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1. Introdução
Nos últimos anos, o nível de competição tem exigido das organizações a flexibilidade e a
necessidade de mudança, tornando-se essencial a adoção de práticas de qualidade que visam o
controle do processo e a qualidade do produto e serviço oferecidos.
Baseando-se nesse cenário, diversas empresas têm adotado a prática da utilização de
ferramentas e instrumentos da qualidade, bem como uma metodologia estruturada, como o
Seis Sigma para identificar, mapear e controlar os processos e ainda reduzir e eliminar as
possíveis falhas decorrentes da produção. Essa condição promove vantagens competitivas
como: a confiabilidade pelo controle do processo, redução dos custos de produção, otimização
na utilização dos equipamentos e maior precisão analítica para geração de resultados. A
empresa certamente estará mais preparada para a competição do mercado, produzindo com
mais qualidade, menor tempo de processamento e buscando a satisfação dos seus clientes.
Diante disso, a metodologia Seis Sigma, tem sido utilizada pelas empresas como uma forma
de estratégia, que leva a compreensão da rota do processo produtivo, identificando falhas,
determinando as melhorias e promovendo o controle do processo. Dessa forma, temos uma
contribuição significativa que visa à redução dos custos de produção, redução de falhas,
aumento da confiabilidade dos processos, melhoria na qualidade do produto, além de
aumentar a produtividade e competitividade da empresa (ABREU; SANTOS; XAVIER,
2009).
A utilização da metodologia Seis Sigma permite verificar se os valores estão fora dos limites
de especificação e sua tendência, levando o empregado a uma análise do processo, buscando
identificar possíveis problemas ou melhorias na rotina. Consiste continuamente em reduzir os
desvios padrões dos produtos entre a meta da empresa e a meta dos clientes, garantindo desta
forma 99,99966% de chance de sucesso (BERLITZ; HAUSSEN, 2005).
A metodologia Seis Sigma tem despertado crescente interesse entre os gestores das empresas,
e assim também, vêm adquirindo importância na gestão de performance analítica dos
processos técnicos de laboratórios, que fornecem de forma tangível resultados métricos como
produtos finais de seu processo a seus diversos clientes, tornando necessário o
acompanhamento periódico de todas as etapas do processo de análise.
Diante do contexto apresentado é que se insere essa pesquisa, para investigar quais as
contribuições advindas da implantação da metodologia Seis Sigma relacionadas com a
confiabilidade do processo de preparação e análise de amostras em um laboratório de análise
de minério de ferro da empresa em estudo.
2.1 A gestão da qualidade no processo produtivo
A busca incessante pela evolução da qualidade proporciona as empresas, meios de competir
com seus concorrentes diretos. Desse modo, seus produtos possuem diferenciais que
conquiste o cliente. Sendo assim, é relevante apontar a existência da qualidade no processo
produtivo bem como na sua gestão.
Para que as empresas funcionem de forma eficaz, torna-se necessário a identificação e o
gerenciamento dos processos inter-relacionados e interativos, sendo que, para a garantia do
processo produtivo, torna-se indispensável a adoção da qualidade na empresa, utilizando
meios e recursos que auxiliem esse método (SILVA; PESO, 2001).
Silva e Peso (2001) apontam que a premissa de uma empresa é sobreviver ao mercado
competitivo e por isso utiliza-se de um sistema gerencial, o Controle da Qualidade Total
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(TQC) sendo este essencial para alcançar o sucesso e gerar a vantagem competitiva
sustentável enaltecendo o freqüente aperfeiçoamento do processo visando a garantia de
satisfação do cliente, melhorar a eficiência e a produtividade mantendo cada etapa controlada
detectando possíveis falhas, melhorar a qualidade do atendimento, a redução de custos e
retrabalho e ainda promovendo a lucratividade.
Paladini (2008) menciona que, o impacto mais notável com a adoção do conceito Qualidade
Total, foi a gestão da qualidade no processo produtivo, quando comparado com os demais
setores organizacionais. O formato adotado pela gerência foca sua atenção totalmente no
processo em si, na qual a qualidade deve acontecer seguindo as operações produtivas desse
mesmo processo.
Silva e Peso (2001) mencionam que, a gestão pela qualidade torna-se uma questão de
sobrevivência para as empresas da atualidade, sendo necessário para uma boa gestão
contemplar a filosofia da qualidade, ou seja, a filosofia voltada para o cliente, visando lucro,
focando o funcionário no desempenho de suas atividades, percebendo seus fornecedores como
parceiros e tendo uma consciência social e ambiental. Ainda para o mesmo autor, o controle
da qualidade necessita de um sistema dinâmico que englobe todos os setores da empresa, seja
de forma direta ou indireta com o objetivo de contribuir para a melhoria do produto ou
serviço.
