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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

ALINE SQUILARO R.A: B9956E-2

BRUNA LARISSA DE LIMA RAMOS R.A: C284DI-7

CASSILA MONIQUE RIBEIRO R.A: C04428-8

DAVID MARK CASSIANO R.A: C28111- 5

NATANI URSULINO DA SILVA R.A: C04432-6

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


TEMA: PROTEÍNAS

SOROCABA - SP

2014
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

ALINE SQUILARO R.A: B9956E-2

BRUNA LARISSA DE LIMA RAMOS R.A: C284DI-7

CASSILA MONIQUE RIBEIRO R.A: C04428-8

DAVID MARK CASSIANO R.A: C28111- 5

NATANI URSULINO DA SILVA R.A: C04432-6

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


TEMA: PROTEÍNAS

Trabalho de Atividades Práticas


Supervisionadas da disciplina de Bioquímica
do Curso de Fisioterapia da Universidade
Paulista - UNIP, sob orientação do Professor
Sandro Rostelato.

SOROCABA - SP

2014
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 6

CONCEITOS .............................................................................................................................. 7

ESTRUTURA PRIMÁRIA .................................................................................................... 9


A SEQUÊNCIA DOS AMINOÁCIDOS DETERMINA A ESTRUTURA PRIMARIA DE UM
PEPTÍDEO. ......................................................................................................................... 9
MUDANÇAS NA ESTRUTURA PRIMÁRIA DE UM PEPTÍDEO ALTERAM SUA
ATIVIDADE BIOLÓGICA. ................................................................................................. 9
ESTRUTURA SECUNDÁRIA ............................................................................................ 10
CONFIGURAÇÃO E CONFORMAÇÃO............................................................................ 10
VÁRIAS FORÇAS ESTABILIZAM AS ESTRUTURAS PROTÉICAS ............................. 10
Ligações de Hidrogênio .................................................................................................... 10
Interações Hidrofóbicas .................................................................................................... 10
Interações Eletrostáticas ................................................................................................... 12
Interações de Van der Waals ............................................................................................ 12
AS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS RESTRINGEM AS POSSÍVEIS CONFORMAÇÕES
SECUNDÁRIAS .................................................................................................................. 12
A ESTRUTURA SECUNDÁRIA É CARACTERIZADA POR CONFORMAÇÕES
REGULARES E IRREGULARES ....................................................................................... 13
A-Hélice ............................................................................................................................. 13
AS LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO E AS FORÇAS DE VAN DER WAALS ESTABILIZAM AS A-HÉLICES
.............................................................................................................................................. 15
A Prolina Pode Torcer uma a-Hélice ............................................................................... 15
A-Hélices Podem Ser Anfipáticas ..................................................................................... 15
Aminoácidos de Diferentes Regiões Formam folhas B- Pregueadas ............................... 15
As Folhas B-Pregueadas Podem ser Paralelas ou Antiparalelas..................................... 16
Quase todas as fitas contendo folhas-B são enroladas no sentido da direita. ................. 16
Regiões de Alças Formam Sítio de Ligação de Antígenos ................................................ 16
Regiões em alças, de tamanho e forma variáveis, formam importantes características
superficiais das proteínas. ................................................................................................ 17
Proteínas Globulares Contêm Dobras B .......................................................................... 18
As Proteínas Podem Conter Regiões Desordenadas ........................................................ 18
Diagramas Esquemáticos Simplificam as Estruturas das Proteínas ................................ 18
As Estruturas Secundárias Podem Formar Motivos Supersecundários ........................... 18
Os Polipeptídeos Grandes Têm Domínios Distintos ......................................................... 19
As Ligações Eletrostáticas Unem Resíduos na Superfície ................................................ 19
As Ligações Dissulfeto Conferem Estabilidade Adicional ................................................ 19
Interações Hidrofóbicas Ligam Resíduos Interiores ........................................................ 19
A Cristalografia de Raios-X Revela a Estrutura Secundária e Terciária ........................ 20
Banco de Dados e Sofisticados Softwares Facilitam o Estudo e a Manipulação das
Estruturas Proteicas.......................................................................................................... 20
ESTRUTURA QUATERNÁRIA ......................................................................................... 21
Proteínas Oligoméricas Têm Múltiplas Cadeias de Polipeptídeos .................................. 21
Os Desnaturantes das Proteínas Rompem as Estruturas Secundárias, Terciária e
Quaternária ....................................................................................................................... 21
Métodos Físicos Revelam o Peso Molecular e a Estrutura Quaternária ......................... 22
COMO AS PROTEÍNAS DOBRAM ................................................................................... 24
Princípios Gerais .............................................................................................................. 24
Proteínas Desnaturadas Podem ser Renaturadas ............................................................ 24
Proteínas Dissulfeto Isomerase ......................................................................................... 26
Prolil cis-trans Isomerase ................................................................................................. 26
Chaperonas Molecular ...................................................................................................... 26
A Função Determina a Forma .......................................................................................... 27
Forças Hidrofóbicas Estabilizam as Folhas-B da Fibroteína da Seda ............................ 27
Estrutura Secundária das Proteínas Fibrosas .................................................................. 27
Ligações Covalentes Cruzadas Estabilizam as Fibras do Colágeno................................ 29
Doenças Nutricionais e Genéticas Podem Envolver Estrutura Secundária Enfraquecida
........................................................................................................................................... 29
CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS................................................................................ 30
Quando a Forma: .............................................................................................................. 30
Quanto à composição: ...................................................................................................... 30
Decréscimo na Síntese Protéica ........................................................................................ 30

FIBROSE CISTICA ................................................................................................................. 32

DEFINIÇÃO ......................................................................................................................... 32
Histopatológica e patogenia ............................................................................................. 32
MANIFESTAÇOES CLINICAS E EVOLUQAO CLINICA ............................................... 33
DIAGNOSTICO ................................................................................................................... 33
FUNCAO PULMONAR. ...................................................................................................... 34
Funções pancreáticas ........................................................................................................ 34
Laboratório. ...................................................................................................................... 35
Complicações .................................................................................................................... 35
ADNase.............................................................................................................................. 37
Nutrição............................................................................................................................. 38
Exercício e reabilitação. ................................................................................................... 38
Terapia genética ................................................................................................................ 38
Prognóstico ....................................................................................................................... 39
CÂNCER............................................................................................................................ 39
O câncer no nível celular .................................................................................................. 39
A gênese do câncer ............................................................................................................ 41
Os níveis de significação do evento cancerígeno.............................................................. 43
Regressão e religião .......................................................................................................... 43
Câncer e defesa ................................................................................................................. 45
O câncer no plano social .................................................................................................. 48
Princípios Terapêuticos .................................................................................................... 49
Mal de Alzheimer .............................................................................................................. 50

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................................... 55


6

INTRODUÇÃO
O seu nome deriva da palavra Grega proteios, que significa “de principal importância” As
proteínas desempenham um papel fundamental nos sistemas biológicos, estando associadas a
todas as formas de vida. Proteínas são macromoléculas polipeptídicas, isto é, são moléculas
muito grandes e formadas por aminoácidos unidos entre si por ligações peptídicas.
Apesar da informação para a evolução e organização biológica das células estarem contida no
ADN, os processos químicos que sustentam a vida de uma célula/organismo são
desempenhados exclusivamente por enzimas. Cada enzima (dos milhares de enzimas já
descobertas) catalisa uma reação biológica altamente específica nas células.

Não existe um consenso entre os autores para definir o número mínimo de moléculas de
aminoácidos que deve formar a molécula proteica, para merecer esse nome. Se aceita que as
proteínas tenham peso molecular acima de 8.000 ou 10.000 daltons (cerca de 100 aminoácidos),
havendo, contudo, alguma confusão entre os termos polipeptídios e proteínas.
7

CONCEITOS
As proteínas são macromoléculas mais versáteis nos sistemas vivos e servem para
funções cruciais em essencialmente todos os processos biológicos. Funcionam como
catalisadores, transportam e armazenam outras moléculas, tais como oxigênio, fornecem apoio
mecânico e proteção imunitária, geram movimento, transmitem impulsos nervosos, e controlam
o crescimento e a diferenciação. Diversas propriedades importantes permitem que as proteínas
participem de uma ampla faixa de funções.

As proteínas são polímeros lineares feitos de unidades monoméricas denominadas


aminoácidos, que se unem ponta a ponta. É notável que elas se envolvam espontaneamente em
estruturas tridimensionais que são determinadas pela sequencia de aminoácidos no polímero
proteico. A função de uma proteína dependente direta de sua estrutura tridimensional. Assim
as proteínas são a personificação da transição do mundo unidimensional de sequencias para o
mundo tridimensional de moléculas capazes de diversas atividades.

As proteínas contêm uma ampla faixa de agrupamentos funcionais. Estes incluem álcoois,
tióis, tióeteres, ácidos carboxílicos, carboxamidas e vários grupamentos básicos. A maioria
destes grupamentos tem reatividade química. Quando combinado em várias sequencias, este
conjunto de grupamentos funcionais dá conta do amplo espectro de funções das proteínas. Por
exemplo, suas propriedades de reação são essenciais para a função das enzimas, as proteínas
que catalisam reações químicas especificam em sistemas biológicos.
8

As proteínas podem interagir uma com outra, e com outras macromoléculas biológicas,
formando montagens complexas. As proteínas dentro destas montagens podem agir em
sinergia, gerando capacidades não existentes nas proteínas componentes individuais.
Exemplos destes conjuntos incluem as máquinas macromoleculares que replicam o DNA,
transmitem sinais dentro de células, e executam muitos outros processos essenciais.

Algumas proteínas são bem rígidas, enquanto outras apresentam uma considerável
flexibilidade. As unidades rígidas podem funcionar como elementos estruturais no
citoesqueleto (a armação interna dentro das células) ou no tecido conjuntivo. Proteínas com
alguma flexibilidade podem atuar como dobradiças, molas e alavancas, que são cruciais para a
função das proteínas para a associação de uma proteína a outra e a outras moléculas, formando
unidades complexas, e para a transmissão de informações dentro de células e entre estas.
9

AS QUATRO ORDENS DA ESTRUTURA PROTÉICA

ESTRUTURA PRIMÁRIA
A estrutura primária da cadeia polipeptídica de uma proteína é a ordem em que os
aminoácidos estão ligados e isso inclui a localização de todas as pontes de dissulfeto. A
estrutura primária é determinada pelos métodos descritos para os polipeptídios.

A SEQUÊNCIA DOS AMINOÁCIDOS DETERMINA A ESTRUTURA PRIMARIA DE


UM PEPTÍDEO.
A estrutura primária de um polipeptídeo é estabelecida quando se conhece o número, a
estrutura e a ordem de todos os seus resíduos de aminoácidos. Os aminoácidos cujos grupos a-
carboxílicos participam na formação das ligações peptídicas são denominados ‘’resíduos
aminoacílicos’’. Esses resíduos são denominados substituindo-se as terminações –ato ou –ina
dos aminoácidos livres por - Il (ex: alanil, aspartil, tirosil).

Os peptídeos são denominados como derivados do resíduo aminoacil carboxílico


terminal. Por exemplo, o tetrapeptídeo Lys-Leu-Tyr-Gln é denominado como derivado da
glutamina e é chamado lisil –leucil, tirosil –glutamina.

A terminação-ina da glutamina indica que o seu grupo a-carboxílico não está envolvido
na formação da ligação peptídica.

MUDANÇAS NA ESTRUTURA PRIMÁRIA DE UM PEPTÍDEO ALTERAM SUA


ATIVIDADE BIOLÓGICA.
A mutação do DNA, alterando códons, pode resultar na inserção de grupos
aminoacílicos em um polipeptídeo ou na proteína. Embora quase sempre não causando efeitos
biológicos importantes, pequenas substituições de aminoácidos podem ocasionar a redução ou
mesmo abolir a atividade biológica, com acompanhamento de efeitos menores (ex: a
intolerância alcoólica em muitos asiáticos) ou consequências mais sérias (ex: anemia
falciforme).

