Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
TECHNOLOGIES
NOCMAT 2008
Cali, Colômbia. 12-14 November, 2008
RESUMO
O descolamento de placas cerâmicas de revestimento em edificações é um
problema que ainda persiste em diversas construções modernas. Embora
disponham de um conjunto de técnicas específicas para a prevenção de quedas de
materiais de fachadas, há diversos parâmetros importantes que ainda necessitam de
um maior aprofundamento. Estes descolamentos acontecem comumente em
fachadas que são sujeitas a alguns destes parâmetros, tais como (i) a incidência de
raios solares nas superfícies, (ii) diferentes coeficientes de dilatação dos materiais
constituintes dos substratos das fachadas bem como as (iii) capacidades de
absorção de calor devido a diferentes cores das superfícies cerâmicas. Neste
trabalho investigou-se a aderência do sistema porcelanato-adesivo-substrato através
dos ensaios de propagação de fissura em modo misto MMF (Mixed-Mode Flexure
Test) e pelo teste de arrancamento (ABNT NBR-14084). Foram utilizados dois tipos
de adesivos: um adesivo comercial, classificado pela norma brasileira como sendo
de alta aderência (ACIII-E) e outro, não convencional, desenvolvido através da
ativação alcalina da metacaulinita com silicato de sódio. Os sistemas colados foram
submetidos a temperaturas ambiente e 50oC. Em geral, os adesivos a base de
geopolímero tiveram melhor aderência do que os sistemas aderidos com a
argamassa colante ACIII-E, especialmente com o aumento da temperatura.
Por sua vez, diversos trabalhos indicam que a ativação alcalina de aluminosilicatos
proporciona um material com elevadas propriedades termomecânicas. Este material
cimentício resultante tem características que vêm despertando o interesse da
comunidade científica, principalmente pela sua capacidade de contribuir par a a
redução de emissões poluentes, imobilizando resíduos industriais, mantendo
propriedades termomecânicas eficientes o que permite seu uso tanto em estruturas
como em compósitos [5-7]. Este tipo de material também vem mostrando
propriedades adesivas para placas metálicas e cerâmicas (vidro) superiores às de
resina epóxica, mesmo quando submetidos a temperaturas elevadas, da ordem de
400ºC [8,9]. No tocante ao uso deste material como adesivo de elementos cerâmicos
para revestimento de fachada de edifícios, uma revisão crítica da literatura indica
que estudos acerca de seu potencial de uso são bastante limitados, haja vista a
ausência de publicações em periódicos especializados.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
Neste trabalho foi utilizado um porcelanato polido. Foram utilizadas duas cores
(branca e preta) com o objetivo de avaliar a influência da cor do revestimento
cerâmico na aderência dos sistemas colados.
Foi utilizada, neste trabalho, a argamassa colante ACIII-E classificada pela norma
brasileira como um adesivo comercial de alta aderência e o geopolímero de
metacaulinita. Estes materiais podem ser observados na Figura 01.
Utilizou-se o silicato de sódio como ativador, cuja composição química pode ser
observada na Tabela 02. O silicato de sódio foi fornecido pela Pernambuco Química
S/A com um módulo de sílica (relação SiO 2/Na2O, em massa) igual a 2,17 e pH em
torno de 13. Este é um dos silicatos solúveis mais comuns.
2.2 Métodos
A preparação das argamassas foi realizada por meio de processo manual, como
pode ser observado na Figura 02, de acordo com as especificações do fabricante da
argamassa colante. No caso da metacaulinita, a mistura manual foi empregada com
o objetivo de avaliar a viabilidade da síntese de materiais resistentes que não
necessitam de processo de produção especializado, com elevada tecnologia,
viabilizando seu uso em obras de construção civil.
Tabela 03: Regimes de cura aos quais os sistemas colados foram submetidos (tempo
acumulado).
Tipo 1/dia 7/dias
Regime Normal 30oC 30oC
Regime com Irradiação Cíclico: 50ºC por 4 horas ao dia
Este sistema térmico de irradiação cíclica foi desenvolvido por Rego (2007) em que
consta de uma fonte de irradiação situada na parte superior do equipamento
conectado a um temporizador, com finalidade de proporcionar um acionamento
automático. Este sistema teve monitorado a sua altura para atingir a temperatura de
50°C em um globo negro através de um termopar colocado na parte inferior do
mesmo, de modo a garantir uma uniformidade de fluxo de iluminação em toda a
superfície dos corpos de prova. A temperatura de 50° C foi escolhida por ser ela
normalmente atingida nas cerâmicas expostas a incidência solar.
O teste de Modo Misto (MMF) está esquematizado na Figura 04. Na Figura 05 vê-se
o ensaio realizado.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 07: Força de propagação de fissura em função do tipo de cola (ACIII-E e MK),
cor do revestimento (branco e preto) e tratamento (com ou sem fissura).
Na Figura 07, observa-se que tanto para as peças com (CF) ou sem (SF) fissura
inicial, os porcelanatos colados com geopolímero de metacaulinita apresentaram
forças de propagação da primeira fissura maiores quando comparadas com as
coladas com ACIII-E. Isto ocorreu tanto para os porcelanatos de cor branca quanto
para os de cor preta. Pode-se observar ainda que os porcelanatos brancos colados
com metacaulinita apresentassem, aproximadamente, uma força 3 vezes maior
quando comparados com os sistemas colados com ACIII-E. Já para os porcelanatos
pretos, a força de propagação da fissura foi em torno de 30% maior para os de
metacaulinita.
As peças ensaiadas podem ser observadas nas Figuras 09a, 09b, 09c e 09d.
Figura 09: Peças ensaiadas: (a) Porcelanato Branco com ACIII-E, (b) Porcelanato Preto
com ACIII-E (c) Porcelanato Branco com GP-MK, (d) Porcelanato Preto com GP-MK.
Para a cola ACIII-E, o descolamento nos porcelanatos, tanto na cor branca quanto
na preta, foi predominantemente entre a peça cerâmica e a cola (Figura 09a e 09b).
Em ambas as cores, nota-se que a ruptura predominante foi à adesiva entre a
cerâmica e a argamassa ACIII-E. As peças brancas apresentaram uma maior
incidência de ruptura coesiva, indicada pela presença de argamassa c olante
remanescente na peça cerâmica (Figura 09a). É importante ressaltar que a ruptura
ocorreu sempre entre a cerâmica e a argamassa colante.
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
[1] SILVA, C.O. Analise critica dos requisitos e critérios de qualidade da argamassa
colante. São Paulo, 2003. 198p. Dissertação (Mestrado), escola Politécnica,
Universidade de São Paulo.
[7] DUXSON, P et al. Geopolymer technology: the current state of the art. Journal
Material Science, 42:2917–2933 (2007).
[8] GOMES, K.C. et al. Geopolymer Bonded Steel Plates. ETDCM8- 8th Seminar on
Experimental Techniques and Design in Composite Materials. 3-6 October 2007 –
Sant’Elmo Beach Hotel – Castiadas – Costa Rei – Sardinia (Italy). (2000b).
[9] LATELLA B.A., PERERA, D. S., ESCOTT, T. R., Cassidy, D. J. Adhesion of glass
to steel using a geopolymer. J. Mater Sci 41 1261–1264 (2006).
[10] ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Argamassa
colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – determinação da
resistência de aderência – NBR 14084. Rio de Janeiro, 1998.
[13] PALOMO, A.; GRUTZECK, M.W.; BLANCO, M.T. Alkali-activated fly ashes: A
cement for the future. Cement and Concrete Research 29 (1999a) 1323–1329