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CURITIBA
2015
FERNANDA PASSONI GOMES
CURITIBA
2015
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA .............................. 8
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 10
1.2.2 Objetivos Específicos...................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 11
2.1 STAKEHOLDERS E SEU PAPEL PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES 11
2.1.1 Definição de stakeholders............................................................................... 11
2.1.2 O engajamento dos stakeholders ................................................................... 12
2.2 PÚBLICO INTERNO: PRINCIPAL STAKEHOLDER DE UMA EMPRESA ......... 16
2.2.1 Os funcionários e seu papel na sustentação da imagem organizacional,
reputação e competitividade...................................................................................... 17
2.3 A COMUNICAÇÃO INTERNA E A GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM OS
FUNCIONÁRIOS ....................................................................................................... 19
2.3.1 Cultura organizacional, propósito e significado............................................... 21
2.3.2 Liderança Comunicadora ................................................................................ 23
2.4 ENGAJAMENTO GERA RESULTADOS ............................................................ 25
3 METODOLOGIA DE PESQUISA.......................................................................... 28
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ...................................................................... 28
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................ 28
3.3 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 29
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ......................................................... 29
3.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 30
4 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ............................................................................ 31
4.1 PERFIL DAS ORGANIZAÇÕES ENTREVISTADAS .......................................... 31
4.2 ESTRUTURA DE COMUNICAÇÃO .................................................................... 32
4.3 FOCO NO PÚBLICO INTERNO ......................................................................... 34
4.4 COMUNICAÇÃO DO PROPÓSITO PARA O ENGAJAMENTO ......................... 35
4.5 COMUNICAÇÃO INTERNA ESTRATÉGICA E FERRAMENTAL ....................... 37
4.6 COMUNICAÇÃO DE RESULTADO .................................................................... 39
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 42
APÊNDICES ............................................................................................................. 48
APÊNDICE A – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA ..................... 48
APÊNDICE B – ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NA EMPRESA GRPCOM .................. 50
APÊNDICE C – ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NA EMPRESA BEMATECH .............. 58
APÊNDICE D – ENTREVISTA NA ÍNTEGRA NA EMPRESA CIMENTO ITAMBÉ ... 66
8
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Eles têm (ou acreditam ter) um direito legítimo sobre algum aspecto da
companhia ou suas atividades porque estão envolvidos com a empresa ou
são influenciados por ela. Assim como os públicos interessados têm
interesse na organização, a organização depende de seus públicos
interessados para sobreviver e prosperar. (HARRISON, 2005, p. 26)
A responsabilidade dos stakeholders auxilia o Oportunismo e/ou indiferença por parte dos
entendimento de falhas morais nas stakeholders podem ser determinantes para um
organizações, responsabilizando diversos comportamento antiético.
stakeholders.
Comunicação limitada de
Trabalhar junto através de Estabelecimento de parcerias ou
duas vias: performance
Transacionar uma relação contratual ou relacionamentos para fins
monitorada por termos
parceria específicos
contratuais
Nova forma de
Delegar processo de responsabilidade por ação:
Integração do stakeholder à
Dar poder decisão de um tema stakeholders têm papel
estrutura de governança
específico ao stakeholder formal na governança da
organização
16
O mercado torna-se mais competitivo a cada dia e exige muito mais dos
funcionários, que cada vez mais são cobrados e possuem maior
responsabilidade sobre o sucesso das organizações. Sendo assim o bom
relacionamento com o público interno, pode significar uma grande vantagem
competitiva aos negócios. É fato que, as empresas que proporcionam
17
todos os públicos das organizações, por isso não pode ficar restrita a um
departamento ou profissional. É necessária uma cultura de comunicação, construída
ao longo do tempo com a participação e comprometimento de todos os públicos
internos, compartilhada e vivenciada permanentemente (BUENO, 2011)
(2014) enfatiza que “não há engajamento possível sem uma gestão coerente (dos
negócios e das pessoas) e, muito menos, sem comunicação interna”. Para ela, a
comunicação interna não deve ser entendida como “campanha”, como na visão do
endomarketing, mas sim deve ser trabalhada como um processo estratégico da
narrativa da organização, que somente se dá por meio de pessoas ou canais.