Muitos distúrbios metabólicos hereditários envolvem uma alteração de um único


aminoácido. Novos métodos poderosos para determinação de estrutura de proteínas e DNA
aumentaram o conhecimento das bases bioquímicas de muitas doenças metabólicas
hereditárias.
10

ESTRUTURA SECUNDÁRIA
CONFIGURAÇÃO E CONFORMAÇÃO
O termo ‘’configuração’’ refere-se á relação geométrica entre um dado conjunto de
átomos. A interconversão de alternativas configuracionais (ex: a conversão de D- para L-
alanina) pode ser conseguida somente pela quebra e reformulação das ligações covalentes. O
termo semelhante ‘’conformação’’ refere-se à arquitetura tridimensional de uma proteína e às
relações espaciais de todos os átomos com os demais.

A interconversão de cônformeros envolve não a ruptura de ligações covalentes, mas a


ruptura e reformulação de forças não covalentes (ligações de hidrogênio, ligações salinas e
interações hidrofóbicas) que estabilizam dadas conformações. Mesmo após destacar as
conformações impedidas pelas interações estéricas, a livre rotação ao redor de dois terços das
ligações covalentes da cadeia principal de um polipeptídeo permite um numero
surpreendentemente grande de conformações de uma dada proteína. Contudo, para uma dada
proteína, somente um pequeno número das conformações possíveis tem significado biológico.

VÁRIAS FORÇAS ESTABILIZAM AS ESTRUTURAS PROTÉICAS


Várias interações não covalentes são individualmente fracas, porém, no conjunto, são
muito importantes para a estabilização da conformação das proteínas. Essas forças incluem
ligações de hidrogênio, interações hidrofóbicas, interações eletrostáticas e forças de Van der
Waals.

Ligações de Hidrogênio
Os resíduos com grupos R polares, geralmente ocorrem na superfície das proteínas
globulares, onde formam ligações de hidrogênio, fundamentalmente, com as moléculas de água.
Por outro lado, os resíduos aminoacil do ‘’esqueleto’’ formam ligações de hidrogênio uns com
os outros.

Interações Hidrofóbicas
As interações hidrofóbicas envolvem os grupos R, não polares, dos resíduos aminoacil
que, nas proteínas globulares típicas, residem no interior da proteína. A formação de interações
hidrofóbicas é dirigida entropicamente. Uma forma aproximadamente esférica no todo,
minimiza a área da superfície. A concentração de resíduos não polares no interior da proteína
diminui o numero de resíduos superficiais e aumenta a oportunidade para a fina camada de
moléculas de agua de a superfície formar ligações de hidrogênio entre elas, um processo que
esta associada com um aumento da entropia.
11

Opostamente, o ambiente não polar das membranas biológicas favorece os resíduos de


superfície hidrofóbica, cujos grupos R não polares participam de interações hidrofóbicas com
as cadeias alquímicas laterais dos ésteres de ácidos graxos das bicamadas da membrana.
12

Interações Eletrostáticas
As interações eletrostáticas, ou ligações salinas, são formadas entre grupos de cargas
opostas, tais como os grupos terminais carboxila e amino dos peptídeos e os grupos R
carregados dos resíduos aminoacil polares. Embora todos os grupos formalmente carregados
tendem a se localizar na superfície das proteínas globulares, existem exceções. Grupos polares
específicos, que desempenham funções biológicas essenciais, podem se situar em fissuras que
penetram no interior das proteínas. Desde que os resíduos polares também podem participar de
interações iônicas, a presença de sais, como o KCl, pode diminuir, significativamente, as
interações iônicas entre resíduos superficiais.

Interações de Van der Waals


As forças de Van der Waals, que são extremamente fracas e atuam somente a distancias
extremamente curtas, envolvem um componente atrativo e um repulsivo.

O componente atrativo envolve a interação de dipolos induzidos formados por


flutuações momentâneas na distribuição eletrônica dos átomos vizinhos.

As forças repulsivas surgem quando dois átomos se aproximam de tal modo que haja
uma sobreposição dos seus orbitais eletrônicos. À distância em que a força atrativa é máxima e
a repulsiva é mínima denomina-se distância de contacto de Van der Waals. Os átomos tem raios
de Van der Waals característicos e a distância de ligação (ou contacto) ótima entre dois átomos
é a soma dos seus raios de Van der Waals.

AS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS RESTRINGEM AS POSSÍVEIS CONFORMAÇÕES


SECUNDÁRIAS
A rotação é possível somente ao redor de duas ou três ligações covalentes que formam
o “esqueleto” polipeptídico das proteínas. O caráter de dupla ligação parcial da união entre o
carbono carbonílico e o nitrogênio-a de uma ligação peptídica restringe significativamente as
possíveis conformações de seus átomos associados, que se tornam coplanares.
13

A rotação livre só é possível ao redor de ligações que unem o carbono-a (Ca) ao carbono
carbonílico (Co) e o nitrogênio. O ângulo acerca da ligação Ca-N é denominado Fi e aquele
acerca da ligação Ca-Co, o ângulo psi. As combinações dos ângulos Fi-psi, que resultam em
impedimento estérico entre átomos não ligados, não são permitidas. Quando todos os ângulos
Fi e pis são especificados, a conformação de todos os átomos da cadeia principal, ou esqueleto,
de um polipeptídeo, é conhecida. A análise dos dados cristalográficos, portanto, começa com a
determinação dos ângulos Fi e pis da cadeia principal.

G.N Ramachandran foi o primeiro a usar um gráfico de ângulo Fi versus pis para ilustrar
valores permitidos e os numerosos valores não permitidos.

Combinações permitidas estericamente caracterizam a a-hélice, a folha B-pregueada e


a tripla hélice de colágeno, discutidos abaixo.

A ESTRUTURA SECUNDÁRIA É CARACTERIZADA POR CONFORMAÇÕES


REGULARES E IRREGULARES
A conformação dos esqueletos polipeptídicos de proteínas constitui a sua estrutura
secundária.

Originalmente proposta em bases teóricas, a existência da estrutura secundária foi


amplamente confirmada por análise cristalográfica de raios-x. As espécies de estruturas
secundárias são limitadas pelo caráter de dupla ligação parcial da ligação peptídica e pelo
tamanho e formatos do grupo R aminoacil. As estruturas secundárias incluem, além disso, a
repetição regular das unidades a-hélice, folha B e dobras B denominadas alças ou espirais.

A-Hélice
Se o esqueleto de um polipeptídeo é torcido, em iguais proporções, acerca de cada
carbono-a, forma-se uma espiral ou hélice. Diferentes tipos de hélices, formadas por torções de
extensões e direções diferentes, são descritos pelo número (n_ de resíduos aminoacil por volta,
e a distância (p) por volta, que a hélice produz, ao longo do seu eixo. Formadas por aminoácidos
quirais, as hélices de polipeptídeos exibem quiralidade- i.é., elas giram ou para esquerda ou
para a direita.

Para visualizar uma hélice para a direita, mantenha a palma da sua mão direita para
cima, com os dedos ligeiramente curvados e o polegar apontado para fora de você. O seu
polegar aponta na direção do terminal carboxílico do polipeptídeo de uma hélice para a direita,
que avança na direção dos seus dedos curvado.
14

Embora os polipeptídeos sintéticos dos D-aminoácidos possam formar hélice para a


esquerda, interferências estéricas, pelos grupos R de resíduos L-aminoácil, determinam que
hélices para a esquerda não ocorrem proteínas. Os tipos de hélices polipeptídicas presentes nas
proteínas são, além disso, limitados por fatores estéricos adicionais, pelo número de ligações
de hidrogênio possível e interações de Van der Waals que podem ser formar e estabilizar em
dado tipo de hélice.

A a-hélice tem ângulos fi e psi favoráveis e um modelo de ligação de hidrogênio que


confere um máximo de estabilidade. As a-hélices das proteínas contêm de 4 a 50 resíduos (na
média, 12 resíduos). Os parâmetros relevantes de uma a-hélice são n=3,6 resíduos por volta e
p=0,54 nm (5,4 A). A distância ao longo do eixo da hélice, que separa átomos da cadeia
principal equivalente de resíduos adjacentes, é 0,15 nm (1,5 A).

Os grupos R aminoacil dirigem-se para fora do eixo da hélice, minimizando


interferência estérica mútua.
15

As Ligações de Hidrogênio e as Forças de Van der Waals Estabilizam as a-Hélices


Desde que a a-hélice é a conformação de energia mais baixa e a mais estável para a
cadeia polipeptídica, ela se forma espontaneamente. A estabilidade das a-hélices resulta,
fundamentalmente, da formação do maior número possível de ligações de hidrogênio.

Os nutrientes peptídicos agem como doadores de hidrogênio e o oxigênio carbonílico


do quarto resíduo, na linha de trás, num sentido de estrutura primária, age como um receptor de
hidrogênio. Essas ligações de hidrogênio apresentam uma distância ótima entre N e O de 28 nm
(2,8 A). As interações de Van der Waals também conferem uma estabilidade adicional. Os
átomos firmemente empacotados no cerne de uma a-hélice estão em contato de Val der Waals,
uns com os outros, através do eixo da a-hélice.

A Prolina Pode Torcer uma a-Hélice


Os resíduos Ala, Glu, Leu e Met são mais comuns em a-hélice do que os resíduos Gly,
Pro, Ser ou Try. Esta tendência não é útil. Contudo, para predições estruturais. Desde que o
nitrogênio peptídico de um resíduo prolil não pode formar uma ligação de hidrogênio, a prolina
se encaixa somente na primeira volta de uma a-hélice.

Em outra posição, ela produz uma deformação. Contudo, nem todas as deformações em
a-hélice são causadas por resíduos de prolina. Elas ocorrem também, frequentemente, por ação
de resíduos Gly.

A-Hélices Podem Ser Anfipáticas


Embora se localizem comumente na superfície das proteínas, as a-Hélices podem,
também, estar, inteira ou parcialmente, no interior de uma proteína.

A hélice anfipática, um caso especial, em que os resíduos mudam entre hidrofóbico e


hidrofílico, a cada três ou quatro resíduos, acontece onde as a-hélices se encontram na interface
com um ambiente polar e um não polar. As hélices anfipáticas ocorrem nas lipoproteínas
plasmáticas, bem como em certos hormônios polipeptídicos, venenos, antibióticos,
glicoproteína do vírus da imunodeficiência humana e proteína-quinases reguladas pela
calmodulina.

Aminoácidos de Diferentes Regiões Formam folhas B- Pregueadas


A segunda conformação regular, presente na maioria das proteínas, é a folha B-
pregueada. O “B” significa que é a segunda estrutura regular descrita. O termo “folha
pregueada” descreve a sua aparência, quando vista de canto.
16

Os carbonos a, e os seus grupos R associados, se alternam entre ligeiramente acima e


ligeiramente abaixo do plano da cadeia principal do polipeptídeo. Como ocorre as a-hélices, as
folhas B têm, também, a repetição dos ângulos fi e psi e são estabilizadas pelo maior número
possível de ligações de hidrogênio.

Os polipeptídeos, alinhados um ao lado do outro, são estabilizados por ligações de


hidrogênio formadas entre os hidrogênios de nitrogênios peptídicos e os oxigênios carbonílicos
e fitas adjacentes. Contudo, enquanto as a-hélices contêm resíduos adjacentes, num sentido
estrutural primário, as folhas B envolvem conjuntos de cinco a dez aminoácidos, de diferentes
regiões estruturais primárias. Diferentemente da a-hélice compacta, o esqueleto polipeptídico
de uma folha B é, quase que inteiramente, estendido.

As Folhas B-Pregueadas Podem ser Paralelas ou Antiparalelas


As cadeias polipeptídicas adjacentes de uma folha antiparalela seguem em direções
opostas; as de folhas paralelas, por sua vez, seguem na mesma direção. Com exceção das fitas
mais externas, todas as ligações de hidrogênio possíveis são formadas e cada folha tem um
modelo característico de pontes de hidrogênio. Pares alternados de ligações de hidrogênio,
próximas e distantes, estabilizam as folhas antiparalelas. As ligações de hidrogênio, que
estabilizam as fitas paralelas, são igualmente espaçadas, mas formam ângulo entre as fitas.

Quase todas as fitas contendo folhas-B são enroladas no sentido da direita.


Essas fitas enroladas, de folha-B, formam a espinha dorsal de muitas proteínas
globulares. Numa folha-B, podem estar envolvidas de 2 a 15 fitas e são comuns regiões de
folhas mistas, paralelas e antiparalelas. É provável que, em função de uma menor estabilidade,
as fitas-B paralelas, contendo menos de cinco fitas, sejam raras.

