Вы находитесь на странице: 1из 41

1 d e 41

Direito Internacional
Profª Paulo Henrique Faria Nunes / M-2 / sala D-104
Aluna: Graciela Grimminger

Capitulo I
Sociedade Internacional

1. Principais formas de agrupamentos humanos.

1.1. Comunidade: é a forma inicial ou seja a mais primitiva

Encontra-se na comunidade a preponderância do interesse individual sobre o bem o comum.


*int. ind. convergente forma o int. coletivo)
Consequência da preponderância do individual sobre o coletivo é a ausência de normas
A comunidade é um espaço desprovido de um sistema normativo evidente; encontra-se no
máximo, o direito natural ou as leis da natureza.

1.2. Soc iedade: a tendência é que todo grupo venha se tornar sociedade.

A sociedade é um grupo de pessoas caracterizado pela preponderância do interesse coletivo


sobre os diversos interesses individuais.
Consequência da preponderância do valor coletivo sobre o individual é um ambiente propício
ao surgimento e ao desenvolvimento das normas.
Uma sociedade, no intuito de preservar a harmonia existente entre os valores individuais e
coletivos, des envolve naturalmente uma estrutura organizacional. Essa estrutura é que buscará
garantir o cumprimento das normas, a promoç ão do bem-estar e solucionar pacificamente os
eventuais conflitos que possam surgir entre os indivíduos. Quando uma sociedade des envolve
sua estrutura organizacional, diz-se que é uma sociedade política.

1.3. Soc iedade Política: possui uma estrutura organizacional.

Entende-se por sociedade política um conjunto de indivíduos cujas relações s ão caracterizadas


pela preponderância do interesse coletivo sobre o individual , existência de um s istema
normativo e uma es trutura organizacional destinada à manutenção da paz e do bem-estar.
Não apenas interess e coletivo e normas qualificam uma sociedade como política, faz-se
necessário no s eio desse grupo a noção de organização e autoridade, ou simplesmente um
poder político.

Poder
Autoridade
Hierarquia
2 d e 41

Organização

Ex.: trabalho, família, universidade.

1.4. Es tado: é uma sociedade política soberana.

Encontram-se no Estado todas as características de uma sociedade política:


um conjunto de indivíduos que usufruem de um espaço comum;
preponderância do interesse coletivo sobre o individual;
presença de um sistema normativo próprio;
existência de uma estrutura organizacional, ou governo.

O estado é uma forma especial de sociedade política, por que tem um elemento único: a
s oberania.

2. A s oc iedade internacional

A sociedade internacional é uma sociedade política precária , isto é, existe um sistema


organizacional (governança) mas inexiste uma estrutura formal c entral de poder (governo). Não
existe um 'governo internacional'. N ão há um poder legislativo internacional investido da função
de criar normas que todos os Estados deverão cumprir; nem um poder com capacidade para
interferir no território de cada Estado do mesmo modo que os Estados intervêm no acesso e na
manutenção da propriedade privada; outrossim, inexiste um poder supremo que arrecade
impostos e promova justiça social.
2.1. Es paço Global

Espaço global é uma comunidade internacional


Comunidade ou sociedade internacional, é uma sociedade política precária.
Lei é todo ato geral que emana da autoridade competente através da força coercitiva.

2.2. A sociedade internacional - politicamente precária - apresenta, portanto, as seguintes


c aracterísticas:

a. Des centralizadas: Não existe um centro de poder internacional

b. Organização paritária ou horizontal : Ao contrário das sociedades dotadas de um poder


centralizado exercido sobre todos, em razão da ausência de autoridade ou governo
internacional as relações entre os Estados s e dão, formalmente, em pé de igualdade. Não
existe 'mais soberano' ou 'menos soberano'.

c. Sistema jurídico é difuso: Consequência da aus ência de um poder central capaz de ditar
normas é o aspecto difuso do sistema jurídico internacional. Embora existam princ ípios gerais
do direito internacional, as relações interestaduais são disciplinadas diretamente por normas
formais (tratados internacionais, costumes internacionais)
3 d e 41

d. Principio de coordenação : em razão das características a cima conclui-se que o sistema


normativo internacional é desprovido de um principio de subordinação.
é o principio de subordinação (*) coordenação: são vários mandando.
Principio da Obrigatoriedade # Coercitividade - não existe no D. Internacional

Capitulo II
Integração regional

1. Elementos gerais

O processo de integração regional é decorrente da convergência de interesse de dois ou mais


Estados que desejam criar e aprimorar um mecanismo institucional e s upranacional destinado ao
desenvolvimento comum de seus membros e o fortalecimento da região no contexto global, de
forma que sua capacidade de influencia no sistema político internacional tenha um incremento.
Um vez que o processo de integração é espontâneo, é indispens ável que haja um conjunto mínimo
de fatores que produzam um sentimento mínimo de afinidade entre os Estados- membros de um
bloco regional. Esses fatores são - sobretudo - afinidades históricas, geográficas, culturais,
econômicas, políticas.
A integração - seja para o bem ou para o mal - vai além da cooperação . Ao contrário do que
ocorre em um projeto de cooperaç ão, quando se fala em integração regional, pressupõe-se um
marc o institucional mais c omplexo e a c riação de órgãos s upranacionais.
Além do elemento institucional, é fundamental para um projeto integracionista a
supranacionalidade, que diz respeito à competência normativa e/ou decisória delegada
formalmente pelos Estados- membros de um organismo internacional - comumente denominado
bloc o regional de modo que esses Estados se comprometem previamente a cumprir as
determinações institucionais. Pode-se afirmar que para a existência de um proc esso de integração
é indispensável a criaç ão e o desenvolvimento de mecanismos decisórios compartilhados, porém
autônomos em relação aos Estados participantes.
A s upranacionalidade é a expressão máxima da autolimitação do poder soberano , isto é, o Estado
reconhece voluntariamente um poder normativo e/ou decisório além do seu próprio. Isso não
significa a abnegação da soberania, uma vez que a existência do poder s upranacional pressupõe a
manifestaç ão formal da vontade estatal mediante a assinatura de tratado internacional. O Estado,
em sua condição soberana, tem a faculdade de reconhecer a competência supranacional; todavia
isso não quer dizer que não possa deixar a qualquer momento, de participar de um organismo
internacional: basta fazer a renúncia do tratado.

a) Bloc os regionais:

ex.: Mercosul, União Europeia; Nafta


4 d e 41

Todo bloco regional tem por finalidade (objetivos):


1. o desenvolvimento social e econômico do grupo (desenvolvimento socioeconômico);
2. aumento da influencia no cenário mundial;

Elementos identitários
São aspectos afins (afinidades):
I. História
II. Geografia
III. Cultura
IV. Economia
V. Política

Constituição de um bloco regional: tem que s er es pontâneo.

Supranacionalidade: ex.: tribunal nacional do mercosul, corte europeia de justiça, parlamento


europeu.

Órgãos supranacionais : são dotados de capacidade decisória ou então normativa autônoma. A


decisão do órgão supranacional deve ser acatada mesmo que o pais do membro do grupo do
bloco regional não acate.

2. Etapas do processo de integração

Cada etapa tem as espécies de blocos regionais

Espécies de blocos regionais (principais): Cada etapa s e refere-se à uma etapa do proc esso de
integração.

1. Zona de livre comercio :


Livre comércio é o sistema de trocas de mercadorias entre territórios soberanos caracterizado pela eliminação de barreiras
comerciais.
é perfeitamente possível saber quais são os Estados que compõem cada uma dessas zonas. A origem dessas zonas bem
como de todo o bloco regional tem natureza pactual, isto é surgem após a assinatura de pactos celebrados por Estados
soberanos.
ZLC é uma associação institucional de Estados soberanos que têm por finalidade o desenvolvimento e o fortalecimento
conjunto por meio do incremento de seus intercâmbios comerciais, obtido com a eliminação das medidas discriminatórias
(tarifarias ou não tarifárias) relativas a uma porção significativa de suas relações mercantis.
Instrumentos protecionistas são os que se denomina barreiras comerciais. As praticas protecionistas são o alvo imediato de
um acordo de livre comercio.
Após a criação de uma ZLC espera-se que o produto originário de cada Estado-Membro tenha livre acesso ao
território dos demais sem que sofra medidas discriminatórias. O que se busca é a uniformidade de tratamento de
modo que não haja diferença entre o produto nacional e aquele originário de um membro da ZLC. A justificativa para
a criação de uma ZLC é que esses Estados darão prioridade aos produtos originários de seus membros em
detrimento daqueles que vêm de fora do bloco.

a. Eliminação das barreiras nas relações comerciais entre países-membros:


5 d e 41

Barreiras tarifarias: dizem res peito às medidas de natureza fiscal tributária -


incidência de impostos sobre mercadorias estrangeiras.
Barreiras não tarifarias: são as medidas restritivas que não tenham natureza
fiscal - ex.: limite de quantidade anual de certos produtos.
b. Reciprocidade. A vantagem que concedo é o mínimo que exijo.
c. Vantagem do livre comércio só alcançam os produtos "genuinamente nacionais".
d. Listas de exceções: produtos que não podem ser importados - produtos
considerados sensíveis, ou vitais à economia de cada país
e. Efeitos da zona de livre comercio são somente internos (intra bloco) não dizem
res peitos a países não pertencentes a o bloco.

