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1.

INTRODUÇÃO
No campo dos estudos educacionais no Brasil, a educação inclusiva é
atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional. Trata-se de incluir
todos dentro de um espaço considerado adequado ao desenvolvimento do
educando. Isso implica em garantir as pessoas com necessidades especiais um
lugar nas salas comuns das classes de ensino regular. Frente a isso, esta pesquisa
se propõe a analisar e discutir as Políticas Públicas de Educação Inclusiva do
Município de Araucária, do Estado do Paraná, expressas a partir da Lei de Diretrizes
e Bases nº. 9.394/96, e a sua implementação pelos professores que atuam nas
séries iniciais do ensino fundamental da rede pública de ensino.
A inclusão escolar assume significados dentro de contextos históricos, no
qual irá efetivar-se. Atualmente essa política educacional vincula-se ao combate da
exclusão social, demarcada no Brasil por expressiva desigualdade de distribuição de
renda. A inclusão é um processo previsto em leis, discutido em políticas públicas
nacionais e internacionais, mas ainda não se efetivam ações políticas capazes de
sustentá-la. Exemplo disso é a colocação de alunos com necessidades especiais
preferencialmente em classes da rede regular de ensino, assegurada legalmente,
mas que implica na inserção de apoio, serviços, capacitação profissional e suporte
especializado para que a inclusão seja bem sucedida.
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Assim, vê-se a necessidade de discutir a questão da inclusão/exclusão do
aluno com necessidades especiais1 na rede regular de ensino, uma vez que há um
crescente aumento de matrículas de alunos com necessidades especiais em classes
comuns. Os dados da SEESP, baseados no último Censo Escolar, indicam que o
crescimento dessas matrículas foi de 640%, entre 1998 e 2006 — passou de 43.923
alunos (1998) para 325.316 (2006).
No que tange à inclusão escolar, a atual legislação (LDB nº. 9394/96)
assegura direitos pleiteados aos alunos com necessidades educacionais especiais e
cria a possibilidade de inclusão desses alunos preferencialmente na rede regular de
ensino. Contudo, a forma pela qual é efetivada nas escolas ainda se encontra em
processo de adaptação, tornando-se, muitas vezes, deficitária em virtude de
inúmeras lacunas existentes, como a disponibilização de recursos e, principalmente,
a escassez de cursos para a capacitação profissional dos professores. Fatos estes
que invalidam a concretização da inclusão escolar e, por conseguinte, a própria
inclusão social das pessoas com necessidades especiais.
Contudo, segundo Góes e Laplane (2004), ainda que a inclusão escolar não
assegure ou signifique inclusão social, ainda que os processos de exclusão social
não sejam somente das pessoas com necessidades especiais, ainda que a
compreensão das possibilidades e desafios da educação dos alunos com
necessidade especial não se esgotem no âmbito da escola, mesmo assim a
1A expressão necessidades especiais, no Brasil, foi legalizada pelo art. 58 da LDB nº. 9.394/96,
Capítulo V, em referência aos alunos da educação especial. Na Resolução CNE/CEB N°. 2, de 11 de
setembro de 2001, o artigo 5 indica que são considerados alunos com necessidades especiais todos
os que, durante o processo educacional apresentarem dificuldades de aprendizagem vinculadas, ou
não, a uma causa orgânica específica; os que apresentam dificuldades de comunicação e sinalização
diferenciadas dos demais alunos e os de altas habilidades. Houve então, a substituição dos termos:
“excepcional”, “deficiente”, “portador de deficiência”, “pessoa com deficiência” e outros, pela
expressão “necessidades especiais”, objetivando-se a substituição do paradigma reducionista
organicista, centrado na deficiência do sujeito, para o paradigma interacionista, exigindo uma leitura
dialética e incessante das relações sujeito/mundo. Em decorrência do enfoque interacionista, as
necessidades especiais se traduzem nas exigências experimentadas por qualquer indivíduo e que
devem ser supridas pela sociedade. (SEESP/MEC, 2005, p. 34-35)
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educação é uma mediação fundamental para a constituição da vida dessas pessoas,
um espaço do exercício de direitos e de interações significativas.
De acordo com Caiado (2003), a própria sociedade possui um modelo de
pensamento assentado na exclusão social, formando-se então, um paradoxo em
relação a implementação da política de inclusão. Mesmo com os avanços
propiciados pela Constituição Federal de 1988 observa-se a existência de
contradições na sociedade, que de um lado naturaliza a exclusão dos ‘normais’, mas
de outro lado, busca resolver de forma impositiva, via legislação, a questão da
inclusão de pessoas com necessidades especiais. Sob este aspecto salienta Caiado
(2003, p. 23): “Sem que se questione o papel da escola, sem que se conteste sua
