Вы находитесь на странице: 1из 15

A Árvore Celestial (1295-1296)

Ramon Llull (1232-1316)


Trad.: Ricardo da COSTA(link sends e-mail)

Da Árvore Celestial

Esta Árvore Celestial é dividida em 7 partes: raízes, tronco, braços, ramos, folhas, flores e
fruto.

I. Das Raízes da Árvore Celestial

1. No momento em que Deus criou o mundo, criou uma bondade geral de natureza corporal e
uma grandeza, uma duração, um poder, um instinto natural e um apetite, além dos outros
princípios primeiros e gerais que pertencem à natureza corporal. E dividiu cada um desses
princípios em duas partes: a quinta essência e as quatro substâncias do mundo, partes que
compõem a Árvore Elemental. Assim, a bondade geral é una e, por sua vez, é dividida em
muitas bondades, da quinta essência e dessas essências abaixo.

Esta corporalidade geral existiu para que a bondade acima e a bondade abaixo tivessem
naturalmente a maior concordância, e o mesmo da grandeza e das outras formas primeiras,
exceto a contrariedade, pois a contrariedade geral não foi colocada nos princípios acima para
eles não serem contrários uns aos outros, nem terem geração, corrupção ou privação das
formas antigas e renovação das formas novas. Por isso, a contrariedade geral é sustentada
nestas quatro substâncias do mundo, que são os braços da Árvore Elemental, razão pela qual
os elementos são contrários uns aos outros para existir geração e renovação de formas novas,
conforme o que já dissemos.

2. Portanto, as raízes da Árvore Celestial são a bondade, a grandeza, a duração, o poder, o


instinto natural e o apetite da virtude verdadeira, o deleite, a diferença, a concordância, o
princípio, o meio e o fim, a maioridade, a igualdade e a menoridade.

3. Através da bondade, a Árvore Celestial é boa, e através dessa bondade existe a razão. Por
sua vez, o bom movimento e a boa operação influem em sua impressão e restauração:
pela grandeza, ela é grande em extensão e corporalidade; pela duração, ela é durável; pelo
poder, ela é poderosa; pela sabedoria, suas partes possuem instintos naturais que a conduzem
para a finalidade para a qual existe; pelo apetite, ela deseja aqueles fins e a virtude a completa
e a atinge com a ajuda do movimento, instrumento daquele objetivo; pela verdade, suas
influências são verdades naturais; pelo deleite, se deleitam as formas acima, para dar suas
semelhanças às formas abaixo; peladiferença, suas raízes são diferentes, pois umas fazem
obras e influências, e outras fazem outras obras; pela concordância, as raízes concordam;
pelo princípio, as raízes são as primeiras causas das de baixo; pelo meio, têm meio em si
mesmas, assim como a bondade do Sol bonifica o meio entre o bonificativo e o bonificável, e o
Sol está no meio entre Saturno e a Lua; pela finalidade, as coisas acima são objetos de acordo
com a corporalidade, a geração e a corrupção das coisas abaixo necessárias à vida do homem e
à sua ciência, necessária, por sua vez, para conhecer, lembrar, honrar e servir a Deus;
pela maioridade, algumas raízes são princípios maiores em umas regiões que em outras, em
uns elementais que em outros, como Saturno tem maior virtude no outono que no verão;
pela igualdade, os princípios acima são simplesmente iguais em bondade, em duração, em
poder e nos outros; pela menoridade, a influência de alguns é menor que em outros, como o
Sol, que na Inglaterra não tem tão grande virtude sobre a Lua como na Índia.

Assim, de acordo com seu próprio ser, cada uma das formas acima são razão das coisas abaixo,
e de acordo com as mesclas das coisas abaixo, se mescla a influência das coisas acima e a
virtude daqueles nestas coisas movidas abaixo.

4. No princípio da criação do mundo, quando os princípios gerais foram divididos e partes


foram colocadas acima e outras abaixo, conforme dissemos, as partes de cima foram
desnudadas de muitas naturezas e propriedades nas partes de baixo, como a bondade do
firmamento, que foi depurada e desnudada de porosidade, de calor, de umidade, de frescor e
de secura, de dureza e moleza, de aspereza e maciez, de doçura e amargor, de alteração,
geração e corrupção, e todas as outras partes do firmamento.

II. Do Tronco da Árvore Celestial

1. O tronco da Árvore Celestial é como uma pele estendida circularmente: é um corpo que tem
a esfera do fogo até as superfícies, que ficam uma acima da outra e dentro das quais são
contidas todas as coisas corporais. Estas superfícies são o fim; nelas o tronco celestial é finito,
e são de duas partes, isto é, de suas raízes, e não participam acima com nenhum outro corpo.

2. O tronco é composto e confuso por suas raízes, e é animado da alma motiva como o tronco
da Árvore Elemental de elementativa, o Vegetal de vegetativa e o Sensual de sensitiva. Por
isso, sua finalidade é o movente, o movível e o movido, para que seu movimento seja a razão
de todos os movimentos corporais abaixo, e suas partes sejam todas oblíquas, isto é,
circulares, assim como sua bondade, que faz arco com o bonificativo, o bonificável e o
bonificar; assim como o Sol, que faz arco no dia que está sobre a Terra, no meio-dia e do
levante ao poente.

Isso acontece porque o movimento contínuo é feito sucessivamente, assim como sua bondade
na grandeza, a grandeza na bondade, e as outras partes do tronco. Por isso, a bondade que
existe na direção reta do levante possui apetite à grandeza que existe no poente, a qual é
bonificável, e o movimento no bonificar é estendido do levante ao poente, o qual levante e
poente são julgados de acordo com a divisão do dia e da noite, e de acordo com o olhar que se
dirige ao tronco elemental são muitos os levantes, os poentes e os meio-dias, da mesma forma
como o levante é um quando o Sol se vai em Jerusalém, outro quando se vai na Itália, outro
quando se vai na Noruega, e assim das outras partes do tronco elemental.

