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Prefeitura Municipal de Maringá do Estado do Paraná

MARINGÁ-PR
Agente Administrativo
Edital Nº 009/2018-SERH

AB032-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Prefeitura Municipal de Maringá do Estado do Paraná

Cargo: Agente Administrativo

(Baseado no Edital Nº 009/2018-SERH)

• Língua Portuguesa
• Matemática
• Informática
• Conhecimentos Gerais

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação / Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Karoline Dourado

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa
FONOLOGIA: Divisão Silábica; Encontros Vocálicos; Encontros Consonantais; Dígrafos; Ditongos; Hiatos; Tritongos. .. 01
ORTOGRAFIA: Escrita correta das palavras na norma culta; Regras do Novo Acordo Ortográfico;......................................... 44
Acentuação Gráfica; ................................................................................................................................................................................................ 47
Uso da Crase;.............................................................................................................................................................................................................. 71
Acentos diferenciais; Pontuação Gráfica; Uso do Hífen............................................................................................................................. 47
MORFOLOGIA: Estrutura e Formação das palavras (Raiz, Sufixo e Prefixo); Processos de formação das palavras (Deriva-
ção e Composição);.................................................................................................................................................................................................. 04
Verbos Regulares e Irregulares;........................................................................................................................................................................... 04
Flexão Verbal; Flexão Nominal; Classificação das Palavras (Verbo, Substantivo, Adjetivo, Advérbio e Artigo). ................. 07
SINTAXE: Termos Essenciais da Oração; Termos Acessórios da Oração;............................................................................................. 63
Oração Coordenada; Oração Subordinada;................................................................................................................................................... 63
Regência Verbal (Verbo Intransitivo, Verbo Transitivo, Objeto Direto, Objeto Indireto);.............................................................. 58
Tipos de Texto (Descritivo, Narrativo, Dissertativo);.................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais; ..................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência Textual;................................................................................................................................................................................. 86
Interpretação de Texto............................................................................................................................................................................................ 83
Emprego dos pronomes........................................................................................................................................................................................ 07
ESTILÍSTICA: Figuras de linguagem; Vícios de Linguagem.....................................................................................................................103

Matemática

Conjuntos: representação e operações. ......................................................................................................................................................... 01


Números Naturais: operações e problemas com números naturais suas propriedades. ........................................................... 01
Geometria: conceito, propriedades e operações......................................................................................................................................... 47
Múltiplos e divisores: conceitos e operação.................................................................................................................................................. 01
Números Racionais Absolutos. Números Irracionais: técnicas operatórias. ................................................................................... 01
Medidas: conceito e operações, sistema legal de unidades de medidas brasileira....................................................................... 19
Sistemas de equação de 1° grau e 2° grau.................................................................................................................................................... 23
Razões e proporções: grandezas proporcionais. ........................................................................................................................................ 11
Porcentagem. ............................................................................................................................................................................................................ 74
Juros simples e compostos................................................................................................................................................................................... 77
Regra de Três Simples e Composta. ................................................................................................................................................................. 15
Gráficos e tabelas: execução e interpretação................................................................................................................................................ 37
Funções: Conceitos e aplicações........................................................................................................................................................................ 29
Raciocínio lógico. .................................................................................................................................................................................................... 01
Relações métricas e trigonométricas no triângulo retângulo................................................................................................................. 47

Informática

Conhecimentos básicos de informática. ......................................................................................................................................................... 01


Noções básicas sobre sistemas operacionais. .............................................................................................................................................. 01
Edição de textos, planilhas e apresentações no Microsoft Office. Formatar, salvar e visualizar arquivos e
documentos..................................................................................................................................................................................................21
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. Backup. ......................... 01
Conceitos básicos, aplicativos e procedimentos de Internet. Busca e pesquisa na Internet, navegar com guias, imprimir
e salvar informações. ............................................................................................................................................................................................. 55
Correio eletrônico. .................................................................................................................................................................................................. 55
Procedimentos de segurança na Internet. ..................................................................................................................................................... 64
Armazenamento de dados na nuvem.............................................................................................................................................................. 01
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores................................................................................................................................. 70
SUMÁRIO

Conhecimentos Gerais

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança e ecologia, suas interrelações e suas vinculações his-
tóricas............................................................................................................................................................................................................................ 01
Globalização. Compreensão dos problemas que afetam a vida da comunidade, do município, do estado e do
país... ...................................................................................................................................................................................................25
Direitos Humanos: conceito; evolução histórica no mundo;................................................................................................................... 32
Evolução histórico constitucional no Brasil; direitos e deveres, individuais e coletivos............................................................... 37
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. ............................................................................................................................................... 41
Ética e Cidadania....................................................................................................................................................................................................... 80
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

23
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

27
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos
ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

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LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

57
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex- de uma frase ou de um texto:
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

86
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
memorando, pois se trata de comunicação interna - des- guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática
consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

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LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin- Realizei a correção nos itens:
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéri-
cas; Frações e operações com frações. ........................................................................................................................................................... 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais ............................................. 11
Regra de três ............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal ...................................................................................................................................................................................... 19
Equações e inequações......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas .................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão .......................................................................... 41
Geometria ................................................................................................................................................................................................................... 47
Matriz, determinantes e sistemas lineares .................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica ....................................................................................................................................... 70
Porcentagem ............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos .................................................................................................................................................................................. 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização ................................................... 80
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Números Inteiros
Os números naturais são o modelo mate-
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem.
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto  :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1.
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado).
quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
São exemplos de números racionais:
de zero.
-12/51
a) O antecessor do número m é m-1.
-3
b) O antecessor de 2 é 1.
-(-3)
c) O antecessor de 56 é 55.
-2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas
fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números re-


ais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


Intervalo:]-∞,b] par, resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- Radiciação


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Radiciação é a operação inversa a potenciação
base. 

Técnica de Cálculo
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o A determinação da raiz quadrada de um número tor-
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

64=2.2.2.2.2.2=26

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. -se” um e multiplica.

Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
1
Observe:

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


n
a.b = n a .n b
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 2 2 2 2
2
mo expoente. Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

(A) José − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


(B) Isabella − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... (A) 3/20.
(B) 0,6666... (B) 1/4.
(C) 0,1616... (C) 13/60.
(D) 0,8888... (D) 1/5.
(E) 1/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
então o dividendo é sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
(A) 1.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (B) 2.
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (C) 4.
um padrão específico: (D) 8.
(E) 16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3 VGO/2017) Qual o resultado de ?

3ª expressão: 123 x 9 + 4 (A) 3


(B) 3/2
... (C) 5
(D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas dessa equipe saíram para um atendimento externo.
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- ção de mulheres é
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco (A) 3/4;
geradas por displicência, (B) 8/9;
(C) 5/7;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (D) 8/13;
quadamente; (E) 9/17.
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
06. Resposta: D.

Múltiplos

Gerado por descuidos ao cozinhar: Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos


o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. (A) mais de 30 cm.
- Todo número natural é múltiplo de 1. (B) menos de 15 cm.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
múltiplos. (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-
sível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
m.d.c às
(A) 16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum (B) 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- (C) 18h 30min.
meros é o menor número, diferente de zero. (D) 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: (E) 18 horas.
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia,
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma é verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (A) 8.
pode ser atribuído a n é (B) 10.
(A) 280. (C) 21.
(B) 265. (D) 27.
(C) 245. (E) 33.
(D) 230.
(E) 210. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) na matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8 participantes em grupos formados somente por homens
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun- ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos nham o mesmo número de integrantes.
concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. (A) 10.
(D) 20 horas de terça-feira. (B) 15.
(E) 9 horas de quarta-feira. (C) 20.
(D) 30.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (E) 40.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
ferro, é: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(A) 9 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(B) 11 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
(C) 12 número total de grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo – 03. Resposta: D.


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: Mmc(3, 4, 5)=60
(A) 39000 60/24=2 dias e 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-
as, sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo 05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão) 

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
90/18 = 5 grupos de humanas esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

     ou     
Ou
     ou     

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

     ou     
Ou
     ou     

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
tade. TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di- com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P. de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
mio de forma diretamente proporcional?
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Inversamente Proporcionais NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- composta da seguinte maneira:
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: (A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
entre o número de questões que ela errou para o total de
questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

(A) 2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


(B) 1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(C) 1/3 caixas carregadas em B foi igual a
(D) 3/2 (A) 304.
(B) 286.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (C) 224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (D) 216.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (E) 198.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- Respostas
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 01. Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 100k=140
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o K=1,4
número de caixas Q utilizadas será igual a 30⋅1,4=42
(A) 10. 70⋅1,4=98
(B) 28.
(C) 18.
02. Resposta: A.
(D) 22.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
(E) 30.
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 74000/148=500
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 32⋅500=16000
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 12⋅500=6000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram A diferença é: 16000-6000=10000
pagos a cada um deles.
03. Resposta:B.
Fornecedor A B C 2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 04. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu- Se Paula acertou 32, errou 16.
ados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
05. Resposta: E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 2k+5k+8k=240
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- 15k=240
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta K=16
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Alfredo: 2⋅16=32
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en- Bernardo: 5⋅16=80
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t. Caetano: 8⋅16=128

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q,
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
07. Resposta: E. valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade----------tempo
X=1,20 400↓-----------------3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


09. Resposta: E. ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
4k=1980 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
K=495
2,2x495=1089 Velocidade----------tempo
1980-1089=891 400↓-----------------X↓
1089-891=198 480↓---------------- 3↓

10. Resposta: B. 480x=1200


X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas com
18p=4500 mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor-
P=250 cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação


e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑ 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- (B) 6h 50min
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras (C) 9h 20 min
razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas --------caminhões-----------volume 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑----------------20↓----------------------160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------x↓----------------------125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas --------caminhões-----------volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-


5----------------20----------------------160 -feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------x----------------------125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
(B) 380.
(C) 420.
Logo, serão necessários 25 caminhões (D) 425.
(E) 450.
Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina- NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba- embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra- sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que igual a
trabalhar para realizar a tarefa é (A) 420.
(A) 6. (B) 375.
(B) 7. (C) 370.
(C) 8. (D) 345.
(D) 9. (E) 320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------5--------------4
bolsas por semana? 360-----------------x----------------3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------5--------------3
(D) 144 360-----------------x----------------4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------60 minutos
(E) 25 operários 10-------x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12--------------8------------14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18----------------x------------8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m


    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (E) 13 horas e 20 minutos.
inversa.
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
Multiplicação (B) 24500.
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

(A) 22h30min 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


(B) 22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
(C) 22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
(D) 23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
(E) Nenhuma das anteriores em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
obter
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (A) 6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (B) 8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em (C) 9 pedaços.
1h20min. (D) 5 pedaços.
(E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 01. Resposta: E.
(C) 5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
(D) 3 minutos;
(E) 2 minutos. 5000-----40
x----------200
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 4500-------48
intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
(A) 36; 19 horas e 1/3 hora
(B) 40; 19h e 20 minutos
(C) 48;
(D) 50; 02. Resposta: C.
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.
00. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois tan- 1500litros=1500000ml
ques de armazenamento, enchendo-os completamente. 1500000/300=5000 caixinhas por dia
Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e esta- 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 04. Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
x-----------80
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
08 Resposta: B.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
27x60=1620 segundos
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
09. Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
(A) 72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
(B) 69;
(C) 66;
10.Resposta: E.
(D) 63;
1,7m=170cm
(E) 60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”


Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes Se , há soluções reais diferentes:

1.

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto: 
x≠2 S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. 
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau:  Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 


4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
temos:  S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- (C) 10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
Diagrama de Flechas imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B. domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se   temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à medida
rentes de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se   temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é: 
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

(A) 30.
Mudança de Base (B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

Exemplo 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
a)log 6 fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
b) log1,5 vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
c) log 16 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
Solução vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
b) tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

(A) -0,5 e 2,5.


(B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
(C) -1 e 2.
o número de dias necessários para que a fonte encha o
(D) -1 e 2,5.
reservatório inicialmente vazio é
(E) -1 e 3.
(A) 18
(B) 12 06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)
(C) 8 A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
(D) 6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
problema (também são cobradas as frações de horas traba-
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. (A) 12
(C) 6 horas e 25 minutos. (B) 15
(D) 5 horas e 25 minutos. (C) 16
(E) 5 horas e 15 minutos. (D) 17

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de segundo suma valor numérico igual a 1?
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

34
MATEMÁTICA

09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
em R+ é: rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de (x-2)(x+2)=x²-4
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
(C)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- 01. Resposta: E.


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 13,7/7,2=1,90
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela Houve um aumento de 90%.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 02. Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
julgue o item a seguir. 108-----60
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- x--------100
sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des-
pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro
populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento. Quan-
06. Resposta: C. do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
07. Resposta: D. afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas hipóteses
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


09. Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.
... acima de k
....no máximo k.
10. Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe- 49 |------- 53 4
arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o valor
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Frequência Absoluta ro de elementos do conjunto.
É o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
Frequência Relativa média aritmética para variáveis quantitativas.
É o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
de elementos da amostra. diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


É a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Média Ponderada
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
Dados Frequência
peso” é chamada média aritmética ponderada.
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
58 2 que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
8 18
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. a) Qual a média de pontos por jogo?
b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- a) A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

45
MATEMÁTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Mës Empréstimos R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
Março 22 (C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
(E) R$ 2.008,00.
Abril 30
Maio 28
Junho 15
10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
II. A mediana da série de valores é igual a 26. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
(A) II, apenas.
(B) III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(C) I e II, apenas. média é:
(D) I e III, apenas. (A) 3;
(E) I, II e III. (B) 4;
(C) 5;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (D) 6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (E) 7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
xo.
Respostas

Replicatas Laboratório
1 2 3 4 01. Resposta: E.
1 30,3 30,9 30,3 30,5 S=cursam superior
2 30,4 30,8 30,7 30,4 M=não tem curso superior
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1.
(B) 2. S=420000
(C) 3. M=600000-420000=180000
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
Vamos colocar os números em ordem crescente ângulo.
15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
- É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 90º; dicular a esse lado.
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
Dividindo os membros por c² também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são de-
nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. 03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci- (B) 8/3 π + 24.
ários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido (D) 8π + 24.
em três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

(A) 100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


(B) 100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
(C) 100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
(D) 100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
(E) 100 - 25π . respectivamente,
(A) 80 e 64.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No (B) 80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- (C) 62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- (D) 60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF (E) 60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP. 
08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
(A) 25√5. (D) 27.
(B) 50√2. (E) 30.
(C) 50√5.
(D) 100√2 . 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(E) 100√5. sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(A) 120 m² (D) 330;
(B) 90 m² (E) 372.
(C) 60 m²
(D) 30 m²
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re- formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

54
MATEMÁTICA

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42. 96h=1728
H=18

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão 60-36=24
X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
(A) 1 X=30
(B) sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
(C) cos²x
(D) 0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
-Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
tar em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
o volume inicialmente previsto para esse reservatório foi formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25
cm de altura, está com 20% de seu volume total preenchido
com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- 02. Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(A) a³/6
(B) a³/3 03. Resposta:E.
(C) a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x
(D) a³/6√6 Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- Portanto, o volume aumentou em 6.
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 04. Resposta:E.
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65. 180h=2250
(E) 1,6. H=12,5

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o volume:
(B) 30 cm 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone

Portanto,

Tipos de Matriz
Cilindro Matriz linha
V=Ab.h
V=πr²h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
Como o volume do cone é 30% maior: única linha.
117πr²=1,3 πr²h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
H=117/1,3=90
Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS única coluna.
LINEARES
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda Matriz quadrada
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
exemplo, a matriz A de ordem 2x3. quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence (a11, a22, a33,..)
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in- que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
dicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

62
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

63
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
Seja
a21 a33 - a32 a23 a11

64
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma úni-
ca solução.
a1 x + b1 y = c1 2. Sistema Possível e Indeterminado

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc. 

Sistemas Lineares equivalentes 3. Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

65
MATEMÁTICA

Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
D= = a−6
Podemos transformar qualquer sistema linear em um 2 a
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações: D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
cionar o resultado a outra equação.
Exemplo x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: y) pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

66
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz
C que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C =
A - B.

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-

TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz

é:

67
MATEMÁTICA

(A) -20 (C) S={(4,0,6)}


(B) -10 (D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(C) 3 (E) Sistema sem solução.
(D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:
SUL/2016) Considere
(A) S={(4, ¼)}
(B) S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
(A) A + B = 20 (E) S={(1,3/2 )}
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(D) A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-
(E) 3A -2B + 9 = 25 terminado se:
(A) m ≠ 2 e n = 2 .
(B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-
(C) m = 2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz , (D) m = 1/2 e n = 2 .
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
(A) 0, 0, 7, 5.
(B) 0, 7, 7, 5. 01. Resposta: E.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. Resposta: E.
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: 03. Resposta: E.
(A) -2
(B) 2
(C) 6
(D) -6
04. Resposta: A.
10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
(A) S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
(B) S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

68
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

69
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
igual à soma dos extremos. meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
para solucionar a questão:

70
MATEMÁTICA

- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência Exemplo
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli- Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(C) 27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(D) 39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(E) 40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

72
MATEMÁTICA

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49. 1018081-1017072=1009
2⋅1009=2018
Respostas
04. Resposta: A.
01.Resposta: A. Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

PA
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 (12,16,...)
primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos R=16-12=4
o 4º termo.

02. Resposta: B.
Para ser uma PA: =48
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1 05. Resposta: E.
X²+x²-4x-x-3=0
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1

A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...
03. Resposta: C. São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os meros.
números ímpares. Ou seja, o 9 está na posição 5
Os termos pares formam uma PA de razão -2 O 11 está na posição 10 e assim por diante.
Vamos descobrir quantos termos há: O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos:
2017=1+(n-1)⋅2 25º termo é o 17
2017=1+2n-2 30º termo é 19
2017=-1+2n Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
2n=2018 des
n=1009 O 31º termo é o 17.
14+17=31

73
MATEMÁTICA

07. Resposta: D. Desconto


Observe a razão: 29-23=6 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6     Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515     Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto
08. Resposta: C. Multiplicação
Q=2 10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


09. Resposta: C. mos: 
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
10. Resposta: C. preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados perfeitos Lucro=preço de venda -preço de custo
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:

PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
em máquinas de calcular, etc. de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. (A) 8.
(B) 15.
Acréscimo (C) 10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- (D) 6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- (E) 12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
X=27
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
15% 1,15 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
20% 1,20 meninas estão.
47% 1,47
67% 1,67
 
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:  Resposta: C.

74
MATEMÁTICA

Questões

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- (A) o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(A) R$1120,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
(C) R$960,00
(D) R$864,00
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio passou a ser 3/ 4 da largura original.
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- (A) foi aumentada em 50%.
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução (B) foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (C) aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (D) diminuiu 25%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (E) foi reduzida a 15%.
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(B) 28%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(C) 63%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
(D) 41%. tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
(E) 80%. estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- ções, qual será o lucro obtido por unidade?
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de (A) R$ 4,20.
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
diram fazer a partilha do seguinte modo: gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao (D) R$ 97,50 reais
valor total da herança. (E) R$ 90 reais

− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
herança toda ou mais. te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

75
MATEMÁTICA

(A) 200. 03. Resposta: D.


(B) 203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
(C) 195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
(D) 190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
(E) 198.
04. Resposta: B.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
De R$ 720,00
valor:
Por apenas R$ 504,00
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
Nessa oferta, o desconto é de:
42⋅1,3=54,60
(A) 70%.
(B) 50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(C) 30%.
(D) 10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(A) 30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(B) 25%. previsão de
(C) 20%. 180-----90%
(D) 15% x---------100
x=200
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 380----95
12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
de 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores 08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

76
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou 1,5 M=C+C.i.n
Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
X=8 pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
nanceiras). obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). estava cobrando nessa operação era de:
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (A) 5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (B) 5,9%
o símbolo %: (C) 7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (D) 10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina- a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do tempo.  R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para Aplicando a fórmula M = C + J:
resolver questões. 45 = 40 + J
M=C+J J=5
M = montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
C = capital inicial 5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

77
MATEMÁTICA

Juros Compostos 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
 A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (D) R$ 3.120,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (E) R$ 1.880,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitaliza-
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
ção simples, é de
de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por:
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
Questões
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data (D) 6%
da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de 07. (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(C) 0,53% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
(D) 3,00% a.m. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(E) 6,00% a.m. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
C0, é

78
MATEMÁTICA

(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista valor recebido de juros ao final do período foi de
era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 01. Resposta: D.


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu J=500+1484-1900=84
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, C=1900-500=1400
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A 84=1400.i.2
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, I=0,03=3%
sabendo-se que a capitalização é mensal:
02. Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 03. Resposta: D.
J=Cin
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J=10000⋅0,01⋅6=600
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=C+J
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo M=10000+600=10600

79
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.

80
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = c (1 + i)n
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, M = 1.185,29
taxa efetiva.  
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do exemplo cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
Taxa Efetiva - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
capitalizado com a taxa anual. cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de convenção de taxa equivalente.
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
cada nesse mesmo capital). somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
  tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
Cálculo da taxa equivalente mensal: ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
ia = taxa anual 
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero n: número de períodos 
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos: 
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1 
tiva mensal ia = 0,2682 
ia = 26,82% 
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
M = 1.185,29 tos (juros sobre juros). 

81
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital
corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste
empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%,
qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus respecti-
vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mes-
mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

82
MATEMÁTICA

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

83
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

84
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

85
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

86
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa (juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

87
MATEMÁTICA

Nos juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

88
MATEMÁTICA

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000

89
MATEMÁTICA

11 10200 200 10000 10000


12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 con-
cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
(A) a melhor proposta é a 1, apenas.
(B) a melhor proposta é a 2, apenas.
(C) a melhor proposta é a 3, apenas.
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a instituição
financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o devedor decidir
liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se os centavos, é,
em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428
0,4258/0,0428 = 9,95

90
MATEMÁTICA

O valor do vídeo game era de: 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
(A) R$ 1.393 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
(B) R$ 1.820 nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(C) R$ 1.680 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(D) R$ 1.178 (A) 6,2302%.
(E) R$ 1.423 (B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in- (E) 6,1208%.
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação 08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune- banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
(B) 6,00%. ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
(C) 5,22%. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
(D) 5,00% (negativo). ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a 09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins- te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti- em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
mo, foi de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
(A) 7,70%. caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
(C) 7,62%. e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
(D) 6,00%. presa foi de R$ 1.331,00.
(E) 7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. (B) R$ 1.000,00
Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a (D) R$ 2.331,00
vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento 10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni- ta de compra de material para sua empresa no valor de
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
(A) apresenta valor presente líquido positivo. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(B) apresenta valor presente líquido negativo. parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
a.a. do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati- (A) R$ 533,33
vidade de 10% a.a.. (B) R$ 733,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi- (C) R$ 653,33
(D) R$ 560,00
dade de 12% a.a..
(E) R$ 546,67

91
MATEMÁTICA

Respostas 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente das
01. Resposta: B. saídas
Concessionária 1

Concessionária 2 07. Resposta: E.


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
Concessionária 3

08. Resposta: E.
SD=100000
A=100000/4=25000
02. Resposta: B. J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

03. Resposta: A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, 09. Resposta: B.
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

05. Resposta: A.
M=C(1+i)t
M=100000(1+0,03)²=106090
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
tão 99000
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
106620=99000+99000i
7620=99000i
I=0,0769=7,69%

92
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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93
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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94
INFORMÁTICA BÁSICA

Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Sistema Operacional


Windows (XP/7/8). Conceitos, utilização e configuração de hardware e software em ambiente de microinformática. Uso
dos recursos, ambiente de trabalho, arquivo, pastas, manipulação de arquivos, formatação, localização de arquivos,
lixeira, área de transferência e backup. .......................................................................................................................................................... 01
Microsoft Office 2003/2007/2010 (Word, Excel e Power Point): Conceitos, organização, utilização, configuração e uso
dos recursos: gerenciamento de arquivos, pastas, diretórios, planilhas, tabelas, gráficos, fórmulas, funções, suplementos,
programas e impressão. ....................................................................................................................................................................................... 21
Protocolos, serviços, tecnologias, ferramentas e aplicativos associados à Internet e ao correio eletrônico. Conceitos dos
principais navegadores da Internet. ................................................................................................................................................................ 55
Conceito de software livre. .................................................................................................................................................................................. 60
Conceitos de segurança da informação aplicados a TIC.Cópia de segurança (backup): Conceitos. ..................................... 64
Conceitos de ambiente de Redes de Computadores................................................................................................................................. 70
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat  é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o  Linux  (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android  é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O  IrfanView  é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

5
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

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INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A  vantagem  principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês  motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

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INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

13
INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

14
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education  – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da  com o BitLocker, permite a hospedagem de uma  Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota  em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

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INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

31
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

  F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

 Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

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INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

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INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

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INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

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INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

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INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

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INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

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INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

51
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

52
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

53
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

54
INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

55
INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

56
INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

57
INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por  computação,  provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

58
INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.  mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os   Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever  As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
  eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar.   brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G (justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como  redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de  rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos  testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os  roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os  Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes  e  Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

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INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um


computador com o sistema operacional Windows insta-
1 ) ( L I Q U I G Á S 2012 - C E S G R A N R I O - A S S I S- lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun-
T E N T E A D M I N I S T R AT I VO ) Um computador é um tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail.
equipamento capaz de processar com rapidez e Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto
segurança grande quantidade de informações. de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa-
Assim, além dos componentes de hardware, os re  compactador. Só não poderá ser utilizado nessa ta-
computadores necessitam de um conjunto de soft- refa o software: 
wares denominado: a) 7-Zip.
a. arquivo de dados. b) WinZip.
b. blocos de disco. c) CuteFTP.
c. navegador de internet. d) jZip.
d. processador de dados. e) WinRAR.
e. sistemaoperacional.
6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direi-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁ- to) Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em
RIO – ADMINISTRATIVA) As características básicas português, é correto afirmar que,
da segurança da informação — confidencialidade, a) para mostrar tipos diferentes de informações so-
integridade e disponibilidade — não são atributos bre cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão
exclusivos dos sistemas computacionais. Classificar na barra de ferramentas da janela e escolher
a. Certo o modo de exibição desejado.
b. Errado b) quando você exclui um arquivo do disco rígido,
ele é apagado permanentemente e não pode ser pos-
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO teriormente recuperado caso tenha sido excluído por
– JURÍDICA) São ações para manter o computador engano.
protegido, EXCETO: c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta
a. Evitar o uso de versões de sistemas ope- clicar com o botão direito do mouse sobre ele e selecio-
racionais ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. nar a opção Enviar para a lixeira.
b. Excluir spams recebidos e não comprar d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas
nada anunciado através desses spams. que estão no mesmo disco rígido, ele será compartilha-
c. Não utilizar firewall. do entre todos os usuários que possuem acesso a essas
d. Evitar utilizar perfil de administrador, pre- pastas.
ferindo sempre utilizar um perfil mais restrito. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do dis-
e. Não clicar em links não solicitados, pois co rígido para uma mídia removível, como um pen drive,
links estranhos muitas vezes são vírus. ele será copiado.

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
Segurança do Trabalho) A ferramenta Outlook : operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado
a) é um serviço de e-mail gratuito para geren- a manipulação de arquivos é:
ciar todos os e-mails, calendários e contatos de a) kill
um usuário. b) cat
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compa- c) rm
tível com o Windows 10, o Windows 8.1 e o Win- d) cp
dows 7. e) ftp
c) permite que todas as pessoas possam ver o
calendário de um usuário, mas somente aquelas 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
com e-mail Outlook.com podem agendar reuniões - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
e responder a convites. senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
d) funciona apenas em dispositivos com Win- backup em uma aplicação móvel para, de tempos em
dows, não funcionando no iPad, no iPhone, em ta- tempos, armazenar dados automaticamente. A classe da
blets e em telefones com Android. API de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às fer- a) BkpAgent;
ramentas do pacote de webmail Office 356 da Mi- b) BkpHelper;
crosoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

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INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do 14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Pará - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de
forma de prevenir perda de informações. Qual é o um computador:
Backup que só efetua a cópia dos últimos arquivos que
foram criados pelo usuário ou sistema? a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
a) Backup incremental b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
b) Backup diferencial c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
c) Backup completo d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
d) Backup Normal e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.
e) Backup diário
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
mento) Como é chamado o backup em que o sistema Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
não é interrompido para sua realização? nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
a) Backup Incremental. nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
b) Cold backup. a)Certo
c) Hot backup. b)Errado
d) Backup diferencial.
e) Backup normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
vo) Um funcionário precisa conectar um projetor mul- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
timídia a um computador. Qual é o padrão de conexão falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
que ele deve usar? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) RJ11 aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) RGB em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) HDMI resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) PS2 poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) RJ45 sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida do
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Ad- hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
ministração) Correspondem, respectivamente, aos ele- a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
mentos placa de som, editor de texto, modem, editor desempenho.
de planilha e navegador de internet: b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
conflitos do Windows.
a) software, software, hardware, software e hardwa- c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
re. desempenho de hardware.
b) hardware, software, software, software e hard- d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
ware. mento de hardware do Windows.
c) hardware, software, hardware, hardware e soft- e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
ware. co de hardware do Windows.
d) software, hardware, hardware, software e soft-
ware. 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
e) hardware, software, hardware, software e softwa- ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
re. advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Profes-
sional em português. Certo dia notou que o computador em
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrati- que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
vo) Um computador à venda em um sítio de comércio outros computadores ligados na rede local. Após consultar
eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
Essa configuração indica que: poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de a) Central de redes e compartilhamento.
6 portas USB. b) Verificar status do computador.
c) Redes e conectividade.
d) Gerenciador de dispositivos.
e) Exibir o status e as tarefas de rede.

73
INFORMÁTICA BÁSICA

18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA) No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do disco.
Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um diretório vazio são, respectivamente,
a) pwd, mv e rm.
b) md, ls e rm.
c) mkdir, cd e rmdir.
d) cdir, lsdir e erase.
e) md, cd e rd.

19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional
(ambientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Li-
nux, comparativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona maior facilidade de armazenamento de dados em
nuvem.
a) certo
b) errado

20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acerca de organização e gerenciamento de informações, arquivos,
pastas e programas, de segurança da informação e de armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subsequen-
tes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma sequência de registros, que são mapeados em blocos de discos. Em-
bora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema operacional,
o tamanho do registro pode variar.
a) certo
b) errado

21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o edi-
tor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digitou um
documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir apenas
essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção Imprimir
Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado

25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é
a) =(B2+B2)*C2*D2.
b) =B2+B2*C2/D2.
c) =B2*C2*D2.
d) =B2*(1+(C2*D2)).
e) =D2*(1+(B2*C2)).

26)(MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte para
escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrônica e
assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário a inserção
de equações matemáticas e auxiliando na elaboração de gráficos de acordo com os dados presentes na planilha. O Calc
utiliza como padrão o formato:
a) XLS.
b) ODF.
c) XLSX.
d) PDF.
e) DOC.

27) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Segurança
no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários presentes que disponibilizaria os slides referentes à palestra na intranet
da empresa para que todos pudessem ter acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload do arquivo de slides
criado no Microsoft PowerPoint 2010 (em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo que o formato do arquivo
era inválido e que deveria converter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar o procedimento novamente. Para
realizar a tarefa sugerida pelo sistema, Iracema
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft Office
2010 e abriu o software Microsoft Office Converter Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na opção Con-
verter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecionou o arquivo de slides e clicou no botão Converter.
b)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint 2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na opção
Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na caixa de combinação que permite definir o tipo do arquivo e selecio-
nou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão Converter.
c)abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão direito
do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a opção Salvar como PDF.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

d)abriu o arquivo utilizando o Microsoft Power- 31) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
Point 2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, cli- GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes de compu-
cou na opção Salvar Como. Na caixa de diálogo que tadores, julgue os itens subsequentes. Lista de discussão é
se abriu, clicou na caixa de combinação que permite uma ferramenta de comunicação limitada a uma intranet,
definir o tipo do arquivo e selecionou a opção PDF. ao passo que grupo de discussão é uma ferramenta geren-
Em seguida, clicou no botão Salvar. ciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas a
e)baixou da internet um software especializado troca de mensagens via email entre todos os membros do
em fazer a conversão de arquivos do tipo PPTX para grupo.
PDF, pois verificou que o PowerPoint 2010 não possui a) Certo
opção para fazer tal conversão. b) Errado

28) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRA- 32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/CIÊN-
DOR) Em um slide em branco de uma apresentação CIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na inter-
criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010 net o protocolo_________ permite a transferência de men-
(em português), uma das maneiras de acessar alguns sagens eletrônicas dos servidores de _________para caixa
dos comandos mais importantes é clicando-se com o postais nos computadores dos usuários. As lacunas se
botão direito do mouse sobre a área vazia do slide. completam adequadamente com as seguintes expressões:
Dentre as opções presentes nesse menu, estão as que a) Ftp/ Ftp.
permitem b) Pop3 / Correio Eletrônico.
a) copiar o slide e salvar o slide. c) Ping / Web.
b) salvar a apresentação e inserir um novo slide. d) navegador / Proxy.
c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação e) Gif / de arquivos
já existente.
d) apresentar o slide em tela cheia e animar obje- 33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
tos presentes no slide. TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
e) mudar o layout do slide e a formatação do pla- TIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho usam
no de fundo do slide. o sistema operacional Windows XP e endereços IP fixos em
suas configurações de conexão, um novo host foi instalado
29) (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO e, embora esteja normalmente conectado à rede, não con-
- JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org segue acesso à internet distribuída nessa rede.
Apresentação (Impress), NÃO se trata de um espaço Considerando que todas as outras estações da rede es-
reservado que se possa configurar a partir da janela tão acessando a internet sem dificuldades, um dos motivos
Elementos mestres: que pode estar ocasionando esse problema no novo host é
a) Número da página.
b) Texto do título. a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o
c) Data/hora. domínio registrado na internet.
d) Rodapé. b) a falta de registro da assinatura digital do host nas
e) Cabeçalho. opções da internet.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas proprie-
30) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE dades do Protocolo TCP/IP desse host.
TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Inter- d) um erro no cadastramento da conta ou da senha do
net Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visi- próprio host.
tados nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles e) um defeito na porta do switch onde a placa de rede
visitados em modo de navegação privada. Para abrir desse host está conectada.
a opção que permite ter acesso a essa lista, com o
navegador aberto, clica-se na ferramenta cujo dese- 34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS-
nho é TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINISTRA-
a) uma roda dentada, posicionada no canto supe- TIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma rede
rior direito da janela. local de computadores controlada por um servidor de do-
b) uma casa, posicionada no canto superior direi- mínios, o usuário dessa rede deve informar uma senha e
to da janela. um[a]
c) uma estrela, posicionada no canto superior di- a) endereço de FTP válido para esse domínio.
reito da janela. b) endereço MAC de rede registrado na máquina cliente.
d) um cadeado, posicionado no canto inferior di- c) porta válida para a intranet desse domínio.
reito da janela. d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio.
e) um globo, posicionado à esquerda da barra de e) certificação de navegação segura registrada na in-
endereços. tranet.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA- Está correto o que se afirma em
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado 40) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-
FORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar:
36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica- a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado necessitam ser explicitamente executados.
digital revogado deve constar da lista de certificados re- b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir
vogados, publicada na página de Internet da autoridade as ações realizadas como consequência da execução do
certificadora que o emitiu. Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacionadas
a) Certo ao comportamento de um vírus.
b) Errado c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executa-
do para que ele se instale em um computador. Cavalos de
37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados por
ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação, e-mail.
julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim d) Não instala programas no computador, pois seu úni-
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser co objetivo não é obter o controle sobre o computador,
feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos. mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
a) Certo e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não
b) Errado infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
automaticamente.
38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma- GABARITO
cros, que:
a) são programas binários executáveis que são baixa- 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / 10-C/
dos de sites infectados na Internet. 11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D / 18-C /
b) podem infectar qualquer programa executável do 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D/ 26-B/
computador, permitindo que eles possam apagar arquivos 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C / 34-D/
e outras ações nocivas. 35-B / 36-A / 37- A / 38-C / 39-B / 40-E
c) são programas interpretados embutidos em docu-
mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
em sites com software pirata.
e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
legal, em um computador com acesso apenas a sites da
Internet com boa reputação.

39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-


TEMAS)Sobre vírus, considere:
I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rus é preciso que um programa previamente infectado seja
executado.
II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
infectando arquivos do disco e executando uma série de
atividades sem o conhecimento do usuário.
III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
ação do usuário.
IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

ANOTAÇÕES

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78
CONHECIMENTOS GERAIS

Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia,
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança e ecologia, suas interrelações e suas vinculações his-
tóricas............................................................................................................................................................................................................................ 01
Globalização. Compreensão dos problemas que afetam a vida da comunidade, do município, do estado e do
país... ...................................................................................................................................................................................................25
Direitos Humanos: conceito; evolução histórica no mundo;................................................................................................................... 32
Evolução histórico constitucional no Brasil; direitos e deveres, individuais e coletivos............................................................... 37
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. ............................................................................................................................................... 41
Ética e Cidadania....................................................................................................................................................................................................... 80
CONHECIMENTOS GERAIS

O advogado Nélio Machado, que representa Nuzman,


TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE questionou a prisão desta terça: “É uma medida dura e não
DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO POLÍTICA, é usual dentro do devido processo legal”.
ECONOMIA, SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, Além de Nuzman, foi preso na operação “Unfair Play”
TECNOLOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES seu braço-direito Leonardo Gryner, diretor de marketing
INTERNACIONAIS, DESENVOLVIMENTO do COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-
2016. Segundo o MPF, as prisões foram necessárias como
SUSTENTÁVEL, SEGURANÇA E ECOLOGIA,
“garantia de ordem pública”, para permitir bloquear o pa-
SUAS INTERRELAÇÕES E SUAS VINCULAÇÕES trimônio, além de “impedir que ambos continuem atuando,
HISTÓRICAS. seja criminosamente, seja na interferência” das provas.
O MPF reforça ainda que, apesar dos indícios de corrup-
ção, não houve movimentação no sentido de afastar Nuzman
e Gryner de suas funções junto ao COB. “Assim, ambos conti-
POLÍTICA nuam gerindo os contratos firmados pelo COB, mediante uso
de dinheiro público além do pleno acesso a documentos e
TENTATIVA DE OCULTAR DINHEIRO E 16 BARRAS informações necessárias à produção probatória”.
DE OURO LEVOU NUZMAN À PRISÃO, DIZ MPF.
DE ACORDO COM INVESTIGAÇÃO, NOS ÚLTIMOS Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
10 DOS 22 ANOS DE PRESIDÊNCIA DO COB, NUZMAN
AMPLIOU SEU PATRIMÔNIO EM 457%, NÃO HAVEN- TUCANOS QUEREM TIRAR AÉCIO DA PRESIDÊNCIA
DO INDICAÇÃO CLARA DE SEUS RENDIMENTOS. DO PARTIDO

A prisão temporária cumprida nesta quinta-feira (5) Cresceu dentro do PSDB o movimento para forçar a re-
contra Carlos Arthur Nuzman teve como um dos motivos núncia do senador Aécio Neves (MG) da presidência do par-
a tentativa de o presidente do Comitê Olímpico Brasi- tido. Ele está licenciado do cargo desde maio, quando entrou
leiro (COB) ocultar bens, segundo o Ministério Público na mira da delação da JBS. Na ocasião, caciques tucanos es-
Federal (MPF). Entre eles, valores em espécie e 16 quilos peravam a renúncia do político mineiro. Mas ele resistiu.
de ouro que estariam em um cofre na Suíça.
De acordo com os investigadores da força-tarefa da Agora, com o novo afastamento de Aécio do mandato
Lava Jato no Rio, as apreensões na primeira etapa da de senador pelo Supremo Tribunal Federal, o partido vol-
Operação “Unfair Play”, em 5 de setembro, levaram Nuz- tou a articular a saída definitiva dele do comando tucano. A
man a fazer uma retificação na declaração de imposto de percepção é que a permanência dele no cargo tem trazido
renda. Segundo o MPF, foi uma tentativa de regularizar grande desgaste à imagem da legenda. A pressão é para
os bens não declarados. que ele deixe a presidência do PSDB ainda em outubro.
Um dos objetos apreendidos foi uma chave, que es-
tava guardada junto a cartões de agentes de serviços de Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017
locação na Suíça. Segundo o MPF, são indícios de que
Nuzman guardou lá o ouro. DELATOR DIZ QUE CONHECEU SUPOSTO OPERA-
De acordo com o texto do documento de pedido de DOR DE PROPINA DE EX-PRESIDENTE DA PETROBRAS.
prisão, “ao fazer a retificação da declaração de imposto CHEFE DO SETOR DE PROPINAS DA ODEBRECHT
de renda para incluir esses bens, em 20/09/2017, [Nuz- DISSE QUE SE ENCONTROU COM HOMEM QUE PEDIU
man] claramente atuou para obstruir investigação da DINHEIRO A ALDEMIR BENDINE.
ocultação de patrimônio” e “sequer apontou a origem
desse patrimônio, o que indica a ilicitude de sua origem”. O ex-funcionário da Odebrecht, Fernando Migliaccio,
Com as inclusões destes bens, os investigadores afirmou ao juiz Sérgio Moro que se encontrou mais de uma
acreditam que os rendimentos declarados são insufi- vez com um suposto intermediário de propinas, que seriam
cientes para justificar a variação patrimonial em 2014. pagas ao ex-presidente da Petrobras, Aldemir Bendine.
A omissão, segundo o MPF, seria de no mínimo R$ 1,87 Migliaccio atuava no Setor de Operações Estruturadas,
milhões. que era usado pela empreiteira para fazer pagamentos ilí-
Ainda de acordo com o MPF, nos últimos 10 dos 22 citos a funcionários públicos e agentes políticos. Ele pres-
anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu pa- tou depoimento em um processo em que Bendine é acu-
trimônio em 457%, não havendo indicação clara de seus sado de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht,
rendimentos. Um relatório incluído no pedido de prisão para ajudar a empresa a fechar contratos com a Petrobras.
diz ainda que, em 2014, o patrimônio dobrou, com um Em depoimentos anteriores, ex-executivos da Ode-
acréscimo de R$ 4.276.057,33. brecht confirmaram a história e apresentaram uma planilha
“Chama a atenção o fato de que desse valor, R$ com o suposto pagamento. No arquivo, consta que o di-
3.851.490,00 são decorrentes de ações de companhia nheiro foi entregue a alguém com o codinome “Cobra”. Para
sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso o Ministério Público Federal (MPF), trata-se de Bendine.
fiscal”, diz o texto.

1
CONHECIMENTOS GERAIS

No depoimento desta quarta-feira, Moro perguntou a Previsibilidade da execução penal.


Migliaccio se ele conhecia Bendine ou André Gustavo Viei- Entre os objetivos do projeto, está a tentativa de de-
ra, o homem que é apontado como o operador da suposta sinchar o sistema penitenciário no país. Para o relator da
propina. proposta, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG),o atual
Moro: O senhor conhece o senhor Aldemir Bendine ou sistema carcerário não está “estruturado para cumprir a sua
o senhor André Gustavo Vieira? missão legal: ressocializar”.
Migliaccio: O senhor Aldemir Bendine eu não conheço “Trata-se de um sistema [o atual] voltado para o en-
e o senhor André, eu não sei se é esse o nome, mas eu carceramento e para a contenção antecipada de pessoas,
imagino que sim sem julgamento definitivo. Como resultado, cria-se um am-
Moro: O senhor pode esclarecer? biente propício para as revoltas e as rebeliões”, justificou
Migliaccio: Ele foi à minha sala algumas vezes no escri- Anastasia.
tório pra saber dos pagamentos
Moro: Desses pagamentos? Mudanças
Migliaccio: É. Entre outros pontos, a proposta prevê que:
Moro: O senhor mencionou que esse setor foi desman- O trabalho do condenado passa a ser visto como parte
telado, mas esses pagamentos que foram lhe mostrados integrante do programa de recuperação do preso, e não
[pagamentos ao codinome Cobra] pelo Ministério Público, como benesse, e passa a ser remunerado com base no sa-
pela procuradora, esse pagamentos foram feitos pelo setor lário mínimo cheio, não mais com base em 75% do salário
de operações estruturadas? mínimo;
Migliaccio: Sim. Quer fizer, eu não tenho certeza se to- estabelecimentos penais serão compostos de espaços
dos eles, mas se está no sistema, que eu não tenho mais reservados para atividades laborais;
domínio, nunca mais vi, se está lá é porque foi feito. gestores prisionais deverão implementar programas
de incentivo ao trabalho do preso, procurando parcerias
Outro lado junto às empresas e à Administração Pública
Em nota, a defesa de Aldemir Bendine afirmou que ele deverão ser ampliadas as possibilidades de conversão
não recebeu qualquer valor. Os advogados de André Gus- da prisão em pena alternativa;
tavo Vieira não foram encontrados para comentar o teor entre as formas de trabalho para presos, a preferência
do depoimento. para o trabalho de produção de alimentos dentro do presí-
dio, como forma de melhorar a comida;
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 deverão ser incluídos produtos de higiene entre os
itens de assistência material ao preso;
SENADO APROVA REFORMA DA LEI DE EXECUÇÃO deverá ser informatizado o acompanhamento da exe-
PENAL; PROJETO VAI À CÂMARA cução penal.
PROPOSTA FOI ELABORADA POR COMISSÃO DE
JURISTAS CRIADA PARA DEBATER O TEMA. ENTRE AS O texto também promove alterações na lei que institui
MUDANÇAS, ESTÁ O ESTABELECIMENTO DE LIMITE o sistema nacional de políticas públicas sobre drogas.
MÁXIMO DE OITO PRESOS POR CELA. No ponto sobre consumo pessoal, a proposta estabe-
lece que compete ao Conselho Nacional de Política sobre
Senado aprovou nesta quarta-feira (4) um projeto que Drogas, em conjunto com o Conselho Nacional de Política
promove uma reforma da Lei de Execução Penal. Criminal e Penitenciária, estabelecer os indicadores refe-
Entre as mudanças previstas na proposta, está a defi- renciais de natureza e quantidade da substância apreendi-
nição de limite máximo de oito presos por cela. A redação da, compatíveis com o consumo pessoal.
em vigor da lei, que é de 1984, prevê que o condenado
“será alojado em cela individual”, situação rara nos presí- Cumprimento de pena
dios brasileiros. A proposta também prevê a possibilidade do cumpri-
Pela proposta, “em casos excepcionais”, serão admiti- mento de pena privativa de liberdade em estabelecimento
das celas individuais. administrado por organização da sociedade civil, observa-
A medida também possibilita, como direito do preso, a das as vedações estabelecidas na legislação, e cumpridos
progressão antecipada de regime no caso de presídio su- os seguintes requisitos:
perlotado (veja mais detalhes da proposta abaixo). Aprovar projeto de execução penal junto ao Tribunal
O projeto é derivado de uma comissão de juristas cria- de Justiça da Unidade da Federação em que exercerá suas
da pelo Senado para debater o tema. A proposta segue atividades;
agora para análise da Câmara dos Deputados. cadastrar-se junto ao Departamento Penitenciário Na-
A comissão trabalhou pautada em seis eixos: cional (Depen);
Humanização da sanção penal; habilitar-se junto ao órgão do Poder Executivo com-
Efetividade do cumprimento da sanção penal; petente da Unidade da Federação em que exercerá suas
Ressocialização do sentenciado; atividades;
Desburocratização de procedimentos; encaminhar, anualmente, ao Depen, relatório de reinci-
Informatização; dência e demais informações solicitadas;

2
CONHECIMENTOS GERAIS

submeter-se à prestação de contas junto ao Tribunal Eleições de 2026 - Os partidos terão de obter, nas
de Contas da Unidade da Federação em que desenvolva eleições para a Câmara, pelo menos 2,5% dos votos váli-
suas atividades. dos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades
da federação, com ao menos 1,5% dos votos válidos em
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 13 deputados,
distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe-
CONGRESSO PROMULGA EMENDA QUE EXTINGUE deração.
COLIGAÇÕES EM 2020 E CRIA CLÁUSULA DE BARREIRA Eleições de 2030 - Os partidos terão de obter, nas
COM A PROMULGAÇÃO, CLÁUSULA DE DESEM- eleições para a Câmara, pelo menos 3% dos votos válidos,
PENHO ELEITORAL PARA ACESSO DE PARTIDOS A RE- distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe-
CURSOS DO FUNDO PARTIDÁRIO E AO TEMPO GRA- deração, com ao menos 2% dos votos válidos em cada uma
TUITO DE RÁDIO E TV VALERÁ A PARTIR DAS ELEIÇÕES delas; ou ter eleito pelo menos 15 deputados, distribuídos
DE 2018. em pelo menos um terço das unidades da federação.
Levantamento feito pelo G1 mostrou que, se as regras
O Congresso Nacional promulgou, em sessão solene previstas para 2018 estivessem em vigor nas eleições de
nesta quarta-feira (4), a Emenda Constitucional que cria 2014, 14 partidos que hoje possuem acesso ao Fundo Par-
uma cláusula de desempenho, a partir de 2018, para as tidário e ao tempo gratuito de rádio e TV perderiam esses
legendas terem acesso ao Fundo Partidário e ao tempo direitos.
gratuito de rádio e TV. Entre os partidos que teriam sido afetados caso a regra
O texto também prevê o fim das coligações proporcio- estivesse valendo na eleição de 2014, seis têm atualmente
nais, a partir das eleições de 2020. representantes na Câmara: PEN, PHS, PRP, PSL, PT do B e
A alteração à Constituição foi aprovada nesta terça- Podemos (antigo PTN).
-feira (3) pelo Senado. As votações dos dois turnos da pro- Outros oito, que não elegeram deputados em 2014,
posta na Casa aconteceram em menos de 30 minutos. Na também seriam atingidos: PCB, PCO, PMN, PPL, PRTB,
semana passada, o texto havia sido aprovado pela Câmara. PSDC, PSTU e PTC.
A classe política tem pressa na aprovação de novas O levantamento não levou em consideração as legen-
regras eleitorais. Isso porque, para valerem em 2018, as das criadas após 2014 e que têm bancadas na Câmara:
modificações precisam passar pelo Congresso até a pró- Rede e PMB.
xima sexta-feira (6), um ano antes das próximas eleições. A proposta atual foi flexibilizada com relação à que foi
Com a promulgação, a cláusula de desempenho elei- aprovada pelo Senado em 2016. Se prevalecesse a versão
toral para acesso de partidos a recursos do Fundo Partidá- original do texto, 19 partidos seriam barrados. Siglas tradi-
rio e ao tempo gratuito de rádio e TV valerá a partir das cionais, como o PPS e o PC do B, seriam afetadas. Outras,
eleições de 2018. de criação mais recente, também seriam prejudicadas. É o
A emenda tem origem no Senado, onde foi aprovada caso de PSOL, PROS e PV.
em 2016. No entanto, durante análise na Câmara, os de- A flexibilização da cláusula de barreira foi necessária
putados promoveram mudanças e flexibilizaram o texto, o para que a proposta pudesse ser aprovada na Câmara.
que levou o projeto para uma nova análise dos senadores. Diante do prazo exíguo, os senadores aceitaram o texto
modificado pelos deputados para garantir que a cláusula
Cláusula de desempenho valha em 2018.
O texto estabelece a chamada cláusula de desempe-
nho nas urnas para a legenda ter acesso ao Fundo Partidá- Fim das coligações
rio e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. A emenda acaba com as coligações partidárias a partir
Como transição, até 2030, a cláusula de barreira crescerá de 2020. Para 2018, continuam valendo as regras atuais, em
gradualmente. Nas eleições posteriores a 2030, o desem- que os partidos podem se juntar em alianças para disputar
penho mínimo exigido seria o mesmo do pleito de 2030. a eleição e somar os tempos de rádio e televisão e podem
Saiba abaixo os critérios: ser desfeitas passado o pleito.
Eleições de 2018 - Os partidos terão de obter, nas elei- As coligações também são levadas em conta na hora
ções para deputado federal, pelo menos 1,5% dos votos da divisão das cadeiras. Hoje, deputados federais e esta-
válidos, distribuídos em, no mínimo, um terço das unida- duais e vereadores são eleitos no modelo proporcional
des da federação, com ao menos 1% dos votos válidos em com lista aberta.
cada uma delas; ou ter eleito pelo menos 9 deputados, É feito um cálculo para a distribuição das vagas com base
distribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fe- nos votos no candidato e no partido ou coligação. São eleitos
deração. os mais votados nas legendas ou nas coligações.
Eleições de 2022 - Os partidos terão de obter, nas elei-
ções para a Câmara, pelo menos 2% dos votos válidos, dis- Federações partidárias
tribuídos em, no mínimo, um terço das unidades da fede- Além de abrandar a cláusula de barreira, os deputados
ração, com ao menos 1% dos votos válidos em cada uma excluíram do projeto a possibilidade de partidos com afi-
delas; ou ter eleito pelo menos 11 deputados, distribuídos nidade ideológica se unirem em federações. A medida era
em, no mínimo, um terço das unidades da federação. uma saída para substituir, em parte, as coligações.

