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DIREITO CONSTITUCIONAL

PODER EXECUTIVO
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Sumário

1. Introdução ...................................................................................................................................................3
1.1 Poder Executivo: .................................................................................................................................3
1.3 PRESIDENCIALISMO: ........................................................................................................................4
1.4 Características: ...................................................................................................................................5
2. Substituição x sucessão .........................................................................................................................7
3. Ausência do país.......................................................................................................................................9
4. Processo e julgamento do PR .............................................................................................................10

CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO


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ATUALIZADO EM 27/12/2016

PODER EXECUTIVOi

1. Introdução

O multipartidarismo tem gerado um problema, que foi denominado por Sérgio Abranches
de Presidencialismo de coalizão, no qual são necessárias alianças entre o Poder Executivo e os
partidos políticos a fim de formar uma maioria capaz de dar suporte ao governo.
O papel do executivo é o de fazer cumprir a lei, tal como escrito pela Legislatura e
interpretado pelo sistema judicial.
Quem primeiro distinguiu as funções do Estado foi Aristóteles. No livro “A Política”,
descreveu as funções de fazer normas gerais e abstratas, a função de aplicar estas normas
gerais e abstratas ao caso concreto e a de dirimir conflitos.
Na revolução Francesa e no liberalismo que se seguiu o poder executivo ficava alijado do
poder de legislar, mas foi gradativamente admitido a isto. Hoje existem no Brasil a lei delegada e
a medida provisória. Assim:

1.1 Poder Executivo:

 Atribuição típica (= primária): o PE precipuamente aplica a lei ao caso concreto,


administrando a coisa pública (atribuição típica).
 Atribuições atípicas (= secundárias): desenvolve outras duas atividades de
forma atípica:

 O PE legisla. Ex.: medida provisória (art. 62);

Questão TRF3: Qual a diferença entre medida provisória e lei delegada?

- Medida provisória: exercícios de função atípica por parte do PE.


- Lei delegada: não é exercício de função atípica. É uma exceção ao princípio da
indelegabilidade. Há mera delegação de poder por parte do legislativo.

 O PE julga contencioso administrativo. Ex.: processo administrativo tributário, PAD, em


processo licitatório. A diferença desse julgamento para o julgamento do PJ é a característica da

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definitividade (princípio da inafastabilidade ou indeclinabilidade do Poder Judiciário – art. 5º,


XXXV).
Relembrando:
SISTEMAS DE GOVERNO
SISTEMA DE
PARLAMENTARISMO PRESIDENCIALISMO
ASSEMBLÉIA
O primeiro ministro O presidente não depende
Comissão de governo
depende da confiança do de confiança do
dentro do parlamento
legislativo legislativo.
Relações
Relações íntimas Relações mais distantes
interdependentes
Separam-se as funções de
Chefe de Estado (monarca
ou presidente) e de Chefe O presidente exerce as
de Governo (Primeiro funções de Chefe de
Ministro), o último é o Estado e de Governo.
verdadeiro chefe do
Executivo
O chefe do executivo é
escolhido pelo projeto de O presidente é eleito para
governo aprovado no mandato popular
Parlamento
Baseado na confiança, o
primeiro-ministro pode ser
derrubado.
O Parlamento pode ser
dissolvido quando não
derrube o primeiro
ministro.

1.3 PRESIDENCIALISMO:

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Histórico: tal como o parlamentarismo, o presidencialismo não surgiu de nenhuma


criação teórica. Contudo, ao contrário do parlamentarismo, sua formação não se deu de forma
lenta e gradual. Este sistema é uma criação americana pós independência.
Ideais valorizados: liberdade, igualdade dos indivíduos e soberania popular.
Grande preocupação com a limitação do poder: procurando evitar a concentração de
prerrogativas nas mãos de um só homem ou um só órgão para que não se tornasse possível o
surgimento de um governo tirânico, contra o povo.

1.4 Características:

O presidente da república é chefe de Estado e chefe de governo.


