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Introdução

Convenções e Tratados Internacionais


 Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959.
o Instrumento que contempla dez princípios que devem nortear o
tratamento dispensado à criança;
o Teve como fonte inspiradora a Declaração Universal dos Direitos
do Homem;
o A criança deixou de ser vista como mero objeto de proteção para
ser alçada a sujeito de direitos;
o O problema era sua falta de coercibilidade, pois o cumprimento
não podia ser imposto aos Estados-Membros.
 Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989.
o Constituiu o documento internacional de direitos humanos mais
aceito de que se tem notícia;
o Incorporou a filosofia da proteção integral, reputando a criança
como autêntico sujeito de direitos, a quem, portanto, devem ser
conferidas proteção integral e prioridade absoluta.
 Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de
Crianças, de 1980 (Convenção de Haia).
o Principal escopo é estabelecer mecanismos para impedir a
transferência internacional de crianças de forma ilícitas.
 Convenção relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em
Matéria de Adoção Internacional, de 1993.
o Estabelece regras mínimas e obrigatórias para a adoção
internacional, segundo o interesse superior da criança e seus
direitos fundamentais.
 Regras Mínimas da ONU para Proteção dos Jovens Privados de
Liberdade e para Administração da Justiça da Infância e da Juventude
(Regras de Beijing).
o Regras e garantias para nortear o processo de apuração de atos
infracionais.

ECA
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é constituído por dois livros:

 Livro I corresponde à Parte Geral e cuida de matérias de natureza civil.


o Disposições Preliminares
o Direitos Fundamentais
o Formas de Prevenção
 Livro II corresponde à Parte Especial e trata do acesso à Justiça e a
apuração de ato infracional.
o Políticas de Atendimento
o Medidas de Proteção
o Prática de Ato Infracional
o Medidas pertinentes aos pais ou responsável
o Conselho Tutelar
o Acesso à Justiça
o Crimes e Infrações Administrativas

O ECA traz os conceitos de criança e adolescente. Criança é pessoa de até


doze anos de idade incompletos; adolescente é a pessoa entre doze anos
completos e dezoito anos incompletos. A importância desta distinção é a
diferente e tratamento em algumas determinações como as medidas
socioeducativas e o processo de adoção.

O ECA também incide, excepcionalmente, sobre pessoas com idade entre 18 e


21 anos no que concerne às medidas socioeducativas, desde que o ato
infracional tenha sido praticado antes de a pessoa tornar-se imputável.

Princípios
 Princípio da proteção integral (art. 1º).
o Todas as crianças e adolescentes, como sujeitos de direito, são
merecedores de ampla e integral proteção.
 Princípio da prioridade absoluta (art. 4º).
o Cabe à sociedade e a família assegurar que os direitos das
crianças e adolescentes sejam efetivados preferencialmente.
 Princípio da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 6º)
o Crianças e adolescentes são sujeitos especiais de direitos, assim
toda medida aplicada a eles deve levar em conta essa situação
peculiar.
 Princípio da excepcionalidade (art. 227, §3º, V, CF).
o A medida privativa de liberdade terá caráter excepcional
 Princípio da brevidade (art. 227, §3º, V, CF).
o A medida privativa de liberdade deve durar pelo prazo mais breve
possível.

Direitos Fundamentais
Direito à vida e à saúde
Previsto nos art. 7º a 14 do ECA, determinar-se a implementação de políticas
públicas que viabilizem o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso
em condições dignas de existência. A proteção tem início com o atendimento
pré e perinatal assegurado à gestante.

Entre os diversos direitos relativos à vida e à saúde, encontram-se:

 Apoio à gestante (art. 8º).


 Deveres dos hospitais e estabelecimentos congêneres (art. 10º).
o Ex: identificar o recém-nascido e manter alojamento conjunto.
 Acesso à saúde (art. 11).
 Direito de um dos pais de permanecer na companhia da criança
internada (art. 12).
 Providência em caso de maus-tratos e prevenção de enfermidades (arts.
13 e 14).
o Comunicação de maus-tratos ao Conselho Tutelar.
o Médico, professor e responsável são obrigados a efetuar a
comunicação.

Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade

Direito à liberdade (art. 16)


Direito de ir, vir e estar, ressalvadas as restrições legais, incluindo o direito de
expressão, de liberdade religiosa, de diversão, de participar da vida familiar e
comunitária, de buscar refúgio, auxílio e orientação.

Direito ao respeito e à dignidade (arts. 17 e 18)


Trata-se da inviolabilidade física, psíquica e moral, colocando a criança a salvo
de tratamento desumano, violento, constrangedor.

A chamada “Lei da Palmada” (Lei 13.010/2014) alterou os art. 18, implantando


os arts. 18-A e 18-B, determinado o significado de castigo físico e tratamento
cruel.

Direito à convivência familiar e comunitária


Entende-se que a convivência familiar e comunitária é importante, pois crianças
e adolescentes precisam de valores morais e éticos para atingir a fase adulta
com uma formação sólida, com a personalidade bem estruturada.

Tem-se os seguintes conceitos:

 Família natural (art. 25, caput): comunidade constituída pelos pais ou


qualquer deles e seus descendentes.
o Pouco importa o vínculo existente entre os pais.
 Família extensa ou ampliada (art. 25, parágrafo único): aquela que
contempla também os parentes próximos que convivem e mantêm
vínculos de afinidade e afetividade com a criança ou o adolescente.
 Família substituta (art. 28 e seguintes): medida excepcional, quando a
permanência com a família natural torna-se inviável. Há três
modalidades: guarda, tutela ou adoção.

Desta forma, a adoção detém um caráter supletivo, buscando-se uma absoluta


prioridade na manutenção da criança na sua família natural, só sendo
encaminhada para o programa de acolhimento familiar ou família substituta
quando estritamente necessário. A adoção é o último recurso.

A falta de recursos materiais não constitui motivo bastante para justificar a


suspensão ou perda do poder familiar (art. 23), assim como a condenação
criminal também não (art. 23, §2º), a não ser que se trate de crime doloso
contra o filho.

Direito de convivência com o pai ou mãe privado de liberdade


O art. 19, §4º estabelece o direito de visitas periódicas promovida pelo
responsável.

Acolhimento familiar e institucional


Trata-se de medida de proteção consistente na retirada da criança ou
adolescente de sua família e consequente encaminhamento para família
acolhedora ou entidade de atendimento.

Somente o juiz pode determinar o encaminhamento. O prazo máximo para


reavaliação da medida é de seis meses e o prazo máximo de permanência é
de 2 anos, salvo se no interesse da criança ou do adolescente.

Tem-se observado que é comum a permanência por período bem superior a


dois anos. Ainda que o número de pretendentes à adoção supere o número de
potenciais crianças e adolescentes disponíveis, a maioria dos pretendentes
preferem crianças recém-nascidas, brancas e saudáveis.

Família natural, extensa e substituta


Família natural é a comunidade constituída pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes. Pouco importa o vínculo existente entre os pais.

Família extensa é aquela que contempla também os parentes próximos que


convivem e mantêm vínculos de afinidade e afetividade com a criança ou o
adolescente.

Família substituta é medida excepcional, em situações em que a permanência


junto à família natural torna-se inviável, mediante as formas de guarda, tutela e
adoção.
Guarda
Prevista nos arts. 33 a 35, ECA, disciplina como família substituta destinada a
regularizar a posse de fato, para atender a situações peculiares ou ainda para
suprir a falta eventual dos pais ou responsável.

É provisória, de forma que a criança ou o adolescente poderá retornar à sua


família natural ou ser encaminhado para família substituta definitiva. Pode ser
revogada a qualquer tempo.

A guarda obriga a prestação de assistência e pode o detentor opor-se a


terceiros, inclusive aos pais.

