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Fotografia Ritual
Adeloyá Magnoni
Editorial Quem faz?
Já segue
Conselho Editorial: Jaqueline
Elesbão, Anderson Gavião e Nai
Foram tantas idas e vindas, participando da Meneses
gestação desse projeto e de outros momen- Projeto Gráfico e Design Editorial
Mel Campos
tos importantes dentro do Coletivo Ponto
Diagramação: Nai Meneses
Art, apoiando, colaborando, nutrindo afetos Revisão Fotográfica: Ives Padilha
e se apaixonando cada vez mais pelo traba- Revisão de texto: Cazzo Fontoura
lho desenvolvido... Imerso no trânsito que e Alana Falcão
a gente
Colunistas: Alana Falcão, Daniel
a vida nos impõe, se ontem eu não pude Arcades, Felipe Ferreira e José
estar integralmente, hoje eu abraço de cor- Augusto
po e alma esse projeto e coletivo que tanto Foto da capa: André Frutuôso
Arte na foto: André Preto
me representam, que também têm a minha
Editor do site Coletivo Ponto Art:
cara e sempre me acolheram. Essa edição
da Revista Digital Ponto Art vem com todo
o Asè das fotografias de Adeloya Magnoni,
nas redes
uma super matéria reverenciando o legado
ancestral de Mestre King e outros conteúdos Agradecimentos
que desenvolvemos sempre pensando em Gratidão a tod@s @s parceir@s
trazer para vocês o nosso cenário artístico que colaram com a Ponto Art
(mais uma vez) para fazer essa
de forma variada e com a marca já registra- edição linda! Sem vocês seria um
da do Coletivo Ponto Art! Não poderia existir perrengue só (rs).
edição melhor para celebrar o meu retorno; Renata Dias, obrigada pela con-
fiança e por aceitar esse desafio.
boa leitura! A soma do nosso sonhar, torna
Produtor Ponto Art
George Ian
possível a Revista Digital Ponto
Art. Sigamos! acesse
Índice
Cores, diversidade e identidade
ponto de vista
A fotografia ritual
de Adeloyá Magnoni 10
teatro
20
O teatro e seu público: Cenário teatral
cinema
Larissa Fulana de Tal: O fazer
cinematográfico da mulher negra 24
Dança
32
Mestre King: Mais que dançar
Cultura
56
“O que você quer saber?”
Renata Dias respondeu.
43
literatura
Organismo: Edição
como processo criativo e polílito 64
QUe É ESSE?
7
6 7
artes visuais
incongruentes. Uma fatia – pequena – do essa identidade para ou- levar aos nossos clientes
Adeloyá
vador, tem um portfólio consisten-
te em cobertura de espetáculos e
material de divulgação para reno-
madas companhias, mas é junto à
fotografia afro-diaspórica, enfati-
Magnoni
zando a importância da represen-
tatividade da população negra, a
beleza da ancestralidade dos ritos
afro-brasileiros e também junto aos
movimentos feministas e LGBTs que
seus projetos autorais vem se des-
tacando.
A fotografia ritual que a fotógrafa
e pesquisadora Adeloyá Magnoni
desenvolve junto aos terreiros de
Candomblé na Bahia, mostram a
importância da foto como registro
histórico em uma cultura de tradi-
ção oral, do respeito à religião dos
Orixás e também sobre a importân-
cia da representatividade positiva
que essas fotos trazem aos adep-
tos, exaltando toda beleza estética,
cultural e ritual dos povos tradicio-
nais de terreiro, sendo a fotografia
mais uma ferramenta na luta contra
Participação via “Provocatória” Ponto de vista a intolerância religiosa e o racismo
Facebook: Adeloyá Magnoni - Fotos com Alma
foto: Ted Ferreira
estrutural.
