Os contratos administrativos, regidos pela lei n° 8.
666 de 1993, são os
instrumentos pelos quais o Estado, enquanto ente federativo, sela uma relação contratual com um particular, seja a prestação de um serviço ou compra de um produto.
Como regra de autoproteção e também na tentativa de atender aos
princípios da isonomia e impessoalidade, antes do contrato administrativo ser selado é necessário e obrigatório (salvo casos específicos de inexigibilidade e dispensa) a realização de procedimento licitatório onde será definido quem o Estado irá contratar.
Também é importante destacar que nesse tipo de contrato, os quais
devem ser escritos e possuir prazo determinado, são aplicados regras e princípios típicos de direito administrativo, pois deve atender a uma finalidade e interesse público. Ademais, no contrato administrativo, o qual tem natureza de contrato de adesão, o dirigismo contratual é absoluto e ditado pela lei.
Além disso, dentre outras características do contrato administrativo, está
o fato do Estado poder alterar ou rescindir o contrato unilateralmente, fixar cláusulas exorbitantes, se comparadas a um contrato de direito privado, e aplicar sanções administrativas, independentemente das civis.
De acordo com a Lei n° 8.666/93, os contratos administrativos devem
prever os casos de rescisão. A rescisão pode se dá tanto pela inexecução total ou parcial do contrato pelo contratado, como por interesse público (revogação). O artigo 78 dessa mesma lei enumera alguns motivos para rescisão, dentre eles podemos citar: o não cumprimento, o cumprimento irregular ou a lentidão no cumprimento do contrato; o atraso injustificado ou paralisação do cumprimento; a subcontratação total ou parcial do seu objeto; o desatendimento com a autoridade responsável pela fiscalização do contrato; o cometimento de faltas de execução reiteradas; a decretação de falência, dissolução da sociedade, falecimento do contratado, alteração social ou modificação da finalidade da empresa; razões de interesse público; a supressão ou suspensão da sua execução por mais de 120 dias pela administração pública (ressalvados os casos específicos); atraso de mais de 90 dias dos pagamentos devidos pela administração; dentre outros.
Vale ressalvar que em qualquer dos casos a rescisão deve ser
formalmente motivada e que deve ser garantido o contraditório e a ampla defesa. No entanto, devido ao princípio da continuidade do serviço público, o contratado não pode paralisar os serviços, mesmo diante de falta da administração.
Sobre a duração dos contratos administrativos, é essencial mencionar que,
salvo algumas exceções, ela fica condicionada à vigência dos créditos orçamentários, conforme determina o artigo 57 da lei n° 8.666/93, e é vedado contrato com prazo indeterminado.
No entanto, existem alguns casos em que são admitidas prorrogações,
desde que mantidas as cláusulas do contrato e garantido o equilíbrio econômico-financeiro, conforme prevê o parágrafo 1° do artigo 57 da mesma lei. Algumas das possibilidades de prorrogação são: alteração do projeto pela administração; fato excepcional ou imprevisível que altere as condições de execução; interrupção ou diminuição do ritmo do contrato pela administração; aumento das quantidades previstas; impedimento de execução por fato ou ato de terceiro; omissão ou atraso de providências pela administração.
Apesar dessas possibilidades de prorrogação, é necessário que toda
prorrogação seja devidamente justificada por escrito e autorizada pela autoridade competente. Nos casos em que envolver a prestação de serviços contínuos, poderão ser prorrogados por iguais e sucessivos períodos objetivando obter preços e condições mais favoráveis para administração, limitada a 60 meses (ou por mais 12 meses em casos excepcionais, devidamente justificado e mediante autorização superior), conforme inciso II do artigo 57 da já citada lei.
Também é importante destacar que as rescisões dos contratos
administrativos podem ser de 3 tipos, conforme determina o artigo 79 da lei 8.666/93: unilateral pela administração, amigável (acordada entre as partes) ou judicial.