O mesmo acontece com o meio-dia e o poente. Dessa maneira pode-se saber que o
firmamento tem repouso no movimento, assim como a pedra na estação e em seu centro. Pois
assim como a pedra cai pelo ar se movendo para estar num lugar onde não se moverá nem
será movida, da mesma forma todas as partes do firmamento se movem para mover, para
serem moventes, movíveis e movidas. Por isso seu movimento não cessa.
3. O tronco celestial se move ao redor de si, e o tronco elemental está no meio. Conforme o
direcionamento do tronco elemental e do tronco celestial, as partes de ambos os troncos se
correspondem. Isso acontece como se o tronco elemental tivesse indigência de alguma de suas
partes, e o tronco celestial, na continuação que tem com o elemental, influísse, cumprisse e
satisfizesse o elemental, assim como faz a bondade acima sobre a bondade abaixo e a
grandeza acima sobre a grandeza abaixo.

Mais: se conforme a região do levante o tronco elemental tem indigência de calor contra o frio
que existe na região do poente, o Sol, que é instrumento branco, multiplica o calor daquela
região com seu resplendor e com o fogo de seu calor, e multiplica o calor que existe na água
no momento que aquece aquela no óleo, no ventre do cavalo que a bebeu ou na folha da
abóbora que recebeu o orvalho da noite, e o mesmo das outras coisas semelhantes a essas. O
Sol faz isso por razão de sua grande bondade e suas outras qualidades.

4. De acordo com os exemplos que dissemos dos braços da Árvore Sensual, quando as
potências vão até os objetos por linha contínua elementada sem que a potência vá ao objeto e
nem o objeto venha até ela, e ambos existem em discreta quantidade, o ato se faz por
natureza de ambas as quantidades, isto é, pela contínua e pela discreta. Da mesma forma, o
tronco celestial e o tronco elemental se olham de acordo com a quantidade contínua e
discreta sem que o tronco acima entre no de baixo nem o de baixo no de cima, apesar de
possuírem quantidade discreta um do outro.

Mas a influência de cima vem para baixo por razão da quantidade geral e contínua na qual
estão ambos os troncos, assim como existe na bondade geral corporal uma grandeza geral
corporal, e assim das outras. E naquela linha geral se faz a obra na impressão conforme o
exemplo que demos nos braços da Árvore Sensual.

Dessa forma pode-se conhecer como a luminosidade do Sol não cai abaixo, mas influi sua
semelhança nas superfícies da Árvore Elemental que as representa abaixo através da
quantidade contínua de luz. O mesmo coloca a bondade de Touro e sua qualidade de
movente, que recebe a bondade do fogo e sua qualidade de movente, e sua semelhança
aparece abaixo na bondade da pimenta e na qualidade de movente da chama, e assim das
outras coisas semelhantes a essas. Essa filosofia é muito prazerosa de entender e é o caminho
para se conhecer muitos segredos naturais.

5. O tronco da Árvore Celestial não se pode sentir, pois é confuso, mas sua cor é sentida nas
estrelas fixas e errantes, e sua figura é circular e é causa de todas as figuras circulares
corporais. No entanto, essa figura não pode ser vista, mas é de partes triangulares que estão
em linha oblíqua, conforme dissemos. Por isso é a causa dos triângulos abaixo assim como o
triângulo é do fogo, do ar e da terra. De acordo com o olhar das direções do tronco elemental,
ele responde à figura quadrangular, assim como o meio-dia, a meia-noite, o levante e o poente
se olham por uma linha corporal e geral. Por isso são feitas quatro impressões das regiões que
correspondem aos quatro quadrados gerais, causa dos quadrados abaixo, e os triângulos
nascem deles por que os quadrados gerais são situados em uma situação triangular.

6. O tronco celestial não é leve nem pesado, pois é composto de linhas oblíquas e redondas, as
quais, de acordo com si mesmas, simplesmente não têm nada acima nem abaixo, assim como
o círculo não tem começo nem fim, conforme sua situação. O tronco celestial não é
corrompível nem gerável. Contudo, é causa de geração e corrupção das coisas abaixo, pois
ajuda mais algumas coisas em um lugar e outras em outro lugar.

Mais: o tronco celestial não cresce nem míngua, pois não apetece a nenhum outro lugar, mas
somente aquele no qual está. O mesmo acontece em relação às suas partes. Poderíamos dizer
que o tronco de cima tem muitas outras propriedades que o tronco de baixo não tem, assim
como o tronco de baixo tem muitas propriedades que o tronco de cima não tem, isto é, o
calor, a porosidade e todas as outras. Mas nos esquivaremos de falar da prolixidade daquelas
muitas propriedades do tronco de cima e passaremos aos braços daquela.

III. Dos Braços da Árvore Celestial

1. Os braços da Árvore Celestial são os doze signos. Convém que tais braços respondam aos
braços da Árvore Elemental conforme a ordenação dos corpos de baixo e dos corpos de cima.
Contudo, conforme a posição dos filósofos, algumas contrariedades surgem conforme a ordem
necessária, como Áries, que dizem ser da compleição do fogo, e Touro da terra, e Gêmeos do
ar.

De acordo com a razão natural e a situação acima que convém responder à situação dos
braços da Árvore Elemental, três signos deveriam ser da compleição do ar no verão, três do
fogo no estio, três da terra no outono e três da água no inverno. Os três do verão são Áries,
Touro e Gêmeos; os três do estio são Câncer, Leão e Virgem; do outono, Libra, Escorpião e
Sagitário; do inverno, Capricórnio, Aquário e Peixes.

