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Literatura

Norte - Americana
Material Teórico
Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Ms. Adriana Torquete

Revisão Técnica:
Profa. Ms. Silvana Nogueira da Rocha

Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe,
Nathaniel Hawthorne)

• Romantismo
• Edgar Allan Poe (1809 – 1849)
• Nathaniel Hawthorne (1804 – 1864)
• Considerações finais

O objetivo desta Unidade é apresentar o pensamento e ideias básicas do


Romantismo na Literatura norte-americana, ressaltando escritores como Egdar
Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, cujas obras serviram de contribuição para a
variedade narrativa de uma literatura em fase de consolidação e que deixaram
um legado para os autores que os seguiram.

Estamos prestes a estudar o período do Romantismo nos Estados Unidos, que teve início
no século XIX, dando destaque a dois autores importantes desse movimento: Edgar Allan
Poe e Nathaniel Hawthorne.
Será uma viagem interessante no universo da Literatura norte-americana. Aproveite e
interaja com o material disponível!

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Contextualização
O cenário dos Estados Unidos, no século XIX, estava voltado para os valores estéticos da
arte romântica, numa república agrária, mas que também se enveredou para a arte realista,
num industrialismo urbano.
Era possível observar naquela época a profissão das letras, o renascimento da Nova Inglaterra
com sua herança puritana, o velho sul e a aristocracia de fazendeiros, a arte realista e a ficção
do regionalismo.
A América queria se reafirmar e mostrar sua identidade, seu “eu” próprio como nação que
surgia cheia de força e talento.
É nesse contexto que, nesta unidade, vamos estudar um primeiro momento do Romantismo na
Literatura norte-americana, ressaltando autores importantes como Edgar Allan Poe e Nathaniel
Hawthorne, que fazem parte do Dark Romanticism, cujo foco principal é a falibilidade humana
e sua tendência para o pecado e autodestruição. Veja a seguir alguns livros desses autores!

Falibilidade característica do que é falível: passível de falha; sujeito a


erro, falha ou engano. Houaiss eletrônico.
Glossário

Você já os conhece ou ouviu falar deles? Vamos conhecê-los e estudá-los?

“Contos de Imaginação e Mistério”, Edgar Allan Poe; “O Corvo”, Edgar Allan Poe; Editora Melhoramentos “A letra escarlate”, Nathaniel Hawthorne; Editora
Editora Tordesilhas, 2012 Companhia das Letras, 2011

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Romantismo

Durante o século XIX, muitos europeus migraram para a América devido à oportunidade
de se tornarem proprietários de terras. Dessa forma, a população cresceu cada vez mais,
conquistando novos territórios a oeste, o que resultou em uma grande expansão das fronteiras
e da economia dos Estados Unidos.

Neste cenário, a cultura americana também se expandiu. Tal crescimento ocorreu sob a
influência de um movimento cultural europeu denominado Romantismo.

A princípio, o Romantismo surgiu como uma reação à Idade da Razão, ou Iluminismo,


movimento que dominou o cenário cultural europeu e americano no século XVIII e cuja ênfase
estava na filosofia, na ciência e em práticas racionais.

O Romantismo defendia a emoção sobre a razão e valorizava a natureza. Além disso,


era também um movimento de rebelião, pois lutava contra as regras rígidas impostas pelo
racionalismo da Idade da Razão. Essa luta pela liberdade pessoal atraiu os americanos, que
consideravam ser essa a essência de seu país. Outra característica romântica que chamou a
atenção dos americanos foi o individualismo, pois eles também haviam lutado por seus direitos
e liberdades individuais. Por fim, havia uma grande tendência na idealização da figura feminina
e da morte.

Importante!
No caso dos Estados Unidos, o Romantismo coincidiu com “a expansão nacional”,
a descoberta de uma voz “norte-americana”, a consolidação da identidade nacional
e o idealismo emergente dessa época (VANSPANCKEREN, 1994, p. 26).
O Romantismo implicou em voltar-se para a natureza, vista como algo “sublime”,
grandioso e esplendoroso, afirmando a crença no conceito de natureza como
orgânica, sendo o homem, parte dela (por isso, conhecer o “ser” não é um processo
egoísta, mas um processo para se reconectar com a humanidade).
Assim, era perfeitamente apropriado para o contexto norte-americano, onde a
natureza ocupava o centro do palco, a criação de uma nova identidade nacional
e cultural fundamentada na reconsideração e revalorização do “ser”, que se
manifestava na formação de novas palavras, como self-reliance; self-realization;
self-expression.
Seus representantes podem ser agrupados em ensaístas, romancistas e poetas, e são
considerados os pais da tradição literária norte-americana. No caso dos ensaístas,
destacam-se: Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau.

