Вы находитесь на странице: 1из 2

RECOMENDAÇÃO DE LEITURA

A leitura do artigo ‘’Gênero, Sexualidade e Corporeidade: concepções e crenças de homens e mulheres sobre
sexualidade e relacionamentos amorosos’’ do autor Júlio de Oliveira Lopes, nos convida a questionar a nossa própria
concepção sobre esses temas que ainda são tabus na sociedade. Inicialmente recorreu-se à história para referenciar e
exemplificar muitos dos preconceitos que estão enraizados na nossa sociedade em relação à temática. Além disso,
aplicou-se uma entrevista semi-estruturada e imagens que estimularam os entrevistados a refletirem sobre suas
crenças sobre gênero. Assim, trata-se de uma pesquisa qualitativa em busca de investigar os significados pessoais que
cada indivíduo construiu socialmente sobre gênero, sexualidade e afins.Como os espaços que cada gênero construiu
ao longo das décadas, tal qual o homem na vida pública, estruturando um patrimônio material e a mulher, cuidando da
casa, da família e da moral, entre outros exemplos recorrentes dentro da nossa realidade. Sobretudo, à mulher cabe
uma pureza, sendo posse do homem, e a este, lhe cabe potência, exercendo uma liberdade muito superior a da
mulher. Mostrando também de que maneira esses estereótipos se consolidaram, inibindo o sexo feminino de
expressar-se plenamente, segundo sua natureza. No fim somos todos humanos que merecemos respeito, liberdade e
autonomia.
Maria Leonor da Silva
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Em “Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro”, artigo feito por José Fernando Dresch Kronb,
verificou-se a prevalência da violência contra a mulher através da pesquisa feita com 251 mulheres entre 18 a 49 anos
pelo método de estudo transversal e de pesquisa quantitativa. É essencial a leitura deste artigo principalmente por nós
mulheres, a fim de compreender essa realidade muitas vezes cruel que estamos inseridas. Constantemente somos
submetidas à cultura sexista, sendo assim sexualizadas e objetificadas por uma sociedade estruturalmente machista. A
partir de uma análise crítica a cerca da coleta de dados durante a pesquisa sobre mulheres que foram abusadas
sexualmente, psicologicamente e fisicamente, será possível obter um entendimento do corpo social em que vivemos, e
então exercer uma postura de mudança social.

Nicole Duarte

SESSÃO LIVRE Confira na quarta


Os dois artigos de
nome:
página do jornal as
recomendações de  Perfil da
leitura de dois artigos violência de
e seus critérios gênero
científicos indicados perpetrada por
pelo INFOPUC. companheiro.
 Gênero,
Sexualidade e
Corporeidade.

O estereótipo de família e de gênero que conhecemos teve origem no século 19, quando a sociedade passou a dar
valor à criança e à sua educação associada a uma nova ordem social com a família nuclear, instituída pelo
casamento e com papéis masculinos e femininos determinados. O modelo heterossexual assumido nessa nova
ordem social levou ao desenvolvimento de relações sociais dicotômicas que associam ao homem papeis masculinos
de força, atividade, agressividade, trabalho, controle de emoções, e ao papel feminino, fragilidade, docilidade,
passividade, aceitação. Ou seja: o gênero é uma construção social, algo que pode variar de acordo com a cultura. O
estereótipo se relaciona com o estigma social nos processos de construção dos significados através da interação. A
sociedade institui como as pessoas devem ser, e torna esse dever como algo natural e normal. Um estranho em
meio a essa naturalidade não passa despercebido, pois lhe são conferidos atributos que o tornam diferente, podendo
resultar na marginalização de indivíduos dentro de uma comunidade.