Tutela
Prevista nos arts. 36 a 38, ECA, pressupõe a perda ou a suspensão do poder
familiar. Somente será deferida a pessoa com até 18 anos. Na tutela, é
conferido ao tutor amplo direito de representação, devendo administrar bens e
interesses do pupilo.

Espécies:

 Tutela testamentária: instituída por vontade dos pais.


 Tutela legítima: à falta de tutor nomeado pelos pais, são designados
parentes consanguíneos do menor.
 Tutela dativa: juiz nomeia tutor idôneo.

Adoção
Modalidade de família substituta que estabelece o parentesco civil entre
adotante e adotado. Pode ser:

 Unilateral: permanecem os vínculos de filiação com apenas um dos pais


biológicos (um dos cônjuges adota o filho do outro)
 Bilateral: o vínculo de filiação rompe-se por completo.
o Os adotantes devem ser casados ou viver em união estável.
o Se divorciados, desde que acordem sobre a guarda e o regime de
visitas e que estivessem juntos durante o estágio de convivência.
 Deve-se comprovar o vínculo de afinidade com aquele não
detentor da guarda.

É medida excepcional e irrevogável. É plena, de forma que o adotado adquire a


mesma condição dos filhos biológicos.

O adotando deve contar com, no máximo, 18 anos à data do pedido. O


adotante deve ser maior de 18 anos. A diferença de idade entre os dois deve
ser de 16 anos.
O consentimento dos pais é dispensado quando forem desconhecidos ou
destituídos do poder familiar. No caso do adolescente, seu consentimento será
necessário.

Obrigatório o estágio de convivência pelo prazo de duração que o juiz fixar,


salvo se o adotando já estiver sob a guarda legal ou tutela do adotante.

A adoção é ato personalíssimo. São impedidos de adotar os ascendentes e os


irmãos do adotando. Tios podem adotar; avós não podem. Não pode adotar o
tutor ou curador que não der conta de sua administração.

A adoção post mortem será deferida quando o adotante, tendo manifestado de


forma inequívoca sua vontade no sentido de adotar, vem a falecer no curso do
processo.

Segundo o art. 48, ECA, após completar 18 anos, o adotado tem direito de
conhecer sua origem biológica.

Fases do procedimento da ação


 Preparação: preparação psicossocial e jurídica.
o Transmitidas as dificuldades que podem surgir no dia a dia da
convivência entre adotado e adotante.
 Inscrição no cadastro: cadastra-se os interessados em adotar e também
os possíveis adotandos.
 Estágio de convivência.
 Adoção.

Adoção internacional
Prevista nos arts. 51 e 52, ECA.

É a adoção feita por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do Brasil.


Assim, o critério é o local de domicílio dos postulantes; a adoção realizada por
estrangeiros, por si só, não se qualifica como internacional.

A Convenção relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de


Adoção Internacional estabelece regras mínimas e obrigatórias para a adoção
internacional.

Direito à educação, à cultural, ao esporte e ao lazer.


Arts. 53 a 59, ECA.

Envolve a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. O


Estado deve assegurar ensino fundamental e médio, obrigatório e gratuito,
oferecendo ensino noturno regular ao adolescente trabalhador, bem como o
atendimento em creche e pré-escola.
É dever dos pais matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Os dirigentes de estabelecimento de ensino devem comunicar ao Conselho


Tutelar maus-tratos, faltas injustificadas e evasão escolar.

Direito à profissionalização e à proteção do trabalho.


Arts. 60 a 69, ECA.

É proibido o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos, e


de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz.

Prevenção e Medidas de Proteção


Prevenção
Trata-se de normas gerais destinadas a prevenir a violação a direitos
fundamentais da criança e do adolescente, tendo em vista sua condição
peculiar em pessoa em desenvolvimento.