Podemos afirmar que a maioria dos autores americanos do século XIX foi afetada, de
alguma forma, pelo Romantismo. Nesta unidade, conheceremos dois autores fortemente
influenciados por este movimento: Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Edgar Allan Poe (1809 – 1849)

P oe nasceu em Boston em 19 de janeiro de 1809 e ficou órfão


muito cedo, pois perdeu seu pai em seu primeiro ano de vida e sua
mãe com apenas três anos de idade. Passou, então, a morar com o
comerciante escocês John Allan e sua esposa, um casal sem filhos. Com
eles, viaja para a Escócia e Inglaterra, onde vive dos seis aos onze anos.
Aos dezoito anos começa a publicar poemas e contos e a adquirir fama
como escritor e, posteriormente, como crítico literário. Apesar de ser
um jornalista competente, não consegue se fixar em nenhum emprego
Fonte: Wikimedia Commons
devido aos problemas com o alcoolismo.

Em 1836, Poe casa-se com sua prima Virgínia Clemm, que tinha apenas treze anos na época.
Produz vários contos de terror e mistério e publica, em 1839, “Histórias Extraordinárias”. Em
1841, escreve “Assassinatos na Rua Morgue”, em que aparece pela primeira vez seu genial
detetive Dupin. Porém, só conhece o sucesso, de fato, com a publicação de seu poema “O
Corvo” (The Raven), em 1845.

Uma fatalidade abate Poe profundamente: sua esposa Virgínia, doente havia muito tempo, morre
de tuberculose em 1847. Após este golpe, ele se afunda no alcoolismo. Em 1849, ao ser encontrado
delirando numa sarjeta, é levado ao hospital, e acaba morrendo em 7 de outubro.
Em vida, Poe foi mais conhecido na Europa do que nos Estados Unidos, devido ao famoso
autor francês Charles Baudelaire que, fascinado pelo trabalho do autor americano, traduziu
várias de suas obras para o francês, além de publicar textos críticos sobre ele.

Charles Pierre Baudelaire (1821-1867) foi um poeta e teórico da arte francesa. É


considerado um dos precursores do Simbolismo, embora tenha se relacionado com
diversas escolas artísticas. Sua obra teórica também influenciou profundamente as
artes plásticas do século XIX.

The Raven (1845)


The Raven (O Corvo) foi publicado pela primeira vez no jornal The New York Evening
Mirror, em 1845, tornando-se alvo de interesse por parte do público. The Raven está entre
os poemas mais traduzidos da história da literatura. Há dezenas de versões em francês e,
em português, há pelo menos treze versões, dentre as quais estão as traduções de Fernando
Pessoa e Machado de Assis.
O poema narra a história de um jovem que perdera recentemente sua amada, chamada
Lenore, e tem, numa noite, seu quarto invadido por um corvo, ave símbolo de mau agouro. Poe
cria, desde o início, uma atmosfera sombria, descrevendo a noite tempestuosa, o misterioso
ruído à porta e o lamento pela perda da amada que falecera:

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Once upon a midnight dreary, while I pondered weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
‘‘Tis some visitor,’ I muttered, ‘tapping at my chamber door –
Only this, and nothing more.’

Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,


And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; - vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow - sorrow for the lost Lenore –
For the rare and radiant maiden whom the angels named Lenore –
Nameless here for evermore.

Dreary: lúgubre, melancólico, sombrio.


Weary: cansado, fatigado, esgotado.
Glossário Quaint: excêntrico, bizarro, estranho.
Lore: erudição, conhecimento.
To rap: bater levemente.
Bleak: ermo, gelado, sem vida.
Ember: brasa.
Morrow: dia seguinte.
Surcease: cessação, fim.

A princípio, o eu lírico (o jovem amante) imagina que o ruído na porta seja alguém pedindo
abrigo devido à tempestade, porém, ao abrir a porta, depara-se apenas com a escuridão
(darkness there and nothing more). Atemorizado, então, o jovem atribui as batidas na porta
a alguma presença sobrenatural, talvez a sua amada Lenore.
De repente, o ruído começa a ficar mais intenso repercutindo nas janelas. O jovem, tentando
acalmar-se, atribui os terríveis ruídos ao vento (’Tis the wind and nothing more). Ao abrir a
janela, entra de forma tumultuosa um corvo que pousa no busto de Pallas. O trecho abaixo
relata o momento no qual o jovem faz a primeira das muitas perguntas que dirigirá ao corvo,
e cuja resposta será sempre a mesma _ Nevermore:

Then this ebony bird beguiling my sad fancy into smiling,


By the grave and stern decorum of the countenance it wore,
‘Though thy crest be shorn and shaven, thou,’ I said, ‘art sure no craven.
Ghastly grim and ancient raven wandering from the nightly shore –
Tell me what thy lordly name is on the Night’s Plutonian shore!’
Quoth the raven, ‘Nevermore’.