Após perceber que a forma de gestão precisava ser reformulada, baseando-se nas ferramentas
de gestão da qualidade, o processo produtivo deveria possuir meios precisos para seu controle.
Nesse contexto, torna-se necessário apresentar essas ferramentas de qualidade para promover
o controle nos diversos segmentos das empresas.
2.2 As ferramentas da qualidade total e sua aplicação
Para que haja um controle rigoroso e preciso nos processos produtivos das empresas, o setor
de qualidade utiliza-se de ferramentas estatísticas como Mapeamento do processo, Lista de
verificação, Histograma, Gráfico de controle, Medidas estatísticas, Diagrama de pareto,
Matriz de prioridade, Brainstorming, Diagrama de causa e efeito, Análise de dispersão,
Diagrama de concentração, Gráfico Box-plot, Planejamento de experimento, Análise de
variância, entre outras para promover esse controle do processo.
Rodrigues (2006) menciona a utilização das ferramentas da qualidade para avaliação,
identificação, priorização e seleção dos problemas, além do posicionamento do processo que
deve ser analisado, conforme descritas abaixo:
- Fluxograma - é uma forma gráfica representada por símbolos na qual indica a sequência do
processo produtivo. Com o fluxograma as etapas e atividades são descritas com o objetivo de
indicar o tempo de produtividade, capacidade do ciclo para otimizá-lo, indicar erros,
duplicidades e identificar tarefas sem valor agregado com objetivo de eliminá-las. Dessa
forma, espera-se que, após mapear o processo, cada etapa poderá ser analisada, verificando a
sua acurácia;
- Mapa de processo - essa ferramenta se assemelha com o fluxograma, porém é representado
com mais detalhe nas quais apresentam informações operacionais e administrativas da
entrada, processamento e saída das atividades de um processo com o objetivo de analisar
todos os parâmetros, controláveis e não controláveis e as conseqüentes propostas de
otimização;
- Gráfico de controle - é uma forma de explicitar o controle estatístico do processo (CEP) com
o objetivo de controlar a qualidade e os resultados e não somente verificá-la após o processo
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realizado. Nessa ferramenta existem dois limites controláveis: limites de especificação (LE -
determinado pelo cliente) e o limite de controle (LC – que indica a situação desejada e o
desempenho do processo). Esse gráfico de controle, utilizado com medidas estatísticas se
torna de baixo custo para a empresa e identificam as causas para a melhoria do processo;
- Capacidade do processo - é a apresentação da variabilidade do processo diante de um
intervalo de tolerância fixado, após a sua estabilização e otimização. Essa capacidade
determina a relação entre o desempenho real e o desempenho especificado. Dessa forma,
considera-se capaz o processo quando atende os limites de especificação definidos pelos
clientes e quando efetivamente estão controladas as causas comuns, entre os limites de
controle;
- Diagrama de pareto - essa ferramenta é fundamental para a seleção dos problemas, no qual é
representado por um gráfico de barras verticais que auxilia na determinação dos problemas a
serem resolvidos e priorizados. A sua construção deve ser fundamentada através da lista de
verificação, se tornando importante para explicar e demonstrar a relação 20/80, na qual 20%
das causas explicam 80% dos problemas. Dessa forma, essa ferramenta é utilizada em todos
os níveis organizacionais sendo responsável para análise, planejamento e implantação de
melhorias nos processos;
- Matriz de prioridades - essas matrizes são utilizadas para a seleção da causa ou do problema
prioritário diante das condições customizadas, próprias e da especificidade do processo. Os
passos que devem ser considerados durante sua construção, correspondem à identificação da
não conformidade levantadas no Diagrama de pareto, definir e conceituar os critérios para
avaliação, definir a escala a ser utilizada com os respectivos pesos para atribuir aos critérios,
dessa forma, depois de realizado o cálculo, o problema que obter maior valor será considerado
como prioritário;
- Brainstorming - essa técnica é chamada de “tempestade de idéias”, que é utilizada para
auxiliar a equipe a criar diversas idéias a cerca de um determinado problema em um menor
tempo possível. As etapas para a criação dessa técnica delimitam em estabelecer o objetivo a
ser tratado pela equipe, convocar os empregados envolvidos diretamente no processo, indicar
um coordenador para conduzir o diálogo, registrar as idéias e definir as regras de
funcionamento;
- Diagrama de causa e efeito - essa ferramenta é denominada também como “Espinha de peixe
ou Diagrama de Ishikawa”. O objetivo principal é estabelecer a correlação entre o efeito e
todas as possíveis causas, sendo que cada efeito relacionado poderá apresentar inúmeras
categorias como material, mão de obra, método, máquina, meio ambiente e medida. As etapas
para sua construção correspondem em: definir e delimitar o problema a ser analisado;
convocar a equipe para a definição e análise da metodologia (geralmente através do
brainstorming); definir as principais categorias e coletar as possíveis causas e agrupá-las nas
categorias definidas, detalhar cada causa identificada; analisar e transcrever para o diagrama
as causas mais prováveis.