Regiões de Alças Formam Sítio de Ligação de Antígenos


Aproximadamente, metade dos resíduos, numa proteína regular típica, estão sob a forma
de a-hélices ou folhas-B. Os resíduos remanescentes encontram-se na forma de espiralou alças
e, embora ordenados irregularmente, não são menos importantes, biologicamente, do que as
estruturas secundárias, mais regularmente ordenadas. Alças ou espirais não devem ser
confundidos com enovelamento ao acaso, um termo que descreve as conformações
desordenadas, biologicamente não importantes, de proteínas desnaturadas.
17

Regiões em alças, de tamanho e forma variáveis, formam importantes características


superficiais das proteínas.
Expostas ao solvente, ricas em resíduos carregados e polares, mas sem uma estrutura
secundária regular, as alças em forma de grampos conectam folhas-B antipolares adjacentes.
As regiões em alça, de comprimento e estrutura primária variáveis são, frequentemente, o sítio
de interações com os ligantes e funcionam como os locais de ligação dos anticorpos com os
antígenos.
18

Proteínas Globulares Contêm Dobras B


O caráter compacto das proteínas globulares origina-se de conjuntos mais ou menos
retos e aproximadamente 20 resíduos, ligados por regiões de polipeptídeos que mudam
abruptamente de direção. Fitas de folhas-B são ligadas por regiões de polipeptídeos que mudam
abruptamente de direção. Fitas de folhas-B são ligadas por regiões de polipeptídeos que, quando
longas, geralmente, contêm a-hélice. Essas curvas reversas, ou dobras B, envolvem quatro
resíduos ligados pelo hidrogênio de várias maneiras e ocorrem, fundamentalmente, na
superfície das proteínas.

As Proteínas Podem Conter Regiões Desordenadas


Nem todos os resíduos estão, necessariamente, presentes como estruturas secundárias
ordenadas. Muitas proteínas apresentam regiões especificas com numerosas conformações em
solução e, portanto, são verdadeiramente, desordenadas. Exemplos incluem os grupos R longos
dos resíduos de Lisina e porções dos terminais amino ou carboxil de muitos polipeptídeos. Essa
desordem ocasiona flexibilidade, podendo assumir uma função biológica vital.

Muitas regiões desordenadas tornam-se ordenadas quando se ligam a um ligante


específico. Um exemplo comum é a estabilização de regiões desordenadas de centros catalíticos
de muitas enzimas que se unem a um determinado ligante.

Estrutura Terciária

Diagramas Esquemáticos Simplificam as Estruturas das Proteínas


O alto teor de informações dos diagramas ou modelos que incluem todos os átomos de
uma proteína impede o estudo das características gerais da estrutura proteica. Em função disso,
este texto emprega representações convencionais simplificadas para ilustrar as características
estruturais. Os símbolos usados são cilindros para a-hélices, setas largas para fita B e cordões
semelhantes a fita, para as estruturas remanescentes, como as dobras B e alça.

As Estruturas Secundárias Podem Formar Motivos Supersecundários


Em muitas proteínas globulares, os motivos secundários de uma a-hélice ou folha B-
pregueada, formam motivos “supersecundários” reconhecíveis.

O termo “estrutura terciária” refere-se ao relacionamento espacial entre elementos


estruturais secundários.
19

As estruturas secundárias e supersecundárias das grandes proteínas, geralmente, são


organizadas como domínio-unidades compactas ligada por um esqueleto polipeptídico.

A dobra de um polipeptídeo dentro de um domínio, geralmente, ocorre


independentemente da dobra em outros domínios.

A estrutura terciária descreve as relações desses domínios, a maneira pela qual as dobras
das proteínas podem aproximar aminoácidos que se encontram distanciados, num sentido
estrutural primário e as ligações que estabilizam essas conformações.

Os Polipeptídeos Grandes Têm Domínios Distintos


A estrutura secundária-terciária dos grandes polipeptídeos podem estar organizadas em
unidades ligadas, mas estruturalmente independentes, chamadas domínios.

Os domínios, geralmente, desempenham funções discretas, tais como a ligação de


ligantes específicos. Os ligantes podem colocar em contato resíduos originados exclusivamente
de um único domínio. Alternativamente, um ligante pode colocar em contato resíduos
originados de mais do que um domínio e que portanto situam-se na interface desses domínios.

Nas proteínas multiméricas, os resíduos de domínio de diferentes subunidades podem


ligar ligantes tais como coenzimas nas interfaces de uma subunidade, cujas superfície de contato
derivam de resíduos de diferentes subunidades.

As Ligações Eletrostáticas Unem Resíduos na Superfície


As ligações salinas (eletrostáticas) ligam grupos R de cargas opostas dos resíduos e os
grupos a carregados de resíduos carboxil e aminoterminais. Por exemplo, o grupo R da Lisina
(carga líquida-1 em pH fisiológico) e do aspartato ou glutamato (carga líquida -1) podem
interagir , eletrostaticamente, para estabilizar as proteínas.

As Ligações Dissulfeto Conferem Estabilidade Adicional


Além das ligações peptídicas, ligações dissulfeto, covalentes, podem se formar entre
resíduos de cisteína, presentes no mesmo ou em diferentes polipeptídeos. Essas ligações
dissulfeto conferem uma estabilidade adicional a conformações específicas de proteínas, tais
como as enzimas (ex., ribonuclease) e proteínas estruturais (ex., queratina).

Interações Hidrofóbicas Ligam Resíduos Interiores


Cadeias laterais não polares de aminoácidos associam-se no interior das proteínas
globulares. Essas associações são individualmente, muito fracas e não são estequiométricas. O
20

seu número elevado determina, no entanto, que as interações hidrofóbicas contribuem


significativamente para manter a estrutura proteica.

A Cristalografia de Raios-X Revela a Estrutura Secundária e Terciária


Raios-X dirigidos a um cristal de uma proteína e de um derivado contendo um metal
pesado adicionado são espalhados, resultando diagramas que dependem das densidades
eletrônicas em diferentes partes da molécula de proteína. Os dados coletados em placas
fotográficas, ou detetores de área ligados a um computador, são analisados matematicamente,
traduzidos em mapas de densidades eletrônicas e usados para constituir modelos
tridimensionais gerados por computador. Apesar do tempo requerido, alto custo e necessidade
de técnicos altamente especializados, a cristalografia de raios-x tem produzido uma visão
tridimensional de mais do que 1.000 proteínas diferentes.

As suas contribuições para a nossa compreensão da estrutura de proteínas deve ser


bastante enfatizada. A imagem por ressonância magnética (MRI) tem sido usada para resolver
estruturas tridimensionais de certas moléculas pequenas e promete ser útil para proteínas
maiores.

Banco de Dados e Sofisticados Softwares Facilitam o Estudo e a Manipulação das


Estruturas Proteicas
As coordenadas de todos os átomos de proteínas cujas estruturas foram determinadas
por cristalografia de raios-x são acessíveis via internet, através do banco de dados eletrônicos.

As coordenadas podem ser obtidas e ligadas a programas sofisticados- muitos do


domínio público – que permitem gerar e manipular modelos na tela do monitor, girá-los em
todas as direções, adicionar ou subtrair resíduos, domínios ou ligantes, mudar ângulo de
ligações, etc., muitas vezes utilizando apenas um computador pessoal.
21

ESTRUTURA QUATERNÁRIA
Proteínas Oligoméricas Têm Múltiplas Cadeias de Polipeptídeos
As proteínas que apresentam duas ou mais cadeias de polipeptídeos, associadas por
forças não covalentes, são conhecidas por exibir estrutura quaternária. Nessas proteínas
multiméricas, as cadeias individuais de polipeptídeos são denominadas protômeros ou
subunidades. Ligações de hidrogênio e ligações eletrostáticas formadas entre resíduos
superficiais de subunidades adjacentes estabilizam a associação de subunidades.

Proteínas composta por duas ou quatro unidades são denominadas proteínas dimétricas
ou proteínas tetrâmeras, respectivamente.

Homodimeros, homotetrâmeros, etc., consistem de subunidade idêntica; hétero-


oligômeros, de subunidades diferentes.

As diferentes subunidades de proteínas hétero-oligométricas desempenham funções


tipicamente discretas. Uma subunidade ou um conjunto de subunidades idênticas podem
desempenhar uma função catalítica; outro conjunto de subunidades, o reconhecimento de um
ligante ou um papel regulador. Diferentes orientações espaciais de subunidades conferem
propriedades alteradas sobre o oligômero e permitem que proteínas multiméricas desempenhem
papéis específicos na regulação intracelular.

Os Desnaturantes das Proteínas Rompem as Estruturas Secundárias, Terciária e


Quaternária
Reagentes tais como a uréia, sulfato de dodecil sódio (SDS), meio ácido ou alcalino
moderado, rompem as ligações de hidrogênio, ligações hidrofóbicas e as ligações eletrostáticas
( mas não as ligações peptídicas ou de dissulfeto ). Eles, portanto, rompem todas as ordens das
estruturas protéicas, exceto as estruturas primárias, e destroem a atividade biológica.
22

Métodos Físicos Revelam o Peso Molecular e a Estrutura Quaternária


A determinação da estrutura quaternária das proteínas oligoméricas envolve a
determinação do número e espécie dos protômeros presentes, suas orientações recíprocas e as
interações que nos unem. Desde que os oligômeros não sofrem desnaturação durante o processo
usados para determinar o peso molecular, vários métodos podem ser usados com aquele
objetivo. Essas mesmas técnicas podem ser usadas na determinação do peso molecular, se o
oligômero for inicialmente desnaturado.

Ultracentrifugação Analítica: A ultracentrifugação analítica, método desenvolvido por


Svedberg, mede a velocidade de sedimentação num campo de ultracentrifugação em torno de
10 g. Atualmente, esse método tende a ser substituído por técnicas mais simples.

Centrifugação Baseada no Gradiente de Densidade da Sacarose: Esta técnica é mais


indicada para ser aplicada às proteínas globulares. Tanto a proteína de referência como a
desconhecida são mantidas num gradiente de sacarose 5-20%, tamponada, preparada por
repetidos processos de congelamento e descongelamento de sacarose a 20%.

Após uma centrifugação, durante toda a noite. A 10g, os conteúdos dos tubos são
removidos aos poucos e, posteriormente, a proteína é analisada.

A mobilidade da proteína desconhecida, expressa em relação ao padrão de peso


molecular conhecido, é então computada e o seu peso molecular pode, em seguida, ser
calculado.

Filtração em Gel: Colunas de Sephadex ou de matrizes semelhantes, que têm “poros”


numa faixa de dimensões conhecidas, são calibradas usando-se proteínas de peso molecular
conhecido. O peso molecular de uma proteína desconhecida é, então, calculado através da sua
posição na eluição com relação aos padrões.

Se a proteína é altamente assimétrica, ou interage fortemente com o material do qual a


peneira molecular é produzida, podem resultar erros significativos.
23

Eletroforese em Gel de Poliacrilamida (PAGE): As proteínas de referência e


desconhecidas são separadas por eletroforese, num gel polimerizado de poliacrilamida 5-15%,
de porosidade variada e então coradas, usando o corante azul de Coomassie ou Ag. Para se
determinar o tamanho da subunidade das proteínas oligoméricas, usa-se a técnica SDS-PAGE.
As proteínas são, inicialmente, desnaturadas por ebulição em B-mercaptoetanol e o detergente
iônico sulfato de dodecil sódio (SDS), carregado negativamente, são então separadas com base
no seu tamanho (e não pela carga) por SDS-PAGE, sobre gel, que contém SDS.

A Microscopia Eletrônica Visualiza Complexos Macromoleculares: A microscopia


eletrônica, que pode aumentar até 100.000 vezes o diâmetro, visualiza partículas virais,
complexos enzimáticos, proteínas oligoméricas e oligômeros de alto peso molecular.
24

COMO AS PROTEÍNAS DOBRAM


Como, em alguns segundos, os polipeptídeos dobram-se nos seus estados fisiológicos
nativos? Não existem ainda respostas definitivas e esta questão permanece um assunto ativo de
investigação. Alguns princípios gerais, contudo, são conhecidos. A dobra não pode acontecer
via um modelo de “procura ao acaso”, isto é, aquele que envolve a exploração de todas as
conformações possíveis, no caminho para o seu estado nativo. Mesmo para um polipeptídeo
comparativamente pequeno, a dobra, através de um caminho de procura ao acaso, requer não
segundos, mais sim um tempo maior do que a idade estimada no universo!