To beguile: seduzir, iludir, enganar


Craven: medroso, covarde.
Glossário Ghastly: medonho, horrível, pavoroso.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Segundo o próprio Edgar Allan Poe, em seu ensaio “Filosofia da Composição”, que
estudaremos adiante, há uma razão lógica na sequência de perguntas feitas ao corvo:

[...] Poderia fazer dessa primeira pergunta um lugar-comum, da segunda uma


expressão menos comum, da terceira ainda menos, e assim por diante, até que
o amante, arrancado de sua displicência primitiva, pelo caráter melancólico
da palavra nevermore, pela sua frequente repetição e pela consideração da
sinistra reputação da ave que a pronunciava fosse afinal excitado à superstição
e loucamente fizesse perguntas de espécie muita diversa [...] porque
experimentaria um frenético prazer em organizar suas perguntas para receber,
do esperado nevermore, a mais intolerável das tristezas.

A última pergunta feita ao corvo, de acordo com Poe, deveria ser “aquela pergunta
em resposta à qual o Nevermore envolveria a máxima concentração possível de tristeza e
desespero”. Este é justamente o momento no qual o amante pergunta se abraçaria novamente
sua amada Lenore:

‘Prophet!’ said I, ‘thing of evil! - prophet still, if bird or devil!


By that Heaven that bends above us - by that God we both adore –
Tell this soul with sorrow laden if, within the distant Aidenn,
It shall clasp a sainted maiden whom the angels named Lenore –
Clasp a rare and radiant maiden, whom the angels named Lenore?’
Quoth the raven, ‘Nevermore’.

Nas duas últimas estrofes, o jovem, desesperado, ordena que o corvo vá embora, que volte
à tempestade e ao inferno. A ave então responde o seu terrível “nunca mais”. Note que,
neste ponto, a presença do corvo torna-se, de fato, algo sobrenatural e demoníaco, pois ele
permanecerá para sempre no busto de Pallas aprisionando a alma do jovem:

‘Be that word our sign of parting, bird or fiend!’ I shrieked upstarting –
‘Get thee back into the tempest and the Night’s Plutonian shore!
Leave no black plume as a token of that lie thy soul hath spoken!
Leave my loneliness unbroken! - quit the bust above my door!
Take thy beak from out my heart, and take thy form from off my door!’
Quoth the raven, ‘Nevermore’.

And the raven, never flitting, still is sitting, still is sitting


On the pallid bust of Pallas just above my chamber door;
And his eyes have all the seeming of a demon’s that is dreaming,
And the lamp-light o’er him streaming throws his shadow on the floor;
And my soul from out that shadow that lies floating on the floor
Shall be lifted - nevermore!

O’er: over

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Observe que pouco acontece neste poema. No entanto, a sequência dos versos mostra a
capacidade genial que Poe tinha de criar o clima de horror a partir de elementos quase
inexistentes.
Importante!
Leia o poema The Raven e sua tradução, na sua íntegra, na seção “Material Complementar”
desta unidade ou acesse o link:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=6202 (Acesso em 29 de mar. 2015).

Veremos agora três traduções da primeira estrofe do poema The Raven. A primeira foi
feita pelo grande escritor brasileiro Machado de Assis. Note que esta tradução não mantém a
estrutura do texto original em relação ao número de versos e de sílabas poéticas, podendo ser
considerada uma versão. A segunda é a tradução em português mais conhecida do poema,
feita pelo famoso poeta português Fernando Pessoa e, por fim, temos a tradução do jornalista
Milton Amado, considerada por muitos críticos e tradutores a mais fiel ao texto original.

O Corvo (Tradução de Machado de Assis, 1883)


Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho,
E disse estas palavras tais:
“É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais”.

O Corvo (Tradução de Fernando Pessoa, 1924)


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
“Uma visita”, eu me disse, “está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais”.

O Corvo (Tradução de Milton Amado, 1943)


Foi uma vez: eu refletia, à meia-noite erma e sombria,
a ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais,
e, exausto, quase adormecido, ouvi de súbito um ruído,
tal qual se houvesse alguém batido à minha porta, devagar.
“É alguém”- fiquei a murmurar - “que bate à porta, devagar;
sim, é só isso e nada mais”

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

The Philosophy of Composition (1846)


No ensaio “Filosofia da Composição”, Poe analisa o processo de composição do poema
The Raven, abordando aspectos como extensão da obra, efeitos, temas, sonoridade, entre
outros. Poe busca provar como o rigor desempenha papel fundamental na criação literária,
e não a inspiração: “É meu desígnio tornar manifesto que nenhum ponto de sua composição
se refere ao acaso, ou à intuição, que o trabalho caminhou, passo a passo, até completar-se,
com a precisão e a sequência rígida de um problema matemático.”
O autor também desenvolve duas ideias centrais na teoria da literatura: a primeira é a do
efeito estético, que deve ser procurado pelo autor entre várias opções para provocar no leitor
o maior impacto possível; a segunda ideia refere-se à extensão:

A consideração inicial foi a da extensão. Se alguma obra literária


é longa demais para ser lida de uma assentada, devemos resignar-
nos a dispensar o efeito imensamente importante que se deriva da
unidade de impressão, pois, se se requerem duas assentadas, os
negócios do mundo interferem e tudo que se pareça com totalidade
é imediatamente destruído.