Neste sentido, a comunicação e o endomarketing desempenham papel
estratégico para a criação de significado que leva ao engajamento.
Além de ser mais efetivo, este modelo de comunicação fortalece o papel dos
gestores como principais agentes de comunicação na empresa, sendo eles
responsáveis por obter as informações relativas à estratégia e aos
desdobramentos que envolvem o dia a dia de sua área, bem como repassá-
las com pontualidade, constância, clareza e assertividade. (SANTO DE
CASA, 2013)
Para ele, esta realidade ainda está longe da maioria das organizações, pois
esta sustentabilidade na relação com os empregados é uma conquista de longo
prazo, que se dá com o desenvolvimento de uma cultura com valores como ética,
honestidade, meritocracia e reconhecimento. Pesquisas mostram que empresas
com esse perfil crescem e ganham competitividade no mercado, consequentemente
atraindo bons profissionais.
Segundo a consultoria Santo de Casa, o que o mercado vem comprovando
nos últimos anos é que a partir de uma comunicação interna bem estruturada, não
apenas melhores resultados humanos são possíveis, como também o alcance de
melhores desempenhos econômicos e financeiros.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
É fundamental ter essa parceria que temos com o RH, estamos realmente
muito próximos. Em muitos momentos o RH acaba sendo o grande
demandante da área de comunicação porque tem muitas ações em
andamento e a gente acaba tendo um papel fundamental em fazer isso
chegar nas pessoas e motivá-las a participarem. (SCHWEINBERGER,
Bematech)
Então dentro do âmbito que nos permite ter decisões sobre o que a gente
realiza, trabalhamos muito em parceria com o RH. Então mesmo sendo
ferramental, tentamos desenvolver algumas coisas com essas ferramentas
visando melhorar essa questão de clima, engajamento e trazendo outras
percepções para os funcionários da empresa. (HARA, Cimento Itambé)
Pode-se considerar que o fato das três organizações terem uma estrutura
departamental bastante consolidada e uma área independente de comunicação que
tem entre seus objetivos a comunicação interna e o fortalecimento do sentimento de
pertencimento, contribui para que os resultados do engajamento interno sejam
avaliados de forma muito positiva e otimista. A participação que a comunicação
interna tem nos bons resultados que as empresas apresentam em termos de
engajamento é perceptível na fala das três entrevistadas.
34
Hoje eu digo que nosso engajamento é alto. Nossas metas são todas
atingidas. Nós não temos pesquisas de clima formalmente
constituídas, mas frequentemente os gerentes e coordenadores
estão avaliando e percebendo como está o engajamento dos
funcionários. (HARA, Cimento Itambé)
Pelo nosso exemplo e imaginando que ele possa ser aplicado em qualquer
organização independente do mercado em que atua, eu acho que tivemos
um grande avanço no momento em que conseguimos estar com um papel
definido no planejamento estratégico com meta relacionada ao que a
companhia vinha buscando e assim conseguimos ver mais claramente o
papel da comunicação. Da forma com que conduzimos, a alta gestão
passou a olhar para todas as atividades que a área realiza, de motivação e
engajamento dos funcionários de uma outra forma. (SCHWEINBERGER,
Bematech)
Quando analisamos um mapa de BSC, aí fica mais tangível ver quais são
os níveis que você está impactando e de que maneira. (...) Por exemplo, se
um funcionário que trabalha numa área de vendas, se sente respeitado, se
sente bem comunicado, sabe o que a empresa quer dele por meio da
comunicação interna, é óbvio que ele vai trabalhar de uma maneira mais
eficaz. (...) Ao trabalhar com mais eficácia, ele vai trazer retorno financeiro
para a empresa. Então assim, sempre de maneira indireta, pois a área de
comunicação não é uma área que traz dinheiro, mas como área de
backoffice também traz indiretamente o retorno financeiro. (MURARA,
GRPCOM)
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CALDEIRA, André. Woody Allen e motivação para o trabalho. 2014. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/muito-trabalho-pouco-
stress/2014/04/06/woody-allen-e-motivacao-para-o-trabalho/>. Acesso em 16 de
novembro de 2014.
