Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Recursos Naturais
Prof. Dra. Dionéia Evangelista Cesar Prof. Fabrício Alvim Carvalho
Temas: Temas:
• O Conhecimento Ecológico • Biodiversidade
• Componente Abiótico • Ecologia da paisagem
• Componente Biótico • Invasões biológicas
• Interações e Fluxos • Restauração ecológica
• Mudanças climáticas
Juiz de Fora
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
JUIZ DE FORA
Reitor
Henrique Duque de Miranda Chaves Filho
Vice-Reitor
José Luiz Rezende Pereira
CENTRO DE EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA/UFJF
Diretor
Flávio Iassuo Takakura
Coordenador Geral
José Antonio Aravena Reyes
COMPONENTE ABIÓTICO..................................................................................16
1- ENERGIA E MATÉRIA.......................................................................................17
2- CICLOS BIOGEOQUÍMICOS............................................................................18
4- FATORES LIMITANTES......................................................................................22
COMPONENTE BIÓTICO....................................................................................24
1- FOCO NA POPULAÇÃO..................................................................................25
2- FOCO NA COMUNIDADE...............................................................................31
3- BIODIVERSIDADE...........................................................................................37
INTERAÇÕES E FLUXOS.......................................................................................40
1- COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA.....................................................................41
2- COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA.....................................................................42
3- PREDAÇÃO....................................................................................................43
4- CADEIA ALIMENTAR.......................................................................................45
5- FLUXOS..........................................................................................................46
BIODIVERSIDADE..................................................................................................55
ECOLOGIA DA PAISAGEM..................................................................................64
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA.............................................................................81
MUDANÇAS CLIMÁTICAS...................................................................................90
Observar, enxergar hoje em dia pode ser sinônimo de “simplesmente” LEITURA!! Diferentemente da
época dos historiadores naturais, navegamos em outros mares. Mares muitas vezes virtuais.
Além da leitura, em alguns casos, a observação só pode ser realizada com a utilização de instrumentos
que nos possibilite “enxergar” em diferentes escala. A escala da observação é variável. Assim, podemos
utilizar instrumentos que nos distancie e nos permita enxergar numa macro-escala como satélites.
Ou instrumentos que nos aproxime e permita a visualização em micro-escala como os microscópios.
Muito mais difícil questionar aquilo que não enxergamos... aquilo que não conhecemos... que temos
que imaginar! A lua todos os dias no céu instiga os seus observadores: - teria ela um dragão?- um
coelhinho? Um queijo? Por outro lado, um dos conceitos da ecologia microbiana – alça microbiana –
só foi estabelecido no início da década de 80, vários anos após as primeiras expedições lunares. Sem
enxergar os microrganismos a geração espontânea perpetuou por décadas como verdade científica.
ECOLOGIA
De acordo as referências de nossos livros textos, temos sobre os conceitos de Ecologia o
que segue. A da palavra Ecologia vem do grego Oikos que significa casa. Estudo do “ambiente
da casa” inclui todos os organismos contidos nela e todos os processos funcionais que a tornam
habitáveis. A Ecologia foi definida primeiramente por Ernest Haeckel em 1866, como a ciência
que estuda a relação dos organismos (vegetais, animais microrganismos) entre si e com o meio
ambiente. A definição de Odum ressalta o paradigma de ecossistema como sendo o estudo da
estrutura e função da natureza.
Para Krebs (1972), a Ecologia é o estudo científico das interações que determinam a
distribuição e a abundância dos organismos. O ambiente de um organismo consiste em um
conjunto de influências externas exercidas sobre ele, as quais são representadas por fatores e
fenômenos. Tais fatores podem ser físicos e químicos (abióticos) ou mesmo outros organismos
(bióticos). As interações da definição de Krebs, naturalmente, são interações com estes
fatores. O ambiente, portanto, conserva aqui a posição central concedida por Haeckel em
sua definição. A definição de Krebs tem o mérito de localizar o tema central da Ecologia: a
distribuição e abundância dos organismos – onde os organismos ocorrem, quantos ocorrem em
um determinado local e por quê? “Sendo assim, a Ecologia é definida como o estudo científico
da distribuição e abundância de organismos e das interações que determinam a distribuição e a
abundância”. Ricklefs em 1980 definiu Ecologia como o estudo do meio ambiente, enfocando
as inter-relações entre os organismos e seu meio circundante. Assim como Krebs, Townsend e
∙∙ (I) Indivíduo: neste nível fazemos muitas outras ciências, como anatomia, fisiologia,
mas não ecologia. A menos que, o indivíduo seja o “bloco do eu sozinho”, isto
é, que seja o único representante de uma população. Entretanto em Ecologia,
é necessário conhecer e distinguir um organismo de outro e isto nem sempre é
fácil. O que é um indivíduo num recife de coral? Um indivíduo de grama, como
diferenciar? Seria uma semente um indivíduo?
∙∙ (P) População: é o conjunto dos indivíduos de uma mesma espécie, que habitam
uma determinada área, num espaço de tempo definido. A foco aqui é conhecer,
saber indentificar uma espécie e distinguí-la de outras. Algumas espécies por
exemplo podem apresentar diferentes morfologia ao longo do ciclo de vida. Por
exemplo, espécies que diferenciam na forma de ovo, pulpa, larva e adulto.
∙∙ (C) Comunidade: Conjunto de plantas, animais e micro-organismos que vivem, em
um ambiente e interegam entre si, formando um sistema vivente distinto com sua
própria composição, estrutura, relações ambientais, desenvolvimento e função. A
dificuldade de conhecer todas populações de um determinado local muitas vezes
torna irreal o estudo de comunidade no “sensu strito”.