Além da necessidade de controle durante as diversas etapas do processo produtivo, as
organizações buscam medir e melhorar o desempenho operacional por meio de metodologias
rigorosas e disciplinadas, sendo uma delas foco de estudo desse trabalho com apresentação no
tópico a seguir.
2.3 A metodologia Seis Sigma
Nesse item será abordado o conceito Seis Sigma na visão de alguns autores.
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Seis Sigma é um programa de melhoria que tem por objetivo a redução dos defeitos e
desperdícios oriundos pela falta do controle sistemático da qualidade, a redução dos custos
gerados e promoção de melhorias relacionadas ao atendimento de requisitos de clientes como
a confiabilidade de entrega e a qualidade do produto fornecido (CARPINETTI, 2010).
Por outra abordagem, segundo Rodrigues (2006), o tema Seis Sigma é uma metodologia
rigorosa e disciplinada. Tem foco no negócio e utiliza ferramentas, técnicas e análise
estatística para medir, quantificar e melhorar o desempenho operacional da empresa, através
da identificação e eliminação dos defeitos e desperdícios, agregando valores ao processo ou
produto, com o objetivo de aumentar a satisfação do cliente e reduzir os custos do processo.
A utilização de uma metodologia específica tem se tornado fundamental para empresas que
buscam a redução das falhas a todo custo seja no processo produtivo, administrativo, nos
produtos ou serviços. Rodrigues (2006) comenta que a metodologia Seis Sigma pode ser
utilizada por qualquer empresa e também em diversos setores cuja meta pode ser a redução de
custos, redução das falhas operacionais, aumento da qualidade dos produtos e serviços, entre
outros.
Ainda segundo o autor, essa metodologia não deve se resumir na aplicação de técnicas
estatísticas, apesar de sua denominação está relacionada a uma medida estatística de dispersão
(σ - sigma - desvio padrão), sendo necessário ampliar a visão para o planejamento, a definição
das metas precisas, o envolvimento da equipe, o comprometimento da alta gerência entre
outros.
O programa Seis Sigma faz referência ao nível de capabilidade de processo (avaliação
estatística da variação do resultado), cuja variabilidade do resultado, medida em unidade de
desvio padrão, sigma, duodécimo da variação máxima aceitável, definida inicialmente na
especificação do projeto para a variação do resultado em torno do valor máximo nominal.
Como exemplo, num processo de enchimento de pacotes de sabão em pó, cuja quantidade
nominal é 1000g, tendo uma variação máxima de 15g. Se esse processo estiver num nível de
capabilidade Seis Sigma, corresponde que o desvio padrão do processo de enchimento, sigma,
calculado através dos resultados daquele processo poderá variar no máximo 2,5g. Sendo
assim, a variação máxima aceitável de 30g corresponderia à ± 6 Sigma daquele processo.
Contudo, havendo uma redução desse desperdício, gerado pela “falta” de qualidade, decorre
da redução da variabilidade dos processos de fabricação, na qual as perdas por falta de
repetibilidade do processo, multas que poderiam surgir, reclamações de clientes e embalagens
com falta ou excesso de produto, serão insignificantes (CARPINETTI, 2010).
Aguiar (2002) afirma que o programa Seis Sigma promove uma nova abordagem na filosofia
cultural da empresa, sendo que, após sua implementação, percebe-se uma mudança perante os
seus problemas e também na forma de identificá-los e tratá-los. Essas mudanças são
percebidas quando as pessoas começam a acompanhar de perto um determinado projeto ou
uma meta a ser alcançada, pois esperam ainda um retorno financeiro. Os funcionários
começam a eliminar etapas do processo que não agregam valor ao produto objetivando a
produção sem retrabalho e com não conformidade zero.
Para que se tenha sucesso na implementação da metodologia Seis Sigma, inicialmente, os
gestores devem tomar conhecimento do problema vivido por sua empresa. Dessa forma, a
informação da existência de um problema deve ser direcionada aos diversos setores
operacionais, os quais promovem a interface operacional naquela empresa ou segmento.