COSTA, Maria Silva Monteiro. Por que o engajamento se tornou sinônimo para
tudo? 2015. Disponível em <http://empresapoderosa.blogspot.com.br/2015/03/por-
que-o-engajamento-se-tornou.html>. Acesso em 02 de abril de 2015.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. – 10. reimpr. – São
Paulo: Atlas, 2007.
seu-presidente-se-envolve-na-comunicacao-com-empregados/> Acesso em 16 de
novembro de 2014.
TOWERS WATSON, Estudo Global sobre Força de Trabalho 2012. Disponível em:
<http://www.towerswatson.com/pt-BR/Press/2012/07/Estudo-revela-que-apenas-28-
por-cento-da-forca-de-trabalho-no-Brasil-e-altamente-engajada>. Acesso em 10 de
junho de 2014.
APÊNDICES
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
Esta entrevista faz parte de uma pesquisa sobre o engajamento interno corporativo
através da comunicação e sua importância para as organizações e seus
funcionários. Sinta-se a vontade para responder as perguntas conforme suas
opiniões e experiências pessoais. Caso prefira, seu nome e o nome de sua
organização poderão ser omitidas do trabalho.
Nome:
Cargo:
Departamento:
Segmento da empresa:
Local de origem da empresa:
Perfil societário:
10) Existem ações / programas voltados exclusivamente para o público interno? São
pontuais ou processos perenes? Cite exemplos
14) Em que medida você acha que a comunicação interna pode gerar resultados
financeiros para a empresa?
15) Em sua opinião, que estratégias devem ser utilizadas para ampliar o
engajamento dos funcionários?
O GRPCOM é uma empresa familiar que por estar no Paraná trabalha muito voltada
para esse público. Nosso corebusiness é levar informação para a população: para o
leitor, o espectador, o ouvinte, o internauta, enfim, a população em geral. Por conta
disso, o que é muito da cultura do nosso grupo? É levar a informação e fazer com
que essa informação ajude e contribua para desenvolver a sociedade onde ele está.
A gente costuma dizer que a estratégia é: Prover a sociedade de informação e
entretenimento, ou seja, conteúdo jornalístico e de entretenimento e que este
conteúdo contribua para você melhorar a sociedade em que você vive. Aí dessa
maneira você tem um resultado econômico. Por ser uma empresa familiar ela tem
aspectos muito conservadores em sua gestão do ponto de vista financeiro, não tem
tanto arrojo financeiro. Então é uma empresa que caminha muito no passo a passo
dentro das suas possibilidades. Agora, o pilar inovação a gente tem buscado muito
em transformar essa empresa numa empresa inovadora.
A gente tem vários públicos que a gente trabalha. A prioridade é o público final
consumidor, que é o leitor, o telespectador, que é o ouvinte. Esse é o público
principal porque é ele que viabiliza todo o restante dos negócios. Um outro público
estratégico pra viabilizar a sustentabilidade do negócio é o meio publicitário, são as
agencias de publicidade e os clientes. Quem são os clientes? São os anunciantes.
51
O engajamento dos funcionários é alto, porque todos aqui trabalham para alcançar
metas ao longo do ano. Então você trabalha com objetivos muito claros, com
indicadores e com metas. Isso é muito focado. 100% dos funcionários aqui têm uma
meta a ser atingida independente da área. Nós temos metas gerais da organização
que todos nós buscamos, até chegar nas metas específicas mas que não são
individuais. Por exemplo: a gerência de comunicação aqui tem metas especificas de
comunicação para as quais todos os funcionários da equipe trabalham. Ele é alto
porque você tem metas tangíveis a cumprir. Então você sabe o que deve cumprir.
Ex. eu sei que eu tenho que ter um volume x de notícias positivas emplacadas em
veículos especializados, eu sei que tenho que atingir x% na pesquisa de satisfação
com os públicos internos. Então isso acaba engajando.
São as duas. Eu diria que se precisa das ferramentas para divulgar a estratégia.
