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Lançamentos

TOUCHDOWNSÉRIE PASS TO WIN


LIVRO 01

by
EQUIPE PL
TRADUÇÃO: Kelly m, Jaque
REVISÃO Inicial: Ju Oliveira, Lorac
REVISÃO Final: Maisy
LEITURA FINAL: Fabiene/Marci Souza
FORMATAÇÃO: Daniela Rodrigues
VERIFICAÇÃO: Tinker Bell e Letícia
SÉRIE PASS TO WIN

DISTRIBUÍDO

PRÓXIMOS LANÇAMENTOS
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obra, incentivando-o à aquisição integral da obra literária
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seleção, tradução e disponibilização apenas de livros sem
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Equipe Pegasus Lançamentos


Sinopse
Alexa:

Eu o odiava, mas o queria ...


Odeio a chantagem emocional que minha mãe faz por
não estar com Sebastian, o cara que ela queria que eu
casasse. Nunca o quis. Mas se não o aceitar, minha mãe vai
cortar todo e qualquer relacionamento comigo.
Só estou interessada no zagueiro da equipe para a qual
eu torcia, mesmo que o odiasse. Independentemente disso,
não posso negar que o meu corpo e o meu coração o
desejam. Mas estamos prestes a nos formar e seguir nossos
caminhos separados. O que fazer?

Martin:

Eu sempre a amei, mas sou mais pobre do que ela


pensa...
Jogando meu último ano pela faculdade como o super
quarterback que todos acreditam que sou. Isso era bom e
ruim ao mesmo tempo. Esperava ser convocado para a 1NFL e
ser capaz de ajudar financeiramente a minha família por tudo

1
A National Football League é a maior liga de futebol americano do mundo, com trinta e dois times nos
Estados Unidos. Em termos de renda e número de fãs, a NFL é a maior liga de esportes na América do
Norte e uma das maiores do mundo.
o que fizeram por mim, e tirá-los daquele trailer. Mas isso
significaria estar longe de Alexa.
Ela era a líder de torcida que sempre quis ao meu
lado. Mas cara, ela poderia ser tão insuportável às vezes! Isso
até os nossos amigos nos trancarem no dormitório e não nos
deixarem sair até nos entendermos. Não tenho a menor ideia
do que vai acontecer depois ...
CAPÍTULO 01
ALEXA

Parece loucura pensar que a única coisa que as


pessoas vão saber sobre mim não será nada além de uma
lembrança desta noite. Na época da escola, eu era conhecida
apenas como “A menina rica” e odiava isso. Então, me tornei
“A líder de torcida”.

Quero dizer, não é bom ser conhecida por apenas


uma parte da minha vida, mas pelo menos as pessoas me
reconheciam por algo que sou realmente boa. Princeton se
tornou a minha segunda casa, um lugar onde podia ser eu
mesma, sem meus pais se intrometerem nos meus assuntos.

Na verdade, era melhor do que estar em casa, porque


quando meus colegas ouviam o nome Alexa Hall, a maioria
não fazia a conexão com a minha família multimilionária.

Desde nova, sempre quis praticar esportes. Sou uma


competidora feroz, mas a minha mãe pensava que o esporte
para meninas era apenas para as “crianças ásperas”. Isso é
apenas outra maneira de dizer “pessoas pobres e feias”.

Lembro de uma vez, na escola primária, quando


estava jogando futebol com algumas crianças no recreio.
Topei com um menino dois anos mais velho e como resultado
tive dois dentes a menos. Eram dentes de leite, por isso
realmente não foi um grande negócio. Minha mãe
absolutamente me repreendeu quando cheguei em casa,
apesar de tudo. Quando parou de gritar comigo por ter
arruinado o meu rosto, ela apenas chorou e não olhou para
mim por dias.

Não me deixou participar de um torneio naquele fim de


semana, e disse à escola que não estava autorizada a
participar de tais jogos perigosos. Fiquei aliviada que não tive
que ir para o torneio, mas ter que ficar à margem do campo
enquanto meus amigos se divertiam durante o recreio era
uma tortura.

Então foi uma surpresa quando minha mãe me


permitiu entrar para o time de torcida quando comecei o
ensino médio. O treinador me elogiou, dizendo que era a
primeira caloura a representar a equipe em mais de uma
década.

Fui sentar sobre a linha do campo, fiz isso para poder


torcer pois desejava, na verdade, ser capaz de fazer parte de
algo. Eu amava torcer, mas realmente, gostava mais de ter
uma desculpa para ir aos eventos esportivos da escola e estar
tão perto da ação.

Amava a sensação de correr para baixo da linha lateral,


e executar um handspring2 perfeito. Adorava a sensação de
ser lançada no ar. Brilhava quando todos os olhos estavam

2
Salto duplo
em mim enquanto dançava junto à música da banda durante
os intervalos dos jogos. Não há nada melhor do que animar
um time de futebol em uma noite de outono.

Minha garganta apertou quando lembrei que esta era a


última noite em que iria estar com o tablado de molas com
grama sintética debaixo dos meus pés. Secretamente gostava
de assistir futebol, mas o da faculdade é outro tipo de
espetáculo. Estava em êxtase quando soube que participaria
do pelotão de Princeton.

Não importa o que estava acontecendo na minha vida,


sempre tinha os sábados livres para os jogos. Amava acordar
cedo, passar a manhã me preparando com os meus amigos
do grupo e apoiar a equipe de futebol. Gostava de passar um
tempo com os jogadores, também.

Eles eram engraçados e bonitos, e sempre organizavam


as festas mais incríveis. Sair com os jogadores de futebol era
como ser uma celebridade, pelo menos dentro do campus.
Conheci alguns deles muito bem, assim como gostaria de ter
chegado a conhecer outros melhores.

– Alexa, dez segundos até o intervalo. Vamos! Sasha


me chamou, tirando-me do meu devaneio.

Durante o intervalo, as líderes de torcida iam para


seu próprio vestiário no estádio, enquanto a banda tocava no
show do intervalo. Era o único momento do dia em que
estávamos fora dos holofotes.
– Você pode acreditar que está quase no fim? Quer
dizer, ainda temos a temporada de basquete, mas não posso
imaginar não estar aqui na próxima temporada. Sasha disse
enquanto passava um batom vermelho brilhante em meus
lábios.

– Não quero falar sobre isso. Gia fungou. – Não consigo


parar de pensar o quão triste estará Sam esta noite.
Especialmente se perderem este jogo.

– Oh, podem voltar e vencer. Você nunca sabe.


Respondi, tentando ser otimista. Mas, realmente, tinha uma
suspeita de que não ganhariam esta partida. A segunda
metade da temporada foi uma espiral descendente.

– Sim, você está certa! Enxugando os cantos dos olhos,


como se a sua atitude positiva pudesse ajudar sozinha toda a
equipe perdedora de seu namorado.

– Imagine a festa hoje à noite, se vencerem!

– Imagino que um determinado jogador vai querer


agradecer todo o seu apoio nos últimos quatro anos.

–Não quero ouvir isso, Sasha. Reclamei repreendendo a


minha melhor amiga.

– Quem disse que estava mesmo pensando em festejar


hoje à noite? Talvez apenas vá para casa terminar alguns
trabalhos.
– Você é uma nerd. Gia brincou. – Se não soubesse
melhor, não acreditaria que você é a chefe das líderes de
torcida.

Sorri. Estudei muito para conseguir boas notas e ainda


ter tempo para criar novas coreografias para a equipe. Não
queria que as outras meninas pensassem que estava na
faculdade por ser bonita, rica e popular.

– Vamos, senhoras! O treinador da nossa equipe gritou


pelo corredor. – Cinco minutos até o segundo tempo começar.

Peguei meus pompons e caminhei de volta para o


estádio. A multidão estava em silêncio. Não é fácil ver seu
time perder pontos por causa de ataques fáceis ou por ter
deixado cair passes. Era ainda mais difícil animar quando a
multidão só queria ir para casa e beber em virtude da dor de
outra derrota consecutiva. Era hora de começar a trabalhar.

– Vamos Tigres, vamos!!!!! Gritei liderando minha


equipe. Fiz a coreografia que ensaiei tanto em toda a
temporada: uma rodada, duas voltas e uma virada traseira.
Pousei e sorri acenando para a multidão. Isso colocou a seção
dos estudantes em seus pés, gritando e aplaudindo. Era bom
chamar atenção por habilidades que tinha trabalhado tanto
para aprimorar.

Os jogadores voltaram para o campo, e foi a nossa


sugestão para começar a dançar. Cometi o erro de olhar para
trás, durante a nossa familiar coreografia. Rapidamente virei
e depois quebrei o contato visual com um dos jogadores.
Martin lançou um sorriso rápido para mim, e, por uma fração
de segundo, perdi meu lugar na coreografia. Podia ouvir
Sasha rindo para mim.

– O que aconteceu lá, Alexa? Sasha riu.

– Desculpe, acho que me distraí.

– Meu palpite é que você teve um vislumbre de Martin e


seu cérebro desligou.

– Ah, você acha que é tão inteligente. Dei um sorriso


falso. Meu cérebro girava enquanto tentava mudar de
assunto.

– Ei, Gia. Seu namorado parece que está indo matar


alguém.

– Sim? Respondeu ela. – Espero que os seus adversários o


achem assustador, porque acho que é adorável.

– Ugh, apenas se casem. Sasha gemeu. – Vocês são muito


bonitos para mim.

– TOUCHDOWN! O locutor rugiu. – Número 81, Donny


Jackson!

As líderes de torcida saltaram para cima e para baixo, e


os nossos aplausos foram abafados pela multidão. Donny
correu para a linha lateral e piscou para mim quando tirou o
capacete. Fingi que não vi.
Após o ponto extra, começamos com o costume de cantar
o hino da escola. Que correria! Às vezes, tinha que fingir
minha alegria com um sorriso, mas este era tão real quanto
possível.

Havia apenas cinco minutos restantes do jogo. A equipe


estava perdendo por oito pontos agora. Uma vitória seria uma
ótima maneira de terminar a minha carreira de líder de
torcida. Não acho que já aplaudi tão alto na minha vida. A
multidão estava muito agitada.

– Defesa, defesa! Gritei e todo o estádio seguiu. Isto foi o


mais alto que já ouvi a multidão nos últimos quatro anos. O
ruído funcionou. A outra equipe não poderia ouvir o chamado
do jogo, e em confusão, os nossos jogadores forçaram um
fumble3 e correram de volta para a linha de cinquenta jardas.

Três minutos para acabar.

O treinador pediu tempo, e foi a nossa deixa para torcer.


A música foi crescendo e a energia da multidão, elétrica. Era
hora de algumas acrobacias. Coloquei cuidadosamente meu
pé nas mãos de duas colegas da equipe de torcida que eram
fortes, e me lançaram para o céu.

Estava voando e não queria cair porque estaria de volta a


realidade. Coloquei meus pés nos braços macios das minhas
companheiras. Tinham sido como família para mim, odiava a
ideia de deixar a equipe e ser substituída.
3
Ocorre quando um jogador que tem a posse e controle da bola a deixa cair.
Faltava um minuto. A equipe conseguiu algumas
penalidades na linha de trinta jardas. Em seguida, outra
penalidade empurrou-os de volta para as dez jardas. Só havia
tempo suficiente para mais uma jogada.

Primeiro, correram a bola para as três jardas.

Segundo, para baixo, apenas duas jardas.

Terceiro, um passe ao longo de todo o campo.

A multidão ficou em silêncio. A bola estava no ar, voando


baixo para a zona final. Um dos receptores estendeu a mão e
pegou a bola. O estádio entrou em erupção. Estavam
perdendo por apenas um ponto com meros segundos à frente
do jogo terminar. Outro ponto extra bem sucedido iria enviar
o jogo para a prorrogação. A conversão de dois pontos nos
daria a vitória.

Lancei uma vibração, pela última vez, antes da jogada


final. Quando me virei, vi o chutador correr para o campo. O
central jogou a bola para o titular, que rapidamente se
levantou e ficou pronto para lançar a bola.

Era uma jogada ensaiada!

A bola passou voando pelo ar para encontrar o receptor


no canto da zona do fim. Segurei minha respiração enquanto
o assisti pular com as suas mãos estendidas. Dois jogadores
balançaram no ar, e um dos nossos jogadores agarrou a bola.
Tinha acabado. Os tigres de Princeton ganharam o jogo final
da temporada!

A excitação na multidão era inebriante. As líderes de


torcida correram para o campo para se juntarem aos
jogadores e aos alunos na celebração. Nós estávamos
pulando e cantando a canção da universidade.

O barulho era ensurdecedor e havia pessoas em toda


parte. Em um ponto, senti uma mão encostar na parte
inferior das minhas costas. Me virei para ver quem era, mas
tinha desaparecido. Meu coração estava batendo mais rápido,
mas não estava muito certa do porquê. Talvez só me deixei
levar pela vitória.

– Vamos, Alexa! Sasha me chamou. – Vamos nos trocar e


ir buscar algumas bebidas.

– Boa ideia. Eu vou comprar.

– Bom! Disse, colocando seu braço em volta do meu


ombro. – Não estava indo comprar mesmo.
CAPÍTULO 02
MARTIN

Não acho que já estive sob tanta pressão na minha vida.


Este é o meu último jogo de futebol da faculdade e as apostas
são altas. O quarterback sempre é culpado pelas derrotas.

Poderia ter estatísticas surpreendentes, mas se meus


atacantes não estivessem fazendo um bom bloqueio, seria o
culpado por tudo. Desde que sou o capitão, acho que meus
companheiros me culpam pelas derrotas. Nunca diriam nada
na minha cara, mas ainda podia ouvir os sussurros no
vestiário quando ninguém sabia que estava lá.

A maneira que jogar esta noite poderá determinar meu


futuro. Nós não somos realmente conhecidos como uma
“universidade do futebol”, por isso é mais difícil obter o
reconhecimento dos olheiros do futebol profissional.

Na melhor das hipóteses, ficaria conhecido nas duas


primeiras rodadas. Voltaria para casa e jogaria em Denver,
assim como meu pai fez. Nós tivemos nossas diferenças ao
longo dos anos, mas gostaria de experimentar apenas uma
pequena quantidade da glória que ele teve em sua carreira
profissional. Na pior das hipóteses, serei um agente livre e
trabalharei com algumas equipes para tentar ganhar um
lugar. Algum lugar. Qualquer lugar.
Realmente queria ganhar este jogo, porque a minha
equipe nunca chegou tão longe. Isso significaria muito para o
meu treinador, para minha equipe e para todos os fãs, caso
ganhássemos. Assim, muitas pessoas estavam contando
comigo para fazer isso acontecer.

– Martin? O treinador disse, colocando a mão no meu


ombro. – Você está focado?

– Sim, treinador! Nunca iria ser convocado, se não


conseguisse me concentrar o suficiente no jogo para vencer.

– Nós vamos fazer algumas coisas de forma diferente no


segundo tempo. A defesa descobriu o nosso jogo. Você vai ter
que fazer mais passes.

– Ok! Não tinha muita confiança nos meus receptores.

– E Martin, tente se divertir um pouco lá fora! Disse o


treinador quando saímos do vestiário.

Corri para o campo, para o segundo tempo com a mente


clara e determinado. Vi Alexa, uma das mais bonitas líderes
de torcida, olhando diretamente para mim quando me
aproximei da linha lateral. Tinha uma fraqueza para o jeito
que parecia quando seu cabelo era soprado pelo vento. Tentei
colocar a imagem de suas coreografias para fora da minha
mente.

O primeiro tempo do jogo não foi bem. Os receptores não


pegaram a bola. Olhei para a linha lateral para alguma
orientação. Meu backup e melhor amigo, Reg, estava me
dando sinais para a próxima jogada.

Sempre pude confiar nele para me ajudar durante os


jogos difíceis. Peguei a bola e entreguei para Sam. Correu
apenas quatro jardas, mas foi bom o suficiente para um first
down. Ninguém precisava dizer a ele para se concentrar. O
cara era um animal.

Depois de algumas jogadas difíceis, estávamos perto de


marcar ponto. Ainda estávamos perdendo por oito pontos. Dei
um longo passe para Donny Jackson. Não confiava no cara,
mas era o único aberto. Meu lance perfeito caiu bem em suas
mãos abertas. Touchdown! Fez uma dança estúpida na linha
final do campo. Tem sorte que não conseguiu uma penalidade
pela celebração excessiva, ou teria que ser taxativo com ele.

O treinador me chamou para a linha lateral. Estava me


preparando mentalmente para a prorrogação.

– Qual é o plano para a prorrogação?

– Não vai ser uma prorrogação! Nós estamos indo para o


falso kicker4. Vamos terminar isso agora.

Senti-me eviscerado. Sempre me imaginei em pé no


campo, tendo a percepção de que este era o último jogo da
minha carreira universitária. Mal sabia que aquele momento
havia passado, não tive a chance aproveitá-lo. Confiava em

4
É quando o jogador fica responsável de chutar os field goals, extra points.
meus companheiros, mas estava nervoso. Não gostava de
quando as coisas estavam fora do meu controle.

Assisti ao jogo, prendendo a respiração o tempo todo. A


bola voou pelo ar pelo o que parecia longos minutos. Nós
conseguimos! O jogo acabou e nós ganhamos!

Sei que não é possível, mas realmente parecia que todo o


estádio havia se esvaziado e corrido para o campo no
momento em que saí da linha lateral. O gramado se tornou
uma grande festa. Meus companheiros de equipe saltavam
para cima e para baixo, e ao mesmo tempo, abraçavam-se. Vi
Alexa novamente e tive a súbita vontade de pegá-la e beijá-la.

Resisti, porque sabia que iria assustá-la. Em vez disso,


poderia simplesmente perguntar se estava indo para a festa
depois. Isso seria bom. Bati em suas costas, mas, em
seguida, entrei em pânico. Andei rapidamente pela multidão,
em direção ao vestiário. Haveria tempo para conversar mais
tarde, se aparecesse na festa.
CAPÍTULO 03
ALEXA

Havia essa vibração estranha no meu estômago enquanto


me arrumava para a festa, junto com Sasha e Gia. Parecia
nervosa, mas não havia nenhuma razão para estar assim
agora, o jogo tinha acabado. Talvez só estivesse me sentindo
animada para a noite que viria. Não é todo dia que a sua
equipe vence um grande jogo.

Eu, Sasha e Gia morávamos em um dos apartamentos do


alojamento, no campus. Estes edifícios eram repletos de
atletas, já que o departamento atlético deixava as equipes
esportivas terem tudo o que quisessem. Nosso dormitório é
bastante espaçoso, mas, como de costume, minhas
companheiras de quarto estavam revirando o meu armário, à
procura de algo para vestir para a festa.

– Alexa, este é novo? Sasha perguntou quando levantou


um vestido preto.

V Não, tenho faz um tempo.

– Vou começar a verificar se há portas para Nárnia. Estive


aqui centenas de vezes e ainda acho coisas que nunca vi
antes.
– Temo o dia em que sair, pois significa que vou ter que
começar a comprar minhas próprias roupas. Disse Gia.

Preparar-se para as festas com as minhas meninas era


uma das minhas coisas favoritas a fazer. Éramos uma boa
equipe; Gia era hábil em fazer cabelo e maquiagem, eu tinha
as roupas, e Sasha sempre dava uma opinião honesta sobre
como nós estávamos.

– Nós provavelmente devemos sair logo ou o bar estará


muito lotado para conseguir as bebidas! Digo enquanto me
ajusto na minha saia lápis.

– Meninas, com o corpo que vocês possuem, vocês não


têm que comprar suas próprias bebidas. Sasha riu.

– Aposto que ofereceram pelo menos cinco bebidas nos


primeiros dez minutos. O que você acha, Gia?

– Pelo menos sete.

– Engraçado. De qualquer forma, sou perfeitamente capaz


de comprar as minhas próprias bebidas.

Ligamos para um táxi e menos de 10 minutos depois


estávamos em nosso caminho para o bar. As líderes de
torcida estavam falando sobre quão incrível era o clube.
Aparentemente, havia até uma área VIP para os jogadores de
futebol. E em qualquer lugar que os jogadores de futebol
estivessem, você poderia garantir que haveria líderes de
torcida ao lado deles.
– Nós vamos querer três cranberries com vodka. Disse ao
barman quando finalmente alcançamos o bar.

– Não, terão três doses de tequila! Disse uma voz atrás de


nós. – Isto é uma festa.

– Reg! Parabéns pela vitória! Gritei por cima da música.

– Obrigado. As senhoras são bem-vindas para me


acompanharem até a seção VIP. O serviço é muito melhor lá
atrás.

– Vocês querem iniciar uma conta? O barman perguntou.

– Sim, porque não? Isto é uma festa! Repeti o que Reg


disse, para seu deleite.

Bebemos a nossa tequila e chupamos os limões para


aliviar a queimadura. O clube estava em pleno andamento.
As luzes estavam piscando em uma variedade estonteante e a
música era ensurdecedora. É o tipo de lugar onde você tem
que gritar apenas para ter uma conversa com alguém.

– Sasha! Prometa-me que você não vai me deixar tomar


quaisquer decisões questionáveis esta noite

– Tarde demais! Disse enquanto entregava mais uma


rodada de tiros.

Nós fizemos nosso caminho através do clube, para estar


com alguns dos caras do futebol. Sam acenou para gente de
onde ele estava sentado.
– Estou feliz que nós ganhamos! Porque esta festa teria
sido miserável se tivéssemos perdido.

– As coisas vão ficar loucas esta noite! O treinador não


gostava quando bebíamos durante a temporada, então todo
mundo está compensando o tempo perdido esta noite.
Comentou Reg.

– Ei, estamos recebendo o serviço completo, vocês querem


alguma coisa? Perguntou Martin. Meu estômago deu uma
cambalhota quando o vi. Não seja idiota, pensei. Nada vai
acontecer hoje à noite.

– Não, vocês ganharam o jogo. Estou comprando nossas


bebidas. Coloque-o na minha conta.

Sorriu e saiu correndo para encontrar a garçonete. Voltou


com uma garrafa cheia de vodka e vários drinks diferentes.
Nós bebemos e rimos sobre todos os momentos de diversão
que tivemos ao longo das últimas quatro temporadas.

– Lembram-se do tempo em que Sam ia perguntar a Gia


para sair após o jogo na volta para casa? Estava tão nervoso
e jogou terrivelmente. Quantas fumbles que você fez nesse
jogo? Quatro? Reg riu.

– Eram três, e tinha uma boa razão para estar nervoso.


Estava pensando em pedir a líder de torcida mais quente do
planeta para ser minha, e isso meio que me assustava.

– Ahhh ... Todo mundo zombou enquanto se beijavam.


– E sobre o momento em que Martin roubou os pompons
de Alexa durante o jogo e os escondeu em um saco de
equipamentos? Disse Sam.

– Foi você? Pensei que havia perdido, além de ter


arranjado problemas com o meu treinador. Tive que correr
até a sala de equipamentos que ficava do outro lado do
campus para obter novos pompons. Bati no seu braço.

– Bem, agora que nós estamos dizendo segredos, fui à


única que encheu seu quarto com balões durante seu ano de
calouro.

– Oh, sabia que era você. Quando as pessoas fazem essa


brincadeira, costumam encher os próprios balões. Apenas
Alexa Hall gasta tanto dinheiro em balões de hélio para uma
brincadeira boba.

Meu rosto estava quente, a riqueza da minha família não


era segredo, mas era embaraçoso quando as pessoas me
zombavam por causa dela.

– Alexa! Disse uma voz da cabine atrás de nós. –


Você está maravilhosa esta noite. Venha dançar comigo. Foi
Donny. Era mais um garoto rico, mas ao contrário de mim,
ostentava em todas as oportunidades.

– Claro! Disse, já me sentindo muito embriagada. –


Você tem sorte que estão tocando uma boa música esta noite.
Sam e Gia levantaram e seguiu-nos para a pista de
dança, e um minuto depois, Reg e Sasha também. Donny
pressionou seu corpo contra o meu e nós balançamos com a
música. Não era um dançarino ruim, mas a maneira como
corria as mãos para cima e para baixo no meu corpo me
assustou. Olhei para cima e vi Martin sentado em nossa
mesa com uma menina que nunca tinha visto antes. Comecei
a dançar mais determinada, me aproximando de onde
estávamos anteriormente sentados. Donny adorou, mas não
poderia acompanhar a minha dança. Olhei de volta para
Martin. Ele e a menina estavam rindo, e ela tinha seu braço
sobre ombro dele, enquanto falava bem no seu ouvido.

– Estou indo obter um pouco de ar. Gritei para Donny. –


Está muito quente aqui.

– Quer que eu vá com você?

– Não, estou bem.

Fui para o banheiro e cuidadosamente limpei meu rosto


com uma toalha de papel. Pergunto-me o que Martin estava
dizendo que era tão engraçado, pensei. Não fico com ciúmes
dos rapazes. Nunca tive que persegui-los; sempre foi o
contrário. Nem estava realmente interessada nele de qualquer
maneira. Estava surpresa que não estava interessado em
mim.

Quando voltei para a mesa, meus amigos estavam todos


de volta da pista de dança, prontos para mais uma rodada de
bebidas. De repente, senti-me um pouco estranha em torno
de Martin e me servi de uma bebida forte para me ocupar,
enquanto os outros conversavam.

– Nós só temos uma hora antes do bar fechar. Disse


Sasha. – Vamos fazer alguns tiros!

Não sei de onde estas bebidas estavam vindo, mas


continuavam chegando a cada cinco minutos. Nós bebíamos
os drinks de frutas com cores brilhantes misturados com
licores, fazendo uma careta depois de cada um. Depois de um
tempo, Martin começou a recusar as bebidas, por isso, tomei,
não querendo que qualquer bebida fosse para o lixo.

– Tem certeza que você deve beber tanto assim?


Perguntou Martin, bebendo um copo de água gelada.

– Posso lidar com isso. Mas, aparentemente, você não


pode.

– Você está certa. Quero ser capaz de lembrar meu nome


e endereço no momento em que este bar fechar esta noite.

– Tenho que ir ao banheiro. Quem quer vir comigo? Gia e


Sasha me seguiram até o banheiro.

– Parece que Martin está tendo um bom momento esta


noite. Gia falou.

– Sim, acho. Não estamos nós todos?

– Não, bobagem! Tendo um bom tempo com você.


– Não penso assim. Estava bem falante com uma garota,
enquanto estava dançando com Donny.

– Como é que isso te faz sentir? Sasha pressionou.

– Nada. Ele pode falar com quem quiser.

Quando saí do banheiro, as luzes estavam acesas e a


música tinha acabado. Era a última chamada e as pessoas
estavam começando a irem embora. Peguei a conta sobre a
mesa, pagando sem olhar, e entreguei de volta para a
garçonete.

– Gastamos oitocentos dólares aqui! Disse Martin, em


estado de choque. – Me sinto terrível, deixe-me pagar-lhe de
volta.

– Não se preocupe com isso. Disse acenando com a mão


na cara dele. – Não é grande coisa.

– É oitocentos dólares.

– Então é melhor não deixar uma gota de álcool ir para o


lixo! Disse enquanto tomava vários goles de vodca direto da
garrafa.

– Você está louca, Lex. Martin riu. – Você está vindo para
a festa depois na minha casa?

– Claro que sim! Vamos continuar a festa.

– Meninas, vocês estão vindo?


– Não estou indo- Disse Gia. – Vou ficar essa noite com
Sam.

– Poderia aparecer mais tarde. Disse Sasha, ligeiramente


corada, olhando para Reg.

– Certifique-se de me ligar se precisar de alguma coisa.

– Vocês são estraga prazeres. Disse com a voz arrastada.


– Vejo vocês mais tarde.

Coloquei meu braço em torno dos bíceps de Martin para


me equilibrar. A sala estava começando a girar, mas sabia
que estaria bem uma vez que estivesse fora, no ar fresco do
outono.
CAPÍTULO 04
MARTIN

– Você vai pedir a ela para vir? Reg me perguntou.

– Quem?

– Alexa, seu idiota. Quem mais? É óbvio que você está


afim dela.

– Não acho que ela vai querer. Está muito bêbada e


aposto que há um monte de festas diferentes na qual ela irá.
Disse enquanto sacudi o gelo no meu copo.

Alexa não era para caras como eu. A vi dançando com


Donny. É provavelmente mais o tipo dela. É um idiota, mas
pode se juntar aos negócios de sua família e dar-lhe a vida
que merece. Não sou nem mesmo um atleta universitário
mais.

Você poderia dizer que fiquei surpreendido quando pedi


para vir e ela disse sim. Mas em sua defesa, estava muito
bêbada e só queria ter um bom tempo. Quando colocou o
braço em torno de mim, podia sentir seu shampoo. Era mais
intoxicante do que qualquer uma das bebidas que tivemos
esta noite.
Esta é à noite com que todos os jogadores de futebol
fantasiavam, quando você ganha o grande jogo, o último jogo
de sua carreira universitária. Você sempre será lembrado, por
sua escola e seus fãs, por quão bem foi nesse último jogo.

Então, você começa a ir a uma festa louca, onde todo


mundo está te comprando bebidas. Devo ter apertado às
mãos de uma centena de fãs naquele bar. Todo mundo quer
tirar uma foto com você. Quando se é a estrela do time, pode
obter praticamente qualquer garota que quiser. E isso leva a
loucura quando há apenas uma garota com a qual você quer
ficar, e ela não quer nada com você.

Mas se está andando comigo de volta para o meu lugar,


não tem que ser uma chance, certo? Isso estava acontecendo
rápido demais. Não estava preparado ainda. Não tinha
planejado nenhum movimento além de pedir para vir comigo,
e tinha certeza de que isso não iria acontecer.

Ela está muito bêbada, então tinha certeza que iria sair
comigo. E se as coisas avançassem? Pensei sobre sua
clavícula delicada, a curva de sua cintura e coxas
musculosas.

Queria tocar tudo nela. Será que deixaria? E o que


aconteceria se fizesse? Estaríamos juntos ou iria se
arrepender amanhã? Estava ficando muito à frente de mim
mesmo; não estávamos sequer fora do bar ainda.
– Tem certeza que está bem? Perguntei quando tropeçou
em torno da mesa do bar.

– Nunca estive melhor! Sorriu para mim.

Quando chegamos lá fora, vomitou em cima da calçada.

– Oh, Alexa! Disse enquanto puxava seu cabelo longo


para fora do seu rosto. – Parece que alguém não consegue
lidar com licor.

– Alexa, a menina que fechou o bar porque bebeu todo o


estoque de bebidas. Provoquei.

– Não ria de mim. Choramingou.

Segurei uma risada. Era bonita mesmo quando estava


fazendo algo tão repugnante. As minhas ideias para o resto
da noite terminaram logo depois que começaram.

– Vamos levá-la para casa. Nada mais de festa para você.

– Não, só me deixe aqui. Vou sentar no meio-fio e


descansar. Vou ligar para um táxi daqui a pouco.

– Não irá acontecer, Alexa. Você acha que consegue


caminhar os seis quarteirões até o seu dormitório?

Balançou a cabeça. Nós não estávamos esperando por um


táxi. Peguei e a joguei por cima do meu ombro. Coloquei uma
mão em suas costas e outra na parte de trás de suas pernas.
Isto foi o mais próximo que estive de Alexa esta noite.
– Calma, você está indo rápido demais. Murmurou.

– Não se atreva a vomitar em cima de mim.

Pensei em levá-la de volta para o meu apartamento.


Talvez ficasse sóbria e quisesse brincar comigo. Poderia
colocá-la na cama e fazer panquecas de manhã. Queria
passar mais tempo com ela.

– Para onde estamos indo?

– Disse a você, vou te levar para o seu apartamento e você


vai dormir.

Sabia que se estivesse em seu juízo perfeito, ficaria


horrorizada ao encontrar-se no meu apartamento, na minha
cama, com as minhas roupas. Não podia fazer isso com ela.
Nós dois estaríamos dormindo sozinhos esta noite.

Tive que procurar dentro de sua bolsa o cartão magnético


do seu dormitório. Parecia estranhamente pessoal, mexer em
seus pertences particulares. O cartão estava preso no meio de
uma pilha de cartões de crédito. Cartões de crédito que eram
pagos pelos seus pais. Aposto que eles nunca sequer olhavam
para as faturas antes de pagar.

Quando abri a porta, vi Sasha e Reg sentados em seu


sofá.

– Oh meu Deus! Sasha exclamou quando entrei no


dormitório. – O que aconteceu?
Disse a eles sobre todos os acontecimentos que tivemos
depois que deixaram o bar.

– Obrigado por trazê-la para casa. Basta deixá-la em sua


cama. Vou olhá-la mais tarde.

Não imaginava que seu quarto era desta forma. Parecia o


tipo de garota que teria móveis de madeira extravagante e um
lustre de cristal pendurado no teto.