(*) Zona de preferência tarifária: acordo de preferência tarifaria com outros países terceiros
- países que não pertencem ao bloco, os que estão no bloco tem a zona de livre comércio.

2. União aduaneira (alfandegária):


Aduana - ou alfândega - é o local, ou entreposto, destinado ao controle de entrada e saída de mercadorias e eventual
cobrança de tributos.
Política aduaneira diz respeito ao sistem a público de gestão do controle de entrada e saída de mercadorias de um
Estado.
É habitual que os entrepostos aduaneiros fiquem localizados em zonas fronteiriças, bem como em portos e aeroportos.
Quando dois ou mais Estados se associam com a finalidade de criar uma união aduaneira, existe um plano de ir além de
uma ZLC. União aduaneira é a associação institucional de Estados soberanos que têm por fin alidade o desenvolvimento e
fortalecimento conjunto por meio de incremento de seus intercâmbios comerciais, obtido com a eliminação das medidas
discriminatórias (tarifárias ou não tarifárias) relativa a uma porção significativa de suas relações mercantis, acrescida da
adoção de certos procedimentos aduaneiros padronizados relativos às mercadorias de terceiros Estados.
A principal medida adotada em uma união aduaneira é o estabelecimento de uma tarifa ext erna comum (TEC). Uma vez
criada a TEC espera-se que para fins alfandegários, o espaço que constitui o bloco tenha a aparência de um único
território, o território aduaneiro. A tarifa (alíquota do imposto de importação) aplicada às mercadorias provenientes do
exterior (terceiros países) deverá ser a mesma para todos os Estados-membros.
Conclui-se que ao passo que os efeitos da ZLC dizem respeito somente ao comércio dentro do bloco (efeitos internos),
na união aduaneira existem também efeitos externos - o tratado que a estabelece versa sobre a eliminação das barreiras
relativas aos intercâmbios internos, e aponta procedimentos que devem ser observados na importação de
mercadorias originárias de países que não participam do bloco (o estabelecimento da TEC).
Que vantagens existem em relação à ZLC ? Analisa-se um exemplo de união duaneira: o mercosul (Mercado Comum do
Sul). Há no Mercosul todas as vantagens e dificuldades encontradas no estabelecimento de uma ZLC, conforme visto no
item anterior. Todavia, nem sempre a criação da ZLC é garantia de que o produto originário de seus membros terá
realmente competitividade nos demais Estados. A TEC é uma forma de remediar esses problema por meio de concessões
recíprocas. Ex.: O Brasil é grande produtor e exportador de café, entretanto há um grade concorrente muito próximo do
Mercosul que teria condições de brigar de igual para igual ou dominar um mercado que poderia ser dos cafeicultores
brasileiros (Colômbia), assim no momento de negociar a TEC, Brasil apresentará argumentos para que a alíquota de
importação do café não seja baixa o bastante para lhe prejudicar.

a. Zona Livre comércio;


b. Política aduaneira comum relativa à importaç ão de bens originários de terceiros
países;
b.1. Tarifa externa comum (TEC)
6 d e 41

c. O estados-membros renunciam a liberdade de negociar acordos semelhantes com


terc eiros sem o consentimentos dos demais membros;
d. Os estados-membros não podem alterar unilateralmente as alíquotas de
importação;
(*) O país não é dono da alíquota.
e. Exemplo de União Aduaneira = Mercosul (Tratado de Assunção, 1991)
Argentina Brasil
Paraguai Venezuela
Uruguai
(*)Tarifa externa comum aos estados-membros (na importação o imposto tem que
ser igual).
O objetivo é forç a os estados-membros na relação entre os estados membros -
importar dos estados membros ao invés de país es que não fazem parte do grupo.
Fazer com que o consumidor do bloco consuma o produto produzido nos países do
grupo (união aduaneira).

3. Mercado comum

Um mercado comum almeja a livre circulação dos fatores de produção entre dois ou mais Estados. Alcança-se, desse modo,
um lato grau de integração, visto que haverá livre transito de pessoas, pois a mão de obra integra um dos fatores de
produção (trabalho).
O mercado comum é a associação institucional de Estados soberanos que têm por finalidade o desenvolvimento e o
fortalecimento conjunto por meio do incremento de seus intercâmbios (tarifárias e não tarifárias) relativas a uma porção
significativa de suas relações mercantis, acrescida da adoção de certos procedimentos aduaneiros padronizados relativos
às mercadorias de terceiros Estados - e o direito de livre circulação dos fatores de produção provenientes de cada
Estado- membro.
Uma vez atingido esse grau de integração, os nacionais dos países-membros têm - grosso modo - o livre direito de
estabelecer domicilio e desenvolver atividade profissional e/ou comercial em qualquer um dos Estados-membros.

a. Livre comércio;
b. Política aduaneira comum (TEC);
c. Livre circulação de CAPITAL;
d. Mão de obra (pessoas);
e. Exemplo de Mercado comum: Comunidade Econômica Europeia (Tratado de Roma,
1957).
Alemanha França Itália
Bélgica Holanda Luxemburgo
Reino Unido Irlanda Dinamarca
Grécia Portugal Espanha
Direito de livre circulação de pessoas.
Característica do grupo: Homogeneidade socioeconômica.

4. União econômica e monetária:


7 d e 41

A União Econômica e monetária (UEM) é um avenço em relação ao mercado comum. Nesse novo tipo de bloco, busca-se a
adoção de políticas macroeconômicas (transportes, energia, agricultura, meio ambiente, indústria etc.) e monetárias
comuns. Por conseguinte cada Estado assume o compromisso de promover alterações internas com vistas à harmonização
do sistema comunitário.
Além da evolução das instituição comunitárias europeias o marco dessa nova etapa do processo de integração na Europa
Ocidental é a instituição da moeda única - o Euro.
Por enquanto a livre circulação de pessoas não é aplicada aos últimos 12 Estados que aderiram à UE. Esses passam por
alterações estruturais mínimas e investimentos para que participem em plena situação de igualdade com os demais.

a. Livre comércio;
b. Política Aduaneira comum (TEC);
c. Livre circulação dos fatores de produção (mão de obra e capital);
d. Adoção de políticas macroeconômicas e monetárias comuns;
ex.: União Europeia (Tratado de Maastricht, 1992)
(*) em 1995 entraram outros países: Áustria, Finlândia e Suécia ("Europa dos 15").
(*) OPEP - organização dos países exportadores de petróleo
(*) em 2004 houve o ingresso de 10 países: Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia,
Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Republica Tcheca.
(*) em 2007 houve o ingresso de: Bulgária, Romênia;
(*) em 2013 houve o ingresso de: Croácia.

Os que entraram a partir de 2004 não participavam da livre circulação de pessoas.


Então colocaram um clausula, que após de 7 anos poderia participar da circ ulação
de mão de obra. O acordo começou em 2005, 7 anos após deu em 2012. O acordo
teria inicio no ano da crise econômica. Países não concordavam com a livre
circulação de pessoas.

Capitulo III
Introdução ao Direito Internacional

1. Conceito

1.1. Direito Internacional público.

É um conjunto de normas que disciplina as relações entre Estados , Organizações Internacionais , e


subsidiariamente Indivíduos, e Pessoas Jurídicas de Direito Interno .

Estados
Organizações Internacionais que são pessoas jurídica de direito público externo - ex.: Estado
Brasileiro
Indivíduos
Pessoas Jurídicas de direito interno
8 d e 41

A finalidade do DIP é a mesma de qualquer outro sistema normativo: assegurar estabilidade social a um
grupo, isto é, disciplinar as relações entre sujeitos com vistas à preservação do bem comum, refletido
sobretudo, na pacificação do ambiente social.

1.2 Direito de Integração e Direito Comunitário

O DIP é o sistema normativo que regulamenta as relações interestaduais . Esse conceito


entretanto diz respeito à sociedade global, s eja no toc ante a relações bilaterais ou
multilaterais.
O direito de integração e o Direito Comunitário dizem respeito às relações interestaduais
quando estabelecidas num ambiente integracionista.
O direito de integraç ão é o conjunto de normas que disciplina as relações entre dois ou
mais Estados que se associam e instituem um bloco de integração regional.
Os instrumentos gerais do Direito de Integração e do Direito Comunitário são os mesmos
do DIP.
A especificidade desses dois ramos modernos do DIP é fruo do recorte especial mais
preciso - isto é uma sociedade regional - dos objetivos e do marco institucional - mais
desenvolvido e complexo do que o da sociedade global. Entretanto encontram-se nos
sistemas normativos de integraç ão e comunitários dois tipos elementares de normas: as
originárias e as derivadas
N ormas

 Originárias : são os tratados constitutivos de um bloco regional e demais


instrumentos complementares que definem sua estrutura fundamental (órgão,
funcionamento, tomada de decisões).

 Derivados : são aquelas aprovadas diretamente pelos órgãos comunitários, ainda


que não contem com a participação de todos os membros. (são aquelas aprovadas
diretamente pelos órgãos comunitário)

1.3 Direito Internacional Privado (c onflict Law)

O Direito Internacional Privado (DIPr) não cuida necessariamente de relações interestatais.

O objeto imediato do DIPr é a solução dos c onflitos de leis originárias de sistemas


normativos estatais distintos que eventualmente possam surgir.

Objeto de es tudo são os c onflitos de lei originarias de dois ou mais países.