Então não dá pra dizer a qual é mais importante. Eu preciso ter ferramentas, mas
qual é o objetivo delas? É divulgar a estratégia da empresa. A comunicação é única:
o mesmo conteúdo que eu divulgo pra TV, eu divulgo pras rádios, eu divulgo pra
Gazeta. Então os 2300 funcionários que a gente tem, recebem o mesmo conteúdo
de comunicação interna. O mesmo jornal, as mesmas campanhas, as mesmas
ações, o mesmo conteúdo de mural, por exemplo, os meios e-mails-marketing, as
mesmas reuniões, que compõe a comunicação interna.
não está no passo a passo que a gente faz, mas é acionada de tempos em tempos
quando você precisa de aprovações ou definições de mudanças de estratégia.
pelo menos umas 5 vezes eu ouço em algum momento alguém falar da nossa
convicção. E isso permeia as pessoas, elas realmente dizem isso, não está só na
parede. E um dos nossos projetos de comunicação interna é: comunicar todo ano as
convicções do grupo. Então ano passado a gente teve nossa grande ação de
comunicação interna para trabalhar as convicções e esse ano teremos outras ações
também.
A empresa tem ao longo do ano vários projetos que são só para o funcionário.
Desde as políticas de RH até as ações que fazemos dentro da comunicação interna,
específicas pra esse público. Por exemplo: temos uma coisa que acho muito bacana
aqui dentro que é um encontro do presidente da empresa com os funcionários.
Reunimos todos eles no barracão aqui da Gazeta do Povo que é o espaço onde a
gente roda o jornal, que é um espaço romântico que tem todo o maquinário, que é
saudosista e bonito por mais rústico que seja. Então no começo do ano todos os
funcionários vão pra lá, fazemos uma fala do presidente, quer dizer, é um momento
de engajamento para começar bem o ano. Lá no meio do ano de vez em quando a
gente tem essa mesma conversa e no final do ano também. Aí a gente tem ações de
treinamento, capacitação e desenvolvimento para os funcionários. Tudo isso a
comunicação interna tem que fazer.
14) Em sua opinião, que estratégias devem ser utilizadas para ampliar o
engajamento dos funcionários?
15) Em que medida você acha que a comunicação interna pode gerar
retorno financeiro pro negócio?
Quando analisamos um mapa de BSC, aí fica mais tangível ver quais são os níveis
que você está impactando e de que maneira. Por exemplo, eu aqui faço uma
informação eficaz, ou seja, levo uma informação correta para os funcionários, vamos
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pegar uma área de vendas, que é mais ligada ao dinheiro, então trabalho o clima
organizacional da empresa, então este funcionário que trabalha numa área de
vendas, ele se sente respeitado, se sente bem comunicado, sabe o que a empresa
quer dele por meio da comunicação interna. É óbvio que ele vai trabalhar de uma
maneira mais eficaz pra trazer receita pra dentro da empresa, de uma forma indireta.
Eu trabalho junto com o RH, comunicando todos os processos de RH de uma
maneira eficaz, eu facilito a vida do RH por meio da Comunicação interna, eu
consigo engajar mais o funcionário, ou ele consegue se ver mais na empresa, ele
consegue trabalhar com mais eficácia. Ao trabalhar com mais eficácia, ele vai trazer
retorno financeiro para a empresa. Então assim, sempre de maneira indireta, pois a
área de comunicação não é uma área que traz dinheiro, mas como área de
backoffice também traz indiretamente o retorno financeiro.
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mercado a gente foi fazendo isso, e a oferta mudou, e fomos nos posicionando
assim perante os clientes. Só que para os colaboradores era necessário ter esse
posicionamento de uma forma mais incisiva. Então, o que foi feito foi esse trabalho
de pesquisa, de ver o que as pessoas também estavam buscando, aquilo que já
existia e com o que elas se identificavam. E aí a gente conseguiu chegar num
modelo que a gente vem propagando desde então. Isso começou em 2013, já no
início do ano de 2014 a gente já tinha tudo formatado, a revisão da missão, visão e
valores já tinha acontecido. Aí foi feito todo o trabalho de divulgação e de 2014 pra
cá a gente vem consolidando isso, em todas as mensagens da comunicação a gente
reforça. Agora mesmo está sendo feita pela área de RH uma revisão de toda a parte
de avaliação de desempenho. A ideia é que para 2015 em diante a gente tenha as
competências refletindo os valores. Porque até então a gente tinha uma linha de
competências comportamentais, relacionadas a negócios, e aí tinha uma lista de
comportamentos que eram esperados conforme aqueles descritivos. E agora não, já
está acontecendo toda esta revisão e agora o comportamento das pessoas precisam
refletir os valores da organização. Então estamos neste momento ainda vivendo
uma transição, mas a gente já teve resultados que demonstram que estamos no
caminho certo, que as pessoas estão se identificando e estão satisfeitas com isso.