Felix Pereira

PÁG. 4
OMENDAÇÃO DE LEITA PÁG. 3

A PSICOLOGIA NA DESCONTRUCÃO DE
ENTREVISTA
DESIGUALDADE DE GÊNERO Enquanto cursavas psicologia já tinhas o interesse em trabalhar e pesquisar sobre gênero?
Sim, mas não com a noção de gênero que adquiri ao longo do mestrado (2009-2011) e do doutorado (2014-2017). Durante o curso tive poucas instruções sobre
gênero, mas fiz meu TCC sobre “a busca do corpo idealizado em mulheres”. Não sabia como essa questão poderia ser estudada sob o viés de gênero; foi pesquisando
sobre esse tema que aprendi um pouco sobre gênero e entrei no mestrado no grupo “Relações de gênero”, da professora Marlene Neves Strey (aposentada desde
08/2017). Quando busquei a PUC para conhecer o grupo de pesquisa, apresentei um projeto que trazia um desdobramento do tema do meu TCC. Dessa forma, passei
na seleção do mestrado tendo a intenção de seguir pesquisando sobre o tema já estudado no Trabalho de Conclusão, mas sem muito conhecimento aprofundado
sobre gênero.
O termo gênero, relacionado à identidade, tem sido amplamente debatido e, por isso, se faz necessário uma reflexão acerca Por que tu tens curiosidade sobre o tema e da onde surgiu essa curiosidade?
desse conceito.Foi num intenso debate científico sobre o feminismo nos anos 70 que surgiu o conceito de gênero. Ele emerge de Ao iniciar o mestrado, a prof. Marlene disse era possível seguir no tema do projeto da seleção, mas poderíamos conhecer mais possibilidades de pesquisa e
duas abordagens, a essencialista, que sugere a existência de diferenças inatas entre os sexos, e assim sugere que é uma escolher um novo tema, que nos desse plena vontade de pesquisar, que nós sentíssemos que não estivesse “esgotado” para nós. Assim, eu comecei a fazer diversas
característica inata do ser humano; e a abordagem da socialização, que diz que o gênero é o resultado de forças sociais e leituras e também me interessei por estudar sobre a maternidade e o mundo do trabalho (além da busca do corpo idealizado em mulheres). Percebi que as temáticas
culturas, que é aprendido por intermédio de processos de modelagem e imitação. que eu me interessei, sendo a vida adulta o público-alvo, eram fruto de ensinamentos que ocorriam desde a infância, em virtude de questões culturais do mundo em
que vivemos. Ou seja: as mulheres só buscam um corpo ideal(izado) porque aprenderam na infância quais são os padrões de beleza que devem seguir. Ou então, que
Esses fatores causam construções sobre o papel de homem e de mulher na sociedade que se relacionam com determinadas nós temos maiores dificuldades em aliar trabalho e ser mãe porque, desde pequenas, aprendemos que “as mulheres são as responsáveis pela casa, cuidado com os
normas, regras e papéis sociais. Acredita-se que jogar bola é atividade de homens, brincar de boneca é atividade de mulheres; filhos, etc”. Estou falando de discursos dominantes; há exceções, mas são raras. Dessa forma, fui percebendo que os ensinamentos que passamos para as crianças
homens não choram, são racionais, mulheres são sensíveis e empáticas; homens podem ter mais relacionamentos sexuais e são são muito fortes, importantes e construtores de muitas crenças que levamos para o resto de nossas vidas. Ainda que seja possível desconstruir outras crenças ao longo
estimulados desde jovens ao sexo, já a mulher é estimulada a procurar um ''príncipe encantado'' e que se guarde para ter a sua da vida, nem sempre é fácil, nem simples. Então estudar sobre os estereótipos de gênero que ensinamos às crianças (seja através do que falamos a elas ou do que
primeira experiência sexual; meninas usam roupas rosas; meninos, roupas azuis. As diferenças entre os sexos na sociedade são lêem, vêem, brincam) revelaria formas de fazer diferente e assim a longo prazo, ajudaria essas crianças a se tornarem adultos que teriam maior clareza sobre as
questões de gênero e agilidade para modificar esses estereótipos, lutar contra as imposições sociais e respeitar as diferenças, etc.
evidenciadas desde o nascimento e influenciam e reforçam a ideologia que reproduz a "submissão" feminina e a sobreposição Por que escolheu pesquisar sobre gênero?
masculina tanto na interpretação dos papéis sociais quanto nas atitudes ''inconscientes'' que geram atitudes preconceituosas. Conforme expliquei na questão anterior, meu primeiro interesse se deu no mestrado, em que fiz uma pesquisa documental sobre livros infantis premiados no