Contudo, assim como os quatro tempos do ano vão ao redor da Terra, da mesma forma os
signos que vão ao redor da Terra podem ser vistos assiduamente no outono e no inverno. E se
os filósofos antigos erraram estes corpos, não se maravilhe se os pósteros também falharem
nos juízos que dão a respeito da arte da astronomia.

2. Se Áries, Touro e Gêmeos são bons, todo o quadrado é bom de se ver, e assim como
concordam em bondade, devem concordar também em mobilidade e masculinidade. Por razão
de suas concordâncias, devem concordar em Marte, que é dado por senhor a Áries; Vênus é
dada a Touro e Mercúrio é dado a Gêmeos. Isso contradiz a feminilidade que se atribui a Touro
e a mediocridade que se atribui a Gêmeos, e o mesmo das outras coisas semelhantes a essas
que portam muitos inconvenientes de acordo com as posições antigas, como, por exemplo, a
complexão da terra ser dada a Saturno, que é o mais baixo elemento, tem o menor círculo e o
movimento mais lento, pois Saturno é o planeta mais alto e o maior corpo de todos os outros
planetas.

Por isso, o senhor papa e seus companheiros, conforme a ordem necessária das impressões
acima e abaixo, fariam bem se ordenassem a ciência da astronomia a situações específicas,
inquirindo as experiências que se seguiriam daquela ordem. Essa investigação poderia ser feita
de acordo com o processo deste Livro e com a ajuda do processo da Arte inventiva e da Tábula
Geral.

3. Os braços da Árvore Celestial devem responder aos braços da Árvore Vegetal, assim como
Áries, Touro e Gêmeos devem mover a apetitiva aos objetos de complexão úmida e quente no
verão; Câncer, Leão e Virgem à complexão quente e seca no estio; Libra, Escorpião e Sagitário
à complexão seca e fria no outono; Capricórnio, Aquário e Peixes à complexão fria e úmida no
inverno.

Contudo, se Leão move a apetitiva no estio a um objeto frio e úmido, o faz para que tenha
mais matéria para aquecer e ressecar, pois a matéria mais aquecida e ressecada tem apetite
para ser úmida e resfriada, e o mesmo se segue com as outras regiões.

4. Os braços da Árvore Celestial devem responder aos braços da Árvore Sensual, assim como
Áries concorda mais com a visão pela umidade e calor que Leão pelo calor e secura; e Leão
com a audição pelo calor e pela secura que Peixes pelo frio e umidade, e o mesmo das outras
coisas semelhantes a essas.

O mesmo acontece nos braços espirituais, pois Áries concorda mais com o corpo através da
vontade pela umidade e calor que Peixes pelo frio e umidade ou Sagitário pelo frio e secura;
Leão concorda mais com o cérebro da fronte com o entendimento pelo calor e secura que
Peixes pelo frio e umidade; Escorpião concorda mais com as partes posteriores do cérebro
com a memória pelo frio e secura que Gêmeos pela umidade e calor.

O mesmo se segue com os braços, as canelas e os outros membros do homem. Assim pode-se
conhecer em quais tempos do ano e em qual hora do dia e da noite os médicos devem dar
medicinas e como elas dão sanidade a um membro juntamente com um signo e sanidade a
outro membro com outro signo.

5. Como a Terra está no meio da oitava esfera, os seis signos estão todas as horas sobre as
superfícies acima da Terra e outros seis abaixo, através da linha reta do levante ao poente e do
meio-dia à transmontana.

Por isso, cada signo se eleva de acordo com o olhar da direção da Terra, assim como afirmam
que o levante seja “a”, o poente “c”, o meio-dia “b” e a transmontana “d”. Assim, elevam
Áries, Touro e Gêmeos de “a” até “b”; Câncer, Leão e Virgem de “b” até “c”; Libra, Escorpião e
Sagitário de “c” até “d” e Capricórnio, Aquário e Peixes de “d” até “a”. Por isso sabemos que o
Sol é mais quente quando desce de “b” até “c” do que quando sobe de “a” até “b”, pois recebe
mais virtude de Câncer, Leão e Virgem que de Áries, Touro e Gêmeos.

6. Quando Áries se eleva de “a” até “b” essa elevação é a cabeça, sua descida, de “b” a “c”, é
sua espinha e “b” é seu meio. Por isso, os braços da Árvore Elemental influem de uma forma
conforme sua cabeça, de outra forma conforme seu meio e outra conforme sua espinha.

Assim, a astronomia faz um juízo na cabeça, outro no meio e outro na espinha, fazendo o
mesmo com os outros signos. E ainda faz um juízo de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio por
serem móveis e seus domínios sobre as coisas abaixo não terem duração, e, por outro lado,
durarem as coisas feitas sob o domínio de Touro, Leão, Escorpião e Aquário, que não são
móveis. E ainda, duram, mas não duram muito as coisas de Gêmeos, Virgem e Sagitário, que
são móveis em suas partes, mas não em seu todo.

7. Áries desce de “b” para “c” conforme a situação do círculo de cima que é de “a” a “c”, e
desce antes em Gêmeos, o mesmo em relação a Touro. Por isso, a astronomia faz o juízo de
Gêmeos no quadrado de “b” e “c” antes que o de Touro e o de Áries, de Touro antes que o de
Áries, e o mesmo com os outros signos.

Por isso, são feitas 24 horas no dia natural para a astronomia saber julgar o signo de acordo
com sua hora. Já dissemos que o mesmo acontece em relação aos 12 meses e aos 4 tempos do
ano.

8. É dada masculinidade a um signo por razão da forma e feminilidade por razão da matéria,
para que um signo tenha ação e outro paixão, e aquele que tem ação seja masculino e diurno e
o que tem paixão seja feminino e noturno.