O DIPr surge em função de relações extraordinárias que produzem fatos anormais , também
denominados mistos e/ou multinacionais.
9 d e 41

Os conflitos surgem em virtude dos fatos anormais : que é o fato que torna possível a
aplicação s imultânea da lei de dois ou mais países.

Quando há um fato anormal existe a possibilidade de aplicação de duas ordens jurídicas


independentes. Surge um conflito de leis. Cabe ao DIPr solucionar os conflitos de leis. O DIPr
é o conjunto de normas de um Estado soberano com a finalidade de solucionar os eventuais
conflitos entre a lei pátria e as leis estrangeiras indic ando qual desses sistemas normativos
(nac ional ou es trangeiro) deverá s er aplicado.

Elementos de conexão: os elementos de conexão estão previstos nas leis de cada país: -
estão previstas em LEX FORI (no Brasil, estão previstas na LINDB - sendo que o principal
elemento de conexão é o Domicilio).

Existem outros elementos de conexão:


LEX REI SITAE (trata dos bens imóveis)
Lugar da celebração do casamento.
Lugar de execução do contrato de trabalho
Nacionalidade

Limites à aplicação da lei es trangeira (art. 17. LINDB):


Soberania
Ordem pública
Bons c ostumes (*)

1.4. H ard Law (norma rígida) e Soft Law (norma flexível)

Em função do número crescente de atos internacionais, que nem sempre podem ser rotulados
como juridic amente obrigatórios a doutrina internacionalista tem se valido de duas
expressões para distinguir as normas obrigatórias daqueles atos que conquanto revestidos de
formalidades, não produzem c onsequências jurídicas para os s ujeitos de DIP.

H ard Law (norma rígida) deve atender os dois aspectos fundamentais do direito:

Formal: aquele relacionado ao processo de elaboração da norma.


Material: relacionado ao conteúdo da norma.
Efetivamente obrigatória (*) os aspectos formais e materiais.

Conceito: É todo conjunto de atos normativos de conteúdo obrigatório . Uma regra


somente será considerada hard law caso apresente conteúdo efetivamente
mandatório e disponha de aspectos formais que contem com a livre manifestação
da vontade dos Estados aos quais se destina a dita regra.
Enquadram-se nessa modalidade:
 Os tratados;
1 0 de 41

 Os costumes internacionais;
 Os atos decisórios das Organizações Internacionais. As OIs só terão
capacidade para editar atos mandatórios quando os acordos estruturais
fizerem menção expressa.

Soft Law (normas flexíveis)

efeito de recomendação
não c riam vínculo ou obrigação efetiva.

É um fenômeno que surge após a segunda guerra mundial, sobretudo em função


do aumento do número de organizações internacionais e da sua crescente
participação na condução e formulação de políticas e projetos de interesse global
bem como do c rescimento do número de Estados independentes -
majoritariamente países em desenvolvimento.

São incluídos, também na noç ão de soft law: os atos aprovados por organismos
internacionais (resoluções, decisões, declarações) quando desprovidos de caráter
obrigatório.

2. Evolução histórica

2.1. Antiguidade

Jus gentium (ou direito das gentes) - surgiu na Roma antiga. O jus gentium admite a existência de
valores universais que dizem respeito a todos os seres vivos.

2.2. Idade Média

Jus naturalismo c ristão. Maior influência foi a doutrina da Guerra Justa. Com a redescoberta do
pensamento clássico na Idade Média, o jusnaturalismo passa por uma transformaç ão. Os valores
universais do jusnaturalismo dizem respeito aos povos que compõem a cristandade.

2.3. Idade Moderna

O fim desse conflito, formalizado por meio de Paz de Vestfália (1.648) - conjunto de tratados
firmados nas cidades de Munster e Osnabruck - é considerado o momento de consolidação da
estrutura do Estado moderno. calcada na ideia de soberania . No contexto que leva à formação de
uma novo ambiente político internacional, encontra-se a origem do Direito Internacional moderno.
Hoje designado como clássico ou tradicional: jus inter gentes.

Aceitação do personalidade do individuo.

3. Fundamento do DIP (teoria/concepção)


1 1 de 41

A questão do fundamento do DIP diz respeito, mais diretamente, à filosofia do direito


internacional do que às questões de ordem prática ou formais.

Duas concepções principais tentam explicar o fundamento do DIP:

3.1. V oluntarista (positivista)

Vontade Estatal.
De acordo com a concepção voluntarista o fundamento da ordem jurídica internacional
repousa na manifestaç ão da vontade estatal . Parte do principio que o surgimento das
normas internacionais exige a manifestação soberana.
Leva em consideração antes de qualquer outra coisa, um fato: a sociedade internacional é
constituída de várias unidades soberanas, o que inviabiliza a existência de uma autoridade
universal.

3.2. Objetivista (jusnaturalista)

Princípios
Tenta retomar o universalismo político anterior à afirmação do Estado moderno. Coloca a
vontade soberana em segundo plano, visto que seu foco está mais nos indivíduos do que
nos Estados.

 Atualmente, o des envolvimento do DIP é influenciado tanto pela concepção objetivista -


mais voltada para um direito natural - quanto pela voluntarista - mais voltada para a
construção de um direito positivo.

Capitulo IV
Sujeitos

1. Conceito e Classificação
,

Sujeito de direito é todo aquele que está apto a ser titular de direitos e/ou obrigações.
Sujeito do DIP é todo aquele que está apto a ser titular de direitos e/ou obrigações estabelecidas
internacionalmente.

Categorias do s ujeitos de direito DIP :

a) Sujeitos Originários:

 São s ujeitos: Estados soberanos.


1 2 de 41

 Competência ilimitada.

b) Sujeitos Derivados:

 São s ujeitos: Organizações Internacionais (OIs).


 Não tem um processo antropológico, histórico, social e político de nascimento - elementos
encontrados no processo de surgimento de um Estado. Possuem natureza meramente
contratual, isto é, são criados por acordos de vontades disciplinados segundo o DIP.
 Competência limitada
 Origem convencional
 Elementos encontrados no processo de surgimento de um Estado ou mais Estados.
 São instituídas por Estados soberanos mediante a assinatura de tratados, são organismos
intergovernamentais.

c) Sujeitos Fragmentários:

 São aqueles que compõe uma sociedade política estatal - o Estado.


 São s ujeitos: os indivíduos e pessoas jurídicas de direito interno
 Esses sujeitos, no entanto dependem da representação de seus Estados na ordem jurídica
internacional. Equivale dizer que não possuem capacidade jurídica no DIP, mas os Estados
criam normas internacionais que estabelecem direitos e/ou obrigações a seus nacionais,
sejam eles pessoas físicas ou jurídicas.
 Obs.: em regra dependem da representação do Estado

d) Sujeitos Sui generes:

 Personalidade anômalas ou sui generes.


 São aqueles que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores . N ão s ão
Estados nem OIs, também não são necessariamente, pessoas jurídicas de direito interno.
No entanto são admitidos como sujeitos do DIP.
 São Sujeitos: Santa Sé (Vaticano); Taiwan; CICV; Grupos Insurgentes; FARE; HAMAS

Santa Sé (Vaticano):
O Papa foi durante vários séculos não apenas um chefe religioso, mas também um
Chefe de Estado. Foi editada uma Lei : Lei de Garantias - que reconheceu a figura do
Sumo Pontífice como sagrado e inviolável.
A situação foi definitivamente resolvida com a assinatura do tratado de Latrão. A
partir de então, admitiu-se uma soberania restrita, de modo que o Papa permanece
na condição de chefe da Santa Sé (chefe religioso) e chefe da Cidade do Vaticano
(chefe político).

Comitê Internacional da Cruz V ermelha (CICV):


1 3 de 41

É a estrutura principal de um sistema complexo que é a Cruz Vermelha


Internacional. O CICV foi idealizado quando dos conflitos pela unificação da
Península Itálica, sobretudo da Batalha de Solferino em 1859.
Trabalha c om as sistência humanitária .
Surgiu como P.J. de direito Suíço (Sec.XIX). Sua sede é em Genebra.
Essa instituição não é um organismo intergovernamental, embora tenha servido
de parâmetro para a constituição das representações nacionais da Cruz
Vermelha e do Crescente Vermelho.
Foi formalizado em 1949, em um tratado em uma Conferência de Genebra -
houve a consolidação da personalidade jurídica internacional do CICV -
reconhecimento formal da CICV.
O CICV é um sujeito sui generes por que não é, formalmente uma OI. No entanto
tem o status de um organis mo intergovernamental reconhecido pelos Estado.
Assim, embora sua constituição jurídica seja de um ente privado suíço, recebe
um tratamento diferenciado nos Estados onde mantêm suas representações e
ações.

Grupos Insurgentes e Beligerantes

Insurgência de um grupo contra autoridade política formal , isto é, uma


estrutura política oriunda de um poder constituído.

Grupo Insurgente: grupo armado e organizado que s e insurge contra a


autoridade de um Estado soberano em função de reivindicações de caráter
político, sobretudo o clamor de uma população por independência ou pelo
acesso e/ou respeito a direitos fundamentais. Os grupos insurgentes são
paramilitares que repres entam um risco real e efetivo à estabilidade política de
um Estado.
Quando as atividades dos insurretos alcançam um nível superior ao de uma
guerra civil e passa a apres entar c aracterísticas de uma guerra internacional
com o estabelecimento de uma autoridade política rebelde em uma parte do
território de dois ou mais Estados, diz-se que há um grupo beligerante.
A motivaç ão da insurgência é a alteraçã o da ordem política vigente ou a
constituição de um Estado independente, por isso os paramilitares não s ão
considerados criminosos comuns por uma parcela substancial dos Estados que
compõem o sistema mundial.