A chefia do Executivo é unipessoal. Esta segunda característica está implícita na primeira.
Significa que cabe unicamente ao presidente da república a fixação de suas diretrizes políticas.
Ele tem competência e liberdade plenas para nomear e exonerar seus ministros, subordinados
seus, que lhe auxiliarão no exercício da presidência. O vice-presidente, eleito conjuntamente
com o presidente não tem nenhuma atribuição específica delineada pela Constituição.
OBSERVAÇÃO: DALMO DE ABREU DALLARI, p. 204: referindo-se aos ministros: “mas esse
corpo de auxiliares não é previsto na Constituição e não compartilha da responsabilidade do
presidente pelas decisões”; isto é o que ocorre, em geral, nos Estados (países) que adotam o
sistema presidencialista. No caso brasileiro, é diferente: os ministros são previstos pela
Constituição (arts. 87 e 88) e eles são responsáveis por seus atos perante o Congresso Nacional
(arts. 50 e 52 da CF/88).
O presidente da república é eleito por um prazo determinado. Eleições: caráter
democrático. Se as eleições não ocorressem periodicamente, o que teríamos estabelecido seria
uma nova forma de governo, a monarquia eletiva. É para se evitar isso que se estabeleceu o
mandato com prazo fixo. Nos EUA, a Constituição não proibia a reeleição. Criou-se a praxe de
se admitir a reeleição do presidente uma só vez. Até que Franklin Delano Roosevelt foi eleito por
3 mandatos consecutivos, em virtude da eclosão da Segunda Guerra Mundial. Para se evitar
que este acontecimento se repetisse novamente, a Constituição americana foi emendada
(emenda 22) para proibir a possibilidade de reeleição por mais de uma vez de um mesmo
governante. A maioria dos países proíbe a reeleição. Entre nós ela é admitida desde 04/06/97,
com a edição da EC n°16;
O presidente da república tem poder de veto. Nos EUA o presidente não tem capacidade
legislativa. Para evitar a ditadura do legislativo instituiu-se o poder de veto (na nossa

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Constituição, está previsto no art. 66, § 1°). Este instituto permite que o presidente rejeite um
projeto de lei que (1) entenda inconstitucional ou (2) contrário ao interesse público. No Brasil,
além de poder de veto o presidente tem capacidade legislativa. Por delegação do Congresso, o
presidente pode editar leis delegadas (art. 68) e em situações de urgência e relevância ele pode
editar medidas provisórias (art. 62). Outra prerrogativa do presidente, nesta matéria, é que ele
tem a possibilidade de enviar projetos de lei ao legislativo (art. 60, II e 61)

No Brasil, o Presidente e o Vice são eleitos conjuntamente.

*A eleição de Presidente e Vice se dá no primeiro domingo do mês de outubro. Eles são


eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, pelo qual, valoriza-se o candidato registrado por partido
político. O candidato que tiver o maior numero de votos registrados será eleito. Pergunta-se: em
quais eleições adotamos no sistema eleitoral majoritário no Brasil? Presidente, Governador,
Prefeito de Municípios com mais de 200.000 eleitores e Senador.

Existem 2 espécies de sistemas majoritários:

- absoluto (=com 2º turno de votação): a CF exige, para que o candidato seja eleito, que
ele atinja, no mínimo, a maioria absoluta dos votos válidos. Se, no 1º turno, nenhum dos
candidatos atingir essa maioria, teremos, necessariamente, 2º turno de votação. São eleitos pelo
sistema majoritário absoluto: Presidente, Governador, Prefeito de Municípios com mais de
200.000 eleitores.

- simples: a CF se contenta com qualquer maioria. Será eleito o candidato mais votado,
independentemente do percentual de votos. São eleitos pelo sistema majoritário simples:
Prefeito de Municípios com menos de 200.000 eleitores e Senador.

No art. 106, Código Eleitoral, os votos brancos na contagem; contudo, pelo art. 77, CF,
eles não são computados nos votos válidos. Como compatibilizar as duas regras? O art. 106, CE
não foi recepcionado pela CF. Portanto, os votos brancos e os votos nulos não são computados
nos votos válidos.
O Presidente e o Vice tomam posse em 01/01 do ano subsequente às eleições, em
sessão conjunta no CN, oportunidade em que prestam compromisso de manter e defender a CF.

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Art. 78, CF. Este compromisso é meramente formal? Não. Se ele for desrespeitado, ele incorrerá
em crime de responsabilidade previsto no art. 85, CF.
Qual é o prazo máximo para o Presidente e o Vice tomarem posse? Até 10 dias do dia
01/01, ou seja, até 11/01. Assim, até o dia 11, um dos dois tem que tomar posse, sob pena dos
cargos serem declarados vagos. Quem declara esses cargos vagos se nenhum dos dois tomar
posse? O CN, salvo motivo de força maior. Assim, caso nenhum dos dois tiverem tomado posse
até dia 11 por motivo de força maior, os cargos não serão declarados vagos.