Prevenção especial
 Crianças e adolescentes terão acesso a diversões e espetáculos
públicos adequados à sua faixa etária.
 Menores de 10 devem ser acompanhados de pais ou responsáveis.
 Dever de informar quanto a natureza do espetáculo e a faixa etária.
 Dever de exibir programas compatíveis com o horário (Radio e TV).
 Conteúdo inadequado deve ser vendido lacrado; capas pornográficas
devem ser protegidas com embalagem opaca.
 Publicações destinadas ao público infanto-juvenil não podem fazer
menção a bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munição.

Autorização para viajar


 Criança não pode viajar para fora da comarca na qual reside sem
autorização judicial, a não ser seja comarca contígua e esteja
acompanhada de ascendente ou colateral maior ou pessoa maior
expressamente autorizada pelos pais.
 Adolescente poderá viajar sozinho pelo território nacional
desacompanhado.
 No caso de viagem ao exterior, é necessário autorização de ambos os
pais ou de autorização judicial.
Medidas de Proteção
Medidas aplicadas quando criança ou adolescente encontrar-se em situação de
risco, ou seja, quando seus direitos forem ameaçados ou violados.

O Conselho Tutelar somente pode aplicar as medidas de proteção do art. 101, I


a VI, ECA, sendo-lhe vedado o acolhimento institucional, inclusão em programa
de acolhimento familiar e colocação em família substituto, que cabem somente
ao juiz.

Espécies:

 Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade.
 Orientação, apoio e acompanhamento temporários;
 Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento de ensino;
 Inclusão em serviços e programas comunitários de proteção e apoio da
família;
 Requisição de tratamento médio;
 Inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
 Acolhimento institucional
 Programa de acolhimento familiar.
o Criança fica sob os cuidados de família acolhedora, previamente
cadastrada.

Ato Infracional e Garantias Processuais


Ato Infracional
Ato infracional é a conduta descrita como crime ou contravenção penal
praticada por menor de 18 anos. Por serem inimputáveis, não estão sujeitos à
responsabilidade penal; nada obstante, deverão ser submetidos a medidas de
proteção, se crianças, ou medidas socioeducativas, se adolescentes. Para os
efeitos do ECA, deve ser considerada a idade do adolescente à data da
conduta. As crianças somente estão sujeitas às medidas protetivas, jamais às
medidas socioeducativas.

O adolescente poderá ter sua liberdade tolhida (art. 106, ECA):

 Flagrante de ato infracional;


 Por ordem escrita e fundamentada a autoridade judiciária competente.

Uma vez presos, deve-se comunicar ao Juiz da Infância e da Juventude e


também à família do apreendido.
Pode-se decretar a internação provisória (art. 108), que não pode durar mais
do que 45 dias e somente se o MP já tiver oferecido representação.

A identificação dactiloscópica do adolescente constitui medida excepcional


diante de dúvida fundada.

Garantias Processuais
Todas as garantias asseguradas aos imputáveis são estendidas aos
adolescentes. O ECA expressamente determina (art. 111, ECA):

 Necessidade de conhecimento da atribuição de ato infracional.


 Igualdade na relação processual
 Defesa técnica por advogado
o Nenhum adolescente será processado sem defensor.
 Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados na forma da
lei.
 Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente.
 Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer
fase do procedimento.

Medidas Socioeducativas
Somente o juiz poderá aplicar medidas socioeducativas, mais especificamente
o juiz da infância e da juventude. É possível cumular-se medidas
socioeducativas e medidas de proteção, levando em consideração a
capacidade de cumprimento pelo adolescente, bem como as circunstâncias e a
gravidade do ato.

Proíbe-se a prestação de trabalho forçado. Os adolescentes portadores de


doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado,
não sendo submetidos a medidas socioeducativas.

São espécies de medidas socioeducativas (art. 112, ECA):

 Advertência
 Obrigação de reparar o dano
 Prestação de serviços à comunidade
 Liberdade assistida
 Semiliberdade
 Internação

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