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GINZBURG, Carlo. Sinais: Raízes de um paradigma indiciário. In: _________.

Mitos, Emblemas, Sinais: morfologia e história. Trad.: Federico Carotti.


São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 143-179.

FICHAMENTO1
Allana Sousa Silva2

No texto intitulado “Sinais: raízes de um paradigma incidiário”, o historiador


italiano Ginszburg começa afirmando o surgimento de um paradigma do mundo das
Ciências Humanas, por volta do final do século XIX.

Ginszburg demonstra esse novo paradigma, a partir de três principais


analogias: o método adotado por um historiador da arte italiano, chamado Gionanni
Morelli; a aproximação do método indiciário de Morelli ao personagem fictício do
autor Arthur Conan Doyle; e a psicanálise de Freud.

Gionanni Morelli analisa as pinturas a partir de um método que se baseia nos


detalhes, signos, muitas vezes negligenciados: o lóbulo das orelhas, as unhas, as
formas de dedos das mãos e dos pés. Castelnuovo aproxima tal método a personagem
Sherlock Homes de Arthur Conan Doyle, o detetive descobre os crimes a partir dos
detalhes e indícios, forma das orelhas, etc. Wind destaca: “a psicologia moderna
estaria certamente ao lado de Morelli. Os nossos pequenos gestos inconscientes,
revelam o nosso caráter...”, dessa forma Freud também recebe destaque, o
psicanalista chaga a dizer que o método indiciário de Morelli esta estreitamente
ligado à técnica de psicanálise, porque busca penetrar em coisas ocultas através
elementos, sintomas, pouco notados ou desapercebidos.

A principal característica comum entre Freud, Morelli e Conan Doyle é que


eram formados em medicina, portanto tiveram como base o modelo de semiótica
médica: disciplina que permite diagnosticar doenças que não podem ser observadas
diretamente, mas precisam de uma investigação mais minuciosa. Nesses três casos,
as pistas permitem captar uma realidade mais profunda. Conforme destaca, “pistas:
mais precisamente, sintomas (Freud), indícios (Sherlock Holmes), signos pictóricos
(Morelli).” (p. 150).

A segunda seção aborda sobre como o paradigma indiciário está presente desde
milênios mais antigos em que o homem foi caçador, em que tinha que interpretar as
pegadas, pêlos, odores, etc, as pistas. Também fala sobre o patrimônio cognoscitivo,
que na falta de documentação passavam o saber através das narrativas de fábulas. Então
tem-se o saber venatório do universo da caça: a partir dos dados aparentemente
negligenciáveis, conseguiam remontar a realidade. O caçador teria sido o primeiro a narrar
uma história, porque era o único capaz de ler as pistas, esse processo leva a invenção da

1
Fichamento apresentado à disciplina de História e Historiografia, no dia 09 de abril de 2018, ministrada pelo
Prof. Dr. Samuel Luis Velazquez Castellanos do PPGE UFMA .
2
Mestranda em Educação do PPGE UFMA, 18ª turma, São Luís, 2018. E-mail: allana.sousa12@gmail.com
escrita e está ligada aos mitos, hipóteses e adivinhações, caracterizando o paradigma
divinatório mesopotâmico.

As operações intelectuais envolvidas nesse processo são: análises, comparações, e


classificações. Destaca que “por trás desse paradigma indiciário ou divinatório [primitivo],
entrevê-se o gesto talvez mais antigo da história intelectual do gênero humano: o do caçador
agachado na lama, que escruta as pistas da presa.” (p. 154).

Posteriormente, Ginzburg fala sobre as disciplinas da Grécia, são não-divinatórias , mas


ainda assim dependem de um paradigma indiciário. O paradigma galileano caracteriza-se por
ser quantitativo e modelar indo de encontro ao paradigma indiciário. A história nunca
conseguiu ser efetivamente uma ciência aos moldes do paradigma galileano, porque diferente
desta é uma disciplina qualitativa, situações e documentos individuais, assim como a
medicina. Dessa forma, o historiador é comparável ao médico que analisa cada paciente na
sua especificidade. “O conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural.” (p. 157).

Na terceira seção, Ginzburg compara a sua pesquisa com os fios de um tapete


relacionado ao contexto de venatório, divinatório, indiciário ou semiótico. Nesta parte ele
aborda sobre o seu método de forma mais específica, assim como o próprio método propõe.
Para isso, a distinção entre natureza e cultura é fundamental. Considera a complexidade da
sociedade, a dificuldade de se encontrar dados físicos, sinais e indícios, devido a controle
social, falsificação de assinaturas, mobilidade geográfica e social que fazem desaparecer os
rastros.

Ginzburg encerra essa seção questionando se o paradigma indiciário pode ser rigoroso,
ele coloca que o rigor é flexível:“ninguém aprende o ofício de conhecedor ou diagnosticador
limitando-se a pôr em prática regras preexistentes”. (p. 179). Nesse tipo de conhecimento o
elemento essencial é a intuição.

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