2. Substituição x sucessão

A substituição ocorre quando há um impedimento temporário. Ex. uma viagem. Qual a


ordem? Por isso, todos eles devem ser brasileiros natos.
- Vice
- Presidente da CD
- Presidente do SF
- Presidente do STF
A sucessão ocorre no caso de vacância definitiva do cargo. Só quem pode suceder o
Presidente é o Vice.

* SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL. Réu em processo criminal não pode assumir, como


substituto, o cargo de Presidente da República. Os substitutos eventuais do Presidente da
República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a posição de réus criminais
perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. No
entanto, mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados. Ex: o
Presidente do Senado Renan Calheiros tornou-se réu em um processo criminal; logo, ele não
poderá assumir a Presidência da República na forma do art. 80 da CF/88; porém, ele pode
continuar normalmente como Presidente do Senado, não precisando ser afastado deste cargo.
STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info
850).

Se houver vacância do cargo pelo Vice, o Presidente da Câmara ficará provisoriamente


no cargo até ser feita uma nova eleição, para que os eleitos cumpram o término do mandato dos
antecessores.

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Se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, a nova eleição será realizada
em até 90 dias. Se a vacância ocorrer nos dois últimos anos de mandato, são convocadas novas
eleições indiretas no período de 30 dias. As eleições serão indiretas, e o novo Presidente e Vice
serão escolhidos pelo Congresso Nacional. Não fere a cláusula pétrea do voto direto, pois é uma
norma originária.
Os governadores de Territórios também não são eleitos diretamente, são escolhidos pelo
Presidente da República.

OBS: aquele que assume o mandato nos 2 últimos anos no lugar do Presidente, exerce
um mandato-tampão, apenas para terminá-lo.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a
eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso
Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus
antecessores

Obs. o artigo 81, §1º não é de observância obrigatória ADI 4198-MC. Ou seja, no âmbito
estadual pode ser criada regra diferente.

Q- ofende a CF norma estadual que estabeleça, na hipótese de vacância dos cargos de


Governador e Vice, no último ano do período governamental, a convocação sucessiva do
presidente da assembleia legislativa e do presidente do TJ, para o exercício do cargo de
Governador. STF – afronta os parâmetros da CF que exigem a eleição.
Linha sucessória do Presidente: sucessão é o gênero. Ela se divide em duas espécies:

- sucessão em sentido restrito: ocorre nos casos de vacância, que é definitiva. Exemplo
de vacância: morte, renúncia, condenação pela prática de crime de responsabilidade.

- substituição: é temporária. Ocorre nos casos de impedimento. Exemplo de impedimento:


férias, licença para tratamento médico, viagens, etc.
Só o Vice assume definitivamente o Presidente, nos casos de vacância.

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Pergunta-se: por que o Presidente da CD vem antes do Presidente no SF na linha


sucessória? O Presidente da CD vem antes na linha sucessória porque na CD estão os
representantes do povo, ou seja, há maior legitimidade, representatividade.
Pergunta-se: se o Presidente da CD tiver menos de 35 anos, em caso de substituição, ele
poderia assumir a Presidência da República? Duas posições:
1ª posição: não, pois a CF deu importância ao princípio da idade mínima de 35 anos.
2ª posição: sim, uma vez que, as condições de elegibilidade para o cargo de deputado
federal foram preenchidos, de forma que exercerá todos os ônus e bônus do cargo.

*OUSESABER: Constituição Estadual pode disciplinar a ordem de vocação das


autoridades municipais em caso de vacância ou impedimento de Prefeito ou Vice
Prefeito? Privilegiando a autonomia dos entes municipais, o STF também entendeu como sendo
inconstitucional a disciplina, pela Constituição Estadual, da ordem de vocação das autoridades
municipais em caso de vacância ou impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito. Segue o julgado
para uma melhor compreensão:

SUCESSÃO E SUBSTITUIÇÃO DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO: "Não cabe, ao Estado-


membro, sob pena de frontal transgressão à autonomia constitucional do Município,
disciplinar, ainda que no âmbito da própria Carta Política estadual, a ordem de vocação das
autoridades municipais, quando configuradas situações de vacância ou de impedimento cuja
ocorrência justifique a sucessão ou a substituição nos cargos ele Prefeito e/ou ele Vice-Prefeito
cio Município. A matéria pertinente à sucessão e à substituição cio Prefeito e do Vice-Prefeito
inclui-se, por efeito de sua natureza mesma, no domínio normativo ela Lei Orgânica promulgada
pelo próprio Município. Não se reveste de validade jurídico-constitucional, por ofensiva aos
postulados da autonomia do Município (CF, arts. 29 e 30) e da separação de Poderes (CF, art.
22 ele o art. 95, parágrafo único, 1), a norma, que, embora inscrita na Constituição do Estado-
membro, atribui, indevidamente, ao Juiz de Direito da comarca, que é autoridade estadual, a
condição de substituto eventual do Prefeito Municipal" (STF, ADln 687/PA, Rei. Min. Celso de
Mello, Clipping do DJ de 1 0-2-2006).

3. Ausência do país

Sempre que o Presidente ou Vice-Presidente quiserem se autorizar do país por mais de


15 dias é obrigado a pedir autorização ao Congresso Nacional.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Trata-se de norma de observância obrigatória pelos Estados e municípios e que deve ser
reproduzida nas Constituições Estaduais e leis orgânicas municipais em razão do princípio da
simetria (ADI 3647 e ADI 738).

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Atenção: o STF não faz referência a essa regra aplicada às leis orgânicas municipais
(pois Lei orgânica não pode ser objeto de ADI), mas o Prof. faz essa ressalva.
Essa norma que fala da ausência de 15 dias está relacionada à separação de poderes,
por isso ela é de observância obrigatória. STF diz que as normas referentes à separação de
poderes são de observância obrigatória. Na ADI 738 havia a exigência de autorização para
qualquer saída do Governador.

*#OUSESABER: Pode a Constituição Estadual exigir autorização da Assembleia Legislativa


para que o Governador do Estado ou Vice possam se ausentar do país? Depende!
 Se o prazo de ausência for superior a 15 dias, PODE!
 Já se o prazo for inferior/igual a 15 dias, NÃO PODE! Isso já foi cobrado em prova objetiva,
pois já foi objeto de analisa pelo STF (ADI 775/RS e ADI 2453/PR).

4. Processo e julgamento do PR

4.1. Presidente da República


O Presidente da República responde a dois tipos de crimes que tem regras específicas:
crimes de responsabilidade e crimes comuns.
O entendimento majoritário é o de que o impeachment qualifica-se como resultante de
crime de responsabilidade.
a) Crimes de responsabilidade
Infrações político-administrativas que poderão resultar no impeachment.
São infrações político administrativas (STF), que só podem ser praticadas por pessoas
investidas em determinadas funções. Não são penais nem civis.
Tem duas penalidades: perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública
por oito anos. O rol do art. 85 (traz alguns crimes de responsabilidade), CF é exemplificativo,
devendo estar regulamentado especificamente na lei. Além destes, a lei pode prever outras
hipóteses de crime de responsabilidade.
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;

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V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento. (Lei nº 1.079/50 – Esse processo e julgamento só podem ser
estabelecido por lei federal, Súmula 722 STF).

O entendimento do STF é de que os crimes de responsabilidade, bem como seu


processamento e julgamento, só podem ser tratadas em lei federal. Súmula 722 STF: São da
competência legislativa da união a definição dos crimes de responsabilidade e o
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento.
A lei prevista no parágrafo único é a Lei 1079/50, que foi recepcionada em parte pela
nova CF/88. Entretanto, a lei não regula todos os 07 incisos do artigo 85. EXEMPLO: “livre
exercício do ministério público”. O MP não é poder, mas, pelo artigo, tem sua autonomia
garantida da mesma forma como se garante a autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Os crimes previstos no artigo 85, são regulamentos por Lei Federal (lei 1.079/50),
portanto, nenhum outro ente, a não ser a União pode tipificar as referidas condutas, conforme já
decidido pelo STF.

 Procedimento
Qualquer cidadão é parte legítima para oferecer a acusação contra o presidente da
república à câmara dos deputados, pela prática do crime de responsabilidade.
Q – segundo a jurisprudência do STF, a competência do Presidente da CD para o
recebimento ou não da denúncia no processo de impeachment contra o Presidente não se
restringe a uma admissão meramente burocrática, cabendo-lhe a faculdade de rejeitá-la, de
plano, acaso entenda-a patentemente inepta ou despida de justa causa, sujeitando a decisão ao
controle do Plenário, por meio de recurso.
 Autorização da CD – 2/3. Art. 51, I.
O julgamento da câmara é eminentemente político - conveniência e oportunidade.