3
CONHECIMENTOS GERAIS

Na prática, o fim das federações deverá prejudicar par- Apesar de os parlamentares afirmarem que o fundo
tidos pequenos que contam com as alianças com outras será de R$ 1,7 bilhão, o texto não estabelece um teto para
legendas para somar o tempo de rádio e TV e para garantir o valor, e sim um piso, ao dizer que o fundo será “ao menos
cadeiras na Câmara e nas Assembleias. equivalente” às duas fontes estabelecidas pelo projeto.
A proposta era que os partidos com programas afins A proposta estabelece que pelo menos 30% do va-
pudessem se juntar em federações. As legendas teriam de lor das emendas de bancadas sejam direcionadas para as
atuar juntas não apenas durante as eleições, mas como um campanhas eleitorais. A segunda fonte de recursos virá da
bloco parlamentar durante toda a legislatura. transferência dos valores de compensação fiscal cedidos às
A ideia era garantir maior coesão entre os partidos, já emissoras de rádio e televisão que transmitem propagan-
que atualmente siglas com pouca afinidade formam coli- das eleitorais, que serão extintas. O horário eleitoral duran-
gações e as desfazem após as eleições. te o período de campanha, no entanto, foi mantido.
Desse modo, se juntos atingissem as exigências da O fundo público para abastecer as campanhas é uma
cláusula de desempenho, não perderiam o acesso ao Fun- medida alternativa ao financiamento empresarial de cam-
do Partidário e ao tempo de rádio e TV. panha, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em
2015.
Janela partidária No começo da discussão, o Congresso chegou a cogi-
Durante análise na Câmara, os deputados também re- tar um fundo que chegaria a R$ 3,6 bilhões. A articulação
tiraram do texto um trecho que acabava com a janela par- foi encabeçada pelo líder do governo no Senador, Romero
tidária seis meses antes da eleição. Jucá (PMDB-RR), com apoio de partidos da oposição, como
Com isso, ficam mantidas as regras atuais em que os o PT, PDT e PCdoB.
detentores de mandato eletivo podem mudar de partido . A sessão que aprovou a proposta foi tumultuada. O
no mês de março do ano eleitoral sem serem punidos com principal protesto dos deputados foi pelo fato de a votação
perda do mandato. do texto-base do projeto ter sido simbólica. Um dos que
protagonizaram a confusão foi o deputado Júlio Delgado
Fonte: G1.com/ Acessado em 10/2017 (PSB-MG). Ele foi à tribuna e classificou como “vergonha”
a votação ter sido nominal. Para ele, os deputados que
GEDDEL, SAUD E FUNARO PROMOVEM BARRACO apoiam o fundo não quiseram deixar a “digital” na apro-
COM AMEAÇAS DE MORTE NA PAPUDA vação da medida.

A prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do ope- Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017
rador Lúcio Funaro e de Ricardo Saud, executivo da JBS,
tem provocado uma sessão de gritaria no presídio da Pa- PF AUTUA BATTISTI EM FLAGRANTE POR EVASÃO
puda, em Brasília, onde estão recolhidos. Segundo relatos, DE DIVISAS E LAVAGEM DE DINHEIRO
Funaro aguarda o fim do banho de sol e antes de voltar
para a cela manda aos gritos recado para Saud, preso do A Polícia Federal indiciou o ativista italiano Cesare Bat-
outro lado: “Saud, vou te matar”, aterroriza o delator que o tisti por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Battisti
entregou. Do seu lado “do muro”, Geddel faz coro: “Saud, foi preso em flagrante nesta quarta-feira, 4, quando estava
também vou te matar”. Saud devolve as provocações, mas tentando atravessar a fronteira para a Bolívia com US$ 6
só para Geddel. “Cala boca, seu gordo!” mil – quantia superior a R$ 10 mil em dinheiro.
No seu quadrado. Os três estão separados e não se en-
contram no banho de sol, justamente para evitar que cum- Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália sob
pram a promessa. Há, inclusive, revezamento entre os ad- acusação de quatro assassinatos. No último dia de seu se-
vogados para que eles não se esbarrem nem no parlatório. gundo mandato, em 2012, o então presidente Lula assinou
decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 extradição do ativista.
O italiano não teria declarado o dinheiro. Os federais
CÂMARA GARANTE FUNDO BILIONÁRIO PARA querem saber o que o ativista pretendia fazer com a quan-
ABASTECER CAMPANHAS EM 2018 tia no país vizinho.
Após ser detido, segundo a PF, ‘agentes da Delegacia
Em uma sessão tumultuada, a Câmara aprovou na noi- de Corumbá averiguaram a situação em que Battisti se en-
te desta quarta-feira, 4, o projeto que cria um fundo públi- contrava na região de fronteira’.
co bilionário para financiar as campanhas do ano que vem. Em 27 de setembro, os advogados de Battisti entraram
Assim que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM- com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF)
-RJ), proclamou o resultado, deputados protestaram contra para barrar a possibilidade de extradição, deportação ou
a votação e quase partiram para a agressão física. expulsão pelo presidente da República. O relator é o minis-
O texto segue agora para a sanção presidencial. Para tro Luiz Fux. Battisti teve sua extradição pedida pela Itália.
que os partidos possam ter acesso ao dinheiro para realizar Em 2011, o Supremo arquivou uma Reclamação ajuiza-
o processo eleitoral em 2018, as novas regras têm de ser da pelo governo da Itália contra o ato de Lula, e determi-
sancionadas pelo presidente Michel Temer até 7 de outubro. nou a soltura do italiano.

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CONHECIMENTOS GERAIS

A defesa de Battisti sustenta que, desde então, têm havido Os ministros ainda definirão nesta quinta-feira (5) se
‘várias tentativas ilegais’ de remetê-lo para o exterior por meio vão modular a decisão da Corte, o que poderia limitar o
de outros mecanismos, como a expulsão e a deportação. alcance do entendimento firmado no julgamento. O relator
do caso, ministro Ricardo Lewandowski, alertou ao final da
Desde 2016, com as mudanças ocorridas no Poder Exe- sessão para o risco de prefeitos, vereadores e deputados
cutivo, os advogados afirmam que há notícias de que o atualmente no exercício do mandato serem cassados.
governo italiano pretende intensificar as pressões sobre o “Essa matéria foi exaustivamente analisada pelo Tribu-
governo brasileiro para obter a extradição. nal Superior Eleitoral, prevalecendo esse entendimento (de
O alegado risco levou à impetração do HC 136898, que retroatividade) de maneira correta”, disse Cármen Lúcia.
teve seguimento negado. Naquele habeas corpus, o mi- A Lei da Ficha Limpa prevê que são inelegíveis os can-
nistro Luiz Fux entendeu que não havia ato concreto de didatos condenados por abuso de poder econômico ou
ameaça ou restrição ilegal do direito de locomoção que político para a eleição na qual concorrem ou tenham sido
justificasse a concessão da ordem. diplomados, bem como para as que se realizarem nos oito
No novo HC, a defesa argumenta que, segundo no- anos seguintes. A legislação anterior previa um prazo de
tícias veiculadas recentemente, há um procedimento sigi- apenas três anos. Em 2011, o STF decidiu que a Lei da Ficha
loso em curso visando à revisão do ato presidencial que Limpa valeria apenas a partir das eleições de 2012.
negou a extradição em 2010. “Jamais vi uma situação idêntica em que se coloca em
Os advogados também informam que Battisti tem soli- segundo plano, de forma clara, ostensiva, a segurança ju-
citado certidões e informações ao Ministério Público Fede- rídica. A sociedade não pode viver em sobressaltos, muito
ral, Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores menos sobressaltos provocados pelo Supremo. Retroação
e Casa Civil a fim de obter cópias de procedimentos sobre da lei, pra mim, é o fim em termos de Estado Democrático
ele, mas até o momento nenhuma informação foi prestada. de Direito”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, que vo-
Outro argumento é a existência de ação civil pública pela tou nesta quarta-feira contra a retroatividade da lei.
qual o Ministério Público pretende a declaração da nulida- “A questão é muito séria, porque inaugura mediante
de do ato que concedeu visto de permanência a Battisti, e, a voz do Supremo o vale tudo, que não se coaduna com
consequentemente, sua deportação. o Estado Democrático de Direito”, concluiu Marco Aurélio.
O juízo da 20ª Vara Federal do Distrito Federal julgou A aplicação do prazo de oito anos de inelegibilidade
procedente a ação e determinou a imediata prisão admi- para políticos condenados antes da publicação da Lei da Fi-
nistrativa do italiano, mas a ordem foi suspensa liminar- cha Limpa também foi criticada pelo ministro Gilmar Mendes.
mente pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). “Quando o legislador concebe mudanças – e são ne-
Finalmente, alegam que Battisti casou-se com uma brasilei- cessárias mudanças – é óbvio que faz pra frente. ‘Ah, mas
ra e tem um filho que depende econômica e afetivamente nós queremos atingir fatos passados’. Então rasgue a
dele, o que impede a sua expulsão. Constituição, porque isso não passa no teste inclusive do
Apontando risco iminente e irreversível, a defesa pede a ato jurídico perfeito, da coisa julgada. ‘Ah, mas queremos
concessão de liminar para obstar eventual extradição, depor- aplicar o princípio da moralidade’. Isso é direito nazifas-
tação ou expulsão a ser levada a efeito pelo presidente da cista, não tem nada a ver conosco, com o nosso sistema”,
República. No mérito, pede-se a confirmação da liminar ou a disse Gilmar.
conversão do HC em reclamação a fim de preservar a auto- O plenário do STF se dividiu na questão. Além de Cár-
ridade de decisão do STF que reconheceu que a negativa de men, votaram pela retroatividade do prazo de inelegibili-
extradição é insindicável pelo Poder Judiciário (RCL 11423), dade os ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Edson Fachin, Dias
determinando-se assim o trancamento da ação civil pública. Toffoli e Luís Roberto Barroso. Em sentido contrário se po-
sicionaram Gilmar, Marco Aurélio, Lewandowski, Alexandre
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 de Moraes e o decano da Corte, Celso de Mello.
A discussão girou em torno do caso do ex-vereador
FICHA LIMPA ATINGE CONDENADOS ANTES DE Dilermando Fereira Soares contra decisão do Tribunal Su-
2010, DECIDE STF perior Eleitoral (TSE) que rejeitou o registro de sua candi-
POR 6 A 5, MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FE- datura à reeleição no município de Nova Soure, na Bahia,
DERAL NEGARAM RECURSO DO VEREADOR DE NOVA nas eleições de 2012. Como o caso tem repercussão geral,
SOURE, NA BAHIA, QUE FOI BARRADO DAS ELEIÇÕES a tese a ser firmada nesta quinta-feira valerá para diversas
DE 2012 POR UMA CONDENAÇÃO EM 2004, ANTES DA instâncias em todo o País.
APROVAÇÃO DA LEI Dilermando foi alvo de condenação judicial que tran-
sitou em julgado em 2004. Depois de cumprir o prazo de
Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu três anos de inelegibilidade baseado na legislação anterior,
nesta quarta-feira (4) que o prazo de oito anos de inelegi- conseguiu se eleger vereador em 2008. Em 2012, tentou a
bilidade fixado pela Lei da Ficha Limpa pode ser aplicado reeleição, mas teve o registro de candidatura impugnado
inclusive para candidatos que tenham sido condenados com base no novo prazo de oito anos de impedimento fi-
antes da publicação da lei, em 2010. Com o plenário divi- xado pela Lei da Ficha Limpa, que já estava em vigor.
dido, coube à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia,
desempatar o placar e definir o resultado. Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

FUX NEGA LIMINAR E MANTÉM PROCESSO CON- que era controlado pela holding, para a Acciona Airport
TRA SIMÃO JATENE POR CORRUPÇÃO Services SA por 24,3 bilhões de pesos chilenos (US$ 38,4
GOVERNADOR DO PARÁ, DENUNCIADO PELO MI- milhões).
NISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, TENTAVA POR MEIO DE A operação vai render à Latam um lucro de US$ 20
HABEAS CORPUS SUSPENDER AÇÃO EM QUE É ACUSA- milhões no balanço do quarto trimestre deste ano, infor-
DO DE RECEBIMENTO DE ‘VANTAGENS INDEVIDAS’ DA mou a companhia em comunicado.
CERVEJARIA CERPA SOB ALEGAÇÃO DE PRESCRIÇÃO De acordo com o texto, a Andes Aiport Services SA
realiza serviços aeroportuários, como manuseio de ba-
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, ne- gagens, abastecimento de combustível, limpeza e supri-
gou liminar no Habeas Corpus (HC) 148138 por meio da mento de alimentos e bebidas nas aeronaves.
qual a defesa do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), Juntamente com a venda, foi assinado acordo por
pedia para suspender processo no Superior Tribunal de meio do qual a Andes Aiport Services vai continuar aten-
Justiça (STJ) em que foi denunciado pela suposta prática de dendo a Latam em Santiago por pelo menos cinco anos.
corrupção passiva, pelo suposto recebimento de vantagens
indevidas da cervejaria Cerpa. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
O relator não verificou um dos requisitos para a con-
cessão da medida cautelar – a plausibilidade jurídico do ALTA NAS VENDAS DE CARROS NOVOS NÃO IM-
pedido (fumus boni iuris). PEDE AUMENTO DE NEGOCIAÇÃO DE USADOS
As informações foram divulgadas no site do Supremo. PUXADAS PELOS SEMINOVOS, VENDAS DE VEÍ-
Para a defesa de Jatene, o suposto crime apontado CULOS DE ‘SEGUNDA MÃO’ SOBEM 8,4% DE JANEIRO
pelo Ministério Público Federal ocorreu em setembro de A SETEMBRO, NA COMPARAÇÃO COM 2016. AS DOS
2002, portanto, aplicando o prazo prescricional do artigo ZERO QUILÔMETRO ACUMULAM AUMENTO DE 8%.
109, inciso III, do Código Penal (CP), a extinção da punibili-
dade teria ocorrido em setembro de 2014. O reaquecimento das vendas de carros zero no Bra-
O relator do caso no STJ reconheceu monocraticamen- sil não impede que a procura pelos usados continue au-
te a prescrição da pretensão punitiva. mentando.
Em exame de agravo regimental, no entanto, a Corte As negociações desses veículos cresceram 4,7% em
entendeu que o suposto crime teve continuação em 2003, setembro, na comparação com 1 ano atrás, de acordo
quando Jatene, ao assumir o governo, teria repactuado a com dados da federação dos distribuidores, a Fenabrave.
proposta original para que o pagamento das vantagens in- A entidade considera os registros de transferência
devidas fosse feito em parcelas. de documentos do Departamento Nacional de Trânsito
Com isso, o STJ, levando em conta outros aspectos para (Denatran).
a definição da prescrição – como a incidência de causa de De janeiro a setembro, foram negociados 7,9 milhões
aumento da pena referente a ocupação de função pública de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões)
-, afastou a prescrição e manteve a tramitação do processo usados, um volume 8,5% mais alto que o registrado no
para posterior análise do recebimento da denúncia. mesmo período do ano passado.
O ministro Luiz Fux apontou que ‘a matéria de fundo Já as vendas de carros novos cresceram 7,9% sobre
do habeas exige uma análise mais detida, pois a pretensão os 9 primeiros meses de 2016, com 1,5 milhão de unida-
da defesa impõe a avaliação aprofundada entre os fatos des.
citados na denúncia e o que foi decidido pelo STJ’.
O ministro lembrou ainda que ‘a concessão de medida Base fraca
cautelar pressupõe o atendimento concomitante dos re- O aumento na venda dos zero quilômetro, no entan-
quisitos do fumus boni iuris e do perigo da demora, não to, é em relação a uma base mais fraca que a dos carros
tendo sido demostrado, de plano, o preenchimento do pri- usados, que, no ano passado, terminaram com estabili-
meiro requisito’. dade sobre 2015, enquanto as vendas de carros novos
caíram ainda mais.
Fonte: O estadão. Acessado em 10/2017 Segundo a Fenabrave, a cada 4 automóveis zero qui-
lômetro emplacados em setembro último, 6 usados fo-
ECONOMIA ram negociados. A entidade diz que uma média normal
é de 1 para 3.
LATAM VENDE SUBSIDIÁRIA DE SERVIÇOS NO CHI-
LE POR US$ 38,4 MILHÕES Seminovos lideram
OPERAÇÃO VAI RENDER À EMPRESA UM LUCRO DE Quando analisada a venda por “idade” dos veículos
US$ 20 MILHÕES NO BALANÇO DO QUARTO TRIMES- usados, os seminovos, como são chamados os que têm
TRE DESTE ANO, INFORMOU A COMPANHIA. até 3 anos rodados, foram os únicos a registrar alta no
mês passado, segundo a Fenauto, federação que também
O grupo aéreo Latam anunciou nesta quinta-feira (5) contabiliza dados do segmento.
que assinou acordo de venda de 100% do capital da em-
presa de serviços aeroportuários Andes Aiport Services SA, Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

GOVERNO DIZ QUE ABASTECIMENTO DE ELETRICI- BNDES ESPERA DESEMBOLSOS DE R$ 110 BILHÕES
DADE ESTÁ ASSEGURADO APESAR DE SECA A R$ 120 BILHÕES EM 2018
NO FIM DO PERÍODO SECO, HIDRELÉTRICA DE SO- VALOR REPRESENTA UM CRESCIMENTO DE ATÉ
BRADINHO, NO RIO SÃO FRANCISCO, TERÁ ARMAZE- 50% EM RELAÇÃO AOS R$ 80 BILHÕES PREVISTOS
NAMENTO ZERO, APONTAM ESTIMATIVAS DO COMITÊ PARA ESTE ANO.
DE MONITORAMENTO DO SETOR ELÉTRICO (CMSE)
Os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvi-
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) mento Econômico e Social (BNDES) devem oscilar entre R$
afirmou nesta quarta-feira (4) que as condições de abas- 110 bilhões e R$ 120 bilhões em 2018, um crescimento de
tecimento de energia elétrica no país estão asseguradas, até 50% em relação aos R$ 80 bilhões previstos para este
apesar das previsões de chuvas abaixo da média em gran- ano, disse nesta quarta-feira (4) o diretor da área financeira
de parte das regiões de hidrelétricas do Brasil e dos níveis da instituição, Carlos Thadeu de Freitas.
críticos dos reservatórios do Nordeste. “Hoje, o que puxa a economia ainda é o consumo, apesar
Segundo nota do órgão formado por autoridades de restrições, mas no ano que vem será o investimento que
da área de energia do governo após reunião nesta quar- está num patamar pífio”, disse Freitas em entrevista à Reuters.
ta-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Neste ano até agosto, os desembolsos do BNDES so-
apresentou simulações atualizadas de expectativa de ar- mam cerca de R$ 45 bilhões, com isso, a expectativa do
mazenamento nas hidrelétricas Três Marias e Sobradinho banco é de uma aceleração nos últimos meses do ano.
ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de O superintendente da área financeira do BNDES, Selmo
afluências verificados no histórico, “que têm se aproximado Aronovich, afirmou que espera que no último trimestre de
da realidade vivenciada atualmente”. 2017 os desembolsos operem em no mínimo R$ 10 bilhões
E os resultados apontam para o atingimento dos níveis ao mês. “A média do último trimestre será de pelo menos
de armazenamento, ao final do período seco, em novem- 10 bilhões de reais...Concessões, retomada da economia e
bro de 2017, de 4,2% na hidrelétrica de Três Marias e de juros baixos justificam esse otimismo”, disse o superinten-
zero para Sobradinho, no rio São Francisco. dente à Reuters.
Ainda assim, com a região Nordeste sendo suprida por Segundo Freitas, as consultas de interessados em em-
outras fontes de energia, como eólica e térmica, o CMSE ava- préstimos do BNDES “estão melhorando razoavelmente
lia que é zero o risco de qualquer déficit de energia em 2017 bem, por isso a expectativa de desembolso para o ano que
para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. vem é de entre 110 bilhões e 120 bilhões de reais”, afirmou
Com base nos resultados apresentados pelo ONS para ele citando as Finame e para capital de giro. A expectativa
diferentes cenários de período úmido, o CMSE reiterou a é baseada em um crescimento do PIB de 3% a 4% em 2018.
importância de que sejam adotadas medidas necessárias O diretor da área financeira comentou que o ban-
para preservação dos estoques dos reservatórios das usi- co deve captar entre 2 bilhões e 3 bilhões de dólares nos
nas hidrelétricas do Rio São Francisco, a fim de proporcio- mercados externos em 2018, como forma de fazer frente a
nar segurança hídrica para a bacia no próximo ano. obrigações de desembolsos e atender em parte à chamada
Para o final de novembro de 2017, quando tipicamen- do governo federal para devolver recursos ao Tesouro.
te se inicia o replecionamento dos reservatórios devido ao “Hoje é possível captar 2 bilhões a 3 bilhões (de dólares)
aumento das afluências, a expectativa é que os armazena- no exterior...Obviamente, o banco vai se voltar a captações
mentos equivalentes dos subsistemas Sul, Nordeste e Nor- externas, que é mais barato, porém não tão barato quando o
te atinjam valores inferiores aos verificados em 2014, ano dinheiro que veio do Tesouro Nacional”, disse Freitas.
mais crítico do histórico recente. Ele estimou que em nome da prudência bancária o BNDES
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve alcançar ar- precisa ter em caixa, livre e disponível em 2018, 8 por cento do
mazenamento próximo ao verificado em 2014, segundo o total das operações ativas, o equivalente a um “caixa pruden-
CMSE. cial entre 60 e 70 bilhões” de reais. O banco tinha em caixa até
Dessa forma, “o CMSE reiterou a importância de viabi- final de agosto cerca de R$ 170 bilhões, sendo que boa parte
lização de recursos adicionais de usinas termelétricas que dos recursos já estava comprometida em financiamentos.
se encontram no momento operacionalmente disponíveis, Mais cedo, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de
porém sem combustível”. Castro, afirmou durante evento em São Paulo que a devo-
“Assim, o Comitê encaminhará correspondência à Pe- lução em 2018 de 130 bilhões de reais cobrada do banco
trobras solicitando gestão da empresa no sentido de viabi- pelo governo “é materialmente improvável”.
lizar o fornecimento de combustível a essas usinas”, disse Questionado a respeito das demandas do governo,
a nota, sem identificar motivos para a falta de combustível. Freitas lembrou que como o Brasil mergulhou em crise em
No caso de uma operação térmica da Eletrobras no 2015 e 2016, a demanda por recursos do banco foi fraca e
Norte do país, a Petrobras tem sido forçada por decisão por isso os valores que o BNDES tem a receber nos próxi-
judicial a fornecer o combustível, uma vez que a estatal do mos meses também será fraca. “Vai haver uma defasagem
setor elétrico tem uma dívida bilionária com a petroleira, de uma volta fraca e demanda forte. Temos que atentar a
que tem se negado a vender o produto. isso e o banco tem que ter caixa mínimo”, disse o diretor.

Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

FUNDO DE PENSÃO DA CAIXA DECIDE VENDER FA- A Superintendência Nacional de Previdência Comple-
TIA NA ELDORADO mentar (Previc), vinculada ao Ministério da Fazenda, decre-
J&F FECHOU EM SETEMBRO ACORDO DE VENDA tou nesta quarta-feira intervenção no fundo de pensão dos
DO CONTROLE DA ELDORADO PARA O GRUPO HO- funcionários dos Correios, o Postalis, por um prazo de 180
LANDÊS PAPER EXCELLENCE POR CERCA DE R$ 15 BI- dias.
LHÕES. A Abrapp considera que a intervenção no Postalis é
uma exceção dentro do sistema.
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Cai- “O sistema está conseguindo pagar seus benefícios
xa Econômica Federal, anunciou nesta quarta-feira (4) que normalmente”, disse o presidente da Abrapp, Luis Ricardo
decidiu exercer o direito de vender a participação de 8,53% Martins, a jornalistas na abertura do congresso anual da
na Eldorado Brasil Celulose. Segundo a agência Reuters, o Abrapp. “Temos um sistema sólido, que paga sem atrasos
valor da operação é avaliado em cerca de R$ 650 milhões. os direitos dos participantes”.
O fundo de pensão innveste na Eldorado por meio de Para o presidente da Abrapp, o mais importante nesse
cotas do fundo de investimento FIP Florestal. momento é garantir aos participantes do Postalis todos os
“A Fundação agora iniciará as negociações do contra- benefícios a que eles têm direito.
to de compra e venda de cotas com a Paper Excellence, Outro fundo de pensão com alto déficit é o dos funcio-
empresa com sede na Holanda que fez uma oferta para nários da Petrobras, o Petros. Em setembro, foi anunciado
adquirir a fabricante de celulose”, informou a Funcef. que os funcionários da Petrobras terão de pagar parcelas
No dia 2 de setembro, o grupo J&F, holding que con- extras de R$ 236 a R$ 3,6 mil mensais como parte do plano
trola a JBS, anunciou que fechou acordo de venda do con- para equacionar um rombo de mais de R$ 27 bilhões.
trole da Eldorado para o grupo holandês Paper Excellence O acordo prevê que a Petrobras deverá gastar R$ 12,8
por cerca de R$ 15 bilhões. bilhões ao longo de 18 anos para equacionar o déficit do
A Funcef, assim como a Petros, fundo de pensão dos Petros. Apenas no primeiro ano, o desembolso previsto
empregados da Petrobras, tinham o direito de exercer sua para a empresa será de R$ 1,4 bilhão. Já a BR Distribuidora
opção de venda na companhia em até 30 dias. entrará com R$ 900 milhões.
Atualmente, a J&F detém 80,98% do capital da Eldo-
rado. A fatia restante pertence a Petros (8,53%), Funcef Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
(8,53%) e FIP Olimpia (1,96%).
UBER LIMITA PODER DO EX-PRESIDENTE E ABRE
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ESPAÇO PARA INVESTIMENTO DE GRUPO JAPONÊS
AS ALTERAÇÕES NA POLÍTICA DE GESTÃO APRO-
DÉFICIT ACUMULADO DE FUNDOS DE PREVI- VADAS PELA DIRETORIA, QUE DEPENDEM DO INVES-
DÊNCIA COMPLEMENTAR SOBE PARA R$ 77,6 BI, DIZ TIMENTO DO SOFTBANK, INCLUEM A ELIMINAÇÃO DO
ABRAPP ‘SUPER-VOTO’ DE ALGUMAS AÇÕES, COMO AS CON-
PARA O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TROLADAS POR KALANICK.
DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COM-
PLEMENTAR, SITUAÇÃO DO POSTALIS É EXCEÇÃO E O conselho de administração do Uber aprovou em re-
SISTEMA ESTÁ BEM CAPITALIZADO. união nesta terça-feira (3) um plano que reduz a influência
do ex-presidente executivo da empresa Travis Kalanick e
O déficit acumulado dos fundos fechados de previ- abre a porta para um investimento colossal do grupo de
dência complementar subiu para R$ 77,6 bilhões em ju- telecomunicações japonês SoftBank.
nho, ante R$ 71,7 bilhões no fim de 2016, informou nesta A proposta adotada pela diretoria do Uber também
quarta-feira (4) a Associação Brasileira das Entidades Fe- promete acabar com os confrontos entre partidários de
chadas de Previdência Complementar (Abrapp). Kalanick e investidores que suspeitam que o fundador da
O déficit é a diferença entre o patrimônio de um plano empresa pretende voltar à direção.
e seus compromissos com pagamentos atuais e futuros. “Hoje, após dar as boas-vindas aos novos diretores Ur-
Segundo o balanço da Abrapp, dos 681 fundos de pensão sula Burns e John Thain, a diretoria aprovou, por unanimi-
no país, 220 apresentam déficit, ao passo que 461 regis- dade, avançar com o investimento do SoftBank e modificar
tram superávit. a política de administração empresarial para fortalecer sua
O rombo cresce há 7 anos e atinge, sobretudo, fundos independência e garantir a igualdade entre todos os acio-
de pensão de estatais. Do déficit total, 88% do valor está nistas”, informou o Uber em e-mail.
concentrado em apenas 10 planos, segundo a associação. “O interesse do SoftBank é um incrível voto de confian-
O total de participantes ativos nos fundos supera 2,5 ça no negócio do Uber e em seu potencial a longo prazo,
milhões e os assistidos chegam a mais de 735 mil, segun- e esperamos concluir este investimento nas próximas se-
do a associação. manas”.
A Abrapp informou também que os ativos totais do A previsão é de que o Softbank injete entre US$ 1 bi-
sistema somavam R$ 808 bilhões em junho. A rentabili- lhão e US$ 1,25 bilhão na empresa com sede em San Fran-
dade média do setor no primeiro semestre foi de 4,24%, cisco, cujo valor atual é de US$ 69 bilhões, segundo uma
pouco abaixo da meta atuarial de 4,44%. fonte ligada ao assunto.

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CONHECIMENTOS GERAIS

Como medida de investimento secundário, o grupo ja- PREÇO DA CESTA BÁSICA DE MANAUS REDUZ
ponês lançaria uma oferta pública para comprar entre 14% 0,70% E FICA EM R$ 355,47 EM SETEMBRO
e 17% das ações em circulação de grandes investidores, COM QUEDA DO VALOR DA CESTA, MANAUS
segundo a fonte. PASSOU A OCUPAR A 14° COLOCAÇÃO NO RANKING
As alterações na política de gestão aprovadas pela DAS CESTAS BÁSICAS MAIS CARAS DO PAÍS.
diretoria, que dependem do investimento do SoftBank,
incluem a eliminação do “super-voto” de algumas ações, O custo da cesta básica de Manaus diminuiu em re-
como as controladas por Kalanick, visando limitar a influên- lação ao mês anterior ficando em R$ 355,47, de acordo
cia dos fundadores do Uber. com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindi-
Também há a exigência de mais de dois terços dos vo- cal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
tos da diretoria para a aprovação de um novo diretor-exe- Com a queda do valor da cesta, Manaus passou a ocu-
cutivo. par a 14° colocação no ranking das cestas básicas, den-
tre as 21 capitais onde, atualmente é realizada. Açúcar
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 (-9,60%) foi o produto que apresentou maior queda no
mês seguido da farinha (-6,74%).
LUCRO DA MONSANTO CRESCE 70% NO ANO FIS- O preço da cesta básica de Manaus, composta por
CAL DE 2017, PARA US$ 2,26 BILHÕES 12 produtos, teve variação de -0,70% em relação ao
COMPANHIA ATRIBUIU MAIORES VENDAS A À mês de agosto. No mês anterior o conjunto de itens
ADOÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PARA A SOJA NA alimentícios essenciais custava R$ 357,97. Em setembro
AMÉRICA E AOS PREÇOS GLOBAIS DO MILHO. de 2016 a cesta básica custou R$ 401,44 e a variação
acumulada nos últimos doze meses ficou em -11,45%.
A norte-americana Monsanto reportou lucro líquido de Na capital amazonense, sete produtos apresenta-
US$ 2,26 bilhões no ano fiscal de 2017, encerrado em 31 de ram queda e cinco tiveram alta no mês analisado.
agosto, resultado cerca de 70% maior em comparação com Em setembro de 2017, houve predominância de
US$ 1,33 bilhão registrados em 2016. queda nos preços do açúcar, da farinha, óleo de soja e
No resultado trimestral, a companhia reverteu o pre- tomate. Por outro lado, houve aumento da banana, pão
juízo líquido de US$ 191 milhões do quarto trimestre fiscal e manteiga o que influenciou na diminuição do custo
do ano passado, em lucro de US$ 20 milhões no mesmo da Cesta em Manaus.
período de 2017. Os dados foram divulgados na manhã O açúcar (-9,60%) foi o produto que apresentou
desta quarta-feira (4) em balanço financeiro da empresa. maior queda no mês seguido da farinha (-6,74%), do
O lucro por ação ficou em US$ 5,09 no ano fiscal de óleo de soja (-5,28%), do tomate (-4,00%), do feijão
2017, superior aos US$ 2,99 obtidos um ano antes. (-3,84%), do leite (-2,33%) e do arroz (-0,61%). A bana-
De acordo com a Monsanto, este desempenho “deverá na (3,40%) foi o produto que apresentou maior alta no
crescer no primeiro trimestre do ano fiscal de 2018”. Para mês seguido do pão (1,67%), da manteiga (1,09%), da
o quarto trimestre, a empresa registrou lucro por ação de carne (1,08%) e do café (0,48%).
US$ 0,05, em comparação com uma perda por ação de US$
0,44 em 2016. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
A receita do quarto trimestre subiu 4,8%, para US$ 2,69
bilhões, ante US$ 2,56 bilhões em igual intervalo de um QUANTIDADE DE PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO
antes, enquanto o consenso dos analistas consultados pela JUDICIAL CAI 58,6% EM SETEMBRO, DIZ SERASA.
FactSet apontava para uma queda a US$ 2,50 bilhões. COMPARAÇÃO É COM O MESMO MÊS DE 2016;
A companhia atribuiu os resultados de vendas à ado- NÚMERO DE FALÊNCIAS TAMBÉM CAIU.
ção de novas tecnologias para a soja na América e os pre-
ços globais do milho. O número de empresas que pediram recuperação
O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ficou em US$ judicial caiu 58,6% em setembro ante o mesmo mês do
3,26 bilhões no acumulado de 2017, em comparação com ano passado. Foram 101 requerimentos. Na compara-
US$ 2,41 bilhões registrados no ano fiscal anterior. Na análise ção com agosto, a queda foi de 41,3%.
trimestral, houve retração de US$ 62 milhões, porém, inferior Os dados são da Serasa Experian e foram divulga-
à redução de US$ 103 milhões do quarto trimestre de 2016. dos nesta quarta-feira (4).
Considerando a pendente fusão com a Bayer, que de- De acordo com os economistas da instituição, a re-
verá ser concluída apenas no início de 2018, a Monsanto tomada do crescimento econômico e a redução da taxa
disse que não forneceria guidance para 2018. No entanto, de juros estão contribuindo para a diminuição dos pe-
um dos segmentos que continuará sendo chave é a tec- didos de recuperação judicial em 2017, após os níveis
nologia Intacta RR2 PROTM para a soja da América do Sul. recordes atingidos no ano passado.
O acordo com a Bayer envolve o volume financeiro de As micro e pequenas empresas foram as que mais
US$ 57 bilhões e deverá criar o maior fornecedor mundial precisaram de intervenção da Justiça nos negócios,
de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas. com 59 pedidos em setembro. As médias vieram na
sequência, com 26. As grandes companhias fizeram 16
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 pedidos.

9
CONHECIMENTOS GERAIS

No acumulado de janeiro a setembro, foram FORÇAS IRAQUIANAS RETOMAM DO ESTADO


1.087 solicitações de recuperação judicial, 26,5% ISLÂMICO O CONTROLE DO CENTRO DE HAWIJA
menos que no mesmo período de 2016, quando ha- CIDADE ERA ÚLTIMO REDUTO DO GRUPO EX-
viam sido registradas 1.479 ocorrências. TREMISTA NO NORTE DO IRAQUE.
Nos primeiros nove meses do ano, as micro e
pequenas empresas fizeram 632 pedidos, enquanto As forças iraquianas anunciaram nesta quinta-fei-
as médias requisitaram 292 e as grandes, 163. ra (5) que retomaram o controle do centro Hawija, o
último reduto do grupo extremista Estado Islâmico
Falências (EI) no norte do Iraque, e afirmaram que prosseguem
Ainda de acordo com o levantamento da Serasa, em seu “avanço” para libertar a região.
os pedidos de falência caíram 4,3% em setembro na As unidades do exército e da polícia, assim como
comparação anual (178 ante 186). Frente a agosto as forças paramilitares de Hashd Al-Shaabi, “liberta-
deste ano, porém, foi registrado aumento de 7,9%. ram o centro de Hawija em sua totalidade e conti-
Novamente as micro e pequenas empresas li- nuam seu avanço”, afirma em um comunicado o ge-
deraram a lista, com 99 requerimentos de falência, neral Amir Yarallah, que coordena as operações.
seguidas pelas grandes empresas, com 40, e pelas A vitória na batalha por Hawija, iniciada em 21
médias, com 39. de setembro, acontece ao mesmo tempo em que as
No acumulado do ano até setembro foram con- forças iraquianas continuam seus combates em outra
tabilizados 1.329 pedidos de falência, queda de frente, no deserto próximo da fronteira com a Síria.
5,4% ante o mesmo período de 2016, quando foram Na área ao longo da fronteira síria, os extremis-
registrados 1.405. tas controlam duas localidades: Rawa e Al-Qaim, do
Nos primeiros nove meses deste ano, as micro e outro lado da província de Deir Ezzor, na Síria. Em
pequenas empresas fizeram 705 pedidos, enquanto 19 de setembro, as forças iraquianas iniciaram uma
as grandes solicitaram 337 e as médias, 287. ofensiva para reconquistar ambas.
Hawija, a 230 km de Bagdá, é uma cidade sunita
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 de mais de 70.000 habitantes que recebeu o apelido
de “Kandahar do Iraque” pela presença de combaten-
INTERNACIONAL tes extremistas e em referência ao reduto dos talibãs
no Afeganistão.
WASHINGTON QUER MIL SOLDADOS ADICIO- A cidade é uma das últimas grandes localidades
NAIS DA OTAN NO AFEGANISTÃO do Iraque sob controle do EI, depois que os extre-
MINISTROS DA DEFESA DOS 29 PAÍSES DO mistas foram expulsos nos últimos meses de grande
GRUPO SE REUNIRÃO EM NOVEMBRO EM BRUXE- parte dos territórios que dominavam desde 2014.
LAS PARA DEBATER DE FORMA MAIS PRECISA AS
SUAS CONTRIBUIÇÕES. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

O governo dos Estados Unidos vai pedir a seus CINCO RAZÕES PELAS QUAIS AS LEIS SOBRE
aliados da Otan que contribuam com mil solda- ARMAS NÃO MUDAM NOS ESTADOS UNIDOS
dos adicionais para ajudar na luta contra os talibãs APESAR DE ONDA DE CLAMORES POR MAIOR
no Afeganistão, afirmou a nova embaixadora da CONTROLE DE ARMAS TODA VEZ QUE HÁ UM MAS-
Washington na Organização do Tratado do Atlântico SACRE COMETIDO POR UM ATIRADOR, EM ÂMBI-
Norte. TO FEDERAL, PELO MENOS, QUASE NÃO HOUVE
Kay Bailey Hutchison indicou que os mil solda- AVANÇO NESSA DIREÇÃO EM DÉCADAS.
dos das forças aliadas se uniriam aos 3.000 militares
adicionais americano que seguem para o Afeganis- Se a história soa familiar é porque uma dinâmica
tão, como parte da nova estratégia do presidente parecida tem se repetido nos últimos anos toda vez
Donald Trump para o país. que um novo incidente envolvendo violência armada
A embaixadora disse que o pedido americano ganha as manchetes nos EUA.
à Otan - cuja missão contribui para a formação do Após o massacre em Las Vegas, em que 58 pes-
exército afegão - ainda não é definitivo. soas foram mortas e mais de 500 feridas por um úni-
“Nosso objetivo é dizer muito rapidamente, em co atirador, ativistas novos e antigos foram a público
duas semanas, o que precisamos exatamente”, afir- pedir leis que restrinjam a aquisição e o porte de ar-
mou. mas.
Os ministros da Defesa dos 29 países da Aliança Em âmbito federal, pelo menos, os clamores por
Atlântica se reunirão em novembro em Bruxelas para uma nova legislação não levaram a quase nenhuma
debater de forma mais precisa as suas contribuições. ação em décadas, apesar de inúmeras pesquisas mos-
trando apoio público generalizado a medidas como
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 reforço na checagem de antecedentes e proibição de
armas de alto poder letal, como fuzis de assalto.

10
CONHECIMENTOS GERAIS

Com um índice tão alto de vítimas fatais desta vez, no Os representantes desses distritos costumam respon-
ataque em Las Vegas, talvez a pressão por mudança seja der diretamente à vontade de seus eleitores fiéis - aqueles
maior. Mas aqui estão cinco grandes obstáculos que exis- que votam em eleições primárias do partido - e que não
tem nesse caminho. querem ser contrariados, principalmente em questões con-
troversas como o direito de portar armas.
1. A Associação Nacional do Rifle A demografia também desempenha um papel no sen-
A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em in- timento pró-armas na Casa, já que existem mais distritos
glês) é um dos grupos de interesse mais influentes da po- rurais com níveis mais altos de posse de armamentos que
lítica americana - não apenas por causa do dinheiro gasto urbanos. Ou seja: alcançar uma maioria pró-controle nas
com lobby, mas também por causa do engajamento de áreas urbanas é pouco para mudar essa realidade política
seus cinco milhões de membros. na Câmara.
A entidade se opõe à maioria das propostas para forta- A não ser que ocorra uma migração em massa de libe-
lecer a regulamentação de armas de fogo e está por trás de rais urbanos sonhando com uma vida no campo, os dados
esforços em âmbitos federal e estadual para reverter várias demográficos continuarão como estão.
restrições a propriedade de armas. No entanto, têm havido esforços para dar uma repre-
Em 2016, a NRA gastou US$ 4 milhões em lobby e con- sentação mais justa na distribuição e apontamento de dis-
tribuições diretas a políticos, assim como mais de US$ 50 tritos. Barack Obama fez disso um de seus objetivos pós-
milhões em campanhas políticas, incluindo cerca de US$ 30 -presidência, e a Suprema Corte atualmente está analisan-
milhões para eleger o presidente Donald Trump. do um questionamento legal aos distritos legislativos de
O orçamento anual global da associação gira em torno Wisconsin, que dão uma nítida vantagem aos republicanos.
de US$ 250 milhões, distribuídos entre programas educa- Mas não será fácil conseguir alguma mudança expressiva.
cionais, centros ligados ao uso de armas, eventos para as-
sociados, patrocínios, assessoria legal e esforços afins. 3. Tática de obstrução
Mas para além dos números, a NRA tem construído Se um projeto de lei de controle de armas conseguisse
reputação em Washington como uma força política capaz sair da Câmara dos Deputados, ainda enfrentaria um desa-
de fazer ou derrubar até mesmo os políticos mais fortes. fio no Senado, onde também pesa a divisão rural-urbana.
A associação classifica os políticos de acordo com seus Os Estados dominados pelos eleitores das grandes cidades,
votos e aloca seus recursos e os de seus membros - tanto como Nova York, Massachusetts ou Califórnia, são supera-
financeiros quanto organizacionais - para apoiar seus de- dos em número por Estados rurais e do sul com sentimen-
fensores mais ferozes e derrotar adversários. tos pró-armas.
Como um ex-congressista republicano disse ao jornal As regras do Senado também permitem que sejam
“The New York Times” em 2013: “Esse foi o único grupo em frustrados esforços no sentido de promulgar uma regula-
que eu disse: ‘Enquanto estiver no cargo, não vou me opor mentação de armas de fogo mais rigorosa graças a uma
à NRA’”. tática de obstrução conhecida como filibuster - que, em
linhas gerais, acaba fazendo com que um projeto que pre-
Será que isso pode mudar? cisava de maioria simples de 51 votos para ser aprovado
Os grupos pró-controle de armas, apoiados por ri- acabe precisando de 60 votos.
cos benfeitores como o ex-prefeito de Nova York Michael Em 2013, após o tiroteio em uma escola de Newtown,
Bloomberg, se tornaram mais organizados nos últimos Connecticut, parecia que medidas para fortalecer as veri-
anos, tentando igualar o poder político da NRA. Mas en- ficações de antecedentes de compra de armas contavam
quanto os defensores das armas continuarem a acumular com um significativo apoio bipartidário no Senado. Após
vitórias legislativas e eleitorais, eles serão dominantes. um esforço combinado de lobby da NRA, no entanto, o
projeto recebeu apenas 56 votos a favor, quatro menos
2. Demografia do Congresso que o necessário para quebrar a obstrução.
As tentativas mais recentes de aprovar novas leis fe- Nenhuma medida de controle de armas chegou perto
derais que regulassem as armas de fogo fracassaram antes de avançar desde então.
mesmo de começar, bloqueadas na Câmara dos Deputados
dos EUA - que está nas mãos dos republicanos desde 2011. Será que isso pode mudar?
Em junho de 2016, um grupo de políticos democratas Donald Trump tem defendido o fim dessa obstrução,
organizou um ato na Casa para protestar contra a decisão que vê como obstáculo para a promulgação de sua agenda
da liderança republicana de não colocar em votação dois legislativa. A maioria dos senadores está, no entanto, publi-
projetos de lei sobre o tema. camente contra a mudança das regras.
A Câmara tende aos direitos pró-armas pela mesma
razão que levou o Partido Republicano a dominá-la recen- 4. Os tribunais
temente - por causa da forma como os distritos são distri- Com o Congresso mais interessado em reverter as re-
buídos por cada Estado (através de legislações estaduais), gulamentações existentes sobre armas de fogo do que em
o partido tem conseguido mais “assentos seguros” e uma implantar novas regras, os Estados com tendência mais à
proporção de cadeiras bem maior do que a indicada pelos esquerda nos Estados Unidos assumiram um papel maior
votos absolutos recebidos. na implementação de medidas de controle de armas.

