Вы находитесь на странице: 1из 24

LITERATURA

PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —


Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
360 p.

ISBN: 978-85-387-0573-4

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer

Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico

Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Parnasianismo
e simbolismo
brasileiro
Características

Arte pela arte


O Parnasianismo é o Realismo na poesia, con-
tudo, há uma diferença essencial entre essas duas A literatura parnasiana não se preocupava com
estéticas. Enquanto os prosadores realistas preocu- as questões sociais do contexto em que se inseria.
pavam-se em criticar a sociedade na qual estavam Buscava-se somente a perfeição da forma a ser
inseridos, os parnasianos se mantinham à parte elaborada. Almejava-se a imitação perfeita do objeto
das questões sociais. O objetivo era simplesmente tratado, por esse motivo vemos nas poesias parna-
a perfeição formal e temática. sianas um excesso descritivista na intenção de criar
um objeto literário nítido.
A perfeição formal estava relacionada à constru-
ção exata, milimétrica da forma poética e a objetivi-
dade temática era a busca da demonstração de uma Esteticismo
poesia emocionalmente equilibrada, negando toda e
qualquer forma de sentimentalismo. Percebe-se, então, Por esse termo entende-se culto da forma. Tal
que o Parnasianismo, por ser uma estética artística característica revela-se na aplicação rígida de alguns
vinculada ao Realismo, também nega o Romantismo. recursos estilísticos:
O Parnasianismo começa no Brasil em 1882
e tem como principais nomes Alberto de Oliveira, Rima rica
Raimundo Correia e Olavo Bilac.
Consiste em estabelecer rimas entre termos de
classes gramaticais diferentes, (um verbo rimando
Por que “Parnasianismo”? com um adjetivo, um substantivo com um advérbio,
um substantivo com um adjetivo) como nos termos
O nome Parnasianismo utilizado no Brasil surgiu destacados neste trecho de um poema de Alberto
devido ao fato de nossos poetas terem se inspirado de Oliveira:
nas poesias da coletânea francesa Parnasse Contem-
porain, composta por poemas de alguns poetas como
Leconte de Lisle, Téophile Gautier e Banville.
Quando a valsa acabou, veio à janela, (subs-
Parnaso é um monte que está situado na Gré- tantivo)
cia, mais especificamente em Delfos (Grécia central,
Sentou-se. O leque abriu. Sorria e arfava
ao norte da região do Peloponeso e à noroeste de
Atenas). Lá se encontravam as Musas Délficas, que Eu, viração da noite, a essa hora entrava
dançavam e cantavam acompanhadas por Apolo, o E estaquei, vendo-a decotada e bela. (ad-
seu líder. Tais musas moravam geralmente próximas jetivo)
EM_V_LIT_009

a riachos e fontes. Seus pais eram Zeus e Mnemosine


ou Urano e Gaia.
1
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Metrificação Racionalismo
Todos os poemas parnasianos possuem uma Para conseguir atingir a objetividade, a clare-
métrica definida, pois era uma das maneiras de se za, a imparcialidade e a impassibilidade, o poeta
atingir a tão visada perfeição. Muitos desses poemas parnasiano constrói sua poesia através da razão.
foram escritos em verso alexandrino (doze sílabas Dessa forma, busca-se transmitir ao leitor, harmonia
poéticas) e em versos decassílabos. Leia este trecho e equilíbrio na forma e no tema.
de “A cavalgada”, de Raimundo Correia, e observe
que todos os versos possuem o mesmo número de
sílabas: dez. Cultura greco-latina
A cultura greco-latina é recuperada no Parna-
São / fi /dal /gos / que / vol /tam / da / ca /ça /da;
sianismo em dois aspectos. O primeiro é quanto à
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 utilização de temas recorrentes à cultura clássica, à
Vêm / a /le /gres ,/ vêm / rin /do, / vêm / can /tan /do, sua mitologia; e o segundo refere-se aos preceitos de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 harmonia e equilíbrio herdados dessa cultura.
E as / trom /pas / a / so /ar / vão / a /gi /tan /do
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Universalismo
O / re / man / so / da / noi / te em / bal / sa / ma / da...
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 O poeta parnasiano busca atingir valores es-
téticos e morais que alcancem o perene, o eterno,
o absoluto. Como os prosadores realistas, também
buscavam a criação da obra atemporal.
Soneto e chave de ouro
O soneto foi a forma poética mais produtiva no Desvinculação da crítica social
Parnasianismo. Ele é formado por dois quartetos e
dois tercetos. Sendo o último verso, geralmente, uma Na arte parnasiana, a poesia está liberta de
chave-de-ouro, que é o final de efeito, no qual se qualquer finalidade utilitária. O poema possui seu
revela a mensagem plena da poesia, a sua síntese. valor em si mesmo, em sua perfeição formal e temá-
Veja este soneto de Olavo Bilac: tica, e não no seu assunto. Não há vínculos com as
questões sociais da época. Os poetas parnasianos
mantêm sua poesia à parte do contexto ao qual estão
Música Brasileira inseridos. Em vista disso, teremos diversas poesias
em que se descreve um determinado objeto ou uma
Tens, às vezes, o fogo soberano determinada cena.
Do amor: encerras na cadência, acesa
Em requebros e encanto de impureza, Parnasianismo no Brasil
Todo o feitiço do pecado humano.
O Parnasianismo começa no Brasil no ano de
Mas, sobre essa volúpia, erra a tristeza 1882, com a publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias.
Dos desertos, das matas e do oceano: Os poetas parnasianos afastaram-se totalmente
dos problemas existentes no Brasil. Fecharam seus
Bárbara poracé, banzo africano, olhos para todos os aspectos negativos de seu país.
E soluços de trova portuguesa. Acabaram tentando imitar o estilo de vida das gran-
des metrópoles europeias, como Paris, vivendo em
És samba e jongo, xiba e fado, cujos um contexto artificial que buscava reproduzir a Belle
Époque europeia, uma vida de luxos.
Acordes são desejos e orfandades
No Parnasianismo, o que se vê é a tentativa de
De selvagens, cativos e marujos:
criar um mundo à parte do contexto em que surge.
Nega-se a pobreza, a sujeira, a miséria de um povo
E em nostalgias e paixões consistes, num país subdesenvolvido.
EM_V_LIT_009

Lasciva dor, beijo de três saudades, Tal estética e sua ideologia irão perdurar até
Flor amorosa de três raças tristes. 1922, quando temos uma virada na Literatura Brasi-
leira: A Semana de Arte Moderna.
2
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Autores e obras Percebe-se em sua obra uma concepção estética
daquilo a ser retratado. Outra obra desse “parnasia-
Os principais escritores do Parnasianismo são no ortodoxo”:
Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac.
Eles formam a chamada Tríade Parnasiana. O Muro

Alberto de Oliveira É um velho paredão, todo gretado,


Roto e negro, a que o tempo uma oferenda
Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu
em Palmital de Saquarema (RJ) no ano de 1857. Deixou num cacto em flor ensanguentado
Formou-se em Farmácia em 1883. Ao longo de sua E num pouco de musgo em cada fenda.
vida exerceu funções públicas como a de diretor
geral da Instrução. Em 1897 torna-se o fundador
Serve muito de encerro a uma vivenda;
da cadeira número oito da Academia Brasileira de
Letras. Falece em 1937. Protegê-la e guardá-la é seu cuidado;
Suas principais obras são Meridionais (1884) e Talvez consigo esta missão compreenda,
Versos e Rimas (1895). Sempre em seu posto, firme e alevantado.