Características dos grupos:


Armados e Organizados;
Tem uma causa política;

Os c rimes c ometidos por esses grupos, s ão c onsiderados c rimes políticos.


Art. 4, X, CF/88. Princípios Internacionais. Art. 5º, LII,CF
1 4 de 41

Esses grupos: São beneficiados com asilo político, capacidade de negociação e


c elebração de tratados.

Direito penal aplicável, é o direito penal de estado de guerra.

Terrorismo

O terrorismo é um instrumento destinado a desestabilizar uma sociedade por


meio do pânico, ou terror, generalizado. O maior problema, o que realmente
torna o terror algo muito mais grave do que a insurgência e a beligerância, é o
direcionamento da violência a pessoas que não se envolvem de modo direito
no conflito entre o poder constituído e os rebeldes.

A Constituição brasileira reconhece a concessão de asilo político como um dos


princípios que rege suas relações internacionais, no entanto admite a
extradição de indivíduos que tenham praticado ações terroristas ainda que sob
uma motivação política.

Emprego de violência desmedida contra civis. Violência injustificada ou a


natureza política.

Ex.:
11 de setembro de 2001
O uso político da violência, causar terror, medo.
Estrutura, defesa organizada em células
Art. 5º, XLIII, LII

Capitulo V
Fontes: Introdução

Possibilidade que certo elemento tem de gerar direta ou indiretamente, direitos e/ou obrigações
para sujeitos do DIP.
1 5 de 41

1. Classificação

a. Fontes Tradicionais: (art. 38 do Estatuto da CIJ)

I. Principais (essenciais):

Fontes principais são aquelas indispensáveis à existência de um sistema


jurídico. Todo sistema jurídico requer princípios gerais. São eles que guiam o
processo de valoração dos fatos que ocorrem em uma sociedade e que facultam
o surgimento e o desenvolvimento das normas de aplicação direita ou imediata.

Objetivas (materiais - abstratas):


Princípios gerais do DIP - alínea "c"

 Dispensam qualquer manifestação de vontade dos Estados.


 As fontes objetivas são de aplicação mediata ou indireta.

Pos itivas (formais/processuais):


Tratados internacionais ou convenções - alínea "a" (formais escritas )
Costumes internacionais - alínea "b (formais não escritas )

 As fontes formais dependem da manifestação direita ou


indireta da vontade dos sujeitos que compõe, a sociedade
internacional. Sua existência, portanto, passa por um
processo de positivação. Esse processo de positivação pode
ser institucional ou não institucional .
 Institucional é o processo de positivação elaborado
diretamente pelos Estados. Como acontec e com os tratados e
as c onvenções.
 Não institucional é característico dos c ostumes , já que esses
não são previamente concebidos. Surgem de atos praticados
reiteradamente e que num dado momento são admitidos no
seio da sociedade com valor normativo.
 As fontes formais/processuais são de aplicação imediata ou
direta.

II. Ac essórias (auxiliares, não essenciais)

A finalidade dessas fontes é a otimização do uso, da aplicação e do


entendimento das fontes principais. Existem exclusivamente em função dessas
principais, uma vez que sua existência só é possível e justificável em virtude
delas.
1 6 de 41

Doutrina

Dec isões judiciárias

Obs .:
Decisões Internacionais (pacta sunt servanda)
Estrangeiras (depende da homologação)

b. Fontes Modernas:

I. Atos unilaterais

II. Atos das OIs (Organizações I nternacionais) - ex.: declarações internacionais

2. Equidade

Além das fontes tradicionais, é comum que no estudo da introduç ão ao direito nacional sejam
discutidos os elementos que visam suprir as lacunas ou corrigir as distorções do complexo
legislativo estatal: a analogia e a equidade.
A equidade pode s er condicionada à concordância prévia das partes litigantes . É o que se
encontra no art. 38.2 do Estatuto da CIJ: Ex Aequo Et Bono "se as partes com isso
concordarem"
De modo geral, designa-se equidade a aplicação dos princípios da justiça a uma dada
situação, quer se oponha a justiça abstrata ao direito estrito, quer s e oponha a justiça natural à
justiça legal.

Capitulo VI
Princípios Gerais do Direito Internacional

Garantir a integridade dos sujeitos


Estabilidade social e política
A inclusão de princípios em documentos internacionais não devem ser confundida com
obrigatoriedade formal. Os princípios só alcançam o status de norma obrigatória quando inseridos
em uma fonte formal , isto é, um tratado ou um costume internacional. E mes mo quando fazem
parte do texto de um tratado, é importante que estejam claramente definidos, posto que a
indefinição abre a possibilidade de diferentes interpretações.

Art. 4º CF.
 Independência nacional
 Igualdade entre os Estados
 Solução pacífica de conflitos Possuem natureza política
1 7 de 41

 Não intervenção
 Autodeterminação dos povos
 Cooperação
 Prevalência dos direitos humanos
 Repúdio ao terrorismo e ao racismo Possuem natureza "humanas"
 concessão de asilo político

Capitulo VII
Costumes Internacionais

1. Conc eito: Art. 38, I, b, do Estatuto da CIJ - "Prova de uma prática (uso) geral aceita como sendo o
direito."

Os costumes, assim como os tratados internacionais são fontes formais do DIP.

2. Elementos

Quando analisadas as práticas costumeiras, dois tipos de elementos podem ser encontrados:

Objetivo

Elemento objetivo á a prática, desde que geral, consistente e reiterada. Não é


suficiente, contudo que uma prática seja adotada por número expressivo de agentes.
Tempo
Espaço (generalidade)

Subjetivo
Trata-se da opinião geral de que determinada prática tem caráter normativo: a opinio
juris , a opinião que a prática é capaz de estabelecer uma relação de direitos e/ou
deveres.

3. Classificação

Geral

Regional
Asilo diplomático
1 8 de 41

4. Ônus da Prova

Nos litígios internacionais, o ônus da prova c aberá à parte que alega a existência de um
c os tume em s eu beneficio.

5. Relação entre tratados e c ostumes

Não há hierarquia entre tratados e costumes.


No DIP é perfeitamente admissível que um c os tume ac arrete a extinção de um tratado
principalmente quando o costume for uma norma jus cogens - norma imperativa de direito
internacional geral. Assim porque não existe um poder legislativo internacional.

6. Codificação do Direito Internacional.

No século XX o sistema jurídico internacional sofreu um processo de codificação,


sobretudo com a criação da Liga das Nações. Com a codificação do DIP diversas normas
costumeiras de aceitabilidade geral ganharam contornos mais evidentes.

Capitulo VIII
Atos Unilaterais

Os conceitos jurídicos do estudo da ciência jurídica (sujeito de direito; ato jurídico; fato jurídico; e
efeito jurídico) não sofrem alteração na ordem internacional.

Entende-se por ato unilateral aquele praticado por um Estado que produz efeitos no sistema
jurídico internacional . Esses atos podem ser incondicionais (independentes) ou c ondicionais
(dependentes), caso exista alguma condição necessária à sua realização ou validaç ão; nesse
ultimo caso, são considerados atos unilaterais impuros.

1. Conc eito
Ato praticado por um Estado que gera efeitos jurídicos nas suas relações com outros Estados

2. Características

A partir do momento que esses atos unilaterais produzem s eus efeitos jurídicos, s ão irrevogáveis.
Tem-se então suas características fundamentais:

Dis cricionariedade (Voluntariedade)


Irrevogabilidade: de um ato unilateral decorre do modo c omo é feito.

Exemplos de atos unilaterais:


 Reconhecimento de um Estado;
1 9 de 41

 Renúncia (perdão de dívida);


 aquiescência tácita;
 protesto;
 concessão de direito;
 abertura à navegação estrangeira.

Um estado (s ujeito do DIP dotado de competência soberana) pratica espontaneamente um


ato que gera ônus para um outro Estado. Obviamente, esse será o único efeito jurídico
possível para todos os membros da sociedade internacional com exc eção daquele que
realiza o ato, pois não é possível que um sujeito crie ônus para um outro s em que sua
anuência seja manifesta formalmente. Produzidos seus efeitos, o ato unilateral é um ato
jurídico perfeito. É natural, portanto, que seja irrevogável.

Capitulo IX
Atos das Organizações Internacionais

Os atos OIs também são incluídos entre as fontes do DIP.


Os atos das OIs são considerados fontes do DIP quando possuem c aráter obrigatório,
representam formalmente um dever ser, geralmente são denominados resoluções, embora a
tipologia empregada seja menos importante do que o conteúdo e o fundamento jurídico do ato.
Atos aprovados em conformidade com as normas estatutárias que preveem direitos e obrigações
para os Estados-membros.
Essas fontes podem ser Hard Law ou Sotf Law.
Só serão efetivamente obrigatórias quando houver "fundamento convencional" ( Pacta Sunt
Servanda).

Ex.:
Resoluções da Conselho de Segurança da ONU.
Resoluções da Assembleia Geral da ONU.
Recomendações da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Diferença Recomendação das convenções (pag. 153)


2 0 de 41

Capitulo X
Tratados Internacionais: Introdução

Será estudado sobre as fontes convencionais e os tratados internacionais .