Esses comportamentos enquadram homens e mulheres a certos comportamentos que são vistos pela sociedade como naturais Brasil na categoria “o melhor para a criança”, pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. E percebi que esses livros eram carregados de estereótipos de gênero
sendo que não passam de uma construção social. No espaço educacional, um lugar de aprendizado e inovações, os "papéis" (e foram premiados como “os melhores para as crianças”. Assim, estudando esse universo, conheci livros infantis que traziam uma proposta diferente, de
continuam a se reproduzir, principalmente em atividades como a dança, o teatro, o esportes e outras manifestações que ocorrem desconstrução desses estereótipos, e ingressei no doutorado com a proposta de fazer uma intervenção com crianças justamente pra estudar o impacto que a leitura
desses livros poderia trazer no cotidiano.
nas instituições escolares e nas descobertas de outros tipos de inteligência, como a artística e esportiva.
Se uma menino se inscreve em um grupo de ballet e uma menina no time de futebol a normalidade da situação é vista de forma Qual seu fundamento e seu objetivo em fazer essa pesquisa?
pejorativa, gerando instintivamente o preconceito, rotulando de maneira ampla a feminilidade e a masculinidade que, mesmo A minha maior crença é que se quisermos uma sociedade com menos desigualdade de gênero, precisamos ensinar às crianças sobre isso. Assim como as
insconcientemente, são classificados por regras dentro de cada gênero do que é normal e do que é errado, e a partir desse juízo ensinamos sobre sustentabilidade, respeito aos animais, alimentação saudável, precisamos ensiná-las (em casa, na escola, com os brinquedos, atividades esportivas,
de valor, criam-se estigmas, fofocas, rótulos, dúvidas, depreciações e julgamentos sem precedentes. A partir disso, surge como leituras, desenhos, etc) sobre a igualdade de gênero e sobre o respeito à diversidade humana.
Quais são os cuidados éticos e sua conduta ética durante a pesquisa?
que automatizado, o preconceito sexual – que se estimula – através de piadinhas, ''brincadeiras'' e várias formas de bullying, e Certos cuidados são descritos na Resolução nº 466 de 2012, que versam sobre preservação do anonimato quando revelamos os resultados (que no m eu caso
esses comportamentos conservadores encontram-se estereotipados e presente em diversos locais que abordam ideologias, como foi o anonimato das crianças participantes, das professoras entrevistadas e da escola), de destruir os dados após a utilização, do feed back da pesquisa aos
em escolas, igrejas e na própria família. Avançando no tempo, esses comportamentos vão interferindo cada vez mais na interessados, de explicar sobre a pesquisa a todos os envolvidos, colher assinaturas nos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (dos adultos: professoras
construção de uma sociedade justa, pode-se ver que os homens têm mais vantagens de oportunidades que as mulheres, ainda entrevistadas e dos responsáveis pelas crianças), nos Termos de Assentimento (para as crianças) e de deixar uma cópia dos Termos com os envolvidos, de estar
possuem os maiores salários para os mesmos cargos desempenhados por mulheres; e não só as mulheres encontram sempre disponível caso a pesquisa gere algum desconforto, etc. Entretanto, há alguns aspectos éticos importantes para conseguir desenvolver minha pesquisa, como
escolher bem as temáticas a serem trabalhadas com as crianças. Eu tive três temáticas principais que trabalhei na minha pesquisa de doutorado: igualdade de gênero,
dificuldades nessa construção social de gênero, os homems também enfrentam problemas, como a necessidade de provar a empoderamento feminino e respeito à diversidade, entre elas, a diversidade sexual. Esses são apenas três temas dentro do universo do gênero. Poderiam ser muitos
masculinidade o tempo todo, caso não prove, não é homem de verdade, além disso, desde muito pequenos são ensinados que outros, mas eu me preocupei em me sentir confortável para trabalhar sobre os temas com as crianças, bem como escolher cuidadosamente os livros infantis que lia
homem não chora, que tem que aguentar qualquer tipo de dor, e nisso vão se isolando em seu próprio ser, sem conseguir para eles. Por exemplo, há livros infantis que ensinam sobre educação sexual, órgãos genitais, e outras diferenciações entre meninos e meninas. Eu acho que são