12
13
ponto de vista
Ensaio: “Encantos do
Candomblé da Bahia”
Orís
Ilê Axé Ogunjá
14
15
ponto de vista
Ensaio: “Encantos do
Candomblé da Bahia”
Obá Kawô
Casa de Pai Ubaldo de
Yansã
16
17
ponto de vista
Ensaio: “Encantos do
Candomblé da Bahia”
Ensaio: “Encantos do
Candomblé da Bahia”
Atotô Omolu
Ilê Axé Ibá Ajunkesy
Desejo, sim, pensar que aceita o jogo (o rede, 30% das pes-
na complexidade que público) e o espaço soas estão elencadas
é o pensamento artís- do jogo (seja ele cai- como sujeitos que tra-
20 21
tico – de rompimento, xa, rua, alternativo e balham com teatro.
subversão, criativo, suas inúmeras possi- Oba, tenho quase três
questionador – aliado bilidades). mil pessoas como um
teatro
Nas rodas de con- para nos mantermos balhos que pudessem à lógica de mercado – Quem está jogando público em potencial
versas entre artistas, sem público. E, por ganhar um título pa- sustentável, rentável, atualmente e onde (esperando que os ar-
produtores e gesto- mais que defenda- rodiando os estudos propícia ao consumo estão jogando? Em tistas estejam em tra-
res que trabalharam mos nossos discursos, de Artaud: o teatro e e ‘agradável’, e dese- uma rápida posta- balho constante). Na
no cenário teatral em estéticas, experimen- seu público. Ao lon- jo também dialogar gem no meu perfil do postagem sobre tea-
2017, o assunto pas- tos, qualidades, téc- go das publicações, com três eixos norte- Facebook, pergun- tro dentro do tempo
seava, passeava e, nicas e produções em citarei os trabalhos adores para pensar- tei por duas horas que determinei obtive
enfim, chegava: os cena; é por ele, o pú- encontrados acerca o mos em ocupação ‘Qual a última coisa 25 respostas, 21 per-
teatros estão sem o blico, para ele e sobre consumo e aprecia- teatral: o proponente que você assistiu de tencentes ao grupo
público massivo de ele que faz sentido ção do teatro no Bra- do jogo (ator, perfor- teatro?’ e pedi para Teatro da minha rede
outrora. Relutei por manter-se em pé na sil, mas hoje quero mer, artista, produtor, conversar inbox com e quatro pessoas de
muito tempo sobre estrutura teatral. Esta pensar tipo facebook, diretor e as inúmeras eles. Tenho hoje cer- outros grupos respon-
essa afirmativa. Eu, coluna será um ex- com os caracteres funções que cabem ca de 4300 pessoas deram. Vou me ater a
um jovem artista, perimento para pen- de um twitter, come- no fazer teatral), o adicionadas a minha resposta destes qua-
queria pensar positi- sarmos nos alcances çar com o superficial
vamente: “Não, esta- de espaços de teatro e assim irmos juntos
mos mais pulveriza- (inclusive, fora deles), discutir uma possibili-
dos”, até que existe nas obras teatrais e na dade de devir teatral,
uma verdade nisso; frequência de público de subjetividades de
“Não, o teatro está aos diversos modelos recepção e de quais-
saindo dos circui- de teatro. quer outros termos
tos elitistas centrais Óbvio que algumas que artistas e acadê-
e indo para onde o laudas numa pági- micos discorrem como
povo está”, queria na virtual não darão se estivesse na boca
muito acreditar nis- conta de produzir um do senso comum.
so, mas era pequena pensamento e uma Uma simples pergun-
nossa participação nas tese para encontrar ta pode ser a máxima
comunidades; “Não, causas e propor saí- do pensamento filo-
sempre foi uma arte das a este conflito tão sófico, como também
que atingia uma pe- complexo. Se temos a polêmica da sema-
quena parcela da po- inúmeros especialis- na nas redes sociais,
pulação desde que tas teorizando sobre o basta que se descu-
entrou na caixa”, se duplo do fazer teatral, bra os desejos de des-
for, não é justificativa encontrei poucos tra- membramentos dela.
