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CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Fortaleza/CE
Dezembro – 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Fortaleza/CE
Dezembro – 2013
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Aprovada em 16/12/2013.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Profª Dra. Ana Karine Martins Garcia
Universidade Federal do Ceará
__________________________________________________
Prof. Dr. Jailson Pereira da Silva
Universidade Federal do Ceará
3
“É melhor morrer do que perder a vida”.
Tito de Alencar Lima
4
Aos meus pais, irmão e familiares pelo apoio, incentivo e compreensão
em todos os momentos de minha vida acadêmica.
5
AGRADECIMENTOS
7
RESUMO
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .....................................................................................................10
4. CONSIDERAÇOES FINAIS...................................................................................26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................28
9
INTRODUÇÃO
2 Refiro-me aqui ao famoso decreto nº 477, de 26 de fevereiro de 1969, que dispõe sobre as infrações
disciplinares praticadas sujeitos escolares. Muitas pessoas sofreram sanções sendo enquadradas
nesse decreto. Na própria Universidade Federal do Ceará alguns alunos foram impedidos de
prosseguirem com suas graduações, por estarem de alguma forma, ligados à resistência contra o
regime autoritário. BRASIL. Decreto lei nº 477, de 26 de fevereiro de 1969, Define infrações
disciplinares praticadas por professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de
ensino público ou particulares, e dá outras providências. Diário oficial da União, Brasília, 26 de fev. de
1969.
6 Decreto-lei nº 547 de 18-4-69 – C.F.E.
7 FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da História Ensinada. Campinas, SP: Papirus, 1993,
pp.26.
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lócus de aplicação de saberes universitários, mas de produção de saberes
docentes, escolares, os quais, por sua vez, devem promover e/ou fortalecer
a possibilidade da produção do conhecimento histórico pelos seus futuros
alunos3.
3
Projeto Político Pedagógico do Curso de História da Universidade Federal do Ceará, Agosto 2010.
4 DTIC – Docência Integrada às Tecnologias da Informação e Comunicação.
12
1 – ENTENDENDO AS DISCIPLINAS DE OFICINA
13
trabalharem questões sobre o ensino de história e a construção do currículo desse
campo de saber.
A presente disciplina tem como preocupação possibilitar que o corpo
discente relacione pesquisa e ensino a partir: do levantamento
historiográfico e da crítica de documentos referente à História Antiga e
Medieval. A partir desta atividade os estudantes podem obter um lastro de
erudição para compreender, analisar e produzir materiais didáticos voltados
para o ensino de História Antiga e Medieval em instituições de ensino,
pesquisa e movimentos sociais.5
5
Justificativa da disciplina presente no Programa da Disciplina que se encontra disponível na pró-
reitoria de graduação. (Currículo 2006.1)
6 Ementa da disciplina presente no Programa da Disciplina que se encontra disponível na pró-reitoria
formação, onde o professor não ignoraria os conhecimentos prévios dos alunos e o professor seria o
organizador de atividades problematizadoras.
15
como bolsista do Programa de Iniciação a Docência ligada a Disciplina de oficina de
História Geral I. Assim, ao estabelecemos um recorte para o desenvolvimento dessa
pesquisa, não entraremos nas especificidades das demais oficinas.
12
Trecho retirado da Justificativa do projeto para aquisição da bolsa de monitoria.
13 Trecho retirado da Justificativa do projeto para aquisição da bolsa de monitoria.
16
3- Valorizar alunos/as que se destacam no decurso da disciplina Oficina de
História Geral I.
4 - Incentivar uma maior aproximação dos/as graduandos/as monitores/as
com os meandros do universo da prática docente, através do conhecimento
dos ditames do ensino e da pesquisa, vinculados à Disciplina Oficina de
História Geral I.14
14
Objetivos propostos no projeto apresentado à Pró-Reitoria de Graduação para pedido de bolsa PID.
15 Trecho retirado da Justificativa do projeto para aquisição da bolsa de monitoria.
17
2. AS DIFICULDADES DO ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL
18
Vamos nos concentrar, aqui, nas experiências dos discentes matriculados na
disciplina de Oficina de História Geral I, pois uma das atividades propostas aos
alunos é a produção de oficinas com temas pertencentes à História Antiga e
Medieval. Nessas oficinas, além das propostas de atividades e novas abordagens
para o trabalho com o tema, os discentes analisam alguns livros didáticos e como
esses propõem discussões sobre o tema escolhido pelo aluno para desenvolver sua
oficina.