Características e temas Horas mortas, a lua o véu desata,


E em cheio brilha; a solidão se estrela
Domínio público.

Alberto de Oliveira é dos


escritores parnasianos o que mais Toda de um vago cintilar de prata;
rigidamente seguiu os preceitos
da estética vigente. Sua obra se E o velho muro, alta a parede nua,
caracteriza por um total descom- Olha em redor, espreita a sombra, e vela,
promisso com a realidade.
Entre os beijos e lágrimas da lua.
Seus poemas centram-se em
reproduzir objetos de arte e a natureza, em alguns
temos também a descrição da figura feminina. Leia
Vaso Chinês.
Raimundo Correia
Domínio público.

Raimundo da Mota
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Azevedo Correia nasceu
Casualmente, uma vez, de um perfumado na costa litorânea do Ma-
Contador sobre o mármor luzidio, ranhão, a bordo de um
Entre um leque e o começo de um bordado. barco no ano de 1859. Es-
tudou Direito em São Paulo,
tornando-se bacharel em
Fino artista chinês, enamorado, 1882. Na década de 1890,
Nele pusera o coração doentio dedicou-se à vida diplomá-
Em rubras flores de um sutil lavrado, tica. Foi um dos fundadores
Na tinta ardente de um calor sombrio. da ABL (cadeira n.° 5). Fa-
lece em Paris, no ano de 1911.
Suas principais obras são: Sinfonias (1883) e
Mas, talvez por contraste à desventura,
Aleluias (1891).
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura. Características e temas
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Além dos temas convencionais como a des-
crição de objetos e sua perfeição formal, a cultura
Sentia um não sei quê com aquele chim
clássica e a descrição da natureza temos um traço
EM_V_LIT_009

De olhos cortados à feição de amêndoa. característico na poesia de Raimundo Correia: a po-


esia filosófica ou meditativa.
3
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Alguns críticos revelaram a fortíssima influência
Mal Secreto
de alguns escritores franceses na obra de Raimun-
do Correia como Gautier e Metastásio. O poema
“As Pombas” é quase uma transcrição do poema
Se a cólera que espuma, a dor que mora
“Mademoiselle de Maupin”, deste último. Porém,
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce, isso não diminui a incrível força lírica dos versos do
Tudo o que punge, tudo o que devora parnasiano.
O coração, no rosto se estampasse;
Olavo Bilac
Se se pudesse, o espírito que chora,
Olavo Brás Martins dos

Domínio público.
Ver através da máscara da face,
Guimarães Bilac, nasceu
Quanta gente, talvez, que inveja agora
no ano de 1865, na cidade
Nos causa, então piedade nos causasse! do Rio de Janeiro. Estudou
Medicina, porém interrom-
Quanta gente que ri, talvez, consigo peu tal curso e matriculou-
se na Faculdade de Direito
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
de São Paulo, também não
Como invisível chaga cancerosa! concluindo. Dedicou-se à
vida jornalística e exerceu
Quanta gente que ri, talvez existe, funções em cargos públicos
como inspetor escolar do Distrito ­Federal. Apoiava
Cuja ventura única consiste
veementemente o serviço militar obrigatório. Foi
Em parecer aos outros venturosa! eleito o “Príncipe dos Poetas Parnasianos”. Faleceu
em 1918.
No poema visto, encontramos versos que ex- Suas principais obras são: Poesias (1888) e Tarde
pressam melancolia e tristeza frente à vida. O poeta (1919).
toma uma postura existencial de desilusão de perda
dos sonhos. Características e temas
As pombas A obra de Olavo Bilac surge quando o Parnasia-
nismo já está fixado como estética artística predo-
minante no meio social. Sua obra vem confirmar os
Vai-se a primeira pomba despertada... preceitos parnasianos: a busca da perfeição formal,
Vai-se outra mais... mais outra... enfim a utilização de decassílabos e alexandrinos, a temá-
dezenas tica greco-latina. Além disso, temos a preocupação
De pombas vão-se dos pombais, apenas constante em aplicar em seus poemas a “chave de
ouro”. O poema “Profissão de Fé” é a definição pre-
Raia, sanguínea e fresca, a madrugada...
cisa do seu ideal poético e consequentemente a do
Parnasianismo. Leia alguns trechos deste poema.
E à tarde quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Profissão de Fé
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
(...)
Voltam todas em bando e revoada...
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Também dos corações onde abotoam,
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Os sonhos, céleres voam,
Faz de uma flor.
Como voam as pombas dos pombais;

Imito-o. E, pois, nem de Carrara


No azul da adolescência as asas soltam,
A pedra firo:
EM_V_LIT_009

Fogem. Mas aos pombais as pombas voltam,


O alvo cristal, a pedra rara,
E eles aos corações não voltam mais...
O ônix prefiro
4
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Por isso, corre, por servir-me, Direis agora: “Tresloucado amigo!
Sobre o papel Que conversas com ela? Que sentido
A pena, como em prata firme Tem o que dizem, quando estão contigo?”
Corre o cinzel.
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
(...) Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas.”
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim, Tem-se ainda em sua obra a poesia meditativa,
No verso de ouro engasta a rima, encontrada principalmente nas obras Alma Inquieta
Como um rubim. e Viagens e a poesia nacionalista. No poema épico
O Caçador de Esmeraldas, o poeta exalta a figura
do bandeirante Fernão Dias Paes Leme e no livro
Quero a estrofe cristalina, Tarde se observam descrições que buscam exaltar
Dobrada ao jeito a terra brasileira. Leia um trecho de O Caçador de
Do ourives, saia da oficina Esmeraldas.
Sem um defeito.
Foi em março, ao findar das chuvas, quase
à entrada
(...)
Do outono, quando a terra, em sede requei-
mada,
Assim procedo. Minha pena Bebera longamente as águas da estação,
Segue esta norma, – Que, em bandeira, buscando esmeraldas
Por te servir, Deusa serena, e prata,
Serena Forma! À frente dos peões filhos da rude mata,
Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.
(...)

O que diferencia e destaca Bilac dos demais for-


madores da tríade parnasiana é que foge da impassi- Simbolismo
bilidade tão almejada por esta corrente. Suas poesias
apresentam um lirismo sentimental e versam sobre O Simbolismo nasce na Europa, mais especifi-
o amor, de duas formas: o amor sensual e o amor camente na França, no ano de 1886 com o Manifesto
espiritual. Neste o que se observa é a idealização Simbolista, de Jean Moréas, publicado no jornal Le
amorosa e naquele o amor permeado pelo erotismo. Figaro, como uma oposição ao pensamento lógico-
Leia o poema XIII de Via Láctea, relacionado ao amor racional originário das teorias cientificistas da metade
espiritualizado. do século XIX. O que se observa é uma recusa “à con-
cepção técnico-analítica do mundo” (Alfredo Bosi).
Via Láctea – Poema XIII O simbolista, desconfortável no contexto cul-
tural no qual está inserido, descrente das possibili-
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo dades de se apreender a realidade a partir de uma
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, análise objetiva dos fatos – pressuposto positivista –,
irá buscar uma outra forma de expressão da realida-
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
de: a introspecção. Esse novo artista não vê sentido
E abro as janelas, pálido de espanto... na realidade em si mesma, mas no que a sua intuição
afirma sobre ela. Para conseguir manifestar estas in-
E conversamos toda a noite, enquanto tuições, utilizar-se-á de símbolos originais criados a
partir de sua mais profunda e obscura subjetividade:
A via láctea, como pálio aberto,
o subconsciente e o inconsciente. Fará uma poesia
EM_V_LIT_009

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, antiintelectual, não racionalizada na qual construirá
Inda as procuro pelo céu deserto. imagens e não mais conceitos.
5
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
A partir dessa poesia hermética, destrói-se a Dessa forma, a interpretação de um poema
poética tradicional. O Simbolismo será o “caminho simbolista nunca é única ou objetiva, na medida em
de abertura” para as estéticas vanguardistas que que nos fala sobre algo que não tem limites bem
surgirão no início do século vinte, como o Expressio- estabelecidos. Pode-se dizer que por esse motivo – a
nismo e o Surrealismo. extrema subjetividade das poesias – o Simbolismo é a
corrente literária do século XIX que mais se aproxima
Contexto histórico da música (a mais subjetiva das artes).