Contudo, em uma mesma região e hora são engendrados masculinos e femininos. Isso
acontece em razão da recepção dos corpos de baixo, pois eles recebem as impressões acima
conforme sua disposição para recebê-las, assim como o fogo, que todas as vezes e todos os
tempos tem a natureza de aquecer a substância que toca, mas não aquece a pele da
salamandra que está nele, e isso não é nada porque ela se alimenta no fogo e é mais dele que
de qualquer outro elemento.

De maneira semelhante, ainda que um signo seja masculino, sua masculinidade não é razão
para sua região produzir masculinidade na matéria que é mais disposta ao feminino conforme
a disposição dos braços da Árvore Elemental. Dessa forma pode-se conhecer quão grave é o
entendimento dos juízos da astronomia.

9. O motivo pelo qual é atribuída mobilidade e estação aos signos é porque convém que as
coisas produzidas por geração sejam produzidas pelo movimento, que é capaz de ser
aumentado e feito de coisas alteráveis. Os instrumentos se cansam de tal movimento, assim
como o cavalo se cansa de correr, o coração de cogitar, a boca de falar e as mãos de obrar.

Por isso, a natureza requer repouso, conforme nossa experiência de dormir, de observar que
as plantas não dão fruto no inverno, o cavalo cansado de correr não deseja mais andar e a
balestra cansada de portar já não golpeia tão forte como fez muitas vezes como na primeira
vez. Por isso, diz-se que um signo é estável, como Leão, que dizem não ser móvel, e aqueles
que não se movem têm o ofício repousar as substâncias trabalhadas.

Aqueles que se movem, como Áries, têm o ofício de fazer com que as substâncias sejam
movíveis, moventes e movidas após seu repouso. E mais: dizem que alguns signos não se
movem porque são medíocres, como Virgem, e dizem isso porque neles se encontram a
motividade, a mobilidade e a estabilidade. E fazem todas estas coisas de acordo com as
impressões superiores, pois os signos estão continuamente fixos no firmamento e fazem parte
dele.

Mas o juízo que se faz da mobilidade de um, da imobilidade de outro e da mediocridade de


outro é feito por razão do olhar que se dirige para cima, assim como o Sol, que com uma
mesma virtude resseca a calha e funde a cera.

10. Como boa coisa é ser e má coisa é não-ser, diz-se que ser é bom e não-ser é mal. Por isso,
dizem que aqueles signos são as razões dos homens serem bons, e aqueles que são razões a
não-ser são maus. Assim, os astrônomos julgam que Áries é bom porque o bem nasce dele e
Leão é mau porque as guerras e as batalhas se seguem dele.

E ainda, dizem que os bons signos afortunam os homens ao bem através da prosperidade, da
longa vida, da sabedoria e dos prazeres, e os maus fazem o contrário disso. E entendem e
dizem isso conforme as impressões naturais, as quais a liberdade da alma não consente todas
as vezes. E ainda, que Deus, conforme Sua bondade ou justiça, usa de Seu efeito à Sua vontade
em todos os tempos e em todos os lugares.

Por isso fazem mal os astrônomos quando se confundem no julgamento das impressões feitas
sobre os corpos abaixo a partir dos de cima, que assim podem ser destruídos sobre os corpos
daqueles as impressões por Deus ou pela livre vontade do homem, conforme a Árvore Moral,
assim como o homem pode destruir as letras impressas na cera pelo copista ou pelo selo.

IV. Dos Ramos da Árvore Celestial

1. Os ramos da Árvore Celestial são os sete planetas. Os antigos filósofos dizem que Saturno
está acima e Júpiter abaixo, e assim por ordem até a Lua. Dizem que Saturno é mau, tem o
chumbo e o sábado e é da compleição da terra; Júpiter é bom, tem o estanho e a quinta-feira e
é da compleição do ar; Marte é mau, tem o ferro e a terça-feira e é da compleição do fogo; o
Sol é bom, tem o ouro e o domingo e é da compleição do fogo; Vênus é boa, tem o cobre, a
quinta-feira e é da compleição da água; Mercúrio é neutro, tem a prata, a terça-feira e é da
compleição da terra, e o ferro deveria ser dele porque é mais duro que qualquer outro metal;
a Lua é boa para os bons e má para os maus, tem a prata, a segunda-feira e é da compleição da
água.

2. Convém que os planetas sejam situados de acordo com a situação dos elementos, pois as
duas situações se correspondem ordenadamente. As esferas dos elementos são assim
ordenadas: o fogo está acima e o ar abaixo para que o fogo se incline ao ar; o ar está acima da
água para que se incline a ela e a água está acima da terra para que se incline a ela. Assim, por
razão dessa inclinação que é feita de cima para baixo, a influência vem de cima para baixo.

Mas isso não está ordenado conforme as situações que os filósofos ordenam nos planetas,
pois eles colocam Saturno, que é seco, acima, e o ar, que é úmido, abaixo; Marte e o Sol, que
são quentes, eles colocam abaixo do ar, e um participa com o outro, donde se segue muita
semelhança de calor e destruição da ordem da situação conveniente àquela esfera dos
elementos. Ainda, eles colocam a compleição da água abaixo de Mercúrio, que é seco, e
muitos outros inconvenientes nossa Arte ensina a respeito da opinião dos antigos sobre a
situação dos planetas.

Contudo, sustento contrariamente a situação que Saturno está acima por secura e Júpiter
depois por umidade, porque se segue uma linha de contrários, da secura acima e da umidade
abaixo quando fazem as esferas dos elementos, onde se segue concordância do calor acima e a
umidade abaixo, isto é, do calor do fogo à umidade do ar.