Idade Média... Idade das trevas! Muitos podem pensar ao ler/observar essa
associação que se trata de algo em desuso, contudo para além de uma
batalha vencida a associação do período medieval como a ideia de treva
(esta significando ausência de produção cultural e outros saberes de “luz”)
tem uma longa história e muitas vezes ela pode ser mais próxima de nosso
tempo do que imaginamos e desejamos. Afinal: quantas vezes não ouvimos
criticas àqueles que porventura têm um comportamento fora daqueles tidos
como “civilizados” serem chamados de “bárbaros”? [...] Vendo por esses
fatos pode-se afirmar que o conceito de Idade Média construído a partir da
ideia preconceituosa de que esse período foi marcado por hábitos violentos
e pela inexistência de uma produção cultural (entre outras questões) está
presente em nosso imaginário. (OLIVEIRA, 2010, p. 103)
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Pensando, também, os temas ligados à Antiguidade, período mais distante
ainda da vivência dos alunos, o grande problema encontrado nos livros didáticos é o
anacronismo, juízos de valor, uso de imagens (aqui estáticas ou em movimento, no
caso do cinema) apenas como ilustração, fontes que deveriam ser problematizadas
e que passam despercebidas pelos alunos no folhear dos livros.
Refletindo sobre o uso das imagens dentro de sala de aula, percebemos que
estas deveriam ser um complemento à interpretação dos textos, sugerindo
questionamentos, inquietações, porém aparece como fuga de páginas inteiras de
letras. Porém, o que encontramos muitas vezes é uma grande quantidade de
imagens, algumas que destoam dos textos que compõem o capítulo. Além, das
diversas vezes que vemos nossos alunos folheando as páginas dos livros e caçando
as imagens na esperança de reduzir seu tempo de leitura?
16
BRASIL. Guia de Livros Didáticos – PNLD. História. Ensino Fundamental Anos Finais, Ministério da
Educação – MEC, 2014. Análise da Obra, p. 59.
20
não se possa encontrar pesquisa especialmente dedicada à produção iconográfica
na área de História [...] já existem estudos que visam analisar essas imagens nos
livros principalmente como alguns sujeitos são retratados nesses materiais didáticos.
(BITTENCOURT, 2010, p. 74-75)
As oficinas são apresentadas no final da disciplina como uma das notas que
compõe a média dos discentes. Em uma das aulas dividimos os temas e elaboramos
o calendário de apresentação. Algumas temáticas como “Estrutura política da Grécia
e Roma” e “Idade Média: Mentalidade, cotidiano, sociedade e economia” são os
temas clássicos, mas aos poucos o oriente começa a ser estudado nas escolas e
nesse semestre 2013.2, sugerimos o tema “China e Japão na Antiguidade”, pois o
estudo dessas culturas milenares ainda é precário quando pensamos em trabalhar
uma História fora do eixo Europa – Américas. As equipes se formam e começam a
organizar o que apresentaram na data prevista. Os grupos ficam em torno com 3 a 4
componentes e estes precisam propor alguma atividade com a temática escolhida. O
professor-titular da disciplina deixa os próprios discentes encarregados de
construírem suas formas de apresentação, metodologia e propostas de atividades. O
monitor fica responsável por auxiliar os alunos com quaisquer dúvidas que
apareçam no decorrer da produção das oficinas.
A maioria das oficinas tem como foco analisar os livros didáticos, alguns
destes livros os alunos conhecem por terem estudado com eles ou por estarem
Durante a análise das atividades que o próprio livro propõe aos alunos, os
grupos vão pensando como se utilizar de maneira mais eficiente dessas atividades.
Alguns grupos se propõem a trabalhar com recursos musicais, como por exemplo, a
música “Metal contra as nuvens”, da banda Legião Urbana, para se pensar algumas
características dos sujeitos durante a medievalidade.
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e distante espacialmente dos alunos, mas que muitos têm interesse e acompanham
muitas dessas produções.
18
Endereço do blog:http://historiantebrasil.blogspot.com.br
23
ferramentas que nos foram apresentadas. No primeiro encontro, foi proposto que
utilizássemos o Facebook, Twitter, Blog, Google DOC’s e o Youtube, durante o
curso. Para cada ferramenta exposta, devíamos formular alguma atividade
direcionada ao andamento da disciplina. Assim, na prática, almejava-se
experimentar os desafios que resultam da inserção dessas tecnologias na sala de
aula.