Vemos, no final do século XIX, o decréscimo


da influência das doutrinas racionalistas até então
Características
vigentes. O progresso industrial segue a todo vapor
comandado pela alta burguesia, que aumenta cada
“Inimiga do ensinamento, da declamação,
vez mais o seu poder econômico e sua influência
da falsa sensibilidade, da descrição objetiva, a
política.
poesia simbolista procura vestir a Ideia de uma
Com o progresso industrial tardio de alguns forma sensível.”
países europeus como Alemanha (unificada em 1870)
e Itália (unificada em 1871), a luta por mercados con- (Jean Moréas, em seu manifesto simbolista)
sumidores e produtores de matérias-primas cresce,
tendo como consequência uma desenfreada disputa O Simbolismo também pode ser definido como
por regiões da África: é o neocolonialismo. Voltam-se uma estética literária desvinculada de um fim social.
os olhos também para alguns países asiáticos. A preocupação do poeta centra-se em manifestar
Tais conflitos tornam o fim do século XIX extre- suas sensações através de símbolos, não havendo
mamente tenso. O começo de desentendimentos en- um compromisso utilitário em sua ­poesia (entenda-
tre os países europeus acabará servindo de prenúncio se compromisso utilitário como engajamento). O que
para algo muito pior: a Primeira Guerra Mundial. se evidencia é, como no Parnasianismo, a “arte pela
arte”, com a seguinte diferença: enquanto os parna-
O Realismo já não é mais capaz de explicar a
sianos buscavam a perfeição da forma, os simbolistas
complexidade desse contexto que vem se constituin-
buscavam a essência das coisas.
do. Não é mais possível entender a realidade fazendo
uma simples análise do objeto (algo exterior), deve-se
voltar os olhos ao sujeito E é exatamente isso que o Subjetividade profunda
escritor simbolista faz: volta-se a si, fecha os olhos
para o mundo para conseguir enxergar o seu âmago, O escritor simbolista mergulha no seu subcons-
o seu universo interior, a única fonte de respostas ciente e no seu inconsciente para desenvolver suas
para os dramas que o ser humano passa; é o apogeu impressões, expressar sua visão de mundo. Esse
do símbolo. subjetivismo não é o mesmo que encontramos no
Romantismo, voltado à vida interior mais superficial,
Símbolo expressa a partir do sentimentalismo. A subjetivida-
de na poesia simbolista é muito mais profunda, revela
O símbolo para o escritor simbolista servia como o mundo da ilogicidade e do delírio.
um meio de traduzir o seu subconsciente e, até mes-
mo, o seu inconsciente. Encontra-se aí a justificativa “Indefiníveis músicas supremas,
da utilização de imagens como símbolos, pois, para Harmonias da Cor e do Perfume...
expressar a sua mais íntima subjetividade, faz-se Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
necessário a aplicação de algo que diga mais do que
um simples conceito. Réquiem do Sol que Dor da Luz resume...”
Conceitos são percepções objetivas desenvolvi-
das a ­partir de um raciocínio lógico. Já os símbolos
são tentativas de exemplificar, através de relações Sugestão
que não seguem uma lógica racionalizada, os sen-
timentos e intuições de quem os cria. Portanto, um Reinventando a linguagem, o artista amplifica
símbolo fala mais do que um conceito pelo fato de a significação das palavras, atribuindo-lhes novos
não definir algo exato, preciso, mas, sim, de sugerir sentidos. Não há poesia simbolista que passe uma
EM_V_LIT_009

sensações e percepções acerca de algo que jamais mensagem diretamente, todas são transmitidas
pode ser definido em conceitos exatos: a emoção (o a partir da sugestão. No Simbolismo, insinua-se,
inconsciente, o subconsciente, as sensações). nunca se é direto ou claro. Há um hermetismo in-
6
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
tencional na significação por parte do artista, que
“Para as Estrelas de cristais gelados
prefere, com essa forma de linguagem, deixar sua
obra aberta a mais do que uma interpretação; é o As ânsias e os desejos vão subindo,
fim do descritivismo parnasiano. Não foi por acaso Galgando azuis e siderais noivados
que o poeta simbolista francês Mallarmé disse: De nuvens brancas a amplidão vestindo...”

“Descrever um objeto é suprimir três quar-


tos da fruição de um poema, que é feito da
felicidade de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, O Simbolismo no Brasil
eis o sonho.”
O Simbolismo, no Brasil, tem seu início em 1893
com a publicação dos livros Missal e Broquéis, de
Cruz e Souza, sendo o primeiro de poemas escritos
Musicalidade em prosa, e o segundo em versos.
É importante salientar que o Simbolismo foi
No Simbolismo construíram-se poemas preocu- uma corrente literária que se desenvolveu fora dos
pados com a sonoridade e a musicalidade (atingidas grandes centros urbanos do século XIX, localizando-
através da aliteração – repetição de fonemas). Visava- se principalmente nas capitais da Região Sul e em
se, assim, atingir um maior grau de subjetividade e Minas Gerais. Nessa mesma época, nos dois princi-
mistério. A musicalidade servia para potencializar a pais centros urbanos e culturais do nosso país – Rio
sugestão da poesia. Paul Verlaine, poeta simbolista, de Janeiro e São Paulo – era o Parnasianismo que
afirmava: estava em alta. Logo, percebe-se que a corrente
parnasiana e a corrente simbolista acontecem para-
“De la musique avant tout chose.”= “Músi- lelamente; entretanto, o Simbolismo surge dez anos
ca antes de qualquer coisa” depois do aparecimento do Parnasianismo. Ambas
têm seu fim com a Semana de Arte Moderna, em
1922. Lembre-se de que o Realismo e o Naturalismo
também aconteciam paralelamente às estéticas
“Vozes veladas, veludosas vozes, parnasiana e simbolista.
Volúpias dos violões,vozes veladas, Os dois principais escritores do Simbolismo no
Vagam nos velhos vótices velozes Brasil são Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
Cruz e Sousa Autores e obras

Sublimação e correspodências Cruz e Sousa


João da Cruz e Souza nas-
Domínio público.