Na verdade, tinha a mesma mobília barata que qualquer


outra pessoa. Tinha uma enorme coleção de livros e trabalhos
de casa espalhados por toda a sua mesa. Puxei as cobertas e
a deitei na cama. Cuidadosamente tirei seus sapatos.

– Hey! Murmurou com um sorriso sonolento em seu


rosto. – Estou em casa.

– Eu sei, eu a trouxe aqui.

– Sabe de uma coisa?

– O quê? Respondi.

– Você não é um idiota, afinal de contas.

– Obrigado?

– Não, não quis dizer isso. Só não sabia que você era tão
bom. Achei que poderia ser do tipo de tirar proveito de uma
menina bêbada.
Fiquei satisfeito e magoado com isso. No entanto, isso
confirmava que havia tomado a decisão certa esta noite.
Quanto mais pensava nisso, mais estava satisfeito com a
forma como esta noite tinha terminado. Foi realmente uma
grande noite.

– Boa noite, cachaceira. Provoquei. – Te vejo por aí.

Já estava dormindo, então calmamente deixei o seu


quarto. Peguei Sasha espreitando ao virar o corredor.

– Apenas vendo se estava bem. Sasha disse.

– Vai estar muito infeliz amanhã. Seria melhor se você


deixasse um copo de água.

– Ei, Martin! Disse Reg. – Vou a pé para casa com você.


Acho que tenho mais algumas horas de festa para mim.

Enquanto caminhávamos para o nosso prédio, não


poderia deixar de repetir os acontecimentos da noite. Estava
no quarto de Alexa Hall. Coloquei-a na cama. Gostaria de ter
feito outras coisas com ela na cama, mas talvez tenha sido o
melhor.

Éramos duas pessoas muito diferentes, com futuros


muito diferentes à nossa frente. Devo ter parecido mal-
humorado, porque Reg me deu um tapinha nas costas.

– Não se preocupe cara, vai haver meninas esperando por


você quando voltar para a casa. Dei uma risada fraca.
– Suponho que você está certo.
CAPÍTULO 05
ALEXA

Nunca me senti tão horrível em toda a minha vida. Minha


boca estava completamente seca e até mesmo o simples ato
de piscar esmagava minha cabeça. Encontrei um copo de
água morna na minha mesa lateral. Tomei um gole e quase
vomitei.

Antes deste momento, só tinha ficado bêbada uma vez na


minha vida. Foi no meu aniversário de vinte anos e estava
tentando muito me encaixar com todos os bebedores
experientes. A festa era na minha casa, então apenas
caminhei até a minha cama e fui dormir

quando a festa acabou.

As únicas lembranças que perdi foram de dois caras


fazendo apostas sobre quem iria dormir comigo no final da
noite. Honestamente, fico feliz por não me lembrar disso.

Lutei com as lembranças da noite passada. Lembro-me de


dançar com Donny, com as mãos errantes e torso suado.
Lembro-me de ter me irritado com Martin por algum motivo.

Lembro-me de tomar algumas doses e então rapidamente


tentei colocar a memória de álcool em ordem na minha
cabeça antes de começar a passar mal. Então como cheguei
em casa e na cama? Geralmente há uma festa depois, talvez
tenha ido para o dormitório e tomei mais bebidas.

Podia ouvir Sasha na cozinha, mas estava com medo de


que pudesse vomitar se abrisse minha boca para chamar por
ela. Apertei os lábios e gemi tão alto quanto meu corpo
permitia. Isso chamou sua atenção.

– Boa tarde, Bela Adormecida.

– Que horas são? Gemi.

– Uma e meia. Ia te dar café da manhã, mas achei que


você precisava dormir.

– O que aconteceu na noite passada? Como é que cheguei


em casa?

– Você bebeu uma quantidade absurda de álcool. Depois,


você aceitou a oferta de Martin para ir a sua festa. Voltei aqui
com Reg e estávamos saindo do sofá quando Martin entrou
com você envolta por cima do ombro.

– Espere, o que?

– Disse que você vomitou fora do bar e se recusou a


mover-se. Não ia deixá-la lá, então pegou você e a trouxe de
volta aqui. Tirou os seus sapatos e colocou você na cama. Foi
muito doce, realmente.

– Você está brincando comigo? E o que estava fazendo


enquanto isso estava acontecendo?
– Bem, você estava desmaiada quando entrou. Mas eu
ouvi você falando com ele em seu quarto, por isso deve ter
acordado em algum momento.

– Sobre o que nós falamos?

– Não podia ouvir muito bem, mas em um ponto, acho


que o chamou de babaca. Mas, em seguida, você também
disse que era bom, então não sei exatamente tudo o que foi
dito.

Uma nova onda de náusea tomou conta de mim. Como


vou olhar nos olhos dele de novo? Estava aterrorizada por ter
dito algo extremamente embaraçoso.

Tentou fazer qualquer movimento comigo? Ou talvez pior,


tentei alguma coisa com ele? A única maneira de descobrir
era falar com Martin, mas não estava prestes a fazer isso.
Talvez pudéssemos esquecer tudo se nunca mais falássemos
sobre isso.

– Martin devia estar bastante bêbado também, certo?


Perguntei, esperançosa.

– Não, parecia bastante sóbrio.

Minha cabeça caiu para trás no meu travesseiro. Queria


que esquecesse tudo também.

– Você parece horrível! Estou indo para a lanchonete. Vou


pegar um Gatorade e alguns biscoitos para você.
– Obrigada...

– Vá com calma com você mesma. Você não é a primeira


estudante universitária a apagar, isso acontece com o melhor
de nós.

– Sim, mas me envergonhei completamente!

– Ah, e vá com calma com ele também. É um cara bom.

– Não estou tão certa sobre isso.

– Ele a trouxe do bar até em casa. Como isso não é legal?

– Bem, então foi amável comigo uma vez nos últimos


quatro anos.

– Você sabe que está afim de você, certo? Balancei minha


cabeça.

– O vi conversando com uma garota na noite passada.


Pareciam bem próximos. Sasha riu.

– Acho que essa era apenas a prima dele.

– Deve estar apaixonado por sua prima.

Sasha me deu um olhar exasperado e suspirou. Saiu do


meu quarto e gentilmente fechou a porta atrás dela.

Não sabia como explicar o meu nível de vergonha para


ela. Não estava tão chateada por vomitar e ter que ser
carregada para casa. Conhecia este tipo de festa; cresci com
um monte desse tipo. Por que teve que ser Martin? Tenho
aulas com ele e temos amigos em comum. Não havia
nenhuma maneira de esquecer que deixei a guarda baixa em
torno dele.

Cavei através da minha bolsa e finalmente encontrei o


meu telefone. Felizmente, não fiz quaisquer telefonemas
bêbada ou enviei quaisquer mensagens de texto. Talvez seja
melhor abordar a situação e seguir em frente. Comecei a
escrever uma mensagem para Martin.

Hey, ouvi algumas coisas sobre a noite passada, e


não me orgulho disso, mas eu...

Apaguei esta ideia e comecei de novo.

Obrigada por cuidar de mim na noite passada

Rapidamente retrocedi. Não queria que pensasse que


havia algum sentimento envolvido em qualquer coisa que
aconteceu na noite passada.

Desculpe por ontem à noite, só quero deixar isso


para trás

Desliguei meu celular e joguei no chão ao meu lado.


Deveria saber melhor do que enviar uma mensagem para um
menino depois de uma festa. Não era mais que um convite
para falar. Queria o contrário. Não quero sentir como se
devesse algo, especialmente uma explicação.
Naquele momento, decidi que era melhor ignorá-lo. Não
notaria qualquer diferença e eu poderia preservar o último
resquício de dignidade que tinha. Se pudesse esquecê-lo,
poderia esquecer que disse a ele que era bom.

Gemi e protegi o rosto do sol com um dos meus


travesseiros. Se pudesse esquecer os acontecimentos da noite
de uma vez, com certeza poderia esquecê-los novamente.
CAPÍTULO 06
MARTIN

Na segunda feira minha cabeça estava zumbido de


excitação ainda sobre os acontecimentos do fim de semana.
Se não a conhecesse, diria que vi um lado vulnerável de Alexa
Hall. Tenta parecer tão perfeita, mas foi bom ver que é
humana também.

Estava animado para vê-la na aula de Sociologia. Não


consegui dormir na noite passada porque estava pensando o
que diria a ela.

Sempre se sentou diretamente na minha frente, então


talvez me inclinasse e sussurrasse algo em seu ouvido. Seria
como uma piada interna entre nós. Ou, poderia apenas puxar
um sorriso sedutor e vê-la corar. Não quero me gabar, mas é
muito fácil para eu fazer meninas corarem.

Talvez simplesmente vá e a chame para sair. Direi algo


sobre como quero passar outra noite com ela, mas que
termine com ambos conscientes. Estava nervoso, mas era o
momento perfeito. Realmente senti que fizemos uma conexão
especial no sábado à noite.

Cheguei à sala de aula um pouco mais cedo do que o


normal para me certificar de que tivesse tempo suficiente
para falar com ela antes da aula começar. Estava me
sentindo um pouco ansioso, mas pronto. Era agora ou
nunca.

Alguns minutos se passaram. Normalmente já estaria em


seu lugar, com seu caderno e caneta, pronta para tomar
notas. Seus cabelos sempre cobriam a parte de trás da
cadeira. Às vezes, alguns cachos caiam em meus joelhos e eu
cuidadosamente escovava com o meu dedo.

O professor entrou e começou a aula. Sem Alexa. Achei


que deveria estar doente. Talvez sua ressaca fosse tão ruim
que ainda não estava se sentindo bem hoje. Estava um pouco
preocupado. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem
para ela.

Você está doente? Você quer que tome notas para


você? Podemos nos encontrar mais tarde e eu vou lhe
passar as notas sobre o que você perdeu em sala de
aula.

Eu bati enviar. Isso era tão bom. Isto me daria uma razão
perfeita para vê-la novamente. Porque isto tinha a ver com a
faculdade, nunca iria me acusar de tentar qualquer gracinha
com ela.

Verifiquei meu telefone poucos minutos depois. Nenhuma


resposta. Pobre menina, talvez estivesse realmente doente.
Seria estranho se aparecesse em seu dormitório mais tarde?
Talvez com flores ou sopa de galinha e pedisse desculpas por
deixá-la tão bêbada?

Tentei anotar tudo, mas continuava me distraindo.


Estava sonhando com uma centena de cenários diferentes
onde me aproximava de Alexa e estaria tão grata que cuidei
dela que iria querer mostrar o seu apreço. Qualquer
possibilidade de um bom jantar, um beijo, uma noite em
minha cama, pensei em todos eles.

Antes que percebesse, a aula acabou. Segui o rebanho de


estudantes saindo pela porta na parte de trás da sala de
aula. Foi quando a vi, colocando rapidamente seus livros na
bolsa. Nunca se senta na fileira de trás da sala de aula. É lá
que os preguiçosos sentam, e ela definitivamente não era
isso. Chamei, mas já estava perdida no meio da multidão.

Senti-me confuso. Fui tão gentil com ela e realmente


pensei que tivesse gostado do tempo comigo. Queria voltar
para o meu lugar, e quando isso obviamente não aconteceu,
me disse que eu era bom. Isso é muito vindo desta menina.
Parecia ter uma desconfiança geral dos homens, e pensei que
finalmente havia acabado de provar que só queria ser bom
para ela.

Agora eu estava com raiva. Mandei uma mensagem


preocupado com seu bem-estar e nem sequer teve a decência
de responder? Deliberadamente me evitou e me ignorou
quando queria falar com ela. Poderia ter qualquer garota que
quisesse, e ela sabe disso. Será que me odeia tanto que não
podia sequer olhar para mim?

Eu tinha razão. Meus amigos me disseram que ela valia a


pena, e estavam totalmente errados sobre isso. Era uma
pessoa fria. Só se preocupava com ela mesma. Claro que sim.
As meninas que vêm de dinheiro nunca tem interesse em
caras como eu. Eu era estúpido por pensar que isso iria dar
certo.

Soltava fumaça por todo o caminho de volta para meu


dormitório. Provavelmente era melhor assim. Em pouco
tempo, o ano escolar estaria terminado. Não tenho tempo
para perseguir meninas, de qualquer maneira.

Precisava me concentrar em conseguir o meu diploma e


me preparar para o futebol profissional. Com alguma sorte,
estaria me mudando, e ela iria voltar para sua cidade natal,
ou onde quer que meninas ricas iam quando se formavam
com um diploma que nunca iriam usar.

Terminei com Alexa Hall. Tinha rejeitado uma


abundância de meninas na minha vida, e não era um grande
negócio. Estava apenas surpreso que ela, de todas as
pessoas, não queria nada comigo.

Na minha raiva, digitei um texto, meus dedos tremendo.

Desculpe-me por ter a certeza que você chegou em


casa com segurança a outra noite. Não pensei que isso
te perturbaria tanto. Da próxima vez, vou deixá-la na
rua, vomitando suas tripas para fora.

Meu dedo pairou sobre o botão enviar, antes de excluí-la


rapidamente. Não há necessidade de tornar as coisas piores
do que já eram. Decidi virar a página do livro de Alexa e
simplesmente ignorá-la também. Fui dispensado muitas
vezes por fazer a coisa errada com as meninas. Esta foi
apenas a primeira vez que já fui rejeitado por ter feito a coisa
certa.
CAPÍTULO 07
ALEXA

– SASHA, tudo está terrível e nada está bom. Declarei


quando cheguei em casa da aula.

– Isso parece um pouco dramático.

– Se você entendesse, concordaria. Meus pais estão vindo


para me levar para jantar neste fim de semana.

– Sim, e daí ?

– Eles estão trazendo Sebastian com eles. Suspirei.

– Ele é aquele que sua mãe está tentando fazer você sair ?

– É pior do que isso. Constantemente se refere a ele como


meu futuro marido e já está falando sobre planos de
casamento.

– Isso é uma droga. Não pensei que as pessoas ainda


organizassem casamentos arranjados neste país, mas acho
que não sei o que as pessoas ricas fazem em seu tempo livre.

Revirei os olhos para ela. Minha mãe já fez isso antes e é


extremamente estranho ter um encontro duplo com um cara
que você não está atraída e seus pais. Estava animada para
passar algum tempo com o meu pai, mas temia ver a minha
mãe e Sebastian.

Sebastian e eu nos conhecemos desde crianças. Nossos


pais eram amigos e nossas mães sempre conspiraram para
nos conectar. Na verdade, namoramos por um tempo, mas
não houve nenhuma faísca. Tínhamos interesses
completamente diferentes, e sentia como se estivesse sempre
falando sobre mim.

Para ser honesta, não o acho atraente. Tento não ser uma
pessoa superficial, mas como você pode estar em um
relacionamento com alguém quando você não pode sequer
suportar o pensamento de ser íntima com ele?

A única razão pela qual minha mãe quer me casar com


ele é porque será um advogado em poucos anos. Uma vez que
se formar em Direito em Harvard, vai se juntar a empresa de
seu pai. Expliquei para a minha mãe um milhão de vezes que
não preciso do dinheiro de um homem para cuidar de mim.

Eu totalmente planejo usar meu diploma para conseguir


um emprego depois da formatura. Ela zomba cada vez que
menciono trabalhar.

– Você acha que posso ser uma dona de casa? Perguntei a


Sasha.

– Ahh, nenhuma chance. Você ficaria entediada depois de


uma semana.
–Não é só isso. Também teria que gastar tempo com as
outras donas de casa. Teríamos de falar sobre nossas casas e
as nossas roupas, e quão impressionante o nosso filho está
no violino. O pensamento disso me faz querer gritar.

– Por que não diz a sua mãe que você não quer nada com
Sebastian?

– Eu digo. Isso é o que torna tão frustrante. Tentei sair


com ele. Simplesmente não funcionou.

– Será que ele sabe que não vai funcionar?

– Sebastian? Perguntei. – Espero que sim. Presumo que


só vem para o jantar para apaziguar sua mãe irritante,
também.

– E se estiver apaixonado por você?

– Provavelmente está, mas isso não significa que quero ter


nada a ver com ele. Nós duas rimos.

– Tem certeza de que não quer ter bebês com Sebastian e


nunca trabalhar um dia em sua vida? Talvez você deva me
apresentar a ele. Sasha brincou.

– Idiota! Ri. – Esse bebê iria sair do ventre já vestido em


um terno de três peças com abotoaduras de ouro. Quero
crianças, mas não com ele.

A vida com Sebastian seria fácil. Nunca teria que me


preocupar com dinheiro.
Todos os meus bens materiais foram entregues para mim.
Não tenho certeza se entendia completamente o que seria não
ter fundos ilimitados para fazer o que quisesse. Não me
considero tão materialista como a minha mãe, mas nunca
tinha vivido uma vida "normal", também.

E se fosse como um animal em um jardim zoológico, e


minha mãe estivesse tentando me manter em cativeiro,
porque sabia que não iria sobreviver na selva? Tentei sacudir
esse pensamento da minha cabeça.

De certa forma, me senti mal por Sebastian também. Não


era um cara mau, provavelmente achava esses encontros
muito estranhos também. Tinha uma suspeita de que ainda
gostava de mim, o que fazia parecer especialmente cruel que
continuasse a recusar as investidas.

Houve um tempo em que poderia ter tido sentimentos por


ele. Um verão, durante o ensino médio, nós conversamos
enquanto estávamos nos Hamptons com nossas famílias.
Tinha acabado de pegar meu namorado me traindo e fiquei
arrasada.

Encontrou-me sozinha uma noite na praia, chorando


sobre aquele garoto idiota que tinha quebrado meu coração.
Era mais velho e mais maduro do que qualquer um dos
meninos que eu andava. Disse-me que não deveria deixar os
homens terem um efeito tão negativo sobre mim e me
confortou enquanto chorava.
Serei sempre grata pelo que me disse naquela noite, mas
as coisas não deram certo entre nós. Não o amava agora, e
não sabia se algum dia faria. Não posso arriscar estar presa
em um casamento sem amor para o resto da minha vida,
mesmo que isso signifique que teria segurança financeira e
status social.

– Sasha, o que devo fazer sobre este jantar? Posso ligar


para eles no dia e dizer que estou doente?

– Não, a menos que você queira que eles batam na nossa


porta.

– Só tenho um mau pressentimento sobre isso.

– Ninguém pode forçar você a casar-se com alguém que


não queira. Basta comer o caviar ou o que as pessoas comem
e defender seu território.

Não tinha tanta certeza de que estava certa sobre isso.


Nunca tinha lutado com a minha mãe. Minha mãe sempre
tem seu caminho. É uma mulher que sabe o que quer, e não
vai parar de lutar até que tenha. Seria uma qualidade
admirável, se não usasse isso para controlar a minha vida.

Quando era jovem, minha mãe exigiu que eu participasse


do baile de debutantes. De acordo com ela, era apenas uma
parte natural da vida, como a puberdade ou velhice. Não
queria fazer isto, porque as aulas de dança e etiqueta
estavam em conflito com a minha aula de ginástica. Queria
ser a melhor líder de torcida, e não poderia ter me importado
menos sobre ser apresentada como uma parte da sociedade.

Depois de semanas de luta, descobri que ela


anonimamente relatou algum tipo de violação de saúde e de
segurança na minha academia, que foi fechada para reforma
durante meses. Apenas o tempo suficiente para tomar parte
na atividade que escolheu para mim. Ela é uma mulher
inteligente, mas tenho um pouco de medo de seu poder sobre
mim.

A única razão pela qual sempre esteve remotamente bem


com o fato de ser uma líder de torcida é porque muitas vezes
atrai a atenção dos homens. Até mesmo para entrar no time,
você tem que ser magra e musculosa o suficiente para
realizar as acrobacias, e ainda ficar bem no uniforme.

Você também tem que ser bonita o suficiente para ser


mostrada na televisão. Não gostou da ideia de eu ir para a
faculdade para obter uma educação real, mas já que estava
aqui, queria que chamasse a atenção tanto do sexo
masculino quanto poderia.

– Você tem os problemas mais estranhos. Sasha disse


enquanto olhava para um de seus livros.

– Muitos meninos gostam de você e, além disso, seus


pais ricos oferecem muito dinheiro para quem se casar com
você.
– Confie em mim. Você iria ver isso de forma diferente se
essa fosse a sua realidade.

Não tinha pensado sobre Martin até aquele momento.


Minha mãe teria um acidente vascular cerebral se me visse
com um cara assim. Provavelmente veio de uma família chata
de classe média, sem casas de férias ou barcos. Aposto que
nem sequer possuíam seus próprios cavalos. Seria um sonho
assistir a expressão da minha mãe se sequer mencionasse ver
um menino do seu calibre.

Mas não Martin. Talvez alguém como ele, mas não ele em
particular. Não queria pensar nele, mas tudo me fazia
lembrar a noite do jogo de futebol. Pensei sobre como
responder ao texto que me enviou durante a aula, mas não
sabia o que dizer. Não posso apenas dizer-lhe que estou
ignorando-o para me proteger.

Isso me faz parecer uma pessoa terrível. Não posso dizer


como estou envergonhada porque sou Alexa Hall. Não gosto
de estar errada sobre qualquer coisa e certamente não posso
parecer vulnerável.

Principalmente me sentia confusa porque nem gostava de


Martin. Não deveria me sentir culpada ou envergonhada ou
chateada de alguma forma. Se não gostava dele, de onde tudo
isso vinha? Coloquei meus fones de ouvido em uma tentativa
de bloquear os pensamentos conflitantes com a música.
Peguei um livro e tentei não pensar em meninos ou em minha
mãe ou no meu futuro como uma dona de casa. Talvez Sasha
estivesse certa, tinha os problemas mais estranhos.

Sasha me encontrou no meu armário na tarde de sábado


empurrando as filas de vestidos e saias.

– À procura de algo para vestir para o jantar hoje à noite?


Perguntou quando peguei um vestido preto Calvin Klein e
segurei-o contra o meu corpo.

– Sim, mas nada parece certo para esta ocasião. Qual


vestido diz: “estou neste encantador restaurante contra a
minha vontade”.

– Eu acho que tenho a coisa perfeita. Sasha disse e correu


para fora da sala.

Peguei um vestido feito sob medida que ganhei quando fui


para a China com o meu pai há alguns anos atrás. Era bonito
demais para desperdiçar em uma ocasião tão terrível.

Sasha voltou com um vestido muito simples e sem forma.


A bainha atingiu minha perna algumas polegadas abaixo do
joelho e as mangas estavam pelos meus cotovelos.

-Onde você conseguiu isso? Disse cuidadosamente. Não


queria insultar sua escolha de roupas, mas não seria
lisonjeiro para ninguém.
– O comprei um tempo atrás para entrevistas de emprego.
É conservador o suficiente para vestir em um bom
restaurante, mas não faz jus o suficiente para que Sebastian
vá encontrá-la deliciosa como de costume. Oh, eu comprei-o
por vinte dólares, então sua mãe vai estar absolutamente
chocada.

– Isso é perfeito! Quais sapatos devo usar com ele?

– Vá com os saltos de gatinho preto. Eles dizem: “Sou


uma senhora elegante que não está aqui para impressionar”.
Ri com isso. Sasha sempre deu o melhor conselho.

– E certifique-se de pedir algo desordenado, como


espaguete! Ninguém parece comer espaguete. Se tiver molho
em seu rosto, talvez isso vá deter Sebastian de tentar beijá-la.

– E se pedir um monte de queijo por cima, minha mãe vai


se preocupar que vou ficar gorda! Não conseguia parar de rir.

– Talvez não seja tão ruim, afinal de contas.

– Espero que não.

Quando cheguei ao restaurante, meus pais e Sebastian já


estavam lá. Meu pai parecia cansado, como se tivesse estado
discutindo com minha mãe e perdeu. Minha mãe estava linda
como sempre, sobrancelhas arqueadas, como se tivesse
recentemente injetado algum material em seu rosto.
Sebastian parecia nervoso, mas elegante como sempre,
vestido em um terno que pagou alguém para escolher por ele.

Em primeiro lugar, abracei meu pai. Eu amo meu pai e


sempre me senti mais perto dele do que já estive com a
minha mãe. Normalmente estava do meu lado em todos os
assuntos, mas não havia competição contra os desejos da
minha mãe.

Ao longo dos anos, conseguiu me defender algumas vezes,


o que não é uma tarefa fácil. Ele também não vem do
dinheiro, o que acho que o tornou mais sensato sobre
assuntos relacionados com o status social.

Meu pai é extremamente inteligente e ajudou a iniciar


uma empresa de software quando os computadores estavam
apenas chegando ao mercado. Vendeu a empresa por milhões
de dólares e ainda trabalha em tecnologia. Era apenas um
nerd bonito querendo levar as suas ideias para o mundo. Do
dia para a noite, se tornou um milionário e, logo depois,
conheceu minha mãe. Ela ensinou como navegar em sua
nova riqueza e estilo de vida e eles se casaram e me tiveram.

A minha mãe vem de um mundo completamente


diferente. Sua família tem sido rica por um longo tempo. Seu
bisavô ficou rico com o petróleo, e o dinheiro tem sido
passado de geração em geração.

Assim como o dinheiro foi transferido pelas gerações, foi


criada a crença de que as mulheres da família não precisam
trabalhar. Além do trabalho de caridade ocasional ou
qualquer tipo de trabalho que aumentasse seu status, as
mulheres deveriam ficar longe da força de trabalho.

Ter uma carreira própria fazia parecer que seus maridos


não poderiam apoiá-las, o que era um grande embaraço. A
faculdade era geralmente desnecessária para essas mulheres,
porque as distraiam de encontrar maridos e se
estabelecerem.

Minha mãe era uma modelo bem sucedida. Aposentou-se


quando eu nasci.

Quando olho para a vida dos meus pais juntos, muitas


vezes me pergunto se eles são verdadeiramente felizes. Claro,
meu pai secretamente nerd se casou com uma modelo
quente, e minha mãe se casou com um homem bem
sucedido, mas, além disso, o que eles têm em comum?

Seria possível que duas pessoas, de origens muito


distintas, fizessem funcionar? Pensei no meu breve namoro
com Sebastian. Nós somos basicamente cortados do mesmo
tecido, mas nada está acontecendo, então talvez não importe
muito, de qualquer maneira.

No momento em que me sentei à mesa, o garçom


apareceu com um cardápio de bebidas. Pedi um copo de
Pinot Noir sem olhar para o cardápio de bebidas. Minha mãe
pediu um Martini e Sebastian ordenou um pouco de uísque
raro que nunca tinha ouvido falar. Meus amigos tendem a
beber o material mais barato.

– Alexa! Meu pai disse alegremente. – Como foi o último


jogo? Queria ter vindo, mas tive que viajar a trabalho.

– Foi ótimo. Estava realmente preocupada que iriam


perder. Estávamos perdendo por oito com apenas alguns
minutos para ir, e... Ouvi minha mãe deixar escapar um
pequeno suspiro, entediado.

– Vencemos. Terminei. – Foi bom.

– Esse quarterback que eles têm é realmente algo, não é?


Disse meu pai.

Sim, é alguma coisa, tudo de bom, pensei comigo mesma.

– Qual é seu nome? Perguntou meu pai.

– Martin Thomas!

– Sim, é isso. É divertido de assistir. Meu pai disse


alegremente, ignorante de todo o drama que se desenrolou na
semana passada. Nós somos próximos, mas não próximos o
suficiente para que me sentisse confortável com esse tipo de
conversa com ele.

– Alexa! Disse minha mãe. – Você já pensou onde estará


passando o verão este ano? Nós vamos estar nos Hamptons
novamente, com a família Fields, é claro. Realmente acho que
você deveria passar o verão com a gente. Você passou tempo
suficiente com os seus amigos da escola até agora.

– Eu ainda não sei. É muito cedo para fazer quaisquer


planos.

– Você tem vinte e um anos de idade, Alexa. Você deveria


ter feito seus planos para o futuro há muito tempo. Você tem
sorte que temos apoiado o seu sonho bobo de ir para
faculdade por tanto tempo.

Meu pai olhou para longe. Poderia dizer que ele não
concordou. Sempre esteve orgulhoso por eu entrar em
Princeton e que queria fazer minha própria coisa.

– Nós só queremos que você seja feliz, Alexa. Você merece


ter um bom homem para cuidar de você.

Com isso, Sebastian alcançou debaixo da mesa e colocou


a mão na minha coxa. Vacilei. Não queria causar uma cena,
então não afastei a mão dele.

– Se você quiser... Meu pai disse cuidadosamente. – Pode


vir trabalhar para a minha empresa. Preciso de alguém para
ajudar a executar eventos de caridade. Não é um trabalho em
tempo integral, você só tem que trabalhar algumas vezes por
mês.

– Obrigada pela oferta! Mas você sabe que quero ser


professora. Trabalhei muito duro para conseguir boas notas
nas minhas aulas. Isto é o que quero fazer.
– O que um professor ganha? Minha mãe disse,
levantando a voz.

Felizmente, o garçom veio naquele momento com nossas


bebidas. Todo mundo parou para tomar um longo gole.

– Sebastian? Meu pai mudou rapidamente de assunto. –


Como está indo a faculdade de direito?

– Está indo muito bem. No próximo ano, vou me juntar a


empresa, e em alguns anos, espero ser sócio.

– Uau, isso é muito impressionante! Minha mãe jorrou. –


Você não acha, Alexa?

– Sim, muito impressionante. Imitei minha mãe, que me


encarou do outro lado da mesa.

O garçom voltou e fizemos nossos pedidos. Minha mãe


pediu uma salada, molho à parte. Meu pai ordenou o robalo e
Sebastian encomendou um bife e batata cozida.

Rapidamente li o cardápio e encontrei o que estava


procurando: Espaguete à bolonhesa com queijo extra em
cima.

Quando a comida chegou, cavei como se não tivesse


comido em dias. Podia ver minha mãe me estudando por trás
de sua salada. Isso me fez desconfiada, como se ela soubesse
algo que eu não sabia.
Sebastian mal tocou sua comida. Me senti desconfortável
em estar aqui, então deve ter se sentido dez vezes pior. Ficou
olhando para mim, e então rapidamente desviou o olhar.
Finalmente, bateu com o garfo em cima da mesa. Fiquei tão
assustada que quase me engasguei com o macarrão.

– Alexa! Disse ele, agarrando minha mão. – Não posso


esperar mais. Preciso te dizer uma coisa.

Levantei minhas sobrancelhas. – Sim?

– Você é a garota mais bonita que já tive o prazer de


conhecer. Penso em você todos os dias, e espero que pense
em mim também. Vou ser muito bem sucedido, muito em
breve, e sei que posso dar-lhe tudo o que você quer e precisa.
Poderíamos construir uma bela família unida.

Olhei para o meu pai. Sua cabeça estava abaixada e sua


mandíbula estava apertada. Em seguida, olhei para a minha
mãe. Estava enxugando as lágrimas em seus olhos e tinha
um largo sorriso no rosto. Então olhei de volta para
Sebastian. Estava um pouco suado e tinha um sorriso
nervoso.

– Não sei o que deveria dizer! Respondi com sinceridade.

– Enquanto estava na faculdade de direito, percebi que


nunca iria encontrar uma garota tão perfeita como você. Você
é linda, elegante e inteligente. Você fará uma maravilhosa
esposa e mãe.
Isso me assustou. Imaginei que ainda estava a fim de
mim, mas não esperava uma declaração de amor eterno, seja
lá o que isso fosse. Estava tentando descobrir como acabar
com isso da maneira mais agradável possível.

"Fique longe de mim!" provavelmente não era a minha


melhor opção. Talvez pudesse dizer: "Estou muito lisonjeada,
Sebastian, mas não penso em você desse jeito. Vamos
continuar amigos." Sim, isso era bom.

– Eu estou muito lisonjeada... Comecei quando se afastou


da mesa e ficou de joelhos.

– Alexa! disse ele, suas mãos e voz tremendo, enquanto


abriu uma caixa, revelando um enorme anel de noivado com
um diamante solitário.

– Por favor, case comigo e dê-nos o futuro que ambos


merecemos.

Quase tudo foi perfeito. O restaurante era bonito, com


lustres de cristal enormes e música suave de cordas tocando.
O anel era absolutamente belo e tinha que ter custado uma
pequena fortuna. Mas o homem estava todo errado.

– Não!

– Alexa! Minha mãe repreendeu.

– Como você se atreve! Disse a todos na mesa.


Todos nos sentamos silenciosamente em estado de
choque. Estava com raiva de meu pai por não tentar acabar
com isso, ou, no mínimo, por não me avisar. Estava furiosa
com a minha mãe por configurar isso. Estava com raiva, mas
também senti um pouco de pena por Sebastian. Como estava
tão delirante em pensar que eu diria sim?

Minha mãe fez um grande número de coisas para me


aborrecer na minha vida. Posso perdoá-la pelas coisas
menores, como não me deixar praticar esportes. Ou me
fazendo ir para os almoços da sociedade mãe-filha que eram
incrivelmente chatos.