Até dezembro de 2015, o entendimento doutrinário era o de que se a câmara admitir a


acusação, o senado não poderia emitir novo juízo de admissão. Deve promover o julgamento.
Na Câmara, deveria ser assegurado ao Presidente o direito de defesa, pois quando há

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autorização, o Presidente é suspenso das suas funções por 180 dias, bastando que o processo
seja instaurado.

*Todavia, por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou parcialmente
procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 378, que discute a
validade de dispositivos da Lei 1.079/1950 que regulamentam o processo de impeachment de
presidente da República. Com o julgamento, firmou-se o entendimento de que a Câmara dos
Deputados apenas dá a autorização para a abertura do processo de impeachment, cabendo ao
Senado fazer juízo inicial de instalação ou não do procedimento, quando a votação se dará por
maioria simples; a votação para escolha da comissão especial na Câmara deve ser aberta,
sendo ilegítimas as candidaturas avulsas de deputados para sua composição; e o afastamento
de presidente da República ocorre apenas se o Senado abrir o processo.

Ao votar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.° 378, o ministro


Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que a competência do Senado abrange
“a realização de um juízo inicial de instauração ou não do processo, isto é, de recebimento ou
não da denúncia autorizada pela Câmara”, o que se basearia em três ordens de argumentos: 1)
ser essa a única interpretação possível à luz da Constituição de 1988; 2) corresponder à
interpretação adotada pelo STF em 1992, quando do impeachment do presidente Collor; e 3)
tratar-se de entendimento que, mesmo proferido sem força vinculante, foi incorporado à ordem
jurídica.
A partir do que o STF decidiu acima, podemos identificar as seguintes etapas principais do rito
do processo de impeachment.1

1o) CÂMARA DOS DEPUTADOS (FASE DE JUÍZO DE ADMISSIBILDADE)

• O Presidente da Câmara admite ou não o prosseguimento da denúncia.


• Não há direito à defesa prévia antes do recebimento da denúncia pelo Presidente da
Câmara, ou seja, não é necessário ouvir antes o Presidente da República que estiver
sendo denunciado.
• Do despacho do Presidente que indeferir o recebimento da denúncia, caberá recurso ao
Plenário (art. 218, § 3º, do RICD).

1
Tema cobrado na primeira fase do MPMG (2016).

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• Caso seja admitido o prosseguimento da denúncia, deverá ser constituída comissão


especial formada por Deputados Federais para análise do pedido e elaboração de
parecer.
• A eleição dos membros da comissão deverá ser aberta e não pode haver candidatura
alternativa (avulsa). A comissão é escolhida a partir de uma chapa única com nomes
indicados pelos líderes partidários. A votação aberta será apenas para que o Plenário da
Casa aprove ou não a chapa única que foi apresentada.
• O Presidente denunciado deverá ter direito à defesa no rito da Câmara dos Deputados.
Assim, depois que houver o recebimento da denúncia, o Presidente da República será
notificado para manifestar-se, querendo, no prazo de dez sessões.
• Vale ressaltar, no entanto, que não deve haver grande dilação probatória na Câmara dos
Deputados (o rito é abreviado). A comissão até pode pedir a realização de diligências,
mas estas devem ser unicamente para esclarecer alguns pontos da denúncia, não
podendo ser feitas para provar a procedência ou improcedência da acusação. Isso porque
o papel da Câmara não é reunir provas sobre o mérito da acusação, mas apenas o de
autorizar ou não o prosseguimento. Quem irá realizar ampla dilação probatória é o
Senado.
• O Plenário da Câmara deverá decidir se autoriza a abertura do processo de
impeachment por 2/3 dos votos.
• O processo é, então, remetido ao Senado.

2º) SENADO FEDERAL

• Chegando o processo no Senado, deverá ser instaurada uma comissão especial de


Senadores para analisar o pedido de impeachment e preparar um parecer (arts. 44 a 46
da Lei nº 1.079/50, aplicados por analogia).
• Esse parecer será votado pelo Plenário do Senado, que irá decidir se deve receber ou
não a denúncia que foi autorizada pela Câmara.
• Assim, o Senado, independentemente da decisão da Câmara, não é obrigado a instaurar
o processo de impeachment, ou seja, pode rejeitar a denúncia.
• Se rejeitar a denúncia, haverá o arquivamento do processo.
• Se receber, iniciará a fase de processamento, com a produção de provas e, ao final, o
Senado votará pela absolvição ou condenação do Presidente.

