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I- Conceitos introdutórios
1. O que é lógica?
Podemos usar a palavra “lógica” em dois sentidos
principais. Por um lado, usamos “lógica” quando queremos
nos referir a um sistema de inferência particular. Entenda-se
aqui “sistema de inferência” como uma estrutura na qual
encontramos um conjunto de regras para derivar proposi-
ções (conclusões) a partir de outras proposições (premissas)
de uma dada linguagem. Compreendida essa acepção,
verificar-se-á que, na mesma medida em que podemos
propor uma enorme quantidade de conjuntos de regras de
inferência e de linguagens para os mais variados propósitos,
assim também são inúmeras as lógicas que se podem
formular. Assim, falaremos, por exemplo, da “lógica de
Aristóteles”, da “lógica proposicional”, da “lógica de
predicados de primeira ordem”, da “lógica modal S5”, etc.
Ao leitor que tem agora o seu primeiro contato com a lógica
pode parecer surpreendente que possa haver várias lógicas.
Mas essa surpresa provavelmente é ocasionada pelo fato de
se esperar que a lógica deva representar o raciocínio correto.
Deve-se, porém, notar que, mesmo que fosse esse o escopo
da lógica, não há raciocínio correto de per si. Todo raciocínio
é contextual. Assim, por exemplo, o que se considera um
raciocínio correto na vida cotidiana não será necessariamente
considerado assim num contexto matemático ou filosófico.
Por outro lado, usamos “lógica” para nos referirmos ao
estudo dos diferentes sistemas de inferência. Este livro é,
portanto, um livro de lógica, porque ele pretende apresentar
um estudo acerca de alguns exemplares de lógicas
particulares. Um lógico pode empreender o estudo dos
sistemas de inferência de diferentes maneiras. É possível, por
exemplo, efetivar esse empreendimento trabalhando
maximamente dentro do formalismo matemático, sem dar
muita atenção às motivações filosóficas que estão ligadas ao
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2. Linguagem
Uma linguagem é um sistema simbólico, ou seja, um
sistema de representação. A definição de linguagem na lógica
é diferente, de certo modo mais simples, mais “matemática”,
do que a definição na lingüística. Uma determinada lingua-
gem L é definida, formalmente, por meio do par:
〈A, S〉
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+ 472
A casa é pequena.
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Pedro canta.
João ama Maria.
Chove.
Irei ao cinema ou à praia.
Chove.
3. Verdade
A lógica clássica é bivalente, ou seja, ela admite apenas
dois valores de verdade: a verdade e a falsidade (ou o verdadeiro
e o falso). A expressão “valor de verdade” é um termo
técnico, e pode causar uma certa estranheza quando dizemos
que a falsidade seja um valor de verdade. O caso aqui é
análogo ao da expressão “saldo”: ter um saldo no banco
parece motivo de alegria, mas quando você descobre que
tem um saldo negativo, você não se alegra (ou será que
sim?). Da mesma forma, o valor de verdade pode ser
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4. Definições
Em todas as ciências existem definições. A palavra
“definir” significa “delimitar”, estabelecer critérios claros
para o uso de um termo ou expressão. Definir um termo
significa reduzi-lo a (ou explicitá-lo com) outros termos
conhecidos. Em geral, uma definição pode ser compreendida
como a afirmação de uma igualdade. Observe-se a definição
clássica: o ser humano é um animal racional. Formalmente,
definições são apresentadas da seguinte forma:
5. Indução e Dedução
Distinguem-se dois tipos de inferências: as indutivas e as
dedutivas. Na dedução, a conclusão é conseqüência necessária
das premissas e, na indução, a conclusão é conseqüência
plausível das premissas. Em outras palavras, se P é inferido
dedutivamente do conjunto de premissas Γ, podemos dizer
que sempre que temos Γ, temos P, per contra, se a inferência
é indutiva, só temos o direito de dizer que, geralmente, quando
temos Γ, temos P. O raciocínio representado por uma
dedução é infalível, ao passo que o raciocínio representado
por uma indução, por mais sensato que pareça, é refutável.
Por exemplo