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Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP

Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão


Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012

EAD: A FUNÇÃO DO TUTOR PRESENCIAL EM SUAS DIVERSAS DIMENSÕES1

Cléder Schulter2
Marlise de Medeiros Nunes de Pieri3

RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre a função do tutor presencial, partindo de dois
questionamentos básicos: De que forma se estabelece a função do tutor no curso a distância? Que elementos
são usados em suas diversas dimensões na formação de educadores? Por meio dessas questões, realiza-se uma
análise da função da tutoria no polo de Braço do Norte/SC a partir de dois cursos de formação oferecidos aos
tutores, no segundo semestre de 2011 pela UDESC/UFSC: o primeiro, realizado on-line por meio de uma
discussão específica no fórum, ferramenta utilizada na EAD; e o segundo, realizado de forma presencial no
CFM (Centro de Ciências Físicas e Matemáticas). Dessa forma, pretende-se apresentar um relato de
experiências relacionadas aos cursos de licenciatura em Pedagogia e Física, uma vez que foram momentos de
formação que possibilitaram repensar as práticas educativas e os elementos essenciais que configuram essa
nova função do tutor dentro dessa modalidade de ensino que tem crescente ascensão dentro do contexto
educativo.

PALAVRAS-CHAVE: Educação a distância. Tutor. Formação professores.

1. Introdução

Dentro deste trabalho nos propomos a realizar um relato da experiência a partir dos
desafios encontrados nas atividades desenvolvidas como tutores nos cursos de Pedagogia –
UDESC/UAB e Licenciatura em Física – UFSC/UAB, polos de Braço do Norte, região Sul de
Santa Catarina, com base em reflexões realizadas a partir de cursos de formação continuada
oferecidas pelas mesmas instituições. O trabalho tem o objetivo de refletir sobre a função do
tutor presencial, partindo de dois questionamentos básicos: De que forma se estabelece a
função do tutor no curso a distância? Que elementos são usados em suas diversas dimensões
na formação de educadores? Deste modo, pretende-se refletir sobre a importância do tutor
presencial em cursos de licenciatura oferecido na modalidade a distância.
Destacaremos a Educação a Distância – doravante EAD –, sua evolução histórica e
seus ajustes no contexto atual. Além do que foi apresentado, daremos maior ênfase para
compreender qual é a função do tutor presencial em suas diversas dimensões enquanto
profissional formador de educadores.
Dessa forma, faz-se necessário esclarecer o conceito de educação a distância. Muitos
autores usam o termo ensino a distância ao invés de educação a distância, o que, em nossa
opinião, acaba limitando o seu conceito. A educação a distância não se limita ao ensino, mas
ela engloba todo o processo de ensino-aprendizagem.

1
Texto apresentado no IV SIMFOP em forma de comunicação oral dia 09/05/2012.
2
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina. Formado
em Física pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor de Física da rede Estadual de Ensino no
município de Braço do Norte e tutor presencial UFSC/UAB . E-mail.: clederbn@gmail.com.
3
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Sul de Santa Catarina. Formada
em Pedagogia, especialista em Psicopedagogia (UNISUL) e especialista em Gestão Escolar (UFSC). Professora
de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Tubarão e tutora presencial do polo de Braço do Norte –
UDESC/UAB. E-mail: marlise1110@gmail.com.
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Dessa forma, prefere-se o conceito de educação a distância, definição proposta por


Chermann e Bonini (2000, p. 17), no qual ela é entendida como uma forma de ensino que
“possibilita a auto-aprendizagem a partir da mediação de recursos didáticos sistematicamente
organizados e apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou
combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação existentes”.
Complementando essa ideia, Holmberg (1977, apud BELLONI, 2006, p.25) define a
EAD como:

O termo educação a distância cobre várias formas de estudo, em todos os níveis, que
não estão sob a supervisão contínua e imediata de tutores presentes com seus alunos
em salas de aula ou nos mesmos lugares, mas que não obstante beneficiam-se do
planejamento, da orientação e do ensino oferecidos por uma organização tutorial.

Moore e Kearsley (2007, p.1), no que se refere ao conceito de EAD, dizem que:

A ideia básica de educação a distância é muito simples: alunos e professores estão


em locais diferentes durante todo ou grande parte do tempo em que aprendem e
ensinam. Estando em locais distintos, eles dependem de algum tipo de tecnologia
para transmitir informações e lhes proporcionar um meio para interagir.