Há uma ânsia por pureza espiritual por parte do


ceu em Desterro (atual Florianó-
simbolista. Ele busca a todo custo o mundo essen-
polis), em 1861. Filho de escravos,
cial das coisas, livres da materialidade (densa). Tal
vem a ter sua família alforriada
objetivo só é plenamente alcançado quando a alma
e é adotado pelo seu “dono”, o
se desvencilha do corpo, ou seja, quando a morte
marechal Guilherme Xavier de
chega. Objetos de cor branca e a própria cor branca
Sousa, que lhe dá o sobrenome
são usados como símbolos dessa espiritualidade tão
e propicia-lhe os estudos. Vai
ansiada. O simbolista também se utiliza do recurso
embora de Santa Catarina em
da sinestesia em seus poemas, estabelecendo cor-
1883, onde havia dirigido o jornal abolicionista Tri-
respondência entre os diferentes sentidos (olfato
buna Popular. Em 1893, devido ao preconceito racial
com paladar, visão com audição etc.) e construindo
sofrido muda-se para o Rio de Janeiro, onde se casa
correlações inusitadas como a que se pode ler neste
com Gavita Rosa Gonçalves. Todos os seus filhos
trecho:
morrem prematuramente e sua mulher enlouquece.
Em 1898 morre solitário em Sítio, Minas Gerais, viti-
EM_V_LIT_009

mado pela tuberculose.

7
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Suas obras principais foram: Broquéis (1893), Outras características fundamentais da poesia
Missal (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905). de Cruz e Sousa são a musicalidade, atingida através
da aliteração e repetição intencional de palavras; a
Características e temas obsessão pelo branco, relacionada a ideia de pure-
za e espiritualidade; a utilização de palavras raras
Cruz e Sousa “renova a expressão poética em e palavras com inicial maiúscula, buscando o valor
língua portuguesa” a partir e uma “linguagem revo- absoluto e universal que a palavra passa; e a sines-
lucionária” (Alfredo Bosi). tesia. Encontramos todos esse aspectos no poema
“Antífona”, uma espécie de poética do Simbolismo.
Sua obra caracteriza-se pela presença da angús-
tia e pelo sofrimento humano. O que se observa é a
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
busca de uma “transfiguração”, como o próprio poe-
ta fala, entendendo-a como um processo psicológico De luares , de neves, de neblinas!...
de sublimação, de busca da essência, de abandono Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
da matéria, de espiritualização. Essa tendência na Incensos dos turíbulos das aras...
sua poesia se deve ao fato de ter sofrido ­imensamente
na sua vida, fazendo com que procurasse, assim, algo Formas do Amor, constelarmente puras,
de bom fora de sua biografia de derrotas. O poeta De Virgens e de Santas vaporosas...
vence pela arte.
Brilhos errantes, mádidas frescuras
O ser que é ser e jamais vascila
E dolências de lírios e de rosas...
Nas guerras imortais entra sem susto
Leva consigo este brasão augusto Indefiníveis músicas supremas,
Do grande amor, da grande fé tranquila. Harmonias da Cor e do Perfume...
Os abismos carnais da triste argila Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Ele os vence sem ânsia e sem custo Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...
Fica sereno, num sorriso justo,
Visões, salmos e cânticos serenos,
Enquanto tudo em derredor oscila
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
Ondas interiores de grandeza
Dormências de volúpicos venenos
Dão esta glória em frente à Natureza
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio
O ser que é ser transforma tudo em flores Infinitos espíritos dispersos,
E para ironizar as próprias dores Inefáveis, edênicos, aéreos,
Canta por entre as águas do Dilúvio. Fecundai o Mistério destes versos
Percebe-se também a angústia sexual, que Com a chama ideal de todos os mistérios.
também é sublimada, tornando-se uma idealização
platônica (segundo o crítico Alfredo Bosi). Leia o Do sonho as mais azuis diafaneidades
poema “Lésbia”:
Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
.............................. Da alma do Verso, pelos versos cantem.
Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri, risadas de expressão violenta Que o pólen de ouro dos mais finos astros
O Amor, trágico e triste, e passa, lenta, Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
A morte, o espasmo gélido, aflitivo... Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.
Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Forças originais, essência, graça
Cruel e demoníaca serpente
De carnes de mulher, delicadezas...
Das flamejantes atrações do gozo.
Todo esse eflúvio que por ondas passa
EM_V_LIT_009

Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

8
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Cristais diluídos de clarões alacres, Alphonsus de Guimaraens
Desejos, vibrações, ânsias, alentos,
Afonso Henriques da

Domínio público.
Fulvas victórias, triunfamentos acres, Costa Guimarães nasceu em
Os mais estranhos estremecimentos... Ouro Preto, no ano de 1870. Em
1888, morreu prematuramente
Flores negras do tédio e flores vagas sua noiva Constança, que foi
De amores vãos, tantálicos, doentios... tema permanente de sua obra.
Fundas vermelhidões de velhas chagas Estudou Direito em São Paulo,
voltando depois de formado a
Em sangue, abertas, escorrendo em rios...
Mariana, Minas Gerais, para
exercer o cargo de juiz. Casou-
Tudo! Vivo e nervosos e quente e forte,
se em 1897, tornou-se pai de
Nos turbilhões quiméricos do Sonho, 14 filhos. Faleceu em 1921.
Passe, cantando, ante o perfil medonho Suas principais obras são: Septenário das Dores
E o tropel cabalístico da Morte... de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale
(1902) e Pauvre Lyre (1921).
Temos ainda o importante poema “Litania dos
Pobres”, uma poesia de denúncia social, que faz com Características e temas
que o Simbolismo não seja uma arte totalmente des-
vinculada da questão social. Leia alguns trechos: A obra de Alphonsus de Guimaraens tem como
tema único a morte da amada. Desse tema-base sur-
Os miseráveis, os rotos girão outras temáticas como o misticismo religioso
São as flores dos esgotos. (voltado à liturgia católica) e o amor transcendente
e espiritualizado, como uma fuga ao seu sofrimento.
São espectros implacáveis A morte, em seus poemas, apresenta-se como uma
os rotos, os miseráveis. forma de sublimação numa tentativa de aproximar-se
de sua amada, tratada de forma idealizada – “plato-
São prantos negros de furnas nismo místico”.
Caladas, mudas, soturnas.
..............................
As sombras das sombras mortas, Hão de chorar por ela os cinamomos
Cegos a tatear nas portas. Murchando as flores ao tombar do dia
Dos laranjais hão de cair os pomos
Procurando o céu, aflitos
Lembrando-se daquela que os colhia.
e varando o céu de gritos.

Faróis à noite apagados As estrelas dirão: - “Ai, nada somos,


Por ventos desesperados. Pois ela se morreu silente e fria...”
.............................. E pondo os olhos nela como pomos,
Bandeiras rotas, sem nome, Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
Das barricadas da fome.

Bandeiras estraçalhadas A lua que lhe foi mãe carinhosa


Das sangrentas barricadas. Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
.............................. Entre lírios e pétalas de rosa.
Ó pobres! o vosso bando
É tremendo, é formidando! Os meus sonhos de amor serão defuntos
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Ele já marcha crescendo,
Pensando em mim: - “Por que não vieram
EM_V_LIT_009

O vosso bando tremendo... juntos?”