11
CONHECIMENTOS GERAIS

Após o tiroteio na escola em Newtown, 21 Estados Isso pode ter sido um reflexo do tiroteio em massa re-
aprovaram novas leis de armas, incluindo a imposição de corde daquele ano em uma discoteca de Orlando - mas
proibições de armas de combate em Connecticut, Mary- também uma primeira indicação de uma nova tendência.
land e Nova York.
No entanto, algumas dessas leis enfrentaram outra Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
barreira - o sistema judicial dos EUA. Nos últimos anos, a
Suprema Corte do país decidiu duas vezes que o direito de HOMEM QUE VENDEU ARMAS PARA ATIRADOR
possuir armas pessoais, como pistolas ou revólveres, está DOS EUA SOFRE AMEAÇAS E DIZ QUE NÃO QUERIA
na Constituição. ‘MACHUCAR NINGUÉM’
A Segunda Emenda diz que “sendo necessária à segu- STEPHEN PADDOCK, AUTOR DO MAIOR MASSA-
rança de um estado livre a existência de uma milícia bem CRE DA HISTÓRIA AMERICANA, FEZ APENAS UMA
organizada, o direito das pessoas a manter e portar armas VISITA À LOJA NO INÍCIO DO ANO E COMPROU ‘VÁ-
não deve ser violado”. RIAS ARMAS’; PROPRIETÁRIO REITERA QUE TODAS AS
Os ativistas por controle de armas argumentam que o VENDAS FORAM LEGAIS.
enfoque da cláusula estaria no princípio de criar uma mi-
lícia “bem regulamentada”. Em 2008, no entanto, a corte A loja de armas dirigida por David Famiglietti, que
- altamente dividida - considerou que a Segunda Emen- tem 30 e poucos anos e gosta de caçar animais de grande
da estabelece um amplo direito à titularidade de armas de porte, fica em uma pequena ilha comercial entre as mon-
fogo que proíbe exigências rigorosas de registro de armas tanhas e a areia cinzenta do deserto de Nevada, a meia
pessoais. hora de carro do centro de Las Vegas.
Desde então, instâncias inferiores tem desafiado proi- Desde o último domingo, quando um de seus clien-
bições de armas de combate impostas por Estados, requi- tes abriu fogo contra uma multidão de 20 mil pessoas e
sitos de registro e proibições de porte de arma em público. deixou 59 mortos e mais de 500 feridos, o movimento
Até agora, no entanto, a Suprema Corte declinou de ouvir da loja, até então formado por donos de pequenos sítios,
novos casos ligados ao assunto. militares da reserva e famílias inteiras de entusiastas de
armas pesadas, ganhou companhia indigesta: jornalistas,
Será que isso pode mudar? fotógrafos e cinegrafistas de todo o mundo em busca de
O juiz Neil Gorsuch, nomeado por Trump, deixou claro informações.
que vê os direitos da Segunda Emenda de forma ampla. Na última terça-feira, a BBC Brasil estava entre os no-
O presidente está preenchendo tribunais inferiores com vos visitantes da New Frontier Armory.
juízes pró-direitos a armas. Pelo menos nessa questão, o Quando a reportagem se aproximou do balcão, um
Judiciário parece estar se movendo para a direita. jovem atendente de barba interrompeu uma explicação
sobre as pistolas da vitrine e se adiantou, apontando para
5. A diferença de entusiasmo uma equipe de chineses que carregavam câmaras com
Talvez o segundo maior obstáculo para novas leis de lentes enormes. “Você é um deles?”
controle de armas em âmbito nacional seja que os oponen- Antes da resposta, o homem estendeu um papel gas-
tes tendem a manter e defender fortemente suas crenças, to com o email de Famiglietti, também vice-presidente da
enquanto o apoio à nova regulamentação tende a retroce- Coalizão de Armas de Fogo de Nevada, ligada a Associa-
der e fluir em torno de cada novo caso de violência. ção Nacional do Rifle - principal grupo lobista pró-arma-
A estratégia da NRA e dos políticos pró-armas é aguardar mento dos Estados Unidos e doador de US$ 30 milhões
a tempestade passar - e reter esforços legislativos até que a para a campanha de Donald Trump à Presidência.
atenção se mova para outra direção e protestos desapareçam. Do lado de fora, um homem magro na casa dos 60
Os políticos pró-armas oferecem seus pensamentos anos, notando a frustração deste repórter, pede um is-
e orações, observam momentos de silêncio e pedem que queiro e diz que “o dono (da loja) está aí, sim, vem todos
bandeiras sejam hasteadas a meio mastro. Então, durante a os dias. Mas não quer falar pessoalmente com jornalistas”.
calmaria, os esforços legislativos são protelados e, em últi-
ma instância, retirados do caminho. ‘Não era a intenção’
Na segunda-feira, a secretária de imprensa da Casa Famiglietti proibiu pessoalmente todos os funcioná-
Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse a jornalistas que “há rios e funcionárias de responder a qualquer pergunta da
tempo e lugar para um debate político, mas agora é hora imprensa.
de se unir como país”. Deu ordem para que informassem a todos que ape-
Trump, em comentários ao sair da Casa Branca para nas ele, o presidente da New Frontier Armory, seria a fon-
viagem a Porto Rico, disse que “falaremos sobre leis de ar- te para perguntas sobre o ocorrido.
mas com o passar do tempo”. A reportagem esperou duas horas até que um alerta
no celular mostrasse uma resposta em formato de nota
Será que isso pode mudar? oficial, na qual Famiglietti confirmava que o atirador Ste-
De acordo com uma pesquisa realizada durante a cam- phen Paddock, que se suicidou quando a polícia estava
panha presidencial de 2016, armas foram uma questão im- prestes a arrombar seu quarto, havia comprado “várias
portante tanto para democratas quanto para republicanos. armas de fogo” ali no início do ano.

12
CONHECIMENTOS GERAIS

Ele fez apenas uma visita à New Frontier Armory. No caixa, um recipiente plástico com uma espécie de
O texto também ressaltava que todos os requisitos crânio guardava chocolates. A reportagem quis provar
locais, estaduais e federais haviam sido preenchidos um e não conteve o susto ao tirar o bombom: “Bang!
pelo atirador, e apontava que, desde o evento, a loja vi- Você está morto”, “disse” a caveira.
nha colaborando “de todas as maneiras possíveis” com Nas paredes, alvos de tiro em formato humano se
as investigações do FBI. enfileiram por 99 centavos de dólar. Um deles, chamado
As respostas técnicas satisfizeram boa parte da im- “homem mau”, retrata um homem com cara de poucos
prensa americana, que vem repetindo as aspas de Fami- amigos apontando uma pistola.
glietti à exaustão.
Mas os jornais acabaram deixando de lado trechos ‘Armas alteradas’
mais pessoais do texto. Após receber a nota oficial, a reportagem retornou
“Não vendemos estas armas com a intenção de que o email de Famiglietti de dentro da loja, perguntando se
ele pudesse machucar alguém de qualquer maneira, poderia tirar mais algumas dúvidas.
caso se prove que ele usou essas armas específicas nes- “Responderei com prazer”, respondeu o proprietário
te crime terrível”, diz o proprietário. em poucos minutos.
Ele prossegue: “Seria como se culpassem o hotel As novas perguntas se referiam a um eventual “es-
Mandalay Bay por alugar um quarto (para ele), ou as tigma”, destacado por veículos de imprensa americanos,
autoridades por nos darem permissão para fornecer a que defensores do armamento estariam enfrentando
arma - isso obviamente não foi feito com intenções mal- após o maior assassinato em massa da história do país.
dosas.” Após o episódio, políticos do partido Democrata vêm
Famiglietti também diz, na nota enviada à reporta- pressionando o governo por leis federais mais exigentes
gem, que ele e seus funcionários vêm sendo alvos de no controle de vendas de armas e acessórios - algo que
ameaças e difamação desde o massacre. o presidente Trump voltou a se recusar a comentar em
“Desde que saiu a notícia de que nós somos uma visita rápida a Las Vegas na terça-feira.
das várias lojas onde Paddock comprou armas de fogo A BBC Brasil também perguntou qual era o perfil dos
nesta área, eu e meus empregados estamos recebendo clientes da loja e se há planos de mudanças ou reforços
mensagens de ódio com ameaças, telefonemas e SMSs nas verificações feitas sobre quem pretende comprar ar-
ameaçadores”, diz. mamento.
“Mesmo sabendo que isso não é o importante nes- As respostas, até a publicação desta reportagem,
te momento, pedimos que as pessoas deixem sua raiva não haviam chegado.
onde ela está em vez de ameaçar e machucar outras Na única nota enviada, o dono da loja também afir-
pessoas.” mou que as armas vendidas ao atirador “não saíram do
A loja vem recebendo ataques em comentários e estabelecimento com a capacidade de fazer o que vimos
avaliações no Google e em portais especializados. “Óti- e ouvimos, sem modificações”.
mo lugar para se abastecer para um assassinato em “Não eram armas completamente automáticas e não
massa”, diz um recente. haviam (sido) modificadas de nenhuma forma (legal ou
ilegal) quando compradas de nós.”
Por dentro da loja Desde que o Congresso americano aprovou a Lei de
A tensão, entretanto, não parece ter abatido as Proteção dos Proprietários de Armas de Fogo, em 1986,
vendas. Nas duas horas em que a reportagem esteve o acesso de civis a armas novas e totalmente automáti-
presente, duas pistolas foram vendidas, além de vários cas se tornou extremamente restrito.
acessórios e materiais de proteção. Milhares de armas consideradas “de direito adqui-
Atrás do balcão, pai e filho perguntavam sobre um rido” - fabricadas e registradas antes de 1986 - ainda
fuzil belga, vendido por US$ 2.549 (R$ 7,9 mil). podem ser compradas, mas por preços bastante altos e
“Que caro, pai!”, disse o menino. Ambos se interes- com necessidade de aprovação pelo Escritório de Álcool,
saram mais por uma Colt semiautomática (US$ 1059, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos do governo ameri-
equivalente a R$ 3,3 mil). cano, em Washington.
Pelo menos 200 armas ficam em exposição no esta- A polícia americana diz que o atirador usou um aces-
belecimento, que abre de domingo a domingo. sório legal em 12 de seus rifles semiautomáticos para
As prateleiras não têm só armas, silenciadores e mu- que eles pudessem disparar centenas de rodadas por
nição. minuto.
Também são vendidas camisetas como a que diz Os dispositivos foram encontrados no quarto de Pa-
“Apocalipse Zumbi - ajudando os vivos a continuarem ddock no hotel Mandalay Bay - junto a um total de 23
vivos e os mortos a continuarem mortos”. armas de fogo.
Uma série de DVDs da marca “Táticas Vikings, feita Os “bump-stocks”, ou adaptadores deslizantes de
de guerreiros para guerreiros” ocupa uma prateleira in- fogo”, permitem que os rifles semiautomáticos disparem
teira e ensina desde fundamentos básicos para tiros de a uma velocidade semelhante à de uma metralhadora - e
carabina e rifle, até dicas para acompanhar animais de podem ser comprados sem as checagens exigidas para a
caça sem ser percebido. compra de armas automáticas.

13
CONHECIMENTOS GERAIS

De acordo com o site de vendas online da loja, o GÁS SARIN É ENCONTRADO NAS ROUPAS DAS
produto não é comercializado pela New Frontier Armory. ACUSADAS PELA MORTE DO IRMÃO DE KIM JONG-UN
KIM JONG-NAM MORREU 20 MINUTOS DEPOIS DE
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 SER ATINGIDO NO ROSTO PELO AGENTE NEUROTÓXI-
CO VX, UM TIPO ALTAMENTE LETAL DO GÁS SARIN.
TRUMP VISITA SOBREVIVENTES DE MASSACRE
DE LAS VEGAS Vestígios de um tipo altamente letal do gás sarin, o agen-
ATIRADOR MATOU 58 PESSOAS E DEIXOU MAIS te neurotóxico VX, foram encontrados nas roupas das duas
DE 500 FERIDAS DURANTE FESTIVAL DE MÚSICA acusadas pelo assassinato na Malásia do meio-irmão do líder
COUNTRY NO DOMINGO (2).’EUA SÃO VERDADEIRA- norte-coreano, afirmou um químico durante o julgamento.
MENTE UM PAÍS EM LUTO’, DISSE PRESIDENTE, QUE Esta é a 1ª prova que vincula diretamente as duas mu-
ELOGIOU MÉDICOS E POLICIAIS E TEVE ENCONTRO lheres ao agente neurotóxico VX, considerado uma arma
PRIVADO DE 90 MINUTOS COM VÍTIMAS. de destruição em massa.
No dia 13 de fevereiro, Kim Jong-Nam, meio-irmão
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do líder norte-coreano Kim Jong-Un, morreu 20 minutos
esteve nesta quarta-feira (4) em Las Vegas para se en- depois de ser atingido no rosto por este produto quando
contrar com sobreviventes do maior ataque a tiros da estava no aeroporto internacional de Kuala Lumpur.
história dos Estados Unidos. Um atirador matou 58 pes- A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Thi Huong, acu-
soas e deixou mais de 500 feridas durante um festival de sadas pelo crime, estão sendo julgadas desde segunda-fei-
música country no domingo (2). ra na Alta Corte de Shah Alam, subúrbio de Kuala Lumpur,
Acompanhado da primeira-dama, Melania, o presi- onde fica o aeroporto.
dente visitou um hospital para conversar com vítimas e “Encontramos VX na camisa sem mangas de Siti Ais-
médicos que trabalharam no atendimento às vítimas. O yah”, declarou o químico Raja Subramaniam durante seu
casal passou 90 minutos em um encontro privado com depoimento nesta quinta-feira como testemunha.
as vítimas e suas famílias, sem cobertura da imprensa. A camisa usada por Huong tinha VX em estado puro e
Ainda no hospital presidente cumprimentou médi- uma substância usada para fabricar veneno. Também havia
cos e responsáveis pelo primeiro atendimento no dia do vestígios de veneno em suas unhas, completou.
ataque e agradeceu ao trabalho deles. Trump disse que As imagens das câmeras de segurança do aeroporto
conheceu “algumas das pessoas mais incríveis” e con- mostram o momento em que as duas mulheres se aproxi-
vidou alguns dos profissionais a visitá-lo em Washing- maram de Kim antes de jogar o líquido em seu rosto.
ton. “É de deixar qualquer um muito orgulhoso por ser As duas foram detidas pouco depois do assassinato e
americano quando vemos o trabalho que eles fizeram”, podem ser condenadas à pena de morte.
comentou. Na abertura do julgamento, na segunda-feira, as duas
Trump se reuniu ainda com policiais, membros de se declararam inocentes. Ao longo da investigação, elas
equipes de emergência e cidadãos civis que ajudaram a negaram que desejavam cometer um assassinato e afirma-
socorrer vítimas no domingo, a quem também elogiou. ram que foram enganadas, que acreditavam estar partici-
“Vocês mostraram ao mundo e o mundo está assistindo, pando de um programa de televisão do tipo “pegadinha”.
e vocês mostraram o que é profissionalismo”. Os advogados de defesa afirmam que os culpados são
Na sede da Polícia Metropolitana de Las Vegas, ele norte-coreanos que fugiram da Malásia.
fez uma declaração à imprensa, na qual disse que “os A Coreia do Sul acusa o Norte de ter organizado o as-
EUA são verdadeiramente um país em luto”. sassinato, o que Pyongyang nega. Kim Jong-Nam criticava
“Não podemos ser definidor pelo mal que nos amea- o regime norte-coreano e vivia no exílio.
ça ou pela violência que incita esse terror. Somos defi-
nidos por nosso amor, nosso cuidado e nossa coragem”, Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
afirmou.
O chefe de Estado americano classificou o massa- APÓS PRISÃO NO BRASIL, ITÁLIA NEGOCIA EXTRA-
cre como “ato de pura maldade” no primeiro pronuncia- DIÇÃO DE BATTISTI
mento que fez após um atirador atingir a multidão. Nes- CESARE BATTISTI FOI PRESO NESTA QUARTA EM
se primeiro discurso, Trump não fez nenhuma referência CORUMBÁ. ELE FOI CONDENADO À PRISÃO PERPÉTUA
a um aumento no controle na venda de armas. Desde NA ITÁLIA.
a campanha eleitoral de 2016, ele está alinhado com a
postura da Associação Nacional de Rifles (NRA). O governo italiano confirmou, sua vontade de obter
Nesta quarta, questionado por jornalistas, Trump do Brasil a extradição do ex-militante de extrema-esquerda
voltou a evitar a discussão sobre controle de armas e Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália e de-
disse mais uma vez que este não é o momento apropria- tido ontem na fronteira brasileira com a Bolívia.
do para discutir a questão. Battisti foi preso nesta quarta em Corumbá, cidade
fronteiriça com a Bolívia, levando mais de R$ 10 mil em
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 dinheiro sem declarar à Polícia Federal. É suspeito de co-
meter crime de evasão de divisas.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

“Hoje trabalhamos com o embaixador (italiano no Bra- Centenas de policiais intervieram em centros de vo-
sil, Antonio) Bernardini para trazer Battisti para a Itália e tação, utilizando cassetetes para dispersar os militantes
entregá-lo à Justiça. Continuamos trabalhando com as au- concentrados na frente desses espaços para protegê-los e
toridades brasileiras”, declarou o ministro italiano das Rela- conseguir realizar a votação. Mais de 800 pessoas ficaram
ções Exteriores, Angelino Alfano. feridas. O governo espanhol considera o referendo ilegal,
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Co- alegando que a Constituição declara que o país é indivisí-
munismo, Battisti, hoje com 62 anos, foi condenado à pri- vel.
são perpétua na Itália por quatro homicídios ocorridos na Durante seu pronunciamento, Puigdemont criticou o
década de 1970 e fugiu para o Brasil em 2004, onde viveu rei Filipe VI, que em seu discuso “ignorou as pessoas que
na clandestinidade. Foi detido no Rio de Janeiro em 2007. foram vítimas de violência policial”.
Dois anos depois, a pedido do país europeu, o Supre- “O rei faz dele o discurso e as políticas do governo de
ma Tribunal Federal autorizou sua extradição, que foi nega- Mariano Rajoy, que têm sido catastróficos em relação à Ca-
da em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. talunha, e ignora deliberadamente a milhões de catalães
Desde 2007, Battisti ficou detido por quatro anos antes que não pensamos como eles”, afirmou o presidente cata-
de ser posto em liberdade em junho de 2011. lão, dizendo que “não podemos compartilhar nem aceitar”
O último pedido de extradição por parte da Itália foi a mensagem do rei.
em 25 de setembro e, segundo a imprensa italiana, o pre- Nesta terça, o rei criticou a conduta dos líderes cata-
sidente Michel Temer teria-se mostrado favorável, o que lães, dizendo que eles violaram as leis do Estado espanhol
pode ter motivado a “tentativa de fuga” de Battisti para a e demonstraram uma “deslealdade inadmissível”.
Bolívia. A Espanha vive uma de suas piores crises políticas dos
últimos 40 anos, desde que o executivo separatista cata-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 lão decidiu organizar este referendo de autodeterminação
apesar de sua proibição.
PRESIDENTE DA CATALUNHA PEDE MEDIAÇÃO
PARA RESOLVER CRISE COM GOVERNO ESPANHOL Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
CARLES PUIGDEMONT CONTINUA DEFENDENDO
APLICAÇÃO DE REFERENDO INDEPENDENTISTA. GO- UNIÃO EUROPEIA PEDE DIÁLOGO NA CATALUNHA,
VERNO CATALÃO DEVE DECLARAR INDEPENDÊNCIA MAS DEFENDE MADRI
NA PRÓXIMA SEGUNDA, DIZ FONTE. ‘CHEGOU O MOMENTO DE ENCONTRAR UMA SAÍ-
DA PARA O BECO SEM SAÍDA’, DIZ AUTORIDADE EURO-
O presidente do governo da Catalunha, Carles Puigde- PEIA. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DA CATALU-
mont, afirmou nesta quarta-feira (4) que a crise envolven- NHA PODE SER FEITA NA PRÓXIMA SEGUNDA, SEGUN-
do esta região autônoma e o governo espanhol precisa de DO FONTE.
uma mediação, sem voltar atrás na sua defesa pela aplica-
ção do resultado do referendo independentista do último A Eurocâmara pediu “diálogo”, nesta quarta-feira (4),
domingo. diante da crise aberta na Espanha com o referendo de in-
“Este momento precisa de mediação. Recebemos inú- dependência na Catalunha, ao mesmo tempo em que a
meras propostas nas últimas horas e vamos receber mais. Comissão Europeia justificou o uso da força em alguns mo-
Todas elas sabem que estou pronto para iniciar um proces- mentos para garantir “a supremacia do Direito”.
so de mediação”, afirmou. “Vou repetir quantas vezes for Os eurodeputados dos principais grupos também pe-
necessário: diálogo e acordo são parte da cultura política diram às autoridades da Catalunha que evitem uma decla-
do nosso povo. No entanto, o Estado não deu nenhuma ração unilateral de independência, cuja adoção, segundo o
resposta positiva a essas ofertas”, acrescentou. porta-voz dos social-democratas Gianni Pittella “colocaria
Os dirigentes catalães garantem que venceram o refe- mais lenha na fogueira”.
rendo com 90% dos votos – 2,02 milhões de apoios sobre No entanto, o governo catalão liderado por Carles
um censo de 5,3 milhões de eleitores – e agora querem Puigdemont parece disposto a declarar unilateralmente a
declarar a independência de maneira unilateral. O governo independência, o que poderia acontecer já na próxima se-
catalão liderado por Carles Puigdemont parece disposto a gunda-feira (9), durante uma sessão do Parlamento regio-
declarar unilateralmente a independência, o que poderia nal, de acordo com uma fonte do governo.
acontecer já na próxima segunda-feira (9), durante uma “Chegou o momento de dialogar, de encontrar uma
sessão do Parlamento regional, de acordo com uma fonte saída para o beco sem saída, de trabalhar dentro da ordem
do governo. constitucional da Espanha”, declarou em nome da Comis-
“No último domingo conseguimos fazer um referendo são seu vice-presidente, Frans Timmermans, durante um
diante de um oceano de dificuldades e de uma repressão debate convocado pela Eurocâmara sobre a situação na
sem precedentes. Ontem demos um exemplo no respeito Catalunha, após a resposta policial de Madri para impedir a
à greve-geral. E nos próximos dias voltaremos a mostrar a celebração do referendo do último domingo (1º).
melhor cara do nosso país quando as instituições da Cata- As imagens da atuação policial no domingo na Catalu-
lunha terão que aplicar o resultado do referendo”, disse o nha, com apreensão de urnas e agressões contra pessoas
presidente catalão. que desejavam votar no referendo de independência con-

15
CONHECIMENTOS GERAIS

siderado ilegal, obrigaram a UE a fazer um pronunciamen- O G1 não conseguiu localizar o advogado Eduar-
to além de sua habitual resposta de considerar a situação do Siano, que defende Talita, para comentar a deci-
um “assunto interno” da Espanha. são liminar do desembargador Newton Neves, da 16ª
Timmermans, autoridade europeia sobre o Estado de Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça (TJ)
Direito e a Carta de Direitos Fundamentais, afirmou que de São Paulo, que na última terça-feira (3) negou o
“a violência não resolve nada na política”, mas destacou habeas corpus em caráter liminar feito pela defesa
que “todos os governos têm que respeitar a supremacia da motorista.
do Direito e isto exige, às vezes, um uso proporcional da Siano havia pedido para o TJ reverter a tipifi-
força”. cação criminal de homicídio doloso para homicídio
culposo, no qual não há intenção de matar, e, desse
‘Consenso’ modo, soltasse sua cliente para que ela respondesse
“Há um consenso geral de que o governo regional ao processo em liberdade.
da Catalunha optou por ignorar a lei ao organizar o refe-
rendo celebrado no domingo passado”, o qual havia sido Assumiu risco
proibido pela Justiça espanhola, completou o vice-presi- O desembargador não atendeu à solicitação da
dente da Comissão, para quem a União Europeia é uma defesa, lembrando que, segundo a polícia, Talita
“comunidade baseada no Direito”. “após ter ingerido bebida alcoólica e mesmo assim
Timmermans evitou responder, durante o discurso, ter dirigido veículo automotor por uma via tão pe-
os pedidos das autoridades catalãs por uma “mediação rigosa, ter assumido o risco de causar um acidente
internacional”, reiterando a demanda da UE “a todos os com vítima fatal”. O mérito do pedido ainda será jul-
atores pertinentes a avançar para passar do confronto ao gado futuramente por outros desembargadores do
diálogo”. TJ.
“Isto é um assunto interno da Espanha, que deve ser Foi a terceira derrota da defesa de Talita na Jus-
resolvido com base no âmbito constitucional espanhol”, tiça. A primeira havia sido na audiência de custódia
reiterou o vice-presidente da Comissão, que reproduz, as- do último domingo (1º), quando a juíza Carolina Na-
sim, os principais argumentos do governo espanhol do barro Munhoz Rossi, do Fórum da Barra Funda, Zona
primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy. Oeste, converteu a prisão em flagrante da motorista
em prisão preventiva para que ela fique detida até
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 seu eventual julgamento.
Dias depois disso, o juiz Luis Gustavo Esteves
VIOLÊNCIA Ferreira, da 5ª Vara do Júri, também no Fórum da
Barra Funda, negou o pedido do advogado de Talita
JUSTIÇA NEGA LIBERDADE E MANTÉM PRISÃO DE para anular a prisão preventiva determinada pela juí-
MOTORISTA QUE MATOU 3 NA MARGINAL TIETÊ za da audiência de custódia.
TJ NEGOU NESTA SEMANA HABEAS CORPUS FEI- “Os delitos, em tese, imputados à indiciada, além
TO PELA DEFESA DE TALITA TAMASHIRO, QUE EM 30 de ostentarem gravidade acentuada, geram inequí-
DE SETEMBRO ATROPELOU E MATOU VÍTIMAS QUAN- voca intranquilidade social, já que, a despeito das
DO DIRIGIA EMBRIAGADA, AO CELULAR E COM CNH inúmeras campanhas públicas educativas, infeliz-
SUSPENSA. mente, tem-se tornado fato corriqueiro mortes no
trânsito por conta da nefasta combinação entre ál-
A Justiça de São Paulo negou nesta semana o pedido cool, condução de veículo automotor, excesso de ve-
de liberdade feito pela defesa da motorista que atrope- locidade e impunidade, motivos que, por si sós, já
lou e matou três pessoas na Marginal Tietê. Talita Sayuri reclamam diferenciado rigor na imposição das medi-
Tamashiro, de 28 anos, foi presa em flagrante no último das cautelares, de modo a assegurar o primado da lei
dia 30 de setembro por homicídio doloso - quando há e a garantia da ordem pública”, havia escrito.
intenção ou se assume o risco de matar - e embriaguez O teste de bafômetro feito logo depois do aci-
ao volante. dente apontou que a motorista tinha 0,48 miligrama
Na madrugada daquele sábado, Talita saiu embriaga- de álcool por litro de ar em seu organismo. Segundo
da da balada Villa Mix, na Vila Olímpia, Zona Sul da capi- o artigo 306 do Código Brasileiro de Trânsito, dirigir
tal, pegou seu Honda Fit verde, mesmo com a carteira de sob influência de álcool acima de 0,34 miligrama dá
habilitação suspensa, e dirigiu o veículo enquanto usava de seis meses a 3 anos de prisão, além da suspensão
o celular. da habilitação.
Na sequência, ela bateu o veículo em uma BMW pre- Talita já estava com a carteira suspensa desde ju-
ta, estacionada no acostamento da via expressa, altura da nho deste ano por ter atingido 36 pontos (o limite é
Ponte dos Remédios da marginal, sentido Rodovia Ayrton 20). Ela está presa atualmente na Penitenciária Femi-
Senna. Na colisão, atropelou o fisioterapeuta Raul Fernan- nina de Tremembé, interior do estado.
do Nantes Antonio, de 48, a auxiliar administrativa Aline
Jesus Souza, 28, e a gerente de estacionamento Vanessa Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
Lopes Relva, também de 28. O trio morreu no local.

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CONHECIMENTOS GERAIS

SUSPEITO DE ABUSAR SEXUALMENTE DE ENTEA- Além da prisão preventiva, o juiz Raphael Leite Guedes
DA É PRESO EM ITUIUTABA também atendeu ao pedido do Ministério Público para que
SEGUNDO A POLÍCIA CIVIL, INVESTIGAÇÕES APU- o telefone celular de Jânio Silva de Abreu seja periciado em
RAM SE ATOS DE VIOLÊNCIA SERIAM COMETIDOS busca de fotografias, vídeos e conversas que comprovem
CONTRA MENINA DESDE QUE ELA TINHA 6 ANOS DE os crimes praticados pelo professor. O magistrado deter-
IDADE. minou que o aparelho seja encaminhado à Polícia Civil, que
deverá apresentar um laudo pericial no prazo de 20 dias.
Um homem de 44 anos foi preso nesta quarta-feira
(4) sob suspeita de abusar sexualmente da enteada de 11 Penas
anos em Ituiutaba. De acordo com a Polícia Civil, um in- O crime de estupro de vulnerável tem pena prevista de reclu-
quérito sobre o caso foi aberto no dia 29 de setembro, são de oito a 15 anos. Para o assédio sexual, o Código Penal prevê
depois que a criança relatou para um funcionário da escola pena de detenção de um a dois anos. Por ato obsceno, o profes-
onde estuda que sofria violência sexual desde os 6 anos sor estaria sujeito a detenção de três meses a um ano ou multa.
de idade. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu
Ainda segundo a polícia, o relato da criança foi passa- artigo 241-A, pena de reclusão pelo período de três a seis
do para o Conselho Tutelar, que encaminhou a denúncia anos, além de multa. Já no art. 241-B, a pena prevista é de
para a Delegacia de Atendimento à Mulher, à Criança e ao reclusão de um a quatro anos, mais multa.
Idoso. No Posto Médico Legal, o exame de corpo de delito
confirmou que a menina teve relações sexuais. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
A delegada Daniela Diniz Medeiros, que está à frente
do caso, disse que testemunhas já começaram a ser ouvi- SEGURANÇA DE CRECHE EM JANAÚBA ATEIA
das e as investigações apontam que a criança era abusada FOGO EM CRIANÇAS DEIXANDO MORTOS E FERIDOS
pelo padrasto há cerca de cinco anos. Conforme relato da ELE TAMBÉM ATEOU FOGO NELE
enteada, o homem aproveitava os momentos em que a
mãe da criança saía para trabalhar para cometer o abuso. Pelo menos três crianças morreram queimadas em uma cre-
O suspeito do crime foi encaminhado para o presídio. che em Janaúba, no Norte de Minas, na manhã desta quinta-feira
(5). Segundo as primeiras informações da Polícia Militar, o guarda
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 da creche ateou fogo em algumas crianças e em seu próprio cor-
po. Ainda não há informações sobre o seu estado de saúde.
JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE PROFESSOR SUSPEI- O Samu foi acionado e está no local. O número de fe-
TO DE ABUSAR DE ALUNAS NO MARANHÃO ridos ainda não foi divulgado, mas segundo o Samu, várias
O PROFESSOR COSTUMAVA ACARICIAR AS ALU- crianças sofreram queimaduras.
NAS, ALÉM DE PEDIR QUE ELAS LHE FIZESSEM MAS-
SAGENS, SOB PENA DE SEREM SUSPENSAS DA SALA Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
DE AULA CASO RECUSASSEM.
MORADORES FIXAM PLACA EM RUA PARA AVISAR
Justiça decretou, na última segunda-feira (2), a prisão SOBRE ALTO ÍNDICE DE ASSALTOS EM CARUARU
temporária de um professor de Bom Jardim (MA) após de- RUA ESTÁ LOCALIZADA NO BAIRRO PETRÓPOLIS,
núncias de que ele estaria abusando sexualmente de alu- EM CARUARU. PADRE JÁ FOI ASSALTADO NO LOCAL.
nas de uma escola municipal.
A Denúncia, assinada pelo promotor de justiça Fábio Moradores da rua Visconde de Cairú fixaram placas
Santos de Oliveira, enquadra as condutas praticadas por para avisar sobre o alto índice de assaltos no local. A rua
Jânio de Abreu como estupro de vulnerável, assédio se- está localizada no Bairro Petrópolis, em Caruaru, Agreste
xual, ato obsceno. Além disso, o professor transmitiu ví- de Pernambuco, e fica próxima a uma faculdade, colégio
deos e fotos contendo cenas de sexo com crianças e ado- particular, e uma escola pública do município.
lescentes, e armazenou em seu celular pornografia envol- Perto da rua ainda há um hotel e um posto de combus-
vendo criança ou adolescente. tíveis. A dona de casa Sônia Cavalcante foi uma das mo-
No pedido de prisão preventiva, o promotor afirma radoras que teve a iniciativa de colocar as placas no local.
que o denunciado representa perigo para a sociedade, “A insegurança está grande. Teve um dia que perto das
podendo continuar com as práticas. “Trata-se verdadeira- 12h levaram o carro de um vizinho. Eu já fui abordada por
mente de um pedófilo, que certamente continuará a estu- assaltantes na frente da minha casa. Eles estavam armados
prar, praticar ato libidinoso, assediar, constranger outras e eu saí correndo. Na minha casa tem câmeras de segu-
crianças e adolescentes, ainda que não sejam elas suas rança e eu sempre denuncio esse tipo de crime”, detalhou.
alunas em sala de aula”, ressalta. Segundo Sônia, até o padre da paróquia do bairro foi
O professor costumava acariciar as alunas, além de pe- vítima de assalto. “Nós queremos alertar para essa falta de
dir que elas lhe fizessem massagens, sob pena de serem segurança. Depois das denúncias, vejo que o carro da polí-
suspensas da sala de aula caso recusassem. Além disso, cia tem passado mais vezes na rua”, contou a dona de casa.
ele fazia gestos obscenos e mostrava vídeos pornográficos
aos alunos no espaço de aprendizagem. Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017

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CONHECIMENTOS GERAIS

MEIO AMBIENTE COMO ANIMAIS DA COSTA DO JAPÃO FORAM PA-


RAR NOS EUA - GRAÇAS A UM TSUNAMI
ONG DIZ QUE ANIMAIS DA AMAZÔNIA SO- ONDAS GIGANTES ARRASTARAM CENTENAS DE
FREM COM SELFIES DE TURISTAS OBJETOS PARA O MAR -- DE PEQUENOS PEDAÇOS DE
BOTO-COR-DE-ROSA É PRINCIPAL ANIMAL PLÁSTICO A BARCOS DE PESCA --, QUE SERVIRAM DE
OFERECIDO POR AGÊNCIAS PARA INTERAÇÃO TRANSPORTE PARA CENTENAS DE ESPÉCIES DE CRIA-
COM OS VISITANTES. TURAS MARINHAS.

Os animais da Amazônia sofrem com a atividade Cientistas identificaram centenas de espécies ma-
turística na região, que em muitos casos submete es- rinhas japonesas na costa dos Estados Unidos. Elas cru-
pécies como o boto-cor-de-rosa e o bicho-preguiça zaram o Oceano Pacífico após o tsunami causado pelo
a longas sessões de fotos, alertam ativistas da ONG terremoto de 2011.
World Animal Protection. Mexilhões, estrelas do mar e centenas de outras fa-
A organização, com sede na Inglaterra, publicou mílias de criaturas marinhas foram transportadas pelas
esta semana um relatório em que afirma que desde águas, muitas vezes pegando carona em resíduos plás-
2014 as fotos de pessoas com animais no Instagram ticos.
aumentaram 292% no mundo todo. E em 40% delas, Os pesquisadores ficaram surpresos com o fato de
os humanos aparecem “abraçando ou interagindo de que muitos sobreviveram à longa jornada, com novas es-
forma inadequada com um animal selvagem”. pécies desembocando nas praias ainda em 2017.
Com frequência, os animais são capturados e Em março de 2011, um forte terremoto abalou o nor-
maltratados antes de serem exibidos aos turistas, deste do Japão, desencadeando um enorme tsunami que
aponta a World Animal Protection, que se infiltrou atingiu quase 39 metros de altura, varrendo a costa do
em excursões na selva amazônica do Brasil e do Peru país. Mais de 15 mil pessoas morreram.
para registrar estas interações. As ondas gigantes arrastaram centenas de objetos
“Atrás das câmeras, estes animais costumam ser para o mar - de pequenos pedaços de plástico a barcos
espancados, separados de suas mães quando bebês de pesca.
e guardados secretamente em lugares sujos e aper- Um ano depois, os cientistas começaram a encontrar
tados; ou são cevados reiteradamente com alimentos destroços do tsunami, com criaturas vivas agarradas a
que podem ter um impacto negativo a longo prazo eles, desembocando no Havaí e na costa oeste dos EUA,
em seu organismo e comportamento”, afirma o gru- do Alasca à Califórnia.
po. “Centenas de milhares de criaturas foram transporta-
“Com muita frequência os turistas desconhecem das e chegaram à América do Norte e às ilhas do Havaí
completamente esta crueldade que torna os animais - a maioria dessas espécies nunca esteve no nosso radar
submissos e disponíveis”, acrescenta. como seres transportados pelo oceano em detritos mari-
Em Manaus, capital do estado do Amazonas, 94% nhos”, afirmou à BBC James Carlton, do Williams College
dos 18 passeios turísticos visitados pela World Ani- e Mystic Seaport, principal autor do estudo.
mal Protection ofereciam a oportunidade de “segu- “Muitos dos destroços ainda estão por aí e pode ser
rar e tocar animais selvagens” para tirar fotografias. que algumas dessas espécies japonesas ainda cheguem.
Em tais pacotes, o boto-cor-de-rosa era o animal Não ficaria surpreso se um pequeno barco de pesca japo-
mais oferecido pelos agentes para este tipo de con- nês perdido em 2011 aparecesse 10 anos após o evento”.
tato, seguido da preguiça-de-três-dedos, crocodilos, A pesquisa, publicada na revista Science, descobriu
anacondas verdes e macacos. 289 espécies diferentes até o momento. Os mexilhões são
Roberto Cabral, coordenador das operações de os mais comuns, mas há também caranguejos, mariscos,
fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente anêmonas e estrelas do mar.
(Ibama), disse em uma entrevista à AFP que manter Os cientistas ainda estavam identificando novas espé-
animais em cativeiro para estes fins é ilegal no Brasil, cies quando o estudo chegou ao fim, em 2017, seis anos
mas que infelizmente isto “acontece”. após o tsunami.
Porém, “no contexto geral de tráfico de animais De acordo com os pesquisadores, muitas outras es-
e de caça que existe no Brasil, embora (a exploração pécies provavelmente fizeram a jornada e até agora não
turística de animais) seja impactante, é algo míni- foram descobertas. Atualmente, nenhuma colônia de in-
mo”, apontou. vasores foi estabelecida, mas a equipe acredita que isso
“A ironia é que o turista que normalmente tira pode acontecer.
fotos com o animal é aquele turista que adora os “Quando vimos espécies do Japão chegarem ao Ore-
animais e, na realidade, está contribuindo para o seu gon, ficamos chocados. Nunca pensamos que pudessem
mal-estar, captura e matança”, acrescentou Cabral. viver tanto tempo, em condições tão difíceis”, disse John
Chapman, da Universidade de Oregon, coautor do estudo.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 “Não me surpreenderia se houvesse espécies do Ja-
pão que estão por aí vivendo ao longo da costa do Ore-
gon. Na verdade, me surpreenderia se não houvesse”.

18
CONHECIMENTOS GERAIS

O elemento chave que tornou isso possível, de acordo “Comecei a me questionar se era realmente uma es-
com os pesquisadores, é a presença na água de plástico, peécie diferente, ou se as pessoas estavam apenas cha-
fibra de vidro e outros produtos que não se decompõem. mando os ratos normais de ‘vika’”, conta ele.
“A madeira levada pelo tsunami durou pouco tempo
em comparação com a natureza duradoura do plástico”, Em novembro de 2015, no entanto, um guarda am-
disse Carlton. biental viu um rato enorme rolando de uma árvore de 10
“Por muito tempo, se uma planta ou um animal fosse metros derrubada por lenhadores.
transportado por uma jangada pelos oceanos, seu barco A queda matou o animal, mas o guarda enviou o
literalmente se dissolveria por baixo deles. O que fizemos corpo para o Museu de Queensland, na Australia, onde
agora é fornecer a essas espécies jangadas bastante dura- Lavery era um pesquisador associado.
douras, mudamos a natureza de seus barcos”. “Assim que examinei o espécime, sabia que havia
Movendo-se muito mais devagar do que as embar- algo de diferente”, diz ele.
cações, as balsas de plástico ou de fibra de vidro deram “Só existem oito espécies de ratos nativos das Ilhas
tempo às espécies para se adaptar gradualmente ao seu Salomão, e olhando as características do crânio, conse-
novo ambiente, tornando mais fácil a reprodução e para gui excluir boa parte das espécies imediatamente.”
suas larvas se prenderem aos detritos. Depois de um teste de DNA, Lavery confirmou que
Os pesquisadores estão preocupados com o fato de era uma nova espécie, que ele nomeou de Uromys vika.
que, com tanto plástico nos oceanos, e com a mudança O rato recém descoberto tem um longo e escamoso
climática tornando os ciclones e as tempestades mais in- rabo, que os pesquisadores acreditam que o ajuda a se
tensas, a ameaça de invasão de espécies marinhas nunca agarrar quando passa de uma árvore para outra.
foi tão grande. A pesquisa sobre o tsunami apenas mostra Os ancestrais do bicho provavelmente viajaram até
o impacto que esse transporte pode ter. as ilhas em pedaços de vegetação flutuante. Uma vez
“Não há nada comparável em escala do que já vimos ali, eles evoluiram para ter dentes grandes e afiados que
antes na história da ciência do mar”, afirmou Carlton. usam, de acordo com a população local, para mordiscar
castanhas e cocoquinhos.
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 A espécie provavelmente será classificada de imedia-
to como em perigo crítico de extinção devido à ameaça
NOVA ESPÉCIE DE RATAZANA GIGANTE É DESCO- que sofrem da indústria madeireira. Cerca de 90% das
BERTA POR CIENTISTA AUSTRALIANO árvores das ilhas já foram derrubadas.
QUATRO VEZES MAIOR QUE ROEDORES COMUNS, “A região onde a espécie foi encontrada é um dos
A RATAZANA SOBE EM ÁRVORES E CHEGA A MEIO ME- únicos lugares que ainda têm florestas”, diz Lavery.
TRO DE COMPRIMENTO. “É necessário documentar essa ratazana urgente-
mente e encontrar mais apoio para a área de conserva-
Uma nova espécie da roedor, quatro vezes maior que ção de Zaira, na ilha de Vangunu, onde a espécie vive.”
o comum, foi descoberta nas Ilhas Salomão, no Oceano Pa- O estudo sobre a nova espécie foi publicado na pu-
cífico. blicação científica Journal of Mammalogy.
O animal, que chega a atingir quase meio metro de
comprimento, vive entre as árvores e se alimenta de casta- Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017
nhas que abre com seus dentes.
As Ilhas Salomão, a 1.800 km da Austrália, já têm ou- NOVO ICEBERG SE DESPRENDE DE GELEIRA NA
tras oito espécies de ratazanas, mas essa é a primeira nova ANTÁRTICA, DIZ NASA
descoberta em 80 anos. PEDAÇO DE GELO ESTÁ LOCALIZADO EM REGIÃO
Da mesma família de ratos e camundongos (Muridae), DIFERENTE DE LARSEN C, ONDE ICEBERG GIGAN-
a nova espécie, chamada Uromys vika, já fazia parte do fol- TESCO SE SOLTOU COM ANÚNCIO EM JULHO DESTE
clore da ilha. ANO.

Escondidos nas árvores Um novo iceberg se desprendeu da região da geleira


A cadeia de ilhas onde a nova espécie se encontra é de Pine Island, oeste da Antártica. A fotografia acima foi
biologicamente isolada. divulgada pela agência espacial americana (Nasa) nesta
A maioria dos mamíferos que vivem lá não é encontra- quarta-feira (27).
da em nenhum outro lugar do planeta. A imagem de cor original foi capturada no último dia
“Quando conheci o povo da ilha Vangunu, eles me 21 de setembro pelo satélite Landsat 8 da Nasa. Ela mos-
contaram sobre uma ratazana nativa que eles chamavam tra o início da fenda no centro da plataforma de gelo.
de vika, que vivia nas árvores”, diz Tyrone Lavery, biólogo De acordo com a agência, essa ruptura produziu o
australiano que fez a descoberta. iceberg B-44, visível em outras imagens capturadas em
Pesquisador do Field Museum, em Chicago, e pesqui- 23 de setembro pelo satélite Sentinel-1, da Agência Es-
sador associado da Universidade de Queensland, na Aus- pacial Europeia (ESA), com descoberta do analista Mat-
trália, ele procurava pelo bicho desde 2010. Mas nunca ha- thew Welshans, do Centro Nacional do Gelo nos Estados
via conseguido encontrá-lo. Unidos (USNIC).

19
CONHECIMENTOS GERAIS

O novo pedaço de gelo flutua na baía de Pine Island, “Milhões de pessoas já estão em movimento por cau-
no mar de Amundsen, e tem 185 km² -- cerca de duas ve- sa da seca e as mudanças na agricultura ameaçando sua
zes a área da capital do Espírito Santo, Vitória. Ele é maior segurança alimentar. Ao longo da história, sabemos que
do que o iceberg descoberto em janeiro deste ano na mes- os seres humanos irão lutar pelo acesso à água. E, a me-
ma região, mas menor do que o descoberto em julho de nos que abordemos as causas subjacentes das mudanças
2015 (225 km²). climáticas, já sabemos que alguns lugares se tornarão in-
viáveis e outros desaparecerão completamente. Na minha
Larsen C região, três de nossos vizinhos estão em risco, e é por isso
Um iceberg de um trilhão de toneladas, um dos maio- que Fiji ofereceu refúgio às pessoas de Kiribati e Tuvalu se
res já registrados, se desprendeu em outra região da An- suas casas vierem a se afundar por completo”, disse ele.
tártica, a Larsen C. O anúncio foi feito em julho deste ano Fiji já perdeu parte de sua terra agricultável por cau-
por cientistas da Universidade de Swansea, no Reino Unido. sa da salinidade excessiva trazida pelo mar. Bainimarama
Os cientistas estudavam o bloco de gelo há muitos disse que escolheu ser presidente da COP para poder le-
anos. Os olhares voltaram à região após notar as rupturas var adiante esse recado. Pelas regras das Conferências, já
da plataforma de gelo Larsen A, em 1995, e Larsen B, em que ele é o presidente, a reunião deveria acontecer em Fiji,
2002. Larsen C é a maior plataforma de gelo da Antártica e mas o país não tem condições para sediar um encontro
o pedaço que se desprendeu tem 5.800 km². tão grande, não ofereceria segurança aos líderes. Foi feito,
então, um acordo com a Alemanha, que aceitou receber os
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 conferencistas em Bonn.
“Esse é um exemplo para o mundo de como países
JOVENS PERCORREM CIDADES EM NAVIO PARA em extremos opostos da Terra e de meios e tamanho mui-
ALERTAR SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS to diferentes podem trabalhar efetivamente em direção a
um objetivo comum. Fiji está profundamente consciente de
Ashwa Faheem é uma repórter fotográfica de 26 anos que que os governos sozinhos não podem enfrentar esse desa-
nasceu nas Ilhas Maldivas, uma das nações-ilha do Pacífico, lu- fio. É por isso que estamos colocando essa ênfase na noção
gar paradisíaco, ideal para quem pensa numa viagem turística de uma Grande Coalizão de governos em todos os níveis,
para descansar e observar a natureza. Para Ashwa, porém, este a sociedade civil, o setor privado e os cidadãos comuns
lado quase celestial de sua terra é apenas uma faceta, distante movendo esta agenda para a frente. Estou dialogando com
de sua rotina. Ela já convive também, desde pequena, com ou- governadores, prefeitos, líderes de todos os tipos em nos-
tro lado menos divino, digamos assim, das ilhas em que nasceu sas sociedades. Pessoas de fé. Pessoas na linha de frente
e que, de uns tempos para cá, vêm sofrendo com o aumento da luta climática. Mulheres. E os jovens, que representam o
dos oceanos, fenômeno causado pelo aquecimento global: nosso futuro”, continuou o premiê.
“Nem tudo nas Maldivas é bonito. Quando o nível das Todo o discurso de Frank Bainimarama é um forte
águas sobe, perdemos muita terra. E quando a terra desa- apelo porque ele tem certeza de que é preciso aumentar
parece, perdemos recursos, a agricultura e a pesca. Muita a resiliência de seu país contra as tormentas que virão pela
gente usa a pesca e o turismo para sobreviver. Afeta tudo. frente, cada vez mais fortes. Para isso, quer juntar socieda-
É um efeito de dominó”. de civil, empresários e governos. Para isso, conta também
Para levar essa mensagem mundo afora, aproveitando o com a performance dos jovens que estão navegando no
momento pré-Conferência do Clima (COP-23), que acontece- Peace Boat. De fato, não há como ficar imune a depoimen-
rá em novembro na cidade alemã de Bonn, Ashwa se juntou tos como o de Selina Leem, que na COP-21, em Paris, foi a
a um grupo de seis jovens, todos residentes em Pequenos Es- mais jovem delegada. No encerramento do encontro, ela
tados Insulares em Desenvolvimento, como Maldivas. Eles es- emocionou a todos com suas palavras:
tão a bordo de um navio da ONG internacional Peace Boat e “Tenho 18 anos e desde que nasci fico muito nervosa
estão sendo chamados de “Embaixadores” do clima e da paz. quanto à minha casa. Hoje estou ainda mais. O meu país é
Vão visitar sete capitais e acabaram de deixar Lisboa, de onde muito afetado pela subida do nível das águas. Quando a
me chegaram as notícias do grupo via jornal “O Público”. água sobe, arrasta-se por todo o lado. Toda a ilha é inun-
Os jovens embaixadores visitarão Barcelona, Nova dada.”
York, Edimburgo, Londres, Bordeaux e outras capitais, mas Hoje com a equipe do Peace Boat, a jovem deu en-
não virão ao Brasil. Em cada um desses locais vão contar trevista à reportagem do jornal “O Público” e listou o que,
sobre seus esforços para se manter num território que vai para ela, pode ser feito para acabar com seu problema:
ser engolido pelo mar até o fim deste século. “Educar as pessoas. Falar com os líderes políticos. Tirar
Nessa mesma linha de pensamento, o premiê de outra fotografias. Fazer discursos públicos. Há muitas pequenas
ilha ameaçada, Fiji, Frank Bainimarama, que também é pre- coisas que todos podemos fazer”, disse ela.
sidente da COP, saudou os participantes da última Assem- Selina vai precisar mesmo desse discurso quando o na-
bleia Geral da ONU. Para ele, não há como escapar do fato vio Peace Boat chegar a Nova York, o que está previsto para
de que as mudanças climáticas constituem uma ameaça o mês que vem. Lá ela vai se encontrar com representantes
tão grande para a segurança global como qualquer outra das Nações Unidas, e o pedido não é qualquer coisa: os
fonte de conflito que a humanidade vive hoje. E não há “es- países-ilha querem uma mudança radical no consumo de
colha a ser feita entre prosperidade e um clima saudável. combustíveis fósseis do mundo todo para que o aqueci-

20
CONHECIMENTOS GERAIS

mento se mantenha a 1.5 grau acima do que era na Revo- CIÊNCIA E TECNOLOGIA
lução Industrial. É este o único jeito, afirmam os cientistas,
de os impactos não aumentarem de intensidade. A SURPREENDENTE RAZÃO PELA QUAL OS INVEN-
Além disso, querem também um financiamento. Vão TORES DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DECIDIRAM
precisar de dinheiro para enfrentar os problemas causados QUE AS MULHERES DEVERIAM CONTINUAR MENS-
por furacões, como o Irma, que recentemente atingiu parte TRUANDO
da costa dos Estados Unidos, México e ilhas do Caribe. Não VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU POR QUE A PÍLULA DEVE
vai ser fácil convencer. SER TOMADA POR TRÊS SEMANAS E SEU USO, INTER-
ROMPIDO NA QUARTA? ALGUNS PODEM IMAGINAR
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 QUE SEUS CRIADORES TENHAM FEITO ISSO POR RA-
ZÕES MÉDICAS, MAS O MOTIVO NÃO FOI CIENTÍFICO,
JAPÃO MATA 177 BALEIAS NA COSTA DO PACÍFICO MAS CULTURAL.
PARA ‘FINS CIENTÍFICOS’
ORGANIZAÇÕES DE DEFESA DOS ANIMAIS DE- A pílula anticoncepcional é considerada por muitos
NUNCIAM A ALEGAÇÃO JAPONESA. como um símbolo da emancipação feminina ao permitir a
elas ter relações sexuais sem medo de engravidar. No en-
Os japoneses mataram 177 baleias na costa nordes- tanto, a história por trás do seu desenvolvimento não teve
te do arquipélago no Pacífico, em uma missão que teria muito a ver com essa ideia.
“fins científicos”, segundo anunciou nesta terça-feira (26) a Por exemplo: você já se perguntou por que o ciclo de
agência de pesca japonesa. uso pílula envolve tomá-la por três semanas e interromper
Três navios especializados em caça às baleias iniciaram o uso (ou adotar um placebo) na quarta semana? Alguns
a missão em junho e capturaram 43 baleias Minke e 143 ba- podem imaginar que seus criadores, John Rock e Gregory
leias-sei, de acordo com a agência. Segundo os japoneses, a Pincus, tenham feito isso por razões médicas, mas o motivo
caça às baleias seria “necessária” para calcular a quantidade não foi científico, mas cultural.
de potenciais capturas a longo prazo, justificou a agência,
Rock era um católico devoto, e para ele era importan-
que tem como objetivo “retomar algum dia a pesca comer-
te obter a aprovação do Vaticano. Por isso, ele queria que
cial”, segundo explicou o funcionário da agência Kohei Ito.
o sistema anticoncepcional fosse o mais parecido possível
O Japão é signatário da moratória da caça às baleias
com outro já aprovado pela Igreja Católica, o método rít-
da Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas afirma que
mico, conhecido popularmente como tabelinha, que con-
recorre à medida com fins de pesquisa, no Pacífico e na An-
siste em não fazer sexo no período de ovulação, quando a
tártica. As organizações de defesa das baleias denunciam a
alegação japonesa, assim como vários países, que conside- mulher está fértil.
ram que Tóquio utiliza de maneira desonesta uma exceção Por isso, Rock pensou que, se a pílula emulasse o ciclo
da proibição da caça aos cetáceos, de 1986. natural, poderia ser vista com bons olhos pelo papa. Mas
Em 2014, o Tribunal Internacional de Justiça exigiu de seu plano fracassou.
Tóquio o fim da caça às baleias no Atlântico, por considerar A pílula foi aprovada em 1960 e tornou-se muito popu-
que os japoneses não cumpriam os critérios científicos exi- lar, mas a Igreja levou quase uma década para se manifes-
gidos. O Japão cancelou a temporada de caça de inverno tar publicamente e, quando o fez, condenou o método por
de 2014-2015, mas retomou a pesca no ano seguinte. considerá-lo “artificial”.

