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"A análise literária não se reduz, pois, ao comum comentário do texto, trabalho
colateral ao mesmo texto, que não vai até à sua essência, nem à sua explicação, nem ao
mero estudo da biografia do autor. Deve ir mais além, abrir caminho para a crítica, para a
história, que investigará sobre o autor e os antecedentes da obra; e para a teoria da
literatura, que extrairá da obra os princípios suscetíveis de formulação estética". (Herbert
Palhano, Língua e Literatura).
Nesse conto, é narrada a história de um acidente que ocorre numa BR, envolvendo
um ônibus, que atropela uma vaca, que morre logo em seguida. Os moradores das
cercanias, ao verem o acidente, correm na direção do ocorrido. A princípio, pensa-se que
vão procurar meios para socorrerem as vítimas. Mas não é que acontece. Eles correm é para
aproveitar a carne da vaca morta, e deixam as vítimas à mercê da sorte.
Para desenvolver tal enredo, o autor imbrica duas formas de relatar os fatos da
história: estilo de jornal e a narrativa pertencente ao gênero literário. “Na madrugada do dia
três de maio, uma vaca marrom caminha na ponte do Rio Coroado, no quilômetro 53, em
direção ao Rio de Janeiro”. Nesse fragmento, estão presentes os elementos que constituem
o texto jornalístico: o local, a data, o fato, os envolvidos, como forma de comprovação dos
acontecimentos. O texto só passa a assumir a estrutura da narrativa literária a partir do sexto
parágrafo, quando Elias, uma das personagens do conto, dá início às ações que vão se
desenrolar na ponte, local do acidente. “O desastre foi presenciado por Elias Gentil dos
Santos e sua mulher Lucília, residente nas cercanias. Elias manda a mulher apanhar um
facão em casa. Um facão? Pergunta Lucília.” .
Tudo acontece “Na madrugada do dia três de maio...” Como se pode notar, trata-se
de um tempo cronológico, em que os fatos se dão numa ordem natural, isto é, do início para
o final. Primeiro, acontece o acidente; depois, os moradores vão em busca da carne da vaca,
que morre atropelada e, para finalizar a história, todos tiram proveito da situação. É, pois, o
tempo um elemento responsável pela organização dos fatos no enredo desse conto.
ANÁLISE DE POESIA.
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A lista geral de designações é a seguinte:
1. Monossílabo : 1 sílaba
2. Dissílabo : 2 sílabas
3. Trissílabo : 3 sílabas
4. Tetrassílabo: 4 sílabas
5. Pentassílabo ou Redondilha Menor: 5 sílabas
6. Hexassílabo ou Heróico Quebrado: 6 sílabas
7. Heptassílabo ou Redondilha Maior: 7 sílabas
8. Octossílabo: 8 sílabas
9. Eneassílabo: 9 sílabas
10. Decassílabo: 10 sílabas
11. Hendecassílabo: 11 sílabas
12. Dodecassílabo ou alexandrino: 12 sílabas poéticas.
A pausa é o silêncio entre versos ou elementos dos versos. Essencialmente, todo verso
pode ser considerado como uma seqüência harmônica de sílabas e pausas. A pausa é parte
das estruturas rítmicas e melódicas da composição poética, pois assinala o fim de um
período rítmico, e permite o seu reinício no próximo verso.
Dentro de um mesmo verso pode haver Pausas Internas, sendo relevantes em dois casos:
A estrutura do enredo não sofreu muitas modificações desde 334 a.C., quando
Aristóteles, em seu tratado ‘Poética’, expôs que o enredo se divide em Começo, com a
apresentação do ambiente ficcional; Meio, com o estabelecimento de um conflito e a busca
por sua resolução; e Fim, com a resolução positiva ou negativa do conflito, isto é, com o
protagonista tendo ou não sucesso em sua jornada ao final da narrativa.
Ao longo dos anos, vários estudiosos como Propp, Adam, Labov e Waletzky,
Ricoeur, a partir de estudos próprios de lendas, mitos e narrativas, criaram vários
Paradigmas Literários, isto é, modelos gerais de estrutura para o enredo da narrativa, nunca
fugindo da tripartição do roteiro feita por Aristóteles, apenas desenvolvendo-a.