A VISÃO ECOSSISTÊMICA
A análise do ecossistema nos leva ao conhecimento da sua estrutura e funcionamento
que podem subsidiar medidas de conservação, recuperação, mitigação de impactos ambientais
negativos. Neste nível da ecologia podemos colocar na balança todos os componentes que
constituem o ecossistema seja a massa viva (biomassa) ou não. Além do fluxo de energia
desde a entrada até a sua saída do ecossistema. A ciclagem de matéria, as interações e
processos que ali acontecem também são objetos de estudo. Assim, os atributos medidos
num ecossistema são, por exemplo, biomassa, produtividade, fluxo de energia, ciclagem de
matéria, resiliência, estabilidade.
Segundo a literatura, Arthur Tansley em 1938 utilizou a palavra ecossistema para referir a
comunidade de organismos e seu ambiente como uma unidade. Segundo Tansley a comunidade
não poderia se separar do ambiente em que vive. As características físicas do ambiente mais as
influências climáticas determinam quais espécies formam a estrutura básica da comunidade.
Em um ecossistema, os seres vivos (plantas, animais, fungos e bactérias) interagem entre si e com
o ambiente por meio da ciclagem de nutrientes e do fluxo de energia. Assim, a comunidade, o
fluxo de energia e a ciclagem de nutrientes são componentes e processos que tornam funcional
um ecossistema.
Lugo e Morris (1982) atentam para um exemplo de como os organismos tomam parte do
fluxo energético dos sistemas e podem exercer influências sobre estes, modificando-o e, desta
forma, trazendo benefícios para o ambiente. Em bosques tropicais úmidos, formigas cortadeiras
podem consomir grande quantidade de folhas, levando a uma diminuição na produtividade
primária do bosque. Entretanto, os resíduos de seus formigueiros são ricos em nutrientes minerais
(principalmente fosfato) que contribuem para o enriquecimento do solo. Tal fator acelera a
produtividade primária do bosque, compensando o consumo de tecido fotossintético por essas
formigas. Assim, juntamente com outros consumidores, as formigas podem contribuir para a
maior produtividade das plantas e aumentam a potência dos fluxos energéticos do sistema.
Relembrando, os ecossistemas são delimitados pelos pesquisadores, e possuem um
ambiente de entrada e um ambiente de saída acoplados e essenciais para que o ecossistema
Parâmetros do ecossistema:
∙∙ Quanto maior o ecossistema, menos dependente do exterior.
∙∙ Quanto mais alta a taxa metabólica, maiores são as entradas e saídas.
∙∙ Quanto maior o desequilíbrio na razão autotrófico/heterotrófico, mas elementos
externos são necessários para reequilibrar.
∙∙ Sistemas jovens diferem de sistemas maduros.
∙∙ Normalmente, nos ecossistemas jovens temos o investimento no crescimento,
enquanto nos maduros o principal investimento é na manutenção.
Nos ecossistemas as inter-relações dos ciclos materiais e do fluxo de energia, junto com
as retroalimentações dos subsistemas geram uma homeostasia autocorretiva que não precisa
de controle externo. Os subsistemas microbianos que regulam o armazenamento e a liberação
de nutrientes e os subsistemas predador-presa que regulam a densidade populacional, são
exemplos de mecanismos de controle nos ecossistemas.
Os componentes dos ecossistemas estão interligados em redes por vários mensageiros
físicos e químicos (muitas vezes análogos ao sistema nervoso e endócrino). As energias de
ligação que interligam os componentes tornam-se mais difusas e fracas com um aumento na
escala do tempo e do espaço. Porém nos ecossistemas, estas ligações fracas são bem numerosas
de energia e de informações química.
Segundo Odum, causas de baixa energia que produzem efeitos de alta energia são
ubíquas nas redes de um ecossistema; insetos parasitos num ecossistema de campo de gramíneas
representam uma parte muito pequena (0,1%) do metabolismo total da comunidade, porém,
podem ter um efeito de controle proporcionalmente muito maior sobre o total do fluxo primário
de energia pelo impacto de seu parasitismo de insetos herbívoros. Tais interações estabilizam
os ecossistemas, impedindo a herbivoria excessiva.
Além do controle pela retroalimentação a redundância nos componentes funcionais
também contribui para a estabilidade dos ecossistemas. A redundância (mais de uma espécie
ou componente tendo a capacidade de realizar uma dada função) também aumenta o grau
de estabilidade. Por exemplo, se vários autotróficos estiverem presentes, cada uma com uma
diferente faixa operacional de temperatura, a taxa de fotossíntese da comunidade como um
todo pode permanecer estável apesar da mudança na temperatura. Se várias espécies exercem a
mesma função no sistema (por exemplo, organismos produtores), uma espécie pode compensar
a outra ao promover vias alternativas para os fluxos de energia e materiais.
2- CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Os elementos químicos tendem a circular na biosfera em vias características, do
ambiente aos organismos e destes, novamente ao ambiente. Estas vias mais ou menos circulares
se chamam ciclos biogeoquímicos, e descrevem o movimento de todos os elementos que
compõem a terra. Estes movimentos de matéria contribuem para a manutenção das condições
que sustentam a vida do planeta.
Os ciclos biogeoquímicos se referem ao intercâmbio de nutrientes de diferentes ecossistemas
em escala global. Denomina-se balanço de nutrientes ao estudo do fluxo de nutrientes dentro e
através dos ecossistemas. O balanço externo de nutrientes considera as entradas e as saídas dos
nutrientes de um ecossistema completo. O balanço interno de nutrientes considera as trocas de
nutrientes em subsistemas ou nos componentes de um ecossistema particular.
