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BROMÉLIAS E
ORQUÍDEAS
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
1977) e Gomes-Ferreira (1990), bem como na experiência de campo dos autores com as famílias
em estudo (ver Siqueira Filho 2002, 2003; Félix & Carvalho 2002).
Todo material fértil foi herborizado e depositado no Herbário da Universidade Federal de
Pernambuco Geraldo Mariz e parte dele encontra-se em coleções vivas na Universidade Federal
da Paraíba, Campus Areia e no Bromeliário Biouniverso.
RESULTADOS
A riqueza de Bromeliaceae nos fragmentos variou de uma espécie (Bom Jesus) até 33
espécies (Serra do Quengo). Os locais com maior riqueza de espécies foram Coimbra (21 spp.) e
Serra do Quengo (33 spp.) (Fig. 1).
60
50
Bromeliaceae
Tipos de Espécies
Orchidaceae
40
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tamanho dos fragmentos (ha)
Figura 1. Relação de riqueza de espécies de Bromeliaceae e Orchidaceae e o
tamanho dos fragmentos estudados do Centro de Endemismo Pernambuco.
Apenas 19% das espécies ocorreram nos três sítios estudados. A análise de similaridade da
comunidade de Bromeliaceae e Orchidaceae agrupou fragmentos como São Brás (SB) e Cuxio
(CU), Serra do Quengo (SQ) e Coimbra (CO), Aquidabã (AQ) e Cruzeiro (CR). Os fragmentos de
São Brás e Cuxio compartilharam com cerca de 90% de espécies comuns a ambos os fragmentos,
provavelmente devido à proximidade física de ambos (Fig. 2). Também se destacam altos índices
de similaridade entre os fragmentos de SB, CU, AQ e CR (acima de 69%), influenciados pela
presença de espécies de Tillandsia.
CA
AQ
CU
SB
CR
CO
SQ
FE
AG
BJ
DISCUSSÃO
sobretudo nos maiores como Serra do Quengo (RPPN Frei Caneca) e Coimbra (Serra Grande),
não houve relação significativa entre essas variáveis. Fragmentos florestais maiores apresentam
maior integridade física, complexidade estrutural e heterogeneidade de habitats que, por sua vez,
suportariam mais espécies que os fragmentos menores (Varassin & Sazima 2000).
O conhecimento sobre história natural, dos sistemas de polinização e dispersão de
Bromeliaceae, é uma excelente ferramenta para agregar informações sobre a conservação das
áreas do Centro de Endemismo Pernambuco, protegendo uma determinada espécie-chave
(Siqueira Filho & Machado 2001, Benzing et. al. 2000) ou espécie guarda-chuva (Silva & Tabarelli
2000), ampliando a gama de outras espécies relacionadas com as Bromeliaceae, otimizando o
esforço de conservação.
Seis novas espécies de Bromeliaceae foram descritas nos últimos três anos (Leme &
Siqueira Filho 2001, Siqueira Filho & Leme 2002): Aechmea gustavoi, Aechmea marginalis,
Aechmea frassyi, Canistrum alagoanum, Cryptanthus alagoanus e Neoregelia pernambucana.
São espécies que por se encontrarem apenas na localidade tipo, já se encontram sob ameaça de
extinção global. Infelizmente, nenhuma das espécies encontradas de Bromeliaceae e
Orchidaceae figuram nas listas oficiais do IBAMA e IUCN (Hilton-Taylor 2000) sendo urgente a
inclusão das mesmas.
Assim, fica evidente o papel central desempenhado por estes sítios na proteção de espécies
de Bromeliaceae e Orchidaceae, especialmente Frei Caneca que já conta com uma Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e outra em fase de implementação; e Serra Grande, que
compreende os maiores trechos de cobertura vegetal ao norte do São Francisco. As duas áreas
constituem-se nos sítios mais importantes da biodiversidade do Centro Pernambuco, em razão do
nível de conservação de suas biotas e elevado estado de conhecimento dos principais grupos
biológicos, sendo áreas de extrema importância biológica por abrigar parcela significativa de
espécies.
RECOMENDAÇÕES
De um modo geral, todas as áreas sofrem uma forte pressão antrópica, destacando-se a
retirada de madeira, caça, extração de lenha, carvão e ampliação de roças. A situação fundiária
mais crítica foi encontrada nas matas de Gurjaú. Até a RPPN Frei Caneca, uma propriedade
privada, sofre com invasão de bananeiros que retiram a floresta para dar espaço à cultura da
banana.
Assim, é necessário estabelecer linhas de ações que compreendam: (1) ação de
fiscalização pelos órgãos competentes (IBAMA, CIPOMA e CPRH), (2) ação de recuperação
florestal como ocorre em Serra Grande e RPPN Frei Caneca, (3) ação preventiva com o
desenvolvimento de programas de educação ambiental, (4) geração de renda para as populações
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AGRADECIMENTOS
Dr. Marcelo Tabarelli (UFPE), Dra. Roxana Barreto (UFPE) pelo incentivo e colaboração,
Juliano S. Cabral (UFRPE) pelo auxílio nos trabalhos de campo.
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