tro para a primeira tradição de pesqui- UFBA; A persistência pessoas, promover di-
22 23
coluna, mas comen- sa de público. Ela das últimas coisas, álogos e propor a fuga
tarei sobre as outras existe? Como existe? direção de Celso Jr do número de carac-
respostas. Quem faz? Quais os no Teatro Vila Vela e teres que nos limitam
teatro
Fulana de Tal
cinema
ção dela me chamou sileiro é comple- mo CINEMA NEGRO, Preta (que atual- nam sua criação
atenção e fez apro- tamente branco, Compreendo profun- por uma postura po- mente realizada um fílmica? O encon-
fundar minha pes- branco com todas damente as questões lítica. Não só no tem- cineclube de nome tro geracional das
quisa acadêmica: as aspas”. Qual colocadas por Sabrina. po, mas na busca do homônimo). Qual a lutas das mulheres
“...a gente não faz sua opinião sobre Inclusive, por pouquís- modus operandi do importância desse negras e a cons-
cinema negro, faze- essa classificação simo tempo, tive o pra- fazer cinematográfico, movimento para a ciência do legado
mos o cinema brasi- étnico-cinemato- zer de ouvir ela falar bem como a RUPTURA construção de um deixado por nossa
leiro. O cinema con- gráfica? Demarcar as questões e reflexões desse CINEASTA INAL- cinema baiano/na- ancestralidade é
vencional é que faz a etnicidade de um sobre seu processo. CANÇÁVEL. cional democrático terra fértil pra cria-
o cinema branco. O filme endossa a ra- E é importante com- e representativo? ção das narrativas
cinema brasileiro de sura representati- preender a complexi- 5.) Formada em Ci- Ao longo da sua da Larissa Fulana
hoje tá muito centra- va que é feita pela dade de fazer cinema nema e Audiovisu- trajetória no audio- de Tal?
visual você recebeu
feedbacks de mui- Creio que potencia-
tas mulheres ne- lizaram a minha re
gras e periféricas -existência para o DI-
que veem no Cine- REITO de CRIAR. Por
ma – e no seu tra- que acesso a cultura
balho –, uma inspi- também está no ato
ração e uma forma de CRIAR. Mainha,
de terem suas vo- minhas irmãs, Viviane
zes ouvidas e suas Ferreira, Vilma Reis,
vivências represen- Bell Hooks e Menina
tadas? de Ouro.
33
Dia
obra. Dona Jacira, riar o patrimônio do-
agora recém viúva, cumental lá disposto.
34 sorriu-nos o sorriso Isso tudo porque a 35
dos bem educados, casa do dia seguinte
31/03/18. Dez horas porém, atarefados, em diante seria es-
dança
mais valorizada, no
sentido de visibilida-
de, e fez isso, a exem-
plo da Arena do Sesc,
da forma mais respei-
tosa possível”.
GENEROSIDADE
ele empreendeu isso ao lon- mim, algo em muitas das pes- e foram muitos lugares, mas as sua própria capacidade e
go de sua vida. Muitas atitudes soas que trabalharam com ele pessoas que ele trouxe com ele competência. O legado for-
de outros grandes coreógra- que é indissociável do que ele ao longo dos anos. Todas as mativo dele é um dos mais
fos - pessoas que trabalha- era. O principal legado dele tá portas que ele abriu, muito dis- importantes. Não era só en-
ram com ele, que lhe oferece- na nossa carne, na nossa ma- cretamente, sem jamais dizer a tender o orixá, só dançar
ram reverência, que também neira de dançar, de pensar, de ninguém de maneira arrogante Dança Afro. Era essa possi-
foram educados ou fizeram desdobrar o que aprendeu com ou orgulhosa – sobre todas as bilidade de olhar para famí-
parte da formação - encontram ele. Então, eu acho que muito pessoas que iniciaram os traba- lia [...] King foi parceiro de
maneira de lidar com os jovens do legado que ele deixa é qua- lhos artísticos com ele... Havia praticamente todos os alu-
aprendizes com muitas caracte- se como um legado de sangue, uma serenidade muito grande nos que ele orientou. E isso
rísticas da maneira como King um DNA artístico, pedagógico, em ser tudo aquilo que ele era. vai muito além do trabalho
fazia isso. Principalmente no uma espécie de mapa, de gene, É difícil de contabilizar, contar o de aprendizado sobre a téc-
aspecto relacional, na maneira algo que a gente não precisa prestígio que ele teve em tantos nica ou sobre a dança afro
de se relacionar com a dança e necessariamente ver para po- lugares e em quão desprestigia- de uma forma geral. Acho
com as pessoas, a mesma ne- der tocar ou ser tocado. Quan- do ele foi no nosso “mainstre- que essa formação aliada
cessidade de oportunizar. Isso é do eu penso no que ele deixa e am” de dança em Salvador em e linkada com a história da
um dos aspectos mais fortes do no que ele deixou, no que ele alguns momentos, mesmo ten- vida. Foi uma pessoa que
legado dele como homem ne- construiu efetivamente, eu só do ocupado todos esses espa- deu muito, chegou a pagar
gro, dançarino e educador. Es- consigo pensar em outras pes- ços. Mas isso também se deve faculdade de alunos. Lega-
ses são alguns aspectos de sua soas. Muito se fala de represen- por estabelecer essa relação tão do de king é abrangente, ele
maneira de lidar, de educar, de tatividade, mas para mim não familiar. Por ele ser tão pai de pega a vida e a dança na
se doar que enxergo muitas ca- é muito fácil. É como falar de todos nós, existia uma certa re- verdade.