Até posso perdoá-la por todas as coisas cruéis que me


disse sobre a minha educação e minha paixão pelo ensino.
Mas isso era imperdoável. Me colocou em uma posição
terrivelmente estranha e tentou mudar toda a trajetória da
minha vida, sem levar em conta o que eu realmente queria.

Levantei-me rapidamente e imediatamente me senti tonta.

– Preciso de um pouco de ar. Disse sem fôlego.

Andei rapidamente para a porta, passando por clientes e


garçons olhando. Abri as portas e senti o ar frio da noite no
meu corpo. Tirei meus saltos de tiras e comecei a correr. Não
sabia para onde estava correndo, mas naquele momento, me
senti livre.
CAPÍTULO 08
MARTIN

– Martin? Reg chamou. – Os caras do quarto 305 estão


recebendo algumas pessoas. Você vem?

– Acho que não. Realmente não estou no clima.

– Haverá meninas lá. E cerveja. Duas das suas coisas


favoritas-

– Acho que eu vou dar uma corrida. Talvez encontre vocês


mais tarde.

– Isto é sobre Alexa? Perguntou Reg.

– Não é nada. Realmente! Adicionei quando Reg me deu


um olhar interrogativo. – Vou encontrar você mais tarde.

– Como quiser.

Amarrei meus sapatos de corrida e puxei um casaco por


cima da minha cabeça. Correr liberava um monte de estresse,
e esta era a melhor maneira que conhecia para lidar com os
meus problemas.

Alguns dias corria apenas algumas milhas, sem me


importar onde estava indo. No momento em que chegava em
casa, teria resolvido os meus problemas ou estaria
demasiadamente cansado para me preocupar com eles.

Não queria admitir isso, mas ainda estava muito chateado


com a Alexa. Tinha me dado um raio de esperança de que
estava a fim de mim, e depois o destruiu imediatamente.

Talvez tivesse sido diferente se me decepcionasse. Ou se


meus amigos não estivessem me falando há semanas que
estava a fim de mim. Pessoas que gostam de você geralmente
não respondem aos atos de bondade com o silêncio.

Só estava a poucas quadras do meu dormitório quando


ouvi uma voz feminina chamando atrás de mim. A primeira
vez que ouvi, achei que estava na minha cabeça. Depois da
segunda vez, sabia que era real. Parei, apertando os olhos
para ver a figura correndo em minha direção.

Era Alexa. Estava ofegante, correndo com os sapatos na


mão. Parou quando chegou perto de mim e inclinou-se,
respirando com dificuldade.

– Você não vai vomitar em mim de novo, não é?

– Cale a boca. Retrucou. – Eu não estou com disposição


para isso.

Vi lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Parecia áspero. As


solas de seus pés estavam imundas, seu cabelo estava
selvagem e crespo, e seu rosto estava vermelho e suado.
Estava usando algum tipo de vestido que não era seu estilo
habitual. Apesar de tudo isso, queria puxá-la em meus
braços e abraçá-la.

– O que está acontecendo?

– Penso que esta foi a pior noite da minha vida. Soluçou.

– Você quer ir para o meu dormitório? São apenas três


quadras daqui. Você pode se limpar, tomamos uma bebida e
conversamos sobre o que aconteceu.

Assentiu com a cabeça. Fiquei surpreso que concordou


em ir comigo, depois de passar toda a semana me ignorando.
Neste instante, minha raiva tinha rapidamente dissolvido e
estava deixando-a entrar na minha casa.

Aparentemente, era impotente contra ela.

Chegamos ao meu dormitório e ela foi direto para o


banheiro. Rapidamente peguei a roupa suja do chão e
pulverizei um pouco de ambientador de ar. Talvez não
percebesse que não limpava há semanas. Estava feliz que o
apartamento estava vazio. Diria a Reg sobre isso, mas agora
não era hora para responder suas perguntas. Precisava ficar
sozinho com ela pela primeira vez.

Alexa abriu a porta e enxugou os olhos novamente. Seu


cabelo estava trançado para trás e seus pés enegrecidos
foram limpos. Dei-lhe um copo de água e se sentou na minha
cama. Não sabia se podia me sentar ao lado dela, então
sentei na minha mesa e virei minha cadeira em sua direção.
Tomou um gole do seu copo.

– Obrigada! Mas você tem algo um pouco mais forte?


Balancei a cabeça e voltei com uma garrafa de refrigerante e
um pouco de vodka.

– Melhor. Disse calmamente.

– Você quer falar sobre o que aconteceu? Não era bom em


falar sobre sentimentos, especialmente com meninas.

Respirou fundo e me contou tudo. Começou com os pais e


descreveu Sebastian para mim. Nem sequer conheço o cara e
realmente queria dar um soco na cara dele. Ela me contou
sobre como inexpressiva sua mãe era e como seu pai não fez
nada para impedi-la. Então me disse sobre o que aconteceu
no restaurante. Não podia acreditar. Minha família era
confusa, mas sabia que ninguém iria tentar arranjar um
casamento para mim.

Senti-me muito mal por ela. Também me senti culpado


por pensar que a conhecia. Sempre assumi que sua vida era
perfeita. Tinha todas as suas aulas, era a capitã da equipe de
torcida, e tinha todo o dinheiro que poderia querer. Pensei
que sua vida era perfeita. Estava errado.

Quando terminou de contar sua história, a única coisa


que poderia pensar em dizer foi: – Eu sinto muito.

– Por quê? Disse ela.


– Que isso tenha acontecido com você. Você não merece
ser tratada desta forma.

– Obrigada! Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios


rosados.

– Venha aqui! Me chamou, fazendo sinal a cama.

Sentei-me na cama ao lado dela. Inclinou-se e colocou a


cabeça no meu ombro. Cheirava tão doce.

– Eu sinto que deveria me desculpar com você, nunca lhe


agradeci por ter cuidado de mim na noite do jogo. Você
poderia ter me deixado lá, mas não o fez. Só quero que saiba
que eu realmente gostei.

– Se você não se importa de eu perguntar... Comecei. –


Por que você ignorou os meus textos e se sentou na parte de
trás da sala de aula?

– Eu não sei, estava envergonhada e só queria esquecer


tudo sobre aquela noite. Não queria que você tirasse sarro de
mim.

– Eu sou capaz de ter uma conversa séria. Interrompi.

– Tenho certeza que você é. Ainda tenho que ver isso, no


entanto.

Nós rimos, a cabeça ainda descansando no meu ombro.


Coloquei meu braço sobre os ombros dela, puxando-a um
pouco mais perto. Ela não vacilou. Legal.
– Com sinceridade, eu tive realmente um bom tempo com
você na festa.

– Acho que eu também, até as últimas bebidas


acontecerem.

– Mesmo dançando com Donny?

– Você viu isso?

– Todos viram isso. Você estava dançando como uma


louca. Ri.

– Eu gosto de dançar. Disse na defensiva. – Ele estava tão


suado. Por que estava suado?

– O Donny não pega um monte de gostosas. Estava,


provavelmente, nervoso.

Nós dois rimos com isso. Foi tão bom, apenas começar a
falar como dois amigos. Não tentando nada mais, apenas
conversando.

– Será que eu... Ela começou. – Eu disse alguma coisa


para você, enquanto estava bêbada?

– Não realmente, além do fato de que sou aparentemente


um idiota, mas agradável. Então, qual é?

Me deu um sorriso tímido.


– Agradável, acho. Mas ainda não estou completamente
convencida.

Não poderia deixar de acariciar seu cabelo. Sempre


parecia tão macio e suave. Gentilmente pressionei meus
lábios no topo da sua cabeça. Levantou a cabeça e me olhou
direto nos olhos. Então, de repente, seus lábios estavam nos
meus e levou toda uma força para me conter de puxá–la mais
perto.

Queria colocar minhas mãos em cada polegada de seu


corpo, mas não queria assustá-la. Quando nos separamos,
ambos ficamos em silêncio, apenas olhando nos olhos um do
outro.

Sem aviso, minha porta se abriu.

– O que está acontecendo aqui? Donny gritou.

– O que diabos você está fazendo? Gritei de volta.

– Reg disse que vocês tinham outra caixa de cerveja aqui.

– Por que você não olha no refrigerador? Feche a porta e


saia daqui.

– Hey, Alexa! Donny zombou. Ela parecia que queria


desaparecer.

– É melhor ter cuidado, Martin. Ela é uma loucura. Pode


fazer coisas na cama que você nunca sequer ouviu falar.
– Nada que já não tenha feito com a sua mãe, Donny.
Retruquei. Com isso, ele saiu batendo a porta atrás dele.

– Realmente sinto muito sobre isso. Esse cara é um idiota


e provavelmente está com inveja que nenhuma menina
jamais esteve em seu quarto.

– Deveria ir! Disse ela, recolhendo os sapatos e a bolsa.

– Você quer voltar mais tarde esta noite? Perguntei,


esperançoso.

– Só preciso ficar sozinha por um tempo, acho, mas vou


te mandar uma mensagem.

A acompanhei até a porta. Ela silenciosamente me beijou


na bochecha, e voltou para seu prédio.

Me perguntei se isso significava que havia algo


acontecendo entre nós, ou se só tínhamos um mau hábito de
estar juntos durante tempos vulneráveis. Não tinha mais
vontade de ir para a festa. Mandei uma mensagem a Reg e
disse que eu estava indo para a cama e iria conversar com ele
pela manhã.
CAPÍTULO 09
ALEXA

Pus minha chave na porta, esperando que ninguém


estivesse em casa. Não acho que teria energia mental para
explicar os acontecimentos da noite novamente. Quando abri
a porta, Sasha estava sentada na mesa da cozinha, folheando
uma revista e comendo uma tigela de sorvete.

– Ei, como foi? Perguntou alegremente.

Eu quebrei. Pensei que tinha feito um bom trabalho


mantendo as lágrimas até agora.

– Lembra quando você disse que não seria tão ruim


assim? Chorei. – Foi muito pior do que poderia ter imaginado.

Fechou sua revista.

– O que diabos aconteceu?

Nesta altura, contei tudo o que aconteceu e disse sobre o


quão horrível a minha mãe estava sendo e como foi estranho
e humilhante ser pedida em casamento em um restaurante
cheio de pessoas.

Conforme minha história progrediu, seu queixo caiu mais


e mais. Até o momento em que disse a ela sobre fugir do
restaurante, as duas mãos estavam cobrindo a boca e as
sobrancelhas estavam quase perto da linha do cabelo.

– Você conversou com seus pais desde que deixou o


restaurante?

Nem sequer pensei sobre o fato de que poderiam ligar.


Verifiquei meu telefone. Havia três chamadas perdidas de
minha mãe. Deve ter chamado enquanto estava com Martin.

– Estou com medo de ligar de volta.

– Talvez peçam desculpas por colocar você em uma


posição tão ruim. Sasha sugeriu.

– Isso não vai acontecer. Disse com uma risada vazia. –


Estou mais preocupada se irão me deserdar.

– Não seja dramática. Eles têm algumas prioridades


desarticuladas, mas te amam.

– Você não conhece meus pais. Minha mãe foi aquela que
encontrou minha carta de aceitação em Princeton e ameaçou
me cortar completamente. Sem mais dinheiro, sem poder
voltar para casa. Tive sorte que meu pai conseguiu conversar
com ela. Temo que ele não seja capaz neste momento.

– Cortar você por não concordar em se casar com algum


almofadinha que você nem gosta?

– Não ficaria surpresa. Estou pensando em abrir uma


conta bancária separada apenas para que possa sobreviver.
Meus pais nunca me deixaram ter um emprego. Não tenho
qualquer experiência, então como vou sobreviver se não
conseguir um emprego de tempo parcial?

– Vamos nos preocupar com isso, se esse momento


chegar. Sasha disse tranquilizadora.

– Pelo menos sua taxa de matrícula está paga, então você


tem um lugar para viver para o resto do ano.

– Sim, acho que nós vamos ver o que acontece.

Sequei meus olhos nas minhas mangas e me servi de um


pouco do sorvete de Sasha. Mesmo que meus pais me
abandonassem, ainda teria bons amigos como Sasha.

– Então você acha que Sebastian acabou com você agora?

– Espero que sim, mas é difícil dizer. Estudante de Direito


ou não, acho que Sebastian é incrivelmente estúpido.

– Sério?! Pegue a dica de Seb! Tem bom aspecto, pelo


menos? Como é em comparação com alguém, por exemplo,
Martin?

– Martin! Exclamei. – Quase me esqueci de falar sobre a


segunda parte da minha noite.

Expliquei como encontrei Martin e como fui para o seu


dormitório. Sasha amou essa história. Quando terminei de
contar, ela soltou um grito.
– Você o beijou? Praticamente gritou. – Como foi?

– Foi legal. Foi realmente muito bom. Não pude deixar de


dar um sorriso.

– Você está apaixonada por ele, não está?

– Não sei sobre o amor... Disse, hesitante.

– Mas?

– Mas gosto dele. Muito.

Sasha soltou um suspiro dramático.

– Foi tão difícil assim de admitir?

– O que quer dizer?

– Você gosta dele a séculos. Porque só está percebendo


agora?

– Não sei! Fiz uma pausa. Não tinha certeza se sabia a


resposta para isso.

– Porque sempre foi tão rude para mim. Você sabe que
não sou do tipo de perseguir rapazes. Não quero algo que não
posso ter.

– Você está brincando comigo? Essa é a melhor parte, a


perseguição.
– Isso é muito drama para tratar. Se namorasse um
jogador de futebol, eu aposto que seus pais ficariam
satisfeitos. Os meus me deserdariam.

– Mais uma vez, não entendo o seu mundo.

– E também não acho que ele possa. Não quero feri-lo.


Tentei ignorá-lo para nos proteger, mas isso só piorou as
coisas. Não quero machucá-lo quando há uma boa chance de
que nunca mais o verei depois da formatura. Realmente não
quero machucá-lo se vou casar com alguém como Sebastian.

– Nós não podemos deixar que isso aconteça.

– Infelizmente, não acho que cabe a nós.

Não conseguia pensar em um cenário em que qualquer


um de nós poderia ser feliz. Poderia estar com Sebastian e
manter a minha família feliz. Martin provavelmente me
odiaria para sempre. Também poderia namorar Martin, mas a
minha família me deserdaria. E se Martin e eu não
durássemos? Nós não tivemos um grande exemplo de nos dar
bem, então, se rompêssemos, ficaria sem um namorado e
sem família.

Como poderia manter distância de Martin, sem magoá-lo?


Embora, não tinha certeza se poderia suportar estar longe
dele, também. Seu beijo foi apenas uma pequena prévia do
que poderia ter se passasse mais tempo com ele. Precisava de
mais.
Minha mãe me colocou em uma dúzia de dietas durante a
minha infância. Sabia melhor do que ninguém que se você
eliminar algo delicioso de sua vida, então você só vai querer
mais.

– Vou sair com Reg para uma festa de futebol. Quer vir
comigo? Perguntou Sasha.

– Acho que vou para a cama. Foi uma noite muito


estranha.

O que era um eufemismo! Só participei de um jantar com


os meus pais, onde organizaram meu casamento com um
cara que disse repetidamente que não estava interessada.
Então, por mera coincidência, encontrei o cara que realmente
queria estar, e nós nos beijamos. Era como se o universo
estivesse me apresentando os dois futuros diferentes, e eu
tinha que escolher qual deles queria. Era demais para uma
noite. Adormeci no segundo que minha cabeça bateu no
travesseiro.
CAPÍTULO 10
MARTIN

Acordei cedo após uma noite de sono agitado. Tive os


sonhos mais estranhos depois que Alexa foi embora. Sonhei
que estava no quarto de Alexa e nós estávamos fazendo algo
diferente, quando ela começou a tirar a roupa.
Estava beijando seu pescoço, e ela estava em êxtase. Mas
em vez de gemer meu nome, não parava de dizer Sebastian.
Eu tentei corrigi-la, mas não podia me ouvir. Só ficava
dizendo o nome dele. Acordei dizendo meu próprio nome.
Assim que consegui adormecer, sonhei que os pais de
Alexa estavam vindo para me matar. Fiquei tentando correr,
mas meus pés estavam pesados e lentos. Em um ponto, até
tentei correr para trás, porque minhas pernas não iriam
avançar. Sua mãe me encontrou e segurou uma arma na
minha cabeça. Acordei quando puxou o gatilho.
Agora estava acordado. Após uma noite de sono ruim,
estava tão confuso como estava na noite passada. Ficaria
louco se continuasse sentado no meu quarto sozinho, então
me vesti e fui para a academia. Mandei uma mensagem
rápida antes de sair.
Não consegui dormir. Amaria poder te ver. Se quiser
conversar, vou estar no ginásio por algumas horas.
Estava prestes a começar meus levantamentos no banco,
quando um rosto familiar apareceu. Não há maneira mais
rápida para estragar seu treino do que ter Donny por perto.
– Precisa de mim para ajudá-lo?
– Claro! Disse secamente. – O que você está fazendo aqui
tão cedo?
– Trabalhando duro, baby!
– Como capitão, tenho que dar um bom exemplo para os
meus meninos.
– Não sabia que o treinador anunciou novos capitães.
– Bem, não oficialmente, mas não pode ser ninguém além
de mim.
Provavelmente estava certo, e isso me fez sentir pena de
meus companheiros mais jovens.
– Então, você ficou com Alexa noite passada, legal! Disse
ele muito alto.
– Isso não é da sua conta.
– Ela vai quebrar seu coração, cara. Isso é o que essas
meninas ricas fazem. Quase deixei cair a barra no meu peito.
– O que você quer dizer com isso?
– Fui ao colégio interno no leste. Já vi isso um milhão de
vezes. Uma garota começa a sair com um rapaz que está lá
apenas com uma bolsa. Uma vez que os pais descobrem que
é um zé ninguém, fazem com que terminem. Havia esse
garoto na equipe de hóquei, seus pais eram agricultores ou
algo parecido. Eles não tinham um monte de conexões.
A filha de um senador começou a sair com ele. A próxima
coisa que você sabe, foi expulso e ela começou a sair com
outro.
– Porque foi expulso? Perguntei, curioso para saber se
esta era uma história real.
– Honestamente, ninguém descobriu. Mas, você pode ter
certeza que essa menina não derramou uma lágrima sobre o
pobre Bryan. Uma vez que seus pais colocaram-no para fora,
ela encontrou alguém com mais dinheiro, mais conexões.
Essa é a forma como funciona. Se você não é bom o
suficiente, vão passar para outra pessoa.
Ouvi-lo falar sobre isso me fez sentir doente. Estava
começando a acreditar nele, também. Conhecia este mundo
muito melhor do que eu. Era um completo estranho. Mesmo
que me tornasse um profissional, não acho que isso faria
qualquer diferença.
É isso que Alexa ia fazer comigo? Iria me usar por alguns
meses e depois passar para alguém que poderia lhe dar uma
vida melhor. Sabia que não era bom o suficiente para ela. Só
desejava que pudesse ter crescido em uma família como a de
Donny, apenas para que pudesse ter a oportunidade de estar
com ela.
Estava prestes a subir na esteira quando a vi entrar no
ginásio. Esperava que Donny não estivesse por perto. Não
preciso dele para estragar meu tempo com Alexa.
– Hey! disse, acenando para ela. Não sabia qual era o
protocolo apropriado sobre o nosso relacionamento. Poderia
abraçá-la? Posso beijá-la? Segui sua liderança e lhe dei um
sorriso estranho.
– Olha... Começou. – A noite passada foi estranha. Estou
realmente feliz por ter tido você para conversar.
– É claro, a qualquer momento. Não sabia mais o que
dizer.
– Tive um sonho muito estranho sobre você na noite
passada. Disparei. Porcaria. Agora vai pensar que eu sou um
louco. Ela riu.
– Sobre o que foi?
– Seus pais estavam me caçando e não conseguia mover
minhas pernas.
– Na verdade, tive um sonho estranho com você na noite
passada também.
– Será que também morri nesse sonho?
– Não, nós estávamos, hum, nós estávamos na minha
cama. Sebastian entrou e começou a chorar.
O sangue correu para o meu rosto a partir da imagem que
colocou na minha mente. Notei que estava corando também.
– Então... Alexa começou. – Sobre a noite passada…
Apertei minha mandíbula. Isso não soava bem.
– Não espero que você entenda, mas as coisas estão
realmente complicadas entre meus pais e eu. Não acho que
posso estar em um relacionamento agora. Estou realmente
com medo que eu vá perder tudo, se aborrecê-los ainda mais.
Me sinto realmente terrível dizendo isso...
– Está tudo bem, eu disse. – Entendi. Se você quer
espaço, posso te dar isso.
– Obrigada! Disse, mordendo o lábio. – Não sei o que
quero. Quero ainda ter pais no momento em que me formar.
A minha relação com a minha mãe tem sido rochosa durante
anos, mas não quero perturbar o meu pai. Além de Sasha e
Gia, é o único que sempre me apoiou.
– Isso significa que não podemos nos falar mais?
– Não, claro que não. Não há razão para não podermos
ser amigos. Especialmente agora que sei o quanto você é
muito legal e divertido.
Sorrio de volta. Isso não era o que queria, mas acho que
poderia aceitar esse compromisso. Mesmo sem poder estar
junto da maneira que queria, ser amigo dela era melhor do
que não ser nada de Alexa.
– Por que você e as meninas não vêm até a minha casa
ainda esta semana? Acho que Reg e Sasha irão se acertar a
qualquer momento. Ela riu.
– Sasha se acerta com todo mundo.
– Que tal na quinta-feira?
– Perfeito! Não tenho aula na sexta-feira. E você?
– Depende de quanto bebo na quinta-feira. Eu ri.
– Vou vê-la na sala de aula esta semana? Ela assentiu.
Parecia que ainda tinha muito em sua mente.
– Te vejo depois, então. Vou nadar um pouquinho.
Ergueu a bolsa de ginástica.
– Vejo você! Eu disse já subindo na esteira.
Talvez nós nunca nos tornemos um casal. Isso não
significa que não podemos passar algum tempo de qualidade
juntos.
CAPÍTULO 11
ALEXA

Após as três chamadas não atendidas desde o fim de


semana anterior, os meus pais não tinham tentado entrar em
contato comigo. Isso, até quinta-feira à tarde. Durante minha
classe de Desenvolvimento na Infância, recebi uma
mensagem de texto de minha mãe que dizia:
Alexa, me ligue o mais rápido possível.
Estava temendo isso a semana toda. Poderia ter
acontecido duas coisas: os meus pais poderiam ter percebido
depois que corri para fora do restaurante que eles cometeram
um erro terrível, poderiam pedir desculpas e dizer que nunca
iriam me renegar ou me obrigar a casar com alguém que não
amo; ou eles poderiam fazer o completo oposto. Era tudo
muito incerto.
Deliberadamente caminhei muito lentamente quando saí
da sala de aula para o meu dormitório. Estava grata que era
meio dia, para que ninguém estivesse por perto para escutar
a conversa.
Sempre achei estranho quando meus amigos estavam
envergonhados com a forma amorosa e afetuosa que seus
pais eram com eles em público. Lembro dos pais de Gia
ajudando a se mudar. Revirava os olhos cada vez que sua
mãe tirava uma foto e dizia sobre como bonitos os
dormitórios eram.
Gemia quando os olhos do pai dela se enchiam de
lágrimas quando lhe dizia como estava orgulhoso dela.
E estava muito mais envergonhada porque minha mãe
contratou um serviço de mudança para mover os meus
pertences porque meu pai estava fora da cidade e minha mãe
se recusava a fazer trabalho manual. Fiquei envergonhada
que minha mãe estava forçando um compromisso para mim e
que meu pai não podia dizer não para ela.
Tomei uma respiração profunda e liguei para ela.
– Alexa! Respondeu, já parecendo exasperada.
– Oi, mãe. Não perguntei por que estava chamando,
porque tinha uma suspeita que já sabia.
– Só quero que você saiba o quão completamente
humilhada eu estive na semana passada. Ainda estou furiosa
sobre isso. Não dormi bem durante toda a semana. Disse
dramaticamente.
– Nem eu! Retruquei.
– Espero que você se sinta culpada sobre o que fez para
mim. Todo mundo no clube de campo sabia que Sebastian ia
propor. Já tinha reservado o último fim de semana em
setembro para o casamento. Um casamento no Martha
Vineyard, Alexa. Você sabe quantas garotas matariam por
isso?
– Não quero me casar, mãe. Não agora, de qualquer
maneira. Especialmente com Sebastian.
– Mas por que não o Sebastian? Gritou. – Ele é bonito,
inteligente, e vem de uma boa família. É perfeito para você.
– Só não gosto dele dessa maneira. Por que você não
entende isso?
– De que forma, Alexa? Algum dia, você vai ter que
crescer e entrar no mundo real. Você acha que qualquer uma
das suas colegas da escola de preparação ainda está solteira?
Na sua idade? Casamento não é um conto de fadas. Você
encontra um bom homem que pode lhe dar o que você quer, e
você aprende a fazer o seu relacionamento funcionar.
– Não me importo com essas coisas. Quero a minha
própria carreira. Quero um relacionamento saudável com
alguém que eu escolha. Insisti.
– Você não entende, Alexa. Você não é uma garota de
classe média ou qualquer outra pessoa. Uma vida média pode
parecer romântica para você agora, mas certamente vai se
arrepender. Vai ter que cozinhar sua própria comida, limpar
sua própria casa, e lavar a sua própria roupa. Se você quer
um carro novo ou casa, você vai ter que tomar um
empréstimo do banco. Você pode dizer adeus aos verões nos
Hamptons e esqui nos Alpes e invernos em Bali. Nenhuma
dessas coisas vai estar disponível para você.
– Tudo bem, então vou trocar o Jaguar por um Honda.
Zombei. – Não é grande coisa.
– Talvez não para você, mas como acha que me sinto?
Meus amigos irão perguntar: "oh, como é que Alexa está nos
dias de hoje?” E o que digo a eles? Você é uma professora
com o marido que trabalha com seguros ou algo assim? Pode
imaginar o olhar de pena que vão me dar?
Até poderia entender. Estas eram as mães dos meus
amigos, pessoas que cresci. Seu passatempo favorito era
comparar símbolos de status. Seus filhos eram os maiores
símbolos de status. Quase podia ouvir seus sussurros com a
menção de meu nome.
– Você ainda está aí? Perguntou minha mãe.
– Sim. Respirei fundo. – Sinto muito que você se sentiu
envergonhada. Fiquei constrangida também. Me colocou em
uma posição muito difícil. Não quero machucar ninguém,
mas tenho que colocar minhas necessidades em primeiro
lugar.
– Tão egoísta... Minha mãe sussurrou. – Como pode dizer
isso para mim, depois de tudo que fiz por você?
– O que você fez por mim, além de ficar no meu caminho
em todas as oportunidades? Você joga dinheiro em seus
problemas para fazer as coisas parecerem normais. Não é
nem de perto normal. Não pode colocar um valor monetário
na decepção e desaprovação que experimentei de você.
– Eu vejo! Disse minha mãe, estranhamente calma. –
Nesse caso, vou parar de jogar dinheiro nos seus problemas.
Você é uma menina grande, Alexa. Se você quer viver sua
própria vida, não vou ficar no seu caminho. Te dei uma
chance para fazer a coisa certa e se casar com Sebastian.
Estou dissolvendo o seu fundo fiduciário. Estou cancelando
seus cartões de crédito.
– Mãe... Gaguejei.
– Vou ter suas coisas colocadas em um armário de
armazenamento. Não se preocupe em chegar em casa quando
a escola acabar. Aqui não é mais a sua casa.
– Não pode fazer isso...O que o papai vai dizer sobre isso?
– Seu pai não está muito satisfeito com o seu
comportamento também. Se quiser vê-la, pode entrar em
contato com você. Para mim acabou, Alexa. Se você mudar de
ideia sobre Sebastian, então vamos conversar.
Desligou. Sentei-me na minha cama em silêncio
atordoada. Sua resposta não pareceu boa para mim. Não
estava pedindo muito, só queria escolher o meu futuro. Me
sinto doente.
Talvez estivesse certa sobre não saber como viver em
meus próprios pés. Tinha alguns milhares de dólares em uma
conta bancária, mas era só isso. Não sabia nada sobre a
gerência de dinheiro, porque nunca precisei. Comprava as
coisas, porque queria, e normalmente nem sequer olhava
para a etiqueta de preço. Porque não era algo necessário.
Ouvi Sasha entrar pela porta.
– Alexa, estou indo para o refeitório. Quer vir comigo?
– Não estou com fome.
– Qual o problema? Perguntou. Sempre sabia quando algo
não estava certo.
– Aconteceu o que temia. Suspirei. – Meus pais me
cortaram e minha mãe me disse para não voltar para casa no
final do semestre.
Dei-lhe os destaques da conversa. Parecia chocada, triste
e com raiva ao mesmo tempo.
– Como posso ajudar?
– Ajude-me a esquecer isso.
– Estamos indo esta noite para a casa de Martin.