Fizemos um trabalho de desenvolvimento das equipes, foi feita uma atividade
vivencial em um final de semana que gerou conteúdo que depois foi discutido aqui
em grupos, então assim, isso tudo já está mostrando resultados de que estamos
num processo bem assertivo relacionado à cultura organizacional.
Na verdade a empresa tem como missão “levar a eficiência” e aí isso se traduz num
primeiro momento para o usuário da nossa solução. Só que acaba que é dessa
forma que a gente procura atingir todos os públicos com os quais a gente se
relaciona então a gente procura que os funcionários entendam que eles tem um
papel muito importante nesta questão de levar a eficiência para o cliente. Atuamos
por meio de revendas então a gente também leva pra eles isso, do quanto é
importante o papel deles nesta questão da busca pela eficiência. E por sermos uma
empresa de capital aberto, a gente nunca perde de vista a questão dos acionistas,
60
Eu acho que, considerando toda essa história do processo pelo qual passamos, hoje
não sei se daria pra gente classificar ou colocar no mesmo nível todas as nossas
unidades/ localidades. Mas eu acho que nesse sentido estamos num nível médio pra
alto. Aqui no Paraná o engajamento está num nível bem elevado até porque um
resultado recente que tivemos foi a classificação entre as melhores empresas pra se
trabalhar no Paraná. Então claro, talvez se olharmos para a unidade que temos no
Rio de Janeiro, ou em São Paulo, não seja exatamente este mesmo resultado, não
estejamos no mesmo nível, mas a variação que existe é essa: de médio pra alto no
nível de engajamento.
estratégica e conseguir consolidar cada vez mais esse trabalho para continuar
atendendo esse objetivo e esse anseio da organização. Então é de fato desta forma
que estamos nos posicionando.
Participa. A gente tem muita demanda que parte diretamente da alta gestão.
Exemplo: Esse é o nosso objetivo anual, precisamos buscar essa meta, então como
que a gente vai comunicar e engajar as pessoas a buscar esse resultado? Então a
gente tem a diretoria muito próxima, compartilhando com a área tudo o que vem
sendo discutido e definido na alta gestão da companhia, e aí trabalhando em
conjunto para que seja discutida a melhor forma de fazer aquilo chegar nas pessoas.
A maior parte das questões são decididas em conjunto com a diretoria, em muitos
casos aprovando determinadas iniciativas, outras talvez mais simples a gente tenha
autonomia para conduzir, mas o olhar da diretoria é de bastante valorização ao
trabalho da área.
É fundamental ter essa parceria que temos com o RH, estamos realmente muito
próximos. Em muitos momentos o RH acaba sendo o grande demandante da área
de comunicação porque tem muitas ações em andamento e a gente acaba tendo um
papel fundamental em fazer isso chegar nas pessoas e motivá-las a participarem. O
RH da Bematech está num nível muito estratégico, então isso consequentemente
faz com que a gente precise estar muito alinhados para que consigamos fazer com
que a companhia atinja os objetivos e os resultados. Isso depende das pessoas, o
RH está ali no dia a dia conduzindo todas as ações voltadas a gestão de pessoas e
nós da comunicação damos todo o suporte e contribuindo para o alcance desses
resultados.