Confrontos entre baleeiros japoneses e defensores dos Esquecimento


animais A essa altura, a principal preocupação já não era a Igre-
O Oceano Antártico já foi cenário de confrontos entre ba- ja, mas as mulheres. Como se tratava da reprodução (de
leeiros japoneses e defensores dos cetáceos. No mês passado, a evitá-la, para ser mais preciso), alguns homens se preocu-
organização ecologista Sea Shepherd anunciou a desistência de pavam em deixar essa responsabilidade na mão delas.
tentar impedir a ação dos baleeiros japoneses no Sul, reconhe- O sistema criado por Rock e Pincus exige que as mu-
cendo seus próprios limites ante a potência marítima nipônica. lheres sigam com muita atenção seu ciclo de uso, toman-
A Noruega, que se opôs à moratória de 1986 e considera do a pilula por 21 dias e interrompendo por sete. Caso se
que esta não a afeta, e a Islândia, são os únicos dois países no esqueçam de alguma dose, perde-se o efeito anticoncep-
mundo que praticam abertamente a caça comercial. O Japão cional.
tenta provar que a população de cetáceos é suficientemente Preocupado com a possibilidade de sua mulher se es-
grande para suportar a retomada da caça comercial. quecer da pílula diária, um homem chamado David Wag-
O consumo da baleia tem uma longa tradição no Ja- ner, que era pai de quatro filhos, criou em 1961 uma emba-
pão, onde a caça é praticada há muitos séculos. A indústria lagem redonda que permite ver se a mulher está tomando
baleeira teve seu auge depois da Segunda Guerra Mundial. a pílula corretamente. Várias empresas farmacêuticas co-
Mas a demanda dos consumidores japoneses caiu conside- piaram o modelo, que segue popular ainda hoje em alguns
ravelmente nos últimos anos, o que provoca muitos ques- países.
tionamentos sobre o sentido das missões científicas. A forma de promover essa nova apresentação da pílula
revela muito sobre aquela época, como ressaltou a jornalis-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ta Leila Ettachfini em um artigo no site Broadly. “Fácil para

21
CONHECIMENTOS GERAIS

que você explique... e para que ela use”, dizia um anúncio INJEÇÃO DE ANTICORPOS É PROPOSTA DE TRATA-
de 1964 da empresa Ortho-Novum. Outra publicidade, de MENTO PREVENTIVO CONTRA ZIKA EM GESTANTES
1969, da marca Lyndiol dizia aos médicos para “proteger CIENTISTAS TESTARAM ANTICORPOS SELECIONA-
sua paciente do próprio esquecimento”. DOS EM LABORATÓRIO EM PRIMATAS COM PROTEÇÃO
DE 100%.
‘Nenhuma razão médica’
Muitos especialistas acreditam que os inventores da Um grupo de pesquisadores da Universidade de Miami,
pílula podiam ter evitado tudo isso -- e não apenas por- do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade
que a sociedade finalmente aceitou, com o tempo, que as de São Paulo (USP) obteve respostas positivas em maca-
mulheres não precisavam de um homem para lhes explicar cos rhesus para um futuro tratamento preventivo contra
nada. zika em gestantes. Os resultados foram publicados nesta
O médico baiano Elsimar Coutinho, coautor do livro quarta-feira (4), na revista científica “Science Translational
Menstruação, a Sangria Inútil (Gente, 1996), argumenta Medicine”.
que “a ovulação incessante não cumpre nenhum propó- O macaco rhesus tem reação parecida ao ser humano
sito” e que as mulheres, se assim quiserem, podem tomar ao entrar em contato com o zika: o vírus consegue infectar,
a pílula por períodos mais longos para evitar não apenas a se replicar e causar danos aos fetos. Por isso, os cientistas
gravidez, mas a própria menstruação, que é muitas vezes escolheram a espécie para os testes em animais.
incômoda e dolorosa. Antes de chegar à fase com os primatas, os cientistas
O jornalista e sociólogo Malcom Gladwell apoiou essa passaram por algumas etapas. Anticorpos são moléculas
ideia em 2000 em um ensaio publicado na revista “The New liberadas pelas células para “proteger” o corpo. As primei-
Yorker” sobre o ciclo de 28 dias idealizado por Rock e Pin- ras referências à existência deles na ciência são datadas do
cus dizendo: “Não havia e não há nenhuma razão médica final do século XIX.
para isso”. Se eles são conhecidos há tanto tempo, por que só
Coutinho, diz Gladwell, destaca que a menstruação agora resolveram usá-los em um tratamento contra o zika?
gera uma série de problemas de saúde que poderiam ser O trabalho dos cientistas foi identificar quais são as cé-
evitados ao suprimi-la: dores abdominais, alterações no es- lulas de imunização mais eficientes contra o zika, trabalho
tado de ânimo, enxaquecas, endometriose e anemia. de engenharia genética eficiente, mas recente e não popu-
Por sua vez, Ettachfini afirmou em seu artigo que na larizado. Primeiro, eles extraíram, isolaram e purificaram 91
verdade existem dois anticoncepcionais orais que podem anticorpos monoclonais do sangue humano, a partir de um
ser tomados de forma contínua, sem sangramentos men- paciente que estava infectado pelo vírus -- ou seja: nesta
sais. O Seasonale foi lançado em 2003 e propõe só quatro época, a pessoa estava produzindo uma grande quantida-
menstruações por ano: uma a cada estação. E, em 2007, de para combater a doença.
foi aprovada a primeira pílula sem pausas para menstruar, Depois, os cientistas precisaram identificar entre esse
a Lybrel. vasto número de moléculas produzidas pelo paciente quais
eram os mais eficientes contra o zika. Foram feitos testes
Críticos em laboratório para ver as opções que melhor neutraliza-
Ainda que chame atenção o fato de que poucas mu- vam o vírus. Os anticorpos monoclonais chamados SM-
lheres saibam que podem optar por não menstruar, tam- ZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 foram os mais eficazes. Chegou-
bém não há um consenso de que isso seja uma boa ideia. -se a um coquetel com esse trio.
Há cientistas que inicialmente advertiram não haver
estudos consistentes sobre o efeito para uma mulher de Testes em macacos
não menstruar por longos períodos de tempo. Mas espe- Nos Estados Unidos, um grupo de oito macacos rhe-
cialistas concordam que isso não gera problemas de saúde. sus passou por testes para verificar a eficiência de proteção
Há ainda quem alerte sobre os perigos de se tomar a com esse coquetel. Quatro receberam o trio de anticorpos
pílula, em especial por períodos prolongados. e os outros quatro receberam um placebo. Um dia depois,
O site Broadly publicou um ano atrás que há cada vez foram infectados pelo vírus da zika isolado pela equipe do
mais estudos que falam da existência de um vínculo entre IOC/Fiocruz em 2016, extraído de um paciente do Rio de
o uso de anticoncepcionais hormonais e a depressão, ci- Janeiro.
tando um uma pesquisa dinamarquesa que mostrou que De acordo com o artigo publicado nesta quarta, a taxa
adolescentes que tomavam a pílula tinham “um risco 80% de proteção nos animais chegou a 100%. Testes adicionais
maior” de terem de tomar antidepressivos. demonstraram que os anticorpos continuaram ativos e em
Por outro lado, para algumas mulheres, menstruar é altas quantidades seis meses após a injeção.
uma parte fundamental de sua identidade, ainda que ou- Uma dose desta junção de anticorpos pode ser uma
tras se recusem a associar o ciclo reprodutivo com a iden- saída mais segura para gestantes durante a gestação. De
tidade de gênero. acordo com a pesquisadora e uma das autoras do artigo,
A certeza é que, no fim das contas, o importante é que Myrna Bonaldo, do IOC/Fiocruz, as vacinas são boas so-
as mulheres saibam que têm mais de uma opção. luções, mas podem apresentar ainda algum risco para as
grávidas porque são feitas com o vírus atenuado (“enfra-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 quecido”).

22
CONHECIMENTOS GERAIS

“Para as pessoas em geral, a infecção pelo vírus da zika O hacking também não precisa estar restrito ao mundo
não causa grandes problemas. Uma vacina resolve. Agora, da informática: o biohacking une o universo da biologia
durante a gravidez que ocorre o problema é maior. Não com a cultura hacker, formando a Biologia DIY, que quer
podemos correr o risco de tentar prevenir a mãe e atingir dizer “do it yourself”, ou “faça você mesmo”.
o bebê”, disse. “A ideia é democratizar a tecnologia, mostrar que a
O próximo passo será a administração do coquetel em ciência não precisa se restringir à área da universidade. É
primatas gestantes e, na fase seguinte, em seres humanos. ampliar o número de experiências possíveis com menos
Já prevendo uma possível ocorrência de reação adver- recursos”, diz o colombiano Andres Ochoa, consultor de
sa do sistema imunológico em caso de infecção por den- tecnologia e criador da rede SynTechBio, que reúne biohac-
gue, que é da família dos flavivírus, assim como o zika, os kers da América Latina. A rede tem como membros pelo
especialistas realizaram pequenas modificações na estru- menos 14 grupos espalhados pelo continente, três deles
tura genética dos anticorpos monoclonais para tornar sua no Brasil.
administração ainda mais segura. Desta forma, o coquetel O biohacking é essencialmente interdisciplinar, ou seja,
também poderia ser utilizado por pessoas com histórico de atrai pessoas de áreas como Física, Design, Artes, Compu-
infecção por dengue, incluindo gestantes. tação e Matemática. “Elas juntam seus conhecimentos à
A descoberta também contou com a colaboração de Biologia para desenvolver projetos”, diz Ochoa.
especialistas do Instituto de Pesquisa Scripps, da Univer- Claro que, assim como hackers de computadores, os
sidade de Emory, dos Institutos Nacionais de Saúde dos interessados precisam ter um bom conhecimento no as-
Estados Unidos e do Instituto Ragon. sunto para poder se aventurar em ações mais inovadoras.
Mas isso não significa ter doutorado em Biotecnologia, diz
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 a professora Liza Felicori, da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
DE TESTE DE DNA CASEIRO A ORGANISMOS GE- “A Biologia é bastante acessível, é possível fazer o
NETICAMENTE MODIFICADOS: OS PROJETOS DOS conhecimento se popularizar. Tanto que às vezes a gente
BIOHACKERS BRASILEIROS faz experimentos com alunos de ensino médio e eles en-
ENTUSIASTAS DA BIOLOGIA “FAÇA VOCÊ MESMO” tendem, fazem bem. Conseguem tranquilamente extrair o
CRIAM SEUS PRÓPRIOS EQUIPAMENTOS, FAZEM EX- DNA de um morango, por exemplo”, afirma ela, que está
PERIMENTOS FORA DA UNIVERSIDADE E PROCURAM montando um laboratório aberto para pessoas de fora da
SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS DO COTIDIANO. universidade.
“Muitas vezes, a universidade fica fechada demais em
Parece um papo comum: um grupo de jovens que ain- si mesma. Os jovens não têm os bloqueios de quem lida
da não se formou na faculdade se reúne ao redor de um com as dificuldades da ciência há anos e acabam trazendo
porção de esfirras baratas e discute se aquela carne tem novas soluções.”
origem duvidosa.
A paranoia sobre a origem da proteína animal é fre- Chips e DNA
quente, mas, nessa turma, a conversa não fica só na teoria Há três principais subdivisões na Biologia DIY. Grupos
conspiratória: reunidas em um laboratório de garagem, as focados em fazer experimentos para encontrar soluções;
amigas estão testando protocolos para fazer um teste de pessoas interessadas em desenvolver e baratear equipa-
procedência da carne. Isso mesmo: checar se o DNA da- mentos e em montar laboratórios coletivos que possibili-
quela amostra é realmente bovino. tem esses experimentos; e uma terceira vertente, interessa-
Bem-vindo ao mundo do biohacking: um universo da em modificações corporais tecnológicas.
onde entusiastas fazem uso da biologia de maneira ama- Nessa última área estão, por exemplo, pessoas que in-
dora em resposta a uma curiosidade científica, uma dúvida jetam chips e ímãs sob a pele e fazem experimentações co-
pessoal ou um problema coletivo. locando substâncias e até mesmo circuitos eletrônicos no
próprio corpo. Essa é a vertente do biohacking que acaba
Faça você mesmo chamando mais atenção, mas também atrai críticas dentro
A palavra hacking não é novidade. No Brasil, costuma do movimento.
ser associada à ideia de hackers que invadem computado- “É um grupo muito pequeno que faz isso. Chamam
res e roubam dados, os “piratas de computadores”. atenção, mas são minoria. Estamos falando de tecnologias
Mas o conceito de hacking na verdade é muito mais que estão evoluindo cada vez mais rápido. Não faz senti-
amplo – e não está necessariamente ligado à ações mali- do você colocar em seu corpo um negócio que em pouco
ciosas. Em seu sentido original, significa fazer modificações tempo vai ficar obsoleto”, diz Andres Ochoa.
em sistemas ou programas para obter um recurso que an- Ele argumenta que a grande tendência são as tecno-
tes não estava disponível, encontrar uma melhoria ou cor- logias “usáveis”, como relógios inteligentes e circuitos que
rigir um problema. podem ser colados sobre a pele e removidos com facilidade.
Existe inclusive a chamada “cultura hacker”, uma ideo- “Em geral, quem faz isso na verdade está fazendo uma
logia que prega amplo acesso à tecnologia, livre circulação declaração, é mais um ato simbólico do que uma coisa que
de informação, descentralização de conhecimento e ino- tenha uma grande função prática”, diz o biohacker Otto
vação. Heringer, de São Paulo, que começou a fazer experimentos

23
CONHECIMENTOS GERAIS

como distração e acabou criando uma pequena empresa “A indústria farmacêutica usa hoje outro processo, de
para criar um novo defensivo agrícola através do desliga- bem mais difícil acesso. Não há nenhum produtor local”,
mento de um gene de pragas. afirma Gonçalves, que evita divulgar mais detalhes do pro-
Um de seus sócios, Erico Perrella, implantou um chip jeto por ainda não ter registrado uma patente. Sua expec-
RFID na mão em 2014 - sua intenção era usar o mecanismo tativa é chegar a um forma de produção mais barata do
para dar partida em sua kombi, mas o carro acabou vendi- remédio.
do, e o chip, que ainda está em sua mão, hoje não tem mais
utilidade para ele. Laboratórios
Já dentro do campo das experimentações, as possibi- O Brasil já tem diversos laboratórios “de garagem”
lidades trazidas pela Biologia DIY são inúmeras. A ideia de abertos, com impressoras 3D e outros materiais para quem
analisar a origem de alimentos, por exemplo, se baseia em é adepto do faça-você-mesmo — como o Olabi, no Rio de
uma técnica chamada DNA Barcoding (Codigo de Barras de Janeiro, e o Garoa Hackerspace e os FabLabs da Prefeitura
DNA, em tradução livre). de São Paulo.
Todo segundo sábado do mês o centro Genspace, em Para trabalhar com “Biologia de Garagem”, no entanto,
Nova York, abre seu laboratório para que as pessoas le- é preciso um pouco mais: áreas separadas, estéreis, com
vem suas próprias amostras de alimentos e façam testes do equipamentos específicos e protocolos de biossegurança.
tipo. Há quem invista na divulgação científica e nas possibi- São os chamados wetlabs, laboratórios “molhados”, por-
lidades educacionais da Biologia DIY. que lidam com componentes vivos.
É o caso do carioca Filipe Oliviera, um dos criadores do O espaço aberto pela professora Liza Felicori, da Uni-
Conector Ciência, iniciativa que visa colocar em contato escolas versidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é um deles. Ele
com métodos de ensino de baixo custo e fazer os próprios alu- já recebeu os equipamentos e deve abrir até o fim do ano.
nos construírem os equipamentos. Dá para descobrir a biodi- Há microscópios, estufa, pipetas, uma centrífuga (para se-
versidade com um microscópio de papel, fazer a automação de parar componentes de soluções), uma impressora 3D, uma
luzes com sensores de luminosidade, entre outros usos. máquina de PCR (para reproduzir DNA em grandes quanti-
Outro caminho comum é o desenvolvimento de novos dades) e um nanodrop (que mede a concentração de mo-
materiais, como fez o estudante de Biotecnologia baiano léculas).
Geisel Alves, que ajudou uma ONG a criar um mecanismo A estudante Carol Gonzaga também montou um des-
que converte fibra do coco verde em papel reciclável usan- ses espaços, o Hub, com outros cinco biohackers no Rio de
do métodos caseiros e materiais acessíveis. Janeiro. O laboratório fica atualmente em um local impro-
“É um material fibroso genérico que você mistura com visado, mas será levado para um galpão de 320 m².
outros materiais para fazer várias coisas. Além do papel, dá “Terá um espaço de fabricação digital, uma cozinha ex-
pra fazer telha, piso, tijolo”, explica Alves. “Aqui, o alto con- perimental, laboratório de biohacking e um laboratório de
sumo de coco é um problema grande, porque eles acabam mídia para lidar com eletrônica e comunicação”, explica ela,
empilhados nas praias. Atrai ratos, mosquito da dengue.” que conseguiu apoio do parque tecnológico da Universi-
“Novos materiais são um nicho”, diz Andres Ochoa. dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“No Brasil já se trabalha com produção de um tecido eco- Interessado em baratear equipamentos para esses la-
lógico que parece com couro a partir dos micro-oganismos boratórios, o brasileiro André Maia Chagas desenvolveu
que fazem kombucha (uma bebida fermentada).” projetos nesse sentido e acabou lançando a start-up [em-
Manipular micro-organismos também é muito útil para presa iniciante de tecnologia] Prometheus Science, na Ale-
tornar alguns tipos de fármacos mais acessíveis. Andrés Ochoa manha.
participou da fase inicial do projeto Open Insulin, em que um Sua empresa é parte da enorme comunidade criando
grupo de 16 biohackers se uniu para criar um protocolo open equipamentos baratos e mais acessíveis. “Possibilitando
source (aberto) de insulina - espécie de instrução que serve de que um experimento que custa 100 euros possa ser feito
base para a produção da substância, usada no tratamento de por 3, você quebra um das principais barreiras da ciência,
diabetes, de maneira mais barata e acessível. O projeto conse- que é a dificuldade de acesso por causa de dinheiro”, diz
guiu arrecadar U$ 16 mil ( R$ 50 mil) no Experiment, uma pla- ele.
taforma de financiamento coletivo para pesquisas científicas.
No Brasil, não há legislação específica para “laborató- Nós e eles
rios de garagem”, no entanto, tudo o que é produzido fica Nos Estados Unidos e na Europa, o movimento Biologia
sujeitos à legislação específica para aquele produto. Remé- DIY foi surgindo conforme tecnologias biológicas, como
dios, por exemplo, terão de passar por aprovação da Anvi- sequenciamento de DNA, foram ficando mais acessíveis. Já
sa antes de serem distribuídos. no Brasil e em países como Índia e África do Sul, contam os
Por isso, os biohackers acabam criando empresas e mui- biohackers, o movimento surgiu da necessidade.
tas vezes profissionalizando o que era um hobby. A enge- “Nos Estados Unidos, o acesso é tão fácil, tudo é tão
nheira química Clarissa Lopes, o estudante de Engenharia barato que a galera consegue montar laboratórios na pró-
Aeroespacial Lucas Milagres e o estudante de Bioinformática pria garagem. Aqui em São Paulo, não tem como fazer isso.
Carlos Gonçalves criaram uma empresa para tocar seu pro- Para começar, a gente nem tem garagem”, diz Otto Herin-
jeto de usar bactérias na produção de calcitriol, um medica- ger, que faz especialização na Universidade de São Paulo
mento usado no tratamento de insuficiência crônica renal. (USP).

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CONHECIMENTOS GERAIS

Há mais de 80 espaços de Biologia DIY pelo mundo, O empreendimento está construído em um espaço de
de acordo com o site DIYBio. A maioria é em cidades do 550 m², em dois andares, com áreas de triagem e pro-
hemisfério norte como Amsterdã (Holanda), Berlim (Ale- cessamento dos alimentos recebidos, armazenagem de
manha), Paris (França), Nova York e São Francisco (Estados alimentos frescos, secos e congelados, locais específicos
Unidos). para descarte e acondicionamento de detritos, lavagem de
“Não posso reclamar da USP, mas muitas universidades equipamentos e utensílios, atendimento, além de banhei-
federais não têm os laboratórios que os caras na Europa ros adaptados e piso tátil, recepção e treinamento, almo-
têm em casa”, afirma o Heringer. Nos Estados Unidos, por xarifado, cozinha experimental e área externa.
exemplo, é possível comprar kits prontos de engenharia O Banco de Alimentos é responsável por atuar no
genética pela internet. combate à fome no Município, por meio da arrecadação
No Brasil, por conta dos preços e das dificuldades, a de alimentos provenientes de doações de empresas, in-
maioria dos laboratórios abertos na área de biologia ainda dústrias, supermercados e varejões que são selecionados,
são, de algum modo, ligados às universidades - ocupando separados e embalados para, posteriormente, serem dis-
espaços ou reaproveitando equipamentos. tribuídos gratuitamente à população. Foi o 13º implantado
“Mesmo a ciência ‘oficial’ que fazemos muitas vezes é no Brasil e, atualmente, tem uma média de arrecadação de
em uma salinha minúscula, com material improvisado, com 1.600 kg por dia.
muita dificuldade. A gente está acostumado com a gam- Todo o trabalho realizado ao longo de 10 anos já ren-
biarra. Sair dos muros da universidade ou dos laboratórios deu prêmios para o Banco de Alimento de Itanhaém, como
das grandes indústrias é quase uma questão de sobrevi- o Prefeito Empreendedor Sebrae em 2015, o Prêmio Mário
vência pra gente. O biohacking faz muito mais sentido para Covas em 2015 e 2016, e o Prêmio Josué de Castro em 2017.
nós do que para eles”, afirma. Estiveram presentes na inauguração o presidente da
Ele também aponta a diferença nos tipos de iniciativas: Câmara de Itanhaém vereador Rodrigo Dias juntamente
enquanto no Brasil os projetos tendem a ser voltados para com os demais vereadores, prefeito Marco Aurélio, o Di-
resolver problemas reais, nos Estados Unidos e na Europa, retor Técnico de Departamento do Instituto de Pesca de
muitos deles são mais recreativos ou tem um quê de hobby São Paulo , Luiz Ayroza, o artista Sérgio Tonissi, autor do
excêntrico. Painel em frente ao local, e os familiares do homenagea-
Nos locais onde o movimento é mais desenvolvido, já do José Francisco de Oliva Júnior e diversas autoridades
começaram as surgir as preocupações com possíveis ris- municipais.
cos – laboratórios amadores não poderiam criar organis-
mos nocivos? O FBI, a polícia federal americana, monitora o
movimento, mas não há regulamentação específica.
Os entusiastas dizem que todos os locais seguem pro- GLOBALIZAÇÃO. COMPREENSÃO DOS
tocolos de biossegurança e cartilhas de bom funcionamen- PROBLEMAS QUE AFETAM A VIDA DA
to. O cientista francês Thomas Landrain, que estuda o mo- COMUNIDADE, DO MUNICÍPIO, DO ESTADO
vimento, diz em sua pesquisa que os espaços ainda não E DO PAÍS.
têm sofisticação suficiente para gerar problemas.
Mas, apesar da relativa limitação técnica, os biohackers
seguem entusiasmados. “Tornar a ciência mais acessível
tem um enorme potencial transformador”, diz André Maia INTRODUÇÃO
Chagas, do Prometheus Science.
Tendo em vista as transformações econômicas e so-
Fonte G1.com/ Acessado em 10/2017 ciais em curso, promovidas pelo processo de internacio-
nalização das economias, procuraremos discutir neste
Vereadores participam da inauguração do Novo Banco de trabalho os efeitos da globalização e sua relação com o
Alimentos emprego, a educação e a família contemporânea no Brasil.
O novo prédio conta com uma moderna estrutura para O agravamento da exclusão social no País pode ser inicial-
garantir a ampliação das ações em segurança alimentar mente creditado ao modelo capitalista hegemônico, acen-
que irá atender mais de três mil famílias. tuado nas últimas décadas do século XX.
Vereadores participam da inauguração do Novo Banco As manifestações e os protestos contra as políticas
de Alimentos e as ações das instituições defensoras da globalização
Na última sexta-feira (1º), vereadores da Câmara Muni- não são recentes. Os países em desenvolvimento vêm há
cipal de Itanhaém participaram da entrega do Novo Banco décadas sendo submetidos a programas de austeridade
de Alimentos. impostos pelos principais organismos internacionais, que
O novo espaço fica localizado na Nova Marechal Ron- se mostram extremamente rigorosos e intransigentes. A
don esquina com a Rua Urcezino Ferreira, antigo Mercado manifestação de parcelas da população desses países tem
Municipal e bem próximo ao Centro Histórico. sido sistematicamente ignorada pelos países ricos. O que
Possui uma área ampla e estruturada que irá contribuir há de novo sobre o desenvolvimento do capitalismo é a
para a ampliação da merenda escolar e para os programas sua capacidade hegemônica, reforçada pelo ideário liberal,
de segurança alimentar. o princípio do laissez-faire, a idolatria do mercado.

25
CONHECIMENTOS GERAIS

A educação deve ser caracterizada pela sua abrangên- A pesquisa foi metodologicamente fundamentada nos
cia num conceito genérico: uma ação que pressupõe um instrumentos de análise econômica, partindo do estudo do
processo de desenvolvimento integral do homem, isto é, fenômeno da globalização com seus efeitos na economia
de sua capacidade física, intelectual e moral, visando não brasileira nas últimas décadas do século XX. Procuramos
só à formação de habilidades, mas também à de seu cará- limitar a área de atuação deste trabalho, tanto no levan-
ter e personalidade social. tamento de dados quanto aos estudos sobre os níveis de
As relações familiares têm-se constituído, apesar de suas emprego, o sistema educacional brasileiro e o estrato so-
múltiplas formas, como protetoras, formadoras, sociabiliza- cial a que pertencem as famílias.
doras e mesmo empreendedoras; sendo um importante foco Em relação aos levantamentos dos dados necessários,
de pesquisa, pois está e permanece como espaço privilegia- bem como à apresentação e discussão do tema desta in-
do de sociabilização, fonte coletiva de estratégias de sobrevi- vestigação, utilizamos um referencial bibliográfico preli-
vência e campo inicial ao exercício da cidadania. minar de autores que tratam das questões referentes ao
As crenças e valores que ajudavam a orientar e justifi- objeto de pesquisa, que constituíram o arcabouço teórico.
car essas relações foram se transformando. Analisando as Durante a pesquisa procuramos metodologicamente
atuais relações familiares, buscamos compreender as mu- estabelecer uma analogia entre o objeto da pesquisa e as
danças, passando a perceber que a família, da forma como inter-relações com dados constantes em relatórios oficiais
vem se modificando na contemporaneidade, impossibilita de entidades públicas e privadas, revistas científicas, princi-
identificar-se com um modelo único e ideal. pais periódicos de circulação nacional e internacional, cole-
A representação da família para grande parcela da popu- tando informações pertinentes ao tema, anexando ao tra-
lação tem sua compreensão baseada no senso comum for- balho tabelas, quadros e reportagens de maior relevância.
temente enraizado no conceito de família nuclear, composto Em relação à globalização podemos preliminarmente afir-
de pai, mãe e filhos. Outras formas de organizações fami- mar que vêm se atribuindo a determinados fatos proporções
liares vêm se estabelecendo ao longo do tempo, exigindo a maiores do que as reais, isto é, alguns fatos aparentam ou são
qualificação dos tipos de família ou de grupos familiares, do classificados como maiores do que realmente são. A partir disto,
país de onde se originam, da classe social a que pertencem e podemos nos referir ao excessivo crédito que o fenômeno da
do momento ou intervalo de tempo em estudo. globalização exerce sobre as economias dos diferentes países.
O objetivo geral deste trabalho é procurar esclarecer No Brasil, a partir da década de 1990, com maior intensidade.
os efeitos da globalização na economia brasileira nas déca- Compreender o atual processo de globalização das
das de 80 e 90 e sua relação com o emprego, a educação e economias e seus efeitos, em especial nos países em de-
a família no Brasil. As discussões sobre a organização eco- senvolvimento, é na verdade procurar desvendar, não só
nômica mundial estão em pauta, principalmente a questão ao público acadêmico, mas para a sociedade, a concepção
da internacionalização das economias, incorporando neste do papel do Estado nesta nova fase do capitalismo pós-Se-
objeto de estudo o mercado de trabalho, a educação bra- gunda Grande Guerra, representada pelos agentes econô-
sileira e os grupos familiares, estudando cientificamente os micos: as famílias, as empresas e o governo.
problemas econômicos, sociais e políticos, e engendrando À medida que compreendermos o fenômeno da glo-
uma influente reflexão sobre suas causas e conseqüências balização, suas relações com os níveis de emprego da mão-
para a sociedade brasileira. -de-obra, a educação, a família contemporânea e os efei-
Hipoteticamente podemos supor que: tos no Brasil, será possível estabelecermos um espaço para
1. O crescimento econômico e o próprio desenvolvi- novas formas de ação no enfrentamento dos problemas
mento não trouxeram resultados esperados com interven- sociais brasileiros, construindo uma alternativa para fazer
ções dirigidas e implementadas a partir do processo de aflorar a reflexão e o despertar para a consciência social.
abertura e liberalização dos mercados, promovido pelos Em relação ao Brasil, o problema do emprego não é o
organismos financeiros internacionais, conjuntamente com que gera o estado atual das coisas, mas faz parte da opção
os processos de integração econômica e comercial de ca- política e econômica adotada a partir de meados dos anos
ráter multilateral. 80, caracterizada pela submissão às regras impostas pelos
2. A crescente urbanização e industrialização do País, organismos internacionais de crédito.
o ingresso maciço das mulheres no mercado de trabalho, Mesmo considerando o crescimento do setor de servi-
o aumento no nível de escolaridade feminina, as transfor- ços, devemos levar em conta que o setor industrial tem um
mações nas formas de organização da produção e o aces- papel relevante na ampliação da renda, na qualidade e no
so aos métodos modernos contraceptivos são fatores que nível de emprego, na quantidade e adequação à demanda
contribuíram para as profundas alterações da família no de bens e serviços disponíveis à população, fator importan-
Brasil. tíssimo ao desenvolvimento quantitativo e qualitativo nas
3. O planejamento familiar não deve restringir-se ape- demais atividades econômicas.
nas aos aspectos ligados exclusivamente às políticas de Considerando a economia mundial cada vez mais inter-
controle demográfico. Amplos programas sociais voltados nacionalizada, podemos afirmar, com uma razoável certeza,
aos mais pobres e carentes que possibilitem o resgate de que a perda de competitividade das empresas brasileiras traz
sua cidadania e o fortalecimento do papel da família no como conseqüência a destruição de suas condições de so-
contexto social conduzirão o País a melhores índices de de- brevivência, implicando um processo de desindustrialização
senvolvimento humano. nacional e considerável eliminação de postos de trabalho.

26
CONHECIMENTOS GERAIS

Em virtude da automação, da racionalização dos pro- fontes de renda familiar, lembrando que o termo chefe de
cessos produtivos, do aumento da competitividade das família não representa necessariamente o gênero masculino.
empresas, apresenta-se uma crescente inelasticidade da Essa profunda transformação exige uma ampla revisão
oferta de empregos em relação ao nível de produção, evi- das concepções tanto da economia quanto da educação.
denciando-se a necessidade cada vez menor da utilização Devemos questionar: Para que serve educarmos as crian-
do número de trabalhadores para gerar maior quantidade ças, os adolescentes e os adultos, se o acesso ao mercado
de bens, ou seja, a produção está dissociada do nível de de trabalho lhes é negado? Qual a finalidade de desenvol-
emprego, a produção aumenta extraordinariamente com vermos o progresso tecnológico voltado para o consumo
os ganhos de competitividade, mas os postos de trabalho de luxo, enquanto parcela significativa da nossa população
não aumentam na mesma proporção. economicamente ativa permanece semiletrada?
Devemos destacar que as economias capitalistas con- Outro ponto que devemos destacar é a abordagem que
temporâneas estão rijamente caracterizadas pela redução se faz, na maioria das vezes, quando se trata do planejamen-
do valor e inconstante expansão da riqueza para o con- to familiar, restrita apenas aos aspectos ligados exclusiva-
junto da sociedade, levando parcela considerável de de- mente à política de controle demográfico, esquecendo-se
socupação da força de trabalho, ampliando a pobreza e as do aspecto econômico que nele interfere diretamente.
desigualdades sociais em escala mundial. Por hora, interessa-nos tão-somente ressaltar que as
Os principais países capitalistas desenvolvidos, malgra- instituições familiares, integrantes do objeto de nosso es-
do as dificuldades apresentadas pela utilização de políticas tudo, foram apontadas como detentoras de um importante
liberais, poderiam adotar medidas que propiciassem uma papel social e, como parte de um processo sociopolítico
melhor distribuição da renda mundial, elevando a renda dinâmico, poderão reagir às mudanças contextuais atuais
per capita, permitindo também um acesso maior dos paí- e com elas interagir.
ses em desenvolvimento às tecnologias mais avançadas. Experiências atuais da vida familiar e suas relações pas-
É claro que isso fere os interesses capitalistas corpora- saram a ser alvo de maior reflexão; entretanto, a família
tivos e, infelizmente, o que predomina é a desordem inter- ainda é vista como instância fundamental no processo de
nacional capitaneada pelas políticas liberais impostas pelas socialização, bem como no desenvolvimento da subjetivi-
grandes corporações financeiras internacionais. Devemos dade autônoma, ensinando informalmente o que as crian-
nos perguntar: Quando houve ordem? E se não estamos ças devem fazer, dizer ou pensar.
tratando aqui de colonialismo contemporâneo? A importância que se der aos estudos sobre a famí-
A instabilidade política, econômica e social intensificou a lia produzidos no Brasil nos últimos anos, e conseqüen-
desigualdade e a pobreza no decorrer das últimas décadas, tes comparações entre eles permitirão uma reflexão apro-
gerando um sentimento de insatisfação, ampliando os movi- fundada sobre quais as relações mais significativas nesse
mentos nacionalistas, populistas, que se aproveitam das an- processo de remodelação constante nos diferentes grupos
gústias e do sofrimento dos milhões de desempregados. Os sociais e seus níveis de autonomia, estabelecendo novas
movimentos populistas são uma ameaça ao futuro econô- relações com a economia, com a política e com o Estado.
mico do Brasil, pois por trás da maioria desses movimentos A alavancagem da industrialização e urbanização no
estão políticos comprometidos apenas com o poder. Brasil, a partir da década de 30, baseada na política de
Hoje temos, na verdade, mais populistas e menos populis- substituição às importações e, em particular, a inserção das
mo no sentido clássico, caracterizado pela ruptura do modelo mulheres neste contexto causaram grandes modificações
agro exportador na década de 30, no governo de Getúlio Vargas. sobre a estrutura familiar.
Portanto, ao tratarmos da questão econômica, não pode- Devemos atentar para as profundas mudanças sociais
mos deixar de vinculá-la à reorganização do nosso sistema eco- ocorridas no Brasil nos últimos anos retrato de uma violen-
nômico, do sistema educacional e a participação da sociedade ta transformação nas condições de vida de parcela signifi-
no esforço permanente em busca do desenvolvimento do País. cativa da população rural que trouxeram não apenas trans-
A deficiência educacional brasileira é fruto de vários formações de ordem política econômica, mas também
fatores que, consecutivamente, são oriundos da concentra- grandes mudanças sociais, que se refletiram diretamente
ção na distribuição da renda, do planejamento familiar, dos nas relações familiares.
salários e formação dos professores etc. As mudanças sociais no País fizeram surgir uma nova
Independente do grau de desenvolvimento do país, realidade às famílias. As transformações que estão ocor-
não há dúvida quanto à necessidade de se preparar os rendo, na maioria das vezes sem o conhecimento das par-
recursos humanos para que possam exercer fundamental- tes envolvidas, exigirão cautela na análise das causas e con-
mente o papel de agentes promotores do desenvolvimen- seqüências da desestruturação ou reestruturação familiar.
to econômico e social. Evidentemente devemos considerar que a situação de
Inverter a desigualdade social no País levará um tempo vulnerabilidade das famílias está diretamente relacionada
considerável, pois as transformações ocorridas alteraram a às condições socioeconômicas, destacando-se a péssima
vida cotidiana e a realidade rural e urbana no Brasil; contudo, distribuição de renda, associada aos programas de estabi-
a educação pode nos levar a uma condição melhor no futuro. lização macroeconômicos.
A educação torna-se um elo importante entre o empre- O impacto contracionista na economia tem um re-
go e a família no Brasil, principalmente, porque uma parce- sultado nefasto sobre a família que, em princípio, deveria
la significativa de chefes de família ainda são as principais estimular laços afetivos e, sobretudo, aportes materiais

27
CONHECIMENTOS GERAIS

necessários ao desenvolvimento e ao bem-estar de todos O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO DAS ECONOMIAS


os seus membros, desempenhando um papel decisivo na
educação formal e informal, fundamentalmente das crian- “A globalização não é um conceito sério. Nós, os ame-
ças. E é por meio desse convívio que são absorvidos os ricanos, o inventamos para podermos dissimular nossa
valores éticos, a exata compreensão dos direitos e deveres, política de entrada econômica nos outros países, mas na
e onde se aprofundam os laços de solidariedade. verdade é estrategicamente vendida ao resto do mundo
Portanto, a contração na economia destrói a base fa- como uma política de livre mercado integracionalizadora
miliar, desagrega seus membros, distorce os valores éticos que permitirá essencialmente o crescimento econômico
tradicionais, incentiva o individualismo. A busca de novos das nações.” John Kenneth Galbraith1 .
valores, pautada pelo desejo material, aumenta as diferen- 1.1 Países ricos e pobres e suas inter-relações com a
ças entre as famílias mais abastadas e as mais pobres, im- globalização.
pedindo que estas possam prover as necessidades básicas Podemos observar que ao final do século XX e início des-
como educação, saúde e lazer, perpetuando a pobreza, ao te, a globalização das economias revela-se através de políticas
invés de erradicá-la, como pregam os defensores do mer- liberais adotadas por inúmeros governos que vêm atuando
cado. Vem criando uma nova ética baseada no individualis- sistematicamente a favor do mercado financeiro, dificultando
mo e no pragmatismo. a relação entre a produção e a utilização da força de trabalho.
A família constitui um elo de ligação entre os mem- Devemos aí colocar parênteses. As influências e cré-
bros do grupo familiar e a sociedade. Sob esta óptica, a ditos à globalização reforçam-se e ampliam-se com o uso
família não só interioriza aspectos ideológicos dominantes excessivo da própria palavra que se revela, na verdade, na
na sociedade, mas também efetua a projeção em outros retórica de governantes – incluam-se aí os do Brasil – como
grupos dos modelos de relação criados e recriados dentro maneira para abrandar e/ou justificar tanto a adoção de
do próprio grupo. medidas impopulares como a inexistência de resultados
Em princípio, podemos notar que estudos e trabalhos prometidos ao longo das suas campanhas: crescimento
em torno da família, na maioria das vezes, voltada à prática econômico, elevação dos níveis de emprego, inclusão so-
conservadora e disciplinadora, baseiam-se na qualificação cial, este último geralmente superdimensionado.
simplista do planejamento familiar. A atenção dispensada O insucesso do resultado apresentado é rapidamente jus-
às famílias tornou-se menos importante e, quando existe, é tificado, alegando a seu favor a presença de uma força inexo-
voltada ao controle da natalidade e não ao reconhecimen- rável e irreversível, que vem se impondo ao mundo; uma onda
to e à garantia de direitos sociais direito à habitação, ao globalizadora à qual a sociedade contemporânea estaria su-
transporte, à saúde, direitos da mulher e da criança. postamente obrigada à obediência e à dependência.
A política social no Brasil ainda é centralizadora, e apesar O modo como a globalização tem sido gerenciada,
das experiências em contrário descentralizadoras e da mu- abrangendo os contratos de comercialização internacio-
nicipalização das ações sociais básicas, não houve a efetiva nais, que têm cumprindo um papel importante na retira-
distribuição das competências e atribuições de cada uma das da dessas barreiras, bem como as políticas que têm sido
três esferas de poder: federal, estadual e municipal. impostas aos países em desenvolvimento no processo de
O resultado dessa política social ineficaz traduz-se em globalização, precisa ser radicalmente repensada.
gastos públicos mal gerenciados desde a sua origem, em
prol de interesses oligárquicos, corporativos e centristas. 1 John Kenneth Galbraith – Economista norte-america-
A política pública no País concentra sua atenção no indiví- no considerado por muitos o maior expoente econômico
duo e não na família ou na comunidade, muito menos está da atualidade. Citação publicada na coluna frases na Folha
preocupada com a proteção social de seus cidadãos. de S Paulo em 2 de novembro de 1997.
A característica marcante da nossa política social é o eli- Os países pobres e em desenvolvimento são os que
tismo, privilegiando parte da população já favorecida e, por mais sofrem com os resultados nocivos dessa apropriação
outro lado, pelo assistencialismo tutelar direcionado aos seg- de recursos econômico-financeiros de toda ordem, vale
mentos mais pobres da população, legitimando o poder dos dizer, são os protagonistas da própria desgraça, caracterís-
dominantes e a dependência dos dominados, dificultando tica de países dependentes e subservientes. Este processo
ações que possam alterar essa situação de pobreza e exclusão. leva à incapacidade de atender à enorme demanda social,
As dificuldades apresentadas ao longo deste trabalho por exemplo, torna-se um obstáculo ainda maior para a
essencialmente tiveram como ponto de partida a defini- educação e a qualificação da massa de mão-de-obra de-
ção da identidade da globalização, a macrorrelação com sempregada que está sendo empurrada ao trabalho infor-
o emprego, a educação e a família no Brasil. Procuramos mal por absoluta falta de capacitação profissional.
ao longo dos capítulos organizar as idéias e relacioná-las O significado da palavra globalização para os ricos e
umas com as outras. poderosos é inteiramente específico, foi idealizado de for-
No capítulo I procuramos destacar o atual processo de ma particular, significando que a difusão desse processo
globalização das economias. No capítulo II discutimos as tem uma única finalidade – servir aos seus interesses, ba-
questões econômicas mundiais e o impacto no mercado de seado no livre mercado, na flexibilização do sistema finan-
trabalho. No capítulo III trataremos da questão educacional ceiro e no fim das fronteiras nacionais dos países emergen-
no Brasil. No capítulo IV analisamos sobre os grupos fami- tes, pobres, periféricos etc. Evidentemente esse processo
liares, o planejamento familiar e a demografia. não se aplica aos países desenvolvidos.