Ainda, a Arte sustenta que o calor do ar de Júpiter desce para o calor do fogo de Marte, e a
Arte ainda sustenta que a secura de Marte desce para a secura do Sol, a umidade de Vênus
desce para a secura de Mercúrio e a secura de Mercúrio para a umidade da Lua. A Arte
sustenta isso para que se faça a mescla das influências dos planetas e das compleições dos
elementos.

3. Os planetas se movem do poente ao levante contra o movimento dos signos, que se movem
do levante ao poente. Por isso, as virtudes e as influências do firmamento e dos planetas se
encontram na face, assim como a face de Áries se encontra face a face com a face de Saturno,
e tal encontro não poderia acontecer se Saturno se movesse do levante ao poente.

Por isso, o encontro acontece face a face, e é maior a influência que vem para baixo daquele
encontro, donde se segue uma maior mescla e virtude abaixo. Dessa forma pode-se conhecer
por que os planetas são errantes e têm diversos ordenamentos.

4. O Sol tem seu movimento completo em 365 dias e seis horas, compondo o ano, e o
movimento da Lua se completa em um mês. Dessa forma pode-se conhecer como o Sol
responde aos 12 meses divididos em 4 tempos do ano, isto é, o verão, o estio, o outono e o
inverno.

Cada um desses tempos requer 3 meses para que as duas linhas sejam mais fortes por
concordância que uma por contrariedade, como no estio é mais forte a concordância entre o
calor e a secura que a contrariedade entre o seco e o úmido. Assim é feito um triângulo de três
linhas e de três ângulos: cada linha e ângulo representam um mês, e para cada mês existe uma
lua correspondente para existir concordância com o triângulo do verão, do estio, do outono e
do inverno.

E convém que isso seja assim porque recebemos e colhemos a influência do frio e da umidade
da esfera da Lua, quando no estio se colhem os frutos e as plantas por calor e secura. Dessa
forma pode-se conhecer por qual necessidade o ano tem 365 dias e seis horas, as quais horas
existem para que o ano possa continuar em outro e depois vir o bissexto.

5. É conveniente que sejam 7 os planetas para que o quadrado e o triângulo concordem, sendo
4 para que o quadrado esteja abaixo e 3 para o triângulo. Os triângulos e os quadrados são
mesclados no olhar mesclado dos planetas, estando um planeta no olhar de outro em um
tempo e outro olhar em outro tempo.

Assim, as linhas daqueles olhares se mesclam e dão compleição à virtude e à influência que
vêm plena para baixo multiplicando sua semelhança, como muitas luminosidades multiplicam
o brilho geral, muitos movimentos formam um movimento geral, muitas vozes compõem
somente uma geral, muitas gotas de água formam uma água geral e o mesmo das outras
coisas semelhantes a essas.

6. O Sol está no meio para que seja o fim dos triângulos e dos quadrados, pois quando
participa com Saturno, Júpiter e Marte, forma o quadrado dos quatro planetas, Saturno como
“a”, Júpiter “b”, Marte “c” e o Sol “d”. Logo, o quadrado é de “a” a “b”, de “b” a “c”, de “c” a
“d” e de “d a “a”, e tal quadrado tem dois triângulos gerais: um é de “a” a “c” e outro de “b” a
“d”.
Cada um desses formam 2: um de “a” e de “b”, outro de “b” e de “c”, outro de “c” e de “d” e o
outro de “a” e de “d”, todos no centro do quadrado. O mesmo se segue do Sol até a Lua. Por
razão disso, o Sol tem a maior virtude abaixo que qualquer outro planeta. Dessa forma, pode-
se conhecer por qual motivo a virtude é maior no meio que nos extremos.

7. Os ramos dessa Árvore respondem aos ramos da Árvore


Elemental, Vegetal, Sensual, Imaginal e Humanal: à Árvore Elemental, pois é a causa da
composição e mescla dos elementos, pois a mescla daqueles é o efeito e a impressão da
mescla que têm os planetas em seu olhar e para um planeta dar semelhança a outro,
conforme se olham; à Vegetal, pois faz a geração, a corrupção, a privação e a renovação
através da influência de cima que se dá na esfera da Lua à superfície contígua com a superfície
do fogo, assim como a pimenta e o cavalo não poderiam ser engendrados sem o Sol, e
Saturno, que é causa do chumbo no sábado, e assim das outras; à Sensual, já que o Sol é o
instrumento para a visão poder ver, Saturno para a audição poder ouvir, e o mesmo dos
outros; à Imaginal, pois os planetas influem suas semelhanças abaixo sem tolherem nenhuma
parte substancial nem acidental de si mesmos nem colocarem positivamente abaixo nada de
sua essência mas somente suas semelhanças, assim como as letras do selo não deixam nada
de sua essência na cera, somente sua semelhança.

Por isso, nossa capacidade de imaginação tem a natureza abaixo que recebe as semelhanças
nas semelhanças das substâncias impressas acima. O mesmo se segue nos ramos da Árvore
Humanal, como o Sol influi sua semelhança em nossa capacidade de ver, conforme já
dissemos, o cérebro recebe a capacidade de lembrar de Saturno, a capacidade de amar de
Júpiter e o intelecto do Sol.

8. Conforme o que dissemos e muitas outras razões que poderíamos ainda dizer, está
significada a situação dos planetas e a maneira que têm de influir abaixo suas semelhanças, as
quais possuem em bondade, em grandeza e as outras, e ainda conforme as 100 formas
primeiras que dissemos da Árvore Elemental, razão pela qual se pode saber a arte e a maneira
de comprovar se os antigos disseram a verdade sobre a arte da astronomia e os juízos feitos da
arte, pois na maioria das vezes mais falham do que acertam.

