um tema que
eu acho fantástico, que é falar sobre maternidade e paternidade sob o ponto
de vista astrológico.
Até não muito tempo atrás - e para muitos isso ainda dura até hoje - as funções
eram divididas pelo gênero: a função considerada paterna ficava com os
homens e a função vista como materna ficava com a mulher. Em geral, o pai era
aquele que colocava as regras, os limites, orientava profissionalmente, ao passo
que a mãe cuidava de todo o aspecto da afetividade, cuidados do cotidiano,
casa, comida, que levava e trazia a criança das escolas, etc. Hoje, porém, a
coisa é bem diferente.
Então, na hora de analisar a questão "pai e mãe" no mapa de alguém, nós
temos que imaginar que o pai pode ter sido outra pessoa. Ou seja, a função
paterna pode ter sido exercida pela mãe. Vamos imaginar uma mãe que criou
sozinha dois filhos. Talvez essas crianças tenham na mãe as duas funções. Esse
entendimento é fundamental para começarmos a falar sobre a interpretação
na astrologia de pai e mãe.
Pensando nisso, vamos pensar no que são essas funções. A função paterna
representa o estabelecimento das regras do jogo. Vivemos num mundo em que
é preciso ter lei, é preciso saber cumprir com as nossas obrigações e
reconhecer nossos limites. Ao mesmo tempo, precisamos ter uma função
feminina de acolhimento e de afeto, precisamos sentir a segurança de que ali
eu posso contar com alguém que me ama.
Então, na verdade, a família é responsável por essas duas coisas. Hoje em dia,
as mães estabelecem limites, têm autoridade sobre a criança, não ficam mais
no clássico "pergunta pro seu pai". A mulher tem liberdade para tomar
decisões, assim como o homem pode muito bem cuidar dessa criança sob o
ponto de vista afetivo e também nutrir, alimentar, levar pra escola, trocar as
fraldas, enfim...
Pensando agora astrologicamente, qual é o astro relacionado a essa função
paterna? Esse pai chamado ideal, pai que leva a criança à consciência de aquilo
que ela é, está relacionado à posição do Sol. Ali nós temos, em cada um de nós,
como nós reconhecemos a autoridade. É muito importante aprendermos a lidar
com a autoridade, e também com a vontade própria. A consciência de quem eu
sou, a consciência de que eu sou alguém que tem uma singularidade e que não
depende tanto dos outros pra poder ser algo na vida. Então, essa função é
chamada função do pai ideal, que é aquele que coloca pra criança a ideia de
que existe autoridade, e que ela precisa adquirir autoridade sobre ela mesma
para ter o comando de sua própria vida.
Existe outra função, chamada também função paterna, que seria mais o pai de
carne e osso, que é o que dá limite. É aquele que diz "não vai sair hoje", "isso
aqui não é legal fazer” “vai lavar a sua louça”. Essa função, que é a função de
estabelecer limites, é fundamental pra criança não ficar no ego solar e achar
que pode tudo, "eu sou dona da vida, eu faço o que eu bem entendo". O astro
que vem ao contraponto disso é Saturno. Então, em todos os mapas, a análise
de Sol e de Saturno nos dá uma ideia de como foi introjetada naquela pessoa a
função paterna. O exercício e reconhecimento da autoridade por um lado e de
reconhecimento de limites, por outro.
A função materna, por sua vez, é representada pela Lua. A Lua é o astro que
tem a ver com a dinâmica afetiva familiar, aquela dinâmica que reúne as
pessoas em torno do que eu chamo de lareira, do fogo da afetividade.
Imaginemos uma casa com uma lareira dentro e aquecendo as almas. Essa é a
função materna, aquecer as crianças de amor, de afeto e de cuidados. Essa
criança precisa ser cuidada, precisa de um olhar de afetividade. E essa função,
então, é reconhecida na posição da lua.
Temos também, nesse sentido, a importância da quarta casa do mapa astral,
que é a casa relacionada à Lua. O signo e planeta que nela habitam também
têm a ver com essa memória que carregamos de nossa formação afetiva e
familiar. É ali que nós temos a ideia de lar, de casa, de aconchego, de
acolhimento e ancestralidade.
Como falei acima, essas duas funções importantes, pai e mãe, não
necessariamente estarão representadas pelo pai e mãe biológicos. Há mães
que exercem a função de ambos, e qualquer um dos dois pode ainda estar
muito bem representado na figura de um tio, de uma tia, avós, madrinhas e
padrinhos, etc.
Portanto, ao analisar um mapa, o que precisamos fazer de fato é o
reconhecimento desses dois papéis, para que se tenha um equilíbrio e
possamos nos desenvolver com plenitude.
Um beijo grande e que você tenha tido um feliz dia das mães,
Claudia