Às nove horas, bati na porta de Martin. Não estava


realmente no clima para festas, mas precisava ficar longe dos
meus pensamentos. Reg tinha um sorriso diabólico no rosto
quando abriu a porta.
– Vocês são os primeiros convidados a chegar.
– Além de Sasha, Gia e eu, quem mais você convidou?
– Ninguém, realmente. Martin disse. – Mas as pessoas vão
aparecer. Sempre fazem.
Sentei-me à mesa, brincando com a rolha da garrafa de
vinho que trouxe. Este vinho era muito bom para uma festa
de faculdade. Provavelmente seria a última garrafa de vinho
caro que apreciaria.
– Vamos jogar um pouco. Sasha sugeriu. – Que tal, EU
NUNCA? Todos nós concordamos com a cabeça e enchemos
os copos.
– Vou começar! Martin disse. – Nunca visitei um país
estrangeiro. Sasha, Reg e eu tomamos uma bebida.
– Nunca nadei nu. Acrescentou Reg. Martin, Sasha, Gia e
eu tomamos uma bebida.
– Nunca joguei futebol. Sasha riu.
– Ei, isso é trapaça! Reg disse brincando. Reg e Martin
tomaram uma bebida.
– Nunca foi cortada e rejeitada pelos meus pais. Falei
categoricamente, vendo como ninguém mais tinha
experimentado isso em sua vida, tomei um gole do meu copo.
Podia sentir os olhos de todos em mim. Fiz contato visual
rápido com Martin. Seus olhos estavam arregalados de
surpresa e preocupação.
– Vamos jogar outra coisa. Gia disse rapidamente. –
Tenho um baralho de cartas na minha bolsa.
Com mais algumas bebidas no meu sistema, estava
começando a me sentir muito melhor. Nós jogamos um jogo
de cartas que Gia sabia, mas ninguém realmente entendeu.
Isto resultou em um monte de bebidas.
– Vocês meninas não estão brincando. Disse Martin
depois de terminar outra cerveja. – Não deveria estar
surpreso já que sei que Alexa pode beber até debaixo de uma
mesa.
– Sim. Acrescentou Sasha. – Mas então você vai encontrá-
la debaixo da mesa também.
Todo mundo riu.
Martin e eu estávamos nos dando muito bem. Estava com
medo de que as coisas seriam estranhas depois que nos
falamos, mas ele foi muito legal. Percebi que tínhamos um
senso de humor parecido e nós gostávamos dos mesmos
livros. Realmente senti como se pudéssemos ser amigos.
Teria ajudado se não usasse camisetas que revelavam seus
braços perfeitamente esculpidos, mas poderia aprender a
ignorá-los.
– Estamos sem álcool. Anunciei ao grupo em torno das
11h:30min.
– Não há problema. Disse Martin. – Deixa fazer um rápido
telefonema.
Sasha continuou sorrindo e levantando as sobrancelhas
para mim, enquanto Martin estava no telefone.
– O quê? Assobiei sob a minha respiração.
– Vocês dois estão apaixonados. São tão perfeitos juntos;
isso me faz querer vomitar.
– Nós somos amigos. Sussurrei.
– Qual é o ponto? Você já foi cortada, você pode fazer o
que quiser agora.
Em certo sentido, estava certa. No entanto, tinha um leve
pressentimento de que poderia apelar para o meu pai se
precisasse. Se descobrissem que estava namorando um
jogador de futebol sem ligações familiares, aí sim perderiam a
cabeça.
– Estou esperando que isso vá passar. Disse, não
querendo me explicar.
Minutos depois de Martin sair do telefone, houve uma
batida na porta. Quando respondeu, um grupo de jogadores
lotaram sua casa cada um segurando vários tipos de bebida.
– Essas são as vantagens de ser o capitão. Disse Martin
com uma piscadela. – Escolha o que quiser.
Peguei uma garrafa de algum tipo de licor verde vibrante.
Tomei um gole direto da garrafa. Era super doce e frutado.
Muito doce. Derramei um pouco em um copo com gelo e
adicionei um pouco de soda.
– Tenha cuidado com essas coisas. Disse Donny. –
Quase é bom demais. Se virou para seus companheiros de
time. – Dou a todas as meninas com quem saio. Ninguém
ficou feliz com a declaração .
– Você é realmente uma pessoa terrível, Donny. Disse
Martin.
– Ooh! Donny brincou. – Parece que alguém está com
ciúmes porque não transa há algum tempo. Aposto que Alexa
aqui pode ajudá-lo com isso.
Podia ver a raiva queimando atrás dos olhos de Martin.
– Ignore-o! Martin disse diretamente a mim. – Você não
merece escutar alguém falando assim.
Seu rosto estava tão sério, algo que não via muitas vezes.
Estava geralmente sorrindo ou fazendo uma piada. Eu me
sentia segura e protegida. Seus olhos eram tão suaves e
reconfortantes. Sua mandíbula era tão forte e quadrada, e
tive a súbita vontade de colocar a minha mão em suas maçãs
do rosto definidas.
– Não se preocupe. Eu já ouvi tudo isso antes.
Agarrei seu pulso e o trouxe de volta para a mesa. Alguém
trouxe um jogo de trivia e tomávamos uma bebida cada vez
que dávamos uma resposta errada. Nós éramos os
estereótipos da Ivy League5, jogando trivia em uma festa da
faculdade. Este jogo tornou-se mais desafiador quanto mais
jogado, porque o álcool não estava me ajudando a recordar
fatos de minha memória. Eventualmente, fiquei entediada e

5
A Ivy League é uma conferência desportiva da NCAA de oito universidades do nordeste dos EUA que são: Brown
Universidade; Columbia Universidade; Cornell Universidade; Dartmouth College; Harvard Universidade; Universidade
da Pennsylvania; Princeton Universidade e Yale Universidade.
comecei a dar tiros junto com alguns dos jogadores de
futebol.
Estava ficando cansada de estar de pé, por isso, levei meu
coquetel até o sofá e me sentei.
– Sentindo-se bem? Perguntou Sasha.
Apenas sorri estupidamente. Falar alguma coisa coerente
era muito difícil neste momento.
Gia parecia preocupada.
–Você está bem? Você normalmente não bebe tanto. Quer
que te leve para casa?
– Estou bem! Falei meio arrastado. – Nem estou bêbada.
Honestamente.
Não foram enganados pela minha mentira. – Vou pegar
um copo de água. Disse Sasha.
De repente, Martin estava sentado no sofá ao meu lado.
Estava tão feliz em vê-lo. Coloquei minha mão em seu joelho,
deslizando até sua coxa.
– Você está bêbada. Disse com um sorriso.
– Você que está.
– Não estou tão bêbado como você.
Queria que ele me levasse para o seu quarto e me
beijasse. Queria sentir o seu corpo, estar perto dele. Queria
que fosse meu, só por uma noite apenas.
– Estou indo obter outra bebida. E então eu volto.
– Não vou a lugar nenhum. Disse ele.
No meu caminho de volta para a cozinha, espreitei o
quarto de Reg. Sasha e Reg estavam se pegando. Sorri, mas
senti uma pontada de inveja. Se casassem, tinha certeza que
seus pais ficariam felizes. Eu queria isso. Agora.
Bebi um tiro de vodka, uma vez que era mais fácil do que
fazer um cocktail. Andei até Martin, olhei diretamente nos
seus olhos, levantei uma sobrancelha, e entrei em seu
quarto.
CAPÍTULO 12
MARTIN

Eu sei que combinamos em sermos amigos, mas não


podia ser apenas seu amigo. Adorava falar e rir com ela, mas
não era suficiente.
Pensei que a amizade platônica poderia aliviar meu desejo
por ela, mas isso só fez mais intenso meus sentimentos.
Queria acariciar o cabelo sedoso e olhar em seus grandes
olhos castanhos. Assisti seus lábios enquanto falava e queria
senti-los contra a minha boca.
Ter um monte de pessoas ao redor tornou mais fácil de
lidar com a saudade. Os rumores começariam se as pessoas
nos vissem beijando ou de mãos dadas, o que não ajudaria a
situação com seus pais. Nem conhecia seus pais e já os
odiava.
Estava conversando com alguns caras da equipe e a
próxima coisa que eu vi, foi ela sentada no sofá com uma
bebida na mão, e sua cabeça descansando sobre a outra.
Estava completamente bêbada. Isso não é normalmente uma
grande coisa sobre a maioria das meninas, mas ainda
conseguia ser linda mesmo bêbada e desarrumada. Seu
sorriso sonolento era tão doce.
Comentei sobre como bêbada ela estava e tentou dizer o
mesmo sobre mim. Bebi muito também, mas raramente
ficava bêbado. Mais uma vez, me venceu e estava bem pior
que eu. Sasha disse que ela não tinha jantado, o que
provavelmente não estava ajudando.
Para ser honesto, estava um pouco preocupado com ela.
Não tinha me dado detalhes, mas o que disse sobre ser
cortada e renegada era preocupante. Queria tranquilizá-la e
dizer-lhe que tudo ficaria bem, mas não sabia disso.
Certamente não poderia ajudá-la nesse departamento.
Vendo o quão bêbada estava, pude supor que deveria ter
esperado que eu a agarrasse em público, mas não o fiz e fui
pego de surpresa quando colocou a mão no meu joelho.
Quase pulei do sofá quando passou a mão na minha perna.
Não queria que ninguém visse, mas não queria que ela
parasse. Estava ficando ligado e debatendo se deveria tentar
fazer uma jogada sobre ela ou não. Por um lado, o meu
quarto estava a poucos passos de distância. Por outro lado,
meu dormitório estava cheio de gente.
Levantou-se para pegar outra bebida. Estava prestes a
dizer que não era uma boa ideia, mas se sabia alguma coisa
sobre Alexa, era que ninguém dizia a ela o que fazer.
Assim que se levantou, Donny se sentou em seu lugar.
– Cara, você tem que acertar isso esta noite. Disse
Donny.
– Você não tem um lugar que você deve estar?
– Nah, bro, eu vim para dar-lhe alguns conselhos.
– O que você possivelmente sabe que eu não sei?
– Te conheço há três anos. Você pode ter todas as
meninas que você deseja. Cadelas ficam loucas com o
quarterback. Nem sequer se importam se você é estranho ou
feio. Meninas ainda iriam correr atrás de você.
– Obrigado. Disse secamente.
– Tudo o que estou dizendo é que, meninas bêbadas são
fáceis. Cheerleaders6 são bastante fáceis também. Esta é
especialmente quente. Se você não fizer nada, eu vou.
O empurrei para longe de mim.
– O que faz você pensar que iria querer você? Perguntei,
ficando mais irritado a cada segundo.
– Não sei sobre ela, mas tenho certeza que seus pais
ficariam bem com isso.
Isto atingiu um nervo.
– Por favor, me deixe. Alexa estaria de volta a qualquer
momento e não queria Donny sentado aqui quando voltasse.
– Não até que me prometa que você vai fazer sexo com ela
esta noite.
– Ok, ok, tudo bem! Disse rapidamente. Qualquer coisa
para nos deixar em paz.
Em vez de sentar-se no sofá, Alexa me deu o que acho
que era para ser um olhar de “vem cá”.
Seus olhos estavam um pouco sonolentos por isso era
difícil de dizer. Entrou no meu quarto, e encostou a porta.
Donny soltou um grito, e o olhei de cara feia. Não queria que
ninguém estragasse isso para mim. A festa estava
terminando, e esperava que todo mundo fosse nos deixar em
paz.

6
Líderes de torcida
Sentou-se na minha cama e desamarrou os sapatos.
Avançou em direção aos meus travesseiros e deu um tapinha
no colchão ao lado dela. Rapidamente obedeci.
Descansou a cabeça no meu ombro, assim como na noite
do nosso beijo. Estava esperando que continuássemos de
onde paramos.
– Isso é ... amigável... Disse, quebrando o silêncio.
– Sei que disse que só queria que fossemos amigos, mas
você parece muito bom para não tocar. Disse meio arrastando
as palavras.
– Você parece incrível também. Quando sua mão estava
na minha perna, queria pegá-la e jogá-la na minha cama.
Ela riu.
– Teria adorado isso.
Pensei sobre todas as coisas que queria fazer com ela.
Provavelmente gostaria também. Estava um pouco
preocupado que estivesse muito bêbada para qualquer coisa.
Tinha tido relações sexuais bêbado antes, e nunca foi tão
bom quanto quando estava sóbrio. E se pela primeira vez
fosse desleixado e desajeitado? E se acordasse amanhã com
uma ressaca e arrependimento? E, pior, se não se lembrasse
de qualquer coisa?
Eu a queria, mas não assim. Estava tão bêbada que mal
conseguia ficar de pé. Pensei sobre o que Donny disse e me
fez sentir enjoado. Não estava à procura de uma noite só.
Queria que nós ainda fossemos amigos, ou algo mais, pela
manhã.
– Vamos assistir a um filme. Sugeri, esperando que
ficasse um pouco sóbria.
– Ok! Disse, deslizando sob meus lençóis.
Escolhi um filme de forma aleatória, sabendo que nós,
provavelmente, estaríamos um pouco distraídos demais para
assistir. Coloquei meu braço em volta dos ombros e ela pegou
meu rosto entre as mãos e beijou-me com força. Sua língua
estava na minha boca; Ela tinha gosto de uma bebida mista.
Montou em mim e puxou minha camisa sobre a minha
cabeça. Suas mãos eram suaves, deslizando devagar pelos
meus lados.
Atrapalhou-se com o botão na minha calça. Eu a parei,
mas duvidava que teria a destreza neste momento para
conseguir abri-los. Tê-la em cima de mim era
insuportavelmente excitante.
Tentei retardar as coisas colocando-a na cama, mas isso
só a levou a puxar sua própria blusa. Lutou com seu jeans
por um tempo antes de chutá-los para o chão. Estava apenas
com sua calcinha e sutiã e queria olhar essa vista magnífica.
A coloquei ao meu lado e puxei-a para perto de mim,
querendo tocar tanto dela como poderia.
– Você é tão incrivelmente bela. Você sabe disso? Claro,
ela sabia, mas não podia parar de dizer isso.
Sorriu para mim com os olhos fechados.
– Você está dormindo?
– Não, eu estou acordada. Respondeu, com os olhos ainda
fechados.
– Você gosta de mim? Parecia uma pergunta tão infantil,
mas queria saber.
– Sim Murmurou. – Você gosta de mim?
– Mais do que você pode imaginar.
A segurei em meus braços e ouvi a porta da frente
abrindo e fechando. A festa tinha acabado, e eu tinha Alexa
só para mim. Pensei que, se todos se foram, poderia correr
para a cozinha e obter um pouco de água e lanches para
ajudá-la a ficar sóbria.
Tirei suas mãos de cima de mim, vesti uma camisa, e
peguei duas garrafas de água e uma caixa de biscoitos da
cozinha vazia.
Perguntei-lhe se queria um lanche, mas não respondeu.
Gentilmente a sacudi e ela soltou um ronco. Não poderia
ajudar, mas deixei escapar um gemido.
– Oh, Alexa! Sussurrei. – Nós temos o pior timing.
Desde que tinha os lanches e o filme ainda estava ligado,
não havia nenhum ponto em incomodá-la. A deixaria dormir
e faria seu café da manhã quando acordasse para aliviar a
ressaca inevitável. Quando não conseguia mais manter os
olhos abertos, tirei minha camisa e a calça. Costumo dormir
nu, então estava fazendo uma cortesia por usar a minha
cueca.
Achei que ficaria bem comigo dormindo ao lado dela.
Afinal, estava tentando tirar a minha roupa antes de
adormecer. Beijei-a na cabeça e rolei para o lado dela, caso
dela passar mal durante a noite.
Rolei para o outro lado, na esperança de que apenas uma
vez, tudo no universo iria alinhar para que pudéssemos ter
uma noite perfeita juntos.
Talvez a nossa relação não fosse para ser perfeita. Talvez
sempre fosse uma surpresa. Talvez isso tudo implodisse, e
gostaria de ser transformado em pó, brilhando como sempre.
Não me importava. Contra o meu melhor julgamento, eu
faria qualquer coisa para estar com ela.
CAPÍTULO 13
ALEXA

Quando acordei, não conseguia nem abrir os olhos.


Minha cabeça latejava com tanta força que doía só para
levantar as pálpebras. Além disso, não tinha lavado a minha
maquiagem, e a combinação de rímel e cola para cílios
postiços tornava as coisas mais difíceis. Não tinha
necessidade de abrir os olhos agora de qualquer maneira.
Voltei a dormir por um minuto. Sonhei que estava na
linha lateral do campo torcendo por Martin. Havia mais
pessoas no estádio do que eu já tinha visto em meus quatro
anos na equipe. Meus pais e Sebastian estavam sentados na
primeira fila. Olhei para baixo e percebi que estava vestindo
nada além do meu sutiã e calcinha. Tentei me manter
animando como se nada estivesse errado, mas milhares de
pessoas estavam apontando para mim.
Acordei com um sobressalto. Me sentia péssima. Levei
alguns segundos para perceber que não tinha ideia de onde
estava. Parecia meu quarto, mas nenhum desses pertences
era meu. Olhei para a cama e vi Martin lá, com um braço e
perna nus pendurados fora do lado da cama. Por que ele
estava nu? Por que eu estava na cama com ele? De repente,
estava muito consciente da minha própria nudez.
Rapidamente peguei minhas roupas, acordando-o no
processo.
– Bom dia! Disse, sonolento. – Como você está se
sentindo?
– O que está acontecendo? Por favor, me diga que eu não
apaguei novamente. Seu sorriso se transformou em uma
carranca.
– Eu devo ter, porque não tenho ideia por que estou aqui.
– Não fique chateada, você é que veio para a minha cama
primeiro.
– Quem me deixou ter todo esse álcool?
– Você fez! Tentamos convencê-la de que não era uma boa
ideia, mas você continuou bebendo muito.
– Isto é um pesadelo! Falei, segurando minha cabeça
latejando em minhas mãos.
– Sinto muito por você se sentir assim. A noite passada foi
uma das melhores noites da minha vida. Eu gostaria que
você pudesse se lembrar dela.
– Você está brincando comigo? Eu gritei para ele.
Eu me senti violada. Nós estávamos juntos na cama, nus
e eu não me lembrava de nada. Se eu estava tão bêbada que
apaguei várias horas da minha vida, então como poderia até
mesmo estar consciente o suficiente para ter relações
sexuais?
Corri para o banheiro e tranquei a porta. Eu me equilibrei
na borda da pia e chorei. Eu realmente gostava dele. Como
ele poderia ter tido relações sexuais comigo quando eu não
estava nem mesmo sóbria o suficiente para entrar nisso?
Eu me olhei no espelho. Eu estava horrível. A maquiagem
estava manchada por todo o meu rosto e meu cabelo era um
emaranhado. Eu não poderia voltar para meu dormitório
assim, as pessoas iriam ver. Eu tirei minha roupa e entrei no
chuveiro.
Eu ouvi uma batida na porta.
– Alexa, abra a porta. Eu não acho que você entendeu.
Eu entendi tudo muito bem. Caras eram todos iguais.
Todos esses caras agem doces e gentis, mas só querem uma
coisa. Eu me senti estúpida. Eu estive em situações
semelhantes antes, mas com caras que não significavam
nada para mim. Eu estava começando a pensar que poderia
realmente confiar nele.
Eu espremi o pequeno sabão de banho na minha mão e
esfreguei sobre as manchas pegajosas no meu corpo. Alguém
deve ter derramado uma bebida açucarada em mim. O cheiro
me deu lembranças instantâneas de descansar minha cabeça
em seu peito.
Eu enxaguei isto, mas o cheiro estava preso em meu
cérebro. Eu coloquei meu rosto sob a água corrente durante
alguns minutos, esperando que o vapor ajudasse o escoar o
álcool para fora do meu corpo.
Quando eu saí do chuveiro e me olhei no espelho, eu
parecia tão mau como quando eu entrei.
Minha maquiagem tinha derretido no chuveiro e meu
cabelo estava mais emaranhado. Eu encontrei um pano limpo
e esfreguei no meu rosto até que eu parecia mais humana e
menos guaxinim.
Depois de algumas pesquisas, descobri um pente de
plástico barato e comecei a trabalhar no meu cabelo. Uma vez
que estava suave até minha nuca, reuni o resto da bagunça e
amarrei de volta com o laço de cabelo que eu mantinha no
meu pulso. Eu ainda estava agitada, mas bem o suficiente
para caminhar a pé para casa sem criar uma cena.
Eu me senti tonta e me sentei na borda da banheira. Eu
peguei um punhado de água fria da pia e bebi. Eu não queria
voltar para o quarto. Eu não poderia encará-lo depois do que
fez para mim.
Mais uma vez, eu estava envergonhada. Não por beber
muito, mas por estar vulnerável. Eu odiava não estar no
controle. Eu me estabilizei, respirei fundo e abri a porta.
Para minha surpresa, o quarto estava vazio. No local onde
eu tinha dormido estava um prato de torradas e bacon. Tinha
uma bebida esportiva na mesa de cabeceira. O pensamento
de comer qualquer coisa me repeliu, mas eu sabia que era a
melhor maneira de superar uma ressaca.
Talvez fosse me dar energia para caminhar de volta para
meu dormitório. Eu mordisquei a torrada, com a boca seca
até o ponto onde mal conseguia engolir. Eu abri a bebida e
dei alguns pequenos goles. Fiz uma pausa, esperando para
me certificar de que não iria vomitar. Quando o fiz, dei mais
algumas mordidas pequenas e lentas.
Eu estava quase na metade do meu prato quando Martin
entrou no quarto. Tanto para uma saída furtiva.
– Você quer me dizer o que há de errado? Ele perguntou,
franzindo a testa.
– Eu não sei qual é a sua confusão. Você não é aquele que
não se lembra de nada. Disparei de volta.
– Eu posso dizer-lhe tudo sobre a noite passada, se você
me ouvir.
– Claro, eu aposto que você vai torcer os fatos para que
saia como o herói novamente.
– O que você acha que aconteceu? Ele perguntou,
parecendo magoado.
– Eu acordei em sua cama e nós dois estávamos
praticamente nus. Não me lembro de nada, então isso
significa que eu estava extremamente bêbada. Acho que
posso colocar dois e dois juntos.
– Nunca vá trabalhar de detetive. Fez uma careta. – Você
gostaria que lhe dissesse o que realmente aconteceu?
Fiquei em silêncio. Realmente não queria ouvir isso.
Peguei meus sapatos e bolsa e tentei a maçaneta da porta.
Ela estava trancada.
– Isso é doente! Gritei. – Me prender aqui, para quê?
– Eu não prendi você. Disse, genuinamente confuso.
Tentou abrir a porta, mas havia algo no caminho. Ligou
para Reg e pediu para ele nos ajudar.
– Há algo errado com a minha porta, Reg. Você pode
tentar abri-la pelo lado de fora?
– Bem, hum... Reg gaguejou. – Nós meio que bloqueamos
a porta.
– Você o que?
Reg desligou e ouvi a voz de Sasha crescendo a partir do
outro lado da porta.
– Todos nós já tivemos o suficiente de suas brigas. É hora
de vocês resolverem as coisas. Quando tudo estiver resolvido,
nós vamos deixar vocês saírem.
Estava furiosa. Só queria ir para casa e cuidar dessa
ressaca em paz e sossegada.
– Agora que estamos presos aqui. Falou um pouco mais
suave. – Vou te contar os fatos: Você ficou realmente bêbada
e veio para cima de mim. Não me interprete mal; fiquei
emocionado quando fez sinal para o meu quarto. Nós nos
beijamos, mas poderia dizer que você estava bêbada demais
para fazer qualquer outra coisa. Você tirou minha camisa e
então tirou suas próprias roupas. Estava tentando te deixar
sóbria, mas você desmaiou. É isso aí.
– Se isso foi tudo o que aconteceu, então, como você pode
chamar isso de “uma das melhores noites de sua vida”?
Ele corou.
– Não é sempre que você começa a compartilhar sua cama
com a capitã da equipe de torcida.
Zombei e bati na porta.
– Nós acertamos as coisas. Gritei para a porta. –
Descobri que Martin é um burro. Pode me deixar sair agora.
– Boa tentativa! Respondeu Sasha. – O fato de que ainda
podemos ouvir gritos não é um bom sinal.
Pisei de volta para a cama e terminei o meu café da
manhã frio. Estava começando a me sentir um pouco melhor
fisicamente, mas ainda estava com um humor terrível.
– Não posso falar com você quando você está assim.
– Assim, como?
– Você é tão incrivelmente teimosa. Por que não podemos
discutir isso como seres humanos racionais?
– Porque nada que diga importa.
– Eu vou tomar um banho. Talvez quando sair, esteja
melhor para conversar sobre isso.
– Vamos ver. Murmurei sob a minha respiração. Não
havia mais nada para falar. Tentei ser amiga dele, e isso é o
que consegui. Estava trancada em um quarto com um cara
que continuava a causar problemas para mim. Queria sair
fora deste quarto, fora desta "amizade", fora do controle dos
meus pais.
Uma vez que não havia mais nada para fazer com Martin
no banheiro, deslizei sob as cobertas para descansar meus
olhos. Só queria alguns minutos de escuridão e silêncio para
que pudesse pensar.
CAPÍTULO 14
MARTIN

Quando cheguei ao banheiro, sentei-me na borda da


banheira e peguei meu telefone. Precisava falar com alguém
com experiência em problemas com garotas, mas não queria
que Alexa me ouvisse. Mandei um texto para Sam:
Martin: As coisas estão realmente estranhas com
Alexa. Está brava comigo sem nenhum motivo. O que
devo fazer?
Podia vê-lo digitando quase imediatamente.
Sam: Ouvi tudo sobre isto. Você tem que resolver as
coisas. Todos os casais brigam de vez em quando. É
normal.
As palavras se espalham rapidamente.
Martin: Nós não somos um casal. Ela me odeia e não
há nada que posso dizer para melhorar.

Sam: Você gosta dela?

Martin: Claro que sim.


Sam: Certifique-se de que ela saiba disso. Mantenha-
me atualizado.
Coloquei meu telefone no balcão ao lado de uma toalha
coberta de manchas cor de rosa, preto e bronze. Era raro ver
uma líder de torcida sem maquiagem. Seus olhos pareciam
tão suaves e cansados, e leves sardas que nem sabia que
existiam estavam ali pontilhando seu nariz e bochechas.
Liguei o chuveiro e entrei, parando imóvel enquanto
deixava a água fria cair sobre o meu corpo. Pense, pedi a mim
mesmo. O que devo dizer para convencê-la a confiar em mim?
Pensei em uma entrevista de emprego que tive anos atrás.
O entrevistador me perguntou como convenceria as pessoas
de que sou confiável. Nunca tinha pensado nisso antes. Disse
a ela que não precisava usar minhas palavras, porque as
pessoas podiam olhar para as minhas ações passadas e
saberiam que era confiável.
Então pensei sobre o meu passado com Alexa. Durante
anos, eu a tinha provocado e feito brincadeiras estúpidas.
Não fiz isso por maldade; Acho que queria ter uma razão para
interagir com ela. Fazia sentido porque não confiava em mim.
Nunca lhe dei uma boa razão para isso. Se não pudesse
mostrar a ela que poderia confiar em mim, teria que
convencê-la com as minhas palavras.
Sequei-me e escolhi uma camiseta fresca e um jeans do
armário. Tinha esquecido a forma que um banho e uma
roupa limpa poderiam me dar uma nova perspectiva sobre a
vida. Estava pronto para conversar. Esperava que ela
estivesse também.
Abri a porta do banheiro, pronto para começar meu
discurso, apenas para encontrá-la na cama adormecida.
Eu ri. Típico de Alexa. Se não pudesse ganhar uma
discussão, então apenas dormiria através disto. Teria me
juntado a ela, mas dormi muito bem e não queria que
entrasse em pânico se acordasse ao meu lado novamente.
Tentei novamente a porta, mas ainda estava trancada.
Sentei-me na minha mesa e estudei um pouco. Tinha um
teste no dia seguinte, mas já consciente de que não iria muito
bem. Eu andava muito distraído ultimamente para prestar
atenção na aula. Estava lendo sobre diferentes técnicas de
pesquisas quando meu telefone tocou.
Eu não ouvi qualquer conversa, o texto era de Sasha.

Martin: Adormeceu enquanto tomava um banho, por


isso estou apreciando o silêncio.

Sasha: Espero que você goste de estar trancado em


seu quarto, porque você não está saindo.

Martin: Isso é bom. Estou ficando com fome, apesar


de tudo. Envie um pouco de comida quando você puder.
Respondi sarcasticamente.
Poucos minutos depois, ouvi o barulho da porta.
Levantei-me, pensando que poderia alcançar minha saída,
mas antes que chegasse ao meio do quarto, um prato
deslizou dentro e a porta se fechou.
–Boa tentativa. Disse uma voz abafada do outro lado.
Havia dois sanduíches e um monte de batatas fritas no
prato. Jogaram duas latas de refrigerante, também. Foi um
gesto agradável, ou teria sido se não tivessem nos trancado
aqui contra nossa vontade.
Verifiquei para ver se toda a agitação tinha acordado
Alexa. Não o fez. Estendi minha mão na frente do seu rosto,
só para ter certeza de que ainda estava respirando. Sua
respiração estava quente e úmida na parte de trás da minha
mão.
Retomei meus estudos, comendo calmamente as batatas
fritas. Se não acordasse logo, não haveria mais nada para ela
comer. Depois de um tempo, estava começando a me
entediar. Sacudi-la para acordar parecia ser uma má ideia.
Afinal de contas, estava esperando que a soneca fosse
acalmá-la. Tentei fazer algum barulho leve, esperando que
isso a acordasse por conta própria.
Bati meu livro ao fechar, baguncei papéis, e abri minha
bebida nada funcionou. Suspirei dramaticamente, rolei
minha cadeira pelo chão, e triturei as batatas fritas. Nada.
Finalmente, tossi alto, e se mexeu.
– Quanto tempo estive dormindo?
Eu verifiquei meu telefone.
– Cerca de cinco horas. Brinquei.
– Cinco horas? Gritou. – Por que você não me acordou?
– Estou brincando. Só foi cerca de uma hora. São onze
horas. Deveria saber melhor do que brincar em um momento
como este, mas não poderia me ajudar.
Franziu a testa.
– E a porta ainda está trancada?
– Sim, mas Sasha foi gentil ao nos fazer sanduíches.
Entreguei o prato para ela. Não estava prestes a dizer que
tinha batatas fritas para ela também.
– Você está se sentindo melhor?
– Sim. Apenas não estou satisfeita que ainda estamos
neste quarto.
– Nem eu. Acho que Sasha está ouvindo do outro lado da
porta. Sabe que você estava dormindo.
– Não estou surpresa. Pode ser tão intrometida, às vezes.
Disse alto o suficiente para que Sasha pudesse ouvir.
– Então… Devemos conversar sobre isso para que
possamos sair daqui?
– Vá em frente! Isto é tudo culpa sua, então você pode
fazer o seu melhor para corrigir tudo.
– Minha culpa? Como você sabe?
– Nós tomamos a decisão de que seríamos amigos. Da
última vez que chequei, os amigos não dormem nus na
mesma cama.
– Se for esse o caso, arruína muitas fantasias dos
jogadores sobre você e seus amigos. Disse sob a minha
respiração.
– Estou falando sério.
– Você veio para cima de mim, no entanto. Não vamos
esquecer esse detalhe.
– Estava bêbada. Você disse que estava tão bêbada que
não iria transar comigo. Por que não apenas me chutou para
fora ou me mandou para casa?
– Eu queria transar com você. Pensei que ia ficar sóbria e
ainda iria querer ficar comigo
– Claro que não! Disse ela, friamente.
– Foi sua escolha tirar nossas roupas.
– Estava perdida. Você não pode me responsabilizar por
minhas ações.
– Por que não? Não acredito que o álcool transforma você
em alguém que não é. Reduz suas inibições? Sim. Mas não
acho que de repente pode levar você a fazer algo que não tem
qualquer interesse em fazer.
– Então eu não deveria te culpar por esta situação em que
estamos?
– Não, e, na verdade, culpo você. Não te obriguei a fazer
qualquer coisa, Alexa. Está com raiva de mim por não saber
exatamente o que quer. Um dia, você diz que quer ser minha
amiga, e no próximo, você está flertando comigo e tirando a
roupa. É confuso, e não acho que é justo para mim.
Olhou para o chão, em silêncio.
– Estou começando a achar que isto é uma grande
brincadeira. Sinto que você está tentando me fazer cair de
amor por você, só para arrancar tudo no último segundo.
Quanto mais pensava nisso, mais parecia verdadeiro.
Talvez estivesse apenas me usando. Continuou me dando
esperanças, apenas para ficar chateada comigo quando eu a
queria. Podia ficar bêbada e agir como quisesse, apenas para
me culpar por suas más decisões na parte da manhã. Mandei
uma mensagem Reg:
Isso já não é mais engraçado. Quero sair.
CAPÍTULO 15
ALEXA

