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Apresentação

E do papel das instituições no desenvolvimento eco-


ST E L I V RO T R ATA
nômico. Após anos lecionando na graduação e pós-graduação, ficou
evidente para o autor que faltava no Brasil uma obra que consolidasse o
debate atual sobre o papel das instituições no funcionamento da econo-
mia e no desenvolvimento. Este livro visa a tentar reduzir essa lacuna.
Assim, destina-se ao curso de Desenvolvimento Econômico, embora seja
útil também em cursos de Economia Institucionalista, Sistemas Econômicos
e Economia Política.
Em função disso, muitas vezes optou-se por apresentar conceitos que,
embora não estejam diretamente ligados ao papel das instituições no desen-
volvimento, são fundamentais para a compreensão do material estudado.
Isso deve ser especialmente evidente no tratamento dado à Teoria dos Jogos
no Capítulo 5 deste livro.
Essa opção pelo estudante também fez com que algumas discussões mais
técnicas fossem evitadas, em favor dos argumentos centrais. Tal medida
foi necessária, especialmente ao serem abordados temas como a Teoria do
Equilíbrio Geral (nos Capítulos 1 e 2 deste livro) e a aplicação da Teoria
dos Jogos às convenções e normas sociais (Capítulos 5 e 6), por estas serem
questões que algumas vezes envolvem aspectos técnicos nem sempre simples
e acessíveis, mesmo para economistas já formados, já que muitos não estão
familiarizados com esses assuntos.

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Mas é importante destacar que essa escolha por deixar de lado, sempre que
possível, os aspectos técnicos mais complexos e secundários em favor das ideias
principais não se deve apenas à necessidade de tornar o livro mais acessível ao
estudante. Ela se deve também — e em alguns momentos até prioritariamente — à
crença do autor de que, na teoria econômica moderna, não raras vezes (infelizmente),
teses importantes acabam soterradas por questões formais, desviando o debate para
aspectos que nem sempre são os mais produtivos.
Escolhemos também apresentar definições mais ou menos consensuais, de forma
a não se desviar da discussão do problema do desenvolvimento. Abrimos espaço
para questões de definição de conceitos apenas quando as diferenças entre autores
pudessem ter algum tipo de implicação mais séria para o tema.
Também por ser o objetivo deste livro apresentar aos estudantes — assim como
a todos os leitores interessados no assunto — um panorama do debate acerca do
papel das instituições no desenvolvimento econômico, foram adotados alguns
critérios simplificadores na própria apresentação do texto.
Em primeiro lugar, optou-se por utilizar como referência as traduções de obras
estrangeiras (quando disponíveis), em vez dos originais. A razão disso é simples:
indicar ao leitor a existência de uma tradução publicada no país. Isso porque uma
das principais tarefas do professor é induzir o estudante a formar a sua biblioteca.
Faz parte do esforço educacional não apenas informar acerca das teorias e de seus
autores, mas estimular o estudante a lê-los. Assim, a utilização de traduções visa
a facilitar a identificação, por parte do estudante, de que existe uma edição em
português à qual ele pode ter acesso. Reconhecemos que nem todos os estudantes
têm os recursos, ou o domínio da língua inglesa, para abordar diretamente os
originais, daí esse esforço de identificação de traduções disponíveis.
Na ausência de uma obra traduzida disponível, todas as transcrições de trechos
de originais estrangeiros foram feitas pelo próprio autor. Nesse caso, não se seguiu
o procedimento padrão de reproduzir o trecho do original estrangeiro em notas
de rodapé, para evitar sobrecarregar o texto. Em uma obra na qual se discutem
diferentes teorias, optou-se por manter o texto o mais leve possível: uma vez que
o conteúdo já traz um volume significativo de informações, não há necessidade de
tornar a forma também enfadonha.
Pela mesma razão, com alguma frequência se emprega a segunda pessoa
do plural. Evitou-se sempre que possível uma excessiva impessoalidade. Uma
leitura do papel das instituições no desenvolvimento, especialmente em um
texto, em grande medida, orientado para o estudante, não precisa soar fria e
indiferente.

