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Art.

124 - Aborto provocado pela gestante ou com seu


consentimento
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.

1.1. – Objeto material: A norma pune inicialmente o autoaborto, ato de a gestante


provocar em si mesma a interrupção da gravidez. Após, acaba coibindo o consentimento da
gestante para que terceiro lhe provoque aborto.
Obs²: O terceiro que obteve o consentimento para o aborto responde como incurso no
tipo penal previsto no artigo 126 do Código Penal, caso o provoque.
1.2. – Sujeito ativo: É crime próprio, no qual só se considera autora do crime a
gestante.
Admite-se, contudo, participação e coautoria daquele que presta auxílio a ela.
1.3. – Sujeito passivo: Pode ser o zigoto, o embrião ou o feto, independentemente do
estágio de desenvolvimento, também se pode considerar como sujeito passivo o Estado, pois a
proteção do nascituro e da vida são seus interesses.
1.4. – Elemento subjetivo: É o dolo de provocar o aborto ou consentir para que outra
pessoa o faça. Pode haver dolo eventual, mas não há crime de aborto culposo.
1.5. – Consumação: O delito se consuma com o êxito do aborto, a morte do nascituro.
Admitindo-se a tentativa se tal resultado não advém, apesar das manobras abortivas
empregadas.

Aborto do Anencéfalo (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº


54)

No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54 (ADPF


nº 54), compreendeu o pleno do Supremo Tribunal Federal pela atipicidade do crime de aborto
quando da interrupção da gravidez do embrião anencéfalo, sem margem a ampliação do
entendimento a outras doenças congênitas, sob o fundamento da inviabilidade do
desenvolvimento do feto, assim como da vida extrauterina, dentre outras razões.

Aborto até o terceiro mês de gestação (Habeas Corpus nº 124.306-RJ – STF)

No julgamento do Habeas Corpus nº 124.306/RJ, admitiu-se a concessão da liberdade


nos casos de crime de aborto, compreendendo-se pela atipicidade da manobra abortiva até o
terceiro mês de gravidez, independentemente da viabilidade da sobrevida do embrião, não se
tratando, assim, de conduta criminosa.

Isso sob os fundamentos dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, sua autonomia,
integridade física e psíquica, tal como a própria igualdade em relação ao homem. Com
destaque a estes fundamentos, entre outros de aspecto processual e formal, o Ministro Luís
Roberto Barroso justificou seu voto pela concessão da ordem.

Tal decisão, contudo, trata-se apenas de um precedente jurisprudencial, sem efeito vinculante.
Art. 125 - Aborto provocado por terceiro sem o
consentimento da gestante.
Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante

Art. 125 ­ Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena ­ reclusão, de três a dez anos.

1.1. – Objeto material: O tipo penal quer reprimir o ato de provocar aborto sem o
consentimento da gestante, não estabelecendo a forma como ele deve ser praticado. O meio
empregado para abortar gestação pode ser qualquer um apto a alcançar tal resultado.
Impõe-se, para a incidência do artigo 125 do Código Penal, que tal prática não tenha
anuência da gestante.
Se a conduta for praticada durante o parto ou logo após, haverá, então, homicídio.
1.2. – Sujeito ativo: Qualquer pessoa que provoque o aborto na gestante, sem o
consentimento dela. A lei não exige uma qualificação especial do autor do crime.
Admite coautoria e participação.
1.3. – Sujeito passivo: O ser em gestação e o Estado (que tem interesse na tutela do
nascituro e da vida) podem ser considerados sujeitos passivos do crime, havendo divergência
na doutrina quanto a este ponto.
1.4. – Elemento subjetivo: O elemento volitivo do autor consiste voluntário emprego
de qualquer prática abortiva, efetuada sem o consentimento da gestante.
Não há previsão penal para o ato praticado culposamente.
1.5. – Consumação: O delito se consuma com a morte do nascituro e a tentativa é
possível quando, apesar da ação abortiva do autor, a gestação prossegue por circunstâncias
alheias à sua vontade.

Art. 126 - Aborto provocado por terceiro com o


consentimento da gestante.
Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante.
Art. 126 ­ Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena ­ reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica­se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é
alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

1.1. – Objeto material: Neste tipo penal há repreensão à conduta de provocar o


aborto, que recebe menos rigor daquela prevista no artigo 125 porque aqui é consentida pela
gestante.