BRILHANTE CRISTALINO
O ciclo da água é associado ao sucesso da vida no nosso planeta. Qualquer que seja
o organismo, por mais asqueroso, nojento e até mesmo o pior dos predadores tem água em
sua constituição, e um dia morrerão liberando essa água para outro local. Além da água
armazenada nos organismos, que são distribuídos heterogeneamente, o restante da água no
planeta também não está distribuída de forma homogênea. A movimentação da água ao longo
do tempo também. Por exemplo num mesmo local temos ano com pouca e outro com muita
chuva. Embora a maior parte da superfície do planeta seja coberta por água, a qualidade
restringe sua utilização por alguns organismos, principalmente o homem. Se pensarmos que
os organismos marinhos utilizam a água salgada para viver, toda água é um recurso para
manutenção da vida. Entretanto, normalmente o termo recurso é utilizado quando beneficia
diretamente a sobrevivência da espécie Homo sapiens. Neste caso, apenas uma pequena
parcela da população humana alimenta-se de organismos marinhos.
OURO NEGRO
O Carbono é um dos elementos mais abundantes e pode ser encontrado nas mais diversas
formas, e separado em orgânico e inorgânico, dissolvido e particulado, etc. Como os outros
elementos químicos, a quantidade de carbono no planeta não modificou significativamente nos
últimos tempos. O que modificou foi a aceleração de algumas vias do seu ciclo. Por exemplo,
no início da revolução com a utilização de carvão o estoque de carbono na forma de carvão
foi utilizado mais rapidamente do que reposto. Hoje estamos acelerando a transformação do
carbono estocado por milênios na forma de combustíveis fósseis em dióxido de carbono. O
tempo para este carbono ser fixado e transformado em petróleo novamente é muito mais lento.
Este deslocamento de tempo entre os processos têm motivado a busca de alternativas de outras
fontes de carbono como ciclos mais rápidos, ou formas de acelerar a fixação do CO2.
O cultivo de organismos fotossintéticos é uma saída. Entretanto, nem todos os organismos
fixam o CO2 na mesma velocidade e nem o tempo todo. A fixação depende de diversos fatores,
como o local onde estes organismos se encontram no planeta e a época do ano (disponibilidade de
luz), especialmente nas regiões polares e temperadas. Não só a quantidade de luz, mas também
JOIAS INVISÍVEIS
Ao falar do ciclo do nitrogênio temos que incluir os microrganismos, essenciais em
algumas etapas da sua transformação. As bactérias podem absorver também o nitrogênio nas
diferentes formas e incorporar à sua biomassa (proteína bacteriana). Ou algumas podem oxidar
ou reduzir as diferentes formas sem incorporar à biomassa.
O seguinte link http://www.icb.usp.br/~bmm/jogos/nitrogenio%20manual.pdf traz um
jogo “Viagem do átomo de nitrogênio” desenvolvido pela Sociedade Americana de Microbiologia
como uma opção didática para apresentar o ciclo do nitrogênio. Com esse jogo podemos
exemplificar como os ciclos são únicos e que a chances de um átomo de nitrogênio fazer a
mesma viagem que outro átomo é muito pequena. Podemos também discutir proporção de
formas de nitrogênio e a velocidade de transformação. O gás nitrogênio é forma mais abundante
de nitrogênio, a chance de um átomo na forma de nitrogênio ser fixado por cianobactérias ou
relâmpagos é muito pequena. Assim ao parar sua viagem como gás nitrogênio a tendência é
permanecer como gás nitrogênio muito tempo. Vale à pena conferir!!!
4- FATORES LIMITANTES
Qualquer condição que se aproxime ou exceda os limites de tolerância é uma condição
limitante ou um fator limitante. E, sob condições de estado constante, o material essencial que
Muitas vezes é necessário realizar uma amostragem de uma determinada espécie para
se estimar o número de indivíduos em uma determinada área. Um dos métodos para se estimar
o tamanho de uma população, especialmente populações de animais, é o método de “Captura
e Recaptura” exemplificado abaixo.
4- Dos C animais alguns deles estão marcados. Eles são os animais recapturados.
Número de animais recapturados = R (neste caso R é igual a 2).
5- A proporção de animais marcados no número de capturados é R/C (neste
exemplo 2/12).
O coeficiente de competição α12 pode ser definido como o grau no qual cada indivíduo
da espécie 2 usa os recursos dos indivíduos da espécie 1.
Assim:
N1 = 0 N2 = K1/ α12
N2 = 0 N1 = K1
NICHO ECOLÓGICO
∙∙ J. Grinnell 1917 - “duas espécies no mesmo território geral não podem ocupar
durante muito tempo o mesmíssimo nicho ecológico” – dava uma dimensão de
micro hábitat.
∙∙ C. Elton (1927) – usou o termo nicho no sentido de posição funcional de um
organismo na sua comunidade, enfatizando relações energéticas.
∙∙ G. Hutchinson (1957) – estabeleceu a concepção de nicho como um espaço
hipervolumétrico, com dimensões sobre as quais se podia representar a posição
das populações.
∙∙ A teoria do nicho contém uma combinação de noções da Teoria dos Conjuntos,
de autoecologia (tolerância fisiológica), adaptação (Nova Síntese da Teoria de
Evolução) e com o Princípio da Exclusão competitiva
São vários os índices existentes que nos permiterm realizar um estudo sobre comunidades.
