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ESPIRITUALIDADE:
Belo Horizonte
2017
Jenniffer Pascoal Gomes Ribeiro
ESPIRITUALIDADE:
Um debate entre psicologia, ciência e saúde
Belo Horizonte
2017
JENNIFFER PASCOAL GOMES RIBEIRO
ESPIRITUALIDADE:
Banca examinadora:
Orientador:
___________________________________
Membro:
___________________________________
Membro:
___________________________________
Belo Horizonte
2017
AGRADECIMENTOS
The purpose of this work was to analyze scientific studies which relate Psychology,
Spirituality and Health. It aimed to identify scientific studies on the subject of
spirituality that contribute to the understanding of the human being and to consider
the importance of Spirituality to the performance of psychologists and health
professionals. The concepts of Religion, Spirituality and religiosity are at least the
consequences of a social and subjective construction of the individual. However, they
are not limited only to the rational sense, and can be seen as important objects of
study for the understanding of human complexity. The existing Psychology studies
allow a greater recognition of the intrinsic constructions of the subject, as well as of
the dimension of everything that transcends the concreteness of our existence. A
qualitative bibliographic review research was carried out without the adoption of
systematic criteria for content selection. The main results point to the diversity of
concepts related to Spirituality, being mixed up with their synonyms: Religion and
religiosity. And also, this theme could be more explored and researched on the
Health field, and it isn't, probably due to a certain prejudice of strands of scientific
thought. The achievement of this work was justified by the relevance of the theme in
society and by the possibility of exploring other forms of science beyond materialist
hegemony. It was concluded that though there are many studies on the subject, they
are still dispersed and not very consistent. However, as far as the Health studies are
concerned, it was found that the existing research is of higher quality of
argumentation. It was concluded that this debate is very important to Science and
society, so as to bring new and more open ways to look at reality.
1 INTRODUÇÃO 7
1.1 Objetivo geral 10
2 METODOLOGIA 11
3 ESPIRITUALIDADE E CIÊNCIA 13
3.1 Vertentes hegemônicas do pensamento científico 13
5 ESPIRITUALIDADE E SAÚDE 32
5.1 A espiritualidade debatida no trabalho em saúde 32
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 36
REFERÊNCIAS 38
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1 INTRODUÇÃO
do ser e/ou do mundo material. Este ponto comum será abordado como um dos
aspectos mais sutis, menos concretos, ou até mesmo, menos racionais na
constituição do sujeito.
No presente estudo será discutido que, apesar de religião, religiosidade e
espiritualidade serem conceitos sem uma distinção ou definição clara, são
imprescindíveis para o estudo da Psicologia e do campo da saúde.
O contexto social no qual o indivíduo está inserido influencia na construção da
sua subjetividade. Frente à situações de crise, em alguns momentos da vida, o ser
humano busca amparo em explicações, conexões espirituais e valores religiosos
para resposta a questionamentos que, muitas vezes, a ciência tradicional não
consegue responder.
Segundo Oliveira e Junges (2012), a Psicologia tem se empenhado nos
últimos tempos para realizar estudos da espiritualidade e da sua relação com a
saúde mental, do bem estar psicológico e da integração bio-psico-socio-espiritual do
ser humano. Esse interesse parte de uma análise que o bem estar do indivíduo no
seu aspecto psicológico é importante para o desenvolvimento da sua subjetividade e
para a sua saúde mental.
2 METODOLOGIA
3 ESPIRITUALIDADE E CIÊNCIA
Essa tendência pode ser um útil programa de pesquisa pontual, mas não
pode ser utilizada como compreensão global da realidade (SGRECCIA, 1996). O
reducionismo na Psicologia reduz a subjetividade humana à processos neuronais:
podia - fazer. A Bíblia dizia (ou insinuava) que o Sol girava ao redor da Terra
e ponto final (WILBER, 2000, p. 76).
Crer, ter fé, é algo fundamental para as pessoas, não apenas por seu
aspecto intelectual ou interno ao campo subjetivo, mas sobretudo porque
crer implica uma dimensão performativa dirigida ao mundo externo; ter fé é
sempre invocar concretamente o poder do mundo espiritual para os eventos
e as experiências da vida diária (DALGALARRONDO, 2008, p.26).
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No entanto, Freud também foi criticado por esse autor: “Há um profundo
realismo na religião, e Freud, este genial e revolucionário racionalista e positivista,
segundo Pfister (1928), incorre no messianismo da ciência com seu Deus logos”
(apud DALGALARRONDO, 2008)
Em outro contraponto a Freud, Dalgalarrondo (2008) cita Erik Erikson (1962)
que, por sua vez, aborda a espiritualidade como um fenômeno profundamente
constituído e codificado pela cultura, relacionado à experiência primeva do bebê com
sua mãe.
[...] a camada mais primitiva de todas as religiões e a camada religiosa de
cada indivíduo sublimam esforços de expiação que tentam compensar
vagas ações praticadas contra uma matriz materna e restabelecer a fé na
virtude dos próprios esforços e na generosidade dos poderes do universo.
Cada sociedade e cada idade devem encontrar sua forma institucionalizada
de veneração que deriva vitalidade de sua imagem do mundo, da
predestinação à indeterminação. O clínico só pode observar que muitos se
orgulham de não ter religião mas que seus filhos não são capazes de viver
sem ela. Por outro lado, há muitos que parecem derivar uma fé vital da ação
social ou da atividade científica (ERIKSON, 1962 apud DALGALARRONDO,
2008, p. 62).