28
CONHECIMENTOS GERAIS

Constatamos que no final do século XX, os defensores As violentas reações antiglobalização não são fruto
desse poder financeiro globalizado, travestido de “livre co- apenas dos danos causados exclusivamente aos países em
mércio” integralizado, previam que na medida em que a ri- desenvolvimento e nem por incitamentos ideológicos, mas
queza aumenta, os ricos transferem parcela da poupança ge- também pelas iniqüidades cometidas no sistema comercial
rada aos investimentos na ampliação da capacidade produti- global.
va, conseqüentemente mais empregos seriam criados, maior
seria a produção, maior seria a capacidade de consumo da 2 Para a Cepal (Comissão Econômica para a América
maioria, portanto, maior prosperidade para todos. Latina – Órgão Regional das Nações Unidas), está abaixo
O que ocorreu na verdade no Brasil foi um maior dis- da linha de indigência quem não tem renda mensal para
tanciamento entre ricos e pobres, o mercado se segmen- comprar uma cesta básica. A linha da pobreza equivale
tou, isto é, poucos privilegiados detêm a maior parcela da ao dobro desse valor. A Linha da Miséria Humana (LMH)
renda gerada, enquanto a grande parte da população é é uma pessoa viver com menos de US$ 1,00/dia; a Linha
simplesmente marginalizada do processo central de acu- da Pobreza Extrema (LPE) corresponde viver com US$ 1,00/
mulação. Este processo é liderado pelas grandes corpora- dia; a Linha de Pobreza Humana (LPH) corresponde viver
ções, ou melhor, o liberalismo ou a economia de mercado com US$ 2,00/dia. Há uma falta de critério único sobre a
estruturalmente não atendeu às necessidades dos mais po- definição da “linha de pobreza” e, mais do que isso, não há
bres, pelo contrário, ampliou ainda mais a pobreza no País. uma clara correlação estabelecida entre fome e pobreza.
Podemos citar o caso da sobretaxa do aço, destinada Os países do Ocidente lideraram, após a Segunda
exclusivamente à proteção da indústria americana, bem Grande Guerra, o atual processo de globalização, garantin-
como a Farm Bill, legislação que garante subsídios para a do um percentual maior nos benefícios à custa dos países
agricultura americana, numa mostra flagrante do presiden- em desenvolvimento.
te americano, George W. Bush Jr., por apoio político. É uma Os países desenvolvidos, principalmente os EUA, bus-
evidente defesa dos interesses dos colaboradores da sua cam criar novas tecnologias, mas esta nova capacitação
campanha. As propostas impostas estão claramente dire- tecnológica passa a ser usada como instrumento de poder
cionadas a impedir a competição de outros países. garantindo as hegemonias tecnológicas, financeiras e mi-
A diferença entre países ricos e pobres vem aumentan- litares, restando aos países dependentes a utilização dos
do dia a dia, deixando um enorme contingente de pessoas conjuntos menos atuais e menos poderosos.
nos países em desenvolvimento num estado lamentável de Quando um determinado país não tem as condições
miséria, tendo que sobreviver abaixo da linha de pobreza2, para mobilizar as técnicas consideradas mais avançadas,
não obstante as repetidas promessas de redução desse torna-se, por isso mesmo, um dependente, considerado na
quadro social apregoadas pelos defensores da ideologia atual conjuntura mundial um país de menor importância
do livre mercado. pelos mais poderosos. As instituições internacionais for-
Para podermos compreender o processo que está mulam as regras que determinam ou impõem as nações
ocorrendo no mundo hoje, devemos destacar o papel das pobres do mundo a colocar em andamento a liberalização
três instituições mais importantes no cenário econômico da economia e dos mercados de capitais.
mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Ban- Stiglitz salienta: Em muitas situações, os benefícios da
co Mundial (BIRD) e a Organização Mundial do Comércio globalização têm sido menores do que seus defensores
(OMC) que verdadeiramente controlam o processo de glo- apregoam, e o preço pago tem sido maior, já que o meio
balização em curso. ambiente foi destruído e os processos políticos, corrompi-
Essa é a maneira como tem sido administrado esse dos, além de o ritmo acelerado das mudanças não terem
processo. Deste modo, torna-se possível, a priori, entender dado aos países tempo suficiente para uma adaptação cul-
com clareza as tendências fundamentais do atual processo tural. As crises, por sua vez, que trouxeram em seu rastro o
de globalização das economias: a imposição à adoção de desemprego em massa, têm sido acompanhadas por pro-
uma cartilha liberal aos países em desenvolvimento, a forte blemas de desintegração social de maior prazo – desde a
ingerência nas questões políticas e econômicas, as relações violência urbana na América Latina até os conflitos étnicos
comerciais internacionais que acentuam o poder hegemô- em outras regiões do mundo, como na Indonésia. Esses
nico capitalista. Todas essas questões precisam ser radical- não são novos, mas a reação cada vez mais veemente no
mente repensadas. mundo todo contra as políticas que impulsionam a globa-
A mídia em geral registra diariamente declarações - lização é uma mudança significativa.
de políticos, governantes e parcela da sociedade civil – de Verifica-se que as grandes corporações fragmentam a
que a globalização vem integrando as economias de for- produção em vários países, transferindo parte da sua tec-
ma surpreendente nas duas últimas décadas do século XX, nologia mais avançada; em alguns casos, a produção se dá
caracterizando as manifestações antiglobalização como em escala mundial por intermédio de empresas interna-
movimentos nacionalistas apegados ao passado. As ma- cionais, mas o motivo desta transferência é a competição
nifestações populares contra os programas econômicos entre si por meio de uma concorrência extremamente feroz
impostos pelos organismos internacionais, na realidade, e desumana.
vêm ocorrendo há décadas, principalmente nos países nos As relações de subjugação e subordinação permitem a
quais os programas de crédito mostraram-se exigentes e algumas nações (ricas) a ação de determinar a outras (po-
inflexíveis. bres) a imposição de seus interesses. Do mesmo modo, a

29
CONHECIMENTOS GERAIS

subordinação das nações mais pobres decorre da concen- que apenas começa, um novo ciclo econômico, a interna-
tração dos poderes político-militares, financeiros e tecno- cionalização do capitalismo, isto é, uma forte concentração
lógicos dos países ricos, associados aos desequilíbrios de das atividades internacionais sob o domínio dos países de-
ordem interna e aos empecilhos exclusivamente nacionais, senvolvidos: a hegemonia capitalista.
referenciados pela valorização das articulações das elites Para Chomsky6 ,a palavra globalização foi convenien-
nacionais no favorecimento de seus interesses. temente adotada pelos donos do poder que proveram a
ela um significado, usando-a para definir a nova ordem
3 STIGLITZ, Joseph E. A globalização e seus malefícios: econômica mundial sob a forma de integração interna-
a promessa não cumprida de benefícios globais.São Paulo: cional, que passou a ser aceita como verdade única. Esse
Futura, 2002, p.35. processo globalizante é equivocadamente denominado de
Na verdade, o que ocorre com os mercados, na maio- acordos de livre comércio, ressaltando que alguns meios
ria dos países em desenvolvimento, não é a virulência das de comunicação são mais honestos, como a imprensa eco-
ameaças militares (intervenção militar) que impõe a aber- nômica, especificamente o Wall Street Journal, que os cha-
tura de suas economias ao gosto das economias mais mam de acordos de livres investimentos.
avançadas, mas o poder econômico internacional, median- A afirmação do Wall Street Journal pode ser aceita
te ameaças de sanções ou interrupções temporárias de aju- como correta, uma vez que os acordos defendidos pelos
da financeira necessária em épocas de crise. ricos e poderosos não têm a ver com o livre comércio, mas
Os países em desenvolvimento, caracterizados em podem ser considerados de fato livres investimentos, a sa-
geral por: desigualdade na distribuição da renda; grande ber, liberalização dos sistemas financeiros: fluxo de capitais
dependência tecnológica; altos índices de desemprego e voláteis e não sujeitos a controles.
subemprego; índice de poupança interna insuficiente e Por exemplo, o todo-poderoso presidente do FED – Fe-
concentrado e altas taxas de juros, apresentam como con- deral Reserve Bank (Banco Central Americano), o Sr. Alan
seqüência uma forte dependência do capital externo, moti- Greespan, reconheceu publicamente em declarações aos
vada em grande parte pelas políticas econômicas adotadas principais jornais americanos em 2002 que, na maioria das
nas últimas décadas do século XX. vezes, são impostas medidas em nome da justiça comer-
Esses aspectos – somados às condições desfavoráveis no cial, mas o que realmente se observa é que tais medidas
comércio internacional, advindas do atual processo de glo- freqüentemente não passam de puro protecionismo.
balização econômica que, de certa forma, é o ápice do pro- Se as pessoas comuns quiserem fazer algo em dire-
cesso de internacionalização do mundo capitalista – revelam ção contrária a esse sistema de propaganda, terão de criar
o grau de dependência do Brasil aos países desenvolvidos. organizações que lhes proporcionem uma força para con-
Stiglitz prossegue: Os Estados Unidos davam ordens a trapor-se aos principais centros do poder, e quem sabe ex-
todos, em especial depois da crise no Leste Asiático, sobre pandir essa força em outras direções.
o capitalismo de compadres e seus perigos. Se a pregação
do Ocidente não é levada a sério em todos os lugares, deve- 6 Noam Chomsky, lingüista americano e professor do
mos compreender por quê. Não são apenas injúrias passadas, Massachusetts Institute of Technology (MIT), considerado
como as práticas injustas de comércio mencionadas anterior- uma instituição-chave do establishment americano, aos
mente.Trata-se daquilo que estamos fazendo hoje4. Outros 74 anos é um dos principais críticos do intervencionismo
voltam-se não apenas para o que dizemos, mas também para dos EUA no Terceiro Mundo e do papel da mídia. Filho de
aquilo que fazemos. E nem sempre é um quadro bonito.5 judeus ucranianos, ele se aproximou do anarco-sindica-
O processo de globalização tem nos oferecido um re- lismo e das idéias libertárias quando ainda jovem. Noam
sultado contrário ao desejado, lembrando que os defenso- Chomsky fez a conferência de abertura do Fórum Social
res da ideologia de mercado continuam difundindo o pro- Mundial em Porto Alegre, jan., 2002.
cesso de internacionalização econômica, em que os valores Na verdade, os meios de comunicação padronizam o
e as crenças defendidos pelos capitalistas são impulsiona- pensamento e fabricam os consensos. Este talvez seja o
dos pelas grandes corporações internacionais. maior desafio de nossa época, uma vez que o cidadão só
O que deveria ser correto afirmar é que a globalização, ao tem uma maneira de defender-se desse sistema: adquirir a
contrário do que muitos defendem, é a supremacia de um gru- capacidade de ter algum controle sobre sua vida, vencendo
po social sobre outros; em outras palavras, estamos assistindo o isolamento e se organizando.
à hegemonia do processo de internacionalização do mundo O professor Milton Santos elucida: Hoje haveria um mo-
capitalista. O atual processo de globalização pode ser enten- tor único que é, exatamente, a mencionada mais-valia uni-
dido, de certa forma, como o apogeu da ideologia capitalista. versal. Esta se tornou possível porque a partir de agora a pro-
dução se dá em escala mundial, por intermédio de empresas
4 Stiglitz se refere aos seus compatriotas norte-ame- mundiais, que competem entre si segundo uma concorrência
ricanos. extremamente feroz, como jamais existiu. As que resistem e
5 STIGLITZ, op cit., pp.222-223. sobrevivem são aquelas que obtêm a mais-valia maior, per-
1.2 O atual processo de globalização e sua identidade. mitindo-se, assim, continuar a proceder e a competir.7
Não acreditamos que o atual modelo de globalização Os países desenvolvidos, principalmente os EUA, pro-
seja inexorável e nem irreversível, e estamos convencidos curam transmitir uma imagem irreal do mundo: a globali-
de que se trata de mais um capítulo da história universal zação como um processo de integração entre as nações,

30
CONHECIMENTOS GERAIS

mas na verdade deveriam mostrar o mundo tal como ele é: Entendemos que as crises econômicas sofridas pelos
a globalização como sinônimo de dependência, submissão países em desenvolvimento são em parte produtos das po-
e perversidade, ou seja, o ápice do processo de internacio- líticas ou modelos econômicos impostos pelos países ricos.
nalização do mundo capitalista. O mundo poderia ser visto Não são fenômenos alheios a isso. Mas devemos salientar
de uma outra forma, mais justo, igualitário e integrado, por que as crises nesses países não são frutos apenas dessas
conseguinte, apresentar-se um outro processo de globali- imposições.
zação. Os capitalistas, em suas análises, levam principalmen-
O tema globalização vem marcando o debate nacio- te em consideração aspectos positivos como mão-de-obra
nal, tendo destaque após a abrupta exposição do País à barata, que o governo gaste pouco com o apoio ao de-
concorrência internacional em 1990, com a adoção de um sempregado e que trate empresas estrangeiras da mesma
modelo econômico liberal (Plano Collor) e do programa de forma que as nacionais. Tudo isso cria um ambiente pro-
estabilização monetária iniciado em 1994 (Plano Real). pício para a instalação de novos negócios e faz com que
Grande parte das discussões sobre globalização não o produto chegue mais barato ao mercado internacional.
passa de representação de fatos reais exagerados e toma-
dos como modelo, geralmente utilizados pelos detentores 8 BATISTA Jr. Mitos da globalização. São Paulo, vol.12,
do poder como justificativa para encobrir erros e omissões. n° 32, p. 7, 1998. Paulo. Economista, é professor e pesqui-
A globalização não obteve êxito em diminuir a pobreza e sador do Departamento de Economia da Fundação Getúlio
também não teve sucesso em garantir a estabilidade eco- Vargas em São Paulo. Pesquisador-visitante do Instituto de
nômica mundial. Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Foi se-
Em outras palavras, é fundamental entendermos que cretário especial de Assuntos Econômicos do Ministério do
a pobreza, a fome, a miséria, encontradas por todo o ter- Planejamento em 1985-86, durante a gestão do ministro
ritório nacional, são motivadas por modelos econômicos, João Sayad. Foi também, assessor para Assuntos de Dívida
políticos e sociais perversos. As responsabilidades por esse Externa do Ministério da Fazenda, durante a gestão do mi-
statu quo, sem dúvida, podem ser creditadas em parte à nistro Dílson Funaro, em 1986-87.
sociedade brasileira, mas sobretudo aos países desenvolvi- A liberação da ajuda financeira geralmente está condi-
dos e aos organismos internacionais que ratificam a atual cionada à adoção de medidas duras e amargas, de resul-
ordem econômica mundial. tado na maioria das vezes cruel e desumano, pois as prin-
cipais recomendações do FMI são: manter políticas basea-
7 SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. 3.ed. das no corte dos gastos públicos (ajuste fiscal); aumento
Rio de Janeiro. Record.,2000, p.29-30. O professor Milton da carga tributária (aumento de impostos, contribuições,
Santos era geógrafo, professor emérito da Universidade de taxas) e elevação das taxas básicas de juros, medidas que
São Paulo, ganhador do Prêmio Internacional de Geografia levam a economia a uma política econômica mais contra-
Vautrin Lud em 1994 e autor de mais de 30 livros e 400 ar- cionista (recessão), diferentemente do que foi idealizado
tigos científicos, publicados em diversos idiomas. por Keynes, quando ajudou a desenhar o projeto de um
Conforme Batista Jr.8, difunde-se a percepção de que fundo monetário internacional.
há em curso processos que dominam de maneira inexorá- Em referência à globalização, Ianni9 diz que há aí um
vel a economia mundial e tendem a destruir as fronteiras problema sério. Ele tem a impressão de que existe uma
nacionais. Os Estados nacionais estariam em crise, em fase certa passividade na sociedade, uma certa atitude de des-
de extinção, segundo as versões mais extremadas. O pro- conforto, de incertezas, uma dificuldade da população para
cesso de globalização assim entendido não passa de um entender o que está acontecendo.
mito, um fenômeno ideológico nem sempre muito sofisti- O liberalismo clássico defendia o livre mercado (lais-
cado, que serve a propósitos variados. sez-faire), os produtores eram movidos pelo desejo egoís-
O termo globalização não seria apropriado para desig- ta de obter mais lucros (capitalistas) e concorriam entre si
nar o processo econômico mundial em curso, porque na para atrair os consumidores; por força do mercado, o capi-
verdade o que temos hoje é hegemonia da ideologia capi- tal e o trabalho seriam investidos da forma mais produtiva
talista. E nem tampouco há justificativa para os argumentos possível, organizando a produção da maneira menos dis-
de que a globalização teria surgido nos últimos vinte ou pendiosa possível, levando os produtores a aprimorarem
trinta anos, caracterizando uma economia global forte- constantemente a qualidade de seus produtos.
mente integrada, quando os Estados nacionais estariam se O liberalismo pode ser entendido como a corrente
tornando impotentes, em processo de gradativa redução e econômica criada no século XVIII, que acreditava que os
tendendo ao desaparecimento. mercados, sem interferência do governo, como que guia-
Os países em desenvolvimento, ao passarem por uma dos por uma mão invisível, conduziam a economia ao ple-
crise econômica, tendem imediatamente a buscar ajuda fi- no emprego. Aqui entram as considerações sobre as leis
nanceira junto aos organismos internacionais, geralmente de mercado e a teoria da mão invisível de Adam Smith10,
com o aval do FMI. Os recursos e os programas impostos caracterizada por motivações egoístas dos homens para
aos países em desenvolvimento, não estabilizaram suas atividades de maior lucratividade, protagonizando os fun-
economias por um longo período, e em muitos casos pio- damentos da doutrina do laissez-faire; portanto, competia
raram a sua situação, sobretudo para as populações mais aos governos assumir exclusivamente as funções que res-
carentes, como é o caso recente da economia Argentina. paldassem e incentivassem as atividades lucrativas.

31
CONHECIMENTOS GERAIS

A acirrada competição por um posto de trabalho tem


como resultado, do ponto de vista econômico, uma pro- DIREITOS HUMANOS: CONCEITO; EVOLUÇÃO
funda alteração no mercado de trabalho ampliando a mais HISTÓRICA NO MUNDO;
valia; pelo lado social, potencializa-se o surgimento de uma
fonte de dificuldades e perturbações nos planos individual
e coletivo, comprovadas pelas taxas crescentes de desem-
prego e pobreza. Introdução
Assunto de extrema importância no mundo atual os di-
9 IANNI, Octávio. A era da Globalização. Brasília: Banco reitos humanos ou os direitos fundamentais como também
do Brasil, 1999, p.16. são conhecidos - necessitam de profundas reflexões. Vi-
10 SMITH, Adam. A riquesa das nações. São Paulo: vemos em um mundo cheio de desigualdades e injustiças
Nova Cultural, 1996, p.479 vol I e p.400 vol.II. Nasceu na das mais diversas e o que vemos são tremendas violações
Escócia. É considerado o fundador da escola clássica. Para dos direitos básicos dos seres humanos. Direitos básicos de
ele, a solução para o funcionamento da economia na so- toda espécie: individuais ( vida, liberdade de culto, expres-
ciedade deve ser encontrada nas leis de mercado, na inte- são, etc.), sociais (saúde, trabalho, educação, moradia, en-
ração do interesse individual e na concorrência. A essência tre outros) e difusos ( direito ao meio-ambiente ecologica-
da economia de mercado é que nela tudo se converte em mente equilibrado e da defesa do consumidor). Em países
mercadorias com um preço e que as ofertas dessas merca- em processo de desenvolvimento, como é o caso do Brasil,
dorias estão sujeitas à variação de preços. essas violações são mais evidentes.
Não há razões para assinalarmos esse processo de Essas violações ocorrem não apenas por parte do Es-
globalização como algo novo, rotulado atualmente como tado, mas também por diversos atores privados, dentro da
neoliberal. Esta palavra deveria conferir status de novo, isto família, da empresa, no serviço público, nas relações de
é, uma corrente ideológica nova e original. O que temos na consumo, enfim, em uma série de relações privadas.
verdade é defesa da velha ideologia liberal, defendida no No presente texto, temos como finalidade essencial
século XVIII. Como existe o julgamento favorável ao novo, analisarmos um dos aspectos mais polêmicos dos direi-
ligado à idéia de “progresso”, o prefixo “neo” adquiriu a tos fundamentais: a questão de sua eficácia horizontal. A
denominação de algo novo, uma concessão indevida que eficácia vertical, que é o respeito pelo Estado aos direitos
enfraquece automaticamente a crítica. Mais apropriado se- fundamentais das pessoas não temos nenhuma dificulda-
ria falar em paleoliberalismo11. de. O problema reside nas relações privadas e aí pergunta-
Podemos destacar como novo, neste processo de mos:  os direitos fundamentais devem ser observados nas
globalização, apenas a intensidade dos protestos realiza- relações privadas? Um empresário, por exemplo,  poderá
dos nos países desenvolvidos, exemplo ocorrido durante contratar um funcionário com base na “boa aparência”, ou
a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá observar o direito fundamental da isonomia? São
em Seattle, em 1999. Novo por quê? As manifestações de questões que pretendemos responder. Inclusive, iremos
protesto representaram uma violenta inquietação, porque apresentar as teorias mais importantes sobre o tema e
tiveram como palco uma importante cidade norte-ameri- também vamos apresentar a posição adotada pelo Supre-
cana; o fato tornou-se singular porque até então as ma- mo Tribunal Federal.
nifestações antiglobalização nunca tinham sido realizadas Antes porém de falarmos sobre o tema da eficácia ver-
com essa intensidade nos Estados Unidos. tical e horizontal dos direitos fundamentais vamos apre-
O que realmente está por detrás da ideologia liberal é sentar uma breve visão geral dos direitos humanos, abor-
uma verdade só: afastar a qualquer custo a crise financeira, dando sua conceituação, caracterização, evolução histórica
ou seja, lucrar sempre e exponencialmente12. Esta é a razão e positivação e reconhecimento na ordem jurídica nacional.
do desequilíbrio econômico, o mais importante componente Desse modo, esperamos que com esse texto possamos
da crise real, que gera impactos sociais, aí, sim, irreversíveis. A fomentar o debate acerca da efetivação dos direitos funda-
globalização em curso, sem dúvida, impõe à maior parte da mentais, em especial pelo reconhecimento de sua eficácia
humanidade globalizada uma condição desumana. nas relações privadas.
O modelo liberal adotado por vários países, entre eles
o Brasil, acentuou a dilatação das desigualdades e do de- 2. Conceito de Direitos Humanos
semprego no final do século XX, justificando a necessidade
de uma ampla reestruturação na relação capital versus tra- Antes de apresentarmos uma conceituação do que seja
balho, transformação baseada na flexibilização do uso e da direitos humanos, necessário é estabelecermos a nomen-
remuneração da mão-de-obra, fortalecendo a elevação da clatura mais adequada. Isto porque alguns usam a expres-
concorrência no mercado de trabalho. são “direitos humanos”, outros de “direitos fundamentais”
A sociedade de consumo propagada pela ideologia de e outros ainda de “direitos do homem”. Qual seria a no-
mercado faz com que as pessoas adotem um conjunto de menclatura correta? Entendemos que todas são corretas,
ações voltadas ao consumo sem regras, imperando o indi- mas preferimos utilizar neste texto a expressão “ direitos
vidualismo, levando-as a total perda da noção do coletivo, fundamentais”,  pois a mesma está relacionada com a ideia
do que seja o bem público, exigindo os seus direitos de de positivação dos direitos humanos. Assim, quando a
consumidor e não exercendo os deveres de cidadão. busca pela efetivação desses direitos são apenas aspira-

32
CONHECIMENTOS GERAIS

ções dentro de uma comunidade podemos chamá-los de e) Irrenunciabilidade: o titular não pode renunciar um
direitos humanos, mas quando os mesmos são positiva- direito fundamental. A pessoa pode até não exercer o direi-
dos num texto de uma Constituição os mesmos passam a to, mas não pode renunciar;
serem considerados como direitos fundamentais. Parte da f) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não es-
doutrina entende que os direitos fundamentais seriam os tão sujeitos a nenhum tipo de prescrição, pois os mesmos
direitos humanos que receberam positivação. são sempre exercitáveis sem limite temporal. Exemplo: o
Para exemplificarmos a afirmação feita, podemos direito à vida;
mencionar a lição de Paulo Gonet Branco (2011: 166), g) Indivisibilidade: os direitos fundamentais não podem
para quem a expressão direitos humanos ou direitos do ser fracionados. A pessoa deve exercê-lo em sua totalidade;
homem, é reservada para aquelas reinvindicações de pe- h)  Interdependência:  significa que os direitos funda-
rene respeito a certas posições essenciais ao homem. São mentais são interdependentes, isto é, um direito funda-
direitos postulados em bases jusnaturalistas, contam com mental depende da existência do outro. Ex: a liberdade de
índole filosófica e não possuem como característica básica expressão necessita do respeito à integridade física;
a positivação numa ordem jurídica particular. Já a locução I) Complementariedade: os direitos fundamentais pos-
direitos fundamentais é reservada aos direitos relacionados suem o atributo da complementariedade, ou seja, um
com posições básicas das pessoas, inscritos em diplomas complementa o outro. Ex: o direito à saúde complementa à
normativos de cada Estado. São direitos que vigem numa vida, e assim sucessivamente
ordem jurídica concreta, sendo, por isso, garantidos e li- m) Universalidade:  os direitos humanos são apresen-
mitados no espaço e no tempo, pois são assegurados na tados como universais, ou seja, são destinados a todos os
medida em que cada Estado os consagra.  seres humanos em todos os lugares do mundo, indepen-
Assim, podemos conceituar direitos humanos como dente emente de religião, de raça, credo, etc. No entanto,
aqueles direitos básicos inerentes a todas as pessoas sem alguns autores mostram que em certos países os direitos
distinção, adquiridos com seu nascimento, tais como o di- humanos não são aplicados em razão das tradições cultu-
reito à vida, à liberdade de locomoção,  à liberdade ex- rais. Seria a chamada teoria do “relativismo cultural” dos
pressão, liberdade de culto, etc, que ainda não receberam direitos humanos. Sobre o assunto, assim leciona Paulo
positivação constitucional e até então são apenas aspira- Henrique Portela (2013: 833):
ções. As pessoas já nascem sendo titulares desses direitos “ (...) o universalismo é contestado por parte da dou-
básicos. trina, que fundamentalmente defende que os diferentes
Com a positivação no texto constitucional, esses direi- povos do mundo possuem valores distintos e que, por isso,
tos humanos tornam-se direitos fundamentais, tornando- não seria possível estabelecer uma moral universal única,
-se objetivos a serem alcançados pelo Estado e também válida indistintamente para todas as pessoas humanas
pelos demais atores privados, como iremos demonstrar e sociedades. É a noção de relativismo cultural, ou simples-
adiante.  mente relativismo, que defende , ademais, que o  universa-
Vale ressaltar também que, a noção de direitos funda- lismo implicaria imposição de ideias e concepções que na
mentais  está intimamente relacionada com o princípio da realidade, pertenceriam ao universo da cultura ocidental.”
dignidade da pessoa humana, o qual pressupõe que todo Um exemplo prático desse relativismo cultural é que
ser humano deve possuir um mínimo existencial para ter em países islâmicos os direitos das minorias não são  res-
uma vida digna. A ideia de dignidade da pessoa humana peitados. A imprensa já divulgou, por exemplo, que a teo-
foi trabalhada inicialmente por Kant, para quem “ o homem cracia islâmica que governa o Irã enforca em praça pública
é um fim em si mesmo”, conforme ensina Ricardo Castilho as pessoas que são homossexuais. São mortos em nome
( 2012: 134). Podemos afirmar que a dignidade humana é a da religião muçulmana, que considera pecado a sua opção
“fundamentalidade” dos direitos fundamentais, ou seja, é o sexual. Isso ocorre em pleno século XXI.
fundamento de validade. Um outro exemplo de violação sistemática dos direitos
No Brasil, a Constituição de 1988, positivou a dignida- humanos com base em crenças religiosas, que também já
de da pessoa humana no art. 1º, inciso III, como fundamen- foi divulgado pela imprensa mundial,  é a mutilação de mu-
to da República Federativa do Brasil. lheres muçulmanas em alguns nações africanas. Milhares
de mulheres têm seus clitóris arrancados para que não sin-
3. Caracterização tam prazer sexual, pois na religião islâmica, extremamente
Podemos apresentar didaticamente as seguintes carac- machista, somente o homem pode ter prazer. Novamente,
terísticas dos direitos fundamentais: a religião islâmica viola os direitos humanos em nome de
a) Historicidade: A historicidade significa que os direitos preceitos religiosos.
fundamentais variam de acordo com a época e com o lugar; Quem defende o relativismo cultural afirma que a ideia
b)  Concorrência: os direitos fundamentais podem ser de direitos fundamentais é uma ideia cristã-ocidental e não
exercidos de forma concorrente. Ou seja, é possível  exer- tem como ser aplicada em algumas regiões do mundo.
cer  dois ou mais direitos fundamentais ao mesmo tempo; Concordamos com a afirmação de que os direitos fun-
c) Indisponiblidade: o titular não pode dispor dos direi- damentais são um ideal cristão e ocidental, mas não po-
tos fundamentais; demos concordar com o relativismo cultural. Entendemos
d)  Inalienabilidade: os direitos fundamentais não po- que todas as pessoas no mundo inteiro devem ser tratadas
dem ser transferidos a terceiros; com dignidade.

33
CONHECIMENTOS GERAIS

Em todo o caso, o universalismo dos direitos humanos A mensagem de Jesus Cristo, conforme vemos em Ma-
é expressamente consagrado no bojo da própria Declara- teus 22: 36-40,  pode ser resumida em dois mandamentos:
ção de Viena de 1993, a qual diz que “todos os direitos a) Amar a Deus sobre todas as coisas e b) Amar o próximo
humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e com a si mesmo. Ora, o primeiro mandamento já havia sido
inter-relacionados...” dado por Deus a Moisés no Monte Sinai e este mandamen-
n) Limitabilidade: os direitos fundamentais não são to não seria difícil de ser atendido. O segundo mandamen-
absolutos. Os mesmos podem sofrer limitações, inclusive, to, agora dado por Jesus, o Filho de Deus, foi que causou
pelo próprio texto constitucional. Segundo Paulo Branco polêmica em sua época. Amar a Deus é fácil. Difícil é amar o
(2011: 162) afirma que   tornou-se voz corrente na nossa próximo, ainda mais quando o próximo nos faz algum mal.
família do Direito admitir que os direitos fundamentais po- Jesus ensinou ainda que deveríamos “orar e amar nossos
dem ser objeto de limitações, não sendo, pois absolutos. inimigos” (Mateus 5: 44). O contexto histórico em que Jesus
Tornou-se pacifico que os direitos fundamentais podem começou a pregar era de completa dominação de Israel
sofrer limitações quando enfrentam outros valores de or- pelos romanos. Sendo que Pilatos,  era o governador ro-
dem constitucional, inclusive outros direitos fundamentais. mano de toda aquela região. Assim, um judeu ter que amar
Igualmente no âmbito internacional, as declarações de di- o próximo, orar e amar seus inimigos era um judeu ter que
reitos humanos admitem expressamente limitações “ que amar um romano, seu inimigo máximo, ocupante de suas
sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a terras e opressor do povo. Por isso, esse ensinamento de
saúde ou a moral pública ou os direitos e liberdades funda- Jesus causou polêmica em sua época.
mentais de outros (Art. 18 da Convenção de Direitos Civis e Desse modo, o respeito pelo próximo é o respeito pe-
Políticos de 1966 da ONU)”. los direitos humanos. Não podemos fazer o mal ao próxi-
Exemplificando na Constituição pátria, Paulo Branco mo, pois os homens foram feitos a imagem e semelhança
(2011: 163) demonstra que  até o elementar direito á vida de Deus. Assim, o ensinamento cristão de amor ao próximo
tem limitação explícita no inciso XLVII, a, do art. 5º, em que é o fundamento histórico dos direitos humanos.
se contempla a pena de morte em caso de guerra formal-
mente declarada. 4.2. As gerações ou dimensões dos direitos huma-
Para o Supremo Tribunal Federal, os direitos funda- nos
mentais também não são absolutos e podem sofrer limita-
ção, conforme a ementa abaixo transcrita: A doutrina costuma dividir a evolução histórica dos di-
 OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CA- reitos fundamentais em gerações de direito. Mas, parte da
RÁTER ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional brasilei- doutrina abandou o termo geração, para adotar a expres-
ro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, são dimensão. O argumento é de que geração pressupõe
mesmo porque razões de relevante interesse público ou exi- a superação da geração anterior. O que não ocorre com
gências derivadas do princípio de convivência das liberdades os direitos fundamentais, pois todas as gerações seguintes
legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte não superam a anterior, mas as complementam, por isso é
dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas preferido o uso de “dimensão”. Independente da nomen-
individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos es- clatura utilizada, Pedro Lenza (2010: 740) apresenta a se-
tabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucio- guinte classificação:
nal das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a a) Direitos humanos de 1ª geração: referem-se às liber-
que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que dades públicas e aos direitos políticos, ou seja, direitos ci-
as informa - permite que sobre elas incidam limitações de or- vis e políticos a traduzirem o valor de liberdade. Documen-
dem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integrida- tos históricos (séculos XVII, XVIII e XIX): 1) Magna Carta de
de do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência 1215, assinada pelo rei Joao sem terra;2) Paz de Westfália
harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia (1648);3) Habeas Corpus Act (1679);4) Bill of Rights (1688); 5)
pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com Declarações, seja a americana (1776) , seja a francesa (1789).
desrespeito aos direitos e garantias de terceiros (Grifamos. b) Direitos humanos de 2ª geração: referem-se aos cha-
Jurisprudência: STF, Pleno, RMS 23.452/RJ, Relator Ministro mados direitos sociais, como saúde, educação, emprego
Celso de Mello, DJ de 12.05.2000, p. 20.). entre outros. Documentos históricos: Constituição de Wei-
Assim, a limitação dos direitos fundamentais podem mar (1919), na Alemanha e o Tratado de Versalhes, 1919.
ocorrer quando esses direitos entram em colisão entre ou até Que instituiu a OIT.
mesmo quando a limitação é prevista no texto constitucional. c) Direitos humanos de 3ª geração: são os direitos rela-
cionados a sociedade atual, marcada por amplos conflitos
4. Evolução histórica e classificação dos direitos de massa, envolvendo o direito ambiental e também o di-
fundamentais reito do consumidor, onde esses direitos difusos muita  das
4.1. Origem histórica dos direitos humanos: Cristia- vezes sofrem violações.
nismo d) Direitos humanos de 4º geração: Norberto Bobbio,
defende que esses direitos estão relacionados com os
Podemos afirmar que os direitos humanos tem sua ori- avanços no campo da engenharia genética, ao colocarem
gem no Cristianismo.  Sendo que o cristianismo nasceu na em risco a própria existência humana, através da manipu-
antiga Palestina, onde era situado o Estado de Israel. lação do patrimônio genético.

34
CONHECIMENTOS GERAIS

e) Direitos humanos de 5ª geração: Paulo Bonavides de- Vale ressaltar,  que uma norma jurídica poderá ter vigên-
fende essa ideia. Para ele, essa geração refere-se ao direito cia, mas poderá não ser eficaz, ou seja, devido a alguma cir-
à paz mundial. A paz seria o objetivo da geração a qual vi- cunstancia uma norma pode não apresentar efeitos jurídicos.
vemos, que constantemente é ameaçada pelo terrorismo e No entanto, somente uma norma vigente poderá ser eficaz.
pelas guerras (Portela: 2013: 817). Sobre o tema vigência e eficácia, assim leciona Ingo
Sarlet (2012: 236):
5. Reconhecimento e Positivação dos direitos fun- Importa salientar, ainda, que a doutrina pátria tradicio-
damentais no direito nacional nalmente tem distinguido – e neste particular verifica-se
substancial consenso – as noções de vigência e eficácia,
No plano internacional podemos afirmar que o princi- situando-as em planos diferenciados. Tomando-se a para-
pal documento que positivou os direitos humanos foi a De- digmática lição de José Afonso da Silva, a vigência consis-
claração Universal dos Direitos Humanos (1948) da ONU. te na qualidade da norma que a faz existir juridicamente
No plano interno, a Constituição de 1988 positivou em (após regular promulgação e publicação), tornando-a de
seu texto diversos direitos fundamentais. Vale ressaltar, que observância obrigatória de tal sorte que a vigência consti-
o rol do art. 5º é exemplificativo, podendo haver amplia- tui verdadeiro pressuposto de eficácia, na medida em que
ção desses direitos, mas nunca sua redução ou supressão. apenas a norma vigente pode ser eficaz.
Até porque a CF/88 considera os direitos e garantias indi- Desse modo, somente uma norma jurídica que possua
viduais e coletivos como claúsula pétrea  (art. 60, §4º,IV). vigência poderá produzir efeitos jurídicos, ou seja, será efi-
  Todas as gerações de direitos humanos foram positivados caz, sendo que  no presente texto, nos interessa conhecer
no texto constitucional. As liberdades individuais constam no art. a eficácia das normas jurídicas constitucionais que tratam
5º. Os direitos sociais no art. 6º. Os direitos políticos nos arts. 14 dos direitos fundamentais.
a 16. O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado no
art. 225. A saúde no art. 6º e no art. 196 e assim por diante. 6.2. Eficácia plena e imediata dos direitos funda-
A Emenda 45/2004, acrescentou ao art. 5º,  o §3º, o mentais: análise do art. 5º, § 1º, da CF/88
qual dispõe  que os tratados internacionais sobre direitos
humanos, que forem aprovados em cada casa do Congres- De acordo, com o art. 5º, §1º, de nossa Carta Constitucio-
so Nacional, por 3/5 de seus membros, em dois turnos, nal, as normas relativas às garantias e aos direitos fundamen-
equivalem às emendas constitucionais, ou seja, esses trata- tais, possuem eficácia plena e imediata. Isso significa, que es-
dos ganham status de norma constitucional. sas normas jurídicas não precisarão  da atuação do legislador
Desse modo, com a Emenda 45/2004, os tratados so- infra-constitucional, para poderem ser efetivadas. Essas nor-
bre direitos humanos aprovados nos termos do § 3º, do mas, portanto,  não precisarão receber regulamentação legal
art. 5º da CF/88, ampliaram o bloco de constitucionalidade, para serem eficazes. Assim, as mesmas poderão ser aplicadas
juntando-se às normas jurídicas do texto constitucional. pelo intérprete imediatamente aos casos concretos. 
Paulo Gustavo Gonet Branco (2011: 174) explica que
6.  Eficácia dos Direitos Fundamentais esse dispositivo tem como significado essencial ressaltar
6.1. Conceito de eficácia que as normas que definem direitos fundamentais são nor-
Antes de entrarmos na análise da eficácia dos direitos mas de caráter preceptivo, e não meramente programático.
fundamentais, é preciso sabermos o que significa a expres- Ainda segundo o autor, os juízes podem e devem aplicar
são “eficácia.” Pois bem, eficácia pode ser definida como diretamente as normas constitucionais para resolver os ca-
algo que produz efeitos. sos sob sua apreciação. Não é necessário que o legisla-
Segundo a doutrina, há dois tipos de eficácia das normas: dor venha, antes, repetir ou esclarecer os termos da norma
a jurídica e social. Michel Temer (2005: 23) ensina que a efi- constitucional para que ela seja aplicada.
cácia social se verifica na hipótese da norma vigente, isto é, O disposto no art. 5º, § 1º, da CF, é um dispositivo de
com potencialidade para regular determinadas relações, ser suma importância, pois o mesmo servirá de fundamento
efetivamente aplicada a casos concretos. Já a eficácia jurídi- de validade para a eficácia vertical e horizontal dos direitos
ca, ainda segundo Temer, significa que a norma está apta a fundamentais.
produzir efeitos na ocorrência de relações concretas; mas já
produz efeitos jurídicos na medida em que a sua simples edi- 6.3. Eficácia vertical e horizontal dos direitos fun-
ção resulta na revogação de todas as normas  anteriores que damentais
com ela conflitam. Embora não aplicada a casos concretos, é
aplicável juridicamente no sentido negativo antes apontado. A eficácia vertical significa que o Estado, em suas re-
Isto é: retira a eficácia da normatividade anterior. É eficaz ju- lações com os particulares, deverá respeitar  as normas de
ridicamente, embora não tenha sido aplicada concretamente. direitos fundamentais. O Estado, portanto, deverá respeitar
Entendemos que as normas constitucionais que regu- as liberdades individuais, tais como a liberdade de crença,
lam o direito a saúde e a defesa do consumidor são  nor- de expressão, sexual, enfim, assuntos da esfera privada dos
mas que possuem também eficácia social, na lição de Mi- indivíduos. Mas a função do Estado não é apenas garantir
chel Temer. A eficácia jurídica é inerente à espécie, mas a essa proteção. No caso dos direitos fundamentais sociais,
eficácia social existe também pela  própria abrangência de como a saúde, educação e outros, o Estado deve ter uma
que esses direitos fundamentais apresentam. postura positiva no  sentido de efetivar aqueles direitos.

35
CONHECIMENTOS GERAIS

Assim, a eficácia vertical dá ao Estado esse duplo papel: apenas do Estado, mas também dos poderes sociais e de
garantista e efetivados dos direitos fundamentais. terceiros em geral. A opção constitucional pelo Estado So-
No que tange a eficácia horizontal dos direitos funda- cial importaria no reconhecimento desta realidade, tendo
mentais, podemos afirmar que esses direitos também po- como consequência a extensão dos direitos fundamentais
dem ser aplicados as relações privadas. Os particulares nas às relações entre particulares.
relações que travam entre si devem também obedecer os Somos partidários da teoria da eficácia direta e ime-
direitos fundamentais. diata dos direitos fundamentais as relações privadas, tendo
Segundo Daniel Sarmento (2004: 223), a premissa da em vista que como defendeu Nipperdey os abusos nas re-
eficácia horizontal dos direitos fundamentais é o fato de lações jurídicas ocorrem não apenas tendo o Estado como
que vivemos em uma sociedade desigual em que a opres- protagonista, mas muitos atores privados, como as gran-
são pode provir não apenas do Estado, mas de uma multi- des empresas que violam constantemente os direitos fun-
plicidade de atores privados, presentes em esferas como o damentais dos consumidores.
mercado, a família, a sociedade civil e  a empresa. Outro argumento pelo qual defendemos a teoria em
Várias teorias surgiram para explicar a vinculação dos tela é justamente o disposto no art. 5º,§ 1º da CF, que dis-
particulares aos direitos fundamentais, mas duas se desta- põe sobre a aplicação imediata das normas de garantia dos
caram e tiveram origem no direito germânico: a) Teoria da direitos fundamentais. Para nós o dispositivo abarca as re-
Eficácia Indireta e Mediata dos Direitos Fundamentais na lações entre os particulares e o Estado.
Esfera Privada e b) Teoria da Eficácia Direta e Imediata dos Do ponto de vista filosófico, e usando a visão do li-
Direitos Fundamentais na Esfera Privada. beralismo de princípios de John Rawls, podemos também
Segundo Sarmento (2004:238), a teoria da eficácia argumentar em favor da teoria  que os direitos fundamen-
horizontal mediata ou indireta dos direitos fundamentais tais previstos na Constituição Federal, tais como o direito
(Mittelbare Drittwirkung) foi desenvolvida originariamente à saúde e o direito a um meio ambiente ecologicamente
na doutrina alemã por Günter Dürig, em obra publicada equilibrado, são exemplos de bens primários que devem
em 1956, e tornou-se a concepção dominante no direito ser distribuídos pelo Estado às pessoas de forma equitativa.
germânico, sendo hoje adotada pela maioria dos juristas Na concepção de justiça de Rawls, os homens esco-
daquele país e pela sua Corte Constitucional. Trata-se de lhem num estado hipotético chamado de “posição origi-
construção intermediária entre a que simplesmente nega nal” os princípios de justiça que irão governar a sociedade.
a vinculação dos particulares aos direitos fundamentais, e  Estes princípios são a liberdade e a igualdade. As institui-
aquela que sustenta a incidência direta destes direitos na ções sociais (Estado) e as demais pessoas devem obediên-
esfera privada. cia a esses princípios.
Ainda segundo Sarmento (2004: 238), para a teoria da  A escolha desses princípios na posição original é feita
eficácia mediata, os direitos fundamentais não ingressam pelos homens sob um “véu de ignorância”, ou seja, eles
no cenário privado como direitos subjetivos, que possam não sabem que papéis terão nessa futura sociedade e se
ser invocados a partir da Constituição. Para Dürig, a pro- serão beneficiados por esses princípios. A escolha, portan-
teção constitucional da autonomia privada pressupõe a to, foi justa porque obedeceu ao procedimento.
possibilidade de os indivíduos renunciarem a direitos fun- Por essa ótica, mais do que nunca prevalece o enten-
damentais no âmbito das relações privadas que mantem, o dimento que esses princípios de justiça vinculam os parti-
que seria inadmissível nas relações travadas com o Poder culares, tendo em vista que os mesmos na posição original
Público. Por isso, certos atos contrários aos direitos fun- escolheram esses princípios. Assim, não apenas o Estado,
damentais , que seriam inválidos quando praticados pelo mas os demais atores privados devem obediência a esses
Estado, podem ser lícitos no âmbito do Direito Privado. princípios e têm o dever de distribuir os bens primários
Não concordamos com essa teoria, pois entendemos (direitos fundamentais) de forma justa.
que os particulares devem sim respeito aos direitos funda- E qual a posição adotada pelo Supremo Tribunal Fe-
mentais, especialmente nas relações contratuais e naquelas deral? Nossa Corte suprema adotou, sabiamente, a teoria
que envolvem o direito do consumidor, tendo em vista que de Nipperdey, conforme podemos ver pela transcrição par-
nessas áreas as violações aos direitos fundamentais são cial da ementa do RE 201819, que teve como relator para
mais intensas. o acordão o Min. Gilmar Mendes e foi o leading case da
Já a teoria da eficácia direta dos direitos fundamentais questão, nos seguintes termos:
nas relações privadas, conforme leciona Sarmento (2004: EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS.
245), foi defendida inicialmente na Alemanha por Hans UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE
Carl Nipperdey, a partir do início da década de 50. Segun- SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRA-
do ele, embora alguns direitos fundamentais previstos na DITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS
Constituição alemã vinculem apenas o Estado, outros, pela RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA
sua natureza, podem ser invocados diretamente nas rela- DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS.
ções privadas, independentemente de qualquer mediação As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente
por parte do legislador , revestindo-se de oponibilidade no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas
erga omnes. Nipperdey justifica sua afirmação com base igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e ju-
na constatação de que os perigos que espreitam os direi- rídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais
tos fundamentais no mundo contemporâneo não provem assegurados pela Constituição vinculam diretamente não

36
CONHECIMENTOS GERAIS

apenas os poderes públicos, estando direcionados tam- 1 -Outorgada de 1824:


bém à proteção dos particulares em face dos poderes
privados. (... ) O caráter público da atividade exercida Contexto Histórico: Com a vinda da família real ao Bra-
pela sociedade e a dependência do vínculo associativo sil em 1808, a colônia passa a ter uma nova denominação
para o exercício profissional de seus sócios legitimam, Reino Unido de Brasil e Algarves. Em seguida, em decor-
no caso concreto, a aplicação direta dos direitos fun- rência da Revolução do Porto e por exigência dos nobres
damentais concernentes ao devido processo legal, ao portugueses, o Rei D. João VI, rei de Portugal, retorna a
contraditório e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/88). Lisboa em abril de 1821, deixando o seu filho D. Pedro,
IV. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO.(RE príncipe Real do Reino Unido e Regente brasileiro (seu filho
201819, Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ com a Imperatriz Carlota Joaquina. Após ter declarado a
Acórdão:  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, jul- Independência em 1822, D.Pedro I convoca em 1823 uma
gado em 11/10/2005, DJ 27-10-2006 PP-00064 EMENT assembleia geral constituinte e legislativa com ideais mar-
VOL-02253-04 PP-00577 RTJ VOL-00209-02 PP-00821). cadamente liberais. Contudo, a mesma foi dissolvida arbi-
Desse modo, o STF consagrou na jurisprudência trariamente, tendo em vista a existência de divergências
pátria  a teoria da eficácia direta e imediata dos direi- com os seus ideias e pretensões autoritários. Em substitui-
tos fundamentais nas relações privadas, ao admitir que ção D.Pedro I cria um conselho de estado, que vai elaborar
as sociedades privadas devem obediência aos direitos o projeto da constituição de 1824.
fundamentais, e quando quiserem excluir um sócio, Características: foi marcada pelo forte centralismo
deverão obedecer os direitos fundamentais da ampla político administrativo, tendo em vista a figura do poder
defesa, do contraditório e do devido processo legal. As- moderador. Algumas Importantes características do texto
sim, a teoria da eficácia direta e imediata dos direitos de 1824: Governo Monárquico, hereditário, constitucional
fundamentais nas relações privadas é um importante e representativo. Tratava-se de forma unitária de estado,
instrumento de efetivação dos direitos fundamentais. com nítida centralização político - administrativa. Território:
As antigas capitanias hereditárias foram transformadas em
províncias. As mesmas eram subordinadas ao poder central
e tinham um presidente nomeado pelo Imperador. Dinas-
EVOLUÇÃO HISTÓRICO CONSTITUCIONAL tia Imperante: A de D. Pedro I e II. Defensores perpétuos
NO BRASIL; DIREITOS E DEVERES, do Brasil. Religião Oficial: a Católica Apostólica Romana. As
INDIVIDUAIS E COLETIVOS. outras só poderiam se reunir em ambientes domésticos,
sendo expressamente proibida qualquer manifestação ex-
terna do templo. Capital do Império: Rio de Janeiro de 1822
a 1889. Com o ato adicional nº 16 de 1834, a cidade do Rio
HISTÓRIA CONSTITUCIONAL DO BRASIL de Janeiro foi transformada em município neutro. (Ligado
totalmente ao poder central) Organização dos Poderes:
A constituição nos moldes que conhecemos hoje além dos já conhecidos temos o chamado poder mode-
em dia tem como marco histórico a revolução france- rador. Poder Legislativo: Assembleia Geral com a sanção do
sa de 1789, que como tal, visava tecer e limitar o uso Imperador, que era composta de duas Câmaras: câmara de
do poder pelo Estado. A ideia de limitação dos pode- deputados e câmara de senadores, ou senado. A primeira
res do Estado teve lenta evolução histórica e cultural. era eletiva e temporária: a de senadores, vitalícia, sendo os
Podemos citar como exemplo a carta magna de 1215, seus membros nomeados pelo imperador dentre uma Lista
pela qual o Rei João Sem terra pactuou com os súditos tríplice enviada pela Província. Eleições para o legislativo: In-
revoltados sobre direitos a serem respeitados. Para os diretas. Sufrágio: Censitário (de acordo com a renda) Poder
doutrinadores, a previsão legal do Habeas Corpus em Judiciário: denominado “poder Judicial” era independente e
matéria constitucional está consignada em seu art. 48 composto de Juízes e jurados. Os Juízes aplicavam a lei; os
“Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado de jurados pronunciavam sobre os fatos. Aos Juízes de direito
seus costumes e liberdade senão em virtude de julga- era assegurada a vitaliciedade. Constituição Simi Rígida: Para
mento de seus pares, de acordo com as leis do pais” Em altera-la não exigia- se um processo legislativo complexo.
1628, temos a “Petition Of Rights” (petição de Direitos), Consoante o art. 178 do referido diploma legal. Liberdades
uma declaração formal onde foram reafirmados as li- públicas: Forte influência das revoluções americana (1776) e
berdades públicas fundamentais e o respeito às leis de francesa (1789). A constituição de 1824 continha importante
habeas corpus impostas ao rei Carlos I da Inglaterra. A rol de Direitos Civis e Políticos. Garantia do Habeas Corpus:
ideia de Constituição evolui de associada às concepções Não expresso o termo, mas vedava qualquer tipo de prisão
do iluminismo, que valoriza a razão e o indivíduo em arbitraria e garantia a liberdade de locomoção.
detrimento do Estado, considerado um mal necessário.
E a ideologia revolucionaria do século XVIII. Montes- 2- Promulgada de 1891:
quieau, para prevenir eventuais abusos por parte dos
monarcas, sugere a separação dos poderes, teorizada Características: Transição do Império para a República.
na obra o espirito das leis. (Explicar em linhas gerais o declínio da monarquia) Guer-
ra do Paraguai, questão militar, religiosa e abolição) Forte

37
CONHECIMENTOS GERAIS

influência da constituição Norte americana de 1787, con- 4 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ACERCA DAS
sagrando o sistema de governo presidencialista, a forma CONSTITUIÇÕES DO PERÍODO VARGAS (ESTADO
de estado Federal, abandonado o unitarismo e a forma de NOVO E PÓS VARGAS ATE
governo republicana em substituição a monarquia. Carac- 1988: Nesse tópico iremos abordar a evolução Consti-
terísticas: Descentralização administrativa com maior auto- tucional Brasileira dando ênfase as Cartas Politicas de 1937,
nomia para os Estados. Regime representativo, República 1946, 1967, 1969 e 1988. Podemos observar ao longo do
Federativa, União Perpetua e indissolúvel das antigas pro- século XX, uma instabilidade política – institucional que de
víncias. Não há mais religião oficial Organização dos po- certa forma reflete – se nas Constituições. Exemplo disto
deres com a extinção do poder moderador. “Bicameralis- foi o Golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas, tradu-
mo federativo” mandatos de 3 anos e 9 respectivamente zido no chamado “Plano Cohen” que em seu texto trazia o
(câmara e senado) Poder executivo: exercido pelo presi- perigo de um “plano comunista” para de “assalto” tomar o
dente e vice-presidente da República por sufrágio direto. poder.
Poder judiciário: constituído pelo Supremo Tribunal federal
como órgão máximo, composto por 15 juízes assegurado 4.1 – Outorgada de 1937:
aos mesmos a Vitaliciedade. Constituição e Rígida: nos ter-
mos do art. 90 estabeleceu-se um processo de alteração Algumas características do texto de 1937: 2.3.1 - Elei-
da Constituição mais árduo e complexo. No tocante as de- ção Indireta para o cargo de Presidente da República que
clarações de direitos, houve a prevalência dos princípios cumpriria um mandato de seis anos; 2.3.2
de 1824, não se percebendo a previsão de direitos concer- Total Esvaziamento do Poder Judiciário: De acordo com o
nentes aos trabalhadores. Em relação às garantias constitu- art. 170, ao estabelecer que, durante o estado de emergência
cionais, na carta política de 1891 houve expressa previsão, ou estado de guerra, os atos praticados em virtude deles não
pela primeira vez no constitucionalismo pátrio, do remédio poderiam ser conhecidos por qualquer Juiz ou Tribunal; 2.3.3
do Habeas Corpus. Importante: Em 03/09/1926 foi editada - Nos termos do art. 122, n.13, além dos casos previstos na
a Emenda nº 1 que limitou a chamada teoria brasileira do legislação militar para o tempo de guerra, a pena de morte
habeas corpus e restringindo o remédio constitucional ex- poderia ser aplicada para crimes políticos nas hipóteses de
clusivamente a liberdade de locomoção. Também vai modi- homicídio cometido por motivo fútil e com extremos de per-
ficar o instituto de intervenções dos estados (falar de 1912) versidade; 2.3.4 - Nos termos do art. 177, o governo poderia
aposentar ou reformar, de acordo com a legislação em vigor,
3- Constituição de 1934: os funcionários civis e militares cujo afastamento se impu-
sesse a juízo exclusivo do “governo”, no interesse do serviço
Influências: Da constituição de Weimar da Alemanha de público ou conveniência do regime; 2.3.5
1919, com a perspectiva de um estado social de direito. (De- - Nos termos do art. 139, a greve foi proibida tendo
mocracia social) Há influência também do Fascismo, já que sido declarados recursos ante – sociais ao trabalho e ao
o texto estabeleceu, como se verá, além do voto direto para capital superiores ao interesse nacional; 2.3.6 - Nacionali-
a escolha dos Deputados, a modalidade indireta por inter- zação formal da economia e conquistas e direitos de van-
médio da chamada “representação classista” do Parlamento. tagens trabalhistas.
Características: Forma de governo e regime represen-
tativo: Nos termos do art. 1º República federativa. Capital 4.2 – Promulgada de 1946:
da República: Distrito Federal (Rio de Janeiro) mantida a
inexistência de religião oficial. (Casamento civil com efeito Características: O texto buscou inspiração nas ideias
religioso; facultado o ensino religioso nas escolas públicas). liberais da constituição de 1891 e nas ideias sociais da de
Organização dos poderes: legislativo, executivo, judiciário. 1934. Na ordem econômica, procurou harmonizar o prin-
Poder Judiciário: foram estabelecidos como órgãos do po- cípio da livre inciativa com o da justiça social. Nos termos
der judiciário: corte suprema, os Juízes e Tribunais federais, do art. 141, § 31, vedou-se, caracterizando de cunho hu-
estabelecendo se aos Juízes as garantias da vitaliciedade, manitário a pena de morte (salvo as disposições da legis-
inamovilidade e irredutibilidade de “vencimentos”. A corte lação militar em tempo de guerra com pais estrangeiro) a
suprema com sede na capital da república e jurisdição em de banimento, a de confisco e de caráter perpétuo. Nos
todo o território nacional, compunha-se de 11 ministros. termos do art. 158, foi reconhecido o direito de greve. As
Constituição rígida: A constituição poderá ser emendada, várias garantias dos trabalhadores já conquistadas duran-
quando as alterações propostas não modifiquem a estrutu- te o “Estado Novo” foram mantidas, marcando importante
ra política do Estado, fixando como clausula pétrea a forma “degrau” na evolução social do País. Instituição do Parla-
republicana federativa. Declaração de Direitos: Nos termos mentarismo (EC 04/61).
do art. 108, constitucionaliza-se o voto feminino com igual
valor ao masculino, conforme já havia previsto no código 4.3 – Outorgada de 1967:
eleitoral de 1932. Outra garantia foi o chamado voto se-
creto (também chamado de australiano por ter surgido na 4.3.1- Características: Declaração de Direitos: Havia exa-
Austrália em 1856) prestigia-se a legislação social e clas- gerada possibilidade de suspensão de direitos políticos por
sista. Instituição do Mandado de Segurança (art. 113) e da 10 anos, nos termos do art. 151. AI 5 – 13/12/1968 – per-
ação popular. duraria até a sua revogação pela EC nº 11 de 17/10/1978.