Segundo Poe, “A morte de uma bela mulher é, inquestionavelmente, o tema mais poético
do mundo e, igualmente, a boca mais capaz de desenvolver tal tema é a de um amante
despojado de seu amor.”

Leia o ensaio The Philosophy of Composition acessando o link:


http://xroads.virginia.edu/~HYPER/poe/composition.html.

Annabel Lee (1849)


Ainda falando sobre a produção poética de Poe, não poderíamos nos esquecer de Annabel
Lee, cuja temática é similar à de The Raven: o lamento do amante que perdera sua bela
amada. Neste caso, a jovem morrera afogada no mar.
O amor entre os jovens era tão grande que, segundo o eu lírico, até os anjos tinham inveja.
Provavelmente, sua esposa Virgínia, que falecera em 1847, tenha sido a grande inspiração
para o poema. Seguem algumas estrofes da obra:

It was many and many a year ago,


In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of Annabel Lee;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.
I was a child and she was a child,

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In this kingdom by the sea:
But we loved with a love that was more than love –
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.
[…]
For the moon never beams without bringing me dreams
Of the beautiful Annabel Lee;
And the stars never rise but I feel the bright eyes
Of the beautiful Annabel Lee;
And so, all the night-tide, I lie down by the side
Of my darling -my darling -my life and my bride,
In the sepulchre there by the sea –
In her tomb by the sounding sea.

Leia e ouça o poema completo Annabel Lee acessando o link:


https://youtu.be/rf7aBCrfOQE (Acesso em 31 de mar. 2015)

Contos de Horror
Poe é um dos maiores autores de contos (short stories) da literatura mundial, principalmente
de horror e mistério. Contos como “Berenice”, “O Gato Preto”, “A Queda da Casa de Usher”,
“William Wilson” e “O Retrato Oval” exploram temas como o enterramento precoce, a amada
amaldiçoada, o duplo e o castelo mal-assombrado. É importante salientar que Poe foi precursor
ao explorar esses temas que, atualmente, são considerados clássicos nas histórias de terror.

The Black Cat (1843)


O conto de horror mais conhecido de Poe, The Black Cat, narra a história de um homem
que, embora gostasse de animais, cometia atos violentos devido ao alcoolismo. No entanto,
mais importante do que os fatos relatados é o modo como Poe os narra, dando um tom
sobrenatural e violento à obra.
No conto, o casal possuía vários animais, porém o preferido era um gato chamado Plutão,
deus dos mortos na mitologia romana. Para salientar o clima sombrio, o narrador-personagem
acrescenta que sua esposa frequentemente afirmava que “todos os gatos pretos são feiticeiras
disfarçadas”, em alusão às antigas crenças populares. O trecho abaixo relata a primeira
atrocidade cometida contra o gato Plutão:

[...] Certa noite, ao voltar a casa, muito embriagado, de


uma de minhas andanças pela cidade, tive a impressão
de que o gato evitava a minha presença. Apanhei-o,
e ele, assustado ante a minha violência, me feriu a
mão, levemente, com os dentes. Uma fúria demoníaca

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

apoderou-se, instantaneamente, de mim. Já não sabia


mais o que estava fazendo. Dir-se-ia que, súbito,
minha alma abandonara o corpo, e uma perversidade
mais do que diabólica fez vibrar todas as fibras de
meu ser. Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei
o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei
de sua órbita um dos olhos! Enrubesço, estremeço,
abraso-me de vergonha, ao referir-me, aqui, a essa
abominável atrocidade. [...]

O sobrenatural se evidencia, principalmente, em três momentos: após o incêndio, quando o


narrador afirma ter enxergado, na parede, a imagem nítida de um gato gigantesco com uma corda ao
pescoço; na aparição do segundo gato, idêntico ao primeiro, com a exceção de uma sinistra mancha
branca em forma de forca no peito do animal; e, no final da obra, com a assustadora revelação do
crime a partir do grito infernal do gato emparedado junto ao cadáver da mulher.

Leia o conto The Black Cat, na íntegra, acessando o link:


http://www.poestories.com/read/blackcat
, ou, se preferir a tradução, acesse o link:
http://tvprudente.com.br/dominio_publico/livros/gato_preto.pdf

Contos de Detetive
Para muitos críticos, o maior feito de Poe foi a invenção do detetive Dupin e do gênero
policial. Chevalier Auguste Dupin é o protagonista de três contos: “Assassinatos na Rua
Morgue”, “O Mistério de Marie Rogêt” e “A Carta Furtada”.
Assim como os inúmeros detetives criados por autores influenciados por Poe, Dupin
utiliza como instrumento de compreensão dos fatos a sua capacidade de recriar os eventos
a partir da análise.