Alguns destes índices que são fundamentais para se caracterizar a comunidade a diversidade
biológica de uma determinada área. Uma altermnativa é a utilização de botões de diferentes
formatos, cores e tamanhos para exercitar a utilização destes índices. Entretanto usaremos a
figura abaixo, supondo que cada letra seja uma espécie que compõem a comuidade.
Vamos a partir dos dados da tabela anterior calcular o índice de diversidade de Shannon:
pi = abundância relativa.
H’= 1,72
Para uma comunidade com S espécies, o valor máximo possível do Índice de Shannon
é ln de S, isto ocorre quando todas as espécies apresentam igual frequência.
D = 1/∑pi2
D = 1/∑pi2
D = 1/0,193
D = 5,181
E=D/S → E = Equidade
D = Índice de diversidade de Simpson
S = Número de espécies
E = 5,181/6=0,86.
Coeficiente de Jaccard
Sj = a/a+b+c
Sj = Coeficiente de similaridade de jaccard
Coeficiente de Sorensen
Ss = 2a/2a+b+c
Ss = Coeficiente de similaridade de Sorensen
Exemplo: Vamos considerar que cada símbolo presente nas comunidades A e B seja
uma espécie diferente.
Comunidade A Comunidade B
▼ ▼
☻ ☼
♣ ♣
♫ ♫
▌
Ω Ω
∆ ∆
╟ ╟
● ●
Coeficiente de Jaccard
Sj = a/a+b+c
Sj = 7/7+2+2
Sj = 0,63 ou 63% de similaridade
λ1=∑[Xij(Xij-1)]/ Nj(Nj-1)
λ2=∑[Xik(Xik-1)]/ Nk(Nk-1)
Em uma comunidade alguns organismos morrem e são substituídos por outros que
nascem, os quais darão continuidade à dinâmica do ambiente, participando ativamente da
ciclagem de nutrientes e do fluxo de energia. Assim, essa substituição de organismos ocorre
de forma natural no ambiente, onde os organismos são substituídos ao longo do tempo,
permitindo a reconstituição da comunidade e consequentemente, sem prejuízo para o
funcionamento do sistema.
3- BIODIVERSIDADE
O termo biodiversidade está frequentemente presente tanto na mídia popular quanto na
literatura científica, muitas vezes sem uma definição do seu significado. O termo biodiversidade
é usado para expressar número de espécies presentes em uma unidade geográfica definida
Entretanto, além da riqueza de espécies, existe outro componete que defini a biodiversidade
que é a uniformidade ou a proporção relativa de indíviduos de cada espécie.
A biodiversidade atual é resultado da evolução, na qual a biosfera passou por mudanças,
especialmente mudanças climáticas permanentes e um certo número de catástrofes pertuboui
consideravelmente o curso da evolução. Seu estudo pode ser abordado em diferentes níveis de
complexidade.
Diversidade genética: Variabilidade da composição genética de indivíduos dentro de
espécies e de populações ou entre populações. É representada pelas diversas populações de uma
mesma espécie (variabilidade interpopulação) geograficamente isoladas, ou pelos diversos tipos
de constituição genética dento de uma mesma população (variabilidade intrapopulação). É de
importância fundamental para que os organismos possam evoluir e se adaptar às modificações do
meio (mudanças climáticas, presença de novos organismos patogênicos ou competidores, etc).
Diversidade de espécies: Corresponde ao número e a variedade de espécies presentes
em uma determinada área. Pode ser avaliada em três níveis: o da biocenose, o de uma região
relativamente extensa e o de de um grande grupo sistemático. A medição da diversidade de
1- COMPETIÇÃO INTRAESPECÍFICA
A competição aumenta a taxa de mortalidade e diminui a taxa de natalidade. Neste
caso a natalidade e a mortalidade são dependentes da densidade. Sendo assim quanto maior
a densidade menor a natalidade e maior a mortalidade. Quando os organismos competem
por recurso (por exemplo, alimento) a energia que poderia ser alocada para a reprodução
é direcionada para competição, e, portanto o processo reprodutivo recebe menos energia.
Considera-se também que a competição diminui a sobrevivência dos organismos e diminui sua
possibilidade de reprodução.
A dependência da densidade e a competição intraspecífica, por exemplo, estão
intimamente relacionadas. Sempre que houver competição seu efeito sobre a sobrevivência, a
fecundidade ou a combinação de ambos é dependente da densidade.
2- COMPETIÇÃO INTERESPECÍFICA
Princípio da exclusão competitiva
Um competidor interespecífico forte elimina invariavelmente um competidor
interespecífico fraco. Esta situação é analisada sob o ponto de vista da teoria de nichos. O
nicho pode se caracterizado como fundamental ou efetivo.
Nicho fundamental: nicho de uma espécie na ausência de competidores. Definido como
uma combinação de fatores que permitem que a espécie mantenha uma população viável.
Na presença de competidores a espécie pode ser limitada a um nicho efetivo, cuja
natureza exata do nicho está determinada pelos tipos de espécies competidoras presentes. Pode
existir parte do nicho fundamental de uma espécie em que, como resultado da competição
interespecífica ela não possa reproduzir ou sobreviver. Pode-se dizer que os competidores
interespecíficos fracos carecem de um nicho efetivo guando se encontram em competição com
um competidor forte.
Competidores coexistentes mostram freqüentemente diferenciação dos nichos efetivos.
3- PREDAÇÃO
Predadores são aqueles que consomem tudo ou parte de suas presas e aqueles que
meramente reduzem o crescimento, fecundidade ou sobrevivência da presa. Exclui os detritívoros
(consumo de matéria morta). Em termos gerais, os consumidores afetam a distribuição e a
abundância dos recursos que consomem e vice-versa.
