Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Centremos nossa atenção na família nuclear tradicional: casal com filho (s). Como
grupo social que é, a família nuclear tem seus papéis sociais. O papel social é definido
como um conjunto de normas e expectativas que condicionam o comportamento dos
indivíduos pertencentes ao grupo, não tanto em conformidade com as características
pessoais de cada indivíduo, mas pelo que se espera de quem ocupa determinada
posição social. Sociologicamente falando o papel social é aquilo que se espera de
alguém que tem um estatuto social. Neste sentido se pode dizer que o papel social
tem o status do papel e o exercício ou desempenho do mesmo (função). Vejamos,
pois, isto em termo de família nuclear.
O papel conjugal transcende ao ato de casar ou de uma pessoa se unir à outra. Duas
pessoas casadas, ou que moram juntas, formam um casal enquanto status. Porém, há
de se ver se funcionam como um casal. De antemão destaquemos que uma relação
conjugal traz a expectativa que a parceria se estabeleça através de laços sexuais e
afetivos, provenientes do desejo de compartilharem juntos a vida, independente de
terem ou não filhos, bem como de ser esta união institucionalmente formalizada ou
não.
Um casal quando tem um filho não deixa de ser um casal, mas um casal com filhos
soma à conjugalidade um novo e outro papel, pois tornam os membros conjugais em
pais. A díade (casal) torna-se agora tríade (casal + filho).
Como dito acima, embora a reprodução esteja no âmbito da conjugalidada, os
atributos, tarefas, exigências e funções inerentes pertencem ao exercício do papel
parental. O nascimento de uma criança implica obrigações e prazeres, bem como
dispêndio de energia ao projeto educativo parental. À guisa de melhor compreensão
do papel parental, costuma-se distinguir as funções maternas e paternas. Funções
materna e paternas não devem ser confundidas com pai ou mãe, homem ou mulher.
Não se trata de biologia, nem questão de gênero. Estamos a destacar a
funcionalidade. Uma mãe solteira, por exemplo, ao longo do crescimento de seu filho
pode muito bem exercer os dois papéis em momentos distintos da vida, isto é,
funcionar inicialmente como mãe e posteriormente como pai.
FUNÇÃO MATERNA
Cabe a função materna nutrir e proteger a prole. No início da vida o bebê está exposto
a medos, angústia e ansiedades frente aos quais não sabe lidar. A função materna,
neste sentido, é a de ser continente das emoções existenciais do pequeno infante. A
mãe (ou quem exerce o papel) auxilia a criança a "digerir" seus próprios afetos
inominados através de uma postura responsivamente empática onde, como
receptáculo, além de mitigar a ansiedade dá sentido a mesma.
FUNÇÃO PATERNA
A função paterna representa "soltar" o filho pro mundo. Soltar aqui está em aspas
exatamente por não significar largar, mas sim ajudá-lo a andar com suas próprias
pernas até não mais necessitar de pais para viver e/ou lidar com seus conflitos
existenciais. Assim sendo, considerando que a função materna é simbolizada pelo
colo, a função paterna é "tirar" do colo e ajudá-lo a prosseguir por seus próprios meios
estrada à fora. Por isto que se diz que o papel paterno é dessimbiotizante, ou seja, se
entrepor psicologicamente entre o filho e a mãe, dando curso ao processo de
individuação da criança em crescimento.
PAPEL FILIAL
Para leitura sobre o assunto sugerimos o capítulo dois do livro FAMÍLIA HOJE, de Luiz
Carlos Osório, cujo título é "O que é família, afinal", bem como o texto publicado na
revista Psicologia: Teoria e Pesquisa (mai-ago/2005), com o título "Compartilhar
Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família Contemporânea", que pode ser
linkado em http://www.scielo.br/pdf/ptp/v21n2/a08v21n2.pdf/