Diante dos conceitos elencados sobre a EAD, percebem-se as dificuldades e


facilidades encontradas nessa modalidade de ensino e aprendizagem. Fica visível, em ambos
os conceitos, que esse tipo de educação é uma possibilidade de expandir o acesso, seja de
nível superior ou básica, para grande parte da população que, até então, não tinha essa
possibilidade devido à distância em que se encontram das universidades ou polos de ensino.
Nesse contexto educativo, algo que se mostra bastante evidente é a organização e o
planejamento, seja da instituição ou do aluno. Acreditamos que somente por meio dessa
organização será possível um ensino e uma aprendizagem de qualidade. Para que isso ocorra,
o acadêmico precisa desenvolver algumas habilidades específicas dentro das condições
apontadas nessa modalidade de ensino.

2. EAD: contexto histórico

A EAD surgiu há muito tempo e avançou de modo lento e gradativo por longa data.
Ela já vem sendo realizada desde as cartas de Platão e as epístolas de São Paulo. Teve grande
impulso com a invenção da imprensa por Guttemberg. Durante a II Guerra Mundial, houve
uma sistematização da educação a distância, quando foi utilizada na recuperação social dos
que foram vencidos na guerra, e também na capacitação profissional das populações vindas
do meio rural (VOLPATO, SOPRANO, BOTTAN et all., 1996, NUNES). Porém, nos últimos
cinco anos com a evolução das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e o acesso à
Internet cada vez mais presente e ao alcance da população das mais variadas classes sociais,
houve um avanço considerado da EAD. Essa modalidade iniciou por meio de
correspondência, depois via rádio e TV, até chegar à estrutura que atualmente temos, com
suporte tecnológico como computadores em redes e softwares que alicerçam formas diversas
de comunicação por meio de plataformas como o moodle.
Dessa forma, juntamente com a globalização desenvolveu-se a dita sociedade da
informação, na qual todas e quaisquer informações se encontram ao alcance de todos através
de redes que possibilitam a comunicação por meio de computadores. Diante de todo o avanço
tecnológico ocorrido nas últimas décadas, essa modalidade de ensino e aprendizagem teve um
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grande salto. Atualmente a educação a distância se encontra presente nos mais variados
cursos, sejam eles técnicos, superiores, de especialização e, até mesmo, programas de pós-
graduação.
Para melhor entender a evolução da educação a distância com o passar do tempo, faz-
se necessário demonstrar a sua evolução ao longo de cinco gerações, que estavam
intimamente relacionadas com as tecnologias que eram empregadas para que a mesma
pudesse ocorrer.
A primeira geração da educação a distância começa com os cursos de instrução que
eram entregues pelo correio. O estudo por correspondência, em casa e/ou independente, foi o
responsável pelo desenvolvimento do fundamento de uma educação individualizada a
distância. Nessa geração, o grande problema era a falta de diálogo entre o professor e o aluno.
Pode-se dizer que nesse tipo de educação quem ensina é o material didático e, assim, o
fracasso dos alunos está relacionado, basicamente, com suas dedicações aos estudos e o
professor não tem muita culpa nisso.
A segunda geração, que se difere da primeira devido ao uso do rádio e da televisão no
processo de ensino-aprendizagem, não proporcionou quase nenhuma mudança com relação à
interação entre professores e alunos. Essa geração se caracteriza por não apresentar certas
flexibilidades aos estudantes devido aos horários serem previamente estabelecidos, ou seja, o
programa de rádio e de TV em que se veiculam os cursos já têm seus horários definidos e os
alunos devem se adequar aos mesmos. No entanto, esse tipo de educação foi responsável por
agregar as dimensões oral e visual à apresentação de informações aos alunos a distância.
As universidades abertas, que caracterizam a terceira geração de educação a distância,
tiveram origem de experiências norte-americanas em que eram integrados áudio/vídeo e
correspondência com orientação face a face, onde o conhecimento era veiculado de uma
forma sistematizada através de equipes responsáveis pela criação do curso.
A quarta geração passou a fazer o uso da teleconferência, por meio de áudio, vídeo e
computador. Assim, foi possível uma interação em tempo real, tanto entre professores e
alunos como entre os próprios alunos, fazendo com que eles já não se sentissem tão sozinhos
nesse processo.
A quinta e última geração da educação a distância é a de classe virtual on-line e com
base na Internet. Essa é a geração que tem proporcionado um enorme interesse em educação a
distância nos últimos anos. Nesse tipo de educação, torna-se possível a utilização de diversas
ferramentas de comunicação. Nela, são colocadas a disposição dos alunos ferramentas como
chats, web aula, web conferência, fóruns, etc. Dessa forma, a distância física existente entre os
alunos e o professor fica menos evidente, pois ela acaba sendo suprida pelo constante contato
que ambos estabelecem.
Diante do exposto, fica claro que o diferencial da EAD, em relação a outras
modalidades de ensino, não se encontra na falsa verdade, historicamente solidificada, que na
educação a distancia não há necessidade de estudo, dedicação e esforço. Mas, concretizou-se,
especialmente nos últimos cinco anos, na autonomia e flexibilidade que ela proporciona,
especialmente com relação ao local e horário em que realizamos as atividades. Nesse sentido,
esquematizar uma agenda de estudos por meio de um registro escrito é uma das formas de
organização eficaz na EAD.
As tecnologias facilitam o processo de comunicação. Sendo a comunicação algo
considerado como um dos fatores que “dificultaram”, ao longo da história, o avanço da
educação a distância, o desenvolvimento tecnológico contribui consideravelmente para a
evolução do processo de ensino-aprendizagem na EAD. Portanto, superando o passado, a
evolução dos meios de comunicação, principalmente aquelas que ocorrem por meio das redes
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computacionais, que interligam as pessoas do mundo todo, atrelada a plataformas específicas