praticar a socialização emocional e viver numa máscara falsa de hipermasculinidade. Por causa de todos esses motivos, é livros possíveis de serem trabalhados com crianças, mas é preciso ter um vínculo maior do que eu tinha com elas. Eu desenvolvi a minha pesquisa em uma escola que
necessário o papel da psicologia para descontruir a ideia falsa de gênero moldada pela sociedade. Cabe ao profissional da área não tenho uma atividade profissional (atualmente não trabalho com crianças). Então, é complexo tu suscitar curiosidades que, talvez, não possa atender a todas as
demandas que surjam após a leitura de um livro e as atividades desenvolvidas. Cabe lembrar que eu ia na escola só uma vez por semana, então, eu tive a
psicológica responsabilidade de falar sobre gênero de forma lúdica e adequada à faixa etária que eu estava trabalhando (6 e 7 anos). Inclusive, quando apresentei o projeto à
promover questionamentos sobre o discurso dominante opressivo às mulheres e aos homens, o discurso de rótulo, identificando e direção da escola, a diretora me disse: “ah, são livros bem tranquilos e lúdicos. Quando tu falaste em gênero eu me preocupei que pudesse ser algo muito avançado
desconstruindo estruturas sociais que sustentam o sexismo. Além disso, promover debates e desenvolver ações de modo a criar para a idade deles”. Então, acredito que, enquanto profissionais da Psicologia, precisamos ter muita ética e responsabilidade nesse sentido, introduzindo os
uma indagação quanto as construções que envolvem a categoria “gênero” ensinamentos de forma adequada à faixa etária das crianças. Além de tudo, era um grupo de 22 crianças; é preciso saber que nem todas as famílias são iguais e
e mostrar como a Psicologia vem contribuindo para essencializar diferenças entre homens e mulheres e reforçar estigmas e poderia haver resistência dependendo do assunto, considerando que eu não era a professora dos alunos e poderia não estar ali assim que surgisse alguma polêmica
ou dificuldade.
estereótipos criados pela sociedade. Por fim, trata-se de um compromisso social da Psicologia que, como uma ciência do Quais desafios tu encontrou durante a pesquisa já que ainda é um tabu abordar gênero e sexualidade com crianças?
comportamento humano, tem muito a contribuir na desconstrução das desigualdades sociais e de gênero. Tive um grande desafio anterior à aplicação da pesquisa, ao escolher os livros e as atividades que trabalharia com as crianças, para que pudesse trabalhar
gênero de forma lúdica, responsável e adequada às crianças do primeiro ano do ensino fundamental. Gosto de esclarecer que comprei vários livros antes de escolher
os seis livros que trabalhei, pois havia muitos que diziam que trabalhavam sobre igualdade de gênero, mas não concordei com isso ao lê-los e havia outros que traziam
Júlia Vilani conteúdos que acredito que fossem para idades mais avançadas. Além disso, apresentei minha pesquisa em outra escola, que não se interessou na minha proposta.
Após, fui até essa escola em que eu já sabia que tinha um grande respeito pela Psicologia e pela prática profissional dos psicólogos. Assim, quando fui à campo, não
tive muita dificuldade, principalmente quando apresentei os livros e a diretora falou o que escrevi acima. Após essa reunião com a diretora ela chamou uma das
professoras do primeiro ano (eram várias turmas) que é formada em ciências sociais e tem conhecimento sobre gênero, inclusive fazia atividades com as crianças para
promover a igualdade de gênero. Então, não tive resistência da escola e nem dos pais, quando a pesquisa foi apresentada: não sei se pela confiança que eles têm na
TEXTO DESENVOLVIDO A PARTIR DOS SEGUINTES ARTIGOS CIENTÍFICOS escola, de historicamente promover atividades adequadas aos seus filhos, ou se foi uma questão do descaso dos pais e mães com a educação das crianças (algo que
foi dito pelas professoras na entrevista que fiz com elas). Para essa dúvida, não tenho uma resposta certa, mas hipóteses.
Ana Luisa Marques Fagundes, Alessandra Santos Almeida, Darlane Andrade e Helena Miranda. Gênero e Psicologia: um debate em construção no CRP-03. Você percebeu alguma diferença no comportamento e entendimento das crianças sobre o tema abordado após a leitura dos livros?