Em Murders in the Rue Morgue (1841), Dupin desvenda o mistério do assassinato de duas
mulheres a partir da descrição da cena do crime e dos depoimentos de várias testemunhas
publicados em um jornal. A narração é feita em primeira pessoa (narrador-personagem) pelo
amigo e confidente do detetive Dupin, que inicia o conto refletindo sobre a importância das
faculdades mentais analíticas.
Apresentamos um trecho de “Assassinatos na Rua Morgue” que relata a notícia sobre
os dois assassinatos, publicada no jornal Gazette des Tribunaux:

O quarto encontrava-se na maior das desordens, os


móveis estavam dispersos em todas as direções. Só
havia uma cama, e os colchões haviam sido arrastados
para o soalho. Sobre uma cadeira encontrou-se uma
navalha de barba com nódoas de sangue. No fogão,
duas ou três tranças compridas de cabelo grisalho,

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também ensanguentadas e com todo o aspecto de
terem sido arrancadas pelas raízes. [...] procedeu-se a
uma busca na chaminé e (horrível revelação!) retirou-
se de lá o cadáver da filha de Madame L’Espanaye,
com a cabeça para baixo. No rosto havia fortes
arranhões e a garganta apresentava nódoas negras
e vincos profundos feitos com unhas, como se a
morte fosse produzida por estrangulamento. Depois
de uma minuciosa investigação dos recantos da casa,
sem resultado positivo, todos se dirigiram para um
patiozinho pavimentado, que ficava na parte de trás do
prédio: ali jazia o cadáver da velha, com o pescoço tão
bem cortado que a cabeça caiu quando procederam ao
levantamento.

Para ler o conto Murders in the Rue Morgue, na íntegra, acesse o link:
http://poestories.com/read/murders

Importante!
Edgar Allan Poe faz parte do que se chama Romantismo Sombrio (Dark
Romanticism), cujas características literárias são irracionais e melancólicas, com
ênfase no fascínio sobre a formação da loucura humana e do mal.
Por isso, suas obras (assim como de outros autores e artistas envolvidos) geralmente
são sombrias, cheias de resignação e protagonistas autodestrutivos que não possuem
graça e sabedoria inerentes.
Os autores do Romantismo Sombrio concordam com as desvantagens do ser
humano, exibindo isso em suas obras de caráter derrotista, demoníaco e macabro, que
envolvem protagonistas satânicos, que servem para descrever os comportamentos
abstruso-excessivos e fantásticos, e fenômenos grotescos em uma estética refinada
e decadente no erótico, sensível e mórbido.
O Romantismo Sombrio manifesta um lado menos otimista sobre a condição
humana, a natureza e a divindade. Ao contrário das crenças perfeccionistas do
Transcendentalismo , o Romantismo Sombrio enfatiza a falibilidade humana e a
propensão para o pecado e a autodestruição, assim como as dificuldades inerentes
à tentativa de reforma social. Ou seja, contempla a natureza sob uma luz sinistra.
Fazem parte dessa categoria Herman Melville, Emily Dickinson, e os poetas italianos
Giacomo Leopardi e Ugo Foscolo.

Transcendentalismo (movimento que deu base ao Romantismo norte-


americano), a perfeição era uma qualidade humana inata, uma ideia-chave. Os
adeptos a esse estilo literário viam a natureza como uma espécie de mediadora
orgânica e universal com o divino.

O próximo autor a ser estudado aqui, Nathaniel Hawthorne, também faz parte do Dark
Romanticism.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Nathaniel Hawthorne (1804 – 1864)

C onsiderado o primeiro grande romancista americano, nasceu em


Salém, Massachusetts, numa família tradicional de New England.
Trabalhou como jornalista e editor, e também exerceu o cargo de cônsul
americano na Inglaterra.
Quando Hawthorne nasceu, o Puritanismo não existia mais como uma
religião predominante, mas a influência puritana nas práticas morais
e sociais permanecia muito forte em todo o país. Sabe-se que um
antepassado de Hawthorne foi juiz nos processos de feitiçaria de Salém,
Fonte: Wikimedia Commons
nos quais 19 mulheres foram condenadas à forca em 1692.
Em 1828, publicou, anonimamente, um romance intitulado Fanshave, que passou
despercebido e que Hawthorne nunca quis reconhecer como seu. Continuou a escrever contos,
publicando-os em jornais e reunindo-os num volume: Twice-Told Tales (Histórias Narradas
Duas Vezes), 1837, que teve boa recepção da crítica.