pensadas e programadas para essa modalidade de ensino e aprendizagem, o acesso à educação
se tornou muito mais acessível. O avanço da EAD vem possibilitando o acesso à
escolarização e ao conhecimento por muitas pessoas.
Nesse tipo de modalidade de ensino, EAD, o envolvimento dos acadêmicos com o
moodle, que é o ambiente virtual de ensino e aprendizagem (AVEA), que apresenta diversas
ferramentas que facilitam a comunicação, se mostra bastante importante. As ferramentas de
comunicação mais utilizadas na educação a distancia são os chats, fóruns, e-mails, mensagens
instantâneas, entre outras. Portanto, é fundamental incentivá-los a estar no polo semanalmente
e acessar frequentemente o ambiente virtual, pois essa é uma necessidade que auxilia a
comunicação entre os envolvidos na integração processual.
Além do espaço virtual que disponibiliza também diversas fontes de pesquisa e demais
recursos, existe o material impresso que pode ser usado em paralelo ao uso das demais
ferramentas para que o acadêmico possa anotar dúvidas e esclarecê-las com os tutores ou
professores da disciplina, sempre discutindo as questões com o grupo.
Dessa forma, as dúvidas, na maioria das vezes, são sanadas por meio da comunicação
escrita através dessas ferramentas. Assim, o domínio da leitura e da escrita é essencial para
que os acadêmicos possam se comunicar com os professores e, até mesmo, entre si.

3. A função do tutor presencial na EAD

Neste item relata-se, especificamente, a função do tutor presencial na educação a


distância, nos reportando, primeiramente, a sua função ao longo da história. No segundo
momento, enfatiza-se a sua função na atualidade4.
Com a evolução da EAD, o papel do tutor também se modificou de acordo com os
interesses de cada período histórico. O tutor teve sua origem na universidade no século XV. A
definição da palavra tutor era “guia, protetor, defensor de alguém.”. No século XX, o tutor
assumiu o papel de aconselhador e orientador nos trabalhos acadêmicos. O tutor não tinha o
compromisso de ensinar, apenas apoiava o acadêmico em sua aprendizagem. Nesse momento
histórico acreditava-se que a aprendizagem se dava exclusivamente por meio de materiais
didáticos.
Atualmente, a função do tutor consiste em assegurar o cumprimento dos objetivos
propostos pela instituição, humanizando o processo e servindo de apoio aos programas.
Geralmente, na EAD, os materiais didáticos são distribuídos por meio das tecnologias e são
produzidos para o grande público. Nesse sentido, a comunicação que ocorre entre tutores e
alunos tem por objetivo auxiliar todo indivíduo a converter as informações comuns chegadas
até eles em conhecimento relevante sob o aspecto pessoal (MOORE; KEARSLEY, 2007,
p.16).
Além de estar presente na função de aquisição de novos conhecimentos, o tutor
interage constantemente com os acadêmicos encorajando-os, motivando-os e orientando-os
em relação aos objetivos a serem alcançados, visualizando possibilidades, quando elas
parecem não estar mais presentes. Neste sentido, é necessário que, entre tutores e acadêmicos,
estabeleça-se uma relação de respeito, compreensão e valorização. Assim, criamos um elo