38
CONHECIMENTOS GERAIS

Fixando as seguintes “atrocidades”, nos termos de sua transindividuais ou metaindividuais, como o meio am-
ementa: a) Formalmente, foram mantidas a Constituição de biente, o consumidor, os bens e valores artísticos, estéti-
1967, e as constituições estaduais; b) O presidente da re- cos, turísticos, paisagísticos, históricos etc. O inquérito civil
pública poderia decretar o recesso do Congresso Nacional, também se presta a apurar os danos causados a crianças e
Assembleias legislativas e das Câmaras de Vereadores; adolescentes, a idosos, a pessoas portadoras de deficiên-
c) O Presidente poderia pelo interesse nacional intervir cia, a pessoas discriminadas; igualmente pode ter por fim
nos Estados e Municípios; d) Direitos políticos de quaisquer apurar danos ao patrimônio público e social (como atos
cidadãos poderiam ser suspensos pelo prazo de dez anos e de improbidade administrativa) etc. e Ação civil Pública (A
cassados os mandatos eletivos federais, estaduais e muni- ação civil pública é o instrumento processual, previsto na
cipais; e) Ficaram suspensas as garantias constitucionais de Constituição Federal brasileira e em leis infraconstitucio-
Vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade, bem como a nais, de que podem se valer o Ministério Público e outras
de exercício em funções por prazo certo; f) Suspensão da entidades legitimadas para a defesa de interesses difusos,
garantia do Habeas Corpus, nos casos de crimes políticos coletivos e individuais homogêneos. Em outras palavras,
contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a ação civil pública não pode ser utilizada para a defesa
a economia popular (art. 10 do AI – 5) g) Exclusão de qual- de direitos e interesses puramente privados e disponíveis.
quer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo Para a proteção do patrimônio público e social, do meio
com este Ato Institucional e seus atos complementares , ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (arts.
bem como os seus respectivos efeitos. 127, caput, e 129, III) Previsão de outros remédios constitu-
cionais a exemplo do Habeas Data (Habeas Data é a ação
4.4 – Outorgada de 1969: Contexto Histórico: Ca- mandamental, sumária e especial, destinada à tutela dos
racterísticas: direitos do cidadão a frente dos bancos de dados, a fim de
permitir o fornecimento das informações registradas, bem
4.4.1- “Constitucionalizava” os atos institucionais. como sua retificação, em caso de não corresponder à ver-
dade, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
4.5- Constituição de 1988: judicial ou administrativo Conforme art. 5º,inciso LXX da
Constituição Federal, pode ser impetrado por: a) partido
4.5.1- Características: Nos termos do Preâmbulo da político com representação no Congresso Nacional; b)
CF/88, (O Preâmbulo é o conjunto de enunciados formula- organização sindical, entidade de classe ou associação
do pelo legislador constituinte originário, situado na parte legalmente constituída e em funcionamento há pelo me-
preliminar do texto constitucional, que veicula a promulga- nos um ano, em defesa dos interesses de seus membros
ção, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ou associados
ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretati-
vo para a compreensão do significado das suas prescrições DIREITOS E DEVERES, INDIVIDUAIS E COLETIVOS.
normativas e solução dos problemas de natureza constitu-
cional.) foi instituído um Estado Democrático destinado a O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deve-
assegurar os seguintes valores supremos de uma sociedade res individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmo- capítulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos
nia social e comprometida, na ordem interna e internacio- do indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
nal, com a solução pacifica das controvérsias: Influência da maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
Constituição Portuguesa de 1976, foi que apresentou maior constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
legitimidade popular, podendo ser destacadas as seguin- alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucio-
tes Características: Declaração de Direitos: Os princípios nais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.:
democráticos e a defesa dos direitos individuais e coletivos mandado de segurança coletivo).
dos cidadãos estão consolidados no texto, consagrando
direitos fundamentais de maneira inédita. Podemos citar 1) Brasileiros e estrangeiros
como exemplo, ter tornado o racismo e a tortura como O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção con-
crimes inafiançáveis. Os direitos dos trabalhadores foram ferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamente,
ampliados; há previsão especifica, pela primeira vez de um “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”. No
capítulo sobre meio ambiente (arts. 225) nesse sentido, entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido interpre-
destacam-se, dentre as funções institucionais do Ministério tada no sentido de que os direitos estarão protegidos com
Público, a de promover o inquérito civil (O inquérito civil é relação a todas as pessoas nos limites da soberania do país.
um procedimento administrativo investigatório, de caráter Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
inquisitivo, instaurado, presidido e, se for o caso, arquivado gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
pelo Ministério Público. Seu objetivo consiste, basicamen- então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
te, em coletar elementos de convicção para as atuações seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
processuais ou extraprocessuais a cargo desta instituição, Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
notadamente a propositura da ação civil pública em defe- pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
sa de interesses difusos, interesses coletivos ou interesses ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
individuais homogêneos, que são os chamados interesses titulares de direitos políticos.

39
CONHECIMENTOS GERAIS

3) Relação direitos-deveres princípio da primazia dos direitos humanos nas relações


O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan- internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os
tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasilei-
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen- ro e respeitá-los. Implica, também em que as normas vol-
tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a pre- tadas à proteção da dignidade em caráter universal devem
missa reconhecida nos direitos fundamentais de que não ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a
há direito que seja absoluto, correspondendo-se para cada outras normas” .
direito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamen- Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
tais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico bra-
parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre sileiro porque somente existe previsão constitucional quanto
relativos. à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais
Explica Canotilho quanto aos direitos fundamentais: “a se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes
ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser entendi- da emenda alterou o quadro quanto aos tratados de direitos
da como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como humanos, era o que acontecia, mas isso não significa que tais
ao titular de um direito fundamental corresponde um de- direitos eram menos importantes devido ao princípio da pri-
ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o mazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos.
particular está vinculado aos direitos fundamentais como Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucio-
destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um nal nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição
direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um Federal, de modo que os tratados internacionais de direitos
dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda- humanos foram equiparados às emendas constitucionais,
mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei- desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa
to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas. do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos
e com três quintos dos votos dos respectivos membros:
4) Direitos fundamentais implícitos Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções interna-
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Fe- cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
deral: cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
nesta Constituição não excluem outros decorrentes do re- lentes às emendas constitucionais.
gime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju-
parte rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen- ao da emenda constitucional.
do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape- Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à
nas exemplificativo, não taxativo. possibilidade de considerar como hierarquicamente cons-
5) Tratados internacionais incorporados ao ordena- titucional os tratados internacionais de direitos humanos
mento interno que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan- riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José
parte”. da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes
Para o tratado internacional ingressar no ordenamen- da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal
to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne- direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
do Presidente da República), submissão do tratado assina- revogaria a Constituição no ponto controverso).
do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação 6) Tribunal Penal Internacional
da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro- Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º
mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo . Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de
Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes-
internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que tado adesão.
tenham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi
seja, tratado internacional de direitos humanos. promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se-
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá- tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de prima- Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência
zia dos direitos humanos, desde logo consagrando o prin- e o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas res-
cípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido ponsáveis por crimes de maior gravidade com repercussão
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O internacional (artigo 1º, ETPI).

40
CONHECIMENTOS GERAIS

“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei apli-
jurisdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Interna- cam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discrimina-
cional compete o processo e julgamento de violações ção de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, et-
contra indivíduos; e, distintamente dos Tribunais de cri- nia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal
mes de guerra da Iugoslávia e de Ruanda, criados para de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica,
analisarem crimes cometidos durante esses conflitos, sua ambiente social, região e local de moradia ou outra condi-
jurisdição não está restrita a uma situação específica” . ção que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade
Resume Mello : “a Conferência das Nações Unidas em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
sobre a criação de uma Corte Criminal Internacional, re- Art. 4º É dever da família, da comunidade, da socie-
unida em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela dade em geral e do poder público assegurar, com abso-
é permanente. Tem sede em Haia. A corte tem persona- luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
lidade internacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
crime contra a humanidade; c) crime de guerra; d) crime à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
de agressão. Para o crime de genocídio usa a definição liberdade e à convivência familiar e comunitária.
da convenção de 1948. Como crimes contra a humanida- Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
de são citados: assassinato, escravidão, prisão violando a) primazia de receber proteção e socorro em quais-
as normas internacionais, violação tortura, apartheid, es- quer circunstâncias;
cravidão sexual, prostituição forçada, esterilização, etc. b) precedência de atendimento nos serviços públicos
São crimes de guerra: homicídio internacional, destrui- ou de relevância pública;
ção de bens não justificada pela guerra, deportação, for- c) preferência na formulação e na execução das políti-
çar um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”. cas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
ADOLESCENTE. violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
condição peculiar da criança e do adolescente como pes-
Dispõe sobre o Estatuto da soas em desenvolvimento.
Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Título II
Dos Direitos Fundamentais
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Capítulo I
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Do Direito à Vida e à Saúde
Lei:
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção
Título I à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
Das Disposições Preliminares públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
criança e ao adolescente. programas e às políticas de saúde da mulher e de plane-
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta jamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada,
Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e ado- atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério
lescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, apli- âmbito do Sistema Único de Saúde.  (Redação dada pela
ca-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
Lei nº 13.257, de 2016)
dezoito e vinte e um anos de idade.
§ 1o  O atendimento pré-natal será realizado por pro-
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
fissionais da atenção primária.  (Redação dada pela Lei nº
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
13.257, de 2016)
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, as-
§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestan-
segurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas
te garantirão sua vinculação, no último trimestre da ges-
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
tação, ao estabelecimento em que será realizado o parto,
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
em condições de liberdade e de dignidade. garantido o direito de opção da mulher.  (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)

41
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção obrigados a:
primária, bem como o acesso a outros serviços e a gru- I - manter registro das atividades desenvolvidas, atra-
pos de apoio à amamentação.  (Redação dada pela Lei nº vés de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
13.257, de 2016) anos;
§ 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assis- II - identificar o recém-nascido mediante o registro
tência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e de sua impressão plantar e digital e da impressão digital
pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
as consequências do estado puerperal.(Incluído pela Lei autoridade administrativa competente;
nº 12.010, de 2009) Vigência III - proceder a exames visando ao diagnóstico e tera-
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá pêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nas-
ser prestada também a gestantes e mães que manifestem cido, bem como prestar orientação aos pais;
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
a gestantes e mães que se encontrem em situação de pri- necessariamente as intercorrências do parto e do desen-
vação de liberdade.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de volvimento do neonato;
2016) V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) neonato a permanência junto à mãe.
acompanhante de sua preferência durante o período do  VI - acompanhar a prática do processo de amamen-
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imedia- tação, prestando orientações quanto à técnica adequada,
to.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, uti-
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre alei- lizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei nº
tamento materno, alimentação complementar saudável e 13.436, de 2017) (Vigência)
crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cui-
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de es-
dado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por
timular o desenvolvimento integral da criança.  (Incluído
intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o prin-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
cípio da equidade no acesso a ações e serviços para pro-
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento sau-
moção, proteção e recuperação da saúde.  (Redação dada
dável durante toda a gestação e a parto natural cuida-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
doso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão
intervenções cirúrgicas por motivos médicos.  (Incluído
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas ne-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
cessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas reabilitação.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer § 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamen-
às consultas pós-parto.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de te, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
2016) próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tra-
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e tamento, habilitação ou reabilitação para crianças e ado-
à mulher com filho na primeira infância que se encontrem lescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às
sob custódia em unidade de privação de liberdade, am- suas necessidades específicas.  (Redação dada pela Lei nº
biência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do 13.257, de 2016)
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em § 3o   Os profissionais que atuam no cuidado diário
articulação com o sistema de ensino competente, visando ou frequente de crianças na primeira infância receberão
ao desenvolvimento integral da criança.  (Incluído pela Lei formação específica e permanente para a detecção de si-
nº 13.257, de 2016) nais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como
Art. 9º O poder público, as instituições e os empre- para o acompanhamento que se fizer necessário.  (Incluí-
gadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento do pela Lei nº 13.257, de 2016)
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medi- Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
da privativa de liberdade. inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
§ 1o  Os profissionais das unidades primárias de saúde cuidados intermediários, deverão proporcionar condições
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coleti- para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
vas, visando ao planejamento, à implementação e à ava- responsável, nos casos de internação de criança ou ado-
liação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleita- lescente.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
mento materno e à alimentação complementar saudável, Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de casti-
de forma contínua.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) go físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
§ 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva -tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoria-
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou mente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva lo-
unidade de coleta de leite humano.  (Incluído pela Lei nº calidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Re-
13.257, de 2016) dação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)

42
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis-
em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamen- criminação;
te encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infân- VI - participar da vida política, na forma da lei;
cia e da Juventude.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
entrada, os serviços de assistência social em seu compo- da integridade física, psíquica e moral da criança e do ado-
nente especializado, o Centro de Referência Especializado lescente, abrangendo a preservação da imagem, da iden-
de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Siste- tidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
ma de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente espaços e objetos pessoais.
deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da crian-
crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ça e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tra-
ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu- tamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção constrangedor.
em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.  (In- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá progra- tratamento cruel ou degradante, como formas de corre-
mas de assistência médica e odontológica para a preven- ção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pe-
ção das enfermidades que ordinariamente afetam a popu- los pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos res-
lação infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, ponsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas
educadores e alunos. socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído
recomendados pelas autoridades sanitárias.  (Renumerado pela Lei nº 13.010, de 2014)
do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) Parágrafo único.   Para os fins desta Lei, considera-se: 
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma trans- I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
versal, integral e intersetorial com as demais linhas de cui- aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o ado-
dado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei lescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
nº 13.257, de 2016) a) sofrimento físico; ou(Incluído pela Lei nº 13.010, de
§ 3o  A atenção odontológica à criança terá função 2014)
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescen-
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei te que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
nº 13.257, de 2016) a) humilhe; ou(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 4o  A criança com necessidade de cuidados odonto- b) ameace gravemente; ou(Incluído pela Lei nº 13.010,
lógicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saú- de 2014)
de. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada,
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou ou- os responsáveis, os agentes públicos executores de medi-
tro instrumento construído com a finalidade de facilitar a das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de
detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico.  (In- ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
cluído pela Lei nº 13.438, de 2017)(Vigência) cruel ou degradante como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
Capítulo II prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberda- I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário
de, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas quiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
leis. III - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes tação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
aspectos: IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
comunitários, ressalvadas as restrições legais; V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - opinião e expressão; Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo se-
III - crença e culto religioso; rão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

43
CONHECIMENTOS GERAIS

Capítulo III § 3o  A busca à família extensa, conforme definida nos


Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeita-
Seção I rá o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por
Disposições Gerais igual período.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação do genitor
Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e de não existir outro representante da família extensa
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em apto a receber a guarda, a autoridade judiciária compe-
família substituta, assegurada a convivência familiar e co- tente deverá decretar a extinção do poder familiar e de-
munitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento terminar a colocação da criança sob a guarda provisória
integral.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
§ 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
em programa de acolhimento familiar ou institucional terá institucional.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, § 5o  Após o nascimento da criança, a vontade da
devendo a autoridade judiciária competente, com base em mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral
relatório elaborado por equipe interprofissional ou multi- ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que
disciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibili- se refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo
dade de reintegração familiar ou pela colocação em família sobre a entrega.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. § 6o  (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
28 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 7o  Os detentores da guarda possuem o prazo de
§ 2o  A permanência da criança e do adolescente em 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado
programa de acolhimento institucional não se prolongará do dia seguinte à data do término do estágio de convi-
por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada neces- vência.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
sidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente § 8o  Na hipótese de desistência pelos genitores -
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada manifestada em audiência ou perante a equipe interpro-
pela Lei nº 13.509, de 2017) fissional - da entrega da criança após o nascimento, a
§ 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou criança será mantida com os genitores, e será determi-
adolescente à sua família terá preferência em relação a nado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompa-
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída nhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, dias.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do § 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Será garantida a convivência da criança e do adoles- § 10.  (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
cente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa
visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipó- de acolhimento institucional ou familiar poderão parti-
teses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, cipar de programa de apadrinhamento.(Incluído pela Lei
independentemente de autorização judicial (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nº 12.962, de 2014) § 1o  O apadrinhamento consiste em estabelecer e
 § 5o  Será garantida a convivência integral da criança proporcionar à criança e ao adolescente vínculos ex-
com a mãe adolescente que estiver em acolhimento insti- ternos à instituição para fins de convivência familiar e
tucional(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento
§ 6o  A mãe adolescente será assistida por equipe es- nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional
pecializada multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de e financeiro.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
2017) § 2o  (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse § 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvi-
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da mento.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Juventude.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 4o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apa-
§ 1o  A gestante ou mãe será ouvida pela equipe in- drinhado será definido no âmbito de cada programa de
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apadrinhamento, com prioridade para crianças ou ado-
apresentará relatório à autoridade judiciária, consideran- lescentes com remota possibilidade de reinserção fami-
do inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e liar ou colocação em família adotiva.(Incluído pela Lei nº
puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 13.509, de 2017)
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade judiciária po- § 5o  Os programas ou serviços de apadrinhamento
derá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude pode-
mediante sua expressa concordância, à rede pública de rão ser executados por órgãos públicos ou por organi-
saúde e assistência social para atendimento especializado. zações da sociedade civil.(Incluído pela Lei nº 13.509, de
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) 2017)

44
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 6o  Se ocorrer violação das regras de apadrinhamen- Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão
to, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente,
acolhimento deverão imediatamente notificar a autorida- no próprio termo de nascimento, por testamento, median-
de judiciária competente.(Incluído pela Lei nº 13.509, de te escritura ou outro documento público, qualquer que
2017) seja a origem da filiação.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casa- Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali- nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se dei-
ficações, proibidas quaisquer designações discriminatórias xar descendentes.
relativas à filiação. Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direi-
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade to personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo
de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispu- ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qual-
ser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito quer restrição, observado o segredo de Justiça.
de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciá-
ria competente para a solução da divergência.   (Expressão Seção III
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência Da Família Substituta
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda Subseção I
e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no Disposições Gerais
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais. Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á me-
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, diante guarda, tutela ou adoção, independentemente da
têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compar- situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
tilhados no cuidado e na educação da criança, devendo desta Lei.
ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança esta- será previamente ouvido por equipe interprofissional, res-
belecidos nesta Lei.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) peitado seu estágio de desenvolvimento e grau de com-
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não preensão sobre as implicações da medida, e terá sua opi-
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão nião devidamente considerada.(Redação dada pela Lei nº
do poder familiar.(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009)   Vigência
de 2009)Vigência § 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
a decretação da medida, a criança ou o adolescente será (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
mantido em sua família de origem, a qual deverá obriga- § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o
toriamente ser incluída em serviços e programas oficiais grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetivida-
de proteção, apoio e promoção.  (Redação dada pela Lei de, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes
nº 13.257, de 2016) da medida.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não im- § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
de condenação por crime doloso, sujeito à pena de re- comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
clusão, contra o próprio filho ou filha.(Incluído pela Lei nº que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
12.962, de 2014) diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi-
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão mento definitivo dos vínculos fraternais.(Incluído pela Lei
decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nº 12.010, de 2009)   Vigência
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipó- § 5o  A colocação da criança ou adolescente em famí-
tese de descumprimento injustificado dos deveres e obri- lia substituta será precedida de sua preparação gradativa e
gações a que alude o art. 22.(Expressão substituída pela acompanhamento posterior, realizados pela equipe interpro-
Lei nº 12.010, de 2009)Vigência fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, pre-
ferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela
Seção II execução da política municipal de garantia do direito à convi-
Da Família Natural vência familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indíge-
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade na ou proveniente de comunidade remanescente de qui-
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descenden- lombo, é ainda obrigatório:(Incluído pela Lei nº 12.010, de
tes.(Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência 2009)   Vigência
Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou I - que sejam consideradas e respeitadas sua identi-
ampliada aquela que se estende para além da unidade dade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e
mantém vínculos de afinidade e afetividade.(Incluído pela pela Constituição Federal;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência 2009)   Vigência

45
CONHECIMENTOS GERAIS

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
etnia;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência receber a criança ou adolescente mediante guarda, obser-
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão fe- vado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.(Incluído pela Lei
deral responsável pela política indigenista, no caso de crian- nº 12.010, de 2009)
ças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a § 3o  A União apoiará a implementação de serviços de
equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompa- acolhimento em família acolhedora como política pública,
nhar o caso.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhi-
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta mento temporário de crianças e de adolescentes em re-
a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilida- sidências de famílias selecionadas, capacitadas e acompa-
de com a natureza da medida ou não ofereça ambiente nhadas que não estejam no cadastro de adoção. (Incluído
familiar adequado. pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 30. A colocação em família substituta não admiti- § 4o  Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
rá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
a entidades governamentais ou não-governamentais, sem acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repas-
autorização judicial. se de recursos para a própria família acolhedora. (Incluído
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira pela Lei nº 13.257, de 2016)
constitui medida excepcional, somente admissível na mo- Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tem-
dalidade de adoção. po, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Minis-
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável tério Público.
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos. Subseção III
Da Tutela
Subseção II
Da Guarda Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil,
a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.(Redação
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
material, moral e educacional à criança ou adolescente, Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, prévia decretação da perda ou suspensão do poder fami-
inclusive aos pais.(Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência liar e implica necessariamente o dever de guarda.(Expres-
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, po- são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
dendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimen- Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer
tos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. documento autêntico, conforme previsto no parágrafo úni-
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos co do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
casos de tutela e adoção, para atender a situações pecu- - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a
liares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao
podendo ser deferido o direito de representação para a controle judicial do ato, observando o procedimento pre-
prática de atos determinados. visto nos arts. 165 a 170 desta Lei.(Redação dada pela Lei
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con- nº 12.010, de 2009)  Vigência
dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direi- Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão ob-
to, inclusive previdenciários. servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
§ 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação em Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando disposição de última vontade, se restar comprovado que
a medida for aplicada em preparação para adoção, o defe- a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe ou-
rimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros tra pessoa em melhores condições de assumi-la.(Redação
não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regu- Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
lamentação específica, a pedido do interessado ou do Minis- art. 24.
tério Público.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assis- Subseção IV
tência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, Da Adoção
sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado
do convívio familiar.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-
2009)  Vigência -á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1o  A inclusão da criança ou adolescente em progra- § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à
mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi- qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recur-
mento institucional, observado, em qualquer caso, o cará- sos de manutenção da criança ou adolescente na família
ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art.
Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 25 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência

46
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2o  É vedada a adoção por procuração.(Incluído pela § 1º. O consentimento será dispensado em relação à
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos
§ 3o   Em caso de conflito entre direitos e interesses ou tenham sido destituídos do  poder familiar.(Expressão
do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais bio- substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
lógicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos
adotando.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de idade, será também necessário o seu consentimento.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, Art. 46.  A adoção será precedida de estágio de con-
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a vivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máxi-
guarda ou tutela dos adotantes. mo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao ado- ou adolescente e as peculiaridades do caso.    (Redação
tado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive suces- dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
sórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e pa- § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado
rentes, salvo os impedimentos matrimoniais. se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o fi- adotante durante tempo suficiente para que seja possível
lho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o avaliar a conveniência da constituição do vínculo.(Reda-
adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os res- ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
pectivos parentes. § 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só,
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, a dispensa da realização do estágio de convivência.(Re-
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, des- dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
cendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem § 2o-A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste
de vocação hereditária. artigo pode ser prorrogado por até igual período, me-
Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) diante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
anos, independentemente do estado civil.(Redação dada (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal residente
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será
do adotando. de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quaren-
§ 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os ta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham única vez, mediante decisão fundamentada da autorida-
união estável, comprovada a estabilidade da família.(Re- de judiciária.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 3o-A.  Ao final do prazo previsto no § 3o deste ar-
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis tigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela
anos mais velho do que o adotando. equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomen-
§ 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os dará ou não o deferimento da adoção à autoridade judi-
ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contan- ciária.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
to que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e § 4o  O estágio de convivência será acompanhado
desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da In-
na constância do período de convivência e que seja com- fância e da Juventude, preferencialmente com apoio
provada a existência de vínculos de afinidade e afetivida- dos técnicos responsáveis pela execução da política de
de com aquele não detentor da guarda, que justifiquem garantia do direito à convivência familiar, que apresen-
a excepcionalidade da concessão.(Redação dada pela Lei tarão relatório minucioso acerca da conveniência do
nº 12.010, de 2009)  Vigência deferimento da medida.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que de- 2009)  Vigência
monstrado efetivo benefício ao adotando, será assegu- § 5o  O estágio de convivência será cumprido no ter-
rada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. ritório nacional, preferencialmente na comarca de resi-
1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código dência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz,
Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigên- em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
cia competência do juízo da comarca de residência da crian-
§ 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, ça.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sen-
no curso do procedimento, antes de prolatada a senten- tença judicial, que será inscrita no registro civil mediante
ça.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência mandado do qual não se fornecerá certidão.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
legítimos. § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cance-
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração lará o registro original do adotado.
e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador § 3o  A pedido do adotante, o novo registro poderá
adotar o pupilo ou o curatelado. ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos de sua residência.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de
pais ou do representante legal do adotando. 2009)  Vigência

47
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato po- § 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação
derá constar nas certidões do registro.(Redação dada pela referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em
§ 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do ado- condições de serem adotados, a ser realizado sob a orienta-
tante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a ção, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da
modificação do prenome.(Redação dada pela Lei nº 12.010, Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsá-
de 2009)  Vigência veis pelo programa de acolhimento e pela execução da po-
§ 6o  Caso a modificação de prenome seja requerida lítica municipal de garantia do direito à convivência familiar.
pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, obser- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
vado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.(Redação § 5o  Serão criados e implementados cadastros esta-
dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência duais e nacional de crianças e adolescentes em condições
§ 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à
em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese adoção.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força § 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
retroativa à data do óbito.(Incluído pela Lei nº 12.010, de residentes fora do País, que somente serão consultados na
2009)  Vigência inexistência de postulantes nacionais habilitados nos ca-
§ 8o  O processo relativo à adoção assim como outros a dastros mencionados no § 5o deste artigo.(Incluído pela Lei
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se nº 12.010, de 2009)  Vigência
seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, § 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria
garantida a sua conservação para consulta a qualquer tem- de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbin-
po.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência  do-lhes a troca de informações e a cooperação mútua,
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de para melhoria do sistema.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
adoção em que o adotando for criança ou adolescente 2009)  Vigência
com deficiência ou com doença crônica.(Incluído pela Lei § 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo
nº 12.955, de 2014) de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
§ 10.  O prazo máximo para conclusão da ação de ado- adolescentes em condições de serem adotados que não
ção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
vez por igual período, mediante decisão fundamentada da pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
autoridade judiciária.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no §
Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade.(Incluído
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
após completar 18 (dezoito) anos.(Redação dada pela Lei manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
nº 12.010, de 2009)  Vigência posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasi-
Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá leira.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, § 10.  Consultados os cadastros e verificada a ausência
a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
psicológica.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o po- adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realiza-
der familiar dos pais naturais.(Expressão substituída pela do o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência internacional.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada co- § 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal interes-
marca ou foro regional, um registro de crianças e ado- sado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre
lescentes em condições de serem adotados e outro de que possível e recomendável, será colocado sob guarda de
pessoas interessadas na adoção.(Vide Lei nº 12.010, de família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
2009)   Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia § 12.  A alimentação do cadastro e a convocação crite-
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Minis- riosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Mi-
tério Público. nistério Público.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não gência
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das § 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor
hipóteses previstas no art. 29. de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previa-
§ 3o  A inscrição de postulantes à adoção será prece- mente nos termos desta Lei quando:(Incluído pela Lei nº
dida de um período de preparação psicossocial e jurídi- 12.010, de 2009)  Vigência
ca, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e I - se tratar de pedido de adoção unilateral;(Incluído
da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
responsáveis pela execução da política municipal de ga- II - for formulada por parente com o qual a criança ou
rantia do direito à convivência familiar.(Incluído pela Lei nº adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetivida-
12.010, de 2009)  Vigência de;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

48
CONHECIMENTOS GERAIS

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guar- em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
da legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, assim entendido aquele onde está situada sua residência
desde que o lapso de tempo de convivência comprove a habitual;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja cons- II - se a Autoridade Central do país de acolhida con-
tatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações siderar que os solicitantes estão habilitados e aptos para
previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.(Incluído pela Lei nº adotar, emitirá um relatório que contenha informações so-
12.010, de 2009)  Vigência bre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
§ 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua
que preenche os requisitos necessários à adoção, con- aptidão para assumir uma adoção internacional;(Incluído
forme previsto nesta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
2009)  Vigência III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
 § 15.  Será assegurada prioridade no cadastro a pes- relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
soas interessadas em adotar criança ou adolescente com Autoridade Central Federal Brasileira;(Incluído pela Lei nº
deficiência, com doença crônica ou com necessidades es- 12.010, de 2009)  Vigência
pecíficas de saúde, além de grupo de irmãos.    (Incluído IV - o relatório será instruído com toda a documen-
pela Lei nº 13.509, de 2017) tação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado
Art. 51.  Considera-se adoção internacional aquela na por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada
qual o pretendente possui residência habitual em país-par- da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
te da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à de vigência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Ado- V - os documentos em língua estrangeira serão devida-
ção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 mente autenticados pela autoridade consular, observados
junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte os tratados e convenções internacionais, e acompanhados
da Convenção.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) da respectiva tradução, por tradutor público juramenta-
§ 1o  A adoção internacional de criança ou adolescen-
do;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
te brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigên-
quando restar comprovado:(Redação dada pela Lei nº
cias e solicitar complementação sobre o estudo psicosso-
12.010, de 2009)  Vigência
cial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país
I - que a colocação em família adotiva é a solução ade-
de acolhida;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
quada ao caso concreto;(Redação dada pela Lei nº 13.509,
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
de 2017)
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estran-
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
geira com a nacional, além do preenchimento por parte
colocação da criança ou adolescente em família adotiva
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e sub-
inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil jetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que
com perfil compatível com a criança ou adolescente, após dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida,
consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;(Redação será expedido laudo de habilitação à adoção internacio-
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro- Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encon-
fissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 tra a criança ou adolescente, conforme indicação efetua-
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência da pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº
§ 2o  Os brasileiros residentes no exterior terão prefe- 12.010, de 2009)  Vigência
rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional § 1o  Se a legislação do país de acolhida assim o auto-
de criança ou adolescente brasileiro.(Redação dada pela Lei rizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
nº 12.010, de 2009)  Vigência internacional sejam intermediados por organismos creden-
§ 3o  A adoção internacional pressupõe a intervenção ciados.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira
de adoção internacional.(Redação dada pela Lei nº 12.010, o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
de 2009)  Vigência encarregados de intermediar pedidos de habilitação à ado-
Art. 52.  A adoção internacional observará o procedi- ção internacional, com posterior comunicação às Autorida-
mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as se- des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de
guintes adaptações:(Redação dada pela Lei nº 12.010, de imprensa e em sítio próprio da internet.(Incluído pela Lei nº
2009)  Vigência 12.010, de 2009)  Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em ado- § 3o  Somente será admissível o credenciamento de
tar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pe- organismos que:(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi-
dido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central gência

49
CONHECIMENTOS GERAIS

I - sejam oriundos de países que ratificaram a Conven- § 6o  O credenciamento de organismo nacional ou es-
ção de Haia e estejam devidamente credenciados pela Au- trangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
toridade Central do país onde estiverem sediados e no país internacional terá validade de 2 (dois) anos.(Incluído pela
de acolhida do adotando para atuar em adoção internacio- Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
nal no Brasil;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 7o  A renovação do credenciamento poderá ser con-
II - satisfizerem as condições de integridade moral, cedida mediante requerimento protocolado na Autoridade
competência profissional, experiência e responsabilidade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central ao término do respectivo prazo de validade.(Incluído pela
Federal Brasileira;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
gência § 8o  Antes de transitada em julgado a decisão que con-
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua cedeu a adoção internacional, não será permitida a saída
formação e experiência para atuar na área de adoção in- do adotando do território nacional.(Incluído pela Lei nº
ternacional;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 12.010, de 2009)  Vigência
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordena- § 9o  Transitada em julgado a decisão, a autoridade judi-
mento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela ciária determinará a expedição de alvará com autorização de
Autoridade Central Federal Brasileira.(Incluído pela Lei nº viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,
12.010, de 2009)  Vigência obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente
§ 4o  Os organismos credenciados deverão ainda:(In- adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pe-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência culiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas con- digital do seu polegar direito, instruindo o documento com
dições e dentro dos limites fixados pelas autoridades com- cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julga-
petentes do país onde estiverem sediados, do país de aco- do.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
lhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;(Incluído § 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência qualquer momento, solicitar informações sobre a situação
das crianças e adolescentes adotados.(Incluído pela Lei nº
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifi-
12.010, de 2009)  Vigência
cadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprova-
§ 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos
da formação ou experiência para atuar na área de adoção
credenciados, que sejam considerados abusivos pela Auto-
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
ridade Central Federal Brasileira e que não estejam devida-
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra-
mente comprovados, é causa de seu descredenciamento.
sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
competente;(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
§ 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
ser representados por mais de uma entidade credenciada
competentes do país onde estiverem sediados e no país para atuar na cooperação em adoção internacional.(Incluí-
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funciona- do pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
mento e situação financeira;(Incluído pela Lei nº 12.010, de § 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou do-
2009)  Vigência miciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um)
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, ano, podendo ser renovada.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, 2009)  Vigência
bem como relatório de acompanhamento das adoções in- § 14.  É vedado o contato direto de representantes de
ternacionais efetuadas no período, cuja cópia será encami- organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com di-
nhada ao Departamento de Polícia Federal;(Incluído pela rigentes de programas de acolhimento institucional ou fa-
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência miliar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Au- ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial.
toridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) § 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá li-
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de mitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cida- sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
dania do país de acolhida para o adotado;(Incluído pela Lei fundamentado.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
nº 12.010, de 2009)  Vigência Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Bra- organismos estrangeiros encarregados de intermediar pe-
sileira cópia da certidão de registro de nascimento estran- didos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
geira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam pessoas físicas.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
concedidos.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão
§ 5o  A não apresentação dos relatórios referidos no § ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Ado-
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acar- lescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
retar a suspensão de seu credenciamento.(Incluído pela Lei Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.(Incluído
nº 12.010, de 2009)  Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

50
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo recorrer às instâncias escolares superiores;
de adoção tenha sido processado em conformidade com a IV - direito de organização e participação em entida-
legislação vigente no país de residência e atendido o dis- des estudantis;
posto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
será automaticamente recepcionada com o reingresso no residência.
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
§ 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea ciência do processo pedagógico, bem como participar da
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença definição das propostas educacionais.
ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.(Incluído Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência adolescente:
§ 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusi-
em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez ve para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratui-
sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.(In- dade ao ensino médio;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência III - atendimento educacional especializado aos por-
Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Bra- tadores de deficiência, preferencialmente na rede regular
sil for o país de acolhida, a decisão da autoridade com- de ensino;
petente do país de origem da criança ou do adolescente IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças
será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver de zero a cinco anos de idade;    (Redação dada pela Lei nº
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que 13.306, de 2016)
comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determi- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
nará as providências necessárias à expedição do Certifica- quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
do de Naturalização Provisório.(Incluído pela Lei nº 12.010, um;
de 2009)  Vigência VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
§ 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério condições do adolescente trabalhador;
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela VII - atendimento no ensino fundamental, através de
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifesta- programas suplementares de material didático-escolar,
mente contrária à ordem pública ou não atende ao interes- transporte, alimentação e assistência à saúde.
se superior da criança ou do adolescente.(Incluído pela Lei § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
nº 12.010, de 2009)  Vigência público subjetivo.
§ 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção, § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá poder público ou sua oferta irregular importa responsabi-
imediatamente requerer o que for de direito para resguar- lidade da autoridade competente.
dar os interesses da criança ou do adolescente, comunican- § 3º Compete ao poder público recensear os educan-
do-se as providências à Autoridade Central Estadual, que dos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
e à Autoridade Central do país de origem.(Incluído pela Lei Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
nº 12.010, de 2009)  Vigência matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de:
de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com deci- I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
são, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão esco-
tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção lar, esgotados os recursos escolares;
seguirá as regras da adoção nacional.(Incluído pela Lei nº III - elevados níveis de repetência.
12.010, de 2009)  Vigência Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, expe-
riências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
Capítulo IV currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
Lazer fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à edu- valores culturais, artísticos e históricos próprios do contex-
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, to social da criança e do adolescente, garantindo-se a es-
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o tes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
trabalho, assegurando-se-lhes: Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da
I - igualdade de condições para o acesso e permanên- União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e
cia na escola; espaços para programações culturais, esportivas e de lazer
II - direito de ser respeitado por seus educadores; voltadas para a infância e a juventude.

51
CONHECIMENTOS GERAIS

Capítulo V Título III


Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Da Prevenção
Trabalho Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de
quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de
(Vide Constituição Federal) ameaça ou violação dos direitos da criança e do adoles-
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é cente.
regulada por legislação especial, sem prejuízo do dis- Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
posto nesta Lei. Municípios deverão atuar de forma articulada na elabora-
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação téc- ção de políticas públicas e na execução de ações destina-
nico-profissional ministrada segundo as diretrizes e ba- das a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ses da legislação de educação em vigor. ou degradante e difundir formas não violentas de educa-
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá ção de crianças e de adolescentes, tendo como principais
aos seguintes princípios: ações:(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao I - a promoção de campanhas educativas permanen-
ensino regular; tes para a divulgação do direito da criança e do adoles-
II - atividade compatível com o desenvolvimento do cente de serem educados e cuidados sem o uso de cas-
adolescente; tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos
III - horário especial para o exercício das atividades. instrumentos de proteção aos direitos humanos;(Incluído
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade pela Lei nº 13.010, de 2014)
é assegurada bolsa de aprendizagem. II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário,
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e previ- Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Crian-
ça e do Adolescente e com as entidades não governa-
denciários.
mentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é as-
direitos da criança e do adolescente;(Incluído pela Lei nº
segurado trabalho protegido.
13.010, de 2014)
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em
III - a formação continuada e a capacitação dos pro-
regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica,
fissionais de saúde, educação e assistência social e dos
assistido em entidade governamental ou não-governa-
demais agentes que atuam na promoção, proteção e
mental, é vedado trabalho:
defesa dos direitos da criança e do adolescente para o
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de
desenvolvimento das competências necessárias à pre-
um dia e as cinco horas do dia seguinte; venção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e
II - perigoso, insalubre ou penoso; ao enfrentamento de todas as formas de violência contra
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e a criança e o adolescente;(Incluído pela Lei nº 13.010, de
ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; 2014)
IV - realizado em horários e locais que não permi- IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pa-
tam a freqüência à escola. cífica de conflitos que envolvam violência contra a crian-
Art. 68. O programa social que tenha por base o ça e o adolescente;(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que
governamental ou não-governamental sem fins lucrati- visem a garantir os direitos da criança e do adolescente,
vos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais
condições de capacitação para o exercício de atividade e responsáveis com o objetivo de promover a informa-
regular remunerada. ção, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao dante no processo educativo;(Incluído pela Lei nº 13.010,
desenvolvimento pessoal e social do educando prevale- de 2014)
cem sobre o aspecto produtivo. VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo a articulação de ações e a elaboração de planos de atua-
trabalho efetuado ou a participação na venda dos pro- ção conjunta focados nas famílias em situação de violên-
dutos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo. cia, com participação de profissionais de saúde, de assis-
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionaliza- tência social e de educação e de órgãos de promoção,
ção e à proteção no trabalho, observados os seguintes proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescen-
aspectos, entre outros: te.(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - respeito à condição peculiar de pessoa em de- Parágrafo único.  As famílias com crianças e adoles-
senvolvimento; centes com deficiência terão prioridade de atendimento
II - capacitação profissional adequada ao mercado nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.
de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

52
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 70-B.  As entidades, públicas e privadas, que atuem Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo de-
nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem verão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da
contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a re- obra e a faixa etária a que se destinam.
conhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou Art. 78. As revistas e publicações contendo material im-
casos de maus-tratos praticados contra crianças e adoles- próprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
centes.    (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) ser comercializadas em embalagem lacrada, com a adver-
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela tência de seu conteúdo.
comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarre- Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as ca-
gadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, pro- pas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
fissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de sejam protegidas com embalagem opaca.
crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolo- infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
sos.(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, taba-
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a infor- co, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos
mação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e e sociais da pessoa e da família.
produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que ex-
de pessoa em desenvolvimento. plorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,
da prevenção especial outras decorrentes dos princípios ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja per-
por ela adotados. mitida a entrada e a permanência de crianças e adolescen-
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção im- tes no local, afixando aviso para orientação do público.
portará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica,
nos termos desta Lei. Seção II
Dos Produtos e Serviços
Capítulo II
Da Prevenção Especial Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
Seção I de:
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões I - armas, munições e explosivos;
e Espetáculos II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar de-
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, pendência física ou psíquica ainda que por utilização in-
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando devida;
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se re- IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles
comendem, locais e horários em que sua apresentação se que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de pro-
mostre inadequada. vocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e es- V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
petáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
acesso, à entrada do local de exibição, informação destaca- Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou ado-
da sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especifi- lescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento con-
cada no certificado de classificação. gênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às di- responsável.
versões e espetáculos públicos classificados como adequa-
dos à sua faixa etária. Seção III
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos so- Da Autorização para Viajar
mente poderão ingressar e permanecer nos locais de apre-
sentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da
responsável. comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou res-
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente ponsável, sem expressa autorização judicial.
exibirão, no horário recomendado para o público infanto § 1º A autorização não será exigida quando:
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
culturais e informativas. criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado mesma região metropolitana;
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua b) a criança estiver acompanhada:
transmissão, apresentação ou exibição. 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcio- grau, comprovado documentalmente o parentesco;
nários de empresas que explorem a venda ou aluguel de 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo
fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja pai, mãe ou responsável.
venda ou locação em desacordo com a classificação atri- § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais
buída pelo órgão competente. ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.