Casou-se em 1842 com Sophia Peabody, com quem teve três filhos. O casal foi viver em
Concord, onde Hawthorne conviveu com os transcendentalistas Ralph Waldo Emerson e
Henry David Thoreau. Três anos mais tarde, em 1845, voltou com a família para Salém, onde
assumiu, em 1846, o cargo de inspetor da Alfândega, por nomeação do Presidente James Polk.
Publicou, no mesmo ano, uma coletânea de contos e crônicas, intitulada Mosses from an Old
Manse (Musgos de um Velho Solar). Em 1849, devido à eleição de um presidente da oposição,
Hawthorne foi demitido do seu cargo na Alfândega e dedicou-se inteiramente à escrita.
Em 1850 publicou The Scarlet Letter (“A Letra Escarlate”), que esgotou na primeira
edição em apenas um mês. Em agosto, conheceu Herman Melville, de quem se tornou grande
amigo. O segundo romance de Hawthorne, The House of the Seven Gables (“A Casa das
Sete Empenas”, em Portugal; “A Casa das Sete Torres”, no Brasil), foi publicado em 1851 e
o terceiro, The Blithedale Romance (“O Romance de Blithedale”), em 1852.
Em 1858, os Hawthorne viajaram pela França e Itália, tendo vivido vários meses em Roma
e depois em Florença. De regresso à Inglaterra, Hawthorne terminou The Marble Faun (“O
Fauno de Mármore”), romance ambientado na Itália, publicado em 1860.
Ainda nesse ano, regressou com a família a Concord, onde iniciou vários livros que não
conseguiu acabar. Reuniu num volume, intitulado Our Old Home (“A Nossa Velha Casa”), as
crônicas sobre a Inglaterra que havia publicado em revistas.
Hawthorne escreveu também vários livros para crianças, dentre os quais se destacam as suas
adaptações de lendas gregas, como A Wonder Book for Girls and Boys (“Um Livro de Maravilhas
para Meninos e Meninas”), em 1852, e Tanglewood Tales (“Histórias de Tanglewood”), em
1853. Hawthorne morreu no dia 19 de maio de 1864, em Plymouth, New Hampshire.

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The Scarlet Letter (1850)
Sua obra-prima The Scarlet Letter (“A Letra Escarlate”) conta a história de Hester Prynne,
uma mulher que, considerada adúltera pela sociedade puritana, é humilhada e condenada a
usar em sua roupa uma letra A bordada em vermelho por toda a vida.
Graças a Hawthorne, A Letra Escarlate tornou-se um emblema da intolerância puritana. A
obra narra o drama do amor impossível entre Hester Prynne e o Reverendo Arthur Dimmesdale.
O romance tem início com o julgamento de Hester que, com sua filha Pearl nos braços, se
recusa a dizer quem é o pai do bebê, fruto do adultério.
Segundo Carolina Nabuco (2000), Hester Prynne “escapou da pena máxima – a morte – apenas
por acharem que sua juventude e beleza diminuíam a responsabilidade de culpa. O amante, de
quem ninguém desconfiava, continuou tido como modelo de pureza e fidelidade à vocação.”
Sobre as personagens principais, podemos afirmar que Hester é uma mulher corajosa e
íntegra que, mesmo diante das maiores humilhações, está sempre disposta a ajudar as pessoas.
Dimmesdale, o famoso reverendo, demonstra um grande remorso ao ver o sofrimento da amada
Hester, porém é covarde até os momentos finais do romance, quando revela o seu pecado:
a letra “A” gravada em sua carne. A pequena Pearl, ironicamente “pérola”, representa, ao
mesmo tempo, a inocência da criança e o adultério supostamente cometido pela mãe.
O trecho abaixo traz a grande revelação do reverendo Arthur Dimmesdale a toda
comunidade puritana:

“‘Povo da Nova Inglaterra! Povo que me considerou santo!


Aqui estou diante de vós, pecador deste mundo. Finalmente,
finalmente, no lugar onde há sete anos eu devia ter estado com
esta mulher. [...] Olhem a letra escarlate que ela usa. Tivestes medo
dela; onde quer que ela estivesse, onde quer que fosse, carregava
desgraçadamente o seu fardo de culpas. Mas, entre vós, andava
alguém trazendo, sem que causasse até hoje arrepio, a mesma
marca de pecado e infâmia. Deus a via! Os anjos apontavam-na.
O demônio conhecia-a e tocava-a constantemente com seu dedo
ardente. Mas o homem escondia-a e andava entre vós com dor
no rosto, cumprindo sua penitência, neste mundo corrompido!
Agora, na última hora de sua vida, ele está diante de vós. Olhai
a letra sobre o peito de Hester. Pois esta marca, em todo seu
misterioso horror, não é senão a sombra do estigma vermelho
que o homem também traz no peito. Se duvidais do Juízo Divino
contra um pecador, então olhai, olhai e vede este juízo!”

Arrancando, com gesto convulso, o peitilho eclesiástico, deixou o peito


nu. O olhar da multidão horrorizada concentrou-se sobre o milagre,
enquanto um rubor de triunfo subiu às faces do ministro como se, no
momento de sua pior dor, houvesse ganhado uma vitória.