A dobra, claramente, deve ser um processo muito mais dirigido, que envolve caminhos,
até os intermediários, altamente favorecidos.

Princípios Gerais
Baseando-se nos conhecimentos atuais, a dobra de polipeptídeos e proteínas
multiméricas parece envolver os seguintes estágios.

Primeiro são formados períodos curtos de estruturas secundárias- regiões de a-hélice,


folha-B, voltadas B, etc. O crescimento através da difusão desse período curtos conduz, em
última análise, a um domínio. Nas proteínas multidomínios, os domínios dobrados coalescem
para formar o assim chamado “glóbulo fundido”, que tem uma extensa estrutura secundária,
mais um estrutura terciária pouco ordenada. Mudanças conformacionais sucessivas convertem
o glóbulo fundido a uma forma compacta, com uma estrutura terciária ordenada. Mudanças
menores na conformação, assim, conduzem a uma estrutura polipeptídica nativa. Para as
proteínas monoméricas, o processo de dobra, agora, está completo.

Para as proteínas com estrutura quaternária, estes polipeptídeos ordenados servem como
subunidades que se juntam para formar multímeros.

Proteínas Desnaturadas Podem ser Renaturadas


Muitas proteínas desnaturadas desdobram-se espontaneamente, in vitro, com a
restauração concomitante da atividade biológica. Isto conduziu Anfinsen a concluir que a
estrutura primária dos polipeptídeos era suficiente, por si mesma, para dirigir o dobramento da
proteína. Entretanto, o desdobramento espontâneo leva horas para ocorrer, um tempo muito
longo para contribuir ao dobramento protéico, in vitro.
25

A conclusão de Anfinsen, de que a estrutura primária dirige o dobramento in vivo,


permanece válida, mais requer uma modificação para incorporar a participação de proteínas
acessórias, que aceleram o processo de dobramento e dirigem-no por caminhos específicos.
Essas proteínas acessórias incluem a enzima dissulfeto isomerase, prolil cistrans isomerase e as
chaperoninas.
26

Proteínas Dissulfeto Isomerase


Ligações dissulfeto (-S-S-, ou cistina), formadas sob condições oxidantes, dentro e entre
polipeptídeos estabilizam as estruturas secundária e terciária. Um dado resíduo cisteinil pode,
contudo, formar muitos pares diferentes de ligações dissulfeto, sendo que somente um deles é
apropriado para o dobramento biologicamente correto.

A enzima dissulfeto isomerase facilita o embaralhamento de ligações –S-S-, acelerando


a velocidade em que os dissulfetos sofrem uma troca mútua, portanto, acelerando o processo
total de dobramento da proteína.

Prolil cis-trans Isomerase


Embora a configuração das ligações peptídicas X-Pro, de polipeptídeos recém
sintetizados, é trans, até 10% das ligações X-Pro, de proteínas maduras, têm a configuração cis.
A enzima prolil cis-trans isomerase catalisa essa isomerização e, portanto, facilita o processo
de dobramento.

Chaperonas Molecular
As chaperonas molecular das bactérias, mitocôndrias e cloroplastos são grandes
multisubunidades de proteínas, que eceleram o processo de dobramento, proporcionando um
ambiente protegido, onde os polipeptídeos dobram-se, nas conformações nativas, e formam
estruturas quaternárias.

As chaperoninas incluem as proteínas “heat-shock (ou choque térmico) que consistem,


estruturalmente, de dois anéis de subunidades idênticas, arranjadas em torno de um espaço
central, que pode acomodar grandes polipeptídeos.

As chaperoninas favorecem caminhos que impedem as interações inapropriadas entre


superfícies complementares e facilitam as interações apropriadas. O mecanismo pelo qual as
chaperoninas conseguem isso, contudo, não é perfeitamente compreendido.

As chaperoninas incluem as proteínas de choque térmico Hsp60, elaboradas por


bactérias ou cloroplastos, em resposta ao stress térmico que reverte a desnaturação e agregação
das proteínas, que ocorrem em temperaturas elevadas. As 14 subunidades idênticas de proteínas
Hsp10 e Hsp60 GroES de E.Coli- e Cpn10 e Cpn60 dos cloroplastos- formam anéis pareados
de sete subunidades, que circundam uma ampla cavidade central, que pode acomodar grandes
polipeptídeos.
27

Este ambiente protetor age contrariamente à tendência das regiões hidrofóbicas,


expostas aos solventes, dos polipeptídeos parcialmente dobrados ou desnaturados para se
associarem e formarem agregados insolúveis.

A Função Determina a Forma


Um exame mais minucioso das proteínas representativas, ilustra, não somente as
estruturas singulares que se desenvolvem para preencher funções biológicas especificas, mas
também, a íntima relação entre a estrutura e a funções biológicas das proteínas. A maioria das
proteínas fibrosas desempenham papéis estruturais na pele, tecido conectivo ou fibras como
cabelo, seda ou lã. As sequencias atípicas de aminoácidos das proteínas fibrosas determinam
estruturas especificas secundária e terciária, que conferem propriedades mecânicas específicas.

Forças Hidrofóbicas Estabilizam as Folhas-B da Fibroteína da Seda


A proteína de insetos, fibroína da seda, ilustra a estabilização da estrutura secundária
por forças outras que não as ligações de hidrogênio. A composição de aminoácidos da fibroína
consiste, quase inteiramente (85%), de resíduos Gly alternando com resíduos Ala ou Ser.

As cadeias de polipeptídeos da fibroína formam séries de folhas-B antiparalelas, em que


o grupo R dos resíduos Gly (Hidrogênio) se estende de uma superfície e os grupos R da Ala ou
Ser, de outra. Estas séries são estabilizadas exclusivamente por interações hidrofóbicas entre os
grupos R da Glysobre uma superfície e entre os grupos R da Gly ou Ser sobre outra.

Pequenas quantidades de resíduos tais como Val ou Tyr, com grupo R volumosos,
ocorrem, periodicamente, interrompem as regiões de folhas-B e conferem e alguma
flexibilidade.

As extensas regiões da fibroína, de folha B antiparalelas, intimamente empacotadas,


quase que inteiramente estendidas, resistem ao estiramento, mas permanecem altamente
flexíveis, devido ao caráter não direcional das forças hidrofóbicas estabilizantes.

Estrutura Secundária das Proteínas Fibrosas


As estruturas secundárias das proteínas fibrosas, incluindo aquelas da pele, tendão,
ossos e músculos que desempenham funções estruturais, protetoras e de motilidade, exibem
características estruturais que contrastam profundamente com aquela das proteínas globulares.
A estrutura secundária da proteína mais abundante dos mamíferos, o colágeno, é discutida
abaixo.
28

Modificações pós-tradução adicionais envolvem hidroxilação, oxidação, condensação


aldólica, redução e glicosilação. A hidroxilação de resíduos prolil e lisil é catalisada por prolil-
hidroxilase e lisil-hidroxilase, enzimas que necessitam e ácido ascóbico (vitamina C) para
serem ativadas. Os resíduos hidroxilisil específicos são, então, glicosilados por galactosil e
glicosil transferases.
29

Ligações Covalentes Cruzadas Estabilizam as Fibras do Colágeno


Cadeia de tropocolágeno associam-se para formar microfibrilas do colágeno.
Inicialmente, elas são estabilizadas por ligações de hidrogênio intracadeias e, posteriormente,
por ligações covalentes formadas dentro e entre as hélices. Este processo de ligações cruzadas
covalente envolve a enzima lisil-oxidase, que requer cobre e converte os grupos não a-amino,
dos resíduos lisil e hidroxil, a aldeídos.

Esses aldeídos, então, ou sofrem uma condensação aldólica ou condensam com os


grupos não a-amino, da lisina ou hidroxilamina, formando bases de Schiff.

Reduções subsequentes formam ligações cruzadas covalentes, estáveis, que conferem


ao conjunto uma grande resistência tensional.

Doenças Nutricionais e Genéticas Podem Envolver Estrutura Secundária Enfraquecida


A importância médica das estruturas secundarias estavéis é amplamente documentada
para as doenças relacionadas à biossíntese e maturação do tropocolágeno.

Na deficiência grave de vitamina C, a prolil e a lisil-hidroxilase são inativas e o


tropocolágeno não pode sofrer reações que formam ligações cruzadas covalentes. O resultado
é o escorbuto, uma doença nutricional, caracterizada, clinicamente, por hemorragia gengival,
lenta cicatrização de feridas e, em casos extremos, a morte.

Semelhantemente, a doença de Menkes, caracterizada por cabelo retorcido e retardo no


crescimento, reflete uma deficiência alimentar de cobre, que é necessário para a lisil-oxidase.

As doenças genéticas da biossíntese do colágeno incluem várias formas de osteogênese


imperfeita, caracterizadas, clinicamente, por ossos fracos.

Formas geneticamente distintas da doença podem resultar de defeitos em vários genes


de biossíntese do colágeno. Do mesmo modo, vários tipos da síndrome de Ehlers-Danlos,
caracterizada clinicamente, pelo enfraquecimento das articulações e anormalidades da pele,
refletem defeitos nos genes que codificam o procolágeno a, procolágeno –N- peptidase, ou lisil-
hidroxilase.
30

CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS


As proteínas podem ser classificadas por diferentes critérios, dentre os quais se
destacam:

Quando a Forma:
Proteínas Fibrosas que, como o nome indica, são compostas por cadeias filamentosas,
alongadas, próprias para exercer esforço mecânico. São exemplos importantes a queratina (pele
e cabelo), colágeno (tecido conjuntivo), miosina (tecido muscular), etc.

Proteínas Globulosas, isoladas ou em conjuntos assumem uma forma aproximadamente


esférica. Como exemplo temos as enzimas em geral, a hemoglobina e albuminas.

Quanto à composição:
Proteínas simples, quando constituídas unicamente por aminoácidos em forma de cadeia
polipeptídica. Exemplo: albumina. Da sua hidrólise, resultarão apenas aminoácidos isolados.

Proteínas conjugadas ou complexas, quando, além da cadeia polipeptídica (denominada


apoproteína) apresentam uma parte não proteica (núcleo prostético). São exemplos importantes,
a hemoglobina, as lipoproteínas, glicoproteínas, metaloproteínas, nucleoproteínas, etc.

Decréscimo na Síntese Protéica


Tetracloreto de carbono (CC1) – Através de formação de compostos tóxicos no seu
metabolismo (radicais livres de CC1), esta substância lesa o RE impedindo a síntese de
apoproteínas, o que compromete a formação de lipoproteínas.

Etionina e o fosfato – Estes compostos também bloqueiam a síntese proteica ao lesarem


as membranas Do RE, impedindo assim a síntese de apoproteínas e lipoproteínas.

Álcool – O álcool produz esteotose por vários mecanismos que agem conjuntamente.
No seu metabolismo hepático há formação de acetoaldeídos que são tóxicos mitocondrial,
diminuindo assim a função mitocondrial de oxidação de ácidos graxos e de produção de
proteínas.
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Falta de colina (e seu precursor, a metionina) – A colina e seu precursor , metionina, e


o inositol são chamados de “fatores lipotrópiicos”; são aminoácidos essenciais para a formação
de fosfolípides e a ausência deles na dieta leva à formação de moléculas lipoproteícas instáveis
sem o essencial revestimento fosfolipídico.

Hepatotoxinas – Nas colites e nas pancreatites, podem ser absorvidas toxinas intestinais
lesivas aos processos metabólicos no fígado, levando-o a acumular triglicérides.