Entre os elementos literários, o enredo foi o que manteve sua integridade por mais
tempo. Apesar da distorção temporal causada pelo uso da anacronia (primeiramente
apresentada na prosa romântica) e do fluxo de consciência (a partir do Modernismo),
apenas modificou-se o modo como o enredo se apresentava ao leitor. O texto não se
apresentava mais necessariamente na ordem cronológica, mas manteve-se a tríade começo,
meio e fim intacta. Então, podemos classificar um enredo quanto a sua apresentação ao
leitor: é Linear quando é apresentado na ordem cronológica e lógica (observa-se a ordem
começo-meio-fim), e Não-Linear quando o enredo e outros elementos estruturais da
narrativa, como ambiente, tempo e personagens, são apresentados descontinuamente, fora
da ordem lógica e cronológica (com antecipações, retrospectivas, cortes e com rupturas do
tempo e do espaço em que se desenvolve as ações; o tempo cronológico mistura-se ao
psicológico e o espaço exterior se mistura aos espaços interiores).
ENREDO HOJE
O tempo na narrativa
Se você também não conseguiu responder esta pergunta, seja bem vindo a uma das mais
antigas tradições humanas: a tentativa de conceituação do Tempo. O Tempo em si é um
conceito de difícil apreensão. Desde a Antiguidade, vem-se tentado definir o Tempo; uma
atividade eminentemente filosófica, ampla demais para ser abordada aqui (e agora).
Porém, o termo “tempo” abrange outros sentidos além da idéia conceitual de Tempo em si.
Por hora, vamos escolher um significado prático para a palavra tempo, considerando-o
como uma medida usada para determinar a sequência de eventos, intervalo entre
eventos e a duração de eventos. Evento é qualquer acontecimento, ação ou processo: uma
rotação da terra em torno do seu próprio eixo, o desenrolar de uma guerra, o ato de sentir o
calor de um objeto, todos esses são exemplos de evento. E dependendo da natureza destes
eventos podemos classificar o tempo em:
Tempo Físico – quando consideramos como referencial eventos da natureza. Para esta
classificação de tempo leva-se em as relações de casualidade (causa e efeito) entre os
eventos e mudanças objetivas, que independem de consciência do sujeito (ou observador), e
quantificáveis através de grandezas constantes.
“(…)Quando acordava não sabia mais quem era. Só depois é que pensava com satisfação:
sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola.” – A hora da estrela, de Clarice Lispector.
-Narrador-Observador Câmera: Este narrador não tem a ciência do que se passa nas mentes
dos personagens da história, mas conhece tudo sobre o enredo e sobre qualquer outra
informação que não sejam intimas da psique dos personagens. Exemplo: Goodbye to
Berlin, romance-reportagem de Isherwood.
“Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora
fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha
mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Alias o fazendeiro
era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam
naquele esqueleto agudo e taciturno.” - O poço, de Mário de Andrade.
“Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois
corcovos, depois mais três, enfim mais um, que me sacudiu fora da sela,…” “mas um
almocreve, que ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rédea e detê-lo, não sem esforço
nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do estribo e pus-me de pé.” -Memórias
Póstuma de Brás Cubas,de Machado de Assis.
“Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher. Raras vezes o ouvi mencioná-la de outra
maneira. Para seus olhos, ela eclipsava e se sobrepunha às demais mulheres. Não que ele
estivesse apaixonado por Irene Adler. Todas as emoções, e particularmente essa,
aborreciam sua mente fria, precisa, mas admiravelmente equilibrada” – Um Escândalo na
Boêmia, de A. Conan Doyle.
Nada impede de que, numa mesma história, exista mais de um foco narrativo. O autor deve
ter cautela ao executar a mudança do ponto de vista, evitando possíveis confusões no
enredo e mau entendimento dos leitores.
REFORÇANDO O CONHECIMENTO
COMUNICAÇÃO LITERÁRIA
O que faz do homem aquilo que ele é, um ser distinto de todos os demais seres
vivos, é a linguagem, a capacidade de comunicar com os outros homens, partilhando com
eles todo o tipo de informação. Pela linguagem o homem é capaz não apenas de comunicar
(transmitir e receber informações), mas também, e principalmente, de recolher e tratar
dados, elaborando a informação que transmite. Em suma, graças à linguagem, o homem é
capaz de pensar e de comunicar. Pensamento e linguagem estão, portanto,
indissoluvelmente ligados. Podemos dizer que não há pensamento sem linguagem, nem
linguagem sem pensamento.