As decisões são tomadas pelos Black-belt ou Master Black-belt, que são pessoas da alta
administração, especialistas em modelos de gestão, técnicas, ferramentas e programas para a
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Na FIG. 1, pode-se verificar também uma analogia entre as estruturas PDCA e DMAIC.
Iniciando-se pela estrutura DMAIC, a etapa “D” (Definir), inicia-se com as fases de
identificação das prioridades e do problema, bem como o estabelecimento da meta geral, que
determinará o quanto se pretende maximizar ou minimizar em um determinado indicador.
Nessa fase deve-se utilizar outra ferramenta de qualidade como o Benchmarking. Na etapa
“M” (Medir), tem-se as fases de desdobramento do problema, determinação de oportunidades
nas variações e estabelecimento das metas especificas. Nessas fases os problemas serão
conhecidos juntamente com sua parcela de contribuição, no qual serão priorizados para o foco
do desenvolvimento do trabalho. Na etapa “A” (Analisar), têm-se as fases identificação das
causas potenciais e a quantificação e priorização das causas, que auxiliam no conhecimento e
aprofundamento das causas mais prováveis de um determinado erro ocorrido no processo.
Essa etapa contém ainda parâmetros para o desenvolvimento das hipóteses causais do
problema, no qual serão identificadas as causas raiz que serão validadas para tratamento. Já na
etapa “I” (Melhorar), é realizado o teste de medidas e a elaboração do plano de ação, sendo
que, no PDCA a etapa “P” termina nessa etapa e a execução dessas ações, na qual os testes no
processo são realizados e correspondendo a etapa “D” no PDCA. A última etapa “C” no
DMAIC compreende a fase de verificação das ações propostas anteriormente, que
corresponde também à etapa “C” no PDCA. A fase de ações finais para execução do projeto
planejado, que também corresponde à última etapa do PDCA (“A”) bem como a última etapa
do DMAIC. Segundo Carpinetti (2010), o objetivo nessa etapa no DMAIC é garantir que
todas as melhorias conquistadas durante a etapa anterior não se perca, sendo que, para isso
deve-se estabelecer e revisar os procedimentos operacionais com a nova rota de processo
estabelecida e ainda utilizar outras ferramentas estatísticas como cartas de controle de
processo e registros de processo para monitorá-lo.
De modo geral, um fator a ser considerado é que cada etapa da estrutura DMAIC utiliza
ferramentas de qualidade para controle e busca de dados como o brainstorming, cartas de
controle, gráfico de pareto, histograma, diagrama de causa e efeito, matriz de viabilidade
(6Vs) e o plano de ação.
Na metodologia Seis Sigma a relação de confiabilidade de processo é preponderante para sua
aplicação. Fogliatto e Duarte (2009) apontam que na década de 70 o estudo da confiabilidade
esteve concentrado em análise dos riscos relacionados às construções e nas usinas nucleares.
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2007) a confiabilidade promove a economia do tempo,
economiza dinheiro e gera a estabilidade no processo. Para que isso aconteça é imprescindível
que as operações e procedimentos sejam executados de acordo com o planejamento da rotina.
Quando há ocorrência das falhas a utilização da metodologia Seis Sigma se torna relevante
para a identificação, minimização e até mesmo a eliminação das falhas, buscando assim um
nível de confiabilidade aceitável do processo, na qual os resultados obtidos permanecem
controlados entre os limites de especificação proposta pela alta administração da empresa
(ABREU; SANTOS; XAVIER, 2009).
3. Metodologia
A estratégia de pesquisa utilizada nesse estudo foi a análise qualitativa.
Segundo Richardson (1999), a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada pela tentativa em
compreender os significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados.
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A partir do roteiro das entrevistas, além dos questionamentos que buscaram conhecer melhor
o processo de preparação e análise de minério de ferro, optou-se ainda em verificar, sob a
ótica e percepção dos empregados da empresa Beta, os instrumentos e/ ou ferramentas da
qualidade que são utilizadas no laboratório em estudo.
Os respondentes disseram ter criado artifícios de controle, aqui denominados como
instrumentos, para sua rotina de trabalho, utilizando as ferramentas básicas da qualidade e a
estatística para monitorar o seu processo. Os programas interlaboratoriais foram um dos
exemplos citados por dois desses respondentes, representando um teste estatístico, baseado na
distribuição de amostras de minério, com característica litológica idêntica, entre os diversos
laboratórios pertencentes às várias empresas do mesmo ramo de negócio. Os resultados
gerados são quantificados e recebe o tratamento estatístico detalhado apresentado assim o
nível de qualidade e confiabilidade do mesmo processo.