4
Vale lembrar que a função aqui descrita está relacionada com as experiências dos autores enquanto tutores
presenciais de cursos na modalidade a distância (Pedagogia /UDESC e Física/UFSC). E, também, de cursos de
formação continuada oferecida aos mesmos.
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afetivo com os alunos, o que aumenta ainda mais nossa responsabilidade enquanto tutores. O
dia a dia dos alunos, a organização da agenda, as dúvidas, as tristezas, as incertezas, as
conquistas, fazem-nos ir além das funções atribuídas a nós pela UAB e pela instituição que
estamos representando. Além do laço de amizade que se estabelece, forma-se, também, uma
parceria constante pela busca do conhecimento, na superação dos medos, especialmente com
aqueles relacionados às novas tecnologias, pois, na EAD, muitos acadêmicos não possuem
conhecimentos sobre as mesmas e, dessa forma, os tutores ajudam na busca de formas para
que os medos relacionados a essas tecnologias sejam superados.
O tutor é aquele que rompe com as amarras estabelecidas pela didática de cada
disciplina e que possibilita ao acadêmico o desenvolvimento de sua própria autonomia e
autoria no avanço relacionado às novas descobertas, estabelecendo relação entre o
aprendizado trazido pela disciplina e a sua prática. Sabe-se que é no exercício dessa reflexão
que se consegue avançar no processo de aquisição de novos conhecimentos, deslocando-se do
senso comum para a estruturação do conhecimento científico.
O tutor presencial é o elo entre o acadêmico, o professor e a instituição. Dessa forma,
ele reúne em seu trabalho uma função tríplice: orientação, docência e avaliação. Ele está in
loco e assume um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem na formação de
professores. Ele orienta as atividades, organiza a formação e as ações dos grupos de estudos,
aplica as atividades propostas, interage com os professores esclarecendo dúvidas e faz parte
do processo de avaliação de forma ativa.
Para exercer a função tríplice (orientação, docência e avaliação) de forma eficaz, o
tutor presencial precisa ter claras algumas ações em prol da realização de um trabalho de
qualidade. Dentre essas, destacamos as que consideramos mais importantes:

• procurar conhecer a fundamentação pedagógica da EAD;


• estabelecer relação entre os conteúdos e os cursistas;
• buscar recursos didáticos (livros, vídeos, animações, etc.) para melhorar o processo
de aprendizagem;
• acompanhar a realização das atividades propostas, conforme o cronograma do
curso;
• estabelecer uma ação proativa na orientação, no acompanhamento e no incentivo
aos acadêmicos à participação de trabalhos em grupos;
• incentivar a formação de grupos de estudos, o que contribui para uma
aprendizagem mais significativa;
• manter regularidade de acesso ao AVEA e dar retorno às solicitações dos cursistas
para que não se sintam sozinhos (idealmente 24 horas de limite máximo);
• motivar e integrar os cursistas, construindo um vínculo de autodesenvolvimento;
• contribuir na organização de uma agenda pessoal para que o acadêmico consiga
desenvolver a autonomia quanto ao processo de aprendizagem;
• contribuir com o professor da disciplina na elaboração das atividades docentes;
• participar do processo de avaliação da disciplina sob orientação do professor
responsável;
• colaborar com a coordenação do curso na avaliação dos estudantes;
• participar das atividades de capacitação e atualização promovidas pela Instituição
de Ensino;
• desenvolver relatórios semestrais para avaliação do curso.

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Portanto, o tutor presencial tem tarefa de dar suporte acadêmico, que corresponde às
ações de apoio pedagógico desenvolvidas durante o estudo, através da interação que acontece
entre o próprio tutor e os acadêmicos, entre os acadêmicos e, até, entre os acadêmicos e os
professores. Assim, o tutor presencial desenvolve uma tarefa muito importante, pois auxilia
em todo o processo de ensino-aprendizagem (LOYOLLA, 2009, p.150).