Drogas – Bismuto, arsênico, puromicina, hicantone, tetraciclina, dietilnitrosamina são


drogas capazes de interferir com a síntese proteica e, portanto, na produção de lipoproteínas.
32

FIBROSE CISTICA
DEFINIÇÃO
A fibrose cística (FC) e uma doença hereditária que segue um padrão de transmissão
autossômico recessivo. E a mais comum doença genética letal nos Estados Unidos, com a
freqüência aproximada, entre caucasianos sendo de 1 em 2.000. Com base neste dado, estima-
a que 1 em cada 20 são portadores do gene defeituoso. Negro e asiáticos raramente são afetados.
A fibrose cística caracteriza-se por função glandular exina e exócrina anormal; as glândulas
mucosas produzem secreções viscosas, o que resulta em doença pulmonar crônica, funções
pancreática e digestiva insuficientes e suor anormalmente concentrado.

Histopatológica e patogenia
O gene para fibrose cística localiza se no braço longo do cromossomo 17 e apenas
recentemente foi isolada a proteína codificada contém 1480 aminoácidos é muito similar a outra
proteínas de membrana e pode na realidade ser um canal iônico acredita se que a proteína
defeituosa da fibrose cística pode ser responsável pelo menos em parte o que poderia modificar
toda as secreções exócrinas.

A primeira mutação descrita em associação com a fibrose cística consiste na deleção de


3 pares de bases no código genético, resultado na perda de um resíduo fenilalanina na posição
508, representa 70 por cento de todos os casos de fibrose cística, embora esta porcentagem varia
com a raça é a localização. O aminoácido 508 encontrado na dobra de ficção do nucleotídeo do
canal intra membrana, clima região que pode ligar se ao ATP. Assim, a incapacidade da
molécula de usar a força impulsora da hidrólise do ATP pode resultar na sua transformação em
uma bomba de íons, não funcionaste. Tem havido algumas associações entre mutações
específicas e seus efeitos. Por exemplo, é mais provável que esta eleição em 508 resulte em
insuficiência pancreática que outras mutações. Infelizmente, não houve nenhuma demonstração
nítida de que determinada mutação pode estar associada aos efeitos deletérios que a fibrose
cística apresenta no pulmão.
33

Após o isolamento em 1989 de um defeito genético que presumivelmente leva a fibrose


cística, começou a surgir uma hipótese unificadora sobre a função dos canais de cloreto na
fibrose cística. Nos indivíduos normais, os canais do cloreto localiza se nas membranas das
células epiteliais. Quando esses canais são abertos, os íons cloreto movimento sim para a luz
das vias aéreas, produzindo um gradiente osmótico que puxa água para dentro da luz os níveis
elétricos anormais no suor dos pacientes com fibrose cística provavelmente resultam de
impermeabilidade do epitélio do duto sudoríparo ao cloreto. Omoko anômalo encontrado nos
pulmões e outros órgãos do paciente com fibrose cística ocorrem quando existe quantidade
adequada de água no lado luminal das membranas epiteliais. Isso resulta da excessiva
reabsorção do lado luminal das membranas epiteliais. Instituto resulta da excessiva reabsorção
de sódio ou da incapacidade de secretar cloreto evidências sugerem que o número de produtos
de secreção pacientes com fibrose cística contém quantidades inadequadas de água e que as
propriedades físicas da secreção mucosa altamente dependente do conteúdo de água.

MANIFESTAÇOES CLINICAS E EVOLUQAO CLINICA


Os pacientes com fibrose cística apresentam-se com sintomas que podem mimetizar
outras entidades clinicas. O envolvimento gastrointestinal precoce (i.e., fleo meconial, retardo
do desenvolvimento) leva a um diagnostico de fibrose cística ao nascimento ou durante o
período de lactente em mais de 10% de todos os pacientes com esta patologia. Entretanto,
apresentações mais típicas incluem o inicio precoce dos sintomas respiratórios como a tosse e
as infecções respirat6ri-as recorrentes em um período mais tardio na vida.

Em muitos pacientes, episódios intermitentes de injeções respiratórias agudas persistem


por mais tempo que o esperado, porque a depuração muco ciliar do muco e inibida por sua
elevada viscosidade. A tosse aumenta e agrava a noite e ao acordar. O catarro e viscoso e
purulen-to. A progressão da doença e freqüentemente marcada pelo declínio gradual da função
pulmonar e intercalada por exacerbações. A evolução clinica da fibrose cística e conhecida por
mudar subitamente com a instalação de inúmeras complicações. O estado nutricional deficiente
(ou desnutrição, quando existente) correlaciona-se, com freqüência, com a gravidade da doença
pulmonar.

DIAGNOSTICO
RADIOLOGIA. A hiperinflação e precocemente observada na fibrose cística. A medida
que a doença progride, a hiperinflação e as evidencias de bronquite aumentam, podendo
também haver sinais de retenção periférica, imputação de muco ou bronqueia-tasia.
34

FUNCAO PULMONAR.
Acredita-se que os neonatos com fibrose cística apresentem função pulmonar normal,
mas, em curto espaço de tempo, muitas crianças mostram evidencias de diminuição funcional.
Em geral, existe obstrução demonstrável das pequenas vias aéreas (p. ex., fluxo mesoexpiratorio
máximo diminuído, fluxo exp. reduzido em volumes pulmonares baixos, proporção aumentar
volume residual/capacidade pulmonar total). A espirometria, as sudações do volume pulmonar
e os níveis de oxigenação são ma momento empregados para monitorizar a função pulmonar e
são da doença. A oxigenação agrava-se gradualmente por toda a v , quando os valores da Po2
arterial permanecem abaixo de 55 mm Wg, hipertensão pulmonar esta, em geral, presente.
Elevações significativa da Pco2 arterial ou nos valores do volume expiratório forcado em 1
segundo (FEVi) < 30% do previsto pressagiam a doença em estagio terminal; a sobrevida,
então, exibe media de 29 meses. Os pacientes com fibrose cística freqüentemente apresentam
hiper-reatividade das vias aéreas, que pode ser evidenciada por provas de esforço, provocação
com histamina ou resposta a broncos dilatadores. CULTURA DE ESCARRO. Embora
Staphylococcus aureus, rseu-domonas aeruginosa e Pseudômonas cepacia sejam algumas
vezes encontradas nas culturas de escarro de pacientes com doenças pulmonares diferentes da
fibrose cística, suas associações com esta patologia são tão consistentes que as tentativas de se
conseguir culturas de escarro tornaram-se parte integrante da avaliação de qualquer paciente
com suspeita de fibrose cística. As culturas de escarro também podem ser uteis durante as
exacerbações da doença.

Funções pancreáticas
Noventa a 95% dos pacientes com fibrose cística exibem alguma disfunção exócrina do
pâncreas. A deficiência enzimática leva a ma digestão de proteínas e lipídios, o que produz
fezes volumosas e com odor fétido. Quando não tratados, esses pacientes não ganham peso,
sendo inibido o crescimento. O crescimento deficitário também pode ser o resultado de gastos
energéticos aumentados associados ao trabalho da respiração naqueles com sintomas
respiratórios graves.

SUOR. A descoberta de que a perda excessiva de sal ocorre no suor de pacientes com
fibrose cística foi utilizada como seu mais importante critério diagnostico. Embora as glândulas
sudoríparas de pacientes com fibrose cística sejam histologicamente normais, sua função e
anormal-produzindo secreções que são quase isotônicas, em vez das soluções hipotônicas
excretadas pelos indivíduos normais.
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A iontoforese quantitativa com pilocarpine realizada em laboratórios com experiência


estabelecida permanece como o critério padronizado para o diagnostico da fibrose cística. Para
realizar este exame, urn mínimo de |00 ml de suor precisa ser coletado, sendo que os resultados
devem ser confirmados por urn segundo teste. Em crianças as concentrações de suor e cloreto
que excedem a 60 mEq/1 são considera das diagnosticas de fibrose cística; em adultos, o nível
e de 70 mEq/1.

Laboratório.
Como o gene defeituoso na fibrose cística foi descoberta em 1989, o uso de testes de
DNA, possibilitou uma avaliação rápida e exata da constituição genética do paciente em relação
à fibrose cística. Quando dois cinco neonatos nascidos com fibrose cística. Originaram se de
país sem história familiar dessa patologia./ embora alguns avoquem o teste generalizado para o
gene da fibrose cística não é provável que isso ocorra por algum tempo. O Office of tecnology
assessment previc melhores exames de DNA para fibrose cística logo se tornaram amplamente
disponíveis, contudo a escolha do paciente ainda é fato essencial para se determinar se um teste
de DNA irá ser feito.

Complicações
Respiratórias. A principal fonte de mobilidade nos pacientes com fibrose cística é a
doença pulmonar associada às infecções bacterianas crônicas e recorrentes. Os altos níveis
resultantes de antígeno anticorpos células inflamatórias e mediadores inflamatórios apresenta
efeito deletério cumulativo em longo prazo sobre o tecido pulmonar. Até o momento os ensaios
com substância anti-inflamatória não mostraram evitar a lesão ligada à inflamação na fibrose
cística. Atelectasia não é incomum essa doença sendo que em geral está associada a poucos
sintomas. A evidência de bronquiectasia é comum nos pacientes com fibrose cística com idade
entre 5 e 10 anos. A fisioterapia torácica e os antibióticos são freqüentemente bem sucedidos
na reexpanção das regiões atelectasicas. A ressecção cirúrgica apenas raramente é considerada
porque a bronquiectasia a difusa.

O pneumotórax é uma complicação comum da fibrose cística. Até um terço dos


pacientes idosos apresentam episódios recorrentes de pneuthorax. Por causa de sua alta taxa de
recidiva são feitas, com freqüência tentativas para obliterar o espaço pleural por meio da
instalação de um agente esclerosaste como a tetraciclina, após pneumotórax inicial. Em geral,
36

já inserção de um dreno torácico somente é considerada quando o pneumotórax envolve mais


de 10 por cento de 1 hemotórax.

Hemoptise pode acontecer quando o tecido pulmonar sofre erosão e atinge o vaso
sanguíneo brônquico. Pequenas quantidades de escarro tinta de sangue são comuns, mas quando
volumes significativos de sangue são expectorados (> 30 ml), a hospitalização pode ser
necessária. A hemoptise, mas isso é relativamente incomum nos pacientes com fibrose cística,
mas quando ocorre implica risco de vida. A broncoscopia ou a cirurgia pode ser necessária, mas
a embolização da artéria brônquica orientada radiografia está sendo usada com frequência
crescente.

A insuficiência respiratória em um paciente com fibrose cística. Torna se cada vez mais
difícil de controlar a medida que a doença se agrava. Como os pacientes com fibrose cística tem
de responder mal à ventilação mecânica e também são mais prováveis de experimentar
complicações do que os pacientes com insuficiência respiratória secundária a outras condições
a ventilação mecânica é geralmente instituída caso existam eventos precipitantes agudos como
a pneumonia infecciosa ou outras complicações reversíveis. Com a progressão da patologia a
hipoxemia aumenta e se desenvolve hipertensão pulmonar e cor pulmonale em quase todos os
pacientes com fibrose cística.

TRATAMENTO

Com mais de 98% dos pacientes com fibrose cística morrem de suficiência respiratória
ou de complicações pulmonares, os objetivos terapêuticos são evitar e tratar as complicações
da obstrução e infecçãos vias aéreas, estimular a depuração do muco e melhorar a nutrição.

Os antibioticos constituem um elemento impar nesta população de pacientes. Series


frequentes de antibiótico terapia são usualmente necessárias; alguns pacientes podem requerer
o uso quase contínuo. A seleção do antibiótico deve ser orientada pela cultura do escarro.
37

Varias espécies mostram grande afinidade pelo trato respiratório dos pacientes com
fibrose cística—5. aureus, P. aeruginosa e, mais recentemente, P. cepacia. Na realidade, sua
presença sugere fibrose cística. Os pacientes com infecção demonstrável por S. aureus (ver
Cap. 279) são mais frequentemente tratados com dicloxacilina, cefalexina, as ce-falosporinas
mais modernas ou o cloranfenicol. A ciprofloxacina também esta sendo cada vez mais
empregada, porem e recomendada apenas para pacientes com mais de 10 anos de idade. No
initio do curso da doença, Pseudômonas podem ser sensíveis a tetraciclina, sulfametoxa-zol-
trietoprim ou cloranfenicol, mas a infecção por esses microorganismos e mais frequentemente
tratada com uma combinação de um aminoglicosidio IV, e uma penicilina semi-sintetica (as
combinacoes mais populares incluem gentamicina/carbenicilina e tobramicina/ticar-cilina).
Contudo, uma vez encontrada no escarro, a P. aeruginosa raramente, ou nunca, e erradicada.
Portanto, o beneficio terapêutico parece ser derivado da redução da carga microbiana, e não da
eliminação dos microrganismos infectantes. Apesar disso, os estudos indicam que seis possível
retardar esta forma crônica de infecção por P. aeruginosa por vários anos através do tratamento
antimicrobiano precoce, que pode prolongar as vidas dosgcientes com fibrose cística.