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Também para proporcionar mais leveza, o livro recorreu a quadros com informa-
ção complementar ao texto, de forma a não tornar a leitura excessivamente densa;
o que não apenas poderia dificultar o acesso a um debate por si só complexo, mas,
o que seria ainda mais grave, acabaria por desviar a atenção das ideias centrais que
norteiam a discussão acerca do papel das instituições no desenvolvimento.
Por último, caso o autor mencionado já tenha falecido, o leitor encontrará o
período em que o autor viveu entre parênteses, quando o seu nome for mencio-
nado pela primeira vez. O objetivo aqui não é meramente informativo, mas o de
permitir ao leitor identificar a sequência em que esses autores produziram suas
contribuições, o que pode ser importante na discussão do desenvolvimento, em
que algumas ideias são periodicamente retomadas e atualizadas.
No entanto, o leitor vai perceber que este livro foge a uma abordagem que vem
se tornando comum, em que as várias teorias são apresentadas indiferentemente,
sem maiores comentários ou observações críticas, independentemente de quão
díspares sejam suas análises e resultados.
Este livro não compartilha desse tipo de abordagem. Isso está relacionado,
em primeiro lugar, ao fato de que boa parte das teorias do papel das institui-
ções no funcionamento do sistema econômico ainda se encontra em processo de
desenvolvimento e há controvérsias frequentemente. Desse modo, apresentar as
várias teorias sem uma perspectiva crítica significaria ensiná-las de uma forma
equivocada, sugerindo implicitamente um amadurecimento teórico que muitas
delas ainda não têm.
Em segundo lugar, um esforço foi feito ao longo deste livro com o objetivo de
oferecer uma interpretação articulada dos vários aspectos da atuação das institui-
ções no funcionamento do sistema econômico e no desenvolvimento. A vantagem
desse esforço é evitar a composição de um “mosaico” de teorias, uma coleção
desconexa e fragmentada de princípios e teorias sem relação aparente.
A apresentação de “mosaicos” de teorias não apenas desestimula o leitor, por
resultar em um aprendizado incoerente, como não faz justiça à preocupação
fundamental de todo teórico de instituições, que é a de compreender como elas
afetam o sistema econômico e, desse modo, como podem favorecer ou prejudicar o
desenvolvimento. Com sua natureza sistêmica, a própria preocupação que motiva
a estudar o papel das instituições no desenvolvimento demanda uma abordagem
mais integrada.
Contudo, é impossível uma apresentação integrada sem uma crítica sobre
os limites e a coerência entre as várias abordagens econômicas das instituições.
As teorias nesse campo nem sempre dialogam efetivamente entre si e ainda estão

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em desenvolvimento. Mais uma vez, propor que a análise institucionalista se apre-


senta integrada de forma completa em suas diferentes formulações seria falsear a
realidade. Veremos que essa integração ainda é um projeto a ser realizado.
Por último, vale advertir que o exercício da crítica, assim como as opções
do autor em relação às diferentes abordagens teóricas, não significa desprezo ou
marginalização intencional de qualquer corrente teórica. Buscou-se apresentar as
principais correntes teóricas do estudo das instituições no desenvolvimento, ainda
que sujeitas a críticas. Omitir teorias seria desleal com o estudante. Por outro lado,
ser indiferente em relação a todas elas seria desonestidade intelectual. Tentou-se,
o quanto se pode, evitar esses dois riscos.
Este livro foi elaborado tendo em vista um curso de um semestre. Sempre que
possível, cada conceito introduzido é definido no texto, de forma a permitir ao
leitor uma leitura contínua e ininterrupta.
Por último, mas não com menos importância, o autor quer manifestar o seu
agradecimento àqueles que colaboraram com esse livro. Inicialmente, a Ricardo
Redisch, que primeiro apoiou este projeto. Ao meu editor André Gerhard Wolff,
que suportou pacientemente os infindáveis atrasos no cronograma. À professora
Ana Célia Castro, com quem tive discussões extremamente férteis acerca das teses
institucionalistas. Sua crítica perspicaz me obrigou a aprimorar algumas ideias, as
quais se mostraram fundamentais para a consecução deste livro.
Alessandra Veloso Duarte leu pacientemente e comentou algumas partes das
primeiras versões dos capítulos, o que foi extremamente importante para tornar
mais acessíveis as ideias dos autores que tratam de instituições. Ela também aju-
dou muito na elaboração do título, pelo que sou agradecido. Elson Cedro Mira
me chamou a atenção para um ponto importante no que diz respeito às institui-
ções informais, que incorporei a este trabalho. A pesquisa de Nicole Reis Barreto
Martins auxiliou na discussão das teses de Peter Evans. Por sinal, a parte sobre
Peter Evans também se beneficiou da ajuda do professor Paulo Tigre.
Por fim, também com grande consideração, aos muitos alunos da graduação em
Economia e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e
Desenvolvimento do Instituto de Economia da UFRJ, que discutiram nas aulas ver-
sões preliminares deste livro utilizadas como textos didáticos, meu muito obrigado.
Obviamente, eventuais omissões e equívocos são de total responsabilidade
do autor.

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