9
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Seus poemas revelam uma atmosfera noturna,
O astro glorioso segue a eterna estrada.
lunar. O sofrimento é um aspecto característico de
sua obra. O crítico Alfredo Bosi define Alphonsus Uma áurea seta lhe cintila em cada
como um ­poeta “fluido e depressivo”. Observa-se Refulgente raio de luz.
também a figura de Nossa Senhora, no livro Septe- A catedral ebúrnea do meu sonho,
nário das Dores de Nossa Senhora. Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Utilizou-se muito da redondilha e do soneto Recebe a bênção de Jesus.
decassílabo, seus versos possuem grande poder de
sugestão devido à forte musicalidade presente. E o sino clama em lúgubres responsos:
Vamos ler alguns de seus principais poemas. “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

Por entre lírios e lilases desce


Ismália
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
Quando Ismália enlouqueceu,
A catedral ebúrnea do meu sonho
Pôs-se na torre a sonhar...
Aparece na paz do céu tristonho
Viu uma lua no céu,
Toda branca de luar.
Viu uma lua no mar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
No sonho em que se perdeu “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
Banhou-se toda em luar...
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Queria subir ao céu,
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Queria descer ao mar...
Vem açoitar o rosto meu.
E, no desvario seu A catedral ebúrnea do meu sonho
Na torre pôs-se a cantar... Afunda-se no caos do céu medonho
Estava perto do céu, Como um astro que já morreu.
Estava longe do mar...
E o sino geme em lúgubres responsos:
E como um anjo pendeu “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Pode-se observar nesse poema uma das ca-
Queria a lua do mar... racterísticas principais da poesia de Alphonsus:
a musicalidade. Além da repetição de fonemas, o
poeta utiliza a repetição de frases, dando o efeito
Nesse poema elegíaco temos a lembrança da do som de sinos no refrão “Pobre Alphonsus! Pobre
amada morta (Constança), na figura de Ismália. Alphonsus!”

A Catedral

Entre brumas ao longe surge a aurora,


1. (UFMS) Rimas ricas, métrica rigorosa, trabalho artesanal
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
com a linguagem, vocabulário requintado – eis algumas
Agoniza o arrebol. das características da poesia:
A catedral ebúrnea do meu sonho
a) cultivada por Casimiro de Abreu.
Aparece na paz do céu risonho
b) em que se afirmou Oswald de Andrade.
Toda branca de sol.
c) contra a qual se voltou Olavo Bilac.
E o sino canta em lúgubres responsos:
EM_V_LIT_009

d) vinculada à estética do Realismo.


“Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”
e) centrada nos temas bucólicos.

10
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
`` Solução: D II. Opõe-se ao Naturalismo e ao Parnasianismo, valori-
zando uma realidade subjetiva, metafísica, espiritual.
O Parnasianismo no Brasil é a poesia do Realismo, po-
rém há uma importante diferença entre os realistas e os III. Possui em comum com o Parnasianismo o apuro
parnasianos. Enquanto aqueles criavam a obra artística a formal.
fim de estabelecer uma determinada crítica à sociedade
a) se apenas a informação I for correta.
com o fim de reformá-la, estes fechavam seus olhos para
o mundo e criavam uma arte desvinculada das questões b) se apenas a II for correta.
sociais da época. Lembre-se que tanto Realismo como c) se apenas a I e a II forem corretas
Parnasianismo acontecem no mesmo período histórico.
d) se apenas a II e a III forem corretas.
2. (Elite) Conforme visto neste módulo, os parnasianos
tiveram forte influência da cultura clássica em suas e) se todas estiverem corretas.
poesias.
`` Solução: E
Leia e responda.
A afirmativa I está correta pelo fato de o trecho apresentar
A Grécia em seu período arcaico foi palco de grandes
c­ aracterísticas típicas de um poema simbolista como a
transformações. Uma delas foi a passagem do mythos
aliteração, que proporciona o efeito de musicalidade. A
ao logos: em outras palavras, da forma de pensar
afirmativa II ­também está correta, pois temos um cará-
baseada nos mitos ao pensamento racional (logos). Por
ter místico-espiritual no poema, as palavras “infinitos”,
muito tempo, vários estudiosos atribuíram o advento do
“inefáveis”, “aéreos”, “Mistérios” escrito com letra maiús-
pensamento filosófico, independente das explicações
cula (sinal de algo absoluto) confirmam tal caráter. Este
religiosas (mitológicas) ao milagre grego. Isto é, o
aspecto espiritual vai de encontro aos valores pregados
que ocorrera entre os gregos seria algo tão único que
pelas estéticas naturalista e parnasiana.
não haveria uma explicação para o seu surgimento.
Porém, esta proposição de milagre é contestada por 4. (Elite) Cite o nome de dois importantes pintores e de
muitos historiadores. Acredita-se hoje que o advento um importante músico simbolista/impressionista. Faça
da filosofia está calcado nas condições históricas vividas um breve comentário sobre suas obras.
pelos gregos do período arcaico.
Com base no que foi comentado anteriormente, `` Solução:
responda: No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais
Quais as transformações ocorridas no período arcaico alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição
foram responsáveis pelo surgimento do pensamento do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin
racional? e Odilon Redon.

`` Solução: Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus


quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro
A escrita, desenvolvimento do comércio (fazendo com traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta que
que os valores aristocráticos declinassem em favor de faz nas suas figuras.
novos hábitos de camadas em ascensão, os comercian-
tes), a codificação das leis juntamente com a formação
Disponível em: <www.artistanet.com.br>.

da cidade-Estado (em conjunto, desenvolvem a noção


de indivíduo enquanto homem, com a autonomia de seu
destino, agora este não estar mais dependente dos deu-
ses); com isso, a discussão sobre as coisas é incentivada,
dando margem ao desenvolvimento da filosofia.
3. (Covest) Assinale:
“Infinitos espíritos diversos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.”
I. Pelas características que apresenta é um texto sim-
bolista.
EM_V_LIT_009

O Carteiro, de Gaughin.

11
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo qua- 3. (CUFSA-SP) Poemas como “Anoitecer” e “A Cavalgada”,
dros em preto e branco, vindo somente depois aderir às de Raimundo Correia, ou “Vaso Chinês” e “Vaso Grego”,
cores. Possui um repertório inusitado de figuras como de Alberto de Oliveira, exemplificam uma feição típica
insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas do Parnasianismo. É ela:
criaturas.
a) descritivismo.

Domínio público.
b) pendor filosofante.
c) a preocupação com temas particulares e indivi-
duais.
d) a valorização da Antiguidade greco-latina.
e) a expressão indireta do autor.
4. (UM-SP) Assinale a alternativa que não se aplica à
estética parnasiana.
a) Predomínio da forma sobre o conteúdo.
b) Tentativa de superar o sentimento romântico.
c) Constante presença da temática da morte.
d) Correta linguagem, fundamentada nos princípios
dos clássicos.
Olhos Fechados, de Redon.
e) Predileção pelos gêneros fixos, valorizando o sone-
Na música, um nome que merece destaque é o do fran- to.
cês Claude Debussy (1862–1918), que inovou no campo 5. (PUC-Rio) É incorreto afirmar que no Parnasianismo:
da harmonia e da estrutura musicais, aproximando-se dos
ideais de arte almejados pelos escritores simbolistas. a) a natureza é apresentada objetivamente.
b) a disposição dos elementos naturais (árvores, es-
trelas, céu, rios) é importante por obedecer a uma
ordenação lógica.
c) valorização dos elementos naturais torna-se mais
1. (UEL) Em seus poemas mais representativos, os poetas importante que a valorização da forma do poema.
parnasianos cultivavam:
d) a natureza despe-se da exagerada carga emocional
a) a simplicidade da natureza, a musicalidade das pa- com que foi explorada em outros períodos literá-
lavras doces e a confissão dos sentimentos. rios.
b) o vocabulário raro, a metrificação impecável e as e) as inúmeras descrições da natureza são feitas
rimas preciosas. dentro do mito da objetividade absoluta, porém os
c) o jogo de antíteses, a angústia da divisão psicológi- melhores textos estão permeados de conotações
ca e o tema da vida efêmera. subjetivas.