O romance “A Letra Escarlate” é considerado uma obra-prima atemporal, pois trata de


temas universais como amor, ódio, pecado, punição, vingança e hipocrisia.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Importante!
Quando publicado em 1850, Hawthorne duvidou que se tornasse popular. Entretanto,
o romance se tornou best-seller instantâneo. Embora elogiado por críticos, “A Letra
Escarlate” provocou a ira de alguns religiosos que não se conformaram com o tema que
estava sendo tratado.
Vale ressaltar que o tema estava em alta na época devido ao começo do feminismo e do
lançamento de obras como “Dom Casmurro” (Machado de Assis), “Madame Bovary”
(Gustave Flaubert) e óperas como “Tristão e Isolda” (Richard Wagner).

Se você quiser ler o romance The Scarlet Letter, acesse o link:


http://www.online-literature.com/hawthorne/scarletletter/

The House of the Seven Gables (1851)


The House of the Seven Gables é um romance gótico que explora temas como culpa,
retribuição e expiação em uma família da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, colorindo seus
relatos com sugestões de ordem sobrenatural e bruxaria. O gênero gótico se preocupava
basicamente com temas de romance, paixão e falibilidade humana.

Saiba Mais
Gótico gênero de romance, cultivado mais significativamente na Inglaterra e nos
Estados Unidos (séculos XVIII e XIX), onde a presença de elementos sobrenaturais e
criaturas grotescas cria uma atmosfera de mistério e terror. Associado com frequência
ao conto fantástico, o gênero apresent ambientes oníricos e carregados de tensão
psicológica. O protagonista da história surge quase como um anti-herói, fragmentado
interiormente e alienado da realidade que o cerca, por vezes buscando no sobrenatural
uma explicação e um sentido para a sua existência.
Algumas obras que fazem parte desse estilo: The Castle of Otranto (1768), de
Horace Walpole; The Mysteries of Udolpho (1794); e The Italian (1797), de Ann
Radcliffe; The Monk (1796), de Matthew Gregory Lewis; Melmoth, the Wanderer
(1820), de Charles Robert Maturin; e Frankenstein (1818), de Mary Shelley.
Entre os expoentes máximos do romance gótico norte-americano contam-se Charles
Brockden Brown e Edgar Allan Poe (este último conhecido como o impulsionador dos
contos de terror e do romance policial).
O romance gótico marcou também presença na literatura portuguesa do período
romântico, com as narrativas Anátema; e O Esqueleto, de Camilo Castelo Branco,
entre outros

Vale ressaltar que uma visão moderadamente cínica e pessimista da natureza humana
impregna os romances de Hawthorne, frequentemente explorando as falhas humanas, tais
como a hipocrisia e a imortalidade.
No centro do romance, que mistura realismo e fantasia, a família Pyncheon detém muitos
segredos obscuros e terríveis, apesar de sua proeminência social.

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Hawthorne chamou The House of the Seven Gables de romance, dizendo que os romances
não eram vinculados pelo curso natural da experiência humana.
A história foi inspirada em uma Casa de Sete Torres existente em Salém, pertencente à
prima de Hawthorne, Susanna Ingersoll, e pelos antepassados Hawthorne que desempenharam
algum papel na caça às Bruxas de Salém, em 1692.
O livro foi bem recebido na época e mais tarde teve uma forte influência no trabalho de
H. P. Lovecraft, escritor estadunidense que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe
elementos fantásticos que são típicos dos gêneros de fantasia e ficção científica. O princípio
literário de Lovecraft era o que ele chamava de Terror Cósmico, que se resume à ideia de
que a vida é incompreensível ao ser humano, e de que o universo é infinitamente hostil
aos interesses do homem. Em suas obras, expressa uma profunda indiferença às crenças e
atividades humanas. Lovecraft produziu um panteão de entidades extremamente anti-humanas
com as quais, nas suas histórias, os seres humanos podem se comunicar.
De uma maneira geral, seus trabalhos expressam uma atitude profundamente pessimista e
cínica, muitas vezes desafiando os valores do Iluminismo, Romantismo, Cristianismo e Humanismo.

Lovecraft era assumidamente conservador. Em seu poema An American


To Mother England, publicado em janeiro de 1916, emprega arcaísmos,
vocabulário e ortografia marcadamente britânicos, o que contribuiu para
aumentar a atmosfera dos seu contos, pois muitos deles contêm referências
a personagens que viveram antes da Independência das Treze Colônias, bem
como a estabelecimentos comerciais existentes entre os séculos XVII e XVIII.

Você poderá comprovar seu estilo conservador em The Case of Charles


Dexter Ward (“O Caso de Charles Dexter Ward”). Para download da obra
em pdf, acesse o link:
http://www.hermetics.org/pdf/c_d_ward.pdf (Acesso em 20 de mai. 2015).