(*)Os tratados são vistos como lei ordinária.

1. Conc eito

"É um acordo entre Estados na forma escrita, regido pelo direito internacional , qualquer que seja a sua
determinação es pecifica".

Os tratados são classificados , como fontes tradicionais principais e formais (positivas) do DIP; são
acordos de vontades celebrados entre pessoas internacionais, isto é, sujeitos do DIP dotados de
competência e/ou capacidade para tal fim.

A c apacidade para c elebrar tratados é determinada por um desses três elementos:


Soberania;
Delegação de competência pelos Estados; ou,
Reconhecimento internacional.

Os s ujeitos aptos a c elebrá-los s ão:


Estados
Organizações Internacionais
Alguns Sujeitos especiais (sui generis ):
 Santa Sé,
 Cruz Vermelha e
 Grupos insurgentes

E um eventual conflito quanto à aplicação de um tratado não será aplicado um sistema jurídico
estatal especifico. A solução a ser buscada deverá ser internacional , isto é, as partes contratantes
deverão resolver a querela s egundo algum sistema de resolução de controvérs ias internacionais
(negociação direita, mediação, arbitragem, solução judiciária etc .)

Atualmente o estudo dos tratados segue as diretrizes da:


Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) (*art. 2º desta convenção)
Convenção de Viena (1986)

2. Terminologia
2 1 de 41

A terminologia empregada é questão secundária. O que interessa, antes de qualquer outra coisa, a uma
fonte formal é o respeito às formalidades que dizem respeito a seu processo de elaboração.

Diversidade de termos que podem ser utilizados para denominar um tratado:

Tratado
Acordo
Ajuste
Convenção: denomina-se usualmente para um tratado aprovado em conferência internacional
Arranjo
Modus vivendi
Minuta
Pacto
Protocolo
Ato
Ata
Compromisso
Memorando
Carta
Estatuto são expressões utilizadas p. designar um tratado que cria e/ou define a estrutura de uma
organização internacional

Constituição
Concordata: utilizados p. os acordos celebrados entre a Santa Sé e um Estado católico com a finalidade de
organizar o culto.
Etc.

3. Classificação

Regra geral, a classificação dos tratados atende a princípios gerais do direito das obrigações . O
objeto de todo tratado deve ser lícito e possível, caso contrário poderá ser declarado nulo. Um
Estado não pode celebrar um acordo sobre algo que não lhe pertence.

De modo geral, admite-se que um tratado somente alcança fatos posteriores ao momento que
inicia sua vigência, salvo cláusula em sentido oposto. Outrossim é admitido como princípio geral
que um tratado diz respeito ao território de um Estado como um todo, desde que não haja
estipulação expressa em contrário.

Quanto ao número de partes no tratado:


Bilateral - quando há apenas dois sujeitos envolvidos
Multilateral

Quanto à c onsecução do objeto de um acordo de vontades os tratados podem ser de:


2 2 de 41

Efeito estático (instantâneo): são aqueles c ujo objeto é exaurido de modo instantâneo, isto é,
não se prolonga ao longo do tempo.
Efeito dinâmico (continuo) : apresentam obrigações de caráter contínuo. Não apresentam
efeito em um único momento. O objeto da negociação se estende ao longo do tempo; seja o
prazo do tratado determinado ou indeterminado.

Quanto ao prazo ou período de execução:


Determinado
Indeterminado

Quanto a funç ão da natureza normativa:


Tratado-contrato: são acordos utilizados na realizaç ão de um negocio entre sujeitos do DIP
(permuta, compra e venda, etc); versam sobre uma situação factual ou concreta
Tratado-norma: são os tratados que estabelecem regras de conduta, ou comportamentais,
para os sujeitos que tenham expressado seu consentimento; versam sobre temas gerais e
abstratos.

Capitulo XI
Tratados: Negociação e Elaboração do texto

1. Competência negocial.

Diz-se que todo aquele que es tá munido de poderes para celebrar um acordo em nome de um
Estado ou de uma OI possui c ompetência negocial.
A competência negocial diz respeito ao direito interno de cada Estado ou às regras das OIs.

Pode-se dividi-la em duas es pécies, no que diz respeito aos Estados:

1.1. Competência N egocial Originária - CF art. 84, VIII

Diz respeito àquele agente ou autoridade que representa originariamente um Estado, isto
é, aquele que tem competência para celebrar um tratado internacional em nome de um
Estado antes de qualquer outra pessoa: Chefe de Es tado e /ou Governo

1.2. Competência N egocial Derivada

Os agentes que rec ebem poderes para repres entar um Estado na assinatura de um tratado
internacional de quem tem competência originária possuem competência derivada. São
pessoas que, num primeiro momento, não estariam aptas a celebrar um acordo
internacional, todavia recebem poderes por delegação.

No constitucionalismo brasileiro, há a s eparação entre as c ompetências:


2 3 de 41

Privativa: a competência delegável.


Exclusiva: é a competência exercida por certo agente ou autoridade com exclusão de
qualquer outra pessoa, de modo que não haja possibilidade de delegação de poderes.

Denomina-se plenipotenciário o agente que recebe plenos poderes por delegaç ão -


documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual são
designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação...

É dispensado de plenos poderes, por vez têm competência originária:


Os chefes de Estado
Chefes de Governo.

(*) Obs.: dispensa de plenos poderes:


Ministro das Relações Exteriores,
Chefe de Missão diplomática. *Somente nestes casos não precisa de plenos poderes
na adoção = Tratados bilaterais entre o Estado acreditante, e o Estado acreditado.
E não é em todos os atos.

*O chefe de Missão Diplomática prescinde da apresentação dos plenos poderes na adoção


do texto de um tratado entre o Estado que o nomeia ( Estado acreditante) e o Estado onde
servirá (Estado acreditado).

2. Conclusão dos Tratados: Adoção e autenticação.

N egociação e elaboração do tratado :


Adoç ão: o ato de aprovação da redação definitiva de um tratado. Usualmente, esse
ato se dá por consenso entre as partes envolvidas na negociação.
Modo de realização: consenso; votação (maioria); *em conferências;

Autenticação (assinatura)
A autenticação é o ato pelo qual se confere autenticidade ao texto aprovado.
Nas negociações de tratados encontrados mais de uma versão de texto.
Textos (versões):
 Autênticos - é o que está na língua estrangeira
 Oficial - Se o texto estiver em outro língua vai ter que ser feito uma
versão oficial (interna) na língua brasileira.

Capitulo XII
Tratados: Expressão do consentimento
2 4 de 41

O aspecto convencional dos tratados exige que os sujeitos que deles participam manifestam
livremente sua vontade em relação ao texto, isto é, devem expressar seu consentimento. Sem isso
não é possível atribuir nenhuma obrigação a um Estado ou organismo internacional .
Após a manifestaç ão definitiva da vontade de se obrigar perante um tratado, o Estado é
denominado "c ontratante", esteja em vigor ou não o ato; já o Estado que tenha expressado seu
consentimento em relação a um tratado que está em vigor é chamado "Es tado-parte".

1. As s inatura

A assinatura consiste na forma mais simples de expressão do cons entimento. No momento em


que o repres entante do Estado assina o próprio tratado ou a ata - presume-se que o Estado já
expressa seu consentimento e se obriga em relação ao texto.

É comum que os signatários recorram à prática da assinatura ad referandum , aquela c uja validade
depende de c onfirmação ulterior.

Os acordos que dispensam atos posteriores necessários à validação da assinatura, salvo aqueles
de competência do Poder Executivo de um Estado, são conhecidos como acordos em forma
simplificada.

Para os acordos em forma simplificada , a assinatura tem em princípio um efeito definitivo


e vale, por conseguinte compromisso. A assinatura emana da Ministro dos Negócios
Estrangeiros ou qualquer outra pessoa autoriza. Os acordos em forma simplificada tomam
de resto as formas mais diversas (trocas de c artas, de declaração comum, ata de reunião)
que podem mesmo não comportar nenhuma assinatura, nomeadamente par a os acordos
verbais. Os acordos em forma simplificada são uma criação da prática internacional,
ignorada geralmente pelo direito constitucional; mostram por cons eguinte que o direito
internacional rege diretamente a conclusão dos acordos internacionais, e mbora as
constituições nacionais procurem às vezes barrar e contralar o seu desenvolvimento.

Usualmente, esses tratados são bilaterais e não versam sobre matéria de acentuada relevância,
fato que justifica a ausência de análise futura pelo Poder Legislati vo. Também conhecidos como
acordos executivos (executive agreements )

2. Troc a de N otas

A troc a de notas - ou - troc a dos instrumentos c onstitutivos - ou - troca de c orrespondências:

é método negocial um processo de conclusão de tratados bilaterais . Por isso com certa
frequência, encontra-se a expressão - acordo por troca de notas reservais.

o tratado vai s er feito à distância.

Proc esso de negociação


2 5 de 41

a) após um período de diálogos e negociações sobre certo tema, o repres entante de um


Estado encaminha a outro uma nota oficial com uma proposta de acordo;
b) a nota oficial é recebida
c) o governo ou autoridade que recebe a nota remeterá uma outra acusando o rec ebiment o
da proposta;
d) após o cumprimento das exigências de seu sistema jurídico interno relativas à validade do
tratado, o Estado a quem foi redigida a proposta enviará uma nota oficial ao proponente
comunicando-lhe sua anuência.