d) o verso livre, a rima apenas ocasional e os temas 6. (UFRGS) “É na convergência de ideais antirromânti-
diretamente ligados ao cotidiano. cos, como a objetividade no trato dos temas e o culto
da forma, que se situa a poética do Parnasianismo. O
e) a retórica da indignação e do protesto, a participa- nome da escola vinha de Paris e remontava a antologias
ção política e os temas sociais. publicadas [...] sob o título de Parnasse Contemporain,
2. (Fesp) A designação “arte pela arte” aplica-se a que que incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de
tipo de tendência? Lisle. Seus traços de relevo: o gosto da descrição nítida,
concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima
a) Conceptista. e, no fundo, o ideal de impessoalidade que partilhavam
b) Cultista. com os realistas do tempo.”

c) Parnasiana. Alfredo Bosi


EM_V_LIT_009

d) Romântica.
Com base no texto acima, referente ao Parnasianismo
e) Modernista. brasileiro, são feitas as seguintes inferências.
12
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
I. Parnasianismo opôs-se a princípios românticos O autor desse quarteto foi poeta de grande cultura,
como a subjetividade e a relativa liberdade do ver- e sua obra manifesta patente dualidade romântico-
so. parnasiana. O poeta
a) é contemporâneo de Gonçalves Dias.
II. Tendo seu nome calcado num termo criado na
França, o Parnasianismo brasileiro seguiu um cami- b) nasceu sob o domínio português.
nho estético próprio, independente e original. c) chama-se Olavo Bilac.
III. Parnasianismo e Realismo são correntes literárias d) morreu em meados do século XIX.
com ideais e princípios estéticos totalmente dife-
renciados. 10. (PUCRS)
“Esta de áureos relevos, trabalhada
Quais estão corretas?
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
a) Apenas I.
Já de aos deuses servir como cansada,
b) Apenas II. Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.”
c) Apenas I e II. A poesia que se concentra na reprodução de objetos
decorativos, como exemplifica a estrofe de Alberto de
d) Apenas II e III. Oliveira, assinala a tônica da:
e) I, II e III. a) espiritualização da vida.
7. (FMTM/FCC) “Admitida esta necessidade, não admi- b) visão do real.
tamos confusões entre os que se resignam ao poetar c) arte pela arte.
espontâneo e os que ambicionam ao sacerdócio do
poeta artístico. Não tragam os aprendizes para a oficina d) moral das coisas.
da joalheria um material indigno, vocação errada, inca- e) nota do intimismo.
pacidade, pechisbeque e miçangas, em vez de ouro e
pérolas, preguiça em vez de paciência, negligência em
vez de vontade e gosto.” Cantiga Outonal
Outono. As árvores pensando...
O excerto acima representa um fragmento do programa
Tristezas mórbidas no mar...
estético do:
O vento passa, brando, brando...
a) Arcadismo.
E sinto medo, susto, quando
b) Nomantismo. Escuto o vento assim passar...
c) Parnasianismo. Cecília Meireles
d) Simbolismo.
11. (Unirio) Apesar de modernista, a autora apresenta
e) Modernismo. tendências de outro movimento literário, evidentes no
8. (UFRJ) Todos os itens apresentam características do texto. Que movimento é esse?
Parnasianismo, exceto: 12. (Unirio) Retire do texto uma passagem que justifique
a sua resposta anterior e, a seguir, cite a característica
a) prevalência de formas fixas de composição poéti- que ela apresenta.
ca.
13. (Vunesp) Assinale a alternativa em que se caracteriza a
b) anseio de liberdade criadora. estética simbolista.
c) preocupação com a perfeição formal. a) Culto do contraste, que opõe elementos como
amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa
d) gosto pela precisão descritiva.
tentativa de conciliar pólos antagônicos.
e) ideal de objetividade no tratamento dos temas. b) Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos
9. (Osec-SP) greco-romanos, por meio, sobretudo, de uma lin-
guagem simples, porém nobre.
“Sonhei que me esperavas. E, sonhando,
c) Culto do sentimento nativista, que faz do homem
Saí, ansioso por te ver: Corria... primitivo e sua civilização um símbolo de indepen-
E tudo ao ver-me tão depressa andando, dência espiritual, política, social e literária.
EM_V_LIT_009

Soube logo o lugar para onde eu ia.” d) Exploração de ecos, assonância, aliterações, numa
tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem,
aproximando-a da música.
13
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
e) Preocupação com a perfeição formal, sobretudo e) a analogia profunda entre a realidade aparente e a
com o vocabulário carregado de termos científicos, realidade oculta das coisas, a sugestão, a musica-
o que revela a objetividade do poeta. lidade.
14. (UFV) Assinale a alternativa em que todas as caracte- 18. (UFPA) Na última década do século XIX surge, no Brasil,
rísticas de estilo são do Simbolismo. a manifestação de um estilo de época, que é o
a) Impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecle- a) Parnasianismo, que reagiu violentamente contra o
tismo. estilo então vigente: o Simbolismo.
b) Hermetismo intencional, alquimia verbal, musicali- b) Romantismo, que se ajustou perfeitamente à alma
dade. do brasileiro, cujos anseios de liberdade política e
literária passou a exprimir.
c) Pavor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas
observações. c) Impressionismo, que pregava a volta à rigidez for-
mal dos clássicos.
d) Atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosida-
de. d) Arcadismo, que pregava seu ideal de felicidade de-
corrente da vida em contato com a natureza.
e) Complexidade, ressurreição dos valores humanos,
materialismo pornográfico. e) Simbolismo, que encontrou uma oposição hostil
por parte dos parnasianos, a ponto de quase pas-
15. (PUC) A crítica constata nas metáforas simbolistas de
sar despercebido.
Cruz e Sousa a obsessão pela cor
19. (UFSCar) Aponte a alternativa correta.
a) branca.
a) Em Cruz e Sousa, a forma guarda o apuro parna-
b) negra.
siano.
c) rubra.
b) A poesia de Cruz e Sousa é predominantemente
d) roxa. otimista e superficial.
e) azul. c) Em Cruz e Sousa, encontramos poesia desleixada,
sem apuro formal.
16. (UFSCar-SP) A ênfase na seleção de vocabulário poéti-
co, com o objetivo de transferir ao poema o máximo de d) O Simbolismo tem seu início em 1893, com a pu-
correspondência sensorial, é uma característica do blicação de duas obras de Alphonsus de Guima-
raens.
a) Romantismo, sobretudo na obra de Castro Alves.
e) Cruz e Sousa, devido à sua forte espiritualidade,
b) Barroco, principalmente em Gregório de Matos.
nunca abordou a angústia sexual.
c) Simbolismo, representado pelas obras de Cruz e
20. (UEL) Assinale a alternativa que contém apenas carac-
Sousa e Alphonsus de Guimaraens.
terísticas da estética simbolista.
d) Parnasianismo, representado pela obra de Alberto
a) Temática social; hermetismo; valorização dos tons
de Oliveira.
fortes; materialismo; antítese.
e) Pré-Modernismo, principalmente em Jorge de
b) Temática intimista; ocultismo; valorização dos tons
Lima.
fortes; espiritualidade; sinestesia.
17. (FMU/FIAM-SP) O poeta simbolista tem outra visão da
c) Temática intimista; hermetismo; valorização do
natureza e do mundo. Para ele, o que importa é
branco e da transparência; espiritualidade; sines-
a) a impassibilidade, o rigor formal, a busca da per- tesia.
feição.
d) Temática bucólica; hermetismo; valorização do
b) a valorização dos gosto burguês, o nacionalismo, branco e da transparência; espiritualidade; antíte-
a tradição. se.
c) a realidade social, o combate ao idealismo, o racio- e) Temática bucólica; ocultismo; valorização das tona-
nalismo. lidades verdes; materialismo; sinestesia.
d) o elemento pitoresco, o final inesperado, a carica-
EM_V_LIT_009

tura.