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Será que


realmente achava que eu era tão terrível que iria enganá-lo de
propósito? Se isso aconteceu, foi puramente acidental. Caras
não deveriam agir desta forma. Caras eram os que flertavam
e diziam às garotas que gostavam de nós. Você tem uma noite
agradável com eles, e a próxima coisa que sabe é que estão
na próxima.
Na maior parte, os caras do futebol só queriam transar
com tantas garotas quanto pudessem. Conquistam uma,
contavam a todos os seus amigos e buscam a próxima garota
quente. Especialmente caras como Martin.
– Você lembra quando nos conhecemos no primeiro ano?
– Sim, foi antes das aulas sequer começarem. Nós dois
estávamos treinando. Por quê?
– Disse às garotas que achava que você fosse bonito.
Queria falar com você, mas era muito tímida. Convenceram-
me a escrever o meu número de telefone em um pedaço de
papel e colocá-lo em seu armário. Você lembra o que
aconteceu depois?
– Uh! Ele se encolheu. – Não me lembro.
– Meu telefone não parava de tocar. Tive mensagens sujas
e mensagens de voz em todas as horas do dia. Tive que
mudar meu número de telefone. Por que isso?
– Sinto muito. Alguns dos veteranos viram e quiseram
que o entregasse. Era um calouro e tinha que aparecer. Era
um ninguém. Eu senti mal por isso, mas achei que você ia
ficar bem.
– Não fiquei. Me senti tão estúpida por pensar que tinha
uma chance com você. Senti minha garganta ficar apertada.
– Uma chance comigo? Parte da razão pela qual fiz isso é
porque sabia que uma vez que me conhecesse, não teria
nenhum interesse em mim. Garotas como você não namoram
caras como eu. Todo mundo sabe disso. O que acha que seus
pais diriam se nos vissem juntos?
Não queria responder a essa pergunta.
– Acho que é por isso que te tratei da maneira que eu fiz.
Queria você ao redor, mas tinha que mantê-la no
comprimento dos braços. Era mais fácil não te querer se
lembrasse que não tinha chance.
– Você não pode dizer que gostou de mim todo esse
tempo. Interrompi. – Você namorou muitas garotas nos
últimos quatro anos. Você mesmo namorou outras líderes de
torcida.
– O que você queria? Deveria permanecer celibatário
porque a menina dos meus sonhos estava perpetuamente
indisponível?
A garota de seus sonhos. Eu tinha ouvido estas palavras,
antes, de outros caras, mas vindo de Martin, isto realmente
parecia genuíno.
– Se não me engano. Você namorou muitas pessoas
também.
– Acho que houve alguns. Mas para ser honesta,
realmente não tive qualquer sentimento por nenhum deles.
– Então por que os namorou? Perguntou, em dúvida.
– Pensei que era o que deveria fazer. Um monte de caras
me pediram para sair, mas só dizia sim se soubesse que eles
seriam aprovados pelos meus pais.
Sou uma péssima mentirosa. Toda vez que falei com minha
mãe, me perguntava se estava namorando alguém. Não
poderia namorar tipos como os descolados que jogavam
Frisbee fora do refeitório e negar isto. Veria minha mentira
instantaneamente.
Assentiu, mas não tinha certeza de que realmente
entendeu.
– Além disso, ficar sozinha quando todos estão
acompanhados e você é a única pessoa só. Gia e Sam estão
juntos há muito tempo, e Sasha sempre teve um namorado.
O que deveria fazer, ficar em casa e tricotar?
– Suponho que não.
– Você amou qualquer uma das garotas que você
namorou?
– Na verdade não. Realmente gostei de algumas, mas
sempre havia algo faltando.
– Provavelmente gostavam de acordar de manhã, nuas e
confusas.
– Você ainda está chateada com isso? O que é que lhe dá
tal desconfiança com os homens?
Nunca tinha falado com ninguém sobre isso, além de
Sasha. Não sabia se queria falar sobre isso agora, mas
poderia dizer que havia algo que estava escondendo.
– O que aconteceu?
– Alguns anos atrás fui para o lacrosse com um dos
veteranos da equipe. Seus pais conheciam os meus pais e
minha mãe me pediu para ir. Era muito bonito, mas era uma
espécie de mala. Não bebi muito, mas ele continuou me
dando bebida após bebida. Continuou me dizendo para ir
com ele para seu quarto de hotel. Não queria ir, mas estava
ficando difícil de recusar depois de beber tanto. Queria que
gostasse de mim porque sabia que minha mãe ficaria
encantada.
– Você fez sexo? Perguntou Martin, com uma expressão
de terror no rosto.
– Não, mas não porque não tentou. Felizmente, a capitã
de torcida estava lá e me viu tentando empurrá-lo de cima de
mim. Sabia que ele era um verme e chamou um táxi para me
levar para casa.
– Oh meu Deus! Disse, a boca aberta.
– Assim você pode entender por que é perturbador para
mim quando acordo, sem saber se transei ou não. Sei que
não devo beber muito, deveria saber melhor até agora. Só
preciso saber que, se estou dormindo com alguém, é porque
eu quero.
– Claro! Quero que saiba que nunca sonharia em
machucar você assim.
– Obrigada. Sorri. – Isso realmente significa muito para
mim.
– Isso significa que você não está com raiva de mim?
Perguntou esperançoso.
– Não! Não estou brava com você, estou brava por causa
de você.
– O que isso quer dizer?
– Eu acho que finalmente perdoei você por todo nosso
passado. É uma tolice continuar com essa raiva por tanto
tempo. Estou brava porque cada vez que finalmente sinto que
estou superando você, vejo seu rosto estúpido e sou atraída
de volta para você.
– Puxa, obrigado! Disse sarcasticamente.
– Nós simplesmente não somos bons juntos. Nós sempre
lutaremos por coisas estúpidas e seremos muito teimosos
para resolver nossos problemas.
– Estamos trabalhando isso agora mesmo.
– Sim, mas tivemos que ficar trancados em um quarto
para fazer isto.
– Você tem dinheiro, você pode contratar alguém para nos
trancar.
Sorri, mas não tinha certeza se ainda tinha dinheiro. Esse
era o verdadeiro problema.
– Minha família nunca aceitaria você. E não estou pronta
para me afastar das pessoas que me criaram e me deram
tudo.
– Então, onde é que isso nos deixa? Se não podemos estar
juntos, como podemos evitar que isso aconteça novamente?
– Faltam apenas alguns meses antes da formatura.
– Podemos evitar um ao outro para o resto da nossa vida
universitária? Nós dois vamos sair daqui e nunca nos
veremos de novo. Toda tentação desaparecerá.
Apenas o pensamento de nunca mais vê-lo novamente me
fez sentir vazia por dentro. Não queria isso, mas não acho
que haveria quaisquer outras opções realistas.
– Eu não penso assim. Temos aulas juntos e muitos
amigos em comum. Nós dois teríamos que ficar em casa
sozinhos nos fins de semana e eu não estou disposto a fazer
isso.
– Poderia limitar a minha bebida a um máximo de três.
Vou dar a todos permissão completa para me enviar para
casa se tentar beber mais. Não sou tão gentil quando estou
sóbria.
– Nós poderíamos ser amigos com benefícios.
– Como é que isso funciona? Perguntei ceticamente.
– Nós podemos transar... Disse lentamente. – Mas nós
não estaremos namorando „oficialmente‟. Nós deixamos os
sentimentos românticos fora disto.
Não tinha certeza que poderia fazer isso. Não porque não
queria transar com Martin, mas porque não acho que poderia
me separar emocionalmente, se o fizéssemos.
– Nunca ouvi falar que isto tenha funcionado para ambas
as pessoas.
– Poderíamos tentar! Disse, avançando em direção a mim.
– Vou tentar. Falei depois de um momento de hesitação. –
Contanto que você prometa que não vai se apaixonar por
mim.
– De acordo! Disse ele, colocando a mão na minha. – Você
tem que prometer que não vai se apaixonar por mim,
também.
Eu ri. – Prometo
Nós nos beijamos e eu passei meus braços firmemente em
torno de seu pescoço. Gentilmente puxei seu cabelo curto
entre meus dedos. Puxou-me para perto dele, com os braços
enrolados em volta da minha cintura. Nós nos separamos,
recuperamos nossa respiração e olhamos para os olhos um
do outro. Nós dois sabíamos que estávamos prestes a
descobrir se os benefícios valiam a pena.
CAPÍTULO 16
MARTIN

Estava um pouco hesitante para falar sobre a ideia de


sermos amigos com benefícios, porque não sabia como
reagiria. Havia uma boa chance de ela ficar furiosa comigo
apenas por sugerir isso.
Para o registro, não quero que sejamos apenas amigos
com benefícios. Mas se essa era a minha única opção além de
nunca mais vê-la novamente, estava indo para tentar.
Cada vez que nos beijamos sentia-me cada vez mais
elétrico. A primeira vez estava tão nervoso. Na segunda vez,
estava bêbada. Ambas foram agradáveis, mas nada como
isto. Desta vez, estava tão certo. Não havia nada além da
tensão entre nós durante todo o dia, e isso era como uma
libertação.
Depois de alguns longos momentos, me olhou com força
nos olhos.
– Tire sua camisa!
Eu rapidamente retirei. Ela correu os dedos pelo meu
abdômen. Puxei sua camisa sobre a cabeça, revelando seu
sutiã de renda preta. Empurrou meus ombros para baixo,
então estava deitado na cama. Montou em mim e seus
cabelos longos caíram em meu rosto.
Ela inclinou-se e começou a me beijar novamente. Minhas
mãos deslizaram para baixo da cintura até que chegaram ao
topo de sua calça jeans. Desabotoei e ela empurrou até parar
no chão.
– Acho que é hora de terminar o que começou ontem à
noite. Provoquei. Ela me chupou duro no mamilo em troca.
Facilmente desabotoou minha calça jeans e deslizou-as
em um puxão. A puxei para cima de mim, nossos corpos
apertados um contra o outro. Beijou meu pescoço, meu peito
e foi para o meu ouvido, fazendo uma pausa por um
momento para mordiscar minha orelha. Sua respiração
estava quente na minha orelha.
– Quero muito você! Sussurrou diretamente em meu
ouvido.
Rolei para seu lado, então ficamos de frente um para o
outro. Envolveu a perna em torno da minha. Cheguei em
torno de suas costas e desabotoei o sutiã em um movimento
suave.
– Você age como se tivesse feito isso antes. Disse rindo.
Beijei seus seios, suaves e altivos. Lembrei-me de todas
as vezes que imaginava como eles se pareciam. Eram muito
melhores pessoalmente. Os acariciei traçando o meu dedo
sobre seus mamilos eretos. Fechou os olhos e respirou
profundamente.
Isso me deixou ainda mais ligado. Poderia dizer.
Provocou-me, correndo os dedos sobre minha cueca, me
sentindo.
– Quanto você me quer? Balbuciou.
Dois podiam jogar esse jogo. Ergui mais alto sua perna e
lentamente deslizei minha mão passando pelo cós de sua
calcinha. Gentilmente a acariciei por cima da sua calcinha,
observando sua boca aberta. Soltou um gemido suave.
Movi meus dedos mais rápido e agarrou meu cabelo e me
beijou com força. A acariciava ainda mais rápido, querendo
ver o quão longe poderia levá-la. Mordeu o lábio inferior e
estendeu a mão para o meu pau.
Agora estava me tocando, e não sei quanto tempo poderia
durar. Tornou-se uma corrida, quem poderia levar o outro até
a borda do orgasmo mais rápido. Acho que eu ganhei porque
em um ponto, ela agarrou meu pulso.
– Tire sua cueca. Ofegava.
Deslizou sob minhas cobertas, completamente nua neste
momento. Puxei minha cueca e peguei um preservativo da
minha gaveta do criado mudo.
– É melhor verificar a data de validade dessa coisa.
Brincou.
– Você ri, mas todas as minhas outras amantes têm
estado bastante satisfeitas.
– Onde você acha que estarei classificada entre elas?
Disse sedutoramente.
– Estou apostando que você vai estar no top cinco, com
certeza. Brinquei. – Talvez até no top três.
– Eu jogo para ganhar. Disse, desembrulhando o
preservativo e rolando em mim.
Eu rolei-a de costas e beijei-a. Quando entrei nela, deu
um suspiro silencioso.
– Você está bem?
– Sim, só não pare.
Peguei o ritmo. Ela envolveu as pernas em volta das
minhas costas, cravando as unhas na minha parte superior
das costas. Não tinha certeza quanto tempo mais poderia
durar. Beijei seu pescoço e seus seios, ouvindo sua
respiração ofegar mais alto.
Abaixei uma mão e comecei a esfregar seu clitóris
novamente. Isso a colocou sobre a borda.
Fechou a boca para tentar abafar seus gemidos. Por tudo
que sabíamos os outros ainda estavam de guarda junto à
porta. Meus cuidados com ela eram demais e soltou um
gemido alto, que me colocou sobre a borda. Fechei os olhos
em êxtase completo, não querendo que esse momento
chegasse ao fim.
Quando nossa respiração desacelerou, me inclinei e lhe
dei um beijo, depois me arrastei em minhas costas. Nos
deitamos, sem dizer nada, por alguns momentos. Não pude
deixar de sorrir. Tinha esperado tanto tempo por este
momento.
– Isso foi incrível!
– Nós poderíamos ter feito isso há anos. Lembrei.
– Não acho que seria o mesmo. Havia muita tensão entre
nós, e acho que isso se tornou ainda mais doce.
– Você provavelmente está certa.
Segui as curvas de seu corpo com o meu dedo indicador.
Ela era tudo o que sempre quis em uma menina. Era
inteligente, engraçada, um pouco ardente e sexy. Tão
incrivelmente sexy.
Meu telefone tocou novamente. Era Reg.
Não ouvi qualquer discussão há algum tempo. Está
tudo bem? Será que vocês resolveram as coisas?
Mostrei a Alexa o texto. Pegou meu telefone e escreveu
uma resposta:
Está tudo bem, mas acho que precisamos de um
pouco mais de tempo para falar sobre as coisas. Envie
comida.
Eu ri. Era loucura pensar que apenas algumas horas
atrás, teria feito qualquer coisa para sair do meu quarto.
Agora, faria qualquer coisa para fazê-la ficar por tanto tempo
quanto possível. Não tínhamos nenhum lugar para ir, e
queria tomar o meu tempo para conhecê-la.
Sei que disse que não me apaixonaria por ela, mas não
quis dizer isso. Nem um pouco.
CAPÍTULO 17
ALEXA

– Que horas são? Perguntei, puxando a coberta fina em


volta do meu corpo.
– Acho que são quase três. Respondeu com a boca cheia
de biscoitos. Fazer amor tinha aberto o apetite.
– Nós vamos ficar aqui o dia todo? Perguntei,
esperançosamente.
– Está bom para mim!
Era bom não estar brigando mais uma vez. Estava
deitada na cama e observei-o se movimentar no quarto. Seu
corpo era como as esculturas que tinha visto durante viagens
a vários museus de arte europeus. Quando se movia, pude
ver cada músculo individual através de sua pele lisa. Quando
riu, cada bloco quadrado construído de seu abdômen estalou.
Quando se agachou para pegar nossas roupas esquecidas
no chão, pude ver cada músculo de sua coxa. Quando me
puxou para perto, seus bíceps incharam.
Tinha passado tanto tempo em torno de jogadores de
futebol, que o corpo masculino nem sequer me perturbava. A
equipe tinha uma propensão para andar em torno do
departamento de atletismo em roupas mínimas.
Usavam camisetas cortadas durante os treinos que quase
não cobriam nada. Desfilavam pelo escritório do treinador em
nada além de seus shorts. Pensando no passado, não
conseguia me lembrar de uma época em que vi, mesmo
remotamente, essa quantidade de Martin. Não conseguia
parar de olhar para ele.
Na minha experiência, quando os caras têm grandes
corpos, estão em falta com algum outro aspecto da vida.
Conheci tipos fisiculturistas que eram rudes com as
pessoas, atletas que não eram inteligentes o suficiente para
colocar duas frases juntas, e modelos que se levavam muito a
sério. Não tinha certeza de qual era a deficiência de Martin.
Era muito inteligente, engraçado e agradável, uma vez que
você o conhecesse.
Não era o tipo de cara que meus pais gostariam de me ver
casada, isso era certo. Não sabia muito sobre sua vida, mas
acho que era classe média. Essa era a sua deficiência, que
era perfeitamente normal.
– Eu acho que Reg e Sasha pararam com a comida. Você
quer algumas roupas emprestadas?
Assenti. Estava vestindo a mesma roupa de ontem à
noite, e não queria colocar roupas sujas. Deu-me uma de
suas camisetas e calções de treino. Elas eram largas, mas
incrivelmente confortáveis.
Cheiravam a limpeza, mas também como Martin. Era
como estar em seus braços.
– Você percebe... Comecei. – Que Sasha e Reg estavam lá,
enquanto estivemos presos aqui neste quarto?
– Nem sequer pensei sobre isso.
– Estive tão preocupada com outras coisas que ainda não
tive a oportunidade de falar com Sasha sobre isto.
Me senti um pouco culpada. Havia algo grande
acontecendo na vida da minha melhor amiga e eu não tinha
sequer perguntado a ela sobre isso. Sabia sobre tudo o que
estava passando, e sempre escutava tudo o que tinha a dizer.
Em qualquer outro momento, eu estaria mandando
mensagens de texto imediatamente para ela se eu tivesse me
enganchado com um cara. Especialmente quando o sexo foi
tão bom.
– Acho que eles estão bem juntos. Disse Martin.
– Concordo. Sempre gostei dele.
– É um cara bom. Nós temos vivido juntos todos os quatro
anos. Teve alguns momentos difíceis recentemente, por isso
estou feliz que encontrou uma boa garota.
– Realmente? Disse com incredulidade. – Ele é fofo. Não
posso acreditar que tenha dificuldade em conseguir meninas.
– É o tipo de cara que prefere ter uma namorada séria,
em vez de dormir com quem puder. Você ficaria surpresa com
quantas garotas não estão à procura de um relacionamento.
– Posso acreditar. Os relacionamentos podem dar um
monte de trabalho. Às vezes é mais fácil se divertir em vez
disso. Martin sorriu.
– Então você está me dizendo que Sasha é a primeira
garota com quem ele dormiu?
– Como você sabe que dormiram juntos?
Eu ri. – Não sei, só conheço Sasha.
– Não, ele tinha uma namorada muito séria alguns anos
atrás. No entanto, o enganou e quebrou seu coração. Ficou
longe das mulheres desde então.
Me senti mal por ele. Era um cara legal. Estava feliz que
ele e Sasha estavam se acertando.
Senti uma pontada de solidão na boca do estômago.
Poderiam sair em público e dar as mãos. Provavelmente iriam
visitar os pais um do outro durante o verão. Não tinha essa
opção com Martin.
Naquele momento, abriram um pouco a porta e algumas
caixas para viagem de comida chinesa apareceram. Podia
ouvir vozes suaves, uma risadinha, e a batida de uma porta
do quarto em frente ao hall.
– Graças a Deus! Exclamou Martin. – Estava com medo
que iria ter que comer você, se não voltassem com a comida
em breve!
Levantei uma sobrancelha para ele.
Reg e Sasha tinham feito bem. Abri recipientes cheios
com arroz lo mein7, e frango do General Tso8.
– Ah, cara! Martin disse, desapontado. – Esqueceram os
garfos. Vou chamar Reg.
– Não, não! Acho que eles estão, uh, ocupados. Cavei
através do saco duplo para verificar os talheres. – Aqui! Há
pauzinhos ali dentro.

8
– Não sei como usá-los. Disse Martin, um pouco
envergonhado.
– Vou te ensinar.
Arrumei os pauzinhos na mão e usei minhas mãos para
manipular o seu.
– Entendeu?
– Eu acho que sim.
Soltei sua mão e os pauzinhos cruzaram e deslizaram fora
de posição quase que imediatamente. Tentei não rir. Não
queria tirar sarro dele, mas sua concentração era adorável.
– Tente de novo. Disse, reposicionando os pauzinhos.
Conseguiu pegar um único pedaço de frango e,
lentamente, trouxe-o para sua boca. Quando abriu a boca,
caiu de volta para o recipiente, salpicando molho no rosto.
Não consegui segurar meu riso. Encontrei um
guardanapo e limpei a bagunça em seu rosto.
– Vou morrer de fome. Disse dramaticamente. –Posso
apenas comer com os dedos?
– Não! Você vai fazer uma enorme bagunça. Vou te
ajudar.
Peguei um pedaço de frango com facilidade e o segurei
nos seus lábios.
– Está tudo bem se eu apenas alimentá-lo?
– Normalmente, acharia isto degradante. Mas ninguém
está por perto, e estou morrendo de fome, então isto está
perfeitamente bem para mim.
Nós alternamos mordidas; um para ele, outro para mim.
Havia algo estranhamente íntimo sobre alimentar Martin
assim.
– Onde você aprendeu a usar esses? Perguntou,
apontando para os pauzinhos.
– Quando era jovem, meu pai viajava muito a trabalho.
Ele gostava de me levar com ele. Passamos um mês na Ásia,
só eu, meu pai e minha babá. Experimentamos sushi no
Japão, quando tinha dez anos e absolutamente amamos.
Deixe-me dizer, quando a sua primeira experiência de sushi é
no Japão, todos os outros restaurantes de sushi na América
são insignificantes em comparação.
– Isso não é peixe cru? Enrugou seu nariz.
– Você nunca comeu sushi? Perguntei chocada.
– Nunca me atraiu.
– Vamos comer sushi em breve. Eu disse, esquecendo que
nós concordamos que não haveria “sair” em tudo.
– Então, onde mais você viajou?
– Oh, muitos lugares! Disse indiferente. – Estive em toda
a Ásia com o meu pai e eu fui para a Austrália depois que me
formei no ensino médio. Minha mãe adora viajar ao redor da
Europa, por isso, normalmente vamos para algum resort
elegante, uma vez por ano. Minha mãe uma vez me levou a
Paris para comprar um vestido para o baile. E você?
Assim que fiz essa pergunta, me arrependi. Ele olhou
para longe.
– Bem, certamente não viajei como você. Isso é certeza. A
minha família é do Colorado. Minha mãe e eu íamos acampar
e caminhar um pouco. Todo verão tirava uma semana de
folga do trabalho e íamos para as montanhas e armávamos
uma barraca num acampamento. Íamos pescar e fazer
ciclismo de montanha.
Nunca tinha ido acampar em uma barraca. O
pensamento disso parecia terrível, mas não queria quebrar
suas memórias agradáveis.
– E fui para a Disney World quando tinha oito anos. Isso
foi muito impressionante!
Senti pena dele. Aposto que nem sequer tem um
passaporte. Eu tinha vários passaportes, neste ponto, porque
as páginas sempre se enchiam rapidamente.
Fingi que estava satisfeita para que pudesse comer o
resto da comida. Segurou a caixa de arroz na boca e usou os
pauzinhos para raspar o arroz pegajoso em seu rosto. Pelo
tanto que comeu, era uma maravilha que fosse tão elegante.
Encontrei dois biscoitos da sorte no fundo da sacola e
entreguei um para Martin. Abri o meu, esmagando um
pedaço de biscoito.
– O que o seu diz? Perguntou enquanto desembrulhava o
seu biscoito.
– Você vai revelar um segredo profundo e sombrio.
– Bem ... qual é o seu segredo profundo e sombrio?
Pensei por um momento. Havia algumas coisas que
provavelmente deveria falar. Não gostaria de estragar uma
tarde tão boa, no entanto.
– Acho que não tenho nenhum. Menti.
– Uau, você é uma mentirosa terrível! Derrame isto.
– Não é nada demais. Promete que não vai ficará
chateado?
– Claro!-
-Você se lembra daquela festa no final da temporada
passada? Vocês tinham perdido o jogo final e todo mundo
estava tentando beber o suficiente para esquecer tudo sobre
isso.
– Sim, eu estava em forma rara naquela noite.
– Sei, e você estava me irritando. O que mais você se
lembra sobre aquela noite?
– Não muito, para ser completamente honesto.
– Vou te dizer o que lembro: estava dançando com um
cara da equipe de atletismo. Nós estávamos nos acertando
muito bem. De repente, quando esse cara estava prestes a me
beijar, eu vi você no canto da sala, sozinho. Vi você puxar o
alarme de incêndio e fugir. Alguns dos borrifadores saíram e
a água suja e estagnada da tubulação pegou todo o meu
cabelo e vestido. Tinha acabado de pintar o meu cabelo na
noite anterior e a água fez com que a cor escorresse por todo
o meu novo vestido branco.
Martin ficou em silêncio.
– Então, estava uma bagunça e tive que ir para casa e me
limpar. Nunca ouvi falar do cara de novo.
– Como que isso é o seu segredo? Esse era o meu segredo.
Ninguém me viu fazer isso, e todo mundo culpou Donny. Não
pensei que você soubesse.
– Agora, é aí onde entra o meu segredo: no próximo fim de
semana, você estava organizando uma grande festa. Ouvi
você dizer a alguém como estava animado. Ainda estava
furiosa por causa do fim de semana anterior. Queria esmagá-
lo. Desde que você convidou em sua maioria jogadores de
futebol e os seus amigos, enviei um texto em massa dizendo
que a festa estava sendo transferida para o meu lugar.
– Foi você? Gastei muito dinheiro em bebidas e lanches
para todos. Estava muito chateado quando ninguém
apareceu. Realmente não falei com ninguém na equipe por
uma semana.
– Me sinto terrível sobre isso agora. Estava tão chateada
que você arruinou meu tempo naquela festa que queria
arruinar o seu também. Realmente sinto muito. Assentiu.
– Sinto muito que eu arruinei seu vestido novo e sua
noite. Foi uma decisão estúpida.
– Por que você puxou o alarme de incêndio de qualquer
maneira?
– Não podia suportar a visão de você estar tão perto de
alguém e que não fosse eu. Respondeu timidamente.
Perdoei-o com um beijo suave na bochecha. Beijei-o
novamente, desta vez em seus lábios.
– Sem mais brincadeiras terríveis.
– Concordo.
Levantou-se para limpar as caixas de comida vazias e
quando voltou para a cama, se arrastou para mim, cobrindo
meu rosto com as mãos. Nós, sem palavras, concordamos em
tirar a roupa e deslizar para baixo das cobertas.
A primeira vez que fizemos amor, foi urgente e
precipitado. Nós passamos anos fantasiando sobre o que
seria dormir juntos, e quando o momento finalmente chegou,
tivemos que agir antes de explodir de tensão sexual
acumulada.
Desta vez, levamos as coisas mais devagar. Aproveitamos
o tempo para explorar o corpo um do outro, para ver o que
nos fazia realmente ir. Queria tomar meu tempo, tocando
cada polegada de seu corpo tenso.
No passado, o sexo sempre foi como uma transação
comercial. Só queria receber prazer. Agora, senti como se
estivesse fazendo uma conexão mais profunda com ele. Com
Martin, tinha tudo. Nós tiramos um grande prazer das
sensações boas que demos um ao outro. Senti uma
proximidade com ele que nunca tinha sentido com outra
pessoa em toda a minha vida.
Quando terminamos, nos colocamos em nossos lados, de
frente para o outro. Nos beijamos vagarosamente pelo que
pareceu uma hora. Me afastei e ele colocou uma mecha do
meu cabelo atrás da orelha.
– O que você está pensando? Ele perguntou, com ar
sonhador.
– Você nunca me disse o que o seu biscoito da sorte disse.
Ele estendeu a mão para sua mesa de cabeceira agarrou a
pequena tira de papel branco.
Aquele que você ama está muito mais perto do que você
pensa.
CAPÍTULO 18
MARTIN

Comecei a suspeitar que Reg e Sasha fizeram os biscoitos


da sorte personalizado para nós. Como as pequenas sortes
poderiam estar tão corretas?

Normalmente, biscoitos da sorte tinham mensagens


estúpidas. Eles geralmente diziam coisas como: "Você vai
viver uma vida longa e saudável", ou "Socorro! Eu estou preso
em uma fábrica de biscoito da sorte!" Lembro-me de uma vez;
alguns amigos e eu saímos para comer comida chinesa. Entre
os seis de nós, quatro das nossas sortes eram as mesmas.

Não era supersticioso. Até onde poderia lembrar, tive


amigos com peculiaridades estranhas. Um garoto que estudei
no ensino médio nunca lavava sua camisa depois de uma
vitória.

Depois de alguns bons jogos, eu quase joguei errado


intencionalmente apenas para que pudéssemos perder e não
teria que sentir o cheiro dele.

Esses biscoitos da sorte eram coincidência demais. É o


que acontece quando as pessoas se apaixonam? Todas as
nossas brigas ao longo dos anos poderiam levar a estes tipos
de sentimentos? Este dia nem parecia real. Estava
preocupado com o fato de acordar, sozinho na minha cama.
Tudo parecia um sonho.

Alexa entregou-me o meu telefone. Reg estava chamando.

– Ei, cara! Disse Reg. – O que está acontecendo aí dentro?

– Nós estamos apenas falando. Disse, puxando os lençóis


até meu peito.

– Vocês estão falando por horas, agora. Vocês não acham


que é hora de sair?

– Não sei, Reg. Ainda acho que há mais coisas para


descobrir.

– Sasha está indo para casa e preciso ir para à biblioteca.


Eu vou te deixar sair.

– Não abra a porta! Disse rapidamente.

– Tudo bem, tudo bem, não vou. Droga, o que vocês dois
estão fazendo aí?

– Como eu disse, estamos descobrindo as coisas.

– Acho que é perigoso manter esta porta fechada, vai que


aconteça um incêndio. Tem certeza de que não quer que
desbloqueie isso? Provavelmente não vou estar de volta por
algumas horas.

– Nós estamos bem. Deixe-me saber quando você voltar.

– Tudo bem. Até mais tarde.


Virei-me para Alexa depois que desliguei o telefone.

– Você não queria ser solta, certo?

– Não, estou perfeitamente contente aqui. Além disso, não


quero colocar a roupa de novo.

– Sim. E você sabe que as tiraria no segundo que as


colocasse novamente.

Naquele momento Sasha chamou Alexa. Tentei ouvir a


conversa.

– Hey, Reg acabou de dizer que se recusam a ser soltos.


Queria ter certeza de que estava tudo bem e você não estava
sendo mantida como refém ou qualquer coisa.

Alexa riu. – Não, está tudo bem. Não se preocupe


conosco.

– De verdade... Sasha baixou a voz. – O que está


acontecendo aí dentro?

– Vou dizer a você tudo sobre isso mais tarde. Por sinal,
você estava com Reg esse tempo todo?

– Sim. Foi muito divertido mantê-lo naquele quarto.

– Acho que você tem algumas explicações a dar mais


tarde também.

– Ok, vou falar com você depois. Disse Sasha, mudando


de assunto. – Me deixe saber se quiser que eu deixe você sair.

Desligou o telefone e jogou-o de volta na mesa.


– Onde nós estávamos? Perguntou, acariciando meu lado
com as unhas.

– Estava pensando, nos conhecemos há anos e eu sinto


que não sei muito sobre a sua vida. Eu sei que sua família
tem dinheiro. Sei que você é uma boa líder de torcida.
Também sei que você é quente.

Ela riu. – O que mais quer saber?

Parei para pensar por um segundo.

– Se você pudesse ser um animal, qual você seria?

– De todas as coisas que você poderia perguntar sobre


mim, você vai com “que tipo de animal que você quer ser”?

– Responda! insisti.

– Ok. Ela tomou um segundo para pensar. – Eu


provavelmente seria um gato, porque gosto de tirar cochilos.

– Você está mais para uma tigresa. Corrigi. – Você é linda,


misteriosa e perigosa. E você gosta de tirar cochilos.
Acrescentei rapidamente.

– Ahh. E você?

– Acho que seria um border collie. Sou um trabalhador


duro e eu sou leal.

– E você é bonito.

– Tudo bem, é a sua vez de fazer uma pergunta.


– Se você pudesse viver em qualquer lugar do mundo,
onde você viveria?

Sabia a resposta imediatamente.

– Gostaria de voltar para Denver se puder.

– De todos os lugares do mundo, você escolhe onde você


cresceu?

– Sim. Adoro lá. Amo estar nas montanhas e viver em


uma cidade, mas estar tão perto da natureza. É o meu sonho
poder jogar futebol profissional lá. É tudo que sempre quis.

Amava meus amigos da faculdade, mas queria ficar longe


da costa leste. Tudo parecia tão elitista e estranho para mim.
Queria estar mais perto da minha mãe, já que ela nunca pode
encontrar o tempo ou dinheiro para vir me visitar. Queria ser
uma parte do legado da minha família.

– Aonde você iria?

– Tem muitos lugares e onde vivo realmente não importa


para mim. Descobri que com quem estou vivendo é que faz
toda a diferença. Eu vivi em casas grandes e fiquei em hotéis
cinco estrelas e moradias tropicais. O mais feliz que eu já
estive foi quando estava vivendo em um pequeno dormitório,
compartilhado.

– É a minha vez. Quantos rapazes você namorou?

– Por que você pergunta? Disparou de volta. – Não está


sentindo ciúmes, está?
– Nem um pouco. Só estou curioso.

Seus olhos apontaram para o teto enquanto ela


considera. Estava ficando preocupado.

– Depende do que você conta como namoro. Disse


hesitante.

Sorri. – Os caras que você viu regularmente, por um


período de tempo superior a três meses.

– Talvez, com dez ou mais. Respondeu, mas soou mais


como uma pergunta.

– Droga! Você é popular, não é?

– Você não entende. Eu namorei um monte desses caras


como uma cortesia para os meus pais. Muitos deles eram
filhos de amigos da minha mãe. Era esperado que fosse à
muitos encontros.

Mais uma vez, estava me dizendo coisas sobre sua vida


que não fazia sentido para mim.

– Você está me dizendo que namorou menos de dez


meninas? O jogador estrela de futebol sempre consegue as
meninas.

– Eu só posso contar três.

– Sério?

– Eu tive uma namorada no ensino médio. Começamos a


namorar no meu segundo ano e nós pensávamos que íamos
ficar juntos para sempre. Nós até tentamos namorar na
faculdade.

– O que aconteceu?-

– Nós decidimos que não funcionaria. Bem, eu decidi


depois que dirigi metade do país para uma visita surpresa. E
a encontrei com outra pessoa.

– Ooh, outro cara? Alexa interrompeu.

– Na verdade, outra menina. Ri. – Não fiquei muito


chateado com isso. Veja, já tinha o olho nesta líder de
torcida. Me calei.

Sorriu e me beijou.

– Iria amar ter Sebastian entre nós.

Levantei uma sobrancelha. Poderia ser muito aventureira


na cama, mas isso era muito louco.

– Não é assim! Vendo minha reação, continuou. –


Adoraria se houvesse alguma maneira de fazê-lo desistir de
mim. Especialmente, se pensasse que era a sua própria
decisão.

– Agora eu entendo. Não achava que você fosse tão


estranha.

– Oh! Respondeu casualmente. – Você nem sequer sabe


da missa a metade.
Estava pronto para subir em cima dela. Não havia roupa
para ficar no caminho neste momento. Poderia dizer que
estava pronto para ir. Estendeu a mão por baixo da coberta,
colocando a mão no meu pau. Cheguei mais perto dela, para
que pudesse beijar seu pescoço.

Sussurrei em seu ouvido: – Você está pronta para uma


terceira vez?

Desta vez, assumiu o controle por completo. Pulou em


cima de mim e, lentamente, balançou seus quadris para trás
e para frente. Agarrei a parte carnuda onde seus quadris se
reuniam com suas coxas. Espanquei sua bunda musculosa e
ela me deu um sorriso diabólico.

Pegou meus pulsos e prendeu-os em cima da minha


cabeça. Mal podia suportar isso, essa menina era muito boa.
Gozei no segundo que um gemido suave escapou de sua
boca.

Rolei de volta para seu lado. Limpei uma gota de suor da


minha testa. Estava me dando um treino.

– Por quanto tempo podemos continuar assim?

Queria dizer uma vida inteira, mas apenas dei de ombros.


CAPÍTULO 19
ALEXA

–Eu tenho uma pergunta. Disse ele, retomando o nosso


jogo. – Qual é a sua melhor lembrança da infância?