Por fim, a P. cepacia esta surgindo como um grave problema para pacientes com fibrose
cística. Esta espécie tende a desenvolver re- tendência a múltiplos antibióticos e tem sido
associada a pneumonia grave freqüentemente fatal. A infecção por Haemophilus influenza e
tratada mais amiúde com ampicilina, SMX-TMP ou cloranfenicol fisioterapia torácica , A
percussão e a drenagem postural constituem o arcabouço no tratamento da fibrose cística. A
depuração das secreções pulmonares para evitar as complicações resultantes do tamponamento
das vias aéreas pelas secretes mucosas viscosa se as infecções que podem surgir distais a
obstrução constitui um componente crucial da terapia.

ADNase
Embora o conteúdo hídrico das secreções brônquicas seja provavelmente o principal
determinante de sua viscosidade, o adn das células lizadas também pode aumentar esse índice.
Um estudo clinico de fase II recente mostrou que a aplicação pessoalizada de ADNase
recombinante humana na arvore respiratória é segura e melhora a função pulmonar nos
pacientes com fibrose cística. Os ensaios de Fase III estão em andamento para confirmar tais
resultados.

BRONCODILATADORES
38

Embora efeitos benéficos possam ser demonstrados em estudos laboratoriais, o


beneficio em longo prazo do uso de bronco dilatador por pacientes com fibrose cística não foi
estabelecido.

Nutrição
A maioria dos pacientes pode ser mantida com a dieta da flor mais suplementados
princesinhas pancreáticas ( usualmente cápsulas com revestimentos entéricos ingeridas nas
refeições) como o metabolismo lipídico defeituoso pode levar à deficiência das vitaminas
lipossolúveis(i.e.., vitaminas A, D, E e K ), é necessário com freqüência prescrever tais
vitaminas como suplemento. Muitos pacientes com fibrose cística também apresentam
necessidades calóricas maiores que as normais resultantes presumivelmente da carga de
trabalho aumentada da respiração e da má digestão.

Exercício e reabilitação.
A tolerância ao exercício em pacientes com fibrose cística correlaciona se com a
gravidade da obstrução pulmonar. Embora o exercício melhora a função pulmonar ele melhora
adequação cardiorrespiratória sendo recomendado um programa de condicionamento físico.
Oxigênioterapia a longo prazo pode ser empregada para hipoxemia crônica.

Terapia genética
Os mais recentes avanços na pesquisa genética estou chegando próximo a conseguir um
instrumento para que os médicos essencialmente" currem " pacientes com fibrose cística. Nos
testes preliminares com seres humanos o gene normal de fibrose cística foi transferido para
dentro da células epiteliais nasais. Estes são resultados preliminares no entanto a capacidade de
induzir a condutancia normal para o íon cloreto em células da árvore brônquica pode estar logo
a nosso alcance como novas células substituem as antigas no epitélio seria necessário infectado
com doses renovadas adenovírus . Da mesma forma recentes avanços em nossa capacidade de
detectar o gene defeituoso para eliminar totalmente o gene da fibrose cística do genoma
humano.
39

Prognóstico
Durante as últimas três décadas, não há dúvidas de que programas de tratamento
abrangente aumenta a sobrevida global dos pacientes com fibrose cística. Na década de 1950 a
sobrevida média é de 24 anos sendo o que é um número significativo de pacientes sobrevivem
bem, além disto. Os pacientes com fibrose cística que se apresenta inicialmente com sintomas
respiratórios parecem ter prognósticos piores. Quando a doença pulmonar está estabelecida a
colonização por pseudômonas é indicativa e prognóstico ruim.

Até o momento o uso de marcadores para avaliar portadores do defeito genético somente
foi possível em famílias de pacientes vivos com fibrose cística. Recente avanços em nossa
capacidade de detectar o gene defeituoso promete ter profundos efeitos sobre a nossa
capacidade de identificar portadores heterozigotos de fibrose cística. Os portadores do gene
pode então passar por aconselhamento efetivo em relação à hereditariedade e a probabilidade
de que seus filhos sofram com essa doença fatal e devastadora . Parece cada vez mais provável
que em um futuro relativamente próximo várias formas de terapia genética possam ser usadas
para curar essa doença ou pelo menos aliviar seus sintomas.

CÂNCER
O câncer no nível celular
A maneira mais segura de diagnosticar o câncer encontrado pela medicina e nos grupos
de células. Células cancerígenas diferenciam-se das células saudáveis por seu crescimento
desordenado e caótico. Na célula individual, impressiona o grande tamanho do núcleo. Tal
como se fosse a cabeça do empreendimento célula, ele contem toda a informação necessária
para seu complicado fundamento. Ele controla o metabolismo, o crescimento e a divisão. A
perversidade que ganha expressão no núcleo superdimensionado tem sua causa na enorme
atividade divisória da célula, que não mais desempenha suas tarefas em conjunto com as outras
células e passa a atuar, sobretudo na multiplicação de si mesma. Enquanto o núcleo e na verdade
pequeno no metabolismo normal, com a caótica divisão celular do evento cancerígeno ele
cresce para alem de si mesmo no mais puro sentido da palavra, fornecendo urn projeto atrás do
outro para sua descendência. Ate mesmo os processos de regeneração no interior do corpo
celular são deixados para trás em favor da incessante produção de novas gerações de células.
40

Este comportamento lembra as células jovens, ou seja, em estado embrionário, quando


o objetivo e acima de tudo o crescimento e a multiplicação. As células da mórula, aquele
aglomerado de células em que a vida humana se concentra a princípio, não tem ainda que
desempenhar qualquer tarefa especializada, cuidando somente de sua multiplicação. Elas fazem
isso através de animadas divisões e do respectivo crescimento. Ainda assim, isso ocorre de
maneira mais ordeira que com as desconsideradas células cancerígenas. Além dos núcleos
celulares superdimensionados e sua exagerada tendência a divisão, a indiferenciação das células
também lembra as formas da primeira etapa, ainda não maduras. Em seu delírio de propagação
elas descuidam muitas outras coisas, perdendo muitas vezes. Dividira uma e outra vez para
atender as necessidades de urn organismo maior, o intestino, mas não escapara da moldura
prevista para ela e suas iguais, espalhando-se pelo intestino. A célula intestinal que degenera
em câncer realmente se degenera muda de impede, abandona tudo o que e expedido do intestino
e segue seu pr6prio caminho egoísta. O padrão intestino que foi dado de antemão torna-se
demasiado restrito para ela, que então salta sobre suas fronteiras de maneira tão revolucionaria
como destrutiva.

A medida que os campos morfogênicos mencionados antes forem sendo pesquisados,


possivelmente se chegara a uma compreensão mais profunda da problemática do câncer. Assim
como ver o problema — no piano genético — em uma mutação, tem igualmente sentido aborda-
lo a partir do angulo dntilante dos campos formativo*. O problema então passa a estar no
abandono da moldura preestabelecida. Com isso, o problema se estenderia para além da célula
individual, tomando-se urn problema do tecido ou órgão afetado, que não esta mais em posição
de impor seu padrão a todas as células individuais. Este principio poderia completar a
explicação genética, já que em ambos os casos expressa-se na mesma medida o tema da evasão
das normas estabelecidas. De fato, o câncer e tanto urn problema do meio como da célula
individual.
41

As tendências de regressão a que nos referimos aparecem ate mesmo no nome, já que
câncer e aquele animal conhecido principalmente por andar para trás. O caranguejo, que
também é acusado como sendo responsável pelo batismo, tampouco se movimenta para a frente,
e sim de lado. As expressões "krabbeln" e "herumkrebseri" utilizadas para aqueles penosos
esforços que não levam adiante, denotam tipos de movimento para a frente que não são
dessemelhantes dos movimentos executados pelos pendentes antes da erupção do câncer. Não
se pode explicar a origem do nome "câncer"' de maneira inequívoca. Mas ate mesmo a
derivação apresentada pela medicina, a de uma forma de câncer da mama cujas células devoram
o tudo compondo a forma de uma pinça, mesmo isso aponta para uma direção semelhante.
Quem quer que tenha cunhado esse nome, encontrou a essência da imagem da doença.

A gênese do câncer
No que se refere a gênese do câncer no nível celular, atualmente os pesquisadores são
praticamente nanemos em reconhecer que as mutações ocupam o primeiro piano. A palavra
vem do latim e significa modificação. Caso uma cheia seja estimulada durante tempo suficiente,
pode sofrer modificações drásticas que tem origem no nível do material genético. Os estímulos
que preparam esse caminho podem ser os mais variados: meçamos, químicos ou físicos. Pressão
prolongada, o aliarão dos cigarros ou radia alo penetrant são algumas das possibilidades.

As células do tecido correspondente podem conseguir suportar a estimulação continua


por muito tempo, mas em algum momenta uma delas é superestimada e degenera. Ela, no mais
puro sentido da palavra, modifica seus genes e segue seu próprio caminho que, no entanto, leva
na verdade a uma ego-trip. Ha começar algo totalmente novo para suas circunstancias,
dedicando-se ao crescimento e a auto realização. Um dos nomes médicos para o câncer é
neoplasma. Ele expressa esse •novo crescimento*. Aquilo que para o corpo representa um
perigo de vida e, para a célula martirizada por tanto tempo, um ato de libertação. Agora tudo
depende de o corpo dispor de suficiente estabilidade e poder de defesa para derrotar a
insurreição das células. Hoje em dia os pesquisadores partem do principio de que células
degeneram com relativa frequência, mas tornam-se inofensivas gramas a um bom sistema de
defesa.
42

A fraqueza das defesas do organismo tem portanto um significado decisivo para o


surgimento do câncer. De fato, é frequente encontrar em retrospecto um colapso das defesas
justamente na época em que se presume que o tumor tenha surgido. De qualquer maneira, nem
sempre é fácil esclarecer esse ponto. A rapidez do desenvolvimento depende na verdade do tipo
de tumor, mas por outro lado flutua também em tumores do mesmo tipo, dependência da
situação geral. Muitas vezes, um tumor ja existe ha anos no momento em que é descoberto'
tendo cerca de um grama e consistindo de milhões ou não. Nos DESTE PONTO DE VISTA,

NINGUÉM pode saber com certeza se tem câncer imunológico provavelmente estamos sempre
tendo câncer, só que o sistema imunológico continua sendo senhor da situação , isto também
pode ser uma razão para o terror inaudito que o tema câncer infunde.
43

Os níveis de significação do evento cancerígeno


O comportamento da célula cancerígena mostra uma problemática de crescimento como
tema de fundo. Apos muita consideração e cautela, a célula decide fazer o contrario.
Crescimento caótico e transbordante sem cuidado e sem consideração que não poupa nem
territórios estranhos nem a própria base da vida. Em conseqüência, as leis do crescimento
saudável são ignoradas. A célula cancerígena se coloca acima das regras de convivência normal
dentro da associação de células e, sem pudor, rompe tabus de importância vital. Em lugar de
assumir o lugar que lhe foi designado e cumprir com seu dever, ela sai perigosamente dos
limites e da espécie. Dedicando-se a uma selvagem e egocêntrica atividade divisória, ela se
divide para todos os lados. A vizinhança e ate mesmo as regiões mais afastadas do corpo
começam a sentir sua agressão brutal. A ego-trip forma-se devido a uma ênfase excessiva na
cabeça das células, esses núcleos superdimensionados, esses centros hidrocefálicos com sua
atividade frenética. De fato, tudo tem de acontecer na cabeça da célula cancerígena, toda sua
descendência e formada exatamente a sua imagem. Assim, ela e totalmente autárquica e cria
seus filhotes sem ajuda externa, virgem por assim dizer. Com essa prole, ela vai de cabeça
contra a parede, no mais verdadeiro sentido da palavra. Nem mesmo as membranas basais, os
mais importantes muros fronteiriços entre os tecidos, podem resistir as suas agressões.