racterísticas em grandes artistas um pai. Muito do que ele re- sistência em reverenciá-lo. Tínhamos uma relação pes-
e educadores. E enxergo isso presenta é difícil de alcançar, soal muito forte, ele me deu
como atitude muito reflexa da olhando de tão perto. Todos os essa possibilidade por con-
atitude que King tinha ao logo marcos, todas as barreiras, esse fiança. Me deu oportuni-
desses anos todos. Grandes jeito majestoso mesmo que ele JORGE SILVA dade de conhecer família,
formadores com grande nume- tinha de levar a vida... Todos os filhos, possibilidade de con-
ro de alunos, projetos, traba- espaços que ele galgou, todas KING É UMA MESA SEMPRE viver com ele, na casa dele,
lhos e grande doação por parte as barreiras que ele quebrou POSTA, sempre aberta. Sobre ele na minha. Muito direta e
de Augusto Omolu, Jorge Silva, sem proclamar intenção de fa- o seu legado, eu acho que se muito respeitosa. Eu era mui-
Paco Gomes. [...] O legado tá zê-lo simplesmente porque era a gente não disseminar esse le- to amigo de King apesar de
muito, muito além de suas cria- seu desejo fazê-lo e ele buscou gado ao mundo isto vai morrer. ter sido aluno também. Ami-
ções, da estética que ele cons- os meios de fazê-lo. Enfim, uma [...] Ensinamentos de King eram gos de trocar idéias, contar
truiu e defendeu, tá muito alem trajetória incrível para alguém para vida, não só para dança. segredos, de contar dramas,
sofrimentos, infortúnios, feli-
cidades. King me toca muito, ram milhares de voadores.
quando falo no documentário, Eu era cheia de dúvida
eu tentei fazer o que eu mais quando entrei pela primeira
44 queria: aquilo que não sabia 45
vez na aula dele. Meu ten-
sobre ele. dão é curto e por isso meu
dança
à do Rio
Salvador.
“Antes de tudo”. vindas. Nessa linda iniciativa
que estimula a leitura - num
Livro é um dos melhores pre- país onde se lê pouco, se es-
sentes para se dar a alguém. creve muito e interpretasse
E tal valor qualitativo se es- mal – e a troca de experiên-
tende de quem é agraciado cias literárias, fui presenteado
com ele até quem decidiu es- pela Camila Simor, do Rio
colhê-lo. Presentear com um Grande do Sul. Se ganhar
livro simboliza a oportunida- um livro já é bom. Imagina
de de apresentar um universo três?
até então desconhecido para Dentro os títulos, um deles
alguém e convidá-lo a explo- me chamara atenção de ime-
rá-lo. diato. O design ousado da
No final do ano passado a capa, as cores fortes (azul e
atriz e poetisa carioca Gaby rosa) nas páginas e o título:
Haviaras organizou um “Enraizados: os híbridos
amigo secreto literário com glocais”. Naquele instante
sua rede de contatos e admi- tive plena certeza de que ele
radores. Antes, tive o prazer seria o primeiro a ser desven-
de conhece-la pessoalmente dado. A raiz inserida no título
e dar meu primeiro livro, o me cativou a folheá-lo, a ler o
foto: Hori Leal
1.) Entre altos e bai- cia a Heloisa, então não processo de cons-
xos, conquistas e di- depositei muita espe- cientização e valo-
ficuldades, as histó- rança, contudo a vonta- rização o movimen-
rias do Flávio Eduardo de continuava. to mudou a forma
(Dudu) e do “Movi- No começo de 2010 da comunidade se
mento Enraizados” se fui fazer uma turnê pela enxergar dentro
entrelaçam e se con- França e na volta, por do seu próprio ter-
fundem. O livro “En- incrível que pareça, a ritório local e fora
raizados: os híbridos Heloisa me ligou e me dele, com a ocu-
glocais”, publicado em convidou pra escrever pação de espaços
O que você 57
quer saber?