53
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a auto- V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
rização é dispensável, se a criança ou adolescente: Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assis-
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou respon- tência Social, preferencialmente em um mesmo local, para
sável; efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado ex- quem se atribua autoria de ato infracional;
pressamente pelo outro através de documento com firma VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
reconhecida. Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encar-
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, ne- regados da execução das políticas sociais básicas e de as-
nhuma criança ou adolescente nascido em território na- sistência social, para efeito de agilização do atendimento
cional poderá sair do País em companhia de estrangeiro de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
residente ou domiciliado no exterior. acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rá-
pida reintegração à família de origem ou, se tal solução
Título I se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
Da Política de Atendimento família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
Capítulo I no art. 28 desta Lei;  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
Disposições Gerais 2009)  Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispen-
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da crian- sável participação dos diversos segmentos da socieda-
ça e do adolescente far-se-á através de um conjunto articu- de.   (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
lado de ações governamentais e não-governamentais, da VIII - especialização e formação continuada dos pro-
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. fissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimen- à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre di-
to:  (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência reitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;(Incluído
I - políticas sociais básicas; pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assis- IX - formação profissional com abrangência dos di-
tência social de garantia de proteção social e de prevenção versos direitos da criança e do adolescente que favoreça a
e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou intersetorialidade no atendimento da criança e do adoles-
reincidências; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) cente e seu desenvolvimento integral;(Incluído pela Lei nº
III - serviços especiais de prevenção e atendimento 13.257, de 2016)
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tra- X - realização e divulgação de pesquisas sobre desen-
tos, exploração, abuso, crueldade e opressão; volvimento infantil e sobre prevenção da violência.(Incluído
IV - serviço de identificação e localização de pais, res- pela Lei nº 13.257, de 2016)
ponsável, crianças e adolescentes desaparecidos; Art. 89. A função de membro do conselho nacional e
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da crian-
dos direitos da criança e do adolescente. ça e do adolescente é considerada de interesse público re-
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou levante e não será remunerada.
abreviar o período de afastamento do convívio familiar e a
garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar Capítulo II
de crianças e adolescentes;    (Incluído pela Lei nº 12.010, Das Entidades de Atendimento
de 2009) Vigência Seção I
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma Disposições Gerais
de guarda de crianças e adolescentes afastados do con-
vívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo pla-
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de nejamento e execução de programas de proteção e sócio-e-
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ducativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: I - orientação e apoio sócio-familiar;
I - municipalização do atendimento; II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacio- III - colocação familiar;
nal dos direitos da criança e do adolescente, órgãos de- IV - acolhimento institucional;    (Redação dada pela Lei
liberativos e controladores das ações em todos os níveis, nº 12.010, de 2009)Vigência
assegurada a participação popular paritária por meio de V - prestação de serviços à comunidade; (Redação
organizações representativas, segundo leis federal, esta- dada pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
duais e municipais; VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº
III - criação e manutenção de programas específicos, 12.594, de 2012)(Vide)
observada a descentralização político-administrativa; VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594,
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e muni- de 2012)(Vide)
cipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da VIII - internação.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
criança e do adolescente; (Vide)

54
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 1o  As entidades governamentais e não governamen- Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de
tais deverão proceder à inscrição de seus programas, es- acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os se-
pecificando os regimes de atendimento, na forma definida guintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Crian- 2009) Vigência
ça e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conse- reintegração familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de
lho Tutelar e à autoridade judiciária.    (Incluído pela Lei nº 2009)Vigência
12.010, de 2009) Vigência II - integração em família substituta, quando esgotados
§ 2o  Os recursos destinados à implementação e ma- os recursos de manutenção na família natural ou exten-
nutenção dos programas relacionados neste artigo serão sa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos III - atendimento personalizado e em pequenos gru-
encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência pos;
Social, dentre outros, observando-se o princípio da priori- IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
dade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo -educação;
caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e V - não desmembramento de grupos de irmãos;
parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº VI - evitar, sempre que possível, a transferência para
12.010, de 2009)  Vigência outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
§ 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo VII - participação na vida da comunidade local;
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles- VIII - preparação gradativa para o desligamento;
cente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se IX - participação de pessoas da comunidade no pro-
critérios para renovação da autorização de funcionamen- cesso educativo.
to: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência § 1o  O dirigente de entidade que desenvolve progra-
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, ma de acolhimento institucional é equiparado ao guardião,
bem como às resoluções relativas à modalidade de aten- para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010,
dimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos de 2009)   Vigência
da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído § 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem pro-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gramas de acolhimento familiar ou institucional remeterão
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e relatório circunstanciado acerca da situação de cada crian-
pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº ça ou adolescente acolhido e sua família, para fins da rea-
12.010, de 2009)  Vigência valiação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.(Incluído pela
III - em se tratando de programas de acolhimento ins- Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
titucional ou familiar, serão considerados os índices de su- § 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes
cesso na reintegração familiar ou de adaptação à família Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a per-
substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, manente qualificação dos profissionais que atuam direta
de 2009)Vigência ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
Art. 91. As entidades não-governamentais somente nal e destinados à colocação familiar de crianças e adoles-
poderão funcionar depois de registradas no Conselho Mu- centes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade 2009)Vigência
judiciária da respectiva localidade. § 4o  Salvo determinação em contrário da autorida-
§ 1o  Será negado o registro à entidade que: (Incluído de judiciária competente, as entidades que desenvolvem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência programas de acolhimento familiar ou institucional, se ne-
a) não ofereça instalações físicas em condições adequa- cessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
das de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; de assistência social, estimularão o contato da criança ou
b) não apresente plano de trabalho compatível com os adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
princípios desta Lei; disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.  (Incluído
c) esteja irregularmente constituída; pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. § 5o  As entidades que desenvolvem programas de aco-
e) não se adequar oudeixar de cumprir as resoluções e lhimento familiar ou institucional somente poderão rece-
deliberações relativas à modalidade de atendimento pres- ber recursos públicos se comprovado o atendimento dos
tado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e princípios, exigências e finalidades desta Lei.(Incluído pela
do Adolescente, em todos os níveis.(Incluída pela Lei nº Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
12.010, de 2009)   Vigência § 6o  O descumprimento das disposições desta Lei
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e acolhimento familiar ou institucional é causa de sua desti-
do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de tuição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
sua renovação, observado o disposto no § 1odeste artigo. administrativa, civil e criminal.   (Incluído pela Lei nº 12.010,
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência de 2009)Vigência

55
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) XVIII - manter programas destinados ao apoio e acom-
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial aten- panhamento de egressos;
ção à atuação de educadores de referência estáveis e qua- XIX - providenciar os documentos necessários ao exer-
litativamente significativos, às rotinas específicas e ao aten- cício da cidadania àqueles que não os tiverem;
dimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto XX - manter arquivo de anotações onde constem data
como prioritárias.    (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente,
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional acompanhamento da sua formação, relação de seus per-
e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia tences e demais dados que possibilitem sua identificação e
determinação da autoridade competente, fazendo comu- a individualização do atendimento.
nicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz § 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações cons-
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilida- tantes deste artigo às entidades que mantêm programas
de. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência de acolhimento institucional e familiar.   (Redação dada
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas ne- artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recur-
cessárias para promover a imediata reintegração familiar da sos da comunidade.
criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abri-
isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a guem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que
programa de acolhimento familiar, institucional ou a família em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, pro-
substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei. fissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.(Incluído
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de pela Lei nº 13.046, de 2014)
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares Seção II
os adolescentes; Da Fiscalização das Entidades
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
objeto de restrição na decisão de internação; Art. 95. As entidades governamentais e não-governa-
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas mentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judi-
unidades e grupos reduzidos; ciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de res- Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de con-
peito e dignidade ao adolescente; tas serão apresentados ao estado ou ao município, confor-
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da me a origem das dotações orçamentárias.
preservação dos vínculos familiares; Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendi-
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, mento que descumprirem obrigação constante do art. 94,
os casos em que se mostre inviável ou impossível o reata- sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
mento dos vínculos familiares; dirigentes ou prepostos:  (Vide Lei nº 12.010, de 2009)Vi-
VII - oferecer instalações físicas em condições adequa- gência
das de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e I - às entidades governamentais:
os objetos necessários à higiene pessoal; a) advertência;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e b) afastamento provisório de seus dirigentes;
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odonto- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
lógicos e farmacêuticos; II - às entidades não-governamentais:
X - propiciar escolarização e profissionalização; a) advertência;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas pú-
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que deseja- blicas;
rem, de acordo com suas crenças; c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; d) cassação do registro.
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com interva- § 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por en-
lo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à  tidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos
autoridade competente; assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao
XV - informar, periodicamente, o adolescente interna- Ministério Público ou representado perante autoridade ju-
do sobre sua situação processual; diciária competente para as providências cabíveis, inclusive
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os suspensão das atividades ou dissolução da entidade.   (Re-
casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
-contagiosas; § 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organi-
XVII - fornecer comprovante de depósito dos perten- zações não governamentais responderão pelos danos que
ces dos adolescentes; seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, ca-

56
CONHECIMENTOS GERAIS

racterizado o descumprimento dos princípios norteadores VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exer-
das atividades de proteção específica. (Redação dada pela cida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
Lei nº 12.010, de 2009)Vigência ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e
à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
Título II nº 12.010, de 2009)   Vigência
Das Medidas de Proteção VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
Capítulo I deve ser a necessária e adequada à situação de perigo
Disposições Gerais em que a criança ou o adolescente se encontram no mo-
mento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adoles- 12.010, de 2009)   Vigência
cente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
nesta Lei forem ameaçados ou violados: efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; para com a criança e o adolescente;(Incluído pela Lei nº
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsá- 12.010, de 2009)   Vigência
vel; X - prevalência da família: na promoção de direitos e
III - em razão de sua conduta. na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
Capítulo II prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem
Das Medidas Específicas de Proteção na sua família natural ou extensa ou, se isso não for pos-
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo pode- sível, que promovam a sua integração em família adoti-
rão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como va;(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
substituídas a qualquer tempo. XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento
conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e co- devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
munitários. determinaram a intervenção e da forma como esta se pro-
Parágrafo único.  São também princípios que regem cessa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
a aplicação das medidas:(Incluído pela Lei nº 12.010, de XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
2009)   Vigência adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição participar nos atos e na definição da medida de promoção
Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamen-
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e te considerada pela autoridade judiciária competente, ob-
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve servado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
que crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas
nº 12.010, de 2009)Vigência no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
III - responsabilidade primária e solidária do poder públi- dentre outras, as seguintes medidas:
co: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a I - encaminhamento aos pais ou responsável, median-
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo te termo de responsabilidade;
nos casos por esta expressamente ressalvados, é de respon- II - orientação, apoio e acompanhamento temporá-
sabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, rios;
sem prejuízo da municipalização do atendimento e da pos- III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabeleci-
sibilidade da execução de programas por entidades não go- mento oficial de ensino fundamental;
vernamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou co-
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a munitários de proteção, apoio e promoção da família, da
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses criança e do adolescente;    (Redação dada pela Lei nº
e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da 13.257, de 2016)
consideração que for devida a outros interesses legítimos V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicôma-
da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito nos;
pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida pri- VII - acolhimento institucional;   (Redação dada pela
vada;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autorida- VIII - inclusão em programa de acolhimento fami-
des competentes deve ser efetuada logo que a situação liar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
de perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei
2009)   Vigência nº 12.010, de 2009)   Vigência

57
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento fa- colocação em família substituta, sob direta supervisão
miliar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
como forma de transição para reintegração familiar ou, não 2009)   Vigência
sendo esta possível, para colocação em família substituta, § 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá
não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº no local mais próximo à residência dos pais ou do respon-
12.010, de 2009)   Vigência sável e, como parte do processo de reintegração familiar,
§ 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais sempre que identificada a necessidade, a família de origem
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio
das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afasta- e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o con-
mento da criança ou adolescente do convívio familiar é de tato com a criança ou com o adolescente acolhido.(Incluído
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem     § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração fami-
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial conten- liar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar
cioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o ou institucional fará imediata comunicação à autoridade
exercício do contraditório e da ampla defesa.(Incluído pela judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela
§ 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
encaminhados às instituições que executam programas § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reinte-
de acolhimento institucional, governamentais ou não, por gração da criança ou do adolescente à família de origem,
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autori- após seu encaminhamento a programas oficiais ou comu-
dade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre nitários de orientação, apoio e promoção social, será envia-
outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência do relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual
I - sua identificação e a qualificação completa de seus conste a descrição pormenorizada das providências toma-
pais ou de seu responsável, se conhecidos;(Incluído pela das e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência da entidade ou responsáveis pela execução da política mu-
II - o endereço de residência dos pais ou do responsá- nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a
vel, com pontos de referência;(Incluído pela Lei nº 12.010, destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou
de 2009) Vigência guarda.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados § 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
em tê-los sob sua guarda;(Incluído pela Lei nº 12.010, de prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de
2009) Vigência destituição do poder familiar, salvo se entender necessá-
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao ria a realização de estudos complementares ou de outras
convívio familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
gência (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou § 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comar-
do adolescente, a entidade responsável pelo programa de ca ou foro regional, um cadastro contendo informações
acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de
individual de atendimento, visando à reintegração familiar, acolhimento familiar e institucional sob sua responsabilida-
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada de, com informações pormenorizadas sobre a situação jurí-
em contrário de autoridade judiciária competente, caso em dica de cada um, bem como as providências tomadas para
que também deverá contemplar sua colocação em família sua reintegração familiar ou colocação em família substitu-
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.(In- ta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Lei.  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 5o  O plano individual será elaborado sob a respon- § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
sabilidade da equipe técnica do respectivo programa de Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
atendimento e levará em consideração a opinião da criança Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adoles-
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. cente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência sobre a implementação de políticas públicas que permitam
§ 6o  Constarão do plano individual, dentre outros:(In- reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência convívio familiar e abreviar o período de permanência em
I - os resultados da avaliação interdisciplinar;(Incluído programa de acolhimento.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência 2009)   Vigência
II - os compromissos assumidos pelos pais ou respon- Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
sável; e(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência Capítulo serão acompanhadas da regularização do regis-
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas tro civil.  (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o as-
ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso sento de nascimento da criança ou adolescente será feito
seja esta vedada por expressa e fundamentada determi- à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da
nação judicial, as providências a serem tomadas para sua autoridade judiciária.

58
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2º Os registros e certidões necessários à regulariza- Art. 109. O adolescente civilmente identificado


ção de que trata este artigo são isentos de multas, custas e não será submetido a identificação compulsória pelos
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para
§ 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será  defla- efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
grado procedimento específico destinado à sua averigua-
ção, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezem- Capítulo III
bro de 1992.  (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- Das Garantias Processuais
gência
§ 4o  Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é Art. 110. Nenhum adolescente será privado de
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de pa- sua liberdade sem o devido processo legal.
ternidade pelo Ministério Público se, após o não compa- Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre
recimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pa- outras, as seguintes garantias:
ternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para I - pleno e formal conhecimento da atribuição de
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência ato infracional, mediante citação ou meio equivalen-
§ 5o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a te;
qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimen- II - igualdade na relação processual, podendo
to são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
de absoluta prioridade.    (Incluído dada pela Lei nº 13.257, todas as provas necessárias à sua defesa;
de 2016) III - defesa técnica por advogado;
§ 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação re- IV - assistência judiciária gratuita e integral aos
querida do reconhecimento de paternidade no assento de necessitados, na forma da lei;
nascimento e a certidão correspondente.    (Incluído dada V - direito de ser ouvido pessoalmente pela auto-
pela Lei nº 13.257, de 2016) ridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
Título III responsável em qualquer fase do procedimento.
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I Capítulo IV
Disposições Gerais Das Medidas Sócio-Educativas
Seção I
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descri- Disposições Gerais
ta como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. autoridade competente poderá aplicar ao adolescen-
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser con- te as seguintes medidas:
siderada a idade do adolescente à data do fato. I - advertência;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança cor- II - obrigação de reparar o dano;
responderão as medidas previstas no art. 101. III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
Capítulo II V - inserção em regime de semi-liberdade;
Dos Direitos Individuais VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li- § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em
berdade senão em flagrante de ato infracional ou por or- conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstân-
dem escrita e fundamentada da autoridade judiciária com- cias e a gravidade da infração.
petente. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum,
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifi- será admitida a prestação de trabalho forçado.
cação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser § 3º Os adolescentes portadores de doença ou
informado acerca de seus direitos. deficiência mental receberão tratamento individual e
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o lo- especializado, em local adequado às suas condições.
cal onde se encontra recolhido serão incontinenti comu- Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos
nicados à autoridade judiciária competente e à família do arts. 99 e 100.
apreendido ou à pessoa por ele indicada. Art. 114. A imposição das medidas previstas nos
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. provas suficientes da autoria e da materialidade da
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de- infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos ter-
terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. mos do art. 127.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e Parágrafo único. A advertência poderá ser apli-
basear-se em indícios suficientes de autoria e materialida- cada sempre que houver prova da materialidade e
de, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. indícios suficientes da autoria.

59
CONHECIMENTOS GERAIS

Seção II Seção VI
Da Advertência Do Regime de Semi-liberdade

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser deter-
verbal, que será reduzida a termo e assinada. minado desde o início, ou como forma de transição para o
meio aberto, possibilitada a realização de atividades exter-
Seção III nas, independentemente de autorização judicial.
Da Obrigação de Reparar o Dano § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionali-
zação, devendo, sempre que possível, ser utilizados os re-
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com re- cursos existentes na comunidade.
flexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se § 2º A medida não comporta prazo determinado apli-
for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o cando-se, no que couber, as disposições relativas à inter-
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o nação.
prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, Seção VII
a medida poderá ser substituída por outra adequada. Da Internação

Seção IV Art. 121. A internação constitui medida privativa da li-


Da Prestação de Serviços à Comunidade berdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionali-
dade e respeito à condição peculiar de pessoa em desen-
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consis- volvimento.
te na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por § 1º Será permitida a realização de atividades externas,
período não excedente a seis meses, junto a entidades a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa de-
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos terminação judicial em contrário.
congêneres, bem como em programas comunitários ou § 2º A medida não comporta prazo determinado, de-
governamentais. vendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas confor- fundamentada, no máximo a cada seis meses.
me as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter-
durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sá- nação excederá a três anos.
bados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo ante-
não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal rior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regi-
de trabalho. me de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos
Seção V de idade.
Da Liberdade Assistida § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será prece-
dida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre § 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o pode-
que se afigurar a medida mais adequada para o fim de rá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplica-
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por da quando:
entidade ou programa de atendimento. I - tratar-se de ato infracional cometido mediante gra-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo míni- ve ameaça ou violência a pessoa;
mo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorro- II - por reiteração no cometimento de outras infrações
gada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido graves;
o orientador, o Ministério Público e o defensor. III - por descumprimento reiterado e injustificável da
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su- medida anteriormente imposta.
pervisão da autoridade competente, a realização dos se- § 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III
guintes encargos, entre outros: deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, de-
I - promover socialmente o adolescente e sua família, vendo ser decretada judicialmente após o devido processo
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, legal.(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistên- § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
cia social; havendo outra medida adequada.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entida-
escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua ma- de exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
trícula; destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por cri-
III - diligenciar no sentido da profissionalização do térios de idade, compleição física e gravidade da infração.
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; Parágrafo único. Durante o período de internação, inclu-
IV - apresentar relatório do caso. sive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.

60
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liber- Título IV


dade, entre outros, os seguintes: Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante
do Ministério Público; Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; I - encaminhamento a serviços e programas oficiais
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; ou comunitários de proteção, apoio e promoção da famí-
IV - ser informado de sua situação processual, sempre lia;    (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
que solicitada; II - inclusão em programa oficial ou comunitário de au-
V - ser tratado com respeito e dignidade; xílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou res- quiátrico;
ponsável; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acom-
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; panhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e as- VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente
seio pessoal; a tratamento especializado;
X - habitar alojamento em condições adequadas de hi- VII - advertência;
giene e salubridade; VIII - perda da guarda;
XI - receber escolarização e profissionalização; IX - destituição da tutela;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: X - suspensão ou destituição do poder familiar.(Expres-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; são substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua cren- Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas
ça, e desde que assim o deseje; nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor nos arts. 23 e 24.
de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opres-
daqueles porventura depositados em poder da entidade; são ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável,
XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu- a autoridade judiciária poderá determinar, como medida
mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda,
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tem- a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a
porariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se criança ou o adolescente dependentes do agressor.(Incluí-
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialida- do pela Lei nº 12.415, de 2011)
de aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade físi- Título V
ca e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas Do Conselho Tutelar
adequadas de contenção e segurança. Capítulo I
Disposições Gerais
Capítulo V
Da Remissão Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e au-
tônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do ado-
apuração de ato infracional, o representante do Ministério Pú- lescente, definidos nesta Lei.
blico poderá conceder a remissão, como forma de exclusão Art. 132.  Em cada Município e em cada Região Ad-
do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do ministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
fato, ao contexto social, bem como à personalidade do ado- Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
lescente e sua maior ou menor participação no ato infracional. pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, per-
da remissão pela autoridade judiciária importará na sus- mitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de es-
pensão ou extinção do processo. colha.(Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o re- Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
conhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir I - reconhecida idoneidade moral;
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre- II - idade superior a vinte e um anos;
vistas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liber- III - residir no município.
dade e a internação. Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o lo-
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão po- cal, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
derá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros,
pedido expresso do adolescente ou de seu representante aos quais é assegurado o direito a:    (Redação dada pela
legal, ou do Ministério Público. Lei nº 12.696, de 2012)

61
CONHECIMENTOS GERAIS

I - cobertura previdenciária;(Incluído pela Lei nº XII - promover e incentivar, na comunidade e nos


12.696, de 2012) grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em
1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;(Incluído crianças e adolescentes.(Incluído pela Lei nº 13.046, de
pela Lei nº 12.696, de 2012) 2014)
III - licença-maternidade;(Incluído pela Lei nº 12.696, Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribui-
de 2012) ções, o Conselho Tutelar entender necessário o afasta-
IV - licença-paternidade;(Incluído pela Lei nº 12.696, mento do convívio familiar, comunicará incontinenti o
de 2012) fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações
V - gratificação natalina.(Incluído pela Lei nº 12.696, sobre os motivos de tal entendimento e as providências
de 2012) tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social
Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária muni- da família.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigên-
cipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos neces- cia
sários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remune- Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
ração e formação continuada dos conselheiros tutelares. poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
(Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) de quem tenha legítimo interesse.
Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro
constituirá serviço público relevante e estabelecerá pre- Capítulo III
sunção de idoneidade moral.(Redação dada pela Lei nº Da Competência
12.696, de 2012)
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
competência constante do art. 147.
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho Capítulo IV
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: Da Escolha dos Conselheiros
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previs- Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
tas no art. 101, I a VII; Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, apli- realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
cando as medidas previstas no art. 129, I a VII; dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscali-
III - promover a execução de suas decisões, podendo zação do Ministério Público.(Redação dada pela Lei nº
para tanto: 8.242, de 12.10.1991)
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, § 1o  O processo de escolha dos membros do Con-
educação, serviço social, previdência, trabalho e seguran- selho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
ça; território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos domingo do mês de outubro do ano subsequente ao
de descumprimento injustificado de suas deliberações. da eleição presidencial.(Incluído pela Lei nº 12.696, de
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato 2012)
que constitua infração administrativa ou penal contra os § 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no
direitos da criança ou adolescente; dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua escolha.(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
competência; § 3o  No processo de escolha dos membros do Con-
VI - providenciar a medida estabelecida pela autori- selho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
dade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pes-
para o adolescente autor de ato infracional; soal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno
VII - expedir notificações; valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
criança ou adolescente quando necessário; Capítulo V
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração Dos Impedimentos
da proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente; Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conse-
X - representar, em nome da pessoa e da família, con- lho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro
tra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio,
II, da Constituição Federal; tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
XI - representar ao Ministério Público para efeito das Parágrafo único. Estende-se o impedimento do con-
ações de perda ou suspensão do poder familiar, após es- selheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade
gotadas as possibilidades de manutenção da criança ou judiciária e ao representante do Ministério Público com
do adolescente junto à família natural.(Redação dada pela atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exer-
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência cício na comarca, foro regional ou distrital.

62
CONHECIMENTOS GERAIS

Título VI § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à


Do Acesso à Justiça autoridade competente da residência dos pais ou respon-
Capítulo I sável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a
Disposições Gerais criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de trans-
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou ado- missão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais
lescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao de uma comarca, será competente, para aplicação da pe-
Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. nalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas
que dela necessitarem, através de defensor público ou ad- as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
vogado nomeado. Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é com-
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da petente para:
Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumen- I - conhecer de representações promovidas pelo Minis-
tos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. tério Público, para apuração de ato infracional atribuído a
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão repre- adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
sentados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na extinção do processo;
forma da legislação civil ou processual. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador espe- IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
cial à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao ado-
colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando ca- lescente, observado o disposto no art. 209;
recer de representação ou assistência legal ainda que eventual. V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, poli- em entidades de atendimento, aplicando as medidascabí-
ciais e administrativos que digam respeito a crianças e ado- veis;
lescentes a que se atribua autoria de ato infracional. VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato infrações contra norma de proteção à criança ouadoles-
não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando- cente;
-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, paren- VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
tesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobreno- Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
me.(Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou ado-
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a lescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a
que se refere o artigo anterior somente será deferida pela Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
autoridade judiciária competente, se demonstrado o inte- a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
resse e justificada a finalidade. b) conhecer de ações de destituição do poder familiar,
perda ou modificação da tutela ou guarda;(Expressão subs-
Capítulo II tituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Da Justiça da Infância e da Juventude c) suprir a capacidade ou o consentimento para o ca-
Seção I samento;
Disposições Gerais d) conhecer de pedidos baseados em discordância pater-
na ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;(Ex-
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar pressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude, e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionali- quando faltarem os pais;
dade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura f) designar curador especial em casos de apresentação
e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. de queixa ou representação, ou de outros procedimentos
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança
Seção II ou adolescente;
Do Juiz g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o supri-
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz mento dos registros de nascimento e óbito.
da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa fun- Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
ção, na forma da lei de organização judiciária local. através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
Art. 147. A competência será determinada: I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; desacompanhado dos pais ou responsável, em:
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adoles- a) estádio, ginásio e campo desportivo;
cente, à falta dos pais ou responsável. b) bailes ou promoções dançantes;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a c) boate ou congêneres;
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as re- d) casa que explore comercialmente diversões eletrô-
gras de conexão, continência e prevenção. nicas;

63
CONHECIMENTOS GERAIS

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não cor-
II - a participação de criança e adolescente em: responder a procedimento previsto nesta ou em outra lei,
a) espetáculos públicos e seus ensaios; a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar
b) certames de beleza. de ofício as providências necessárias, ouvido o Ministério
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade Público.
judiciária levará em conta, dentre outros fatores: Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica
a) os princípios desta Lei; para o fim de afastamento da criança ou do adolescente
b) as peculiaridades locais; de sua família de origem e em outros procedimentos ne-
c) a existência de instalações adequadas; cessariamente contenciosos.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
d) o tipo de freqüência habitual ao local; 2009)Vigência
e) a adequação do ambiente a eventual participação Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
ou freqüência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo. Seção II
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste ar- Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
tigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Seção III Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
Dos Serviços Auxiliares do poder familiar terá início por provocação do Ministério
Público ou de quem tenha legítimo interesse.(Expressão
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
sua proposta orçamentária, prever recursos para manuten- Art. 156. A petição inicial indicará:
ção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Justiça da Infância e da Juventude. II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre do requerente e do requerido, dispensada a qualificação
outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação em se tratando de pedido formulado por representante do
local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou Ministério Público;
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver tra- III - a exposição sumária do fato e o pedido;
balhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à logo, o rol de testemunhas e documentos.
autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
ponto de vista técnico. judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspen-
Parágrafo único.  Na ausência ou insuficiência de servi- são do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
dores públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou ado-
pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer lescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de res-
outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ponsabilidade.(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
ou por determinação judicial, a autoridade judiciária po- 2009)Vigência
derá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. § 1o  Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de determinará, concomitantemente ao despacho de citação
Processo Civil).(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) e independentemente de requerimento do interessado, a
realização de estudo social ou perícia por equipe interpro-
Capítulo III fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de
Dos Procedimentos uma das causas de suspensão ou destituição do poder fa-
Seção I miliar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
Disposições Gerais observada a Lei    no 13.431, de 4 de abril de 2017.(Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- § 2o  Em sendo os pais oriundos de comunidades in-
cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na le- dígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
gislação processual pertinente. interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prio- artigo, de representantes do órgão federal responsável
ridade absoluta na tramitação dos processos e procedi- pela política indigenista, observado o disposto no § 6o do
mentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos art. 28 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
atos e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez
Lei nº 12.010, de 2009)Vigência dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
§ 2º  Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas
seus procedimentos são contados em dias corridos, excluí- e documentos.
do o dia do começo e incluído o dia do vencimento, veda- § 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos
do o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério os meios para sua realização.    (Incluído pela Lei nº 12.962,
Público.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) de 2014)

64
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado § 1º (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.509, de
pessoalmente.(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) 2017)
§ 3o   Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça § 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
houver procurado o citando em seu domicílio ou residência Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oral-
sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, mente o parecer técnico, salvo quando apresentado por
informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual- escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte)
citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e se- minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
guintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
de Processo Civil).(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 3o  A decisão será proferida na audiência, podendo
§ 4o  Na hipótese de os genitores encontrarem-se em a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data
local incerto ou não sabido, serão citados por edital no para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.(Incluído
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado pela Lei nº 13.509, de 2017)
o envio de ofícios para a localização.(Incluído pela Lei nº § 4o  Quando o procedimento de destituição de po-
13.509, de 2017) der familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de necessidade de nomeação de curador especial em favor
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e da criança ou adolescente.(Incluído pela Lei nº 13.509, de
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja 2017)
nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res- Art. 163.  O prazo máximo para conclusão do proce-
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do des- dimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz,
pacho de nomeação. no caso de notória inviabilidade de manutenção do po-
Parágrafo único.  Na hipótese de requerido privado de der familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momen- adolescente com vistas à colocação em família substituta.
to da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado de- (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
fensor.   (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Parágrafo único.  A sentença que decretar a perda ou
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária re- a suspensão do poder familiar será averbada à margem do
quisitará de qualquer repartição ou órgão público a apre- registro de nascimento da criança ou do adolescente.  (In-
sentação de documento que interesse à causa, de ofício ou cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161.  Se não for contestado o pedido e tiver sido Seção III
concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe Da Destituição da Tutela
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária
dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o pro-
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em cedimento para a remoção de tutor previsto na lei proces-
igual prazo.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) sual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
§ 1º  A autoridade judiciária, de ofício ou a requeri-
mento das partes ou do Ministério Público, determinará a Seção IV
oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma Da Colocação em Família Substituta
das causas de suspensão ou destituição do poder familiar
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos
janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.(Re- de colocação em família substituta:
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - qualificação completa do requerente e de seu even-
§ 2o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) tual cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência des-
§ 3o  Se o pedido importar em modificação de guarda, te;
será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da II - indicação de eventual parentesco do requerente e
criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desen- de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adoles-
volvimento e grau de compreensão sobre as implicações cente, especificando se tem ou não parente vivo;
da medida.    (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência III - qualificação completa da criança ou adolescente e
§ 4º  É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem de seus pais, se conhecidos;
identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
casos de não comparecimento perante a Justiça quando de- anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
vidamente citados.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-
oitiva.   (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) -se-ão também os requisitos específicos.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciá- Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido des-
ria dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco tituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem
dias, salvo quando este for o requerente, designando, des- aderido expressamente ao pedido de colocação em famí-
de logo, audiência de instrução e julgamento. lia substituta, este poderá ser formulado diretamente em

65
CONHECIMENTOS GERAIS

cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela,
dispensada a assistência de advogado.(Redação dada pela a perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressu-
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência posto lógico da medida principal de colocação em família
§ 1o  Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:(Re- substituta, será observado o procedimento contraditório
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) previsto nas Seções II e III deste Capítulo.(Expressão substi-
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as par- tuída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
tes, devidamente assistidas por advogado ou por defen- Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda
sor público, para verificar sua concordância com a adoção, poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do observado o disposto no art. 35.
protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á
tomando por termo as declarações; e(Incluído pela Lei nº o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art.
13.509, de 2017) 47.
II - declarará a extinção do poder familiar.(Incluído Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescen-
pela Lei nº 13.509, de 2017) te sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhi-
§ 2o  O consentimento dos titulares do poder familiar mento familiar será comunicada pela autoridade judiciária
será precedido de orientações e esclarecimentos presta- à entidade por este responsável no prazo máximo de 5
dos pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e (cinco) dias.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, Seção V
de 2009)Vigência Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Ado-
 § 3o  São garantidos a livre manifestação de vontade lescente
dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 171. O adolescente apreendido por força de or-
 § 4o  O consentimento prestado por escrito não terá dem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
validade se não for ratificado na audiência a que se refere judiciária.
o § 1o deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de
2017) ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
§ 5o  O consentimento é retratável até a data da rea- policial competente.
lização da audiência especificada no § 1o deste artigo, e Parágrafo único. Havendo repartição policial especiali-
os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 zada para atendimento de adolescente e em se tratando de
(dez) dias, contado da data de prolação da sentença de ex- ato infracional praticado em co-autoria com maior, preva-
tinção do poder familiar.(Redação dada pela Lei nº 13.509, lecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as
de 2017) providências necessárias e conforme o caso, encaminhará
§ 6o  O consentimento somente terá valor se for dado o adulto à repartição policial própria.
após o nascimento da criança.  (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional co-
de 2009)Vigência metido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a
§ 7o  A família natural e a família substituta receberão a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106,
devida orientação por intermédio de equipe técnica inter- parágrafo único, e 107, deverá:
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis o adolescente;
pela execução da política municipal de garantia do direito II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
à convivência familiar.(Redação dada pela Lei nº 13.509, III - requisitar os exames ou perícias necessários à com-
de 2017) provação da materialidade e autoria da infração.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a reque- Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante,
rimento das partes ou do Ministério Público, determinará a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
a realização de estudo social ou, se possível, perícia por ocorrência circunstanciada.
equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou respon-
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o sável, o adolescente será prontamente liberado pela auto-
estágio de convivência. ridade policial, sob termo de compromisso e responsabili-
Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda pro- dade de sua apresentação ao representante do Ministério
visória ou do estágio de convivência, a criança ou o ado- Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro
lescente será entregue ao interessado, mediante termo de dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato
responsabilidade.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vi- infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
gência permanecer sob internação para garantia de sua segurança
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pe- pessoal ou manutenção da ordem pública.
ricial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adoles- Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade poli-
cente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo cial encaminhará, desde logo, o adolescente ao represen-
prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em tante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto
igual prazo. de apreensão ou boletim de ocorrência.

66
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a au- judiciária, propondo a instauração de procedimento para
toridade policial encaminhará o adolescente à entidade de aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
atendimento, que fará a apresentação ao representante do adequada.
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. § 1º A representação será oferecida por petição, que
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade po- infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, po-
licial. À falta de repartição policial especializada, o adoles- dendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
cente aguardará a apresentação em dependência separada pela autoridade judiciária.
da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipó- § 2º A representação independe de prova pré-consti-
tese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. tuída da autoria e materialidade.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a con-
policial encaminhará imediatamente ao representante do clusão do procedimento, estando o adolescente internado
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
de ocorrência. Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judi-
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver ciária designará audiência de apresentação do adolescente,
indícios de participação de adolescente na prática de ato decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção
infracional, a autoridade policial encaminhará ao repre- da internação, observado o disposto no art. 108 e pará-
sentante do Ministério Público relatório das investigações grafo.
edemais documentos. § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de cientificados do teor da representação, e notificados a
ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
em compartimento fechado de veículo policial, em condi- § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
ções atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
à sua integridade física ou mental, sob pena de responsa- § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
bilidade. judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, deter-
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representan- minando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresen-
te do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto tação.
de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada
devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor- a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá ou responsável.
imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela au-
de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. toridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabele-
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o re- cimento prisional.
presentante do Ministério Público notificará os pais ou § 1º Inexistindo na comarca entidade com as carac-
responsável para apresentação do adolescente, podendo terísticas definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
requisitar o concurso das polícias civil e militar. imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adoles-
anterior, o representante do Ministério Público poderá: cente aguardará sua remoção em repartição policial, desde
I - promover o arquivamento dos autos; que em seção isolada dos adultos e com instalações apro-
II - conceder a remissão; priadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco
III - representar à autoridade judiciária para aplicação dias, sob pena de responsabilidade.
de medida sócio-educativa. Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou res-
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou con- ponsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mes-
cedida a remissão pelo representante do Ministério Públi- mos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
co, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
para homologação. proferindo decisão.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a au- § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medi-
toridade judiciária determinará, conforme o caso, o cum- da de internação ou colocação em regime de semi-liberda-
primento da medida. de, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa não possui advogado constituído, nomeará defensor, de-
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante des- signando, desde logo, audiência em continuação, podendo
pacho fundamentado, e este oferecerá representação, de- determinar a realização de diligências e estudo do caso.
signará outro membro do Ministério Público para apresen- § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado,
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só no prazo de três dias contado da audiência de apresenta-
então estará a autoridade judiciária obrigada ahomologar. ção, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as teste-
Ministério Público não promover o arquivamento ou con- munhas arroladas na representação e na defesa prévia,
ceder a remissão, oferecerá representação à autoridade cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe

67
CONHECIMENTOS GERAIS

interprofissional, será dada a palavra ao representante do § 1º A autoridade judicial e o Ministério Público pode-
Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo rão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a cri- antes do término do prazo de que trata o inciso II do §
tério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão. 1º deste artigo.   (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste
não comparecer, injustificadamente à audiência de apre- artigo, consideram-se:    (Incluído pela Lei nº 13.441, de
sentação, a autoridade judiciária designará nova data, de- 2017)
terminando sua condução coercitiva. I – dados de conexão: informações referentes a hora,
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou sus- data, início, término, duração, endereço de Protocolo de In-
pensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase ternet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;    (In-
do procedimento, antes da sentença. cluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
medida, desde que reconheça na sentença: endereço de assinante ou de usuário registrado ou auten-
I - estar provada a inexistência do fato; ticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação
II - não haver prova da existência do fato; de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no
III - não constituir o fato ato infracional; momento da conexão. 
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido § 3º  A infiltração de agentes de polícia na internet
para o ato infracional. não será admitida se a prova puder ser obtida por outros
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o meios.   (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
adolescente internado, será imediatamente colocado em  Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
liberdade. serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida autorização da medida, que zelará por seu sigilo.    (Incluí-
de internação ou regime de semi-liberdade será feita: do pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor; Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Pú-
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. blico e ao delegado de polícia responsável pela operação,
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se- com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.   (In-
-á unicamente na pessoa do defensor. cluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, de- Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a
verá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. sua identidade para, por meio da internet, colher indícios
de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts.
Seção V-A 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nosarts.
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848,
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investi- de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). (Incluído pela
gação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança Lei nº 13.441, de 2017)
e de Adolescente” Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar
de observar a estrita finalidade da investigação responderá
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na inter- pelos excessos praticados.   (Incluído pela Lei nº 13.441, de
net com o fim de investigar os crimes previstos nos  arts. 2017)
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial,
seguintes regras:(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) as informações necessárias à efetividade da identidade fic-
I – será precedida de autorização judicial devidamente tícia criada.    (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limi- Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata
tes da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Minis- esta Seção será numerado e tombado em livro específi-
tério Público;    (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) co.   (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Pú- Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
blico ou representação de delegado de polícia e conterá a eletrônicos praticados durante a operação deverão ser re-
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas gistrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz
dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investiga- e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-
das e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais tanciado.    (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
que permitam a identificação dessas pessoas;    (Incluído Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados cita-
pela Lei nº 13.441, de 2017) dos no caput deste artigo serão reunidos em autos apar-
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, tados e apensados ao processo criminal juntamente com o
sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demons- dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crian-
trada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judi- ças e dos adolescentes envolvidos.   (Incluído pela Lei nº
cial.    (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) 13.441, de 2017)

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CONHECIMENTOS GERAIS

Seção VI III - por via postal, com aviso de recebimento, se não


Da Apuração de Irregularidades em Entidade de for encontrado o requerido ou seu representante legal;
Atendimento IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
Art. 191. O procedimento de apuração de irregulari- Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo le-
dades em entidade governamental e não-governamental gal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministé-
terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou re- rio Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
presentação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos. procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a au- necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
toridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da en- Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-
tidade, mediante decisão fundamentada. -ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo jun- prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciá-
tar documentos e indicar as provas a produzir. ria, que em seguida proferirá sentença.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo ne-
cessário, a autoridade judiciária designará audiência de ins- Seção VIII
trução e julgamento, intimando as partes. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou de- Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste:(Incluído
finitivo de dirigente de entidade governamental, a auto- pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
ridade judiciária oficiará à autoridade administrativa ime- I - qualificação completa;(Incluído pela Lei nº 12.010,
diatamente superior ao afastado, marcando prazo para a de 2009)   Vigência
substituição. II - dados familiares;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autorida- 2009)   Vigência
de judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregu- III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
laridades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo casamento, ou declaração relativa ao período de união es-
será extinto, sem julgamento de mérito. tável;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigen- IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Ca-
te da entidade ou programa de atendimento. dastro de Pessoas Físicas;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Seção VII V - comprovante de renda e domicílio;(Incluído pela Lei
Da Apuração de Infração Administrativa às Nor- nº 12.010, de 2009)   Vigência
mas de Proteção à Criança e ao Adolescente VI - atestados de sanidade física e mental;(Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 194. O procedimento para imposição de penali- VII - certidão de antecedentes criminais;(Incluído pela
dade administrativa por infração às normas de proteção Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
à criança e ao adolescente terá início por representação VIII - certidão negativa de distribuição cível.(Incluído
do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário cre- Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48
denciado, e assinado por duas testemunhas, se possível. (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministé-
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, rio Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:(Incluído
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
natureza e as circunstâncias da infração. I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equi-
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração se- pe interprofissional encarregada de elaborar o estudo téc-
guir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso con- nico a que se refere o art. 197-C desta Lei;(Incluído pela Lei
trário, dos motivos do retardamento. nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apre- II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
sentação de defesa, contado da data da intimação, que postulantes em juízo e testemunhas;(Incluído pela Lei nº
será feita: 12.010, de 2009)   Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for la- III - requerer a juntada de documentos complementa-
vrado na presença do requerido; res e a realização de outras diligências que entender neces-
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente ha- sárias.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
bilitado, que entregará cópia do auto ou da representação Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certi- interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juven-
dão; tude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá

69
CONHECIMENTOS GERAIS

subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo § 4o  Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilita-
dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou do, à adoção de crianças ou adolescentes indicados den-
maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios tro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência concedida.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o  É obrigatória a participação dos postulantes em § 5o  A desistência do pretendente em relação à guar-
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventu- da para fins de adoção ou a devolução da criança ou do
de, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá- adolescente depois do trânsito em julgado da sentença
veis pela execução da política municipal de garantia do di- de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de
reito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção adoção    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Art. 197-F.  O prazo máximo para conclusão da habi-
Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação litação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorro-
e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de ado- gável por igual período, mediante decisão fundamentada
lescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com da autoridade judiciária.(Incluído pela Lei nº 13.509, de
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. 2017)
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  Sempre que possível e recomendável, a etapa Capítulo IV
obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo in- Dos Recursos
cluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da In-
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da fância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema re-
adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo progra- cursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
ma de acolhimento familiar e institucional e pela execução de Processo Civil), com as seguintes adaptações:(Reda-
da política municipal de garantia do direito à convivência ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
familiar.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) I - os recursos serão interpostos independentemente
§ 3o  É recomendável que as crianças e os adolescentes de preparo;
acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora se- II - em todos os recursos, salvo nos embargos de de-
jam preparados por equipe interprofissional antes da inclu- claração, o prazo para o Ministério Público e para a de-
são em família adotiva.(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) fesa será sempre de 10 (dez) dias;(Redação dada pela Lei
Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da parti- nº 12.594, de 2012)(Vide)
cipação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a au- III - os recursos terão preferência de julgamento e
toridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dispensarão revisor;
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério IV -(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, V -(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
designando, conforme o caso, audiência de instrução e jul- VI -(Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
gamento.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência VII - antes de determinar a remessa dos autos à su-
Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências, perior instância, no caso de apelação, ou do instrumento,
ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determina- no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá des-
rá a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos pacho fundamentado, mantendo ou reformando a deci-
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em são, no prazo de cinco dias;
igual prazo.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o es-
Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será crivão remeterá os autos ou o instrumento à superior
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a instância dentro de vinte e quatro horas, independente-
sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem mente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a re-
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade messa dos autos dependerá de pedido expresso da parte
de crianças ou adolescentes adotáveis.(Incluído pela Lei nº interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
12.010, de 2009)   Vigência dias, contados da intimação.
§ 1o  A ordem cronológica das habilitações somente Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no
poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária art. 149 caberá recurso de apelação.
nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quan- Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz
do comprovado ser essa a melhor solução no interesse do efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será
adotando.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
§ 2o  A habilitação à adoção deverá ser renovada no tratar de adoção internacional ou se houver perigo de
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe inter- dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.(In-
profissional.(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 3o  Quando o adotante candidatar-se a uma nova Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qual-
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bas- quer dos genitores do poder familiar fica sujeita a apela-
tando a avaliação por equipe interprofissional.(Incluído ção, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
pela Lei nº 13.509, de 2017) (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência

70
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção c) requisitar informações e documentos a particulares
e de destituição de poder familiar, em face da relevância e instituições privadas;
das questões, serão processados com prioridade absoluta, VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências in-
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado vestigatórias e determinar a instauração de inquérito po-
que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribui- licial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
ção, e serão colocados em mesa para julgamento sem revi- proteção à infância e à juventude;
são e com parecer urgente do Ministério Público.(Incluído VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garan-
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência tias legais assegurados às crianças e adolescentes, pro-
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em movendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
dias, contado da sua conclusão.(Incluído pela Lei nº 12.010, habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
de 2009)   Vigência na defesa dos interesses sociais e individuais indisponí-
Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado veis afetos à criança e ao adolescente;
da data do julgamento e poderá na sessão, se entender X - representar ao juízo visando à aplicação de pena-
necessário, apresentar oralmente seu parecer.(Incluído pela lidade por infrações cometidas contra as normas de pro-
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência teção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer a ins- da responsabilidade civil e penal do infrator, quando ca-
tauração de procedimento para apuração de responsabili- bível;
dades se constatar o descumprimento das providências e XI - inspecionar as entidades públicas e particulares
do prazo previstos nos artigos anteriores.(Incluído pela Lei de atendimento e os programas de que trata esta Lei,
nº 12.010, de 2009)   Vigência adotando de pronto as medidas administrativas ou judi-
ciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
Capítulo V verificadas;
Do Ministério Público XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de as-
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas sistência social, públicos ou privados, para o desempenho
nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva leior- de suas atribuições.
gânica. § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
Art. 201. Compete ao Ministério Público: cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
I - conceder a remissão como forma de exclusão do nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constitui-
processo; ção e esta Lei.
II - promover e acompanhar os procedimentos relati- § 2º As atribuições constantes deste artigo não ex-
vos às infrações atribuídas a adolescentes; cluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do
III - promover e acompanhar as ações de alimentos Ministério Público.
e os procedimentos de suspensão e destituição do po- § 3º O representante do Ministério Público, no exercí-
der familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores cio de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
e guardiães, bem como oficiar em todos os demais pro- encontre criança ou adolescente.
cedimentos da competência da Justiça da Infância e da § 4º O representante do Ministério Público será res-
Juventude;(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de ponsável pelo uso indevido das informações e documen-
2009)   Vigência tos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos inte- § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inci-
ressados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e so VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer Público:
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hi- a) reduzir a termo as declarações do reclamante, ins-
póteses do art. 98; taurando o competente procedimento, sob sua presidên-
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para cia;
a proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos b) entender-se diretamente com a pessoa ou autori-
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos dade reclamada, em dia, local e horário previamente noti-
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal; ficados ou acertados;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para c) efetuar recomendações visando à melhoria dos ser-
instruí-los: viços públicos e de relevância pública afetos à criança e
a) expedir notificações para colher depoimentos ou es- ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
clarecimentos e, em caso de não comparecimento injusti- adequação.
ficado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não
civil ou militar; for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
b) requisitar informações, exames, perícias e documen- defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hi-
tos de autoridades municipais, estaduais e federais, da ad- pótese em que terá vista dos autos depois das partes, po-
ministração direta ou indireta, bem como promover inspe- dendo juntar documentos e requerer diligências, usando
ções e diligências investigatórias; os recursos cabíveis.