– Isso é fácil. Quando eu tinha seis anos, não queria nada


mais do que ter um cavalo. Sei que parece clichê, mas estava
obcecada. Cobri meu quarto com fotos de cavalos e só lia
livros sobre cavalos. Meus pais disseram que não poderia ter
um até que eu fosse mais velha. Estavam com medo de que
fosse cair e quebrar um osso. Tentaram me convencer de que
os cavalos eram sujos e fedorentos.

– Será que isso funcionou?

– De modo nenhum. Na verdade, isso só me fez querer um


ainda mais. Na semana antes do meu sétimo aniversário,
meus pais me levaram em uma viagem para o México.
Construí castelos de areia na praia e nadei com golfinhos.
Presumi que me levaram para a viagem para me fazer
esquecer tudo sobre o cavalo que estava pedindo por meses.
Quando voltamos, havia um estábulo recém-construído e
dentro um pequeno pônei malhado. Era pequeno, assim
como eu. Foi o dia mais feliz da minha vida.

– Que história mágica. Disse sarcasticamente.

– Tudo bem, qual foi a sua melhor memória?


– Nunca vou esquecer o primeiro jogo de futebol
profissional ao qual fui. Meu pai jogava, mas minha mãe
sempre tinha uma babá para mim, porque pensava que era
muito jovem para ir. Em algum momento, decidiu que iria me
levar. Joguei futebol com meu pai desde que poderia jogar
uma bola, mas nunca o tinha visto jogar. Foi incrível. Havia
tantas pessoas torcendo e se divertindo. Sabia que queria ser
parte disso.

– Você nunca me contou sobre seus pais antes. Já lhe


falei sobre meus pais, eu quero ouvir sobre os seus. Aposto
que eles são tão normais em comparação.

Olhou para baixo. Disse algo errado? Martin respirou


fundo e começou a falar.

– Não sei se você sabe disso, mas meu pai já foi realmente
um grande jogador de futebol. Ele e minha mãe se
conheceram na faculdade e depois de se formar, ele virou
profissional. Eles se casaram e me tiveram alguns anos mais
tarde. Jogou seus primeiros anos em Miami, Flórida, mas, em
seguida, foi negociado para jogar pelo Denver. Era muito
bom. Os Broncos até ganharam um Super Bowl, quando
estava com eles. Fez uma tonelada de dinheiro jogando.
Lembro-me dele um dia dirigindo para casa em uma nova
Ferrari.

Fiquei chocada. Não sei por que eu o rotulava como de


classe média. Se meus pais soubessem que esse cara veio do
dinheiro, talvez desistissem dos sonhos de me casar com
Sebastian.

– Eu não tinha ideia.

– Foi aí que as coisas começaram a ficar ruins para a


minha família. Meu pai não soube lidar com sua fortuna.
Gastava em coisas frívolas, novos carros, casas e meninas.
Minha mãe cuidava de mim enquanto meu pai estava
ausente com as caçadoras de fortunas em apartamentos
secretos espalhados pela cidade.

– Isso é horrível. Eles se divorciaram?

– Não, ainda estão casados. Parou de ver outras mulheres


por um tempo e se reconciliaram, mas as coisas nunca foram
às mesmas. Mas um monte de dinheiro ainda estava por vir.
Bem, estava, até que ele machucou o ombro. Fez cirurgias,
mas ninguém conseguiu consertá-lo. Teve de se aposentar
com a idade de trinta. Não acho que teve um emprego estável
desde então. Sem futebol, não tinha nada para fazer, apenas
beber e jogar. Na verdade, ainda é alcoólatra. Os meus pais
vivem em casas separadas, mas ainda estão legalmente
casados.

– Alguma vez tentou obter ajuda para o seu vício?

– Foi para a reabilitação algumas vezes. Cada vez que


voltou, ficava bem por cerca de um mês. Então ia para o
cassino ou se encontrava com velhos amigos e, em seguida,
saia da linha novamente. Finalmente, minha mãe desistiu de
tentar e me levou para viver em uma casa nova.

– O que sua mãe faz? Perguntei de repente fascinada com


sua educação.

– Ela é enfermeira. Era sempre bom tê-la por perto para


verificar minhas lesões esportivas. Teve que sacrificar muito
para me dar tudo que eu precisava. Trabalhou turnos extras
para poder pagar os meus jogos de futebol. Não ganha muito
dinheiro, mas eu sempre fui bem cuidado.

Ouvir isso me deixou triste. Meus pais tinham mais


dinheiro do que sabiam o que fazer. Nós poderíamos ter tido
infâncias similares, mas seu pai não conseguiu manter o seu
dinheiro.

– A sua mãe ainda trabalha? Perguntei. Honestamente


não conhecia muitas mães que trabalhavam. Todas as
amigas da minha mãe passavam suas vidas na quadra de
tênis ou no clube de campo.

– Sim, e ainda luta para sobreviver. Tento ajudá-la tanto


quanto posso, mas não posso trabalhar durante a temporada
de futebol. Mal pode pagar as contas desde que dá tanto de
seu próprio dinheiro para ajudar a manter meu pai vivo.

– Você dá dinheiro? Fiquei chocada. As crianças não


deveriam dar dinheiro aos seus pais.

– Durante a baixa temporada, tento trabalhar no turno da


tarde no supermercado. Chega a ser muito, entre as aulas,
lições de casa, e trabalhar fora. Felizmente, tenho uma bolsa
integral, e o departamento atlético cuida bem de nós. Não
preciso de um monte de dinheiro, então posso enviar a maior
parte dele para a minha mãe. É por isso que há tanta pressão
sobre mim para virar profissional. Preciso ser capaz de cuidar
de mim e dos meus pais.

Dificilmente poderia compreender. Estava tão fora do meu


entendimento sobre como as relações pais-filhos deveriam
ser.

Nem estava correta sobre a minha primeira avaliação do


seu status social; ele era realmente pobre. Nem mesmo o meu
pai iria ficar bem com uma potencial relação entre nós.

– Sinto muito. Disse, não sabendo mais o que dizer. – Não


fazia ideia.

– Está tudo bem. Que diferença faz? Não é como se você


pudesse fazer nada sobre isso.

Estava certo. Meus pais cancelariam meus cartões de


crédito. Estava prestes a ter o mesmo destino de Martin.

– Você ainda vê o seu pai?

– Quase nunca. Nem gosto de vê-lo. É um relacionamento


complicado. O considerava muito quando eu era mais jovem,
mas quando cresci, vi como abandonou sua família. Minha
mãe dá dinheiro a ele para pagar o aluguel de um
apartamento ruim e para comida. Acho que ele gasta tudo em
bebida. Tivemos uma briga muito feia da última vez que o vi.
Isso foi cerca de quatro anos atrás.

– O que aconteceu?

– Tinha trabalhado muito duro naquela primavera antes


de ir para o acampamento. Economizei dinheiro suficiente
para que minha mãe não tivesse que se preocupar comigo.
Então ele veio para a casa para me ver. Tudo estava bem, nós
estávamos falando sobre futebol e parecia ser seu antigo eu.
Saí da sala por alguns minutos para ir ao banheiro e quando
voltei faltava o envelope cheio de dinheiro que havia
economizado.

– Ele roubou de você? Isso era um absurdo.

– Sim, algumas centenas de dólares. Talvez tivesse


deixado passar, mas realmente precisava. O enfrentei e ele
me bateu.

– Você ligou para a polícia?

– Não. Estava trabalhando para entrar em forma para


jogar bola na faculdade. E ele estava tomado pelo alcoolismo.
Chutei sua bunda. Minha mãe chorou, mas acho que estava
secretamente aliviada que ele se foi. Peguei meu dinheiro de
volta e nunca mais o vi.

– Você é filho único, como eu? Cada resposta que me


dava me fazia pensar em mais cinco perguntas.
– Tenho meios-irmãos. Contudo não os conheço. Meu pai
fazia um monte de coisas, e, aparentemente, não era ótimo
em sexo seguro. Conheci um irmão quando estava no colégio.
Acho que há outro irmão que está provavelmente com cerca
de quinze agora.

– Você está brincando comigo? Gritei. Como filho único,


eu não conseguia nem imaginar ter irmãos. Meios-irmãos
secretos era uma coisa ainda mais louca.

– Não. O mais velho realmente é um calouro na UCLA. É


um corredor, ouvi dizer que vai ser muito bom. Deve ser um
traço genético.

– Espero que essa seja a única coisa que recebeu do seu


pai.

– Sim. Disse com tristeza. – Nem sempre foi assim. Acho


que a fama e o dinheiro o transformaram em outra coisa. E o
álcool.

– É por isso que você nunca fica bêbado? Perguntei,


colocando minhas observações juntas.

– Sim! Respondeu com naturalidade. – Quero ter certeza


de que posso parar de beber a qualquer momento. Vi o efeito
que pode ter sobre os outros. Nunca iria querer machucar
alguém do jeito que meu pai feriu a minha mãe.

Era tão doce e carinhoso. Não o merecia. Eu era uma


menina rica e mimada que tinha um pônei, pelo amor de
Deus! Sua mãe quase não tinha dinheiro suficiente para
pagar as contas.

De repente, me senti muito envergonhada por qualquer


exibição de riqueza que já tinha mostrado em torno dele.
Lamentei dizer sobre minhas viagens e minhas roupas de
grife. Parecia pequeno e insignificante.

– Sinto muito! Sei que isso não significa nada para você,
mas me sinto terrível.

– Obrigado. É bom tirar isso do meu peito.

– Mais alguém sabe?

– Ninguém conhece todos os detalhes, mas todos na


equipe sabem sobre o meu pai. Era uma lenda em seu auge.
Todos sabem que se machucou e se aposentou, mas ninguém
sabe até onde caiu.

– Normalmente, quando Sasha e eu falamos de coisas


tristes, nós comemos sorvetes. No entanto, ainda estamos
trancados em seu quarto por isso não posso ir e conseguir
alguma coisa.

– Tudo bem. Tenho você aqui comigo. Isso é todo o


conforto que preciso.

Me deu um beijo no nariz. Estava começando a ficar


escuro lá fora e ar frio soprava através da janela quebrada.
Tremi.
Sem perguntar, Martin tirou um moletom da Princeton de
grandes dimensões de uma gaveta e o entregou para mim. O
coloquei praticamente me afogando em excesso de tecido.
Queria ser a menina que usava grandes moletons do seu
namorado com leggings no ginásio.

Queria sentar na arquibancada e torcer por ele quando


fizesse sua estreia no futebol profissional. Queria ser a
namorada orgulhosa falando para todos sobre o seu
namorado estrela do futebol.

– Odeio perguntar... Mas o que vai acontecer se você não


se destacar nas primeiras rodadas?

– Acredite, penso nisso o tempo todo. Até tenho pesadelos


onde acho que vou ser o primeiro escolhido, e acabo por não
ser pego em absoluto. Acho que vou ter que arrumar um
emprego de algum tipo. Talvez pudesse conseguir um
emprego no escritório na frente de uma equipe profissional.
Vou ter um diploma de Princeton em breve. Isso é algo, não
é?

– Espero que sim. Estava pensando mais sobre o meu


futuro, ultimamente, também. Desde que não tinha mais
dinheiro para recorrer, minhas escolhas eram obter um bom
trabalho imediatamente ou casar com alguém rico.

– Não estou preocupada com o seu futuro.

– Por que isso?


– Porque sei que você está disposto a fazer o que for
necessário para que as coisas funcionem. Pessoas como eu
são casos sem esperança e precisam de muita ajuda. Você
não teve na vida tudo entregue. Sei que você vai longe.

Seus olhos estavam brilhantes. – Isso realmente significa


muito. Não ouço isso com muita frequência.

– Prometa-me que quando for famoso, vai me conseguir


ingressos para os seus jogos.

– Você ainda gosta de assistir futebol?

– Claro que sim! Porque mais dediquei minha vida


torcendo na frente de vocês? Ser líder de torcida foi à única
maneira de chegar perto dos esportes que nunca fui
autorizada a jogar.

– Você é cheia de surpresas, Alexa Hall.

– Você também é, Martin Thomas.

Nós sorrimos um para o outro como crianças estúpidas,


se apaixonando, mesmo que não tivéssemos nada que estar
juntos. Apesar dos meus melhores esforços, estava me
apaixonando por um garoto que só me causaria problemas.
CAPÍTULO 20
MARTIN

Quando você mantém segredos por tanto tempo, parece


que uma parte sua deixa completamente seu corpo quando
finalmente os revela.

Me senti mais leve, como se tivesse retirado um fardo. Só


esperava que não sentisse o peso de saber mais sobre meu
passado. Confiava nela, apesar de tudo. Isso deve significar
alguma coisa.

Tentei assistir as expressões faciais de Alexa quando


estava lhe contando tudo, mas não conseguia ler bem o que
estava acontecendo em sua mente. Claro, ficou chocada e
curiosa.

O drama da minha família era material de reality show.


Na verdade, meu pai já foi abordado para um programa de
reabilitação de celebridades, mas o negócio caiu
completamente quando minha mãe não assinou a
autorização. Queriam apresentar toda a família. Isto teria
trazido mais dinheiro, mas também teria nos humilhado no
processo.

Alexa assentiu enquanto explicava as coisas, mas não


tinha certeza se podia compreender tudo. Nem sabia se ela
compreendia coisas como contas e dívidas de cartão de
crédito.

Sabia que seu pai trabalhava, mas não acho que entendia
o conceito de trabalhar horas extras ou ter vários empregos
para sobreviver. Eu a tinha ouvido, no passado, referindo-se
às pessoas de classe média como pobre. Éramos pobres e
meu pai era lixo de reboque. Éramos como a princesa e o
mendigo.

Talvez tenha sido porque revelei um segredo obscuro


sobre a minha vida, mas, de repente, me senti muito exposto.
Peguei um par limpo de cuecas e shorts e vesti. Estava
exausto. Entre o sexo intenso, físico e a veiculação da
bagagem emocional, estava drenado.

– Conte-me mais sobre sua família. Disse, deitando para


trás e fechando os olhos.

– Você já sabe que tem um monte de dinheiro e gostam de


controlar a minha vida. O que existe mais?

– Eu dei-lhe os mínimos detalhes da minha vida familiar.


Argumentei. – Conte-me seus segredos.

– Bem, você já sabe que meu pai não veio do dinheiro,


mas ficou rico com a tecnologia. Minha mãe é de uma família
rica e nunca trabalhou um dia em sua vida.

– O que exatamente faz o dia todo? Realmente nunca


entendi essa parte.
– Existem muitas maneiras de ocupar seu tempo se você
tiver dinheiro. Passa algumas horas todos os dias fofocando,
seja no café da manhã no clube de campo ou apenas no
telefone. Você também tem que fazer trabalho de caridade
ocasional para fazer parecer que se preocupa com o bem-
estar dos outros.

– No entanto, você faz isso de uma maneira que exiba


riqueza. Você celebra bailes de caridade e pede US $ 10.000
por um prato. Você paga pela adição de uma nova ala do
hospital local. As pessoas engolem essas merdas.

– Se sua mãe odeia as pessoas de fundos escassos, como


é que os seus pais se conheceram?

– Ele tinha dinheiro no momento em que foram


apresentados. Se se encontrassem apenas alguns meses
antes, nunca teriam se juntado.

– Mas se amam apesar do dinheiro, certo?

– Meu pai adora minha mãe. Acho que também a teme.


Não pode dizer não a ela sobre qualquer coisa. E parece até
um pouco abusivo a maneira como ela o controla. Certa vez,
deixou escapar que acreditava que o casamento era uma
forma para as mulheres ricas continuassem a viver seu estilo
de vida atual. Não estou convencida de que o ama da forma
convencional. Casamentos arranjados a atraem. O amor não
é uma razão boa o suficiente para dedicar a sua vida a
alguém. Deve haver dinheiro envolvido.
– Então o que você acha sobre o casamento?

– Tento não pensar sobre isso. Brincou. – Mas


definitivamente não compartilho o mesmo ponto de vista.

– Isso é um alívio. Não quero me casar até ter certeza que


é certo.

Finalmente, alguém entendeu isto. Nunca entendi porque


tantas meninas se estressam sobre encontrar futuros
maridos na faculdade. A faculdade era para preparar-se para
o sucesso da vida; não se engajar no futuro de um homem.

– Sou filha única, mas gostaria de não ser. Todo o foco


sempre foi em mim. Teria sido bom ter um irmão para me
tirar um pouco dessa ansiedade.

– Bem, você não tem quaisquer irmãos que você conheça.


Brinquei.

– Meio que queria que tivesse. Talvez nós teríamos sido


capazes de lutar contra a minha mãe. Nunca me deixou fazer
nada que queria fazer quando era criança.

– O que você queria fazer?

– Mais do que tudo, queria praticar esportes.

– Sério? Conheci muitas líderes de torcida. A maioria não


gostava muito de esportes.

– Minha mãe disse que muito perigoso, mas queria dizer


que não queria que arruinasse minha beleza. Se chegasse da
escola primária com sujeira na minha roupa ou cabelo
bagunçado, tinha um ataque. Qualquer hematoma ou
arranhão era coberto com maquiagem, então nunca pareci
nada menos do que perfeita.

– Colocou maquiagem em você quando criança? Isso


parecia bastante confuso.

– Sim, você deveria ter me visto quando me colocou em


concursos. Odiava ter que passar horas me preparando,
apenas para caminhar ao redor do palco e fazer uma dança
estúpida. Queria jogar futebol e vôlei como as outras
meninas, mas não permitia esse tipo de 'jogo duro'.

– Então você não jogou nenhum esporte? O conceito


parecia estranho para mim. Esporte era minha vida.

– Eu fiz ginástica para me ajudar a ser líder de torcida.


Minha mãe me colocou no golfe e em aulas de tênis quando
era mais jovem.

– Só me colocava em esportes que tivesse cenário no


clube de campo. Implorei a ela para jogar esportes de contato,
mas sempre disse que não.

Fiquei triste por Alexa. Presumi que ter dinheiro


significava que nada estava fora dos limites.

Agora parecia que tudo estava fora dos limites. Esporte


era a minha saída e minha fuga de toda a porcaria que
suportei em casa. Era o meu bilhete para fora da minha
infância pobre.
Minha mãe apoiava tudo o que queria fazer desde que
tivesse dinheiro para isto. Alexa tinha o dinheiro, mas não
havia suporte para fazer o que queria.

– Às vezes, quando minha mãe não estava por perto,


minha babá jogava futebol comigo.

Peguei embaixo da minha cama uma bola de futebol um


pouco vazia.

– Prove! Desafiei.

Puxou as cobertas, caminhou para o outro lado da sala, e


jogou uma espiral bastante sólida. Fiquei impressionado.

– Estou um pouco enferrujada. Se defendeu.

– Não, isso foi ótimo. Sorri.

– Então, sim, acho que minha babá teve pena de mim.


Praticamente me criou. Minha mãe me usava como um
troféu, desfilando comigo em todos os eventos sociais. Não
tinha muita utilidade para mim de outra forma.

– Isso não pode ser verdade. Interrompi. Era horrível


demais para ser verdade.

– Não sei mais. Suspirou. – Só sei que não conseguia


tomar as minhas próprias decisões. Provavelmente me
confundiu para a vida.

– Não sei nada sobre isso. Você parece muito bem-


ajustada.
– Assim como você. Mas agora minha mãe não me deixa
escolher com quem casar. Já lhe contei sobre Sebastian,
certo?

– Você me disse algumas coisas, mas não sei por que sua
mãe está tão presa a ele. Você me faz pensar que, se dissesse
não a ele, acabaria por encontrar outro pretendente para
você.

– Bem... Continuou. – Minha mãe e seus pais vão apoiar.


Acho que eles tinham casas de veraneio no mesmo bairro.
Uma vez que ouviu que estava na faculdade de direito, ela
queria que nós ficássemos juntos. O pai de Sebastian é um
advogado bem conceituado, então naturalmente, ele vai se
juntar a sua empresa. É uma apresentação muito
harmoniosa para ele; tudo o que tem a fazer é passar
raspando na escola e passar no exame do tribunal e estará
em um dos maiores escritórios de advocacia da nação.

– Sim, mas e se for um terrível advogado? Sua mãe tem


que ter em conta a possibilidade de que poderia ser um
fracasso.

– Oh, isso não importa mesmo. Ele é bom por seu


dinheiro, e minha mãe sabe disso.

– Como é esse cara? Não deveria estar perguntando, mas


estava curioso. Queria ouvir que era terrível e nunca iria
considerá-lo.
– Ele não é tão ruim. Disse, meu coração afundando. – É
alguns anos mais velho do que eu. Sempre foi bom para mim,
mas isso não quer dizer muito. Acho que é meio arrogante.
Também suspeito que não seja incrivelmente inteligente.
Quem persegue uma menina que está claramente
indisponível?

Levantei uma sobrancelha, esperando por ela para


continuar falando.

– Oh, você sabe o que quero dizer... Corou. – Rejeitei uma


proposta em público. Não há volta a partir daí.

– Espero que não. Mas imagine a história que você


poderia contar a seus filhos.

Alegremente me deu um tapa no braço. – Isso significa


que teria que fazer sexo com ele e não estou interessada.

– Estou começando a pensar que você está mais


danificada do que eu.

– Você pode estar certo.

Nunca pensei que poderíamos ter alguma coisa em


comum, mas quanto mais falava com ela, mais as
semelhanças se tornavam aparentes. Nós dois tínhamos
objetivos futuros e queríamos fazer as coisas à nossa
maneira. Nós dois tínhamos muito drama familiar que
arruinaria a maioria das pessoas. De alguma forma,
conseguimos chegar aos nossos últimos meses em uma
escola da Ivy League. Nosso futuro era incerto, mas
estávamos indo para ficar bem.

Houve uma batida forte na porta.

– Está todo mundo decente aí? Perguntou Reg. – Já


demorou o bastante. Estamos abrindo a porta. Se vocês não
descobriram as coisas até agora, nunca mais irão.

A porta se abriu antes que pudéssemos responder e, em


seguida, Sasha e Reg estavam de pé na minha porta. Ainda
estávamos sentados debaixo das cobertas, com meu braço ao
redor dela.

– Esta é a coisa mais preciosa que já vi. Sasha gritou. –


Vejo que você trabalhou as coisas.

– Sim, estamos bem.

– Isso significa que vocês são oficialmente um casal?


Perguntou Sasha. Alexa e eu olhamos um para o outro.

Não podia responder por ela. Se fosse por mim, diria que
sim. Queria passar todo o meu tempo com ela. Alexa podia
sentir a minha hesitação. Me alcançou e apertou minha mão.

– Sim. Alexa disse casualmente. – Acho que nós somos.

Sasha gritou de alegria.

– Finalmente! Todo mundo sabia que isso era inevitável.


Vocês dois eram as únicas pessoas no mundo inteiro que não
viam isso.
– Hoje foi desgastante. Disse Reg. – Vou para a cama.

– Espere, que horas são?

– São quase dez. Respondeu com um bocejo.

Não podia acreditar. Alexa tinha estado do meu lado por


mais de 24 horas. Foi ótimo, mas estava muito exausto
também. Além disso, precisava deixar meu quarto para
encontrar comida.

Alexa levantou-se e pegou seus pertences que estavam


espalhados por todo o meu quarto.

– Vejo você amanhã. Prometeu, me dando um rápido beijo


nos lábios.

Alexa e Sasha voltaram para seu dormitório. Não parecia


real; éramos um casal. Fui de tê-la me odiando a me namorar
no espaço de um dia. Pensei que era muito bom.
CAPÍTULO 21
ALEXA

Quando voltei para o meu dormitório, desabei no sofá.


Gia saiu correndo.

– Sasha estava tentando me manter atualizada, mas


preciso de mais detalhes. Conte-me tudo.

Como você conta todos os eventos do dia em um único


resumo? Havia tantas coisas que disse e fiz.

– Como foi o sexo? Gia perguntou antes que pudesse


começar.

– Como você sabe sobre isso?

– Estava naquele dormitório durante todo o dia. Disse


Sasha. – Você não fez silêncio sobre o assunto.

Corei. Achei que fiz um bom trabalho mantendo o ruído


ao mínimo.

– Foi incrível. Jorrei. Não havia quaisquer outras palavras


para descrever. Simplesmente incrível.

– Estou tão feliz por vocês. disse Gia. – E Sasha e Reg. Vai
ser bom não ser a única em um relacionamento por aqui.

– Então... Disse Sasha. – Quando é que você vai dar a


notícia a seus pais?
Gemi. Ainda não tinha pensado sobre isso.

– Não agora.

Tentei colocar o pensamento de meus pais fora da minha


mente. Caso contrário, isso iria estragar uma noite
perfeitamente boa. Tomei um banho, finalmente capaz de
trabalhar o ninho de rato que estava o meu cabelo.

Não podia acreditar que Martin passou um dia inteiro


comigo desse jeito! Em vez de colocar o pijama regular, puxei
sua grande camisa sobre a minha cabeça. Puxei o pescoço da
camisa até meu nariz e tomei uma inspiração profunda.
Cheirava celestial.

Acho que teria dormido todo o dia se não recebesse uma


chamada telefônica por volta das dez horas.

– Bom dia! Martin cumprimentou.

– Ei, o que foi? Perguntei, alegremente.

– Quero vê-la ainda hoje. Como está sua agenda?

– Tenho aula do meio-dia às cinco. Você?

– Vou trabalhar com a equipe de futebol hoje. Você quer


assistir? Podemos comer alguma coisa depois.

– Parece bom. Podemos obter sushi. ri.

– Veremos. Vejo você em torno das cinco horas no campo.

Este era nosso primeiro "encontro" oficial se você pudesse


chamar assistir alguém trabalhar de encontro. Gostava de
qualquer oportunidade para assistir a eventos desportivos,
por isso, se namorar Martin significasse mais disso, seria
bom para mim. Me perguntei se ele ia contar a alguém sobre
mim.

Não é como se precisasse que nosso relacionamento fosse


mantido em segredo. Não havia nenhuma razão para que as
pessoas não pudessem saber. Só não queria que isso fosse
amplamente discutido pelo campus. Era pessoal, e queria
mantê-lo só para mim. Além disso, quanto mais silencioso
permanecesse, menor a chance de meus pais descobrirem e
me ligarem.

Teria que dizer aos meus pais eventualmente. Mesmo que


minha mãe tenha me dito para não voltar para casa durante
o verão, percebi que iria falar em algum momento no futuro
próximo. Isso era um saco, queria compartilhar minha
emoção com eles, mas isso só iria piorar as coisas. Tinha que
manter isso para mim mesma.

Também precisava descobrir como seria o futuro para


nós. Sasha me convidou para ficar com sua família neste
verão em Chicago.

Estava grata por ter um lugar para ficar, mas isto


significava estar longe de Martin. Relacionamentos de longa
distância eram difíceis, não conhecia muitos que poderiam
funcionar.
Depois da minha última aula, andei para o campo. Martin
acenou para mim no segundo em que entrei. Encontrei uma
área vazia ao longo da parede e sentei-me na relva macia.

Odiava quando tínhamos práticas de Líder de torcida


neste edifício. Havia sempre uma equipe ou duas aqui,
fazendo barulho e ocupando nosso espaço. Uma vez, fui
atingida por uma bola de futebol, enquanto estava sendo
levantada no ar. Mudamos o nosso local de prática depois
disso.

Os caras começaram a fazer treinos de velocidade,


enquanto o treinador Wilson observava. Adorava assistir
Martin executando seus exercícios. Fora do futebol,
constantemente brincava ao redor e fazia brincadeiras com as
pessoas. Ele quase não era sério. Quando se tratava de
futebol, era uma pessoa completamente diferente. Era
concentrado e intenso. Encorajava sua equipe e empurrava
os outros para trabalhar duro.

Era estranho ver a prática da equipe sem os formandos.


Martin e Sam eram os únicos de sua classe lá, uma vez que
eram os únicos que entraram para o draft9. Estava confiante
de que Sam iria encontrar um lugar no futebol profissional.
Foi recrutado no topo quando saiu do ensino médio.

9
Draft é um processo de alocação de jogadores em times de uma liga esportiva profissional. O Draft é comum
principalmente em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão.
Sabia que Martin queria ser convocado para a equipe da
sua cidade natal, mas egoisticamente esperava que fosse
convocado para uma equipe nas proximidades onde estivesse.

– Hey Martin? Ouvi Donny gritar. – Sua namorada


realmente veio assistir você trabalhar hoje?

Senti-me desconfortável. Não gostava de ouvir outras


pessoas falando sobre mim. Coloquei minha cabeça para
baixo e fingi que estava ocupada com alguma coisa no meu
telefone.

– Sim, ela fez. Martin disse indiferente.

Poderia dizer que esta não era a resposta que Donny


estava esperando.

– Ooh! Donny zombou. – Olá a todos, Martin tem uma


namorada.

– Nós sabemos Donny! Disse Sam. – Não é um segredo.

Isso o deixou ainda mais furioso. Para alguém que pensou


que se tornaria capitão, ninguém gostava dele o suficiente
para preenchê-lo com mais informações.

– Você a ama? Continuou a zombar. – Verdade? Não é?

– Sim! Martin disse exasperado.

Chorei muito. Peguei um livro da minha bolsa e folheei as


páginas, fingindo que não podia ouvir a conversa.
– Estou feliz por você, cara. Disse Donny. – Se o draft não
funcionar em seu favor, será boa para um cheque de
pagamento. Por que mesmo jogar, se vai te acertar para a
vida?

Isto atingiu um nervo. Martin investiu contra ele e Donny


abaixou, mandando-o para uma parede acolchoada.

– Você tem que saber que não vai funcionar. Donny


ofegou. – Você é lixo de reboque. Nunca vai te amar de volta.

Martin agarrou Donny e o segurou pelo pescoço. Levou-o


para o chão. O treinador Wilson agarrou Martin pela parte de
trás de sua camisa e puxou-o para longe de Donny.

– Treinos de bloqueio, agora! Técnico Wilson gritou para a


equipe que tinha feito um círculo em torno de seus
companheiros de luta. – Thomas, Jackson, comigo.

Seu treinador puxou-os para um canto isolado.


Infelizmente, isto foi ainda mais perto de mim. Abaixei ainda
mais, esperando que o treinador não me percebesse ou me
reconhecesse.

– O que está acontecendo? Perguntou o treinador Wilson.


– Este não é o tipo de comportamento que quero ver do meu
ex-capitão e futuro candidato a capitão. Donny, se você não
pode ser confiável para manter a paz, como pode ser o
próximo capitão?

O sorriso de Donny caiu de seu rosto. Ri para mim


mesma.
– Não anunciei ainda. Técnico Wilson continuou. – Este
é o meu último ano como treinador desta equipe. Minha
esposa está doente e quero ser capaz de passar mais tempo
com ela. Quero terminar minha carreira na escola com uma
nota alta. Preciso do apoio dos meus antigos e futuros
jogadores para que isso aconteça. Você entende?

Martin e Donny balançaram cabeça em silêncio.

– Vocês têm alguma coisa que queiram dizer um ao


outro?

– Sinto muito! Não deveria ter dito essas coisas para você.

Martin assentiu. – Espero que você aprenda a ser um


jogador de equipe. Você é bom, mas a sua atitude não o
levará a lugar nenhum.

– Bom! Disse o treinador Wilson. – Agora vamos voltar ao


trabalho.

Martin olhou para mim enquanto corria para se juntar ao


resto. Me lançou um olhar de desculpas. Sorri de volta. Sem
danos causados.

Esperei ao redor do campo vazio, enquanto ele tomava


banho e trocava de roupa após a prática. Estava entediada,
então fiz algumas piruetas e rodadas.

– Parece que você ainda tem isso. Disse uma voz da porta.

Corri para Martin e dei-lhe um beijo.


– Fiz reservas para um restaurante de sushi a poucos
quarteirões de distância.

– Oh, ótimo! Disse sarcasticamente.

– Mantenha a mente aberta, aposto que você vai adorar!


Eu disse, ligando o meu braço com o seu quando saímos para
o estacionamento, em direção ao seu carro.

Quando chegamos ao restaurante, pedi alguns dos meus


pratos favoritos para ele provar. Pegou um pedaço, hesitou, e
deixou cair em sua boca. Esperei pacientemente enquanto
mastigava.

– Isso não é de todo ruim. Empilhou mais peças em seu


prato.

– Você deve confiar em mim sobre essas coisas.

– Confio em você. Você viu o que aconteceu durante o


treino hoje?

– Sim, ouvi tudo.

– Sinto Muito. Estou envergonhado que você tenha que


ver isso. Vou sentir falta da equipe, mas definitivamente não
vou sentir de Donny.

– Nem eu.

– Sei que nós não tivemos muito tempo para falar sobre a
coisa namorado / namorada, mas pensei que nós poderíamos
agora. Disse, enfiando outro pedaço em sua boca.
– Estive pensando sobre isso também. A graduação está
chegando, e estou pensando em ficar com Sasha desde que
não sou bem vinda em casa. Quero fazer as coisas
funcionarem, mas vai ser muito difícil, se estivermos
separados.