14
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
5. (FMABC-SP) Assinale a alternativa que caracteriza o
Parnasianismo:
a) Subjetivismo, imaginação e sentimentalismo.
1. (FEI-SP) São características do Parnasianismo, do qual
b) “Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez crua da
Olavo Bilac é legítimo representante:
verdade.”
a) predomínio da razão, individualismo.
c) Impassibilidade, perfeição formal, rimas raras, sele-
b) determinismo biológico, retorno à Idade Média. ção vocabular.
c) culto da forma, arte pela arte. d) Registro de impressões, emoções e sentimentos
d) objetividade, sentimentalismo exagerado. despertados no espírito do poeta.

e) n.d.a. 6. (FCC-SP) Os poetas representativos da escola parna-


siana defendiam:
2. (UFF) Considere estes versos de Raimundo Correia:
a) o engajamento político nas causas históricas da
“Se se pudesse, o espírito que chora, época, fazendo delas matéria para uma poesia in-
Ver através da máscara da face: flamada e eloquente.
Quanta gente, talvez, que inveja agora b) a ideia de que a livre inspiração é a garantia maior
Nos causa, então piedade nos causasse!” de que o poema corresponda à expressão direta
Assinale a alternativa que exprime a oposição fundamental das emoções mais profundas.
desses versos: c) a simplicidade da arte primitiva, razão pela qual
a) corpo versus espírito. buscavam os temas bucólicos e uma linguagem
próxima da fala rústica dos camponeses.
b) essência do ser versus aparência.
d) o abandono das formas fixas, criando, portanto, as
c) gente feliz versus gente infeliz.
condições para o posterior surgimento dos poemas
d) piedade versus falsidade. em verso livre do Modernismo.
e) dor versus falsidade. e) a disciplina do artista e o trabalho artesanal com a
linguagem, de modo a resultar uma obra adequada
3. (UERJ) Alberto de Oliveira é considerado o mais caracte-
aos padrões de uma estética clássica.
rístico poeta parnasiano, pois suas obras evidenciam:
7. (UFRGS) Leia o soneto abaixo, “A um Poeta”, de Olavo
a) erudição linguística, descrição subjetiva e alusão à
Bilac.
mitologia greco-latina.
“Longe do estéril turbilhão da rua,
b) culto à forma, descritivismo e retorno aos motivos
clássicos. Beneditino* escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
c) preciosismo linguístico, recuperação dos moldes
clássicos e devaneio sentimentalista. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
d) lirismo comedido, sentimento nacionalista e apuro
vocabular. Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
e) descrição pormenorizada, ruptura com os motivos
clássicos e busca da palavra exata. Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
4. (UFES) O ideal parnasiano do culto da “arte pela arte”
significa que o objetivo do poeta é criar obras que Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
expressem Sem lembrar os andaimes do edifício:
a) um conteúdo social, de interesse universal. Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
b) a noção de progresso da sua época.
É a força e a graça na simplicidade.
c) uma mensagem educativa, de natureza moral.
* beneditino: religioso conhecido por sua dedicação ao trabalho.
d) uma lição de cunho religioso.
EM_V_LIT_009

e) belo, criado pelo perfeito uso dos recursos estilís- É correto afirmar que, em “A um Poeta”, o autor sugere
ticos. ao poeta
15
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
a) evitar que a obra demonstre o esforço que foi em- a) Romantismo.
pregado na sua elaboração.
b) Movimento Antropofágico.
b) abandonar os apelos do mundo para se dedicar a
c) Trovadorismo.
atividades manuais.
d) Arcadismo.
c) evitar que a obra esconda haver sido planejada
como um edifício. e) Parnasianismo.
d) abandonar o movimento da rua para se dedicar ao 11. Leia este poema de Olavo Bilac e diga, quanto à temática,
ócio, que deflagra a inspiração. à qual poema da corrente romântica ele se assemelha.
Justifique sua resposta.
e) evitar que o esforço excessivo torne a obra sóbria a
ponto de parecer um templo grego. Última Página
8. (PUC-Rio) A respeito de “Via Láctea”, de Olavo Bilac, Primavera. Um sorriso aberto em tudo. Os ramos
é lícito dizer: Numa palpitação de flores e de ninhos.
a) que contém poemas os quais o autor compara o Doirava o Sol de outubro a areia dos caminhos
trabalho do poeta com o lavor do ourives. (lembras-te, Rosa?) e ao Sol de outubro nos amamos.
b) que há uma profunda influência da Ilíada, mas tam- Verão. (Lembras-te Dulce) À beira-mar, sozinhos,
bém da Odisseia, ainda que em pequena escala. Tentou-nos o pecado: olhaste-me... e pecamos;
c) que é uma coletânea de poemas, cujo tema é o E o outono desfolhava os roseirais vizinhos,
amor sensual, vazado em versos de ritmos neo- Ó Laura, a vez primeira em que nos abraçamos...
clássicos, em que se observa, muitas vezes, uma Veio o inverno. Porém, sentada em meus joelhos,
estruturação intencional com vistas à chave de ouro Nua, presos aos meus lábios os teus lábios vermelhos,
do soneto.
(Lembras-te, Branca?) ardia a tua carne em flor...
d) que é uma coletânea a qual o principal tema é o Carne, que queres mais? Coração, que mais queres?
céu noturno.
Passam as estações e passam as mulheres...
e) n.d.a. E eu tenho amado tanto! e não conheço o Amor!
9. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche correta- 12. (Unirio - adap.)
mente as lacunas.
Busca de palavras límpidas e castas,
A obra de Olavo Bilac é marcada pela exploração
Novas e raras de clarões ruidosos,
da temática ................. pelo verso .................. e pelo
virtuosismo ............... nas .............. Dentre as ondas mais pródigas mais vastas
a) greco-romana clássica, livre, musical, variações de Dos sentimentos mais maravilhosos.
ritmo.
Cruz e Sousa
b) greco-romana clássica, metrificado, plástico, des-
crições. Assinale a afirmativa improcedente com relação ao
texto.
c) urbana, metrificado, plástico, descrições.
a) Refere-se ao fazer poético.
d) urbana, livre, musical, variações de ritmo.
b) Expressa sentimentos mais profundos.
e) greco-romana clássica, metrificado, musical, varia-
ções de ritmo. c) Apresenta elementos sensoriais relativos a som e
cor.
10. (Fuvest)
d) Apresenta musicalidade marcada pelos esquemas
“Quero que a estrofe cristalina, rítmico e rímico.
Dobrada ao jeito
e) Há equilíbrio na utilização de metáforas.
Do ourives, saia da oficina
13. (Fuvest)
Sem um defeito.”
A concepção de poema como peça de ourivesaria, como Só, incessante, um som de flauta chora,
objeto estético harmonioso e perfeito, expressa nos Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
EM_V_LIT_009