1.2. – Sujeito ativo: Qualquer pessoa que provoque o aborto, mediante consentimento
da gestante.

1.3. – Sujeito passivo: O feto e também o Estado (defesa dos interesses do nascituro
e da vida), sem desconsiderar a controvérsia da doutrina sobre quem é efetivamente o sujeito
passivo do crime.
1.4. – Elemento subjetivo: É apenas o dolo, a vontade consciente de provocar o
aborto, mediante consentimento da gestante. Não há previsão para o crime culposo nesta
hipótese.

1.5. – Consumação: O crime se consuma com a morte do feto e há espaço para a


tentativa, quando o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do autor.

2. – Consentimento viciado (Parágrafo único): Quando a gestante não é maior de 14


anos a lei não considera o seu consentimento, por presumir que ele é inválido, incapaz, assim,
de aproveitar o terceiro que pratica o aborto. Este deve responder, nesta situação, pela
modalidade mais grave, como se tivesse praticado o delito sem a anuência da gestante, na
forma do artigo 125 do Código Penal.

A mesma regra incide quando demonstrada a alienação ou a debilidade mental da


gestante, ou a obtenção do seu consentimento mediante fraude, grave ameaça ou violência.

Aborto do Anencéfalo (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº


54)

No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54 (ADPF


nº 54), compreendeu o pleno do Supremo Tribunal Federal pela atipicidade do crime de aborto
quando da interrupção da gravidez do embrião anencéfalo, sem margem a ampliação do
entendimento a outras doenças congênitas, sob o fundamento da inviabilidade do
desenvolvimento do feto, assim como da vida extrauterina, dentre outras razões.

Aborto até o terceiro mês de gestação (Habeas Corpus nº 124.306-RJ – STF)

No julgamento do Habeas Corpus nº 124.306/RJ, admitiu-se a concessão da liberdade


nos casos de crime de aborto, compreendendo-se pela atipicidade da manobra abortiva até o
terceiro mês de gravidez, independentemente da viabilidade da sobrevida do embrião, não se
tratando, assim, de conduta criminosa.

Isso sob os fundamentos dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, sua autonomia,
integridade física e psíquica, tal como a própria igualdade em relação ao homem. Com
destaque a estes fundamentos, entre outros de aspecto processual e formal, o Ministro Luís
Roberto Barroso justificou seu voto pela concessão da ordem.

Tal decisão, contudo, trata-se apenas de um precedente jurisprudencial, sem efeito vinculante.

Art. 127 - Forma qualificada


Forma qualificada

Art.   127   ­   As   penas   cominadas   nos   dois   artigos   anteriores   são   aumentadas   de   um   terço,   se,   em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá­lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

1. – Formas qualificadas: Se do aborto ou do método empregado para realizá-lo


resultar lesão corporal de natureza grave à autora, a pena deve ser aumentada em 1/3. Se
resultar na morte da gestante, a pena deve ser duplicada.
Tanto a lesão corporal como a morte da gestante devem ser consideradas para o
aumento da pena, na forma desse artigo, apenas ao terceiro que pratica as condutas do artigo
125 e 126 do Código Penal.
Configura-se aqui uma hipótese de crime preterdoloso, em que a lesão corporal de
natureza grave ou a morte sobrevêm a título de culpa.
Entretanto, se a lesão corporal ou a morte eram pretendidas pelo autor, a situação
configura concurso de crimes (aborto e homicídio).

Art. 128 - Hipóteses de aborto legitimado (aborto legal)


Hipóteses de aborto legitimado (aborto legal)
Art. 128 ­ Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I ­ se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II ­ se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal.

1.1. – A hipótese de aborto necessário (inciso I do artigo 128 do Código Penal) se


enquadraria no artigo 24 do Código Penal, pelo sacrifício de um bem jurídico (a vida
intrauterina) para o salvamento de outro (a vida da gestante). Mesmo assim, o legislador
entendeu por discipliná-lo na Parte Especial do Código Penal, que se difere da excludente de
ilicitude da Parte Geral por não exigir aqui a existência de perigo atual ao bem jurídico que se
quer salvar.