4. Dimensões da tutoria e seus elementos na formação de educadores

No exercício da tutoria, temos diversas dimensões que são concretizadas a partir do


desenvolvimento de algumas competências que produzem elementos dentro desse contexto
educativo. A função do tutor presencial foi estruturada em quatro dimensões específicas, que
nos auxiliam a entender melhor como ele poderá desempenhar um bom papel, que consiste
em auxiliar, da melhor forma possível, a aprendizagem dos acadêmicos. As dimensões aqui
apresentadas são: pedagógica, didática, tecnológica e pessoal. Cada uma dessas dimensões
nos remete a desenvolver competências para o exercício da mesma, com elementos
específicos em cada uma delas.
Ao elencarmos a primeira dimensão como pedagógica, entende-se que toda a ação
pedagógica carrega em si uma concepção epistemológica que norteia a prática, configurando a
função social deste sujeito5 na formação de professores. Dentro da dimensão pedagógica se
faz necessário o desenvolvimento de diversas competências no sentido de solidificar a
execução dessa dimensão.
Destacamos como competência na dimensão pedagógica a capacidade de interação
entre os conteúdos e materiais didáticos, em que tutor, não como único responsável, tem o
compromisso de orientar, acompanhar e avaliar a aprendizagem dos acadêmicos, com relação
à comunicação oral e, especialmente, a escrita de forma clara e objetiva, sendo essa uma
habilidade que deve ser aprimorada no decorrer do curso. Para desenvolver essa competência
com desenvoltura, o tutor precisa ter clareza com relação aos objetivos das atividades
propostas pelas atividades propostas pelo professor da disciplina.
Para dar conta de todas as competências atribuídas a essa dimensão, elaboramos
alguns elementos essenciais, tais como: conhecimentos específicos da disciplina dialogam
entre acadêmicos e tutores, leitura e escrita, observação, tempo, organização e interação.
Na dimensão didática, o tutor precisa desenvolver competências relacionadas ao
conhecimento dos conteúdos a serem ministrados na disciplina para que possa auxiliar os
acadêmicos em suas dúvidas e desenvolver a capacidade de realizar intervenções didáticas
para maximizar o aprendizado dos acadêmicos. O tutor pode, também, propor atividades
práticas que auxiliem na compreensão dos conhecimentos teóricos. Como elementos dessa
dimensão didática se pode destacar as diversas teorias relacionadas à educação e uma
interação entre teoria e prática.
A dimensão tecnológica de informação e comunicação (TIC) abrange competências
relacionadas ao tutor das quais o mesmo precisa possuir o domínio básico e mostrar
disponibilidade para inovação educacional, em especial aquela que tem suporte nessas
tecnologias. Nesse sentido, Moore e Kearsley (2007, p.77) afirmam que:

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Quando nos referimos a sujeito, nesse caso, estamos nos reportando à pessoa do tutor presencial.
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Em virtude de a comunicação ser tão importante para a educação a distância, todo


aluno e usuário precisa conhecer um pouco a respeito de cada tecnologia e também
da mídia que a veicula. Definitivamente, não é necessário ter um conhecimento
especializado a respeito de como as tecnologias operam nem ser capaz de remediá-
las caso apresentem problemas. Como educadores a distância, dependemos de
programadores especializados, operadores de câmera, engenheiros e produtores, a
fim de assegurar que as tecnologias que transmitirão o ensino operem do modo que
devem. Precisamos conhecer o suficiente a respeito delas para sermos capazes de
formular perguntas inteligentes, fazer sugestões, saber quando algo não está
operando como deveria e, acima de tudo, conhecer os limites e o potencial de cada
uma das tecnologias.
Com relação aos elementos presentes na dimensão tecnologia se podem destacar as
TIC com ênfase na informática e na Internet. O desenvolvimento desses elementos dá suporte
a um trabalho cooperativo e consistente nessa modalidade de ensino no novo milênio.
Na dimensão pessoal em que se entende e configuram-se os diversos setores em que se
estrutura a EAD, com relação ao quesito humano. Dentre as competências a serem
desenvolvidas pelo tutor, destaca-se a necessidade de resolver conflitos entre os grupos de
forma coerente, promovendo uma maior interação entre os acadêmicos, além de encorajar e
incentivar os mesmos para que possam vencer as dificuldades encontradas no percurso do
curso, em que, dessa forma, ele desenvolverá certa autonomia. Desse modo, estaremos
desenvolvendo não só de forma individual, mas também coletiva, habilidades para manter
relações menos hierarquizadas. Os elementos dessa dimensão estão relacionados com a
motivação, amizade, integração e percepção.
Para elucidar as ideias apresentadas, elaborou-se um quadro-síntese, destacando as
quatro dimensões da função do tutor presencial, apresentando suas competências e elementos.