A Literatura é uma forma particular de comunicação, provavelmente tão antiga
como o homem Também aqui encontramos um emissor (autor), um receptor (leitor) e uma
mensagem, (a obra literária) que circula para um outro.
Narrativa
Autor --> --> Leitor
Narrador > Discurso > Narratário
Narrador
É a entidade responsável pelo discurso narrativo, através do qual uma "história" é contada.
O narrador nunca se identifica com o autor: este é um ser real, enquanto aquele é um ser de
ficção, uma "personagem de papel" que só existe na narrativa. Pode ser exterior à "história"
que narra ou identificar-se com uma das personagens (presença) e só pode contar aquilo de
que teve conhecimento (ciência).
PRESENÇA
NARRADOR PARTICIPANTE
O narrador identifica-se com a personagem principal. A narração é feita
Autodiegético
na 1ª pessoa.
O narrador identifica-se com uma personagem secundária. A narração é
Homodiegético
feita na 1ª pessoa.
NARRADOR NÃO PARTICIPANTE
O narrador é totalmente alheio aos acontecimentos que narra. A narração é
Heterodiegético
feita na 3ª pessoa.
Ciência (ponto de vista)
O narrador revela um conhecimento absoluto, quer dos acontecimentos,
Focalização
quer das motivações. É capaz de penetrar no íntimo das personagens,
omnisciente
revelando os seus pensamentos e as suas emoções.
Personagens
As personagens suportam a acção, visto que é através delas que a acção se concretiza. Elas
vão adquirindo "forma" à medida que a narração evolui, num processo designado por
caracterização.
Caracterização directa – Os traços físicos e/ou psicológicos da personagem são
fornecidos explicitamente, quer pela própria personagem (autocaracterização), quer pelo
narrador ou por outras personagens (heterocaracterização).
Caracterização indirecta – Os traços característicos da personagem são deduzidos a partir
das suas atitudes e comportamentos. É observando as personagens em acção que o leitor
constrói o seu retrato físico e psicológico.
Relevo
Personagem
Assume um papel central no desenrolar da acção e por isso ocupa
principal
maior espaço textual.
(protagonista)
Personagem
Participa na acção, sem no entanto desempenhar um papel decisivo.
secundária
Não tem qualquer participação no desenrolar da acção, cabendo-lhe
Figurante
apenas ajudar a compor um ambiente ou espaço social.
Composição
Personagem
É dinâmica; possui densidade psicológica, vida interior, e por isso
redonda
surpreende o leitor pelo seu comportamento.
(modelada)
É estática; caracteriza-se por possuir um conjunto limitado de traços que
Personagem
se mantêm inalterados ao longo da narração. Frequentemente assume a
plana
forma de personagem-tipo, na medida em que representa determinado
(desenhada)
grupo social ou profissional.
Personagem Representa um conjunto de indivíduos, que age como se fosse movido por
colectiva uma vontade única.
Espaço
Espaço físico É o espaço real, exterior ou interior, onde as personagens se movem.
Designa o ambiente social em que as personagens se integram. A
Espaço social caracterização deste espaço é feita principalmente pelo recurso aos
figurantes.
Espaço É o espaço interior da personagem, o conjunto das suas vivências,
psicológico emoções e pensamentos.
Tempo
Tempo da
história Aquele ao longo do qual decorrem os acontecimentos narrados.
(cronológico)
Resulta do modo como o narrador trata o tempo da história. O narrador
pode respeitar a ordem cronológica ou alterá-la, recuando no tempo
Tempo do (analepse) ou antecipando acontecimentos posteriores (prolepse). Pode
discurso ainda narrar ao ritmo dos acontecimentos, recorrendo ao diálogo
(isocronia), fazer uma narração abreviada (resumo ou sumário), ou até
omitir alguns acontecimentos (elipse).
Tempo É de natureza subjectiva; designa o modo como a personagem sente o fluir
psicológico do tempo.