71
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qual- IX - de ações, serviços e programas de orientação,
quer caso, será feita pessoalmente. apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público exercício do direito à convivência familiar por crianças e
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício adolescentes.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigên-
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. cia
Art. 205. As manifestações processuais do representan- X - de programas de atendimento para a execução das
te do Ministério Público deverão ser fundamentadas. medidas socioeducativas e aplicação de medidas de prote-
ção.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
Capítulo VI XI - de políticas e programas integrados de atendimen-
Do Advogado to à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de vio-
lência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2018)(Vigência)
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou res- § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
ponsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegi-
que trata esta Lei, através de advogado, o qual será inti- dos pela Constituição e pela Lei.(Renumerado do Parágrafo
mado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação único pela Lei nº 11.259, de 2005)
oficial, respeitado o segredo de justiça. § 2o A investigação do desaparecimento de crianças
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária in- ou adolescentes será realizada imediatamente após noti-
tegral e gratuita àqueles que dela necessitarem. ficação aos órgãos competentes, que deverão comunicar
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e compa-
prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, nhias de transporte interestaduais e internacionais, forne-
seráprocessado sem defensor. cendo-lhes todos os dados necessários à identificação do
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á no- desaparecido.(Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
meado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão pro-
constituir outro de sua preferência. postas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adia- ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
mento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Fe-
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito deral e a competência originária dos tribunais superiores.
do ato. Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando coletivos ou difusos, consideram-se legitimados concor-
se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver rentemente:
sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da I - o Ministério Público;
autoridade judiciária. II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Fede-
ral e os territórios;
Capítulo VII III - as associações legalmente constituídas há pelo
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais
Difusos e Coletivos a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações autorização estatutária.
de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Mi-
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento nistérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
ou oferta irregular:(Vide Lei nº 12.010, de 2009)Vigência interesses e direitos de que cuida esta Lei.
I - do ensino obrigatório; § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
II - de atendimento educacional especializado aos por- associação legitimada, o Ministério Público ou outro legiti-
tadores de deficiência; mado poderá assumir a titularidade ativa.
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão to-
de zero a cinco anos de idade;    (Redação dada pela Lei nº mar dos interessados compromisso de ajustamento de sua
13.306, de 2016) conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições executivo extrajudicial.
do educando; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegi-
V - de programas suplementares de oferta de material dos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações
didático-escolar, transporte e assistência à saúde doedu- pertinentes.
cando do ensino fundamental; § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à normas do Código de Processo Civil.
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pú-
ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem; blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui-
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; ções do poder público, que lesem direito líquido e certo
VIII - de escolarização e profissionalização dos adoles- previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se rege-
centes privados de liberdade. rá pelas normas da lei do mandado de segurança.

72
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimen- Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado
to de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá poderá requerer às autoridades competentes as certidões
a tutela específica da obrigação ou determinará providên- e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas
cias que assegurem o resultado prático equivalente ao do no prazo de quinze dias.
adimplemento. Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e ha- sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
vendo justificado receio de ineficácia do provimento final, pessoa, organismo público ou particular, certidões, infor-
é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após jus- mações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
tificação prévia, citando o réu. não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas
ou na sentença, impor multa diária ao réu, independente- as diligências, se convencer da inexistência de fundamento
mente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamen-
com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumpri- to dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
mento do preceito. fazendo-o fundamentadamente.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informa-
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida des- ção arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer
de o dia em que se houver configurado o descumprimento. em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo ge- do Ministério Público.
rido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescen- § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção
te do respectivo município. de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Mi-
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o nistério público, poderão as associações legitimadas apre-
trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de sentar razões escritas ou documentos, que serão juntados
execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informa-
autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. ção.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o di- § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
nheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de cré- exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério
dito, em conta com correção monetária. Público, conforme dispuser o seu regimento.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
recursos, para evitar dano irreparável à parte. promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
condenação ao poder público, o juiz determinará a remes- Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber,
sa de peças à autoridade competente, para apuração da as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
atribua a ação ou omissão. Título VII
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga- Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
do da sentença condenatória sem que a associação autora Capítulo I
lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Públi- Dos Crimes
co, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. Seção I
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar Disposições Gerais
ao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformi-
dade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
1973 (Código de Processo Civil), quando reconhecer que a contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
pretensão é manifestamente infundada. prejuízo do disposto na legislação penal.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as- Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
sociação autora e os diretores responsáveis pela proposi- normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto aopro-
tura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo cesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pú-
danos. blica incondicionada
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não ha-
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários Seção II
periciais e quaisquer outras despesas. Dos Crimes em Espécie
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestan- Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigen-
do-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de te de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção. manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam en- à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta mé-
sejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Minis- dica, declaração de nascimento, onde constem as intercor-
tério Público para as providências cabíveis. rências do parto e do desenvolvimento do neonato:

73
CONHECIMENTOS GERAIS

Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
Parágrafo único. Se o crime é culposo: correspondente à violência.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de iden- pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:(Redação
tificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
do parto, bem como deixar de proceder aos exames referi- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
dos no art. 10 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, faci-
Parágrafo único. Se o crime é culposo: lita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liber- no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
dade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante na.(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autorida- § 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
de judiciária competente: comete o crime:(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretex-
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que to de exercê-la;(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
procede à apreensão sem observância das formalidades II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coa-
legais. bitação ou de hospitalidade; ou(Redação dada pela Lei nº
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela 11.829, de 2008)
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata co- III – prevalecendo-se de relações de parentesco con-
municação à autoridade judiciária competente e à família sangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
do apreendido ou à pessoa por ele indicada: tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua au- ou com seu consentimento.(Incluído pela Lei nº 11.829, de
toridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangi- 2008)
mento: Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
Art. 233.(Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: pornográfica envolvendo criança ou adolescente:(Redação
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou ado- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
lescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
apreensão: Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado por meio de sistema de informática ou telemático, foto-
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liberda- grafia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
de: explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adoles-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. cente:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.(In-
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: § 1o  Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído pela
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de I – assegura os meios ou serviços para o armazena-
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem mento das fotografias, cenas ou imagens de que trata
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: o caput deste artigo;  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pu- computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
pilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. 2008)
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem ofere-  § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do §
ce ou efetiva a paga ou recompensa. 1  deste artigo são puníveis quando o responsável legal
o

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato des- pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
tinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
com inobservância das formalidades legais ou com o fito o caput deste artigo.    (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
de obter lucro:  Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
Parágrafo único. Se há emprego de violência, gra- contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolven-
ve ameaça ou fraude:(Incluído pela Lei nº 10.764, de do criança ou adolescente:  (Incluído pela Lei nº 11.829, de
12.11.2003) 2008)

74
CONHECIMENTOS GERAIS

 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e mul- Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente
ta. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois ter- arma, munição ou explosivo:
ços) se de pequena quantidade o material a que se refere Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.  (Redação
o caput deste artigo.  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar,
tem a finalidade de comunicar às autoridades competen- ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou
tes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita produtos cujos componentes possam causar dependência
por:  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) física ou psíquica:(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
 I – agente público no exercício de suas funções;    (In- Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) se o fato não constitui crime mais grave.  (Redação dada
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que pela Lei nº 13.106, de 2015)
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
o processamento e o encaminhamento de notícia dos cri- entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fo-
mes referidos neste parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829, gos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo
de 2008) seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qual-
 III – representante legal e funcionários responsáveis de quer dano físico em caso de utilização indevida:
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
de computadores, até o recebimento do material relativo à Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
ao Poder Judiciário.  (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) exploração sexual:(Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da
manter sob sigilo o material ilícito referido.  (Incluído pela perda de bens e valores utilizados na prática criminosa em
Lei nº 11.829, de 2008) favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
 Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou ado- da unidade da Federação (Estado ou Distrito Federal) em
lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro
meio de adulteração, montagem ou modificação de foto- de boa-fé.  (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
grafia, vídeo ou qualquer outra forma de representação vi- § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente
sual:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (In- de criança ou adolescente às práticas referidas no caput des-
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) te artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cas-
vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou sação da licença de localização e de funcionamento do
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluí- Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de me-
do pela Lei nº 11.829, de 2008) nor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
 Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por ou induzindo-o a praticá-la:(Incluído pela Lei nº 12.015, de
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com 2009)
ela praticar ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.   (In- pela Lei nº 12.015, de 2009)
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) § 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
 Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem:  (In- quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material con- da internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
tendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de § 2o  As penas previstas no caput deste artigo são au-
com ela praticar ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, mentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
de 2008) induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de
 II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo 25 de julho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
com o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográ-
fica ou sexualmente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, Capítulo II
de 2008) Das Infrações Administrativas
 Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei,
a expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com- Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
preende qualquer situação que envolva criança ou adoles- estabelecimento de atenção à saúde e de ensino funda-
cente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, mental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adoles- competente os casos de que tenha conhecimento, en-
cente para fins primordialmente sexuais(Incluído pela Lei volvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
nº 11.829, de 2008) criança ou adolescente:

75
CONHECIMENTOS GERAIS

Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência,
cando-se o dobro em caso de reincidência. aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de en- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quais-
tidade de atendimento o exercício dos direitos constantes quer representações ou espetáculos, sem indicar os li-
nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: mites de idade a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência,
cando-se o dobro em caso de reincidência. duplicada em caso de reincidência, aplicável, separada-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autoriza- mente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação
ção devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou publicidade.
ou documento de procedimento policial, administrativo ou Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem
ato infracional: aviso de sua classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
cando-se o dobro em caso de reincidência. duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciá-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou par- ria poderá determinar a suspensão da programação da
cialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido emissora por até dois dias.
em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga res- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou con-
peito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma gênere classificado pelo órgão competente como ina-
a permitir sua identificação, direta ou indiretamente. dequado às crianças ou adolescentes admitidos ao es-
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa petáculo:
ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista Pena - multa de vinte a cem salários de referência;
neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a na reincidência, a autoridade poderá determinar a sus-
apreensão da publicação ou a suspensão da programação pensão do espetáculo ou o fechamento do estabeleci-
da emissora até por dois dias, bem como da publicação mento por até quinze dias.
do periódico até por dois números.   (Expressão declara Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescen-
inconstitucional pela ADIN 869-2). te fita de programação em vídeo, em desacordo com a
Art. 248.    (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2018)(Vi- classificação atribuída pelo órgão competente:
gência) Pena - multa de três a vinte salários de referência;
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os de- em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
veres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela determinar o fechamento do estabelecimento por até
ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciá- quinze dias.
ria ou Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts.
12.010, de 2009)   Vigência 78 e 79 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Pena - multa de três a vinte salários de referência,
cando-se o dobro em caso de reincidência. duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem pre-
Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente desacompa- juízo de apreensão da revista ou publicação.
nhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei so-
ou congênere:(Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). bre o acesso de criança ou adolescente aos locais de di-
Pena – multa.   (Redação dada pela Lei nº 12.038, de versão, ou sobre sua participação no espetáculo:   (Vide
2009). Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de Pena - multa de três a vinte salários de referência;
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
mento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.  (In- determinar o fechamento do estabelecimento por até
cluído pela Lei nº 12.038, de 2009). quinze dias.
§ 2º  Se comprovada a reincidência em período inferior Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de pro-
a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente videnciar a instalação e operacionalização dos cadastros
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (In-
12.038, de 2009). cluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qual- Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
quer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 (três mil reais).(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi-
e 85 desta Lei: gência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, apli- Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a auto-
cando-se o dobro em caso de reincidência. ridade que deixa de efetuar o cadastramento de crian-
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetá- ças e de adolescentes em condições de serem adotadas,
culo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças
entrada do local de exibição, informação destacada sobre e adolescentes em regime de acolhimento institucional
a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária espe- ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi-
cificada no certificado de classificação: gência

76
CONHECIMENTOS GERAIS

Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigen- percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma
te de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de de guarda, de crianças e adolescentes e para programas
efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de atenção integral à primeira infância em áreas de maior
de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante carência socioeconômica e em situações de calamida-
interessada em entregar seu filho para adoção:  (Incluído de.    (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência § 3º O Departamento da Receita Federal, do Mi-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 nistério da Economia, Fazenda e Planejamento, regula-
(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vi- mentará a comprovação das doações feitas aos fundos,
gência nos termos deste artigo.  (Incluído pela Lei nº 8.242, de
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário 12.10.1991)
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia   § 4º O Ministério Público determinará em cada co-
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a co- marca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
municação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos
nº 12.010, de 2009)   Vigência incentivos fiscais referidos neste artigo.    (Incluído pela
Art. 258-C.  Descumprir a proibição estabelecida no Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
inciso II do art. 81:  (Redação dada pela Lei nº 13.106, de § 5o  Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei
2015) no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ que trata o inciso I do caput: (Redação dada pela Lei nº
10.000,00 (dez mil reais);(Redação dada pela Lei nº 13.106, 12.594, de 2012)(Vide)
de 2015) I - será considerada isoladamente, não se submeten-
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento do a limite em conjunto com outras deduções do impos-
comercial até o recolhimento da multa aplicada.   (Redação to; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
dada pela Lei nº 13.106, de 2015) II - não poderá ser computada como despesa ope-
Disposições Finais e Transitórias racional na apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados 12.594, de 2012)(Vide)
da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dis- Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calen-
pondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às di- dário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação
retrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente
que estabelece o Título V do Livro II. em sua Declaração de Ajuste Anual.  (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios 12.594, de 2012)(Vide)
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às § 1o  A doação de que trata o caput poderá ser de-
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei. duzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos imposto apurado na declaração:  (Incluído pela Lei nº
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, 12.594, de 2012)(Vide)
distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprova- I - (VETADO);  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
das, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de (Vide)
renda, obedecidos os seguintes limites:(Redação dada pela II - (VETADO);  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido III - 3% (três por cento) a partir do exercício de
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lu- 2012.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
cro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) § 2o  A dedução de que trata o caput:  (Incluído pela
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apu- Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
rado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de imposto sobre a renda apurado na declaração de que tra-
dezembro de 1997.(Redação dada pela Lei nº 12.594, de ta o inciso II do caput do art. 260;  (Incluído pela Lei nº
2012)(Vide) 12.594, de 2012)(Vide)
  § 1º -  (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II - não se aplica à pessoa física que:  (Incluído pela
§ 1o-A.  Na definição das prioridades a serem atendidas Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais a) utilizar o desconto simplificado;  (Incluído pela Lei
e municipais dos direitos da criança e do adolescente, se- nº 12.594, de 2012)(Vide)
rão consideradas as disposições do Plano Nacional de Pro- b) apresentar declaração em formulário; ou  (Incluído
moção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adoles- pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
centes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano c) entregar a declaração fora do prazo;  (Incluído pela
Nacional pela Primeira Infância.    (Redação dada dada pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
Lei nº 13.257, de 2016) III - só se aplica às doações em espécie; e  (Incluído
§ 2o  Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou de-
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações duções em vigor.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente (Vide)

77
CONHECIMENTOS GERAIS

§ 3o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a § 2o  No caso de doação em bens, o comprovante
data de vencimento da primeira quota ou quota única do deve conter a identificação dos bens, mediante descrição
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria em campo próprio ou em relação anexa ao comprovan-
da Receita Federal do Brasil.  (Incluído pela Lei nº 12.594, te, informando também se houve avaliação, o nome, CPF
de 2012)(Vide) ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei nº
§ 4o  O não pagamento da doação no prazo estabe- 12.594, de 2012)(Vide)
lecido no § 3o  implica a glosa definitiva desta parcela de Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento deverá:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
da diferença de imposto devido apurado na Declaração de I - comprovar a propriedade dos bens, mediante do-
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legisla- cumentação hábil;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
ção.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) (Vide)
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do imposto apu- II - baixar os bens doados na declaração de bens e di-
rado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no reitos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração,
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos no caso de pessoa jurídica; e  (Incluído pela Lei nº 12.594,
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente mu- de 2012)(Vide)
nicipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente III - considerar como valor dos bens doados:  (Incluído
com a opção de que trata o caput, respeitado o limite pre- pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
visto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
2012)(Vide) declaração do imposto de renda, desde que não exceda o
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260 po- valor de mercado;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
derá ser deduzida:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas ju- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos
rídicas que apuram o imposto trimestralmente; e  (Incluído bens.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, será considerado na determinação do valor dos bens doa-
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmen- dos, exceto se o leilão for determinado por autoridade ju-
te.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) diciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts.
do período a que se refere a apuração do imposto. (Incluí- 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
do pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta dedução perante a Receita Federal do Brasil.(Incluído pela
Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.  (Incluído Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administra-
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie de- ção das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do
vem ser depositadas em conta específica, em instituição fi- Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais de-
nanceira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que vem:  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
trata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) I - manter conta bancária específica destinada exclusi-
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administra- vamente a gerir os recursos do Fundo;  (Incluído pela Lei nº
ção das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do 12.594, de 2012)(Vide)
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais de- II - manter controle das doações recebidas; e  (Incluído
vem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
competente e pelo presidente do Conselho corresponden- III - informar anualmente à Secretaria da Receita Fede-
te, especificando:   (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) ral do Brasil as doações recebidas mês a mês, identifican-
(Vide) do os seguintes dados por doador:  (Incluído pela Lei nº
I - número de ordem;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012)(Vide)
2012)(Vide) a) nome, CNPJ ou CPF;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) 2012)(Vide)
e endereço do emitente;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de b) valor doado, especificando se a doação foi em espé-
2012)(Vide) cie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obriga-
do doador;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) ções previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Públi-
e  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) co. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação.  (Incluído Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais di-
§ 1o  O comprovante de que trata o caput deste arti- vulgarão amplamente à comunidade:  (Incluído pela Lei nº
go pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os 12.594, de 2012)(Vide)
valores doados mês a mês.  (Incluído pela Lei nº 12.594, de I - o calendário de suas reuniões;  (Incluído pela Lei nº
2012)(Vide) 12.594, de 2012)(Vide)

78
CONHECIMENTOS GERAIS

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de 1) Art. 121 (..)


atendimento à criança e ao adolescente;  (Incluído pela Lei § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
nº 12.594, de 2012)(Vide) terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica
III - os requisitos para a apresentação de projetos a de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conse-
da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital qüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
ou municipais;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço,
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-ca- se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
lendário e o valor dos recursos previstos para implementa- 2) Art. 129 (...)
ção das ações, por projeto;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qual-
2012)(Vide) quer das hipóteses do art. 121, § 4º.
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva desti- § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
nação, por projeto atendido, inclusive com cadastramento art. 121.
na base de dados do Sistema de Informações sobre a In- 3) Art. 136(...)
fância e a Adolescência; e  (Incluído pela Lei nº 12.594, de § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é pra-
2012)(Vide) ticado contra pessoa menor de catorze anos.
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficia- 4) Art. 213 (..)
dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais. (In- anos:
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada 5) Art. 214(...)
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incenti- Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze
vos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.  (Incluído pela Lei anos:
nº 12.594, de 2012)(Vide) Pena - reclusão de três a nove anos.»
Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro
arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por de 1973, fica acrescido do seguinte item:
ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá “Art. 102 (...)
atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual- 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
quer cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União,
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da Pre- da administração direta ou indireta, inclusive fundações ins-
sidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria tituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão
da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada edição popular do texto integral deste Estatuto, que será
ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos posto à disposição das escolas e das entidades de atendi-
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio- mento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
nal, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente am-
respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas pla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
bancárias específicas mantidas em instituições financeiras meios de comunicação social.    (Redação dada dada pela
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Lei nº 13.257, de 2016)
Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)(Vide) Parágrafo único.  A divulgação a que se refere
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil o  caput  será veiculada em linguagem clara, compreensí-
expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto vel e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às
nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.    (Incluído dada
(Vide) pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
da criança e do adolescente, os registros, inscrições e alte- publicação.
rações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 Parágrafo único. Durante o período de vacância deve-
desta Lei serão efetuados perante a autoridade judiciária rão ser promovidas atividades e campanhas de divulgação
da comarca a que pertencer a entidade. e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697,
aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as de-
recursos referentes aos programas e atividades previstos mais disposições em contrário.
nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direi- Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
tos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis. 102º da República.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tute- FERNANDO COLLOR 
lares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela Bernardo Cabral 
autoridade judiciária. Carlos Chiarelli 
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro Antônio Magri 
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes Margarida Procópio
alterações:

79
CONHECIMENTOS GERAIS

ção, eternizam-se inexplicavelmente; certos impostos inci-


ÉTICA E CIDADANIA. dem sobre outros, punindo desnecessariamente a popu-
lação. Por tudo isso, um cidadão responsável: mantém-se
sempre vigilante; fiscaliza o poder executivo diretamente
ou por intermédio do seu representante na Câmara, As-
As instituições sociais e políticas têm uma história. É sembleia ou Congresso; nega o voto aos políticos ineficien-
impossível não reconhecer o seu desenvolvimento e o seu tes ou corruptos, nas eleições.
progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto de
vista formal. Solidariedade
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. As organizações empregam grande parte dos tributos
As mulheres brasileiras conquistaram o direito de vo- recolhidos para minimizar problemas sociais, os quais, por
tar apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns sua vez, não são tão graves quanto os dos povos subde-
anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania (MAR- senvolvidos. Em países emergentes, como o Brasil, o Es-
TINS, 2008). tado deve atender a tantas necessidades e os problemas
Existem direitos formais (civis, políticos e sociais) que são tão numerosos que sempre ficam enormes lacunas por
nem sempre se realizam como direitos reais. A cidadania preencher. Cabe aos cidadãos esclarecidos desdobrar-se
nem sempre é uma realidade efetiva e nem sempre é para para ajudar os marginalizados do sistema. Além dos tribu-
todos. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva tos obrigatórios, tais organizações - como ONGs, hospitais,
dessa condição são indicadores do desenvolvimento moral instituições civis e religiosas, orfanatos, escolas especiais,
e ético de uma sociedade. creches, movimentos ou associações de pessoas portado-
Para a ética, não basta que exista um elenco de prin- ras de deficiência - tentam diversas fórmulas para canalizar
cípios fundamentais e direitos definidos nas Constituições. ajuda.
O desafio ético para uma nação é o de universalizar os di- Elas não só ajudam, mas fiscalizam as despesas, con-
reitos reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana trolam contas e decidem, na medida do possível, sobre
e ativa. aplicações de recursos arrecadados.
É preciso fundar a responsabilidade individual numa
ética construída e instituída tendo em mira o bem comum, Meio Ambiente
visando à formação do sujeito ético. Desse modo, será pos- Encontramos enormes problemas em nossa sociedade
sível a síntese entre ética e cidadania, na qual possa preva- que devem ser resolvidos, porém o homem nunca viveu
lecer muito mais uma ética de princípios do que uma ética tanto, nem teve tanta saúde como agora.
do dever. A responsabilidade individual deverá ser porta- O principal problema do meio ambiente é que a po-
dora de princípios e não de interesses particulares. pulação da Terra aumenta, mas os recursos naturais conti-
Componentes Éticos e Cidadania nuam os mesmos, com a ressalva de que, cada vez, produ-
A tendência da maioria é pensar que o funcionamen- zimos mais alimentos. Em contrapartida, também consumi-
to da cidadania depende dos outros: prefeitos, vereadores, mos mais, gerando enormes quantidades de detritos que
deputados, enfim, do governo. Uma pessoa exemplar com- se voltam contra nós.
porta-se como se tudo dependesse do seu procedimento Como seres humanos responsáveis, é necessário difun-
pessoal e não do próximo. dir o hábito de poupar água, energia, reciclar o lixo, usar
Por outro lado, é preciso admitir que nenhum país é fontes alternativas de energia e controlar a natalidade.
subdesenvolvido por acaso, devido a uma série de coinci-
dências nefastas que acabaram prejudicando a nação ao Transportes
longo do tempo, sem culpa de ninguém. A miséria é fruto O automóvel, por seu avanço tecnológico, impulsionou
da omissão e do descaso sistemáticos, da cobiça e da ga- o desenvolvimento da indústria automobilística e outros
nância de alguns, durante séculos. setores ligados direta ou indiretamente a ela. As grandes
A recuperação do tempo perdido exige uma mudança cidades renderam-se aos carros, gerando o transporte indi-
radical, a partir da consideração dos seguintes itens: vidual e, com isso, reformaram-se as ruas, criaram-se aveni-
das, tudo em função da sua circulação com maior rapidez.
Impostos O pedestre foi esquecido e também o ciclista. O trans-
O primeiro dever do cidadão responsável é colaborar porte público passou a um segundo plano. Resultado: o
financeiramente no custeio das despesas comuns, como mundo ficou refém do automóvel.
por exemplo: pagar o Imposto Territorial Urbano, a Segu- Em um engarrafamento qualquer, os motoristas perce-
ridade Social e todos os tributos embutidos em serviços e bem que estão parados, a maioria deles a sós, espremidos
alimentos. Pedir a nota fiscal ao efetuar qualquer compra. entre quatro latas, querendo ir todos ao mesmo lugar, mas
Infelizmente, nem sempre os governantes se compor- sem sucesso. Além de inviabilizar ou complicar os deslo-
tam de modo isento na hora de estabelecer a carga tributá- camentos, o trânsito rodado enerva as pessoas, produz
ria ou o emprego dos recursos arrecadados. Alguns tribu- inúmeros acidentes, polui o ambiente e empobrece muitos
tos, criados com determinado fim, mudam de destinação usuários, que perdem grandes somas de dinheiro cada vez
ao longo dos anos; outros, temporários na sua implanta- que decidem trocar de carro - tudo isso em nome do pres-
tígio, da privacidade e de um ilusório conforto individual.

80
CONHECIMENTOS GERAIS

O homem esclarecido prefere o transporte público, só EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


se senta ao volante sóbrio, partilha sua condução com ami- Língua Portuguesa
gos, conhecidos ou colegas de trabalho.
01-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL –
Segurança FCC/2012) Está plenamente adequada a correlação en-
No mundo em que vivemos, ninguém está livre de as- tre tempos e modos verbais na frase:
saltos. Pedestres, usuários de transportes coletivos e pro- (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as
prietários de veículos correm perigos semelhantes. Os la- escadas rolantes, logo me encontraria diante da luz do
drões são, via de regra, inteligentes e preguiçosos. Alguns sol e do ar fresco da manhã.
escolhem suas vítimas pacientemente após um período de (B) Eu havia presumido que aquela viagem de me-
observação. Alguns são mais rápidos e agem intuitivamen- trô satisfizesse plenamente as expectativas que venho
te. Mulheres e pessoas idosas correm mais riscos. A pes- alimentando.
soa circunspecta (que denota seriedade) toma distância de (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel-
pessoas envolvidas com drogas, veste-se de modo discre- mente não terão reclamado por as expormos à luz do
to, evita lugares isolados, estacionamentos vazios ou terre- dia.
nos baldios. Antes de estacionar ou parar, dá uma olhada (D) Não fossem as urgências impostas pela vida
em volta do carro. moderna, não teria sido necessário acelerar tanto o rit-
mo de nossas viagens urbanas.
Saúde Pública (E) Como haveremos de comparar as antigas via-
O zelo pela saúde individual tem sua dimensão social, gens de trem com estas que realizássemos por meio de
pois, cada vez que um cidadão adoece, a sociedade como túneis entre estações subterrâneas?
um todo fica prejudicada.
O cidadão ético evita que a água se acumule em qual- (A) Nem bem saí pela porta automática e subi as esca-
quer tipo de recipiente, para combater doenças parasitá- das rolantes, logo me encontraria (encontrei) diante da luz
rias, dá passagem imediata a veículos de emergência (am- do sol e do ar fresco da manhã.
bulância, polícia, bombeiros), dentre outras atitudes. (B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô
satisfizesse (satisfaria) plenamente as expectativas que ve-
Serviços Públicos nho alimentando.
Delegacias, hospitais, escolas públicas e telefones so- (C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavel-
frem terríveis desgastes nas mãos da população. Paredes, mente não terão (teriam) reclamado por as expormos à luz
objetos e móveis são arranhados, riscados, pichados, quan- do dia.
do não arrancados do seu devido lugar, como é o caso do (D) Não fossem as urgências impostas pela vida mo-
telefone público. derna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de
Um cidadão que se preza usa com cuidado os bens nossas viagens urbanas.
comuns; colabora com as escolas públicas; ao sair com o (E) Como haveremos de comparar as antigas viagens
animal de estimação para passear, limpa os detritos e ex- de trem com estas que realizássemos (realizamos) por
crementos deixados por este no percorrer do passeio. meio de túneis entre estações subterrâneas?

Texto adaptado de: http://ftp.comprasnet.se.gov.br/ RESPOSTA: “D”.


sead/licitacoes/Pregoes2011/PE091/Anexos/servi%E7o_
publico_modulo_I/Apostila%20Etica%20no%20Ser- 02-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL –
vi%E7o%20P%FAblico/Etica%20e%20Cidadania%20no%20 FCC/2012) O verbo indicado entre parênteses deverá
Setor%20P%FAblico.pdf ser flexionado em uma forma do singular para preen-
cher de modo adequado a lacuna da frase:
(A) A Claude Lévi-Strauss não ...... (sensibilizar) os
louvores com que nossa sociedade costuma homena-
gear o personalismo.
(B) Intelectuais como Lévi-Strauss não se ...... (per-
mitir) cultivar vaidades e futilidades, preferindo con-
centrar-se em seu trabalho.
(C) Não ...... (faltar) ao livro de memórias de Lévi-S-
trauss relatos de experiências pessoais que marcaram a
vida do antropólogo.
(D) ...... (transparecer) nas páginas da biografia es-
crita por Wilcken a harmonia possível entre um homem
de letras e um cientista.
(E) Não ...... (constar) do livro de memórias de Lévi-
-Strauss confissões sentimentais ou apelos piegas.

81
CONHECIMENTOS GERAIS

(A) A Claude Lévi-Strauss não ...... (sensibilizar) os lou- 04-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
vores com que nossa sociedade costuma homenagear o – CASA CIVIL – EXECUTIVO PÚBLICO – FCC/2010)
personalismo. (sensibilizam = o “a” do início do período Transpondo a frase o diretor estava promovendo seu
é uma preposição, já que os louvores não sensibilizam a filme para a voz passiva, obtém-se corretamente o se-
quem? A Claude Lévi) guinte segmento:
(B) Intelectuais como Lévi-Strauss não se ...... (permitir) (A) tinha recebido promoção.
cultivar vaidades e futilidades, preferindo concentrar-se (B) estaria sendo promovido.
em seu trabalho. (permitem) (C) fizera a promoção.
(C) Não ...... (faltar) ao livro de memórias de Lévi-S- (D) estava sendo promovido.
trauss relatos de experiências pessoais que marcaram a (E) havia sido promovido.
vida do antropólogo. (faltam)
(D) ...... (transparecer) nas páginas da biografia escrita o diretor estava promovendo seu filme = dois verbos
por Wilcken a harmonia possível entre um homem de le- na voz ativa, três na passiva: seu filme estava sendo produzido.
tras e um cientista. (transparece)
(E) Não ...... (constar) do livro de memórias de Lévi- RESPOSTA: “D”.
-Strauss confissões sentimentais ou apelos piegas. (cons-
tam) 05-) (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA
SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) Considerando-se o
RESPOSTA: “D”. emprego da crase e as regras de concordância, estão
corretas as frases que se encontram em:
03-) (METRÔ/SP – ENGENHEIRO JÚNIOR CIVIL – (A) Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi
FCC/2012) Está plenamente adequada a pontuação da recebido com entusiasmo pela multidão, que atiravam
seguinte frase: flores à ele. Esse e outros eventos relacionados à in-
(A) Como antropólogo, Lévi-Strauss, revolucionou dependência do Brasil foi registrado pelo pintor Jean-
o conceito de cultura até então utilizado, em sentido -Baptiste Debret.
muito restrito, em prejuízo por exemplo do reconhe- (B) Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi
cimento do saber dos povos primitivos, que o antro- recebido com entusiasmo pela multidão, que atirava
pólogo foi estudar de perto participando de seu coti- flores à ele. Esse e outros eventos relacionado à inde-
diano. pendência do Brasil foi registrado pelo pintor Jean-
(B) Como antropólogo Lévi-Strauss revolucionou -Baptiste Debret.
o conceito de cultura até então utilizado, em sentido (C) Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi
muito restrito em prejuízo, por exemplo, do reconhe- recebido com entusiasmo pela multidão, que atiravam
cimento do saber dos povos primitivos que, o antro- flores a ele. Esse e outros eventos relacionados a in-
pólogo, foi estudar de perto, participando de seu co- dependência do Brasil foi registrado pelo pintor Jean-
tidiano. -Baptiste Debret.
(C) Como antropólogo, Lévi-Strauss revolucionou (D) Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi
o conceito de cultura, até então utilizado em sentido recebido com entusiasmo pela multidão, que atirava
muito restrito, em prejuízo, por exemplo, do reconhe- flores a ele. Esse e outros eventos relacionados à inde-
cimento do saber dos povos primitivos, que o antro- pendência do Brasil foram registrados pelo pintor Jean-
pólogo foi estudar de perto, participando de seu co- -Baptiste Debret.
tidiano. (E) Ao chegar ao Campo de Santana, D. Pedro foi
(D) Como antropólogo, Lévi-Strauss revolucionou recebido com entusiasmo pela multidão, que atirava
o conceito de cultura, até então, utilizado em sentido flores à ele. Esse e outros eventos relacionados a inde-
muito restrito, em prejuízo por exemplo, do reconhe- pendência do Brasil foram registrados pelo pintor Jean-
cimento do saber dos povos primitivos, que o antro- -Baptiste Debret.
pólogo foi estudar, de perto, participando de seu co-
tidiano. As alternativas apresentam o mesmo texto, portanto,
(E) Como antropólogo Lévi-Strauss revolucionou o ao identificar a correta, ficam claras as inadequações nas
conceito de cultura até então, utilizado, em sentido demais.
muito restrito, em prejuízo por exemplo do reconhe-
cimento do saber, dos povos primitivos, que o antro- RESPOSTA: “D”.
pólogo foi estudar, de perto participando de seu co-
tidiano. 06-) (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA
SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) Diz o autor que ......
Como as alternativas apresentam o mesmo texto, ao pelo menos cinco anos vem contando os dias para sua apo-
apresentar o item correto percebem-se as incorreções sentadoria (daqui ...... seis meses, segundo seus cálculos),
nos demais. ...... partir da qual pensa em dedicar-se ..... jardinagem.
Completam adequadamente as lacunas da frase aci-
RESPOSTA: “C”. ma, na ordem dada:

82
CONHECIMENTOS GERAIS

(A) há - a - a - à (A) (1 milhão de escravos) = entraram ou entrou, tan-


(B) a - há - a - à to faz
(C) há - a - à - a (B) quando foi proibida (as atividades escravocratas)
(D) a - há - à - à = foram proibidas
(E) há - há - a – a (C) construiu o Cais da Imperatriz (os representantes
Diz o autor que há (sentido de tempo passado) pelo do Império) = construíram
menos cinco anos vem contando os dias para sua aposen- (D) de chegada de escravos desapareceu (Os portos) =
tadoria (daqui a [tempo futuro] seis meses, segundo seus desapareceram
cálculos), a partir da qual pensa em dedicar-se à jardina- (E) deixou de ser porto negreiro em 1831 (As adjacên-
gem. Há / a / a / à. cias do Valongo) = deixaram

RESPOSTA: “A”. RESPOSTA: “A”.

07-) (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA 09-) (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METRO-
SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) Está plenamente VIÁRIOS CIVIL – FCC/2014 - ADAPTADA) ...’sertanejo’
adequada a pontuação da seguinte frase: indicava indistintamente as músicas produzidas no in-
(A) Embora ansioso, por aposentar-se, o autor não terior do país...
parece convicto de que, o ócio lhe fará bem; tanto as- Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a
sim que vez ou outra imagina atividades, que passará forma verbal resultante será:
a exercer. (A) vinham indicadas.
(B) Embora ansioso por aposentar-se o autor, não (B) era indicado.
parece convicto, de que o ócio lhe fará bem, tanto as- (C) eram indicadas.
sim que vez ou outra, imagina atividades que passará (D) tinha indicado.
a exercer. (E) foi indicada.
(C) Embora ansioso por aposentar-se, o autor, não
parece convicto de que o ócio lhe fará bem, tanto as- ‘sertanejo’ indicava indistintamente as músicas produ-
sim que, vez ou outra, imagina atividades, que passará zidas no interior do país.
a exercer. As música produzidas no país eram indicadas pelo ser-
(D) Embora ansioso por aposentar-se, o autor não tanejo, indistintamente.
parece convicto de que o ócio lhe fará bem, tanto as-
sim que, vez ou outra, imagina atividades que passará RESPOSTA: “C”.
a exercer.
(E) Embora ansioso, por aposentar-se, o autor não 10-) (METRÔ/SP – TÉCNICO SISTEMAS METRO-
parece convicto de que o ócio lhe fará bem: tanto as- VIÁRIOS CIVIL – FCC/2014)
sim, que vez ou outra, imagina atividades que passará ... ele conciliava as noites de boemia com a rotina
a exercer. de professor, pesquisador e zoólogo famoso.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que
Como as alternativas apresentam o mesmo texto, ao o grifado acima se encontra em:
indicar a correta, ficam claras as incorreções nas demais. (A) Tem músicas com Toquinho, Elton Medeiros e
Paulinho Nogueira.
RESPOSTA: “D”. (B) As músicas eram todas de Vanzolini.
(C) Por mais incrível que possa parecer...
08-) (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁ- (D) ... os fortes laços que unem campo e cidade.
RIA SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) Com as alte- (E) ... porque não espalha...
rações propostas entre parênteses para o segmento
grifado nas frases abaixo, o verbo que poderá perma- Conciliava = pretérito imperfeito do Indicativo
necer corretamente empregado no singular está em: (A) Tem músicas = presente do Indicativo
(A) 1 milhão entrou no país pelo Valongo (1 mi- (B) As músicas eram todas de Vanzolini. = pretérito im-
lhão de escravos) perfeito do Indicativo
(B) quando foi proibida a importação de escravos (C) Por mais incrível que possa parecer... = presente do
(as atividades escravocratas) Subjuntivo
(C) o Império construiu o Cais da Imperatriz (os (D) ... os fortes laços que unem campo e cidade. = pre-
representantes do Império) sente do Indicativo
(D) O maior porto de chegada de escravos desapa- (E) ... porque não espalha... = presente do Indicativo
receu (Os portos)
(E) O Valongo deixou de ser porto negreiro em RESPOSTA: “B”.
1831 (As adjacências do Valongo)

83
CONHECIMENTOS GERAIS

11-) (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPE- (A) a - à - a


RACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – (B) à - à - a
FCC/2011) A substituição do elemento grifado pelo pro- (C) à - à - à
nome correspondente, com os necessários ajustes, foi (D) à - a - a
realizada de modo INCORRETO em: (E) a - a – a
(A) Seria o caso de aceitar “expressionismo abstra-
to”? = Seria o caso de aceitá-lo? No campo da pintura, o surgimento da fotografia leva
vários pintores a (verbo no infinitivo) refletir sobre a le-
(B) De Kooning recusa sistemas, teorias = De Koo- gitimidade de se retratar a (objeto direto: a figura) figura
ning os recusa. humana e até mesmo sobre a possibilidade de se aban-
(C) criaria obrigações = criaria-lhes. donar por completo qualquer representação cujo efeito
(D) pode lhe permitir realizar rupturas = pode lhe artístico pretenda despertar . a (objeto direto: a ilusão)
permitir realizá-las. ilusão do real. A / a / a
(E) a fim de merecer o título de moderno = a fim de
merecê-lo. RESPOSTA: “E”.

(A) Seria o caso de aceitar “expressionismo abstrato”? = 14-) (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPE-
Seria o caso de aceitá-lo? RACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO –
(B) De Kooning recusa sistemas, teorias = De Kooning FCC/2011) À medida que o grupo ...... em sua fuga, ......
os recusa. mais acentuadas as diferenças entre seus integrantes.
(C) criaria obrigações = criaria-lhes.= criar-lhes-ia As formas verbais que preenchem corretamente
(D) pode lhe permitir realizar rupturas = pode lhe per- as lacunas da frase acima, respeitando a correlação de
mitir realizá-las. sentido, estão em:
(E) a fim de merecer o título de moderno = a fim de (A) avançaria - tornaram-se
merecê-lo. (B) avança - iriam se tornando
(C) avançava - iam se tornando
RESPOSTA: “C’. (D) avançasse - irão tornar-se
(E) avançou - se tornariam
12-) (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPE-
RACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – À medida que o grupo avançava em sua fuga, iam se
FCC/2011 - ADAPTADA) tornando mais acentuadas as diferenças entre seus inte-
... ele empreende, de maneira quase clandestina, a grantes. Avançava / iam se tornando
série Mulheres.
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a RESPOSTA: “C”.
forma verbal resultante será:
(A) foi empreendida. 15-) (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPE-
(B) são empreendidos. RACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO –
(C) foi empreendido. FCC/2011) O período corretamente pontuado é:
(D) é empreendida. (A) Os filmes que, mostram a luta pela sobrevivên-
(E) são empreendidas. cia em condições hostis nem sempre conseguem agra-
dar, aos espectadores.
ele empreende, de maneira quase clandestina, a série (B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes
Mulheres. entre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mes-
A série de mulheres é empreendida por ele, de maneira ma história ficcional.
quase clandestina (C) A história de heroísmo e de determinação que
nem sempre, é convincente, se passa em um cenário
RESPOSTA: “D”. marcado, pelo frio.
(D) Caminhar por um extenso território gelado, é
13-) (INFRAERO – CADASTRO RESERVA OPE- correr riscos iminentes que comprometem, a sobrevi-
RACIONAL PROFISSIONAL DE TRÁFEGO AÉREO – vência.
FCC/2011) No campo da pintura, o surgimento da fo- (E) Para os fugitivos que se propunham, a alcançar
tografia leva vários pintores ...... refletir sobre a legiti- a liberdade, nada poderia parecer, realmente intrans-
midade de se retratar ...... figura humana e até mesmo ponível.
sobre a possibilidade de se abandonar por completo
qualquer representação cujo efeito artístico pretenda Fiz as marcações (X) onde as pontuações estão inade-
despertar ...... ilusão do real. quadas ou faltantes:
Preenchem corretamente as lacunas da frase aci- (A) Os filmes que,(X) mostram a luta pela sobrevivência
ma, respectivamente: em condições hostis nem sempre conseguem agradar, (X)
aos espectadores.

84
CONHECIMENTOS GERAIS

(B) Várias experiências de prisioneiros, semelhantes en- (C) Atualmente não sei.
tre si, podem ser reunidas e fazer parte de uma mesma (D) Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fan-
história ficcional. tasia infantil...
(C) A história de heroísmo e de determinação (X) que (E) ... mas alguns parecem cheios de rancor...
nem sempre, (X) é convincente, se passa em um cenário
marcado, (X) pelo frio. Fomos = pretérito perfeito do Indicativo
(D) Caminhar por um extenso território gelado, (X) é (A) Nos anos de 1970 e 80 ainda surgiram = pretérito
correr riscos iminentes (X) que comprometem, (X) a sobre- perfeito do Indicativo
vivência. (B) Os heróis eram = pretérito imperfeito do Indicativo
(E) Para os fugitivos que se propunham, (X) a alcançar (C) Atualmente não sei. = presente do Indicativo
a liberdade, nada poderia parecer, (X) realmente intrans- (D) Gibis abasteciam = pretérito imperfeito do Indica-
ponível. tivo
(E) ... mas alguns parecem cheios de rancor... = presen-
RESPOSTA: “B”. te do Indicativo

16-) (CREF/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – CE- RESPOSTA: “A”.


TRO/2013) De acordo com a norma-padrão da Língua
Portuguesa e em relação à acentuação, assinale a alter- 18-) (CREF/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – CE-
nativa cuja oração esteja completamente correta. TRO/2013) De acordo com a norma-padrão da Língua
(A) A Sociedade Brasileira de Reumatologia reco- Portuguesa e em relação às regras de colocação prono-
nhece os meritos do colágeno para pacientes com ar- minal, assinale a alternativa correta.
trose. (A) Não culpe-o por suas escolhas erradas.
(B) Vegetais não são fontes de colágeno, mas são (B) Entregar-lhe-ei, pessoalmente, os documentos
fontes de proteina. requisitados.
(C) O colágeno promove elasticidade e resistencia à (C) A pessoa que procurou-me não conhecia meu pai.
pele, alem de beneficiar os músculos. (D) Tudo deixa-me feliz quando estou em paz.
(D) A produção de colágeno vai diminuindo a partir (E) Tornaria-se diretor da empresa.
dos 30 anos, o que pode deixar a pele flacida e as carti-
lagens das articulações desgastadas. (A) Não culpe-o = não o culpe
(E) Em alguns casos, as pessoas recorrem aos su- (B) Entregar-lhe-ei, pessoalmente, os documentos re-
plementos nutricionais e vitamínicos com aminoácidos quisitados.
que estimulam a produção de colágeno. (C) A pessoa que procurou-me = que me procurou
(D) Tudo deixa-me = tudo me deixa feliz
Correções entre parênteses: (E) Tornaria-se = tornar-se-ia
(A) A Sociedade Brasileira de Reumatologia reconhe-
ce os meritos (méritos) do colágeno para pacientes com RESPOSTA: “B”.
artrose.
(B) Vegetais não são fontes de colágeno, mas são fon- 19-) (CREF/SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – CE-
tes de proteina. (proteína) TRO/2013) De acordo com a norma-padrão da Língua
(C) O colágeno promove elasticidade e resistencia (re- Portuguesa e em relação às regras da ocorrência ou não
sistência) à pele, alem (além) de beneficiar os músculos. de crase, assinale a alternativa correta.
(D) A produção de colágeno vai diminuindo a partir (A) O veleiro estava as margens do lago.
dos 30 anos, o que pode deixar a pele flacida (flácida) e as (B) Enviei o convite àquele jornalista.
cartilagens das articulações desgastadas. (C) As vendedoras foram submetidas à um teste.
(E) Em alguns casos, as pessoas recorrem aos suple- (D) Sua aversão à cachorros não é normal.
mentos nutricionais e vitamínicos com aminoácidos que (E) A noite, reuniam-se e conversavam sobre os
estimulam a produção de colágeno. acontecimentos do dia.

RESPOSTA: “E”. (A) O veleiro estava as margens = às margens (advér-


bio de lugar)
17-) (TJ/RJ – TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA (B) Enviei o convite àquele jornalista. = enviei o quê?
SEM ESPECIALIDADE – FCC/2012) Fomos uma geração – o convite (objeto direto) a quem? – a + aquele: àquele
de bons meninos. (objeto indireto)
O verbo empregado nos mesmos tempo e modo (C) As vendedoras foram submetidas à um = a um (ar-
que o grifado acima está em: tigo indefinido)
(A) Nos anos de 1970 e 80 ainda surgiram heróis (D) Sua aversão à cachorros = a cachorros (masculina)
interessantes... (E) A noite = à noite (advérbio de tempo)
(B) Os heróis eram o exemplo máximo de bravura,
doação pessoal e virtude. RESPOSTA: “B”.

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CONHECIMENTOS GERAIS

20-) (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JA- 23-) (CREFITO/RJ-ES – TERAPEUTA OCUPACIO-


NEIRO – PROCON – AGENTE ADMINISTRATIVO NAL – CEPUERJ/2013) No trecho “... A preocupação
– CEPER J/2012 - adaptada) Um exemplo de cons- com a saúde e o bem-estar mantém aquecido o merca-
trução na voz passiva está em: do para o fisioterapeuta...”, o emprego da forma verbal
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” no singular se justifica pela concordância com o núcleo:
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução a) “saúde”
do dinheiro” b) “bem-estar”
(C) “enviar o brinquedo por sedex” c) “preocupação”
(D) “A empresa também é obrigada pelo Códi- d) “fisioterapeuta”
go de Defesa do Consumidor ”
(E) “A empresa fez campanha para recolher ” “A preocupação com a saúde e o bem-estar mantém
aquecido o mercado para o fisioterapeuta” = os termos em
(A) “A Gulliver recolherá 6 mil brinquedos” = voz destaque relacionam-se, por isso o uso do verbo no sin-
ativa gular.
(B) “o consumidor pode solicitar a devolução do
dinheiro” = voz ativa RESPOSTA: “C”.
(C) “enviar o brinquedo por sedex” = voz ativa
(D) “A empresa também é obrigada pelo Código 24-) (EMTU/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO – CAI-
de Defesa do Consumidor” = voz passiva P-IMES/2012) Assinale a alternativa em que pelo menos
(E) “A empresa fez campanha para recolher” = um vocábulo não seja acentuado pela mesma regra de
voz ativa acentuação.
A) preferências – possível – ônus.
RESPOSTA: “D”. B) benéfica – hábitos – psíquico.
C) há – têm – já.
21-) (CREFITO/R J - ES – TERAPEUTA OCUPA- D) saúde – país – veículo.
CIONAL – CEPUER J/2013) Dos verbos apresenta-
dos abaixo, aquele que forma substantivo utili- A) preferências – possível – ônus.
zando sufixo diferente dos demais é: Preferências = paroxítona terminada em ditongo; possí-
a) desenvolver vel = paroxítona terminada em “l”; ônus = paroxítona termi-
b) restaurar nada em “u + s”
c) ampliar B) benéfica – hábitos – psíquico.
d) liberar Benéfica = proparoxítona; hábitos = proparoxítona; psí-
quico = proparoxítona
a) desenvolver = desenvolvimento C) há – têm – já.
b) restaurar = restauração Há = oxítona terminada em “a”; têm = monossílaba ter-
c) ampliar = ampliação minada em “e + m”; já = oxítona terminada em “a”
d) liberar = liberação D) saúde – país – veículo.
Saúde = regra do hiato; país = regra do hiato; veículo =
RESPOSTA: “A”. regra do hiato

22-) (CREFITO/R J - ES – TERAPEUTA OCUPA- RESPOSTA: “C”.


CIONAL – CEPUER J/2013) Levando em conta o
processo de formação, a palavra “musculoesque-
lética” constitui exemplo de:
a) derivação prefixal
b) derivação regressiva
c) composição por justaposição
d) composição por aglutinação

musculoesquelética = músculo + esquelética


(justaposição; não houve alteração nas palavras, fo-
ram apenas colocadas uma ao lado da outra).

RESPOSTA: “C”.

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