1.2. – O aborto em vítima de estupro, por seu turno, depende de prévio consentimento
dela ou, enquanto incapaz, de seu representante legal. A doutrina designa essa excludente
como aborto humanitário, ético ou sentimental, por permitir que a vítima de estupro aborte ser
concebido de modo indesejado, violento. Não lhe impõe, assim, a obrigação de aceitar a
concepção advinda da violência que sofreu.

Não há exigência de se reconhecer judicialmente a prática do crime de estupro.


Contudo, alguma cautela se impõe antes de se admitir o aborto nessas circunstâncias.

O aborto necessário e o humanitário são considerados pela doutrina como excludentes


da ilicitude, embora a redação da norma dê a entender que se trata de excludente da
punibilidade, ao empregar no artigo 127 do Código penal a expressão “Não se pune...”.

1.3. – O Aborto eugênico não está previsto em lei, sendo, contudo, reconhecido como
legítimo pela doutrina e jurisprudência, ocorrendo quando demonstrada a inviabilidade da vida
do nascituro fora do útero, em razão de anomalias, malformações e/ou doenças:

HABEAS CORPUS INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ – FETO PORTADOR DE SÍNDROME DE


EDWARDS – VIDA EXTRAUTERINA INVIÁVEL – RISCO EMINENTE À GESTANTE –
MANUTENÇÃO DA GESTAÇÃO QUE PODE CAUSAR GRANDES TRANSTORNOS À
SAÚDE FÍSICA E EMOCIONAL – ATENÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA HUMANA
ORDEM CONCEDIDA. (TJSP, Habeas Corpus n.º0210254-34.2012.8.26.0000, 6.ª Câmara
Criminal, Rel. Marco Antônio Marques da Silva, j. em 27/09/2012).

APELAÇÃO. PEDIDO DE INTERRUPÇÃO DE GESTAÇÃO. FETO ANENCÉFALO E


COM MÚLTIPLAS MAL-FORMAÇÕES CONGÊNITAS. INVIABILIDADE DE VIDA
EXTRA-UTERINA COMPROVADA POR EXAMES MÉDICOS. PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 128, I, DO CÓDIGO
PENAL, POR ANALOGIA IN BONAM PARTEM. Comprovadas por variados exames
médicos a anencefalia e as múltiplas mal-formações congênitas do feto, de
modo a tornar certa a inviabilidade de vida extra-uterina do nascituro, é possível
a interrupção da gestação com base no Princípio constitucional da Dignidade da
Pessoa Humana e, por analogia in bonam partem, no artigo 128, I, do Código
Penal. (...). O aborto eugênico, embora não autorizado expressamente pelo
Código Penal, pode ser judicialmente permitido nas hipóteses em que
comprovada a inviabilidade da vida extra-uterina, independente de risco de
morte da gestante, pois também a sua saúde psíquica é tutelada pelo
ordenamento jurídico. A imposição de uma gestação comprovadamente inviável
constitui tratamento desumano e cruel à gestante. 3. Parecer favorável do
Ministério Público, nas duas instâncias. RECURSO PROVIDO. (TJRGS, Apelação
Crime nº 70040663163, 3.ª Câmara Criminal, Relator: Nereu José Giacomolli, j. em
30/12/2010).

Aborto do Anencéfalo (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº


54)

No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54 (ADPF


nº 54), compreendeu o pleno do Supremo Tribunal Federal pela atipicidade do crime de aborto
quando da interrupção da gravidez do embrião anencéfalo, sem margem a ampliação do
entendimento a outras doenças congênitas, sob o fundamento da inviabilidade do
desenvolvimento do feto, assim como da vida extrauterina, dentre outras razões.

Aborto até o terceiro mês de gestação (Habeas Corpus nº 124.306-RJ – STF)

No julgamento do Habeas Corpus nº 124.306/RJ, admitiu-se a concessão da liberdade


nos casos de crime de aborto, compreendendo-se pela atipicidade da manobra abortiva até o
terceiro mês de gravidez, independentemente da viabilidade da sobrevida do embrião, não se
tratando, assim, de conduta criminosa.

Isso sob os fundamentos dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, sua autonomia,
integridade física e psíquica, tal como a própria igualdade em relação ao homem. Com
destaque a estes fundamentos, entre outros de aspecto processual e formal, o Ministro Luís
Roberto Barroso justificou seu voto pela concessão da ordem.

Tal decisão, contudo, trata-se apenas de um precedente jurisprudencial, sem efeito vinculante.

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