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• A decisão do Senado que decide se instaura ou não o processo se dá pelo voto da


maioria simples, presente a maioria absoluta de seus membros. Aplica-se aqui, por
analogia, o art. 47 da Lei nº 1.079/50. Assim, devem estar presentes no mínimo 42
Senadores no dia da sessão (maioria absoluta de 81) e, destes, bastaria o voto de 22
Senadores.
• Se o Senado aceitar a denúncia, inicia-se a instrução probatória e o Presidente da
República deverá ser afastado do cargo temporariamente (art. 86, § 1º, II, da CF/88). Se,
após 180 dias do afastamento do Presidente, o julgamento ainda não tiver sido concluído,
cessará o seu afastamento e ele reassumirá, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
• A defesa tem direito de se manifestar após a acusação: no curso do procedimento de
impeachment, o Presidente terá a prerrogativa de se manifestar, de um modo geral, após
a acusação.
• O interrogatório deve ser o ato final da instrução probatória: o interrogatório do
Presidente, instrumento de autodefesa que materializa as garantias do contraditório e da
ampla defesa, deve ser o último ato de instrução do processo de impeachment.
• Ao final do processo, os Senadores deverão votar se o Presidente deve ser condenado
ou absolvido. Para que seja condenado, é necessário o voto de 2/3 dos Senadores.
• Se for condenada, a Presidente receberá duas sanções: a) perda do cargo; b)
inabilitação para o exercício de funções públicas por 8 anos. Além disso, poderá ser
eventualmente denunciado criminalmente pelo Ministério Público.
• Caso seja condenado, quem assume é o Vice-Presidente, que irá completar o mandato
(não é necessária a convocação de novas eleições).

*No que tange ao crime de responsabilidade do PREFEITO (Decreto-Lei 201/67), vale


lembrar de dois julgados importantes:

*O crime do art. 1º, I, do Decreto-Lei 201/1967 é próprio, somente podendo ser praticado por
prefeito, admitida, porém, a participação, nos termos do art. 29 do CP. Exemplo: Deputado
Federal apresentou emenda parlamentar ao orçamento da União autorizando o repasse de
recursos para o Município “X”, verba destinada à aquisição de uma ambulância. O recurso foi
transferido, foi realizada a licitação, mas o certame foi direcionado em favor de determinada
empresa que superfaturou o preço. Ficou demonstrado que o Prefeito, o Deputado e os donos
da empresa vencedora estavam em conluio para a prática dessa conduta. Desse modo, todos

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eles irão responder pelo delito do art. 1º, I, do DL 201/67. STF. 2ª Turma. Inq 3634/DF, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 2/6/2015 (Info 788).

*O art. 1º, XIV, do DL 201/67 prevê que o Prefeito pratica crime quando nega execução a lei
federal, estadual ou municipal, ou deixa de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa
ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente. Vale ressaltar, no entanto, que,
segundo entende o STF, para a configuração do delito em tela é indispensável que o MP
comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito da ordem judicial. Ex: em Joinville (SC), o
juiz expediu ordem judicial determinando que o Município se abstivesse de praticar determinado
ato administrativo. A ordem judicial foi endereçada à Procuradoria do Município. Mesmo após a
intimação ser efetivada, o ato administrativo questionado foi praticado. Diante disso, o Ministério
Público ofereceu denúncia contra o Prefeito, imputando-lhe a prática do crime previsto no art. 1º,
XIV, do DL 201/67. O STF absolveu o réu. Segundo entenderam os Ministros, não foram
produzidas provas de que o réu tenha tido conhecimento da ordem judicial ou que tenha
concorrido para seu descumprimento. Para configuração do delito em tela, é indispensável que o
MP comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito da ordem judicial, não sendo suficiente
que a determinação judicial tenha sido comunicada a terceiros. Para que o Prefeito pudesse ser
responsabilizado criminalmente, seria indispensável a sua intimação pessoal. STF. 1ª Turma. AP
555/SC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/10/2015 (Info 802).

i
Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas,
referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos
de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de
atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.

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