V. Das Folhas da Árvore Celestial

As folhas da Árvore Celestial são comparadas aos acidentes gerais da Árvore, que são razões
dos acidentes abaixo, isto é, a quantidade da região de Áries, Touro e Gêmeos é razão e causa
para a quantidade da região do levante ao meio-dia, o mesmo acontecendo com os outros
acidentes que desejamos tratar brevemente.

V.1. Da quantidade da Árvore Celestial

A quantidade da Árvore Celestial é considerada de duas maneiras: contínua e discreta, e estas


duas maneiras são, por sua vez, consideradas em três figuras, isto é, a figura circular, a
quadrangular e a triangular.

A quantidade é contínua, como Áries, Touro e dos outros vão até Peixes, Saturno e Júpiter até
a Lua, e ainda, Áries, Touro, dos outros e de Saturno até a Lua. Esta quantidade contínua é
estendida por todo o firmamento e é uma de muitas, isto é, das quantidades primeiras das
raízes.

E como as raízes são diferentes, a quantidade contínua é feita de coisas discretas, assim como
a quantidade comum da substância é feita de discretas quantidades, isto é, da forma e da
matéria, que são quantidades. Esta quantidade discreta das raízes aparece na diversidade dos
signos dos planetas.

A quantidade contínua existe de outra maneira: de Áries até Libra, de Câncer até Escorpião e
de Saturno até a Lua. Essa maneira compreende todos os lugares que estão dentro da oitava
esfera e se sustenta nas formas gerais e primeiras da quinta essência e das substâncias do
mundo.

A quantidade discreta está na bondade, que é uma na quinta essência e outra nas 4
substâncias, assim como o ferro, que está na figura do canivete e do martelo, o mesmo da
grandeza e das outras formas. Pois assim como existe uma quantidade contínua na carne do
dedo, da mesma forma toda a substância universal do mundo está estendida em uma
quantidade de bondade contínua, e a quantidade contínua tem assim partes discretas que são
de sua natureza, como as partes discretas dos ossos que formam a quantidade contínua do
dedo.

Dessa forma pode-se conhecer como se responde às perguntas sobre as discretas quantidades
da quinta essência e das 4 substâncias que recebem as influências da quantidade contínua de
cima, como a quantidade de carne dos ossos do dedo. Pois assim como a quantidade de carne
não coloca nenhuma coisa positiva de sua essência na quantidade discreta dos ossos, mas
somente algo de sua natureza, da mesma forma a quantidade da quinta essência não coloca
nada de sua essência nas quantidades abaixo com a qual participa, de acordo com sua
continuidade com as quantidades abaixo.

Dessa forma, pode-se saber como o Sol multiplica a quantidade no crescimento que provoca
na planta e no calor da pimenta sem fazer descer sua quantidade nem se partir dela, ainda que
as quantidades de baixo recebam sua influência e impressão. E essa filosofia é prazerosa de se
entender e é o caminho para se conhecer muitos princípios e segredos naturais.

A quantidade da quinta essência se encontra na figura circular conforme a situação que existe
de Áries até Peixes, de Saturno até a Lua e de Áries até a Lua, e esta figura é quadrangular e
existe em 4 regiões: de Áries, Touro e Gêmeos; de Câncer, Leão e Virgem; de Libra, Escorpião e
Sagitário e de Capricórnio, Aquário e Peixes.

A figura triangular se encontra nos planetas, e o mesmo da quadrangular, pois fazem triângulo
e quadrado. Dessa maneira terminamos de falar dos ramos dessa Árvore. E dessa forma pode-
se conhecer como a quantidade de cima é situação e causa para a situação da quantidade de
baixo, conforme o círculo, o quadrado e o triângulo.

V.2. Da qualidade da Árvore Celestial


O Sol tem uma qualidade diferente dos outros planetas, e é uma qualidade porque ele é bom e
luminoso, e essa qualidade é própria a ele, ainda que a Lua seja boa, assim como o fogo é bom
e o ar também é bom. Mas como o fogo e o ar são distintos por calor e umidade, a bondade do
fogo está sob uma qualidade e a bondade do ar sob outra. O mesmo acontece com a bondade
do Sol e da Lua, pois o Sol está sob uma espécie e propriedade e a Lua sob outra espécie e
propriedade.

Existe uma outra maneira apropriada de qualidade, assim como o calor ao Sol e o frio à Lua, e
isso existe por razão da obra distinta que fazem, pois o Sol, com sua luminosidade, é a causa da
multiplicação do calor do fogo, que concorda com a luminosidade do fogo, que é propriamente
quente.

O mesmo acontece com a Lua, que com sua umidade concorda com a umidade da água e
multiplica o frio da água. Dessas duas umidades se segue a noite, fonte do frio e das trevas, e o
mesmo acontece com a claridade da Lua, que é qualidade apropriada pelo Sol, e o mesmo das
outras qualidades dos outros planetas, que imprimem suas semelhanças nas qualidades abaixo
próprias e apropriadas.

Por isso dizem que Saturno é mau e da compleição da terra, e o mesmo dos outros, pois são
causa da multiplicação da secura, do frio e da melancolia dos homens, razão pela qual têm
muitas cogitações más, e assim das outras.

V.3. Da relação da Árvore Celestial

O Sol é composto de bondade, de grandeza e das outras raízes da Árvore. Na bondade tem o
bonificativo, o bonificável e o bonificar, que estão em relação e são parte do Sol e pela qual o
Sol tem a natureza de bonificar as relações abaixo que estão em espécie de bondade. Pois
assim como a luminosidade do Sol é a razão da multiplicação do calor do fogo para que
concorde com ele em luminosidade, da mesma forma sua relação é razão para multiplicar a
relação do fogo em calefativo, calefatível e caleficar e em bonificativo, bonificável e bonificar.