A célula cancerígena demonstra da mesma maneira crua seu enorme problema de


comunicação, reduzindo todas as relates de vizinhança a uma política da cotovelada
agressivamente reprimida. Com a energia nada de sua imaturidade virginal, ela não tem
escrúpulos em fazer valer a lei do mais forte e, espremendo seus vizinhos mais frágeis contra a
parede, ela os destrói ou os trans-forma em escravos. Ela sacro acesso ao padrão das estruturas
adultas em favor da independência. Ela desistiu da comunicação com o campo de
desenvolvimento para o qual tinha sido destinada em favor do egoísmo e de reivindicações de
competência e imortalidade. O problema de comunicação ganha expressão simbólica na
respiração celular destruída, ja que a respiração representa o intercambio e o contato.

Regressão e religião
Paralelamente aquilo que foi dito ate agora, torna-se claro na regressão tem outro motivo
básico do adoecimento por câncer que, igualmente mergulhado nas sombras, vivido de maneira
substitutiva pelo corpo. Regressão e a volta aos inicios, á origem. Os afetados perderam o
contato com sua origem primaria, as células do tumor têm de viver o tema em si mesmas e o
fazem corporalmente á sua maneira letal. A pessoa evidentemente precisa do relacionamento
vivo com suas a raízes, a religio.
44

Mas isso nao significa apenas o passo atras, mas também uma retomada. So mente o
passo atrás que se torna uma renegação torna o progresso real possível. Essa aparente
contradição e expressa tambem na imagem do cancer. Por um lado as células dao um passo
atras e retrocedem as primitivas formas juvenis e por outro, com a tendência a onipotência e a
imortalidade, progridem furiosamente. Tal contradição somente pode ser resolvida pelo sentido
primario da religiao. Religio quer dizer renegação com a origem, com a unidade. Por outro
lado, esta unidade chamada de Paraiso pela cristandade, e também o objetivo do caminho de
desenvolvimento cristao. Segundo a Biblia, os homens provam do Paraiso e um dia devem
voltar para la. E o caminho que vai da unidade inconsciente para a unidade consciente. A
expulsão do Paraíso e completada pelo retorno do filho prodigo a casa de seu pai. Podemos ver
quão profundamente este padrão arquetípico esta enraizado no ser humano pelo fato de a
religião hindu descrever o caminho de maneira bastante analoga: "Daqui para aqui." O antigo
simbolo do uroboro, a serpente que morde a propria cauda, e a imagem mais oportuna deste
padrão verdadeiramente abrangente. As religioes sempre descrevem o caminho rumo a
iluminação, ou seja, rumo a imortalidade, como uma caminhada para a frente em direçao a
saida, e o caminho como um movimento circular, ou seja, em espiral Consideração e cuidado
sao igualmente necessárias e visam o mesmo obietivo a unidade.

Nos pacientes s de câncer, a recuperação da consciência da origem com a pergunta De


onde venho?", assim como a perspectiva futura, com a pergunta 'Para onde VOU?', saíram da
consciência para mergulhar nas sombras, passando ser representadas corporalmente. O cuidado
e consideração exagerados com que as afetados se manter nos estreitos limites da vizinhança e
do futuro concreto moth nao como eles se tornaram míopes para o significado direto das
perguntas. Eles tern tanta consideração para com as outras pessoas, sua moral e suas regras de
vida e vao ao encontro do amanha e de tudo o que e novo e distante com tanto cuidado, que nao
sobra espaço algum para as grandes questões do passado e do futuro. O processo cancerigeno,
com sua regressão ao abismo e seu avanço desesperado, é urn espelho tão terrível como fiel da
situação.

O retomo constitui ao início, com suas possibilidades ilimitadas, e a busca de valores


eternos, sao caminhos totalmente validos. O deslocamento para o inconsciente, ao contrario,
leva a "doença como caminho". E também esse caminho e sempre um caminho que, mesmo
sendo terrível, traz em si a possibilidade de dar frutos. £ algo assim como uma ultima sacudida
para que se desperte para as próprias necessidades.
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E ai que se encaixa a experiência psicoterapêutica de que freqüentemente OS pacientes


de câncer sao profundamente religiosos". E ainda que muitos perfis de personalidade pareçam
contradizer isso e enfatizem a religiosidade e a devoção ao destine, trata-se na maioria das vezes
daquela crendice de igreja que não tern nenhum ponto de contato com a relógio, mas que deixa
que a vida seja administrada e regulamentada pela autoridade eclesiástica. Aferrar-se a
prescrições religiosas e na verdade o contrario da religião e deixa o coração frio e vazio.

O que parece uma impressionante vida religiosa para o exterior, evidentemente pode ser
oco no intimo. A falta de vida no centro de uma atividade externa exagerada e representada
anatomicamente por muitos tumores que tem seus centros necrosados ( partes mortas). De
maneira semelhante, a devoção, a entrega ao destino descoberta pelos sociólogos da medicina
nao deve ser confundida com a postura religiosa do "Seja feita a Sua vontade!" Na maioria das
vezes, trata-se de resignação em relação a um destino sentido como superior, mas que nao se
aceita. No mais profundo intimo, a base da entrega nao e a confiança na criação de Deus, mas
sim o desespero e a impotência. Em vez de entregar-se a vida e as suas possibilidades, os
pacientes potenciais de cancer estão entregues a seus cuidados e considerações a curto prazo e
a um medo fundamental da existindo.

Câncer e defesa
Dos diagnósticos c sintonias mencionados, o câncer representa urn processo de
crescimento e regressão mergulhado no corpo. A estes dois soma-se ainda urn terceiro
componente, a defesa. A situação básica do câncer pode criar-se ao longo dos anos sem chegar
a formação de urn tumor. A medicina, e principalmente a medicina natural conhecem essa
situação e a chamam de pré-cancerosa. Os pressupostos anímicos descritos podem estar
presentes ha muito tempo, assim como os pressupostos físicos sob a forma dos estados
carcinogênicos e de estimulação correspondentes, e ainda assim o câncer pode ser disparado
somente apos a ocorre, cia de determinados estímulos. Ate então, e como se ele estivesse preso
e subjugado por urn sistema imunológico dominador. Somente o colapso das defesas do corpo
lhe da uma chance de formar urn tumor primário. O colapso do sistema de defesa e detectado
por muitos pacientes, sendo caracterizado retrospectivamente como uma época de estados de
tensão e de angustia.
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A estreita relação entre o câncer e o sistema imunológico e mostrada ainda pelo fato de
o câncer utilizar o sistema de defesa que na verdade deveria combate-lo para espalhar-se. Ele e
atacado e expulso dos gânglios linfáticos pelos linfócitos e utiliza os canais linfáticos para
seguir adiante. Os gânglios linfáticos sao lugares favoritos para o ataque. Ocupando as casernas
do equipamento militar do corpo e avançando por suas estradas, o cancer demonstra como seu
ataque e corajoso e que esta disposta a ousar tudo em urn confronto total. Por outro lado, mostra-
se também a fraqueza da defesa. Ela esta literalmente de mãos atadas. O câncer consegue ficar
em tal situação graças a uma camuflagem perfeita. Assim como esta em posição de desativar
os “genes alterados’ de suas células, o câncer consegue também deixar sem energia o sistema
que permite reconhecer as células desde o exterior”. Por trás dessa camuflagem, as células
cancerígenas podem meter-se diretamente na cova do leão, no centro de defesa, sem serem
reconhecidas e, sobretudo, impunemente. E neste ponto que existe a chance de uma terapia
medico biológica no nível funcional Quando se consegue desarmar as células cancerígenas
imunologicamente, elas passam a correr grande perigo.
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A questão do que, em urn nível mais profundo, leva ao não-funcionamento do sistema


de defesa e a correspondente situação de humilhação, pode ser respondida de maneira geral e
nao se limita ao processo cancerígeno. O fenômeno aparece em cada resfriado: assim que uma
pessoa esta até o nariz e se fecha animicamente, o corpo, substitutiva mente, abre-se aos agentes
irritantes correspondentes e o nariz concrete se fecha. Expresso medicamente, uma fraqueza
das defesas deixa o afetado suscetível. Quando a consciência se fecha para os temas irritantes,
o corpo precisa se abrir substitutiva mente para os irritantes correspondentes. A defesa
imunológica torna-se então cada vez mais fraca na medida em que a defesa no nível da
consciência e exagerada.

Fundamentalmente frente a urn mundo estranho cheio de perigos, e importante proteger


as fronteiras do corpo com a ajuda de urn sistema imunológico vital. Nós precisamos
igualmente de uma certa defesa anímica, para nao sermos inundados por impressões demasiado
fortes que nos fariam cair na psicose. O objetivo, em ambos os níveis, e o ponto médio entre a
abertura total e o fechamento absoluto. Caso se vá longe demais a um dos níveis, o outro e
desequilibrado na direção contraria. Quem se fecha demais na consciência, sendo portanto
demasiado avesso aos conflitos, força a abertura para as sombras, e ela então emerge no corpo
sob a forma de suscetibilidade aos agentes patológicos.

È necessário que o bloqueio e o fechamento sejam multo profundos para que o colapso
da defesa seja tão completo a ponto de permitir o surgimento de urn tumor. Tais constelardes
afloram quando uma pessoa não se abre mais para um aspecto essencial de sua vida. Caso esse
contato ja esteja por um fio e este se rompa bruscamente, e como se o fio da vida se rompesse.
Caso uma pessoa depressiva que praticamente nao se comunica mais com o meio discordante
perca a única pessoa com quem se relaciona, isso pode realmente acontecer. Como nao participa
mais do fluxo da vida sem essa pessoa, ela pode se recusar a aceitar uma perda tão
despropositada. Sua defesa anímica aumenta na mesma medida em que ela fecha sua
consciência para a perda, e a defesa corporal entra em colapso. Assim, o sistema imunológico
passa a ser um anuncio de abertura e vitalidade.
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O câncer no plano social


A célula cancerígena quer tomar todo o mundo (corpo) de assalto e fazer tudo i sua
maneira. E por essa razão que ela penetra em toda parte, enviando sins agressivos
"missionários" ate os recantos mais afastados do pais (corpo). A media-a as chama de filia
(latim: filhas) ou metástases. Esta ultima palavra e grega e quer dizer transformação, transplante
ou migração. A pretensão de poder "meter-se" ate mesmo nas partes mais afastadas do corpo
esta feita sob medida para a célula embrionária, que em sua indiferença ao ainda traz em si
todas as possibilidades. No entanto, desenvolvimento significa, entre outras coisas, limitação e
especialização. A célula cancerígena superou ou perdeu de vista a ambas.

A comparação do comportamento adulto e infantil revela a imaturidade de tal postura.


A criança ainda tem o direito de ver-se em todas as profissões e todas as formas de vida e de
acreditar que seu papai, sendo um aumento de seu próprio eu, pode tudo.
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Princípios Terapêuticos
A melhor terapia começa cedo, com a compreensão de que o quadro de normativa já e
um sintoma, ainda que se aproxime do ideal de nossa época. Ao contrario, dai se concluir que
esta época sonha um sonho que fomenta o cancer. Os agentes cancerígenos descobertos
diariamente, quando comparados a este conheci-| mento, sao inofensivos. Quando se começa a
caminhar em direção a individuação ja nesses primeiros estágios, poder-se-ia usar de fato a
palavra prevenção sem deturpá-la com o sentido usual de diagnostico precoce. Nesta etapa,
ainda seria possível dar os passos necessários sem demasiada pressão. Quando o diagnostico ja
constatou a doença, a pressão e monstruosa- Mas ela pode nao apenas oprimir, pode também
dar coragem e promover o desenvolvimento. Entretanto, muitos pacientes vivenciam a
inundação do diagnostico "cancer" como se fosse a decretação de uma se de modo. Seu
caminho de volta esta então na resignarão, eles por assim dizer nao subscrevem mais esta vida,
Alguns falam ate mesmo de um certo alivio, pois com isso todas as responsabilidades Ilhes são
retiradas. Outros pacientes tomam o desafio segundo o lema "começar a fazer as coisas certas''.
O diagnostico atua para eles como a iniciação para uma nova etapa da vida que deve transcorrer
de acordo com outra leis. Aquilo que para o primeiro grupo é o fim de tudo, para eles é o
começo.