24
(...) propõe que a religião pessoal, além de ter sua raiz e seu centro nos
estados aprofundados de consciência mística, pode ser mais bem estudada
naqueles que experimentam o religioso de forma mais radical e
avassaladora. Ao descrever e analisar experiências excepcionais com o
sagrado, James cria uma Psicologia da religião sui generis, radicalmente
subjetivista e individualista, vivencial e empírica a um só tempo
(DALGALARRONDO, 2008, p. 73).
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Baseado em suas pesquisas empíricas, James (1991) afirma que Deus é real
pois produz efeitos verdadeiros na vida das pessoas.
Desta forma, a compreensão da espiritualidade dos principais autores da
Psicologia que produziriam uma análise consistente desta dimensão com a ciência
está sintetizada no Quadro 1, abaixo:
Allport pondera que, quando o indivíduo vive uma religiosidade mais madura
(mais intrínseca), nem todos os impulsos e sentimentos religiosos devem
ser considerados infantis, regressivos ou de fuga. Da mesma forma, nem
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5 ESPIRITUALIDADE E SAÚDE
entanto, a autora afirma que quando o sofrimento extrapola a dor orgânica, fala-se
em dor psíquica, mas ainda são frequentes os casos em que parece não haver o
que fazer do ponto de vista somático ou psíquico. E complementa: “Nessas
situações, de maneira aleatória vemos desfechos inesperados em função de
comportamentos espontâneos aparentemente inusitados” (SMEKE, 2006, p. 343).
Observando dinâmica semelhante, Vasconcelos (2006) aborda o conceito de
transcendência para tratar da dimensão não imediatamente percebida em nossa
realidade material e concreta. Apesar de nem sempre percebida ou valorizada, a
transcendência diz respeito a uma abertura e força inerente ao ser humano, que o
faz transpor barreiras e superar limites, estando diretamente relacionada à vitalidade
(VASCONCELOS, 2006). Nessa concepção, o conceito apresenta uma valiosa
contribuição ao trabalho na área da saúde.
A sociedade, insatisfeita com a limitação da especialização e fragmentação
excessiva na prática médica, além do alto custo e insuficiência no enfrentamento de
problemas globais contribuiu para a multiplicação e expansão das chamadas
terapias alternativas. Como exemplos, lista-se a homeopatia, acupuntura, medicina
natural, medicinas energéticas, biodança, regressão a vidas passadas, florais, etc.
Além disso, dentro da própria medicina, amplia-se o estudo da dimensão subjetiva e
social envolvidas no processo de adoecimento e de cura (VASCONCELOS, 2006).
Morais (2006, p, 202) afirma que “o campo energético humano é um campo
de interações, e as enfermidades e a saúde devem ser estudadas à luz do
eletromagnetismo e dos movimentos de energias sutis”. Ainda, defende que, a partir
da escolha em lidar com o ser humano é necessário considerar a sua
pluridimensionalidade e — sem comodismos —– abordá-lo como uma estrutura
complexa, preciosa e delicada, que necessita de um tratamento competente,
cuidadoso e sutil.
Apesar de não definir sua compreensão sobre a espiritualidade, Smeke
(2006, p. 362) aborda o conceito no trabalho em saúde como algo que transcende o
individual e conecta o coletivo:
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
distinção consistente, uma vez que a literatura científica encontrada demonstrou que
a especificidade de cada conceito varia de acordo com a utilização e entendimento
do autor.
Ao adentrar neste debate com relação à área da saúde, identificamos um
terreno, apesar de embrionário, melhor estabelecido e muito fértil. No entanto, o
debate parece existir ainda mais filosoficamente do que efetivamente na prática do
profissional. Consideramos que as exposições estudadas sejam sementes
importantes para o avanço dos estudos na área, especialmente no que se refere a
humanização do atendimento em saúde. A pesquisa desta temática articulada à área
de saúde foi um convite para repensar as relações humanas, ética e as condutas no
trabalho, ainda que se encontrem mais perguntas do que respostas.
Apesar das dificuldades, foi muito interessante investigar a relação entre
Psicologia, Saúde e Espiritualidade. Embora essa relação seja complexa, vimos que
é possível e que, existem iniciativas para consolidá-la.
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REFERÊNCIAS
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
2001. 368 p. Disponível em:
<https://docs.google.com/file/d/0B7X4Tr4gShS0M2dnT2dZYmluMGM/edit> Acesso
em: 7 set. 2017.
FONSECA, Alexandre Brasil; VALENÇA, João; SILVA, Thiago Barros da. Religião e
saúde na recente produção acadêmica brasileira: uma revisão a partir dos autores.
In: VASCONCELOS, Eymard Mourão (Org.). A espiritualidade no trabalho em
saúde. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2006. p. 205-242. Disponível em:
<https://issuu.com/rededeeducacaopopularesaude/docs/espiritualidade_no_trabalho
_2___ed_68a36c7ef0640a> Acesso em: 12 nov. 2017.
FREUD, Sigmund. (1927) O futuro de uma ilusão. Tradução Renato Zwick. Porto
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<https://leandromarshall.files.wordpress.com/2012/05/freud-sigmund-o-futuro-de-
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
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JUNG, Carl Gustav. Psicologia e religião. Tradução Pe. Dom Mateus Ramalho
Rocha. Petrópolis: Vozes. 1978. 92 p. Disponível em:
40
<http://oficinadeconsciencia.com.br/PDF/C.G.%20Jung%20-
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