Quando dois ou mais Estados reco rrem à troca de notas não há um encontro de autoridades
munidas de plenos poderes para adotar e autenticar um texto.

O recebimento da nota que contém a proposta, com o consequente envio de resposta favorável ao
texto, s ubs titui o momento da adoção e da autenticação.

A expressão do consentimento das partes negociadoras acontecerá no momento em que os


destinatários da proposta enviar uma correspondência oficial comunicando o proponente a
respeito da aceitação definitiva do tratado. Tem-se portanto, que a expressão do cons entimento
das partes será simultânea, visto que somente quando houver efetivamente uma troca de notas
(ou correspondências) oficiais é que haverá vínculo formal entre os Es tados.

A troca de notas não chega a ser propriamente uma forma autônoma da manifestação da vontade
estatal, posto que o direito interno pode conter disposições cuja observâncias são vitais à
expressão do consentimento (nec essidade de aprovação parlamentar). Assim, conquanto a troca
de notas s eja um método negocial, o envio de correspondência oficial que manifesta a
concordância do Estado ao proponente apresenta, na prática, os mesmos efeitos da ratificação.

3. Ratificação

Consiste na confirmação da assinatura perante os demais signatários após o atendimento de


todas as exigências do direito interno de um Estado.

3.1. Ratificação interna

Usualmente os procedimentos necessários à ratificação interna de um tratado são estabelecidos


pela norma fundamental de cada Estado. Isso não significa, porém, que o texto constitucional
apresentará regras suficientemente claras a respeito dos procedimentos necessários à ratificação.
A assinatura dos tratados internacionais é uma prerrogativa do Executivo, e estão sujei tos ao
controle do Poder Legislativo
2 6 de 41

3.2 Ratificação internacional

12.4. Adesão

modo de realização:
1) por um termo de adesão, ou
2) tratado de adesão

Classificação quanto à adesão:

a) aberto
b) semiaberto
c) fechado

12.5 Reserva
Declaraç ão unilateral por meio da qual um negociador comunica - por esc rito - os demais que ele
se exclui do âmbito de aplicação de certos dispositivos de um tratado.
Momento: na expressão definitiva do cons entimento, isto é quando da assinatura, ratificação,
aceitação, aprovação ou adesão.
Quando o sistema interno de um Estado requer a ratificação, a autoridade competente para
aprova-lo tem autonomina para formular reservas mesmo que no momento da assinatura nada
tenha sido declarado.
A ratificação internacional é ato do Poder executivo.
O estado tem liberdade para apresentar reservas
exc eções:
a) se tiver cláusula proibitiva no tratado (compromisso único, - single undertaking: ex: tratados
sobre direitos humanos ou meio ambiente);
b) quando a reserva é incompatível com o objeto do tratado e a finalidade do tratado.
Em virtude da unilateralidade em principio não é nec essária a concordância dos demais signatários
para que a res erva tenha efeito, SALVO se o tratado assim dispuser.
Tratando-se do ato constitutivo de uma OI , a reserva só poderá ser feita se houver anuência
expressa do órgão competente da entidade, salvo disposição em contrário no próprio texto.
Embora um Estado tenha plena autonomia para formular reservas, salvo proibição expressa no
texto do tratado, é possível que a outra parte apres ente objeção às reservas . As objeções devem
ser formalizadas em no maximo 12 meses a partir do momento em que houve a notificação da
res erva, a ausência de objeção após esse prazo implica não objeção em relação à reserva.

Capitulo XIII
2 7 de 41

Tratados: Entrada em Vigor, Vigência e Cessar de efeitos.

1. Entrada em vigor
(...)

2. Registro e Publicidade

Independentemente do tipo de tratado - bilateral ou multilateral - há uma regra universal a


respeito do registro dos tratados internacionais.
Art. 102 CNU - os atos celebrados pelos membros da organização deverão ser registrados e
posteriormente publicados pelo Secretariado.

O deposito deverá ser feito após a entrada em vigor do tratado. A aus ência do registro inviabiliza
a invocação de qualquer dispositivo de um tratado frente aos órgãos das Nações Unidas.

Finalidade do registro e da publicidade :

É evitar os males da diplomacia secreta, prática corrente e aceita até o início do sec. XX.
Os tratados secretos eram firmados principalmente, quando dois ou mais Estados
pretendiam constituir alianças estratégicas e militares.
A publicidade dos tratados não visa apenas abolir a diplomacia sec reta. Em determinados
momentos, um ac ordo pode ser de interesse direito ou indireto de terceiros . (*) (assegurar
interesse de terceiros)

Os textos dos tratados registrados junto ao Secretariado da ONU são disponibilizados na United
Nations Treaty Series, com exc eção dos bilaterais que se enquadrem em alguma das seguintes
situações:

a) os acordos de assistência e cooperação de alcance limitado relativos a questões


financeiras, comerciais, administrativas ou técnicas;
b) os acordos relativos a organização de conferência, seminários ou reuniões;
c) os acordos que serão publicados de outro modo , seja pela Secretaria- Geral da ONU ou por
um organismo especializado ou a ela relacionado.

A aus ência do registro não invalida um tratado .

Publicidade:
Internacional
Interna
2 8 de 41

Enquanto o contrato não é um documento público , mantém-se a hipótes e de fraude contra a obrigação
de realização do registro perante as Nações Unidas e posterior publicação.

3. Denúncia

Quando um Estado-parte de um tratado não deseja mais permanecer obrigado ao texto, é


pos sível s ua retirada unilateral.

A denúncia é uma declaração formal (unilateral) por meio da qual uma parte de um tratado
notifica formalmente às demais que se desobriga do cumprimento do que fora pactuado. É
necessário que seja notificada por es crito.

A denúncia começa a valer 60 dias depois da notificação.

A validade do ato não é imediata. A CVDT dispõe que se um tratado não apres enta regras
expressas sobre a denúncia a parte interessada deverá comunicar às demais o seu intento com, no
mínimo doze meses de antec edência. é mais comum, entretanto, que o próprio texto já contenha
cláusula que estabeleça o prazo mínimo.

A CVDT (art. 56) dispõe que a denúncia pode ser feita quando:

a) há previsão no próprio tratado, ou


b) quando as partes estipulam de alguma outra maneira a possibilidade de denúncia, ou
ainda;
c) quando a natureza do tratado permite chegar-se a essa conclusão.

N ão podem s er objeto de denúncia - em função da natureza:

aqueles tratados que geram s ituações irreversíveis , isto é, os tratados que não
apresentam efeito contínuo. Isso acontece quando o objeto da negociação é alcançado
e executado de modo definitivo. Os acordos de limites apresentam essa característica,
uma vez que dois ou mais Estados que c elebram um tratado com tal finalidade
esperam gerar uma situação imutável.
Há, ainda, tratados que contêm disposição que proíbe expressamente a denúncia , fato
que tem se tornado comum em questões ambientais, humanitárias. Não é conveniente,
também a admissão de denúncia em tratados de paz.

Competência: Presidente da República.

Proc edimento da denúncia:


a) Nota da denúncia;
b) Revogação do decreto de promulgação;

Obs.: Alguns países adotam a Teoria do ato contrário;


2 9 de 41

A denúncia não é um ato irreversível , é um ato retratável , portanto é possivel que, mesmo após a
notificação do interesse em se desvincular, um Estado permaneça, quando a retratação for feita
antes de exaurido o prazo(*) previsto para o total desligamento do Estado - ou - volte a ser parte
em um tratado internacional. - (*) Isso pode acontecer - retratação - desde que esteja dentro do
prazo de 60 dias ou do prazo estipulado para começar a valer.

4. Emenda
(...)

5. Sus pensão e Extinção dos Tratados


(...)

Capitulo XIIII
Validade e Aplicabilidade dos Tratados no Direito Interno

1. Elementos Gerais

2. A validade dos tratados no Sistema Jurídico Brasileiro.

.........................................................................................
Após o Capitulo 14 começa aqui..... texto.

Te xto
O Estado no Direito Internacional

1. Conceito
Sociedade política soberana.
Conjunto de pessoas (população) estabelecido num dado território sob a autoridade de um
governo que exerce um poder soberano.
Elementos c onstitutivos: população, território, e governo.

(*) reconhecimento: O nascimento de um estado se dá pelo reconhecimento pelos demais.

2. Elementos
2.1 População
3 0 de 41

TERRITÓRIO

1. Elementos Gerais

2. Os rec ursos N aturais e o c onceito de Território

3. As Divisões do Território Es tatal

Terrestre, aquático e aéreo: Trata-se da divisão tridimensional


O território é o espaço sobre o qual o Estado exerce seu poder exclusivo de intervenção

3.1. Domínio Terrestre


Constituído por: Solo, subsolo, ilhas
É demarcado por limites: Naturais e artificiais

3.2. Domínio Aquático


É constituído de todos os cursos d'agua que cortam seu domínio terrestre (rios, lagos) e
das áreas oceanicas que banham a sua costa.