Então decidimos levar a experiência do curso diretamente para as aulas de
oficina. Criamos um blog para experimentarmos nossos aprendizados, mais o
professor-titular do que eu mesma, pois eu já mantinha um blog pessoal. A proposta
era desenvolver atividades que integrassem essa ferramenta ao cotidiano dos
discentes, criando assim um espaço fora da sala de aula para discussões acerca do
ensino de História.
A primeira atividade proposta aos alunos da disciplina foi que lessem o texto
“por um ensino que deforme”, do professor Durval Muniz de Albuquerque Jr., e
tecessem alguns comentários acerca do papel do professor no processo de ensino-
aprendizagem, no próprio blog.
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O resultado da atividade: mesmo os alunos estando diariamente “conectados”
nas suas redes de comunicação, o uso dessas ferramentas de “lazer” para fins
educacionais, no caso uma atividade da disciplina, eles mostraram-se pouco
envolvidos com a discussão, com a própria forma com a qual foi proposta, o debate
não seria em sala e sim pela internet. Alguns fizeram a atividade, já que essa teria
peso na avaliação do aluno no decorrer do semestre, mas outros apenas ignoraram
ou por não estarem realmente envolvidos com a dinâmica da disciplina ou por não
entenderem qual a relevância da proposta.
Porém, mesmo com um resultado não tão positivo, a proposta mais significativa
foi colocar em debate o uso dessas novas tecnologias que estão disponíveis ao
professor. Por em pauta novos métodos, abordagens e ferramentas de ensino, mas
especificamente voltadas para o ensino de História, dar a perceber a historicidade
da profissão, de novas perspectivas às relações forma X conteúdo, aluno X
professor, passado X presente, Ensino de História X Novas Tecnologias é a
proposta primeira da disciplina de Oficina de História Geral I.
Assim, ao mostrar aos futuros professores que discutir sobre História e Ensino
é muito mais do que decorar uma legislação, entrar em sala “transmitir conteúdo” e ir
embora, estamos propondo uma avaliação de como a academia, mais
especificamente o curso de História da UFC, discute e desenvolve seu papel na
formação de seus futuros formandos.
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1.2 – Atividade Proposta.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Endereço do site: http://www.ohistoriante.com.br/
20
https://www.facebook.com/ohistoriante?fref=ts
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Em minha vivência nesta universidade pouco se falou, discutiu, e
problematizou nosso papel como profissionais do ensino. Nossa formação ainda
carrega o estigma do século XIX, estamos muito voltados para uma formação
bacharelesca. Nos anos 1990, houve um aumento considerável nos estudos sobre o
ensino de História, porém mesmo com a importância dada ao tema Educação e a
História, os incentivos à pesquisa são mínimos.
Por isso, ao entender que a História se faz muito além de dias e noites
enfurnados em arquivos, ao discutirmos sobre nossas práticas, enquanto discentes
em formação, nos tornamos capazes de pensar nossas ações como sujeitos
transformadores, agentes que ao saírem das universidades estaremos formando
outros, formando não apenas para um mercado de trabalho cruel, mas para serem
cidadãos integralmente ativos na sociedade.
Começamos nosso curso com a seguinte pergunta: “Pra que serve a
História?”, podemos não ter certeza exata da reposta, mas durante nossa breve
caminhada pelo rio da História, concordo com Durval Muniz (2001, p. 19), a História
nos serviria para “repensar nossas relações, repensar aquilo que nos fez ser o que
somos. Deve ser esse o papel da história. A história deve ter essa capacidade
fantástica de nos impor uma reflexão sobre como chegamos a ser o que somos”.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARCA, Isabel. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação. In.: Para uma educação de
qualidade. Atlas da Quarta Jornada de Educação Histórica. Braga, Centro de
Investigação em Educação (CIED)/Instituto de Educação e Psicologia, Universidade
do Minho, 2004. p. 131-144.
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____________. Saber Histórico em Sala de Aula. 2a ed. São Paulo, Contexto,
1998.
FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História & Ensino de História. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2011. 3ª edição.
LE GOFF, J. A idade média de Jacques Le Goff. In.: Uma longa Idade Média. Rio
de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1998. p. 27-47
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