Dessa forma pode-se conhecer a maneira pelas quais os acidentes de cima imprimem suas
semelhanças nos acidentes abaixo, e tal intenção é instrumento do movimento do firmamento
e de suas partes, que é maior acima que abaixo, maioridade que é a razão pela qual são feitas
as impressões abaixo pelas de cima.

V.4. Da ação e da paixão da Árvore Celestial

O Sol é composto de bondade, de grandeza e das outras raízes, e sua bondade não seria
grande se não fosse razão da bondade fazer um grande bem. Mas o bem não pode fazer a
bondade sem a ação e a paixão. Por isso, o Sol tem a ação enquanto é bonificativo e o seu
bonificável essencial é passivo, assim como forma a matéria abaixo, e o bonificar está em
ambos e é da ação e da paixão do Sol sob a razão da bondade.

Por sua vez, o sujeito da obra é a grandeza, que é bonificável, tal como a duração, o poder e as
outras partes do Sol recebem de sua bondade semelhanças, pois são partes boas e essenciais
sob a razão da bondade. Dessa ação e paixão que se encontram dentro da substância do Sol se
segue uma paixão para fora, e o Sol age sobre Vênus dando sua semelhança, e Vênus é
passivo, pois a recebe.

Mas Vênus é também ativo, pois tem ação sobre Mercúrio, e Mercúrio passivo, pois a recebe,
e o mesmo acontece com Mercúrio, que tem ação sobre a Lua, e a Lua é passiva, pois a recebe.

Por isso diz-se que a Lua tem mais matéria que qualquer um dos outros planetas, pois sua
grande matéria deve ser disposta para receber muitas e grandes paixões que vêem de cima,
dos outros planetas. Por isso a Lua significa tão fortemente as suas propriedades abaixo, mais
que qualquer outro planeta, e assim todos olham para a Lua: os marinheiros, os homens
quando desejam fazer sangrias, plantar e cortar as árvores, as fêmeas quando desejam
conceber filhos, e assim das outras coisas semelhantes a essas, como a lagosta do mar, que
sob uma lua é mais plena que outra.

Dessa forma, pode-se conhecer que as ações e paixões de cima são razões para as ações e
paixões de baixo, conforme o corpo natural. Assim, as pessoas têm a opinião que existem
homens afortunados e desafortunados, esquecendo e ignorando as liberdades abaixo que são
as almas racionais, sobre as quais os corpos de cima não têm ação e as quais têm maior ação
sobre os corpos que são conjuntos que os corpos de cima. E, de acordo com a realidade das
coisas espirituais, aqueles homens sábios que conhecem isso dizem que os astros e a fortuna
não são nada.

V.5. Dos hábitos da Árvore Celestial

O Sol tem o hábito de ressecar a telha e umedecer a cera, e assim como o fogo tem o hábito
de ressecar a telha pela secura que recebe da Terra, da mesma forma o Sol tem o hábito de
ressecar a telha pela secura de Saturno. E assim como o fogo tem o hábito de umedecer a cera
com seu próprio calor, da mesma forma o Sol tem o hábito de mover e multiplicar a
luminosidade do fogo com seu próprio resplendor, que concorda em espécie, e com a qual
também move o calor do fogo para umedecer mais fortemente a cera, multiplicando seu calor.

Assim, o Sol indiretamente tem o hábito de umedecer a cera por razão do calor, a qual move
com o fogo como a mão move a letra com a pena. Assim, estes hábitos de cima são a razão
para os hábitos de baixo, como os hábitos figurados das letras do selo aos hábitos movidos e
produzidos nas letras da cera. Dessa forma, pode-se conhecer como uns hábitos são
semelhantes a outros, mas não materialmente, e esse conhecimento é o caminho por onde o
entendimento humano é exaltado para entender muitos segredos naturais.

V.6. Da situação da Árvore Celestial

A situação da Árvore Celestial está significada, conforme dissemos, em sua quantidade, e ainda
segundo raízes, troncos, braços, ramos, folhas, flores e frutos. Esta situação de cima é a causa
das de baixo, assim como o Sol está situado no círculo movendo e sendo movido: movendo
enquanto se move do poente até o levante; movido enquanto o firmamento o move do
levante ao poente.
O mesmo acontece a respeito de sua situação, pois está no meio entre Saturno e a Lua. Por
isso, o fígado está no meio do corpo, a bílis nele, e o Sol tem maior ação nele que qualquer
outro planeta. Dessa forma pode-se conhecer que a situação de cima imprime sua semelhança
nas situações abaixo das substâncias elementadas.

V.7. Do tempo da Árvore Celestial

A Árvore Celestial está situada no círculo, o qual, de acordo com sua figura, não tem princípio
nem fim. De maneira semelhante, o movimento que existe no firmamento, de Áries a Touro
até Peixes, e o movimento de Saturno até a Lua e de Saturno até Áries, Touro e Peixes, não
tem nenhuma escuridão de onde se siga o tempo diurno e noturno sobre a superfície da esfera
do fogo. Logo, não multiplica o tempo acima nem de dia nem de noite, mas abaixo, por razão
da escuridão da Terra, pois tudo que está acima é iluminado pelo Sol e pelas estrelas, não
tendo a escuridão da noite.

Contudo, o tempo é multiplicado em outro e não em si mesmo, assim como Saturno tem um
movimento, Júpiter outro, e assim até a Lua, pois neles existe o tempo em discretas
quantidades, e em si mesmo está um, assim como um dia tem muitos momentos sem
escuridão e multiplicação de muitos dias. Dessa forma o tempo é revelado ao entendimento
de acordo com o que tem em si e em outro. Logo, o tempo está em si mesmo sem movimento,
como o círculo, que não tem começo nem fim.