versos acima, é característica fundamental do – Perdida voz que de entre as mais se exila,
– Festões de som dissimulando a hora.”
16
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Os versos anteriores são marcados pela presença .......................................................................................
_________ e pela predominância de imagens auditivas, o Vozes veladas, veludosas vozes,
que nos sugere a sua inclusão na estética _________.
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Assinale a alternativa que completa os espaços.
Vagam nos velhos vórtices velozes
a) Da comparação, romântica.
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
b) Da aliteração, simbolista. As estrofes anteriores, claramente representativas
c) Do paralelismo, trovadoresca. do_____ , não apresentam _____ .
Assinale a alternativa que completa corretamente as
d) Da antítese, barroca.
duas lacunas anteriores.
e) Do polissíndeto, modernista. a) Romantismo, sinestesia.
14. (Unirio) “Conta-se que, diariamente, na hora de ador- b) Simbolismo, aliterações e assonâncias.
mecer, Saint-Pol-Roux mandava colocar sobre a porta
de sua mansão de Camaret um aviso onde se lia: O c) Romantismo, musicalidade.
POETA TRABALHA.” d) Parnasianismo, metáforas e metonímias.

(Fragmento Manifesto do Surrealismo) e) Simbolismo, versos brancos e livres.


17. (FEI-SP) Escolha a alternativa que preencha corre-
Que outro estilo literário valorizou também a concepção tamente, na ordem apresentada, as lacunas da frase
encontrada no texto? seguinte.
15. (PUC-Rio) Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens
“O Simbolismo se opõe ao ....., aproximando-se do .....,
são poetas identificados com um movimento artístico
no que diz respeito à presença do subjetivismo e da
cujas características são
emoção, segundo se observa, por exemplo, em .....,
a) o jogo de contrastes, o tema da fugacidade da vida célebre autor de Broquéis.”
e fortes inversões sintáticas. a) Realismo, Romantismo, Cruz e Sousa.
b) a busca da transcendência, a preponderância do b) Naturalismo, Modernismo, Gonçalves Dias.
símbolo entre as figuras e o cultivo de um vocabu-
lário ligado às sensações. c) Arcadismo, Romantismo, Castro Alves.

c) a espontaneidade coloquial, os temas do cotidiano d) Romantismo, Barroco, Manuel Bandeira.


e o verso livre. e) Naturalismo, Modernismo, Olavo Bilac.
d) o perfeccionismo formalista, a recuperação dos ide- 18. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparece um
ais clássicos e o vocabulário precioso. trecho do Simbolismo brasileiro.
e) o jogo dos sentimentos exacerbados, o alargamen- a) Vejo através da janela de meu trem
to da subjetividade e a ênfase na adjetivação.
os domingos das cidadezinhas,
16. (Mackenzie)
com meninas e moças,
“Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
e caixeiros e caixeiros engomados que vêm olhar
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos, os passageiros empoeirados dos vagões. [...]
Bocas murmurejantes de lamento. b) E não há melhor resposta
....................................................................................... que o espetáculo da vida:
Sutis palpitações à luz da Lua. vê-la desfiar seu fio,
Anseio dos momentos mais saudosos,
que também se chama vida,
Quando lá choram na deserta rua
ver a fábrica que ela mesma,
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando, teimosamente se fabrica, [...]
Quando os sons dos violões nas cordas gemem, c) Ai! Se eu te visse no calor da sesta
EM_V_LIT_009

E vão dilacerando e deliciando, A mão tremente no calor das tuas,


Rasgando as almas que nas sombras tremem.
Amarrotado o teu vestido branco,
17
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
Soltos cabelos nas espáduas nuas! [...]
Ai! Se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos - palpitante o seio!
d) Eu amo os gregos tipos de escultura:
Pagãs nuas no mármore entalhadas;
Não essas produções que a estufa escura
Das normas cria, tortas e enfezadas.
e) Brancuras imortais da Lua Nova,
frios de nostalgia e sonolência...
Sonhos brancos da Lua e viva essência
dos fantasmas noctívagos da Cova.
19. (Mackenzie) Subjetivismo, valorização do inconsciente e
do subconsciente, busca do vago, do diáfano, musicali-
dade, sugestão são características da poesia:
a) romântica.
b) barroca.
c) árcade.
d) simbolista.
e) parnasiana.
20. (FGV) Opondo-se à razão, predominante na poesia liga-
da ao realismo, os poetas passam a repudiar esse vínculo
e se voltam para a esfera do sonho, para o despertar das
forças inconscientes que “a Arte deveria suscitar magi-
camente”. Donde as atmosferas difusas, a predominância
das cores e dos sons, a busca da correspondência dos
sentidos. De que movimento literário se trata?
a) Surrealismo.
b) Romantismo.
c) Modernismo.
d) Futurismo.
e) Simbolismo.

21. Cite o nome de dois importantes pintores e de um


importante músico simbolista/impressionista. Faça
um breve comentário sobre suas obras.
EM_V_LIT_009

18
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
14. B
15. A
16. C
1. B
17. E
2. C
18. E
3. A
19. A
4. C
20. C
5. C
6. A
7. C
8. B
1. C
9. C
2. B
10. C
3. B
11. Simbolismo.
4. E
12. Passagem: Resposta pessoal do aluno.
5. C
Característica: O esquema rímico e o esquema rítmico
6. E
traduzem a musicalidade; a presença de elementos
EM_V_LIT_009

sensoriais; a presença de palavras etc. 7. A


13. D 8. C
19
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
9. B 22. Odilon Redon (1840-1916) começou produzindo qua-
dros em preto e branco, vindo somente depois aderir às
10. E
cores. Possui um repertório inusitado de figuras como
11. Esse poema assemelha-se quanto à temática com o insetos, plantas com cabeças humanas e estranhas
poema “Boa Noite”, de Castro Alves. Tem como caracte- criaturas.
rística semelhante o “donjuanismo”. O poeta tem relações

Domínio público.
com várias mulheres. Em Castro Alves as mulheres são
personagens conhecidas da literatura universal e em
Olavo Bilac temos uma mulher a cada estação do ano.
Veja um trecho do poema de Castro Alves.
Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,
A lua nas janelas bate em cheio,
Boa noite , Maria! É tarde... é tarde...
Não me apertes assim contra teu seio.
[...]
É noite, pois! Durmamos, Julieta! Olhos Fechados, de Redon.
Recende a alcova ao trescalar das flores.
Fechemos sobre nós estas cortinas... Na música, um nome que merece destaque é o do
francês Claude Debussy (1862-1918), que inovou
São as asas dos arcanjos dos amores. no campo da harmonia e da estrutura musicais,
[...] aproximando-se dos ideais de arte almejados pelos
12. E escritores simbolistas.
13. B
14. Romantismo ou Simbolismo, ou Modernismo.
15. B
16. B
17. A
18. E
19. D
20. E
21. No campo da pintura, dois nomes encontram-se no mais
alto nível da pintura simbolista, desenvolvida na transição
do século XIX para o século XX, são eles: Paul Gaughin
e Odilon Redon.
Paul Gaughin (1848-1903) caracteriza-se por pintar seus
quadros sem a preocupação com a perspectiva. Outro
traço da obra de Gaughin é o contorno em cor preta
que faz nas suas figuras.
Domínio público.

EM_V_LIT_009

20 O Carteiro, de Gaughin.
Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A,
mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

Вам также может понравиться