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Esta comunicação que você está vendo está bem recente. O que estamos fazendo
agora é justamente reforçar isso, em todas as outras iniciativas e campanhas que
talvez não estejam tão diretamente relacionadas, mas procuramos trazer, por
exemplo: um comunicado sobre direcionar notas fiscais para o faturamento. É uma
coisa totalmente prática, operacional, até certo ponto burocrática do dia a dia. Neste
caso, quando a gente vai passar a mensagem, reforçamos os valores de
cooperação, melhoria contínua, destacamos os pontos que devem ser levados em
consideração. Agora até estamos com um projeto em algumas localidades em que a
gente possa explorar um pouco essa comunicação mais visual, onde a gente possa
ter paredes adesivadas com as mensagens. Hoje temos materiais distribuídos,
quadros nas salas, etc. Pra quem chega na organização e passa por uma
abordagem de Recursos Humanos também. Mas estamos de fato sempre
procurando reforçar. Então é um trabalho que não tem fim. Temos que estar sempre
realimentando.
podemos correr o risco de, de repente, ela vazar e sermos penalizados perante a
CVM1, alegando que aquela informação de alguma forma nos beneficiou na questão
da movimentação das ações. Aí como a gente conduz: Até que a gente tenha todos
os contratos legalmente formalizados o assunto fica restrito a certas áreas, em
conformidade com as boas práticas de governança. Após isso é importante que a
gente vá pro mercado com um grande anúncio e ao mesmo tempo a gente noticia
internamente.
_______________
1
Comissão de Valores Mobiliários
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trabalho. Sempre tem uma ou outra correção de rumo mas a gente também
considera isso como um bom indicador.
De certa forma os resultados são transmitidos sim porque todo ano publicamos um
relatório onde a gente acaba descrevendo uma serie de ações que foram realizadas
pela comunicação, então acaba que a gente tem uma maneira de fazer esses
resultados chegarem até os acionistas.
13) Em sua opinião, que estratégias devem ser utilizadas para ampliar o
engajamento dos funcionários?
Pelo nosso exemplo e imaginando que ele possa ser aplicado em qualquer
organização independente do mercado em que atua, eu acho que tivemos um
grande avanço no momento em que conseguimos estar com um papel definido no
planejamento estratégico com meta relacionada ao que a companhia vinha
buscando e assim conseguimos ver mais claramente o papel da comunicação. Da
forma com que conduzimos, a alta gestão passou a olhar de fato para todas as
atividades que a gente realiza, de motivação e engajamento dos funcionários de
uma outra forma. Então acho que o grande segredo está nisso, em alinhar metas e
objetivos da comunicação aos objetivos e ao planejamento estratégico. Aí você
consegue ser mais assertivo, você tem a alta direção bem mais próxima, se chega
para argumentar que determinada ação é importante, eles acabam conseguindo
associar e entender determinado evento não como uma despesa, mas como um
investimento porque você vai fazer aquilo para melhorar o clima naquela
determinada unidade ou determinado momento então eles não vão considerar que
você está simplesmente querendo distribuir brindes, por exemplo. Então eu acho
que é desta forma que a gente vem conseguindo melhores resultados e aí
assumimos esse papel mais estratégico. Eu acho que esse deveria ser o cuidado
que as organizações deveriam ter.
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Hoje eu digo que é alto. Nossas metas são todas atingidas. Nós não temos
pesquisas de clima formalmente constituídas, mas frequentemente os gerentes e
coordenadores estão avaliando e percebendo como está o engajamento dos
funcionários. E como comentei que os funcionários são a principal preocupação da
empresa, hoje a nossa comunicação interna é a prioridade dentro do setor. Então é
com esse foco que trabalhamos e vemos como consequência das ações que a
gente faz esse engajamento dos funcionários, mesmo que isso seja avaliado de
forma informal.
Não, não chega a ser um problema. A Itambé hoje tem a divisão Cimento e a divisão
Concreto. É praticamente meio a meio a quantidade de funcionários em cada uma. A
divisão Concreto começou a operar há menos tempo, foi uma empresa adquirida
pela Itambé. Por si só negócio do concreto já tem um turnover mais alto em sua
operação, com motoristas, por exemplo, pela característica do negócio. No cimento
isso não ocorre. A Itambé é considerada pelos moradores da cidade uma empresa
boa para se trabalhar. O pai trabalhou aí traz o filho, traz o sobrinho, o primo. Nisso
a gente avalia, vendo o todo, como uma empresa que consegue manter os
funcionários aqui dentro.
