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RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 941.

463 SÃO PAULO

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


RECTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
RECDO.(A/S) : COMIC STORE COMERCIAL LTDA - ME
ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS RIBEIRO BORGES
ADV.(A/S) : DANIEL AMOROSO BORGES

DECISÃO:
Vistos.
Trata-se de agravo contra a decisão que não admitiu recurso
extraordinário no qual se alega contrariedade aos artigos 150, VI, “d” da
Constituição Federal.
Insurge-se contra acordão proferido pelo Tribunal Regional Federal
da 3° Região, assim ementado:

“TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. IMPOSTO DE


IMPORTAÇÃO. IPI. IMPORTAÇÃO DE "CARDS"
("COLLECTIBLE CARD GAMES" - CCG E YU-GI-OH).
APLICAÇÃO DO ART. 150, VI, "d" DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. PRESTÍGIO À LIBERDADE DE PENSAMENTO E
COMUNICAÇÃO, À CULTURA E EDUCAÇÃO.
1. A imunidade tributária em questão possui roupagem do
tipo objetiva, pois atribui a benesse a determinados bens,
considerados relevantes pelo legislador constituinte, em razão
da intenção de resguardar as liberdades de pensamento e de
comunicação, assim como a cultura, a informação e a educação.
2. Conquanto a imunidade tributária constitua exceção à
regra jurídica de tributação, não parece razoável atribuir-lhe
interpretação limitada, em detrimento das demais regras de
hermenêutica e do "espírito da lei" expresso no comando
constitucional.
3. O vocábulo "livro" contido no art. 150, VI, "d" da CF não
se restringe à convencional coleção de folhas de papel, cortadas,
dobradas e unidas em cadernos, mas sim em qualquer suporte
(disco, disquete, cartões, vídeos e outros), nos quais seja

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 10388699.
ARE 941463 / SP

possível antever a divulgação de material literário.


4. Da simples leitura das cópias dos "cards" importados
juntadas aos autos, depreende-se a sua caracterização de
cartões que difundem não só imagens de personagens, mas
também fragmentos descritivos das características e aventuras
relativas a eles, as quais, juntas, completam o todo de tais
histórias de ficção infanto-juvenil.
5. Não é relevante o fato de que, além de se prestar a
transmitir conhecimento, mesmo que lúdico, o material se
preste a outra finalidade, como a de jogo de competição, pois
isso não lhe retira a característica de assemelhado a obra
literária.
6. Precedentes do STF e desta Corte.
7. Apelação a que se dá provimento”.

Decido.
A irresignação não merece prosperar.
Conforme se verifica do acórdão recorrido, o Tribunal de origem
concluiu que os bens importados estariam enquadrados em classificação
tarifária que atrairia a garantia da imunidade prevista no art. 150, VI, “d”
da Constituição, nos seguintes termos:

“Na análise dos documentos colecionados nos autos,


verifica-se que as mercadorias importadas pela impetrante se
enquadram na classificação tarifária n. 4901.00.00, como foi por
ela procedido, a qual é reservada a livros, obras literárias e
assemelhados, contemplados com a imunidade de tributação
conferida pelo dispositivo acima transcrito”.

Como se vê, o cerne da controvérsia diz respeito à real classificação


dos bens importados. Para ultrapassar o entendimento do Tribunal de
origem e acolher a pretensão da agravante, portanto, seria necessário o
revolvimento do conjunto fático-probatório constante nos autos, o que é
vedado em sede de apelo extremo. Incidência da Súmula nº 279 do
Supremo.

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ARE 941463 / SP

No mesmos sentido: cito as seguintes decisões monocráticas: ARE n°


938.226/SC, Relator o Ministro Edson Fachin, DJe de 11/02/2016; RE n°
871.585/RS, Relatora a Ministra Rosa Weber, DJe de 30/03/2015; ARE n°
770.258/RS, Relator o Ministro Roberto Barroso, Dje de 01/04/2014.
Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao
recurso extraordinário.
Publique-se.
Brasília, 23 de fevereiro de 2016.

Ministro DIAS TOFFOLI


Relator
Documento assinado digitalmente

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