Preferências alimentares
Não devemos pensar que as espécies polífagos e oligófagos colhem indiscriminadamente
qualquer alimento dentro de sua amplitude de comidas. Ao contrário, sempre ocorre certo grau
de preferência.
Tecnicamente, se diz que um animal apresenta uma preferência por um tipo particular
de alimento quando a proporção deste alimento na dieta do animal é mais elevada que sua
proporção no ambiente em que vive. Consequentemente, para medir a preferência alimentar
no campo, é necessário examinar a dieta do animal (geralmente através da análise do conteúdo
estomacal) e também determinar a disponibilidade dos diferentes tipos de alimento no ambiente.
REDE ALIMENTAR
Coleção ou matriz de cadeias alimentares. Mais realista que as cadeias. Na rede ocorre
a presença de animais onívoros. Nas redes alimentares podemos encontrar alças ou ciclos.
Como exemplo temos a alça microbiana que é formada quando bactérias absorvem matéria
orgânica dissolvida disponível no ambiente e ao ser consumida pelo seus predadores entra
novamente na cadeia clássica.
Produtividade dos herbívoros é inferior a das plantas. A energia restante para onde vai?
∙∙ Cadeia de detritos
∙∙ Excremento (alimento não absorvido)
∙∙ Respiração (não convertida em biomassa)
PRODUÇÃO PRIMÁRIA
Imagens de satélites, calibradas com coletas simultâneas de amostras in situ para análise
de número de indivíduos e teor de clorofila tem sido utilizadas no mapeamento da produção
primária nos oceanos e florestas tropicais.
A absorção de carbono pelas plantas também pode ser feita ao nível de indivíduos em um
sistema fechado. Neste caso, uma parte do tecido fotossintético da planta é colocada em uma câmara
transparente especial, onde existem sensores capazes de medir a temperatura e a umidade relativa.
Nessa câmara, existem também orifícios dotados de válvulas onde pode ser extraída uma amostra
de ar para ser injetada no aparelho analisador de carbono. Há, ainda, um pequeno ventilador
dentro da câmara que impede a formação de microgradientes gasosos. Amostras do ar no interior
desta câmara são tomadas em intervalos regulares, normalmente de algumas dezenas de segundos,
dependendo da planta considerada. A taxa de assimilação fotossintética (F) pode ser estimada a
partir das diferenças nas concentrações de CO2 ocorridas num intervalo de tempo determinado.
Câmaras de incubação e IRGA também são utilizadas na determinação de dióxido de
carbono em ambientes aquáticos.
Eficiência fotossintética = energia total fixada na fotossíntese/total de energia que chega ao campo.
R = Respiração
Eficiência de transferência
Eficiência de consumo: (In/Pn-1)x100
Eficiência de absorção: (An/In)x100
Eficiência de produção: (Pn/An)x100
Pn-1 = quantidade de energia no nível trófico anterior
In = energia ingerida; An = energia absorvida; Pn = produção líquida
No gráfico a seguir, a maior contribuição para redução de um dos gases que intensifica
o efeito estufa (CO2) acontece no tempo 6. É neste tempo que a produção primária bruta é
maior. Lembrando que, a medida de produção é resultante do somatório da atividade de todos
os produtores presentes com diferentes morfologias, metabolismo, razões superfície:volume,
número de indivíduos e de populações. Observamos também que não necessariamente uma
maior biomassa significa maior produção. Os produtores presentes nesse sistema podem
modificar seu metabolismo ao longo do tempo.
DECOMPOSIÇÃO
A literatura define decomposição como desintegração gradual da matéria orgânica morta,
em compostos simples e inorgânicos, com consequente liberação de energia. Compreende
um conjunto de processos físicos e biológicos de fragmentação e resulta na remineralização
da matéria orgânica. A decomposição é um processo de degradação (muitas vezes oxidação
enzimática) de restos orgânicos (como folhas, galhos, excremento e animais mortos) que resulta
na liberação de nutrientes minerais. É um processo fundamental para os ecossistemas, pois os
nutrientes liberados serão abosrvidos por algas e macrófitas aquáticas (ambiente aquáticos)
A distribuição da biodiversidade
A distribuição da biodiversidade no planeta é delimitada através dos biomas.
Bioma é um conceito estabelecido para classificar ambientes com base na composição
predominante da vegetação. O padrão climático (temperatura e precipitação) representa
o principal aspecto utilizado neste sistema de classificação. Os ecossistemas pertencentes
ao mesmo tipo de bioma em diferentes partes do mundo desenvolvem uma estrutura de
vegetação e funcionamento semelhantes, incluindo produtividade e taxas de ciclagem
de nutrientes, e assim os biomas proporcionam pontos de referencia convenientes para
comparar os processos ecológicos numa escala global.
Um dos esquemas mais amplamente adotado para definição dos Biomas é o
sistema de zona climática, desenvolvido pelo ecólogo alemão Heinrich Walter em 1965.
Esse sistema possui nove divisões (Tabela 1), baseadas no curso anual de temperatura
e precipitações. Esse sistema de classificação climático em escala global considera os
biomas parcialmente homogêneos dentro de suas fronteiras hipotéticas. Mas a vegetação
responde de maneira diferenciada, uma vez que todo bioma apresenta gradientes locais
de condições físicas, químicas, topográficas, geológicas e hidrográficas bem peculiares.