Assim como o homem pecador necessita da misericórdia de Deus e o homem injuriado de Sua
justiça, da mesma forma as substâncias abaixo necessitam que o tempo esteja em desvario nas
substâncias de cima, como Saturno, que em um tempo está em um lugar e em outro tempo
em outro lugar e em um tempo está no caminho de Áries e em outro tempo de Touro.

Por isso, de acordo com sua situação, o tempo de baixo requer a situação do tempo de cima
para ter uma ordem natural, e o tempo de cima deve enviar sua semelhança ao tempo de
baixo, a qual semelhança tomam as substâncias elementadas que são em um tempo e em
noutro não, e em um tempo estão em um lugar e noutro tempo em outro lugar.

Ainda: em um mesmo tempo uma mesma substância obra coisas diversas, assim como o fogo
aquece, ilumina, resseca e umedece, o mesmo acontecendo com as outras coisas semelhantes
a essas, as quais seriam longas para recontar.

V.8. Do lugar da Árvore Celestial

O lugar é uma parte da Árvore Celestial. Pois assim como o firmamento está no tempo por si
mesmo, da mesma forma está colocado em si mesmo e dentro de si mesmo, contendo todas
as coisas que participam com o lugar e, de acordo com o corpo natural, não tem sujeito fora de
si mesmo, pois a oitava esfera contém todas as coisas colocadas.

Por isso alguns dizem que fora do firmamento naturalmente não pode existir nenhum corpo,
para que não seja dado um lugar infinito nem que a natureza do lugar seja infinita. Mais: que o
lugar não tenha apetite fora e seja finito, para que a substância corporal também seja finita e
colocada. Pois assim como a pedra seria elevada se se movesse até Áries, o qual movimento
não seria natural, da mesma forma Saturno não teria um apetite natural se desejasse estar
sobre Áries, e Áries sobre Touro, ou Touro sobre Áries.

Logo, o lugar é finito dentro da oitava esfera, de acordo com o corpo natural. Contudo,
segundo a fé, afirmam que o céu acima da oitava esfera é cristalino e imperial, e por isso
falaremos do céu imperial na Árvore Eviternal.

VI. Das Flores da Árvore Celestial

1. As flores da Árvore Celestial são os atos existentes entre as potências e os objetos vestidos
com o movimento, que está estendido neles e eles estão nele, como a flor de Áries está em
Marte, a de Touro em Vênus, a de Gêmeos em Mercúrio, a de Câncer na Lua, a de Leão no Sol,
a de Virgem em Mercúrio, a de Libra em Vênus, a de Escorpião em Marte, a de Sagitário em
Júpiter, a de Capricórnio em Saturno, a de Aquário em Saturno e a de Peixes em Júpiter.

Estas flores são assim consideradas conforme sua situação e a opinião dos antigos, coisa que
nossa ciência não consente totalmente, pois não segue essa ordem. Além disso, é coisa
impossível que a experiência não seja de acordo com a ordem natural.

2. A flor é elementar, assim como o ar produz no fogo o movimento de aquecer, sendo vestido
de elementar, como o ouro pelo Sol e o domingo; em vegetar, que é flor da Árvore Vegetal e
de Júpiter na quinta-feira; do sentir, que é flor da Árvore Sensual, de Saturno e do sábado; em
imaginar, que é flor da Árvore Imaginal e da Lua na prata e na segunda-feira.

Essas flores de cima enviam sua influência às flores de baixo, assim como o leão produz a flor
elemental na leoa, o pomar de vegetal no pomo, o gosto de sentir na comida e a imaginativa
de imaginar a fantasia. E assim acontece com as outras flores, como a rosa, o lírio e o ato de
escrever.

Dessas flores de cima, as flores de baixo não são por essência nem matéria, assim como a nota
da viola, que não é da essência da nota interior que o jogral tem em sua fantasia, mas as flores
de baixo são movidas pelos agentes naturais de baixo com a ajuda das flores de cima,
movendo os agentes naturais que, por sua vez, se movem para produzir as flores de baixo de
acordo com o corpo natural e as essências dos agentes, como o som da viola, que se multiplica
nas essências acidentais dos toques feitos nas cordas, e o leão que produz de sua substância o
elementar, o vegetar, o sentir e o imaginar quando engendra outro leão.

VII. Do Fruto da Árvore Celestial

1. O fruto da Árvore Celestial existe de duas maneiras: de sua natureza e sobre sua natureza,
sendo colhido no céu imperial. O fruto que é da natureza da Árvore Celestial é de coisas
movidas que movem as formas motivas movendo as movíveis para que produzam substâncias
movidas de potência em ato e também acidentes, como o ouro, a pena, o cavalo, o corpo de
Martinho, seu canivete, o castelo, seu livro, e as outras coisas movidas naturalmente e
artificialmente pelos agentes, com a ajuda das formas de cima.

2. O fruto que está mais acima existe por razão da finalidade, assim como o homem é o fruto
no qual são colhidos os frutos da Árvore Elemental das plantas e dos irracionais. Contudo, se
aquele homem nesta vida serve a Deus, nele são colhidos os frutos de Áries, de Touro, de
Saturno e de Júpiter, e assim dos outros. Mas se o homem é pecador, os frutos perdem-se
nele, assim como o ouro se perde na perdição da nau que perece no mar profundo.

Por esse motivo existe o pecado contra todos os frutos corporais que Deus criou e as virtudes
ganhas e que concordam com todos aqueles frutos. Logo, o fruto de cima move o homem em
sua substância e sobre ele existe outro fruto mais acima onde estão todos os outros frutos por
razão da finalidade, isto é, lembrar, entender, amar, honrar e servir a Deus. É prazeroso a Ele
que tal fruto possa ser colhido por Seu povo.

Вам также может понравиться