3.2.1. Domínio Fluvial

Os rios e lagos pode ser:


Interiores (nacionais)
Correm inteiramente dentro do território de um único Estado

ou,
Internacionais,
Deve atender dois critérios:
a) percorrer o território de mais de um Estado;
b) ser navegável em toda a sua extensão

Podem ser:
Limítrofe ou fronteiriços (divisa entre países)
(*) definir critérios de delimitação
Sucessivos ou Contínuos (atravessa de um país p. outro)

Critérios de delimitação
3 1 de 41

Equidistância: dividi-se ao meio

Bolívia
__________________________
..................................................
__________________________
Brasil

Talvegue: canal de navegação de um rio, a área mais profunda (dividi-se no


canal de navegação)
______________________________

______________________________

Tratando-se de rios limítrofes, os vizinhos devem dividi-lo. Ou pelo c ritério da meia


distância, segundo o qual cada Estado tem direito à porç ão que parte da sua margem
até a metade; ou pelo c ritério do talvegue, que corres ponde à área de maior
profundidade do leito do rio e mais favorável à navegação. Em vez de dividi-lo ao
meio, os Estados dividem a área do talvegue pela metade; isso significa que eles
optam por critérios de divisão que favorece a navegabilidade das duas partes.

3.2.2. Domínio Marítimo

Possui quatro divisões:


Mar Territorial
Zona Contígua
Zona Econômica exclusiva
Plataforma Continental

(*) A principal regra à delimitação desses espaços é a Convenção das Nações Unidas
sobre o Direito do Mar (1982)

a.1. Mar territorial

É a faixa de mar que se estende desde a linha de base até uma


distância que não deve exceder 12 milhas marítimas da costa e
sobre a qual o Estado exerce a sua soberania com algumas
limitações determinadas pelo direito internacional.
Soberania plena até 12 milhas
O direito de passagem inoc ente é exercido por embarc ações
estrangeiras quando nec essitam atravessar o mar territorial de um
Estado para chegar a outro.
Obs.: Passagem inocente / não pode impedir a passagem.
3 2 de 41

Deve ser rápida e não pode oferec er risco, a conc essão de


passagem inoc ente é obrigatória a comunicaç ão de que vai passar
é imprescindível
Comunicação obrigatória.
O direito de passagem inoc ente é exercido por embarc ações
estrangeiras somente no mar territorial pois na zona contígua e na
zona ec onômica existe plena liberdade de navegação.

a.2. Zona c ontígua

É uma faixa adjac ente ao mar territorial (*) vizinho. Neste espaço o
Estado costeiro não possui pleno imperium mas pode adotar
medidas preventivas necessárias à manutenção e proteção de seu
território.
O estado pode exercer o poder de polícia (medidas de fiscalização
e controle), tais como ações de fiscalizaç ão em matéria fiscal,
aduaneira, imigratória, ambiental.
Sua extensão pode s er equivalente ao limite do mar territorial (12
milhas), o que significa que os dois juntos não podem ult rapassar
a dis tância de 24 milhas a partir da linha de base.
Até 24 nm - contando da costa

a.3. Zona econômica exclusiva

Surgiu em função da reivindicação de alguns Estados que visavam


expandir suas águas territoriais, principalmente daqueles que
dependem em maior ou menor grau da exploração dos recursos
marinhos.
Não há nessa porção o imperium semelhante ao exercício no
espaço terrestre e no mar territorial. Possuem direitos exclusivos
de exploração ec onômica e não podem criar obstáculos que
impeçam o livre transito de navios e aeronaves.

O estado costeiro tem os s eguintes direitos s obre a ZEE :


a) Direitos de soberania p. fins de exploração e
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos, naturais...
b) exploração e aproveitamento econômico, investigaç ão
cientifica marinha, proteç ão do meio marinho, instalaç ão de ilhas
artificiais.

Soberania econômica
Os recursos são do país (ex.: Brasil)
3 3 de 41

O limite máximo da ZEE é de até 200 milhas contando-se a partir


da linha base
Até 200 nm soberania econômica - contando da costa

Tanto a zona c ontígua quanto a ZEE s ão c onstituídas apenas de


água. O s olo e o s ubsolo dessas porções c onstituem a plataforma
c ontinental.

a.4. Plataforma c ontinental

Corresponde ao solo e subsolo submarino a partir da zona


contigua (a.2)
Soberania econômica.

Delimitação (critério):
Profundidade: critério vertical - 2.500 metros (desde que
não ultrapasse 350milhas)
Distância: critério horizontal - 200milhas a partir da costa.
O país é que irá definir o que será mais vantajoso se será a
profundidade ou distância.

|______________________________________________________________________________________________|

________|__até 12___|________________________________________________________|
12nm 24nm 200nm

a.1 | a.2 (a.3) | a.3 |


a.1 | |
| a.4 |
|

3.3. Domínio Aéreo e Es paço Ul traterrestre


3 4 de 41

É representado pelo espaço sobrejacente às áreas onde o Estado exerce soberania plena. é
o que está acima do domínio terrestre e do mar territorial.
Tudo aquilo que está acima da soberania plena.
O limite de altitude é a estratosfera até aonde pode voar

4. Biodiversidade: a Última Fronteira na transformação do Conceito de Território

..................................................................................
Após começa no apêndice - N ac ionalidade (livro) pag. 285

APÊNDICE: DA NACONALIDADE

1. Elementos Gerais:

O direito à nacionalidade é fundamental e personalíssimo, porém disponível pois reconhece-se o


direito à mudança de nacionalidade.
A nacionalidade é o vinculo de natureza política-jurídica entre o individuo e um Estado. É quase
sempre um requisito de cidadania.

2. Es pécies de N acionalidade:

Originária
Secundária

2.1. Originária

Obtém no momento do nascimento. Diz-se nato de um Estado aquele que já nasce com
direito à nacionalidade, ainda que o nascimento tenha se dado em território estrangeiro.
A nacionalidade originária não é resultado de um ato de vontade do individuo, por isso
também é chamada de nacionalidade involuntária.

Critério para atribuição da nacionalidade:


a. Ius soli (territorialidade): aquele que tenha nascido no território do Estado
b. Ius sanguinis (sanguinidade): o que interessa não é o local de nascimento, e sim o
vínculo sanguinio do individuo com um nacional do Estado (pai/mãe; avô/avó;
bisavô/bisavó)

2.2. Secundária
É a nacionalidade voluntária - é decorrente de um processo de naturalização.
3 5 de 41

A naturalizaç ão é o ato discricionário por meio do qual um Estado outorga a um


estrangeiro, mediante requerimento formal a condição de nacional.
Depende de manifestação expressa da vontade do individuo.
A aquisição de uma nacionalidade por naturalizaç ão implica a perda da nacionalidade
originária, exige a renúncia expressa da antiga.

3 . Perda da N acionalidade

V oluntária (perda-mudança)
O individuo pode renunciar à nacionalidade originária e adquirir uma nova por
naturalização.
Essa renúncia, porém não é ato que depende apenas da vontade do individuo. Mais do que
uma renúncia tem se uma mudanç a de nacionalidade. Trata-se de uma perda-mudança e
não de uma perda renúncia.

Involuntária (perda-punição)
Cassação da nacionalidade;
A cassação é motivada pela prática de atos que atentem contra a s egurança do Estado,
contra a ordem politico-institucional

4. Sis tema Brasileiro

4.1. Brasileiros N atos

a. Os nascidos da Rep. Fed. do Brasil ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país. - ius solis
b. Os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira desde que qualquer deles esteja a
serviço da Rep. Fed. do Brasil. - ius sanguinis
c. Os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que s ejam registrados em
repartição competente ou venham a residir no Brasil e optem em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade pela nacionalidade brasileira. - ius sanguinis

Os filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro, porém não registrado em


repartição competente no país de ocorrência do nascimento, poderão ser registrados no
Brasil por seus pais. Trata-se de um registro provisório, que garante ao titular
enquanto menor o mesmo tratamento conferido ao brasileiro nato. Atingida a
maioridade o titular deverá fazer a opção pela nacionalidade brasileira

4.1. Atribuição da N acionalidade pela Adoção

Situação atípica
3 6 de 41

Brasileiro nato - desde o momento do nascimento - ato de natureza


declaratório - apresenta efeitos retroativos (ex tunc). No Brasil a sentença de
adoção apresenta efeitos constitutivos isto é não retroativos (ex nunc)
Não há menção clara a cerca da condição do adotado

4.2. Brasileiros N aturalizados

a. N aturalização Ordinária

É ato discricionário e seus requisitos gerais são (art. 112 Estatuto do


Estrangeiro):
 Capacidade civil;
 registro permanente
 residência por período c ontínuo não inferior a 04 anos - e mais breve
nos seguintes casos:
a. 01 ano para estrangeiro que tenha filho ou cônjuge
brasileiro, ou tenha prestado ou possa prestar serviços
relevantes ao Brasil, a juízo do MJ
b. 02 anos p. estrangeiros recomendado por sua capacidade
profissional, cientifica ou artistica.
c. 03 anos quando proprietário ou titular de quota ou ações
em sociedade destinada, principal e permanentemente
à produção industrial ou agrícola.