A variabilidade destes aspectos leva a formação de mosaicos heterogêneos de vegetação,
fundamentais para a manutenção da biodiversidade. Por esse motivo, o ecólogo Robert
H. Whittaker propôs em 1975 uma abordagem específica para a relação entre os biomas
e as variáveis climáticas. Ele definiu os biomas por sua estrutura da vegetação e elaborou
um diagrama climático no qual plotou as fronteiras aproximadas dos grandes biomas em
relação às médias anuais de temperatura e precipitação (Figura 1).
O tema Biomas recebe diferentes abordagens na literatura científica, e suas
categorias podem variar de 7 a 11 (ou ainda mais), dependendo da obra. No Brasil, país
de grande extensão territorial e grande heterogeneidade na distribuição da vegetação,
Vegetação desértica
III. Subtropical: Desertos quentes,
Deserto subtropical com grande
altamente sazonal, clima árido
superfície exposta
Xerófila ( adaptada
a seca), arbustos
Bosque / arbusto IV. Mediterrâneo sensíveis ao
congelamento e
bosques
Floresta temperada
Floresta pluvial temperada V. Temperado quente: perene, um pouco
sensível ao gelo
Resistente ao gelo,
Floresta sazonal temperada VI. Nemoral: decídua, floresta
temperada
Campos e desertos
Campo temperado / deserto VII. Continental (desertos frios):
temperados
Floresta de folhas
aciculadas,
Floresta boreal VIII. Boreal perenes, duras e
resistentes ao gelo
(Taiga)
Vegetação perene
baixa, sem
árvores, crescendo
Tundra IX. Polar
sobre solos
permanentemente
congelados
Ameaças à biodiversidade
A biodiversidade é ameaçada por causas diretas e indiretas. As causas indiretas da perda
de biodiversidade incluem o crescimento da população e o desenvolvimento econômico. Já as
principais causas diretas são:
Perda do hábitat: Considerada a principal ameaça à biodiversidade. Embora possa ocorrer
naturalmente, através de secas, incêndios, vulcões, terremotos e mudanças de temperatura ou
precipitação sazonal, são as mudanças no uso da terra pelas atividades humanas os principais
motores da fragmentação, degradação e da perda do hábitat. A agricultura é geralmente a
mais impactante, mas também constam da lista a construção de infraestrutura, a exploração
madeireira, a mineração e a urbanização rápida. As lavouras representam hoje mais de 25% da
superfície terrestre, excluindo a Antártica.
Espécies exóticas invasoras: Considerada a segunda maior ameaça à biodiversidade,
a introdução, acidental ou intencional, de espécies invasoras de plantas ou de animais pode
ter um impacto devastador sobre as espécies naturais e ecossistemas. Uma espécie invasora
entra na teia trófica livre de predadores (“liberação ecológica”), o que aumenta sua vantagem
Serviços de apoio – processos praticamente invisíveis dos quais todos os outros serviços do
ecossistema dependem. Por exemplo, a produção agrícola depende da formação do solo,
que por sua vez depende das condições climáticas, bem como de processos químicos e
biológicos.
Serviços culturais – benefícios não materiais por meio de beleza (paisagem), práticas
religiosas, recreação, dentre outros. A biodiversidade alimenta as lendas e inspira culturas,
história e artes.
Áreas protegidas: As áreas protegidas são uma parte essencial de programas de conservação,
mas elas não são suficientes por si só para proteger toda a gama de biodiversidade, além
da dificuldade se se implementar. Para haver sucesso, locais para implementação de áreas
protegidas precisam ser cuidadosamente escolhidos, com critérios ecológicos e biogeográficos
bem definidos, garantindo que todos os ecossistemas regionais estejam bem representados. Além
disso, as áreas precisam ter um bom design e tamanho considerável, para uma conservação
mais eficaz. Atenção especial deve ser dada à prevenção e erradicação de espécies invasoras,
para que o controle não se torne inviável e dispendioso.
Instrumentos legais: Os instrumentos legais, tanto internacionais como locais, são fundamentais
para uma boa política de conservação. Acordos internacionais precisam incluir medidas de
execução e ter em conta os impactos sobre a biodiversidade e as possíveis sinergias com
outros acordos. A maioria das ações diretas para impedir ou reduzir a perda de biodiversidade
precisa ser tomadas a nível local ou nacional. Leis e políticas adequadas desenvolvidas pelos
governos centrais podem permitir níveis locais de governo para fornecer incentivos para a
gestão sustentável dos recursos. Um bom exemplo de instrumento para a conservação é a
definição de “hotsposts”, ou seja, “áreas quentes” (ou prioritárias) para conservação no Planeta
(ver Quadro 1)
O conceito “Hotspot” foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers para definição das
áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na Terra. O propósito era identificar quais as
regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação
seriam mais urgentes.
Uma região e considerada “Hotspot” quando possui pelo menos 1.500 espécies endêmicas de
plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.
A identificação e atualização destas áreas fica a cargo da ONG Conservação Internacional (CI). Hoje
existem 34 regiões definidas como “Hotspots”, que servem de hábitat para 75% dos mamíferos,
aves e anfíbios mais ameaçados do planeta. Mesmo assim, a soma da área de todos os “Hotspots”
corresponde a apenas 2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos
vertebrados conhecidos.
No Brasil há dois “Hotspots”: os biomas Mata Atlântica e Cerrado. Para estabelecer estratégias
de conservação dessas áreas, a CI-Brasil colaborou com o Projeto de Ações Prioritárias para a
Conservação da Biodiversidade dos Biomas Brasileiros, do Ministério do Meio Ambiente. Centenas
de especialistas e representantes de várias instituições trabalharam juntos para identificar áreas
prioritárias para a conservação do Cerrado (em 1998) e da Mata Atlântica (em 1999).