– Por que não vem comigo?

– Nós nos moveremos muito rápido?

– Não temos que decidir hoje. Só quero que saiba que é


uma opção.

Assenti. Realmente não tinha pensado em ficar com


Martin durante o verão. Parecia louco que iríamos morar
juntos depois de apenas alguns meses de namoro. Sabia que
queria passar todo o meu tempo com ele, apesar de tudo.
Talvez não fosse a pior ideia.

– Se você decidir ficar com Sasha, vou tentar visitá-la


tanto quanto puder. Mas, você deve saber que posso estar
muito ocupado durante o verão. Não sei quanto tempo vou
ser capaz de estar com você.

– É sempre bom ter opções.

Nós adiamos a conversa sobre namoro por um tempo e


mudamos para a próxima reunião de futebol profissional.
Estaria trabalhando e mostrando suas habilidades para
olheiros de futebol no final da semana. Poderia dizer que
estava muito nervoso.
Isso me deixou nervosa por ele, mas tentei enchê-lo de
confiança. Teve uma ótima temporada, mas como não éramos
uma grande universidade, era difícil de capturar a atenção
dos olheiros. Realmente precisava fazer um bom trabalho no
sábado para ser o melhor.

Quando a conta veio, instintivamente estendi a mão para


o meu cartão de crédito para pagar a conta. Em vez disso, só
tinha cerca de vinte dólares na minha carteira.

Ele percebeu.

– Eu vou pagar por isso.

– Nós vamos dividi-lo. Me comprometi. Depois de ouvir


sobre seus problemas de dinheiro, não posso deixá-lo
começar a pagar por todos os nossos encontros.

Me acompanhou de volta ao meu dormitório e se


aproximou quando chegamos à minha porta da frente.

– Tem certeza de que não quer entrar?

– Tenho dever de casa e devo dormir um pouco. Não seja


uma má influência para mim.

Eu ri e dei um beijo de boa noite. Agarrei seu braço,


parando-o antes de se afastar.

– Você quis dizer o que disse ao Donny?

– Que é um companheiro de equipe ruim? Sim, com


certeza.
– Não, há outra coisa, que você me ama.

Sorriu e colocou as mãos em volta do meu rosto.

– Sim, eu quis dizer isso. Eu te amo, Alexa.

Eu sorri. – Eu também te amo.

Me beijou novamente e foi para casa. Senti como se


estivesse flutuando acima do meu corpo.

Sei que prometi que não iria me apaixonar, mas não pude
me ajudar. Queria que essa fosse a única promessa que eu
quebraria para ele.
CAPÍTULO 22
MARTIN

As coisas estavam acontecendo com tanta rapidez na


minha vida. A graduação era daqui a dois dias, e minha mãe
estava vindo me visitar. O draft era apenas um par de dias
após a graduação e eu não conseguia parar de pensar nisso.
Estava tão nervoso.

Queria fazer planos com Alexa, mas tudo era tão incerto.
Não podia suportar a ideia de me afastar após a graduação.

O último par de meses tinha sido tudo o que poderia


querer de um relacionamento. Sentamos um ao lado do outro
durante as nossas classes compartilhadas e estudávamos
juntos à noite.

Nos fins de semana, saímos para comer sozinhos ou com


nosso pequeno grupo de casais. A parte mais divertida era
quando poderia ir para casa com minha menina em vez de
procurar uma garota qualquer.

Alexa parecia mais feliz também. Em vez de beber até o


esquecimento, não tinha mais do que três bebidas. Disse que
preferia ir para casa comigo cedo e lembrar o nosso tempo
juntos. Tivemos que estabelecer limites sobre quanto tempo
poderíamos passar juntos, porém, porque tínhamos exames
finais para nos preocupar. Sempre tentei empurrar os limites
sobre este assunto.

– Venha! Disse ao telefone. – Acabei de terminar o meu


último exame e quero comemorar.

– Não posso, e você sabe disso. Tenho que terminar um


trabalho esta noite e tenho mais um teste amanhã.

– Por favor? Implorei.

– Vou enforcar você! Ameaçou. – Depois de amanhã, eu


sou toda sua.

– Não se esqueça, fiz uma reserva, às sete horas.

– Mal posso esperar.

Minha mãe estava chegando para a cerimônia de


formatura e estava indo para apresentá-la a Alexa durante o
jantar. Estava nervoso com o encontro, então não podia nem
imaginar como Alexa se sentia.

– Tem certeza de que seus pais não estão vindo? Parecia


louco que seus pais iriam ignorar um evento tão importante
em sua vida por causa de um desentendimento tolo.

– Sim, duvido que eles apareçam. Não ouvi falar deles em


meses. Acho que eles iriam me dizer se planejassem estar
aqui.
Me senti mal por ela. Sabia o que era ter um pai que não
estava por perto, mas pelo menos ainda tinha a minha mãe.
Era ótima e sempre me apoiava.

– Você quer que vá aí e te ajude a estudar? Ofereci.

– Não, obrigado. Você só vai me distrair.

Ela estava certa. Quase todas as nossas sessões de


estudo terminavam aos beijos e daí para mais.

– Ok, falo com você mais tarde... Eu te amo.

– Eu também te amo.

Olhei ao redor do meu quarto. Com todo o estresse das


finais e o draft, tinha esquecido que tinha que arrumar todos
os meus pertences. Peguei pilhas de cadernos e os joguei no
lixo. Peguei pratos sujos na minha mesa de cabeceira e os
levei para a cozinha.

Quando os coloquei na pia, um pequeno pedaço de papel


branco flutuou para o chão. Era a minha sorte nos biscoitos
que Alexa e eu compartilhamos juntos. O coloquei no bolso.

Sabia que minha mãe iria querer vir ao meu dormitório e


ver Reg, então apressadamente tentei fazer tudo parecer
apresentável. Escondi nossa coleção de álcool sob a pia e
pulverizei um ambientador para encobrir o cheiro de suor e
bebida.
No dia seguinte, dirigi ao aeroporto para pegar minha
mãe. Ela se ofereceu para dormir no sofá no meu dormitório,
mas eu não podia deixá-la fazer isso. Em primeiro lugar,
porque era terrivelmente desconfortável e coberto de
manchas misteriosas, mas também porque eu queria um
lugar onde pudesse ficar sozinho com Alexa, se a
oportunidade surgisse.

Minha mãe me deu um grande abraço quando saí do


carro para colocar a mala no porta-malas.

– Nossa, mãe! Você só vai estar aqui por alguns dias.


Acho que você trouxe demais.

– Queria ter certeza que trouxe a roupa certa. Meu


pequeno menino só se forma na faculdade uma vez! Apertou
meu braço.

– Onde está Alexa? Perguntou, enquanto olhava para o


banco da frente.

– Ainda tem as provas finais. Vai nos encontrar para o


jantar hoje à noite.

– Estou tão animada para conhecê-la. Conte-me tudo


sobre ela.

– Eu já fiz, mãe. Já lhe disse tudo o que sei sobre ela.


Minha mãe sempre foi muito interessada na minha vida
amorosa. Não tive muitas namoradas, mas se gostasse delas,
as trataria como se fossem suas próprias filhas. Se não
gostasse ... essa é outra história. Estava confiante que ela
adoraria Alexa.

– Posso conhecer seus pais neste fim de semana?

– Não acho que eles estão chegando. Te disse como as


coisas ainda estão ruins entre eles.

– Sim, mas os pais não perdem eventos como estes.

– Então por que o meu pai não veio?

– Não o convidei. Deveria?

– Não, você está certa. Só não acho que seus pais estarão
aqui também. Mesmo que estivessem, não sabem sobre mim,
e eu não acho que eles iriam querer me conhecer.

– Seriam loucos de não gostar de você. Disse, apertando


minha bochecha.

Eu a trouxe de volta para o meu dormitório e então


entrou em modo mãe. Várias vezes lhe disse para não se
preocupar com a limpeza, mas não podia evitar isso. Estava
um pouco grato, para ser honesto. Era uma grande tarefa
limpar vários anos de coisas.

A levei de volta para seu hotel para ficar pronta para o


jantar. – Eu estarei de volta em uma hora.
Corri para casa e entrei no chuveiro. Parecia um passo
tão grande em nosso relacionamento, Alexa conhecer a minha
mãe. Mantive minha vida familiar privada e sentia como se
estivesse deixando-a entrar em um grande segredo.

Me sequei e coloquei uma camisa de manga curta com


calça cáqui. Eu dirigi de volta para o hotel e peguei minha
mãe e fizemos o nosso caminho para o restaurante.

Enquanto esperávamos por Alexa, pedi uma bebida para


mim e um copo de vinho para Alexa. Sabia que iria precisar
de algum incentivo líquido.

Chegou apenas alguns minutos depois de nós. Parecia


incrível. Seu cabelo estava ondulado. Estava usando um
vestido bonito que a tinha visto usar em uma ocasião
anterior. Estava finalmente aprendendo que não havia
problema em usar roupas mais de uma vez.

Não sei por que estávamos tão nervosos, porque se deram


incrivelmente bem. Alexa estava super à vontade em torno de
minha mãe e minha mãe estava muito cativada por Alexa,
pendurada em cada palavra que ela falava.

– Quais são seus planos para depois da formatura?


Minha mãe perguntou-lhe.

– Acho que vou ficar com uma amiga. Não estou


inteiramente certa ainda.

– Vai ficar com a gente! Minha casa é pequena, mas


ficaria honrada em tê-la conosco.
– Obrigado! Disse Alexa, enquanto as lágrimas brotaram
de seus olhos. – Você é tão incrivelmente boa para mim.

– Gosto de qualquer um que faz o meu filho tão feliz.

Enquanto comíamos, falamos sobre a escola, futebol, e os


planos de verão. Minha mãe conseguiu contar apenas duas
histórias embaraçosas da minha infância. Alexa estava
adorando.

Quando a conta veio, Alexa e eu fomos pagar.

– Bobagem! Minha mãe ralhou, tirando de nós. – Por


minha conta. Nós agradecemos e a levei de volta ao seu hotel.

– Então... Quando vocês dois vão se casar?

– Mãe! Estamos namorando há apenas alguns meses. É


muito cedo para sequer discutir isso!

– Gosto dela, Martin. Ela é única. Estou certa disso.

Sua aprovação significou muito para mim. Continuei


sorrindo depois que eu a deixei e voltei para meu dormitório.
Única. Eu sentia isso também.

Fui até o dormitório de Alexa e a ajudei a decidir o que ela


ia arrumar, e do que iria se livrar. Seu armário estava cheio
de roupas que nunca usava. Encontrei algumas coisas que
queria vê-la usar e coloquei de lado.

– Sua mãe não me odeia, não é? Perguntou quando atirou


um par de sapatos em uma caixa para dar de presente.
– O oposto. Ela ama você.

– Você só está dizendo isso para me agradar.

– Não, não estou. Ela chamou você de “única”.

Sorriu largamente e voltou a empacotar.

– Você deve vender algumas dessas coisas. Segurando um


casaco parecendo caro.

– Isso não é uma má ideia. Nós sabemos que poderia usar


esse dinheiro.

Encontrei uma camisola muito provocante em uma pilha


de roupas. Tinha fechos e tiras que eu não poderia mesmo
começar a entender como funcionavam.

– Quero ver você nisso.

Me deu um olhar sujo, mas arrebatou da minha mão e


fechou a porta do banheiro atrás dela. Alguns segundos
depois surgiu pavoneando ao redor da sala como se fosse sua
passarela pessoal.

Corri para ela e joguei-a na cama, para seu deleite.

– Feche a porta!

Chutei com uma perna e rapidamente tirei minha roupa.


Examinei-a na lingerie.

– Eu gosto disso, mas acho que vou gostar ainda mais no


chão.
Teve que me ajudar com os fechos complicados, um fato
que não estava orgulhoso. Uma vez que estava livre, peguei
uma coxa, puxando-a para perto de mim.

A porta se abriu e antes que Alexa pudesse puxar as


cobertas, Sasha gritou.

– Desculpe! Disse, cobrindo os olhos com uma mão. –


Acabem, então nós vamos para uma festa no terceiro andar.

Fechou a porta e Alexa me deu um olhar feroz. –


Por que você não trancou a porta?

– Sinto muito, só chutei com pressa. Devemos nos vestir?

– Claro que não! Disse e veio para cima de mim.

Acabamos rapidamente e vestimos nossas roupas. Sasha


já tinha partido com Reg, então nós nos encontramos na
festa. Era estranho falar com pessoas que passei a conhecer
muito bem ao longo dos últimos quatro anos, sabendo que
talvez nunca as visse novamente.

– Eu deveria ir. Tenho que acordar cedo para terminar de


empacotar e me preparar para a cerimônia.

– Sim, vou também.

Dei-lhe um longo beijo no corredor. Tê-la suavizava o


golpe de sair da faculdade.

Neste momento amanhã, estaria celebrando minha


formatura. Era apenas um garoto vindo de uma casa pobre e
quebrada, prestes a se formar em Princeton. Só esperava que
pudesse ser capaz de fazer algo fora disto. Queria um futuro
que Alexa pudesse fazer parte.
CAPÍTULO 23
ALEXA

Acordei cedo no dia da cerimônia de formatura cheia de


medo. Ia ser tão difícil ver todo mundo com seus pais
orgulhosos, enquanto estava sozinha. A mãe de Martin era
muito amorosa e me aceitou, mas não era o mesmo.

Queria que meus pais estivessem lá. Bem, queria que


meus pais estivessem lá, apenas se pudessem me amar e me
aceitar.

Tive outro pesadelo sobre eles na noite anterior à


cerimônia. Sonhei que apareciam com Sebastian a reboque.
Quando acordei, pensei que realmente tinha acontecido. Não
teria sido nada fora do comum fazer um último apelo para
mim.

Tinha desistido de fazer as minhas malas de maneira


ordenada. Enfiei minhas coisas nas malas. A universidade foi
gentil o suficiente para nos dar um dia extra para embalar,
então não teria que me mudar até amanhã.

Verifiquei meu e-mail para ver se as minhas notas finais


estavam lá. Elas estavam, eu consegui tudo A este semestre.
Estava me graduando com honras! Estava tão animada que
quase apaguei um e-mail não lido.
Era de meus avós. Fiquei surpresa, porque nem sabia que
os pais da minha mãe sabiam como usar o computador.
Talvez uma empregada os tenha ajudado.

Lia-se:

“Alexa, Estamos tão orgulhosos de você se formar em uma


universidade tão boa. Nós infelizmente não poderemos
comparecer à cerimônia, mas fizemos um depósito em sua
conta como seu presente. Envie a seus pais o nosso amor
quando você os vir hoje.

Vó e vô”

Estava atordoada. Meus pais viriam hoje? Por que não me


disseram nada? Talvez meus avós estivessem confusos.
Tenho certeza de que minha mãe não tinha falado muito com
eles sobre a nossa briga.

Chequei minha conta bancária. Havia cinco mil dólares


adicionados a ela ontem. Nada demasiado pobre. Ignorei a
mensagem dos meus avós. Não havia nenhuma maneira de
que meus pais viessem.

Liguei para Martin para me certificar de que estava


acordado e se preparando para a graduação. Sem surpresa,
ainda não tinha saído da cama.

– Prepare-se! Gritei. – Nós temos que estar lá em trinta


minutos!

– Uau! Disse sonolento. – O que há com o pânico?


Falei sobre o e-mail estranho que recebi esta manhã.

– Talvez estejam vindo. Isso seria uma coisa tão ruim?

Não tinha certeza. Queria que viessem, porque queria que


tudo ficasse bem entre nós. Também não queria que viessem,
porque eu não sabia como reagiriam a Martin.

– Talvez meu pai venha! Disse esperançosa.

Minha mãe nunca foi favorável a mim recebendo uma


educação. Achava que era desnecessário. Pensei que a
opinião dela estava pondo as mulheres de volta cerca de cem
anos atrás. Meu pai, por outro lado, calmamente me pediu
para ir para a faculdade. Estava emocionado quando fui para
uma boa universidade. Ele levava a educação a sério.

Enrolei meu cabelo, terminei de aplicar a maquiagem, e


coloquei um de meus vestidos favoritos Tory Burch.
Encontrei um par de sapatos que ainda tinha que empacotar
e coloquei. Peguei minha boina e toga e corri para fora da
porta.

Nós estávamos sentados em ordem alfabética, então


Martin estava bem atrás. A cerimônia demorava e estava
ficando entediada. Queria falar com ele, ouvir suas piadas
sobre os vários oradores. Sempre sabia como me entreter.

Continuei examinando a multidão, na esperança de ter


um vislumbre dos meus pais. Se não aparecessem hoje, acho
que não teria chance de me reconciliar com eles. O auditório
estava lotado de pais orgulhosos. Era difícil ver alguém nesta
multidão.

Depois do que pareceram horas, finalmente era a hora de


subir ao palco e obter nossos diplomas. Minha fila estava
alinhada e esperava para entrar no palco.

Enquanto lentamente abri meu caminho até a frente, eu


estava mais certa de que meus pais não compareceriam.
Cada passo que dei sentia como uma pequena pontada no
coração.

Faltava cerca de quatro pessoas para receber o meu


diploma, quando vi uma mão acenando a partir do canto do
meu olho. Congelei. Meus pais estavam sentados nas
arquibancadas. Meu pai estava radiante e minha mãe tinha
uma expressão amarga em seu rosto. Não parecia
entusiasmada, mas sua presença significava muito.

– Hey... O cara atrás de mim sussurrou. Estava tão


envolvida em ver meus pais que me esqueci de continuar
caminhando. Andei em cima do palco, apertei a mão do reitor
e recebi o meu diploma da Ivy League.

Era uma graduada da faculdade, tinha um namorado


incrível e meus pais estavam aqui para me apoiar. As coisas
poderiam realmente funcionar para mim depois de tudo.

Sentei-me na minha cadeira, tentando não olhar para os


meus pais. Pensei sobre o que diria a eles após a cerimônia.
Mencionaria Martin? Os apresentaria? Decidi que
esperaria para ver como estava o seu humor antes de fazer a
surpresa.

Quando o nome de Martin foi chamado, o auditório


explodiu em gritos. Sempre esquecia a celebridade que era
nesta universidade. Foi um dos melhores quarterbacks que
esta escola tinha visto em muito tempo.

Parecia um pouco envergonhado de estar recebendo tanta


atenção. Era uma namorada orgulhosa. Era uma das poucas
pessoas que sabiam da grande realização que era para
alguém com seu passado. Esta faculdade estava cheia de
pessoas como eu, que cresceram com todas as conexões e
recursos do mundo. Martin chegou aqui sozinho.

Estava orgulhosa de mim mesma por ter chegado tão


longe sem muito apoio emocional de minha família, mas
estava ainda mais orgulhosa dele. Não sabia como seria o
nosso futuro juntos, mas estava pronta para descobrir.
CAPÍTULO 24
MARTIN

Vi brevemente Alexa esta manhã enquanto nós estávamos


nos alinhando para a cerimônia. Parecia distraída e
preocupada, não como seu habitual eu feliz. Me contou sobre
a mensagem que recebeu de seus avós.

Disse que eles lhe deram dinheiro, também. Gostaria de


acordar com grandes depósitos de dinheiro na minha conta
bancária. Talvez deixe que ela me pague o jantar na próxima
vez que sairmos.

Me garantiu que seus pais iriam ignorá-la neste fim de


semana, mas não conseguia acreditar que fossem tão frios.
Era sua única filha, no mínimo, eles provavelmente ligariam.

A cerimônia levou uma eternidade. Se minha mãe não


tivesse viajado até aqui, eu não teria caminhado até o palco.
Sempre que estou em um lugar público com um monte de fãs
de futebol, me sinto desconfortável.

Os colegas de aula que não conhecia continuavam a falar


comigo sobre o meu futuro. Realmente não sabia como
responder a eles, e particularmente não queria discutir isso
com estranhos.

Estava sempre preparado para tirar fotos e dar autógrafos


para os fãs ocasionais. Não queria ser ingrato pelo apoio que
tantas pessoas me deram durante minha carreira
universitária.

No entanto, em um dia como hoje, só queria ficar sozinho


com minha mãe e minha namorada para ser capaz de
realmente mergulhar em tudo o que tinha conseguido nestes
últimos quatro anos.

Tentei ouvir os oradores, mas eram tão chatos.


Continuaram repetindo os mesmos clichés, como todos nós
estávamos indo tão longe na vida, porque nós frequentamos
esta escola. Parecia mais uma propaganda para a
universidade do que conselhos. Sempre nos disseram que o
nome da nossa universidade era o que nos levaria a
contratações. Não acreditava nisso.

Vi um garoto alguns assentos abaixo enterrar a cabeça


entre as mãos. Na verdade, havia pessoas que pareciam estar
com uma ressaca furiosa no dia da formatura. Esse garoto
pode ser um médico, advogado, ou talvez mesmo um futuro
presidente.

As possibilidades eram infinitas para um graduado de


Princeton, independentemente de terem ou não levado a sua
educação a sério.

Conheci muitos colegas de classe que eram de origem


humilde e trabalharam muito para participar de uma escola
como Ivy League. Era uma loucura de caro vir aqui, e muitas
pessoas dependiam de bolsas de estudos para sobreviver.
Certamente eu era um deles.
Por outro lado, conheci um monte de pessoas que vieram
para esta escola porque seus pais quiseram. Se você é da
família certa e você tem notas decentes, você pode entrar. Até
conheci algumas pessoas que claramente não estavam
qualificados para vir aqui, mas alguém deve ter puxado
algumas cordas para eles.

Conheci um garoto que de alguma forma conseguiu que


sua probatória acadêmica fosse perdoada depois de puxar um
GPA 1.0. Ele abandonou no semestre seguinte e a última vez
que ouvi falar dele, estava executando um site pornô de
sucesso. Oh, os lugares que você vai...

Suponho que não era justo da minha parte dizer que os


garotos ricos não mereciam isso. Havia pessoas como Alexa
que vieram do dinheiro, mas forjaram seu próprio caminho.
Pessoas como ela iria longe, e realmente mereciam.

Pessoas como Donny, que usavam seu status e não


tentavam nada, acabariam com um vício em prostitutas e
cocaína. Se houvesse justiça no mundo, o que iria acontecer
com eles.

Ri para mim mesmo, imaginando Donny careca e com


uma barriguinha, atendendo funções de ex-alunos. Era ruim,
mas muitas vezes me dava prazer em me reunir com pessoas
que não gostava e ver que a vida não tinha ido da maneira
como eles queriam. Me perguntei se alguém se sentia assim
sobre mim.
Queria que Alexa estivesse sentada mais perto, pelo
menos a uma distância para cutucar. Queria comentar sobre
o quanto o presidente da universidade parecia uma morsa.
Imaginei fazer sons de morsa enquanto Alexa me faria calar.
Agiria toda irritada, mas sabia que adoraria.

Amava o meu senso de humor estranho. Uma vez na sala


de aula, estava entediado, então escrevi uma história de amor
sobre um romance proibido fictício entre o nosso professor e
o T.A. Teve que cobrir sua boca de tanto que estava rindo. Me
disse que deveria ser um escritor se toda a coisa do futebol
não desse certo.

Pensei sobre isso. Gostaria de escrever sobre esportes.


Não estudei jornalismo, mas sabia muito sobre esportes. Se o
draft não fosse bem, talvez me inscrevesse para trabalhar em
um site de blogs esportivos.

Porém, queria jogar futebol profissional mais que tudo.


Sabia que era um trabalho árduo, mas era o meu sonho
desde jovem.

O próximo orador falou sobre diferentes metáforas para a


vida que não faziam muito sentido.

Para uma graduação de Princeton, eles não tinham


muitos bons oradores. Peguei um vislumbre de minha mãe
nas arquibancadas, acenando para mim. Dei-lhe um aceno
de cabeça para apaziguá-la. A vi falando animadamente com
os estranhos ao seu redor. Eu tinha uma sensação de que
estava dizendo a eles que era seu filho.
Finalmente, chegou a hora de obter nossos diplomas.
Linha por linha, as pessoas começaram a deixar seus
assentos e fizeram fila para entrar no palco. Estava na parte
de trás do grupo, então eu estaria esperando por um tempo.

Vi Alexa caminhar até o palco. Parecia muito infeliz. Meu


palpite é que era uma combinação de tédio e a percepção de
que seus pais não se preocupavam o suficiente para
aparecer. Isso me deixou doente.

Estava com raiva dos pais da minha namorada pela


maneira como a tratavam e não tinha sequer os conhecido.

A assisti caminhar até a frente da linha. Então, eu vi algo


inesperado, explodiu em um largo sorriso.

Seus pais estavam aqui em algum lugar. Examinei a


multidão. Não havia como procurar por eles, porque não
sabia como se pareciam. Tentei procurar um casal de meia-
idade com roupas caras.

Sabia que seu pai era bastante bonito e sua mãe era uma
ex-modelo da Botoxed. Isso poderia descrever quase todos no
auditório.

Senti como se tivesse uma pedra no meu estômago. O que


isso significaria para mim? Queria passar o dia com Alexa,
mas se os pais dela estavam ao redor, ela provavelmente me
ignoraria. Se a minha mãe descobrisse que eles estavam aqui,
ela absolutamente gostaria de conhecê-los. Minha mãe não
entendeu bem essa situação. Também não entendi.
Finalmente, foi a minha vez de pegar meu diploma. Ouvi
alguns aplausos quando meu nome foi chamado e tentei
bloqueá-los. Fiz contato visual com a minha mãe e sorri para
ela. Estava gritando, como de costume.

Pouco depois que voltei para o meu lugar, a cerimônia


terminou. Não era mais um estudante ou um jogador de
futebol da faculdade. Agora era um ex-aluno. Ainda tinha que
esperar para ver se me tornaria uma coisa velha ou se
continuaria para alcançar o meu sonho.

Minha mãe me encontrou do lado de fora do auditório, me


deu um grande abraço, e entregou a câmera para um
transeunte para tirar uma centena de fotos. Vi Alexa no meio
da multidão e acenei para ela.

– Parabéns! disse, dando-lhe um grande abraço.

– Encontre-me no meu dormitório em cerca de uma hora


e meia. Disse enigmaticamente. Seus olhos continuavam
correndo como se estivesse olhando ou se escondendo de
alguém. Antes que pudesse fazer qualquer pergunta, ela se
foi.

Parecia preocupada.

Achei que estava prestes a ter uma conversa muito séria


com seus pais.

Levei a minha mãe para almoçar após a cerimônia. Ela


poderia dizer que tinha algo em minha mente. Minha mãe e
Alexa sempre sabiam quando algo estava acontecendo.
– Você mal tocou sua comida. Normalmente acaba de
comer segundos depois de pedir.

– Os pais de Alexa estão aqui.

– Essa é uma ótima notícia! Exclamou minha mãe. –


Aposto que ela está feliz.

– Vamos ver. Acho que eu tenho que encontrá-los.

– Você não quer?

Eu hesitei. – Não particularmente. Quer dizer, nas


circunstâncias certas, sim. Não quero que eles me odeiem.

– Ninguém poderia te odiar. Qualquer pai deve se sentir


sortudo por você estar por perto para cuidar de sua menina.
Eu me sinto sortuda por que Alexa está aqui para cuidar de
você.

-Eles tentaram forçá-la a se casar com um amigo da


família com muito dinheiro. Não acho que eles vão ficar
satisfeitos com alguém como eu.

– Você está prestes a ser um jogador de futebol


profissional. Você pode fazer apenas tanto dinheiro como um
advogado elegante.

– Nós não vamos saber por mais alguns dias.

Minha mãe mudou de assunto. Teria que voltar para casa


após o almoço para que pudesse voltar ao trabalho. Não
podia se dar ao luxo de demorar mais tempo para ir comigo
ao draft.

Fez-me um milhão de perguntas sobre o draft. Assegurei-


lhe que tinha um terno, que sabia como passar a ferro
minhas roupas, e que me certificaria de sorrir enquanto
estivesse na câmera. Estava preocupada comigo
desaparecendo no voo e me perdendo. Típico de mãe.

Depois de comermos, a levei de volta ao hotel para pegar


suas coisas, e a deixei no aeroporto.

– Não importa o que aconteça você estará em casa na


próxima semana, certo?

– Certo. Certifique-se que a geladeira esteja abastecida.


Provoquei, com um grande sorriso.

– Não se preocupe em conhecer os pais de Alexa. Se eles


forem pessoas razoáveis, irão te amar. Se não forem, vocês
dois ficarão melhor sem eles.

– Obrigado, mãe. Me senti muito melhor.

Ia parar para tomar um sorvete quando recebi um texto


de Alexa:

Você pode vir agora? Querem conhecer você.

Eu congelei. Pensei que tinha mais tempo antes de


encarar a iminente desgraça. Esse momento poderia quebrar
o nosso relacionamento. Sempre disse que não precisava da
aprovação de seus pais, mas sabia que não era
completamente verdade.

Corri para seu prédio e subi correndo as escadas. Era


isso. Não havia como voltar atrás agora. Respirei fundo e bati
na porta. Alexa atendeu. Seu rosto estava branco.

Seus pais estavam de pé na cozinha. O pai dela estava


sorrindo. Sua mãe parecia irritada.

– Mamãe, papai. Este é Martin.

– Olá! Girei, apertando suas mãos.

– É bom conhecê-lo, Martin. Disse o pai dela. – Meu nome


é Craig, e esta é Judith. Apontou para sua esposa. Fungou e
o fato de que não estendeu a mão para apertar a minha não
passou despercebido.

– Ouvi dizer que você tem uma boa possibilidade de estar


no topo das escolhas! Eu sou um grande fã do jogo. Alexa já
esteve em alguns jogos comigo, não é, Lex?

– Isso foi há muito tempo atrás. Alexa sorriu. – Lembro-


me do camarote em que nós nos sentamos tinha cadeiras
extravagantes e tinha um monte de boa comida.

– Suponho que você provavelmente vai estar muito


ocupado neste verão. Disse Craig para mim.

– Talvez, tudo depende de como as coisas serão daqui


alguns dias.
– Bem, se você tiver a chance, vocês dois são mais do que
bem-vindos para passar uma semana ou duas com a gente
na casa de verão. Ficaríamos felizes de ter você. Sei de alguns
caras no clube que ficariam felizes em ter um jogador de
futebol profissional ao redor.

Eu sorri. Isso deve significar que Alexa não foi banida de


todas as funções familiares.

– É uma oferta muito generosa. Disse surpreso. – Eu


adoraria.

Alexa ficou aliviada. Me senti um pouco melhor, também.


Não sabia se seu pai estava apenas tentando salvar a cara,
mas parecia muito legal.

– Vocês ficarão aqui neste fim de semana?

– Minha mãe estava aqui por alguns dias, mas eu a deixei


no aeroporto antes de vir pra cá. Rezei para que ele não
fizesse mais perguntas. Não queria explicar por que meu pai
não estava aqui.

Alexa percebeu isso e mudou de assunto.

– Então, você já pegou o barco este ano?

Antes que pudesse responder, sua mãe falou.

– Com licença, vou usar o espelho.

Quando fechou a porta atrás dela, o pai de Alexa


suspirou.
– Tenho que pedir desculpas pela minha esposa. Disse
para mim. – Pode ser bastante difícil às vezes. Tem suas
noções preconcebidas sobre quem Alexa deveria namorar. Só
quero que você saiba que estou bem com qualquer homem
que trate bem a minha filha.

Olhei para Alexa. Seus olhos estavam abertos. Poderia


dizer que seu pai não declarava sua aprovação com muita
frequência.

– Quero me desculpar com você também, querida. Nós


não temos lidado com as coisas muito bem ultimamente.
Quero que você saiba que estou sempre disposto a apoiá-la
financeiramente. Ele enfiou a mão no bolso do terno e tirou
sua carteira. – Tome este cartão para emergências. Sei que
você quer ser independente, mas ele está aqui apenas no
caso.

Abraçou seu pai, com lágrimas nublando seus olhos. A


mãe de Alexa surgiu, parecendo um pouco mais calma.

– Craig, acho que é hora de irmos.

– Foi muito bom conhecê-lo, Martin. Espero que nós


possamos ver vocês dois muito em breve.

Apertei sua mão novamente, Alexa abraçou os pais e, em


seguida, eles foram embora. No segundo que a porta se
fechou atrás deles. Nós dois soltamos um enorme suspiro de
alívio.
– Nós fizemos isso! Disse ela, dando-me um beijo de
comemoração. Não tinha certeza se estava falando sobre a
graduação da faculdade ou conhecer seus pais. De qualquer
forma, foi um dia bem sucedido para nós dois.
CAPÍTULO 25
ALEXA

Eu me senti incrivelmente aliviada uma vez que meus


pais saíram. Foi difícil ver a minha mãe agir tão friamente em
direção a Martin, mas o fato dela ter ficado por perto
significava algo, por menor que fosse o gesto. Fiquei
emocionada ao ser capaz de falar com meu pai. Estava
realmente preocupada que estivesse chateado com o pedido
ter ido mal.