função de qualificar para o trabalho e ajudar a pessoa com necessidade especial ser
economicamente ativo, pouco teremos avançado na complexidade do tema”.
A atual Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei nº. 9.394,
de 20/12/1996, trata, especificamente, no Capítulo V, da Educação Especial. Esta lei
define-a, no art. 58, por “modalidade de educação escolar, oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais” (BRASIL, 2007). Assim, ela perpassa todos os níveis de
ensino, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. No entanto, a inclusão das
pessoas com necessidades especiais “preferencialmente na rede regular de ensino”
tem sido objeto de críticas. Algumas escolas não têm estruturas físicas necessárias
para permitir a inclusão de alunos com necessidades especiais nas salas e escolas
regulares. Outra questão refere-se à formação dos professores, muitas vezes
despreparados para trabalhar com a diversidade.
Estas são algumas razões pela qual se considera relevante a discussão
sobre esse tema, uma vez que nas escolas da rede regular de ensino público, nas
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práticas sociais e pedagógicas, percebe-se uma manifestação silenciosa que vela a
exclusão do aluno com necessidade especial. Isso se concretiza em questões
presentes no cotidiano escolar, como nos elevados índices de reprovações, pela
defasagem idade/ série, enfim, pela evasão desse aluno.
Também a formação do professor, específica na área da deficiência do
aluno, é fundamental, mas, por si só não garante o processo de inclusão. Persiste a
necessidade de formação contínua desses profissionais de educação.
O movimento pela inclusão requer discussões no colegiado escolar a
respeito da educação com vistas à inclusão, desenvolvendo no grupo uma
consciência coletiva2, que auxilie o processo. Isso exige, portanto, organização,
produção de conhecimento, estudos sobre a legislação específica, discussão com
toda a comunidade escolar sobre o processo de inclusão e exclusão social e
escolar,
fundamentando a concepção de educação presente nos projetos
políticopedagógicos
das escolas.
Dessa forma, diante da necessidade de analisar a forma como está se
efetivando a educação inclusiva, sob a ótica dos professores, esta pesquisa
norteiase
pelo seguinte problema: Quais as políticas de educação Inclusiva do Município de
Araucária? Como se revela o processo de implementação das Políticas Públicas de
educação Inclusiva no Município de Araucária - Pr, pós LDB nº. 9.394/96?
As políticas de educação inclusiva do município de Araucária têm
apresentado descontinuidade e fragmentação, no entanto, atribui-se ao professor a
responsabilidade do processo inclusivo. As produções acerca das políticas públicas
de educação inclusiva neste município são insuficientes para ações políticas
realmente eficazes. Esses subsídios são de extrema relevância, já que existem
2 Consciênciacoletiva refere-se ao exterior do indivíduo ligada por gerações sucessivas,
correspondendo à medida das crenças e dos sentimentos do conjunto dos membros de uma
sociedade (FRIGOTTO, 1987).
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avanços significativos na legislação que garantem a inclusão dos alunos com
necessidades especiais na rede regular de ensino. Em contrapartida, busca-se
entender o porquê da tendência da sociedade capitalista em naturalizar a exclusão
de muitos e por imposição legal fortalecer a inclusão de alguns.
Sendo assim, vê-se a necessidade de analisar e discutir as políticas públicas
do município de Araucária, ultrapassando a ótica da responsabilização da família, do
professor e da ideologia da culpabilização do indivíduo com necessidade especial.

Enquanto que a Convenção da Guatemala estabelece diretrizes para o


compromisso dos países frente à eliminação da discriminação, a de
Washington reitera a questão de dar condições às pessoas com necessidades
especiais de se tornarem independentes, tendo como base a educação
inclusiva Declaração de Salamanca, endossada pelo Brasil e por
muitos governos, aponta-se a inclusão como um avanço em relação à integração,
porquanto implica uma reestruturação do sistema comum de ensino. Legalmente, na
Constituição de 1988 a oferta da Educação Especial tornou-se
obrigatória, medida que foi reafirmada pela Lei nº. 7.853/89, que definiu como crime
o “ato de recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa
causa, a inscrição de alunos em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou
grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que possui”. No
entanto, não basta estar na escola, é necessário um ensino especializado e
condições dignas de instalação e recursos, o que implica na existência e
manutenção de uma variedade de serviços e opções que respeitem a diversidade, a
limitação de cada ser. Sem a provisão de suportes (físicos, materiais, técnicos,
pessoais e sociais) a educação inclusiva não se concretiza.

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