Dimensão Competências Elementos


• Capacidade de interação entre conteúdos e materiais
didáticos; • conhecimento;
• Possuir uma certa astúcia na orientação, • diálogo;
acompanhamento e avaliação da aprendizagem dos • leitura;
alunos; • escrita;
Pedagógica
• Demonstrar clareza na comunicação frente aos • observação;
questionamentos dos alunos, seja oralmente ou através • tempo;
da escrita; • organização;
• Possuir clareza quanto aos objetivos das atividades • interação.
propostas.
• Possuir conhecimento dos conteúdos a serem
ministrados no curso; • teorias da educação;
Didática • Capacidade de realizar intervenções didáticas; • teoria e prática.
• Proposição e supervisão de atividades práticas, que
completem os conhecimentos teóricos do curso.
• Possuir domínio básico das TICs;
• informática;
Tecnológica • Disposição para a inovação educacional, em especial
• internet;
aquela que tem suporte nas tecnologias de informação e
• TICs.
comunicação.
• Estimular a autonomia dos alunos;
• motivação;
• Promover a interação da turma;
• amizade;
Pessoal • Encorajar e incentivar os alunos;
• integração;
• Capacidade para solucionar possíveis conflitos;
• percepção.
• Habilidade para manter relações menos hierarquizadas.
Figura 1: Quadro-síntese das principais funções do tutor
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O não exercício de uma dessas dimensões causa lacunas consideráveis na EAD,


podendo ocasionar evasão de acadêmicos ou causar deficiências na formação dos novos
licenciados. Portanto, o tutor presencial é agente ativo do processo na formação de
educadores.

Considerações Finais

Neste novo milênio pode-se destacar a EAD como uma das modalidades em ascensão
oportunizando acesso ao conhecimento da educação formal nas mais variadas classes sociais.
A mesma vem sofrendo modificações e adequações para obter êxito e qualidade no campo
educacional. Percebe-se o envolvimento de diversas pessoas em torno dessa modalidade de
ensino no sentido de pensar, elaborar e estruturar as diversas atividades que compõem o
cronograma e o organograma que é disponibilizado aos alunos em um processo dinâmico e
ativo quanto à ação e reflexão.
A EAD se configura com uma rede de pessoas que têm um objetivo comum. Cada um
dos envolvidos precisa desempenhar seu papel com excelência, pois um pequeno desajuste
gera uma grande problemática atingindo outros setores e profissionais e, especialmente, o
acadêmico, que é o foco principal da mesma. Diante desse fato, faz-se necessário um
engajamento nos diversos setores envolvidos no processo, sendo que as funções exercidas têm
suas próprias especificidades.
Destaca-se neste relato a função do tutor presencial e sua importância no processo
educacional, que se configura como um dos agentes do processo, no qual estabelece contato
direto com o acadêmico, facilitando o fortalecimento dos subgrupos de estudo dentro do
grande grupo de estudantes. Os acadêmicos se fortalecem nesses grupos para enfrentar as
dificuldades no decorrer do curso, integrando-se e interagindo entre si, favorecendo a
aprendizagem. Esse processo de integração e interação é mediado pelo tutor presencial, como
também o auxílio no uso das ferramentas tecnológicas.
Portanto a função do tutor presencial se estabelece de forma fundamental no apoio à
aprendizagem autônoma, fazendo a mediação, o acompanhamento e a orientação entre o
aluno e os meios necessários, que se constituem por um sistema de comunicação e interação,
ou seja, pelos diversos recursos a ele oferecidos com flexibilidade. Assim, é importante
ressaltar a exigência de comprometimento de uma aprendizagem autodirigida dentro da
individualidade, em um contexto cultural de experiências e aquisição de novos
conhecimentos.
A EAD é, de certo modo, uma maneira de ampliar a oferta do ensino, universalizando
as oportunidades. Como nos diz Wedemeyer:

A ninguém deve ser negada a oportunidade de aprender, por ser pobre,


geograficamente isolado, socialmente marginalizado, doente, institucionalizado ou
qualquer outra forma que impeça o seu acesso a uma instituição. Estes são os
elementos que supõem o reconhecimento de uma liberdade para decidir se se quer
ou não estudar (apud ARETIO, 1986, p. 34).

Neste sentido, a EAD é a oportunidade de muitos ao acesso a conhecimentos


científicos constituídos historicamente e à reelaboração de novos saberes em prol de uma
sociedade mais equânime.

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Referências

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