Disse que depois que corri para fora do restaurante,


Sebastian teve um acesso de mau humor. Acho que ele não
está acostumado a não conseguir o que quer. Sebastian
atirou alguns copos no chão e saiu do restaurante.

Não pensei que ele fosse assim. Minha mãe me culpou


por sua reação e é por isso que estava tão envergonhada e
brava comigo. Meu pai estava bastante horrorizado com a sua
reação e não queria que Sebastian fosse parte da família.

Fiquei muito satisfeita ao ouvir sobre o seu pequeno


colapso. Também fiquei realmente aliviada de que este fosse o
fim do drama Sebastian. Só esperava que não mostrasse o
rosto na casa de verão.
Queria que ele achasse a felicidade em sua vida, não era
um cara ruim, mas precisava aprender a aceitar um não
como resposta.

Depois que minha mãe me cortou, meus avós


descobriram. Aparentemente, o pai de minha mãe ameaçou
cortá-la fora do testamento. Não é como se precisasse do
dinheiro extra, mas teria sido muito embaraçoso para ela.

Meu pai disse que estava levando as coisas longe demais


e me deu um novo cartão de crédito.

Acho que minha mãe estava ofendida porque não estava


implorando a seus pés por sua fortuna. Meu pai estava
orgulhoso de mim por querer ser independente e fazer o meu
próprio dinheiro. Teve uma infância normal, então se sentiu
orgulhoso de que alguns de seus valores foram incutidos em
mim.

Achava que eu era responsável e madura. Estou feliz que


não me viu em pânico quando descobri que não tinha
dinheiro. Estava indo para tentar o meu melhor para usar
menos o seu cartão de crédito.

Meu pai parecia realmente gostar de Martin. Esqueci o


quanto meu pai gostava de futebol. Nunca teve um filho para
brincar, e minha mãe se recusou a me deixar jogar. Poderia
apenas imaginá-lo desfilando com Martin em torno de
eventos sociais.

– O que você pensa sobre eles?


– Seu pai é realmente ótimo, mas não acho que sua mãe
gostou de mim.

– Não tome isso pessoalmente. Ela não gostou de nenhum


cara que gostei.

– Vamos nos juntar a eles em sua casa de verão? Sorriu.

– Não tenho certeza se você vai querer ir. Você acha que
vai querer passar uma semana estranha com a minha mãe?

– Nunca estive na casa de férias de alguém. Gostaria de


ver como as pessoas vivem.

– Talvez nós possamos voltar para a casa enquanto eles


estão longe. Podemos ter tudo para nós mesmos. Pisquei.

– Isso parece bom.

Agarrei seu braço e puxei-o para mim, fazendo-o envolver


seus braços em volta da minha cintura. Ele me beijou na
cabeça.

Sasha e Gia abriram a porta do dormitório e entraram;


elas estavam sussurrando uma com a outra e não pareciam
nos notar lá.

– Qual é o segredo?

Elas pularam.

– Nada! Disseram juntas.

– Há uma festa hoje à noite em um bar no centro. Disse


Gia.
– É o mesmo que nós fomos depois do jogo do
campeonato. Acrescentou Sasha.

Martin riu. – Estou dentro, desde que não leve ninguém


pra casa.

– Hilariante!

Nós concordamos em ir e chegamos ao bar em torno das


dez e meia quando as coisas estavam apenas começando a
esquentar. Martin, Reg e Sam foram até o bar para obter
bebidas para todos, enquanto Sasha, Gia, e eu encontramos
uma mesa.

Gia estava nos dizendo sobre o hotel que ela e Sam


estavam se hospedando para o draft. A coisa toda soava como
um monte de diversão.

– Por que você não vem conosco?

– Martin nunca mencionou isso para mim. Acho que ele


quer ir sozinho. De qualquer forma, eu vou ficar com Sasha
um pouquinho.

Não tinha nada planejado para o verão. Poderia ficar na


casa de Sasha durante todo o verão se quisesse. Nós até
falamos sobre conseguir o nosso próprio apartamento juntas.
Meus pais estavam me permitindo voltar para casa, mas
depois da nossa briga, não sabia se poderia ficar lá por muito
tempo sem perder a cabeça.
Havia também a opção de passar o tempo com Martin,
mas nós não saberíamos para onde ele estava indo por mais
alguns dias.

Queria ir para o draft com Martin para apoiá-lo, mas


também porque parecia incrível. Eles ficariam hospedados em
um hotel de luxo, receberiam roupas para aparecer na
televisão, e depois para a festa.

Eles estariam entre os melhores jogadores de futebol do


país e seriam tratados como a realeza. Secretamente, eu
também queria estar lá para dissipar quaisquer meninas
quentes que poderiam querer agarrar o meu namorado.

Os caras voltaram com as bebidas. Reg também estava


carregando uma bandeja cheia de tiros.

– Vamos comemorar. Nós passamos os quatro anos de


faculdade. Todos nós conseguimos nos formar sem reprovar,
ter filhos, ou morrermos de intoxicação por álcool. Chamo
isso de vitória! Disse Reg.

– Para nosso futuro! Gia brindou enquanto seguramos os


nossos copos de shot juntos.

Todos beberam, cuspindo o sabor no final.

– O que é isso?

– Eu não sei. Disse Reg. – Só pedi um tiro de seu licor


mais barato.
– Será que Alexa está sendo seletiva novamente?
Perguntou Gia.

– Aqueles dias terminaram! Todos nós podemos dividir a


conta esta noite.

Eles gemeram, seus dias de bebidas de graça havia


terminado. Isso é, até que os grupos de futebol pagassem a
conta.

Os caras falaram sobre como eles achavam que o projeto


iria. Reg tinha certeza de que ambos iriam nas três primeiras
rodadas. Realmente esperava que sim. Reg estava se
candidatando para trabalhos de reconhecimento com quase
todas as equipes.

Tinha entrevistas com algumas nas próximas duas


semanas. Sei que Martin esperava que fosse capaz de ver Reg
e Sam com frequência, seja jogando um contra o outro, ou
fazendo parte da mesma equipe.

– Oh, eu quase esqueci. Disse Martin para mim. – Tenho


um bilhete extra para o draft. Você vem comigo? Acho que
nós ainda podemos conseguir um bilhete de avião.

Sorri. – Eu adoraria.

Tinha estado em toneladas de bailes de caridade e galas


elegantes ao longo dos anos, mas nunca festejei com atletas
profissionais e celebridades como estas. Estava incrivelmente
excitada.
– Está tudo bem se eu ficar com você na semana
seguinte? Perguntei a Sasha.

– Por mim tudo bem, vou estar aqui todo o verão.

– Quais são seus planos para o verão, Gia? Perguntou


Martin.

– Bem, provavelmente vou passar algumas semanas com


minha família e algumas semanas com Sam. Uma vez que
decidir para onde estamos indo, vou procurar um emprego e
vamos comprar uma casa. Meu grau é em Finanças, para que
possa encontrar trabalho com facilidade.

– Quando é o casamento? Brinquei. Sam apertou a


mandíbula e Gia apenas riu.

Sam rapidamente puxou Gia para a pista de dança e


Martin me cutucou nas costelas.

– Sam vai propor esta noite. Gia não pode saber.

Eu girei. Não era grande em guardar segredos,


especialmente os mais emocionantes.

– Quando é que ele vai fazer isso?

– Vai levar Gia para casa mais cedo e perguntar a ela em


seu dormitório. Reg ajudou a colocar velas e flores e todas
essas coisas mais cedo hoje, muito romântico.

As coisas estavam dando certo para todos. Apenas quatro


anos atrás, éramos calouros assustados que não sabiam de
nada. Agora sabíamos onde estávamos indo na vida. Bem,
todos, exceto eu.

Mas eu não estava muito preocupada. Minha conta de


poupança me fornecia um amortecedor para recorrer. Queria
ter certeza de que tinha tomado a decisão certa com a minha
carreira. Os outros não tinham a opção de não trabalhar
imediatamente.

Nós nos revezamos pedindo rodadas de bebidas. Nós


continuamos ignorando Reg porque sempre pedia os piores
tiros. Assim como Martin disse que fariam, Gia e Sam saíram
mais cedo.

Eu dei a Gia um grande abraço.

– Vamos almoçar amanhã antes de sair. Eu tive que soltá-


la antes que ficasse muito emocional e estragasse a surpresa.

Continuamos a pedir bebidas e fazer vários brindes.


Brindamos a Gia e Sam, a cada um de nós e com estranhos
aleatórios no bar. Nós estivemos bastante ferrados com stress
sobre os nossos dias finais então nós finalmente nos
soltamos.

– Mostre-me alguns dos seus famosos movimentos de


dança.

Peguei-o pelo pulso e puxei-o para a pista de dança.


Estava balançando meus quadris e Martin estava alguns
passos para trás, observando.
Recuei para ele, segurou meus quadris e nos movemos
junto com a música. Bebidas continuavam aparecendo em
nossas mãos e eu perdi a noção de quantas tinha tomado.

– Este é o número cinco?

Ele encolheu os ombros. – Não acho que nós temos que


nos preocupar com limites esta noite. Só não vomite.

– De acordo! Comecei a zombar. Não me importava.


Estava totalmente confortável com Martin. Não estava com
medo de me envergonhar.

O grupo explodiu para uma última bebida e nós


tropeçamos nosso caminho de volta para o dormitório de
Martin e Reg para um último drinque juntos.

Martin tirou uma garrafa de champanhe da geladeira. Nós


aplaudimos quando ele tirou a rolha. Cada um de nós tinha
copos quando nós trouxemos à tona lembranças de nossos
momentos juntos.

– Isso me lembra... Exclamou Sasha. – Alexa, Martin, há


um presente para vocês no quarto de Martin. Todos nós
caminhamos para o quarto quase vazio.

– Não vejo nada. Ri.

– Está sob os lençóis. Disse Reg.

Martin e eu puxamos as cobertas e olhamos intrigados.


Não havia nada lá. A porta se fechou e ouvimos o estridente
bloqueio. Tinham nos trancado novamente.
Este era o nosso presente. Tivemos uma última noite
juntos na faculdade. Nós não tínhamos nenhuma razão para
deixar o outro.

– Isso traz de volta boas lembranças. Disse Martin. Em


forma rara, estava muito bêbado. – Lembre-se de como louca
estava comigo?

-– ó porque pensei que você fez sexo comigo enquanto eu


estava basicamente inconsciente.

– Aposto que você se sente muito boba agora que você já


pensou que eu seria capaz de fazer algo assim.

– Você tinha que ganhar a minha confiança.

– Já te disse como estava nervoso na primeira vez que


dormimos juntos?

– Você estava nervoso?

– Absolutamente. Queria que tudo fosse perfeito.

– E foi! Observei. – Normalmente, a primeira vez pode ser


realmente estranha, mas você fez bem.

– Assim como você.

– Nós apenas nos ajustamos bem.

– Você me deixaria me encaixar em você agora?


Gargalhou.

– Essa é a linha que você quer usar em mim?


– Funcionou?

– Sim! Mas eu gostaria de transar com você de qualquer


maneira.

Apagou as luzes e ambos corremos para a cama. Nós


descontroladamente rasgamos a roupa um do outro em um
frenesi de embriaguez.

– Espero que não esteja bêbado demais para isso.

Eu toquei abaixo de sua cintura.

– Não, acho que você está bom.

Fizemos amor pela última vez como estudantes


universitários. Foi desleixado, mas apaixonado. Por este
ponto, conhecíamos o corpo um do outro muito bem. Sabia
que respirar em seu ouvido o deixava selvagem e sabia que
tocar meus seios me fazia vir.

Quando terminamos, o que foi logo depois que nós


começamos, nós nos colocamos de volta na cama. Tinha seus
braços esticados e eu aninhada em seu peito.

Nós ficamos em silêncio, curtindo a companhia um do


outro. Eu ouvia a respiração e sentia a ascensão e queda do
seu peito. Era reconfortante para mim.

– É melhor Sam e Gia nos convidar para sua festa de


casamento. Disse Martin, do nada.

– Você pode imaginar o quão divertido seria isso?


– Aposto que Gia terá uma criança não muito tempo
depois do casamento.

– Posso ver isso. Você pode imaginar ter um filho nessa


idade? Não teria qualquer ideia do que fazer.

– Nem eu, mas sempre quis ter filhos, apesar de tudo.

– Eu também, um dia.

Estávamos começando a ficar sóbrios e eu estava de


ressaca. Enchi um copo de água na pia do banheiro de
Martin. Ele encontrou um saco um pouco envelhecido de
chips e tivemos um pequeno lanche antes de dormir.

Continuamos deitados no escuro, falando sobre qualquer


coisa que vinha à mente. Poderia fazer isso para sempre,
pensei. Espero ter essa opção.
CAPÍTULO 26
MARTIN

– Vamos jogar o jogo de perguntas. Sugeri. Gostava de ser


capaz de lhe perguntar qualquer coisa, sem que pudesse
evitar o assunto.

– Claro! Você começa.

– Quantos filhos você quer?-

– Talvez quatro ou cinco. E você?

– Eu acho que dois é o suficiente.

– Eu gosto de crianças. Eu sempre quis irmãos e irmãs


para brincar.

Concordei. – Sua vez!

– Qual é o seu maior medo? Perguntou ela.

Pensei por um segundo. – Provavelmente algo ruim


acontecendo com a minha mãe. Ou aranhas. Realmente odeio
aranhas. Você?

– Ser enterrada viva! Respondeu imediatamente.

Eu ri. – Isso é um medo tão irracional.

– Sim, mas isso não significa que não possa ter medo de
que isso aconteça.
– Eu prometo, quando você estiver presumidamente
morta, vou verificar novamente antes de ser enterrada.

– Obrigada! Disse ela, dando-me um beijo na bochecha.

– Em que você quer trabalhar? Sabia que estava


estressada sobre seu futuro, então não fiz muitas perguntas,
mas estava curioso.

– Quero ser professora. E gostaria de ser uma treinadora


de torcida, também.

– Sei disso, mas você está pensando em se candidatar


para o emprego imediatamente?

Ela hesitou. – Para ser honesta, eu quero saber para onde


você está indo primeiro. Realmente não tenho vínculos com
nenhum lugar em particular, e eu posso ser professora em
qualquer lugar. Se puder escolher onde eu quero viver, quero
escolher onde quer que esteja. Tudo bem?

Isso estava mais do que bem. Estava querendo saber


como trazer este tema com ela. Sabia que era ferozmente
independente e não queria insultá-la, pedindo-lhe para me
seguir. Simplesmente não podia suportar a ideia de não estar
perto de mim.

A vida comigo não seria sempre fácil. Se não pudesse


entrar em uma equipe este ano, eu não teria muito dinheiro
chegando. Não acho que nós dois poderíamos conseguir
sobreviver com o salário de professor. Especialmente porque
Alexa tinha um estilo de vida que exigia mais dinheiro.
– Adoraria que você viesse comigo. Nada me faria mais
feliz. Só quero ter certeza que você sabe o que você está
procurando. Poderia haver um monte de dinheiro, ou poderia
não haver nenhum dinheiro. Talvez não fique por perto. Isso
é algo que você pode lidar?

– Isso não é um problema. Você é a coisa mais importante


para mim. Quero fazer esse relacionamento funcionar.

– E se você não conseguir um emprego imediatamente?


Perguntei. – Se for profissional, você pode viajar para os meus
jogos. Você poderia experimentar a equipe dos torcedores.

– Isso seria divertido! Disse ela.

O pensamento de Alexa estar na linha lateral, enquanto


jogava os jogos no profissional era melhor do que eu jamais
imaginei no meu futuro. Eventualmente, iria ficar cansada de
ir para todos os jogos e iria querer começar uma carreira.
Então o que? Casamento? Crianças? Estava tão perdido em
meu sonho que eu nem sequer ouvi sua pergunta.

– Martin, você me ouviu? Eu queria saber quais são os


seus alimentos menos favoritos. Se vamos viver juntos,
preciso saber o que eu não deveria comprar no
supermercado.

Podia ver o sorriso dela na luz da lua que vinha através


das cortinas da janela.
– Eu odeio bananas. Amo praticamente tudo mais. Nós
vamos fazer muitas compras no supermercado. Quando
morava em casa, minha mãe ia três vezes por semana.

– Oh, ótimo! Ela riu. – No que fui me meter?

– Qual seria a sua casa de sonho? Perguntei quando foi a


minha vez. – Eu preciso saber no caso de conseguir um
contrato de milhões de dólares.

– Não tem que ser muito grande, mas quero um belo


quintal, quero ser capaz de plantar flores e frutas e legumes.
Também quero limoeiros em todos os lugares. Tem que haver
muito espaço aberto para um campo de futebol e futebol
americano. Talvez uma laje de concreto para jogar basquete
ou tênis. Oh, e uma cerca para que possamos obter alguns
cães.

– Isso é tudo? Eu ri. – Que tipo de cães?

– Eu gosto de Corgis10. Eles têm pernas bonitas.

– Eu gosto de Golden retrievers11. Interrompi. –Podemos


obter um de cada.

10

11
– Perfeito! Disse ela.

As coisas foram acontecendo tão rapidamente, mas não


estava com medo. Costumava tremer com a perspectiva de
casamento ou começar uma família. Agora, podia me ver
fazendo isto nos próximos anos.

Por agora, só queria me divertir com Alexa. Poderíamos


viajar para lugares que nunca estive antes e explorar novas
coisas. Poderia ensinar-lhe tudo o que havia para saber sobre
os esportes que ela nunca chegou a jogar, e ela me ensinaria
tudo sobre os lugares e culturas que experimentou em sua
juventude.

– Você sente que vai perder o estilo de vida de atleta


profissional, agora que você tem namorada?

– Qual estilo de vida?

– Você sabe? Você sempre ouve histórias malucas sobre


atletas que se divertem e fazem sexo com modelos e atrizes.
Aposto que você poderia ter isso se eu não estivesse por
perto.

– Não se preocupe! Isso geralmente acontece com os


jogadores que ou não têm nada a crescer, ou tiveram muito e
nunca ouviram um não. Testemunhei em primeira mão o que
aconteceu com meu pai. Não conseguia controlar suas festas
e hábitos de consumo. Prometo a você que esse estilo de vida
é a última coisa que quero. Eu só quero ser normal.
– Mas se você pudesse ser famoso, pode haver algumas
vantagens envolvidas. Não me diga que você não quer entrar
nas festas mais quentes e se misturar com as celebridades.

– Só se você estiver ao meu lado. Você vai ser capaz de


navegar nesse mundo muito melhor do que eu jamais
poderia.

– É a minha vez. Onde é o lugar que você não gostaria de


morar?

– Flórida! Disse imediatamente. – Eu amo a praia, mas a


umidade faz coisas terríveis para o meu cabelo. Ficaria
parecida como uma bola de pelúcia o tempo todo.

– Mesmo? Eu ri. – Não estou tão preocupado com o meu


cabelo, mas eu odeio o calor. Essa é outra razão pela qual
quero voltar para o Colorado.

Nós rimos. Nós discordamos sobre um monte de coisas,


então realmente adorava quando estávamos na mesma
página.

– Só para você saber, estou planejando ir para Nova York


ou Washington. Não é uma coisa certa, mas se uma equipe
profissional me pega, provavelmente vai ser para um desses
estados.

Ela sorriu. – Posso trabalhar com isso.

Ouvimos um barulho do outro lado do corredor. Parecia


que alguém caiu da cama. Nós começamos a rir.
– Você acha que Sasha e Reg vão durar?

– Espero que sim! Eles são muito divertidos juntos.

– Você pode imaginar como serão seus filhos? Eles seriam


absolutamente selvagens.

– Seriam impossíveis de controlar. Acrescentou Alexa.

– Acho que Reg vai fazer a sua decisão sobre onde ele está
indo com base em onde Sasha estará. Originalmente, estava
indo para seguir Sam ou a mim, mas ele é totalmente viciado
nela.

– Não fico surpresa. Está sempre a seguindo como um


cachorrinho. Ficamos em silêncio novamente, tentando
pensar em uma questão que nunca perguntamos um ao
outro.

– O que você acha que Sebastian está fazendo agora?


Perguntei em voz alta.

– Oh, Sebastian... Ela suspirou. – Espero não tê-lo levado


a se esconder. Tem que haver uma menina lá fora, que está
sem opções e precisa se casar com alguém rico. Talvez minha
mãe devesse apenas se casar com ele desde que é tão
apaixonada.

– Então seu pai e minha mãe poderiam ficar juntos. Ele


poderia fornecer o dinheiro, e ela poderia ser completamente
normal!
– Sim, mas então nós seríamos irmãos. Não acho que
estou bem com isso. Disse, franzindo o nariz.

– Ok, tudo bem! Já ouvi falar de coisas mais estranhas.

– Eu também. Disse ela. – Você ficaria chocado com toda


a endogamia12 que acontece no meu mundo.

– Sério? Pensei que era apenas para caipiras.

– Não, quando se casa por dinheiro e conexões é uma


exigência, há tantas opções. Sei de famílias em que vários
irmãos se casaram com outros irmãos. E assuntos estranhos
que resultam em segredo de amor relacionados a crianças
acontecem o tempo todo, e com isso pode ser difícil para
traçar uma árvore genealógica.

– Você não está animada para ficar longe de tudo isso?

– Incrivelmente. Mas acho que sempre vai ser uma parte


de mim. Não acho que posso fingir que não cresci com
dinheiro. Fiquei sem o cartão de crédito dos meus pais por
apenas um par de meses e não sabia se iria sobreviver.

– Você não tem linhagens genéticas emaranhadas, certo?

– Não acredito nisso. Meu pai era um indivíduo novo.

– Será que sua avó tratou ele como sua mãe me tratou?

12
Endogamia ou consanguinidade é o casamento que consiste na união entre indivíduos aparentados, geneticamente
semelhantes. (primos, parentes distantes e etc.).
– Não, mas ele tinha dinheiro no momento em que se
conheceram. Talvez devesse ter introduzido você depois de
obter o seu contrato multimilionário e posição inicial.

– Isso me lembra. Tenho um presente para você.

– Você não tem que gastar nenhum dinheiro comigo.


Protestou. – Não te dei nada. Agora eu me sinto mal.

– Não é nada. Mas estive pensando sobre isso por um


longo tempo e eu quero dar isso a você.

Coloquei a mão debaixo da cama, mas não consegui


encontrá-la. Me arrastei para fora da cama e procurei em
minhas mãos e joelhos. Finalmente, encontrei a pequena
caixa e estendi para ela.

Ofegou, os olhos arregalados. Eu podia ver as lágrimas


começando a se formar, mas tinha um leve sorriso. Levei um
momento para perceber o que achava que era.

– Oh, Deus, não! Eu gaguejei. – Não estou propondo.


Estamos juntos há menos de seis meses. É o meu anel do
campeonato. Eu quero que você o tenha.

Abri a caixa e coloquei o anel gigante em sua mão.

– Tem certeza? Isto é um grande negócio.

– Não uso anéis e não quero que fique em uma prateleira


pegando poeira. Se você quiser, você pode usá-lo em uma
corrente, como um colar.
– Amo isso! Se emocionou. – Obrigada!

Senti minha frequência cardíaca lentamente voltar ao


normal. Espero que não tenha ficado desapontada que não
era um anel de noivado. Precisava de mais dinheiro para isso.
Sabia que ia pedir a ela para casar comigo, eu estava certo
disso.

Era a pessoa mais incrível que conhecia. Era inteligente,


engraçada e sexy como o inferno. Queria dar-lhe o mundo, e
sabia que queria o mesmo para mim. Todos os dias com
Alexa eram uma aventura. Estávamos aprendendo coisas
novas sobre o outro todos os dias e estava constantemente
me surpreendendo. Nunca iria querer que acabasse.
EPÍLOGO
ALEXA

Quando me formei, sabia que não tinha planos concretos.


Sabia que queria ter uma carreira, e estar com Martin. O que
aconteceu depois superou todas as expectativas. Acho que
não imaginava que a vida poderia ter tantas surpresas.

O dia após a graduação, Martin e eu arrumamos nossas


malas e voamos para Nova York para o draft. O inesperado
aconteceu e ele foi convocado na primeira rodada.

Foi convocado para o Denver Broncos com dez milhões de


dólares em um ano de contrato. Visitamos sua mãe na
próxima semana, enquanto procurávamos uma casa.

Encontramos a casa perfeita com todas as especificações


que pedi. Era maior do que pedi, mas novamente, o seu
contrato foi maior do que pensávamos que seria.

Também pagou a hipoteca de sua mãe para que seus


cheques de pagamento pudessem ser gastos em coisas
melhores do que contas. Estava muito animada para ter seu
filho e sua namorada ao redor.

Infelizmente, nem tudo foi perfeito. Nós tínhamos falado


meses sobre conhecer seu pai. Martin não o tinha visto em
anos, e pensei que este seria o momento perfeito para fazer as
pazes. Depois de resistir e dar algumas desculpas para não
ir, nós finalmente escolhemos uma data para ir visitá-lo. O
encontramos na casa de recuperação que tinha estado
vivendo, e Martin até falou com ele ao telefone para marcar
um encontro. Então aconteceu o acidente.

Apenas três dias antes de nós nos encontrarmos, seu pai


sofreu um acidente de carro. Tinha bebido e foi para o lado
errado da estrada. Estava em alta velocidade, perdeu o
controle e atingiu um caminhão.

O motorista do caminhão ficou bem, mas o acidente


matou seu pai. A primeira vez que fiquei na presença do
homem foi em seu funeral. Foi uma época difícil para Martin,
especialmente porque a sua nova equipe lembrou-lhe tanto
de seu pai. Levou algum tempo, mas ele superou, e tem
financiado uma ala de um centro de reabilitação em seu
nome.

Minha mãe finalmente veio ao redor de Martin. Eles


certamente não são amigos, mas ela fala cordialmente com
ele. Ele me convenceu a passar algumas semanas com eles
durante o verão, e não foi tão ruim assim. Meu pai e Martin
praticamente são os melhores amigos, apesar de tudo.

Secretamente acho que meu pai queria um filho, mas


minha mãe não ia ter mais filhos. Minha mãe e eu nos damos
muito melhor hoje em dia. Nosso relacionamento ainda vai
precisar de tempo para curar, mas falamos ao telefone a cada
duas semanas.
A coisa mais inesperada aconteceu logo após a formatura.
Nós nos mudamos para o Colorado, e me sentia doente o
tempo todo. Martin achava que só tinha um problema com a
altitude das montanhas. Não pensava muito nisso, mas
depois de falar com Sasha, ela me convenceu a fazer um teste
de gravidez. Eu estava grávida!

Não temos certeza, mas pensamos que o preservativo se


rompeu na noite de formatura, quando estávamos bêbados
demais para notar. Culpo Martin por essa pouca supervisão.

Na época, estava muito chateada. Não queria ter um filho


tão cedo. Depois que fui ao médico para confirmar a gravidez,
disse a Martin naquela noite, pensando que ele ia ficar bravo.
Na verdade, chorou lágrimas de alegria.

Nunca o tinha visto chorar antes, então é claro que me


tornei uma bagunça. Teve que correr para a loja para
comprar um litro de sorvete para me fazer parar.

Desde que decidi adiar a obtenção de um emprego, tinha


aulas para conseguir minha licença de ensino. Agora vou ser
capaz de trabalhar quando estiver pronta. Segui Martin em
torno de um monte de seus jogos até que estava muito
grávida para voar.

Por causa da minha barriga inchada, não poderia tentar


ser uma líder de torcida. Estava um pouco decepcionada,
mas a emoção do bebê compensou.
Tivemos a nossa filha, Nikki, no início do período de
entressafra. Foi um timing perfeito, porque não poderia ter
imaginado o parto sem Martin ao meu lado. Ele era tão
grande e atencioso.

Não vou mentir, estava muito irritada quando estava


tendo contrações e todas as enfermeiras o estavam
bajulando. É reconhecido o tempo todo. Me acostumei com
sua fama.

Nossa filha é absolutamente perfeita em todos os


sentidos. Poderia passar o dia todo olhando para o seu
pequeno rosto. Estava tão preocupada que não saberia o que
fazer com um bebê, mas entre os livros que li, a mãe de
Martin e instinto maternal, deu tudo certo. Quero dizer, foi
muito difícil no começo, mas tive uma tonelada de ajuda.
Felizmente Martin estava perto a maior parte do dia, então
passava o tempo todo conversando com a nossa filha sobre
futebol. A mãe de Martin veio morar conosco por alguns
meses e era um anjo absoluto.

Meus pais visitavam tanto quanto possível, e acho que ter


uma neta suavizou a minha mãe um pouco. Odeia a ideia de
ter idade o suficiente para ser uma avó, mas adora comprar
roupas bonitas e loucas para Nikki. Nikki é tão feliz vestindo
Burberry como está em uma camisa de futebol. Eu já prometi
a ela que quando tiver idade suficiente para tomar suas
próprias decisões, vou deixá-la participar de qualquer
atividade que ela escolher. Martin também concordou que
não estávamos indo para forçá-la a praticar esportes, não
importa o quanto nós desejássemos.

Depois que descobri que estava grávida de Nikki, tanto


Martin quanto meus pais queriam que nós nos casássemos.
Martin tinha um anel, mas me recusei a casar, só porque
havia um bebê envolvido. Queria que os dois tivessem certeza
de que estávamos prontos para o próximo passo.

Continuou me perguntando, uma vez por mês no início e


depois em uma base semanal. Continuava falando não para
ele porque queria ter certeza de que tudo estava certo. Em
retrospectiva, isso parecia um pouco significante para mim,
mas acho que nos fez realmente decidir o que queríamos em
um casamento.

No outono, Martin foi convidado a voltar para Princeton


para ser homenageado como um ex-atleta, agora nos
profissionais. Claro, fui com ele e levamos Nikki junto. Queria
que ela visse onde mamãe e papai se conheceram. Mal sabia
eu, nossos pais também estavam presentes.

No intervalo, o locutor fez um breve discurso sobre a


carreira na faculdade de Martin quando a nossa pequena
família saiu em campo para acenar para a multidão. De
repente, as líderes de torcidas saíram e lhe trouxeram uma
pequena caixa.

Ele desceu em um joelho e me pediu em casamento com


nossos pais, nossa filha, e meu antigo esquadrão em torno de
nós. Não podia dizer não, mesmo se quisesse, já que havia
milhares de fãs ao redor torcendo.

Soube então que o momento era perfeito. Este homem


sempre me surpreendeu e queria estar com ele para o resto
da minha vida. Estamos planejando nosso casamento perfeito
para o próximo verão nas montanhas, perto de Aspen.
Esperava que minha Mãe não tivesse um lugar já reservado,
mas acho que ela aprendeu a lição sobre fazer planos para
mim. Não era realmente alguém cuja vida seguisse um plano.

Ser a namorada de um atleta profissional não era o que


esperava. Pensei que ia ter festas loucas todo fim de semana
e uma agenda agitada. Na realidade, nós ficamos em casa,
assistimos filmes e brincamos com a nossa filha.

Martin viaja para jogos afastados de vez em quando, mas


realmente não tem ido muito. É um grande pai e sempre tem
tempo suficiente para a sua menina.

Sei que não fomos convencionais nos primeiros anos fora


da faculdade, especialmente alguém focada na carreira como
eu. Enquanto meus amigos estavam mochilando pela Europa
ou indo a concertos caros, estava em casa lendo histórias de
cachorros e gatinhos.

A mãe de Martin ficava de babá muito para nós, e fomos


para a nossa parcela justa de festas cheias de celebridades,
mas sempre voltávamos para casa cedo para dar o beijo de
boa noite em Nikki.
Não teria trocado a maneira como as coisas aconteceram
por qualquer outra, no entanto. Nós tivemos quase tudo o
que sempre desejamos na vida, tudo de uma vez. Nem
sempre foi fácil, mas valeu a pena.

Se alguém tivesse me dito, quando jovem, onde a minha


vida teria me levado, teria rido. Por essa questão, se alguém
me dissesse que minha vida seria assim antes do meu último
ano de faculdade, não teria acreditado. Aprendi um tempo
atrás que não há nenhum ponto na tentativa de controlar
onde as coisas estão indo.

Se tivesse ficado presa ao plano, seria uma dona de casa


infeliz em Hamptons, fofocando com outras donas de casa.

Agora, estou prestes a me casar com um jogador de


futebol profissional e o amor da minha vida. Nossa filha é
tudo que sempre quis e nós temos tudo o que poderíamos
querer ou precisar ao nosso alcance.

Se soubesse algo com certeza, era que os planos rígidos


só levavam a dor e a decepção. Decidi viver a minha vida
aberta e disposta a fazer o melhor de qualquer oportunidade
que apareça.

Estava muito bom para mim até agora.

Fim.

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