Além dos casos de redução do período de residência a lei


também prevê sua eliminação:
O cônjuge de diplomata brasileiro em atividade, desde que
o casamento tenha sido celebrado há mais de 05 anos
O estrangeiro que tiver prestado serviço a representaç ão
brasileira - diplomática ou consular - por pelo menos 10
anos ininterruptos.
Em ambos os casos a naturalização pode ser requerida
após 30 anos de estada no território brasileiro.
O estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de
atingida a maioridade e haja concluído curso superior em
instituição de ensino brasileiro. Sua naturalização poderá
ser requerida até 01 ano depois da formatura.
Os originários de países de língua portugues es, exige-se
01 ano de residência ininterrupta e idoneidade moral.

 domínio da língua portuguesa falada e escrita


3 7 de 41

 capacidade econômica suficiente à manutenção do naturalizado e de s ua


familia
 bom procedimento
 inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação em virtude da
prática de crime doloso com pena superior a 01 ano
 boa saúde - é dispensada quando o estrangeiro já reside no Brasil há
mais de 02 anos .

b. N aturalização Extraordinária

Não é ato discricionário


Estrangeiros de quaisquer nacionalidades são tratados de modo uniforme basta
que tenham mais de 15 anos ininterruptos de residência no Brasil e não haja
condenação penal

A concessão de naturalização no Brasil - seja na forma ordinária ou


extraordinária envolve os poderes Executivos (1ª fase) e o Judiciário (2ª fase).
1ª fase - O requerimento assinado pelo naturalizando deve s er feito ao MJ
porém a apresentação pode ser feita Departamento de Policia Federal. Caso não
preencha todos os requisitos o requerimento será arquivado, é cabível pedido
de reconsideração à autoridade no prazo de 30 dias, mantido o arquivamento
pode recorrer ao MJ em igual prazo. Favorável a decisão o MJ concede
formalmente mediante portaria publicada no Diário Oficial da União, após a
publicação é emitido o c ertificado de naturalização que é remetido ao juízo
federal do domicilio do interessado p. entrega formal em audiência pública. O
prazo p solicitação de entrega do c ertificado é de 12 mes es a partir da
publicação.
2ª fase - durante a audiência a autoridade judiciária discorrerá sobre a
naturalizaç ão, o naturalizando deve demonstrar o domínio do idioma nacional,
renuncia expressamente à sua nacionalidade de origem , assumir compromisso
de cumprir os deveres de brasileiro.

4.2.1. Certificado Provisório de N aturalização - (*) no c aso de adoção

Estrangeiros sem capacidade civil que não podem requerer a própria


naturalização - trata-se do certificado provisório de naturalização.
So pode ser beneficiado pela naturalização provisória o estrangeiro que tenha se
estabelecido de modo permanente no território brasileiro durante os 05
primeiros anos de vida.
O certificado expira em 02 anos após o seu titular atingir a maioridade
3 8 de 41

4.3. Perda da N acionalidade no Brasil

Perda voluntária - atinge o nato e o naturalizado - ocorre quando o brasileiro adquire de


modo espontâneo outra nacionalidade - salvo o reconhecimento de outro nacionalidade
originária (dupla nacionalidade).
O brasileiro que perde a nacionalidade voluntaria pode reaver sua condição. Trata-se de
"reaquisição" da nacionalidade - retoma sua condição de brasileiro nato.
A autoridade competente para decidir a reaquisição é o Presidente da Republica - porém a
competência declarar a perda e a reaquiSIção da nacionalidade foi delegado ao MJ
Perda Involuntária - (situação de cancelamento de naturalização) apenas alcança o
naturalizado que se envolve em atividade nociva ao interesse nacional.
A cassação só ocorre após processo judicial

5. Portugueses no Brasil

Os portugueses residentes no Brasil poderão ter os mesmo direitos de brasil. naturalziado sem
que tenha que passar por um processo de naturalização e abrir mão da nacionalidade originária.
A reciprocidade de tratamento é assegurado pelos países por meio de um tratado.

Para requerer o es tatuto da igualdade :

Direitos
Civis: não tem prazo para requerer
Políticos: mínimo de 03 anos de residência com visto permanente (o visto tem prazo de 05
anos - tem que renovar a cada 05 anos)

(*) Regra: o beneficiário do estatuto da igualdade não pode s er extraditado SALVO s e o requerente é o
país de s ua nacionalidade.

.................................................................................

Te xto
Saída Compulsória do Estrangeiro

Formas de retirada compulsória:


Repatriação
Deportação medidas unilaterais não há nenhum tipo de dialogo formal, dependem unicamente das autoridades e
das normas internas

Expulsão
3 9 de 41

Extradição ato bilateral requer pedido formal feito por um Estado a outro

1. Repatriação e Deportação

1.1. Repatriação
Consiste no retorno de alguém ao seu país de origem. Tal providencia esta relacionada aos
casos de não admissibilidade do estrangeiro, quando não preenche todos os requisitos
exigidos por um país.
Impedimento da entrada do estrangeiro s em autorização para ingressar no território nacional
que ainda esteja em área de aeroporto, porto ou fronteira.
Está relacionado à irregularidade - diz respeito a não admissibilidade

1.2. Deportação
Consiste na retirada compulsória do estrangeiro que ingressa ou permanece irregularmente no
território nacional.
Está relacionado à irregularidade - diz respeito ingresso e permanência irregular.
Não é crime e sim infração. A deportação é pena ou sanção por tal ato infracional.
Não gera efeitos permanentes

Considerações gerais:
Competência executória para as duas medidas (repatriação / deportação) é do
Departamento de Policia Federal do Ministério da Justiça.
São procedimentos administrativos.

1.3. Expulsão

É a retirada c oercitiva do estrangeiro cuja presenç a é considerada nociva para o Estado que o
acolhe, em virtude de atos que atentam contra a segurança nacional ou a ordem pública , o
individuo é declarado persona non grata, indesejado ou indigno.
Tal medida não e aplicada ao nacional pois isso configuraria o banimento .
Competência p. expulsar: Poder Executivo. - Mediante decreto é do Presidente da Republica
- porém a competência decisória foi delegada ao Ministro da Justiça , e o ato que oficializa a
expulsão ou a revoga é uma portaria ministerial.
Não pressupõe um processo judicial, porém é imprescindível o inquérito de expulsão cuja
instauraç ão é pelo Ministro da Justiça que pode fazer de oficio ou mediante solicitação
fundamentada. A condução do inquérito cabe ao Dep de Policia Federal. Porém trata-se de
procedimento administrativo.
Diante o cometimento de fatos mais graves s erá instaurado o inquérito sumário, o prazo é de
15 dias p. conclusão. O MJ a fim de assegurar a conclusão do Inquérito poderá determinar a
prisão do estrangeiro por 90 dias admitida renovação de igual período.
4 0 de 41

Quando o inquérito resultar de ato de expulsão - poderá ser objeto de pedido de


reconsideração - , no prazo de 10 dias a contar da publicaç ão, porém não será possível se o
inquérito for sumário. O pedido será dirigidao ao Presidente, devendo ser endereçado ao MJ
por força do decreto 3.447.
A expulsão gera efeitos permanentes.

Impedimentos a expulsão:
a. Extradição inadmitida;
b. cônjuge brasileiro, desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 05 anos;
c. filhos brasileiros sob a guarda do expulsando e que dependa dele economicamente;
d. (*) união estável e guarda compartilhada (deve ser analisado o caso concreto);

1.4. Extradição

Extradição é a entrada mediante requerimento formal, da parte de um Estado a outro, de uma


pes soa acusada ou c ondenada pela prática de um c rime grave. Cooperação judiciária.
Relações formais entre governos envolvidos.
O STF é competente para julgar a extradição passiva
Uma das condições à concessão da extradição é que o crime tenha sido cometido no território
do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado.

Características:
a. Bilateralidade
b. Reciprocidade
c. Discricionariedade
d. Pedido fundamentado na prática de um crime grave;

Impedimentos à Extradição estão relacionados:


a. Competência da justiça brasileira
b. Nacionalidade Brasileira
c. à pratica de crime político
d. à violação a princípios fundamentais do processo penal.

O es trangeiro que tenha c ônjuge/filhos brasileiro pode s er extraditado do Brasil.

1.4.1 Entrega ao Tribuna Penal Internacional

Essa instancia é competente para julgar os mais graves delitos de transcendência


internacional: crimes contra a humanidade; genocídio; crimes de guerra e agressão.
Também é competente para julgar crimes contra a administração da justiça.
4 1 de 41

A CF veda a extradição de nacionais, mas tal proibição não alcança a entrega. Caso as
autoridades pátrias entreguem um brasileiro ao TPI, ele não será coloc ado sob uma
jurisdição estranha pois se trata de uma jurisdiç ão internacional da qual o Brasil
participa voluntariamente.

1.5. Asilo

É um instituto que consiste no acolhimento do estrangeiro impossibilitado de permanecer no


seu país de origem por razões de ordem política. O Estado de origem do requerente não deve
ser necessariamente o da sua nacionalidade.
A condição de asilado não gera um direito permanente para o estrangeiro, de modo que,
cessadas as condições que motivaram a concessão, o Estado concedente pode suspendê-la.

Espécies de asilo:
a. Territorial: ingressa irregularmente
b. Diplomático: buscado junto às repartições oficiais, normalmente quando o individuo
não dispõe de tempo nem meios hábeis para deixar o território do Estado que o
persegue.

1.6. Refúgio

Acolhimento do estrangeiro
Normalmente está relacionada à guerra c ivil, c atástrofes naturais, etc...
O refugio econômico ainda não tem guarida no sistema internacional
No Brasil o pedido é apreciado em primeira instancia pelo Conselho Nacional dos Refugiados
(CONARE). Da decisão denegatória cabe recurso ao MJ no prazo de 15 dias

Вам также может понравиться