Ferramental. Justamente por ser um perfil familiar a gente não consegue ter essa
questão estratégica. O departamento de comunicação está estabelecido há uns 8
anos e já teve momentos mais estratégicos, mas hoje é realmente mais ferramental.
Bom como eu falei, hoje a gente não quer trabalhar muito essa questão estratégica
mas para essa parte da comunicação ferramental, uma das nossas grandes
demandas vem justamente da área de RH. Então, apesar da comunicação não ser
muito estratégica, a gente procura trabalhar essas demandas do RH da maneira
mais estratégica que conseguimos sem precisar levar isso pra âmbitos de muita
discussão. Pois todas as decisões estratégicas tem que vir de cima. Então dentro do
âmbito que nos permite ter decisões sobre o que a gente realiza, trabalhamos muito
em parceria com o RH. Então mesmo sendo ferramental, tentamos desenvolver
algumas coisas com essas ferramentas visando melhorar essa questão de clima,
engajamento e trazendo outras percepções para os funcionários da empresa.
A Itambé optou a não ter missão, visão e valores definidas formalmente, por meio de
frases. Porque a diretoria entende que os funcionários já tem o conhecimento disso,
pois está no cerne da empresa. Então por isso a gente não tem como opção em
nenhum lugar institucionalizado. Já os departamentos têm e transmitem isso para
suas equipes. Nossa diretoria parte do princípio que nossos valores são, por
exemplo: a honestidade porque é algo que deve ser intrínseco do ser humano e o
funcionário deve trazer para a Itambé, estamos trabalhando em um estudo que
mostra o que os funcionários apontam como responsabilidade, respeito, confiança,
credibilidade. Então a gente vê que eles de uma maneira ou de outra tem isso bem
definido quando a gente vai pesquisar. A empresa entende que o funcionário a
partir do momento que entra aqui e conhece a Itambé, essas questões estão
subentendidas, pois são disseminadas informalmente e estão presentes no discurso
da empresa. Por exemplo: os funcionários da fábrica têm o DDS, diálogos diários de
segurança, então a orientação dos próprios gerentes e da direção é: em cada
diálogo, estar reforçando esses elementos de maneira verbal, em cada grupo que se
reúne, então em cada oportunidade que eles têm isso é colocado de alguma
maneira.
70
Para o público interno, são processos pontuais. O SIPAT2 é perene porque acontece
a cada ano. Quando a gente teve lançamento da logo nova, festa de aniversário da
empresa. Por isso que eu digo que são pontuais, são conforme a demanda de
acordo com o que está acontecendo naquele momento. Homenagem por tempo de
casa é algo que é mais perene, mas de forma geral são mais pontuais.
A gente não tem muitos lançamentos. Todas as ações que envolvem o cliente, são
desenvolvidas pelo marketing. Antes do cliente receber essa ação, isso é
comunicado antes aos funcionários. Por exemplo: eles vão desenvolver um
aplicativo de cimento para celular. Então assim, eu sei que será feito no marketing,
_______________
2
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
71
mas eles já comunicaram a gente num primeiro momento pois quando isso estiver
desenvolvido eles querem divulgar a novidade para os funcionários. Quando a gente
lançou a nova marca, nós desenvolvemos uma ação para os funcionários partindo
da ação que foi feita para os clientes. No ano passado, na época da Copa do
Mundo, foi desenvolvida uma ação no site da empresa, mas replicado também a
todos os veículos internos.
comunicação fazer com que ele esteja engajado com as metas e resultados porque
ele sabe o que está acontecendo para a empresa. Isso na teoria acho que funciona,
só que para nós a gente vê que não adianta. Nosso informativo ainda é assim,
precisa de fotos de cada um dos colaboradores para que eles se identifiquem como
parte daquilo, homenagem por tempo de casa, assuntos relacionados à família,
novos funcionários, eles gostam de ver quem está entrando na empresa. Então
acredito que cada um deve adaptar a comunicação interna de acordo com a sua
realidade.