De modo geral, pode-se verificar que os empregados do laboratório utilizam
aproximadamente 22 tipos de ferramentas e instrumentos da qualidade. Destaca-se neste
gráfico que o setor utiliza-se de meios para garantirem a confiabilidade do processo através da
criação de seus próprios instrumentos fundamentados nas ferramentas da qualidade.
Quanto aos benefícios que as ferramentas proporcionam para o processo de preparação e
análise do minério de ferro, quatro dos respondentes citaram a melhoria e a confiabilidade do
processo como principal benefício. Outros três entrevistados pontuaram como benefício a
permanência do controle e da qualidade do processo.
Analisando as entrevistas, percebe-se ainda que, existem outros benefícios como a
padronização da rotina, que auxilia na rastreabilidade dos dados, uma vez que são
identificados e analisados os desvios, proporcionando a confiabilidade do processo, precisão e
otimização do mesmo.
Outra forma observada nos documentos da empresa Beta, para controle do processo é a
utilização das cartas de controle dos equipamentos. Através das entrevistas aplicadas, análise
dos documentos e a observação participativa, podem-se afirmar que são utilizados os
instrumentos e as ferramentas da qualidade no laboratório de análise de minério de ferro nas
quais proporcionam aos empregados um controle significativo da rotina do setor e que
conforme mencionado anteriormente por Rodrigues (2006), a utilização dessas ferramentas
promovem a avaliação, identificação, priorização e seleção dos problemas, além do
posicionamento do processo que deve ser analisado. Pode-se dizer ainda que essas mesmas
ferramentas e instrumentos auxiliam o empregado a visualizar o desempenho das variadas
rotas de trabalho, ou seja, se as mesmas operam de acordo com as especificações
estabelecidas, sejam por definição do cliente ou mesmo pela particularidade do processo e se
ainda necessitam de um ajuste preventivo ou corretivo, diante da necessidade do controle
sistemático do processo de preparação e análise valendo-se a garantia da manutenção de um
desempenho satisfatório.
Por outro lado, a análise de uma ferramenta estatística, o Seis Sigma, se tornou essencial para
apresentar as contribuições envolvendo a confiabilidade das atividades e processos analíticos
do mesmo processo.
Com o objetivo de apresentar o nível de confiabilidade do processo, após a aplicação da
metodologia Seis Sigma no setor de laboratório, foram aplicadas as entrevistas com os
empregados e analisados os documentos pertencentes à rotina de preparação e análise.
Através das entrevistas, verificou-se o conhecimento dos entrevistados em relação à
metodologia Seis Sigma, sendo que, os oitos respondentes disseram conhecer e relataram que
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EVOLUÇÃO DO % DE ATRASOS
16,00
% de atrasos - Tempo medido
14,00 desde o final de carregamento
12,00 até a liberação no SGDS
10,00
8,00
7,74
Meta Geral 1
6,00 5,71 Prazo: Mar/05
4,00 6,24
2,00
3,33 2,58
0,00 Meta Geral 2
Ano 2003
jan/04
abr/04
mar/04
mai/04
jan/05
abr/05
jun/04
jul/04
ago/04
set/04
out/04
dez/04
mar/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
dez/05
fev/04
nov/04
fev/05
nov/05
Prazo: Dez/05
A Figura 2 apresenta duas linhas para metas gerais, com prazos estipulados aos meses de
março e dezembro de 2005 e as curvas de tempo médio de processamento da amostra de
carregamento ferroviário. A primeira curva corresponde ao período de janeiro a setembro de
2004, que representa o tempo médio de chegada da amostra no laboratório, preparação,
análise até a liberação no sistema de informação. Após a liberação pelo sistema, o cliente já
dispõe do seu resultado. O resultado desejado foi atingir um máximo de 5,6% de atrasos na
liberação de resultados de carregamentos ferroviários até março de 2005.
Já a segunda curva representa o tempo médio desde o final do enchimento de todos os vagões
até a liberação do resultado para o cliente, correspondendo ao período em julho a outubro de
2005. Nesse caso foi necessário um tempo maior para completar o ciclo de processamento da
amostra até o envio dos dados ao cliente, pois considerava uma etapa de transporte. O
resultado desejado foi atingir um máximo de 10,8% de atrasos na liberação de resultados de
carregamentos ferroviários até dezembro de 2005.
De modo geral, conclui-se que houve uma redução significativa desses tempos em todas as
metas estabelecidas sendo comprovado nos últimos dois meses de cada curva, na qual os
resultados foram menores em relação às metas estabelecidas. Para a primeira meta, obteve-se
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