Uma vez que os pesquisadores já tenham criado um mapa do mosaico da paisagem através
do sensoriamento remoto e coletado dados de localização dos organismos ou características
do habitat usando o GPS, é possível colocar toda esta informação junta usando um sistema
geográfico de informação (SIG ou GIS, do inglês Geographic information system). O SIG é uma
forma de juntar diferentes conjuntos de informações geográficas, incluindo mapas de solos,
vegetação, relevo, uso da terra, disponibilidade hídrica, distribuição de animais, etc. Quando
todos os dados são reunidos, os pesquisadores podem utilizar programas de computadores de
SIG para quantificar características do mosaico de paisagem e procurar por padrões de como
os organismos são afetados e/ou distribuídos por certas características.
Estrutura da paisagem
A estrutura da paisagem interfere diretamente na estrutura e dinâmica dos organismos,
alterando, por exemplo, as possibilidades de deslocamento pela paisagem e até mesmo os riscos
de extinção. Quando as atividades humanas ou eventos naturais dividem uma área grande e
contínua de habitat em vários habitats menores, dizemos que o habitat foi fragmentado. A
fragmentação de habitats pode ocorrer tanto em habitats aquáticos quanto terrestres, e quando
ocasionado por ação antropogênica, produz cinco efeitos principais: (1) a quantidade total de
Figura 2- O formato do fragmento importa para o efeito de borda. Mesmo possuindo a mesma área, o
fragmento (b), mais longo e esguio, tem uma área muito maior de borda, sendo mais susceptíveis aos
efeitos de borda.
A conectividade da paisagem
A conectividade é a noção básica que se opõe à fragmentação da paisagem. A
conectividade pode ser definida como a capacidade da paisagem de facilitar os fluxos biológicos,
como animais, sementes, grãos de pólen, etc. Tal definição apresenta um duplo aspecto:
conectividade estrutural e conectividade funcional. A conectividade estrutural, ou espacial,
refere-se à paisagem em termos de arranjo espacial dos fragmentos de habitat, desnsidade e
complexidade dos corredores de habitat, e permeabilidade (capacidade de possibilitar fluxos
chamado período de floração, quando se formam as marés vermelhas, com explosivo aumento de
suas populações. Como essas algas são consumidas pelas ostras, suas toxinas podem contaminá-las,
existindo épocas em que o consumo de ostras é proibido.
Também existem práticas do cotidiano que qualquer cidadão pode fazer para ajudar a
prevenir ou retardar a propagação de espécies invasoras nocivas, tais como:
∙∙ Não cultivar plantas ornamentais ou frutíferas conhecidamente invasoras
∙∙ Não trazer espécies, nem bulbos ou sementes como recordações de viagens
∙∙ Evitar o cultivo e a distribuição de mudas de plantas e árvores exóticas invasoras
∙∙ Nunca soltar animais de estimação em ecossistemas naturais, como florestas,
campos, parques ou outros ambientes similares.
∙∙ Nunca jogar o conteúdo do aquário em ecossistemas aquáticos naturais
∙∙ Adotar medidas para evitar fugas dos criadouros ou tanques
∙∙ Plantar espécies nativas no jardim, o que também auxilia a disseminar sementes
para recuperar as áreas próximas.
∙∙ Castrar cães, gatos e outros animais exóticos
∙∙ Consultar os órgãos ambientais para saber como eliminar espécies exóticas
invasoras
∙∙ Comunicar casos de suspeita de invasão de espécies exóticas às Secretarias de
Meio Ambiente
A sucessão primária pode ocorrer em rochas inabitadas, áreas cobertas por lava
vulcânica resfriada, ou até mesmo em telhados antigos. A ausência de nutrientes orgânicos
não permite a sobrevivência de organismos heterótrofos (que não produzem o próprio
alimento), e a escassez de nutrientes inorgânicos dificulta a sobrevivência de autótrofos
(que produzem o seu alimento) de grande porte. Devido à capacidade de síntese de
matéria orgânica e ao pequeno porte os primeiros organismos a se desenvolverem
nessas condições são os liquens, as cianobactérias e os musgos, que são chamados de
Grupo ecológico sucessional é um conceito criado de acordo com o comportamento das espécies
florestais nos processos de sucessão ecológica, que ocorre por meios naturais quando surgem
clareiras na floresta tropical por queda ou morte de árvores. O enquadramento de uma espécie num
dado grupo sucessional é feito com base em informações ecológicas, como: densidade demográfica,
tipo de dispersão das sementes, velocidade de crescimento, existência ou não de dormência nas
sementes, se a reprodução ocorre na sombra ou a pleno sol. A classificação das espécies, quanto
à estratégia da dinâmica florestal adotada, é realizada com adaptação dos critérios propostos
principalmente por pesquisadores em duas linhas: (1) espécies pioneiras, secundárias iniciais,
secundárias tardias (ou secundária longeva) e clímax; e (2) espécies pioneiras e clímax (exigentes de
luz e tolerante à sombra).
Eis uma síntese das principais características dos grupos ecológicos sucessionais aplicados a florestas
tropicais úmidas:
É importante ressaltar que as técnicas de nucleação têm em comum o fato de, além
de normalmente representarem um processo ecológico, serem procedimentos de baixo custo,
pois utilizam materiais comumente de fácil acesso e obtenção. Outro aspecto positivo a ser
realçado é a possibilidade de aplicação dessas técnicas em pequenas áreas, tal como pequenas
propriedades, o que é de grande valia para proprietários rurais com baixa renda.