CULTURA
Raio X
Nascida em Salvador, Renata Dias Oliveira é filha de funcionários
públicos federais. Integrou o grupo de profissionais do segmento de
responsabilidade social da Refinaria Landulfo Alves e participou da
implantação do Núcleo de Relacionamento Institucional, no Se-
brae Nacional, sediado em Brasília.
Como uma boa filha à casa torna, de volta à capital soteropolita-
na, ela criou a Junbai Comunicação Estratégica, consultoria que
atendeu empresas focadas em Responsabilidade Social e na Se-
cretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), além de trabalhar
na Coordenação de Políticas para Povos e Comunidades Tradicio-
nais.
Em 2017, aceitou a missão de assumir a direção geral da Fundação
Cultural do Estado da Bahia, tendo como pauta principal a apro-
ximação da instituição com os segmentos artísticos e instâncias de
escuta as demandas destas áreas.
de Cultura, totalizando 25 projetos apoiados. A sus-
tentabilidade das companhias de Dança, no entanto,
está também associada ao estímulo aos demais elos
58
da cadeia produtiva da cultura: criação, pesquisa, 59
formação, produção, difusão, circulação e memória.
No âmbito da criação, promovemos nos territórios
culturais os Seminários de Criação em Dança, espa-
CULTURA
surge, em 2013, com guem com bastante tratava de manter o li- ditos e de muito talen-
dois propósitos inau- êxito: a coleção impli- vro como mero reposi- to na Bahia, para eles
gurais: a) construir ca um conceito de li- tório textual. foi criada a coleção.
um espaço de diálo- vro que busca encarar Propomos, então, uma Iniciada com a publi-
go entre as diferentes de forma inventiva as espécie de edição que cação do livro Leitu-
linhas ético-estéticas questões contemporâ- fosse ao mesmo tem- ra neon-reciclada, de
na literatura da Bahia neas em torno de sua po crítica e inventiva, Cazzo Fontoura, ins-
e do Brasil, por meio produção, desde a já e que fizesse o livro crito sem ressalvas na
da Revista Organismo; antiga falácia sobre significar, desde a cor dicção das textualida-
b) publicar a coleção o fim do livro, diante da capa, até o número des pós-modernas;
“novos autores”, volta- das novas possibilida- das páginas, nos índi- teve sequência com
da para poetas inéditos des digitais de edição, ces, nas dobras, tudo Amardilha, de Fernan-
e que tivessem propos- até a negação do livro deveria produzir signo, da Querino, trazendo
tas estéticas atualizadas como mero depositó- não apenas recepcio- em uma voz feminina ma, um jogo inventivo ra contemporânea, a
com as diversas linhas rio de conteúdo. Para ná-los. O conceito do leituras contemporâ- de criação rítmico-ver- partir do seu lócus de
de produção textual da nós, nessa coleção, livro deveria aparecer neas sobre o amor, em bal, propondo a no- edição que é a Bahia.
contemporaneidade. não se tratava de acre- no projeto gráfico, e poemas pop-concre- ção de rap-síntese. Já A revista estreou em
Nesta coleção, todos ditar que o livro de ce- assim tem sido duran- tos; posteriormente, o final de 2017, é lan- 2015, e lançou, em 18
os autores devem ser lulose acabaria para te toda a coleção, que livro Alguma poesia çado Palavra de osso de janeiro de 2018, o
radicados na Bahia. caber em um celular, tem como designer alguma, de Geraldo / osso da palavra, de terceiro e quarto volu-
Diego Ribeiro. Figueiredo, é constru- Carlos Arouca – com mes. Cada um desses
Essa proposta de edi- ído a partir de uma uma poesia plastica- números da Orga-
ção não visava apenas poética da precarie- mente bonita, o poeta nismo tem curadoria
intervir na discussão do dade, crônicas de au- discute o amor, a par- diferente, e, a cada
livro, mas antes, e prin- sência, na quais a falta tir de atravessamentos edição, dois poetas e/
cipalmente, estimular, é o signo central, isso de sua masculinidade, ou críticos de literatura
na dimensão local, num apuro formal e nos permitindo pensar organizam a publica-
sobretudo, a própria inventivo refinadíssimo como essa subjetivida- ção. Essa diversidade
de agentes possibilita
Lançamento Organismo 1. Foto:Divulgação