Foram dez encontros com elas, trabalhando igualdade de gênero, empoderamento feminino e respeito à diversidade através dos livros e das atividades lúdico-
reflexivas que desenvolvíamos (desenho, pintura, mímica, recorte e colagem, texto coletivo, etc). Percebi muitos momentos em que as crianças desconstruíam
SILVA, Ariana Kelly Leandra Silva da. Diversidade sexual e de gênero: a construção do sujeito social. Rev. NUFEN, São Paulo , v. 5, n. 1, p. 12-25, 2013 . estereótipos umas com as outras. Alguns exemplos: quando um menino disse à turma, em diferentes dias, que seu padrinho pintava as unhas com esmalte clarinho,
Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912013000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 18 jun. 2018. que seu irmão usava brincos, que ele tinha camiseta rosa; quando uma menina disse que no seu salão de beleza ela colocaria um homem para ser manicure, ou
quando ela disse que, no final da história em que ela havia desenhado, o príncipe e a princesa seriam só amigos e que eles não precisariam casar para serem felizes;
ou quando a turma fez um texto coletivo dizendo que a personagem mulher tinha pedido o personagem homem em casamento; ou quando uma menina fez um
desenho e disse que sua personagem iria “voar sozinha, para onde ela quisesse, porque as meninas podem” (sic); ou quando os meninos disseram que eles não
brincavam de boneca e duas meninas da turma disseram que sim, que eles brincavam com elas e deram exemplos de outros meninos (de fora da sala) que brincavam
de brincadeiras ditas “de menina”. Então, o que eu quero dizer com isso é que as crianças, ao longo de cada encontro, iam desconstruindo seus conhecimentos e
EVENTO crenças prévias e construindo novos, com mais igualdade entre os gêneros.
Você acha que sua pesquisa tem um diferencial? Se sim, qual? E se ela pode causar mudanças positivas no futuro na visão de gênero?
Acredito que sim. Um dos motivos é que as pesquisas sobre gênero com crianças, geralmente, são na área da educação e da pedagogia. Acredito que existam,
mas eu não encontrei nenhuma pesquisa intervenção sobre gênero com crianças na área da Psicologia no Brasil. Além disso, a proposta que eu fiz (de dez encontros
com as crianças) pode ser adaptada para diferentes realidades e grupos, com mais e menos livros, com outros adaptados a um contexto que o profissional queira
trabalhar. Por exemplo, se há uma criança com dois pais ou duas mães e isso está causando estranhamento na turma, há livros que trabalham sobre isso e podem ser
Nos dias 1, 2 e 3 de agosto de 2018 ocorre o I Aquenda de lidos com as crianças. Gosto sempre de comentar que eu apliquei essa intervenção em 2016 e que a professora dessa turma seguiu lendo os livros para as suas
Comunicação, Gêneros e Sexualidades, na Faculdade de turmas seguintes (de 2017 e de 2018), na hora do conto que ela faz toda a semana. Ou seja, os livros estão sendo introduzidos para outros grupos de crianças. Ela não
Biblioteconomia e Comunicação (FABICO), da Universidade Federal faz exatamente as mesmas atividades que fiz, mas isso também é a riqueza da intervenção, poder adaptar a diferentes realidades e contextos. Sobre causar mudanças
do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. positivas no futuro em relação às questões de gênero, eu também acredito que sim. Esse foi meu principal objetivo em desenvolver essa pesquisa, pois acredito que as
crianças estão na melhor idade do desenvolvimento psíquico, cognitivo e emocional para novos aprendizados e, seguindo o conceito da plasticidade cerebral, quando
O evento procura dar destaque as temáticas relacionadas as
uma criança aprende algo na infância, mesmo que ela fique muitos anos sem rememorar aquele aprendizado, se na idade adulta entrar em contato com aqueles
perspectivas teóricas, metodológicas e epistemológicas presentes na
conceitos, irá ter mais facilidade de acessá-los, de (re)aprendê-los, de dialogar sobre, do que aqueles sujeitos que nunca ouviram falar sobre. Assim, aprender sobre a
elaboração dos conceitos de gêneros, corpos e sexualidades nas
igualdade de gênero, o empoderamento feminino e o respeito à diversidade desde a infância, ao meu entender, pode permitir que as novas gerações cresçam com
teorias sociais contemporâneas.
menos preconceitos e com atitudes menos desiguais entre os homens e mulheres.
Giulia Gomes
PÁG. 2

Вам также может понравиться