E nao e raro que ai esteja o principio de uma nova vida. Segundo a experiência da própria
medicina academia, o prognostico medico exerce muito menos influencia sobre a expectativa
de vida que a atitude interna. Trata-se decididamente de saber se os afetados ainda esperam algo
da vida, pois quando esse é o caso eles também esperam urn pouco mais. Ao cumprir seus 12
trabalhos, que correspondem as tarefas arquetípicas do zodíaco, Hercules é mordido por urn
terrível caranguejo quando esta lutando contra a Hidra. Em vez de recuar assustado, ele luta e
o aniquila antes de vencer a Hidra.

A mutação no nível celular encontra correspondência na metamorfose do nível anímico-


espiritual. Encontra-se neste caminho tudo o que reforça a relação com a religio e que permite
o acesso dos afetados a seus níveis mais profundos. Apos toda a necessária rebelião contra seu
oportunista jogo social, tendo encontrai do seus verdadeiros lugares e tendo-os assumido de
corpo e alma eles, em qual- quer caso, venceram. Isso então significa novamente o fim de todas
as tentativas de ser algo especial, o fim de todo o egoísmo. Eles reconhecem que estão no lugar
certo e que sao urn com tudo. Isso seria também a (diz)solução para a célula cancerígena: nao
assumir seu lugar com resignação e por falta de alternativas, mas assumi-lo conscientemente e
reconhecer sua unidade com todo o corpo.
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Mal de Alzheimer
O quadro de sintomas tinha antigamente o nome de "demência pré-senil , porque
colocava precocemente no jogo da vida processos da decadência anormal da velhice. O centro
de gravidade do adoecimento ocorre entre os 50 e os 60 anos de vida, sendo que as mulheres
são afetadas de maneira preponderante Comparável a uma caricatura do envelhecimento
precoce do cérebro que se instaura, este quadro de sintomas ganha rapidamente terreno em uma
sociedade que adoece tanto de velhice. Neste momento, 6% das pessoas com mais de 65 anos
sao afetadas, em uma curva que tende a crescei Embora existam 600 mil doentes somente na
Alemanha, aos quais se somam 50 mil a cada ano, e o quadro de sintomas tenha se tornado no
entretempo a quarta causa de morte mais frequente nas nações industrializadas do Ocidente, ele
nao desempenha praticamente nenhum papel na consciência dos (ainda) nao afetados. O
"grande esquecimento" e ele mesmo esquecido. .Uma doença que termina fazendo com que se
perca a razão e uma provocação para as pessoas de uma sociedade que coloca a razão acima de
tudo Quando o psiquiatra bávaro Aloés Alzheimer a descreveu pela primeira vez hei quase urn
século, os médicos ja nao queriam saber nada a respeito. Foi sobem-te nos últimos anos, com
os números subindo vertiginosamente, que se formou uma certa consciência dessa que é a mais
terrível perda de consciência da qual A rede de comunicações entre o cérebro, responsável pelas
funções lógicas, e o sistema límbico, do qual! depende o mundo dos sentimentos, e bloqueada.
Enquanto se perde a memória, a inteligência, a capacidade de decisão, a orientação, a
linguagem, em. suma, tudo aquilo a que chamamos de razão, freqüentemente se conservam por
muito tempo os sentimentos e padrões sociais, a sensação de ritmo e a musicalidade. Apos o
problema ter sido pesquisado mais intensamente nos últimos tempos, diversas pistas vão
surgindo. Por urn lado conclui-se por defeitos genéticos, ja que a hereditariedade se comprova
em urn décimo dos afetados. Soma-se a isso o fato de que praticamente todos os chamados
mongoloides, a medida que fazem 30 anos de idade, desenvolvem o mal de Alzheimer.
51

Nesse ponto, os dois quadros de sintomas poderiam ter em comum um defeito no


cromossomo 21 entretanto, o que esse defeito desencadeia esta em aberto. discute-se além disso
a influencia de-oxigênio agressivo, os chamados radical óxidos, que ataca revestimento
gorduroso dos nervos, ou seja, uma carência de substâncias protetoras que impeçam isso nao e
o oxigênio em si que esta sob suspeita, mas algumas moléculas isoladas sintomática começa de
forma discreta, com leves perturbações da memória, sobretudo a memoria recente,
permanecendo intacta a memória distante. E uma situação típica de pessoas idosas, quando
esquecem aquilo que esta próximo mas recordam bem o passado remoto. A medida que a
doença progride, levando ao declínio de forma lenta e implacável, frequentemente somam-se a
isso inquietude e agitação, que foram o paciente a dar pequenos passos, além de orientação e
da linguagem, problemas com o reconhecimento, bem como dificuldades para levar a cabo atos
coerentes, finalmente depressões e, mais raramente, perturbações eufóricas do animo.

O quadro de sintomas ocorre sempre na segunda metade da vida, o que quer dizer a
época do retorno e do recolhimento A interpreta Gao do sintoma aponta para a relação com o
caminho de desenvolvimento e mostra como a ligação com esse caminho se perdeu, ou seja, foi
empurrada para o corpo. A exigência crista de voltar a ser como as crianças mergulhou nas
sombras, os afetados se tornam infantis e regridem no sentido concreto.

Os lapsos progressivos da memória recente mostram como se desistiu da


responsabilidade por aquilo que esta próximo. Os pacientes esquecem sua vida do sentido mais
verdadeiro da palavra, partindo do presente e retrocedendo cada vez mais no passado. Com o
colapso da memoria, eles são forçados impiedosamente a viver no presente, ou seja, o passado
e o presente tornam-se uma e a mesma coisa.

Quem não se lembra de nada e vive fora do tempo linear nao pode mais assumir nenhum
tipo de responsabilidade. A perda do sentido de orientação vai à mesma direção. Nenhum
objetivo foi alcançado no fim da vida; perdeu-se o caminho. Os pacientes nao sabem mais onde
estão, nem para onde isso leva. Com a orientação, eles perderam literalmente o oriente, a
direção da qual provem a luz, segundo as escrituras sagradas. Ao final de seu caminho nao ha
luz, e portanto nao ha esperança. As depressões frequentes envolvem essa ausência total de
perspectiva e de esperança. A falta de prudência e de consideração, que de forma tão inquietante
pode dar nos nervos das pessoas próximas, surge de maneira quase forçosa. Como todas as
funções de controle da razão se interrompem, as emoções podem ser descarregadas sem
empecilhos, como acontece com as crianças pequenas.
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Aquilo que os pacientes sempre estancaram ao longo de suas vidas, seja devido a
educação que tiveram ou por outras considerações, pode agora abrir caminho. Absolutamente
mais que qualquer outra coisa, o sintoma deve ser entendido como urn voltar a ser criança que
mergulhou no corpo. Frequentemente os pacientes seguem a pessoa que os cuida como crianças
pequenas, adoram pendurar- se na barra de suas saias ou pelo menos garantir sua proximidade
por meio de sinais císticos tais como cantar ou assobiar. Assim como as crianças pequenas, eles
odeiam portas fechadas e inseguranças. Do que eles mais gostam e estar no ambiente ao qual
estão acostumados e, de acordo com as circunstancias, podem reagir em pânico diante de
surpresas ou mudanças, ainda que bem-intencionadas.

Eles não podem fazer absolutamente nada com argumentos, mas reagem agradados e
com alegria a atenções tais como afagos e elogios. Caso se queira evitar ataques de fúria, e
preciso dar-lhes razão sempre que possível, deixar que ganhem nos jogos e, fundamentalmente,
assumir toda culpa sobre si mesmo. Finalmente, eles precisam ser cuidados como crianças sob
todos os pontos de vista, desde alimentar-se ate limpar-se. Enquanto os pacientes retornam ao
principio de suas vidas, exigem de seu ambiente uma humildade tão difícil de conseguir como
escassas são as esperanças de melhora.

O aspecto de fuga também aparece quando se entende depressão da maneira mais


corrente, como pressionar para baixo, já que todos os impulsos vitais são rebaixados. O
resultado e a morte em urn corpo vivo. Finalmente ambos, o relaxamento total não redimido e
a completa supressão das energias vitais, levam a morte.
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A pretensão do ego de ser singular e extraordinário pode ser vislumbrada na volta ao lar
da alma que a Odisseia descreve. Isso pode culminar no reconhecimento da própria ignorância
diante do mistério da criação. Por muito que o ego tenha se inflado, em ultima instancia ele é
insignificante e urn ninguém. Esse reconhecimento força o quadro de sintomas de maneira
drástica. Ulisses e Sócrates mostram a liberação dessa tarefa em plena consciência. Immanuel
Kant pode explicitar o quanto é importante esse passo de relativização e superação de toda
inteligência e a volta ao lar, ou seja, o retorno; ele, considerado o ponto mais alto do
conhecimento daquela época, contraiu o mal de Alzheimer aos 80 anos de idade.

Frequentemente, são duas as pessoas afetadas por esse quadro de sintomas. Quando se
pensa que os depósitos de albumina começam 30 anos antes do surto dos sintomas e que o
percurso da doença pode durar ate 15 anos, pode-se calcular o que isso significa para o
companheiro. O problema para o cuidado, exigido durante todo o dia e as vezes também a noite,
parece praticamente insolúvel Pessoal cuidados estranho e rapidamente exigido ate o limite
devido á dificuldade da situação, e na maioria dos asilos utilizam calmantes da família do
Decepam (Valim, etc.) que realmente tornam os pacientes mais "tratáveis"; mas os sintomas
pioram, quando a couraça intelectual se desmorona. nos estágios posteriores do caminho que
se aproximam cada vez mais das trevas impenetráveis, essas experiências precisam então ser
também sacrificadas: o amor individual pelo ser humano individual transforma-se
necessariamente em urn amor supra pessoal que tudo abrange, pois a pessoa que se conheceu
tão bem desaparece na escuridão, e como se ficássemos somente com sua forma infantil.
Dentro, entretanto, ha somente um tedioso vazio. A pessoa eliminada também desiste de seu
ego, e sua individualidade de desaparece quando ela entra no grande vazio. A diferença
essencial, entretanto, esta em sua consciente.

A medida que este quadro de sintomas reforça os fenômenos normais de decadência da


velhice, coloca urn espelho nítido e apavorante diante de uma sociedade que convive com urn
numero cada vez maior de pacientes de Alzheimer. Para n6s, a velhice quer dizer muitas vezes
tornar-se infantil, seja com base na esclerose do cérebro, outras formas de demência, derrames
múltiplo ou a degradação normal do cérebro. A tarefa propriamente dita, entretanto, e retornar
conscientemente e "voltar a ser como as crianças”.
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CONCLUSÃO
As proteínas desempenham um papel importante nos sistemas vivos, elas são moléculas que
realizam funções cruciais em todos os processos biológicos. Funcionam como transportadoras
de moléculas de oxigênio fornecem apoio mecânico, proteção imunitária, gera movimento,
transmitem impulsos nervosos e diversas outras funções no organismo.

Corresponde pela produção hormonal, estrutural, pela imunidade, ou seja, realizam a produção
de polipeptídios necessários ao correto funcionamento do organismo. Quanto a sua
classificação as proteínas podem ser classificadas por diferentes critérios. Os principais são:
Quanto a sua forma, quanto a sua composição e Decréscimo na síntese proteica.

A sintetização de proteínas as torna com características próprias e desempenham papel de


defesa no organismo contra anormalidades genéticas (mutações ou erros), assim isso torna esse
processo decisivo para combater os surgimentos de doenças que, ocorrem com a modificação
no nível de material genético degenerando as células.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Câncer, mal de Alzheimer – Livro. A doença como linguagem da alma. Autor: Rudge dele.

Fibrose cística – Livro. Cecil tratado de medicina interna. Autor: Roger C. boné.

Decréscimo na Síntese Protéica – Livro. Patologia processos gerais. Autor: Montenegro, M.R.

AS QUATRO ORDENS DA ESTRUTURA PROTÉICA – Livro. Um livro médico Lange


Harper: Bioquímica- Autor: Murray, R K Classificação- Livros. Bioquímica Básica- Autor:
Ferreira, C.P.

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