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Teologia de Umbanda - TU
Cena de entrevista:
Para dar início a todo esse conteúdo, eu, a Teologia, Rubens Saraceni, como tudo
isso se encontra. Venho de uma família espírita que seguia a doutrina de Kardec. Isso
quer dizer que minha mãe teve toda uma formação espírita e passou essa formação para
mim desde a infância. Por que contar essa história? Porque é a historia da maioria de nós.
Há uma identificação no momento em que conto minha história, você pode se identificar,
e irá entender que não há diferença entre eu e você. Estamos aqui e por mais que exista
um conteúdo formal, uma formalização da organização do ensino desse conhecimento, há
uma troca de experiências também. Porque a Teologia de Umbanda se confunde com a
minha historia, pelo fato que há muitos anos eu sou Umbanda, vivo Umbanda. É muito
forte isso para mim. A única razão para eu estar aqui ministrando Teologia de Umbanda é
porque amo Umbanda, sou apaixonado por essa religião.
Cena de entrevista:
Alexandre: “Você é Umbanda, algumas pessoas são Umbanda, outras pessoas estão
na Umbanda. Mas para aqueles que são Umbanda ela se amolda, segundo inclusive as
palavras do meu Pai Mestre Rubens Saraceni, a Umbanda amolda a sua maneira de ver, e
ela se amolda de tal maneira, é como incorporar um Caboclo. Quando você está
incorporado, você não sabe se é você ou o Caboclo. De tal forma que você se perde no
Caboclo, o Caboclo se perde em você. E você não sabe mais onde você começa, onde
termina, ou o Caboclo. Umbanda, não sei onde começa eu, onde eu termino. Onde
começa a Umbanda...eu sou Umbanda. Então, eu poderia responder como é minha vida?
Ótima, eu sou feliz, Umbanda é um caminho para a felicidade.”
Por algum motivo, eu também devo ter despertado uma curiosidade nele, porque
eu tomava café com leite, ele tomava cerveja. Eu achava ele muito curioso, olhava para
ele, de alguma forma ele estava sempre sorrindo. Ficamos conhecido. Ele estacionava o
carrinho de papel na porta. De longe já sabia que ele estava lá. Ficou meu conhecido, eu
sorria para ele, ele sorria para mim. Um dia, esse senhor chegou para mim: “Qual a sua
religião?”, e eu disse, sou espírita. O velho deu risada, olhou na minha cara e falou assim:
“Você não é espírita, você é Umbanda”. Eu disse, Umbanda? Nem sei o que é isso?
Umbanda, Umbando. Meu senhor, eu sou espírita, minha mãe é espírita e minha vó era
espírita. Minha família inteira é espírita. Não sei o que esse Umbando que o senhor está
falando. E ele mais uma vez deu risada, olhou na minha cara e disse assim: “Eu estou
vendo com você um Caboclo e uma criança. Isso é Umbanda.”
“Aqui tem Jesus então posso ficar mais calmo”. Então, Jesus no altar, algumas imagens
católicas. Eu não vim do catolicismo, não tinha a menor idéia de quem era Santa Bárbara,
São Jerônimo, São Sebastião. Acho que São Jorge é muito popular, mas também não sabia
quem era não.
Havia uma curiosidade enorme em mim, então, Tambor. Falei: “Nossa, como é
esse negócio aqui? O povo vai rezar, vai tocar tambor, vai cantar, vai dançar, o que vai
acontecer aqui? Meu Deus, o que vai acontecer aqui dentro?”. Tem tambor, e uma
cortina, uma coisa misteriosa. Em um momento a cortina fechava e você e os médiuns
começavam a entrar. Naquele terreiro você pegava a fichinha e mais ou menos dizia com
quem você queria passar. “Não sei, não conheço ninguém. Se eu não conheço ninguém,
qualquer um”. Primeiro incorporava o guia chefe da casa, o Flecha Dourada, depois
tomava passe com o Preto Velho daquele dia e no final Seo Zé Baiano dava a mensagem
final e cumprimentava as pessoas que ali estavam. Mas o que eu vi, uma cortina fechada,
e os médiuns começaram a entrar. Dava para ver aquele movimento de bater cabeça,
então os médiuns batiam cabeça para dirigente, pediam a benção dela, depois batiam
cabeça para o altar. Eu não sabia o que era aquilo também.
Vamos pontuar que para um a pessoa que não sabe, você bate a cabeça porque
todo mundo bate, você canta porque todo mundo canta, você roda porque todo mundo
roda. Tudo bem. Você não sabe o que é isso, mas é extremamente curioso. Isso é
Umbanda.
Cena de entrevista:
“Eu sou Umbanda, mas Umbanda é muito mais do que eu. Umbanda não se define
por olhar para mim, ou ver o meu estilo de vida ou o que faço, porque ela é muito mais
do que eu. Então, eu sou a Umbanda por inteiro, e a Umbanda é muito mais do que eu,
onde, vivendo ela por inteiro, sou também uma parte dela. A Umbanda sou eu por
inteiro, o meu melhor, o meu pior, o meu tudo. Por que a minha sombra, que não é o
meu melhor, também é Umbanda, e lá está Exu, em ajudando a entender e a lidar. Na
Umbanda isso é incrível, na Umbanda eu sou inteiro. Não é apenas o meu melhor. A
Umbanda não é apenas a minha luz. Eu sou inteiro Umbanda, a minha luz, a minha
sombra, as minhas trevas, em tudo, tudo é Umbanda. Aqui está Oxalá, aqui está Exu,
aqui está Pomba Gira, aqui está Caboclo, em cada lugar do meu ser, há um aspecto da
Umbanda, em plenitude”.