Importante!
Durante a sua vida, Lovecraft dispôs de um número relativamente pequeno de leitores,
mas sua reputação se elevou com o passar das décadas.
É considerado um dos escritores de terror mais influentes do século XX. E, igualmente a
Edgar Allan Poe, (século XIX), tem exercido uma influência incalculável sobre sucessivas
gerações de escritores de ficção de horror.

Voltando à obra de Hawthorne, The House of the Seven Gables foi adaptado diversas
vezes para o cinema e televisão. É classificado como drama e as estrelas principais são George
Sanders, Margaret Lindsay e Vincent Price.
A trama cinematográfica, no entanto, difere dramaticamente do romance. O filme começa
com a câmera focalizando um livro, e enquanto as páginas do livro são viradas, o público
apreende a história sobre a família Pyncheon. A atmosfera é excelente, a direção artística e o
figurino são impressionantes.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Assista ao filme The House of the Seven Gables, disponível no Youtube:


https://www.youtube.com/watch?v=n3TW8BwUGio (Acesso em 30 de mar. 2015).
Ou, se preferir, leia a obra em pdf, disponível para download no link:
http://www.gutenberg.org/files/77/77-h/77-h.htm (Acesso em 30 de mar. 2015).
Se quiser informações sobre a análise da obra e de seus personagens,
acesse o link:
http://www.sparknotes.com/lit/sevengables/context.html (Acesso em 31 de mar. 2015).

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Considerações finais

Nessa unidade, você conheceu os primeiros grandes nomes da Literatura norte-americana:


Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne (destaques do Dark Romanticism ou Romantismo
Sombrio). Ressaltamos que os dois autores foram fortemente influenciados pelo Romantismo,
movimento que defendia a emoção sobre a razão e valorizava a natureza. Além disso, era também
um movimento de rebelião, pois lutava contra as regras rígidas impostas pelo racionalismo da
Idade da Razão, o que fez os americanos considerarem isso a essência de seu país.
Não se esqueça de acessar o material extra, na seção “Material Complementar” desta
unidade. Lá você poderá encontrar mais informações e dicas para ampliar seus estudos sobre
o Romantismo nos Estados Unidos.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Material Complementar

Vídeos:
A Queda da Casa de Usher (1928)
Mesmo sem som, o cineasta polonês Jean Epstein parece ter feito a tradução definitiva do
desespero e decadência da história de Edgar Allan Poe.

Os Assassinatos da Rua Morgue (1932)


Livremente inspirado no conto macabro, é bizarro e divertido

O Gato Preto (1934)


Segundo a crítica, tem pouco ou nada a ver com o conto de Edgar Allan Poe, mas vale a pena
conferir para fazer uma comparação.

O Solar Maldito (1960)


Versão do conto “A Queda da Casa de Usher”, capitaneada pelo excelente Vincent Price.

A Mansão do Terror (1961)


Envolve uma câmara de tortura, um sádico incontrolável e uma lâmina acoplada em um pêndulo.

Muralhas do Pavor (1962)


Filme considerado a melhor adaptação de “O Gato Preto”.

A Dança Macabra (1964)


Filme de terror que mostra uma mansão mal-assombrada, com fantasmas sedentos por sangue,
querendo pagar uma aposta.

A Orgia da Morte (1964)


História sobre um príncipe sádico e satanista na Idade Média.

Histórias Extraordinárias (1968)


Episódios baseados nos contos de Edgar Allan Poe, com estrelas como Brigitte Bardot, Alain
Delon, Jane Fonda e Terence Stamp.

Vincent (1982)
História de um garotinho que sonha ser Vincent Price e tem Edgar Allan Poe como seu autor favorito.

Livros:
The Scarlet Letter (“A Letra Escarlate”)
O romance está disponível, em sua íntegra, no link:
http://www.online-literature.com/hawthorne/scarletletter/ (Acesso em 21 de mar. 2015).

The House of the Seven Gables


A obra está disponível em pdf. Para download, acesse o link: <
http://www.gutenberg.org/files/77/77-h/77-h.htm (Acesso em 30 de mar. 2015).

Se quiser informações sobre a análise da obra e de seus personagens, acesse:


http://www.sparknotes.com/lit/sevengables/context.html (Acesso em 31 de mar. 2015).

Vídeos:
The House of the Seven Gables
Assista ao filme, disponível no YouTube, acessando o link:
https://www.youtube.com/watch?v=n3TW8BwUGio (Acesso em 30 de mar. 2015).

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Referências

CUNLIFFE, M. The Literature of the United States. 4.ed. Middlesex: Penguin, 1986.

HIGH, P. B. An Outline of American Literature. England: Longman, 2002.

NABUCO, C. Retrato dos Estados Unidos a Luz da sua Literatura. 2.ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

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Unidade: Século XIX: Romantismo (Edgar Allan Poe, Nathaniel Hawthorne)

Anotações

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