Nos últimos 12 mil anos a nossa espécie vive em um período interglacial quente e úmido,
denominado Holoceno. Em poucas palavras, esse é um período quente que intercala uma
longa era glacial gelada. Esse período interglacial é caracterizado por um clima estável, quente
e úmido o suficiente para favorecer nossas práticas de agricultura conceber os padrões de vida
como a conhecemos, incluindo uma grande biodiversidade global. Mas é um período que se
caracteriza também por uma nítida, embora de difícil comprovação científica, influência do
homem nos padrões climáticos globais. De difícil comprovação porque alguns processos que
se tornaram jargões, como efeito estufa e aquecimento global, são processos que já ocorrem
naturalmente a milhares de anos, e sem os quais o ser humano não seria capaz de sobreviver no
planeta. Mas há evidências, cada vez maiores, que o planeta está sim ficando mais quente por
causa das atividades humanas, e que essa tendência levará a mudanças climáticas significativas
neste século, aparecendo como uma das mais sérias ameaças antropogênicas ao meio ambiente.
Fertilizantes, queima de
Óxido nitroso
114 – 120 combustível fóssil, detritos de 296
(N2O)
animais, produção de nilon
O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional que envolve compromissos mais rígidos para
a redução de emissão dos gases do efeito estufa. Foi criado no ano de 1997 em Kyoto (Quioto
em português), Japão. Para entrar em vigor, era necessário a assinatura de no mínimo 55 países,
responsáveis juntos pela emissão de 55% dos gases. A abertura para assinaturas teve inicio em 11
de dezembro de 1997 e entrou em vigor somente em fevereiro de 2005.
Os países que fazem parte teriam como obrigação reduzir a emissão de gases do efeito estufa,
em no mínimo 5,2% em comparação com os níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012. As
metas de redução não são idênticas a todos os países, elas possuem valores diferentes em cada
um dos 38 países que mais emitem gases. Dentre as ações básicas para a diminuição da emissão
de gases estão:
Atualmente o Procoloto de Kyoto possui mais de 140 países em adesão. Os Estados Unidos não
faz parte, com a justificativa que sua economia seria muito afetada e muitas indústrias seriam
fechadas. Especialistas dizem que a ausência dos Estados Unidos enfraqueceu muito o Protocolo
de Kyoto, uma vez que somente esse país é responsável por um terço do total de emissões em
nosso planeta. Em 2014 o Protocolo de Kyoto se encontra mais enfraquecido do que quando foi
criado, em 1998. Tanto que a Organização das Nações Unidas prorrogou a validade do Protocolo
para 2020. Hoje, o grupo comprometido em reduzir emissões de acordo com as metas propostas
pelo protocolo se reduziu a 36 países: todos os países que integram a União Europeia, além de
Noruega, Austrália, Ucrânia. Vale ressaltar que, juntos, esses países são responsáveis por apenas
15% do total de emissões em todo o mundo de gases causadores do efeito estufa.
Caso o Protocolo de Kyoto fosse seguido de maneira correta, é estimado que a temperatura global
reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100. Mas de acordo com comunidades cientificas a diminuição de
apenas 5,2% em relação aos níveis de 1990, não são suficientes para dar fim ao aquecimento global.
(Fonte: ONU. http://unfccc.int/kyoto_protocol/items/2830.php ).
Mas não há como depender apenas dos esforços dos governantes e tomadores de decisões.
Há mudanças de estilo de vida que podem ajudar a reduzir os impactos, especialmente nas
emissões de carbono. Dentre estas, destacam-se:
∙∙ Diminuir o uso dos combustíveis fósseis. Eliminar a queima de carvão, petróleo
e de gás natural é um desafio enorme, especialmente para cidadãos dos países
em desenvolvimento, que desejam os mesmos confortos e tecnologia que se
devem à energia desses combustíveis. Alternativas como biodiesel, energia
eólica e plásticos de origem vegetal são promissores. Reduzir viagens de longa
distância, principalmente aéreas, que são uma das fontes que mais crescem de
BEGON, M.; HARPER, J.L. & TOWSEND, C.R.. Ecologia: indivíduos, poblaciones y
comunidades. Ed. Omega, 1995.
BOTKIN, D.B. & KELLER, E.A. 2011. Ciência Ambiental: Terra, um planeta vivo. 7ª edição.
LTC. 681 p.
BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J.G.L.; BARROS, M.T.L.; SPENCER, M.; PORTO; M.;
NUCCI, N.; JULIANO, N. & EIGER, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Prentice Hall. 2002.
CHAPMAN, J.L & REISS, M.J. Ecology. Principles and Applications. Cambrigde. 1999.
SOUZA, J.A. & DAVIDE, A. C. Deposição de Serapilheira e Nutrientes em uma mata não
minerada e em plantações de Bracatinga (Mimosa Scabrella) e de Eucalipto (Eucalyptus
Saligna) em áreas de mineração de Bauxita. Cerne 7(1): 101-113. 2001.
TOWSEND, C.R.; BEGON, M. &. HARPER, J.L. Fundamentos em Ecologia. Editora Artmed –
2ª Edição, 2006.
TYLER MILLER JR, G. & SPOOLMAN, S.E. 2012. Ecologia e Sustentabilidade. Tradução da 6ª
edição norte-americana. Cengage Learning. 295 p.
TYLER MILLER JR, G. 2007. Ciência Ambiental. Tradução da 11ª edição norte-americana.
Cengage Learning. 501 p.