14) Em que medida você acredita que a comunicação interna pode gerar
resultados financeiros para a empresa?
15) Em sua opinião, que estratégias devem ser utilizadas para ampliar o
engajamento dos funcionários?
Quando a gente fala em estratégia de comunicação, isso é uma questão muito difícil,
porque o que funciona para uma empresa pode não funcionar na outra. É preciso
entender a particularidade de cada uma. Então assim, quando falamos das
campanhas internas que já foram realizadas, a gente sempre escolhe um funcionário
que tem alguma coisa positiva para trazer. Temos até uma dificuldade de escolher
esses personagens para as campanhas porque todo mundo tem algo positivo, todos
são merecedores. Trabalhamos muito com o testemunhal, de estar envolvendo os
funcionários. Acho que dentro das estratégias que a gente utiliza, uma das
premissas da direção é que em cada campanha, em cada ação que a gente faça, a
gente tenha de algum modo a participação do funcionário. Seja perguntando sua
opinião sobre alguma ação de data comemorativa, sobre o que ele gostaria de
ganhar, ou contando com a participação dele em algum momento do processo. Para
nós é o que funciona. Acreditamos que se ele se sentiu em algum momento
envolvido, ele vai reconhecer o que a empresa faz por ele, que está sendo
reconhecido. Isso para nós é mais válido do que muitas outras estratégias. Pela
minha experiência, que vim de um grupo educacional e agora estou numa indústria,
nesses dois ambientes o que eu tomei como base é isso, é envolver o funcionário
para que se sinta reconhecido e participante de alguma maneira, é o fundamental
para que qualquer estratégia dê certo. Os funcionários são engajados porque
alcançam a motivação interna quando percebem que são reconhecidos pela
empresa, que suas opiniões são levadas em conta.
Sobre nossos desafios: Temos bastantes funcionários antigos, com muito tempo de
casa, mas os novos já estão vindo com outra cabeça. Então a gente está correndo
atrás pra conseguir trazê-los para junto da companhia. São pessoas de outra
geração que estão vindo de uma outra realidade, com muito mais rapidez, querendo
ver a Itambé no Whatsapp, no Facebook. É isso que a gente hoje está tendo como
desafio. Para quem já está aqui dentro, está muito legal. Só que hoje, por exemplo,
a gente não tem um turnover alto, mas tem um pouco, e esse pouco pode fazer a
diferença. O pessoal questiona muito por não estar no Facebook. Mas a gente tem o
74
blog Massa Cinzenta, que é voltado para o público da construção. Pode ir um pouco
mais além do cliente? Pode. Hoje são mais de 4000 acessos. A gente tem o blog, aí
no blog tem os podcasts, que fomos pioneiros a trabalhar com recurso do podcast.
Então a Itambé tem esse lado também, mas voltada para o público dela. A Itambé é
realmente mais low profile, mas é que a gente entende que quem tem que conhecer,
quem tem que saber o que a Itambé faz, são as pessoas beneficiadas por ela. Então
não é a placa na frente da escola falando que a gente fez o refeitório, que cobriu a
quadra, que vai fazer a diferença. A gente entende que a diferença é que cada aluno
da escola vai chegar em casa e vai dizer pro pai e pra mãe que foi a Itambé que fez
a quadra e que agora protege a gente da chuva e do sol. Pode ser um discurso meio
lúdico, mas o posicionamento da diretoria e dos acionistas é esse. Nós não temos
que aparecer, as pessoas beneficiadas são as que devem saber e ponto. A Itambé
não tem que ficar sendo conhecida pelas ações de responsabilidade social. Em
nenhum momento vamos fazer algo em troca de visibilidade ou publicidade. Não é
esse o objetivo. O fato de termos as carteiras de clientes fechadas também acaba
ajudando em não precisarmos dessa publicidade, de estar aparecendo. Não é que a
gente não queira vender, mas como já temos aquele público a gente destina as
verbas do marketing para a fidelização dos clientes. E por isso os nossos projetos de
responsabilidade social não são gigantescos, são pequenas ações para beneficiar
as comunidades que precisam e que estão em nosso entorno.